revista u nº22

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www.auniao.com A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO NO UNIVERSO DO ARTISTA PLÁSTICO SUCESSO DA FESTA (A)PROVADO À MESA PÁG. 05 edição 34.821 · U 22 · 13 de agosto de 2012 · preço capa 1,00 (iva incluído)

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Revista Nº22 de 13 de Agosto de 2012

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Page 1: Revista U Nº22

www.auniao.com

A REVISTA SEMANAL D´A UNIÃO

NO UNIVERSO DO

ARTISTA PLÁSTICO

SUCESSO DA FESTA

(A)PROVADO

À MESA

PÁG. 05

edição 34.821 · U 22 · 13 de agosto de 2012 · preço capa 1,00 € (iva incluído)

Page 2: Revista U Nº22

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E-mail: [email protected] • Telefone: 295 540 910 • Fax: 295 540 919

Área Clínica Médicos

Análises Clinicas

Anestesiologia

Laboratório Dr. Adelino Noronha

Dr. Pedro Carreiro

Cardiologia Dr. Vergílio Schneider

Cirurgia Geral Dr. Rui Bettencourt

Cirurgia Vascular

Podologia

Dr. Fernando Oliveira

Drª Patrícia Gomes

Cirurgia Plástica Dr. António Nunes

Clínica Geral Dr. Domingos Cunha

Medicina DentáriaDr.ª Ana FanhaDr.ª Joana RibeiroDr.ª Rita Carvalho

Dermatologia Dr. Rui Soares

Endocrinologia Dr.ª Lurdes MatosDr.ª Isabel Sousa

Gastroenterologia Dr. José Renato PereiraDr.ª Paula Neves

Ginecologia/Obstetícia

Drª Paula BettencourtDrª Helena LimaDrªAna FonsecaDr. Lúcio Borges

Medicina Interna Dr. Miguel Santos

Medicina do Trabalho Dr.ª Cristiane Couto

Nefrologia Dr. Eduardo Pacheco

Neurocirurgia Dr. Cidálio Cruz

Neurologia Dr. Rui Mota

Neuropediatria Dr. Fernando Fagundes

Nutricionismo Dr.ª Andreia Aguiar

Otorrinolaringologia Dr. João MartinsDr. Rocha Lourenço

Pediatria

Doenças de Crianças

Dr.ª Paula Gonçalves

Dr.ª Patrícia Galo

Pneumologia Dr. Carlos Pavão

PsicologiaDr.ª Susana AlvesDr.ª Teresa VazDr.ª Dora Dias

Psiquiatria Dr.ª Fernanda Rosa

Imagiologia(TAC/ECOGRAFIA/Ressonância Magnética)

Dr.ª Ana RibeiroDr. Miguel LimaDr. Jorge Brito

Neuroradiologia (TAC/Ressonância Magnética) Dr.ª Rosa Cruz

Reumatologia Dr. Luis Mauricio

Terapia da Fala Dr.ª Ana NunesDr.ª Ivania Pires

Urologia Dr. Fragoso Rebimbas

Page 3: Revista U Nº22

13 agosto 2012 / 03

MONSTROTEXTO / Sónia Bettencourt | [email protected]

Era um monstro que contava histórias para se esconder atrás delas. Não tinha filhos mas tinha vínculos paternos com algumas personagens dos seus enredos. Protegia-as, educava-as com o seu lápis afiado, exercitando to-dos os dias as frases do seu destino, tal deus criador. Amava-as como qualquer pai ama o seu filho. Mas se fosse pai acreditava que não seria um bom exemplo: bebia cerveja tal esponja sequiosa, fumava demasia-damente e dormia pouco, o que lhe tornava irritável durante todo o dia a ponto de exigir pleno silêncio à sua volta. E consumia literatura de forma compulsiva. Este seria um bom exemplo a dar a um filho, pensava ele. Contudo, estava convencido de que estudara de-mais. Os livros pareciam-lhe mais interessantes que qualquer acampamento ou ida à praia. Agora as suas recordações juvenis resumiam-se aos grandes nomes da literatura mundial. Um mundo. Porém, um mundo à parte. Com alegrias próprias. Suficientes.O tempo não perdoa, costumava repetir. E era verdade. Nada sentia mais ameaçador nesse momento do que o tempo. Que aflição olhar para um relógio ou para um ca-lendário e ver aquele alinhamento de números, ainda que em formatos diferentes. Imaginava, a contragosto do seu coração, uma contagem decrescente como que a prepa-rar-se para o fim. Por isso não consentia ter em casa nada que premeditasse o tempo. A sua casa era intemporal!Não queria arrepender-se de nada. Jamais desejaria voltar atrás… no tempo. Por hoje chega. Já bebeu o bastante.

SUMÁRIO

SÓNIA BETTENCOURT / pág. 16

NA CAPA...

Procurar novas formas de sentir e pensar através do traço surrealista. Esta podia ser a frase-chave do actu-al período de José João Dutra, artista plástico nascido no ano de 1970, em Angra do Heroísmo, que, à semelhança de outras mentes criativas, não pára de lançar questões acerca da vida e do mundo. Essas mesmas questões têm vindo a tomar a forma de escultura, gravação e sobretudo de pintura. São partilha-das com o público, aqui e ali, dentro e fora do circuito dos Açores, e com os seus alunos na Academia de Juventude da ilha Terceira.

a eterna esperança portuguesa 06

os sapatos dos descobrimentos 08procuras a alegria? dá tudo o que tens! 10sobreviver ao restaurante CNSR do pico 11saúde e remédios II 14

“tabu” 29casas modulares coodo 31

hino ao amor 21o vinho e os mortos 23para que serve a filosofia? 25

sucesso da festa (a)provado à mesa 05

EDITORIAL / SUMÁRIO

chamadas a 41mp 07

estado do tempo 20

lugares e partidas 26

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13 agosto 2012 / 04

QUALIDADE ALÉM DO SABOR

O presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória considera que a XIII Feira de Gastronomia do Atlântico represen-ta uma aposta ganha na qualificação da oferta turística do Concelho, na qualifica-ção da produção local e um evento capaz de trazer valor acrescentado à ilha.Roberto Monteiro argumentou que a atri-buição da organização da feira à Escola Profissional da Praia da Vitória teve por base a intenção de conferir um novo fôle-go ao evento e, acima de tudo, trazer uma nova visão enquadrada nos objectivos da Autarquia: valorizar o evento, acres-centar-lhe valor que fique no Concelho e continuar a melhorar um dos pilares das Festas da Praia.“Apesar de ser um ano de contenção económica, foi feito um esforço no sen-tido de continuar a melhorar este evento. A aposta foi para a qualidade e a segu-rança alimentares, que se consubstancia por um forte investimento nas cozinhas da feira. Este investimento melhora sig-nificativamente essa vertente, abre as portas das cozinhas aos comensais, o que representa um elemento importante ao nível da imagem. Por outro lado, este in-vestimento foi realizado tendo por base a vontade de que parte do investimento da Feira fique na ilha e no Concelho. Foram empresas locais que montaram estas co-zinhas, o que representa um investimen-to de 30 mil euros que fica no Concelho”, sublinhou o autarca.“Estes são os desafios que se colocaram à nova organização da feira e que vão con-

Qualidade e a SeGuraNça

“Apesar de ser um ano de contenção económica, foi feito um esforço no sentido de continuar a melhorar este evento”.

tinuar a colocar-se: continuar a melhorar e a inovar; valorizar o que é nosso; deixar investimento na ilha; e, acima de tudo, fa-zer com que este evento contribua tam-bém para a valorização das nossas com-petências”, enfatizou Roberto Monteiro.Por seu turno, o director da Escola Pro-fissional da Praia da Vitória aproveitou a inauguração da Feira de Gastronomia para agradecer a todo o quadro da es-cola, às empresas e a todos aqueles que colaboraram com a organização do cer-tame.“Os heróis desta feira são todos aqueles que nos ajudaram a erguê-la. Dos colabo-radores da Autarquia às empresas, de vá-rias pessoas a todos aqueles que, directa ou indirectamente, foram essenciais na montagem deste certame”, sublinhou Domingues Borges.

OFERTA TURÍSTICAO vice-presidente do Governo Regional

REVISÃO

FOrte iNveStiMeNtO NaS cOziNhaS

valOr acreSceNtadO à ilha.

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13 agosto 2012 / 05

“OS herÓiS deSta Feira SÃO tOdOS aQueleS Que NOS aJudaraM a erGuÊ-la. dOS cOlaBOradOreS da autarQuia àS eMPreSaS, de vÁriaS PeSSOaS a tOdOS aQueleS Que, directa Ou iNdirectaMeNte, FOraM eSSeNciaiS Na MONtaGeM deSte certaMe”

dos Açores, Sérgio Ávila, realçou o facto

da Feira de Gastronomia ser um elemen-

to importante na qualificação da oferta

turística do Concelho, da Ilha e dos Aço-

res.

“Os factores que estão na base desta

organização, assim como os desafios co-

locados à organização e aqui expressos

pelo presidente da Câmara, mostram

aquilo que o Governo Regional dos Aço-

res defende: a aposta cada vez maior

nos nossos produtos, na qualificação

dos nossos recursos e na valorização da

nossa oferta turística. Por tudo isto, a

Câmara, a organização da Feira e todos

os responsáveis por este evento estão de

parabéns”, expressou o responsável go-

vernamental.

A XIII Feira de Gastronomia do Atlântico

decorreu até 12 de Agosto, no âmbito das

Festas da Praia 2012.

A edição deste ano contou com oito res-

taurantes, três charcutarias e três paste-

larias.

“O Típico” (Mealhada), “Tasca Rasca”

(Algarve), “Comeres Barrosãs” (Boticas,

Vila Real), “O Académico” (Bragança), “O

Palinhas Gold” (Ribatejo), “Do Dia Para a

Noite” (Madeira), “O Galanta” (Açores) e

“Zé Varunca” (Alentejo) foram os restau-

rantes presentes na edição deste ano da

Feira de Gastronomia, a que se juntam as

charcutarias “Damar” (Serra da Estrela),

“Bísaro” (Trás-os-Montes) e “Marquês, o

Alentejano” (Alentejo).

A feira integrou também as pastelarias

“Bolos e Vitaminas” (Algarve) e “O Forno”

(Açores), assim como com os “Sabores de

Lés a Lés” (Ginja de Óbidos) e a “Quinta

da Corneta” (meloa da Graciosa).

SUCESSO DA FESTA(A)PROVADO À MESA

TEXTO / João Rocha / [email protected]

A Feira de Gastronomia do Atlântico é claramente a imagem de marca das Fes-tas da Praia.O certame, já na 13ª edição, constitui es-cala incontornável de saborosos encon-tros e reencontros, abrindo espaço ao convívio e alegria enquadrados no inevi-tável espírito festivo.A qualidade da feira, ano após ano, ganha pontos e cativa milhares de visitantes, assumindo-se como uma das melhores à escala nacional.O sucesso que as festas praienses têm sabido conquistar é servido, em larga es-cala, à mesa e, muito certamente, os seus responsáveis já deram conta que se trata de um filão com muito ainda por explorar, sem nunca descurar a vertente da qua-lidade.Os melhores sabores regionais (talvez fosse aconselhável uma aposta reforçada nesta componente que corresponderia à criação de mais valias financeiras inter-nas) e nacionais sublinham a variedade da ementa.O facto da festa decorrer logo no início de Agosto (mês de férias e algum dinhei-ro ainda nos bolsos) é determinante para as assinaláveis afluências ao funcional recinto.

SUCESSO É SERVIDO, EM LARGA

ESCALA, À MESA.

REVISÃO

iMaGeM de Marca

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Pó-nEI dATER-CEIRATEXTO / Tomaz Dentinho

Quando o Artur Machado che-gou à Terceira os pequenos ca-valos que ajudavam os agricul-tores estavam a desaparecer. Lembro-me que foi compran-do alguns, negociando preços quando perceberam do inte-resse e arranjando pasto para todos. Montou uma das únicas coudelarias de cavalos lipisa-nos fora da Áustria, animou o Centro Hípico da Ilha Terceira mobilizando famílias, divulgou o seu trabalho junto de feiras e mercados no exterior e investi-gou a genética dos póneis da Terceira conseguindo que se tornasse a quarta raça de ca-valos registada em Portugal, a par do cavalo Lusitano, do ca-

valo do Sorraia e do garrano do Gerês. E com a sua equipa e os seus apoiantes montou uma festa marcante na Igreja e Átrio da Restauração do Castelo do Monte Brasil, numa noite sem vento e de lua cheia. Bravo.Duas notas. Primeiro para louvar a visão e a teimosia de gente que quer crer para criar (Unamuno) com a certeza de que a sua criação reacende e relembra, em alguns, a vonta-de tão nossa de sermos livres e criadores (mais do que pen-sadores). Portugal é o resulta-do das visões teimosas de uns, cumplicemente reconhecido por outros, ao som de um fado, num espaço com a dimensão da voz. A segunda nota tem a ver com o enorme mercado que estes cavalos podem ter, num mundo com muitos jovens que querem aprender a montar mantendo a escala entre o ca-valo e o cavaleiro. Parabéns.

a eterNa eSPeraNça PORTUgUESATEXTO / Carmo Rodeia

Somos um povo em eterno estado de esperança.Todos os dias temos esperança acerca de qualquer coisa: da doença que vai passar, da vida que vai melhorar, do totoloto que irá sair, do campeo-nato que se vai ganhar.A esperança está para nós como a saudade: é um estado de espírito per-manente que nos ocupa e nos conforta, fazendo-nos esquecer a realida-de do dia a dia.Vem isto a propósito da nossa participação nas Olimpíadas de Londres. À hora que escrevo este artigo, Portugal ainda não conseguiu qualquer me-dalha e a prestação dos nossos atletas trouxe muitos resultados “aquém das expetativas”, como salientou o Chefe da Missão Olímpica Nacional.Não conquistámos medalhas e apenas conseguimos quatro posições de finalistas no tiro, no ténis de mesa, na maratona e no remo, aí sim com uma participação melhor do que a que era esperada.A expetativa, mais uma vez, era diferente! Aliás, as expetativas do discur-so oficial português era que a prestação dos 76 atletas nacionais fosse “mais rápida, mais alta e mais forte”.Mas porquê? Portugal alterou alguma coisa nestes últimos quatro anos que justificasse tanta expetativa?Os portugueses não são geneticamente desprovidos das qualidades que fazem um campeão. De resto, ninguém nasce campeão.À boa dose de talento há que acrescentar muitíssimo trabalho e para que este se concretize e dê frutos são precisos apoios. A verdade é esta: o país não é capaz de investir o necessário para criar grandes atletas, proporcionando-lhes condições físicas e psicológicas, para que façam um trabalho sério e consequente.O desporto é mais do que uma forma saudável de ocupar os tempos li-vres.É ingrato para os atletas compará-los aos de grandes potências despor-tivas, mas podemos aprender alguma coisa com elas. Michael Phelps é emblemático: um jovem universitário com talento que lutou para ser campeão sem precisar de deixar de estudar e conseguiu, sozinho, arrecadar quase tantas medalhas como o nosso país ao longo de cem anos de participação nas olimpíadas. Alguém corou de vergonha em Portugal?

OPINIÃO

Page 7: Revista U Nº22

GADGETS DA SEMANA

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chaMadaS a 41MPTEXTO / Paulo Brasil Pereira

A Nokia vive momentos difíceis, que poderão levar a empresa ao estado de falência. Mas até lá lança no mer-cado os chamados “últimos trunfos” para evitar um desfecho complicado.Um desses trunfos é o Nokia 808 Pu-review. É praticamente uma câmara fotográfica que faz chamadas. O seu sensor é só de 41 megapixéis, que in-clui uma nova tecnologia de captação ampliada por pixel, o qual permite re-alizar um zoom real até 3X. A óptica de última geração Carl Zeiss é a cereja em cima do bolo – Full HD 1080p e zoom real até 4X em vídeo, é pura brincadeira para este Nokia que grava o som em Alta Definição com qualidade de CD. Devido à tecnologia exclusiva Dolby

Headphone pode ouvir os conteúdos stereo de uma forma impressionante usando qualquer tipo de auriculares ou através da saída HDMI com som Dolby Digital Plus 5.1. Esse “simples” telemóvel supera em resolução todas as máquinas de consumo existentes actualmente no mercado. Colocando de parte qual-quer semelhança com um conto de fadas, na verdade, ao seleccionar o formato 16:9 ou 4:3, as imagens fi-nais, em síntese, terão 34 ou 38 Mp devido ao corte do sensor. O Nokia 808 Pureview foi distinguido pelo Mobile World Congress como o melhor Dispositivo Móvel. Para muitos críticos este aparelho representa um marco na história dos smartphones.

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FERRAMENTAS

cuStO de 650 eurOS livre de OPeradOr

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OS SApAtOS DOSDEScObRImENtOSOU COMO édIFíCIl MUdAR…O atento leitor já teve, com certeza, uns sapatos que usou demasiado tempo, para além daquilo que deve-ria acontecer. Apesar de se encon-trarem adaptados às características dos seus pés, começaram a apresen-tar algumas mazelas, que já não eram passíveis de disfarçar nem com em-penho, nem com a utilização estra-tégica de graxa ou de um qualquer verniz. Mesmo que adaptados ao formato dos pés, já deixavam entrar um pouco de água, nos dias inverno-sos ou nas alturas em que não evitou poças de água que foi encontrando no percurso. Mesmo que fizesse um esforço por não valorizar, a sua uti-lização recorrente já lhe valia alguns comentários reprovadores por parte dos mais próximos, alertando-o, com bondade e interesse, para a inade-quação da opção de privilegiar o há-bito e a rotina, em prejuízo de uma opção diferente, mais funcional e profícua. Pode parecer que estamos, unicamente, a falar de sapatos, mas estamos a reflectir sobre a nossa ten-dência para o conformismo, para pri-vilegiar aquilo que é confortável (ro-tineiro, habitual e menos desafiador) em detrimento daquilo que pode ser melhor. Estamos a reflectir sobre a tendência que temos para confundir coisas confortáveis com coisas boas. Os sapatos velhos são confortáveis, não são bons, principalmente quando os usamos sempre, em qualquer cir-

cunstância. Podemos adquirir um ní-vel diferente de conforto com outros, mesmo que para tal tenhamos de ar-riscar, de nos adaptar, de, no fundo, mudar. Mesmo que tenhamos de ab-dicar da rigidez dos nossos padrões, como pontos cardeais de orientação interior, arriscando mudar a forma como lidamos com o mundo exterior, com as pessoas que nos rodeiam e, principalmente, o modo como olha-mos para nós e como orientamos o nosso diálogo interno. E se é certo que os nossos padrões acabam por ser tendências automáticas de fun-cionamento, autênticas armadilhas do conforto, é também certo que, mesmo sendo difícil e percepcionado como arriscado, não são imutáveis, nem eternos. É, assim, verdade que os nossos padrões podem ser alvo de um feliz upgrade, passando a autên-ticos Padrões dos Descobrimentos, cujo contributo para maiores índices de felicidade e bem-estar é claro. A psicoterapia surge como uma forma de facilitar estes Descobrimentos e de estimular o processo de mudança. E, o leitor, tem mudado de sapatos ultimamente?Aguardamos comentários e suges-tões para [email protected] e uma visita a www.cipp-terceira.com. Até à próxima!

* Centro de Intervenção Psicológica e Pedagógica

Parece que o mundo cresce dia após dia. Uma flor que nunca vi. Uma nota que passou desaper-cebida neste maravilhoso nocturno de Chopin. A migalha de pão esquecida na mesa. Preciosa é a vida.Cada intervalo de silêncio pode ser ampliado até à plenitude deste imenso e fantástico vazio.Tento ler o livro sintonizada com o tempo da chama que aos poucos se esvai. As velas ardem até restarem brasas. Devagar, sem deixar que seja eu a apagá-las antes do tempo. Renuncio à pressa.Aceitar quem somos, com todos os nossos enga-nos. Reconhecer em cada um dos nossos actos

DIAS TRAnQUIlOSTEXTO / Ethel Feldman *

CIÊNCIA / OPINIÃO

CONFUNDIR COISAS

CONFORTÁVEIS COM COISAS BOAS.

TEXTO / CIPP *

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13 agosto 2012 / 09

a consequência dos mesmos, descobrir qual a intenção de cada um deles é renunciar à nossa vaidade. A renúncia ao desejo insano, sombrio, leviano é um acto de amor. Não adianta lamentar o mal que fizemos enquanto perpetuarmos pela vida fora o mesmo padrão.O verde ganha matizes com o amarelo ontem ainda escondido. Por onde ando Babu me acom-panha. Se me sente inquieta se perde. Se me sento em paz lambe cada um dos meus dedos. Nenhum dos problemas ficou esquecido, por isso esta dor de estômago fiel companheira.Regressar a Lisboa é voltar à procura da solução das coisas suspensas.Levo comigo estes dias agora tranquilos.

* Escritora

MONTRA / OPINIÃO

21 janeiro 2012 / 09

MONTRA / OPINIÃO

im dit, veniendae simaximod molorpo ressund igendis non conessit reperae cuptatur? Siminte voluptur? Poreium am, quas mi, voluptus, as porrorenis pra dolut quam, quia derum, natibus-to illa nonecea cusdam alignimporro que ex etum ut lam lam aut laborias pedignimenis excea volorro ma der-natquam aut molesequata dis repuda sam resera voleceriae id magnimpos sum sincit quas alitemod et ipsundi-tium explabo. Ebit fugit, sitiae eicim dem simus eicit qui aut aut expelit as et porio. Offictur? Illaut quatur sa a lendam Aniatur aut modi cuptat

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Page 10: Revista U Nº22

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PROCURAS A ALEgRIA?Dá tUDOo quE TENS!

TEXTO / Secretariado Nacio-

nal da Pastoral da Cultura

Um jovem passeava pela praia quando tropeçou numa lâmpada mági-ca. Esfregou-a e logo um génio saltou do seu interior com uma sau-dação calorosa: “Tenho grandes notícias para ti! Nesta mesma tarde vais receber três presentes: uma cura para todas as doenças, uma gran-de herança e um jantar com uma famosa estre-la da televisão”.O rapaz, claro, ficou ra-diante, pelo que correu para casa, onde, à che-gada, a mãe lhe contou o que havia sucedido durante a ausência do jovem.“Aconteceram algumas coisas estranhas esta tarde”, disse ela. “Ao meio-dia alguém deixou à porta um panelão de canja de galinha. Meia hora depois chegou um telegrama a dizer que um parente afastado, dono de uma loja de ferragens, te deixou em herança um contentor cheio de pregos. E, há pouquinho, telefonaram da SIC convidando-te para jantares esta noite com o Inspetor Rex!”Grandes notícias! À ima-gem do que acontece muitas vezes na vida, o rapaz ficou exuberante durante alguns instantes mas depressa perdeu o entusiasmo. Todos sabe-mos como ele se sentiu: uma querer permanente de algo mais.

É a todos nós que expe-rimentamos este desejo persistente que Jesus estende o convite: “Vem comigo! Segue o meu caminho”. Muitos de nós estão prontos a dizer-lhe “sim”, mas subsistem al-gumas perguntas: Como é que eu O sigo? Qual é o seu caminho? Conhe-cemos a resposta ge-nérica: “Ama a Deus de todo o teu coração e o próximo como a ti mes-mo”. Mas como é que este preceito se torna concreto? Como é que podemos construir uma vida orientada em torno deste mandamento?Começaremos por lem-brar que o amor nunca é abstrato – os bons sentimentos são simpá-ticos mas não são amor. O amor é sempre con-creto. Damos o nosso amor e cuidado a uma pessoa específica, num determinado momento. Mais: amamos e cuida-mos com o que temos e com o que somos, e não com o que outra pessoa tem ou é.

O AMOR é SEMPRE CON-CRETO. DA-MOS O NOSSO AMOR E CUI-DADO A UMA PESSOA ESPE-CíFICA, NUM DETERMINADO MOMENTO.

CIÊNCIA

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13 agosto 2012 / 11

Sobrevi-ver aoreStau-ranteCnSrdo PiCo

TEXTO / Joaquim NevesNão peça coisas estranhas como tostas do sober-bo pão de mi-lho da Prainha, outros clientes podem querer também e é ad-vertido.

São essencialmente todos os azuis que me encantam, os do alto e levam ao fas-cínio do azul anil do mar. Depois os ver-des das encostas, os cinzas e brancos das nuvens. Avivados ou serenos no jogo da rota do sol e brincadeiras a ameaças das nuvens. O canal desenhado entre a pon-ta do Pico e topo de S. Jorge triangulam para um ponto no horizonte, nascente, que mergulhado na distância dá-me a clareza que só a alma compreende pelo entendimento da minha satisfação como os véus das brumas.Aquando da graça, a Montanha mostra-se, ali, a um grito de distância que se sabe cair bafo, porque absorve e devol-ve majestade, em novos tons, com novas nuvens a enfeitar e dez mil vezes olhei a essência mas sempre com diferente apa-rente existência.Cem mil tons de verde, azul, cinza e bran-cos, amarelos a castanhos, arco-íris, véus de gotículas, chuva, cheiro, sons, contei, mesclam e dão novos tons a esta monu-mental palete de cores de Deus.Meu lugar no mundo. Em pendular olhar entre as casas e arvores, rochas, cais, lar-go fábrica da baleia, barcos ancorados no porto, sentado na esplanada do bar res-taurante do Clube Naval de São Roque do

MESA

a cOziNheira Faz MilaGreS.

Page 12: Revista U Nº22

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Pico (CNSR). Olho para o interior do res-taurante, o Márcio está atrás do balcão. Não preciso de ir lá dentro, nem preciso de dizer nada, basta que me aviste. É das poucas pessoas que conheço nos Açores, que antecede os pedidos, tem capaci-dade de empatia, e consegue executar diversas coisas ao mesmo tempo - tirar cafés, atender, bem como mostra-se atento ao que se passa em cada mesa, dá troco, aceita diversos e múltiplos pedidos e entrega-os, “formiguético”. Os colegas estão a …inteirar-se. – O Pastel de Nata é da Padaria, queres? – pergunta-me porque sabe que tenho nojo dos congelados pré-confeccionados do hipermercado, e quase toda a comida pré confeccionada ali servida. Mastigo, por vezes, um hambúrguer lá mas rara-mente almoço. Se o faço é porque quero mesmo estar ali. Não reclame, caso o bife estiver duro, ou só considerar o comer razoável, ou, ainda, se as baguetes ou pizza feitas de manhã, legalmente co-mestíveis, lhe parecerem “diferentes” à tarde. A cozinheira faz milagres, faz o que lhe mandam com os produtos dados para confeccionar e são os que há e quem não tem cão caça com gato. Mas, se se atre-ver… explique e explicite, (não faça dese-nhos, é demasiado óbvio) e calmamente articule o que quer. Mas arrisca-se a ser esquecido. Café curto, italiana, contente-se com o que receber e se tiver muito movimentado de clientes, beba só o que quiser. Não se sente no único lugar, junto ao balcão onde há bancos altos, é zona de serviço. Não peça coisas estranhas como tostas do fabuloso, magnífico e soberbo pão de milho da Prainha, outros clientes podem querer também e é advertido. Porquê tudo isto?Porque é o bar restaurante do Clube Na-val de S. Roque do Pico, não há grande alternativa, gosta-se de estar aqui. Para comer há muitas outras opções bem me-lhores mas é dos lugares mais lindos do mundo. Clube Naval é contingente, é só um flátulo da breve existência humana. Enquanto estar sentado e contemplar tudo à volta é um sopro.Nota: Há pastilhas elásticas diversas para sobremesa na ementa.

Receita

QUInOA TESOURO ALIMEnTAR

Quinoa é uma planta nativa do

altiplano andino na América do

Sul. Conservada pelos Quechuas

e Aymarás e com as suas 3120

variedades é um tesouro alimen-

tar.

A semente, ou seja o grão macio

e cremoso, com uma cauda es-

taladiça, é menor que uma lenti-

lha. Contem mais proteínas que

qualquer outro cereal e todos os

aminoácidos essenciais e pro-

teinicos complementares. Rica e

lisina, argina, histidina, tem mais

50% de cálcio, zinco e magnésio e

três vezes mais ferro que o trigo.

Leve de digestão, fonte de fibras,

minerais e vitaminas, B1, B6, C,

E, e F. Não contem glúten. Tem

mais de 16 saponinas que podem

ser anti-cancerígenas, anti-infla-

matórias e inibir a absorção de

colesterol.

Ao lavar a quinoa perde alguns

resíduos e saponinas que fazem

uma espuma branca na lavagem.

Cozinhe como arroz, dobro da

água, e ferva em lume brando 8

a 12 minutos. Ou torre um pouco

antes de cozinhar. A farinha pode

entrar na composição do pão até

30%, máximo recomendado. Tem

um suave travo a avelãs. Acom-

panhe como substituto de arroz,

massas, batata...

Nada como experimentar e quem

sabe alguém se dedique a cultivá-

la nos Açores.

MESA

hÁ PaStilhaS elÁSticaS Para SOBreMeSa.

Page 13: Revista U Nº22

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É SÓ POR TITEXTO / Manuel Jorge Lobão

Que cruzo estes espaços

Que dobro este poema

Em sombra

E em reflexo

É só por ti

Que dou meu corpo à luta

Que deposito os sonhos

nos músculos dos teus braços

É só por ti

Ainda.

PALAVRAS

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c o n -s u m i r m e -d i c a -m e n -t o s que te-n h a m origem desco-nhecida ou duvidosa pode colocar em risco a saúde dos consumidores e trazer graves consequências, como por exemplo provocar reacções perigosas quando associados a outro medicamento que es-teja a tomar; sites que não identificam o respon-sável pela venda e não disponibilizam endereço e telefone para contacto em caso de problemas não devem ser utilizados; adquirir um medicamento sem as orientações de um profissional habilitado para responder a possíveis dúvidas pode colocar em risco a saúde dos consumidores; evitar sites que incluem casos não comprovados cientifica-mente e que prometam resultados fantásticos para um determinado medicamento; não comprar medicamentos em sites estrangeiros, pois estes geralmente realizam a importação de drogas de forma ilegal. Além de ser arriscado para o compra-dor, pois a probabilidade de ser enganado é ainda maior; não comprar pela Internet medicamentos de venda sob prescrição, pois esses estarão sen-do comercializados ilegalmente se não exigirem a receita médica.“Cuidado com sites que promovem curas milagro-sas para doenças graves ou medicamentos que prometam cura para várias doenças” – Direção-Geral do Consumidor.

* Associação de Consumidores da Região Açores

Saú-deeRemé-dioS ii

13 agosto 2012 / 14

TEXTO / ACRA / Angra do

Heroísmo

Na compra de medica-mentos pela Internet sem ser através de sites que identifiquem o seu responsável e autori-zados pelo Infarmed os consumidores estão su-jeitos aos seguintes ris-cos: a receber produtos falsificados, adultera-dos, com concentração incorrecta, contamina-dos ou até mesmo não receber produto algum;

CONSUMO/OPINIÃO

viaGeNS aO cerNe daS cOiSaS ii

hiGieNe e Beleza

Se nos deixassem inadvertidamente em algum local desconhecido, certos aspectos quer da urbanização das cidades, quer das margens das estradas logo nos situariam. Tomando como exemplo a Europa e o Brasil, seria fácil discernir a localização. No Brasil emanam, a par dos seus perfumes próprios, as cores esfuziantes de flores e pássaros (e ainda destes, os cantares espe-cíficos) o tipo de vegetação, de grandes folhas largas, reveladoras da ausência de stress das plantas ou receio de perder humidade, dada a generosidade do ambien-te. Para além destes indícios, há a vastidão dos espa-ços, da qual resulta a falta de preocupação com a sua ocupação milimétrica. Mas por outro lado, temos a falta de higiene, a poluição do lixo miúdo, do pequeno papel que não é levantado, dos sacos de plástico e dos restos indefinidos, dispersos um pouco por todo o lado, que não é hábito cultural reprimir. Já a Europa prima pelo contrário de tudo isto. A obsessão pela limpeza (pouco evidente em Portugal), que assume proporções fantás-ticas na Suíça e na Áustria, por exemplo, assim como no Luxemburgo, mas também na Eslovénia, Hungria e países bálticos, torna-se uma marca identitária. O clima pouco favorável à permanência de flores faz com que o seu cultivo se transforme numa espécie de obrigato-riedade, a que se junta um artificialismo requintado que marca todo o ambiente. Quanto aos Açores situam-se (não só geograficamente) a meio destas duas tendên-cias culturais.

* historiadora

AçORES ENTRE TENDÊNCIAS

TEXTO / Antonieta Costa * / [email protected]

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E comentar um filme que não exista? Seria um exercício de imaginação ou seria um exercício de cinema? Todo o comentário é desenvolvimento do que se pensa que se viu e cada um vê o que a própria imaginação lhe dá a conhecer.Esta ironia é-o, mas é também um ponto de partida empírico, verdadei-ro, comprovável: as imagens empres-tam movimento mas as emoções, o pathos e as idéias são emprestadas pelo espetador que se projeta e iden-tifica e estabelece os mecanismos de aceitação e repulsa que servirão de critério para a avaliação que é feita no final. A memória ficará como ex-pressão do mais rigoroso capricho humano, o verbo gostar.A interpretação é outra dimensão da experiência estética, o discurso sobre o que é belo tende para aduzir factos que podem ser contrariados: pode ser aquilo ou isto, sou eu que decido de forma independente. Nesse sen-tido, provar a intenção de um autor é passar-lhe um atestado de mau gosto, por muito que isto custe aos «grandes temas» que batutam cada edição dos Óscares (exercício de re-produção do óbvio: o ano do racismo, o ano dos homossexuais, etc.).Hors Satan, Bruno Dumont. Trata-se do quotidiano de um feiticeiro pouco comum, alguém que vive no meio do bosque mas interage, magica ou espi-ritualmente, sobre os que estão atribu-lados por doenças ou pela maldade do próximo. No primeiro caso, ele surge como exorcista eficaz, mais forte que as forças malignas (bem pouco expli-cadas) que escravizam; no segundo, é o assassino de serviço, espécie de jus-ticeiro violento e implacável.Pouco se sabe sobre ele, nunca se abrem as portas informativas sobre a sua origem e as suas intenções mais íntimas. Talvez por isso, estamos sempre em suspenso, a construção

do personagem não se fecha, apren-demos sempre. Esta é uma das facetas mais surpre-endentes da sétima arte: já tudo foi dito, já tudo foi pensado, e, mesmo assim, somos confrontados com ob-jetos tão diferentes, tão alienígenas, que o livro nunca está aberto, nunca se revela. A única coisa óbvia a regis-tar é; filmes assim não são habituais, não seguem uma fórmula conhecida e são bastante imprevisíveis.Se bem que este filme pareça pade-cer do mesmo mal de Ferro 3, de Kim Ki-duk; a força da sua originalidade é diminuída por uma certa dispersão da narrativa, como se o autor não ti-vesse bem a certeza do que queria fazer. Outra queixa poderia ser uma tendência repetida para o «postalis-mo»; as cenas dos protagonistas pro-longam-se, belas e estáticas, como fotografias solenes. Ora o cinema é imagem em movimento ou é isso que o seu nome diz, pelo menos.Na minha própria imaginação, Hors Satan despe-se de credos, de qual-quer institucionalismo que não o do cinema, para refletir, de forma vela-da, sobre o homem, a sociedade mo-derna. O bruxo não tem casa mas tem notoriedade; não tem roupas dignas desse nome mas o seu caminhar é seguro e misterioso; ele não se curva às regras de outros mas ajoelha-se perante a natureza.Um outro mundo pode existir; em que as pessoas percebem o logro da civilização e rejeitam a sua teia de manipulação e marketing pérfi-do; o regresso à natureza torna-se obrigatório para se recuperar o que se perdeu quando se quis ter mais; o progresso é um embaraço jurídico e um caso grave de direitos humanos. A espiritualidade deixou de ser re-levante, tal como a justiça, e novos demónios se estabeleceram, confor-tados pela apatia do tempo.

SAI-TE,SATAnÁS!

OPINIÃO

TEXTO / Pe. Teodoro Medeiros

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DESTAQUE

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Há o “estado de fantasia supernaturalista”, ou, por outras palavras, o surrealismo. E há o sonho de José João Dutra, artista plástico na-tural de Angra do Heroísmo, cujo traço o leva agora a lançar antigas questões acerca do seu mundo interior e do que o rodeia – quem somos?; o que fazemos aqui?; estaremos so-zinhos no universo?Para trás ficou a fase do mar e dos golfinhos e, também, a predominância da pintura figu-rativa. Nascem outros trabalhos a partir de novos pontos de vista. O horizonte revela-se por isso indefinido ou não fossem os convites recebidos e os contactos profissionais que o artista tem vindo a estabelecer no entretan-to em vários países da Europa. A sua última exposição de pintura teve lugar no Teatro Angrense, em modo colectivo com Jorge de Oliveira, artista português emigrado em França, que se deslocou à ilha Terceira no decorrer das Festas Sanjoaninas 2012. O próximo passo, dito largo, vai ser dado na Figueira da Foz, em 2013, no âmbito do pro-jecto “De Mãos Dadas” a concorrer ao recor-de mundial do Guiness para a maior concen-tração de pintores a pintar ao vivo. Estima-se cerca de 6 mil provenientes de todo o mundo e, até ao momento, a representação açoriana estará a cargo de José João Dutra. A U esteve no atelier do artista.

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Acrílico, óleo sobre tela e folha de ouro são os materiais utilizados por José João Dutra nas suas experiências plásticas que, depois de trabalhados, resultam em obras de cores e traços autênticos de um artista de condição “ilhéu” assumida mas com os olhos permanentemente postos na lonjura do arquipélago dos Açores.

À U diz que há fases e períodos, mais ou menos conturbados ou tranquilos, diferentes quer no seu tempo quer na sua existência. Mas têm algo em comum: as perguntas. Inesgotáveis, complexas e, por vezes, inquietantes. A cada incerta resposta surge uma outra questão, e o movimento vai as-sumindo a forma de espiral. Considera-se um “surrealista e hi-per realista”. De momento, a procu-ra constante e natural de quem vive e sente a arte, levou-o a entrar num universo existencialista.Mais do que nunca manifesta curiosi-dade por galáxias, planetas, estrelas, sóis e luas, a par da figura humana e animal. E de uma de um suposto Deus ou mesmo deuses. Durante o seu longo percurso vimos golfinhos, baleias, mar e ilhas mil. “Agora estou menos figurativo. Mas, embora surrealista, há que passar uma mensagem através do nosso trabalho”, diz o autodidacta nas artes plásticas. Todo esta mudança de capítulo, con-tinua, estará relacionada com o pro-cesso natural da vida, por um lado, e com a abertura para adquirir novos conhecimentos, por outro. Passou por vários lugares do conti-nente, pela Galiza e França, no âm-bito de iniciativas relacionadas com as artes plásticas. Muitos contactos, revela, foram primeiramente es-tabelecidos nas redes sociais – um ponto de partida sobretudo para quem reside numa localidade ca-racterizada pela descontinuidade geográfica. “É importante sair daqui [Açores] e conviver com outros artistas em dife-rentes espaços do globo. São novos mundos que se revelam trazendo

com eles possíveis oportunidades de trabalho. Porque a palavra é mesmo essa: trabalho”, sublinha. Assim conheceu Jorge de Oliveira, artista plástico de Cantanhede mas radicado em Paris, na França, desde nove anos de idade. Falaram, troca-ram impressões sobre tudo e sobre nada. E, entretanto, decidiram avan-

çar com a sua primeira exposição co-lectiva. O Foyer do Teatro Angrense e as Festas Sanjoaninas 2012 servi-ram de cenário. São obras diferentes – surrealismo e abstracto – mas de igual paixão. Dutra, membro da Associação da Amizade e das Arte Galego Portugue-sa – AAAGP – pertencente à Rede de Artes Nacional, está representado na Galeria Paris Drouot, na Galiza e nos Estados Unidos da América, ao nível internacional, e em Coimbra, Figuei-ra da Foz e Lisboa, ao nível nacional. Não menos importantes são as suas participações em espaços de quase das nove ilhas dos Açores. Mantém agora contactos com o pin-tor brasileiro Marcos Marin, mestre na técnica Op’art, e com a Galeria Mark Hackem em Nova Iorque.

ARTISTASUNIDOS

José João Dutra vai participar num projecto intitulado “De Mãos Dadas – Juntos pela Pintura”, organizado pelo também artista plástico Jorge de

DESTAQUE

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DESTAQUE

SurrealiSMO e hiPer realiSMO

eXiStir e levar a MeNSaGeM

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Oliveira, em parceria com a autarquia da Figueira da Foz, que será realiza-do em Agosto de 2013.Trata-se de um evento inédito que, de momento, encontra-se na fase de aprovação do Guiness, e cujo objec-tivo é reunir cerca de 6 mil pintores de todo o mundo a pintar ao vivo na-quela localidade do continente por-tuguês.Segundo Dutra, as obras que dali nascerem serão posteriormente levadas a leilão sendo que a ver-ba reverterá a favor de institui-ções de acção social da Figueira da Foz.Para além da vertente de apoio e ci-dadania activa, o encontro pretende juntar artistas e comunidade num real convívio, a par de animação mu-sical, cultural, bem como de petiscos e outras iguarias locais.

INICIATIVAPRECISA-SE

O artista angrense defende “mais espírito de iniciativa” na comuni-dade artística açoriana – pintores e escultores deveriam “remar” mesmo sabendo estar “contra a maré”, sen-do a crise, refere, de acordo com os episódios da história do homem, “um momento imperioso que vem pôr término a umas coisas e dar início a outras”. No caso concreto da ilha Terceira, a sua realidade, diz que o quadro tem vindo a escurecer de ano para ano. “Já nem galerias temos. O nosso povo não está desperto para falar e apre-ciar as artes. Não tem conhecimen-tos, logo dificilmente poderá gostar”, considera José João Dutra.Por isso, o também formador de ar-tes plásticas na Academia de Juven-tude e das Artes da ilha Terceira, localizada na Praia da Vitória, ad-verte um novo plano de estudos nas escolas que possa integrar aulas de pintura, música, dança, escrita, en-tre outras áreas, de forma a incutir o gosto nas camadas mais jovens da sociedade. “Ou então, as sociedades ficarão re-duzidas a gestores e economistas. As pessoas necessitam de se expressar e nada melhor do que as artes”, sa-lienta.Actualmente, revela, participam nas suas aulas alunos com idades entre 16 e 84 anos. Há pais e filhos a apren-der em conjunto o mundo das cores e dos traços pictóricos.“A pintura não serve só para comer-cializar mas também para despertar sentimentos. E, durante esse proces-so de descoberta e aprendizagem, são muitos os alunos que se revelam talentosos. Neste momento, o núme-ro de artistas plásticos nos Açores é reduzido”, conclui.

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DirectorMarco Bettencourt Gomes

EditoraHumberta Augusto

RedacçãoJoão Rocha, Humberta Augusto,

Renato Gonçalves, Sónia Bettencourt

Design gráficoFrederica Lourenço

PaginaçãoIldeberto Brito

Colaboradores desta ediçãoAdriana Ávila, Antonieta Costa, Carmo Rodeia, Ethel Feldman, Filipa Toledo, Frederica Lourenço, Joaquim Neves, Manuel Jorge Lobão, Melânia Pereira, Olegário Paz, Paulo Brasil Pereira, Rildo Calado, Sara Leal, Teodoro Medeiros, Tomaz Dentinho e Urbano Bet-tencourt.

Contribuintenº 512 066 981nº registo 100438

Assinatura mensal: 9,00€Preço avulso: 1€ (IVA incluído)

Tiragem desta edição 1600 exemplaresMédia referente ao mês anterior: 1600 exemplares

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13 agosto 2012 / 21

FALANDO DE CINEMAFALANDO DE CINEMA

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HINOAO

AMOR

Cinema - A sétima arte. Foi Ricciotto Canuto, um teórico e crítico de cinema italiano e fixado em Paris, no ínicio do século XX, que considerou e defendeu o cinema como uma forma de arte. Para Canudo, através do cinema nascia a arte total, a plásti-ca em movimento, a alma da modernidade, já que reunia e conciliava na sua linguagem e expressão a dimensão plás-tica das cinco artes da anti-guidade: a pintura, a arquite-tura, a escultura, a música e a poesia. Mais tarde adicionou a dança e a sua dimensão rítmica da música e poesia - o sexto precursor - fazen-do do cinema a sétima arte. O cinema surge como uma nova arte, uma conciliação soberba das artes plásticas, da música e da poesia.

O meu fascínio pelo cinema nasce dessa capacidade de poder viver através de per-sonagens, espaços e histó-rias. É toda a criação de um mundo, com uma carga emo-cional que trespassa a tela, e que faz viajar por espaços – uns mais fictícios que outros. Consegue fazer sonhar. O ci-nema é a arte de ver o mun-do, um capturar da realidade, a partir de uma caixa mágica. E foi assim que dei uma den-tada na grande maçã - fui para Nova Iorque estudar e

trabalhar em cinema. Falar sobre cinema e dos seus pormenores, temas e mensagens do sentir, é ao que me proponho nesta coluna semanal da U. Uns mais antigos, outros mais recentes ou até por estrear - abordarei filmes que acrescen-tam algo, das lágrimas às gargalhadas, do encolher no sofá às pipocas na sala de cine-ma, passando também por aqueles com uma fase de maturação maior, que nos prendem deliciosamente ao fim de alguns dias.

A coluna desta semana é sobre o primeiro fil-me realizado por Clint Eastwood: As Pontes de Madison County (EUA, 1995). O filme co-meça e acaba com a caixa de correio da fa-mília Johnson – Mr and Mrs Richard Johnson. Um enquadramento aparentemente inocen-te, mas na verdade toda a história pode ser explicada e entendida a partir de então.Francesca Johnson (Meryl Streep) é uma dona de casa do Iowa, é casada e tem dois filhos. Quando o marido leva os filhos à feira de Illinois, durante quatro dias, ela fica com tempo para si... ouvir música à sua escolha e sem interrupções; um banho de imersão sem correrias; uns dias centrados nela própria.Eis que uma carrinha se aproxima da casa, Robert Rincaid (Clint Eastwood) sai do carro para pedir direcções. Diz que tem a sensa-ção de estar perdido, ela pergunta-lhe se ele ia para Iowa, ele confirma e ela, descalça e com toda a confiança, responde-lhe que, nesse caso, ele não está assim tão perdido.Ele é um fotógrafo. Trabalha para a National Geographic e procura a ponte de Roseman para a fotografar para a revista. Francesca, que naquele momento é dona do seu tempo, prontifica-se para lhe mostrar o caminho, a meros quilómetros de distância, ela calça-se e seguem juntos.Robert apanha flores, nas redondezas da ponte, aproxima-se dela e oferece-lhas, de-pois pergunta-lhe se os homens ainda ofe-recerem flores em sinal de agradecimento ou se está fora de moda... Francesca, diz que

TEXTO / Sara Leal

Produtora e Realizadora Cinematográfica

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FALANDO DE CINEMAFALANDO DE CINEMA

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sim, que ainda se oferecem, mas que aquelas nunca pois são venenosas. Robert larga imediatamente as plan-tas e Francesca desata a rir. Ele olha--a intrigado, apanhado numa partida. Quebra-se o gelo e uma porta abre--se.A caminho de casa ele oferece-lhe um cigarro, ela permite-se fumá-lo. Quando a deixa em casa ela convida--o para um chá gelado, e ele aceita entrar.Começam a conversar. Há anos que Francesca não tem tempo nem con-segue conversar com alguém. Falam sobre os sonhos, sobre o que espe-ravam da vida e no que ela se tor-nou. A quebra de uma vida perfeita. Os dois são solitários, ainda que de formas diferentes. Robert entrou na vida de Francesca por mero acaso, ou por força do destino. Ambos estavam perdidos, ele na sua misantropia, ela longe de si própria no seio da sua fa-mília. Juntos encontram-se, e vivem um amor verdadeiro, genuíno e ur-gente. Há uma compreensão mútua quase instantânea, uma admiração, uma sensação de familiaridade. Ela podia ser ela prória, ele fazia-a uma pessoa melhor.O chá gelado estende-se a um jantar caseiro, ela não quer deixar aquele momento acabar...Um crescendo idílico de um amor que nasce de um encontro do desti-no, levando um homem, cujas memó-rias vivem através da objectiva, à ver-dade, ao amor genuíno, ao encontro de Francesca que sem ainda saber já ansiava a sua chegada.Viveram intensamente felizes du-

ROSEMAN, PARA SEMPRE.

rante quatro dias. Mas amaram-se a vida toda, aconteceu no silêncio, na ausência, no pensamento.O mundo chora quando Robert e Francesca se despedem. O tempo pára, suspende-se por um momen-to, perde-se a noção do espaço e do tempo, a ânsia de decidir, de se deixar ir, desprendendo-se de todos os medos. A renúncia... Contretizar nem sempre é o caminho mais fácil. A libertação é assustadora pois não é espácio-temporal. O medo precedeu ao amor.A história de amor vai-se revelando através da descoberta dos filhos, ao lerem os diários de Francesca e a carta que lhes deixou com o seu úl-timo desejo. O filho apreensivo aos sentimentos da mãe que ele des-conhecia, a irmã - romântica – fica abismada com os mistérios do amor, a estranheza do seu silêncio e só ela sente a renúncia da mãe ao grande amor da sua vida. Mas a aceitação dos filhos cresce e torna-se numa inspiração. Voltando à caixa de correio, Frances-ca é Mrs. Johnson, tem um compro-misso para com a sua família, o ma-rido e os filhos. Ela dedicou a sua via a essa causa, é um amor baseado na sua dedicação, um compromisso sem paixão ou intimidade, um amor de princípios. Mas esse é o espaço que a delimita, o espaço que ela decidiu ocupar, na fazenda, com os filhos, ao lado do marido – Mr. and Mrs. Ri-chard Johnson.

Francesca pensava em Robert diaria-mente - já não eram duas pessoas...Um verdadeiro hino ao amor. �

ESBOÇAR O AMOR

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O VINHOE OS MORTOS

Deixem aos mortos o vinho amargo do silên-cio, a taça onde uma flor de san-gue aos poucos se desfolha.

Deixem aos mortos o vinho amargo do silêncio, a taça onde uma flor de san-gue aos poucos se desfolha: a paz de pinho que lhes coube é apenas a face iluminadas do engano, o óleo perverso com que o Anjo da Unção lhes tocou a fronte e os membros de naufragados além dos trópicos. E saibam os vivos, ao menos, escutar o eco do seu apelo na voz do Profeta que habita as ruínas breves sobre o Fanal.É Ele quem decifra os sinais das nuvens e das aves, em cujo rumo antevê os passos do homem; Ele traça um círculo na poeira do chão e aí despeja pedaços de conchas, pedras miúdas do mar, pa-lavras que desenham o andamento dos dias, a sua perdição irreparável.

Desce depois às súbitas esquinas da Cidade e os seus olhos transparentes e doces são quase a derradeira súpli-ca do deserto e da sua aflição: “Mãe: quando voltares, traz-me na mão um pouco de mar.”Outras vezes, Ele sobre às mais al-tas muralhas da memória. O vento agita-lhe os cabelos revoltos que um dia terá e lança aos quatro ventos os seus Versos para andar na rua:“Sem nada para vos contar, meus amigos, regresso.Os dias estão sujos na Castelo da Atlântida. Os peixes comprimem-se dentro do aquário. Quando dos vi-dros se quebram, os peixes a nada se prendem; deslizam pelos esgotos que conduzem a oeste. Nadam um pouco antes de morrerem seremos no oceano. (…)Podeis ir, meus amigos. No regresso dizei-me e mostrai-me o que trareis de alforges. Confiai nos caminhos que são bons e seguros e guardados pelo Espírito. Mas não tenteis conci-liar selva com mar, disso vos advirto, meus amigos.Horácio: o Castelo da Atlântida está fendido. Guarda todos os teus filhos debaixo do capote ao subires às ameias.”

TEXTO / Urbano Bettencourt

FOTO / Filipa Toledo

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PArA quE SERVE A FILOSOFIA ?

De todos os serviços que se podem prestar à humanidade, nenhum é tão nobre como o que se ocupa do cuidado de fazer prevalecer a verdade. Um dos recursos que a humanidade dispõe para realizar tal tarefa é atra-vés do ensino da Filosofia. Uma sociedade que privilegia a Filosofia contribui para que os seus pro-jectos educacionais sejam bem sucedidos, pois englobam a aquisição de conhecimentos universais e conduzem inevitavelmente à descoberta de novos horizontes de saber. A Filosofia torna-se, assim, uma ferramenta imprescindível para o pro-gresso e para a evolução dos sistemas socioculturais das sociedades. Sem um compromisso com a verdade livre de quaisquer instrumenta-lizações, sem uma ética que promova os valores humanos, sem a com-preensão da estrutura conceptual do pensamento e sem uma actividade intelectualmente crítica, não é possível alcançar padrões sociais de ex-celência.As sociedades carecem cada vez mais de cidadãos responsáveis e com capacidade crítica para ajudarem no seu crescimento humano e socioe-conómico. Uma das funções da Filosofia é habilitar ou mesmo reabilitar o cidadão para o exercício de uma maior consciencialização da sua reali-dade, ou seja, provocar uma mudança de paradigma que conduzirá a um maior enriquecimento dos seus valores e a um aperfeiçoamento das suas potencialidades não só a nível humano, mas de todo o sistema global. O próprio processo evolutivo do pensamento racional depende da reali-zação nos sistemas educativos da actividade filosófica, pois é a esta que cabe a missão de promover uma acção humana consciente e livre.Assim, como uma bússola, a Filosofia orienta para o caminho de uma ver-dade mais clara e objectiva, para a liberdade de pensar e para a reflexão dos princípios que determinam as estruturas sociais. A Filosofia poderá ser o farol das sociedades mergulhadas na obscuridade das suas próprias razões ou “desrazões”, mas que não deixam de aspirar à reforma dos seus ideais. A Filosofia poderá efectivamente permitir a realização do ideal kantiano: “ a saída da menoridade aos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si mesmos” e, assim, permitir uma nova época de iluminismo às sociedades.

* Curso de Filosofia e Cultura Portuguesa na Universidadedos Açores, Pólo de AH

OPINIÃO

TEXTO / Melânia Pereira*

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LUGa-ReSePaRTi-daS‘Lugares e Partidas” es-trebucham na memória dele, mas o septuagená-rio ainda consegue re-cordar alguns e pela or-dem com que lhe foram preenchendo a vida. ‘TEMPO I’Na terra, havia a hor-ta que lhe ensinou a mondar batatas, a co-operativa de laticínios onde, às vezes, antes da escola, ia comprar a ‘troca’ das sopas de pão de milho, e aquela casa malcheirosa duma Rua da vila onde vendiam o queijo que não tinha condições de embar-que. E partiu.Na outra ilha, o palácio e um grande salão com ‘carteiras’ individuais para estudar latim e tudo, uma hora antes do pequeno-almoço, e uma rua da cidade onde, ao saírem a passeio, os

‘estorninhos’ forma-vam filas por tamanhos a começar pelos mais pequenos, e um jardim próximo da Memória encabeçado pela está-tua dum preto que vo-mitava água para o tan-que verde de limos. Aí se fez gente. E partiu.Na ilha maior, tinham fundado o colégio onde os pais com mais posses punham os filhos a estu-dar como alunos exter-nos, lado a lado com os que acreditavam ter vo-cação para o serviço da Igreja, e uma procissão com muita gente a ca-minhar de joelhos atrás da imagem do Senhor, e uma lagoa a oferecer trutas a quem as corri-casse, e muitos outros motivos de grande atra-ção turística. Sete anos. E partiu.De novo na ilha onde crescera, apareceu um jornal que registava os atropelos de que eram vítimas os trabalhadores desta e das outras ilhas, e andava um Fiat 600 a acarretar cimento para o parque infantil da comu-nidade de Santa Luzia e um jogador de futebol encarregado de vigiar-lhe o condutor e uns ditos lavradores da Ribeirinha que queriam enforcar no Alto das Covas os padres comunistas, e um avião que trouxe e despejou no aeroporto de Lisboa mais de cem respeitá-veis açorianos. E partiu de vez.‘TEMPO II’Nesta outra banda, o septuagenário refez a vida e licenciou-se e fez

PARTIDAS

TEXTO / Olegário Paz

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U. G. A. • Contribuinte nº 512 066 981 • Rua da Palha, 11-17 • Angra do Heroísmo • Aut. Minist. 2-3-88 • 1 bl. c/ 50x3 ex. • 6-2008 Os bens/serviços foram colocados à disposição do cliente nesta data

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Armando Amaral

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J U N H OS — 6 R 20 27 —T — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —Q 2 9 16 F 30 —S 3 F 17 24 — —S 4 11 18 25 — —D 5 12 19 26 — —

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S E T E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q 1 8 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 — —D 4 11 18 25 — —

O U T U B R OS — 3 10 17 24 31T — 4 11 18 25 —Q — F 12 19 26 —Q — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —S 1 8 15 22 29 —D 2 9 16 23 30 —

N O V E M B R OS — 7 14 21 28 —T F 8 15 22 29 —Q 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 — —S 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —D 6 13 20 27 — —

D E Z E M B R OS — 5 12 19 26 —T — 6 13 20 27 —Q — 7 14 21 28 —Q F F 15 22 29 —S 2 9 16 23 30 —S 3 10 17 24 31 —D 4 11 18 N — —

Guerrilhas, N.º 34 – Terra-Chã • 9700-685 Angra do Heroísmo

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Page 27: Revista U Nº22

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mestrado e lecionou e reformou-se.Anda redescobrir o cam-po num pequeno monte alentejano e atirar-se às raízes açorianas paten-tes nas palavras dos po-etas, os da sua ilha, por exemplo: António Rami-ro, Artur Goulart, Belmira de Andrade, Correia de Melo, Fernando Lemos, Filomena Serpa, João de Matos Bettencourt, José da Cunha de Lacerda, Leocádia Regalo, Maria Luísa Soares, Nuno Álva-res Mendonça... Vive entre a vila de Mora e a cidade da Amado-ra, com a mulher e um gato.

NA ILHA ONDE CRESCERA, APARECEU UM JORNAL QUE REgIS-TAVA OS ATROPELOS DE QUE ERAM VíTIMAS OS TRABALHADO-RES DESTA E DAS OUTRAS ILHAS.

PARTIDAS

e Partiu. e Partiu.

e Partiu de vez.

Rua da Rosa, 199700-171 Angra do HeroísmoTelefone: 295 214 275Fax: 295 214 030

UniãoGráficaAngrenseUnipessoal Lda.

UNIÃO GRÁFICA ANGRENSE, UNIPESSOAL, L.DA

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9700-171 ANGRA DO HEROÍSMO

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TOTAL . . . .

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Viatura nº __________

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M A I OS — 2 9 16 23 30T — 3 10 17 24 31Q — 4 11 18 25 —Q — 5 12 19 26 —S — 6 13 20 27 —S — 7 14 21 28 —D F 8 15 22 29 —

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N O V E M B R OS — 7 14 21 28 —T F 8 15 22 29 —Q 2 9 16 23 30 —Q 3 10 17 24 — —S 4 11 18 25 — —S 5 12 19 26 — —D 6 13 20 27 — —

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Page 28: Revista U Nº22

13 agosto 2012 / 28

“A cultura do espírito identificar-se-á com a cultura do desejo.”

Salvador dali

CArTooN

ÓCIOS / OPINIÃO

AS MAIS VISTASONLINE

FESTAS DA PRAIA DA VITÓRIA CARNAVAIS DA TERCEIRA, DO BRASIL E DE VENEZA NO CORTEJO DE ABERTURA

Das Festas da Praia 2012 FESTIVAL DE FOLCLORE FORA DO PROgRAMA

QUESTIOnÁRIO

OS CARNA-VAIS SÃO UM BOM TEMA PARA AS FESTAS DA PRAIA?SiM 87 (53,05%)

NÃO 77 (46,95%)

tOtal: 164 (100%)

ENTRETENIMENTO / OPINIÃO

07 maio 2012 / 28

“Citação e/ou frase aqui.”

AS MAIS VISTASONLINE

A MA-ÇONARIA INFLU-ENCIA A POLÍTICA PORTU-GUESA?

QUESTIONÁRIO

SIM

NÃO

CARTOON

Título Aqui

Título Aqui

KAWAIITEXTO / Frederica Lourenço

Kawaii: adjectivo japonês utilizado para definir uma variante de ilustração manga (banda desenhada japonesa), muito colorida, animada e infantilizada. Os japoneses utilizam muito este tipo de desenho, de características simples, para comunicarem entre eles, substituíndo-a pelo alfabeto comum. Há, no mundo, milhares e milhares de artistas kawaii, gente bem disposta e com es-pírito infantil, que aplica depois os seus desenhos redondos e fofos num sem número de objectos, que são depois vendidos por todo o mundo. A mais fa-mosa mascote kawaii é a conhecidíssima Hello Kitty (propriedade da Sanrio), gatinha amorosa de laço vermelho e jardineiras azuis, que tem uma legião de fãs infindável, espalhada pelo mundo. É o boneco mais vendido de sempre! Outro personagem não menos famosa é o Pokemon (aquele monstro de bol-so amarelo), que tem a honra de ser uma estrela dos ares, já que é a atracção principal dos aviões da All Nipon Airways.

I am a fan of

Page 29: Revista U Nº22

13 agosto 2012 / 29

JoGo dUPlOO filme italiano “Jogo Duplo”, parcialmente filmado na Terceira e que conta no seu elenco com actores locais, já está disponível em DVD.

RODADO nA TERCEIRA

A obra de Alberto Anza-ni foi rodada, em parte, nos arredores da Praia da Vitória, Porto Martins e Angra do Heroísmo.A película conta com a participação dos acto-

EM dVd

res terceirenses Sandra Meneses, Valter Peres, Duarte Trindade e Raquel Pinheiro em papeis prin-cipais e dos “figurantes” Ildeberto Toste Pamplo-na, Maria Lúcia Sousa, Ricardo Martins, Eduardo Contente, Antero Ávila, Evandro Machado, Márcio Cota e Bráulio BritoO filme foi exibido no ano passado na Terceira.

AçORES e Bragança

“Pontos Incomparáveis” é o nome da exposição de Catarina Valadão aberta ao público até 31 de Agos-to no núcleo museológico de São Bartolomeu.Esta exposição de oito fotografias mostra as se-melhanças e diferenças da paisagem natural de Portugal nos seus extremos, Açores e Bragança.A 1 de Setembro, Catarina Valadão vai inaugurar mais uma exposição no mesmo espaço, altura em que irá lançar igualmente um livro.Catarina Valadão, natural de São Bartolomeu, é fotógrafa profissional e formada em escrita criati-va, tendo lançado em 2001 o seu primeiro livro “A imagem da poesia”.É autora de dois blogs de escrita, http://as-vozesdossonhos.blogspot.com/ e http://o d e v a n e i o d a s p a l a v r a s . b l o g s p o t . c o m / e outros tantos dedicados à fotografia http://catarinavaladao-fotografia.jimdo.com/; http://www.flickr.com/photos/catarinavaladao/

a sede do alpendre em angra do he-roísmo recebe, no dia 15 de agosto, pelas 21h30, mais uma edição da iniciativa “amos-tra-me cinema Português”, uma organização da associação cultu-ral Burra de Milho.“tabu”, a terceira longa-metragem de Miguel Gomes que venceu o pré-mio FiPreSci e o Prémio alfred Bauer no Festival de cinema de Ber-lim, é a película es-colhida para o mês de agosto.Protagonizado por teresa Madruga, laura Soveral, ana Moreira, carloto cotta, ivo Müller, isabel cardoso e Manuel Mesqui-ta, e dividido em duas partes (Pa-raíso Perdido e Paraíso), “tabu” começa por nos apresentar auro-ra enquanto idosa já meio senil, tal como a sua em-pregada Santa e a sua vizinha Pilar. No leito de morte, aurora pede a Pilar para contactar um homem, Gian luca ventura. ventura e aurora conhecem-se dos tempos em que ambos tinham fazendas na África colonial portugue-sa e por lá tiveram uma relação inten-sa que entretanto se diluiu até à ine-xistência.

CULTURA

Page 30: Revista U Nº22

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DE

APPARATTEXTO / Adriana Ávila

Apparat é o nome de palco de Sacha Ring, um músico alemão, a residir atualmente em Berlim. Em 2001 lançou o seu primeiro álbum intitulado Mul-tifunktionsebene (Techno e IDM), pela Shitkatapul, editora da qual é co-fundador com Marco Haas. Sacha Ring é um artista bem conceituado dentro da música eletrónica mundial, tendo já colaborado com ilustres nomes tais como Ellen Allien. A primeira vez no ano de 2003, com o álbum Berlinett e, novamente, em 2006, em Orchestra of Bubbles. Mais tarde já em 2009, lançou um disco com o pseu-dónimo de Moderat posteriormente colaborou com o

CAndIl dE lA CAllE

coletivo Modeselektor, na produção de um disco tam-bém com o mesmo pseudónimo.Sob a identidade Apparat, destaque para o seu mais re-cente EP Candil De La Calle com quatro temas, inclusive alguns deles contam com remisturas de outros artistas.

ELECTRÓnICAA Academia da Juventude e das Artes da Ilha Ter-ceira recebe, de 17 a 22 de Setembro uma acção de formação em produção de música electrónica, a cargo de Manuel Calapez. O workshop abordará vá-rias componentes de produção aplicadas na remis-tura de um tema. Inscrições até 13 de Setembro.

MACHADo ÁVIlAEsta patente no Museu da Graciosa a exposição “Vida e Obra de Manuel Machado Ávila, 1916 – 2001”.Trata-se de uma exposição que visa homenagear Manuel Machado Ávila, que viveu a maior parte da sua vida na ilha. Nas áreas da arquitectura, da cons-trução e fiscalização, a obra de Machado Ávila é ex-tensa e múltipla. Experimentou ainda o desenho, a pintura e a escultura, deixando marcas nos muitos projectos que assinou.A exposição poderá ser visitada nesta instituição até ao dia 30 de Novembro.

vulcÃO dorme“Adormecido” é o nome de um documentário “poé-tico e experimental” realizado por Paulo Abreu so-bre o vulcão dos Capelinhos.Rodado no Faial em Outubro de 2011, utiliza tam-bém imagens de arquivo das erupções daquele vul-cão em 1957 e 1958.Este filme é a primeira produção do 9500 Cineclu-be, de Ponta Delgada, tendo sido exibido em vários festivais a nível nacional.

CULTURA

Page 31: Revista U Nº22

13 agosto 2012 / 31

MoNTE VERdEO Monte Verde Festival terá lugar nos dias 16, 17 e 18 de Agosto na Praia do Monte Verde, Ribeira Grande – São Miguel.

16 A 18 DE AGOSTO

Actividades paralelas relacionadas com praia, surf, desporto e ar livre a complementar os con certos durante o dia e durante a noite. Quanto à música, para dia 16 estão marcados os Self Assistance, The

Dixie Boys, Ninja Kore e Twisted Dools. Para 17, o programa prevê actuações de The Poppers, David Fonseca, Da Chick e Match Attack Showcase.No último dia do festival actuam os Taponas Assas-sinas, Terrakota, Diabo na Cruz e Xoices.A pulseira para os três dias custa 20 euros, com direito a campismo grátis, enquanto a diária fica pelos 10 euros.

Os amigos da Maia

com o apoio do clu-

be amigos e defen-

sores do Patrimó-

nio de Santa Maria

organizam no dia

18 de agosto, pe-

las 19h00, a prova

“degraus da Maia”.

esta prova que con-

siste numa subida

de 350 degraus do

valioso património

dos “currais de vi-

nha”.

as inscrições são gra-

tuitas e deverão ser

feitas no próprio dia

até meia hora antes

do início da prova.

Para mais informa-

ções contacte:

918296477

965734997

967291078

RIBEIRA gRAndE

OPINIÃO / AgENDAOPINIÃO / AGENDA

07 maio 2012 / 31

TEXTO / Rildo Calado

HEADLINE HERELores aut quidebis dis nitatem et que pel ime nosse-quam, officae cesecto etum rae quibus acesto quaspiet faccum iligenimi, sam et, quidebitis antia

TITLE HERE

dolorestibus conse-quate int entus quo doluptiatus dolo earum rem arum volora vita arum reictissi utatae. Et aborero cone etur, cuptatem que com-moluptas quiae et, ve-liqui accusam facculp

TITLE HERE

ariorum vel il es volor simus, core quistib eribus voluptis earum vendae cum exerum arum quiant. Ehendit, sinto verovitio. Ut est, ut incid quas inullor estiusa picaboremque nonsed quibearum que est, quiasped eos auditem poreptas doloriti omnimpo-riate invellaut expediciis quias mos sam alite quid quas ella Lit et qui debis magnates dolupta erfe

Xeratem quost autemos dipsam ut imagnam, offic totatur? Quiditam alia iducidentia si-tias millupis et om-nim ex enis as eost eosaper ibeaquo ma del ipis dolor ad eument, con cor-ectatiam dolorese pratiant quam que volo molorro ex et vit qui ditessun-di unte ella nate nobitatem quis quossimodia quis delisci psapedi beritem ilit quis in-venis consequ un-dignam aut most, cum fugition eium eratur res ipsamus eatum etur sapitat iaecaep udaera-tiatur aditatis no-bitib usante qui as rersperae latis ex exerae. Ipicipitium que et, quatur res

O atelier de arquitectura esloveno Coo-do desenvolveu uma linha de unidades modulares, sempre com o mesmo con-ceito formal, capazes de se adaptarem a qualquer “ideia”. Cada unidade pode ser costumizada mediante as necessidades e especificidades desejadas pelos seus proprietários, de forma simples; esta li-nha inclui um pavilhão – elemento poliva-

CASAS MODULARES COODO

lente, que pode ser adaptado a qualquer uso, uma pérgola, uma cozinha de verão, pequenas unidades habitacionais, e uma unidade residencial. A Coodo propõe pro-jectos “chave na mão”, sendo que as pro-postas englobam todo o desenvolvimento de projecto de interior: o branco, croma-dos e o zebrano, fazem das escolhas do projecto. http://coodo.si

Page 32: Revista U Nº22