rococó, hca 11º

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Rococó História da Cultura e das Artes

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Rococó História da Cultura e das Artes

Iluminismo

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O século XVIII foi um século de algumas ambiguidades e indefinições, caracterizado por várias mudanças:

• Políticas: Revoluções liberais - Movimentações político-militares que, em

cada país, derrubaram o Absolutismo monárquico e implantaram a nova

ordem político-social do liberalismo;

• Económicas: novo dinamismo produtivo; novo comercio colonial; oficinas

domesticas; grandes manufaturas;

• Sociais: Crescimento populacional;

• Académicas: Desenvolvimento científico-técnico.

As consequências dessas mudanças foram:

• Ascensão social e política da burguesia: junto com a aristocracia política e

administrativa, esta classe formou a elite do Antigo Regime que beneficiou

do enriquecimento geral da época;

• Maior interesse pela educação e pela cultura: consequência da propagação

do pensamento iluminista, dominante no século XVIII. Considerava-se que

só pela educação seria possível levar os homens a perceber os erros em que

viviam e a reformar as sociedades segundo leis mais conformes à ordem

natural e à Razão.

AS LUZES (rupturas culturais e científicas):

No século XVIII, designou-se por Luzes o conhecimento racional, o saber

esclarecido, o único capaz de tornar claro (iluminar) todas as coisas. Aqueles que

aplicavam o conhecimento racional eram os iluministas, homens que ousavam

saber. Este valorizava o indivíduo por aquilo que ele possuía de mais valioso: a

sua Razão, único meio fidedigno para desvendar os segredos do Universo e

construir o conhecimento sobre a Natureza, os homens e as sociedades.

Concebia o conhecimento como o único meio de libertar o Homem da servidão,

dos preconceitos, dos erros e injustiças. O único caminho através do qual se

poderia construir o progresso e o bem-estar das populações, conduzindo-as à

felicidade , considerada como um direito natural de todos os homens e supremo

objectivo da sua existência.

O SALÃO

O Salão tornou-se o novo espaço de conforto e intimidade. A aristocracia começou

a passar mais tempo nas suas mansões privadas, que procurou tornar tão

confortáveis como a corte. A estética da moda privilegiava, na decoração dos

interiores, a beleza requintada e elegante, o luxo e a exuberância, a frivolidade, a

sensualidade e o intimismo. Assim, nasceu o Rococó que floresceu em ambientes

alegres, de bom viver. O crescente interesse das elites pelas coisas do espírito

tornou usuais as reuniões que tinham por objectivo o debate por áreas do saber, a

discussão literária, o exercício linguístico e a divulgação das línguas vivas ou a

apresentação de personalidades em voga - músicos, cantores de ópera, escritores,

filósofos e cientistas - à alta sociedade da época. Deste modo, o salão tornou-se o

centro de dinamização cultural!

A Arte do Rococó

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O Rococó foi um movimento estético que floresceu na Europa entre o início e o fim do século XVIII. Nasceu em Paris por volta de 1715-20 como uma reação

da aristocracia francesa contra o Barroco suntuoso, palaciano e solene praticado no período de Luís XIV. Atingiu o seu apogeu em 1730 e entrou em declinio após

a morte de Luis XV (1774).

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Caracterizou-se acima de tudo pela sua índole hedonista e aristocrática, e na preferência por temas leves e sentimentais, estando nele impregnado um

espirito tolerante, crítico, irreverente, intimista e individualista que caracterizou o Homem do Século das Luzes. Fugiu assim às imposições canónicas apelando à

criatividade individual, excentricidade e a improvisação constante.

d

Da França, onde assumiu a sua feição mais típica e onde mais tarde foi reconhecido como patrimônio nacional, o Rococó difundiu-se pela Europa e teve como importantes centros de cultivo a Alemanha, Inglaterra, Áustria e Itália, com

alguma representação também em outros locais, como a Península Ibérica, os países eslavos e nórdicos, chegando até mesmo às Américas.

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O rococó tem como principais características:

• Cores claras e suaves;

• Linhas delicadas, sinuosas e informais;

• Tons pastel e douramento;

• Representação da vida profana da aristocracia;

• Representação de Alegorias;

• Estilo decorativo;

• Unificação do espaço interno, com maior graça e intimidade;

• Texturas suaves;

Arquitetura

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Na arquitetura o rococó teve grande aceitação e desenvolvimento na Alemanha e na Austria. Esta é marcada pela sensibilidade, percebida na distribuição dos

ambientes interiores, destinados a valorizar um modo de vida individual e caprichoso. Dando-se principalmente nos espaços interiores ao nível de

adornação.

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Princípios:

• Diferenciação dos edificios dando atenção à sua função;

• Traçado exterior simples;

• Espaço interior que deve proporcionar conforto, comodida e intimidade;

• Uso de elementos decorativos barrocos, mais exagerados mas também mais

libertinos e sensuais;

• Novos elementos decorativos ( conchas, algas marinhas, rocalhos, etc);

• Utilização de materiais fingidos: falsos mármores (escariola), madeiras e estuques

pintados;

• Decoração excessiva, tanto nas fachadas quanto nos interiores;

• Curvas e contra curvas animam as paredes e os ritmos decorativos, afirmando a

assimetria;

• Artificialidade dos detalhes, mas sem a grandiosidade nem a religiosidade do barroco;

• Exagero formal.

Devido a isto a arquitetura civil foi a mais previligiada, aparacendo o hôtel e o château (palácio campestre).

Caracteristicas exteriores dos edificios:

• Perde-se a monumentalidade – edifícios baixos;

• Fachadas são mais alinhadas, nelas banem-se os elementos clássicos de decoração e

os ângulos retos sao suavizados por curvas;

• Os tetos apresentam ser de duas àguas;

• Porta e janelas são agora de maiores dimensões, encontram-se alinhadas na vertical

e na horizontal emolduradas com arcos de volta perfeita ou abatidos;

• Uso abundante do ferro furjado.

Hotel Soubise, França

Palácio de Biron, Paris

Palácio do Raio, Braga

Palácio de Queluz, Lisboa

Os jardins seguem o exemplo do Barroco tendo um grande impacto na integração do cenário arquitetónico.

“É o tempo do efémero e do folguedo” m

Palácio de Queluz, Lisboa

Caracteristicas interiores dos edifícios:

• O plano das habitações centra-se no salão

principal;

• Divisões baixas, pequenas, independentes

e arredondadas;

• Paredes cobertas de exagerada decoração

pintadas em cores claras e ténues onde

sobressai o dourado e o prateado das

molduras dos painéis.

Salão Gasparini, Palácio Real de Madrid, Espanha

Palácio de Nymphenburg, Alemanha

Kaisersaal do Palácio de Wurzburg, Alemanha

Arquitetura Relegiosa:

• Plantas longitudinais complexas;

• Exteriores simples mas cheios de janelas;

• Uso e abuso da concha como elemento decorativo;

• Decoração interior onde a pintura e a escultura se misturam com a arquitetura.

Capela Interior da Residência de Wurzburg, Alemanha

Igreja de Wies, Alemanha

Igreja de Wies, Alemanha

Igreja de São Francisco, Porto

Igreja de São Francisco, Porto

Escultura

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Próxima da estética barroca pela expressão plástica, mas igualmente oposta a ela pelas novas formas, objectivos e materiais, a escultura deste período

apresenta características inovadoras.

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Características específicas:

• Novos cânones estéticos – linhas curvas e contracurvas mais delicadas e fluidas;

• Na figura humana, utilizaram o cânone anatómico maneirista, de corpos alongados e

silhuetas caprichosas;

• Nos grupos escultóricos, as composições possuíam movimento e ritmo e um elevado

sentido cénico, fazendo o enquadramento perfeito da escultura com o cenário.

Podemos referir dois géneros:

• Escultura decorativa, parte integrante da arquitectura, cobrindo quase todas as

estruturas e superfícies construídas com rebuscados e movimentados relevos de

inspiração naturalista;

• Estatuária de pequeno porte, destinada sobretudo a interiores, com funções

decorativas e/ou de entretenimento.

Os materiais mais usados foram:

• A pedra e o bronze (esculturas grandes de exterior);

• O ouro e a prata (esculturas de pequena dimensão e objetos ornamentais);

• A madeira, a argila, o estuque e o gesso;

• A porcelana - biscuit (“O verdadeiro e inato material do Rococó”).

Abandono dos temas “nobres” e preferência por temas “menores”. Temas da pequena escultura: • Irónicos • Jocosos • Sensuais

Temas da estatuário monumental: • Mitológica • Profana • Religiosa

Principais Escultores

Nicola Salvi

Fonte de Trevos, Roma

Étienne-Maurice Falconet

Bouchardon

Clodion

Pintura

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A pintura do Rococó divide-se em dois campos nitidamente diferenciados. Um deles forma um documento visual intimista e despreocupado do modo de vida e

da concepção de mundo das elites européias do século XVIII, e o outro, adaptando elementos constituintes do estilo à decoração monumental de igrejas

e palácios, serviu como meio de glorificação da fé e do poder civil.

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Temáticas:

• Cenas pastoris;

• Amor, sedução e erotismo;

• Hedonismo;

• Retrato.

Todos os temas foram tratados de forma ligeira e superficial. Composições ritmicas, exuberantes, ornamentados com elementos ligados ao mundo marinho, nos quais o cromatismo varias entre os brancos, azuis e rosas.

A pintura moral foi quase inexistente pois a decoração moral era feita através de pequenos painéis de tela colocados sobre os paineis decorativos fixos.

Principais Pintores

Antoine Watteau

Jean-Antoine Watteau (1684 – 1721) foi um grande pintor francês do movimento rococó era um homem inteligente e bastante esperto. Tendo sido uma das principais figuras deste período artístico, destacou-se pelas suas pinturas de temas galantes e pastorais. Brueghel, Bosch e Rubens foram suas principais inspirações, artistas que reconhecidamente se utilizavam da luz, sombra e de cores fortes nas suas obras.

Jean-Antoine Watteau, Italian Comedians

François Boucher

François Boucher (1703 —1770) foi um pintor francês, um dos pintores que melhor soube interpretar o espírito do Rococó. É muito conhecido pelas suas pinturas idílicas (ambiente campestre e pelo amor suave e terno), plenas de volume e carisma, que vulgarmente recorriam a temas mitológicos e evocavam a Antiguidade Clássica.

Fragonard

Nicolas Lancret

Thomas Gainsborough

Mobiliário

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