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Mateus 25.6 da Meia-Noite www.chamada.com.br MAIO DE 2007 • Ano 38 • Nº 5 • R$ 3,50

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Page 1: REVISTAS, RELIGIAO

Mateus 25.6da Meia-Noite www.chamada.com.br MAIO DE 2007 • Ano 38 • Nº 5 • R$ 3,50

Page 3: REVISTAS, RELIGIAO

Índice4

5

18

20

Prezados Amigos

A Babilônia Anticristã

12Dispensações

13A Psicologia e a Igreja Evangélica

Do Nosso Campo Visual• O empenho dos perversos: negar o Criador

Publicação mensal

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

Endereço Postal:Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

Preços (em R$):Assinatura anual ................................... 31,50

- semestral ............................ 19,00Exemplar Avulso ..................................... 3,50 Exterior - Assin. anual (Via Aérea) US$ 28.00

Fundador: Dr. Wim Malgo (1922-1992)

Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

Diagramação & Arte: Émerson Hoffmann

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

Edições InternacionaisA revista “Chamada da Meia-Noite” é pu-blicada também em espanhol, inglês, ale-mão, italiano, holandês, francês, coreano,húngaro e cingalês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

“Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro” (Mt 25.6).

A “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite”é uma missão sem fins lucrativos, com o obje-tivo de anunciar a Bíblia inteira como infalívele eterna Palavra de Deus escrita, inspiradapelo Espírito Santo, sendo o guia seguro paraa fé e conduta do cristão. A finalidade da“Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” é:

1. chamar pessoas a Cristo em todos os lugares;

2. proclamar a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo;

3. preparar cristãos para Sua segunda vinda;4. manter a fé e advertir a respeito de falsas

doutrinas

Todas as atividades da “Obra MissionáriaChamada da Meia-Noite” são mantidas atra-vés de ofertas voluntárias dos que desejamter parte neste ministério.

Chamada da Meia-Noite

www.Chamada.com.br

Aconselhamento Bíblico• Quem é a mulher de Apocalipse 12?

Page 4: REVISTAS, RELIGIAO

4 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

“Quero ouvir a voz de Deus em minha vida,estou triste, sem esperança...”, dizia um e-mailque recebi. Podemos conduzir essa pessoadesorientada à maravilhosa realidade de queDeus já falou, através de Sua Palavra, a Bíblia, eque Ele quer falar sempre conosco. Em Hebreus1.1-2 está escrito: “Havendo Deus, outrora,falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aospais, pelos profetas, nestes últimos dias, nosfalou pelo Filho...” Mais uma vez vemos aqui ogrande privilégio dos hebreus, dos judeus, deIsrael, vemos sua posição especial na história daSalvação, pois Deus lhes falou através dosprofetas e finalmente pelo Filho, nosso SenhorJesus Cristo! O apóstolo Paulo falou aos cristãosde Roma acerca da vantagem de ser judeu:“Muita, em todos os sentidos! Principalmenteporque aos judeus foram confiadas as palavrasde Deus” (Rm 3.1,2, NVI).

O que o Senhor Jesus disse acerca da reaçãodos judeus às Suas parábolas? “Por essa razãoeu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, elesnão vêem e, ouvindo, não ouvem nementendem’. Neles se cumpre a profecia deIsaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo,vocês nunca entenderão; ainda que estejamsempre vendo, jamais perceberão. Pois ocoração deste povo se tornou insensível; de mávontade...”’ (Mt 13.13-15, NVI). Muitos cristãospensam que, por essa razão, Deus rejeitou Israelpara sempre e que a Igreja passou a ocupar seulugar. Mas faz parte do eterno desígnio de Deusque Israel tenha ficado cego temporariamente pornossa causa, até que tenha entrado a plenitudedos gentios. O apóstolo Paulo encerra o capítulosobre a futura restauração de Israel com um hinode adoração pela maneira maravilhosa de Deusdirigir nossos caminhos (veja Rm 11.33-36).

“Quero ouvir a voz de Deus em minha vida...”Será que nós todos não temos nossas idéias pré-concebidas e nossas convicções próprias acercada maneira com que Deus deve falar conosco ousobre o modo como Ele deve nos ajudar? Quando“Naamã, comandante do exército do rei da Síria,...porém leproso” (2 Rs 5.1) parou com todos osseus méritos pessoais e com suas vitóriasmilitares diante da casa do profeta Elias, ele tinhauma idéia bastante clara de como o profetadeveria curá-lo: “Pensava eu que ele sairia a tercomigo, pôr-se-ia de pé, invocaria o nome doSenhor, seu Deus, moveria a mão sobre o lugarda lepra e restauraria o leproso” (v.11). Porém,

o profeta nem sequer veio aoseu encontro. Apenas enviouum mensageiro com umabreve instrução, para que Naamã atribuísse acura maravilhosa não a ele, mas ao Deus deIsrael! Como somos rápidos em olhar parahomens de Deus ao invés de olhar para o Deusdesses homens!

Pensemos nos dois discípulos que estavam nocaminho de Jerusalém para Emaús. Conhecemosas idéias que eles tinham acerca do Messias deIsrael, que deveria libertar os judeus da ocupaçãoromana: “nós esperávamos que era ele que iatrazer a redenção a Israel” (Lc 24.21, NVI). OSenhor Jesus, o Messias de Israel, não trouxeuma redenção infinitamente maior e mais plena?Ele trouxe não uma salvação política, masespiritual – não do jugo romano, mas do jugo dopecado – não do domínio romano, mas dodomínio do Diabo, do pecado e da morte – nãouma salvação temporária, terrena, mas umaredenção eterna!

Talvez nós também pensemos saber o que oSenhor deveria fazer em nossa vida ou na vida deoutros. Se for assim, é bom nos lembramos deRomanos 11.33: “Quão insondáveis são os seusjuízos e inescrutáveis os seus caminhos!” (NVI).Portanto, querido irmão atribulado, querida irmãentristecida, abra sua Bíblia e ouça o que Deusquer lhe falar!

Saúdo de coração,

Dieter Steiger

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Em abril de 2006 o sitewww.kultur.ard.de trazia o seguintecomentário sobre a Bíblia: “DaTorre de Babel ao Juízo Final: o Li-vro dos livros está entre os princi-pais registros culturais da humani-dade, e é um bestseller mundial”.Acho notável como a frase “DaTorre de Babel ao Juízo Final” es-tabelece uma ponte.

O primeiro tipo doAnticristo e seu reino

“Cuxe gerou a Ninrode, o qual co-meçou a ser poderoso na terra. Foi

valente caçador diante do SENHOR;daí dizer-se: Como Ninrode, podero-so caçador diante do SENHOR. Oprincípio do seu reino foi Ba-bel...” (Gn 10.8-10).

O nome Ninrode significa “in-dignar-se”, “rebelar-se”, “rebelde”.Ele simboliza a indignação contraDeus, como a que o Anticristo vin-douro manifestará. Satanás, quesempre se aproveitou do ser huma-no, também ficou indignado comDeus e se rebelou contra Ele desdeo começo. Essa ousadia está expres-sa, por exemplo, no Iluminismo, naevolução, na queda da moralidade,na teologia moderna, etc. A rebe-

lião jamais se manifestou de formatão atrevida e aberta quanto hojeem dia. Na minha opinião, as cres-centes revoltas, demonstrações deviolência e indignações dos nossosdias são nada menos que um sinalanticristão em nossa sociedade. Porexemplo, o grupo de rock “Lordi”,que venceu o “Eurovision SongContest 2006”, reflete o caráter an-ticristão da Europa contemporânea.As pessoas se rebelam contra Deuse Seu Cristo, contra a Palavra deDeus, contra qualquer ordem e mo-ral. O caminho está sendo prepara-do para o anarquismo, cujo espíritoé anticristão (2 Tm 3.1-5), e essa

5Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

“Os profetas previram que nos últimos tempos os aconte-cimentos mundiais se concentrariam no Oriente Médio, naBabilônia, nas nações árabes, em Israel e na Rússia – exa-tamente as nações que ocupam as manchetes das primei-ras páginas dos jornais atuais” (Tim LaHaye)

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rebelião será coroada pela vinda doAnticristo (2 Ts 2.3-12).

Ninrode foi o primeiro podero-so (déspota, ditador) e caçador des-te mundo. Ele se vangloriava deseu poder e enfrentava a Deus deforma atrevida. Sim, ele se rebela-va contra Deus. Cristo, entretanto,foi o primeiro homem realmentehumilde e sem violência. ComoBom Pastor, ele convida a huma-nidade: “Vinde a mim, todos os queestais cansados e sobrecarregados, e euvos aliviarei... porque sou manso ehumilde de coração...” (Mt 11.28-29). Um pastor atrai. O rebanhoo segue confiantemente. Um caça-dor, porém, só sabe acuar e acos-sar o rebanho. Essa é a diferençaentre Cristo e o Anticristo. Da mes-ma forma, Esaú também foi umcaçador, enquanto Jacó foi um pas-tor. Do mesmo modo, Saul caçouo pastor Davi.

Atualmente, por que as pessoascorrem tanto e estão tão estressa-das? Por que não conseguem des-cansar? Elas estão sendo caçadaspelo Diabo, pelo pecado e pelomundo. Mas só poucas percebemisso. Somente em Jesus há des-canso.

Ninrode foio fundador deBabel. A Babi-lônia é a sede,ou cidade natal,das nações. Ahistória da hu-manidade co-meça a se de-senrolar a partirde Babel.

O Iraque(Babilônia) échamado deberço da civili-zação. Será queo ataúde da civi-lização anticristãfinal também

estará nessa mesmaárea? Aqui segue umrelato interessante:

“Novas descobertasgenéticas contradizema tese de que o homemdescende do macaco”.É o que escreve o fa-moso bioquímico Faza-le Rana, do instituto“Reasons to Believe”[Razões para Crer], emGlendora (Califórnia).Em seu livro “Quem foiAdão”, ele remete aestudos sérios de mate-rial genético de huma-nos e fósseis. Os pes-quisadores de DNA te-riam chegado àconclusão de que nãohá ligações biológicasentre o homem e ante-passados humanóides.Ao invés disso, acumu-lam-se as indicaçõesde que a humanidadesó existe há menos de100.000 anos. Ela te-ria se desenvolvido apartir de um único ho-mem e uma única mu-

lher. Igualmente espantosa é a desco-berta de que os primeiros homens te-riam vivido na região onde hoje está oIraque. Os teólogos localizam o Jar-dim do Éden nessa região. “A proba-bilidade de termos de levar o relato bí-blico da criação ao pé da letra e deque Adão e Eva são pessoas históricasé hoje maior do que em séculos passa-dos”, diz Rana. A teoria da evoluçãonão tem como prevalecer à luz daciência moderna.1

Será possível que o anticristia-nismo terminará na mesma regiãoda terra em que começou? A Babi-lônia é um retrato espiritual da re-belião do homem contra Deus.Desde o Gênesis, esse é o fio ver-melho que percorre toda a Bíblia e

6 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

O grupo de rock “Lordi”, que venceu o “Eurovision Song Contest 2006”, reflete o caráter anticristão da Europa contemporânea.

Por que as pessoas correm tanto e estão tão estressa-das? Por que não conseguem descansar? Elas estão

sendo caçadas pelo Diabo, pelo pecado e pelo mundo.Mas só poucas percebem isso.

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toda a história da humanidade, atéos capítulos 17 e 18 do Apocalipse.A Babilônia é a sede de tudo que ésatânico e é o berço do politeísmo.É a oposição do inferior contra tu-do aquilo que vem de cima. A torrede Babel simboliza o punho erguidoda humanidade contra Deus.

É possível que Ninrode fosse aforça propulsora por trás da uniãodos povos (a globalização daquelaépoca) que construiu a torre de Ba-bel. O mundo inteiro – sociedade,política e cultura – deveria concen-trar-se em Babel: “Disseram: Vinde,edifiquemos para nós uma cidade euma torre cujo tope chegue até aos céuse tornemos célebre o nosso nome, paraque não sejamos espalhados por todaa terra” (Gn 11.4). O mundo da-quela época era marcado pela bus-ca por unificação, sede de poder,auto-exaltação e organizações demassa (globalização), mas excluíaDeus. A Babilônia é a “primeiragrande tentativa de construir umamonarquia mundial sem Deus”, co-menta o teólogo alemão HansBruns.2 E Ludwig Schneider escre-ve: “Ninrode queria construir umatorre imponente, a torre de Babel(Gn 11), a fim de, a partir de Ba-bel e por meio de um único idio-ma, (...) controlar o mundo intei-ro. Naquela época Ninrode já sabiaque sem a globalização seria impos-sível conseguir que a humanidadecomo um todo o adorasse como umdeus. (...) Mas tudo que está rela-cionado a Babel possui um signifi-cado escatológico, pois de Babelnão sai apenas confusão, mas daBabilônia um dia também sairão oAnticristo e o falso profeta que se-duzirão o mundo inteiro por meiode um governo mundial único. Anova ordem mundial, a última tor-re de Babel, não admitirá mais ne-nhuma fronteira entre países, nemparticularidades nacionais ou con-vicções religiosas”.3

O texto bíblico a respeito daconstrução da torre de Babel men-ciona de passagem um detalhe que,observado à luz da atualidade, podeadquirir uma importância especial:betume. “E disseram uns aos outros:Vinde, façamos tijolos e queimemo-losbem. Os tijolos serviram-lhes de pedra,e o betume, de argamassa” (Gn11.3). Aquilo que é “bem queima-do” representa algo eterno, indes-trutível, que desafia o juízo deDeus. Tecnologia moderna, criati-vidade e novos procedimentos fo-ram combinados. Esse espírito daantiga Babilônia também caracteri-za o moderno espírito babilônicodos tempos finais. Outra traduçãode “betume” é “piche”. Hoje talvezse falaria em “petróleo” ou “asfal-to”. Os materiais mencionados têmo petróleo como matéria-prima.Também em nossos dias o petróleodesempenha o papel político maisimportante do mundo. Não é à toaque a globalização e os jogos de po-der das nações giram principalmen-te em torno do petróleo. Dele ema-na um poder intenso. Ele é a forçapropulsora da política e da econo-mia mundial. Quem possui petróleotem poder mundial. Sem petróleonada funciona. A revista “Der Spie-gel” afirmou na ma-téria “Luta pelasmatérias-primas – anova guerra fria”:

[Vivemos] na eradas dramáticas lutaspela distribuição derecursos cada vezmais raros e, ao mes-mo tempo, necessá-rios em quantidadessempre maiores. Aera em que a políticainternacional é cadavez mais determina-da pelas questões dasegurança energéti-ca, à medida que as

cartas dos potenciais vencedores eperdedores estão sendo redistribuídas.(...) Só uma coisa é mais perigosa pa-ra a economia (do que a ameaça ter-rorista internacional): a falta de maté-ria-prima e o conseqüente alto preçodo petróleo. (...) O Iraque tem enor-mes reservas de matéria-prima. Quemdominar o país às margens do Eufra-tes e do Tigre poderá exercer uma in-fluência decisiva sobre a evolução dosacontecimentos nessa região sensível,que, devido às suas enormes reservas,é considerada como o ‘posto de abas-tecimento do mundo’. (...) As princi-pais potências – os EUA, a Europa, aRússia e as emergentes China e Índia– já consideram a segurança de seusrecursos como a prioridade políticanúmero um. (...) Grandes esforços sãoempregados para instalar redes deoleodutos atravessando desertos, este-pes e também o fundo do mar. Osguardiões e os proprietários dos recur-sos são cortejados. Usa-se truques, su-borno, tráfico. (...) O subsolo doOriente Médio contém mais reservasde petróleo do que todas as outras re-servas do mundo inteiro reunidas.4

Justamente a Arábia Saudita, oIrã e o Iraque possuem as maioresreservas de petróleo do mundo.Quem conseguir dominar essa re-

7Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

Quem possui petróleo, tem poder mundial. Sem petróleo nada funciona.

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gião terá poder sobre todo o mun-do.

O petróleo é uma matéria-primafóssil (fósseis = restos de animaisou plantas de eras passadas). Amaior parte está concentrada noOriente Médio porque a primeiracivilização antes do dilúvio estavalocalizada nessa região. Só depoisdo dilúvio a humanidade foi espa-lhada por todo o globo terrestre. E,assim como a primeira organizaçãoem massa, também a globalizaçãofinal se concentrará no Oriente Mé-dio. Não é isso de grande significa-do para o futuro, inclusive do pontode vista salvífico e profético? OOriente Médio ganha importância eprovavelmente se transformará noponto de atração dos povos nos úl-timos dias antes da volta de Jesus.O texto da revista continua, de for-ma apropriada: “Se a Europa se le-

vantasse com uma sóvoz, ela poderia exercertoda a influência deseja-da...”

Na edição seguinte de“Der Spiegel” o tema foiabordado novamente.Entre outras coisas, foimencionado “o fim dosfósseis”. E, continuando:“Em todo mundo esta-mos diante de uma erahistórica de crescimentonegativo, cheia de in-tranqüilidade e lutas (...)Trinta e três dos princi-pais 48 extratores já al-cançaram ou até mesmoultrapassaram seu ápi-ce”. Segundo o artigo,nos últimos cinco anos aextração de petróleo noMar do Norte diminuiuem mais de 20%.5

O último reinoanticristão

O último reino anticristão é des-crito nos capítulos 17 e 18 do Apo-calipse. Esses capítulos falam daBabilônia, isto é, da “cidade de Ba-bilônia” (só no capítulo 18 ela é ci-tada seis vezes) e da sua derrocadadefinitiva.

Apocalipse 18.10-13 fala da tre-menda riqueza da Babilônia e desua influência sobre a economiamundial: “E, conservando-se de lon-ge, pelo medo do seu tormento, dizem:Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia,tu, poderosa cidade! Pois, em uma sóhora, chegou o teu juízo. E, sobre ela,choram e pranteiam os mercadores daterra, porque já ninguém compra a suamercadoria, mercadoria de ouro, deprata, de pedras preciosas, de pérolas,de linho finíssimo, de púrpura, de se-da, de escarlata; e toda espécie de ma-deira odorífera, todo gênero de objeto

de marfim, toda qualidade de móvel demadeira preciosíssima, de bronze, deferro e de mármore; e canela de cheiro,especiarias, incenso, ungüento, bálsa-mo, vinho, azeite, flor de farinha, tri-go, gado e ovelhas; e de cavalos, decarros, de escravos e até almas huma-nas”. No futuro esta região desem-penhará um importante papel parao capital e o mercado de trabalho.E, de fato, a região da Babilônia (oOriente Médio) está ganhando cadavez mais importância em nossosdias. Sobre isso fala um artigo dePierre Heumann:

Todos os olhares estão dirigidospara o que é mega – os xeques doGolfo querem continuar nadando emdinheiro mesmo quando o petróleo ti-ver acabado. (...) Só o céu é o limite,mas até este pode ser levantado comalguma ajuda.

No Golfo Pérsico está surgindouma nova Arábia. Uma nova geraçãode governantes está se libertando dospadrões de pensamento tradicional-mente nacionalistas ou religiosos. (...)Do Bahrein a Dubai os xeques cons-troem centros urbanos como símbolodo mesmo progresso que no séculopassado era representado por NovaIorque e pela Califórnia. (...) “Somosnós que fazemos a história e que va-mos ao encontro do futuro”, diz o xe-que Mohammed Bin Raschid al-Mak-toum. (...)

A sede de ação dos dirigentes estáperfeitamente garantida do ponto devista financeiro. Hoje uma boa partedos petrodólares permanece no Orien-te Médio. Isso permite um enorme vo-lume de investimentos: o banco britâ-nico HSBC estima que sejam por voltade 300 bilhões de dólares. (...) Eles fi-nanciam projetos que (...) criam cen-tros de poder globalizados no Golfo.O Qatar, o Kuwait, os Emirados Ára-bes Unidos ou o Bahrein querem fazerconcorrência à altura para as metró-poles da América, da Ásia ou da Eu-ropa. (...)

8 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

Nos últimos cinco anos, a extração de petróleo noMar do Norte diminuiu em mais de 20%.

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Com seus 200.000 habitantes, oQatar, que possui a terceira reservamundial de gás natural, quer se tornara capital mundial do gás liquefeito. OBahrein espera poder manter o primei-ro lugar entre os centros financeirosda região. Em Dubai também só sepensa em termos superlativos, erigindoícones do progresso: são construídosos arranha-céus mais altos, as maioresilhas artificiais ou aeroportos com ca-pacidade para 190 milhões de passa-geiros por ano, um recorde mundial.(...)

A soma para os novos projetos éinimaginável: são mais de um qua-trilhão de dólares. Sem hesitação, em-presários falam em dobrar o fatura-mento em um ano, sem que seus paresse espantem com isso. Essa velocidadejá é praticamente normal.

A maior agitação da construção ci-vil está em Dubai, provavelmente a ci-dade com o crescimento mais rápidodo mundo. (...) Por exemplo, as trêsilhas artificiais que foram construídasao longo da costa são tão grandes (...)que o povo de Dubai as chama de “8ªmaravilha do mundo”; o novo aero-porto com seis pistas, que permitepousos e aterrissagens paralelas 24horas por dia, sete dias por semana; omaior centro de compras do OrienteMédio; um gigantesco parque de di-versões (maior que Washington D.C.);uma pista de corrida para a Fórmula

1; um projeto com 100 arranha-céus,que se concentrarão em torno de umporto para iates. O Burj (Torre) Dubaideverá se tornar a construção mais al-ta do mundo. (...) Para o caso de maistarde surgirem ainda prédios mais al-tos em outro lugar, está prevista a pos-sibilidade de assentamento de andaresadicionais. “The sky is the limit”, dizO’Sullivan, (“o céu é o limite”). (...)

Dubai ainda vai além: até o finaldo ano (...) a primeira bolsa de açõese futuros do Oriente Médio abrigaráde trinta a quarenta corretoras inter-nacionais. A força de distribuição des-sa bolsa será maior que a de Londresou Nova Iorque. (...) Os xeques nãoconhecem a palavra “impossível”. Asua sensacional megalomania é partede sua campanha de relações públi-cas. (...) Há al-guns anos aspessoas se limi-tavam a sorrirquando Dubaiapresen tavaseus projetosde futuro: (...)agora os pla-nos são leva-dos a sério. Ocrème de lacrème das fir-mas de tecno-logia está re-presentado em

Dubai: os logotipos da Microsoft, daHewlett-Packard e da Cisco Systemssão ostentados nas fachadas cintilan-tes dos prédios. (...)

A fim de preparar a população na-tiva, em sua maioria conservadora,para a nova era, os líderes da regiãoao sul do Golfo estão introduzindouma revolução na educação. O Qatarestá à frente de todos. (...) Esse minús-culo Estado forma seus jovens de acor-do com os melhores padrões ociden-tais.

O sucesso atrai as melhores cabe-ças da Europa, dos Estados Unidos edos países árabes. (...) Montasser vêDubai como o precursor de uma Ará-bia aberta, que finalmente realizaaquilo que os políticos nacionalistasprometem há cinqüenta anos. (...)

9Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

Enorme atividade na construção civil em Dubai (à esquerda), provavelmente a cidade que cresce mais rapidamente no mundo.O Hotel Burj Al Arab (no centro) e a Dubai Palm Island (à direita), uma ilha artificial em forma de palmeira.

Os xeques não conhecem a palavra “impossível”. A sua sensacional megalomania é parte de sua campanha de relações públicas.

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Só que o boom econômico tambémtem seu preço. Mira menciona os exér-citos de trabalhadores asiáticos que seextenuam o dia inteiro, em três turnos,por um baixo salário...

Dubai e Bahrein ainda vão maislonge na repressão à religiosidade is-lâmica. Bares com grande variedadede bebidas alcoólicas, uma vida notur-na pulsante e até a prostituição estãopresentes de forma tão escancaradaque dá para imaginar que todos os ví-cios condenados pelo islamismo rece-bem a bênção dos governantes.

A receptividade em relação aos es-trangeiros origina-se, como tudo noGolfo, de um cálculo econômico: ocrescimento só acontece se os estran-geiros trabalharem. No Qatar e emDubai, por exemplo, 80% dos habitan-tes são estrangeiros. (...) “Ninguémvem para cá por uma predileção espe-cial pelo lugar”, diz um empresáriosuíço, “estamos aqui só por causa dodinheiro”.

A esperteza dos xeques também serevela na política interna. Os gover-nantes, que fazem parte das famíliasmais ricas do mundo, (...) deixam opovo participar do progresso ou, pelomenos, partilham uma pequena partede seu poder. (...) A democracia não éum objetivo em si, mas apenas ummeio para ajudar o povo a melhorarde vida – e é exatamente isso que osgovernantes fazem. (...) Os cidadãostêm acesso a formação de ponta, um

sistema de saúde excelente e quemquiser trabalhar encontra emprego(...).6

Seja como for, um dia a Babilô-nia sucumbirá sob lamentos: “E to-do piloto, e todo o que navega emnaus, e todo marinheiro, e todos os quenegociam no mar se puseram de longe.E, vendo a fumaça do seu incêndio,clamaram, dizendo: Que cidade é se-melhante a esta grande cidade? E lan-çaram pó sobre a cabeça e clamaram,chorando, e lamentando, e dizendo:Ai! Ai daquela grande cidade, na qualtodos os que tinham naus no mar seenriqueceram em razão da sua opulên-cia! Porque numa hora foi assolada”(Ap 18.17-19, RC). Os termos “pi-loto”, “naus”, “marinheiros” e “to-dos os que negociam no mar” po-dem muito bem estar relacionadosao petróleo. Podem indicar extra-ção e transporte de petróleo, plata-formas, tanques e dutos. Afinal, tu-do isso acontece principalmente so-bre ou debaixo do mar.

Não podemos excluir a possibili-dade de que o último governo mun-dial anticristão, descrito pela Bíblia,tenha a sua “sede” na região da an-tiga Babilônia. Pelo menos essa re-gião poderia desempenhar um pa-pel importante durante a sua atua-ção. Mas quando Deus julgar aBabilônia no fim da Grande Tribu-lação, os lamentos serão intensosem todo mundo.

Visto dessa maneira, parece ha-ver um significado mais profundopor trás do fato de que o Iraque foiocupado e libertado pelo Ocidente,e agora está sendo democratizado.Talvez as conseqüências das duasguerras no Golfo sejam os simplesprimórdios do fim dos tempos, queserão completados rapidamente sobo governo mundial do Anticristo eentão levados ao seu objetivomaior.

O berço da humanidade tam-bém pode abrigar o seu fim. O lu-gar em que apareceu o primeiro go-vernador mundial anticristão (Nin-rode) também pode ser o local daatuação do último. O círculo sem-pre se fecha no mesmo local emque começou.

O petróleo do fim dostempos junto ao Eufrates

O Iraque faz fronteira com o Ku-wait, a Arábia Saudita, a Jordânia, aSíria, a Turquia, o Irã e o Golfo Pérsi-co, abrangendo, assim, a maior parteda Mesopotâmia, terra que ficava en-tre os rios Eufrates e Tigre.7

E justamente o Eufrates tem umpapel central no Apocalipse bíblico.Wim Malgo, fundador da “Chama-da da Meia-Noite”, falava muito arespeito da luta final entre o “óleode baixo” e o “óleo de cima”. Óleo

10 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

Os termos “piloto”, “naus”, “marinheiros” e “todos os que negociam no mar” podem muito bem estar relacionados ao petróleo.

Page 11: REVISTAS, RELIGIAO

– azeite de oliva – é um símbolo daatuação do Espírito Santo (de cimapara baixo). Já o petróleo (que sobedas profundezas) simboliza o espíri-to do submundo. Assim que o Es-pírito Santo tirar a Igreja deJesus – o elemento que detémo pecado – o espírito que vemde baixo poderá se desenvol-ver completamente: “E, ago-ra, sabeis o que o detém, paraque ele seja revelado somenteem ocasião própria. Com efeito,o mistério da iniqüidade jáopera e aguarda somenteque seja afastado aquele queagora o detém” (2 Ts 2.6-7). A expressão “o que”refere-se à Igreja. “Aque-le”, representa o EspíritoSanto, que fez moradana Igreja e a levará aocéu no Arrebatamento

(cf At 8.39; 2 Co 5.4-5; Ef 1.13-14;1 Rs 18.12; 2 Rs 2.16; Ap 4.1-2). Aabertura do primeiro selo e o apare-cimento do cavaleiro sobre o cavalobranco (Ap 6.1-2) provavelmente

se referem ao Anticristo. Por-tanto, o Arrebatamento acon-teceria antes da abertura do

primeiro selo. Depois doArrebatamento, os espí-

ritos das profundezasvão passar a agir. Co-meçará a última faseantes do retorno de Je-sus em glória. Quandoo “óleo de cima” su-mir, o “óleo de baixo”vai se espalhar.

“Derramou o sexto a sua taça so-bre o grande rio Eufrates, cujas águassecaram, para que se preparasse o ca-minho dos reis que vêm do lado donascimento do sol. Então, vi sair daboca do dragão, da boca da besta e daboca do falso profeta três espíritosimundos semelhantes a rãs; porque elessão espíritos de demônios, operadoresde sinais, e se dirigem aos reis domundo inteiro com o fim de ajuntá-lospara a peleja do grande Dia do DeusTodo-Poderoso. (Eis que venho comovem o ladrão. Bem-aventurado aqueleque vigia e guarda as suas vestes, pa-ra que não ande nu, e não se veja asua vergonha.) Então, os ajuntaramno lugar que em hebraico se chamaArmagedom” (Ap 16.12-16). Por-tanto, a região do Eufrates está li-gada à batalha dos reis em Armage-dom. Talvez os reis do Ocidente sedirigirão ao Oriente Médio porcausa dos recursos naturais, impul-sionados por demônios de Satanás(é óbvio que também haverá outrasrazões, como, por exemplo, Israel).

Mas tudo terminará bem. Logodepois da época de Ninrode e deBabel (Gn 10 e 11) o Altíssimo es-colheu Abraão para, por meio dele,cumprir o Seu plano: “Ora, disse oSenhor a Abrão...” (Gn 12.1). Damesma forma, depois da destruiçãoda Babilônia anticristã final (Ap 18)o Senhor se voltará novamente paraSeu povo. Ele escolherá novamentea Israel e levará Seu plano até ofim.

Notas:1. “P.-D.”, nº 13; 29.3.06.2. Bíblia, tradução alemã de Bruns, comentá-

rio sobre Gn 11.1-4.3. “Israel Heute”, julho de 2005.4. “Der Spiegel”, nº 13, 27.3.06.5. “Der Spiegel”, nº 14, 3.4.06.6. “Die Weltwoche”, edição 24/06.7. www.wikipedia.org.

11Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

O azeite de oliva é um símboloda atuação do Espírito Santo.

O berço da humanidade também pode abrigar o seu fim. O lugar em que apareceu oprimeiro governador mundial anticristão (Ninrode) também pode ser o local da atuação do último. O círculo sempre se fecha no mesmo local em que começou.

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12 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

O dispensacionalismo é a chaveinterpretativa que descerra as páginasdas Escrituras, abre a porta ao nossoentendimento da profecia e orientanosso pensamento sobre o projeto deDeus para a história humana.

Três princípios complementaresformam o alicerce da teologia dis-pensacional. O primeiro princípioafirma que a Bíblia deve ser consis-tentemente entendida em termosdo sentido normal ou literal das pa-lavras, inclusive quando se usam fi-guras de linguagem, onde o contex-to assim indicar. Um segundo prin-cípio se acha na premissa de queDeus tem um plano para Israel co-mo etnia e nação, plano esse que édistinto do Seu plano para a Igrejado Novo Testamento. O terceiroprincípio do dispensacionalismo éque a história humana é o desenro-lar do plano eterno de Deus queculmina na obtenção da máximaglória possível para o Seu nome.

A palavra grega para “dispensa-ção”, oikonomia, significa adminis-tração, ou mordomia. Uma dispen-sação é, portanto, uma administra-ção distinta e identificável nodesenrolar do projeto divino para ahistória humana (Ef 3.2; Cl 1.25-26). Deus administra a totalidadeda história humana como se fosseSua casa, conduzindo a humanida-de ao longo dos estágios seqüenciaisde Sua administração. Cada estágio,ou dispensação, é determinado pelonível de revelação que Deus ofere-ceu até aquela ocasião na história.Essa revelação especifica as respon-

sabilidades do homem, testes ouprovas concernentes a essas respon-sabilidades e a graciosa provisão deDeus de uma solução para quandoocorre o fracasso humano.

Embora cada dispensação tenhacaracterísticas distintas e identificá-veis, as verdades e os princípios darevelação divina e do plano de re-denção permanecem constantes. Asalvação é pela graça, por meio dafé exclusivamente em Cristo. Antesda cruz, a fé aguardava o cumpri-mento da promessa divina de salva-ção pela obra do Messias. A partirda crucificação de Jesus Cristo, a féolha para trás, contemplando Suaobra substitutiva e expiatória com-pleta na cruz. Outras característicassão modificadas à medida que a re-velação divina progride, tal comoaconteceu, por exemplo, com o sa-crifício de animais.

Os dispensacionalistas às vezesdivergem quanto ao número exatode dispensações reveladas nas Es-crituras, mas geralmente alistam es-tas sete:

1. Inocência: da Criação até a Queda2. Consciência: da Queda ao Dilúvio3. Governo Humano: do Dilúvio a

Abraão4. Promessa: de Abraão a Moisés5. Lei Mosaica: de Moisés até a

Cruz6. Era da Igreja: do Pentecostes ao

Arrebatamento7. Reino Milenar: O reino literal de

mil anos de Jesus Cristo depoisde Sua Segunda Vinda.

A teologia dispensacional nospermite entender corretamente ocalendário profético de Deus para ahumanidade. A presente era focali-za a Igreja como o povo de Deus,em lugar de Israel. No entanto, pa-ra que a profecia de Daniel (Dn9.27) se cumpra literalmente domesmo modo que as primeiras 69semanas se cumpriram (Dn 9.25-26), a Igreja precisa ser removidada terra. Somente então, Deus co-meçará a cumprir tudo que prome-teu a Israel no Antigo Testamento.A remoção da Igreja é chamada deArrebatamento (1 Ts 4.16-17), emuitos dispensacionalistas acredi-tam que esse evento precederá osúltimos sete anos do decreto divinopara Israel, conhecido como Tribu-lação. Esses sete anos, que são tec-nicamente um complemento da erada Lei Mosaica, começam depoisdo Arrebatamento da Igreja e ter-minam com a Segunda Vinda. As-sim, a doutrina do arrebatamentopré-tribulacional da Igreja é intima-mente identificada com a teologiadispensacional.

Robert Dean Jr. é Ph.D. em estudos teológi-cos pelo Seminário Teológico de Dalas(EUA). Ele é pastor da West Houston BibleChurch e tem sido um palestrante muito requi-sitado tanto nos EUA como em outros países.Seu livro Triunfando na Batalha (escrito emco-autoria com Thomas Ice) é uma das obrasmais esclarecedoras sobre as questões dabatalha espiritual.

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Na história da igreja atual nãohouve nada que mais induzisse oscrentes a abandonarem sua fé nasuficiência da Palavra de Deus doque a pseudociência do aconselha-mento psicológico. Considere o se-guinte: nos EUA, a igreja evangéli-ca é um dos principais serviços queindicam e encaminham casos parapsicólogos e psiquiatras. Muitasigrejas grandes têm profissionaisformados em psicoterapia na suaequipe ministerial. Agências missio-nárias exigem que os candidatos aocampo missionário sejam avaliadose aprovados por psicólogos profis-sionais antes de serem considerados

aptos para o serviço. Psicólogos econselheiros cristãos geralmente sãomais conhecidos e respeitados pelosevangélicos do que expositores emestres da Bíblia. Quem nunca ou-viu falar do famoso psicólogo Dr.James Dobson?

A maioria dos evangélicos estáconvencida de que a psicoterapia écientífica e necessária para supriraquilo que falta na Bíblia quanto àsnecessidades mentais, emocionais ecomportamentais do ser humano.Quando uso o termo “psicotera-pia”, refiro-me ao aconselhamentopsicológico, à psicologia clínica e àpsiquiatria (filosófica, ou seja, não-

biológica). Também posso usar otermo geral “psicologia”. Reconhe-ço que existem algumas áreas dapsicologia que são claramente dife-rentes da psicoterapia e podem termérito e valor científico, a exemplodaqueles campos de pesquisa queestudam a percepção, a interfacehomem-máquina, a ergonomia, de-terminadas psicologias educacio-nais, entre outros. Entretanto, taiscampos de pesquisa equivalem auma percentagem muito pequenadentro de toda a indústria da psico-logia que alega ter uma compreen-são científica do que se passa no in-terior da mente humana.

13Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

O artigo da página anterior foi extraído da Bíblia de Estudo Profética.Além de mapas, quadros, tabelas e gráficos, ela contém muitos textos eanotações para facilitar o entendimento das profecias bíblicas.

A Bíblia de Estudo Profética foi preparada coma colaboração de grande número dos mais conceituados eruditos e estudiosos das Escrituras. Ela é um instrumento imprescindívelpara o aprofundamento na Palavra de Deus.

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Eventos Bíblicos➜ Mais de 70 artigos sobre

Profecia Bíblica➜ Introdução de cada livro bíblico➜ 83 mapas e tabelas➜ Concordância Bíblica

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Mas, então, qual é o problemada psicoterapia? De acordo commuitos trabalhos científicos, a psi-coterapia raramente funciona(quando funciona, seu efeito é ape-nas superficial) e é considerada pre-judicial. Da perspectiva bíblica, tra-ta-se de uma fraude religiosa anti-cristã. Ambas as conclusões ficarãomuito evidentes à medida que pros-seguirmos.

Diante da influência significativaque tem exercido sobre a Igreja, ométodo psicológico, comparadocom o método bíblico, devia seruma questão de profunda preocu-pação para todos aqueles que crêemque a Palavra de Deus é a autorida-de sobre sua vida e que a Bíblia ésuficiente para “todas as coisas queconduzem à vida e à piedade” (2 Pe-dro 1.3). Qual seria a diferença en-tre esses dois métodos?

Os dois métodos não poderiamser mais antagônicos um ao outro.As teorias fundamentais do aconse-lhamento psicológico se opõemàquilo que a Bíblia ensina sobre a

natureza do ser humano e a soluçãode Deus para os problemas men-tais, emocionais e comportamentaisdo homem. As concepções psicote-rapêuticas partem de um pressu-posto de que a natureza humana éintrinsecamente boa. A Bíblia de-clara que, à exceção de Jesus Cris-to, o homem não é bom, pelo con-trário, já nasce com uma naturezapecaminosa, “pois todos pecaram ecarecem da glória de Deus” (Romanos3.23).

O aconselhamento psicológicopromove a crença de que os proble-mas que afetam negativamente obem-estar mental e emocional deuma pessoa são determinados porcircunstâncias externas à pessoa,tais como as atitudes abusivas dospais ou o ambiente no qual se en-contre. Já a Bíblia nos diz que o co-ração maligno do ser humano esuas escolhas pecaminosas causamos problemas mentais, emocionais ecomportamentais do indivíduo,conforme se lê:

“Porque de dentro, do coração doshomens, é que procedem osmaus desígnios, a prostitui-ção, os furtos, os homicídios,os adultérios, a avareza, asmalícias, o dolo, a lascívia, ainveja, a blasfêmia, a sober-ba, a loucura. Ora, todos es-tes males vêm de dentro econtaminam o homem”(Mateus 7.21-23).

A psicoterapia procuramelhorar o ego da pessoa

por meio de certos conceitos, taiscomo: amor-próprio, auto-estima,autovalorização, auto-imagem, au-to-realização. Porém, a Bíblia ensi-na que o ego é o principal problemada natureza humana, não a soluçãopara os males que afligem o ser hu-mano. Além disso, as Escrituras,profeticamente, consideram a solu-ção central proposta pelo aconse-lhamento psicológico, ou seja, oamor-próprio, como o catalisadorque acelera o processo para uma vi-da de depravação. “Sabe, porém, is-to: nos últimos dias, sobrevirão temposdifíceis, pois os homens serão egoís-tas...” (2 Timóteo 3.1-2). A EdiçãoRevista e Corrigida diz: “...haveráhomens amantes de si mes-mos...”.

A Bíblia mostra que a reconcilia-ção com Deus por intermédio deJesus Cristo é o único caminho paraque o ser humano seja verdadeira-mente curado de suas desordensmentais, emocionais e comporta-mentais relacionadas com o pecado:

“E a vós outros também que, ou-trora, éreis estranhos e inimigos no en-tendimento pelas vossas obras malig-nas, agora, porém, [Jesus Cristo] vosreconciliou no corpo da sua carne, me-diante a sua morte, para apresentar-vos perante ele [Deus] santos, incul-páveis e irrepreensíveis” (Colossenses1.21-22).

A psicoterapia causou o naufrá-gio da fé de muitas pessoas no queconcerne à suficiência da Bíblia.Devido ao fato dos psicólogos alega-rem ter uma compreensão profundada natureza humana, bem comométodos de transformação que nãose verificam na Bíblia, a conclusão aque se chega é a de que a Bíblia nãopode ser suficiente para aconselharnem tratar das necessidades men-tais, emocionais e comportamentaisdos crentes em Cristo.

A psicoterapia vendeu para aIgreja a mentira de que a psicolo-

14 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

A psicoterapia procura melhorar o ego da pessoa pormeio de certos conceitos, taiscomo: amor-próprio, auto-estima, autovalorização, auto-imagem, auto-realização.Porém, a Bíblia ensina que oego é o principal problema danatureza humana.

Page 15: REVISTAS, RELIGIAO

gia pode ser utilizada numa inte-gração com a Bíblia. Isso devia seruma vergonha para qualquer cren-te prevenido. Uma vez que a psi-cologia e a Bíblia são fundamen-talmente antagônicas, deveria seróbvio que não pode haver uma in-tegração legítima entre os ensina-mentos de ambas. Além disso, sea Bíblia, que é o “Manual do Fa-bricante”, não é suficiente para tra-tar de “todas as coisas que condu-zem à vida e à piedade”, os serescriados por Deus devem buscar obem-estar mental, físico e compor-tamental em outra fonte. Mas, seo precisam buscar em outra fonte,então a alegação de que a Bíblia éautorizada, inerrante e suficientetambém é falsa.

De que maneira a psicoterapiaexerce influência na Igreja? Na rea-lidade, seria raro encontrar um ser-mão tópico [N. do T., um sermãotópico é elaborado a partir do temae não do texto das Escrituras, comose verifica em sermões textuais e,principalmente, expositivos] quenão apresente certos pressupostosoriundos da psicologia. Um exem-plo típico seria o da igreja america-na de Willow Creek, nas proximi-dades de Chicago, cuja influênciase estende nacional e internacional-mente, através de sua associação deigrejas que conta com cerca de dezmil afiliadas. Um pesquisador demétodos de crescimento de igrejas,que passou um ano envolvido narealidade de Willow Creek, fez a se-guinte observação:

[O pastor Bill] Hybels não apenasensina princípios psicológicos, mastambém utiliza princípios psicológicoscomo parâmetros de interpretação nasua exegese das Escrituras [...] o reiDavi teve uma crise de identidade, oapóstolo Paulo encorajou Timóteo afazer uma auto-análise e Pedro tinhaum problema com discernimento de li-mites. A questão é que os princípios

psicológicos normalmente estão embu-tidos nos ensinamentos de Hybels.

O livro de Rick Warren, recor-dista de vendas, The Purpose-DrivenLife [publicado em português como título Uma Vida Com Propósito]promove a aceitação da psicologiana Igreja ao incluir expressões psi-cologizadas, tais como: “Sansão eraum co-dependente” e “o ponto fra-co de Gideão estava em sua baixaauto-estima e em suas profundasinseguranças”.

Por que razão tem ocorrido todaessa psicologização do cristianismo?Bem, em primeiro lugar, porque aIgreja comprou estas três concep-ções enganosas:

1) A psicoterapia é um esforçocientífico;

2) O aconselhamento deve serpraticado apenas por profissionais;

3) A psicologia cristã concilia aciência e a fé.

Analisemos cada uma dessasconcepções. Primeiramente, a psico-terapia não é um esforço científico.Martin e Deidre Bobgan, em seu li-vro intitulado The End of “ChristianPsychology” [i.e., O Fim da “Psico-logia Cristã”], mencionam o se-guinte:

No intuito de avaliar o prestígio dapsicologia, a AmericanPsychological Association[Associação Americana dePsicologia] designou o Dr.Sigmund Koch para planejar

e dirigir uma pesquisa que foi subsi-diada pela National Science Founda-tion [Fundação Nacional de Ciência].Essa pesquisa envolveu oitenta eminen-tes eruditos que avaliaram os fatos,teorias e métodos da psicologia. Os re-sultados desse amplo esforço foram pu-blicados numa série em sete volumesintitulada Psychology: A Study of aScience [Psicologia: O Exame de UmaCiência]. O Dr. Koch faz um resumodas descobertas desse grupo de estudonos seguintes termos: “A essa altura,penso que esteja absoluta e conclusiva-mente claro que a psicologia não podeser uma ciência coerente”.

O Dr. Karl Popper, consideradoum dos maiores filósofos da ciência,após fazer uma análise completa dapsicoterapia, declarou: “embora seapresente como uma das ciências,na realidade [a psicoterapia] temmuito mais em comum com os mi-tos primitivos do que com a ciência[e] assemelha-se à astrologia, que édiferente de astronomia”.

Em segundo lugar, o aconselha-mento não é apenas para profissio-nais. Graças a Freud e a outros quetinham formação médica, a psicote-rapia utiliza termos e conceito quedão a falsa impressão de que estãorelacionados com a ciência médica

15Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

O Dr. Karl Popper, considera-do um dos maiores filósofosda ciência, após fazer uma

análise completa da psicote-rapia, declarou: “embora se

apresente como uma dasciências, na realidade [a psi-

coterapia] tem muito maisem comum com os mitos primitivos do que com a

ciência [e] assemelha-se àastrologia, que é diferente

de astronomia”.

Page 16: REVISTAS, RELIGIAO

ou medicina. Para ver além dessamiragem ilusória, é fundamentalque se compreenda o significado dotermo “doença”.

Será que o processo mental deuma pessoa – ou seja, seu pensa-mento ou comportamento – podeliteralmente ficar doente? Nossoscérebros, pelo fato de serem físicos,podem ficar doentes. Contudo,nossas mentes, que não são físicas,não podem adoecer. Desse modo, otermo “doença mental” é uma de-signação incorreta – um mito. Alémdisso, à exceção da área de psiquia-tria, os psicoterapeutas não tratamdos problemas orgânicos ou físicosde seus pacientes.

Mas, então, o que os psicotera-peutas fazem? Bem, na maior partedo tempo eles falam e ouvem. ODr. Thomas Szasz, um psiquiatrapesquisador, apresenta-nos esta ex-plicação mais detalhada: “falandofrancamente, o que o paciente e opsicoterapeuta realmente fazem?Eles falam e ouvem um ao outro. Esobre o que conversam? Expressan-do-me em termos concisos, o pa-ciente fala sobre si mesmo e o tera-peuta fala sobre o paciente [...] ca-

da um tenta levar o outro a ver oufazer as coisas de determinada ma-neira”.

Suponho que a maioria dosevangélicos, seja no púlpito seja nobanco da igreja, certamente pode li-dar com o instrumento do aconse-lhamento – que simplesmente seconstitui em falar e ouvir! Mas pou-cos de nós temos formação profis-sional. Não possuímos um diplomade nível superior em falar e ouvir,nem estudamos teorias acerca docomportamento humano, as quaisnada mais são do que opiniões e es-peculações de homens que nãocrêem em Deus. Além disso, exis-tem mais de 500 sistemas psicotera-pêuticos diferentes (geralmentecontraditórios e, às vezes, totalmen-te grotescos), além de milhares demétodos e técnicas.

Dessa forma, como não-profis-sionais ou “amadores”, não incluí-mos em nossa prática do aconselha-mento todo esse assim chamado co-nhecimento. Entretanto, será queos profissionais do aconselhamentotêm sido mais eficazes do que osnão-profissionais em ajudar pessoasna solução de seus problemas? Não!

Após revisar a pesquisa quecomparava conselheiros profissio-nais com conselheiros sem forma-ção em psicologia, os pesquisadoresTruax e Mitchell relatam o seguin-te: “Não há prova nenhuma de queo programa convencional de forma-ção e graduação tenha algum valorsuperior na produção de terapeutasque são mais úteis do que os não-profissionais”.

Considerem a conclusão de umlongo projeto de pesquisa conduzi-do pelo Dr. Joseph Durlak:

Durante toda a pesquisa, os resul-tados obtidos em análises comparati-vas favoreceram os não-profissionais[...] Não houve diferenças significati-vas entre os colaboradores em 28 in-vestigações, porém, os não-profissio-nais foram expressivamente mais efi-cazes do que os profissionais em dozepesquisas.

A instigante conclusão dessas pes-quisas comparativas é a de que osprofissionais, comprovadamente, nãopossuem habilidades terapêuticas su-periores às habilidades daqueles quenão são profissionais. Além disso, for-mação acadêmica, treinamento e ex-periência profissional em saúde mentalnão são pré-requisitos para prestarauxílio eficaz a uma pessoa.

O Dr. Bernie Zilbergeld, psicó-logo e autor de best-seller, em seu li-vro intitulado The Shrinking of Ame-rica: Myths of Psychological Change[A Psicologização dos Estados Uni-dos da América: Mitos da MudançaPsicológica], escreve o seguinte:

A melhor solução para a maioriados problemas enfrentados pelas pes-soas seria a conversa com amigos,cônjuges, parentes ou qualquer outrapessoa que pareça se sair bem naque-la que você considera ser sua área dedeficiência [...] Se, pessoalmente, eutivesse um problema de relacionamen-to e não tivesse condição de resolvê-locom meu sócio, não procuraria umpsicanalista; procuraria, ao meu re-

16 Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

“Falando francamente, o que o paciente e o psicoterapeuta realmente fazem? Elesfalam e ouvem um ao outro. E sobre o que conversam? Expressando-me em termosconcisos, o paciente fala sobre si mesmo e o terapeuta fala sobre o paciente [...] cada um tenta levar o outro a ver ou fazer as coisas de determinada maneira”.

Page 17: REVISTAS, RELIGIAO

dor, aquele tipo de relacionamento en-tre sócios que eu admiro [...] Buscariaessas pessoas para aconselhar-me. Euquero alguém que demonstre em suavida a capacidade de ser bem sucedi-do naquilo que em minha vida é defi-ciente.

Ora, esse é apenas um ótimoconselho do bom senso de um ho-mem que conhece o campo da psi-coterapia. No entanto, nestes “tem-pos difíceis” para a Igreja, muitaspessoas (e o número delas continuaa aumentar) não apenas renuncia-ram ao “bom senso”, mas procede-ram pior ainda: descartaram a or-dem bíblica que receberam de ser-vir uns aos outros com o recurso daPalavra de Deus no poder do Espí-rito Santo. Tais pessoas ficaram in-timidadas pelos mitos e se aparta-ram da verdade.

Por fim, a psicologia cristã nãotem a capacidade de conciliar aciência e a fé. Por quê não? Porquea psicologia não é uma ciência, nempode ser cristianizada. Por certo hácristãos que são psicoterapeutascredenciados profissionalmente, to-davia não existe nenhuma ramifica-ção ou corrente da psicologia quepossa ser identificada pela designa-ção “cristã”.

Considere a seguinte declaraçãoque retrata o ponto de vista daChristian Association for PsychologicalStudies [Associação Cristã de Pes-quisas Psicológicas]:

Sempre nos perguntam se somos“psicólogos cristãos” [...] Nós somoscristãos que são psicólogos, porém,até o presente momento, não existeo reconhecimento de nenhuma psico-logia cristã que seja notadamente di-ferente da psicologia não-cristã. É di-fícil deduzir que atuemos de uma ma-neira fundamentalmente distinta damaneira pela qual nossos colegasnão-cristãos atuam [...] até agora nãohá homologação de nenhuma teoria,método de pesquisa, nem metodolo-

gia de tratamento que seja distinta-mente cristã.

Mas, então, como atuam os psi-coterapeutas profissionais que sãocristãos? Eles extraem seletivamenteos conceitos que aprenderam duran-te o período de sua formação educa-cional secular e tentam integrá-losao seu sistema cristão de crenças.Entretanto, todos esses conceitos sãoantagônicos ao modo bíblico de setratar os problemas de um crente emCristo na sua luta para vencer o pe-cado e viver uma vida frutífera, pro-dutiva e agradável ao Senhor.

É necessário que se procure sa-ber a razão pela qual um crente emCristo recorreria a qualquer umadessas abordagens da sabedoria hu-mana, concebidas por pessoas que,muito obviamente, eram anticristãs.Freud considerava a religião umailusão e ficou conhecido pelo seuódio ao cristianismo em virtude dosensinamentos cristãos que ele acre-ditava serem anti-semitas. Outros,tais como Abraham Maslow e CarlRogers, foram ocultistas e defenso-res ferrenhos da Nova Era. Reflitanesta citação extraída dos escritosde um proeminente psicólogo cris-tão: “Pela influência de psicólogoshumanistas, como Abraham Mas-low e Carl Rogers, muitos de nóscrentes em Cristo começamos a en-xergar nossa necessidade de amor-próprio e auto-estima. Esse é umenfoque saudável e necessário”.Não segundo asEscrituras!

O livro deNeemias nos ofe-rece um retratodo que aconteceatualmente naIgreja. Neemias(cujo nome signi-fica: “Javé é nos-so consolador”) éum tipo do Espí-rito Santo. Deus

o envia para reconstruir e fortificarJerusalém. Sob o pretexto de auxi-liar Neemias, os inimigos de Israeltentaram subverter aquela restaura-ção. Por incrível que pareça, o sa-cerdote constrói e oferece a Tobias,um dos tais adversários de Israel,uma câmara ou aposento dentro dotemplo. O mesmo acontece hoje emdia com a assim chamada psicologiacristã.

Até que ponto essa psicologiza-ção da Igreja é perigosa? Embora jáseja devastadora no atual momento,as Escrituras afirmam que tal psico-logização irá muito além do quepossamos imaginar. O apóstoloPaulo é enfático na sua advertência(2 Timóteo 3.1-5) de que “nos últi-mos dias” as condições do ser hu-mano serão “difíceis”. Tal adver-tência começa com uma caracterís-tica que é a pedra fundamental dapsicologia humanista e que Paulo,nos versículos 2 a 5, demonstra sera fonte uma série de males, a saber:o amor-próprio.

Na próxima edição considerare-mos os aspectos proféticos da psi-cologia e da psicologia cristã, namedida em que contribuem para aformação da igreja apóstata e da re-ligião do Anticristo. (TBC)

T.A. McMahon é diretor-executivo do ministé-rio The Berean Call. Ele é co-autor (com DaveHunt) do bestseller A Sedução do Cristianis-mo.

17Chamada da Meia-Noite, maio de 2007

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Page 18: REVISTAS, RELIGIAO

O físico inglês Stephen Hawkingnasceu exatamente 300 anos após amorte de Galileu. Ele é professor deMatemática em Cambridge, vene-rado como “pensador genial”, elo-giado como “popstar” da Física econsiderado o “herói espiritual” dosintelectuais. Hawking é autor dobestseller “Uma Breve História doTempo”.

Uma revista alemã escreveu aseu respeito:

Stephen Hawking sofre de paralisiagravíssima. Ele está preso a uma ca-deira de rodas. Há muito tempo nãoconsegue falar, pois sua enfermidadeé progressiva, mas seu pensamentopraticamente não tem fronteiras. Se-gundo suas próprias palavras, o obje-tivo de sua vida é: “Eu gostaria dedescobrir a origem do Universo. Comoe quando ele começou. Como ele aca-bará e, se acabar, como será essefim”. Sua maior ambição, desde o iní-cio da juventude, consiste em provarque o Cosmo pode ter surgido sem umdeus. “O mais elegante seria eliminaro criador do mundo”, declarou Haw-king, “se vivemos num Universo perfei-tamente fechado em si mesmo, seminício e sem fim”. A respeito, um co-

mentarista disse: “...infelizmente, oUniverso imaginado por ele, no qualaté mesmo o tempo perde o sentido,continua sendo apenas uma teoria. Aocontrário, as mais recentes observa-ções dos astrônomos praticamente nãoconfirmam as previsões de Hawking”.(FOCUS, 48/2006)

A mais breve história do temponão é encontrada na obra de Haw-king, mas exatamente no livro a queele não dá crédito. Há os que di-zem zombeteiramente que o livrode Hawking é o mais vendido e me-nos lido desde a Bíblia. Isso, natu-ralmente, não é verdade, pois a Bí-blia é lida atualmente por milhõesde pessoas. A Palavra de Deus ad-verte: “Cuidado que ninguémvos venha a enredar com sua fi-losofia e vãs sutilezas, conformea tradição dos homens, confor-me os rudimentos do mundo enão segundo Cristo” (Colossen-ses 2.8).

O empenho do professor é emvão, pois seu desejo jamais se con-cretizará. Todos que querem des-troçar a rocha da Palavra de Deusacabarão, eles mesmos, destruídos.A Bíblia anuncia, sem sombra dedúvida, que Jesus Cristo é o Cria-dor de todas as coisas. As tentati-vas vãs, realizadas há séculos, dedemonstrar que não é assim, sãojustamente uma prova de que asafirmações bíblicas são verdadeiras.Combatê-las equivale a querer des-truir uma bigorna com golpes depena. O Eterno o diz da seguintemaneira no Salmo 112.10: “O per-verso vê isso e se enraivece;

range os dentes e se consome;o desejo dos perversos pere-cerá”.

A Escritura afirma claramenteque Deus é o Criador do Univer-so: “E disse Deus: Haja firma-

mento no meio das águas e se-paração entre águas e águas.Fez, pois, Deus o firmamento eseparação entre as águas debai-xo do firmamento e as águas so-bre o firmamento. E assim sefez. E chamou Deus ao firma-mento Céus. Houve tarde e ma-nhã, o segundo dia” (Gênesis1.6-8, veja também os versículos14-19).

Como Criador, Deus, o Senhor,é infinitamente grande, e Ele mes-mo habita acima do céu, de modo aolhá-lo desde o alto: “Excelso é oSENHOR, acima de todas as na-ções, e a sua glória, acima doscéus. Quem há semelhante aoSENHOR, nosso Deus, cujo tronoestá nas alturas, que se inclinapara ver o que se passa no céu esobre a terra?” (Salmo 113.4-6).

O Salmo 104.1-2 explica que oUniverso não é fechado em si mes-mo, mas que teve início e terá fim:“Bendize, ó minha alma, ao SE-NHOR! SENHOR, Deus meu, comotu és magnificente: sobrevestidode glória e majestade, cobertode luz como de um manto. Tuestendes o céu como uma corti-na”. Da mesma forma como umacortina tem início e fim, também foie será com o Universo – mesmoque para nós ele seja incomensurá-vel. E o Senhor, em Sua grandezainfinita, está muito acima dele. EmColossenses 1.16 é respondida apergunta de Stephen Hawking, comrelação a Jesus Cristo: “pois, nele,foram criadas todas as coisas,nos céus e sobre a terra, as visí-

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O empenho dos perversos:negar o Criador

O físico inglês Stephen Hawking.

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veis e as invisíveis, sejam tro-nos, sejam soberanias, querprincipados, quer potestades.Tudo foi criado por meio dele epara ele”.

O ser humano gostaria tanto deter um Universo sem Deus, de puramatéria, ao qual não seria necessá-rio prestar contas e diante do qual opecado não teria significado. O ho-mem está fugindo desesperadamen-te de um Deus que nos segue a ca-da passo com Seu amor e nos con-fronta com incontáveis provas deSua existência em todos os lugares.Muitas pessoas se comportam co-mo embriões no útero, que – supos-tamente – não têm noção de nadaalém do mundo em que se encon-tram. Elas fazem cálculos e procu-ram provas para negar uma existên-cia fora do que conhecem. Mas, domesmo modo como os embriõesnão podem provar que não existeuma mãe que os sustenta, o ser hu-mano não pode provar que existeum Universo sem Deus. O contrá-rio é que é verdadeiro: a capacidadede viver dos pequenos seres é a evi-dência de que há um ser maior queos envolve, uma vida que os man-tém vivos. Nossa existência e capa-cidade de viver é a prova evidentede que há um Deus Criador, quenos envolve e mantém com vida.Por isso, o Salmo 100.3 nos concla-ma: “Sabei que o SENHOR éDeus; foi ele quem nos fez, edele somos; somos o seu povo erebanho do seu pastoreio”.

O Universo, cujo Criador se pre-tende ignorar, é ele mesmo umaconfirmação clara da Sua existên-cia, pois ele fala, proclama e mani-festa, dia após dia, com palavras cu-ja mensagem não pode deixar deser ouvida mesmo sem acústica:“Os céus proclamam a glória deDeus, e o firmamento anunciaas obras das suas mãos. Um dia

discursa a outro dia, e uma noi-te revela conhecimento a outranoite. Não há linguagem, nemhá palavras, e deles não se ouvenenhum som; no entanto, portoda a terra se faz ouvir a suavoz, e as suas palavras, até aosconfins do mundo. Aí, pôs umatenda para o sol” (Salmo 19.1-4). O fato de um surdo não conse-guir ouvir não é uma confirmaçãode que não existem melodias. Seum cego não consegue ver, isso nãoprova que não há cores. Entretanto,apenas porque o ser humano é cegoe surdo, e até mesmo morto espiri-tualmente, não haveria um Deus?Realmente, é muito estranho quecertas pessoas estejam continua-mente tentado demonstrar que nãoexiste um Criador. Elas O negam deantemão, porque não querem sabernada dEle. Por isso, em sua opinião,Ele não pode existir. Elas lutamcontra Sua existência real. Se nãohouvesse Deus, não seria preciso lu-tar contra Ele. Até mesmo “os reisda terra se levantam, e os prín-cipes conspiram contra o SE-NHOR e contra o seu Ungido, di-zendo: Rompamos os seus laçose sacudamos de nós as suas al-gemas” (Salmo 2.2-3).

Deus, porém, fez ainda mais doque revelar-se apenas na criação.Ele comprovou Seu amor por nós,

pois Jesus Cristo deixou o céu e veioà terra para nos salvar: “Mas Deusprova o seu próprio amor paraconosco pelo fato de ter Cristomorrido por nós, sendo nós ain-da pecadores” (Romanos 5.8).

Não são as tentativas de acharexplicações e os raciocínios deses-perados que nos revelam como oUniverso começou e como será seufim. Quem o faz é a Bíblia, quediz: “Virá, entretanto, como la-drão, o Dia do Senhor, no qualos céus passarão com estrepi-toso estrondo, e os elementos sedesfarão abrasados; também aterra e as obras que nela exis-tem serão atingidas. Visto quetodas essas coisas hão de serassim desfeitas, deveis ser taiscomo os que vivem em santoprocedimento e piedade, espe-rando e apressando a vinda doDia de Deus, por causa do qualos céus, incendiados, serão des-feitos, e os elementos abrasadosse derreterão. Nós, porém, se-gundo a sua promessa, espera-mos novos céus e nova terra,nos quais habita justiça. Por es-sa razão, pois, amados, espe-rando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por eleem paz, sem mácula e irre-preensíveis” (2 Pedro 3.10-14).(Norbert Lieth)

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Resposta: Em busca de umaresposta, devemos considerar o se-guinte:

• João viu um “sinal”, o que sig-nifica que a mulher é um símbolo.Portanto, ele não se refere a umamulher real, de modo que não setrata da virgem Maria. Pelo contrá-rio, trata-se de um símbolo de Is-rael. Na Antiga Aliança, Israel é al-gumas vezes chamado de mulher deYahweh (Is 54.6). Na interpretaçãoda Palavra de Deus é importanteobservar: a melhor maneira de ex-plicar símbolos é compará-los comoutros relacionados ao mesmo as-sunto, ao invés de simplesmentetentar atribuir-lhes qualquer signifi-cado. Desse modo, também pode-mos concluir que não se trata daIgreja, pois a Igreja não é descritapor tais símbolos.

• O sinal foi visto no céu. A vo-cação de Israel procede de Deus e,por isso, é imutável. Além disso, Is-rael foi colocado acima de todas asnações (veja Dt 26.19).

• A mulher está “vestida do sol”.Jesus é o Sol da Justiça (Ap 1.16;Ml 4.2). Lemos no Salmo 84.11:“Porque o SENHOR Deus é sol e escu-do; o SENHOR dá graça e glória; ne-nhum bem sonega aos que andam re-tamente”. Israel está revestido – e

disso consiste sua vocação – daqui-lo que Jesus é. Finalmente, Israelserá conduzido através da Tribula-ção sob a proteção de Jesus e alcan-çará o objetivo da vocação.

• “...a lua debaixo dos pés”. Co-mo se sabe, a Lua não tem luz pró-pria; ela a recebe do Sol e a refletesobre a Terra. Israel está vestido dosol e tem a vocação derefletir essa luz (a luzdo seu Messias) nestemundo. No AntigoTestamento, Israel erao povo pelo qual Deusse dava a conhecer.Isso também aconte-ceu com a vinda deJesus ao mundo atra-vés de Israel. Nessemeio tempo, Israel fa-lhou, mas no reinomessiânico voltará aassumir inteiramenteessa vocação.

• As “doze estrelas”indicam claramente asdoze tribos de Israel.Na Bíblia, doze ésempre o número deIsrael. Mesmo os dozeapóstolos, que funda-ram a Igreja, eram to-dos judeus e levarama Luz do Mundo – Je-sus – aos gentios.Além disso, essa visãode João aponta para osonho de José em Gê-nesis 37.9-10, onde osirmãos de José são re-presentados como es-trelas. Os doze filhos

de Jacó são os patriarcas das dozetribos.

• Nesse sinal e no subseqüentenascimento do filho da mulher (Ap12.2-6) nos é apresentado todo oPlano de Salvação, desde o nasci-mento de Jesus, Sua ressurreição, aTribulação de Israel e a volta de Je-sus. (Norbert Lieth)

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Quem é a mulher deApocalipse 12?

Pergunta: “Lemos em Apocalipse 12.1:“Viu-se grande sinal no céu, a saber,uma mulher vestida do sol com a luadebaixo dos pés e uma coroa de dozeestrelas na cabeça” (Apocalipse 12.1).Quem é essa mulher?”

A mulher está “vestida do sol”. Jesus é o Sol da Justiça (Ap 1.16; Ml 4.2). Lemos no Salmo 84.11: “Por-que o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e

glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente”.