romance em palmela
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Foto novela realizada pelo 5ºK, na disciplina de`Área de Projecto.TRANSCRIPT
Junho . 2011
1,00 €
Página 2
Estamos em Maio e, numa bela tarde domingueira, os populares de Palmela passeiam-se pelos paços do castelo da vila.
Título do bloco interior
Os cavalheiros reúnem-se conversando sobre negó-cios….
Olha que bela prenda esta me
saiu!
...descansam após a ida à missa.
… ou namoriscam as moças casa-doiras.
As sopeiras coscuvilham sobre a vida dos patrões enquanto estes...
Então não é que ela fica até às tantas à espera dele e ele com a outra….
Ai que calores !
Jura que és minha!...
A tutora e os seus pupilos admiram a beleza do castelo e aproveitam para brincar:
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♪♫Fui ao jardim da Celeste, giro-flé giro-
flá...♪♫
Estamos perante um exemplar da arquitectu-ra ...
E se aquele ninho cair em cima da cabeça da professora?!
Ahhh!! Que sono!
Um, dois, três, macaqui-nho do chinês….
Lá vai uma, lá vão duas, três pombi-nhas a voar…♫♫
Ai, que já estou tonta! Tanta roda, tanta roda…
Nunca mais che-ga a minha vez.
Já atirei a pedrinha. Agora vou saltar e VOU GANHAR. AH, AH!
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O senhor padre, esgotado pelo sermão proferido às
suas ovelhas, observa de longe as suas intrigas e
pede a Deus perdão pelos seus pecados.
Nesta terra de Deus, pagam-se os pecados antes do
juízo final! O senhor capitão acaba de prender
Januário, por se enfiar nos lençóis da Albertina. Não
se deve cobiçar a esposa de outros! Cá se fazem,
cá se pagam!
Nesta terra de Palmela nem todos são pecadores, pois há quem nem possa pensar em libertinagens. Há quem
tenha de trabalhar para poder comer mesmo num domingo, dia Santo.
Em nome do Pai , do Filho e do Espírìto Santo. Amén.
Livra! Que as algemas estão perras…
Não fui eu. Não fui eu! O João da Silva é que lhe aqueceu os pés!
Olha a fruta fresquinha!
Ninguém vende melhor que a minha!
Comprem aqui fregueses!
Não é bem assim! A minha é boa e barata. Comprem aqui fregueses!
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A menina está tão concentra-da! Olhe lá que ainda queima a vista!
Ó Gertrudes, esta história é tão bonita. Quem me dera encontrar um amor como este de que o livro trata.
Eu quero casar com um homem que eu ame e não com alguém imposto pelo meu pai.
Alheada a tudo isto, Joaquina de Oliveira lia, acompanhada da sua criada Gertrudes.
Que bela histó-ria de amor...
Deixe lá estar menina, que há-de chegar a sua vez. O seu paizi-nho há-de arranjar-lhe um bom partido.
Serei dona do meu próprio destino!
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Nisto, um rapaz garboso e gabarola, passa apressado pelo jar-
dim. Quando troca olhares com Joaquina, tropeça numa pedra,
e cai a seus pés.
O cavalheiro aleijou-se?
Não abras os olhos, não!...
Está tanto calor que não aguento mais o raio da gravata.
Eh pá, será que estou a ver bem? São jeitooo-sas…
OOOH!!!! Ai ! Meu Deus!
Pobre coitado!
Joaquina, moça
bem educada,
correu em seu
auxílio. Sabia
que não devia
falar com
homens desco-
nhecidos, mas o
rapaz parecia-lhe
ser um cavalhei-
ro.
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Precisa de ajuda? Que rapariga mais formosa.
Só de olhar para os seus belos olhos, curei todos os meus males!...
João, de forma impulsiva, agarra-
lhe a mão calorosamente.
Por quem sois! Nunca fomos apresentados ! Não tendes o direito de tomar tais liberdades com a minha pessoa.
Não seja por isso. Chamo-me João da Silva e, se a sorte estiver do meu lado, serei vosso marido e dono do vosso coração.
PAFT!
Proíbo-vos de me dirigirdes mais a palavra, seu atrevido!
Joaquina estava indignada mas, estranha-
mente, o seu coração palpitava de felicida-
de. O amor paira no ar!...
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Joaquina e Gertrudes regressam ao solar familiar e, no aconchego do seu quarto virginal, comentam o sucedido.
Oh menina, diga-me lá? O que aconteceu para ter dado uma estalada àquele rapaz tão jeitoso.
Lá jeitoso ele é, mas cá para mim, um bocadi-nho convencido. Acre-ditas que teve a ousa-dia de dizer que há-de ser meu marido?
O seu paizinho não há-de aceitar que um rapaz de poucas pos-ses case consigo.
O dinheiro não é tudo na vida.
Albertina, governante da família,
que passava pelo corredor anexo
ao quarto da donzela, escuta a
conversa ...
Minha rica filha!... Tenho que ir contar o que se passa à Dona Maria Isabel.
Deixa cá ver de que estas duas falam...
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Posso interromper minha senho-ra?
Pois, minha senhora, pela conversa que acabei de ouvir, a nossa menina parece estar embevecida por um rapazola qual-quer!
O quê?! A minha princesa?! Ela só merece o melhor, e está em jogo o bom nome da famí-lia.
Dona Maria Isabel Oliveira demonstra verdadeira consternação, pois sabendo do carácter irascível do desembarga-
dor António Oliveira, seu esposo, teme pelas consequências dessa possível paixão. Decide então entabular uma con-
versa com a sua filha, para apurar a verdade.
Gertrudes, precisam de si na copa. Vá cumprir com as suas obrigações. Tenho que falar com a minha filha em privado.
É para já minha senhora.
Que se passa mãezinha? A Ger-trudes ia agora preparar o meu banho e mandaste-a embora.
Isso não é importante… Meu anjo, acabaram de me contar algo que me deixou consternada e preciso que sossegues este meu coração de mãe.
Não perdem pela demora. Aquela parva ingénua da menina, quando menos esperar ele já será meu!
Que raiva. Gertru-des faz isto, Gertru-des faz aquilo. Estou farta desta vida!!
Em conjunto com o seu irmão Zé Tó, jardineiro da residência, Gertrudes con-
gemina um plano cujo objectivo é manchar a reputação de João da Silva.
Gertrudes ambiciosa e mesquinha, decide
então que está farta de ser criada. Como a
sua família é pobre, a única possibilidade de
melhorar a sua vida é o casamento.
Mas que modos Albertina?! Pare-ces-me alterada.
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Joaquina prepara-se para o banho e recorda o encontro com aquele
belo rapaz.
Entretanto, Gertrudes põe o
seu plano em marcha.
Com a ajuda do meu irmão Zé Tó, este plano vai resul-tar.
Maninho, preciso que me ajudes a pôr em prática um plano.
Bem, bem, aposto que me vais meter em sarilhos.
Conheci um jeitoso e pelo que me informei vai herdar uma fortuna.
Toma atenção! Eu sei que o João da Silva pretende cortejar a menina e temos que fazer com que a família não o aceite. Vou-te explicar o meu plano...
Está descansada.
Vai tudo correr como planeaste. Confia em mim maninha.
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No âmago da noite estrelada, embrenhada nos seus pensamentos, Joaquina ouve algo bater na janela do seu
quarto. O seu coração dispara e, ao abeirar-se da dita, vê os seus anseios realizados.
Olá minha Julieta. Se Sakespeare fosse vivo, faria concerteza uma peça inspirada na sua beleza.
Se eu sou a Julieta quem serás tu?
Neste exacto momento, o desembargador António Oliveira, pai de
Joaquina, chega de uma reunião tardia no tribunal de Setúbal. Ao
aperceber-se do que se passa esconde-se atrás de um arbusto.
A sua filha está prometida a D. Augusto,
homem de sangue azul. Os seus planos
estão em risco.
Decide então que o melhor será contactar o
detective Rodrigo Marques.
O teu Romeu, minha pombi-nha!... O meu coração pertence-te desde o primeiro dia que te vi.
Mas o que é isto?
Amanhã, logo pela manhã, vou falar com o detective.
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Com o passar dos dias, o amor entre Joaquina e João crescia. Estavam tão cer-
tos dos seus sentimentos que decidiram enfrentar o pai de Joaquina. Num belo
dia, João, cheio de coragem, resolve pedir a mão do seu amor em casamento.
Tenho que ir falar já com a mãezi-nha.
Já não se pode confiar nos criados. De certe-za que foi alguém cá de casa que o roubou. Temos que chamar a polícia para averiguar quem é o malfeitor.
Estou aflita minha mãe. Alguém me roubou o colar de pérolas da avó.
Asseguro-lhe que não se arrependerá de ter contratado os meus serviços.
Pretendo que me descubra que tipo de pessoa é João da Silva, quais as suas origens e se tem bens.
Mal os primeiros raios de sol
surgiram no horizonte, o
desembargador António Oliveira
dirige-se ao encontro com o
detective Rodrigo Marques.
Sei que sois uma pessoa discreta e competente e pretendo encomendar-lhe um serviço. Se for bem sucedido, será devidamente recompensado.
Joaquina
prepara-se para mais um
encontro, às escondidas,
com João da Silva. Pro-
cura o colar de pérolas
para se enfeitar, mas...
Meu Deus, o meu colar?! Onde está? Lembro-me de o ter tirado ontem à noite e guardado na caixinha.
Eu sou a encarnação de Sherlock Holmes. Resol-vo o caso num piscar de olhos.
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Chegado à casa de Joaquina, é recebido por Zé Tó, irmão de Gertrudes,
que, de forma solícita, o deixa entrar. Ao encaminhar João da Silva para os
aposentos do senhor desembargador, tenta desesperadamente, colocar o
colar de pérolas no bolso do casaco de João da Silva. No entanto, não é
bem sucedido. Apreensivo, conserva o colar escondido no bolso.
A que devo esta visita meu rapaz?
Bem, eu queria…eu… Venho humildemente pedir a mão de sua filha em casamento, senhor.
O QUÊ?!
Senhor Desembarga-dor, o senhor detecti-ve e um agente da policia pedem para ser recebidos.
Entretanto
são interrom-
pidos pela
chegada de
Albertina.
Mas, o que vem a ser isto meus senhores?
O detective e o agente da policia entram. Após as diligências que levei a cabo, tenho razões para desconfiar da boa índole desse senhor.
O senhor conhece-me de algum lado?
Boa tarde, meu senhor. Pode conce-der-me a sua atenção?
Como me vou safar desta?...
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Ainda não tive o prazer, mas não há ninguém nesta vila que não saiba das suas desventuras.
Ofende-me cavalheiro! Tendes provas do que afir-mais?
Já com todos reunidos os dados estão lançados…
O senhor polícia, a pedido da Dona Isabel de Oliveira, decide inquirir todos os presentes de forma a
apurar os responsáveis pelo furto do colar de pérolas . Tinha razões para desconfiar de João da Silva
devido a uma denúncia anónima. Joaquina, ao ouvir as acusações feitas ao seu amado, sente-se frus-
trada e tenta desesperadamente defendê-lo.
Temos sim, senhor! O senhor Desem-bargador, importa-se de chamar a meni-na sua filha, a sua aia Gertrudes e o jardineiro Zé Tó?
O quê? Encontravam-se às escondidas? Debaixo do meu bigode?!
Assim é, meu pai. Namoro com o João . E sim, meu pai, vou casar com ele, pois o seu passado não me importa. Estou farta que o senhor controle a minha vida. Com ou sem a sua bênção, mesmo que me deserde, vamo-nos casar!
Todos os presentes estão
estupefactos, pois nunca a
menina Joaquina se tinha
imposto ao seu paizinho.
O amor tem destas coisas!
Será que alguém se importa de me ouvir? O senhor polícia está a cometer uma grande injustiça. O meu colar não pode ter sido roubado pelo João, porque das vezes que nos encontrámos já não o tinha.
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Seu grandessíssimo,… A aproveitar-se da minha virtuosa filha.
Nunca a desrespeitei, meu senhor. Amo-a mais que a própria vida!
Aproveitando-se da confusão gera-da, Gertrudes tenta, sorrateira-mente, escapar-se da sala.
Parem já com isso!! Não admito que lutem por minha causa, ignorando a minha presença.
Já não percebo nada disto! Mas que grande imbróglio!
Elementar, meu caro! Posso afirmar que o ladrão, ou melhor a ladra, é a aia. A empregada é a úni-ca pessoa que sempre teve acesso ao quarto da nossa menina Joaquina. Foi ela que , aproveitan-do-se da confiança de que desfrutava, roubou o colar, e com a cumplicidade de seu irmão, tentou destruir a reputação do senhor João da Silva.
Mas porquê, Gertru-des?! Sempre te tratei como uma amiga. Achava que eras uma pessoa integra e por isso te confiava o que de mais intimo me ia na alma. Em situação alguma achei que me serias desleal!
Minha grandessís-sima ingénua. Mas tu achas que vou ser criada para sempre??Sou mui-to mais mulher do que tu. Não mere-ces um homem como ele.
Posso ir para a prisão mas não vou sozinha.
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Prendam-me esta víbora e revistem o jardineiro.
Voltei a esquecer-me de pôr óleo nas algemas.
Sou mesmo um ás do crime.
Braços para o ar e pernas afastadas, já!
Estou tra-mado...
Calma aí. Vê lá onde pões as mãos.
O que é vivo sempre apare-ce.
Maldita sejas, Gertrudes!
O senhor polícia exercendo o
seu dever prende Zé Tó e
Gertrudes. Perante os factos
apresentados o desembarga-
dor toma consciência que
esteve prestes a cometer
uma grande injustiça e aceita
o pedido de casamento feito
à sua filha.
Peço desculpa meu rapaz.
Compreendo os seus receios, meu senhor. O meu passado não foi o melhor, mas pela sua filha tornei-me um cavalheiro.
Aceito sim, meu Romeu.
Meu anjo, aceitas a minha mão em casa-mento?
O tempo passou e os preparativos
do casamento iam de vento em
popa. Orgulhoso da sua filha, o
desembargador organizou a boda,
convidando a alta sociedade palme-
lense. A igreja de S. Pedro foi deco-
rada para receber os nubentes.
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Numa bela manhã domingueira, tocam os sinos em Palmela. João da Silva, aceitas esta mulher por tua espo-sa, prometendo respeitá-la, na saúde e na doen-ça, na riqueza e na pobreza, até que a morte vos separe?
Este é o dia mais feliz da minha VIDA!
Ela está linda! Sim, aceito.
Já és minha, finalmente.
Ai, que o coração me salta do peito!
Viva aos
noivos!!!
Dlin!!
Joaquina, meu amor, já não aguento mais esta gravata.
Dlong!! Fim
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A turma do 5º K da Escola Básica Hermenegildo Capelo de Palmela agradece a valiosa
colaboração dos respectivos Encarregados de Educação, do Senhor Padre José Maria da
Igreja de São Pedro, da professora Saúde Fortuna, da assistente operacional Cláudia do
Centro de Recursos e da Câmara Municipal de Palmela, que possibilitaram a concretização
deste projecto.
Edições Paraíso
Título: “Romance em Palmela”
Data de Edição: 27 Maio de 2011
Autores: Alunos do 5ºK
Redactores: Ivete Alves e Clara Sousa
Fotografia: Clara Sousa
Impressão: Câmara Municipal de Palmela
Morada: Rua da Escola Preparatória Hermene-
gildo Capelo, nº2 2950-246 Palmela
Página 19
Textos escritos de acordo com a antiga ortografia.
Página 20
Joaquina ……………………………… Ana Sofia Plácido
Gertrudes …………………………….. Miahela Farcas
João da Silva………………………… João Gomes
Albertina……………………………… Joana Vieira
Maria Isabel Oliveira………………… Inês Santos
Zé Tó………………………………….. Francisco Pereira
António Oliveira……………………… João Guardião
Detective………………………………Francisco Pereira
Polícia………………………………… Francisco Simão
Personagens
Figurantes
Cavalheiros conversando
Fábio Cruz
Francisco Vinagre
Francisco Pereira
Pares românticos
Luís Cascalheira
Rosabela Semeão
Liane Fernandes
Hugo Cruz
Padre
Miguel Lima
Crianças
Vera Matos
Frederico Cardoso
Roxana Covaci
Alice Vieira
Inês Felicíssimo
Vendedoras
Jessica Carias
Ana Lúcia Portela
Preso
Gonçalo Romão