sabor da montanha

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Campos do Jordão Sabor da m o n t an h a

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Sabor da Montanha - Campos do Jordão

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Page 1: SABOR DA MONTANHA

Campos do Jordão

Sabor damontanha

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Aprecie na Montanha o que é da Montanha!

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O melhor chocolate.As melhores cozinhas.

São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007 - Diário de S.Paulo

Em Campos, grife não garante melhor chocolate

A coluna testou as barrinhas das principais fábricas de Campos do Jordão.Sabor Chocolate levou a disputa

A tarefa pode até ser doce, mas não é fácil. Escolher o melhor chocolate de Campos do Jordão, cidade conhecida pela variedade de guloseimas, é um desafio em que cada detalhe faz a diferença.(...)A coluna testou os sabores ao leite e meio a meio de 5 grandes fábricas de Campos do Jordão. A Sabor Chocolate foi a campeã nas duas categorias. Por ter uma barra mais fina, o produto não estava tão duro. No caso do meio a meio, a combi-nação dos dois doces foi a mais harmoniosa. O chocolate preto não era amargo nem doce, como o ao leite. Em ambos os quesi-tos, a guloseima era mais saborosa, caramelizada. (...)

Rua Dr. Djalma Forjaz, 103 - Loja 08Boulevard Geneve - Tel: 12 3663 3043

Rua Dr. Djalma Forjaz, 87 - QuiosqueAspen Mall - Tel: 12 3663 6030

Rua Macedo Soares, 140Tel: 12 3663 1777

Rua Dr. Djalma Forjaz, 103 - Loja 08Boulevard Geneve - Tel: 12 3663 3043

Rua Dr. Djalma Forjaz, 87 - QuiosqueAspen Mall - Tel: 12 3663 6030

Rua Macedo Soares, 140Tel: 12 3663 1777

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O melhor chocolate.As melhores cozinhas.

São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007 - Diário de S.Paulo

Em Campos, grife não garante melhor chocolate

A coluna testou as barrinhas das principais fábricas de Campos do Jordão.Sabor Chocolate levou a disputa

A tarefa pode até ser doce, mas não é fácil. Escolher o melhor chocolate de Campos do Jordão, cidade conhecida pela variedade de guloseimas, é um desafio em que cada detalhe faz a diferença.(...)A coluna testou os sabores ao leite e meio a meio de 5 grandes fábricas de Campos do Jordão. A Sabor Chocolate foi a campeã nas duas categorias. Por ter uma barra mais fina, o produto não estava tão duro. No caso do meio a meio, a combi-nação dos dois doces foi a mais harmoniosa. O chocolate preto não era amargo nem doce, como o ao leite. Em ambos os quesi-tos, a guloseima era mais saborosa, caramelizada. (...)

Rua Dr. Djalma Forjaz, 103 - Loja 08Boulevard Geneve - Tel: 12 3663 3043

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Rua Macedo Soares, 140Tel: 12 3663 1777

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CREDITOS

EDITOR

Wagner Rosa

FOTOS

Gil Rennó

DESIGNER GRÁFICO

Ronalt Willian

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2011 ©

Wagner RosaGil Rennó

Page 10: SABOR DA MONTANHA

Quando Paul Bocuse lançou a “La Cuisine du Marché” ou seja “A

Cozinha do Mercado”, ele redefiniu a culinária estabelecendo que o

melhor caminho é preparar pratos com produtos locais e encontrados

no mercado nas diferentes estações do ano. Sem necessariamente se

inspirar em Bocuse, a “Cozinha da Montanha” segue, naturalmente,

esses princípios, simples, mas sábios. O livro “Cozinha da Montanha”,

que reúne deliciosas histórias e indicações ainda mais saborosas sobre

produtos e restaurantes de Campos do Jordão, foi de extrema felicidade

ao dividir o conteúdo de acordo com as estações do ano. A cozinha

regional brasileira é hoje admirada e reconhecida pelos “chefs” de todo

o mundo, que incluem em suas receitas produtos das mais diversas

regiões do Brasil. Mas Campos do Jordão é diferente. Vai além do

regionalismo e criou uma culinária sofisticada, que emprega técnicas

A MAIS ALTA GASTRONOMIA DO PAÍS

Prefácio

Page 11: SABOR DA MONTANHA

internacionais de cozinha e conta com uma diversidade sazonal de

produtos. Não há no Brasil outra cidade com uma gastronomia tão

rica. E não há nenhuma região que tenha particularidades tão grandes

em cada época do ano. É claro que o frio da montanha é estimulante

para comer e beber bem, mas Campos do Jordão transcende seu

prestígio de inverno e oferece durante todo o ano um clima agradável

e propício para que possamos desfrutar sempre da cidade e de suas

generosas ofertas. Não só pela altura de seus 1.700 metros, mas pela

competência de seus restaurateurs, Campos do Jordão tem a mais alta

gastronomia do país. Visitando constantemente a área e deliciando-

me como nos melhores lugares do mundo, eu sou testemunha

disso. O livro “Cozinha da Montanha” vem, de forma oportuna e

encantadora, relatar e confirmar essa tradição.

Boni

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, começou no rádio em 1950. Em 1952, ingressou

na TV Tupi de São Paulo. Foi diretor da TV Paulista, TV Rio, TV Excelsior, TV Tupi (Telecentro)

e Rede Globo. Além do sucesso na TV, é um dos maiores gastrônomos do Brasil.

Page 12: SABOR DA MONTANHA

São inúmeras as cidades turísticas do Brasil e, particularmente, no estado de São Paulo. Campos do Jordão,

situada a 1.700 metros acima do nível do mar, é a cidade mais alta do país. Localizada no topo da Serra da

Mantiqueira, é dona de uma natureza exuberante e peculiar. Com quatro estações bem definidas, possui clima

temperado e friozinho o ano todo. Esse tempero todo estimulou o desenvolvimento de uma gastronomia rica,

criativa e de alto nível, como em pouquíssimos lugares no Brasil. Em qualquer época do ano, é possível desfrutar

as delícias da boa mesa. O clima é sempre perfeito para bons vinhos e pratos saborosos, simples ou sofisticados.

Num esforço coletivo, agregando a criatividade individual dos associados, há mais de quatro anos desenvolvemos

eventos gastronômicos de excelência e colocamos Campos do Jordão na mídia o ano todo. Com isso, estamos a

cada ano diminuindo nossa sazonalidade e não somos mais lembrados somente na temporada de inverno.

A Associação Cozinha da Montanha reúne hoje mais de 26 restaurantes, com proprietários, gerentes, chefes

de cozinha e equipes, dispostos a criar sempre boas motivações para que o nosso visitante sinta prazer à mesa.

São vários os eventos e as temporadas gastronômicas que visam a valorizar os ingredientes de boa qualidade,

preferencialmente os produzidos em nossa região. Como exemplo, temos a nutritiva truta, que aqui encontrou

as características climáticas perfeitas para a sua criação, o saboroso shiitake, o nosso nativo pinhão, o maravilhoso

chocolate ou, ainda, as fondues, os raclettes e as carnes de caça, que ganham novos sabores e temperos. Não

podemos esquecer as frutas vermelhas, que ganham espaço e produção abundante em nossas encostas.

Estes são alguns dos bons e gostosos motivos para vir desfrutar Campos do Jordão o ano inteiro!

Paulo César da Costa

ApresentaçãoA GASTRONOMIA NA MONTANHA

Page 13: SABOR DA MONTANHA

Dar sabor à divulgação da Cozinha da Montanha é tarefa e tanto...

e é uma delícia.

Henrique Coutinho, designer, há mais de 3 anos se delicia com esse trabalho.

Page 14: SABOR DA MONTANHA

Introdução

Quando fui convidado para editar este livro, recebi a missão de contar

a história da Cozinha da Montanha, uma associação de restaurantes que

realiza ao longo do ano vários eventos gastronômicos com ingredientes da

montanha. Assim, promove Campos do Jordão para todo o país por meio

de sua gastronomia. Mas o que estava por trás desse desafio era algo muito

maior. E para conseguir transmitir esse trabalho, tive que buscar a essência

de alguns ingredientes fundamentais para traduzir a filosofia que conduz e

motiva a existência desse grupo.

Depois de alguns meses de muitas pesquisas e descobertas gastronômi-

cas, cheguei a receita perfeita para conduzir os 76 pratos que comprovam

o sucesso de um movimento gastronômico iniciado no final da década de

1990, quando os restauranteurs despertaram para uma nova forma de en-

carar a gastronomia local.

EMPREENDEDORES DO SABOR

Page 15: SABOR DA MONTANHA

Várias ações, como o desenvolvimento técnico dos profissionais com a

chegada de uma faculdade de gastronomia à cidade, a reestruturação das cozinhas

por meio de novos equipamentos e o planejamento a longo prazo fizeram com

que hoje chegasse aos clientes que se sentam à mesa dos restaurantes um outro

universo gastronômico, rico em qualidade, inovação e muita tradição. Dessa

forma, a cada temporada gastronômica, mais de 20 chefs criam novos pratos à

base de ingredientes encontrados em Campos do Jordão. Respeitando o ciclo

natural das estações do ano, esses eventos conseguem mostrar aos que visitam a

cidade como é bom estar na montanha e apreciar o que é da montanha.

Fondue, raclete, chocolate, truta, frutas vermelhas, cerveja, pinhão e elas, as

ervas, sempre atrizes coadjuvantes, mas não menos importantes, dessa culinária

que busca exaltar a satisfação e o prazer de poder utilizar ingredientes frescos,

respeitar a natureza e poder compartilhar com você os sabores da monanha!

Wagner Rosa

Page 16: SABOR DA MONTANHA

Existem coisas que devem ser, obrigatoriamente, observadas quando se está

no inverno de Campos do Jordão: o ar da montanha, a beleza das araucárias, os

sabores da fondue e da raclette e o som das orquestras do Festival Internacional

de Inverno — pratos europeus e a música erudita que entraram em harmonia de

forma perfeita com a estância de inverno mas charmosa do país.

De origem francesa racler, raclette significa raspar. Nasceu com os cam-

poneses da região de Cantão de Valais, na Suíça, o costume de prender um

pedaço maciço de queijo no garfo, expô-lo na fogueira e, na sequência de seu

derretimento, raspá-lo para uma generosa fatia de pão.

Em 1909, durante uma exposição em Sion, a raclette f icou conhecida e, nas

últimas décadas, encantou paladares de todo o globo.

Uma boa raclette é preparada na racleteira que, dependendo do modelo, serve

bem de 4 a 12 pessoas. O queijo raclette é a atração do prato, mas é harmonizado

com outros queijos de consistência média, que derretem bem, como gruyere

e fontina. Acompanhada de vinho branco, é sempre bem vinda com batatas,

pickles, frios e também pinhões.

INVERNO

Page 17: SABOR DA MONTANHA

A fondue — sim, fondue é substantivo feminino — também surgiu na Suíça francesa por

volta do século XIII. Em francês, quer dizer “queijo fundido”.

Os povos dos Alpes produziam mais queijo do que conseguiam consumir e vender.

Diante do excesso de estoque, um dos produtores teve a ideia de derreter o excesso da

produção e, para melhor conservação, acrescentou o Kirsh, destilado local de cerejas.

A mistura reendureceria com o frio e não mais se estragaria. Depois, era só derretê-la

novamente. Durante o preparo da primeira experiência, um cidadão mergulhou no queijo

derretido um espeto com um pedaço de pão.

A fondue mais conhecida em Campos é a de queijo, mas as diversidades de sabores

fizeram com que outras opções — como de carne, com molhos, peixe, camarão e as versões

com pedaços de frutas mergulhadas no chocolate — se tornassem também grandes sucessos

gastronômicos há quase 50 anos.

A introdução do prato teve início da década de 1960, pelas mãos do suíço Joseph Jurt, que

veio gerenciar um dos principais hotéis da cidade. O prato começou a ser servido como alternativa

em dias de pouco movimento. O próprio Jurt elaborava a iguaria, uma forma de dar folga aos

funcionários da cozinha e não deixar os clientes com fome. Hoje, servida em praticamente todos

os restau-rantes locais, a fondue já pode ser considerada um prato típico da região.

E para inovar cada vez mais a Cozinha da Montaha criou, há alguns anos, uma parceria

inédita com o Festival Internacional de Inverno, para que a cada edição da Temporada

Gastronômica de Inverno os restaurantes se transformem em palco de fondues inéditas, criadas

pelos chefs homenageando o tema principal do festival. Mais um motivo para aproveitar o

inverno na Serra e saborear, sem culpas, raclettes e fondues.

Page 18: SABOR DA MONTANHA

ELSA SCHIAPIRELLI

Um bom cozinheiro é como um feiticeiro que

espalha alegria

“”

Page 19: SABOR DA MONTANHA

matterhorn raclete ao pinhão

Page 20: SABOR DA MONTANHA

A lareira e o som suave do piano

temperam as noites de sexta,

compondo um ambiente acolhedor

e aconchegante, perfeito para você

saborear a Truta ao Limone ou o

Petit Gateau Natalino e, no inverno,

assistir ao Festival numa das mesas

com amplas janelas para a praça,

degustando um delicioso Fondue

Chinoese,a luz de velas

Várias características elevam a Raclette ao Pinhão a

um dos clássicos da culinária de Campos do Jordão. Para

preparar a receita, comece cozinhando 500 g de batatas

inteiras com casca. Depois faça berços com a noseteira e

reserve. Enquanto as batatas cozinham, prepare o recheio,

colocando 1 dente de alho picado na frigideira com azeite por

dois minutos. Misture ervas finas e bata na batedeira com

100 g de manteiga até ficar cremoso e acrescente alguns

pinhões laminados. Depois de recheadas, coloque as batatas

na grelha superior da racleteira. Em uma tábua de madeira,

disponha em forma de leque 200 g de queijo raclete fatiado

e 200 g de frios enrolados: presunto, salame, copa, peito

de peru e salsichão. Coloque 200 g de pinhões cozidos e

inteiros no centro da tábua. Em uma travessa, coloque 100

g de champignons (cozidos e puxados no azeite com cheiro-

verde), 100 g de pickles e 100 g de tomates fatiados. Depois

é só derreter o queijo e saborear.

Campos do Jordão é a terra das montanhas magníficas,

onde sonhos aparentemente impossíveis são realizados e ventos

trazem pessoas que criam raízes e frutificam esse solo.

É o caso de Marilda Molina, bolsista no Festival de In-

verno de 1982. Acabou encantada pelo ar orvalhado e pela

Page 21: SABOR DA MONTANHA

beleza inigualável. “Jordanense sou, diga a Campos

do Jordão que fico”. A proclamação gerou cinco

“frutos”: os restaurantes Capivari, Baden Baden,

Davos, Matterhorn e Café Spaghetti Maggiore.

Mas os ventos sopram e, hoje, Marilda comanda o

Matterhorn Empório & Restaurante (Rua Djalma

Forjaz, 93, lojas 18 e 20, Vila Capivari, 12-3663-

1841). Criado em 1987, Matterhorn homenageia a

íngreme montanha de Zermatt, na Suíça, a qual

acolhe aventureiros, assim como acontece no res-

taurante. É possível apreciar as racletes ao pinhão,

as fondues e as trutas em um espaço com legítima

arquitetura medieval, que brilha à luz de velas.

Peça um ótimo vinho e entregue-se aos

encantos do pinhão incorporado a vários pratos: do

Nhoque ao Flambado com Sorvete de Creme. Passe

no empório — que já salvou notívagos esquecidos

— e leve-o em conserva.

Saia em busca das 13 privilegiadas mesas da

casa, de onde se pode admirar o Festival de Inverno

na praça central de Vila Capivari.

Page 22: SABOR DA MONTANHA

Depois do idioma, a comida é o mais importante elo entre o homem e a cultura. Comer

serve para nutrir o corpo, nutrir o espírito e estabelecer contato com os antepassados,

com os deuses

RAUL SEIXAS

Page 23: SABOR DA MONTANHA

bar mercearia camposfondue do chef

Page 24: SABOR DA MONTANHA

A ampla e disputada varanda,

coberta e aquecida, da

Mercearia Campos não fica

lotada à toa, no coração

de Vila Capivari, é lá o lugar

perfeito para curtir as noites

de inverno em Campos do

Jordão e aproveitar o cardápio

diferenciado e o atendimento

especial da casa

A Fondue do Chef é o prato dos casais em lua-de-mel no

inverno da Serra, e a harmonização ideal é feita com vinho e

com carinhos à beira da lareira. Para preparar a receita, corte 1

pão italiano em cubos e reserve. Aqueça 50 ml de vinho branco,

adicione 100 g de queijo ementhal, 100 g de queijo gruyère e 100

g de queijo fundido, cortados em cubos. Adicione 100 ml de leite

desnatado, 20 ml de kirsch (aguardente de cereja) e mexa até ficar

com consistência de creme. Sirva em uma panela apropriada com

réchaud, para manter aquecido durante a degustação.

Page 25: SABOR DA MONTANHA

Que tal pedir a Truta à Moda da Casa, o Salmão com Pinhão

ou a Tulipa de Massa Folhada (lembra a clássica casquinha)

com sorvete, acompanhado de frutas vermelhas

Na Mercearia Campos (Rua Vitor

Godinho, 25, Vila Capivari, 12-3663-

1252), o chef prepara o filé orgânico, que

tem o nome pomposo de Organic Beef. O

aroma é simplesmente delicioso. Assim são

as trutas, as fondues e a magnífica feijoada:

saborosas experiências.

Estar na Mercearia, aberta em 2001, cujo

nome é inspirado na Mercearia São Roque de

São Paulo, é saborear as quatro estações em

um só lugar, no ritmo do trenzinho. Se for

passageiro de paladar exigente, está no rumo

certo. Se quiser desembarcar no aconchego, o

ambiente é bem propício: lareira, aquecedor

e vista para o centro da vila.

Para acompanhar, que tal um chope

gelado ou um drinque da casa? Vá ao bar,

então! Lá é lugar para namoricos, bons

esbarrões e grandes encontros.

Na Mercearia Campos, você é aten-

dido à altura e nas alturas, como pede o

clima de Campos.

Page 26: SABOR DA MONTANHA

Os primeiros vestígios da descoberta do chocolate são datados de 1500

a.C., com a civilização Olmeca que habitava a região onde hoje é o México. O

cacau foi aproveitado pelos Maias e pelos Astecas em forma de uma bebida fria

e espumante, tchocolatl, considerada sagrada por esses povos. Nas cerimônias

religiosas, o cacau torrado era servido com especiarias e mel. As poderosas

amêndoas eram de grande valor naquele período: com cem delas, comprava-se

um escravo; com oito, um coelho. Hoje compram paladares variados.

Os conquistadores espanhóis introduziram o chocolate na Europa por o

considerarem um alimento energético. Antigamente, mulheres, sacerdotes

e nobres consumiam-no em cerimônias da Igreja Católica; depois o cacau se

popularizou com a adição de outros ingredientes. Os suíços, em 1875, tiveram

a ideia de misturar o cacau ao leite em pó, inventado por Henri Nestlé, dando

origem ao chocolate como é mais consumido atualmente.

Típico de clima tropical, o cacaueiro encontrou no Brasil um ambiente

ideal para o seu cultivo, em especial o sul da Bahia. A região de Ilhéus

chegou a ser a maior produtora de cacau do mundo, no início do século

passado. Hoje, nosso país é o maior produtor da América Latina, f icando

mundialmente atrás de Costa do Marf im e de Gana.

Page 27: SABOR DA MONTANHA

O surpreendente Cacau tem

além de suas amêndoas de onde

é extraída a matéria-prima do

chocolate, uma polpa suculenta

que rende um suco de sabor

exótico típico das frutas tropicais.

A história do chocolate em Campos do Jordão começa no

final da década de 1970, com a inauguração da primeira fábrica

de chocolates artesanais da região. Com a ascensão do turismo

ao longo das últimas três décadas, o chocolate tornou-se uma

das marcas da cidade. Tomar uma xícara de chocolate quente é

programa obrigatório nas noites de inverno jordanense.

Com várias fábricas conhecidas em todo o país por sua

qualidade, o chocolate de Campos é incorporado aos pratos

dos restaurantes da Cozinha da Montanha, visando obter o

máximo do sabor e do aroma em novas receitas, de forma

exótica e criativa. Mas além de proporcionar prazer com sabor

e textura, o chocolate também ajuda a saúde. Alguns tipos de

chocolate com mais de 70% de cacau em sua composição são

ricos em f lavonóides, substância associada à redução do risco

de desenvolvimento de doenças crônicas, graças a sua ação

antioxidante, que protege as células dos radicais livres.

O inverno na montanha reserva experiências únicas

para seu paladar.

Page 28: SABOR DA MONTANHA

DEFF HAUPT

O molho é o mais importante do prato, é o que faz a diferença de

país a país, porque os ingredientes principais todo mundo tem

Page 29: SABOR DA MONTANHA

spazio di paolo panzoti

Page 30: SABOR DA MONTANHA

O espaço externo coberto do

Spazio é ótima sugestão para

curtir o centro turístico de

Campos e pedir massas leves,

muito bem feitas, como o

Torteloni de Pinhão, ou pratos

regionais, como a Truta ao Risoto

de Alcachofra, ou ainda se deliciar

com o Cabrito & Pasta ao Molho

da Caça e Frutas Vermelhas, tudo

isso bem em Capivari

Muito além das barrinhas e das trufas que embalam

o inverno em Campos, o chocolate é utilizado como

ingrediente exclusivo em vários pratos, inclusive nas

massas. E o delicioso Panzoti não fica de fora. Para

preparar a receita, comece processando no cilindro

300 g de farinha de trigo, 2 ovos e 100 ml de água,

até que a massa fique homogênea e com consistência

firme. Recheie a massa com 100 g de ricota e coloque

para cozinhar por 8 minutos. Em uma panela média,

adicione 1 colher de chá de manteiga, 1 colher de

farinha de trigo e, em seguida, adicione 150 ml de

leite e 50 ml de creme de leite com uma folha de

louro. Fique mexendo ate virar um creme. Finalizado,

adicione 50 g de chocolate em pedaços (mínimo de

70% de cacau) e 50 g de nozes.

Não é preciso sair de Campos do Jordão para

sentir o sabor da Itália, ora ragazzo. Basta ir à Vila

Capivari e aterrissar no Spazio di Paolo (Av. Macedo

Page 31: SABOR DA MONTANHA

Soares, 486, 12-3663-4666), onde o tempero toscano

é sentido nas alturas.

Fundado em 1995, como Cantina do Piero,

e em 2004 rebatizado de Spazio di Paolo, o local

é aconchegante, cheio de lareiras para aquecer os

corações e os paladares ávidos por descobertas.

Detalhe: você também não se sentirá longe de Campos

nessa típica casa italiana, pois os mestres-cucas usam

ingredientes da montanha para elaborar magníficos

pratos, como a majestosa truta com pinhão, truta

marinada com arroz a piamontese e pinhão.

Ataque com o garfo a massa recheada com ricota e

farofa de pinhão coberta por molho branco, gratinada

ao forno. Para acompanhar, encha a taça com um

bom vinho. Aliás, a elegância dos rótulos preservados

na adega climatizada remete-nos às regiões italianas,

argentinas e chilenas a cada gole.

A Itália encontra-se nos acompanhamentos que a

casa oferece. Tudo baseado na arte de usar ingredientes

da região para elaborar pratos, harmonizando uma

maravilhosa parceria. Tudo artesanal, tudo delicioso.

Page 32: SABOR DA MONTANHA

ELIANA LENZ

A cozinha do prazer, do saudável, estar em

contato com a natureza, consumir na montanha o

que é da montanha

Page 33: SABOR DA MONTANHA

lenz gourmet ninho de chocolates

Page 34: SABOR DA MONTANHA

Lenz tem clima de fazenda de família, com

decoração muito bem cuidada e salão de

jogos para você levar a criançada, ou ficar

agarradinho com aquela pessoa com quem

você quer viver um romance gostoso, com

sabor de Brownie de Frutas Vermelhas

Uma receita que intriga crianças e adultos pela complexidade e beleza é o Ni-

nho de Chocolates com calda de rosas. Para preparar a receita, comece com o ninho,

amolecendo em banho-maria (separadamente) 100 g de chocolate meio amargo e

100 g de chocolate ao leite. Deixe esfriar, mas não completamente. Unte (camada

bem fina) com manteiga sem sal amolecida uma concha de metal revestida com

papel alumínio. Com um saco de confeitar de bico fino, faça fios na parte externa da

concha formatando um ninho. Intercale os fios entre o meio-amargo e o ao leite.

A palha é feita com macarrão tipo “cabelo de anjo”. Cozinhe 5 unidades

desse macarrão por 1 minuto e escorra. Molde em formato de ninho, com

depressão no centro. Depois frite em 1 litro de óleo, sem aquecer muito, por 3

minutos, em fogo médio. Asse no forno em 200°C por 30 minutos. Depois de

frio, regue abundantemente com a calda de rosas, que é preparada dissolvendo

250 g de açúcar em 240 ml de água. Enquanto cozinha, retire a espuma que

possa se formar na superfície da calda. Acrescente 200 g de mel, ½ colher de

sopa de água de rosas e 1 colher de sopa de suco de limão.

Faça os ovos amolecendo 100 g de chocolate branco (tipo cobertura) em

banho-maria e deixe esfriar, sem endurecer. Pincele o chocolate em 5 cascas de

ovo (vazias, esterilizadas com água sanitária e untadas com manteiga sem sal), in-

ternamente, até formar uma camada consistente. Deixe secar, de modo que fique

firme. Retire a casca do ovo, quebrando com cuidado. Para recheá-los, derreta

50 g de manteiga em banho-maria. Retire do fogo e acrescente 200 ml de suco

de maracujá bem forte e 190 g de açúcar, mexendo até dissolver completamente.

Acrescente 4 ovos inteiros, passados por peneira fina. Volte ao banho-maria e co-

zinhe, mexa até o ponto de pasta. Retire do fogo e acrescente uma pitada de sal e

Page 35: SABOR DA MONTANHA

Lá você ouve o

trem subindo a

serra, cortando o

silêncio da mata, o

som da cachoeira

e tem o privilégio

de curtir essa

paz saboreando

a Fondue de

Chocolate Quebra

Nozes ou a deliciosa

Compota de Pinhão

com Frutas Secas.

especiarias em pó, como cravo, pimenta-da-jamaica, gengibre,

noz-moscada, dissolvidos em um pouco de suco de maracujá.

Deixe esfriar. Faça um chantilly com 100 ml de creme de leite

fresco sem açúcar, misture no momento de servir ao doce de

maracujá. Com o saco de confeitar, recheie os ovos.

As folhas são feitas com 170 g de chocolate branco (tipo

cobertura). Amoleça em banho-maria, misture ¼ de xícara de

manteiga e gotas de corante alimentício (para chocolate) na

cor verde folha. Com algumas folhas de limoeiro, molde pelo

lado de trás, pincelando o chocolate, e deixe secar.

Do alto da majestosa montanha, a chef Eliana Lenz brinca

com as panelas de sua fazenda. Pela janela do Lenz Gourmet

(Estrada Paulo Costa Lenz Cesar, 2150, Gavião Gonzaga, 12-

3662-1077), ela arquiteta a próxima criação. Tudo começou

com a produção do Lenz Cake, em 1986. Em 2004, cresceu o

restaurante, hoje com capacidade para 150 lugares internos.

Lenz cheira poema, prosa, massas, peixes e frango. Além

disso, possui um toque especial do buffet de sobremesas, com

o sabor do Café Globinho preparado aos seus olhos. Aqui, as

crianças imperam com o famoso “Como Gente Grande”: mini

fondue de chocolate, servido com marshmallow e morango.

Lá fora, a vida corre conforme o curso do rio, que deságua na

Cachoeira do Gavião Gonzaga. Conquiste o mirante, onde se

vislumbra a paisagem do Vale do Lageado.

Page 36: SABOR DA MONTANHA

MARCUS TULLIUS CICERO

O prazer dos banquetes não está na abundância dos pratos e sim, na reunião dos amigos

na conversação

Page 37: SABOR DA MONTANHA

itália ristorante capeletti à bolonhesa

Page 38: SABOR DA MONTANHA

O ambiente externo impecável,

no centro de Capivari, a decoração

rústica dos alpes, mais a calorosa

recepção, tipicamente italianos, são

ingredientes indispensáveis para você

viver momentos muito agradáveis

com quem você gosta e pedir, seja o

Penne Alcapone, o Bacalhau Cantina

Itália ou ainda a saborosíssima Perna

de Cabrito, tutti delicioso

As massas, principalmente no inverno, sobressaem-se nos

cardápios dos restaurantes, tornando-se um boa escolha. O Itália

Ristorante apresenta o Capeletti à Bolonhesa. Para preparar a

receita, comece processando no cilindro 400 g de farinha de

trigo, 3 ovos e 150 ml de água, até obter uma massa homogênea

de consistência firme. Para o recheio do capeletti, refogue em

uma frigideira grande 2 dentes de alho picados, ½ cebola picada

e 50 g de bacon. Depois adicione 300 g de carne bovina moída,

noz-moscada, cheiro-verde e sal a gosto. Para o molho, cozinhe

4 tomates grandes picados com sal e pimenta.

Page 39: SABOR DA MONTANHA

Mamas e Papas enchem os olhos quando passam

pela Itália Cantina e Ristorante (Av. Macedo Soares,

306, Vila Capivari, 12-3663-2533). Também pudera,

o lugar, presente desde 1970 em Campos do Jordão,

tem jeito de casa da nona, com porções suculentas e

substanciosas de massas produzidas artesanalmente.

Que tal pôr no colo seu guardanapo listrado e se

servir com perna de cabrito, scarafuncceli, lasagna e

agnolotti à Donizetti?

Mesmo com todo esse tempero italiano, o Itália

Cantina e Ristorante oferece as famosas receitas

suíças de fondues. Veja só que interessante: a casa

possui exaustores especiais com sensores, tornando

o ambiente isento de fumaça e outros odores, para

não atrapalhar o preparo desses deliciosos pratos.

Outro atrativo são os ingredientes dessa abençoada

terra, incorporados às receitas. Não raro se deparar

com pinhão e truta, além do sabor marcante das

frutas vermelhas.

Da janela, a Serra da Mantiqueira lembra os

alpes italianos. Miragem? Não. É a sinfonia dos

variados sabores da montanha.

Page 40: SABOR DA MONTANHA

Quem aprecia uma truta, rica em ácidos graxos

ômega-3, não imagina o trajeto sinuoso que esse

salmonídeo passou para se fixar em terras brasileiras.

A principal espécie introduzida no Brasil foi a tru-

ta arco-íris (com nome científico atual de Oncorhyn-

chus mykiss). A primeira tentativa foi um lote de ovos

fecundados oriundos da Inglaterra, em 1913.

Os avanços da “naturalização” deram-se na

Serra da Bocaina a partir de 1949, com ovos trazidos

de Esbjerg, na Dinamarca, cujo objetivo era o

peixamento dos rios das regiões montanhosas, que

PRIMAVERA

sofriam também por não ter ambiente propício à

agricultura tradicional. O precursor desse trabalho

foi o médico veterinário Ascânio de Faria, auxiliado

pelo pescador amador Mathias Sandri.

Após várias tentativas de manejo do peixe nas

águas dos rios dessas regiões montanhosas com

registros de reprodução, foi em Campos do Jordão

onde obtiveram maior êxito na aclimatação do

peixe. Em 1953, foram realizados peixamentos e,

já em 1955, foi constatada a reprodução desses ani-

mais no rio Ferradura.

Page 41: SABOR DA MONTANHA

Os resultados obtidos motivaram o Departa-

mento de Produção Animal (DPA) da Secretaria

da Agricultura de São Paulo (hoje Instituto de

Pesca), dirigido por Pedro de Azevedo, a construir

um posto de salmonicultura em Campos do Jordão

(atual Estação Experimental de Salmonicultura Dr.

Ascânio de Faria), para realizar a produção de ale-

vinos. Mas durante muitos anos, o posto importou

ovos embrionados de truta de várias procedências e,

somente a partir de 1974, os ovos começaram a ser

produzidos artificialmente. A

partir desse ano, iniciaram-

se as reproduções artificiais.

No mesmo ano, foi instalada

em Campos do Jordão a Tru-

ticultura “Terraço Itália”, a

primeira truticultura comer-

cial do Brasil.

A popularização dessa

modalidade de piscicultura se deu em meados de

1980. Os motivos para a demora foram a carência de

novas tecnologias, de embriões e alevinos, além de

rações balanceadas para a criação. Por essas razões,

foi fundada em 1987 a Associação Brasileira de Tru-

ticultores (ABRAT). No início da década de 1980,

os restaurantes de Campos do Jordão já tinham truta

em seus cardápios e foi, naturalmente com o pinhão,

a protagonista das primeiras temporadas gastronômi-

cas realizadas pela Cozinha da Montanha.

Page 42: SABOR DA MONTANHA

HERVÉ THIS

Alguns restaurantes oferecem mais do que o combustível

para o corpo. Eles satisfazem o intelecto também

Page 43: SABOR DA MONTANHA

charpentier truite au fromage

Page 44: SABOR DA MONTANHA

No Terrace Charpentier,

que é um dos ambientes

gastronômicos do Hotel

Frontenac, a melhor idéia

é aproveitar os momentos

descontraídos e

especialmente românticos

à noite a luz de velas

A primavera é reinício, é despertar para a vida que ressurge

colorindo nossos campos. Esse renovar também acontece na cozinha

do chef Dias, que criou uma receita especial com o principal

ingrediente da estação: truta assada ao molho de queijo, champignon

e ervilhas frescas, acompanhada de purê de batatas e catupiry, é

a Truite au Fromage. Para preparar a receita, tempere com sal e

limão 1 truta fresca sem pele de 260 g (2 filés), grelhe e reserve.

Doure 1 dente de alho em lâminas em 1 colher de chá de manteiga.

Acrescente 50 ml de leite, 50 g de queijo provolone, 40 g de ervilhas

frescas, 60 g de champignon em lâminas e cozinhe por 5 minutos.

Prepare o purê com 2 batatas médias, 30 g de queijo catupiry

e 40 ml de leite. A montagem é simples, coloque os filés no prato,

acrescente o purê em duas porções e regue com o molho de queijo.

Finalize com 2 tomatinhos cereja, recheados com cubinhos de

provolone assados.

Sofisticação: sinfonia à alma, vida esculpida. Atributo do

Charpentier, restaurante do Hotel Frontenac (Av. Dr. Paulo Ribas,

295, Vila Capivari, 12-3669-1000).

O nome nasceu da associação entre dois elementos primordiais

de Campos do Jordão: o charme da arquitetura, em que a madeira

se faz presente, e o reconhecimento internacional do Festival Inter-

nacional de Inverno, onde protagoniza a música erudita.

Page 45: SABOR DA MONTANHA

Já no elegante e acolhedor salão principal, você pode degustar

o magnífico Medalhão de Filé ao Molho Cremoso de Pinhões e

Risotto de Champignon ou a Fondue Bien Marié, uma deliciosa

receita com camarão, sem falar nas sobremesas, como a de

frutas vermelhas flambadas, o Jubile de Fruits au Chartreuse

Charpentier (carpinteiro em francês), home-

nageia também Gustave Charpentier, autor da ópera

Louisie, escultor de grandes orquestrações com

temas singelos do dia-a-dia. Do mesmo modo, o

chef Dias esculpe pratos geniais com ingredientes

da montanha, como truta, pinhão, ervas, shiitake,

chocolate e frutas vermelhas. O resultado são

primores, como Camarão à moda da montanha,

Medalhão de filé ao molho de pinhões e os

flambados Piña colada caliente e Crepe Suzette. Por

qual optar? Faça como Baco, peça a premiada carta

de vinhos e beba ao espetáculo da gastronomia.

Aberto em 2001, Charpentier não é só uma

decoração sofisticada e confortável, mas também o

lugar para festejar o simples. Aprecie os plátanos da

avenida, através do envidraçado Terrace Charpentier.

É momento de ouvir a orquestra regida pelo maître

Oswaldo, sommelier Valter e chef Dias, que regem

o cardápio e a carta de vinhos, criados em extrema

harmonia para levá-lo a uma vivência de sensações

únicas que poderão ser experimen-tadas apenas na

Serra da Mantiqueira.

Page 46: SABOR DA MONTANHA

CALOCA FERNANDES(no livro Viagem Gastronômica Através do Brasil)

A melhor forma de se conhecer um povo é

conhecendo a sua comida

Page 47: SABOR DA MONTANHA

confraria do sabor truta assada

Page 48: SABOR DA MONTANHA

Certamente, o ambiente da Confraria está

entre os mais agradáveis da cidade. Neste

clima você pode apreciar no jardim de

inverno o maravilhoso Camarão com crosta

de côco, Fideo e molho de chocolate

Alguns dos motivos que levam um restaurante à excelência é a inces-

sante busca de seu chef por inovação, qualidade e novas experiências por

meio do paladar. Com esse objetivo, o chef Fernando Couto criou a Truta

Assada recheada com queijo boursin e agrião, purê de mandioquinha e

Beurre Blanc. Para preparar a receita, retire a pele e todos os espinhos de 2

filés de truta. Tempere a pele com sal e pimenta e asse em forno a 180ºC.

Inicie o recheio dourando ½ dente de alho picado em 10 ml de azeite, es-

pere esfriar. Misture 40 g de queijo de cabra, 5 talos de agrião limpo e picado

e 1 colher de chá de suco de limão. Bata para obter uma mistura uniforme.

Para a crosta, retire a casca e triture grosseiramente 60 g de pistache e

misture com 40 g de farinha de rosca. Passe a truta em 1 ovo batido e depois

na mistura de pistache com farinha de rosca.

Para elaborar o Beurre Blanc, coloque em uma pequena panela 40 ml

de vinho branco e deixe evaporar o álcool. Adicione 40 g de manteiga, 50

ml de creme de leite, 1 colher de café de estragão seco, 1 colher de café de

vinagre de maçã. Ajuste o sal e a pimenta e deixe reduzir até formar um

molho consistente.

Cozinhe 500 g de mandioquinha na panela de pressão até que esteja

macia para fazer o purê. Passe no espremedor. Coloque em uma panela,

adicione 50 ml de creme de leite, mexa bastante e, por fim, adicione 30 g de

parmesão, 20 g de manteiga e verifique o sal e a pimenta.

Finalize em uma frigideira, colocando um pouco de azeite. Doure as

trutas e coloque no forno a 200ºC, até que estejam completamente assa-

Page 49: SABOR DA MONTANHA

Tudo foi

meticulosamente

planejado para

você se sentir

privilegiado e viver

momentos únicos,

como saborear a

Costelinha Suína na

Bock com Mix de

Chips (mandioquinha,

batata, mandioca

e batata doce) e o

Soufflé de Alcachofra

das. No centro do prato, coloque o purê de mandioquinha

e, sobre ele, a truta. Coloque o Beurre Blanc ao redor e

decore com a pele da truta assada.

Campos do Jordão evoca sabores que agradam dos sin-

gelos aos mais refinados paladares. E um restaurante que

se dedica à arte de receber e servir é o Confraria do Sabor

(Av. Vitor Godinho, 191, Vila Capivari, 12-3663-6550).

Aberto desde 2002, o Confraria surpreende com sua

cozinha contemporânea, francesa e italiana, enriquecida

com ervas locais e dando o toque brasileiro a pratos deli-

ciosos. A valorização dos ingredientes locais fazem com

que o cardápio do Confraria seja criteriosamente pensado.

Isso pode ser apreciado em criações como o Risoto de alho

poró e emental, a Coxa de pato recheada com pera ao mo-

lho de laranja ou o Souff lé de palmito pupunha, algumas

das especialidades da casa.

Já na entrada do moderno e clássico restaurante, um

charmoso bar de espera para os dois ambientes, o salão prin-

cipal e o outro exclusivo para saborear as variadas fondues.

Vibre com os aromas que vêm das panelas. Além disso,

há uma adega exclusiva, com carta de vinhos competente,

American Bar e mesas dispostas em locais estratégicos para

que você não perca nenhum detalhe do festival de sabores

e texturas do Confraria do Sabor.

Page 50: SABOR DA MONTANHA

SANTI SANTAMARIA

As cozinhas são como um idioma, uma forma de

comunicação. Através da comida sabemos como as

pessoas vivem

Page 51: SABOR DA MONTANHA

baden baden

truta contempôranea

Page 52: SABOR DA MONTANHA

Fachada que já virou cartão postal

de Campos do Jordão dispensa

apresentações. No Baden Baden, que faz

pulsar o coração do centro turístico da

cidade, você vai se deparar com pratos

alemães maravilhosamente preparados,

cerveja artesanal, e muita, mas muita

gente bonita e divertida, precisa mais?

Destaque para a Salada de Verão, Pato

ao Molho de Frutas Vermelhas com arroz

natalino e o clássico Chucrute à Garni

Muito além de chopes e cervejas, salsichas

e joelho de porco com chucrute, a casa reserva

várias experiências gastronômicas, ricas em sabores

e inovações, principalmente em ingredientes da

montanha. O sanduíche de truta defumada, a Truta

Contemporânea, é um dos destaques do cardápio

regional. Para preparar a receita, grelhe 2 filés de

truta defumada de aproximadamente 300 g e reserve.

Lave e pique 4 folhas de rúcula e 1 folha de alface

americano. Adicione 1 tomate em concassê (cortado

em cubos e temperado), misture 2 colheres de sopa

de queijo cremoso, 1 colher de sopa de azeite, o suco

de 1 limão rosa e ajuste o sal. Feito isso, recheie a

truta e monte no formato de um sanduíche. Decore

com uma ciboulette.

Imagine seus sonhos já realizados e não pense de

outra forma. Assim foi concebida, em 1985, a choperia

e restaurante Baden Baden (Rua Djalma Forjaz, 93,

loja 10, Vila Capivari, 12-3663-3610), sonho que

transformou o local no principal ponto de encontro

Page 53: SABOR DA MONTANHA

de Capivari. Um novo empreendimento estava sendo

construído em Campos do Jordão, com o nome de

Boulevard Geneve. O ponto não ficava na Macedo

Soares, muito frequentada, mas mesmo assim o prédio

agradou e sua construção, em estilo enxaimel ― casas

em que a estrutura é feita de madeira preenchida com

tijolos ― contribuiu com a ideia de montar uma

choperia e restaurante, típico alemão.

Hoje a equipe da cozinha prepara o que há de

melhor na culinária alemã, regada com chopes

artesanais. Salsichas, Eisbein, chucrute e petiscos

têm alquimia própria com Bocks e Ales. A cada

receita, uma indicação do tipo de cerveja para

harmonização. Equações deliciosas que resultam

na longevidade do sucesso.

A história da Choperia Baden Baden foi

marcada por muitos episódios ao longo de mais

de duas décadas. Enquanto uns cresceram, outros

envelheceram, uns casaram, outros tiveram

filhos e a choperia sempre presente na vida dos

frequentadores de Campos do Jordão.

Page 54: SABOR DA MONTANHA

PAULA PIMENTEL

Cozinhar é uma arte. E como tal, tem que se deixar uma margem para a criatividade e a improvisação, sem abrir mão do respeito e da alquimia entre os alimentos. E como

toda arte deve aguçar os nossos 5 sentidos. E, utilizar ainda como ingredientes extras essenciais: o Carinho, o Amor e a Paixão.

E se desejar que quem a deguste o faça em clima de completa Amizade e Fraternidade, envolto no Segredo da Magia e no Retorno à nossas Raízes que torna tudo mais prazeroso

Page 55: SABOR DA MONTANHA

restaurant capivaritruta le champs

Page 56: SABOR DA MONTANHA

No Le Capivari entramos em contato com a

natureza em cada um de seus três ambientes.

Até mesmo no estacionamento da casa

sentimos a brisa orvalhada que vem do

verde intenso que circunda o restaurante e

seus jardins. Isso além de comer muito bem,

como por exemplo o Filet à moda do Chef, a

Bacalhoada à moda da Casa ou ainda atacando

o irresistível Magret de Pato com Laranja

Uma interessante integração dos ingredientes da

Mantiqueira acontece no prato primaveril Truta le

Champs. Para preparar a receita, lave 1 truta de

aproximadamente 300 g, abra o peixe e retire a espinha.

Tempere com sal, pimenta do reino e limão a gosto.

Deixe marinar por alguns minutos. Enquanto isso, leve

ao fogo médio uma panela com azeite e doure 2 colheres

de sopa de cebola bem picada e ½ colher de sopa de

alho picado. Quando estiverem dourados, adicione ½ de

xícara de shiitake fresco filetado e dê uma leve puxada,

para reservá-los. Em seguida, na mesma frigideira,

coloque 1 xícara de vinho branco seco, adicione caldo

de truta e deixe reduzir. Acrescente um pouco mais de

azeite e 1 colher de sopa de manteiga para encorpar.

Finalize devolvendo o shiitake nesse molho com salsinha

picada e acertando o sal e a pimenta do reino. Em uma

pa-nela, em fogo médio, misture 200 g de mandioquinha

amassada, 1 colher de sopa de manteiga, 1 colher de sopa

de creme de leite e 1 colher de sopa de parmesão, até que

fique com textura firme e aveludada.

Page 57: SABOR DA MONTANHA

Acrescente a salsa picada, verifique o sal e reserve.

Faça uma cama com o purê, sobre ele, disponha o filé

de truta já grelhado no azeite e o molho.

A amizade constrói relações sólidas, como pedra

fixa no topo da colina. Quando a chef Paula Pimentel

olha para as montanhas de Campos do Jordão, ela

sabe que lá encontra ingredientes que dão um toque

original às suas receitas, servindo de assinatura para

pratos clássicos da culinária internacional. Seus

experimentos são expostos no Le Capivari (Rua

Gilla, 20, Vila Capivari, 12-3663-4612).

O restaurante, criado em 1983, tem três ambientes,

com direito à lareira e vista para a exuberante região

serrana. É local para estreitamento de laços. A cozinha

ferve com a mescla de pratos, como trutas, fondues,

racletes, cordeiros, patos, avestruzes e salmões.

Embora contemporânea, não deixa de ser tradicional,

apresentando os conhecidos sabores do bacalhau, da

paella e da feijoada.

Deixe-se levar pela música suave. O ambiente

próprio para edificar o bom sabor, descobrir e ser

descoberto, comer bem e sentir-se em casa.

Page 58: SABOR DA MONTANHA

ALBERTO BERNARDINO

Assim como uma orquestra que consegue tirar sorrisos plausíveis de

toda uma platéia, unindo dezenas de instrumentos a um oceano de emoções;A gastronomia também

surpreende cada dia mais com sua infinidade de inovações, cores e

sabores que nos proporcionam sempre um delicioso espetáculo

Page 59: SABOR DA MONTANHA

serra da estrelatruta recheada

Page 60: SABOR DA MONTANHA

Em harmonia total com o cenário, o hotel

Serra da Estrela convida as pessoas de

bom gosto a conhecer seu esplêndido

restaurante. Para os apreciadores da boa

cozinha luso-brasileira, destaca-se o Carré

de Cordeiro ao molho de Gengibre

O agridoce também tem espaço na cozinha do Serra da

Estrela. Um bom exemplo é a Truta Recheada com risoto de

arroz preto e molho de goiaba. Para preparar a receita, escolha um

belo maço de espinafre, separe ¼ das folhas, lave-as e mergulhe

em água fervente. Assim que murchar, retire da água e reserve.

Pegue 2 filés de truta e divida cada uma em três, tempere com

sal e pimenta. Disponha as folhas de espinafre entre as partes,

empane-as com 200 ml de sopa de cebola e reserve. Cozinhe 60

g de arroz preto com água e sal durante 1 hora, escorra e reserve.

Pique 1 cebola e coloque em uma frigideira, acrescente 200 ml

de suco de goiaba já batido em liquidificador com 2 goiabas e

peneirado. Acrescente o suco na frigideira com a cebola e deixe

ferver por 6 minutos. Acrescente 1 colher de sopa de açúcar e 1

colher de chá de Ajinomoto. Tire a acidez com uma concha, corrija

com sal e reserve. Grelhe a truta em frigideira antiaderente com 1

colher de chá de manteiga. Tome cuidado para não desmanchar e

reserve. Frite 50 g de camarão, para o molho, com uma colher de

sopa de manteiga. Junte 30 g de alcaparras e 50 g de champignons.

Coloque também o arroz preto, acrescentando 1 colher de sopa de

creme de leite e 30 g de parmesão. Coloque o peixe sobre o risoto

no centro do prato, regue com o molho de goiaba e decore com

3 folhas de endívias.

Page 61: SABOR DA MONTANHA

Sem falar do Bacalhau

Serra da Estrela, ou o

Confit de Pato com

Purê de Pêssego,

receitas exclusivas

que unem a tradição

portuguesa com o

talento brasileiríssimo

dos chefs deste

restaurante que

é ponto obrigatório

para quem vem

conhecer a cidade.

Vou contar uma história real. Lá pela década de

1940, Alberto Bernardino foi tratar da tuberculose em

Campos do Jordão. Pois é, ele não quis mais sair de lá.

Nessas terras, décadas depois seu filho fundou o Hotel

Serra da Estrela (Rua Mário Ottoni Rezende, 160, Vila

Capivari, 12-3669-8000), inspirado na lusitana Serra

da Estrela, muito conhecida pelo queijo feito com leite

de ovelha e considerado o melhor do mundo.

O belo restaurante do hotel, inaugurado em

2004, acomoda 200 pessoas, com aquecimento

por calefação. Já no cardápio, impera a cozinha

internacional: Bacalhau Serra da Estrela, Confit de

pato ao molho de frutas vermelhas e Petit gateau

de papaia com chocolate. Delícias cujo segredo do

tempero está ao nosso alcance: a abençoada terra de

Campos dá majestosas trutas, pinhões, ervas finas,

frutas vermelhas, shiitake e shimeji.

Prove vinhos, coquetéis e aperitivos em um

pub ao lado do salão principal. O ambiente pede

alegria portuguesa com ginga brasileira. Casais

enamoram-se enquanto famílias celebram a vida

em jantares temáticos.

Page 62: SABOR DA MONTANHA

O clima ameno de Campos do Jordão não proporciona apenas o bem–estar. Ele também ajuda no

cultivo de diversos tipos de frutas, entre eles os frutos de baga, mais conhecidos como frutas vermelhas.

Delicados e com sabor exótico, os “berries”, como também são conhecidos, são muito apreciados

na gastronomia e também por àqueles que procuram alimentos mais saudáveis.

Os poderosos aspectos medicinais dos frutos de baga devem–se ao alto teor de antocianidinas

contido nos pigmentos. A substância favorece a visão, oferece enormes benefícios à pele e aos vasos

sanguíneos, além de serem ricas em Vitamina C e Betacaroteno.

Estes pequenos frutos repletos de sabor tiveram seu cultivo iniciado no Brasil na década de 1950

em Campos do Jordão, pelas mãos do barão Otto Von Leithner que trouxe as primeiras mudas

de framboesas para o preparo de geléias, as quais ficaram famosas pelo rótulo Homemade. Logo o

avanço das frutas vermelhas chega ao seu auge, com as destilarias desenvolvendo licores e vermutes.

Já na década de 80, muitos produtores desistiram da produção devido a concorrência dos países

vizinhos como Chile e Argentina que produziam mais e com maior qualidade. Passados alguns anos,

em 1989 o empresário Saint’Clair de Vasconcelos introduziu por esses arredores a cultura do mirtilo,

o blueberry, trazido do Chile, até então desconhecido em solo brasileiro.

VERÃO

Page 63: SABOR DA MONTANHA

A variedade de frutas

vermelhas é muito ampla,

onde se destacam: o morango,

a framboesa, o mirtilo, a

amora, as groselhas, e outras

subdivisões destes gêneros.

Na década de 90, produtores do Rio Grande do Sul tomaram o caminho

da introdução de novas culturas geneticamente melhoradas. Com isso, a Em-

brapa iniciou pesquisas de desenvolvimento de novas tecnologias. Por meio

de parcerias, estas variedades mais produtivas voltaram ao solo da Serra da

Mantiqueira, obtendo excelentes resultados de produtividade e qualidade.

Neste contexto, a região de Campos do Jordão que esteve na vanguarda da

produção, retomou recentemente com entusiasmo e, é considerada hoje a

maior produtora nacional, incrementando o turismo rural e gastronômico.

No verão, as frutas vermelhas estão no ápice de sua produção, desta

forma a Cozinha da Montanha às adotou como ingrediente principal da

Temporada Gastronômica de Natal. Seu sabor pode ser degustado em

receitas salgadas como massas e carnes, harmonizando molhos e claro,

dando o toque especial nas sobremesas. O vermelho natalino é tingido

com o carmim dos pequenos frutos vermelhos.

A região de Campos do Jordão hoje conta com uma área de mais de

50 hectares de cultivo e pretende alcançar 100 hectares nos próximos

anos. Os produtores contam com o apóio da Secretaria de Agricultura

e Abastecimento do Estado de São Paulo, representada localmente pelo

Núcleo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí.

Na Mantiqueira, não há somente uma natureza de encher os olhos.

Nela germinam as cápsulas do sabor: são os frutos de baga rejuvenescendo

corações, mentes e paladares.

Page 64: SABOR DA MONTANHA

SCHLÜTER(extraido do livro Gastronomia e Turismo)

As receitas culinárias constituem um bem cultural tão valioso quanto um monumento, já que possibilitam

entender a história de um lugar por meio de sua gastronomia

Page 65: SABOR DA MONTANHA

la galia

faisão às frutas vermelhas

Page 66: SABOR DA MONTANHA

Passeando pelo centro de Capivari

você certamente será convidado

a degustar os deliciosos fondues

e petiscos do La Gália Restaurante.

Ai vai uma dica, aceite o convite

e não pense duas vezes antes de

entrar e desfrutar do clima rústico

e o agradabilíssimo serviço desta

verdadeira taverna jordanense,

que oferece pratos suculentos

elaborados com carne de caça.

Destaque para o Javali ao Molho

de Pinhões, a Truta à moda Gália e

o Stinco ao Molho Malbec.

Altas temperaturas no verão marcam a colheita das fru-

tas vermelhas que harmonizam de forma extraordinária

com as carnes de caça. O Faisão às Frutas Vermelhas do La

Galia é um exemplo sofisticado do encontro desses ingre-

dientes. Para preparar a receita, corte um faisão de 1,2 kg

em 4 partes e coloque em um recipiente. Adicione sobre

a ave 2 dentes de alho amassado, 500 ml de vinho branco

seco de boa qualidade (Chardonay), 2 colheres de sopa de

azeite virgem, 1 buquê garni (tomilho, salsa, alecrim, salvia

e folhas de louro) e sal a gosto. Deixe na geladeira por no

mínimo 6 horas. Em seguida, coloque o faisão em uma

travessa refratária, regue com o molho de temperos, cubra

com papel alumínio e leve ao forno brando por aproxima-

damente 1 hora e 30 minutos. Assim que estiver macio,

retire do forno. Utilize o “fundo da ave” para o molho,

dissolvendo com 200 ml de água o resíduo do assado da

travessa no fogo, coe e reserve.

Para elaborar o molho, derreta em uma panela 120 g de

manteiga, doure 1 cebola média picada, acrescente o fundo da

ave, 1 colher de café de ervas finas e deixe apurar. Coloque aos

poucos 1 colher de farinha de trigo dissolvida em água para

encorpar o molho, corrija o sal e, por fim, acrescente 150 ml de

Page 67: SABOR DA MONTANHA

licor de cassis, 150 g de framboesa e 150 g de amoras (frescas ou

congeladas). Assim que começar a dissolver as frutas, reserve.

Como sugestão de acompanhamento, faça um risoto

de amêndoas. Monte o prato dispondo o risoto e coloque

o faisão assado sobre ele. Em seguida, regue com o molho,

decore com frutas frescas e sirva.

Se estiver perambulando por Vila Capivari e se deparar

com Asterix e Obelix, não se preocupe, você está perto do

Restaurante La Gália (Av. Macedo Soares, 340, 12-3663-

2993). Também pudera, lá o Obelix, frequentador assíduo do

lugar, tem pratos exóticos e deliciosos: Javali à Obelix assado

ao molho de ervas finas.

Ancorado ao Shopping Cadij desde 1996, La Gália (nome

da região onde hoje se encontra França, Portugal e Espanha)

abriga a culinária gaulesa em grande estilo: coelho ao mo-

lho de vinho tinto, bacalhau norueguês grelhado, fondues à

gaulesa (queijo, carne e chocolate) e, claro, truta e pinhão

bases da gastronomia de Campos do Jordão. Rústico, com

ares de taverna, o restaurante dá seu toque com três ambientes

para você, desbravador da montanha, apreciar.

Empunhe sua caneca e prepare seu estômago: os gauleses

vão invadir seu paladar!

Page 68: SABOR DA MONTANHA

JOSÉ VALENTIM FIALHO DE ALMEIDA

Um povo que defende os seus pratos nacionais defende o

território. A invasão armada começa pela cozinha

Page 69: SABOR DA MONTANHA

vila chãrabanadas fidalgas

Page 70: SABOR DA MONTANHA

A fachada discreta do Vila Chã

guarda o fervoroso e acolhedor

serviço gastronômico desta casa

portuguesa com capacidade

para até cem felizardos que

visitam o restaurante todo

decorado com temas lusitanos e

que recebe seus amigos clientes

como uma generosa taça de

vinho do Porto, para a gente se

sentir na terrinha-mãe

Tempo de reunir a família e ref letir sobre o ano que

está acabando, o Natal também é momento de saborear as

já tradicionais rabanadas. Mas no Vila Chã, elas têm sotaque

lusitano, são as Rabanadas Fidalgas. Para preparar a receita,

corte 2 pães de véspera (amanhecidos) em fatias, com um

dedo de espessura. Bata 3 gemas de ovos com 100 ml de leite

e 1 pau de canela, até obter um creme espumoso. Misture 1

cálice de vinho do Porto e coloque as fatias de pão na mistura

por 5 minutos, para demolharem bem. Após isso, frite em

gordura média (150º C aproximadamente), até ficarem bem

douradas. Retire e seque em papel próprio, polvilhando

200 g de açúcar e canela em pó a gosto, como cobertura da

Rabanada. Para elaborar a espuma de Ginjinha e o chocolate

de amêndoas, que acompanha as rabanadas, derreta 200 g de

chocolate em banho-maria, bata até criar o ponto cremoso de

espuma e acrescente aos pouco 50 ml de licor de Ginja ― fruto

agridoce da família das frutas vermelhas, seu licor é uma bebida

tipicamente portuguesa, eternizado até nos fados de Amália

Rodrigues. Coloque a mistura em um mix ou sifão para obter

uma espuma mais apropriada. Finalize em um prato pequeno,

faça uma cama de açúcar de confeiteiro, disponha a rabanada, a

espuma e decore com ginjinhas e lâminas de amêndoas.

Page 71: SABOR DA MONTANHA

Destacamos os deliciosos Truta com Crosta de Aveia, Molho de

Cebolinha, Arroz Selvagem e Branco com Maçã Verde Grelhada,

Arroz de Bacalhau com Pinhões e o Toucinho do Céu. Hmmmm....

Vila Chã é uma cidade ao norte de Portugal

que fica no pé da Serra da Estrela. Tem jeito

de Campos do Jordão, com o diferencial das

nevascas que ocorrem por lá. Um pedaço dessa

região se firmou, em 1999, em Campos. Trata-se

do restaurante Vila Chã (Av. Engenheiro Diogo

de Carvalho, 99, Vila Capivari, 12-3663-4702),

que é também a homenagem do proprietário à

sua mãe, nascida nessas terras lusitanas. Com essa

sensação de aconchego e de colo, o restaurante

apresenta uma taça de vinho do porto, conjugada

à típica Cozinha Portuguesa Clássica, sem perder

as nuances dos ingredientes jordanenses.

Enquanto aguarda o arroz de bacalhau com

pinhões, o chef Nelson Jr. prepara a truta com

molho de amêndoas, acompanhadas de batatas

sauté. Aliás, o chef é expert em Campos do Jordão,

pois desde sua infância saboreia pinhões tostados,

peras d´água, framboesas e amoras silvestres,

colhidas entre uma brincadeira e outra.

Em Vila Chã, carimbarás teu passaporte

para Portugal, sem saíres daqui.

Page 72: SABOR DA MONTANHA

RALPH WALDO EMERSON

A hospitalidade consiste de um pouco de lareira, um pouco de

comida e imensa quietude

Page 73: SABOR DA MONTANHA

baronesa von leithnertruta baronesa

Page 74: SABOR DA MONTANHA

Tudo é inspirado na natureza que rodeia o

Bistrô e no charme dos móveis antigos, que

compõem este lugar com clima romântico

e muito acolhedor, onde você vai poder se

deliciar com um dos destaque da casa: o

Fondue Mamãe Gansa, com frutas vermelhas

A agricultura na Serra é uma tarefa árdua, mas de resultados empol-

gantes. E uma receita que reúne em um mesmo prato três resultados, ou

melhor, frutos desse trabalho, é a Truta Baronesa, recheada com pinhão

ao molho de frutas vermelhas e arroz de ervas. Para preparar a receita,

tempere 2 trutas médias limpas (filé borboleta) com sal e pimenta e re-

serve. Para o recheio, misture ½ cebola pequena picada bem fina, 1 filé

de truta defumada picado, 150 g de pinhão cozido e triturado, 2 ramos

de salsa picados, 1 colher de sopa de manteiga, sal e pimenta-do-reino

branca moída. Com os filés abertos, coloque o recheio e feche-os juntan-

do as duas partes dos filés. Passe manteiga por fora das trutas e enrole-as

em papel-manteiga e, em seguida, em papel-alumínio. Coloque as trutas

em uma assadeira e leve-as ao forno pré-aquecido por 20 minutos.

Para o molho , coloque em uma frigideira 20 ml de azeite extra virgem,

leve ao fogo e refogue 1 cebola pequena picada bem fina até ficar macia.

Acrescente 150 g de frutas vermelhas (amora, framboesa e mirtilo), 2 co-

lheres de chá de açúcar, 1 colher de sopa de manteiga, 100 ml de vinho bran-

co tipo espumante, 1 ramo de tomilho, sal, pimenta-do-reino moída e deixe

cozinhar, mexendo de vez em quando por 10 minutos ou até encorpar.

Para preparar o arroz de ervas, cozinhe 2 xícaras de chá de arroz

e reserve. Selecione 3 ramos de salsa, 2 talos de cebolinha, 6 talos de

ciboulette, 2 ramos de tomilho e 1 ramo de alecrim. Pique e reserve. Em

uma frigideira, derreta 1 colher de sopa de manteiga, acrescente o arroz

e, em seguida, as ervas, misturando com cuidado.

Page 75: SABOR DA MONTANHA

Todas as frutas

vermelhas são

produzidas e

selecionadas na

própria fazenda, o

que talvez explique a

inigualável sensação

de provar um Ninho

de Berries ou o Ravioli

de Blueberry ao

Molho de Mirtilos

servidos neste recanto

de felicidade

Retire os papéis que envolvem os filés e corte as trutas

em duas partes, para que apareça o interior recheado.

Enforme o arroz de ervas no meio do prato, coloque as duas

partes por cima do arroz e, ao lado, risque com uma porção

generosa de molho de frutas vermelhas. Como decoração,

coloque um ramo de endro-dill ou uma tuille de grissini.

Cenário de filme, a fazenda Baronesa Von Leithner

(Av. Alto da Boa Vista, 3.025, 12-3662-1121) tem vista pan-

orâmica para a Pedra do Baú e seus magníficos jardins com

matas de araucária servem como pano de fundo para o vi-

sual. Fundada em 1942, a fazenda produtora de frutas ver-

melhas abriga um complexo de lazer e gastronomia.

A jovem chef Melissa Masotti vai buscar na planta-

ção as frutas frescas e saborosas que incorporam o menu

franco-brasileiro da casa. Com decoração clássica con-

temporânea, o salão principal, em formato octogonal,

além de obras de arte exibe belas antiguidades.

Ravióli de Blueberry, Truta Baronesa e Mil Folhas,

cogumelos e chocolate. Combinações que vão além do

agridoce nos recheios, como parmesão, amêndoas e mol-

ho de mirtilo.

Sinta-se como Nora Jones ou Jude Law em Um Beijo

Roubado (My Blueberry Nights), deguste o sabor de

blueberry e contemple o que só a montanha pode oferecer.

Page 76: SABOR DA MONTANHA

“A cerveja é a melhor prova de que Deus existe e nos quer ver felizes”. Essa frase, atribuída a Benjamim

Franklin, patriarca da independência norte-americana, pode ser considerada uma verdade absoluta para milhões

de apreciadores desse líquido sagrado.

A região, a época e a maneira como a cerveja surgiu são um mistério. Há indícios de que esta arte era praticada na

Mesopotâmia. Para os egípcios, era considerada uma bebida curativa. Os sumérios e os chineses também admiravam essa

iguaria, obtida de cereais, como a cevada e os grãos de arroz. Para muitos, é a bebida alcoólica mais antiga do mundo, pois

existem vestígios de sua existência há 8 mil anos. A bebida, como a conhecemos hoje, surgiu na Europa durante a Idade

Média. Produzida pelos monges nos mais variados estilos e tipos, foram eles que introduziram o lúpulo na composição,

substituindo os aromatizantes utilizados inicialmente e alterando o sabor e o aroma da bebida.

Em terras brasileiras, a cerveja consolidou-se com abertura dos portos, com a chegada da família real por-

tuguesa. Era trazida da Europa, principalmente pelos ingleses. As primeiras indústrias no Brasil foram criadas no

fim do século XIX, após a Proclamação da República.

Campos do Jordão, além das diversas atrações repletas de magia, orgulha-se de ser também a terra da cerveja.

Afinal, o sucesso da cervejaria fundada por quatro amigos em 1999, que expõe exemplares artesanais da típica

cerveja Made in Campos do Jordão, é apreciado por frequentadores que buscam uma boa, e premiada, ale. Não se

pode deixar de mencionar também os alemães que aqui se instalaram após a Segunda Guerra e viram o ambiente

propício para semear a cultura germânica em sabores, costumes e, claro, na bebida consagrada por nós brasileiros.

Outro fruto cervejeiro que germinou por meio da Cozinha da Montanha foi a Temporada Gas-

tronômica da Cerveja Artesanal, realizada todos os verões. Nesse evento, a bebida dos deuses é incorpo-

rada em novas receitas, criando-se pratos especiais. Após experimentações e inovações, a cerveja é compro-

vadamente uma das poucas bebidas que podem ser utilizadas como um ingrediente, de propriedade e sabor

marcantes, que se harmoniza com todas as estações do ano, principalmente com o verão da montanha.

Page 77: SABOR DA MONTANHA

A escolha dos

ingredientes para a

fabricação das cervejas

artesanais segue um

rigido padrão de

qualidade e utiliza

apenas água, malte,

lúpulo e levedura

Page 78: SABOR DA MONTANHA

SANTI SANTAMARIA

A cozinha, como ato de criação, é mais uma de nossas belas-artes. Emocionar, mais que

alimentar, é o nosso objetivo

Page 79: SABOR DA MONTANHA

araucáriacarré de javal i

Page 80: SABOR DA MONTANHA

A gastronomia francesa ganha toques tropicais no

verão da Serra e também na cozinha do hotel-escola

Senac. O Carré de Javali ao molho de Cerveja Bock,

guarnecido com tutu de feijão e mandioquinha, é

uma receita que ressalta essa relação. Para preparar a

receita, doure em uma frigideira 30 g de alho, 100

g de cebola e acrescente uma garrafa de 600 ml de

cerveja tipo bock, 500 ml de suco de laranja. Deixe

reduzir até o ponto de molho, finalize com sal e

pimenta do reino e reserve. Cozinhe 400 g de feijão

com folha de louro e tempere com 20 g de alho, 100

g de cebola e 40 ml de óleo. Finalize o feijão com sal

e 200 g de farinha de mandioca e reserve. Cozinhe

200 g de mandioquinha na água com sal e reserve.

Tempere 1,6 kg de javali com sal e pimenta e salteie

em uma frigideira.

Monte o prato com o tutu de feijão, a mandio-

quinha cozida e o javali salteado.

Finalize com o molho de cerveja, a salsa e

120 g de tomate para decorar.

Clássico e contemporâneo emolduram o acon-

chego e a sofisticação que esperam você no

Araucária, restaurante do Grande Hotel (Av. Frei

Orestes Girardi, 3.549, Vila Capivari, 12-3668-

6000). Fundado em 1944, as instalações do hotel

mantiveram seu estilo art noveau, com móveis

marchetados e tapeçaria belga, sem esquecer a

modernidade, com piscinas aquecidas e sistema

wi-fi. Em 1998, sob a direção Senac-SP, inseriu-se

o conceito de hotel-escola. O Araucária, em ho-

menagem à árvore que é símbolo de Campos, é

Page 81: SABOR DA MONTANHA

O Grande Hotel, referência

nacional de nossa hotelaria serve

em seu luxuoso e aconchegante

restaurante iguarias divinas, que

lhe farão esquecer de tudo o que

você já provou antes. Como o

Cuscuz Marroquino com Pinhões,

ou o Filet de Truta Sautée ao Molho

de Tomate e Calda de Pitú, com

Arroz Preto e Pontas de Aspargos

grelhadas e adocicar a boca com

as Gotas de Chocolate, Creme de

Maracujá e Sorvete de Pistache

caldeirão de ideias e palco para grandes festivais,

cujos sabores da alta gastronomia internacional

você pode desfrutar sem culpa.

Destaque para o Menu Degustação, modificado

periodicamente de acordo com as estações do ano

e seus ingredientes específicos. Truta e pinhão são

mesclados, Brasil e França compartilham sabores.

Aproveite o ambiente de decoração sóbria,

à luz de velas e som de piano, enquanto você se

surpreende com um menu cheio de experimentações.

Tradicional, sem deixar de ser inovador.

Page 82: SABOR DA MONTANHA

BRILLAT-SAVARIN

A descoberta de um novo manjar causa mais felicidade

ao gênero humano que a descoberta de uma estrela

Page 83: SABOR DA MONTANHA

fondue caramello

salmão red ale

Page 84: SABOR DA MONTANHA

No piso superior da loja de Chocolates

Caramello você vai se surpreender

com o Restaurante Caramelo. Sim,

pois este pequeno e confortabilíssimo

estabelecimento com capacidade para

50 pessoas serve pratos deliciosos,

mostra a cidade pelos olhos dos mais

renomados fotógrafos de Campos do

Jordão e ainda faz você se sentir em

casa com sua decoração. É diversão e

prazer garantidos. Destacamos ainda

a Truta Camenbert, o Mignon Roll e, é

claro, o Fondue Caramelo

Não é apenas de chocolate e caramelo

que são elaborados os pratos do chef Eduardo.

Criações contemporâneas, como Salmão Red Ale,

surpreendem pela harmonização dos ingredientes.

Para preparar a receita, tempere 250 g de salmão em

cubos com sal, limão e pimenta a gosto. Empane os

cubinhos, passando primeiro em 100 g de farinha de

trigo, depois em 1 ovo e, em seguida, em 150 g de

amêndoas trituradas. Frite-os no óleo em temperatura

média (aproximadamente 120ºC).

Em uma panela grande, coloque 500 ml de

cerveja Baden Baden Red Ale e 10 g de alho-poró.

Deixe reduzir pela metade em fogo médio. Peneire

para tirar o alho e finalize com sal a gosto.

Cozinhe 1 batata média, corte ao meio e retire

um pouco da polpa, formando uma canoa, e reserve.

Coloque 10 g de manteiga, 1 colher de sopa de

cebola picada em uma panela e deixe dourar. Coloque

50 g de shiitaki, 50 g de shimeji, 1 colher de sopa de

creme de leite e sal a gosto, sem deixar ferver.

Page 85: SABOR DA MONTANHA

Recheie as batatas com o molho de cogumelos

e cubra-o com 20 g de parmesão ralado. Leve ao

forno para gratinar.

Joãozinho e Maria rondam Campos do Jordão

em busca da casa com sabor caramelado. Seguindo

as trilhas, entre f lores e araucárias, encontra-se o

Fondue Caramello (Av. Macedo Soares, 148, Vila

Capivari, 12-3663-6763), doce restaurante, nascido

há dois anos, com 14 mesas que abrigam corações

aquecidos e paladares ávidos por descobertas.

O ambiente intimista encanta crianças de todas

as idades. Seis mágicos capturaram as imagens da

cidade que ilustram as paredes com as mais belas

fotografias.

Os alquimistas da cozinha buscam os ingredi-

entes da montanha, sequência de fondues de queijo

― gorgonzola, camembert e ementhal ―, pratos

harmonizados com pinhão e shiitake, além da so-

bre-mesa Don Juan, com frutas e queijos variados.

Que delícia! Campos do Jordão tem doce,

salgado e encanto encantado!

Page 86: SABOR DA MONTANHA

Em uma região única em biodiversidade, no bioma Mata Atlântica, e localizada no

sudeste do país entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, a Serra da Mantiqueira é

a guardiã de um dos maiores patrimônios da f lora brasileira.

Entre altitudes de 500 e 1800 metros, encontra-se uma árvore de copada majestosa,

voltada para o céu a cinquenta metros de altura e com um desenho característico: tronco

ereto que se ramifica apenas no topo e com galhos que crescem horizontalmente com

pontas curvadas para cima. Esta é a Araucária Angustifólia, ou Pinheiro Brasileiro.

OUTONO

Page 87: SABOR DA MONTANHA

Ameaçada de extinção, a Araucária vem sendo explorada — muitas vezes de forma ilegal — ao longo

dos últimos séculos. Poucas iniciativas de ref lorestamento são realizadas e suas populações foram reduzidas

a menos de 20% da área primária. Esta é uma situação crítica para uma espécie de grande importância

no controle da qualidade da fauna e da f lora do bioma Mata Atlântica. Mas para nos alentar e manter

as esperanças renovadas a cada ano, no outono, o seu fruto mata a fome dos homens e dos animais da

montanha. Uma amêndoa altamente calórica, o pinhão, possui valioso e essencial teor nutricional. Sua

polpa é formada por amido e é rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas.

Page 88: SABOR DA MONTANHA

MONICA SIMONSEN

A Cozinha da Montanha é o esforço conjunto e comum de pessoas

que partilham a necessidade de aprimoramento, conhecimentos e informações sobre gastronomia,

seus produtos e mercados

Page 89: SABOR DA MONTANHA

ecoparque pesca na montanha

sonho de pinhão

Page 90: SABOR DA MONTANHA

O outono começa a colorir a paisagem em tons pastéis e a

bruma fria envolve as manhãs da Serra. Chega a estação do pi-

nhão e o Sonho de Pinhão em Calda de Flor de Laranjeira é o

presente da ocasião. Para preparar essa sobremesa, ferva 500 g de

pinhão até amolecer. Descasque e coloque no forno para torrar.

Passe os pinhões torrados em um processador para ficarem com

consistência de farinha bem fina. Peneire e reserve 150 g. Misture

½ xícara de água de f lor de laranjeira, 125 ml de suco de laranja,

250 g de açúcar e faça uma calda. Coloque o suco de ¼ de limão,

deixe esfriar e reserve.

Misture 200 ml de leite com as 150 g de farinha de pinhão, até

obter uma massa lisa e consistente. Leve ao fogo moderado e colo-

que 1 pitada de sal, mexendo sempre, até obter uma massa firme

e bem lisa. Coloque em uma vasilha e deixe esfriar. Em seguida,

junte 4 ovos, 1 colher de sopa de polvilho azedo, 1 colher de so-

bremesa de sementes de erva-doce e 1 colher de chá de fermento

em pó, amassando bem com as mãos, até obter uma consistência

suficiente para fazer as bolas. Antes de fazer as bolas, unte as mãos

com manteiga. Frite em uma panela média com 1 litro de óleo

vegetal bem quente. Coloque-as sobre papel absorvente e espere que

fiquem secas. Em um prato, coloque 3 sonhos e 1 bola de sorvete de

creme. Derrame a calda e decore com raspas da casca de laranja.

O ambiente rústico do restaurante Pesca

na Montanha construído em madeira

da região e com 14 anos de tradição, faz

você sentir-se em casa. Situado em um

ecoparque, com mais de 100 mil metros

quadrados, você pode despertar o apetite

divertindo-se com algumas atrações locais

como passeios a cavalo, arco e flecha,

arvorismo, trilhas na mata, banhos de

cachoeira, tirolesa, bicicleta, oficinas de

arte... E depois um delicioso buffet servido

em fogão a lenha está a sua espera

Page 91: SABOR DA MONTANHA

Procure estar preparado para um ban-

quete de sensações ao passar pelos bosques

de pinheiros que levam ao Restaurante

Pesca na Montanha, ecoparque localizado

na divisa entre Campos do Jordão e São

Bento do Sapucaí (Estrada da Campista,

km 8, 12-9716-5017).

Pelo caminho, cheiro de pinhão e o

som do molho de laranja borbulhante na

panela aguçam seu paladar. As trutas, cria-

das no próprio local, podem também ser

preparadas na sua frente. Pratos como o

Papilote de Truta ao Molho de Mertilo ou

a colorida Moqueca de Truta são uma festa

aos olhos. Sem falar nas demais criações do

chef José Reis como o Acarajé com Vatapá

de Truta Defumada e Pinhão.

Depois deste dia delicioso, experimente

sentar perto da lareira, ouvir um piano

ou convidar um amigo para um jogo de

gamão ou xadrez e apreciar o pôr-do-sol.

Você não vai querer acordar deste sonho.

Destaque para o Risoto de Frutas Vermelhas com Castanha, a

Terrine de Truta defumada ao Molho de Aceto Balsâmico e a

Posta de Truta Grelhada ao Molho de Chocolate e Gengibre

acompanhada de Cuscuz Marroquino

Page 92: SABOR DA MONTANHA

NORMAN DOUGLAS

O verdadeiro cozinheiro é a perfeita junção, a única

perfeita, de artista e filósofo

Page 93: SABOR DA MONTANHA

soufflé de pinhãole foyer

Page 94: SABOR DA MONTANHA

Talvez o que mais expresse o clima outonal

na montanha sejam a suavidade das temperaturas

e a leveza do ar. Da mesma forma, o Soufflé

de Pinhão caracterizado pelo sabor suave do

pinhão e também pela leveza de sua textura e

consistência. Para preparar a receita, comece

aquecendo 1 colher de sopa de manteiga em

uma frigideira, acrescente 1 cebola pequena bem

picada e espere até murchar e dourar. Adicione 1

xícara de pinhão cozido, processados e cortados

em rodelas e deixe refogar. Tempere a gosto com

sal, pimenta do reino, salsa e cebolinha picados.

Deixe esfriar. Bata no liquidif icador ou na

batedeira 1 xícara de leite, 2 colheres de sopa de

farinha de trigo e 4 gemas. Incorpore aos poucos

ao pinhão já refogado e acrescente 4 colheres de

queijo parmesão ralado. Suavemente, junte as 4

claras batidas em neve e coloque no ramequim

untado. Asse em fogo moderado por cerca de 20

minutos. Sirva logo em seguida.

“Oui, je veux être à l’aise” ou “Sim, eu quero

estar confortável”. Não será difícil. Um local para

sentir-se assim é o Le Foyer Restaurant (Rua

Cantídio Pereira de Castro, 100, Vila Everest,

12-3663-2767).

Com sugestivo nome, Le Foyer significa lareira,

em francês, no sentido de “a aconchegante lareira

de casa”. O ambiente, fundado em 2005, tem três

lareiras, e sua especialidade é a gastronomia franco-

suíça. Fondues e racletes imperam. Ingredientes

frescos, vindos da região e preparados com muito

Page 95: SABOR DA MONTANHA

Aconchegantes lareiras, fumoir com

snooker para degustar cognacs e

charutos, estar com sofas e tv para

um licor ou café após o jantar: vários

ambientes para todos os estilos e

momentos fazem do instimista e

acolhedor Le Foyer um local para

descançar o corpo e restaurar as

energias do espirito, saboreando

quem sabe uma fondue de queijo

premiada, ou talvez uma Artichaut au shiitake (Alcachofra gratinada

com shiitake) e finalizar com uma

sobremesa de chocolate...(enviar o

título da sobremesa)

zelo e técnica, são valorizados em sua cozinha e

harmonizados com trutas, sopas, carnes e massas.

Intimista, o restaurante tem decoração

assinada por Ana Maria Rozette e foi instalado

numa típica casa com ares ingleses e sabores

franceses. O elegante bar convida a tomar

bons drinques. Sente-se e vislumbre a beleza

do iluminado jardim que colore as janelas e

sinta o prazer do Slow Food, a boa fórmula da

simplicidade e do sabor. Não alimente apenas o

estômago, mas também a alma e o coração.

Page 96: SABOR DA MONTANHA

LUIS FERNANDO PERETTI

Na gastronomia a imaginação não encontra limites, cabe ao

chef ousar e harmonizar, para despertar os sonhos e lembranças

Page 97: SABOR DA MONTANHA

safaripail lard de pinhão

Page 98: SABOR DA MONTANHA

O Safari é todo decorado com bichos

da savana africana e tem jeito de noite

interminável, recebe público jovem de

todas as idades, com muita energia e

bom gosto. Você pode escolher ficar

nas mesinhas da calçada e admirar o

movimento do centro de Capivari ou

degustar, mais aconchegantemente

no espaço interno, a Truta Al Maré, o

Fondue Penélope (de nutella) ou o

Risoto de Camarão Rosa com Mirtilo

ao Coulis de Frutas Vermelhas.

O clima frio apresenta-se nas tardes de outono e as refeições

com maior valor calórico fazem-se necessárias. Uma boa opção

para aquecer o estômago é o generoso Paillard de Pinhão com

arroz piemontese. Para preparar a receita, tempere com sal 1 filé

mignon de 180 g, recheie-o com 90 g de pinhão cozido laminado,

90 g de cenoura palito cozida e 90 g de queijo coalho. Prenda com

palitos e grelhe. Para o preparo do arroz piemontese, junte 100 g

de arroz cozido, 50 g de champignon fatiado e 50 ml de creme

de leite. Mexa em fogo baixo até o creme de leite incorporar ao

arroz. Adicione 20 g de roti de aves e mexa.

Page 99: SABOR DA MONTANHA

Para fazer o molho de pinhão ao cream cheese, leve ao

fogo baixo 100 ml de creme de leite, 80 g de cream cheese,

50 g de pinhão cozido e laminado, 30 ml de vinho branco

e 20 ml de caldo de carne, até f icar um creme uniforme.

Finalize o prato, cortando o Paillard ao meio, modele o

arroz com 150 g de ervilhas frescas, cozidas no vapor por

4 minutos, e regue o Paillard com o molho de pinhão.

Salpique salsinha e sirva.

As tribos africanas instalaram-se em Campos do Jordão

mais precisamente na região de Vila Capivari e emitem seu

sinal de fumaça com as panelas do Safári Restaurante e Bar

(Rua Djalma Forjaz, 139, 12-3663-4936).

Uma atmosfera com a temática do safári africano, des-

de a decoração até o cardápio farto e suculento. E quem

mexe o caldeirão por lá é a chef Michelle Peretti, que usa

o tempero local para fazer uma cozinha contemporânea

com estilo e muito sabor. Trata-se de uma diversidade de

aromas que lambuzam os sentidos.

O ambiente aconchegante tem direito a música ao vivo,

com tambores, guitarras e vozes que ecoam aos ventos para

fazer o ritual da dança da exultação. Deve ser por isso que

todas as tribos estão no restaurante Safári!

Page 100: SABOR DA MONTANHA

HERVÉ THIS

Temperos conferem malícia aos pratos. Aromas reavivam lembranças. Distinguir uns

dos outros é exercício ao qual o cozinheiro deve dedicar-se

para dominar sua arte

Page 101: SABOR DA MONTANHA

bia kaffee

bolo de pinhão

Page 102: SABOR DA MONTANHA

“Willkommen zu hause”,

muito provavelmente você

seja recepcionado desta

forma no Bia Kaffe, sim, pois,

lá, tudo lembra a Alemanha.

Tudo mesmo, desde os

uniformes, os pontos em cruz

muito especiais, até os pratos

delicadamente confeccionados.

Impossível não apreciar o Bolo

de Natal com Frutas Vermelhas,

a Schlachtplatte ou a Sahne

Forelle. Tão indispensável

quanto vir para Campos e

passar no Bia Kaffe

O pinhão é empregado como ingrediente nas

mais diversas receitas e uma das mais tradicionais é o

Bolo de Pinhão do Bia Kaffee. Para preparar o bolo,

bata muito bem 200 g de manteiga, 2 xícaras de

açúcar, algumas gotas de baunilha e 4 gemas grandes.

Peneire 3 xícaras de farinha de trigo para aerar e

acrescente ao creme intercalando com 1 xícara de leite

frio. Bata bem. Adicione 1 xícara de pinhão cozido e

moído e 2 colheres de chá de fermento biológico em

pó. Mexa devagar e misture levemente com 4 claras

em neve. Unte uma forma e polvilhe com farinha de

rosca. Asse em forno médio por 40 minutos. Deixe

esfriar um pouco e desinforme. Enfeite com açúcar

de confeiteiro e pinhões com casca.

Campos do Jordão reserva uma diversidade de

cores, raças e sabores que certamente impressionam.

Já pensou em ir à Bavária, sul da Alemanha, sem

sair de Campos? Basta seguir para Vila Capivari

e visitar Bia Dietrich, no Bia Kaffee Restaurante

(Rua Isola Orsi, 33, 12-3663-1507).

Page 103: SABOR DA MONTANHA

A cultura alemã comanda desde a elaboração dos

pratos até o ambiente, que lembra um típico bistrô

germânico, todo decorado com objetos de família.

Você vai realmente se sentir em casa, pois Bia

tira do baú seu livro de alquimia para preparar suas

desejadas e famosas sobremesas e gostosuras, como

o premiado Apfelstrudel, o carré de porco e chu-

crute. Lá se degustam receitas que, antes de ga-

nharem o paladar, fazem com que você coma

tam-bém com os olhos.

As delicadas garçonetes, tipicamente trajadas,

servem o Schlachtplatte — mix de carnes com

chucrute e batatas — Forelle (truta em alemão) com

manga gratinada. Criado em 1994, o Bia Kaffee

é a mistura da brasileiríssima Bia com seu esposo

Fred, descendente de alemães. Foi ele que colocou

o segundo termo na marca (Kaffee, grão de café)

como forma de aproximar essas nações.

Altitude, clima e temperatura: elementos

clássicos, que dão notas diferenciadas aos ingredientes

da Cozinha da Montanha!

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Razões que nos ligam aos antepassados

por meio dos sabores da terra, que

inspiraram desde sempre a gastronomia

de Campos do Jordão. Dos nostálgicos

festivais do Pinhão da década de 1960 à 1ª

Temporada Gastronômica do Pinhão, que

levou à fundação da Associação Cozinha

da Montanha, o pinhão é protagonista de

receitas de todos os sabores e tradições.

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2010