revista on rn - edição 2 | jun/jul 2013

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Conheça as ideias do empreendedor que iniciou a vida empresarial administrando um posto de gasolina e hoje é sócio-presidente da 4ª maior distribuidora de combustíveis do país. MARCELO ALE CRIM EMPREENDEDOR ON: BEM NA FOTO A IDEIA: COMPRAS COLETIVAS NUNCA MAIS MERCADO: ENTREVISTA COM ARTURO ARRUDA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA - ANO 1 | EDIÇÃO 2 | JUN/JUL 2013 MOSSORÓ: UMA TERRA FÉRTIL PARA NEGÓCIOS.

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Case de Sucesso: Marcelo Alecrim

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Page 1: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

Conheça as ideias do empreendedor que iniciou a

vida empresarial administrando um posto de gasolina e hoje é

sócio-presidente da 4ª maior distribuidora de

combustíveis do país.

MARCELO

ALECRIM

EMPREENDEDOR ON: BEM NA FOTO

A IDEIA: COMPRAS COLETIVASNUNCA MAIS

MERCADO:ENTREVISTA COM ARTURO ARRUDA

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA- V E N D A P R O I B I D A -

A N O 1 | E D I Ç Ã O 2 | J U N / J U L 2 0 1 3

MOSSORÓ: UMA TERRA FÉRTIL PARA NEGÓCIOS.

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DIRETOR-EXECUTIVO/COMERCIAL Daniel Motta DIREÇÃO DE ARTE Lucas Aquino REPORTAGEMGabriela BarretoLouise Aguiar

FOTOGRAFIA Canindé SoaresRamóns VasconcelosFidel Dantas ___________________________ www.revistaonrn.com.br ___________________________ ANUNCIE NA ON RN [email protected] +55 84 9107-0490

EXPEDIENTE

10

22

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!

06. TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES

Mossoró: uma terra fértil para negócios.

10 CASE DE SUCESSO

Marcelo Alecrim.

19 GESTÃO

Planejamento Estratégico: Aplicando o Balance Scorecard (BSC).

22. EMPREENDEDOR ON

Bem na foto - Entrevista com o empresário Francisco Lamy.

29. MERCADOS

A alma do negócio - Análise do mercado publicitário por Arturo Arruda.

35. JOVEM EMPREENDEDOR

Matheus Aquino largou o Direito para se dedicar a outra luta.

39. A IDEIA

Compras coletivas nunca mais. A vez é dos cupons!

42. EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Junior Achievement: Empreendedorismo desde pequeno.

46. TROFÉU ON

Homenagem da Revista ON RN à trajetória dos empresários potiguares.

ÍNDICE

06

35

3942

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!

TENDÊNCIAS & OPORTUNIDADES

MOSSORÓ: UMA TERRA

FÉRTIL PARA NEGÓCIOS

Dona do segundo maior PIB do Rio Grande do Nor-te, Mossoró é uma ilha de riquezas. Fechou o ano de 2012 com o produto interno bruto em R$ 3,1 bilhões segundo o Instituto

de agropecuária, indústria e serviços. Fruticultura, petróleo, sal, cimento e cerâmica são algumas das atividades mais promissoras da capital do Oeste potiguar, que espalha pelos quatro cantos do mundo suas riquezas naturais.

Mossoró também é o principal município exportador do Rio Grande do Norte segundo o coordenador de desenvolvimento e comércio exterior da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Otomar Lopes Cardoso. Só em 2012 expor-tou US$ 84 milhões, mantendo um patamar próximo aos US$ 86,1 milhões registrados em 2011, mas bem maior que os US$ 77 milhões alcançados em 2010.

A fruticultura lidera a pauta de exportações de Mossoró, sendo principal produto, líder do ranking, a castanha de caju, com US$ 34,4 milhões enviados para fora do país em 2012. O setor, porém, vive uma crise provocada pela pior seca dos últimos 50 anos, que impediu, inclusive, a realização da 16ª edição da Expofruit, que aconteceria neste mês de julho em Mossoró. A castanha, embora

US$ 43,4 milhões.

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!

FRUTOS

Castanha, produto que lidera as exportações do setor da

Fruticultura na região.

Segundo Otomar Cardoso, a política adotada por al-gumas empresas que atuam no processamento da castanha de caju, com a decisão de importação de amêndoas, permitiu que o parque industrial do Es-tado suportasse melhor os efeitos da quebra de safra em decorrência da prolongada seca. “Isso não afetou substancialmente a oferta do produto e a atividade in-

O mercado externo, como destino privilegiado para os exportadores de castanha de caju, é uma das razões da liderança de Mossoró no ranking comercial estadual, com a presença de duas das maiores empresas do Es-tado neste segmento. A fruticultura irrigada, como o melão e a melancia, principalmente, revelam a posição privilegiada de Mossoró para a comercialização des-tas frutas frescas, mas que, ao contrário da castanha de caju, seguem destino rumo à Europa.

Outro destaque da região dentro do agronegócio é a cera de carnaúba. Mossoró tem hoje a única empresa processadora da matéria prima, responsável por cerca de US$ 5,5 milhões em exportações no ano passado. Considerado como a “árvore da vida”, o pó extraído de sua árvore é transformado em uma pasta que, com suas

torna-se um produto bastante requisitado na indústria de cosméticos (batons), de medicamentos (proteção de cápsulas de remédios) ou, como é mais conhecido tra-dicionalmente, na cera para lustrar veículos.

Só este ano, as exportações cresceram quase US$ 2 mi-lhões em relação ao ano passado. De janeiro a abril de 2013, a cidade de Mossoró mandou para fora do país US$ 28,3 milhões, contra US$ 26,8 milhões exporta-dos no ano passado. A castanha de caju se mantém lí-der da pauta, com US$ 10,7 milhões comercializados. Em seguida aparece o melão, com US$ 9,1 milhões, e logo depois a cera de carnaúba, com US$ 1,6 milhão.

Apesar de a fruticultura ser o carro-chefe das exporta-ções de Mossoró e um dos segmentos mais promisso-res, outras atividades ganham destaque na economia da capital do Oeste potiguar. Um deles é o petróleo. A cidade abriga hoje um dos maiores polos da Petro-bras no Rio Grande do Norte, com intensa produção de óleo em terra - há quem diga ser um dos maiores produtores de petróleo em terra do Brasil. Produz dia-riamente 70 mil barris de petróleo, mas já chegou a produzir mais de 100 mil barris/dia.

É da capital do Oeste que sai o sal marinho para todo o Brasil e várias partes do mundo. Mossoró é respon-sável por 90% da produção salineira de todo o país e registrou, de janeiro a abril deste ano, uma exportação de US$ 1,1 milhão, contra US$ 905 mil exportados no ano anterior. Apesar da concorrência com o sal chi-leno, a produção mossoroense ainda possui destaque nos quatro cantos do mundo.

O município também se destaca pela sua produção de cimento e de cerâmica. Em Mossoró podem ser en-

como, por exemplo, a empresa catarinense Itagres Re-vestimentos Cerâmicos, a Cerâmica Porto Rico e vá-rias fábricas de cimento, como a Itapetinga.

Segundo o último levantamento do IBGE, divulgado

de riquezas produzidas pelo Rio Grande do Norte. Na pesquisa, que detalha a evolução entre 2009 e 2010, fo-

cos: agropecuária, indústria e serviços. Neste primeiro setor, a cidade produziu riquezas que alcançaram R$ 113,9 milhões. Já na indústria, o montante produzido

com R$ 2 bilhões. Em Mossoró, a evolução foi atribuí-da principalmente pelo comércio de material de cons-trução e transporte rodoviário.

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OURO NEGRO

A extração do Petróleo é uma atividade de destaque na economia da Capital do Oeste.

FIERN

Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do Rio

Grande do Norte.

INDÚSTRIA PUJANTE

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales, 70% dos negócios do Senai - braço de capacitação industrial do Sistema S - estão em Mossoró. Dona de um grande pólo industrial, o segundo maior do Estado, Mossoró acabou criando uma expertise na capacitação de pessoal pelo Senai que se espalhou pelo resto do Brasil.

Segundo Amaro, a região no entorno da cidade também vem se destacando pelo polo cimenteiro e de calcário, com quatro fábricas instaladas próximas a Mossoró. O presidente da Fiern, entretanto, reconhece a crise vivida

exo do restante do Brasil. “O que nós precisamos é de uma desoneração de impostos no setor”, diz.

Para o industrial, os encargos trabalhistas, embora necessários, são absurdos e ele alega haver uma falta de in-centivo ao setor produtivo de maneira geral. Outro problema apontado por Sales seria o excesso de regulação de alguns órgãos. “Os órgãos reguladores pedem demais. A questão ambiental ainda é um gargalo para nós”, enfatiza.

A área de energia eólica e solar também é apontada como muito promissora pelo presidente da Fiern. “Alguns em-presários já vislumbram a instalação de equipamentos na região através de joint-ventures com empresas de fora”,

l de riquezas naturais que continuará crescendo, mas se receber a atenção necessária, pode chegar a crescer muito mais do que Natal.

TENDÊNCIAS & OPORTUNIDADES

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!"

CASE DE SUCESSO

MARCELO

ALECRIMConheça as ideias do empreendedor

que iniciou a vida empresarial administrando um posto de gasolina

e hoje é sócio-presidente da 4ª maior distribuidora de combustíveis do país.

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!!

A história do empresário Marcelo Alecrim é recheada de episódios interessantes. Aos 19 anos, ele passou a administrar o posto de gasolina do pai no município de Canguaretama, no Rio Grande do Nor-te. No começo, ele fazia um pouco de tudo: cuidava

nanceira, treinava a equipe, abastecia car-ros e ajudava no restaurante. Em apenas cinco anos, ele quintuplicou os negócios da família, sendo, in-clusive, convidado a administrar outros postos. Mas ele não queria só isso. Com visão empreendedora e conhecimento de causa, Marcelo observou que havia uma brecha no mercado de distribuição de combus-tíveis para os pequenos postos, especialmente os do interior do estado. Então, graças a um empréstimo no qual utilizou como garantia o carro da mãe, ele comprou o primeiro caminhão para distribuir com-bustível pelo interior. Surgia assim, no ano de 1996, a Satélite Distribuidora de Petróleo.

O primeiro grande obstáculo foi superado antes mes-mo da fundação da Sat, quando, no início da década de 90, Marcelo era diretor da empresa Caraú Trans-portes – que fazia frete para pequenos postos. Dados

ciais do Governo Federal apontam que entre 1990 e 1994 (ano em que o Plano Real foi implantado, dan-do início ao processo de estabilidade econômica do

ação atingiu média anual de 764%. Nesse culdade eco-

nômica. A solução para driblar a crise era vender 10 unidades de sua pequena frota. Ele então procurou uma grande empresa que transportava combustíveis e propôs o negócio. No entanto, a conversa que de-veria resultar na venda de 10 caminhões acabou se transformando na compra de mais 70 unidades. Para alguns, essa era uma atitude muito arriscada. Mas para Marcelo foi fundamental para que o seu sonho de se tornar um grande distribuidor se tornasse rea-lidade.

De lá para cá, outros episódios aconteceram, como em 2004, quando a SAT associou-se ao fundo de in-vestimento norte-americano Darby Overseas, que adquiriu 34% de ações da empresa. Essa parceria possibilitou a fusão da SAT com a Ale Combustíveis, de Minas Gerais, criando a AleSat em 2006. O nome Ale, que é a junção das iniciais dos sócios da empre-sa mineira, acabou sendo um fator bastante favorável para Marcelo graças à associação ao sobrenome Ale-crim. Mantendo a missão de oferecer um atendimen-to diferenciado, a empresa cresceu e passou a ocupar o mercado em outros estados. A fama de Marcelo se expandiu do Rio Grande do Norte para todo o Brasil.

Hoje, ele é sócio-presidente da Ale Combustíveis, a quarta maior distribuidora de combustíveis do Brasil e que, somente em 2012, faturou R$ 9 bilhões. Para este ano, estão previstos investimentos de aproxima-damente R$ 155 milhões para a ampliação e manu-tenção da rede de postos, a melhoria de aspectos da logística e infraestrutura (bases de armazenagem e distribuição), além da aquisição de caminhões para a frota própria. A expectativa é que o faturamento de 2013 alcance os R$ 10 bilhões.

liada ao Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubri- cantes) e possui uma rede com quase 2000 postos,

gerando cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos. cada por duas vezes pela revista Você SA

como uma das 40 melhores empresas do Brasil para se iniciar a carreira. O caso de sucesso da empresa já foi estudado pela Universidade de Harvard, uma das instituições educacionais mais bem conceituadas do mundo. Além disso, Marcelo Alecrim já recebeu vá-rios prêmios nacionais, como Empreendedor do Ano – Master, em 2010.

COMEÇOPrimeiro posto, em

Canguaretama/RN.

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Tem muitas coisas que fazem com

que a pessoa tenha sucesso: falar a

verdade, ser sincero e acreditar no

que você acha que dá. O empreende-

dor é muito parecido com um herói.

Se você disser a alguém o risco que

ele está correndo, ele não se atira

para salvar uma pessoa. Mas o herói

age pelo instinto e se arrisca, se joga.

O empreendedor é assim.

Em entrevista à Revista ON, Marcelo falou sobre

Você começou a administrar o posto de gasolina do seu pai aos 19 anos. Como foi esse início?

Quando você começa a entrar num negócio, você faz de tudo. Então, como o mais importante é sentir na pele

boy, ajudava no restaurante do posto, era um faz de tudo. Dessa forma, eu via as necessidades dos clientes e isso me aprimorou para que quando eu fosse o patrão e assu-misse o posto no lugar de papai, eu pudesse direcionar a atenção dos funcionários.

O interesse em cuidar dos negócios da família acon-teceu de forma espontânea?

Meu pai morava em São Paulo, mas quando voltou para o Rio Grande do Norte, comprou um posto de gasolina em Canguaretama e eu comecei a vivenciar o gerencia-mento do negócio. Eu tinha 14 anos quando comecei a querer trabalhar, mas ele só deixava depois que eu en-trasse na universidade. Foi espontaneamente mesmo. O sangue empreendedor não tem lugar para nascer. Você já nasce com ele e desenvolve onde você estiver. O que vai fazer acontecer é se você vai alimentar essa semente ou não.

Como você quintuplicou os negócios da família em apenas cinco anos?

de juros ao mês, um risco astronômico. Papai comprou o

perar o posto de uma situação negativa. Por esperteza e até sorte, fui capitalizando o posto graças à parceria com uma grande distribuidora. Meu fornecedor na época era a Esso, que acreditava em mim e começou a me ajudar me fornecendo o produto em comodato, que é uma es-pécie de empréstimo gratuito. Outros postos que não estavam sendo bem operados passaram para mim por-que eu sabia montar uma boa equipe e sabia o custo de remunerar os funcionários. Eu ganhei a simpatia do meu fornecedor e ele fez com que eu crescesse bastante no Rio Grande do Norte a ponto de ser o maior do estado.

Como foi concorrer com bandeiras que já estavam consolidadas?

A Sat nasceu porque eu vi que as distribuidoras só queriam o nicho das grandes empresas e grandes ci-dades. As companhias não tinham interesse pelas ci-dades com menos de 30 mil habitantes, por exemplo, porque queriam fazer postos grandes, que tivessem uma boa visualização da bandeira e contassem com lojas de conveniência. Eles vendiam para os pequenos postos em condições desiguais, já que enquanto um grande posto comprava 300 mil litros, um pequeno só comprava 30 mil. Eu vi que só havia 7 grandes dis-tribuidoras no país, então, quem montasse uma dis-tribuidora que não fosse concorrente deles, mas para atuar no mercado que eles não queriam, ia se dar bem. Foi dentro desse contexto que eu montei a Satélite Distribuidora de Petróleo S/A em 1996.

pequeno empresário até conseguir se tornar um grande empreendedor?

A primeira foi estar num estado pequeno. O RN cor-responde a 1% do PIB do Brasil. O setor de combus-tíveis é um setor visto com trapalhadas, de liminares, de ladrões, de adulterações e tudo mais. Então, como

São Paulo e eu estando aqui? Eu tinha que mostrar

CASE DE SUCESSO

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como a minha empresa era organizada e que a me-todologia que eu trabalhava aqui já era de empresas grandes, já que fui buscar na Bhrama, na Esso, na Shell e na Ipiranga pessoas que já tinham mentali-dade de grandes empresas, até mesmo para me en-

foi passar para os credores que eles podiam nos con-siderar uma empresa de primeira linha mesmo que ela fosse nova. Isso era o que tirava mais o sono: a linha de crédito.

Os postos da Ale funcionam como franquias? E as lojas de conveniência?

Funciona de forma semelhante, pois há um acor-do comercial para que aquele posto só compre os nossos produtos. Hoje, o posto de gasolina é o local onde o homem mais para e as lojas de conveniências já correspondem a 30% da receita. Talvez chegue o dia em que naquele posto também venda gasolina, além de vender comida, biscoito, sorvete, remédio, troca de pneu. Por isso que hoje se chama posto de serviço e não mais posto de gasolina.

Você acredita que a qualidade da sua equipe foi um diferencial para o crescimento da empresa? Como se sente em relação aos prêmios conquis-tados?

A qualidade da equipe é o ponto principal. Quan-do você pega uma revista como a Exame, que entra na empresa e vê que está todo mundo engajado e como funciona, você pensa “aquilo que eu plantei

que se não, perde seus talentos. Por isso, prezo pela qualidade da equipe, para que possamos crescer mantendo nosso diferencial de atendimento. Pela segunda vez, fomos consideradas uma das 40 me-lhores empresas do Brasil para se começar a carreira pela revista Você SA.

Na época em que você começou a cuidar dos negócios da família, já imaginava que chegaria aonde chegou?

Você sempre sonha porque vê o lado bom da coi-

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sa e vai caminhando. Quando sobe num degrau, seu horizonte já é outro. Então o meu primeiro degrau era ser dono de postos no Rio Grande do Norte. O segundo era ter uma distribuidora do RN, o que foi a minha visão estratégica. No terceiro degrau, era ser uma distribuidora do Nordeste e o quarto era ser uma distribuidora do Brasil. Cada vez que você vai andan-do, vê que aquele obstáculo não era tão difícil depois que já ultrapassou. Então você chega a um ponto que

queno, acha que um carrinho é tudo, mas quando vai

Como é a sua relação com o mercado potiguar? A Ale investe no RN?

Nós éramos 100% daqui. Depois foi diminuindo e hoje apenas cerca de 3% do nosso faturamento está no RN. Investimos sim e temos o maior interesse. Fizemos uma base que custou R$ 37 milhões em Guamaré e te-mos uma faixa de 100 postos no RN.

Você acredita que o empreender não precisa ne-cessariamente saber como fazer, mas saber aonde quer chegar?

Tem um ditado que diz que “você não precisa ser formado, e sim bem informado”. Nas decisões mais difíceis, a gente sempre procura especialistas. Depen-dendo de onde estiver a bola, quem bate é quem es-tiver mais perto, pode ser até o goleiro. Na empresa, eu atuo mais como técnico ou capitão. Mesmo que eu

e armar o seu time. É importante também dar o reco-nhecimento. Você tem que exigir muito, mas reconhe-cer seu companheiro de time. Não é só bater, tem que mostrar que a empresa é humana, é de sentimento. O mais difícil é isso, porque uma coisa é você ser bom, outra coisa é se multiplicar naquelas qualidades. E se você tem uma vocação, precisa mirar em ser o melhor mesmo que não seja. O mais importante é ter a cons-ciência de que se esforçou ao máximo. Mas tem que tomar cuidado com ambição e ganância. Ambição é uma coisa bacana, que você bota na cabeça que tem que fazer e corre atrás. Ganância é uma coisa que você mata, rouba, passa por cima, atropela, é injusto.

Como foi o processo de parceria da Ale com os clu-bes de futebol?

Com o Flamengo eu tinha várias formas de represen-tatividade. Eles estavam saindo do emblema da Petro-

Um bom gestor não deve olhar só agir com o coração e sim olhar para

o coração da empresa. Tem que ter coragem de despedir para lá na frente poder ter a felicidade de con-tratar mais gente. Tem que ter muito cuidado com o que é teoria e o que é realidade. A teoria não mostra os

problemas que enfrentamos. Às vezes é um pouco dolorido, mas é assim.

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!"

bras e entra o da Ale. Quem não conhece, pensa que a Ale é no mínimo parecido com a Petrobras. Além disso, quase todo jogo do Flamengo era transmitido para todo o Brasil. Nós pagamos R$ 5 milhões por um contrato de 90 dias e gastamos mais R$ 2 milhões em marketing. O time estava numa má fase, mas acreditá-

primeiros colocados no Campeonato Brasileiro. Aí o Flamengo teve sorte e começou a ganhar. A Olympikus chegou a vender 1 milhão de camisas, multiplique isso

com a marca da Ale circulando pelo país. Então tudo deu certo: o Andrade deu certo, o Adriano deu certo, até o goleiro (Bruno) que ainda não tinha entrado na-quela confusão deu certo. A gente fez muito marketing de guerrilha, que é o nosso forte.

A mesma coisa foi com o Vasco. O time também não estava bem e vinha perdendo várias partidas. Investi-mos e o time chegou a ganhar a Copa do Brasil, saindo de ser vice-campeão. Isso tem casos de sucesso e casos que deram errado.

Já com o Coríntias de Caicó, a gente começou com a Sat em 2000. A nossa ajuda foi importante porque captou outros patrocínios e isso impulsionou o time, que embalou e foi campeão invicto do primeiro tur-no, sendo campeão do segundo turno. Foi o primeiro time do interior do estado a ser campeão ganhando do ABC e do América. Mas o valor é uma coisa muito relativa, porque com o Flamengo nós investimos R$ 5 milhões e foi como se tivéssemos investido R$ 120 milhões, porque foi esse o resultado quando medimos o valor das aparições. Marketing só é caro quando não traz retorno.

-dade dos clientes?

frieza mata as pessoas, se você não trata bem o cliente você é apenas mais um. Tem que ter um diferencial. A gente cresce tentando ser como a gente começou aqui no RN. Esse é o segredo da Ale. Além disso, você tem que saber que do jeito que você é bem tratado aqui, vai ser em Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro. A di-

você esteja.

Quais são os planos para o futuro?

Nós entramos num grupo seleto das 4 maiores em-presas de distribuição do combustíveis do Brasil. Só temos 4,2% do mercado brasileiro, então há um belo caminho pela frente. Se eu disser que posso triplicar essa empresa, eu não estarei falando besteira porque há espaço. No Brasil, 25% dos postos ainda não tem bandeira e a gente tá caminhando para ocupar os es-paços e diluir os custos. Esse ano, a Ale vai investir R$ 155 milhões em ações de ampliação e melhoria da nos-sa estrutura. Pretendemos chegar a estados como Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, além de conquis-tar mais 160 postos. Nosso objetivo é alcançar fatura-mento perto dos R$ 10 bilhões.

Em relação ao futuro da empresa, você ainda é uma pessoa jovem, mas já pensou na sucessão e como vai ser esse processo?

eu sucedi papai e graças a Deus, deu tudo certo. Mas se a felicidade deles estiver em outra área, que eles tenham a inteligência de serem bons acionistas. Ser um bom dono é saber escolher as melhores pessoas. Se não for você, não adianta. Se eu descobrir amanhã uma pessoa que seja melhor do que eu no que eu faço,

gerar melhores resultados.

Qual é o topo para você?

Não existe topo, existe bem estar. Você tem que fazer bem feito e ter metas para alcançar. Chega um ponto em que dinheiro não é mais o que lhe agrada. O que traz felicidade é estar gerando resultado, estar crescen-do, pagando impostos, vencendo batalhas, espalhando a sua ideia. Tem hora que não é o mais o veículo que se tem, ou o apartamento. É se eu estou contribuindo.

O que falta para que o RN acompanhe o ritmo de desenvolvimento de outros estados do Nordeste?

O RN tem uma bancada política em Brasília muito forte, todos os parlamentares são de primeira linha. O RN em si quer se desenvolver, mas tem que ter habili-dade e ação, que é o que já vem acontecendo em outros estados como Ceará e Pernambuco, onde o ambiente está mais propício para o empresário. Se o estado quer

CASE DE SUCESSO

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ter a vocação empresarial, tem que se preparar: tem que ter infraestrutura, tem que melhorar o porto de Natal. O aeroporto de São Gonçalo do Amarante já foi uma grande conquista.

Como você avalia o desempenho do Gover-no Federal em relação à economia?

A economia brasileira mudou bastante. Hoje há mais dinheiro circulando, há mais seguran-

nanceira, há os incentivos, os programas sociais, os juros caíram. Por outro lado, o in-tervencionismo está muito forte, o que é uma queixa dos empresários. Mas eu acho que o sal-do está sendo positivo. Nenhum governo será 100%, mas a presidente Dilma é uma pessoa com o pé no chão. O Brasil está caminhando bem, embora tenha alguns problemas de infra-estrutura.

Sobre infraestrutura, a Ale é uma empresa que vive de logística e todos reclamam da questão das estradas, portos e tudo mais. O que você tem a comentar sobre isso?

culdades pelo lado posi-tivo. Se tivesse tudo pronto, nós iríamos fazer o que? Aqui nós temos trens para fazer, metrô, portos, rodovias... é um país que tem muito trabalho pela frente. O Brasil é um país que se tudo funcionasse certinho, com certeza quem estaria me entrevistando aqui seria um corea-no, porque o país estaria sendo invadido agora.

cul-dades, pela morosidade. Quem sabe viver nis-so, sai na frente.

Como é Marcelo fora da empresa?

Minha vida é muito regrada como eu sempre fui. Nunca deixei o dinheiro passar do bolso. Sou um cara muito simples, humilde, presta-

lho, e lho, se é um bom marido.

Moro em Natal por opção, não era para eu mo-rar porque meu mercado não está aqui. Cada

1996

2005

Fundação da ALE e da SAT.

Inauguração dos primeiros Postos SAT em São Rafael/RN e

Ceará-mirim/RN.

A ALE entra para a história ao ser a

primeira distribuidora a comercializar o Biodiesel

no país.

A ALE investe pela primeira vez no futebol

com patrocínio à equipe do Botafogo, campeão

carioca no ano seguinte.

Inauguração do primeiro posto ALE em Belo Horizonte/MG.

A SAT alcança a marca de 100 milhões de litros de

combustível vendidos em um único mês.

Inauguração da primeira loja de conveniências Toda

Hora (SAT) em Natal/RN.

A ALE inaugura sua primeira base de

distribuição própria em Betim/MG.

Lançamento do Programa Classe A de Controle de Qualidade da ALE.

ALE inaugura a base de Duque de Caxias/RJ e já conta com uma frota de mais de 90 caminhões-tanque.Lançamento do PLQ,

Programa Ligado na Qualidade da SAT.

Criação da Linha de

O Corinthians de Caicó é campeão potiguar com o

patrocínio da SAT.

O Posto Escola se transforma na Academia Corporativa que treina hoje mais de 2500 pessoas por ano.

com o ISO 14001 - ResponsabilidadeAmbiental.

1998

1999

2000

2001

2003

CASE DE SUCESSO

LIN

HA

DO

TEM

PO

Page 17: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

!"

pessoa encontra uma forma de relaxar e a minha é estar aqui, ir à praia, ver os amigos, bater papo sem ser sobre negócios. Sou uma pessoa normal, nun-ca deixei de fazer nada porque sou empresário. Se um dia meu trabalho tirar o tempo que eu tenho de lazer, aí eu deixo de trabalhar. Gosto de futebol e de esportes aquáticos como natação e mergulho. Também gosto de festas populares, especialmente o São João.

Qual a mensagem que você gostaria de passar

para os leitores da nossa revista?

Procure ser jovem com cabeça de velho. Quan- car experiente, melhor você pode

tomar as suas decisões e pode praticar mais suas coragens e suas virtudes. Se eu tivesse essa inteli-gência muito mais cedo, logicamente eu teria mais tempo e disposição para trabalhar. O grande em-preendedor não é só Marcelo Alecrim, mas tam-bém o cara que vendia sorvete e hoje é dono de uma fábrica de picolé, o cara que foi um garçom e hoje é dono de um restaurante. Depois, tem que saber fazer a equipe para que você possa se divi-dir. Outra coisa importante é que hoje os grandes cursos estão nas revistas, nos jornais, na internet. Que cada um leia e interprete de uma forma sua. O brasileiro tem mania de idolatrar pessoas que não conhece, mas você tem que idolatrar seu pai, sua mãe, sua companheira, pessoas que lhe viram

m, eu digo escute várias opiniões e procure adquirir ex-periência.

O Brasil vive hoje outra realidade. O Governo pegou o maior bem que o trabalhador tem que é o seu salário

e baixou os juros. Se você olhar, está

ços foi que estourou. Se você pensar no todo, o Brasil melhorou muito.

Pode melhorar? Pode. É por isso que o lema de Eduardo Campos não é

bater em Dilma, mas dizer que pode melhorar.

Flamento é campeão brasileiro com

patrocínio da ALE.

Equipe ALE participa pela primeira vez

do Rally Dakar e do Rally dos Sertões.

ALE inaugura base de Luís Eduardo

Magalhães/BA.

ALE patrocina o Estádio Olímpico João Avelange, o Engenhão, no Rio de Janeiro e o Botafogo, campeão carioca.

vocação de pé-quente e Vasco da Gama,

patrocinado pela ALE é campeão da Copa do

Brasil.

ALE se torna

São Paulo F.C.

A fábrica de asfaltos de Ponta Grossa/PR é

ativada.

A ALE é a 4ª maior distribuidora do país com uma rede com mais de 1700 postos, 3,6 bilhões de litros comercializados por ano e R$ 7,1 bilhões de faturamento.

2009

2010

2011 HOJE

Abasteça sua garagem é a primeira promoção nacional após a fusão.

2007Fusão da ALE com a SAT, formado a ALESAT Combustíveis S.A, 6 maior distribuidora do país com mais de 1050 postos, 2,6 bilhões de litros de combustível vendidos por mês e R$ 5,1 milhões de faturamento.

2006

Convenção DÁ-LHE ALE é realizada em Natal/RN, onde é divulgado o novo posicionamento da ALE após a fusão.

ALE adquiire toda a rede REPSOL no Basil, cerca de 330 postos, além da fábrica de asfaltos em Ponta Grossa/PR.

Em Setembro adquire também a Polipetro, distribuidora catarinense com cerca de 130 postos em Santa Catarina e no Paraná, ampliando sua atuação no sul do país.

Inauguração da base de Brasília/DF.

2008

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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

GESTÃO

Engº Italo Andrade de Souza

Consultor empresarial

[email protected]

Aplicando o Balanced Scorecard (BSC)

Há tempos se fala em planejamento estraté-gico para nortear os passos de organizações, seja no

mento estratégico e quais suas principais ferramentas? Como podemos efetivamente aplicá-lo em nossas or-ganizações para otimizarmos nossos resultados?

Em poucas palavras, planejamento estratégico é o con-

objetivo traçado após o pleno entendimento das vari-

externamente.

Na maioria dos casos o planejamento estratégico é vis-to pelos empresários como uma ferramenta complexa, com aplicação somente em grandes organizações, e

cas de seu negócio como missão, visão e valores.

O resultado desse pensamento é que muitas organi-zações seguem em frente sem estudar pontos críticos

casso.

Pensando nisso, Robert Kaplan e David Norton desen-volveram em 1992 em Harvard uma ferramenta visual para um planejamento estratégico dinâmico, mensu-rável e visual, o Balanced Scorecard (BSC).

O Balanced Scorecard é um conjunto equilibrado de indicadores de desempenho vinculados à missão, vi-são e valores da empresa e que devem ser traçados pre-viamente à utilização da ferramenta.Muito utilizado em grandes empresas o BSC é facil-mente aplicável em pequenas organizações hoje sem planejamento ou que buscam o crescimento em novos mercados.

como um novo sistema de medição de desempenho que dá os gestores uma visão rápida, mas abrangente do seu negócio.

O Balanced Scorecard consiste na maximização de resultados de quatro perspectivas que se interrelacio-nam, são elas:

Para caracterizarmos a primeira delas, aprendizado e crescimento, devemos pensar em responder a per-gunta: “Para alcançarmos a nossa visão empresarial, como promoveremos nossa capacidade de mudar e melhorar internamente?”

Em seguida, e em consequência do aprendizado e crescimento, a pergunta a ser feita é: “Em que proces-sos internos deveremos ser excelentes para satisfazer-mos nossos clientes?”

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Crescimento e Processos Internos, se faz necessário en-tender como a organização deve parecer aos olhos dos clientes e o que pode ser implementado para uma melhor performance nesse quesito.

empresa através da redução de custos com processos mais

conversão ou valor médio de vendas.

estratégico da organização. Como um quesito de apren-dizado e crescimento se relaciona com a melhoria de um processo interno? Você irá notar que Balanced Scorecard

tivas! Essa é a metade do caminho.

para cada perspectiva. Se a nossa visão for bem sucedida, como nos diferenciaremos da concorrência em aprendi-zado e crescimento? E em processos Internos? e quanto à percepção do Cliente? O que ocorrerá na perspectiva

Elencar os objetivos estratégicos permitirá a visualização dos fatores de sucesso de cada perspectiva na organização. O que é imprescindível para sua empresa se diferenciar em seus objetivos estratégicos ante a concorrência e ao mer-cado? O que absolutamente não pode deixar de ser feito?

A esse ponto já estará bem claro o que fará a diferença e o que será tido como norte de cada perspectiva. São então

elaborados os Indicadores Chaves de Performance, em inglês Key Performance Indicator (KPI) para cada pers-pectiva, que deverão ser atualizados frequentemente.

Por exemplo, em uma perspectiva de aprendizado e crescimento, onde se busca o desenvolvimento de com-petências de operação terá como consequência em pro-cessos internos uma redução do número de produtos não-conformes, que se desdobrará em clientes mais

vendas ou do ticket-médio por cliente.

Com isso, a organização terá a qualidade como objeti-vo estratégico e deverá se preocupar tendo como fator crítico de sucesso a conformidade do processo e poderá mensurar seu sucesso através do indicador (KPI) “% de produtos não conformes”.

Nesse momento já se sabe onde a organização quer che-gar e é necessário ser observado para que o objetivo seja alcançado. Assim, de posse do mapa estratégico e suas perspectivas, dos objetivos de desempenho, dos fatores de sucesso e dos indicadores, já é possível elaborar pla-nos de ação para cada área da organização.

Em pesquisa realizada pela Bain&Co evidenciou-se que menos de 10% das estratégias efetivamente formuladas são efetivamente executadas, o que mostra a importân-cia de um plano de ação bem elaborado com prazos, custos, metas e responsáveis.

mente o rumo da sua organização e diferenciá-la no mercado, uma vez que todas as métricas para a melho-

e relacionadas com um plano de ação. Mãos à obra!

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Untitled-1 21 11/06/2013 16:49:28

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EMPREENDEDOR ON

O empresário Francisco Lamy, natural de Lisboa - Portugal, fez o mesmo caminho de seus antecedentes: en-cantado com as terras de praia e sol, ele decidiu, ainda ado-lescente, vir morar no Brasil. A novela Gabriela Cravo e Ca-nela, baseada na obra de Jorge Amado, era transmitida pela televisão portuguesa no ano de 1979 e foi importante na hora de decidir mudar de continente. “Assistíamos a novela Gabriela e nos encantávamos com a beleza das paisagens de Ilhéus. Que jovem não gostaria de morar no Brasil?”, contou Francisco durante uma agradável conversa com a Revista ON.

Seu pai, que era industrial em Portugal, já morava em São Paulo, mas Francisco escolheu morar no Rio de Janeiro. Geógrafo por formação, ele estava sempre viajando e foi

México que surgiu a vontade de morar num lugar diferente das cidades mais desenvolvidas do Sudeste. Natal, que ti-nha sido um de seus destinos durante as férias, foi o lugar escolhido. Ele explicou que nessa mesma época, estavam começando a surgir no Brasil os primeiros laboratórios de

e que já eram bastante difundidos na Europa.

BEMNA FOTO.

farmacêutica, o

empresário Francisco

Lamy conta como conduz

dois negócios de muito

sucesso em Natal, terra

que escolheu como sua

morada.

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dak para montar o primeiro laboratório de revelação expressa no Brasil da referida marca. O minilab que existia em Natal pertencia à concorrente empresa Fuji e

o Kodak Express e uma máquina de impressão quatro vezes mais veloz, o laboratório de Francisco era capaz de realizar revelações em 50 minutos. Surgia, assim, a Suisse Color. Para abrir o negócio, ele buscou aperfei-çoamento e passou alguns meses em treinamento em laboratórios na Suíça – o que deu origem ao nome do seu negócio de sucesso –, conhecendo as técnicas e aprendendo a manusear os modernos equipamentos à época. Quatro anos depois, os minilabs da Kodak já somavam mais de 1.800 em todo o Brasil.

Visionário, Francisco trouxe a Suisse Color para Natal com uma proposta diferente. Para a divulgação de seu negócio, ele contratou uma empresa de promoção de eventos e conseguiu reunir patrocinadores para a reali-zação de grandes shows na capital potiguar. Em apenas um ano, foram realizadas mais de 20 apresentações e com a consolidação da marca, ele alcançou a lideran-ça do mercado nesse período. A Suisse Color, aliás, mantém-se na liderança até hoje. Mas para Francisco, o mais importante é a qualidade do serviço prestado e a conveniência oferecida ao cliente. “É muito mais im-portante se ter qualidade de serviço. Mas hoje não po-demos pensar apenas nisso, pois a qualidade é algo im-prescindível para qualquer negócio. Nosso diferencial está na compreensão das necessidades de cada cliente de forma individual, oferecendo-lhe maior conveniên-cia”, explicou.

Outra jogada interessante e que ajudou a consolidar o nome da Suisse Color no mercado potiguar foi a par-ceria com o Carnatal, considerado o maior carnaval fora de época do Brasil. De 1996 a 2000, a empresa foi

apenas para o setor das arquibancadas, mas a lem-brança na mente do folião ainda era muito forte. “O case da Suisse Color com o Carnatal foi uma exceção,

como um todo não tinha durante os dias de festa. Era preciso descobrir um modo para que o Carnatal não fosse somente a folia, então nós criamos um elo com os participantes e chamamos a atenção para os nossos produtos. Isso foi um sucesso”, lembrou.Adequando-se à modernidade

estava em iniciação. Ele então procurou a Kodak em busca de alternativas que possibilitassem o processo

ca, não havia a compatibilidade de equipamentos para isso. Diante da ausência de uma resposta satisfatória, Francisco se uniu a um empresário japonês que atuava

juntos, desenvolveram uma alternativa, compatibili-zando alguns aparelhos de impressoras térmicas com a plataforma Mac. O resultado foi tão surpreendente que nem a própria Kodak acreditou que fosse possível. “Fiz parte do Conselho de Presidência Mundial da Kodak durante dois anos e em 1997, eu alertei que a empre-sa ia falir porque havia perdido o tempo do processo digital, enquanto a Fuji ganhava mercado. Hoje a Fuji é uma grande empresa e a Kodak é uma massa falida”, argumentou. A parceria com a Kodak acabou no ano de 2000, quando Francisco fechou negócio com a Fuji.

Nacional Geographic Magazine, montando um posto de observação em Fernando de Noronha que funcio-nou durante 12 anos. A parceria possibilitou a reali-zação de uma das primeiras captações debaixo d’água, durante a exploração de uma embarcação afundada há 56 metros. Depois de captadas, as imagens foram transmitidas pelo posto para uma teleconferência ao vivo que acontecia a nível mundial.

ciclo. Há alguns anos, as pessoas tinham um fator li-

fotos. Hoje, com o avanço da tecnologia, não existe um

de revelação por pessoa era de 29 fotos, hoje esse nú-mero chega a 120.

Mas segundo ele, o Rio Grande do Norte é um estado que não privilegia a história, pois é o único do Brasil

Mesmo assim, as revelações ainda são as grandes res-ponsáveis pela maior parte do faturamento das atuais 3 lojas da Suisse Color em Natal. O número, aliás, di-minuiu bastante. Já foram 12 na capital potiguar, 4 em João Pessoa, 1 em Recife e 1 em Fernando de Noronha. Além das lojas de Natal, ainda há 1 em funcionamento na capital paraibana.

Indústria da Saúde

trabalho e que seria capaz de passar dias seguidos se

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garam a 17 empresas dos mais variados ramos. Casado

tre o trabalho e a qualidade de vida e em 1998, vendeu suas empresas e passou a dedicar-se à Suisse Color e à Biowell America. Esta última, uma distribuidora de medicamentos preventivos e suplementos alimentares, fundada em 1992.

Assim como enxergou um futuro promissor no merca-

na indústria farmacêutica poderia gerar grande retor-no, especialmente com o avanço da medicina e com o crescimento do acesso à informação, fazendo com que a sociedade esteja cada vez mais atenta aos cuidados com a saúde. Ele é sócio dos empresários Hélio Bezerra e Sílvio Bezerra.

“Nós observamos que havia uma brecha no mercado de vitaminas no Brasil porque comparávamos com o resto do mundo, que consumia muito mais. De 1992 a 1998, esse mercado cresceu 2.000% ao ano e de lá para cá, continua crescendo 30% ao ano. Poucos são os merca-dos que apresentam um desempenho tão bom quanto este”, esclareceu.

Há dois anos, Francisco e seus sócios começaram a buscar outros mercados com o objetivo de expandir os negócios. A fábrica dos produtos FDC, situada em Miami, nos Estados Unidos, já fornece vitaminas e su-

foi acatado. Hoje, eles são distribuidores exclusivos no continente, com sede em Portugal e atuação também na Espanha, França e Itália.

Embora a empresa tenha maior atuação no Sudeste brasileiro, Francisco conta que sediá-la no Rio Grande do Norte foi uma escolha dele e dos sócios. “Seria bem mais viável para nós que a empresa tivesse sede em São Paulo, já que o mercado aqui é pequeno. Mas optamos por mantê-la no RN porque geramos uma arrecadação de impostos muito alta. Ficamos aqui por escolha, para privilegiar o estado que queremos tanto bem”, disse.

A mercadoria chega de Miami ao Brasil via porto de Suape, em Pernambuco, e é trazida para Natal, onde passa por um processo de controle de qualidade em la-

e farmacêuticos. Os produtos, que já vem envasados, são distribuídos para 20 mil farmácias em todo o Brasil num prazo de 48 horas. Para isso, eles necessitam de um esquema extremamente organizado de logística e

Para manter o intenso ritmo de trabalho, Francisco confessa que é consumidor dos produtos que distribui. “Nunca parei na vida. Acordo muito cedo e vivo inten-samente o meu dia e as vitaminas me ajudam muito. Eu tomo o nosso polivitamínico e o ômega 3”, revelou.

Cônsul

Além de empresário, Francisco é também Cônsul de Portugal. Nossa entrevista foi realizada na sede do Consulado em Natal, onde ele dá expediente durante as manhãs. Mas a atividade, segundo ele, é uma forma de ajudar as pessoas de seu país, bem como os brasilei-ros que precisam de auxílio em assuntos relacionados à sua terra. “Cônsul não é uma questão de ser, e sim de

ção, eu consigo ajudar as pessoas. No ano passado, por exemplo, eu consegui viabilizar uma quantidade de bol-sas de estudos para graduação, pós-graduação, mestra-do e doutorado tão grande quanto para um estado da Bahia, que tem uma população maior que a do RN. Isso

ao Consulado de Portugal”, contou orgulhoso.

O convite surgiu de forma inesperada no ano de 2006. Numa determinada ocasião, ele foi questionado por membros do Consulado Geral de Portugal se toparia assumir o cargo na capital potiguar. Respondeu que se-ria uma honra, mas que não concordava com o atual

fossem criadas algumas condições. Ele viajou de férias no dia 15 de abril e ao retornar ao Brasil em 5 de maio, descobriu que sua nomeação havia sido publicada no Diário da República e divulgada em toda a imprensa portuguesa no dia 21 de abril, sem seu conhecimento. “Recebi uma ligação do Cônsul-Geral me parabenizan-do e eu não sabia a razão. Fui pego de surpresa, mas todas as minhas condições foram atendidas. Hoje, o Consulado de Natal é honorário, mas tem basicamente as mesmas funções de um Consulado Geral”, falou.

EMPREENDEDOR ON

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Francisco também se envolveu na criação da Câ-mara de Comércio Brasil Portugal, uma instituição independente e focada nas relações comerciais en-tre os dois países.

Cidadão do mundo

Questionado se mantinha alguns hábitos típicos portugueses, Francisco foi enfático ao dizer que se considera “uma pessoa do mundo, não de um lugar”. No entanto, ele se revelou um grande admi-rador da culinária e dos vinhos portugueses. Ele se disse também amante de tudo relacionado à natu-reza, especialmente ao mar. Gosta de praticar mer-gulho e nado, mas também se rende a aventuras em outros cenários, como montanhas. No Brasil, o que mais lhe encanta, além das belezas naturais, é a “tropicalidade” – o que ele descreveu como “modo mais simples de conviver e se comunicar”. De Por-tugal, ele cultiva a sensibilidade em relação à dife-rença entre as classes sociais, coisa que, no Brasil, ele acredita ainda ser muito grande.

Mensagem ao empreendedorEmpresário de sucesso em todos os negócios que

que não se considera um grande empreendedor.

Mesmo assim, ele deixou uma mensagem aos lei-

tores da Revista ON, destacando a importância de

se dedicar ao objetivo e ser persistente. “Não per-

ca etapas da sua vida. Se você é jovem aproveite e

seja arrojado. Se quebrou a cara, levante-se e con-

tinue. Nunca vi nada na vida acontecer sem muito

trabalho, pois não existe outra maneira de ganhar

dinheiro honestamente. Outra coisa que eu digo é

que tenha sempre em mente pensamentos positi-

vos, pois o bem material está relacionado ao bem

espiritual. Pratique o bem e o bem virá até você”,

É muito mais importante se ter qualidade de serviço. Mas hoje não podemos pensar apenas nisso, pois

a qualidade é algo imprescindível para qualquer negócio. Nosso difer-encial está na compreensão das ne-cessidades de cada cliente de forma

individual.

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A ALMA DONEGÓCIO

Como você avalia o mercado publicitário do Rio Grande do Norte atualmente?

Eu já fui mais otimista. Eu acho que o mercado de pro-

de cinco anos para cá, deixou de crescer. Alguns seg-mentos crescem, mas servem para suprir a ausência de outros. Por exemplo, o mercado imobiliário era o seg-mento que mais se apresentava na publicidade, só que caiu substancialmente. Para suprir, você tem que fazer novos anunciantes chegarem e essa quantidade ainda não se igualou à perda. Na hora que você perde merca-do, você perde competitividade. Há cinco anos, talvez estivéssemos mais próximos dos mercados do Ceará e de Pernambuco do que estamos hoje.

Por que o mercado do RN não cresceu?

Com certeza está diretamente ligado ao crescimento econômico do estado. Se você observar os outros esta-dos, eles tiveram um grande crescimento nos últimos cinco ou dez anos. Aqui tivemos ainda um agravante: importantes anunciantes foram comprados por em-presas de fora. O Rio Grande do Norte tem poucas indústrias. Mas não é por isso que temos um merca-do desvalorizado ou pequeno. Na época em que eu era presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do RN (de 2006 a 2009), nós fazíamos uma estimativa do faturamento das empresas, que dava em torno de R$ 120 milhões por ano. Se você for fazer um levantamento de hoje, deve dar a mesma coisa.

Como as agências fazem para driblar a cultura de

Arturo Arruda é proprietário

da Art&C, a maior agência

de publicidade e propaganda

do Rio Grande do Norte. Em

entrevista à Revista ON, ele

avaliou o mercado publicitário

potiguar e falou sobre os

agência.

que as empresas não precisam investir em marke-ting e publicidade?

Se você analisar de 20 anos para cá, isso evoluiu muito. Antigamente se via publicidade mais como uma despesa do que como um investimento. Praticamente toda rela-

dono da agência. Hoje isso já mudou muito. Pelo me-nos aqui nós tratamos comunicação com os executivos.

anunciantes já tem departamento de marketing. Isso mostra uma evolução, pois se o cliente destinou um exe-

vendo como uma coisa importante.

E o que contribuiu para essa evolução?

pela concorrência. Dentro das agências, essa relação também mudou muito. Eu ainda peguei o tempo em que você entrava numa agência e não havia nenhum

aproximava era quem era formado em Jornalismo. Aqui na Art&C, eu talvez seja o único que não tem essa for-

O mercado

publicitário potiguar

parou de crescer.

MERCADOS

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mação. Eu sou formado em Direito com especializa-ção em Publicidade. Mas aqui todos tem formação ou ainda estão estudando.

-cado no RN ou ainda é preciso buscar pessoas de fora?

Em alguns departamentos, ainda precisamos buscar gente de outros estados se quisermos um excelente

Planejamento e Mídia, além de redator, que não é fá-cil. Eu defendo muito que redator seja daqui porque tem que conhecer as particularidades de nossa terra. O que diferencia a agência local de uma agência na-cional é o conhecimento local. Quando chegam anun-ciantes que pensam em contratar agências de fora, nós utilizamos esse argumento: ninguém conhece a reali-dade local como as agências daqui.

Você já observou se o uso do regionalismo gera um

Eu não diria que usar o regionalismo é fundamental para criar a identidade entre o anunciante e o consu-midor. É claro que tem segmentos nos quais o regio-nalismo tem mais a ver, como, por exemplo, a cam-panha que fazemos do Mossoró Cidade Junina. Mas já teve momentos em que usamos atores de Mossoró, mas outros em que trabalhamos com um ator glo-bal. Quando eu falo do regionalismo, é saber o que o norte-riograndense gosta de ouvir. É muito esquisito usar termos ou sotaques que briguem com o ouvido do potiguar, coisa que pode ser que uma agência de fora não atente.

A campanha majoritária de 2012 teve uma carac-terística interessante: todos os candidatos contra-taram marqueteiros locais. Você acha que isso é

O que vou dizer talvez não agrade, mas eu acho que é uma mistura de evolução da qualidade dos marque-teiros locais com a falta de orçamento. Quando se tem dinheiro sobrando, eles vão atrás de marqueteiros de fora. Quando o orçamento é curto, eles se pegam com a prata da casa.

Por que essa desvalorização?

Não acho que seja uma desvalorização. Por ser daqui, eles acham que a gente consegue fazer mais com me-nos. Quando vem de fora, tudo passa a ser mais caro. Não é porque a qualidade do de fora é maior do que a nossa, mas se eu vou contratar um marqueteiro de fora, toda a equipe também é de fora. Então tem que arcar com esses custos. Se você for analisar, o valor co-brado por marqueteiro de fora talvez seja semelhante ao cobrado por um marqueteiro daqui. O marquetei-ro ganha a fama de que é quem ganha muito dinheiro, mas, na verdade, ele é quem tem o ônus de cobrar o preço de uma equipe que é enorme. O que diferencia um marqueteiro daqui de um de fora é a equipe. E se você me perguntar se a equipe de fora é melhor do que a equipe daqui, eu digo que tem gente daqui que vai para fora toda campanha. Meu diretor de criação, George Wilde, faz parte do primeiro time de João Santana, ele já trabalhou em oito ou nove campanhas, inclusive nos dois turnos da campanha da presidente

vão fazer campanha lá fora? Porque ganham mais. Os orçamentos aqui são apertados.

Como você avalia o desempenho dos marqueteiros locais?

Eu acho que temos de positivo os resultados das últi-mas eleições. Se formos analisar nas disputas nos últi-mos anos, o santo da casa tem feito milagre: em 2002,

Todos com marqueteiros daqui. Na medida em que os resultados dos marqueteiros locais estão dando conta do recado, não precisa trazer de fora, ainda mais sa-

esse formato de equipe de fora não tem dado certo em alguns lugares.

de outros mercados do Nordeste, mas como esta-mos a nível de Brasil, especialmente comparando às agências do Sudeste?

Em relação à qualidade, eu não vejo muita diferen-

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ça porque quando vamos para as premiações, sem-pre vemos as agências daqui bem colocadas. Nesses prêmios, sempre as agências do RN estão em 2º ou 3º lugar e nós não somos o 2º ou 3º mercado. Talvez sejamos o 5º ou 6º mercado do Nordeste. Nos últimos

num deles, fomos os ganhadores. A qualidade da gen-te é boa, o que acontece é que o mercado é pequeno porque é compatível com o tamanho do estado, que representa 1% do PIB brasileiro. Então representamos 1% da propaganda do Brasil.

Qual a melhor maneira de empresas b2b* fazerem

marketing?

Eu acho que não existe uma fórmula. Cada caso é um caso. Eu sou contra essa história de que com propa-ganda barata, você consegue ter um bom resultado. Existe hoje uma praga em todos os níveis de cliente que eles querem ir para a internet porque acham que é barato e vai resolver o problema deles. Vai ter um caso, 1 em 1 milhão, que o cara conseguiu resolver o problema dele com as redes sociais, mas é um fenô-meno que vai servir de case pro mundo todo. Mas não é normal você usar uma rede social e conseguir zerar um estoque. Não existe isso. O que você pode fazer é um complemento da comunicação da marca atra-vés das redes sociais. No b2b depende do caso, mas eu posso usar ferramentas como e-mail marketing, eventos, revistas...

*O termo b2b, ou business to business, é utilizado para nomear negócios entre empresas.

Com o crescimento da mídia digital, você acredita

que a mídia impressa vai acabar?

Não. Os últimos índices tem mostrado que as tiragens de jornal voltaram a crescer. Eu vejo que a mídia de modo geral oferece ao leitor conteúdo e como chegar ao leitor é o veículo. Uma revista, por exemplo, precisa oferecer vários canais. A revista com maior tiragem no Brasil, a Veja, disponibiliza também conteúdo digi-tal. A mídia impressa, na minha opinião, serve muito como credibilidade da informação porque é um do-cumento.

no mercado potiguar?

Sim, todo dia nascem agências, como fecham tam-bém. O mercado é muito dinâmico e ele é o ditador da regra. Se hoje as agências que existem não atendem a contento, se chegar uma agência com uma proposta nova, vai conquistar mercado. A Art&C não é a maior agência do RN há pouco tempo, isso já acontece há 8 anos e a agência foi fundada há 15. Mas alcança-mos esse patamar porque oferecemos um diferencial.

meus concorrentes não oferecem. As agências nor-malmente se vendem argumentando que são criati-vas. Talvez nosso diferencial é que somos uma agên-cia completa, que pensa como cliente. A agência de propaganda é uma empresa e deve ser tocada dessa maneira. Eu tenho que ter planejamento estratégico, consultoria, parte administrativa equilibrada e tenho que entender de business porque eu converso sobre isso com meus clientes.

-

sionais da área?

Existem os cursos de Publicidade e existem os cursos de pós-graduação e especialização. Mas eu acredito muito na formação técnica junto com a prática, e nada

tunidade para estágios.

agência no RN?

seguir mostrar a sua proposta na prática. Vou reme-ter um pouco para a história da Art&C, que quando nasceu não tinha clientes nem funcionários, só tinha sócios. Éramos eu, Pedro Ratts e Clarissa, hoje os dois tem suas próprias agências. Nós fomos atrás de mer-cado e usávamos a nossa credibilidade pessoal e a ex-periência que tínhamos em outras empresas. Fomos visitar os clientes pedindo a oportunidade de mostrar que poderíamos fazer diferente. Até conquistar esse primeiro cliente, o caminho foi difícil. Há cinco anos, abri a agência Bora em sociedade com João Daniel e foi bem difícil. Eu não pude começar essa agência como comecei a Art&C, que não tinha custo. Eu só to-

MERCADOS

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pei abrir a Bora formando a estrutura completa para depois ir atrás dos clientes. Mas encontrar um cliente que aposte num projeto novo é a coisa mais difícil do mundo. Manter uma agência é difícil tanto para o grande quanto para o pequeno. Para o pequeno por-que o orçamento é pequeno, e para o grande que tem o faturamento grande, mas também tem uma grande despesa. Mas esse problema é aqui e em São Paulo, só mudam os zeros – e eles tem um bucado de zeros a mais.

O que o motivou a abrir uma nova agência? Foi a necessidade de mercado?

bo há dez anos. Eu trabalhava lá e vi muitas contas

ela abastecia as concorrentes. Eu passei um ano fora fazendo especialização e quando voltei, propus abrir uma agência em sociedade com a Dumbo, que na época entendeu que não era um bom projeto e tinha um percentual de apenas 10%. Nossa ideia era pegar as contas que a Dumbo não poderia pegar. Dez anos depois, eu senti isso na pele porque passei a não po-der atender algumas contas. Meu sócio João Daniel trabalhava aqui comigo e foi fazer especialização fora do país. Quando estava prestes a voltar, me mandou um e-mail e eu sugeri a sociedade. Ele topou e assim surgiu a Bora. Deu muito certo e em junho, a Bora vai estar maiorzinha. Vamos realizar uma fusão com o Comitê Criativo, que vai levar a cartela de clientes e seus gestores. Vamos somar esforços, mantendo o nome da Bora.

Você acha que a fusão de agências é uma tendên-cia do mercado?

Eu não diria tendência, mas é uma alternativa para quem quer somar esforços e crescer mais rápido. Isso é normal em grandes mercados. É claro que você tem que respeitar os princípios das empresas, que devem ser parecidos e os gestores devem ter empatia por-

O que você diria para as agências que estão co-meçando agora?

Não desista. Não é fácil, eu trabalho das 8 da manhã até as 8 da noite. Mas o mercado está aí, aberto para quem é bom.

MERCADOS

Reconhecimento mundialMais um prêmio para a coleção de Arturo Arruda

e sua Art&C. Durante o Festival Mundial de

Publicidade, realizado no início de junho pela

Associação Latino Americana de Publicidade

(ALAP), o publicitário potiguar recebeu o título de

“Publicista Latino Americano”. Representando

sua agência, ele concorreu com quinze

brasileiros e outros publicitários da Colômbia,

Venezuela e Chile. Nesse festival, que aconteceu

em Gramado, Rio Grande do Sul, Arturo também

promovido pela Rede Globo.

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Você sabe que um anúncio é bom

quando sua mensagem permanece

após virar a página.

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Você sabe que um anúncio é bom

quando sua mensagem permanece

após virar a página.

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35

JOVEM EMPREENDEDOR

MATHEUS AQUINO

Muitos dizem que o tino empreendedor está no sangue. Pode até demorar algum tempo para que ele desperte, mas um dia ele sai dos sonhos e se torna real. Em muitos casos, as pessoas chegam a envere-dar por outro caminho - geralmente nada a ver com a veia empreendedora que possuem - e só depois se dão conta daquilo que realmente nasceram para fazer. Foi assim que aconteceu com o natalense Matheus Aqui-no, 25 anos.

O gosto pelas artes marciais começou quando ainda era adolescente, época em que ia dormir às 3h para

esmo tendo que acordar às 6h no dia seguinte para ir à escola. Mas até se tor-nar um empresário de lutadores de MMA de sucesso, Matheus percorreu um caminho totalmente diferente. Precisou se formar em Direito e começar a advogar para perceber que lidar com leis não era mesmo a sua praia.

“Hoje eu quero distância de Direito”, diz, sentado em uma confortável cadeira na sala de reunião do escritó-rio de advocacia que divide sociedade com um amigo. Do escritório, só leva a parte societária. Não atende clientes, não vai em busca de novos casos nem se sente atraído pela grana que o Direito pode proporcionar. “Dou uma ajuda quando meu sócio precisa, mas é muito raro vir aqui”, diz.

Faz pouco tempo que ele decidiu largar a advocacia

antes a oportunidade de empreender surgiu, ainda em 2010. Apaixonado por luta desde pequeno, Matheus conhecia os atletas potiguares, nacionais e internacio-nais. Chegou a escrever para o Portal do Vale Tudo e fazer coberturas de eventos do gênero. Conhecido no meio, não demorou muito até que a primeira oportu-nidade surgisse.

Conhecido do lutador Jussier Formiga desde os tem-pos de colégio, Matheus sempre acompanhou sua car-reira, ainda que de longe. A reaproximação aconteceu em 2010, quando o empresário descobriu que o com-petidor não tinha as passagens para viajar ao Rio de Janeiro para competir. Matheus encabeçou uma cam-panha para arrecadar o dinheiro dos bilhetes e, devido ao sucesso, foi chamado pelo treinador do atleta para fechar a próxima luta de Jussier.

Dessa próxima luta muitas outras surgiram. Através de Matheus, Jussier chegou a ir lutar nos Estados Uni-dos. Fez seu nome junto ao atleta e hoje os dois estão

sua parte de patrocínios. Foi a partir dele que outros contratos foram aparecendo. Em março de 2011, já agenciando lutas para o atleta potiguar, Matheus che-gou aos irmãos Patrício e Patricky Pitbull.

Para mim tudo

está voltado

para a luta.

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JOVEM EMPREENDEDOR

“Eles já eram meus amigos, mas estavam precisando de alguém que falasse inglês para ajudar no relacionamento com o evento onde iam lutar, o Bellator MMA. Fiquei atu-ando como uma espécie de mensageiro por um tempo, até que ano passado eles me convidaram e me formalizaram como empresário. Passei a ser responsável por praticamen-te tudo, até conta bancária no exterior”, conta.

Matheus hoje agencia sete atletas de MMA, entre eles Pa-tricky e Patrício Pitbull, Ronny Jason, Anistávio Gasparzi-nho, Leandro Higo, Rodrigo Índio, Jussier Formiga e Fábio

ca res-ponsável apenas pela parte de patrocínios. Além dos pró-prios atletas, ainda busca lutas e contratos para 80 atletas da academia carioca Team Nogueira, dos irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro, onde trabalhou por seis meses, e mais de 20 atletas da Pitbull Brothers, em Natal.

O negócio é rentável. Instável como pegar casos advocatí-cios, mas com retorno imediato e recompensador. No caso de Matheus, a paixão conta muito. Além de ganhar pelo trabalho de marketing que faz com os atletas, o empresário recebe por cada luta que fechar para os competidores e tem uma cota de 20% por cada patrocínio que conseguir. “Hoje é mais do que eu faturaria com a advocacia”, reconhece.

Entre as vantagens, estão o fato de receber o dinheiro no dia seguinte ao fechamento da luta. “Um caso como advo-gado eu posso levar anos para receber”, compara. O retor-

nanceiro, apesar de incerto, estimula Matheus a cor-rer atrás. “Trabalhar com luta é algo que tenho vontade de correr atrás, de batalhar. Sei que fecho a luta para o atleta e no dia seguinte vou estar com o dinheiro. É mais rentável e atrativo”, opina.

Fort MMA surgiu em dezembro de 2011

O negócio deu tão certo que Matheus passou a promover eventos de MMA. Em 2011 criou o Fort MMA, que foi re-alizado em dezembro daquele ano no ginásio do Sesi em Natal. No ano seguinte, foi a vez de Mossoró sediar o cam-peonato de lutas. Para 2013 já está sendo planejada uma nova edição do evento, que depende apenas de um local para acontecer. É que depois de uma inspeção do Corpo de Bombeiros, nenhum ginásio do RN está apto para receber competições.

“Estamos esperando alguns ginásios se regularizarem para a gente fazer. Natal e Mossoró são as candidatas para se-diar”, avisa. Competições como o Fort MMA, diz Matheus, podem ser prestigiadas por qualquer pessoa, independente da idade, sexo ou classe social. Para ele, apesar de ter come-çado como um esporte elitizado, o MMA hoje atinge todas as camadas da sociedade.

“Todo mundo assiste MMA hoje, até criança. Cinquenta por cento da audiência do UFC é feminina, por exemplo”, com-para. O preconceito com o esporte, diz ele, ainda existe, mas é muito pouco. O que acontece é que muitos empresários ainda não perceberam a grande oportunidade que pode sur-gir ao patrocinar um atleta de arte marcial. A maior parte da audiência é formada pelo público entre 18 e 34 anos, ou seja, o estrato social que mais consome nos dias de hoje.

“Se a gente anunciar um evento hoje, lota de gente. Aqui no RN não é diferente, é igual ao resto do Brasil. Tendo, o pes-soal vai. O que falta mesmo é só os empresários realmente passarem a investir. Eles aplicam dinheiro em esporte olím-pico, mas o retorno é de quatro em quatro anos. No MMA, é apenas uma questão de tempo”, avalia.

Esporte ainda sofre com falta de apoio

cado proporcionalmente como o maior celeiro de atletas de MMA do Brasil, o Rio Grande do Norte tem hoje oito competidores lutando nos maiores eventos do mundo, UFC e Bellator. Mas em termos de apoio, deixa muito a de-sejar. Segundo Matheus, a falta de incentivo não é algo res-trito à modalidade, e sim a todo o esporte de maneira geral. “Não temos apoio do governo, apesar de promessas e fotos em jornais”, critica.

FORT

Matheuscom os atletas da luta principal da primeira edição do evento, em Natal/RN.

FORT 2

RogérioMinotouro,

Rony Jason e Gasparzinhona segunda

edição em Mossoró/RN.

Page 37: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

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No que diz respeito aos empresários, Matheus acredi-ta que os potiguares ainda não conseguiram enxergar quão interessante poderia ser para eles investir no es-porte. “Eles geram uma boa mídia, dão uma exposição muito grande. Em estados como Ceará ou Pará, tem atleta que ganha R$ 20 mil por mês de patrocínio e não tem metade da visibilidade dos atletas que tenho. Até

culdade de encontrar gente para patrocinar”, desabafa.

Projetos são voltar a competir, abrir academia e

criar agência

Ex-atleta de judô, Matheus Aquino voltou recentemen-te à ativa. Treina kickboxing e MMA, e, assim como seus atletas, quer voltar a competir ainda este ano. “Vou lutar na categoria de 61 quilos porque quero derrubar um cara maior do que eu”, diz, aos risos. Seu próximo

ssional é abrir uma academia, quer trazer para Natal uma grande franquia em parceria com al-guns de seus atletas.

Até agora trabalhando sozinho, em breve também quer montar uma estrutura de agência para empresariar

ssionalizar ainda mais o que já tenho e fazer mais eventos também. Em 2014 quero vir com pelo menos quatro”, conta. Ainda há espaço para um projeto social em parceria com uma organi-zação não-governamental, de levar atletas para darem aulas de artes marciais para crianças e de reforço esco-lar na capital e no interior do estado.

Sair da burocracia do Direito e obter sucesso no mun-do das artes marciais é algo que Matheus Aquino atri-bui ao trabalho que desempenhou. Reconhece que seu nome ganhou visibilidade quando começou a trabalhar com Jussier Formiga, o que o levou a agenciar os ir-mãos Pitbull. O resultado deste trabalho o credenciou para chegar à Team Nogueira, uma das maiores acade-mias do país. Depois de seis meses lá, decidiu que era hora de cuidar dos próprios atletas aqui mesmo.

xos, outros que trabalham comigo independentemente de contrato e atletas que me procuram para serem empresariados por mim. Não posso abraçar o mundo com as pernas, mas vou fazendo tudo na medida que posso. É tudo questão de trabalho bem feito e dedicação. Meu telefo-

nais de sema-na. Tem seus sacrifícios também”, revela.

FAMÍLIAFamíiia reunida no Fort MMA 2,

em Mossoró/RN.

PITBULL BROTHERSAcima, acompanhando Patricky

Pitbull em entrevista, abaixo com

Patrício na conquista do torneio do

Bellator.

Page 38: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

SEVEN

Page 39: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

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A IDEIA

O empresário Mateus Medeiros apostou num site que oferece cupons de descontos. Em breve, ele também lançará um aplicativo que envia ofertas para os usuários por geolocalização.

COMPRAS COLETIVAS NUNCA MAIS

Utilizar cupons de descontos para fazer compras não é uma prática comum no Brasil. Por enquanto! Depois da moda das compras coletivas, os sites que oferecem cupons de descontos para os mais variados serviços ou produtos começam a con-quistar novos adeptos. Em Natal, o jovem empresá-rio Mateus Medeiros atentou para a abertura desse mercado e saiu na frente lançando o Busque Cupons (www.busquecupons.com.br), que funciona de ma-neira bem simples: o cliente acessa o site, visualiza a oferta e imprime o cupom que desejar, apresentan-do-o no estabelecimento escolhido. O grande dife-rencial para o usuário é que não há a necessidade do pagamento imediato. Já para as empresas cadastra-

de ofertas, que podem ser desde um bom desconto até um simples brinde. As empresas também podem ter seus hotsites dentro do Busque Cupons, tendo liberdade para acrescentar informações e cadastrar suas ofertas pelo preço de R$ 150,00 ao mês ou R$ 270,00 por três meses.

A ideia surgiu depois que Mateus tentou criar seu próprio clube de compras coletivas, mas não conse-guiu executar o projeto a tempo. “Eu trabalho con-feccionando sites para outras pessoas há 10 anos e

sempre tive vontade de ter o meu site – não apenas o da minha empresa, mas um site que fosse o meu próprio negócio. Tive a ideia de fazer um site de compras coletivas quando só havia o Peixe Urbano. Mas quando entrei no mercado, já eram mais de 30. Foi quando o movimento de startups começou a ga-nhar força em Natal e eu decidi que queria fazer algo alternativo”, explicou. A inspiração para criar o Bus-que Cupons veio depois que o site Buscapé premiou a startup Cuponeria com R$ 1 milhão. “Estudei o mercado, pesquisei bastante e vi que não havia nada sequer parecido no Nordeste. Dessa vez, a estratégia foi diferente e em 40 dias, o site já estava pronto”, contou. O fato de trabalhar na área de publicidade e propaganda – Mateus é sócio-diretor da Agência KKI desde 2003 – também foi um facilitador para que o negócio começasse a dar certo, já que possibili-tou a entrada de anunciantes logo nos primeiros dias de funcionamento do site. O investimento inicial foi de R$ 30 mil, considerando dinheiro e trabalho. Ele também teve a ajuda da sócia Michelly Felipe, cujo trabalho foi equivalente a R$ 10 mil, e de outro sócio que investiu dinheiro mesmo, mas prefere se manter no anonimato.

Embora essa prática não seja comum no Brasil, nos Estados Unidos a utilização de cupons de descontos

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COMO FUNCIONA?

vem desde o século 19 e continua muito popular até os dias de hoje. Mateus acredita que é apenas uma questão de tempo até que os natalenses absorvam esse costume. “Todos os dias, temos novos usuários se cadastrando e gente perguntando como se anuncia no site. Mas nos-

como funciona o serviço de cupons. Recebemos muitos

culdade das pessoas entenderem o que é um cupom gratuito, porque é como se elas não acreditassem que aquilo pode ser de graça”, comentou. Para contornar essas dúvidas e dar visibilidade ao Busque Cupons, ele aposta na força das mídias sociais como propagador da novidade. “A gente aposta basicamente na mídia digital, pois acredito que internet se vende pela internet. Re-

pretendemos investir muito em veiculação tradicional. Apostamos mesmo em marketing digital, investindo no marketing patrocinado e na qualidade do conteúdo di-gital, que será moderado por nós”, disse.

Em apenas 3 meses de funcionamento, o Busque Cupons já teve cerca de 30 anunciantes e um número crescente de usuários cadastrados. Depois de validada essa primeira fase do projeto – que tinha como objetivo

tes –, vem a parte mais ambiciosa: o lançamento de um aplicativo.

A oferta que vem até você

O aplicativo irá oferecer o mesmo serviço que o site, com a diferença de que o usuário poderá escolher o dia, a hora e o segmento de ofertas que quer receber através

cou. Mas a grande inovação é a sugestão de ofertas por geolocalização. Essa é a grande aposta de Mateus para o ano que vem, quando Natal sediará alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol. “Apostamos muito no su-cesso desse aplicativo durante a Copa de 2014, quando Natal receberá um grande número de turistas. Quem

ção de que há um restaurante que oferece promoções a 200 metros de onde você está. Isso é muito legal e as pessoas acabam indo até mesmo por impulso”, argu-mentou. O projeto deverá se expandir para outras ci-dades do Nordeste que também serão sedes de jogos da Copa, como Recife e Fortaleza. Para isso, ele apos-ta no marketing nas mídias sociais e na utilização de ferramentas para a otimização de projetos na web. A

1º PASSO:

ENCONTRE CUPONS

2º PASSO:

FAZER LOGIN

IMPRIMIR

Clicando em Ver Cupom

Grátis

de mais detalhes sobre

cada oferta, ajudando a

escolher.

O cupom escolhido será

enviado para o seu e-mail

em até 2 horas. Agora

você já pode imprimir ou

apresentá-lo direto no

estabelecimento em seu

smartphone.

Você pode fazer no

campo LOGIN, ou

no próprio cupom - a

janela de login aparece

sempre que você clica

em pegar cupom.

3º PASSO:

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A IDEIA

RESUMO DA IDEIA

MERCADO Natal/RN, Recife/PE, Fortaleza/CE.

INVESTIMENTO INICIAL R$ 30.000,00.

A decadência das compras coletivasDe fato, as compras coletivas foram um verdadeiro sucesso no Brasil. Em 2009, a empresa E-bit – que realiza pesquisas sobre hábitos e tendências do comércio eletrônico –, constatou que havia apenas

2010, o número já ultrapassava os 50. Os clubes continuaram com força nos anos seguintes graças não somente aos descontos oferecidos, mas também ao sucesso das redes sociais, à comodidade de realizar as compras sem sair de casa e ao avanço tecnológico que possibilitou que o processo de compras pela

mercado não é mais o mesmo por uma série de fatores. Um deles é a insegurança para os compradores (que tem que efetuar o pagamento previamente), outro é

propõem a oferecer descontos e acabam lucrando muito pouco ou até saindo no prejuízo, já que precisam repassar parte das ofertas vendidas aos clubes.

intenção é criar parcerias com veículos e clientes

jeto tem que ter a capacidade de se vender sozinho e acredito que temos o potencial de ser um modelo

Mateus conta que a colaboração do Sebrae-RN foi fundamental para o desenvolvimento de todo o

associações ligadas ao setor de turismo e de servi-ços como bares e restaurantes, além de entidades dos mais variados setores do comércio.

Acelerando o crescimento

Apesar do potencial natural que o aplicativo tem de crescer e ser um produto autossustentável, Ma-teus tem como objetivo entrar numa aceleradora,

to de negócios promissores. As aceleradoras com-pram parte dessas pequenas empresas e ajudam-na a se desenvolver. Quando a empresa está consoli-dada e as ações valorizadas, as aceleradoras ven-dem a parte que compraram. “Hoje em dia, a star-tup que não tem objetivo voltado para entrar num aceleradora é porque já tem investidores ou não tem conhecimento do que é competir no mercado sem esse auxílio. A aceleradora é a forma mais se-gura de crescer num menor espaço de tempo. Elas avaliam a sua ideia, sua equipe e sua capacidade de conduzir o negócio, auxiliando nesse processo de desenvolvimento de uma forma muito mais quali-

Para realizar o sonho de ver sua ideia ganhando o mundo, Mateus, que tem 29 anos, está disposto a tudo. “Sempre sonhei em ter meu próprio negócio e se for para ver a minha ideia ganhando o mundo, estou disposto a ir morar em uma cidade maior e trabalhar dia e noite. As pessoas tem a ilusão de que vida de empreendedor é glamrosa, mas não é. Empreendedor de verdade, que luta para realizar seu sonho, trabalha muito. E eu sou assim e é isso que motiva”, assumiu.

A expectativa é que o aplicativo que levará o mes-mo nome do site seja lançado em meados de outu-

novembro. “Queremos disponibilizar o aplicativo Busque Cupons durante o período das compras de

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!"

EMPREENDEDORISMO SOCIAL

Despertar o espírito empreendedor ainda na infância ou adolescência, mostrando aos participantes como funciona uma empresa de verdade. Este é o principal objetivo da Júnior Achievement, fundação educativa voltada para o desenvolvimento da educação empreendedora presente no Brasil e no mundo. Atuando no Rio Grande

27 mil alunos com seus 15 programas.

Entre eles está Tiago Lima, 19, que depois de participar do programa Miniempresa, um dos carros-chefe da Júnior Achievement, abriu seu próprio negócio ainda aos 16. Lima é criador e fundador dos sites Estágios RN e Empregos RN - hoje entre os maiores portais de oportunidades no Nordeste. O grande diferencial na vida do jovem foi o despertar para o empreendedorismo, proporcionado pelo contato com a JA.

O contato com a organização de alcance mundial, fundada em 1916 nos Estados Unidos, começou ainda na escola. A Júnior, que tem como objetivo despertar o tino empreendedor de pessoas ainda em fase escolar, sejam crianças ou adultos, chegou a Natal em 2007 e desde então atua em parceria com escolas públicas e privadas do Estado. Foi quando se tornou aprendiz do programa que Tiago percebeu que o sonho

“Hoje não me imagino mais sendo dentista”, disse Tiago, durante um debate promovido pelo Núcleo de Ex-Achievers

do RN (Nexa), ocorrido mês passado na Livraria Saraiva, dentro da iniciativa Changing Lives. É exatamente isso que a Júnior Achievement vem fazendo no Brasil e no Rio Grande do Norte. Atuando com alunos de Ensino Fundamental e Médio, a organização, através da parceria entre voluntários e escolas, aplica em sala de aula programas de educação econômico-prática com o objetivo de despertar o espírito empreendedor nos jovens.

No RN, um dos programas de maior sucesso é o Miniempresa, do qual Tiago Lima e tantos outros jovens participaram e tiraram dali a experiência necessária para empreender. Atualmente há 16 miniempresas em pleno funcionamento no Rio Grande do Norte. O projeto consiste na criação e desenvolvimento de uma empresa por alunos do 2º ano do Ensino Médio e Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Desta experiencia prática em negócios, serão colocados a venda no mercado 16 produtos que atendem

empresários.

Mais de 300 alunos das instituições de ensino Cei - Romualdo Galvão, Contemporâneo, Facex, Floriano Cavalcanti, IFRN, Jerônimo Gueiros, Marista, Neves, Presidente Roosevelt e UFRN, acompanhados por 76 voluntários (empresários e executivos),

EMPREENDEDORISMO

DESDE PEQUENO

Page 43: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

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SALA DE AULA Gestora daJunior Achievement.

Durante o projeto, os alunos terão, na prática, a vivência empresarial no formato de uma Sociedade Anônima. Acompanhados por

RH, Produção e Marketing, ao longo de 15 encontros semanais, com 3h30min de duração cada, eles aprendem como gerir uma S.A Estudantil, fazendo pesquisa de mercado, escolhendo produto, capitalizando a empresa, produzindo e vendendo o produto escolhido, além de participarem de uma Rodada de Palestras e Feira de Miniempresas em um shopping de Natal.

de exercitar a responsabilidade social,

comunidade, todos os encargos e impostos recolhidos. Segundo a gestora executiva do programa no RN, Ana Maria de Araújo, a Júnior Achievement conta hoje no Estado com 15 empresas mantenedoras, desenvolve 15 programas e conta com mais de mil voluntários, a maioria deles ex-achievers.

As instituições de ensino atendidas pelo programa somam 15, entre públicas e particulares. Mais de 27 mil alunos já se formaram dentro dos programas da organização não-governamental. No Brasil, 2,6 milhões de jovens já participaram dos programas de empreendedorismo desenvolvidos em sala de aula.

De acordo com a gestora, o trabalho da JA hoje é focado na aquisição de novos voluntários. Atualmente, 60 executivos compõem o quadro, mas é preciso mais. “Quanto mais gente ajudando, levando essa linguagem empreendedora para os jovens, melhor”, comenta. A organização utiliza a técnica do “aprender-fazendo” para aplicar seus programas. “Os ensinamentos partem da prática para chegar aos conceitos”, explica.

COMO FUNCIONA O MINIEMPRESA

É o caso do programa MiniEmpresa, carro-chefe da Júnior no Brasil. Os alunos aprendem como adminis-trar uma empresa, desde a utilizar o caixa até decidir sobre compras a fornecedores. O que apuram, ao

caridade. Voltado para estudantes do 2º e 3º anos do Ensino Médio, proporciona a experiência prática em economia e negócios, na organização e opera-ção de uma empresa.

É desenvolvido em 15 semanas, em jornadas se-manais, com duração de 3h30min, realizadas nas escolas, geralmente à noite. Os estudantes apren-dem conceitos de livre iniciativa, mercado, comer-cialização e produção. O programa é acompanhado

Marketing, Finanças, Recursos Humanos e Produ-ção. Durante o Miniempresa, são explicados os fun-damentos da economia de mercado e da atividade empresarial através do método Aprender-Fazendo, onde cada participante se converte em um miniem-presário.

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!!

VISÃO EMPRESARIALEmpresário Erich Rodrigues. presidente do conselho diretor da JARN.

mantenedores

A relação do empresário Erich Rodrigues com a Júnior Achievement começou em 2003. Hoje presidente do conselhor diretor da JARN, ele lembra que nessa época, quando tinha acabado de participar da primeira turma do Empretec do Sebrae, começou a ouvir falar da Júnior. Chegou a ser um dos quatro primeiros voluntários do programa, que na época não decolou. Apenas em 2007 a Júnior Achievement engrenou no Rio Grande do Norte.

Dono da empresa Interjato, Erich já entrou na organi-zação como mantenedor. E permanece até hoje como um dos maiores entusiastas do jovem empreendedo-rismo. Hoje faz parte do hall de mantenedores com o Grupo Pinheiro Rodrigues, formado pelas empresas Interjato, MMartan e GPR Soluções. No mês passado esteve mediando o debate entre os jovens empreen-dedores, que deixaram suas miniempresas nas escolas para montar os próprios negócios.

Os mantenedores formam um conselho. Este conse-lho, por sua vez, é responsável por desenvolver ações para buscar cada vez mais mantenedores para o pro-

fácil”, assume Erich. Ainda falta sensibilidade das em-presas para trabalhar esse lado da responsabilidade social segundo ele. A contribuição de cada mantene-dor hoje é de R$ 1 mil por mês, e, mesmo assim, é difícil conseguir novas adesões.

Hoje a Júnior Achievement tem seis mil alunos no Rio Grande do Norte, mas quer chegar aos oito mil estudantes atingidos. Os 15 programas que desenvol-ve em solo potiguar contam com cinco até 55 horas de duração. Como ex-achiever, Erich diz que foi uma experiência extremamente recompensadora. “A gen-te aprende muito. Hoje como presidente vejo muitas coisas acontecendo nas miniempresas que acontecem nas grandes”, conta.

Entre os objetivos do aprendizado, estão o de traba-lhar o conceito de empresa e suas origens, enfatizan-do os tipos de empresa existentes. “É mostrar que, a partir de uma necessidade, se produz bens que geram satisfação”, emenda Ana Maria. Controlar a presença

controle de estoque, vendas e produção é outro objeti-vo do Miniempresa.

Durante as aulas os estudantes aprendem como fa-bricar um produto dentro das normas de segurança, aprendem a controlar as metas de produção e quali-dade, os riscos e sucesso de um negócio. Os voluntá-rios que aplicam as lições do programa mostram aos alunos os compromissos legais de uma empresa, refe-rentes aos encargos e impostos, não sendo pagos ao

Os jovens também participam de rodadas de palestras e feiras com empresários já conhecidos no ramo.

EMPREENDEDORISMO SOCIAL

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Page 46: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

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TROFÉU ON

EDIÇÃO 2

CONFIRA OS EMPRESÁRIOS QUE JÁ RECEBERAM O TRÓFEU ON EM

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Homenagem da Revista ON RN à trajetória dos empresários potiguares.

Francisco Lamy empreendedor ON desta edição dedica o seu troféu a todos os jovens que acreditam que podem fazer do Brasil um

país melhor através do empreendedorismo.

Marcelo Alecrim dedica seu troféu a sua família que sempre o apoiou em todos os momentos da sua vida.

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Page 48: Revista ON RN - Edição 2 | Jun/Jul 2013

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