revista weril nº 134

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5 Aqui na Weril: Jacques Guesthem e Jean Michel Defaye 6 Por Estas Bandas: Orquestra Sinfônica do Paraná 8 Fique de Olho 9 Workshop: Dedilhamento no Saxofone 10 Música Viva: Iniciação musical nas escolas 11 Todos os Tons: O mercado da noite continua vivo 12 Entrevista: Jacques Mauger, trombonista francês Março/Abril - Ano 22 - nº 134 Distribuição Gratuita - www.weril.com.br R E V I S T A AS ESTRELAS Jô Soares e Ivete Sangalo, duas personalidades apaixonadas pela música, são destaques desta edição EFEITO SONORO/DICA DO MESTRE Páginas 2 e 3 Marcos dos Anjos Jr., tuba principal da Osesp e professor - Pág. 4

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Revista com informações sobre instrumentos musicais, acessórios e música em geral.

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Page 1: Revista Weril nº 134

5 Aqui na Weril: Jacques Guesthem e Jean Michel Defaye

6 Por Estas Bandas: Orquestra Sinfônica do Paraná

8 Fique de Olho

9 Workshop: Dedilhamento no Saxofone

10 Música Viva: Iniciação musical nas escolas

11 Todos os Tons: O mercado da noite continua vivo

12 Entrevista: Jacques Mauger, trombonista francês

Março/Abril - Ano 22 - nº 134Distribuição Gratuita - www.weril.com.br

R E V I S T A

AS ESTRELAS

Jô Soares e Ivete Sangalo, duas personalidades apaixonadas pela música, sãodestaques desta edição

EFEITO SONORO/DICA DO MESTRE

Páginas 2 e 3

Marcos dos Anjos Jr.,tuba principal da Osespe professor - Pág. 4

Page 2: Revista Weril nº 134

2 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

SUAS NOTAS

REVISTA WERIL é uma publicação bimestral da Weril Instrumentos Musicais Ltda.Conselho Editorial: Angelino Bozzini, Antônio Seixas (Bocão), Demétrio Lima, Domingos Sacco, Gilberto Gagliardi, RenatoFarias, Sílvio DepieriEditora: Aurea Andrade Figueira (MTb 12.333) - Redatores: Nelson Lourenço, Mônica Ranieri - Fotos da capa: BeatrizWeingrill e Divulgação (Jô Soares) - Redação e correspondência: Em Foco Assessoria de Comunicação - Rua Dr. RenatoPaes de Barros, 926, São Paulo/SP 04530-001 e-mail: [email protected] gráfico, diagramação e editoração eletrônica: Matiz Design - Tiragem: 23.600 exemplaresAs matérias desta edição podem ser utilizadas em outras mídias ou veículos, desde que citada a fonte.Matérias assinadas não expressam obrigatoriamente a opinião da Weril Instrumentos Musicais

expediente

Atendimento ao Consumidor Weril 0800 175900

Foi um verdadeiro teste de qualidade e resistência paraos instrumentos Weril. Durante a apresentação do bloco deIvete Sangalo no circuito do carnaval baiano deste ano (foto),os músicos da banda - Letires Leite (Sax e Flauta),Ferreirinha (Trombone) e Guiga Scott (Trompete eFlugelhorn), utilizaram os instrumentos da marca, quepermaneceram cerca de 30 horas em uso, o correspondentea 20 shows convencionais em apenas uma semana. E aperformance dos instrumentos agradou a todos, incluindoIvete, os músicos integrantes da banda e, principalmente, opúblico, que pôde apreciar o som e a musicalidade do grupocom o toque da Weril.

“Gostaria de parabenizar a Revista Weril pela matériapublicada na edição Nov/Dez de 2000, sobre a história daclarineta. Somente uma revista como a Weril poderiapublicar uma matéria tão interessante e educativa”

Olavo Henrique de Vasconcelos,Bezerros/PE

“Estou lhes escrevendo para manifestar meuagradecimento pelo envio mensal das revistas, assim compara parabenizá-los pela qualidade e alto nível do conteúdoapresentado”

Frederick Carrilho, por e-mail

“Ficaria muito satisfeita se na próxima edição fossepublicada uma entrevista com Daniela Spielman,saxofonista, e Guta Menezes, trompetista, ambas da BandaAltas Horas, do programa do Serginho Groisman”Elizabete Bertino da Silva – São Paulo/SP

R: Suas idéias foram anotadas para futuras entrevistas,Elizabete. A todos os leitores que nos enviam suassugestões, agradecemos.

Correções:Alguns leitores estranharam a denominação “Flugelhorn Weril Spectra em Sib” na página 4 do últimonúmero (seção “Efeito Sonoro”, edição 133). Novo instrumento? Não, o Flugelhorn Weril Spectra não éum novo instrumento da Weril. Na verdade, houve um erro na sua denominação. O instrumento deveriater sido apresentado com seu verdadeiro nome: Flugelhorn Weril Excalibur. A Redação da Revista Werilpede desculpas aos leitores pela falha e agradece as ligações recebidas que alertaram para a questão.

O telefone atualizado para contato da Traditional Jazz Band (seção “Por Estas Bandas”, pág. 7, edição133) é o (11) 9986-0844, com Carlos Chaim

Ivete Sangalofaz Carnaval com a Weril

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3Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

PERFIL

A ousadiade umartista

semlimites

Div

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ção

Jô aliou a curiosidade, a simpatia e a mania dequerer fazer de tudo um pouco para ser músico

Quando a figura inconfundível de Jô Soares aparece natela da televisão, pode se esperar qualquer coisa. Afinal, Jôé um mestre do entretenimento. Humorista, comediante,apresentador de programa de entrevistas, escritor, artistaplástico, o gordo é um homem de muitas atividades. Amúsica, uma de suas paixões, não poderia ficar de fora.Desde 1999, quando gravou o CD “Jô Soares e o Sexteto”,ele entrou para o time dos músicos com registro emgravadora.

Mesmo sabendo das dificuldades de quem, como ele,encara a música como um hobby, Jô saiu-se bemempunhando seu flugelhorn ao lado de profissionaisexperientes, como Derico (sax e flauta) e Chico Oliveira(trompete), entre outros. Na verdade, a desenvoltura é umade suas marcas desde a adolescência, quando, aindaestudante, na Suíça, freqüentava os clubs onde as bandas

de jazz se apresentavam. “Sempre fui muito metido”,confessa Jô. “Chegava nos lugares e me enfiava entre osmúsicos. Gostava de estar nas panelinhas e conversar deigual pra igual com eles”, lembra, e aconselha: “Emqualquer atividade, inclusive na música, é preciso ter auto-confiança para se alcançar o sucesso.”

O primeiro instrumento a chamar-lhe a atenção foi obongô. Hoje, volta e meia ele brinda o público de seu“Programa do Jô” com solos nos quais curva-se feliz sobreo instrumento. Há outros de sua predileção, como o

“Em qualquer atividade, inclusivena música, é preciso ter

auto-confiança”

flugelhorn Weril, que guarda com carinho.Jô Soares já recebeu em seu sofá de entrevistados

praticamente todos os grandes conjuntos e músicosestrangeiros de jazz e outros ritmos que excursionaram pelo

país. Atrações nacionais também sãobem-vindas em seu programa. Alémdisso, Jô sempre demonstrou simpatiaao fato de o Brasil possuir a única fábricade instrumentos de sopro da AméricaLatina. Quando o grupo Heartbreakersse apresentou como um de seusconvidados, ele fez questão de conhecer

o trompete Regium Weril, tocado na ocasião pelo músicoCláudio Faria, atualmente na banda Havana Brasil.

Aos 62 anos, no momento, Jô dedica-se com mais afincoà literatura. Deixou de lado algumas atividades que lhe eramprazerosas, como o programa de jazz “Jô Soares JamSession”, que apresentava na Rádio Eldorado, de São Paulo.O que não impede que ele logo torne a enveredar pelacarreira de músico. Isso porque, se há uma lição a ser seguidaao observarmos sua trajetória de sucesso, é a de que o artistaprecisa estar sempre surpreendendo seu público.

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4 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

EFEITO SONORO

RAIO X

DICA DO MESTRE

Riqueza harmônica

Marcos dos Anjos Jr.: boa postura ajuda aobter melhor performance

“O que mais chamou minha atenção na nova tuba 4/4 éo porte avantajado e o seu impressionante som grave, ricoem harmônicos”, diz Marcos dos Anjos Jr., tuba principalda Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, professorda Orquestra Sinfônica de Santo André e integrante doQuinteto de Metais Beiráceas.

A dica de mestre de Marcos é para que o músico procurese manter com as costas retas, ombros para cima e as pernasabertas e soltas, nunca dobradas. “A nova tuba é maior emais pesada que a 3/4. Por isso, para conseguir o melhorde sua performance, sugiro que o instrumentista observebem a postura”, aconselha o tubista.

Exercitar notas longas diariamente durante oaquecimento é outra orientação de Marcos. Com isso, omúsico pode adequar a capacidade de seu diafragma àexigência do instrumento e conseguir uma ótimasonoridade. “Tocar tuba é 80% ar e o restante técnica, daí aimportância de se buscar maior sonoridade através das notaslongas”, considera.

Contato com o mestre: (11) 274-2252

Foto

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Disposição ergonômica para facilitar oacionamento das válvulas

Com excelente afinação e timbre rico em harmônicosgraves, a nova Tuba Sinfônica Weril Sib 4/4 foiespecialmente desenvolvida para apresentações emorquestras, bandas e de solistas que necessitam de grandevolume de som.

Seu conjunto de válvulas, fabricado com materiaisresistentes à corrosão e de longa durabilidade, apresentadisposição ergonômica, o que facilita o acionamento dasválvulas de maneira rápida, macia e confiável, diminuindoinclusive o tempo gasto com manutenção.

O corpo do instrumento é fabricado com materiaisminuciosamente inspecionados e através de processos quereproduzem o projeto acústico com fidelidade.

A nova Tuba Sinfônica Weril Sib 4/4 está disponívelnos acabamentos niquelado, laqueado ou prateado.

Sistema de guia

Conjunto de válvulas destacável

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5Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

AQUI NA WERIL

Artistas francesesem visita

Beat

riz W

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“Fiquei encantado. Nunca havia estado em uma indústriade instrumentos e o que vi me deixou agradavelmentesurpreso”, disse o trombonista francês Jacques Guesthem,enquanto visitava as instalações da Weril, em fevereiro. Omúsico francês, integrante da Orquestra Petrobrás Pró-Música e da Sinfônica Brasileira, há 20 anos no Brasil, pôdeconferir o desenvolvimento da produção dos instrumentosda empresa, desde a entrada da matéria-prima até oacabamento do produto, acompanhar as mudanças eaperfeiçoamentos das linhas, e, para finalizar, manusear eaté experimentar os instrumentos, em um espaçoespecialmente montado para receber os visitantes.

“A competência dos profissionais da empresa e a ótimarecepção durante a visita só melhoraram a boa imagem que

Trombonista

e compositor

conhecem a

produção de

instrumentos

Weril

eu tinha da Weril”, conta o músico, que já conhecia a linhade trombones G. Gagliardi e até presenteou um sobrinho,na França, com um deles. “Na minha opinião, a relaçãocusto-benefício dos instrumentos Weril é uma das melhoresdo mundo”, conclui.

A visita foi acompanhada por outros dois artistasconterrâneos de Guesthem: o solista internacional JacquesMauger (veja entrevista na página 12) e o compositor decâmara Jean Michel Defaye, que compôs uma peça paratrombone em homenagem à ABT (Associação Brasileirade Trombonistas). A obra foi executada pela primeira vezdurante o III Encontro Latino-Americano de Trombonistas,no início de fevereiro, em Curitiba (PR), evento que contoucom o apoio da Weril.

Defayeexperimentainstrumentono show roomda Weril

Jacques Guesthem: “fiqueiagradavelmente surpreso com a visita”

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6 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

POR ESTAS BANDAS

RepertórioO primeiro concerto da Orquestra Sinfônica do Paraná

aconteceu no Teatro Guaíra, em maio de 1985, quando elaexecutou, sob a regência do maestro Alceo Bocchino, aSinfonia no 8 em Fá Maior, de Beethoven. Foi o início deuma trajetória de apresentações de sucesso, que hoje chegaà marca de 800 e inclui, além de concertos, óperas e balés,excursões por diversas cidades brasileiras e a participaçãoem festivais de música por todo o país.

Com um repertório eclético, formado graças àcapacidade inventiva de seus regentes e à facilidade deadaptação de seus 80 instrumentistas aos mais diversosestilos, a Orquestra Sinfônica do Paraná interpreta obrasde cerca de 150 compositores e está aberta à participaçãode solistas e regentes convidados, como já aconteceu comCláudio Santoro, Henrique Morelenbaum, Helmut Imig eRoberto Tibiriçá, entre outros, Um bom exemplo de suasperformances pode ser comprovado no CD gravado em

1999, exclusivamente de música brasileira, que teve comosolista o pianista Heitor Alimonda e a regência do maestroRoberto Duarte.

Atualmente, a Orquestra Sinfônica do Paraná tem comodiretor musical e regente titular o maestro Jamil Maluf, umdos nomes mais expressivos da música sinfônica no Brasil.

MúsicosTrompete - Marco César Xavier, chefe do naipe de

trompetes, é integrante da OSP desde a sua fundação.Começou a estudar música aos oito anos e, aos 12, fez suaopção pelo instrumento. Ele acredita que, para iniciar umacarreira, é fundamental ter uma boa base técnica, adquiridaem uma escola com professores capazes de fornecer umaorientação adequada aos alunos. “Isso já é meio caminhoandado. Os demais 50% se consegue com muito estudo ededicação”, considera o trompetista, que, além de integrar

Ritmo e musicalidade

Logo após a reestruturação doExército de Salvação dos EstadosUnidos, em 1927, um grupo deintegrantes fundou a BandaTerritorial do Sul dos EstadosUnidos, atualmente uma das maisimportantes da entidade, que leva aoscongressos nacionais e ao públicogeral um repertório selecionado demúsicas sacras, arranjos de obraseruditas e clássicas, além decomposições de músicos do próprioExército de Salvação.

Regida pelo maestro Richard E.Holz desde 1984, a banda está

inserida em uma região historicamente ligada ao jazz norte-americano. Por essa razão, absorveu o ritmo e o alto graude musicalidade do local, passando a servir como referênciapara muitas outras bandas do país, emprestando alguns deseus 38 músicos para compor temas para Hollywood e atémesmo para integrar a banda oficial da Casa Branca.

A Banda Territorial Sul dos Estados Unidos, que já seapresentou inclusive no Palácio de Buckingham em 1990,poderá ser vista no Brasil entre os dias 2 e 7 de abril, nascidades do Rio de Janeiro, São Paulo e São Sebastião (SP).

Êxito no Brasil

Com 12 CDs gravados e uma agenda decompromissos de provocar a admiração dequalquer artista, o Ministério de LouvorKoinonya (palavra grega que significacomunhão) é um dos grupos gospel de maiorrepresentatividade no meio evangélico. Nascidoem 1987, sob a orientação do bispo BenêGomes, então da igreja evangélica Sara NossaTerra, de Brasília, a idéia inicial era tocar músicasque fizessem os fiéis cantarem junto com aigreja. Em pouco tempo, a competência dosinstrumentistas em compor e interpretar ascanções projetaram o Koinonya para o sucesso,tornando-o independente.

A banda, composta por 13 integrantes(quatro metais - dois trompetes, um trombonee um sax), baixo, guitarra, dois teclados, bateria,percussão e vocal, tem suas músicas amplamenteconhecidas pelos evangélicos: resultado de uma bem traçadaestratégia de divulgação do trabalho. “Realizamos uma turnêa cada CD lançado, e o roteiro inclui, além das cidadesbrasileiras, países como os EUA e o Japão, onde nosapresentamos para comunidades de evangélicos, em suamaioria brasileiros que vivem fora do país”, conta otrombonista do grupo, Marcos Wander Araújo.

Divulgação

A Banda Territorialchega em abril para

breve temporadabrasileira

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7Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

POR ESTAS BANDAS

Contato

o eclético

Orquestra Sinfônica do Paraná - (41) 335-5273 ou(41) 335-6062Banda Brazuca - (11) 4438-0734Banda Territorial do Sul dos Estados Unidos –tel. (11) 577-9000 r. 161,162 ou 155Koinonya – (61) 382-7755Grazie a Dio – (11) 3031-6568

a orquestra, também leciona na Embap (Escola de Músicae Belas Artes do Paraná). Como professor, Marco procuratransmitir aos alunos uma visão completa do que é o trabalhodo músico no Brasil. “O brasileiro precisa ser versátil osuficiente para estudar, integrar uma orquestra, dar aulas etocar outros estilos que não o erudito”, ensina.

Trompa - Terceira trompa da OSP há seis meses,Eraldo Alves de Araújo foi integrante da Orquestra Juvenildo Estado, de onde, segundo ele, retirou a maior parte dosensinamentos que leva para o palco hoje em dia. “Para ummúsico de orquestra, não basta só executar bem. Ele precisaaprender a ouvir os outros componentes, saber ser oprimeiro, o segundo, o terceiro, o solista ou acompanharoutro instrumento. Isso se obtém com treino e, acima detudo, com humildade”, diz. Além de ensaiar uma média de30 horas semanais com todos os componentes da orquestra,Eraldo acredita que uma maneira de conseguir melhor

rendimento é o ensaio em separado de cada naipe, algumasvezes por semana, para desenvolver a capacidade daaudição.

Trombone - Primeiro trombone da OSP há 15 anos,Silvio Spolaore começou a aprender piano com nove anos.Por influência do pai, que tocava saxofone e gostava deouvir big bands, resolveu estudar trombone. Foi ter aulascom um mestre, o professor Gagliardi, e cinco anos depois,aos 21, prestou um concurso e passou a integrar a orquestraparanaense. “A primeira lição que o músico deve ter emmente é a necessidade de estabelecer metas sérias, pois,sem muito estudo e disciplina, não se chega a lugar algum”,ensina. Para ele, o campo erudito ainda está sendo semeado,e uma boa base é imperativa para quem quer conseguirdestaque na profissão. Além dos ensaios da OSP, Silviotambém dá aulas na Embap. “Ser professor também é umaprendizado para o músico”, finaliza.

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ção

Na trilha do sucesso

“Brazuca” é o nome do CD produzido pelo pianista JoãoCristal que deu início à recente formação da big band demesmo nome. A história de seu nascimento é curiosa: háalguns anos, João teve a idéia de montar uma banda,composta em sua maioria por músicos da região do ABC,na Grande São Paulo. Na época, a idéia não vingou, masem julho de 2000, a iniciativa foi aprovada pelo Fundo deCultura da Prefeitura doMunicípio de Santo André, queliberou a verba para a gravaçãodo CD.

Composta por 13 integrantes,a banda traz, além do próprio JoãoCristal no piano, os artistas WerilSilvio Depieri no sax, QuinzinhoOliveira no trompete, e RenatoFarias no trombone, executandoum repertório que misturainfluências de salsa, forró, gafieirae baladas. “O CD foi muito bem-recebido pelo público. Credito isso à sintonia entre osmúsicos e também deles com os temas”, avalia João Cristal,que planeja para abril a gravação de mais um CD da banda.

A partir de março, a Brazuca começa a tocar no barGrazie a Dio, em São Paulo. Vale a pena conferir.

l e no exterior

Naipe de sopros da banda Koinonya

Brazuca: formação conta com artistas Weril

Divulgação

Page 8: Revista Weril nº 134

8 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

FIQUE DE OLHO

Wilson Vanderlei Jr. procura partituras de jazz, principalmente para trompetes. Em troca, oferecepartituras de choro, MPB, erudito, clássico e dobrado entre outras. Rua 55, no 1026 – A. Cohab, Cabo(PE) – CEP 54.500-000Sidney Golçalves gostaria de receber arranjos de música clássica, jazz, blues, trompete e sax alto.Rua 29 de setembro, 930/casa 21, Carambista, Valença (RJ) – CEP 27.600-000Anderson Nunes de Carvalho Oliveira quer obter fitas e CD’s de bandas militares e evangélicas.Rua Professora Isabel Pinto de Campos, 96, Cristo Rei, Várzea Grande (MT) – CEP 78.118-110Odair Carlos coleciona fotos de bandas, fanfarras e orquestras de todo o país, e gostaria de receberfotografias para ampliar seu acervo, que já conta com mais de mil imagens. Também gostaria de trocararranjos de bandas. Enviem cartas para Caixa Postal 4404 – CEP 19020-990 – Presidente Prudente (SP)Adriano Costa Jr. gostaria de trocar livros de harmonia por livros sobre instrumentação de bandas.Rua Professor Jesuíno Azevedo, 92, Jardim do Seriado (RN) – CEP 59.343-000Leandro Fidanza quer trocar partituras e informações com outros músicos. Rua Abril Fávero, 75,Guaranésia (MG) – CEP 37.810-000Paulo Roberto da Silva gostaria de trocar partituras e dispõe de um acervo de livros. TravessaLindonfo Freire, 25, Olavo Oliveira (CE) – CEP: 60350-730Fagner Martins de Santana gostaria de receber partituras de músicas, e se corresponder comsaxofonistas e regentes. Rua Manoel Pereira, 218, São Raimundo Nonato (PI) – CEP:64770-000Andreia Santos gostaria de se corresponder com saxofonistas de todo o Brasil. Rua Manoel dosSantos, 8, Barueri (SP) – CEP: 06.462- 000Genésio Sanvído gostaria de trocar partituras com músicos. Rua Arnaldo Bentamaro, 135, Vila Dias,Mogi Mirim (SP) – CEP :13.800-000Lucas Kermenegildo de Paulo gostaria de trocar partituras de banda. Ele está precisandourgentemente de partituras do Carnaval de Veneza e Estrela de Friburgo. Rua dos Keroinas, 31, VilaCamorim, Queimados (RJ) – CEP:26315-580Eraldo Antônio da Silva gostaria de se corresponder com trompetistas, de preferência estudantes eprofessores, para trocar informações, esclarecimentos e materiais. Rua Ulisses Costa, 43, Água Fria (PE)– CEP: 52211-252João Evaristo Silveira Junior gostaria de divulgar o site www.liramusicalsaosebastiao.hpg.com.brJorge Machado Silva quer se corresponder com trompetistas de todo Brasil e trocar métodos epartituras. Rua Acesso 08, no 14, Santa Cruz, Vitória da Conquista (BA) – CEP 45.000-000Alcides Reis Junior gostaria de trocar partituras de jazz e selos de sax alto. Rua Roberto Barro Nove,350, T. Imperial, São José dos Campos (SP) – CEP 12.234-190Robson José Peixoto divulga o site da Banda Euterpe Cachoeirense, a segunda banda civil comatividades ininterruptas mais antiga de Minas Gerais http://netpage.em.com.br/robjpDavi Soares Santos gostaria de receber doações de partituras de bombardino em Sib, para banda demúsica. Rua Dr. Pedro Barreto, 348, Simão Dias (SE) – CEP 49.480-000Adalton Antonio de Souza quer estabelecer contato com maestros de coral, conhecer endereços desites sobre canto coral e lojas onde possa encontrar partituras e livros sobre o assunto. Quem puderauxiliar, escreva para [email protected]

Um novo método teórico, elaborado pelo trompetista,arranjador e compositor Quinzinho Oliveira, acaba de sercolocado à disposição dos órgãos de ensino de música.Divido em três unidades, o “ABCD... Musical” pretendeminimizar e até mesmo sanar osproblemas gerados pela falta deuma boa base teórica noaprendizado do instrumento. Cadalivro é composto por um cadernoteórico e outro de exercícios, paraesclarecer todas as dúvidas quepossam surgir no decorrer docurso.

www.classical.netParada obrigatória para quem procura informações sobremúsica clássica. Traz resenhas de 1.500 CDs e linkspara mais de três mil sites sobre o assunto. Não deixe devisitar a seção Classical CD Buying, um guia paracompra de CDs de música clássica. Em inglês.

www.musicalmpb.com.brNeste site, em português, você encontrará diversosprogramas especialmente desenvolvidos para destacara música brasileira. Entre eles, o “Aberto para balanço”,que traz o melhor do ritmo nacional dançante, o “Gemado Novo”, apresentando os artistas que estãodespontando na MPB, e o “Choro Rasgado”, para quemadora chorinho mas não tem muitas oportunidades deouvir composições de mestres como Pixinguinha eAltamiro Carrilho.

Intercâmbio

Navegue

Lançamentos

O livro “Fatos e Afetos”, da professora do Departamentode Música da UFPB, Luceni Caetano da Silva, registra e

resgata a trajetória do Quarteto deTrombones da Paraíba e suaatuação artística no Estado, noBrasil e no mundo. O livro pode seradquirido pelo telefone (83) 235-3097, ao custo de R$ 10,00.

Concurso

Prestige des Cuivres/Concurso Internacional PhilipJones 2001 - Organizado pelo Conseil Départemental pourla Musique et la Culture de Haute-Alsace, o concursoacontece de 18 a 23 de setembro de 2001, em Guebwiller,na França, e está aberto a músicos de todas asnacionalidades, desde que nascidos depois de 1o de janeirode 1969, nas categorias Trompa e Conjuntos deInstrumentos de Metal. As inscrições devem ser feitas até15 de julho. Mais informações no site www.cdmc-haute-alsace.com, através do e-mail [email protected] ou do telefone 0/xx/33 3 89 74 94 63.

Page 9: Revista Weril nº 134

9Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

WORKSHOP

Ivan Meyer é artista Weril, professor e autor de métodos de ensino de saxofone.Contato: [email protected]

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ilham

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axo

fon

eEstes exercícios foram elaborados pelo artista WerilIvan Meyer, para tornar mais ágil a execução dosaxofone.

Page 10: Revista Weril nº 134

10 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

aulasMÚSICA VIVA

aulas

Beatriz Weingrill

Fora do currículo oficial brasileiro há muitos anos, amúsica não morreu e está ocupando cada vez mais espaçodentro dos estabelecimentos de ensino particular de 1o e 2o

graus. As razões são muitas: de sua importância para odesenvolvimento intelectual e emocional da criança aosnovos “Parâmetros Curriculares Nacionais”, ditados peloMinistério da Cultura, que incentivam os estabelecimentosde ensino a incluírem a musicalização em suas salas de aula.

No Recife (PE), por exemplo, o Centro de Ensino dePernambuco, escola vinculada ao Colégio Objetivo, incluiuno ano passado o ensino de educação musical para alunosda 1a a 8a série. “Ainda estamos iniciando o projeto, maspretendo montar uma banda e uma escolinha de músicacom metais, instrumentos de palheta e cordas”, revela odiretor pedagógico da escola e maestro da Banda Marcialdo Ginásio de Pernambuco, Valdenílson Cunha Costa, quetambém está dando andamento a um projeto de retorno da

Mesmo sem a obrigatoriedade, iniciação à música ganha espaço nas escolas

Aula de musicalização na Escola Viva:prática torna-se cada vez mais comum noensino particular

música na grade do ensino público. “A não-obrigatoriedadefez com que diversas fanfarras ligadas a escolas públicasdeixassem de existir. Para se ter uma idéia, até 1994 haviacerca de 700 bandas e fanfarras no Estado. Hoje, existemno máximo 100”, avalia.

Em São Paulo, a movimentação em torno do assuntotambém vem ganhando corpo, e já é grande o número deestabelecimentos que inclui a música em seu currículo. AEscola Viva é uma delas. Ali, as crianças começam a serapresentadas ao universo da música a partir dos dois anosde idade. Nessa fase, o trabalho procura despertar a atençãoda criança para as músicas existentes no dia-a-dia.“Oferecemos subsídios para que elas conheçam todos osinstrumentos existentes, trazendo instrumentistas para tocarou organizando idas a ensaios de orquestras “, conta GustavoKurlat, assessor de música na pré-escola da Escola Viva.Alunos com mais de sete anos recebem elementos teóricose práticos, aprimoram o ouvido e a percepção, e aprendema reconhecer o que é instrumento de corda, de sopro, depercussão, estilos musicais e leitura de partituras. No ateliêvinculado à escola, aqueles com maior interesse podem sededicar ao aprendizado do instrumento de sua preferência.

Segundo Maria Lúcia Martinelli Alves da Silva,educadora musical da escola Mater Dei (outra que inclui amusicalização em sua grade de disciplinas), ao serestimulada por esse processo na infância, a criança sente-se incentivada a iniciar o estudo mais aprofundado deinstrumentos. “Tenho ex-alunos que hoje tocam flauta,violão, violino, e outros têm até banda de música”, conta.

Não se deve esquecer que a prática do ensino musicalnas escolas acaba abrindo um novo mercado de trabalhopara o músico. Porém, é preciso frisar que, para lecionarem escolas, é necessário estar de acordo com as normasditadas pelo Ministério da Educação, que exige formaçãoem música e pedagogia.

De

volt

a às

Centro de Ensino de Pernambuco:(81) 3445-9763Escola Viva: (11) 3842-6927Mater Dei: (11) 3887-0794

Page 11: Revista Weril nº 134

11Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

Todos os Tons

Nos baresda vida Louisa Bouafia

Banda de HectorCostita: hotéis cincoestrelas oferecemoportunidades paramúsicos de sopro

Considerado pela maioria dos músicos como um trabalhomenor, tocar em bares e restaurantes pode ser umaexperiência interessante para o instrumentista, além demuitas vezes funcionar como trampolim para uma carreirade sucesso. Foi o que aconteceu com o trompetista SilvérioPontes, que, antes de se tornar profissional, tocava na noitepor mera paixão. E foi nos bares e restaurantes do Rio deJaneiro e Niterói que tornou-se conhecido no meio artístico,sendo convidado para compor as bandas de artistas do portede Luís Melodia, Tim Maia, Cidade Negra e Zé da Velha,com quem toca atualmente. “Não existem muitas opçõespara o músico de sopro em bares e restaurantes. É precisocavar as oportunidades, procurar as casas mais tradicionaise oferecer um bom projeto de trabalho. Montar um pequenogrupo instrumental, por exemplo”, aconselha.

Apesar de não proporcionar um bom retorno financeiro,os pontos positivos apontados por quem já tocou de bar embar são muitos. “É uma grande escola. Além da chance deaprender novas linguagens musicais, somos obrigados amanter o repertório sempre atualizado, o que pede estudo,

Quem já se aventurou

nesse tipo de trabalho

garante: a experiência

de tocar para o público

da noite é

enriquecedora e pode

até se tornar uma opção

definitiva

e o mais importante é estar apresentando nosso trabalho”,revela Silvério.

Para Wagner Mayer, trombonista do grupo mineiroSkank, tocar na noite funciona como uma espécie de vitrinedo trabalho do músico. “Em geral, é a sua primeiraexperiência profissional, e pode abrir muitas portas do meioartístico. Se o salário é precário, ao menos vale pelaexperiência de palco e pelo intercâmbio com outrosprofissionais da área”, acredita Wagner.

A opinião é compartilhada por Hector Costita,saxofonista, compositor e arranjador que integra o grupoque anima a happy hour do Havana Club, bar do sofisticadoHotel Renaissance, em São Paulo. Segundo Hector, aexperiência deixa o músico mais confortável no palco, maisrelaxado e seguro frente ao público, além de ser umaoportunidade de ouro para os instrumentistas que têmtrabalhos próprios. “Ser visto interpretando é o melhorcartão de visita que existe. Além disso, se conseguir umespaço mais sofisticado, como o piano bar de um hotel, oretorno financeiro será mais adequado”, afirma Hector.

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12 Revista Weril - nº 134 - Março/Abril-2001

ENTREVISTA

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Jacques Mauger é um dos maiores trombonistas eruditos em atividade no cenário mundial.Francês, estudou na Inglaterra com o professor Denis Wick, ex-primeiro trombone daSinfônica de Londres. Atuou depois como principal trombonista da Ópera de Paris, durante12 anos. Hoje, divide-se entre as apresentações como solista (suas preferidas), workshops eas aulas que ministra regularmente em seu país natal e no Japão, uma ponte área cansativa,mas que não consegue abalar seu espírito “zen”.

Em mais uma de suas viagens, ele esteve no Brasil para participar do último EncontroLatino-Americano, da Associação Brasileira de Trombonistas, e ser o solista de uma peçainédita, escrita pelo francês Jean Michel Defaye especialmente para a ocasião. Logo apósministrar sua masterclass aos participantes do encontro, Mauger falou à Revista Weril:

Revista Weril: Como professor, quais são suas dicas para o estudante elaborar umbom plano de estudos para o trombone?Jacques Mauger: Há várias recomendações importantes. A primeira delas, para quemse inicia no estudo de trombone, é controlar a respiração e a emissão de ar. Vencida estaetapa, temos pelo menos 30% de garantia de sucesso em nosso estudo. Por isso, o trombonistaprecisa observar alguns cuidados básicos, como achar uma posição natural para tocar edesbloquear o diafragma, inclusive com a ajuda de exercícios. O melhor esporte para nossaatividade é a natação, que nos ensina a regular o ar.

RW: Qual a importância da velocidade do fluxo de ar na execução do instrumento?JM: Quanto mais rápida a velocidade do fluxo de ar, mais vibração e mais harmônicosobtemos. E o ponto de partida dessa vibração localiza-se em nossos lábios. O trombone nadamais é do que um amplificador desse som. O segredo está em nossa boca: para se obter umafreqüência mais aguda, é preciso fechar mais o lábio. Não é necessário apoiá-los com forçano bocal, pois desse modo a vibração será cortada. Isso não significa que você não precisesentir o apoio dos dentes no bocal. Enfim, a simplicidade quase sempre é a solução. Peçasdifíceis de serem tocadas muitas vezes exigem apenas exercícios simples de resistência,controle e entonação. Cada instrumentista é um caso diferente, mas o princípio básico éencostar simplesmente o lábio no bocal, sem forçar, e controlar a respiração para atingir osregistros que desejamos. A garganta deve estar sempre aberta, nunca contraída. E a língua,que direciona o ar e determina sua articulação, também é muito importante. Se você, porexemplo, toca forte ou pesadamente, é sinal de que sua língua está pesada. Enfim, observandoesses e outros cuidados, aos poucos, com muito treino, o trombonista vai ampliando a suatessitura e alcançando vôos maiores. Quando se tem o controle, o resto é uma questão detécnica.

O maior trombonista francês elogia a

musicalidade brasileira e alerta para a

simplicidade de muitas soluções que levam a

uma perfeita execução do instrumento

RW: O sr. indicaria algum método de estudo para otrombonista?JM: Posso indicar os métodos de Arban, Lafosse,Cowilliand e Kopprash. Para o estudo de repertório,recomendo as compilações de David, Tomasi, Dutilleux,Frank Martin e Grondhal.

RW: O sr. acredita que exista alguma diferença entre omodo de tocar dos europeus e o dos norte-americanos?JM: Na América do Norte, costuma-se usar muito ar semgrande controle de pressão, o que nem sempre é o maisadequado para conseguirmos projetar o som e atingir todaa série harmônica. Penso que não é preciso ter ar de sobrapara tocar, apenas o suficiente. Já a escola européiapreocupa-se com a projeção e a pressão imprimida ao ar, afim de que o som vá mais longe, de maneira equilibrada enítida. A tradição francesa, por exemplo, é a de trabalhar ofraseado, a musicalidade, em oposição aos exercícios daescola americana, que trabalham mais com o objetivo de seatingir uma perfeição técnica.

RW: E com relação aos brasileiros? Como o sr. classificao nível atual de nossos trombonistas?JM: Dou aulas em continentes diferentes e posso dizer quegosto muito do jeito brasileiro de tocar, tanto que levei doistrombonistas daqui, um de São Paulo e outro do Recife,para estudar comigo na França. Aqui os instrumentistas têmgrande senso estético e musicalidade, e estão sempreprocurando melhorar seu som. Com o brasileiro, tudo ficamais bonito.

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