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Piracicaba |Fevereiro/Março 2013 | Ano 2 | Edição n° 06 Centenário do XV Presidente fala das comemorações dos 100 anos Técnico exalta raça quinzista Condomínio investe em academia Turquia: mais que cenário de novela global Torcedoras que são fanáticas pelo alvinegro Personalidades declaram seu amor ao XV Especial

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Revista Tutti Condomínios 6ª Edição - Fevereiro/Março 2013

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Page 1: Revista Tutti Condomínios

Piracicaba |Fevereiro/Março 2013 | Ano 2 | Edição n° 06

Centenário do XV

Presidente fala das comemorações

dos 100 anos

Técnico exalta raça quinzista

Condomínio investeem academia

Turquia: mais quecenário de novela global

Torcedoras que são fanáticas pelo alvinegro

Personalidades declaram seu amor ao XV

Especial

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Projeto editorial do MBM Escritório de Ideias desenvolvido especialmente para os clientes da Brancalion Administradora de Condomínios.

CNPJ 09461319/0001-99

Publicação bimestral

DiretorBruno Fernandes Chamochumbi

EditoraCristiane Sanches(MTb 21.937)

Reportagens e textosRonaldo [email protected] [email protected] [email protected]

Colaboram nesta ediçãoFernando ConneseAlessandra Nalin

Projeto gráfico e paginaçãoMBM Escritório de IdeiasAllan Felipe Dalla VillaLívia Telles

Equipe MBMDébora FernedaFabrício CoralSusane TrevizanTeresa BlascoThais Alves

Anuncie na Tutti: 19 [email protected]

Anúncios e informes publicitários são espa-ços adquiridos pelos anunciantes e seu conte-údo é de inteira responsabilidade de cada um deles, cabendo à Revista Tutti Condomínios apenas reproduzi-los nos espaços comercia-lizados. A opinião de colaboradores não é necessariamente a opinião da revista. Maté-rias assinadas são de responsabilidade de seus autores.

Rua Regente Feijó, 2387 – Vila Monteiro – Piracicaba – SP – CEP 13418-560 – Fone: 3371-5944

Tiragem 7.000 exemplaresDistribuição gratuita, exclusiva e dirigida

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Salve, XV!Quem é capaz de explicar do que é feito o coração de um

quinzista? Alguns dirão que deve ser de aço pra poder aguen-tar tantas subidas e descidas pelas várias divisões que há no futebol paulista e brasileiro. Haja emoção! Outros arriscarão dizer que o coração quinzista deve ser de gelatina: se derrete todo diante do alvinegro, esteja ele onde estiver, no ‘céu’ da vitória ou no ‘umbral’ em que perambulam os derrotados.

Não importa. Ser quinzista transcende a lógica. E é isso o que o leitor poderá comprovar nas próximas páginas que de-dicamos ao centenário do nosso glorioso E.C. XV de Novem-bro. Decidimos que a primeira edição da revista Tutti Con-domínios, em 2013, traria essa homenagem ao Nhô Quim, mostrando especialmente como as pessoas amam este time, sejam elas nascidas em Piracicaba ou não, como o maestro João Carlos Martins, por exemplo.

Em um século, este time acumulou tantas histórias e tan-tos personagens interessantes, que optamos por falar dele ao longo deste ano, em matérias especiais que serão distribuídas nas próximas edições. Tem muita história pra contar sobre o XV e você vai conhecer as mais importantes. Pode apostar.

Boa leitura!

Cheio de planos e projetos para o futuro do E.C. XV de Novembro, o presidente Celso Christofoletti dá uma pausa no corre-corre e posa para as lentes de Alessandro Maschio.

Cristiane SanchesEditora

@mbmideiasmbmideias

Page 4: Revista Tutti Condomínios

34 - Dois hinos para o XVzão36 - Quinzistas organizados39 - XV Mania40 - Drogas no meu condomínio: o que fazer?41 - Malhação no Araguaia42 - Goleada na tela43 - Cuidados com a beleza44 - Bom Menino46 - Encantos da Turquia50 - Piranews na Revista

Fevereiro | Março 2013

6 - Centenário em grande estilo10 - Guerreiros do XVzão14 - Diário de uma paixão16 - Futebol com raça20 - Loucas pelo Nhô Quim23 - Novo espaço para coletivas24 - Primeira-dama em ação26 - XV, eu te amo!29 - Testemunhas em campo32 - Querido caipira

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A revista dos condomínios de Piracicaba

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Page 5: Revista Tutti Condomínios

100

anos

Por Ronaldo Victoria

Unidos e apaixonados

São 100 anos de uma história que já começou sob o signo da união. Afinal, o XV de Novembro de Piracicaba surgiu em 1913, depois da fusão

de dois times que dominavam o esporte amador na cidade. Eram equipes controladas por famílias tra-dicionais piracicabanas: o Vergueirense, gerenciado pelos Pousa, e o 12 de Outubro, administrado pelos Guerrini.

O nome foi uma escolha do primeiro presiden-te, Carlos Wingeter, cirurgião dentista e capitão da Guarda Nacional. Logo a equipe construiu seu está-dio próprio, o Roberto Gomes Pedrosa, que ficava na rua Regente Feijó, onde hoje funciona um hipermer-cado.

No final dos anos 40, mais precisamente em 1948, o time conseguiu um de seus maiores triunfos: o acesso à primeira divisão do Campeonato Paulista, sendo o primeiro do interior a disputar entre os gran-des da capital.

A história do XV é cheia de pioneirismos, como o fato de realizar excursão pelos países do Leste Eu-ropeu em 1964, algo que apenas Botafogo e Santos, graças a estrelas como Garrincha e Pelé, haviam feito anteriormente. Em 1976, alcançou sua melhor posição no torneio: o vice-campeonato, disputado contra o Palmeiras.

A trajetória do time, porém, não se explica apenas pelos resultados. Afinal, nestes anos todos, amargou várias derrotas e chegou a disputar por alguns anos a terceira divisão do Paulistão. Tantos altos e baixos nunca afetaram o número de seus torcedores.

Parece que o que dá conta de entender o XV, além de sua união, é mesmo a paixão, a mesma se o time sobe ou desce, se estiver na A1 ou A3. É o sen-timento que fica claro tanto entre o presidente atual da equipe, o administrador Celso Christofoletti, que aprendeu a gritar o nome da equipe no estádio desde criança e promete uma grande festa para comemorar o centenário (talvez com a presença do maestro João Carlos Martins, que se assumiu quinzista, provavel-mente por ser tão duro na queda quanto a equipe).

É a saudade da camisa zebrada que toma conta de craques do passado, como Cardeal (um centro-avante rompedor), Russo (que cometeu a façanha inédita de bater o escanteio e correr para a pequena área fazer o gol de cabeça) ou Nenê, que teve a ousadia de driblar Pelé.

É amor o que explica a dedicação dos presidentes das três maiores torcidas do alvinegro (AR-XV, Es-quadrão e Super Raça Quinzista), que rasgam o cora-ção e perdem o fôlego nas arquibancadas, mas nunca deixaram que os grupos tivessem destaque em colunas policiais. E as mulheres, incluindo a primeira-dama

do time, Silvana, já começam a ocu-par posição de destaque, não apenas nos estádios, mas na diretoria.

É um time tão diferente, que tem o luxo de contar com dois hinos: o oficial, uma marcha solene, e o po-pular, criado por estudantes da Esalq

(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), nos anos 60, e hoje o mais conhecido. XV, já que tá que fique! Por mais 100 anos.

História mostra que o XV de Novembro nasceu sob o signo da união

É um time tão diferente que tem o luxo de contar com

dois hinos

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Por Ronaldo Victoria | Fotos: Alessandro Maschio

Centenárioem grande estilo

A programação de centenário do XV de Piracicaba deve ser grandiosa, promete o presidente Celso Christofoletti. Ele já

entrou em contato com um quinzista famoso e as-

sumido: o maestro João Carlos Martins, que pode

fazer um grande espetáculo na cidade para marcar

a data.

A novidade é apresentada nessa entrevista por Chistofoletti, eleito em 5 de novembro do ano pas-sado, por unanimidade de votos de 31 conselheiros (quatro não votaram). Ele atua tendo como vice o empresário Luís Guilherme Schnorr, presidente do grupo Supricel. Christofoletti atuou por 35 anos no ramo de logística na Arcelor Mittal. Ele conta que assiste aos jogos do alvinegro desde a infância.

Tutti Condomínios - Como está a programação do centenário?Celso Christofoletti - Desde o final do ano passa-do, quando assumimos, começamos a organizar o centenário. Começou com o lançamento da cami-sa, na Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). Mas antes já fomos a algumas empre-sas e instituições como a Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), que nos ajudou e lançou o selo do centenário.

A programação já está esquematizada ou está sendo construída?Está sendo construída junto com o marketing. Estamos mantendo alguns contatos. Ficamos sa-bendo que o maestro João Carlos Martins, além de torcer pela Portuguesa, se declarou torcedor do XV de Piracicaba.

Como aconteceu isso?Encontrei com ele num hotel em Campinas. Ele me viu com a camisa do XV, me chamou e disse que o segundo time dele é o XV. Fiquei com uma cara de desconfiado e ele me disse: ‘Você não está acreditando?’

Achou que ele estava fazendo média?Não, eu não acreditei. Aí ele me disse: ‘Na década de 70, o presidente era o (Romeu Ítalo) Rípoli, o XV foi vice-campeão paulista em 1976 contra o Palmeiras e gol foi do Jorge Mendonça. O ano passado quem fez o último gol de pênalti, na de-cisão, foi o Marlon’. Eu quase morri do coração. E ele cantou o hino popular.

O ‘Cáxara de Fórfe’?E depois cantou o hino oficial, o que até me emo-cionou. Pedi camisas para serem dadas a ele e à es-posa. Entramos em contato com o assessor dele e está praticamente certo que ele virá pra cá, para re-ger a Orquestra Sinfônica de Piracicaba, e já con-versou com o pessoal do (maestro Ernst) Mahle .

A trajetória do João Carlos Martins é parecida com a do XV, já caiu, já levantou, se reinventou. Concorda?Sim, acho que o maestro tem a cara do XV mes-mo. Depois de tudo o que passou, ele não trans-mite pessimismo. O XV, independente de estar na 1, na 2 ou na 3 (bate na madeira e diz: nunca vamos voltar pra 3!), nunca perdeu a alegria.

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A programação não deve transmitir essa popularidade?Sim, e mostrar essa alegria, esse prestí-gio no Brasil todo. Em qualquer lugar do Brasil, todo mundo conhece. Vamos aproveitar e explorar bastante este lado. O time, às vezes, é mais conhecido que a cidade.

Qual o segredo do XV?É essa magia. O pessoal, às vezes, explora isso de falar de time caipira, folclore. E é coisa do passado ficar bravo por cha-mar de time de caipira, cortador de cana. Hoje, quando chamam a gente de caipi-ra, a gente gosta! Eu tenho orgulho cai-pira. Na apresentação do técnico Sérgio Guedes, eu disse: ‘Mais um caipira para esse bando de caipiras’.

Quando a paixão pelo XV lhe pegou?Eu tinha uns 7 ou 8 anos, e ia com meu pai lá no Roberto Gomes Pedrosa, o es-tádio antigo. Logo fui me apaixonando, uma coisa meio inexplicável.

E nunca deixou?Nunca! Quando tinha jogo e eu tinha outros compromissos, dava um jeito de desmarcar. Com 14, 15 anos, comecei a participar da torcida Sobrinhos do Nhõ Quim. Com 18 para 19 anos foi funda-da a nossa torcida, a TUC XV, Torcida Uniformizada Camisa XV. Foi em 1976, quando disputamos o campeonato com o Palmeiras no Parque Antártica. Foi uma fase boa, porque depois participamos do Campeonato Brasilei-ro. Jogamos contra Grêmio, Vasco, Flamengo, Cru-zeiro. Fui ao Mineirão. Estava empatado e perdemos no finzinho com gol contra do Almeida, o lateral es-querdo. Ganhamos aqui do Grêmio por 3 a 1.

E como foi acompanhar esses altos e baixos do time?Nos anos 90 e 2000 aconteceram coisas como tercei-

rização e empresas que vieram para cá, que nem é o caso de citar, o que acaba desmotivando. O XV aca-bou perdendo a identidade. Algumas dessas empresas inclusive foram enxotadas da cidade. Aí o (ex-árbitro de futebol piracicabano) João Paulo Araújo ficou pre-sidente na época. Em outro tempo, veio ( o ex-prefei-to) Adilson Maluf com a melhor das intenções, mas os resultados em campo não corresponderam.

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Não adianta nada se o time não ganhar, não é?Exato, foi uma falta de sorte. Aí o (Luís) Beltrame assumiu, em 2008, e eu voltei como diretor. E era o auge da crise, quase caímos para a série D, que se-ria a quarta divisão. E fomos vice-campeões da Copa Paulista, pois perdemos para o Atlético de Sorocaba aos 48 do segundo tempo. Até hoje não me esqueço disso, foi um sofrimento!

Sofrer faz parte do gene do XV?Faz, mas acho que faz parte de qualquer clube. Se você considerar 2010, 2011, foi só alegria para a gen-

te. Subimos da A3 para a A2 e depois fomos campe-ões da A2. Foram dois anos sem tristeza. 2012 teve o sufoco, quase caímos. Mas o último jogo, contra o Mogi, você pode considerar como resultado positivo, porque não caímos.

O XV luta para não cair. É isso?Acho que tem uns 14 times que lutam para não cair. Está nivelado.

Não dá para ter o foco de ser campeão paulista?Nós temos esse foco. Tem que ter. E nunca fui de re-clamar de árbitro. Às vezes, acontecem alguns lances que a gente fica em dúvida, imagine o árbitro!

E como é lidar com as críticas?Não tem como aprender a lidar com crítica, ainda mais na minha idade. Depende do perfil de cada um. Quando sou criticado, volto ao passado, lembrando quando criticava e acabo absorvendo da melhor ma-neira.

‘Em qualquer lugar do Brasil, todo mundo conhece (o XV). Vamos aproveitar e explorar bastante este lado. O time, às vezes, é mais conhecido que a cidade’

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Mem

ória

Por Ronaldo Victoria | Fotos: Fábio Mendes

Guerreirosdo XVzão

Eles sofreram, correram e suaram a camisa para o time que todos, não importa o número de outras equipes que defenderam, consideram o

favorito. É o mistério do XV de Piracicaba, da camisa zebrada e da torcida apaixonada. Pelo alvinegro, Rus-so fez o que muita gente considera até hoje uma len-da: bateu escanteio e foi à área fazer o gol de cabeça; o centroavante Cardeal dava ‘dribles da vaca’ de des-moralizar adversário, e o lateral direito Nenê chegou a dar um chapéu em ninguém menos que Pelé.

Pelo chamado ‘gol incrível’, Russo, ou o advogado José Maria Cervi, fluminense de Barra Mansa, hoje residente em São Paulo, ficou famoso. Há vídeos so-bre o fato (não há imagens do gol, que aconteceu em 1949, antes da chegada da TV ao Brasil) e recente-mente ele foi tema de uma matéria do Esporte Espe-tacular, da Rede Globo.

“O (jornalista) Pedro Bassan veio a Piracicaba e me chamou para explicar o fato, numa simulação no Barão de Serra Negra”, conta. É que o lance aconteceu no antigo estádio Roberto Gomes Pe-drosa, que ficava na rua Regente Feijó. “O Arnaldo César Coelho não acreditou na história e me deu cartão vermelho. Mas eu não acho que ele entenda muito”, dispara.

Tudo aconteceu na tarde de 28 de agosto de 1949 e o jogo do alvinegro piracicabano contra o Santos já estava em 2 a 1, com vantagem para os santistas. Eram 41 minutos do segundo tempo. O novato no XV, Russo (ele jogou de 1949 a 1951), foi bater um

escanteio. Era uma tarde nublada, como lembra Rus-so. Ele chutou bem alto, e como a bola daquele tempo era de capotão, permitiu que desse tempo de ele che-gar à pequena área e cabecear contra as redes adversá-rias. E o juiz, um inglês chamado Percy Snap, validou. Por isso é chamado por alguns de ‘gol para inglês ver’. “Mas não bateu em ninguém e o juiz validou. Está lá na súmula”, defende Russo.

Ex-jogadores relembram grandes lances que marcaram a história do alvinegro

‘Russo cobrou escanteio e, no mesmo lance, fez um gol de

cabeça’

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Grande centroavanteAos 92 anos, Cardeal, ou Antonio dos Santos, é outro gran-

de nome do passado. O centroavante teve atuação destacada na subida do XV à primeira divisão em 1948, o que trouxe euforia à cidade. “Eu tenho uma longa história com o XV, que começou nos meus sete anos de idade, quando morava na rua Alferes (José Caetano), perto do Estádio. Tinha dois irmãos que também eram loucos pelo time. Mas quem entrou para o time fui eu”, conta Cardeal.

Ele jogou desde os 12 anos no infantil, e logo passou para o time principal. Era o típico ‘centroavante oportunista’, que sem-pre ficava livre para completar a jogada. “Meu gol mais bonito eu não sei dizer, acho que eram aqueles gols que o time precisava para resolver a partida”, explica. Cardeal tem uma definição mui-to simples para o XV: “O time mora em meu coração”. Acabou parando com o esporte depois de uma partida contra o Taubaté em que deu um ‘drible da vaca’ no zagueiro adversário. “A sola da chuteira dele ficou no meu joelho, o que me causou proble-mas”, conta. Logo parou a carreira, que nunca foi profissional. Aposentou-se após 36 anos de trabalho, 12 na extinta Fábrica de Tecidos Boyes e o restante no Departamento de Zootecnia da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz).

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Goleiros de primeira

‘Chapéu’ em Pelé

Hélio Fernando Sacconi, 68, foi goleiro do XV entre 1961 e 1968. “Era uma época em que o time estava bem e conseguiu voltar à primeira divisão em 1967, depois de um triangular com o Bragantino e o Paulista de Jundiaí”, conta o pai da jornalista Ellen Sacconi, da EPTV.

Ele já atuava como profissional naquele tempo, mas destaca que não era como hoje, em que alguns atletas ganham salários milionários. “A gente treinava coletivo de terça e quinta, e individual de quarta e sexta. A maioria vivia de futebol, mas alguns ainda tinham outras profissões”, lembra. Da rivalidade, ele lembra que o pior momento aconteceu contra o Pau-lista de Jundiaí, na disputa pela volta à ‘Primeirona’. “A gente foi de ônibus, teve de trocar de roupa no Lago Azul e fomos até o estádio com a torcida adver-sária jogando rojão. Foi um filme de terror.”

Outro goleiro que marcou época, Orlando (Anto-nio Orlando da Costa), hoje com 76 anos, era o titu-lar no tempo em que Hélio foi reserva na posição. Ele jogou de 1957 a 1965. “Depois fui para Bandeirantes, no norte do Paraná, mas eu guardo mesmo no coração a fase do XV, porque eu sou piracicabano, nascido na esquina das ruas Alferes com Monsenhor Rosa, bem perto do antigo estádio”, conta.

Orlando dividiu o futebol com a mecânica de automóveis, que passou a seguir depois de terminada sua fase nos gramados. “O XV vai morar sempre no coração da gente. Eu tenho de ser sempre quinzista.”

O lateral direito Nenê, 60, ou Dejandir Muller, viveu o maior momento do XV, quando o time foi vice-campeão paulista em 1976. Da carreira do time, que durou de 1969 a 1980, ele lembra também que chegou a dar um ‘chapéu’ em Pelé, que já era mito no Santos. “Ele até brincou comigo. Perguntou o que eu tinha contra ele”, lembra.

E conta os altos e baixos de se trabalhar com Ro-meu Ítalo Rípoli, o presidente do XV na época. “Na véspera da disputa pelo campeonato, ele foi numa mesa-redonda e começou a falar mal de todos os joga-dores do Palmeiras. Os caras chegaram tão ‘mordidos’ que, no primeiro gol, entraram uns oito para pegar a bola de volta”, lembra.

Mas essa rivalidade eram ossos do ofício. Nenê lembra o prazer de conviver com nomes como Ger-son, Ademir da Guia, Tostão, Clodoaldo e Carlos Al-berto, o capitão do Tri. “Esse foi meu mestre, meu espelho como lateral direito.”

José Eduardo Pianelli, 49, o Du Pianelli, tam-bém conviveu com outras feras e teve uma passagem marcante pelo São Paulo. Ele começou com o futebol em 1981, na escolinha do XV, e passou para o pro-

Hélio Fernando Sacconi, 68, foi goleiro

entre 1961 e 1968

O lateral direito Nenê (Dejandir) conseguiu

dar um ‘chapéu’ no próprio Pelé

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Seminário

fissional dois anos depois. “Comecei em 1983, quando o time voltou à categoria principal. Mas no ano seguinte fui para o São Paulo, onde fiquei até 1986”, conta. Era uma fase em que atuou ao lado de Oscar, Dario Pereira, Muller, Silas, Pita e Careca.

Depois, Pianelli foi para o América de Rio Preto, o Juventus e o Rio Branco de Americana. “Mas o XV foi o time que mais me marcou, por-que tenho esse carinho. Foi o time que me proje-tou, a quem devo tudo. Só de lembrar, passa um filme na cabeça da gente”, conta. Ele acabou in-terrompendo a carreira de futebolista aos 35 anos, passou a dar aulas em uma escolinha de futebol e hoje trabalha numa fábrica de móveis.

Marcos Antonio Pizelli, hoje com 55 anos, era o famoso goleiro quinzista dos anos 80. “Eu co-mecei em 1975, aos 18 anos, quando fomos cam-peões do Torneio José Ermírio de Moraes, que hoje é a Copa São Paulo”. No ano seguinte foi vice-campeão paulista. “Trabalhar com o (Romeu Ítalo) Rípoli era bom, ele foi um grande presiden-te, mas você sabia que ele nunca seria uma pessoa comum”, explica. Em 1983, foi novamente cam-peão da segunda divisão.

O ex-goleiro, que hoje é preparador de atle-tas para a posição, e faz um trabalho de base na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), conta que os jogadores sempre tiveram de ter paciência com a arbitragem. “Era comum isso acontecer. O Dulcídio Vanderlei Boschilia, mais famoso juiz da época, sempre dizia: ‘Estão prepa-rados para empatar no máximo? Porque ganhar vocês não vão!’ Uma vez eu disse: ‘Dulcídio, você está assumindo que vai roubar?’ Ele não se abalou: ‘Que é isso? Só estou falando que vocês não vão ganhar. É diferente!’”

A Faculdade de Comunicação da Unimep reu-niu ex-jogadores e ex-dirigentes no seminário 100 Anos do XV de Piracicaba: Personagens da Histó-ria, que aconteceu nos dias 28 e 29 de janeiro pas-sado, no Centro Cultural Martha Watts.

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Arquivo Rocha Netto, no Centro Cultural Martha Watts, tem toda a história do XV entre os anos de 1919 e 2002

Por Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

A história do XV de Piracicaba foi contada com rigor e paixão por um pesquisador que tam-bém completaria seu centenário em 2013:

Delphim Ferreira da Rocha Netto. O jornalista nas-ceu em 1913, um pouco antes do time, em junho, e morreu em 2003, aos 90 anos. O acervo que jun-tou ao longo da vida está disponível para pesquisa no Centro Cultural Martha Watts, mantido pela Uni-mep (Universidade Metodista de Piracicaba).

“Este material nos foi cedido quando Rocha Net-to ainda estava vivo, em 2002, e transferido para o nosso Espaço Memória, vindo da casa dele, na rua Gomes Carneiro”, conta a diretora do centro, a peda-goga Joceli Cerqueira Lazier.

O Arquivo Rocha Netto conta com aproxima-damente 30 mil documentos, entre textos de autoria dele, tabelas, matérias de jornais e de revistas. Com-preende um período de mais de 80 anos de história, pois vai de 1919, quando Rocha começou a colecio-nar figurinhas de chiclete que tinham futebol como tema, e vai até 2002.

“A partir daí ele foi sempre ampliando, anotan-do todos os jogos do XV, com dados e informações precisos, e coleções do jornal Gazeta Esportiva e das revistas Placar e Manchete Esportiva”, conta Joceli.

Ao mesmo tempo, Rocha Netto dava vazão nas suas anotações a uma outra grande paixão: o cinema. Aficcionado por faroestes, ele costuma incluir em suas anotações sobre as partidas os filmes que estavam em cartaz na cidade.

As consultas ao material podem ser feitas no horá-rio de funcionamento do Centro Cultural, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. “Se for uma pesquisa mais ampla, nós pedimos que a pessoa especifique porque o material, embora já todo dividido por assunto, ainda não está totalmente catalogado”, explica.

De acordo com a pedagoga, o material é funda-mental para quem quiser entender a história do XV de Piracicaba. Todo o acervo é fixo, não pode sair do Espaço Memória, mas são tiradas cópias ou escanea-das páginas, ao custo do material que for gasto. Quan-

Diário de uma paixão

Joceli Lazier diz que existem 30 mil

documentos no acervo

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to à frequência, Joceli diz que os primeiros meses do ano são como uma ‘entressafra’, por conta das férias na universidade, mas neste ano, por conta do centenário do time, a previsão é de um aumento nas consultas, que ficam na média de 20 por mês.

O Arquivo Rocha Netto, que fica no subsolo do Centro Cultural Martha Watts, reproduz logo à entra-da o ambiente de trabalho do pesquisador de futebol.

Na mesa está a velha máquina de es-crever Remington, de teclas verdes, e ao lado um rádio portátil de pilha, com ondas médias e curtas, da marca Sharp. Há também objetos hoje an-tiquados como um furador de papel, uma caneta de pena e uma lupa para conferência das matérias. Nas estan-tes, vários troféus acumulados por Rocha ao longo da carreira e um de seus orgulhos: a correspondência que manteve com o escritor Jorge Amado.

O espaço tem quatro grandes pai-néis com fotos de alguns dos jogado-res mais famosos do Brasil. Além do óbvio Pelé, há Friedenreich (o favori-to de Rocha), o piracicabano Chicão,

além de Mazola, De Sordi e Garrincha. Outras curio-sidades são as fichas dos inscritos na Federação Piraci-cabana de Futebol e uma ficha com todos os jogadores que passaram pelo XV.

O Centro Cultural Martha Watts fica na rua Boa Morte, 1257, no Centro, e o telefone é 3124-1889. O site é www.unimep.br/ccmw.

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Rocha Netto ao lado de Pelé

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Por Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

Aos 50 anos (“é o centenário do XV e o meio cen-tenário meu”, ele brinca), o técnico do XV de Piracicaba conta que já sabia que seria uma ex-

periência de pura emoção, um misto de alegrias e algum sofrimento, quando aceitou o convite para dirigir a equi-pe. “Mas, de certa forma eu gosto disso porque combina comigo, com meu jeito”, explica.

É que Sérgio Guedes acredita que está faltando pai-xão nas quatro linhas do estádio. “Ficou muito comer-cial”, define, embora sabendo que esse caminho não tem muita volta. Mas acredita que o centenário XV é uma ilha de autenticidade no mar de outros interesses. “É nisso que acredito”.

Guedes tem uma longa carreira como atleta, e sempre atuou como goleiro. “Eu parei até tarde demais, estava quase com 40 anos”, conta. Nascido em Rio Claro, num tempo em que o time da cidade, o Velo, estava mal das pernas, era no Barão de Serra Negra que ele vinha para assistir bons jogos.

Mas nunca jogou pelo Velo. Começou no Araçatuba e teve passagens por Santos, Cruzeiro e Internacional. Na passagem pelo América de São José do Rio Preto, foi eleito o melhor goleiro da história do time.

Encerrou a carreira de jogador pelo Sãocarlense, em 2002, e quatro anos depois assumiu como técnico. Teve atuações marcantes pela Ponte Preta, pelo Red Bull e, no ano passado, foi técnico do São Caetano e do Sport de Recife. Está no XV desde outubro de 2012.

Futebol com raça

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Tutti Condomínios - No cargo de técnico do XV está sempre incluída a emoção?Sérgio Guedes - Ah, é! Porque você lida com paixão, você lida com patri-mônio da cidade, com sentimento.

Tinha consciência disso quando acei-tou o convite?Total. E me identifico muito com isso. Eu gosto disso. Eu também fui de ar-quibancada, então eu sei como é.

Você nasceu na região, não?Sou de Rio Claro. Na juventude, o Velo Clube era um time menor, não ti-nha tanta ascendência, e o XV jogava o Campeonato Brasileiro. Quando tinha jogo bom, eu vinha de Rio Claro pra cá. E tinha um amigo que era quinzis-ta fanático, e ele me trazia. Você acaba tendo simpatia.

Chegava a ser quinzista?Quando vinha, torcia. Vi bons jogos, com Grêmio, Flamengo, São Paulo. Eu já tinha noção do que era o XV.

E a noção de que era um time movido a paixão?Total. Mas, volto a dizer, me identifico muito com isso.

Porque eu tenho essa essência de ter nascido numa época em que o futebol era paixão.

Hoje não é mais?Você tinha o objetivo de jogar naquele time. Não era como é hoje, o cara está num clube, mas fica imagi-nando em jogar no Manchester United. O cara não quer ficar naquele time, às vezes o usa como trampo-lim, não pensa no time em que ele está sendo forma-do. Acho que essa relação era muito forte na época. Você fazer parte da história daquele clube, crescer junto com ele, fazer a sua carreira dentro do time que escolheu.

O futebol efetivamente se profissionalizou, não?É, e ganhou uma dimensão comercial demais, mer-cantilista demais. E isso de certa forma me incomoda.

Você diria que o XV é uma ilha onde essa paixão ainda está presente?Diria sim. O XV e mais alguns outros clubes do Bra-sil. Porque os clubes passaram a ser propriedades de uma pessoa bem-sucedida. Com isso perde a razão maior, o propósito maior, e a torcida abandona. As pessoas que gostavam entendem que há um propósito

diferente e estranham.

Por isso que o XV nunca foi abandonado, mesmo com tantos altos e baixos?Não, nunca. E essa relação, às vezes, se torna passional, mas é o que faz com que a gente se mobilize para sempre poder continuar.

‘(O futebol) ganhou uma dimensão

comercial demais, mercantilista demais’

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‘...Eu tenho essa essência de ter nascido numa época em que o

futebol era paixão’

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Vida de técnico hoje em dia é pior que a de juiz, às vezes ele é mais xingado?Você tem de saber que será cobrado o tempo todo. E exis-tem muitos interesses envolvidos. Quanto às críticas, você tem de saber receber, tem de saber avaliar. E tem de pro-curar um equilíbrio, em que você mantenha a sua própria opinião, mas abrindo espaço para a discordância.

Mas não adianta, o torcedor é sempre passional. Como não entrar em bate-boca?Você precisa saber ouvir, argumentar, mas sem ser radical de dizer que ele está equivocado. A opinião dele tem de ser levada em conta.

Desde quando está envolvido com o mundo do futebol?Eu já estou com 10 anos de carreira como técnico, mas an-tes fui atleta por 22 anos. Creio até que a minha carreira, como goleiro, até se estendeu demais. Quando terminei, no São Carlos, ia fazer 40 anos.

Passou por quantos times como técnico?Trabalhei na Portuguesa Santista, São Carlos, Ponte Preta, São Caetano, Sport Bahia... Vida de técnico é assim.

É meio cigano?É um pouco assim, você tem de saber que não existe es-tabilidade. Mas eu faço as minhas próprias escolhas. Não deixo isso para os outros.

E como fica a família?A família já entende, já sabe que é assim. Sou casado e tenho três filhas já crescidas. Elas não vieram para Piraci-caba porque já têm a vida delas.

E o que está achando de Piracicaba?Eu já conhecia, mas agora estou morando, em hotel. É uma cidade fascinante. Estou otimista para este ano de centenário do XV, para que a gente deixe uma semente e que ela se propague no futuro.

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Mulheres falam de sua paixão pelo XV de NovembroPor Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

A aposentada Emília da Rocha Lima, 65, que toda a cidade conhece como Dona Lili, lem-bra até hoje da emoção que sentiu ao vê-lo, e

faz 50 anos, em 1963. A contadora Ângela Barbieri, 55, tem 15% de audição, mas jura sentir os gritos de amor dirigidos a ele. A jornalista Renata Perazzoli, 38, conta que é apaixonada por ele desde os cinco anos de idade, mas ficava triste porque o irmão mais velho ia vê-lo e ela não.

Quem é ele? O príncipe encantado na vida delas? Não, é o XV de Piracicaba, o Xvzão que bate forte no peito e na alma dessas três mulheres que, além de torcedoras, viraram conselheiras do time. Elas repre-sentam 10% de uma equipe formada por 30 pessoas, uma representação que vem crescendo.

Lili, que se aposentou recentemente depois de vá-rios anos atuando como empregada doméstica, conta

que ficou um tempo afastada da cidade (ela nasceu no Arraial de São Bento), porque foi cedo para a capi-tal. “Eu tinha 11 anos. Naquele tempo, a gente podia trabalhar sendo menor de idade. Eu fiquei seis anos numa casa na Penha, como babá”, lembra.

A experiência durou seis anos e, em 1963, ela vol-tou a Piracicaba, onde passou a ser operária na Fábrica de Macarrão Aurora. Até que um dia, uma amiga a convidou para um passeio que considerou esquisito. “Ela me disse: ‘Vamos ao estádio ver um jogo do XV?’ Eu nunca tinha pensado nisso, mas aceitei”, conta. O estádio ainda era o Roberto Gomes Pedrosa, na rua Regente Feijó (onde hoje está instalado um hipermer-cado) e foi o que se pode chamar de amor à primeira vista.

“Eu já sabia do XV, já gostava daquela camisa ze-brada , desde aquele instante, nunca deixei de gostar.

Loucas pelo Nhô Quim Angela, Lili e

Renata: torcedoras fanáticas do alvinegro

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Quando eu trabalhava em casa de família, que naque-le tempo era de segunda a segunda, tinha de pedir folga no domingo para não perder jogo”, lembra. E a partir daí, Lili nunca deixou de acompanhar o time, não importa a fase em que estivesse. “Cansei de ir a jogos da A3 e os atletas me dizem que dói a humi-lhação.”

Por isso, Lili confessa que já bateu boca com ‘cor-neteiros’, como são chamados aqueles torcedores que só reclamam, os pessimistas de plantão. “Às vezes, a gente perde a cabeça, mas eu acho que quem só fala mal não vem ao campo. Eu não gosto de ver gente que só sabe chamar os jogadores de vagabundos, mer-cenários.” Parece que isso dói nela. Afinal o XV, para Lili, é algo que não se explica, ela não pode definir aquele alvinegro. “Eu não sei explicar o que eu sinto. Eu nunca vou ao teatro, ao cinema, nada. Meu lazer, minha diversão, é o futebol.”

Sons do XVNascida em Pereiras (SP), Ângela Barbieri veio

morar em Piracicaba há 12 anos e se apaixonou. “Ado-rei. Hoje sou filha adotiva desta cidade, não troco por nada neste mundo”, declara. Ela já conhecia o XV dos tempos da infância. “Quando a gente morou em La-ranjal Paulista, meu pai costumava cantar o ‘Cáxara de Fórfe’ e eu achava engraçado. Mas ainda era corin-thiana”, conta.

Quando veio para a cidade, co-meçou a namorar um radialista e foi ele que a apresentou ao XV. “Eu me lembro perfeitamente do meu primeiro jogo, foi no Barão de Serra Negra, contra o Comercial de Ribeirão Preto. Eu estava na cabine de imprensa. Eu juro que na hora que a torcida do XV começou a cantar e a batucar, e a gritar o nome

do time, eu consegui ouvir e isso me deixou inteira arrepiada”, revela.

A paixão é tão grande que Ângela tem em sua casa, na Vila Rezende, o ‘cantinho do XV’. São 42 camisas de inúmeros modelos, canecas, garrafas, chaveiros e todo tipo de lembrança. Ângela define a torcida do XV como ‘paz e amor’ e revela que durante este tempo encontrou amigos verdadeiros. “Eu não sei definir o que sinto pelo XV. Pelo meu time eu sofro, eu choro, eu brigo. Eu costumo dizer que se arrumar um namo-rado e ele me pedir para escolher entre ele e o XV, eu não tenho dúvida: eu fico com o XV”

‘Eu não sei definir o que sinto pelo XV. Pelo meu time eu sofro, eu

choro, eu brigo’

Angela tem mais de 40 diferentes camisas do time

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Amor incondicional

Renata Perazzoli conta que era pequena, com cin-

co anos no máximo, e já sentia a simpatia pelo XV,

o que depois se tornaria amor incondicional. A avó

da jornalista morava bem próximo ao estádio, na rua

Manoel Ferraz de Arruda Campos, mas ela demorou

para entrar no estádio do XV. “Meu avô ia a quase

todos os jogos, mas só levava meu irmão. Menina não

ia”, conta.

Pouco tempo depois, ela foi embora com a família

para São José dos Campos, onde ficou por 11 anos, e

só retornou a Piracicaba em 1993, quando passou a

acompanhar os jogos. “Eu não me lembro quem era o

adversário, mas até hoje não consigo esquecer a sensa-

ção de ficar junto à torcida do XV. Você fica arrepiado

o tempo todo”, garante.

No XV, Renata, que foi a primeira mulher a ocu-

par o cargo de ouvidor, diz que o torcedor se sente

‘em casa’. “É um time que está de portas abertas para

o torcedor, e é uma torcida que não arruma briga. Às

vezes, me perguntam se, além do XV, eu torço para

um time grande, mas eu sempre falo que eu torço pro

time da minha terra, e não preciso de outro.”

Lili não abandona o XV nem nos

momentos de maior fragilidade do time

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Novo espaçopara coletivas

Desde o começo deste Campeonato Paulista, as coletivas que envolvem o técnico Sérgio Guedes e os jogadores do XV de Piracicaba

não acontecem mais no espaço antigo do estádio, um auditório já bastante desgastado.

Agora os jornalistas são recebidos num local ao mesmo tempo moderno e elegante. E criativo, já que foi instalado pela empresa Bauma, especialista em containers e no seu reaproveitamento para a criação de espaços diferentes.

A nova sala de imprensa do XV, que surgiu após a junção de dois containers, fica ao lado da pista de atletismo do Estádio Municipal Barão de Serra Ne-gra, ao lado da entrada da rua Treze de Maio. O am-biente tem 60 metros quadrados, com a colocação de carpete sintético verde, uma bancada com microfo-nes, cadeiras e televisores de LED.

De acordo com Antonio Carlos Leão, diretor da Bauma, o investimento total ficou em R$ 85 mil, todo bancado pela empresa. “Nós trocamos, fizemos uma permuta por publicidade com o XV, o que acre-dito ser muito interessante”, conta. Segundo Leão, a Bauma encarou a criação do espaço como um investi-mento, acreditando que trará retorno. “É muito bom para a empresa ter essa identidade com o XV, o time que representa a alma da cidade”.

Leão lembra que a Bauma, com sede na avenida Dois Córregos, está há dois anos instalada em Piraci-caba. “Estamos crescendo e o conceito do nosso tra-balho, de reaproveitar containers, algo novo, já vem sendo assimilado, felizmente. Tanto que a lista de clientes não para de crescer”, afirma.

A instalação no estádio não foi tão simples, ele reconhece. “Foi difícil, tivemos de levar guincho por-que o portão da Treze de Maio não dava passagem para os containers. Ficamos um dia apenas para esse transporte. Mas no final valeu, porque ficou muito bonito”, declara Leão.

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asEmpresa especializada em container cria e implanta uma sala para entrevistas no estádio

Por Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

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De apoio às mulheres dos jogadores a captadora de patrocínios, Silvana Christofoletti arregaça as mangas pelo XV

Por Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

Para a empresária e nutricionista Silvana de Lima Nogueira Cristofoletti, mulher do presidente Celso Cristofoletti, ser primeira-dama do XV

de Piracicaba tem uma primeira definição. “É abrir mão do marido”, conta.

Mas ela confessa já estar acostumada desde o na-moro, que foi rápido (ela se casou aos 17 anos). “Na-quele tempo, a gente só namorava de sábado e domin-go, e com a mãe de guarda. E quase todo domingo ele ‘fugia’ para assistir aos jogos do XV, em Piracicaba ou

outra cidade. Depois chegava de noite com uma cara de santo e uma caixa de bombons para me dar de pre-sente. E só descobriu depois de casado que eu detesto chocolate!”, lembra, divertida.

Silvana explica que nem isso fez com que pegas-se ‘implicância’ pelo time ou que quisesse apagar essa paixão do marido. Ao contrário, tornou-se torcedo-ra também. A partir de 2004, quando Luís Roberto Beltrame foi para a presidência, começou a ter uma atuação mais expressiva. E confessa que tomou gosto.

Primeira-dama em ação

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Hoje, Silvana é o que se pode chamar de primeira-dama efetiva, que não aparece apenas nas fotos, mas arregaça as mangas e tem um trabalho muito im-portante, principalmente junto às esposas dos jogadores. Ela é uma espécie de conselheira, guia ou irmã mais velha da maioria delas. “Elas chegam numa cida-de estranha, os maridos ficam pouco em casa. Se não estão na rotina puxada dos treinos, viajam para os jogos. Muitas têm filhos pequenos e, às vezes, não sabem a quem recorrer em noites de jogos se a criança tem algum problema”, detalha.

Ela também entra no lado psicológico, tentando dar apoio. Mas ressalta que a questão ‘maria-chuteira’, aquelas moças especialistas em assediar jogadores, não faz parte do roteiro. “Em Piracicaba isso não virou tradição, como nos grandes centros. E se pintasse, a nossa torcedora maior, a Lili (Emília da Rocha Lima), nem deixaria que fosse adiante, porque ela tem um moral grande junto aos nos-sos rapazes”, conta.

Para ela, o casal Silvana e Celso funciona bem por conta das personalidades diferentes. E complementares. “Ele trabalhou muitos anos na Arcelor Mittal, na parte administrativa, sabe lidar com as pessoas. E é mais coração mole. Eu já sou mais dura, sou aquela que não tem papas na língua”, define.

Foi dessa forma que ela conseguiu melhorar o refeitório do estádio, que serve mais às categorias de base, trocando todos os pratos e talheres, e conseguindo fogões e geladeira novos. Também não se acanha de passar em frente a uma loja ou empresa e entrar para pedir apoio ou patrocínio. “As pessoas acham que não somos uma entidade social. Mas é claro que somos! Fazemos um trabalho de base que é reconhecido.”

Hoje, Silvana diz que ama o XV e frequenta a maioria dos jogos. E também virou uma torcedora apaixonada. “Meu pai, que era militar, sempre dizia que se você não pode com um inimigo, junte-se a ele. Eu percebi isso muito cedo e o inimigo virou paixão.”

Silvana ao lado do marido Celso: ‘Fazemos um trabalho

de base que é reconhecido’

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XV, eu te amo!“Pensar no XV traz uma série de boas memórias. Primeiro, a referência a

Piracicaba. É uma marca, quase que institucional, da cidade. Junto vêm as lem-branças da alegria, do riso, da emoção de se ir ao estádio ver um jogo de futebol do XV. Divertimento com as piadas, das cativas ou da geral, sofrimento com aquele golzinho salvador que às vezes sai nos acréscimos! Sentimento também de honra ao se sentir um embaixador do XV, ao se reagir à referência ao Nhô Quim feita por algum forasteiro. Sim, sou de Piracicaba, terra do XV, que está na Primeira de novo e que completa 100 anos. XV que agora é 100. XV = 100. Pois então, identidade e harmonia entre romanos e arábicos... (José Vicente Caixeta Filho, diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq/USP)

“Para mim, o XV é um dos grandes símbolos que representam a história e a cultura de nossa cidade. Em outros lugares, somos conhecidos e muitas vezes identificados pela terra do XV de Piracicaba. Sem dúvida, é um símbolo que nos orgulha. E o reflexo desse orgulho é a própria torcida, uma das mais faná-ticas do interior paulista e que enche o Barão em qualquer divisão ou campeo-nato que o time esteja disputando.” (Rose Massaruto, secretária de turismo)

“O XV de Novembro é o garoto-propaganda de Piracicaba. Um time que-rido, cercado de tradições e abençoado com o amor dos moradores de sua terra. Um time que tem luz própria e chega ao centenário de glórias graças a uma trajetória de lutas e determinação. Tanto que a história de Piracicaba e a do glorioso XV se interligam. Parabéns XV, agora centenário.” (Angelo Frias Neto, diretor presidente da Frias Neto Consultoria de Imóveis e da Asso-ciação Comercial e Industrial de Piracicaba – Acipi)

Personalidades da cidade declaram seu amor ao alvinegro

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“Usei muito a camisa do XV em meus shows pela Europa. Tem até sua bandeira em meu clipe Saudade! Pois o XV é um membro da família piracicabana que, querido por todos, dos distantes aos mais próximos, sempre desperta um carinho enorme. Todos acompanham, querem sa-ber se está bem, e ficam profundamente

felizes em época de festa. Parabéns pelos 100 anos!” (Pa Moreno, cantora)

“O XV, para mim e para os piracicabanos é uma paixão e também uma questão de orgulho. Para nós, caipiracicabanos, como somos cha-mados, o XV é o que nos define. Piracicaba e eu amamos o Quinzão. “ (Paulo Alcides Tibério, o Pauléo, fotógrafo)

“O XV é Piracicaba. O XV é São Paulo. O XV é Brasil. Por onde você anda neste país, quando diz que é de Piracicaba, logo vem a per-gunta: ‘E o XV?’ O XV é paixão. Tem a maior torcida do Estado. É o XVzão do meu coração”. (Roberto Morais, deputado estadual)

“Conheci o XV ainda menino, que, então, passou a ser o clube da minha preferência. Não perdia os jogos no antigo estádio da Rua Re-gente; assistia inclusive treinos, pois morava a três quadras desse local. Assisti jogos quando de seu acesso à divisão principal em 1949. Anos mais tarde, de torcedor, passei a ‘cartola’ integrando seu Conselho Deli-berativo e a diretoria, ambos como presidente. Até hoje vibro com o XV. Rejubilemo-nos com o seu centenário.” (Gustavo Jacques Dias Alvim, reitor da Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep)

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“O XV de Piracicaba é um dos brasões mais importantes da minha querida cidade natal. Nos meus concertos em outros estados brasileiros, e mesmo em outros países, quando digo que sou piracicabano, sem-pre me perguntam: ‘E o XV? Vai muito bem, obrigado’, respondo. E na sequência toco o Nhô Quim, um choro que fiz em homenagem ao velho e bom XV. Muito sucesso pra ele!” (Alessandro Penezzi, violonista)

“Eu tinha nove anos de idade quando o XV foi campeão da Lei do Acesso, o primeiro clube interiorano a chegar à Primeira Divisão. O prefeito convocou o povo para ajudar a reformar o estádio da rua Regente Feijó, exigência da Federação. Meu pai, apaixonado pelo clube, foi e me levou junto. Senti-me adulto carregando tijolos e ajudando a preparar o cimento. Naquele momento, o XV passou a fazer parte de minha vida. Entrou-me na alma. E nunca mais deixou. Joguei futebol no infanto-juvenil, fui associado desde criança, tornei--me diretor e, com Romeu Italo Rípoli, conquistamos o vice-campeonato da Federação. O XV é paixão e o Nhô Quim, o símbolo e a grife de nosso piraci-cabanismo. Que caipira, no Brasil, é mais famoso do que ele?” (Cecílio Elias Netto, jornalista)

“Desde que cheguei em Piracicaba , no início dos anos 80, me identifiquei com o nosso XV, primeiro pela cor preto e branco, segundo pelo hino popular: ‘Xis Vê, Xis Vê’... Popular, criativo e muito ligado às nossas raízes, assim eu admiro muito este time pela paixão que ele desperta e pela união que ele provoca, seja nos momentos ruins, ou nos momentos de glória.” (Marcelino Sacchi, diretor industrial da Oji Papéis Especiais e secretário-executivo da Oscip Pira 21)

“Pequeno ainda, entrei no Barão pela primeira vez com meu pai. Senti logo a verdadeira emoção do que é torcer pelo XV e celebrar as vitórias com hu-mildade e alegria. O ‘Nhô Quim’ representa há 100 anos Piracicaba e o nosso autêntico jeito ‘caipira’ de ser num mundo cada vez mais parecido com uma bola de futebol. Difícil descrever. Deixe ser XV, simples assim. Sou XV roxo! Pra ser mais sincero, alvinegro, meio tipo assim da cor ‘asara de barata’ ou ‘óio de breque’.” (Jairinho Mattos, diretor da rádio Jovem Pan Piracicaba)

“Eu acredito que, para todos os torcedores, o XV representa a garra, a disposição de lutar, a vontade de sobre-viver e resgatar um ícone que se confunde com a própria cidade. Mesmo passando por tudo que passou, não foi abandonado e está se refazendo. Acima de tudo, o XV representa o renascer, representa a força e a união. E, por outro modo, representa a cidade de Piracicaba.” (Luís Beltrame, advogado e ex-presidente do XV)

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Jornalistas veteranos contam histórias do XV que não foram publicadas

Por Cristiane Bonin │ Fotos: Alessandro Maschio

Transmitir por imagens ou pelas ondas do rádio a paixão pelo futebol é uma situação única no jornalismo. A presença do profissional no cam-

po, a convivência com os jogadores e equipe técnica e toda a aproximação deste universo que a comunica-ção proporciona, dão ao profissional a possibilidade de colecionar experiências e histórias, muitas vezes, não são compartilhadas com o público por meio da foto ou da narração. Nesta matéria, o leitor poderá conhecer algumas passagens do XV de Piracicaba narradas por repórteres veteranos de rádio e jornal da cidade.

O premiado fotógrafo Paulo Alcides Tibério, o Pauléo, 56, acompanha o alvinegro desde a década de 80. Clicando momentos dentro do campo ou viajando dentro do ônibus com o time, Pauléo viveu grandes momentos com o seu time do coração. “A sensação de fazer meu trabalho dentro do campo, fotografando e torcendo, é diferente de fazer qualquer outro tipo de foto.” O acervo de Pauléo está em exposição no Centro Cultural Martha Watts, na galeria de imagens do histo-riador Rocha Netto.

Sobre os jogos que Pauléo acompanhou, ele cita a partida em Volta Redonda (RJ), quando o XV foi cam-

peão da série C com um único gol de Biluca, fazendo o time subir para a série B; e de 2011, o fotógrafo destaca o empate em jogo contra o Comercial de Ribeirão Pre-to, placar que colocou o XV na série A.

Entrando pela seara das histórias pitorescas, o fotó-grafo conta o episódio que se passou em uma pizzaria quando o então presidente do XV, Romeu Italo Rípoli, proibiu os jogadores de tomar cerveja. “Estávamos no restaurante, na divisa entre São Paulo e Rio de Janei-ro, juntamente com o time do Cruzeiro, com quem tínhamos jogado um amistoso. O Rípoli era bravo e mandou o garçom parar de trazer cerveja. Combina-mos com a mesa dos adversários e eles pediam e nos passavam a bebida. Era muito gostoso esse clima.”

Numa outra viajem, desta vez a Taubaté (SP), o ônibus parou em um restaurante de beira de estrada e Rípoli comprou um saco de biscoito de polvilho. “Ele sempre ocupava os dois primeiros bancos. E ia fuman-do o charuto dele. Desta vez, ele dormiu. O Pitanga pegou o biscoito, passou para todo mundo e devolveu cheio de ar. O Rípoli acordou, viu a situação e o Pitan-ga gritava: ‘Camarão que dorme a água leva’.”

Desta vez sem datas, Pauléo conta sobre o jogador Uriel. Sentado no banco de reserva e com o técnico do XV suspenso, ocupando um lugar atrás do alambrado, Uriel queria entrar em campo para ganhar o ‘bicho’ do jogo. “Ele estava precisando de dinheiro”, conta o fo-tógrafo. Com o jogo praticamente ganho e fácil, Uriel levantou-se e pediu ele mesmo a substituição ao juiz – sim, ele conseguiu entrar na partida por conta própria. “O técnico queria matá-lo”, lembra Pauléo.

Testemunhas em campo

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Dinival entrevistando o cronista esportivo

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aO episódio de violência aconteceu em Brasília

(DF). Jogando contra o Gama e podendo perder por até dois gols, o estádio lotado assustou os quinzistas. A torcida local chegou em massa, arrebentou o portão e invadiu o estádio. “Durante o jogo, eles balançavam o alambrado que separava as duas torcidas.” Faltan-do cinco minutos para o jogo acabar, Pauléo conta que se escondeu no vestiário do Gama. “Já acontecia uma ‘chuva’ de pau e pedra em cima de nós. A polícia montou um cordão humano para podermos chegar ao ônibus.”

Diferente da recepção no DF, quando acessou a série B contra o Volta Redonda, a ‘volta olímpica’ do XV pelo campo com a taça em mãos foi aplaudida de pé pela torcida adversária.

Um último episódio, lembrado por Pauléo, remete à camaradagem intrínseca entre imprensa e jogadores. “Na boca do túnel, entrando para o jogo, China fala-va pra mim: ‘Pauléo, acende um cigarro para eu dar um trago.” O fotógrafo e torcedor destaca que hoje as coisas mudaram. “Antes, viajávamos (imprensa) jun-to com o time. Hoje, quase nem conseguimos chegar perto”, diz com pesar.

Torcedor do XV desde pequeno, Pauléo atribui a paixão pelo time à identidade com a vida no interior. Sentimento compartilhado entre tantos e constatada durante um passeio dele por Ilha Comprida (SP). “Es-tava na praia e passou um ambulante vendendo isopor para latas de bebida. Todas tinham emblemas de time. Perguntei se ele tinha do XV. Para minha surpresa, o vendedor tinha e me disse que era a mais vendida.”

RÁDIOPode-se dizer que o rádio e o futebol nasceram um

para o outro. Dinival Tibério, 70, Rogério Achilles Tomaziello, 58, e Gerson Mendes, 64, todos radialis-tas de brilhante carreira, nasceram amando o rádio, o futebol e o XV de Novembro de Piracicaba.

Dinival Tibério, irmão do fotógrafo Pauléo, no ar atualmente na rádio Educadora AM com o Bola na Várzea, do meio-dia às 13h30, tem 50 anos de profis-são e coleciona empregos como comunicador despor-tivo no Desafio ao Galo, da TV Record; como repór-ter atuante junto a Fausto Silva, o Faustão; repórter de campo na rádio Alvorada, quando acompanhou o início da carreira do jornalista Roberto Cabrini.

Hoje, Dinival, além de radialista, é presidente da Associação Varzeana de Futebol de Piracicaba, que

fica alocada no Estádio Barão de Serra Negra, onde ele decorou uma grande parede com vá-rias fotos de momentos da sua carreira.

Ele começa a entre-vista falando do jogo de 1983. Ele lembra do ano, de Romeu Íta-lo Rípoli (a quem ele chama de professor do XV), classificando-o como o melhor pre-sidente de todos os tempos do time. Sobre o mesmo período, Di-nival fala a respeito de um ‘time selecionado’ com jogadores como José Eduardo Pianelli e de um jogo decisivo contra o Bandeirante de Birigüi.

“Entrou um cara no campo com um frango vivo e soltou o bicho no gol do Birigüi. O jogo ficou paralisado por 20 minutos. Era goleiro e todo mundo correndo atrás do frango. Este foi um fato, digamos, folclórico”, conta Dinival.

Gerson Mendes é natural da fluminense e serrana Petrópolis e tem quase 30 anos de profissão. Ferre-nhamente apaixonado pelo XV, ele está em Piracicaba desde 1986, atua na rádio Difusora AM, em programa jornalístico que mescla notícias gerais e do esporte, das 9h30 ao meio-dia, e quando o XV joga aos finais de semana.

Entre os jogos, ele recorda de episódios como o do título de campeão do Brasileirão, em 1995, e do acesso à série B ‘depois de muito tempo’.

Com um grande repertório de histórias, algumas impublicáveis, ele lembra do bordão do repórter Ed-valdo Tietz, que se voltou contra seu próprio criador. “Quando o XV fazia gol, ele gritava sonoramente: ‘Chuuuuupa que a cana é doce’.”

O fotógrafo Pauléo acompanhou o XV por vários anos

Gerson Mendes narra os jogos do XV pela Difusora

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Entretanto, em um jogo contra o Taquaritinga (SP), nos anos 90, durante uma partida praticamente ganha para o XV, o adversário empatou e quase com-plicou a ‘vida’ do alvinegro no campeonato. “(Com o gol convertido pelo Taquaritinga) o meu amigo teve que ouvir o mesmo bordão de toda torcida adversária, além de toda zoação.”

Em uma outra partida, há alguns anos contra o Bragança Paulista, um pênalti a favor do XV coloca to-dos os repórteres em campo. Gerson, na cabine de im-prensa, chama o repórter de campo. O radialista per-cebe que há algo estranho quando ele fala da cobrança e o repórter vai apenas confirmando suas informações.

Ao final da partida, Gerson descobre que o repórter estava com uma diarreia e passou a fazer suas entradas na rádio do banheiro. “Naquele tempo, os microfones tinham um frio comprido, de 200 metros”, lembra ele, rindo muito.

Mas a diarreia não é a pior companheira do mundo desportivo. “Depois que entrou muito dinheiro no fu-tebol, tecnicamente, o esporte piorou”, afirma Gerson. Dinival também faz a sua crítica ao mundo atual da bola. “O futebol perdeu bastante. An-tigamente, o jogador ganhava pouco e fazia muito. Hoje, o craque é aquele bem preparado fisicamente. Antes, o jogador nascia com a arte no pé.”

FAMÍLIA QUINZISTANarrando a bola em jogo desde 1972 nas ondas das

rádios Voz de Piracicaba, Band Campinas e São Paulo, Gazeta, Capital, Record, Tupi e outras, na TV Record ou integrando equipes de assessoria de imprensa como a do São Paulo Futebol Clube, Rogério Achilles Toma-ziello, 58, conseguiu ir mais longe em sua relação com o futebol.

O jornalista formado pela PUC-Campinas (Pon-tifícia Universidade Católica), em 1979, nasceu numa tradicional família quinzista: o avô Achilles, foi da primeira formação de 1914; o pai Rogério e o tio Ar-mando, integrantes do time de 1948. O radialista res-pirava o futebol ainda bem pequeno, dentro de casa e sempre na ilustre companhia do maior historiador do alvinegro, o jornalista Delphim Ferreira da Rocha Netto. “Ele sempre estava em casa. Ouvia suas histórias de boca aberta. E meu pai chegava a chorar ao ver seus arquivos esportivos, um dos maiores do mundo”, conta o radialista emocionado.

“A primeira vez que narrei um jogo, a partida foi XV contra Catanduvense, em 1973. Eu tinha 16 anos.

O jogo terminou com o XV ganhan-do por 1x0, com gol de Nelsinho. Dinival Tibério foi quem escreveu a primeira notícia que li no ar. De qual-quer forma, sou mais rigoroso com o time do coração. E não é uma questão de vibrar mais ou menos. Indepen-

dente da vontade, o coração bate mais forte. Tem que ser mais sincero e profissional.”

Comunicadores, fotógrafos, radialistas, jornalistas ou não, o certo é que não há nada mais característico do interior, com toda aquela conotação de amor de fa-mília, como o XV de Piracicaba.

‘O Rípoli era bravo e mandou o garçon parar

de trazer cerveja’

Rogério fez carreira em São Paulo, mas sempre acompanhou o XV

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Mas

cote

Criado pelo desenhista Edson Rontani, Nhô Quim já é um sexagenário

Por Ronaldo Victoria | Fotos: Alessandro Maschio e reprodução

Neste centenário do XV de Piracicaba, um cai-pira muito simpático, de barbicha, botina e cigarrinho de palha na boca, acompanha o

time há mais de 60 anos. É o Nhô Quim, mascote do clube e que o identifica até hoje.

O site oficial do XV (www.xvpiracicaba.com.br) destaca, ainda que de forma tímida, usando a expres-são ‘segundo consta’, que o personagem “foi criado pelo cartunista Nino Borges, da Gazeta Esportiva, e o nome dado pelo redator chefe do referido jornal, Thomas Mazzoni, em1949.” Quem passou para a história, porém, como o criador do Nhô Quim foi o artista e desenhista piracicabano Edson Rontani.

Filho mais velho de Rontani, o jornalista Edson Rontani Junior contesta essa informação é diz que o artista não é ‘pai de criação’ do Nhô Quim, mas sim pai de fato. “O que acontece é que ultimamente na in-ternet se aceita qualquer coisa e estão replicando fatos sem checar. É tudo colocado sem provas. Infelizmen-te eu não tenho provas materiais, mas minha fonte é o que meu pai me falou. Ouvi diretamente dele”, afirma. De qualquer maneira, a versão de Rontani Jr. também foi acrescentada no site do XV.

De acordo com o jornalista, o pai já desenhava a figura do caipira quando tinha uns 15 anos, por vol-ta de 1947. “Ele era moleque e pregava os cartazes com as ilustrações no Chalé Paulista, do Arminthos Raya, que ficava do lado do Clube Coronel Barbosa”, lembra. Aí, aproveitando a euforia de 1948, quando a equipe subiu para a primeira divisão.

Foi então que Delphim Ferreira da Rocha Netto, grande pesquisador da história do XV e correspon-dente da Gazeta Esportiva na cidade, levou para o jornal o trabalho de Rontani para ser apreciado pelo

redator Manzoni. “Ele gostou do trabalho, mas disse que já tinha um desenhista, o Nino Borges, que adap-tou o desenho ao seu estilo”, conta Rontani Jr. E foi assim que o Nhô Quim foi publicado, pela primeira vez, no dia 29 de maio de 1949.

Quanto à inspiração, Rontani Jr. diz que Mazza-ropi não parece ter sido a maior fonte. “Eu acho que tem mais a ver com o Almanaque do Jeca Tatu ou en-tão com o comediante mexicano Cantinflas”, define. Sobre a profissão, Rontani Jr conta que o pai, falecido em 1997, viveu numa época em que não se pensava em arte como profissão. “Meu avô não aceitava mui-to, e o que se dizia de forma geral é que fazer desenho era coisa de vagabundo. Tanto que meu pai acabou

Querido caipira

Angela, Lili e Renata: torcedoras

fanáticas do alvinegro piracicabano

O mascote do XV foi publicado em 1949

pela primeira vez

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fazendo carreira no serviço público, como uma for-ma de compensar. Foi trabalhar no Estado, porque se casou em 1964 e logo começaram a nascer os filhos”, explica.

Para o filho, o desenho, mais que uma inspiração, era também uma válvula de escape. “Eu penso tam-bém que ele desenhava para aliviar o estresse. Afinal, ele nunca ganhou nada com isso. Não sei se hoje ele conseguiria viver da arte. Eu só sei que ele não dese-nhava por obrigação. Eu me lembro do ritual que ele cumpria para desenhar, com o cigarro de palha que ele mesmo fazia e acendia, e começava a desenhar”, recorda.

Durante este tempo todo, o Nhô Quim passou por várias fases. Alguns desenhos têm uma garruchi-nha, outro uma gaiola e também um cigarro de palha. A partir dos anos 60, o personagem foi encarnado pelo fotógrafo Cícero Correa dos Santos, que aparecia em eventos vestido como ele e até desfilava nas escolas de samba. Mais recentemente essa função vem sendo cumprida por Artur Ganst, nascido em Tupi Paulista e radicado em Piracicaba há 16 anos.

NO FACEBOOKOutro filho de Rontani, o artista gráfico Fábio,

mantém há um ano e meio a página Nhô Quim no Facebook, que já conta com 1.000 seguidores. “Eu, de certa maneira, fui desafiado a criar a página porque descobri que havia um perfil falso usando o desenho de meu pai sem autorização”, conta.

Com o tempo, Fábio foi sentindo que a rede social é um ótimo espaço para divulgação de projetos. “A intenção mesmo é retomar uma atividade que manti-

ve há muitos anos, a estamparia. Tenho o projeto de fazer camisetas com a estampa do Nhô Quim”, conta.

A força do personagem criado pelo pai ainda exis-te, mas precisa ser atualizada. E para isso, a internet é indispensável. “Os antigos conhecem o Nhô Quim, a molecada ainda não. Por isso é a oportunidade de torná-lo mais conhecido”, conta Fábio.

Ele reconhece que não tem muito tempo dis-ponível para atualizar a página no Facebook, tarefa que pretende passar para o filho Mateus, de 23 anos. “Quero ver se ele toca porque a geração dele está mais ligada. Assim podemos fazer mais promoções. E a época dos 100 anos do XV é ideal”, conclui.

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Jeca Tatu e o ator mexicano Cantinflas podem ter inspirado

criador

Edson Rontani criador do

personagem

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Mús

ica

Hino oficial foi composto por Jorge Chaddad e Anuar Kraide

Por Ronaldo Victoria

Experimente pedir a alguém, de Piracicaba ou não, que cante o hino do XV. É quase certo que a pessoa comece assim: “Cáxara de fórfe,

cúspere de grilo...” Pois bem, este não é o hino do XV. Pelo menos não o oficial. O verdadeiro hino (sem desmerecer o outro, que surgiu por meio de uma brin-cadeira) foi composto no final dos anos 50, por Jorge Chaddad e Anuar Kraide.

Com uma melodia pomposa, estilo marcha mes-mo, típica dos hinos, tem também uma letra tradi-cional, que louva as conquistas do clube: “Salve XV de Novembro/ Glorioso esquadrão/ Na vitória ou na derrota/ Está em nosso coração.”

Só mesmo o XV para ter dois hinos. Mas o Cáxara de Fórfe, como ficou conhecido, tem uma estranha particularidade. Até hoje ninguém sabe quem é seu ‘pai’, ou seja, o verdadeiro criador. “Ele é atribuído aos estudantes da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), nos anos 60, época em que o time estava num bom momento. É claramente satírico, e

mostra como os alunos de fora que vieram estudar em Piracicaba viam o sotaque dos moradores da cidade”, conta Rui Kleiner, formado em música pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

É satírico? Claro. Mas, na visão de Kleiner, não tem uma intenção de deboche, de crítica. É carinhoso mesmo, tanto que os piracicabanos da gema o assumi-ram e não veem problema nenhum na sua letra jocosa.

É chamado de hino popular do XV. E a popula-ridade aumentou bastante no You Tube, com vários vídeos, incluindo um com uma dublagem do falecido Michael Jackson. Só que, explica Kleiner, nunca foi cantado pela torcida durante uma partida do XV. Por quê? Dá azar? Nada disso, explica o músico. “É por-que cada um tem uma letra do hino. Não existe uma letra formal, até porque isso ele nunca foi”, diz. A ‘cá-xara de fórfe’ é o primeiro elemento, que não pode faltar, e a partir daí cada um tem sua receita. Outro detalhe: não há uma gravação tradicional.

Dois hinos para o XVzão

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Bem diferente do hino oficial, gravado pela primeira vez em 1960, pelo seresteiro Pe-dro Alexandrino. “Jorge Chaddad me contou que ele e Anuar Kraide tiveram a ideia de fa-zer um hino para o time nos anos 50, depois de assistirem a um jogo vencido pelo time de Piracicaba. E ter essa música estava fazendo falta”, lembra Kleiner.

Isso porque o primeiro hino, composto no longínquo ano de 1914, por Pousa Godinho, tinha o ritmo de valsa e já estava totalmente

anacrônico. O hino foi regravado em 1995, mas Kleiner lembra que na época o patrocina-dor do time era a companhia aérea TAM, que até mudou as cores da camisa para vermelho e azul. “O presidente, Rolim Amaro, queria mexer na letra, fazendo menções à empresa, mas nós demos um jeito, na hora da gravação, de tirar essas mudanças”, lembra. Um típico drible de músico. Agora, a boa notícia é que o hino vai receber outra gravação, mais atua-lizada e moderna, segundo Kleiner. O XVzão merece.

HINO OFICIALAutores: Anuar Kraide e Jorge Chaddad

Salve o XV de NovembroGlorioso esquadrãoNa vitória ou na derrotaEstá em nosso coração

No basquete e futebolÉ motivo de vaidadePioneiro da lei do acessoEngrandece nossa cidade

Vamos XV para a frenteOutra vitória conquistarDestemido e valenteSó nos pode orgulhar

Vamos XV para a frenteOutra vitória conquistarA torcida está presentePara sempre incentivar

XV! XV! XV!

HINO POPULAR(Domínio popular)

Cáxara de fórfeCúspere de griloBícaro de patoAsara de barataNhéque de porteiraJá que tá que fique!

Suvaco de cobraSem óio de brequeÓcros de raibãCarcanhá de bodeTocera de gramaJá que tá que fique!XV, XV, crá, crá, crá!

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Torc

idas

Chefes das torcidas equilibram paixão e diplomacia

Por Ronaldo Victoria │ Fotos: Alessandro Maschio

O segurança bancário Antonio Carlos Leite, o Carlinhos, 42, enfrentou preconceito quando criou sua torcida uniformizada do XV. O es-

tudante Felipe Jorge Dario, 26, o Gema (por causa de um inseparável boné amarelo que usava na adolescên-cia), não conseguiu se formar na faculdade de biocom-bustíveis: é que as aulas de física aconteciam às quartas--feiras à noite, e ele preferiu não ‘faltar’ aos jogos do XV. O professor Ivan Oriani, 34, já se acostumou a perder algumas datas especiais por causa das partidas.

Eles têm algo em comum: nem se fala da paixão pelo XV, mais que evidente, mas é que são presidentes de três das mais representativas torcidas do clube. Car-linhos comanda a AR (Amor Real) XV, desde 2005, mesmo ano em que foi criada a Esquadrão, hoje co-mandada por Gema. A Super Raça Quinzista é mais antiga, vem de 1997, é presidida por Oriani.

Carlinhos conta que enfrentou ‘uma barra’ logo ao divulgar, em 2005 (o time estava na terceira divisão), o nome da nova torcida. “Foi muito polêmico. Na época

Quinzistas organizados

Gema, Carlinhos e Ivan: chefes das torcidas organizadas do Nhô Quim

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A Torcida do XV é uma das mais apaixonadas

do Brasil

Drywall | Sancas | Molduras | Gesso Acartonado | Revestimentos | Decorações em Gesso

ONDE A ARTE TOMA FORMA

piragesso.com.br

19 3424 2933

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idei

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teve muito preconceito e encaramos umas críticas mui-to ruins. Diziam que a gente estava fazendo apologia ao crime (AR-15 é o nome de uma carabina, muito usada pelo crime organizado no Brasil). Foi difícil, mas resol-vemos dar a cara pra bater”, conta.

No começo a torcida, como ele diz, ‘cabia numa van’, pois tinha apenas nove pessoas que se reuniam num bar da rua Silva Jardim esquina com a São José. Hoje a AR XV já vendeu mais de 15 mil camisetas e en-volve aproximadamente 250 pessoas. “Mas o presidente tem de estar atento a tudo, tem de saber tudo o que acontece. Isso toma muito tempo da gente. A família reclama um pouco, mas entende”, afirma Carlinhos, que é casado com Roseneide e, há um mês, tornou-se pai de João Pedro.

Ele explica que muitas vezes cabe ao presidente da torcida fazer o papel de ‘colocar panos quentes’ quan-do acontece algum desentendimento no estádio. “Isso é comum de acontecer porque o torcedor é movido pela emoção e, geralmente, é pessimista ou desconfiado, e qualquer coisa pode causar uma briga. Você tem de ter mão firme, tem de ser um diplomata também e contar com o respeito da torcida”, ensina.

Carlinhos já apartou briga (a última vez aconteceu no ano passado, em Penápolis), já se revoltou contra erros (intencionais ou não de arbitragem), já ficou um tempão em ônibus, tudo por causa do XV. “Mas acho que a maior loucura que fiz pelo meu time foi viajar no Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados. É um amor grande, que começou quando eu tinha seis anos e meu pai me levou para ver um jogo no Barão. E continua até hoje.”

Gente jovemGema está na presidência da Esquadrão desde os 19

anos. Mas é integrante desde os 15, quando o grupo foi fundado. Aliás, a Esquadrão é conhecida por ser a torcida de menor faixa etária, de uma rapaziada com idade média de 20 anos. “É sim uma torcida jovem e aí é mais complicado ainda porque a maior parte dos jovens não tem muitas oportunidades de lazer”, explica Gema, lembrando que a Esquadrão tem 270 sócios.

A torcida, que tem registro em cartório desde 2008, hoje conta com uma sede que fica na rua São José (duas quadras abaixo do Barão de Serra Negra), mas preten-de conseguir um espaço maior para realizar oficinas de percussão com seus sócios. “Eu tenho essa preocupação em fazer algo diferente, porque sei, e sinto na pele, que ainda existe preconceito contra torcida organizada. Mas só que não adianta se fazer de vítima: as organizadas é que criaram essa imagem”, ressalta.

Por isso mesmo, acha fundamental fazer o papel de conciliador. “Eu tento o tempo todo me controlar, mes-mo tendo o temperamento apaixonado. Eu tenho de me segurar, e sempre tento não partir para o confronto. Mas as torcidas do XV não têm essa tradição de violên-cia e para onde vamos somos bem recebidos”, afirma.

Gente tranquilaIvan Oriani foi um dos fundadores da Super Raça

Quinzista, junto com Mateus Bonazzi, que começou como presidente, e mais um grupo de amigos. Mas a partir de 2004 ele assumiu a presidência. “É algo de grande responsabilidade, principalmente por causa da segurança. A sorte é que a nossa torcida é tranquila. Mas tudo vai de acordo com a cabeça do presidente. Se ele não consegue segurar a torcida, a coisa desencami-nha”, explica.

Para Ivan, o presidente é também um administra-dor de conflitos e, quanto maior a torcida, maior tam-bém a sua responsabilidade. Aliás, hoje ele classifica a Super Raça Quinzista como ‘um grupo de amigos’ que se encontram todos os jogos do XV e inclui no máximo 40 pessoas. “Ficou mais light também, porque com o tempo, vamos nos dedicando mais à família e ao tra-balho, embora o amor ao time não tenha diminuído”.

Tanto que costuma ir a todos os jogos, vai a outras cidades (mas agora de van e não mais de ônibus) ou ‘pega carona’ com as outras duas grandes torcidas, com quem garante manter um ótimo relacionamento. “Em todos esses anos, nós nos acostumamos a sofrer. Torce-mos tanto na 1ª, quanto na 2ª ou na 3ª divisão. Só que o XV parece ser um time diferente. Porque quanto mais sofre, mais a torcida vem aumentando.”

Torc

idas

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Camiseta feminina: R$ 80

Caneca em cerâmica:

R$ 55

Squeeze: R$ 22

Camiseta oficial: R$ 130

Chaveiro: R$ 15

XV ManiaO XV de Piracicaba tem uma loja própria localizada no Estádio Barão de Ser-ra Negra há um ano. Na Loja do XV há quase 100 itens com a logomarca do alvinegro. Segundo o diretor de marketing, Romolo Angelocci Fillho, em breve a única unidade trocará de nome e passará a se chamar XV Mania. Também está no projeto a abertura de um quiosque no Shopping Piracicaba e um endereço eletrônico para vendas virtuais. Os produtos também são comercializados na tradicional Festa das Nações. O lucro conseguido com a loja é revertido para a manutenção do clube e para o estoque e marketing. A loja fica aberta de segun-da a sexta-feira, das 9h às 18h, aos sábados das 9h às 12h e, nos dias de jogos no Barão, abre até o início da partida.

Inov

ação

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Copo em vidro: R$ 15

Porta-óculos: R$ 12

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Art

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Fernando Marcos [email protected]

Esta é uma pergunta que muitos síndicos e mo-radores de condomínios se fazem a todo mo-mento. Com o crescimento no consumo de

drogas graças à imputabilidade do usuário, pertinente a novas leis, este fato vem causando muitos transtor-nos aos moradores e síndicos de condomínios.

Como se sabe, usar, manter guardados, trazer consigo produtos entorpecentes é, sim, crime, deven-do tal ato ser de qualquer maneira denunciado pelos moradores do condomínio, sendo este ocorrido em meio a área útil ou ainda em dependência restrita da moradia do usuário.

Muitos edifícios não possuem janelas nos banhei-ros, utilizando-se de dutos que passam pelos aparta-mentos, ou seja, quem fuma cigarros, maconha e ou-tros produtos similares, em tese incomoda o vizinho, que não é obrigado a sentir o cheiro em momento algum.

Se você passa por este incômodo, o primeiro passo é conversar com seu síndico e solicitar a ele que entre em contato com o proprietário do apartamento do qual o odor é exalado, informando que medidas po-dem ser tomadas contra ele, como multas e outros.

Alguns juristas da área imobiliária não acreditam que seja necessária a inclusão ou alteração do regi-mento para a informação de proibição do uso de dro-gas ser acrescentada, pelo simples fato de existir uma lei federal que determina a criminalização do evento.

No meu entendimento, bom seria ter, sim, na convenção condominial e no regimento, cláusulas es-pecíficas sobre o uso de drogas, para que passe a ser motivo de multa e até outras penalidades mais severas ao usuário, mantendo assim a ordem e o bom costu-me dos condomínios.

Mas, e se o usuário não parar de fumar maconha ou qualquer droga cujo cheiro chegue ao meu aparta-

mento? Simples, você não precisa de identificar, ape-nas ligue 181 da Polícia Civil e conte a história para o atendente que, com certeza, irá tomar as devidas pro-vidências como informar a Polícia Civil de sua cidade, bem como a Polícia Militar. Aí a investigação sobre o usuário irá começar.

Como sabemos, o uso de drogas acaba acarre-tando outros problemas quando está muito perto de você, como instigar as crianças, muitas vezes levando estas a quererem experimentar, roubos em condomí-nios onde existem várias torres, além de crimes de pe-quena monta até crimes mais perigosos.

Enfim, devo então comunicar as autoridades poli-ciais? Sim, claro, fazendo isso, todos poderemos evitar o mal maior e o crescimento exagerado do consumo dessas substâncias.

Fernando Marcos Colonnese é advogado, especializado pela FGV em direito imobiliário, e em meio smbiente, pela ESA -SÃO PAULO.

DROGAS NO MEU CONDOMÍNIO:O QUE FAZER?

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Malhaçãono Araguaia

Pague R$ 400 e seja sócio vitalício de uma academia com dez aparelhos para usar a qualquer hora do dia. E ainda mais: essa estrutura climatizada estará na sua

casa. Tanta comodidade a um preço tão convidativo não é tão utópico quanto parece. No Condomínio Edifício Ara-guaia, no Centro, isso é realidade.

Um espaço de 18 metros quadrados em área comum do prédio, pouco utilizado, sofreu uma grande transformação. No local havia apenas uma mesa de carteado – que não foi abolida, apenas trocada de lugar. O espaço recebeu aparelhos de ginástica como esteira, estação de musculação, bicicleta ergométrica horizontal e elíptico.

Toda a compra custou R$ 22 mil, divididos entre os moradores dentro de um projeto bem discutido. A ideia surgiu após uma consulta virtual aos condôminos dos 58 apartamentos sobre o melhor aproveitamento do espaço co-mum do prédio. E desse procedimento apresentou-se uma proposta para uma academia. “Mesmo alguns que resistiram ao investimento, hoje aproveitam a nova instalação”, conta o síndico do Araguaia, Juscelino Rodrigues Monção Neto.

Para o uso do espaço no Araguaia, a administração ado-tou as seguintes regras: ter no mínimo dez anos de idade e apresentar um atestado médico indicando aptidão para a prática. “Também aconselhamos os condôminos a ter o acompanhamento de um profissional de educação física”, afirma o síndico.

BenefíciosIdico Luiz Pellegrinotti, doutor em anatomia humana

pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes-quita Filho)-Botucatu e professor pesquisador do curso de mestrado em educação física da Unimep (Universidade Me-todista de Piracicaba) na área de performance humana na saúde e esportes, destaca que, bem amparado, o praticante de exercícios é beneficiado com transformação das funções

orgânicas e, também, nos aspectos psicossociais.

Para não errar e prejudicar seu desempenho, o especia-lista dá dicas relevantes que devem ser levadas em conta. Ele começa pelos aparelhos de musculação e a importância de observar a postura para que outras regiões do corpo não este-jam desequilibradas. “Também há cargas que não permitem a execução de mais do que dez movimentos, quando o ideal seria executar esses exercícios empregando ritmo constante e com mais de dez repetições.”

Ainda com relação à musculação, Pellegrinotti destaca que os exercícios devem ser empregados observando-se al-ternâncias de grupos musculares. “Sem a orientação de um profissional, a chance de sobrecarregar grupos musculares é comum. Isso pode dificultar que se atinja os objetivos esté-ticos desejados.”

Outra observação importante do especialista diz res-peito à sequência habitual no seu momento academia. Ele aponta que os exercícios devem obedecer a uma lógica: pri-meiro os membros superiores, depois membros inferiores e para o tronco.

Entendendo que série é igual ao número de vezes que se faz o mesmo exercício e, repetições, o número de movimen-tos do exercício, o professor sugere a seguinte organização: uma série de exercício para a face anterior do braço, com 12 repetições; uma série para a face posterior da coxa; e uma série para abdome. “Essa ação é considerada uma série para cada face. Nessa direção, sempre escolhendo as faces, nú-mero de séries e repetições e, aplicando as alternâncias, os exercícios são mais seguros.”

Mesmo conhecendo recomendações de grandes profis-sionais e estudiosos, o professor Pellegrinotti diz ser impor-tante ter o acompanhamento de um profissional para fazer, por pelo menos uma vez por mês, avaliações e organizar séries de atividades para cada objetivo, tais como emagreci-mento e tonificação da massa muscular .

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Condomínio na área central transforma sala de 18 metros quadrados em academia

Por Cristiane Bonin | Foto: Alessandro Maschio

A academia do Araguaia recebeu investimento de

R$ 22 mil

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Page 42: Revista Tutti Condomínios

Goleada na telaJ á disseram que futebol e cinema não combinam. Será? O fato é que demorou para

o esporte ganhar um espaço maior entre as produções de cinema. Mas há bons fil-mes e com personagens interessantes, tanto no campo quanto nas arquibancadas.

Maldito Futebol Clube (Inglaterra, 2009) Conta a história do famoso treinador Brian Clough (Michael Sheen) e sua meteórica pas-sagem pelo comando do Leeds United. Durou 44 dias, por causa de seu gênio de cão.

Fuga para a Vitória (Estados Unidos, 1981)Na Segunda Guerra, chefes nazistas criam evento de propaganda em que enfrentam, no futebol, um time de prisioneiros. Pelé foi ator ao lado de Sylvester Stallone e Michael Caine.

O Casamento de Romeu e Julieta (Brasil, 2005) A comédia conta que o amor de Romeu (Marco Ricca) por Julieta (Luana Piovani) corre um sério risco. Motivo: a família inteira dela é palmeirense fanática e ele é corintiano roxo.

Boleiros – Era uma Vez o Futebol (Brasil, 1998)O filme de Ugo Giorgetti é uma homenagem nostál-gica ao futebol. Mostra velhos amigos que se reúnem num bar e lembram histórias do tempo em que o es-porte era mais romântico.

Por Ronaldo [email protected]

Gol! O Sonho Impossível (Estados Unidos, 2005)Santiago (Kuno Becker) é um imigrante me-xicano nos Estados Unidos. Trabalha em vá-rios empregos, mas seu sonho é ser jogador de futebol. Até que aparece a chance de atuar na Inglaterra.

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Page 43: Revista Tutti Condomínios

Cuidados com a beleza

Aos 10 anos: É a idade da pele perfeita. Não es-queça de usar filtro solar quando for à praia ou piscina. Ele deve ser sem óleo porque, nesta ida-

de, produtos cremosos podem causar cravos e espinhas. É hora também de ficar atento às dermatoses. Procurar sempre um profissional de confiança para avaliar.

Aos 15 anos: Nesta fase há aumento de oleosida-de e o aparecimento de espinhas e cravos, que podem inflamar. Se for este o caso, lave o rosto com sabone-te especial para acne pela manhã e à noite. Nunca use hidratantes em creme ou outros produtos que possam conter óleo. E ainda podem ser iniciados tratamentos com ácidos específicos. O protetor solar nesta fase tem que ser específico.

Aos 20 anos: As flutuações da adolescência estão mais estáveis. A pele ainda pode ser oleosa. Se tiver acne ainda não tratada, corra para o seu médico de confian-ça. Nunca mexa nas espinhas, nem deixe que mexam. Maquilagem, só sem óleo. Pó compacto pode piorar as espinhas. Pó solto é livre. Seu demaquilante é o sabone-te, usado antes de dormir. Hora de pensar em eliminar os pelos indesejáveis com depilação a laser. Valorize a atividade física e a alimentação balanceada.

Aos 25 anos: Já cabe fazer peelings de cristal perió-dicos. Na rotina, o filtro solar diário passa a ser obriga-tório pela manhã e um ácido derivado da vitamina A já pode ser usado à noite. Inicia-se o uso de hidratante nas pálpebras pelo menos à noite. Crie o hábito de hidratar as unhas . Nesta fase, não podemos esquecer de cuidar do corpo para não haver o acúmulo ou piora da celulite e gordura localizada. Os aparelhos de radio-frequência e o Power Shape estão muito bem indicados. Sempre acompanhados de atividade física.

Aos 30 anos: Se você já não tem acne, pode usar pro-dutos mais ricos, mas sempre em loção ou gel. A rotina de cuidados com a pele pode contar com produtos re-generadores pela manhã, que dão viço e hidratam, além do filtro solar e do ácido à noite. O filtro solar pode ter pigmento que mimetize o bronzeado. Além dos pe-elings de cristal, você já pode iniciar a radiofrequência, que retarda a flacidez e que será usada uma vez por ano. A toxina botulínica preventiva é semestral. Os cuidados corporais precisam ser mantidos.

Aos 40 anos: Os cremes passam a ser mais densos à noite. O filtro solar matinal se mantém muito leve, mas é poderoso e pode ser enriquecido com antioxidantes que diminuem a velocidade de envelhecimento da pele. A radiofrequência se mantém anual e a toxina botulínica semestral. Tratamentos com luz pulsada fecham vasi-nhos que possam estar mais aparentes e eliminam man-chas de sol, se você não as preveniu no passado. Comece a usar o bimatoprost, produto que aumenta os cílios e as sobrancelhas, corrigindo suas falhas. Aqui os cuidados corporais têm que ser intensificados. Vale a pena tam-bém iniciar o uso de nutracêuticos.

Aos 50 anos e depois: A radiofrequência cresce em importância e passa a ser semestral para diminuir a flaci-dez da face, pescoço e pálpebras. Na rotina de cuidados com a pele, a ordem é uniformizar a cor, diminuir rugui-nhas e aumentar o viço. Sulcos podem ser amenizados com ácido hialurônico, que preenche mantendo a natu-ralidade e deve ser repetido anualmente. Ruguinhas pe-riorais (em torno dos lábios), conhecidas como ‘código de barras’, são corrigidas com laser fracionado e toxina botulínica. Nos cabelos, tratamentos que aumentem o volume e o diâmetro do fio já podem ser reforçados com medicações que atuem no couro cabeludo com este fim. Consulte seu médico regularmente, pelo menos a cada seis meses.

Alessandra Nalin (CRM 86055) é médica especializada em medicina estética. Contato: (19) 3432-8136

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asCuidado e atenção com a pele e a saúde em geral garantem uma aparência mais jovem e bonita Por Alessandra Nalin

[email protected]

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Acolhimento é a palavra de ordem na Casa do Bom Menino. Em seus 50 anos de história, a entidade, que nasceu para dar atenção espe-

cial às crianças em situação de rua na região central de Piracicaba, cresceu e profissionalizou-se na dedicação às pequenas vítimas de agressões, abandono ou abuso no ambiente familiar. “Não atendemos menores in-fratores. Na verdade, todos eles são vítimas”, salienta o presidente da Casa do Bom Menino, Guilherme Monaco de Mello.

A evolução do atendimento na Casa do Bom Me-nino passou pela divisão de público conforme idade e sexo. Os jovens do sexo masculino e com idade entre 12 e 18 anos são acolhidos na Casa do Bom Menino. Na Casa Raquel, ficam as jovens adolescentes na mes-ma faixa etária. O Centro Educacional Infantil recebe as crianças com até 12 anos de idade.

“São 60 pessoas acolhidas, entre crianças e ado-lescentes, e cada casa atende 20 deles. Todos chegam à entidade por meio do Poder Judiciário porque tive-ram, de alguma forma, seus direitos violados”, con-ta o presidente da casa. Para atender à demanda, a instituição tem um quadro de 48 funcionários entre psicólogo, assistente social, educador, nutricionista, cozinheiro e pessoal do departamento administrativo.

Estudar é outra palavra de ordem na Casa do Bom Menino. Todos, crianças e jovens, estão matriculados nas escolas públicas de Piracicaba – municipais ou estaduais – e participam das atividades da administra-ção pública, entidades piracicabanas e das realizadas por voluntários. “No fim do ano passado, durante as férias, a entidade participou das ações organizadas pela prefeitura no antigo ´Palmeirão´. No ano ante-rior, eles participaram das férias no Sesi.”

Bom MeninoEntidade completa 50 anos e atende 60 crianças

e adolescentes de zero a 18 anos

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Por Cristiane Bonin │ Foto: Alessandro Maschio

Projeto Pérola proporciona aulas

de informática e cidadania

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Muito além das rotinas diárias, o presidente da entidade destaca que frequentar a escola é condição fundamental para poder integrar as demais atividades do grupo. “A evasão escolar era nosso principal pro-blema. Hoje todos estão estudando e oferecemos também reforço escolar na entidade”, informa Guilherme de Mello.

INDIVIDUALIZAÇÃOA atual gestão da entidade está

na direção desde 2009. De lá para cá muitas mudanças aconteceram na Casa do Bom Menino. A partir da implantação de um projeto político-pedagógico, o atendimento foi humanizado e cada criança passou a ter seu histórico individual.

“É a primeira vez que a entidade teve um projeto nesses moldes e, também, pela primeira vez, cada pessoa acolhida tem sua ficha indi-vidualizada. Agora, o tratamento acontece de maneira particular e cada história recebe os cui-dados necessários”, relata o presidente.

A adoção tardia é outro assunto tratado com profissionalismo pela gestão atual. Como é difícil acontecer a adoção dos jovens, a pre-paração para o mercado de trabalho tem um foco muito especial no sentido de dar projeção de futuro na vida desses adolescentes. As duas principais frentes são o Projeto Pérola – aulas de informática e cidadania –, implantado des-de o final de 2011, e a parceria com empresas

locais para estágio dentro do programa Menor Apren-diz.

Após colocar a casa em ordem, Guilherme de Mello dribla outro problema que persiste: as contas

no fim do mês. A fonte de renda da entidade vem da arrecadação durante a Festas das Nações, de um repasse da administração pú-blica e de doações voluntárias. “Mas é difícil fechar essa conta”, declara o presidente da casa. Do Fundo Municipal dos Direitos

da Criança e do Adolescente (Fumdeca) chegam re-cursos para pagar um projeto educacional na entida-de.

No site da entidade (casadobommeninopiracicaba.org.br) há uma aba de nome voluntariado. Lá é possível se candidatar como voluntário para promoção de aulas de, por exemplo, reforço escolar, idiomas, arte ou infor-mática. Também é possível pelo site apadrinhar uma das crianças ou jovens.

Outra forma de ajudar é encaminhar doação de ma-teriais diversos – para isso ligue na entidade (3401-2199) e cheque as necessidades. Também é possível auxiliar o funcionamento da entidade indo às edições da Festa das Nações, realizada todo mês de maio no Engenho Cen-tral – a arrecadação conseguida com o estacionamento do evento é revertida para a Casa do Bom Menino.

Como ajudar?

‘Todos chegam à entidade por meio do Poder

Judiciário porque tiveram, de alguma forma, seus

direitos violados’

Instalações da casa que recebem crianças

encaminhadas pela Justiça

Banco do BrasilAgência: 3552-7Conta corrente: 7270-2CNPJ :54.407.838/0001-23

Quer doar?Quer ser voluntário?

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País desperta a curiosidade dos turistas brasileiros depois da novela Salve Jorge

Por Cristiane Bonin | Fotos: stock.xchng

Palácio TopKapi

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Page 47: Revista Tutti Condomínios

Em horário nobre, a Turquia ganhou visibilidade no turismo internacional, mas suas belezas exó-ticas estão fora do folhetim global das 21h, Salve

Jorge. Ver o país do extremo ocidental da Ásia pela tele-visão é uma coisa. Ao vivo, a região reserva muitas outras surpresas como estruturas romanas e egípcias, e o Monte Pamukkale, uma das grandes maravilhas da natureza.

As variedades na geografia, nas edificações e na cul-tura, no mínimo, impressionam para um país que é qua-se 11 vezes menor que o Brasil. A localização da Turquia já consiste em uma característica particular.

A cidade de Istambul, a maior do país e a quinta maior do mundo – concentra 17% da população na-cional e, segundo dados oficiais, em 2010, o número de habitantes registrado chegou a 13,12 milhões de pessoas – está localizada no Estreito de Bósforo, que separa a Europa da Ásia.

Também em Istambul é possível conhecer o Grande Bazar, o maior e um dos mais antigos mercados cobertos do mundo, conta Ana Maria Campanholi Schincariol, proprietária da AMC Viagens, em Piracicaba. “Lá você encontra tapetes, joias, especiarias e tudo para decora-ção.”

Outras maravilhas de Istambul são o palácio To-pkapi – antigo centro do poder do Império Otomano com história de ocupação por 400 anos. Hoje o local

exibe seus tesouros, e seus pátios e jardins são atrações à parte –, o hipódromo romano de 330 d.C, localizado na praça de Sutanahmet, onde também estão o obelisco egípcio, a mesquita Azul - única com seus seis minaretes -, e a Basílica de Santa Sofia, a maior da antiga cidade de Constantinopla.

Famosa CapadóciaA Capadócia reserva ‘espetáculos’ esculpidos por

vulcões com formações como a das Chaminés das Fadas e cidades antigas subterrâneas. O Vale de Goreme, um patrimônio mundial, além da geografia, guarda igrejas dos séculos 5 e 6. Com tanta beleza, um dos passeios obrigatórios por lá é o tour de balão.

Ana Maria informa que a contratação do serviço custa cerca de R$ 660 por um passeio VIP que pode durar até duas horas. “Minha sogra já foi três vezes para Istambul. Agora, ela vai voltar mais uma vez à Turquia para fazer esse passeio de balão, realizado durante o pôr--do-sol.”

Ainda sobre as maravilhas naturais, o panorama da Antália traz praias caribenhas e o Pamukkale, que sig-nifica castelo de algodão – de longe, o monte parece revestido de algodão devido à formação calcária e nascentes de água formam piscinas de águas quentes com histórico medicinal.

Solo da Capadócia

‘Istambul é a quinta maior

cidade do mundo’

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DICAS

Se você pretende embarcar para a Turquia, é bom conhecer algumas informações. A agente de turismo Ana Maria Campa-nholi destaca que os turcos não falam o inglês. “Alguns estão aprendendo o português devido ao interesse dos brasileiros pelo país deles. A procura pela Turquia cresceu por conta da novela, do aumento do poder aquisitivo por aqui e por muitos não que-rerem viajar a locais mais tradicionais.”

‘O item número um a ser lembrado é ter sempre consigo vários cartões do hotel, com nome do estabelecimento e ende-reço, em que está hospedado. Pegue o táxi na porta do hotel, diga merabá! (olá), entregue o cartão ao taxista e fale lutfan (por favor). “Caso você se perca, com o cartão do hotel, você conse-guirá voltar. De outra forma será impossível”, alerta Ana Maria.

Sobre o visto, a agente de viagens informa que a autorização é obtida no aeroporto da Turquia por US$ 20, sendo necessário somente ter o passaporte atualizado.

Outro alerta de Ana Maria é sobre as mesquitas: é preciso tirar os sapatos para adentrar esses ambientes e, no caso das mulheres, cobrir a cabeça com um lenço. Atenção também ao muezzin, os chamamentos para a reza – as mulheres não devem estar nas mesquitas durante as cerca de cinco preces diárias dos muçulmanos.

Uma última dica é aproveitar os meses de abril e maio, perío-do em que a Primavera acontece na Turquia e o país fica coberto por tulipas.

Ruína em Antalya

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As piscinas de Pamukkale

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SENHORA MESAA jornalista e blogueira Patrícia Guimarães faturou o prê-mio Top Blog, na categoria gastronomia, com seu blog Senhora Mesa, que traz receitas e informações sobre o segmento que ganha cada vez mais notoriedade no Brasil. Parabéns! Acesse e conheça: www.senhoramesa.com.br

ITALIANOSDelegado da Câmara Italiana de Comércio e Indústria, o empresário Juliano Meneghel Dori-zotto recebeu o presidente da Câmara e senador italiano Edoardo Pollastri, no início de fevereiro. Participaram do encontro os presidentes da So-cietà Italiana, Sérgio Forti, e do Circolo Trentino, Silvério Vitti.

CLAROO diretor de vendas consumo/corporativo da Claro para o Estado de São Paulo, Leandro Bue-no, esteve em Piracicaba no início de fevereiro, acompanhado de outros executivos da operadora. O grupo se reuniu com a direção da Fale Fácil e com representantes da imprensa em almoço rea-lizado no restaurante Remador, na Rua do Porto.

CARNAVALA 12ª. edição do Carnaval das Marchinhas, que reuniu mais de 2.000 pessoas na segunda-feira de Carnaval, no Clube de Campo de Piracicaba, foi mais uma vez um grande sucesso. Promovido pelo MBM Escritório de Ideias e Tayo Cunha Design, o evento premiou as melhores fantasias na noite. Marco Silva e Iran Oliveira faturaram o primeiro lugar com a fantasia Isabelita e Pi-ratiba dos Patins. Márcio Ricobelo levou o segundo lu-gar com a fantasia Hell Boy. O terceiro lugar ficou com Rafael e Duda Giovanoni, com Os Plugados. O melhor bloco eleito (foto) foi Os Frinfas, que tinha como líder Henrique Angeli. Ano que vem tem mais!

INDUSPARQUET NO OSCARLíder mundial na produção de piso de madeira tropical maciça, com sede em Tietê, a Induspar-quet participou em grande estilo da 85ª. edição do Oscar, que aconteceu em 24 de fevereiro, nos EUA. A empresa brasileira desenvolveu com ex-clusividade o piso Laura’s Line, que revestiu o lounge e o backstage por onde circularam os con-vidados e as premiadas estrelas de Hollywood. Um luxo!

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