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Seminário América Latina: Cultura, História e Política - Uberlândia - MG – 18 a 21 de maio de 2015
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O Entrelaçamento das Políticas Externa e de Defesa no Governo Lula
Alexandre Rocha Violante. Violante.1
RESUMO
Desde a proclamação da república brasileira, percebeu-se a grande autonomia que as
burocracias estatais responsáveis pela diplomacia e defesa possuíam com relação ao
poder político. Com isso, a política externa e de defesa acabaram por caminhar
paralelamente visando aos seus próprios objetivos. Com a redemocratização, a
participação de outros atores da sociedade se inicia mais assertivamente a partir do
governo Cardoso (1994-2002) e se consolida, de certa forma, no governo Lula (2003-
10). Assim, este artigo tem como objetivo principal analisar algumas
iniciativas/atividades implementadas pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo
Ministério da Defesa, durante o governo Lula, como: a criação da União das Nações
Sul-americanas e de seu Conselho de Defesa; a maior assertividade em Operações de
Paz; a elaboração da Estratégia Nacional de Defesa de 2008 e da Política de Defesa
Nacional de 2005, bem como os seus desdobramentos derivados na área de defesa e
segurança no Atlântico Sul.
PALAVRAS-CHAVE: Defesa; Diplomacia; Entrelaçamento; Segurança.
TEXTO DO TRABALHO
Introdução
A ideia de que o Brasil deva adotar uma política externa independente
e uma política de defesa robusta encontra antecedentes respeitáveis. O
Barão do Rio Branco acreditava no Brasil, e não apenas como uma
potência média ou uma potência sem excedentes de poder. (...)
Participar desse “ciclo maior” implicava estar pronto para defender os
próprios interesses e compreender que ser pacífico não significa ser
desarmado – e tampouco ser passivo (AMORIM, 2013, p.14).
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos da Segurança e da Defesa-
PPGEST/INEST-UFF. e-mail: [email protected]
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Desde a proclamação da república, percebeu-se a grande autonomia que as
burocracias estatais responsáveis pela diplomacia e defesa possuem com relação ao
poder político. Com isso, a política externa e de defesa acabaram por tomar caminhos
paralelos no atingimento de seus objetivos. Coube então à defesa, um papel
eminentemente doméstico, muito ligado à segurança interna, enquanto coube à politica
externa um papel internacional maior frente aos objetivos desenvolvimentistas nacionais
(ALSINA JR, 2009). Nesse contexto, segundo Stepan (1975, 1986), o poder militar
acabou por tutelar o Estado brasileiro em grande parte do período republicano, obtendo
poder político, e indo de encontro aos princípios democráticos, principalmente por meio
de governos autoritários, como o Estado Novo (1937-45) e o regime instituído pelo
golpe civil-militar (1964-85).
A partir do governo Geisel (1974-79), a universalização da política externa
brasileira retorna de forma bastante assertiva à Política Externa Independente (PEI) 2. A
grande intenção dessa política foi colocar em primeiro plano os interesses brasileiros em
contraposição às questões ideológicas da Guerra Fria. Era uma política externa de
multiplicação de contatos internacionais priorizando o desenvolvimento e os interesses
nacionais (GARCIA, 1997). Dessa forma, a política de defesa, sem se descuidar da
segurança interna, passou a se voltar, paulatinamente, a questões mais ligadas às suas
funções clássicas de defesa e segurança regionais.
Apesar desse realinhamento, da defesa e da politica externa, seus caminhos
continuaram um tanto quanto paralelos, já que suas atribuições continuaram autônomas,
sem inter-relações mais profundas. Com a redemocratização e com o fim da Guerra
Fria, em um mundo em grandes transformações, pode-se observar a emergência de
novos atores internacionais, como as Organizações Internacionais (OI) Governamentais
e Não-Governamentais, e a formação de blocos regionais. Assim, formalizam-se as
novas relações do Brasil com o mundo, onde o Estado brasileiro procura se inserir e
passa a atuar em grandes frentes. (MIYAMOTO, 2009).
A política externa do governo Cardoso (1995-2002), foi, como ensina Vigevani e
Cepaluni (2007), uma política autônoma de participação afirmativa nos fóruns
internacionais, de alinhamento aos grandes centros internacionais, políticos e
econômicos. Na área da defesa empreendeu avanços com a elaboração da Política de
2 A PEI (1961-64) marcou um ponto de inflexão na nova fase da PEB: a mundial e multilateral. Mundial, porque o
Brasil buscou a relação com outras regiões, além do regional; multilateral por seu novo perfil sócio-político,
evidenciado pela industrialização/urbanização crescentes, que converteu a polarização ideológica com os EUA em
nacionalismo (VIZENTINI, 2008).
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Defesa Nacional em 1996 e a criação do Ministério da Defesa (MD) em 1999. O MD,
como mostra Saint-Pierre (2010) e Lima (2011), foi um passo fundamental para o
controle civil sobre os militares, porém, sua criação formal não garantiu a plena
condução política das forças armadas. Apesar disso, é inegável que a criação do MD
possibilitou uma coordenação ainda que pequena, mas necessária para propiciar uma
articulação com a diplomacia.
É a partir do 2° mandato de Lula (2007-10) que se inicia o processo de
consolidação cívico-institucional do MD. Este passa a assumir a direção da agenda de
segurança nacional – como produto da gestão da força militar por uma intelligentsia
política – permitindo que a diplomacia e a defesa convirjam para uma política externa
sob direção política, “evitando que continuem a trilhar o “destino das paralelas”, como
apontado por Saint-Pierre3” (SOARES, 2011, p. 80).
Isto posto, conforme o proposto pelo exercício, elaborar-se-á uma análise de
iniciativas/atividades implementadas pelo Ministério das Relações exteriores (MRE) e
pelo MD, como instrumento de cooperação, na moldura temporal do governo Lula
(2003-10). Será constatado que a defesa e segurança nacionais, nesse período, passaram
por ações político-estratégicas interligadas à política externa, ao conjugar cooperação4 e
dissuasão5 como estratégias de Estado, mesmo que de forma ainda tímida, frente ao
grande potencial que existe nos objetivos e interesses de ambas as áreas - diplomacia e
defesa.
Para tal serão discutidos, mais especificamente, a criação da União das Nações
Sul-americanas (Unasul) e seu Conselho de Defesa Sul-americano (CDS); a maior
assertividade em Operações de Paz (OpPaz); a elaboração da Estratégia Nacional de
Defesa (END) de 2008 e da PDN de 2005 e seus dobramentos que resultaram no
crescente envolvimento do Brasil na área de defesa e segurança no Atlântico Sul.
3 Soares faz referência ao trabalho de Saint-Pierre intitulado Política de defesa e relações internacionais no Brasil: o
destino das paralelas, apresentado no Meeting of the Latin American Association. San Juan, Puerto Rico, n. 15, 18
mar. 2006. 4 Segundo Puente (2010), o Itamaraty possui uma visão construtivista, relacionada com imperativos humanitários e
compromissos éticos e nos aspectos culturais dos Estados. Porém, segundo Herz e Hoffmann (2004), essa cooperação
pode também ser caracterizada por preceitos realistas e, ou liberais. Realista ao perceber que o Brasil intenciona
assegurar maior espaço geopolítico no sistema internacional; e liberal ao demonstrar que o poder e a circulação de
informação através das instituições são as principais variáveis para a compreensão e manipulação desse sistema. 5 A dissuasão tende a impedir que uma potência adversa tome a decisão de empregar suas armas ou, mais
genericamente, que atue ou reaja frente a uma situação dada, mediante a existência de um conjunto de dispositivos
que constituam uma ameaça suficiente. Portanto, o que se busca com esta ameaça é um resultado psicológico
(BEAUFRE, 2004, p. 35).
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A Política Externa e de Defesa – Um Entrelaçamento Ainda Tímido
Nesta seção, analisar-se-ão, de forma geral, as diretrizes da política externa
brasileira (PEB) e da defesa que acarretaram em mudanças de ideias e de estratégias
para a consecução dos objetivos históricos de sua agenda desenvolvimentista. Essa
postura mais atuante pôde ser logo constatada no início do governo Lula, por ocasião
das palavras proferidas em discurso de posse do então Ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim:
Nossa política externa não pode estar confinada a uma única região,
nem pode ficar restrita a uma única dimensão. O Brasil atuará, sem
inibições, nos vários foros internacionais, regionais e globais.
Forjaremos alianças com grandes países em desenvolvimento.
Reforçaremos o diálogo com a China, a Rússia, a Índia, o México e a
África do Sul, entre outros. Desenvolveremos, inclusive por meio de
parcerias com outros países e organizações, maior cooperação com os
países africanos. Valorizaremos a cooperação no âmbito da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (a CPLP), inclusive
com o seu mais novo membro, o Timor Leste. No Governo Lula, a
América do Sul será nossa prioridade. O relacionamento com a
Argentina é o pilar da construção do Mercosul, cuja vitalidade e
dinamismo cuidaremos de resgatar (SILVA, 2003, p. 57-58).
Vizentini (2007, p. 90) sustenta que em termos práticos o governo Lula
suplantou, efetivamente, certa passividade do governo anterior e buscou alianças fora do
hemisfério, como forma de ampliar seu poder de influência internacional. Como
prioridades da agenda, destacaram-se a reconstrução do Mercosul e a integração sul-
americana com a criação da Unasul e seu CDS, a solidariedade com a África, e o
aprofundamento das relações e parcerias estratégicas com potências emergentes, como a
China, Índia, Rússia e África do Sul. Buscou ainda a valorização das OI com a intenção
de contribuir para um sistema internacional multipolar. “O princípio de democratização
das relações internacionais foi invocado explicitamente” (grifo nosso).
Cervo e Bueno (2012) destacam o reforço do papel do Estado como negociador
internacional, a defesa soberana dos interesses nacionais, a aliança com países
emergentes, e o diálogo cooperativo e não mais subserviente com os países avançados e
demais foros internacionais. De acordo com Pecequilo (2008), é possível citar a grande
diversificação na cooperação sul-sul e norte-sul, a participação ativa em diversos
fóruns e instituições internacionais de relevância como: o G20, o Ibas6, o FMI e a
cúpula dos Brics7; a participação do Brasil como force commander na Missão de Paz
6 Índia, Brasil e África do Sul.
7 Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
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das Nações Unidas no Haiti (Minustah) e na Comissão de Construção da Paz na
Guiné-Bissau em 2010; e a cooperação técnica a nações mais pobres (grifo nosso).
Nessa linha, Amorim ressalta a importância do soft power8 brasileiro na
construção de uma nova ordem internacional mais multilateral e pautada na cooperação
entre os demais Estados: “ao expandir nosso poder brando por meio da cooperação, a
política de defesa coincide com a politica externa na promoção de um ordenamento
global que favorece o entendimento em detrimento do conflito”. Sem se esquecer da
importância do hard power, o ministro acrescenta que as pretensões do Estado brasileiro
a uma liderança regional e maior influência no “tabuleiro” da política internacional
estão sendo solidificadas em bases que conjuguem os diversos tipos de poder:
Mas não tenhamos ilusões: o poder brando não é suficiente para
garantir que o Brasil tenha sempre sua voz ouvida e respeitada e faça
frente a eventuais ameaças atuais ou potenciais (...) a política de
defesa deve estar preparada para a hipótese de que o sistema de
segurança coletivo baseado em normas venha a falhar, por uma razão
ou por outra – como de resto tem ocorrido com indesejável frequência.
Essa é uma das razões pelas quais devemos “fortificar” nosso poder
brando, tornando-o mais robusto. Por isso nossa estratégia regional
cooperativa deve ser acompanhada de uma estratégia global
dissuasória frente a possíveis agressores (AMORIM, 2012a, p.11-12).
Até porque, como ensina Pesce (2003, p. 148), "O Conselho de Segurança das
Nações Unidas (uma das pretensões politicas brasileiras), nunca é demais lembrar, não é
lugar para eunucos!"
Para Nye Jr (2012), o uso de recursos militares podem produzir comportamentos
hard e soft. Lutar e ameaçar são considerados comportamentos hard; proteger e ajudar
são considerados soft. O que se torna difícil é o ajuste entre os diferentes
comportamentos. Segundo o autor, a Minustah é um exemplo brasileiro bem-sucedido
de como aplicar e ajustar os tipos de poder e comportamentos smart, em uma estratégia
vitoriosa.
Essa “grande estratégia”, segundo Amorim, visa projetar o Brasil cada vez
mais como um ator de importância no sistema internacional, juntando cooperação e
dissuasão, diplomacia e defesa.
8 Soft power é “A habilidade de estabelecer preferências tende a ser associada com parâmetros intangíveis tais como
um atrativo de personalidade, cultura, valores e instituições políticas. A política é vista como legítima ou uma
autoridade moral." (Nye Jr, 2004, p.5, tradução nossa).
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A conformação, sob a égide de princípios e práticas democráticas, de
uma “grande estratégia”, a partir da articulação entre os eixos da
política externa voltada para a inserção soberana no mundo e da
política de defesa que equilibra cooperação e dissuasão, requer que
cada um de nós saia de sua “zona de conforto” – de seu campo de
estudo e de trabalho – e aproxime seu interesse e sua curiosidade de
nossos parceiros e interlocutores na “outra ponta" (grifo nosso)
(AMORIM, 2012b, p.15).
Segundo Saint-Pierre (2010), a “grande estratégia” brasileira é baseada no
conceito de Liddell Hart (1954), ou seja, uma estratégia mais ampla, que serviria para
“dar sentido de execução de uma política, com papel de coordenar e dirigir toda uma
nação ou os recursos de uma nação para a consecução de um objetivo político, visado
com a guerra que é definido pela política”. Se substituirmos da definição supracitada a
palavra “guerra” por “defesa”, pode-se pensá-la como uma grande estratégia orientadora
para a obtenção de objetivos políticos em articulação com a Defesa.
É importante ressaltar que ao comparar dois conceitos tão díspares em seus
significados (cooperação e dissuasão), Amorim afirma que se deve empregar a
dissuasão quando os sistemas de segurança coletivo falharem na garantia dos interesses
nacionais, e empregará a cooperação com os Estados amigos, procurando criar e
aprofundar mecanismos regionais de segurança. Portanto, ao juntar tais conceitos, as
politicas externa e de defesa podem ser consideradas embasadas no conceito de smart
power9·, não apenas na retórica, mas em algumas de suas ações como serão vistas a
seguir.
- As Operações de Paz
O Brasil é um dos mais tradicionais contribuintes de efetivos militares para
OpPaz sob a égide da ONU. Entretanto, a partir da Minustah, percebe-se uma quebra de
paradigma nesta participação, já que o mandato previa a possibilidade de uso da força
para imposição da paz, pelo capítulo VII10
da Carta da ONU (KENKEL e MORAES,
2012; BEIRÃO, 2008; CHAGAS, 2009). Isso significou maiores responsabilidades e
impôs ao Brasil a necessidade de trabalhar junto ao MRE e a diversas organizações civis
(LIMA, 2011).
9 Para Nye Jr (2012, p.14-16) smart power é “a combinação do poder duro com o poder brando da persuasão e da
atração”, e que significa a integração de redes de diplomacia, defesa, desenvolvimento e ferramentas do soft e hard
power em uma estratégia vencedora. 10 Chagas (2009) afirma que o Brasil participara da UNTAET, missão de administração transitória no Timor-Leste,
sob o capítulo VII. Porém, a participação foi numericamente limitada, não sendo de relevância.
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Nessa linha mais assertiva, cabe ressaltar ainda a importante participação
brasileira no Líbano, quando a Marinha do Brasil (MB) assumiu o comando da força–
tarefa marítima da ONU, a MTF11,
··, subordinada à Força Interina das Nações Unidas
no Líbano (Unifil), em fevereiro de 2011, após negociações do MRE com a ONU,
iniciadas ainda durante o governo Lula, em 2010. Esta missão atualmente monitora a
fronteira entre Líbano e Israel e ajuda o governo libanês a evitar a entrada de armas
ilegais por suas fronteiras marítimas.
Esses exemplos, apesar de estarem “ao largo” do entorno estratégico brasileiro,
retratam o grau de importância que o Brasil vem alcançando internacionalmente,
projetando-o mais assertivamente como uma das nações que pleiteia um assento
permanente no CSNU. Esses conhecimentos adquiridos são importantes para aplicação,
caso necessário, em missões dentro de seu entorno estratégico, como nos Estados da
África Ocidental, por exemplo, onde, inclusive, o General brasileiro Santos Cruz foi
nomeado comandante militar da missão de paz no Congo (Monusco) 12
, em maio de
2013, muito por seu desempenho e experiência adquirida no Haiti.
- END, PDN e Livro Branco.
Ainda com relação ao entrelaçamento de suas politicas externa e de defesa, a
END de 2008 avançou em relação aos dois documentos de PDN anteriores, de 1996 e
2005, já que foi elaborada com a participação de diversos setores da sociedade, visando
à legitimidade dessas políticas em uma interação única até então. Entretanto, essa
participação pode ser bem maior (LIMA, 2011). De acordo com Oliveira (2006), a
pequena participação da sociedade e o desinteresse em assuntos de defesa se deve a
quatro fatores. São estes: o passado autoritário, que fez com que uma parte articulada da
sociedade rejeitasse as forças armadas; os governantes e legisladores parecem acreditar
que não há problemas de defesa; há uma forte competição pelos temas de interesse dos
partidos e da sociedade civil, principalmente naqueles que dão votos; e a defesa
nacional 'não dá votos.
Como relação a suas diretrizes centrais, na END se verifica a preocupação com o
contexto internacional e especialmente com o seu entorno estratégico. Com relação ao
11 Após a Guerra do Líbano de 2006, a Força Tarefa Marítima da UNIFIL foi criada para auxiliar a Marinha do
Líbano na prevenção do contrabando e embarques de armamento, em particular. Esta é composta por diversos navios
de guerra e desde fevereiro de 2011 é comandada por um Almirante da MB que participa com uma fragata classe
“Niterói” em apoio às operações. 12 Esta missão foi estabelecida sob a égide do capítulo VII da Carta da ONU.
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subcontinente, propõe estimular a integração da América do Sul como forma de
contribuir para a defesa do Brasil, além de fomentar a cooperação regional com
iniciativas como a integração das bases industriais de defesa. Esta menciona,
timidamente, a África, enfatizando a importância da intensificação da cooperação em
todas as áreas com esse continente (BRASIL, 2008).
As PDN de 2005 e a atual PND de 2012 são documentos orientadores da END
de 2008, revisada em 2012, que ao estabelecer a dissuasão como uma de suas principais
diretrizes, faz com que a PND tenha como principal objetivo estabelecer uma “política
de Estado, voltada para coibir ameaças externas e fixar os objetivos para a defesa da
Nação, além de orientar o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o
envolvimento dos setores civil e militar, em todos os níveis e esferas de poder”
(BRASIL, 2012a, p.11). Nessa visada, no que tange ao preparo e emprego da
capacitação nacional, estabelecidos na mesma, percebeu-se uma retomada nos
investimentos para o reaparelhamento e modernização das forças armadas, bem como
um maior aporte financeiro e de incentivos para o estabelecimento de uma base
industrial de defesa com maior independência área de C,T&I. Esses passos
representaram um ponto de inflexão na retomada positiva do poder econômico e militar
do Brasil.
Com relação ao Livro Branco (2012b), este é mais abrangente e disserta de
maneira mais específica sobre a cooperação em defesa, enfatizando o intercâmbio com
as forças armadas de outras nações, particularmente com as da América do Sul e da
costa ocidental da África. Reitera ainda os laços com Estados que interajam em foros
internacionais relevantes, como por exemplo, a Zopacas13
, o Ibas, a CPLP e o Brics
(BRASIL, 2012b).
Porém, essas políticas devem ter continuidade, de modo a não se tornarem
políticas de governo, e sim políticas de Estado. De acordo com dados do Stockholm
International Peace Research Institute (SIPRI) de 2011, 2012 e 2013, apesar dos
patamares de investimento em defesa no Brasil terem variado, em média, entre 1,7 a
1,43% do PIB, durante os governos Cardoso e Lula, no geral, os investimentos em
defesa, entre 2003 e 2010, cresceram em termos reais, em dólar, cerca de 7% ao ano, e
entre 2007 e 2012 o montante orçamentário aplicado em novos investimentos cresceu
consideravelmente, mesmo com o percentual relacionado ao PIB tendo caído 0,25% na
13 Esta instituição tem apresentado baixa efetividade como fórum nas questões de defesa. Por envolver também
Estados do continente africano, poderá tornar-se, futuramente, mais importante, até pela maior assertividade
apresentada nas questões africanas da PEB, desde o governo Lula.
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média. O Brasil ainda investe menos que os países dos Brics, tanto em valores
absolutos, quanto relativos, em percentual do PIB (VIOLANTE, 2014).
Na realidade, o governo Lula não trouxe uma ruptura radical com o governo
Cardoso, no que tange à política de defesa. Pode-se, inclusive afirmar que, de forma
generalista, há mais semelhanças que diferenças. A complementaridade entre as
políticas de defesa dos dois governos permitiu que a mesma fosse tratada, de forma
positiva, como política de Estado. No entanto, há que se reconhecer importantes
inovações trazidas pelo governo Lula à política de defesa. Essas inovações, em certos
casos, foram profundas e de grande impacto, chegando a representar verdadeira
redefinição estrutural, entre as quais se destacaram: as relações com a sociedade civil, a
participação das universidades na formação de quadros civis para a defesa, o
desenvolvimento de produtos de alta tecnologia de interesse militar, e no planejamento
em longo prazo (ALMEIDA, 2010). Uma tabela comparativa, no final deste trabalho,
retrata mais especificamente as inovações e continuidades dos governos Cardoso e Lula.
- Unasul e CDS
Ainda dentro das realizações gerais do governo Lula, com a assinatura do tratado
de Brasília em maio de 2008, a Unasul surge enquanto iniciativa brasileira, como fórum
político, institucionalizando o diálogo estabelecido entre Estados-membros da região
com base na cooperação. A proposta de criação do CDS, órgão de consulta e de
consenso da Unasul em matéria de defesa é aprovada por consenso por seus Estados-
membros, por ocasião da reunião de cúpula ocorrida, em dezembro de 2008, em
Salvador. (UNASUL, 2008).
De fato, o Brasil tem despontado como líder no processo de integração regional
do subcontinente. A primazia da não confrontação na condução da política externa
habilitou o Estado brasileiro a liderar o diálogo com todos os Estados sul-americanos.
Nesse sentido, o que se observa em especial na política externa e de defesa do governo
Lula é a busca pelo entendimento diplomático, tanto com os Estados com maior
alinhamento aos EUA, como a Colômbia, por exemplo, quanto com os do eixo
bolivariano, como Venezuela, Bolívia e Equador, em torno da cooperação regional. O
protagonismo do Brasil mostra com esses gestos sua determinação em relação a este
cenário sub-regional. Tanto a Unasul quanto o CDS exigem a sintonia das gramáticas
militar e diplomática em sua adequação à lógica da política externa. Talvez o Brasil
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nunca antes tenha passado por uma prova tão clara para mostrar o funcionamento dessa
dialética (SAINT PIERRE, 2010).
O CDS pretende se somar aos foros bilaterais ou multilaterais já existentes no
subcontinente e preencherá uma lacuna existente na análise conjunta de questões
políticas e estratégicas, acarretando em um debate mais amplo das realidades do sistema
internacional, sob a ótica mais específica da América do Sul (SANTOS, 2009).
Nesse contexto, é necessário angariar ações e estímulos de cooperação na área
de defesa e de segurança regional, visando à consolidação de uma base industrial de
defesa não apenas no Brasil, mas em todo subcontinente, a fim de que sejam atendidas
as necessidades dos Estados integrantes e o estabelecimento do mercado regional de
defesa. Com efeito, a criação do CDS interessa à agenda de segurança nacional do
Brasil, pois previne a penetração de potências sistêmicas no subcontinente
(GALERANI, 2011 apud BLOWER, 2014).
Nessa visada, alguns projetos nas forças armadas brasileiras já se encontram em
fase de contrato, construção ou aquisição, apoiados no Plano de articulação e
equipamento das mesmas e que prevê um salto qualitativo e quantitativo. Para tal,
destacam-se os atuais projetos estratégicos em desenvolvimento no âmbito da Defesa,
como o submarino a propulsão nuclear da Marinha do Brasil, o blindado Guarani do
Exército, os caças Gripen NG e os cargueiros KC-390 da Força Aérea Brasileira.
Tais aportes de novos investimentos e desenvolvimentos tecnológicos oriundos
dessas compras e de outros projetos abrem oportunidades de se desenvolverem
equipamentos em parceria com os Estados sul-americanos. É fundamental para que a
região consiga sua autonomia frente aos grandes conglomerados internacionais de
defesa, que se produzam a maior quantidade possível de itens, principalmente àqueles
ligados a sistemas de comunicações e controle de modo a diminuir a dependência
daquelas empresas. Encomendas conjuntas, tratadas em uma agenda conjunta no CDS,
poderiam viabilizar a produção das indústrias regionais de defesa (VIOLANTE, 2014).
Essas iniciativas crescentes na área de defesa geram acordos que são negociados
pelo MD, em colaboração estreita com o MRE e, com orientações da Assessoria para
Assuntos Internacionais da Presidência da república. Além da participação das forças
armadas, de empresas públicas e privadas da indústria de defesa, tais como a Embraer e a
Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), há ainda a participação direta e
indireta de associações como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimento (Apex), a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e
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Segurança (Abimde) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Dessa
forma, pode-se perceber um estreitamento entre a diplomacia e a defesa em um trabalho
conjunto em projetos de cooperação bilateral e multilateral, e que resultou na criação de
uma coordenadoria geral de defesa no gabinete do secretário geral de relações exteriores,
em 2011.
Nessa visada, essa unidade Sul-Americana, comentada nos parágrafos anteriores,
poderia ser também uma unidade Latino Americana, representando um conceito
afirmativo de povos e culturas em franco processo de desenvolvimento politico,
econômico e social, e que vêm obtendo maior poder relativo dentro do sistema
internacional. Com efeito, o estabelecimento de uma solidariedade panlatina, poderia
representar um importante bloco político e econômico mundial, mas poderia significar
também um alinhamento indireto aos EUA, pois muitos desses Estados de língua
espanhola estão ligados histórica e geograficamente aos mesmos, sendo difícil
manterem qualquer postura suficientemente independente. Fica aqui um questionamento
para críticas posteriores: Porque não a ampliação da Unasul para uma União das Nações
Sul-americanas e Latinas (Unasula)?
Considerações Finais
A PEB na última década privilegiou as relações com os Estados emergentes em
busca de maior assertividade no sistema internacional. As coalizões estratégicas do
Brasil demonstraram mudanças nas estruturas das relações internacionais. Essa politica
externa mais autônoma visa buscar maior multilateralidade, haja vista a atual
multipolaridade decorrente de novas potências no cenário mundial.
A maior importância dada ao continente sul-americano com a criação da Unasul
e de seu CDS, o estabelecimento de documentos de alto nível na política de defesa, a
participação mais assertiva e com maiores responsabilidades em OpPaz, bem como a
intensificação das relações sul-sul na defesa com a África Ocidental são exemplos que
atestam a ampliação da presença brasileira com Estados amigos, retratando uma
participação mais ativa na fronteira atlântica, adequando a funcionalidade dos seus
interesses a uma maior projeção internacional.
Nunca antes os olhos da região sul-americana e dos Estados do Atlântico Sul
estiveram tão postos sobre o Brasil, haja vista seu potencial econômico, político e
militar. Apesar de a integração sul-americana encontrar-se em um estágio inicial (o que
não é nada assustador, haja vista que o atual processo da União Europeia levou quase 60
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anos para alcançar o atual patamar de desenvolvimento institucional), e as assimetrias
características da região dificultarem esse processo de integração, estes não são fatores
impeditivos para sua consolidação, devendo o Brasil, como ator principal em face de
sua maior assertividade no sistema internacional, maior grau de institucionalização e
sexta economia do mundo, contribuir decisivamente para consolidá-la.
No que tange ao CDS, cabe ressaltar que este não pretende ser similar ao modelo
de Segurança da época da Guerra Fria, ou seja, a existência de uma aliança militar
contra um inimigo comum, como, por exemplo, a OTAN e o Pacto de Varsóvia. O que
se propõe é o estabelecimento de uma agenda única para o subcontinente, com um CDS
mais atuante, valorizando a criação de um complexo industrial de segurança na região,
que busque a autonomia frente a potências extra-regionais.
Portanto, a cooperação e desenvolvimento de uma visão estratégica brasileira e
sul-americana de longo prazo passa pela capacidade de mobilização de recursos e
legitimidade dessas sociedades. Essa maior assertividade passa pela conjugação de
diplomacia e defesa, em prol de objetivos nacionais comuns e não mais paralelos. Para
tal deve ser priorizada e efetivamente posta em prática não apenas a fortificação de seu
soft power, mas da capacidade militar (hard power) em uma “grande estratégia” smart
que ampare esse fim.
Porém, não está claro ainda, de acordo com Hirst, Lima e Pinheiro (2010), o
quanto a sociedade brasileira está disposta a aderir a um projeto cooperativo regional na
América do Sul e/ou na costa ocidental do Atlântico Sul, até porque é muito pequena
participação popular na escolha dessas políticas públicas. Como disse Clemenceau, ao
fim da primeira guerra mundial: “a guerra é um assunto sério demais para ficar nas
mãos dos militares”. Todavia, sua crítica não era dirigida apenas aos militares, mas
também às lideranças civis, que pelo distanciamento, preferiram não assumir suas
responsabilidades de dever e de direito. É o que ainda acontece hoje no Brasil não
apenas na defesa, mas também na politica externa.
Tendo a concordar com a tese de Alsina Jr (2009) de que os caminhos das
politicas de defesa e externa nacionais ainda possuem poucas interações. O que esse
breve debate acadêmico mostrou foi que já se percebe um entrelaçamento entre os
interesses das politicas externa e de defesa, mesmo que ainda tímido, durante o governo
Cardoso e principalmente durante o governo Lula, mas que deve ser aprimorado como
políticas de Estado e não de governo em prol de uma maior integração sul-americana
sem a presença ou influência de atores extra-regionais.
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ANEXO
Tabela - Políticas de Defesa- Governos Cardoso e Lula- Comparação
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Fonte: Almeida (2010) - Política de defesa no Brasil: considerações do ponto de vista das
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