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Sarah Bernhardt A Divina Atriz (Paris,1844-Paris,1923) Universidade Federal de Pelotas Material para fins didáticos Professora Taís Ferreira

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Vida e obra através de textos e imagens.

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Page 1: Sarah Bernhardt

Sarah BernhardtA Divina Atriz

(Paris,1844-Paris,1923)

Universidade Federal de PelotasMaterial para fins didáticosProfessora Taís Ferreira

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“A divina Sarah”• (Paris, 22 de outubro de 1844 — Paris,

26 de março de 1923) foi uma atriz francesa, já chamada por alguns durante "a mais famosa atriz da história do mundo". Bernhardt fez sua reputação nos palcos da Europa na década de 1870, e logo passou a ser exigida pelos principais palcos do continente e dos Estados Unidos. Conquistou uma fama de atriz dramática, em papéis sérios, ganhando o epíteto de "A Divina Sarah".

• Seu papel mais marcante foi o da peça A Dama das Camélias de Alexandre Dumas. Visitou o Brasil quatro vezes, as duas primeiras ainda durante o reinado de D. Pedro II. Na última visita, durante uma encenação, sofreu um acidente que lhe gerou sérios problemas em sua perna e que culminou, anos depois, em sua morte.

• Sarah Bernhardt foi representada em dois filmes brasileiros, O Xangô de Baker Street e Amélia.

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Sarah nos palcos parisienses...• Já em 1861 ganhou o segundo prêmio em

tragédia, e uma menção honrosa em comédia. Findos seus estudos no Conservatório, entrou, mais uma vez graças aos influentes contatos de Morny, para a Comédie-Française, estreando em 11 de agosto de 1862 com a obra Iphigénie, de Jean Racine.

• Foi contratada pelo Teatro Gymnase, onde fez sete pequenos papéis em obras diversas. Atuou ali pela última vez em 7 de abril de 1864, na obra Un mari qui lance sa femme.

• Três anos mais tarde, em 1867, debutou no Teatro do Odéon com As sabichonas (Les femmes savantes) de Molière. Aqui iniciou sua verdadeira carreira profissional. Participou de muitas montagens teatrais, alternando a vida teatral com a vida galante. A fama chegou repentinamente em 1869 com Le Passant de François Coppée, uma obra em verso de um só ato. Sarah interpretou pela primeira vez nesta obra um papel masculino, o do trovador Zanetto (fotografia ao lado). Repetiria mais vezes fazendo papéis masculinos em várias outras obras: Lorenzaccio, Hamlet e L'Aiglon.

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Sarah e os grandes dramaturgos...• Em 1870, durante a

Guerra Franco-Prussiana, habilitou o Odeón como hospital para convalescentes, onde cuidou com dedicação dos feridos de guerra. Em 1871 o improvisado hospital teve que ser fechado por problemas de salubridade. Após a derrota francesa e a queda de Napoleão III, muitos intelectuais exilados por serem contra o imperador, puderam regressar a França, entre eles Victor Hugo. O regresso de Hugo foi transcendental na vida de Bernhardt, uma vez que o escritor a elegeu para protagonizar a reestréia de sua obra Ruy Blas. Bernhardt protagonizou outra obra de Hugo, Hernani. Ruy Blas a encheu de elogios, e regressou à Comédie-Française como uma grande estrela e ali desenvolveu seu repertório e seus múltiplos registros como atriz.

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Sarah e os grandes papéis...• Bernhardt se especializou em

representar as obras em verso de Jean Racine, tais como Ifigênia, Fedra (na fotografia ao lado, Sarah como Fedra). Destacou-se especialmente, entre muitas outras, n'A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas, filho, Théodora, de Sardou, L´Aiglon, de Edmond Rostand, Izéïl, de Silvestre e Morand, Macbeth, de Shakespeare, Jeanne D´Arc, de Jules Barbier.

• Em 1879, saiu pela primeira vez da França, e conheceu a Inglaterra, onde esteve 6 semanas fazendo duas apresentações diárias, obtendo grande êxito. Ao chegar lá foi recebida espetacularmente, e acabou por conhecer um jovem escritor chamado Oscar Wilde que, anos mais tarde, em 1893, lhe escreveria o papel principal da peça Salomé. Nesse mesmo ano, Sarah ascendeu a "Sócio Pleno" da Comédie-Française, hierarquia mais alta desta instituição.

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Sarah nos palcos do mundo...• Após seu espetacular sucesso na Inglaterra

decidiu fazer sua primeira viagem à América. Partiu para os Estados Unidos em 15 de outubro de 1880. O êxito foi total. Bernhardt faria repetidas viagens pelos Estados Unidos (suas famosas "Viagens de despedida") e também percorreu toda América do Sul, chegando a atuar no Brasil, Argentina, Chile. Viajava de trem e de barco e chegou a cruzar o Cabo Horn. Nos Estados Unidos sua fama era tal que disponibilizaram um trem com sete vagões de luxo chamado Sarah Bernhardt Special, para uso exclusivo da atriz. Suas voltas chegaram também a Austrália e visitou o Havaí e as ilhas Sandwich. Atuou no Egito e na Turquia. Também percorreu a Europa, atuando em Moscou, Berlin, Bucareste, Roma, Atenas. Em sua turnê, atuou não somente em grandes teatros mas também em teatros de ínfima categoria. Nunca chegou a pisar na Ásia.

• Foi, possivelmente, a atriz mais famosa do século XIX. Treinou muitas jovens na arte da atuação, incluindo a também atriz e cortesã Liane de Pougy.

• Na fotografia, Sarah em “La Tosca”, apresentada no Brasil.

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Sarah e as artes visuais...• Embora antes de tudo uma atriz de

palco, Sarah Bernhardt gravou diversos cilindros e discos de diálogos célebres de várias produções. Um dos primeiros foi a Fedra, de Jean Racine, na casa de Thomas Edison, durante uma visita a Nova Iorque na década de 1880. Dotada de muitos talentos, ela se envolveu com as artes visuais, pintando e esculpindo, chegando a expor suas obras no Salão de Paris várias vezes, entre os anos de 1874 e 1896.

• Também posou para Antonio de la Gandara e muitos outros pintores e escultores. Foi musa da art noveau do artista tcheko Alphonse Mocha.

• Foi fotografada pelos maiores fotógrafos de seu tempo.

• Ao lado, imagem de Victorien Sardou para a capa da revista Je sais tout, de 15 de outubro de 1910, Paris.

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“Sarah e seu cão”, por G. Clainy, 1876.

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Joana D’Arc em art noveau de A. Mocha

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Medéia em art noveau de A. Mocha

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A dama das camélias em art noveau de A. Mocha

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Gismonda em art noveau de A. Mocha

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Sarah por Alphonse Mucha

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Cartaz de representações de 1897, por Nicholson.

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Sarah por J. Bastien Lapage, 1879.

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As heroínas de Sarah...• Em seu tempo, Sarah Bernhardt

teve uma grande influência na grand opera, uma influência que continua até hoje. Tosca e Salome, por exemplo, contêm duas das heroínas mais sensacionais, ambas baseadas em peças escritas especialmente para ela.

• Escreveu também três livros: sua autobiografia, intitulada Ma double vie, Petite Idole e L´art du Théâtre: la voix, le geste, la pronontiation.

• Em 1914 foi condecorada, pelo governo francês, com a Légion d'honneur.

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Theodora

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Lady Macbeth

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Sarah e os personagens masculinos...

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Sarah e o cinema...

• Sarah Bernhardt foi uma das atrizes pioneiras do cinema, debutando em 1900 no papel de Hamlet, no filme Le Duel d'Hamlet.

• Veio a estrelar posteriormente oito outros filmes, além de dois filmes biográficos, um dos quais Sarah Bernhardt à Belle-Isle (1912), um filme sobre sua vida cotidiana em sua casa.

• Em 1906 rodou La Dame aux Camélies, com Lou Tellegem, e Elisabeth, rainha de Inglaterra, dirigida por Louis Mercanton.

• Em 1913 filmou Jeanne Doré, dirigida por Tristam Bernard. Esta película se considera a melhor rodada por Bernhardt e onde se pode observar o melhor da sua arte de atuar. O filme está preservado na Cinémathèque de Paris.

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Sarah atriz e empresária...• Sarah Bernhardt foi também a primeira atriz-

empresária do mundo do espetáculo, graças à sua relação muito tensa com o diretor da Comédie-Française, Perrin. Bernhardt rompeu seu contrato e se demitiu da qualidade de "Sócio Pleno" em 18 de Março de 1880. A Comédie pleiteou contra ela, ganhando na justiça: Sarah Bernhardt teve que renunciar à sua pensão de 43.000 francos que teria tido, caso tivesse permanecido por um mínimo de 20 anos a companhia, e além disso foi condenada a pagar 100.000 francos de multa - multa essa que a atriz nunca chegou a pagar.

• Depois de sua esplendorosa primeira viagem americana, que lhe havia feito ganhar uma grande fortuna, Bernhardt arrendou o Teatro Porte Saint-Martin, em 1883. Neste teatro produziu e atuou em obras como Frou-Frou e La Dame aux Camélies, entre outras; durante suas viagens, o teatro permanecia aberto e se estreavam obras continuamente, com distinto sucesso comercial. Bernhardt não duvidava em apoiar o teatro de vanguarda, assim e apesar do repertório clássico, no Porte Saint-Martin estrearam obras de novos autores que rompiam com o teatro tradicional. Depois de alguns anos, Bernhardt alugou o Teatro da Renascença, onde representou muitas obras de sucesso. Em 1899 alugou por 25 anos o enorme Theâtre des Nations, único teatro onde atuaria na França durante os últimos 24 anos de sua vida.

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Os últimos anos de carreira...• O século XX começou para Sarah

Bernhardt com um grande sucesso, L´Aiglon, de Edmond Rostand. A obra estreou em 15 de março de 1900 e obteve um sucesso triunfal. Sarah fez 250 representações da peça e, depois disso, fez outra viagem aos Estados Unidos para representá-la. Em Nova Iorque representou a obra na Metropolitan Opera House e também conseguiu um enorme sucesso.

• Em 1905, ao encenar a peça La Tosca, de Victorien Sardou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Sarah Bernhardt machucou seu joelho direito, durante a cena final em que deveria pular de um alto muro. Sua perna não se recuperou do ferimento. Em 1915 a gangrena havia tomado conta do membro, que teve de ser amputado inteiramente.

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Os últimos anos de vida...• Assim mesmo, ela continuou sua carreira, e, ao

contrário da crença popular, sem o uso de uma prótese de madeira (ela teria experimentado uma, porém não gostara). Realizou uma turnê de sucesso nos Estados Unidos em 1915, e, ao retornar à França, já iniciada a Primeira Guerra Mundial, a atriz decidiu fazer uma viagem às trincheiras francesas fazendo atuações para animar as tropas. Encenou doravante apenas produções suas, quase que ininterruptamente, até a sua morte. Entre seus últimos sucessos estão Daniel (1920), La Gloire (1921) e Régine Armand (1922). Sua condição física a forçou a ficar praticamente imóvel sobre o palco, porém o charme de sua voz, que teria se alterado muito pouco com o passar dos anos, garantia os seus triunfos.[8] Em 1922, vendeu sua mansão no campo de Belle Isle-en-Mer, onde havia rodado anos atrás Sarah Bernhardt à Belle-Isle, uma película-documental sobre sua vida. Rodava em 1923 um filme, La Voyante, em sua casa, no Boulevard Péreire, devido à sua saúde muito frágil, quando depois de rodar uma cena, desmaiou.

• Em 26 de março de 1923, Sarah Bernhardt morreu, de uremia, sob os cuidados de seu filho Maurice. Foi enterrada, perante uma multidão de admiradores, no Cemitério do Père Lachaise, em Paris.[9]

• No fim do século XX, recebeu uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood.

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Obras de teatro• 1862: Iphigénie de Jean Racine, no papel

principal, seu debut. • 1862: Valérie de Eugène Scribe • 1862: Les Femmes Savantes de Molière • 1864: Un Mari qui Lance sa Femme de

Labiche e Deslandres • 1866: La Biche aux Bois • 1866: Phèdre de Racine (como Aricie) • 1866: Le Jeu de l'Amour et du Hasard

(como Silvia) • 1867: Les Femmes Savantes de Molière

(como Armande) • 1867: Le Marquis de Villemer de Georges

Sand • 1867: François le Champi (como

Mariette) • 1868: Kean de Alexandre Dumas, filho

(como Anna Damby) • 1869: La Passant de Coppée, como o

trovador (Zanetto); seu primeiro êxito no palco

• 1870: L'Autre de Georges Sand • 1875: Rome Vaincue de Parodi

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Obras de teatro• 1871: 'Jeanne-Marie de Theuriet • 1871: 'Fais ce que Dois de Coppée • 1871: La Baronne • 1872: Mademoiselle Aïssé de Bouilhet • 1872: Ruy Blas (como Dona Maira de

Neubourg, Rainha da Espanha) de Victor Hugo

• 1872: Mademoiselle de Belle-Isle (como Gabrielle) de Alexandre Dumas

• 1872: Britannicus (como Junie) • 1872: Le Mariage de Figaro de Beaumarchais • 1872: 'Mademoiselle de la Seiglière de

Sandeau • 1873: 'Dalila (como Princess Falconieri) de

Feuillet • 1873: Chez l'Avocat de Ferrier • 1873: Andromaque de Racine • 1873: Phèdre (como Aricie) de Racine • 1873: Le Sphinx de Feuillet • 1874: Zaire de Voltaire • 1874: Phèdre (como Fedra) de Racine • 1875: La Fille de Roland de Bornier • 1875: L'Étrangère (como Mrs. Clarkson) de

Dumas filho

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Obras de teatro• 1877: Hernani (como Doña Sol) de Hugo • 1879: Phèdre (como Fedra) de Racine • 1880: L'Aventurière de Émile Augier • 1880: Adrienne Lecouvreur de Legouvé y

Scribe' • 1880: Froufrou de Meilhac y Halévy • 1880: La Dame aux Camélias (como

Maguerite) de Dumas filho • 1882: Fédora de Sardou • 1882: Théodora (como Theodora,

Imperatriz de Bizâncio) de Sardou • 1882: La Tosca de Sardou • 1882: La Princesse Georges de Dumas

filho • 1890: Cléopâtre, (como Cleópatra) de

Sardou • 1893: Les Rois de Lemaître • 1894: Gismonda de Sardou • 1895: Amphytrion de Molière • 1895: Magda (tradução da obra Heimat, de

Suderman ) • 1896: La Dame aux Camélias • 1896: Lorenzaccio (como Lorenzino de

Médici) de Musset

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Obras de teatro• 1897: Spiritisme de Sardou • 1897: La Samaritaine de Rostande • 1898: Medée • 1898: La Dame aux Camélias (como Marguerite

Gautier) • 1898: Jeanne d'Arc (como Joana d'Arc) de Barbier • 1898: Izéïl (como Izéïl) de Morand e Sylvestre' • 1898: King Lear (como Cordélia) de

William Shakespeare • 1899: Hamlet (como Hamlet) de Shakespeare • 1899: Antony and Cleopatra" (como Cleópatra) de

Shakespeare • 1898: Macbeth (como Lady Macbeth) de

Shakespeare' • 1898: Pierrot Assassin (como Pierrot) de

Richepin • 1900: L'Aiglon (como L'Aiglon) de Rostande • 1903: La Sorcière de Sardou • 1904: Pelléas et Mélisande (como Pelléas) de

Maeterlinck • 1906: The Lady From the Sea de Ibsen • 1906: La Vierge d'Avila (como Santa Teresa) de

Mendès • 1911: Queen Elizabeth (como Rainha Isabel) de

Moreau's • 1913: Jeanne Doré (como Jeanne Doré) de

Bernard

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