revista universo ufpel - edição 1

16
O SONHO SE TORNA REALIDADE Cultura Os prédios que contam a história de Pelotas Moda Personalidade através das roupas Comportamento As pesquisas sobre internet Agosto 2012 | Ano 1 | Edição 01 Distribuição gratuita

Upload: revista-universo-ufpel

Post on 14-Mar-2016

226 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

A Revista Universo é um projeto dos alunos do 5º semestre do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas. Nossa primeira edição foi lançada no primeiro semestre de 2012 com a supervisão da professora Marisa Luvielmo.

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Universo UFPel - Edição 1

O SONHO SE TORNAREALIDADE

CulturaOs prédios que contam a história de Pelotas

Moda

Personalidade através das roupas

ComportamentoAs pesquisas sobre internet

Agosto 2012 | Ano 1 | Edição 01Distribuição gratuita

Page 2: Revista Universo UFPel - Edição 1

Expediente: Universidade Federal de PelotasReitoria:Rua Gomes Carneiro, 1 - CentroCEP 96010-610 - Pelotas, RS

Reitor:Antonio Cesar Goncalves BorgesVice-reitor:Manoel Luiz Brenner de MoraesChefe de Gabinete:Mario Caputo CoppolaPró-Reitor Administrativo:Luiz Ernani ÁvilaPró-Reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários:Carmem NascimentoPró-Reitor de Extensão e Cultura:Gilberto GarciasPró-Reitora de Gestão de Recursos Humanos:Roberta TrierweilerPró-Reitor de Graduação:Cláudio Duarte

Pró-Reitor de Infraestrutura:Renato Brasil KourrowskiPró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação:Manoel MaiaPró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento:Rogério KnuthAssessor especial da Reitoria:Mauro Joubert Cunha

Revista UniVersoPublicação semestral do curso de Bacharelado em Jornalismo e Comunicação da Universidade Federal de PelotasAno I - Primeira edição - Julho/2012

Centro de Letras e ComunicaçãoDiretor do Centro de Letras e ComunicaçãoPaulo Ricardo Silveira BorgesCoordenação do curso de Jornalismo e Comunicação:Ricardo FiegenbaumCoordenadora da área de Jornalismo:Michele NegriniCoordenadora do projeto Revista UniVerso:Marisa Luvielmo MTB/RS9204

Reportagens:Alex Pires, Antoniela Rodriguez, Anderson Largue, Ândria Völz, Camila Faraco, Camila Matos, Carlos Fetter, Douglas Melo, Eduardo Reis, Elana Mazon, Esther Louro, Giorgio Guedin, Graça de Siqueira, Igor de Campos, Luiz Alexandre Alves, Marcela Gomes, Márcio Furtado, Pamela Mendes, Rita Pereira, Vanessa Lilja, Vinícius WaltzerFotos:Banco de dados da revista Projeto Gráfico:Pamela MendesEditora de arte e diagramação:Mônica BandeiraRevisão:Bianca Alves LehmannImpressão:Gráfica e editora UFPel Tiragem:1.000 exemplares

Contato: [email protected] | revistauniversoufpel.wordpress.com

04 08

12 14

Férias de julho e um sonho realizado. Nossa primeira revista sai junto às comemorações dos 200 anos de nossa cidade! Nesta edição, vocês descobrirão que fazer moda e estar na moda também é uma forma de escrever a cultura em um corpo; que o mundo virtual também provoca stress e que a verdadeira essência das redes sociais é ser colaborativa.

Na cultura a indicação vai para o filme da década de 70, Rede de Intrigas, atual por seu sensacionalismo e instantaneidade. Também temos um breve histórico da participação dos acadêmicos do curso de jornalismo no Intercom Sul, em Chapecó SC.

Nossa matéria de capa é sobre a primeira turma de jornalismo de uma instituição pública, na região sul. Nela vocês conhecerão o que pensam seus estudantes, como mudou a rotina dos que vieram de outras cidades e de quem largou tudo para começar de novo. Ainda saberão como foi dar o pontapé inicial para a criação do curso em uma época em que as leis do país desestimularam o diploma de Bacharel em Jornalismo. Essa é uma turma especial, que luta unida pelo direito de muitos e vai às ruas manifestar:

“Do meu diploma não abro mão.Sou jornalista por formação.”

Boa leitura!

EDITORIAL

2 Revista UniVerso - Edição I

03 NotíciaUFPel e os 200 anos de

Pelotas

04 CulturaHistória, beleza e exuberância no coração

de Pelotas

06 Tecnologiamundo ao toque do dedo

07 ComportamentoVida Online

08 EspecialO sonho se torna realidade

11 ViagemIntercâmbio: Desafio aceito

12 Meio AmbienteOs perigos da

plasticomania

13 ModaModa além das roupas

14 UniversitárioComo se aventurar fora

de casa

15 U-recomendaPara ler, ouvir, ver

Page 3: Revista Universo UFPel - Edição 1

Revista UniVerso - Edição I

Pelotas chega aos seus 200 anos e a UFPel está presente em diversas atividades comemorativas. O bicentenário da Princesa do Sul motivou a instituição a criar a comissão UFPel/200 anos de Pelotas que preparou dezenas de atrações, como palestras, seminários, eventos esportivos, eventos sociais e, além disso, homenagens a ilustres pelotenses como João Simões Lopes Neto, que dará nome ao Aeroporto Internacional de Pelotas. Além disso, o historiador Mário Osório Magalhães lançará o livro “Os 200 Grandes do Bicentenário”. Outra iniciativa da Comissão volta-se para o lançamento do Selo dos 200 anos.

A comissão já propôs a criação do Parque dos 200 anos e a transferência do Monumento Sentinela Farroupilha, da Praça 20 de Setembro, para o Largo da Rodoviária.Os 40 integrantes da comissão UFPel/200 anos de Pelotas, segundo o seu presidente Clayton Rocha, têm colaborado com propostas culturais, pois

essa é a responsabilidade de uma Instituição Federal de Ensino. A origem portuguesa e o fato da cidade ser um berço negro no Rio Grande do Sul, “o principal deles, ao lado de Rio Grande”, são aspectos que vêm sendo destacados pelos historiadores ligados à UFPel.

Clayton Rocha lembra, ainda, que a irmandade com Rio Grande, outra proposta da comissão UFPel, “foi bem recebida nos poderes Legislativos das duas cidades”, pois a Princesa do Sul e a Noiva do Mar possuem laços históricos além de vizinhança geográfica. Ambas as cidades são de origem portuguesa e negra e hoje recebem o benefício do processo de duplicação da estrada que as une. Por todas essas razões, disse Rocha, a irmandade proposta em pleno bicentenário é projeto que deve ser muito bem avaliado pelos vereadores e administradores das duas cidades, cuja decisão poderá causar repercussão histórica ou frustração geral nas duas comunidades.■

Notícia

Instituição promove diversas ações em alusão ao aniversário da cidade.Anderson Largue e Márcio Furtado

Reunião da Comissão UFPel 200 Anos de Pelotas, coordenada pelo chefe de imprensa da Universidade, jornalista Clayton Rocha

Foto

: Jos

é Pa

chec

o

UFPel e os 200 anos de Pelotas

3

Page 4: Revista Universo UFPel - Edição 1

Revista UniVerso - Edição I

Primeiramente batizada com o nome de Praça da Regeneração, a Praça Coronel Pedro Osório foi inaugurada em 1832. No período do Segundo Reinado, a Praça se chamava Dom Pedro II e passou a ser Praça da República com o fim do regime monárquico. Somente em 1931, com a morte do Coronel Pedro Osório, ganhou o nome que a faz popularmente conhecida hoje.

Considerada pelos pelotenses o coração da cidade, a praça foi o segundo loteamento urbano de Pelotas. O primeiro foi aos arredores da Catedral São Francisco de Paula que se estendeu, mais tarde, até as ruas do porto, formando, assim, o segundo loteamento.

No entorno da Praça se encontram vários casarões que fazem parte da história pelotense. Esses casarões, que eram habitados pelos barões e por famílias nobres da cidade, revelam a beleza da arquitetura neoclássica. Neles foram protagonizados movimentos de protesto e até mesmo um episódio da Revolução Farroupilha, como ocorreu na Casa da Banha.

O prédio recebeu esse nome devido ao açougue que ficava em uma das peças da casa. Ao contrário do que muita gente pensa, a nomenclatura da casa não tem nenhuma relação com o charque ou com o abate de animais comum na época. No período da Guerra dos Farrapos, a casa foi ocupada pelos adversários, chamados legalistas.

Para a retirada dos ocupantes, os guerrilheiros Farroupilhas avisaram que colocariam barris com pólvora ao redor do prédio e explodiriam o local. Dessa maneira, os legalistas saíram desarmados com as mãos ao alto. Em consequência à desocupação, os Farrapos tomaram conta do prédio e, por esse motivo, nos livros que contam a história de Pelotas, o prédio tem o nome de Quartel General dos Farroupilhas em vez de Casa da Banha.

Após o episódio da Revolução Farroupilha, o local, que pertencia à família Ribas, foi sede de diversos segmentos simultaneamente: as oficinas de redação do Diário de Pelotas, o Colégio Salvador, o quartel da polícia e o Clube Demócrito, uma das mais antigas entidades carnavalescas de Pelotas. No período de 1875 a 1881, foi sede da Câmara de Vereadores. Somente em 1881 a câmara se estabeleceu no atual prédio da prefeitura, construído por iniciativa do então presidente da Câmara, Leopoldo Antunes Maciel, proprietário do casarão seis.

O casarão seis, juntamente com o dois e o oito pertenciam a mesma família, formam a quadra da rua Felix da Cunha,. A casa oito era de Francisco Antunes Maciel, irmão de Leopoldo. A casa de número dois foi construída antes das outras pelo Barão de Butuí, sogro de Leopoldina, irmã de Leopoldo e Francisco. O presente de casamento do Barão ao seu filho foi, justamente, o casarão dois. Assim, toda aquela quadra ficou pertencendo à mesma família.

HISTÓRIA, BELEZA E EXUBERÂNCIA NO CORAÇÃO DE PELOTAS

Cultura

4

Ândria Völz e Vanessa LiljaFotos: Rita Pereira

Page 5: Revista Universo UFPel - Edição 1

Outra história curiosa é a das casas geminadas. Toda a quadra em que elas se encontram pertencia ao senador Assumpção. O senador, que tinha quatro filhas, construía uma casa para dar de presente a cada filha que se casava. Quando as duas mais moças iriam se casar, o terreno que havia sobrado não era tão extenso quanto os outros. Desse modo, Assumpção resolveu construir duas casas com a mesma fachada, porém com entradas independentes e, por isso, receberam o nome de geminadas. O projeto foi trazido da Inglaterra e executado por Caetano Casaretto.

Com quatro andares, mais subsolo e muita exuberância, o Grande Hotel foi construído no período de 1925 a 1928. Com setenta e seis quartos, seis apartamentos tipo suíte, salão de chá e um restaurante, foi construído com conforto e luxo para receber as famílias que vinham de outras cidades. Existiam outros hotéis, porém ao hospedarem-se no Grande Hotel, os hóspedes valiam-se do benefício da boa localização, já que ficava ao lado da praça e perto do centro comercial da cidade, localizado na Rua Felix da Cunha.

Sendo um dos prédios históricos mais conhecidos, o “Theatro Sete de Abril” traz consigo um grande valor histórico, visto que é um dos mais antigos do Brasil. Foi idealizado a partir de uma sociedade dramática particular, a Sociedade Scenica Theatro Sete de Abril. As duas datas gravadas em sua fachada têm diferentes significados (1834-Theatro Sete de Abril-1916): a primeira corresponde ao ano em que ocorreram os primeiros espetáculos em seu palco, como peças de teatro, musicais e até mesmo apresentações de anões, mulheres barbadas e engolidores de fogo.

A segunda data foi gravada no ano de 1916, quando o Theatro teve sua fachada reformada, que se mantém da mesma maneira que vemos hoje. Os detalhes de ferro e as colunas, colocados em sua primeira reforma ocorrida no mesmo período da construção dos casarões seis e oito, foram retirados em 1916. Foram inseridos elementos iconográficos que representam os usos do teatro, mudança classificada como Art Noveau. Nessa mesma reforma, o sistema de iluminação dos lustres tem suas velas

substituídas por eletricidade.De propriedade do Coronel Rosauro

Zambrano, em 1920 é construído outro Teatro em Pelotas, o Theatro Guarany, inaugurado no dia 30 de abril de 1921. Uma importante companhia de teatro, que veio à cidade, motivou Zambrano para a construção. Porém, há quem diga que a construção desse Teatro se deu após descontentamento do Coronel com a gerência do Sete de Abril. Zambrano mantinha reserva de camarote para sua família e, certo dia, ao chegar para assistir a um espetáculo percebeu que seu lugar estava ocupado. Assim, ele disse que não pisaria mais no local e criaria outro teatro para assistir óperas sempre que quisesse.

Na esquina da Rua Anchieta, contemplamos o Clube Caixeiral que recebe esse nome porque foi fundado, em 1879, por caixeiros – assim eram chamados os comerciários da época. O clube instituiu-se a partir da luta dessa classe pelo direito de descanso aos domingos e feriados após as 15h. No local, destinado ao lazer, eram realizados muitos bailes e festas durante todo ano, inclusive no carnaval.■

Centros Culturais

5Revista UniVerso - Edição I

Page 6: Revista Universo UFPel - Edição 1

Revista UniVerso - Edição I

Tecnologia

Já foi o tempo em que apenas os netbooks ou notebooks eram sinônimos de mobilidade no mundo da informática. Os tablets, que são um meio termo entre um smartphone e um computador pessoal, caíram no gosto do brasileiro, principalmente entre os mais jovens. Atualmente no mercado, há diversos modelos para todos os gostos, bolsos e necessidades.

A popularização dos tablets iniciou em 2010, quando a Apple começou a produzir o iPad. Com uma tela sensível ao toque de 9,7’’ e pesando apenas 750 gramas, a primeira versão da “prancheta” de Steve Jobs revolucionou o mercado da informática. Mas os concorrentes não ficaram para trás. A Samsung, principal adversária da Apple neste meio, criou o Galaxy Tab também em 2010. Desde então, as duas gigantes na informática criam novos modelos e disputam clientes aficionados pela tecnologia. Outras empresas, como a Sony, Motorola, BlackBerry, também lançaram recentemente seus modelos e disputam uma faixa desse concorrido mercado.

Mas afinal, qual modelo escolher? As duas principais concorrentes, a Samsung e a Apple, têm, em seus aparelhos, qualidades e limitações. No sistema operacional do Galaxy Tab, o Android, do Google, possui uma vasta gama de aplicativos,

a grande maioria deles, gratuito, além de total interação com os produtos do Google. Se a questão for financeira, os tablets da Samsung estão mais em conta do que os da Apple, além de oferecer mais aplicativos gratuitos. Mas os atributos param por aí. O iPad já desbanca o Galaxy Tab pela atualização do produto, que a segunda geração só está chegando agora no Brasil. O Novo iPad é a terceira geração do tablet que conta com uma tela de altíssima resolução, ideal para jogos, maior duração de bateria e uma espessura mais fina que o modelo da Samsung. O sistema operacional também é mais seguro que o fornecido pela Samsung. O preço, entretanto, é mais caro que os outros tablets. Enquanto o preço do Novo iPad, modelo de 16GB, custa, em média, R$1800,00, o Galaxy Tab 10.1 (primeira geração), também de 16GB, R$1400,00.

Longe dos tablets avançados, há os de configurações e recursos mais modestos. Os chamados “Xing-ling”, sem marca, possui garantia mínima, tela menor, acesso apenas à internet sem fio via WIFI, sistema operacional Android, geralmente a versão 2.2 e com processamento módico. O preço, porém, é o principal atrativo. Varia de R$300,00 a R$700,00. “Para usar internet, ele atende às minhas expectativas. Mas

é limitado para muitas outras funções”, diz o usuário de um tablet deste tipo, Alef Lima.

Apesar da vasta quantidade – e qualidade – dos tablets, o preferido e mais moderno continua sendo o modelo da marca fundada por Stevie Jobs. O Novo iPad já vendeu mais de três milhões de unidades em todo mundo e domina 91% do mercado mundial (incluindo as três gerações). As outras gigantes, porém, estão correndo atrás do prejuízo e estão lançando modelos cada vez mais sofisticados – e com menor preço. A luta é grande e quem ganha com isso é o consumidor. É o mundo na ponta do dedo, literalmente.■

mundo ao toque do dedoPrático, leve e funcional: Porque os tablets estão ocupando cada vez mais espaço no mundo high-tech.

Giorgio Guedin

O Ipad é disparado o líder de mercado.

6

Page 7: Revista Universo UFPel - Edição 1

Comportamento

Vida online

Elana Mazon

O IBOPE divulgou, no último mês, uma pesquisa que indica o número de pessoas com acesso à internet no Brasil. Somente no primeiro trimestre de 2012, já são 82,4 milhões pessoas com acesso. Esse grande número faz surgir questões sobre o comportamento de todas essas pessoas: como gastam seu tempo e o que lhes interessa.

De olho nesse mercado, diversas empresas desenvolvem estudos para conhecer melhor seus públicos. Em fevereiro de 2011, a eCMetrics Agência e Consultoria Estratégica de Mídia Social divulgou os resultados da pesquisa “Perfil dos brasileiros nas Mídias Sociais”, desenvolvida com 2440 pessoas. Segundo o levantamento, as mulheres entre 18 e 24 anos são os usuários que mais produzem conteúdo nas mídias sociais. São elas, também, as que mais criticam e comentam publicações.

A Agência de Publicidade DM9, de São Paulo, criou em 2011 uma nova classificação dos consumidores no ambiente digital. O trabalho resultou em cinco perfis, chamados de “Digigráficos”. Dentre eles, se destacam os Evoluídos: grupo de pessoas que estão crescendo no mundo digital. Os computadores estão presentes em todos os aspectos da vida dessas pessoas, inclusive na escola.

Sabendo que a relação da juventude com a internet e com as redes sociais é cada vez mais próxima, fica a dúvida: a educação deve acompanhar essa evolução? E como fazer isso?

Para responder questões como essa, a pesquisadora da Universidade Federal de Pelotas, Rosária Sperotto, desenvolve o projeto de pesquisa “As tecnologias digitais como dispositivos de produção de subjetividade e de aprendizagem”. O objetivo do projeto é descobrir potencialidades de sites de Redes Sociais – como o Facebook – como ferramentas na educação. A equipe de trabalho do projeto conta com alunos de graduação, alunos de pós-graduação, voluntários e outros professores.

“A ideia é rastrear os perfis no Facebook dos alunos da UFPel nascidos a partir de 1990 e, mediante autorização, mapear suas atividades e interesses”, afirma Rosária. A partir disso, identifica-se como as ferramentas que estes alunos utilizam podem ser, também, ferramentas pedagógicas de aprendizagem voltadas ao ensino superior. O projeto pretende compartilhar com os próprios alunos os resultados obtidos, para que estes contribuam, questionem e opinem. É a essência das redes sociais: ser colaborativa.■

No universo empresarial ou

acadêmico, pesquisas são desenvolvidas

para entender como os usuários utilizam

a rede mundial de computadores.

7Revista UniVerso - Edição I

Page 8: Revista Universo UFPel - Edição 1

Revista UniVerso - Edição I

Muitas pessoas consideram que sonhar é fundamental para viver. Quantas vezes somos surpreendidos por nós mesmos, fazendo planos para o futuro e pensando naquelas realizações tão desejadas? Para os sonhos não há tempo e nem distância. E costumam mudar nossa realidade. Assim, buscamos superar os nossos próprios desafios.

O maior desafio hoje, vai além da busca profissional, também é parte de uma construção, no mínimo inédita e significativa, não só para Pelotas, mas também para a zona sul do estado. É a conquista do curso de bacharelado em Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), primeiro em uma instituição pública na região.

Criado junto ao Centro de Letras e Comunicação há dois anos e meio, o Curso possui três turmas e dá a oportunidade para que diversos estudantes do estado e do país possam cursar o ensino superior em Jornalismo. A primeira turma do curso ingressou na universidade em março de 2010. De acordo com o previsto, os estudantes se formarão no segundo semestre de 2013. Este é apenas o começo de uma trajetória que ainda será longa e guarda muitos outros desafios.

Cada experiência revela aos estudantes uma oportunidade profissional ou de se descobrir, se reinventar e começar a traçar o futuro. As câmeras, os microfones e os textos ainda revelam aos futuros jornalistas quem eles serão. Em que área atuar? Como ser jornalista? Essas perguntas são frequentes para a maioria dos acadêmicos no curso. Mas se hoje os estudantes fazem planos é devido à oportunidade que receberam e assumiram com a criação do curso.

“A criação do curso me proporcionou a oportunidade de fazer o que eu sempre quis, na minha cidade. Eu já fazia Jornalismo, do jeito que dava, em uma universidade na cidade onde morava. Quando soube que abriria o curso em Pelotas, peguei minhas coisas e mudei pra cá, decidido a tentar o vestibular quantas vezes fosse necessário”, conta o acadêmico

da primeira turma de jornalismo da UFPEL, Vinícius Waltzer, que revela ainda que foi chamado de louco por muitos, por tomar tal decisão.

Para Elana Mazon, natural de Charqueadas, a mudança de endereço foi a primeira transformação significativa em sua vida. “Saí de uma cidade pequena na região metropolitana de Porto Alegre, para morar em Pelotas. Passei a morar sozinha, a administrar o lugar onde moro e o dinheiro que tenho disponível por mês. Amadureci muito. Aprendi ainda mais. Conheci muitas pessoas e cada uma delas me acrescentou de alguma maneira. Fiz ótimos amigos que vou levar para a vida toda e aprendi a valorizar demais tudo o que eu tenho”.

Os desafios de estudar em um curso novo que é construído diariamente não se limitam somente aos estudantes. Os professores, responsáveis por auxiliar na formação dos profissionais, também aprendem muito e têm satisfação de fazer parte do curso neste momento importante. Para a professora Geane Matiello o aprendizado se dá em via de mão dupla contribuindo para a formação dos futuros jornalistas. “É ótimo poder aplicar minha experiência e auxiliar meus futuros colegas no amadurecimento da sua escolha” diz Geane que ainda conclui: “Acompanhar

A primeira turma

A criação do curso me proporcionou a oportunidade de fazer o que eu sempre quis“

”Quem ensina também aprende

O SONHO SE TORNAREALIDADE

Especial

8 Revista UniVerso - Edição I

Luis Alexandre Alves e Graça de Siqueira

Page 9: Revista Universo UFPel - Edição 1

o aperfeiçoamento e a evolução de todos, seja na escrita ou na desenvoltura diante de uma câmera, me fez ter a certeza de que estou no caminho certo. Quero compartilhar anseios, desejos, projetos e poder orientá-los da melhor forma possível”.

Para o professor Eduardo Ritter a oportunidade é especial. “Essa experiência, para mim, com certeza será inesquecível, porque ao mesmo tempo em que essa é a primeira turma do curso de Jornalismo na UFPEL, ela também foi a primeira turma em que tive a oportunidade de atuar como docente” revela.

“Posso afirmar que tenho aprendido muito mais do que ensinado. Pois os alunos são muito aplicados” diz a professora Marisa Luvielmo que ainda faz questão de ressaltar que acredita que futuramente o jornalismo terá ótimos profissionais oriundos do curso da UFPEL. A professora salienta que a prática de dar aula e o trabalho do jornalista a une em uma só paixão. “O jornalismo é uma profissão pela qual sempre tive admiração por acreditar que a comunicação é a essência do ser humano. E a carreira docente, a qual hoje afirmo, é uma das carreiras mais difíceis, mas com certeza uma das mais gratificantes”.

No dia do jornalista, comemorado em sete de abril deste ano, os estudantes do curso lançaram uma carta de manifesto criticando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2009 e que impõe a queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Com uma faixa que trazia a frase: “Do meu diploma não abro mão. Sou jornalista por formação”, os estudantes entregaram o manifesto a comunidade local e chamaram atenção para luta nacional da classe que defende o exercício de um jornalismo de qualidade em respeito à sociedade.

Em maio, o curso realizou sua primeira Semana Acadêmica. Com o tema “Os Desafios da Reportagem”, o encontro debateu as dificuldades encontradas pelos jornalistas em suas carreiras profissionais no dia-a-dia.

Os participantes do evento também tiveram a

oportunidade de assistir um curso de Jornalismo Internacional, ministrado por Araújo, que foi corresponde da RBS TV no oriente após os atentados de Onze de Setembro nos EUA – trabalho que lhe rendeu o livro-reportagem Binladenistão, e acompanhou também as revoltas da Primavera Árabe no Egito.

No segundo semestre de cada ano, o Curso também organiza seu seminário de jornalismo que neste ano deve chegar a sua terceira edição. Além das diversas visitas que recebe de profissionais do jornalismo, o Curso da UFPEL busca sempre proporcionar o contato e a troca de experiências com profissionais qualificados e que já possuem uma longa trajetória no universo jornalístico. Isso permite aos futuros jornalistas ter embasamento para darem seus primeiros passos em um terreno que ainda lhes trará muitas descobertas.

Segundo o primeiro coordenador do curso de Jornalismo, Ricardo Zimmermann Fiegenbaum, “construir um curso não representa apenas um desafio, mas vários, porque envolve desde a elaboração de um projeto pedagógico que seja viável dentro das condições objetivas de implantação do curso, passando pela formação do corpo docente e de técnicos administrativos até a implantação da estrutura necessária para atender as demandas de formação”. Mas considera muito gratificante participar desse processo, podendo ser protagonista da história da universidade. Acredita que esse momento é um dos mais importantes de sua vida e ainda diz que “participar da construção do curso de jornalismo da UFPel, o primeiro curso de jornalismo de uma universidade pública na zona sul do estado é algo que muito me honra e engrandece”.

Uma construção ativa

Essa experiência, para mim, com certeza será inesquecível“

Implantando o curso

9

Page 10: Revista Universo UFPel - Edição 1

Especial

Para a professora Michele Negrini, “cada dia em sala de aula é um aprendizado. Quando cheguei à UFPEL, eu já vinha de uma experiência de implantação de curso, pois participei da implantação do curso de Jornalismo da Unipampa, em São Borja. Naquele momento, esperava um trabalho árduo, como na experiência anterior, e dependente de uma equipe sólida para o funcionamento. Hoje vejo que ainda temos muito a caminhar”.

Alguns dos estudantes já sabem o que desejam seguir na carreira profissional. Desde quando era pequena, Paola Fernandes gostava de jornalismo. “Eu ficava imitando a Fátima Bernardes no espelho, repetia tudo o que ela falava”, conta. Paola revela, ainda, como o surgimento do curso mudou sua vida. “No ano em que fiz curso pré-vestibular, minha maior frustração era justamente não ter Jornalismo na UFPel e, com isso, teria que cursar outra coisa, pois não teria condições financeiras de pagar pelo curso em uma instituição privada. Entretanto, no meio do ano, a Universidade Federal de Pelotas implantou o Curso de Jornalismo. Foi uma das minhas maiores realizações”, diz. A estudante tem preferência pelo telejornalismo e pretende trabalhar como âncora em um telejornal.

O jornalismo abre um leque de oportunidades e escolhas aos estudantes. Para Rita Pereira, o que mais chama a atenção, e a leva para profissão, é o fotojornalismo. “Escolhi esta profissão pela abrangência de coisas que poderei fazer, especialmente por poder trabalhar com fotografia, uma das minhas paixões. Muitas vezes me senti perdida em relação ao que escolher para seguir como profissional, mas quando comecei a estudar fotojornalismo me encontrei”, conta. Segundo a estudante, fotografar vai além de ter bons equipamentos e boas instruções. “Boas fotografias são feitas com os olhos que transmitem o que o coração e a mente captam”, conclui.

Camila Mattos salienta que com a criação do curso teve a oportunidade de conhecer como o jornalismo é desempenhado nos diversos meios de comunicação. Também decidiu que depois da graduação fará especialização em jornalismo esportivo, mestrado e doutorado e depois pretende seguir carreira docente.

Esther Louro, que é natural de Rio Grande e vem para Pelotas diariamente, abandonou as duas graduações que fazia na Fundação Universidade de Rio Grande (FURG), para fazer o que gosta, jornalismo. Tem o desejo de fazer mestrado e conquistar uma boa vaga no mercado de trabalho.

Antoniela Rodriguez acredita que além de adquirir e compartilhar os mais diversos conhecimentos amadureceu e conheceu pessoas com quem hoje tem muitas afinidades. Também mudou a maneira de entender as coisas e de lidar com as pessoas. Acredita que só no final do curso saberá o que seguir, pois gosta de revista, fotojornalismo e de outras áreas também.

Sonhar com o futuro é, também, construir o presente. Os desafios, os sonhos e as realizações passam a ter um novo significado para esses futuros profissionais, que em breve deixarão uma grande herança para os estudantes que, assim como eles, pretendem cursar Jornalismo. Seja nas bancadas de telejornais, nas rádios, nas redações, nas salas de aula ou em qualquer outra forma de expressão do serviço que o Jornalismo presta à sociedade, em breve os futuros jornalistas estarão prontos para começar uma nova etapa em suas vidas com novos desafios e em busca de outros objetivos. Assim serão os novos personagens do jornalismo que seguirão sempre num ritmo que já não lhes é estranho: o de luz, câmera e ação! ■

As expectativas e o futuro

Quando comecei a estudar fotojornalismo me encontrei“

”10 Revista UniVerso - Edição I

Page 11: Revista Universo UFPel - Edição 1

Intercâmbio:Desafio aceitoMarcela Lorea

1945. Devastação, agitação, raiva e desespero. O mundo em que viviam não era muito agradável. Buscando uma solução para a desolação causada na 2° Guerra Mundial, jovens de seis países Europeus se uniram. Eles acreditavam que a partir do momento em que uma pessoa conhece outro país, sua cultura, costumes e faz amizade com um nativo, não desejaria que essa cultura fosse devastada, ou seja, não almejaria guerras.

Assim, em 1948, foi criada a “Association Internationale des Etudiants en Sciences Economiques et Commerciales” (AIESEC). A partir da necessidade de preencher a lacuna entre pessoas e culturas, a ONG usa o intercâmbio como uma ferramenta para alcançar o objetivo maior de contribuir para a integração entre diferentes costumes promovendo, dessa forma, o entendimento e a cooperação entre os países membros.

Deste então, a AIESEC cresceu muito e hoje está presente em mais de 111 países e territórios, com mais de 65.000 membros, sendo a maior organização mundial de estudantes. Em 1970 se instalou no Brasil e atualmente está presente em 14 estados brasileiros. A organização no Brasil é constituída por 4000 mil membros divididos entre 39 entidades locais.

A sede da AIESEC em Pelotas teve inicio em 2010 como um grupo de interesse formado por sete pessoas. Com apenas um ano e meio de funcionamento, o escritório já realizou mais de 30 intercâmbios e conta com um número de 60 membros.

Quem participou do processo de desenvolvimento da sede, desde os primeiros passos, foi a atual Presidente da AIESEC em Pelotas, Lisiane Gomes Lemos, estudante de Direito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Para ela, o maior veículo da empresa é o intercâmbio cultural, pois oferece aos jovens a oportunidade de conhecer novas culturas e desempenhar atividades de cunho social, influenciando positivamente a sociedade.

Para Lisiane, as maiores conquistas nesse um ano e meio de trabalho foram a credibilidade e imagem positiva que a empresa construiu em Pelotas, o aval para lidar com intercâmbio profissional e a capacidade de investimento. O mais significativo, para presidente, é que os membros da AIESEC possuem o mesmo ideal que, no passado, motivou a criação da ONG, ou seja, contribuir para a integração entre diferentes culturas a partir de vivência internacional, troca de conhecimentos, valorização da diversidade e gestão de equipes. ■

Viagem

11Revista UniVerso - Edição I

Page 12: Revista Universo UFPel - Edição 1

Prática e gratuita, a sacolinha plástica é escolha unânime para o transporte de produtos no dia-a-dia. Desde a criação do plástico pelo inglês Alexander Parkes, em 1862, o uso das sacolinhas é necessário para a vida diária do consumidor, mas reserva sérias consequências à natureza. Feitos de resinas sintéticas originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor. Além disso, o mau destino dado a esses produtos é extremamente nocivo ao ambiente, pois o acúmulo de lixo invade sarjetas de ruas, além da possibilidade de causar erosão, alagamentos e outras intempéries.

No Brasil, a plasticomania explodiu a partir da década de 80 contribuindo para a filosofia do “tudo descartável”. Nos dias de hoje, aproximadamente 9,7% de todo o lixo brasileiro é composto por saquinhos plásticos. A própria fabricação desse produto é extremamente nociva ao meio ambiente, o que só aumenta a lista de motivos para abandoná-lo. Mas o que fazer para tentar diminuir o impacto de todo esse plástico?

Os trabalhos desenvolvidos por organizações não governamentais e iniciativas privadas incentivam mudanças de hábito em relação ao uso de sacos plásticos e sobre a reutilização do lixo seco, que pode – e deve – ser transportado para cooperativas da reciclagem. A ideia é, aos poucos, substituir as sacolas plásticas descartáveis por sacolas biodegradáveis ou, ainda, por sacolas não descartáveis.

Quando vai às compras, a aposentada pelotense Gilda Carret está sempre acompanhada de sua sacola de pano. “Ando sempre com essa sacola. Prefiro utilizá-la do que as de plástico, para não

ficarem voando na rua e entupirem canos e sarjetas”, esclarece.

Na casa de Giovana Amaral, a separação do lixo é lição de casa ensinada desde muito cedo. Hoje, a menina repassa aos colegas os ensinamentos que aprendeu sobre o uso indevido do plástico e a preocupação com o meio ambiente. “Na escola, a gente teve aula de educação ambiental e aprendemos coisas que eu mesma já faço em casa”, conta. Dentre atividades relacionadas à consciência sobre o meio ambiente, a separação do lixo, o uso de sacolas de pano em vez das de plástico e o uso racional da água fazem parte da rotina de Giovana.

No Brasil, algumas leis estaduais, como a que está em vigor no Rio de Janeiro, determinam o recolhimento e a substituição de sacolas plásticas por bolsas reutilizáveis. A Lei 5.502 vale para todos os estabelecimentos cariocas, embora a regulamentação não obrigue os mercados a retirar as sacolas de circulação.

Se pouco se espera do poder público, o consumidor tem muito a contribuir. Para minimizar o impacto à natureza, e fazer parte de uma rede socioambientalmente responsável, o esforço é muito pouco: apenas ter consciência em cada ação realizada.

Dê o destino certo às sacolas já utilizadas. Jamais as deixe na rua, pois além do acúmulo de lixo, elas podem causar problemas mais sérios como, por exemplo, entupimento de esgotos e consequentemente alagamentos. Somos uma aldeia global, antes de tudo. Responsabilidade vai além da porta de entrada. ■

Os perigOs da plasticOmania: da praticidade aO usO excessivO das sacOlas plásticas

Camila Faraco

Meio Ambiente

12

Page 13: Revista Universo UFPel - Edição 1

Moda

Moda além das roupasSe a cultura das aparências sempre fora associada

ao luxo e à frivolidade, nos séculos passados, hoje em dia se transforma em uma prática inevitável a todos. A necessidade da moda se inscreve entre a vontade de nos tornarmos nós mesmos e o desejo de estar em relação ao outro. Nos tornamos vítimas da moda por ela se tornar parte de quem somos, de onde viemos e do que pensamos e não somente por conta do consumismo. Falar em moda é lembrar o passado, falar do presente e refletir sobre o futuro da sociedade.

A moda estimula em nós a necessidade do novo e a interação com um conjunto de práticas e saberes que vão além da temática da indumentária, além de se manifestar de múltiplas maneiras. Segundo o Doutor em Filosofia, Osmar Schaefer, a moda é uma forma de escrever a cultura em um corpo. “Podemos dizer que moda é uma maneira de representar uma padronização, que quer dizer sobre a identidade e o modo de ser dos homens e mulheres de uma geração, que varia conforme os tempos, poder aquisitivo e assim por diante”. Schaefer ainda ressalta que a moda também pode influenciar muito no modo de ser e no comportamento das pessoas, além de mexer com valores tanto morais quanto culturais e, ainda, expressar valores econômicos.

A influência da moda tem relação direta com os contextos que nos cercam, sejam eles subjetivos, sociais ou regionais. Daniela Palazzo, professora de Design de Moda, diz que são inúmeras as questões que influenciam nossa aparência e nossas tendências, e que todas elas podem ser justificadas. “Tem uma

coisa que as pessoas sempre dizem que é ‘peguei a primeira coisa que vi no armário’. Pode ser aquela primeira coisa que se viu no armário, mas não quer dizer que ela não possa ter sido pensada antes. Não quer dizer que inconscientemente a gente já não saiba que aquilo fica bem, combinar com tal ocasião, com tal região. Tudo tem um porquê.” A professora ainda ressalta que a moda está estreitamente entrelaçada com a vontade de comunicação. “Mesmo a antimoda, que não é consumista e sim de protesto, também é uma moda e também quer mostrar alguma coisa e, muitas vezes, passa a se tornar tendência e influenciar pessoas no modo de se vestir”, comenta.

A vestimenta sempre foi o nosso modo silencioso (e gritante) de se comunicar. Para Ana Timm, historiadora e estudante de Design de Moda, as roupas não apenas demonstraram gostos como também já traduziram épocas. “Uma das coisas que acho primordial em analisar moda e história é a questão da transformação do próprio corpo feminino. A gente percebe o quanto a mulher já foi muito aprisionada e o quanto a roupa já foi, de certa forma, importante pra libertação da mulher”, relata.

O significado da moda não é somente seguir a tendência e correr atrás do que está em voga e sim uma forma de brincar com as peças a fim de buscar uma identidade pra si. “O meu gosto e quem eu sou acaba sendo refletido muito no que eu visto. Eu gosto muito das coisas antigas e da mistura do novo e velho, por exemplo. Se você vê alguém se vestindo assim, vai refletir que ela gosta de história, tem gosto pela cultura e essas coisas”, diz Ana. ■

Com que roupa eu vou?

“Pensei em algo especial para o evento na roupa retrô. Antes de me vestir, penso em primeiro lugar na praticidade, conforto e se vou me sentir bem.”Júlia Moura Estudante de Vestuário do CAVG.

“Por ser um evento de moda, quis um look descolado, entrar em sintonia com as tendências. Quando me visto, sempre penso no meu estado de espírito e no que combina com o dia.”Mateus Machado Gerente de vendas da loja ONIX.

Em meio a aglomerados de pessoas e a correria do dia a dia, a maneira como nos vestimos pode nos diferenciar e expressar nossa personalidade.

“Meu look não foi nada pensado. Gosto de um estilo descolado, com coisas antigas e modernas.”Ana Claudia Coelho Vargascriadora da marca Hatless Nurse e Maria Canivete.

Antoniela Rodriguez e Pamela Mendes

Page 14: Revista Universo UFPel - Edição 1

O sonho de buscar uma formação superior, muitas vezes, nos leva pra bem longe de nossas casas. Atravessar o estado ou, até mesmo, o país para estudar em uma universidade é realidade comum para os jovens. Longe de nossas famílias, descobrimos o fato de que o almoço não se prepara sozinho, as roupas não estarão limpas quando se pre-cisa e a casa não possui um sistema de “higienização”. Além disso, quase todos os estudantes/acadêmicos têm dificuldades financeiras. A verba enviada pelos pais quase nunca é o suficiente para o mês inteiro.

O que fazer para conseguir que o dinheiro renda mesmo com um or-çamento limitado? O primeiro passo é não ter despesas maiores que as receitas, além de ter cautela na hora de fazer compras e evitar gastos supérfluos. Dividir despesas com amigos, dividindo os gastos de uma casa ou de um apartamento, por exemplo, pode ser uma boa solução principalmente para quem estuda e não trabalha. Para facilitar a vida desses universitários fora de casa, separamos algumas sugestões de como economizar e, mesmo assim, viver bem em Pelotas.

A primeira oportunidade para quem não mora em Pelotas, e está vindo para a cidade, é tentar ser beneficiado com algum dos auxílios que a UFPel oferece. Há a possibilidade de conseguir auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-transporte. Para isso é preciso que o es-tudante vá a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) para preench-er a ficha de inscrição e se informar sobre como proceder para concor-rer a cada um dos auxílios.

Quando o assunto é alimentação, o Restaurante Universitário (RU) é a melhor opção para quem pretende se alimentar com qualidade e economia. A comida, que é balanceada,bcusta R$ 7,00 o quilo (quem possui o auxílio-alimentação não paga). Mas há, também, outros res-taurantes com preço baixo e boa refeição espalhados, principalmente, pelo centro da cidade.

A quase sempre alta umidade relativa do ar, uma das características da cidade, prejudica a secagem das roupas. Para aqueles universitários que não possuem uma máquina de lavar roupas em casa, uma opção é esperar o acúmulo de roupas sujas para levá-las em alguma lavande-ria. Existem muitas distribuídas pela cidade. Há, também, a possibili-dade de apenas secagem, o que é mais barato.

A principal dica (para não sobrar mês no fim do dinheiro?) é ter con-sciência de que o estudante que mora longe de sua família depende muito de si mesmo. O acúmulo de tarefas deixa o jovem mais respon-sável e maduro, já que “aprende” a resolver seus próprios problemas que, nesse caso, incluem os financeiros – geralmente o pior deles e que exige mais de si.

Carlos Fetter, Douglas Mello e Eduardo Reis

14

Universitário

Revista UniVerso - Edição I

Foto: Luiza Sperrhake

Page 15: Revista Universo UFPel - Edição 1

Revista UniVerso - Edição I

Para muitas pessoas, uma obra é considerada clássica quando, fora de seu contexto de criação, continua atual. “O Xá dos Xás” pode ser uma dessas obras. Escrito em 1982, o livro do jornalista polonês Ryszard Kapuscinski ganha agora a tradução para o português pela Companhia das Letras, pertencendo à ótima coleção “Jornalismo Literário” da editora.

Kapuscinski foi jornalista durante quatro décadas nas quais realizou matérias sobre inúmeros golpes de estado e revoluções.

Mas o que poderia interessar, ao leitor pelotense, um livro que conta a ascensão e a queda do último xá no Irã? Ora... Em tempos de primavera árabe, os olhares do mundo acabam se voltando para revoltas populares e para as quedas de governos. “O Xá dos Xás” sugere respostas a alguns questionamentos, como o que leva a população de um país a deixar suas casas e enfrentar

um regime opressor.Kapuscinski traz uma visão extremamente

humanista para a narrativa. É fácil se deixar envolver pela escrita inteligente com a dosagem exata de crônica jornalística, pelo relato histórico e pela ficção literária. Conforme as páginas vão se seguindo, personagens conhecidos de noticiários de anos atrás vão sendo relembrados. As possíveis semelhanças com os conflitos atuais surgem com naturalidade ao leitor. Impossível não relacionar, por exemplo, a importância das redes sociais nos recentes protestos do Egito e os discursos do aiatolá Khomeini, gravados em fitas de áudio, durante o exílio, e contrabandeadas para um Irã oprimido e vigiado, disseminando, assim, as ideias libertárias entre a população.

“O Xá dos Xás” tem a oferecer personagens psicológicos, cenas bem descritas, e uma legítima crônica sobre o homem comum iraniano, suas crenças e sua cultura. Lançado no Brasil este ano, o livro pode ser encontrado nas principais livrarias. ■

A banda americana Maroon 5 lança seu último álbum “Overexposed”, quarto trabalho de estúdio do grupo, cujo r e c o n h e c i m e n t o internacional foi alcançado com a música “This Love” do álbum “Songs About Jane”, de 2002. “Overexposed” promete agradar a quem gosta de dançar com faixas como a animada “Lucky Strike” ou “One More Night”, próximo single do disco. O álbum também agrada quem gosta de músicas mais românticas, como o primeiro single do CD “Payphone”, lançado no dia 10 de abril, que conta com a participação do rapper Wiz Khalifa, ou ainda como a 11ª faixa do álbum, “Beautiful Goodbye”.

A turnê do novo álbum inicia no segundo semestre do ano. No Brasil, a banda fará shows em agosto, nos dias 24 (Curitiba), 25 (Rio de Janeiro) e 26 (São Paulo). Nos shows do Rio e de São Paulo, se apresentará junto à banda a inglesa Keane. ■

Quando o jornalista Howard Beale recebe a notícia de que, após anos apresentando um telejornal, será demitido

decide comunicar ao vivo que cometerá suicídio. Surpreendentemente, os índices de

audiência respondem bem a tal situação e a executiva Diane resolve se aproveitar disso. Howard é transformado em um profeta louco que diz tudo o que o povo deseja falar ganhando, assim, outro programa. Porém, ele sai de controle e

alguém precisa controlá-lo a qualquer preço. Essa é a premissa do filme Rede

de Intrigas (Network, 1976), lançado a mais de 30 anos, mas muito atual pela forma

verdadeira e pungente com que mostra os bastidores de uma emissora de televisão. O diretor

Sidney Lummet, já na década de 70, percebeu o modo como aquele meio funcionava, com o todo o seu sensacionalismo. Ainda não existia o advento da internet, mas a instantaneidade já era fator importante. A busca constante por números, independentemente da maneira a que se chegaria a bons resultados, a crueldade com quem já não é mais tão útil e a praticidade para livrar-se deles estão presentes em um filme definitivo, com um final antológico. Uma aula de cinema sob todos os aspectos, Rede de Intrigas possui roteiro muito bem escrito, elenco afiado, talvez um dos maiores já reunidos, além de ter sagrado-se vencedor de quatro Oscars. Indicado não só para jornalistas, mas para qualquer um que goste de cinema da melhor qualidade. ■

#Para verAlex Pires

#Para ouvir

#Para ler

Igor de Campos

Vinícius Waltzer

U-Recomenda

15

Page 16: Revista Universo UFPel - Edição 1

Jornalismo UFPel no Intercom SulAlunos do curso de Jornalismo da Universidade

Federal de Pelotas (UFPel) participaram do XIII Congresso de Ciências da Comunicação da Região Sul (Intercom Sul), acontecido de 31 de maio a 2 de junho na Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOChapecó), em Santa Catarina.

Além das palestras realizadas, o Intercom Sul proporcionou reuniões de trabalho acadêmico cujas pesquisas recém-concluídas, ou em andamento, foram apresentadas e debatidas. Para assegurar essas discussões produtivas, a organização do evento foi constituída por Divisões Temáticas (DTs), Intercom Júnior (IJs) e Expocom, que representam recortes temáticos no tratamento da Comunicação.

Confira os trabalhos apresentados pelos acadêmicos do curso de jornalismo da UFPel:

A INFLUÊNCIA DO JORNALISTA NA COBERTURA DE GUERRA de Marcela Lorea Gomes (Universidade Federal de Pelotas) e Mônica Oliveira Ramos Bandeira (Universidade Federal de Pelotas).

O JORNALISMO PÚBLICO COMO REDEFINIDOR SOCIAL de Eduarda Schneider Lemes (Universidade Federal de Pelotas) e Pedro Henrique Costa Krüger (Universidade Federal de Pelotas).

JOGOS ELETRÔNICOS: FLUXOS DE APRENDIZAGENS, SOCIABILIDADES E COMUNICAÇÃO NO CONTEMPORÂNEO de Antoniela Rodriguez Martins (Universidade Federal de Pelotas).

Marcela Lorea

6 eventos que você não pode perder!

1 XXI Congresso de Iniciação Científica / IV Mostra Científica da UFPel

Dias: 08 a 11 de outubroLocal: prédio da Reitoria do Campus Anglo, localizado na Rua Gomes Carneiro, Nº 01, Centro, Pelotas - RS. http://ufpel.edu.br/cic/2012

2 3º Festival Varilux de Cinema Francês RS 2012

Dias: 15 a 23 de agostoLocal: Porto Alegre e Santa Maria O Festival ocorre anualmente e conta com a presença de importantes atores e cineastas franceses em debates. Mais de 30 cidades recebem o evento e traz curtas, animações, filmes inéditos e clássicos às telas de projeção.3 XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da

Comunicação

Dias: 03 a 07 de setembroLocal: Unifor – Fortaleza/CEA inscrição no congresso será aceita até o limite da capacidade de acomodação dos participantes nos locais do congresso. O site recomenda a inscrição antecipada, sobretudo para os que pretendem apresentar trabalhos.http://www.portalintercom.org.br/

4 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo e o II Encontro de Jovens

Dias: 8 a 10 de novembroLocal: Curitiba/PRO tema do congresso é a Pesquisa em Jornalismo na América Latina. Período de submissão de trabalhos: de 15 de junho até 31 de julho.http://www.sbpjor.org.br/sbpjor/

510º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor

Novembro 2012Curitiba: PUC-PR.

6I Encontro Internacional Fronteiras e Identidades - UFPel

Dias: 25 e 28 de setembro As conferências e as mesas redondas ocorrem no Auditório da Faculdade de Direito e os simpósios temáticos se realizarão no Instituto de Ciências Humanas, ambos da UFPel.

Esther Louro