ruas literárias

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Artes Visuais 2010 | 2011 SESC São José dos Campos Av. Adhemar de Barros, 999 - Jd. S. Dimas - CEP 12.245-010 (12) 3904 2000 - [email protected] - www.sescsp.org.br Terça a sexta, das 13h às 21h30 Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30 O SESC São José dos Campos encerra o ano de 2010 com uma homenagem à cidade. Expõe por toda a unidade fotografias de cenas urbanas inspiradas por uma seleção de textos de escritores eleitos pela comunidade joseense para nomearem algumas das principais ruas e avenidas da cidade. Cinco fotógrafos de São José dos Campos, juntamente com o cura- dor, mapearam e identificaram essas ruas batizadas com o nome de alguns dos expoentes da literatura brasileira. A partir do estudo de suas obras, realizaram os registros imagéticos dessas localidades, ou de personagens ali encontrados, de forma que a composição fotográfica dialogasse com os trechos literários selecionados. As imagens produzidas a partir deste olhar particular encontram-se expostas em grandes formatos por diversos espaços do SESC São José dos Campos, aproximando o público da produção fotográfica local, além de valorizar e evidenciar a literatura que escreve nossa historia. Ruas Literárias a poesia está nas ruas Ruas Literárias a poesia está nas ruas Registrar ruas com nome de escritores. É a partir dessa idéia simples e desafiante que nascem as 14 imagens que você vê distribuídas por toda a unidade do SESC São José dos Campos. Com uma câmera na mão e muita literatura na cabeça, saímos por ruas e avenidas que ho- menageiam escritores importantes como Cassiano Ricardo, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Rui Barbosa, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira entre outros, espalhadas por vários pontos da cidade. O grande desafio estava em registrar momentos poéticos em ruas que, muitas vezes, passam despercebidas da maioria das pessoas, sem qualquer indício de que ali more a inspiração, o belo. Algumas têm apenas uma quadra, outras são comerciais, outras são grandes avenidas sem nada que nos remeta aos poetas a que estamos refe- renciando e reverenciando. Não voltamos só com imagens. Também voltamos com a certeza de que tais ruas escondem muito mais poesia (no sentido amplo da palavra) do que se pode imaginar. São elas que nos levam, ou melhor, nos elevam à poesia existente na obra de cada um dos escritores re- presentados nessa exposição, mestres que nos ensinam a ver. E a ser. João Correia Filho - Curador João Correia Filho é fotojornalista com especialização em Jornalis- mo Literário. Atua na área desde 1993 e desenvolve projetos envol- vendo literatura. Com mais de 15 anos de experiência, já se aven- turou pelo universo de escritores como João Guimarães Rosa, Ítalo Calvino e João Cabral de Melo Neto. Tem nos livros a grande fonte de inspiração para suas reportagens, publicadas em diversos jornais e revistas no Brasil e no exterior. A poesia está nas ruas a está nas ruas

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O projeto identificou ruas da cidade com nomes de escritores brasileiros e, a partir do estudo de suas obras, foram realizados registros dessas localidades de forma que a composição fotográfica dialogasse com trechos literários selecionados desses autores. Curadoria e coordenação do repórter fotográfico João Correia Filho, que desenvolve, desde 1993, projetos envolvendo literatura. Exposição que une fotografia e literatura. Ocupa, em grandes formatos, diversos espaços internos da unidade do SESC São José dos Campos. Além do curador, outros cinco fotógrafos da cidade assinam o trabalho: Cleiton Costa, Cristiano Caniche, Rique Fróes, Rodolfo Marcondes, Márcio Janousek.

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Page 1: Ruas Literárias

Artes Visuais2010 | 2011

SESC São José dos CamposAv. Adhemar de Barros, 999 - Jd. S. Dimas - CEP 12.245-010

(12) 3904 2000 - [email protected] - www.sescsp.org.br

Terça a sexta, das 13h às 21h30Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30

O SESC São José dos Campos encerra o ano de 2010 com uma homenagem à cidade. Expõe por toda a unidade fotografi as de cenas urbanas inspiradas por uma seleção de textos de escritores eleitos pela comunidade joseense para nomearem algumas das principais ruas e avenidas da cidade. Cinco fotógrafos de São José dos Campos, juntamente com o cura-dor, mapearam e identifi caram essas ruas batizadas com o nome de alguns dos expoentes da literatura brasileira. A partir do estudo de suas obras, realizaram os registros imagéticos dessas localidades, ou de personagens ali encontrados, de forma que a composição fotográfi ca dialogasse com os trechos literários selecionados.

As imagens produzidas a partir deste olhar particular encontram-se expostas em grandes formatos por diversos espaços do SESC São José dos Campos, aproximando o público da produção fotográfi ca local, além de valorizar e evidenciar a literatura que escreve nossa historia.

Ruas Literárias a poesia está nas ruas

Ruas Literárias a poesia está nas ruas

Registrar ruas com nome de escritores. É a partir dessa idéia simples e desafi ante que nascem as 14 imagens que você vê distribuídas por toda a unidade do SESC São José dos Campos. Com uma câmera na mão e muita literatura na cabeça, saímos por ruas e avenidas que ho-menageiam escritores importantes como Cassiano Ricardo, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Rui Barbosa, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira entre outros, espalhadas por vários pontos da cidade.

O grande desafi o estava em registrar momentos poéticos em ruas que, muitas vezes, passam despercebidas da maioria das pessoas, sem qualquer indício de que ali more a inspiração, o belo. Algumas têm apenas uma quadra, outras são comerciais, outras são grandes avenidas sem nada que nos remeta aos poetas a que estamos refe-renciando e reverenciando.

Não voltamos só com imagens. Também voltamos com a certeza de que tais ruas escondem muito mais poesia (no sentido amplo da palavra) do que se pode imaginar. São elas que nos levam, ou melhor, nos elevam à poesia existente na obra de cada um dos escritores re-presentados nessa exposição, mestres que nos ensinam a ver. E a ser.

João Correia Filho - Curador

João Correia Filho é fotojornalista com especialização em Jornalis-mo Literário. Atua na área desde 1993 e desenvolve projetos envol-vendo literatura. Com mais de 15 anos de experiência, já se aven-turou pelo universo de escritores como João Guimarães Rosa, Ítalo Calvino e João Cabral de Melo Neto. Tem nos livros a grande fonte de inspiração para suas reportagens, publicadas em diversos jornais e revistas no Brasil e no exterior.

A poesia está nas ruas

Ruas

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Page 2: Ruas Literárias

RELATOS DE EXPERIÊNCIASCristiano CanicheFoi durante o projeto "Retórica Imagem" que pude entender mais do processo de criação, leitura e edição de imagens. No "Ruas Literárias" colocamos a mão na massa literalmen-te: fomos para as ruas transformar linhas e até entrelinhas em imagens. Foi um projeto e tanto, que mudou muito a minha visão da fotografia.

Márcio Janousek Foi um trabalho muito interessante e gratificante, princi-palmente por reler autores que fizeram parte de minha infância, como é o caso do Monteiro Lobato. Com o Euclides da Cunha a dificuldade foi achar um texto e adaptá-lo à modernidade da rua que ganha seu nome. Também percebi que normalmente passamos por essas ruas e nem lembra-mos destes grandes escritores.

Cleiton CostaSinto-me honrado de poder participar como um dos cola-boradores do projeto Ruas Literárias, pois a experiência foi gratificante e muito enriquecedora. Buscar inspiração em textos de escritores consagrados da literatura brasi-leira adequando-os às sutilezas e peculiaridades das ruas que levam seus nomes foi um desafio e um prazer, que me ensinou a unir literatura e fotografia de forma prazerosa e enriquecedora.

Rique FróesUm projeto desafiador, que uniu criatividade, estética e poe-sia. Assim foi a aventura de participar do Ruas Literárias. Re-descobrir espaços que passavam despercebidos aos meus olhos e que de repente se tornaram parte de uma história, contada com textos e imagens. Agradeço a oportunidade de aprender muito como fotógrafo e como ser humano.

Rodolfo MarcondesDefino essa experiência com uma palavra: desafio. Primei-ramente pelo fato de ter que retratar trechos de obras de escritores brasileiros que não costumo ler, como o Macha-do de Assis e o Álvares de Azevedo. Além disso, tive que fotografar lugares que à primeira vista não diziam nada, com a missão de trazer boas imagens. Com o passar dos dias, a ideia tornou-se mais atrativa. Ruas, fotos e textos foram interagindo e fazendo mais sentido. Foi uma ótima experiên-cia. Desde o contato com fotógrafos da região e o trabalho de campo, até ver que uma imagem pode dizer realmente muita coisa.

MINIbIOSCristiano Caniche -Trabalha na área de Tecnologia da Informação e seu contato com a fotografia começou na era digital, com o surgimento de fotologs, blogs entre outros recursos da rede mundial. Em 2009, decidiu dedicar-se à fotografia, com a realização de ensaios pessoais e cobertura de shows.

Márcio Janousek é formado em Publicidade e um apaixo-nado pela fotografia em branco e preto. Atualmente partici-pa como membro e vice-presidente do Fotoclube Câmera & Luz em São José dos Campos.

Cleiton Costa nasceu em 1979, natural da capital paulista. Fotógrafo e professor de fotografia, atualmente desenvolve projetos fotográficos para agências de publicidade, jornais e revistas da região do Vale do Paraíba.

Rique Fróes tem 48 anos e é publicitário. Realiza projetos autorais envolvendo a cidade de São José dos Campos e prepara um livro sobre a comunidade do Pinheirinho. Faz parte do Fotoclube Câmera & Luz e da Fototech - Associa-ção de Fotógrafos Profissionais.

Rodolfo Marcondes tem 26 anos e é natural de São José dos Campos. Trabalhou cinco anos na área de turismo e recreação e hoje atua como Designer Gráfico. Fotografa há um ano e pretende profissionalizar-se.

PLANTAS bAIXASDisposição do Ruas Literárias no SESC São José dos Campos.

ÁREA DE EXPOSIÇÃO

COMEDORIA

ENTRADA

SOLÁRIOCONVIVÊNCIA

2

1

Térreo

AUDITÓRIO

ODONTOLOGIA

RAMPA 1° ANDAR

INTERNET LIVRE

RAMPA TÉRREO

SALA DELEITURA

43

5

67

8ELEVADOR

Piso Superior

17

1819

A12

P.H

P.E

SALA DE GINÁSTICA

MULTIFUNCIONAL

PISCINA

VESTIÁRIOFEMININO

VESTIÁRIOMASCULINO

ELEVADOR10

OFICINA

CORPO E ARTE

CORREDOR

9

1213 11

14

Piso Inferior

http://maps.google.com.brhttp://www.apontador.com.br

Encontre as ruas do projeto Ruas Literárias nos endereços eletrônicos:

AV. CASSIANO RICARDO

1Jo

ão C

orre

ia F

ilho

Além disso, os problemas municipais já esquecidos e os nacionais, também, renascem, sob a chuva.Os automóveis gritam, pedindo passagem,uns roucos, outros tocando um começo de música.Discutem prefeitura e tarde escuraa eterna questão do trânsito.Um trovão quis contar-me um violento segredomas soletrou, apenas. Que monstruosa verdadenão terá ele pretendido dizer-me?(trecho do poema Sob o guarda-chuva)

Jd. Alvorada2 OS SUBVIVOS

Na sobremesa os convivas alheios à fome de quem ficou sob a mesa. Não os seduzem os subvivos. Os subnutridos do subsolo. Os subjugados do subsolo. Todos os súditos do subsolo. E os que sub/irão ao solo pra exigir seu lugar ao sol, na feroz luta entre os vivos e os subvivos? E os que sob a mesa só roeram os ossos que sobraram da sobremesa?

João

Cor

reia

Filh

o

AV. CASSIANO RICARDOJd. Alvorada

3

João

Cor

reia

Filh

o

A maravilha de uma coincidênciarepete o acontecimento e lhe põe o número de ordem.O operário é, em menor ponto, um deusmovendo a máquina do dia e da noite.Uma roda quer dizer o infinito.Cada engrenagem é uma frase que as outrasengrenagens concluem.A máquina já adquiriu qualquer coisa de humano ede mágico.E já raciocina por nós; e, se é esfinge,será uma esfinge obsequiosa.Não nos propõe enigmas, como a sua irmã,nem nos concede prazo para a decifração obrigatória.Propõe coisas exatas.(trecho do poema a Festa da Máquina)

AV. CASSIANO RICARDOJd. Alvorada

RUA MONTEIRO LObATO

4

Már

cio

Jano

usek

A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca.A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabu-go, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.- E depois que morre – perguntou o Visconde.- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

(trecho do Memória de Emília)

Vl. Rangel

RUA MACHADO DE ASSIS

5

Rodo

lfo M

arco

ndes

COGNAC!... Vem, meu Cognac, meu licor d’amores!...É longo o sono teu dentro do frasco;Do teu ardor a inspiração brotandoO cérebro incendeia!...Da vida a insipidez gostoso adoças;Mais vale um trago teu que mil grandezas;Suave distração — da vida esmalte,Quem há que te não ame?Tomado com o café em fresca tardeDerramas tanto ardor pelas entranhas,Que o já provecto renascer-lhe senteDa mocidade o fogo!Cognac! — inspirador de ledos sonhos,Excitante licor — de amor ardente!Uma tua garrafa e o Dom Quixote,É passatempo amável!Que poeta que sou com teu auxílio!Somente um trago teu m’inspira um verso;O copo cheio o mais sonoro canto;Todo o frasco um poema!

Monte Castelo

RUA TOMAS ANTONIO GONZAGA

6

Cris

tiano

Can

iche

Mal vi o teu rosto, O sangue gelou-se, A língua prendeu-se, Tremi, e mudou-se Das faces a cor. Marília, escuta Um triste Pastor.A vista furtiva, O riso imperfeito, Fizeram a chaga, Que abriste no peito, Mais funda, e maior. Marília, escuta Um triste Pastor(trecho de Marília de Dirceu)

Jd. Paulista

RUA EUCLIDES DA CUNHA

7

Már

cio

Jano

usek

A RIRE quando pouco a poucoEssa idéia me abate e vence-me alterosa,De amargores repleta _ eu rio como um louco...E se ela ainda dói mais, e forte e tenebrosaSoe ao último ideal da minh’alma anilar,E vencer-me de todoEntão _ eu me ergo mais _ e _ desvairado o olhar_ Divinamente doudo _Eu rio, rio muito _ até chorar!...

Vl. Ema

RUA GRAÇA ARANHA

10 Cle

iton

Cos

ta

Nenhum preconceito é mais perturbador à concep-ção da arte que o da Beleza. Os que imaginam o belo abstrato são sugestionados por convenções forjado-ras de entidades e conceitos estéticos sobre os quais não pode haver uma noção exata e definitiva. Cada um que se interrogue a si mesmo e responda que é a beleza? Onde repousa o critério infalível do belo?(trecho de A emoção estética na arte moderna)

Jd. Esplanada

RUA ALVARES DE AZEVEDO

Rodo

lfo M

arco

ndes

Tenho por meu palácio as longas ruas;Passeio a gosto e durmo sem temores;Quando bebo, sou rei como um poeta,E o vinho faz sonhar com os amores.O degrau das igrejas é meu trono,Minha pátria é o vento que respiro,Minha mãe é a lua macilenta,E a preguiça a mulher por quem suspiro. Escrevo na parede as minhas rimas,De painéis a carvão adorno a rua;Como as aves do céu e as flores purasAbro meu peito ao sol e durmo à lua.(trecho do poema Vagabundo)

14

Vl. BetâniaJo

ão C

orre

ia F

ilho

INSCRIÇÃOA vida me foi sempre dúplice, angulosa. É cordial quando nega e escassa quando dá. Pois escreveu meu nome sobre uma onda cega.

13

E quando tenho fome me oferece uma rosa... Palavras. São as penas do meu pássaro lírico.

AV. CASSIANO RICARDOJd. Alvorada

RUA CASTRO ALVES

Cris

tiano

Can

iche

Ó pátria, desperta... Não curves a fronte Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador. Não miras na fímbria do vasto horizonte A luz da alvorada de um dia melhor?Já falta bem pouco. Sacode a cadeiaQue chamam riquezas... que nódoas te são!Não manches a folha de tua epopéiaNo sangue do escravo, no imundo balcão.Sê pobre, que importa? Sê livre... és gigante,Bem como os condores dos píncaros teus!Arranca este peso das costas do Atlante,Levanta o madeiro dos ombros de Deus.(trecho do Poema Os Escravos)

12Jd. Paulista

RUA CASEMIRO DE AbREU

Riqu

e Fr

óes

11 A VALSA

Tu, ontem,Na dançaQue cansa,VoavasCo’as facesEm rosasFormosasDe vivo,LascivoCarmim.Na valsaTão Falsa,CorriasFugias,Ardente,Contente,TranquilaSerena,Sem penaDe Mim

Vl. Ema

RUA MANUEL bANDEIRA

9

Cle

iton

Cos

ta

Andorinha, andorinha lá fora esta cantando:-Passei o dia a-toa, a-toa.Andorinha minha canção é mais triste:-Passei a vida a-toa, a-toa(trecho de Andorinha)

Jd. Indústrias

AV. RUI bARbOSA

8

Riqu

e Fr

óes

Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! De tanto ver triunfar nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. (trecho de Sinto Vergonha de Mim)

Santana