revista minc nº 02 - vale cultura

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REVISTA DO MINC N° 2

Author: camila-cestari-cerreti

Post on 06-Apr-2016

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  • rEVISTA Do MIncN 2

  • Cultura nas mos dos trabalhadoresChegou o Vale-Cultura. A partir de agora, 42 milhes de trabalhadores de carteira assinada podero receber R$ 50 por ms para ir ao cinema, teatro, museu, comprar livros, CDs, instrumentos musicais ou mesmo fazer cursos. Estima-se que 25 bilhes de reais podem ser injetados na cadeia produtiva cultural.

    O Brasil conduziu o Acordo Internacional de Marrakesh. Com ele, livros produzidos em Braille ficam isentos de pagamentos de direitos autorais facilitando o acesso leitura para deficientes visuais. O Ano do Brasil em Portugal chegou ao fim com grandes nmeros. Mais de dois mil artistas se apresentaram para um pblico de 6 milhes de pessoas. A cultura brasileira tambm foi aplaudida na Alemanha. O Brasil foi homenageado na Feira do Livro de Frankfurt e segue at fevereiro com vasta programao. Os editais para produtores e criadores negros, lanados no fim do ano passado, receberam 2.800 inscries. a comprovao de que segmentos da nossa sociedade alijados do acesso cultura e a seus meios de produo tm esse desejo muito vivo dentre eles. Lanamos tambm editais para as mulheres. Outro grande sucesso. Essas so apenas algumas aes que podero ser conhecidas nesta Revista do MinC. Que ao final da leitura, todos conheam um pouco melhor o Ministrio, direito de todos os cidados, e descubram oportunidades de parcerias para a disseminao da nossa Cultura no Brasil e fora dele.

    Marta Suplicy

    Ministra da Cultura

  • EXPEDIENTE (2 edio / Braslia, outubro de 2013)

    Redao: Danielle Ribeiro, Glaucia Lira, Juliana Nepomuceno, Juliane Oliveira, Lara Aliano, Layse Lacerda, Patricia Saldanha, Rosiene Assuno, Thiago Esperandio edio: Alessandro Soares, Antnio Rocha, Montserrat Bevilaqua

    NDIcE

    ValE-culTura VaI ajuDar a rEalIzar soNhos

    um BrasIl quE VaI alm Do fuTEBol

    DIrETorIa DE lIVro E lEITura EsT DE VolTa ao mINc

    mINha Escola um Palco DE arTE E ofcIo

    EDITaIs PromoVEm oPorTuNIDaDE Para ProfIssIoNaIs E EmPrEENDImENTos crIaTIVos

    mINc EsTImula ProDuo culTural DE arTIsTas NEGros

    Da Dor rENascE o orGulho

    Nos Palcos Dos cEus

    EDITaIs ValorIzam TraBalho crIaDo Por mulhErEs

    BrasIl aBrE PorTas No EXTErIor

    aEs INcENTIVam comuNIDaDEs a PrEsErVar mEmrIa E PaTrImNIo

    a hIsTrIa culTural Do BrasIl sEr rENoVaDa

    6

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    Reviso: Beth Munhoz

    PRojeto gRfico: Julia Oga

    caPa: Campanha do Vale-Cultura

    acompanhe mais informaes emcultura.gov.br

    fEIra DE fraNkfurT: 70 auTorEs E uma mIsso

    moBIlIzao forTalEcE a culTura como EIXo DE DEsENVolVImENTo

    NoVo salIcWEB facIlITa acomPaNhamENTo DE ProjETos culTuraIs

    BrasIl DEfENDE lITEraTura sEm BarrEIras

    ProjEo Em crEscImENTo

    PoNTos DE culTura Em sINToNIa com a alDEIa

    NoVos IDIomas aTraEm NoVos horIzoNTEs

    PaNElEIras DE GoIaBEIras rEcEBEm TITulao DE PaTrImNIo ImaTErIal

    DaDos soBrE culTura so DIsPoNIBIlIzaDos Em caTloGo Na INTErNET

    ouVIDorIa Do mINc

    30

    32

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    cultura.gov.brcultura.gov.br

    Vale-Cultura ir ajudar a realizar sonhos

    Comprar livros para fortalecer o hbito da leitura em casa e um violo para a filha que adora msica. Esses so sonhos que esto prximos de se tornar realidade para a auxiliar de servios gerais Kelly Regina Alves de Sousa, 29 anos. Ela uma dos 42 milhes de trabalhadores com carteira assinada que podero ser beneficiados pelo Vale-Cultura benefcio de R$ 50 mensais para o consumo de bens e servios culturais.

    Shows de msica, espetculos de teatro, leitura de livros e revistas, cursos de fotografia, compra de CDs e DVDs, visita a museus, dentre outras atividades faro parte da rotina do trabalhador. Com o salrio que recebo no posso fazer isso, fica muito caro. O acesso cultura se torna impossvel, afirma Kelly, que ganha pouco mais de R$ 700, em Braslia.

    A empresa onde ela trabalha j pode aderir ao programa para oferecer o Vale a seus empregados, que sero atendidos de acordo com a faixa salarial. O foco prioritrio proporcionar a trabalhadores que recebem at cinco salrios mnimos a incluso da cultura em sua cesta bsica mensal. O empregador poder atender todo o quadro de funcionrios, desde que a parcela que recebe at cinco salrios mnimos seja atendida primeiramente.

    Tudo comea com a adeso da empresa ao programa Vale-Cultura, por meio do sistema

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    que j est disponvel no site do Ministrio da Cultura (www.cultura.gov.br/valecultura). Ao fazer o credenciamento, a empresa deve apresentar os documentos solicitados no Formulrio de Credenciamento da Empresa Beneficiria e escolher com qual empresa operadora do carto Vale-Cultura quer trabalhar. para essa operadora que o empregador informar os dados dos seus empregados que recebero o benefcio para a produo do carto.

    Com o Vale-Cultura na mo, o trabalhador identificar o estabelecimento comercial que aceita o benefcio a partir do adesivo de sinalizao nas vitrines: Aqui tem com o smbolo do programa.Todos podero planejar sua programao de lazer e a compra de produtos de cultura. Isso traz qualidade de vida, comemorou Kelly, que planeja usar o carto pela primeira vez para ir ao cinema com os trs filhos, de 15, 13 e 4 anos. J para comprar o violo de Larice Emanuele, ela poder acumular o benefcio at atingir o valor do instrumento musical e inclusive compr-lo pela internet. O valor do Vale-Cultura cumulativo e no tem data de validade. Nas compras pela internet, o Vale-Cultura ser aceito nos estabelecimentos habilitados pelo programa.

    Para o TraBalhaDor O desconto para o trabalhador que recebe o Vale-Cultura se dar nos seguintes percentuais: para quem recebe at cinco salrios mnimos, de, no mximo, 10% do valor do benefcio, ou seja, R$ 5,00. Quem ganha at um salrio paga R$ 1. Acima de um e at dois salrios, o desconto de R$ 2. Acima de dois at trs, R$ 3. Acima de trs at quatro, R$ 4. Acima de quatro at cinco, R$ 5. Para os empregados que ganham acima dessa faixa, o desconto varia de 20% a 90% do valor do benefcio, ou seja, pode chegar a R$ 45.

    Para o EmPrEGaDorComo incentivo s empresas de lucro real que aderirem ao Vale, ser possvel deduzir at 1% do imposto de renda para abater as despesas com o benefcio. As empresas que utilizam o regime de lucro presumido ou Simples tambm podero aderir ao Vale-Cultura, com a vantagem de que o valor do benefcio no ser tributado com encargos sociais, nem ter natureza salarial. Nesses casos, no h deduo de impostos.

    o que pode ser comprado - produtos que podero ser comprados com o Vale-cultura:

    5 milhes de empresas esto

    instaladas no pas e podero aderir ao programa do MinC

    36 milhes de trabalhadores no Brasil ganham at cinco salrios

    mnimos

    25 bilhes a estimativa de

    recursos que podem ser injetados na cadeia

    produtiva cultural.

    Foto: Banco de imagens

    Foto: Banco de imagens

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    cultura.gov.brcultura.gov.br

    um brasil que Vai alm do futebol

    O Brasil reconhecido mundialmente pelo samba, carnaval e futebol. Se engana quem pensa que a realizao da Copa do Mundo no Brasil no ano que vem vai reforar esse esteretipo. O momento servir para ampliar essa viso e mostrar que o Brasil tem muito mais a oferecer, j que o mundo estar com os olhos voltados para a cultura brasileira.

    Sero mais de R$ 70 milhes investidos. A programao cultural ter cerca de R$ 19 milhes. R$ 17,5 milhes sero para a revitalizao de equipamentos escolhidos pelas cidades-sede, R$ 20 milhes da Petrobrs para museus, R$ 2 milhes para flash mob e R$ 12 milhes para o espao cultura fan fests, que acontecero nas cidades-sede.

    Entre os dias 10 de junho a 15 de julho do prximo ano, o MinC, em parceria com os governos estaduais e municipais, vai reforar a programao cultural das cidades-sede. O edital do concurso Cultura 2014 prev a contratao de, no mnimo, 1.200 apresentaes culturais para o perodo da competio.

    As inscries para as apresentaes ficaro abertas at 6 de dezembro. Sero contemplados ao menos 206 projetos culturais nas reas de dana, msica, circo, teatro, literatura, artes visuais, manifestaes tradicionais, Cultura Viva, patrimnio e audiovisual.

    E para promover o intercmbio entre a cultura de cada Unidade Federativa do Pas, incluindo as que no sediaro a competio, o concurso prev ainda a circulao de trabalhos artsticos: Alagoas ter um projeto apresentado em Curituba, Amazonas em Belo Horizonte, Mato Grosso em So Paulo, Minas Gerais em Fortaleza, dentre outros.

    Nas reas de gastronomia, artesanato, design, moda e arquitetura ser escolhido um nico projeto para mapear essas expresses nas cinco regies do Brasil. As informaes sero disponibilizadas nas cidades-sede, oferecidas Infraero para os aeroportos e utilizadas em outros projetos do ministrio.

    formao ProfIssIoNal Para o sETor Da culTura

    A formao de jovens brasileiros para atuar com qualificao profissional no setor cultural durante os eventos esportivos tambm est entre as metas do MinC. Na qualificao, a ao principal o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego (Pronatec), coordenado pela Secretaria de Polticas Culturais em parceria com o Ministrio da Educao (MEC), para a formao de jovens brasileiros via concesso de Bolsa-Formao na rea da cultura. A meta ofertar 30 mil vagas para formar e qualificar profissionais no setor at o final desse ano. Cerca de 8 mil vagas j foram acordadas.

    BrasIl auDIoVIsual

    Contempla a produo audiovisual

    brasileira que demonstra a

    complexidade do audiovisual brasileiro e suas tecnologias.

    BrasIl crIaTIVo

    Atende a rea de moda, design, gastronomia e

    produtos artesanais, lidando com as mais variadas linguagens

    da economia criativa.

    BrasIl DIVErso

    Para as produes voltadas cultura

    popular dos povos e comunidades

    tradicionais.

    BrasIl Das arTEs

    Voltado s apresentaes de

    msica, teatro, circo, dana e artes visuais

    que representam o Brasil na sua produo mais

    moderna, ligando a cultura ao esporte. curitiba (Pr): Centro de

    Criatividade de Curitiba, Memorial de Curitiba, Teatro do Paiol e Conservatrio de MPB

    Belo horizonte (mG)

    cuiab (mT)

    manaus (am)

    Braslia (Df)

    so Paulo (sP): Edifcio Sampaio Moreira

    rio de janeiro (rj): Centro Municipal de Arte Hlio Oiticica, Espao Cultural Municipal Srgio Porto e Centro Cultural Municipal Oduvaldo Viana Filho (Castelinho)

    Porto alegre (rs): Complexo Cultural do Porto Seco

    fortaleza (cE): Biblioteca Pblica Municipal Dolor Barreiras, Teatro Antonieta Noronha, Escola Pblica de Dana e Mercado dos Pinhes

    cIDaDEs coNVENIaDas

    cIDaDEs quE sEro coNVENIaDas aT 2014

    Natal (rN): Fortaleza dos Reis Magos

    recife (PE): Ptio de So Pedro

    salvador (Ba): Museu da Cidade de Salvador

    Coretos em Moviemento - Foto: Max Interaminense

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    cultura.gov.br

    diretoria de liVro e leitura est de Volta ao minC

    Em abril deste ano, a Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (DLLLB) retornou estrutura do Ministrio da Cultura, depois de ter sido transferida para a Fundao Biblioteca Nacional, em 2012. Com a DLLLB tambm voltaram para a coordenao do MinC o Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), o Sistema Nacional de Bibliotecas Pblicas (SNBP) e o Programa Nacional de Incentivo Leitura (Proler).

    A medida alinha toda a rea de livro, leitura, literatura e bibliotecas no mbito do Ministrio. O objetivo institucionalizar as aes e os programas da rea para a construo de uma poltica de Estado sincronizada com a sociedade, ou seja, uma poltica pblica que no sofra alteraes com mudanas de governo.

    O retorno ao MinC das polticas da rea retoma a coerncia com os avanos que o PNLL j alcanou: incluso de mais brasileiros no acesso leitura, fortalecimento do sistema nacional de bibliotecas pblicas, dilogo e cooperao com a educao e com a sociedade em prol de um pas de leitores.

    A poltica desenvolvida pelo MinC para a rea de livros prioriza, ainda, o fomento aos Planos Municipais e Estaduais do Livro e Leitura, de forma que Estados e Municpios concretizem objetivos nacionais, bem como apoiem bibliotecas de acesso pblico (pblicas, escolares e comunitrias) e aes de incentivo ao livro, leitura e literatura.

    oBjETIVos Do PNll 2013 20141. Recompor o equilbrio de aes e investimentos, com projetos e programas apropriados poltica pblica de cultura.

    2. Recuperar e desenvolver as relaes entre Estado e sociedade e entre cultura e educao, que caracterizaram a implantao do PNLL e so a base para a construo de um Brasil leitor.

    3. Buscar a institucionalidade do PNLL e das polticas pblicas de livro, leitura, literatura e bibliotecas, apontando-as como poltica de Estado.

    4. Fomentar os Planos Estaduais de Livro e Leitura (PELL) e os Planos Municipais de Livro e Leitura (PMLL), alicerces do PNLL.

    Foto: EBC

    Chegou o Vale-Cultura. Um crdito de R$ 50,00 mensais cumulativos para o trabalhador ter acesso cultura, como ir ao teatro, cinema, circo, shows, museus, comprar livros, DVDs, instrumentos musicais, revistas e jornais. Para isso, a sua empresa tem de aderir ao programa. A cultura tem muitas formas de arte e lazer. E voc merece ter acesso a tudo isso. Saiba mais em cultura.gov.br/valecultura.

    Imag

    ens

    mer

    amen

    te il

    ustra

    tivas

    Vale-Cultura. Vale por um mundo de cultura.

    Chegou o Vale-Cultura. Um crdito de R$ 50,00 mensais cumulativos para o trabalhador ter acesso cultura, como ir ao teatro, cinema, circo, shows, museus, comprar livros, DVDs, instrumentos musicais, revistas e jornais. Para isso, a sua empresa tem de aderir ao programa. A cultura tem muitas formas de arte e lazer. E voc merece ter acesso a tudo isso. Saiba mais em cultura.gov.br/valecultura.

    Imag

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    Vale-Cultura. Vale por um mundo de cultura.

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    cultura.gov.br

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    cultura.gov.br

    minha esCola um palCode arte e ofCio

    O mestre de tradio oral Alcides de Lima tem uma vida inteira dedicada a disseminar arte. Ele o criador do Minha Histria, projeto que tem origem na favela So Remo. Em um local vizinho ao campus da Universidade de So Paulo, a molecada tinha ali uma espcie de quintal, mas a algazarra acabava incomodando universitrios nas salas de aula. Um dia, uma estudante de Histria encaminhou as crianas at a sede do Centro de Estudos e Aplicao da Capoeira (CEACA), que funcionava na Associao do Moradores do Conjunto Residencial da Universidade de So Paulo (AMOCRUSP).

    Assim comeou o trabalho do mestre Alcides, que fez tanto sucesso no Brasil que chegou at os Estados Unidos. O Minha Histria foi criado a partir da ideia de que cada criana contasse sua histria de vida, conta o mestre. Ele ensina cultura tradicional h 13 anos na Escola Municipal Desembargador Amorim Lima, em So Paulo. O local se tornou um Ponto de Cultura, e, assim, a capoeira passou a integrar o currculo escolar.

    Perto dali, em Carapicuba, a educadora Lucilene da Silva ministra oficinas baseadas

    na arte e cultura brasileiras para alunos da escola pblica Esmeralda Becker Freire de Carvalho. As aulas so realizadas pelo Ponto de Cultura da Associao Aldeia de Carapicuba (OCA). As oficinas formam crianas e adolescentes na cultura brasileira e pesquisam costumes, histrias, 'causos' e trava-lnguas locais para serem reinseridos nas brincadeiras e atividades artsticas desenvolvidas pela OCA. Os alunos, se desejarem, quando completam 14 anos, tornam-se multiplicadores dos conhecimentos em outras escolas da regio, como monitores de atividades artstico-culturais.

    Esses dois mestres em seus ofcios fizeram das escolas um palco de dilogo entre a educao formalmente ministrada e os saberes culturais da comunidade. O trabalho deles integram equipamentos pblicos e espaos culturais s atividades escolares. As experincias mostram que a formao cultural de crianas e jovens pode e deve ser incrementada com o incentivo a atividades conjuntas entre a sociedade civil e as escolas pblicas nas reas da Cultura e das Artes. O resultado so alunos mais envolvidos com as atividades escolares e com a cultura da comunidade onde vivem.

    o quE O Mais Cultura Nas Escolas um programa realizado a partir de uma parceria entre o Ministrio da Cultura (MinC) e o da Educao (MEC). O objetivo estimular a integrao das prticas pedaggicas e culturais, transformando o ambiente escolar em um espao plural onde se respeita e promove a diversidade cultural brasileira. Este ano R$ 100 milhes sero destinados para contemplar cinco mil iniciativas. 34 mil escolas de todo pas sero beneficiadas. Cada projeto receber entre R$ 20 e 22 mil, calculados a partir do nmero de alunos matriculados. Os recursos sero disponibilizados atravs do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE/MEC) e vo custear atividades desenvolvidas dentro e fora do ambiente escolar. A durao dos projetos variam de 6 a 10 meses.

    como ParTIcIPar Podem participar do programa cerca de 34 mil escolas municipais e estaduais integradas ao Programa Mais Educao e Ensino Mdio Inovador (MEC) ativas em 2012. Essas escolas apresentam familiaridade com diversificao do uso dos espaos, com a presena de outros agentes educativos para alm daqueles do quadro de gestores e com o funcionamento do Programa Dinheiro Direto na Escola do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao. Para se candidatar basta elaborar um Plano de Atividade Cultural, em parceria com organizaes que comprovem experincia na rea. A inscrio deve ser feita pelo Sistema Integrado de Monitoramento Execuo e Controle (Simec) do Ministrio da Educao disponvel no endereo: simec.mec.gov.br

    quEm PoDE fIrmar ParcErIa Organizaes interessadas em participar do programa devem buscar parcerias com escolas da rede pblica de ensino. Podem se inscrever pessoas fsicas ou jurdicas, grupos formais ou informais: artistas, museus, bibliotecas, grupos, pontos e espaos culturais diversos. As reas de atuao abrangem as artes visuais, audiovisual, circo, cultura afro-brasileira, digital, indgenas, quilombolas e populares. Alm de dana, livro e leitura, moda, msica, patrimnio material e imaterial e/ou teatro.

    Escola + culTura = crEscImENTo

    Histrias de sucesso como as protagonizadas por Lucilene e Alcides so a base do Programa Mais Cultura nas Escolas, uma iniciativa dos Ministrios da Cultura (MinC) e da Educao (MEC). A parceria entre a educao e a cultura j conta com bons resultados, como no caso de Alcides e Lucilene. Mas a inteno potencializar processos de ensino e aprendizado por meio da democratizao do acesso cultura e da integrao de prticas criativas e da diversidade cultural brasileira educao integral. Foram mais de 14,3 mil projetos inscritos para uma seleo que contemplou 5 mil propostas. Do total de escolas que se inscreveram no Mais Cultura nas Escolas, 67% tm maioria de alunos e suas famlias beneficiadas pelo Programa Bolsa Famlia.

    Nossos alunos cantam, danam, tocam o Brasil, comenta Lucilene. Ela acredita que o Programa Mais Cultura na Escolas, a exemplo das atividades da OCA de

    Carapicuba, abrir mais espaos para artistas dialogarem com as instituies de ensino. Essa relao imprescindvel para o crescimento intelectual tanto dos alunos como dos professores, alm disso melhora a formao e possibilita que enxerguem outras possibilidades, outro universo. Leva ao crescimento pessoal, afirmou.

    As inscries das escolas pblicas que desejam fazer parte do programa ficaram abertas de maio a agosto para propostas de artistas, grupos e mestres de cultura popular e tradicional, arte educadores, cinemas, Pontos de Cultura, museus, bibliotecas e outras iniciativas culturais. As atividades selecionadas vo acontecer no incio do ano que vem nas escolas. Cada projeto selecionado receber entre R$ 20 mil e R$ 22 mil do Programa Dinheiro Direto na Escola/Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao.

    Alm de acrescentar a cultura brasileira no currculo de crianas e jovens, o projeto traz a marca da incluso.

    DEsTINao Dos rEcursos Nos ProjETos Aquisio de materiais de consumo Contratao de servios culturais necessrios s atividades artsticas e pedaggicas Contratao de servios diversos Locao de instrumentos, transportes e equipamentos Aquisio de materiais permanentes e equipamentos

    http://www.cultura.gov.br/maisculturanasescolas

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    cultura.gov.br

    editais promoVem oportunidade para profissionais e empreendimentos CriatiVos

    H 13 anos, um grupo multiprofissional decidiu criar a Fundao Brasil Criativo, uma organizao para desenvolver projetos de Economia Criativa que trouxessem novas oportunidades de negcios aos indivduos e s comunidades. Em Braslia, em 1986, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnolgico da Universidade de Braslia (CDT/UnB) inaugurava a primeira incubadora de atividades empreendedoras na cidade, agregando um dos principais segmentos de mercado, a Economia Criativa.

    Os projetos dessas duas instituies serviram de aval para a participao delas na novas iniciativas da Secretaria de Economia Criativa do Ministrio da Cultura (SEC/MinC): o Edital de Apoio Formao para Profissionais e Empreendedores Criativos e o Edital de Fomento a Incubadoras para Empreendimentos da Economia Criativa. Os editais fomentaro, por meio de apoio financeiro, tanto a realizao de cursos livres e de extenso na rea de gesto como a ampliao

    Arqui te tu ra e urbanism oGa stronomi a

    Moda

    Circ

    oTeat

    ro

    Dana

    Aud

    iov

    isua

    l

    Ar te s V isuais pint

    ura

    cinem avideo

    conf

    ec

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    ces

    srio

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    lad

    os e

    joia

    s

    MuseusPatrimnio

    Pr oduoCultu ra l

    Ms

    ica

    Li te ra tu ra

    Des

    ign

    animaojogos digitais

    grfic ode objet os

    escu

    ltura

    foto

    graf

    ia

    Art esanat o

    cultu

    ral

    de aes de incubadoras que atuam com empreendimentos inovadores no segmento de Economia Criativa (confira os setores acima). Os dois editais foram lanados em julho no Observatrio das Favelas da Mar, no Rio de Janeiro, e tero investimento de R$ 6,3 milhes para apoio s instituies selecionadas. Para o diretor-presidente da Fundao Brasil Criativo, Fernando Viana, os editais do oportunidade de esclarecimento do tema Economia Criativa. Esto surgindo muitas escolas que querem trabalhar com o tema, mas infelizmente no h entendimento sobre a temtica. Os cursos feitos por meio de editais

    possibilitam o esclarecimento do que so e como funcionam os setores da Economia Criativa. Por isso, os editais so bem-vindos

    No Edital de Apoio Formao para Profissionais e Empreendedores Criativos, participam instituies de Ensino Superior e entidades privadas sem fins lucrativos com no mnimo trs anos de atuao na rea de formao. J no Edital de Fomento a Incubadoras para Empreendimentos da Economia Criativa, participam instituies pblicas e privadas sem fins lucrativos que atuam como incubadoras e apoiam empreendimentos dos setores criativos.

    Artesanato, Mercado Municipal - Foto: Rogerio Monteiro 16cultura.gov.br

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    cultura.gov.br

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    cultura.gov.br

    minC estimula produo Cultural de artistas neGros

    Quantos papis em novelas tiveram os negros no pas? O escritor e cineasta Joel Zito Arajo contou. E publicou o resultado de sua pesquisa em seu livro A Negao do Brasil o Negro na Telenovela Brasileira (2001). Em um tero delas, eles no apareceram. E nos outros dois teros 75% eram subalternos ou bandidos, disse.

    A dificuldade de expresso de temas de enfoque racial em filmes, livros ou outras formas de difuso artstica motivou o Ministrio da Cultura a oferecer editais para artistas e produtores negros nas reas de pesquisa, artes visuais, audiovisual, circo, dana, msica, literatura, teatro, preservao da memria do audiovisual, artes e literatura. Ao todo, o MinC registrou 2.822 inscritos nas reas de audiovisual, literaturas e artes.

    Joel Arajo buscou recursos nos Estados Unidos para financiar, em parceria com o Brasil, seu documentrio Raa, codirigido com Megan Mylan, que enfoca o trabalho de trs afro-brasileiros que lutam por igualdade racial: Paulo Paim, o nico negro senador da Repblica; Netinho de Paula, cantor e apresentador de TV; e Mida dos Santos, ativista quilombola e neta de escravos.

    Os editais no so apenas uma reparao histrica com os negros, mas representam um grande avano para o audiovisual brasileiro, segundo o cineasta. Devemos aplaudir o MinC por buscar medidas positivas para assegurar algum equilbrio diante de uma produo audiovisual massiva, que, historicamente, escolheu o segmento branco para representar o ser humano, o luxo, a beleza e a inteligncia. hora de descolonizar nossas mentes, defende.No era sem tempo, j que as redaes e as equipes de criao que estavam por trs das cmeras, produzindo telenovelas e comerciais, eram tambm majoritariamente brancas. E isso ocorria tanto na TV privada quanto na TV pblica.

    Especialmente na TV pblica, o quadro revelado na pesquisa apontava outro agravante: mais de 90% dos jornalistas e apresentadores de telejornais eram brancos. Ou seja, negros, indgenas ou outros grupos tnico-raciais, como os orientais, no chegavam a ser 10% dos contratados.

    A descolonizao da mentalidade brasileira, que nega a diversidade tnica em produes

    Interessados podem se inscrever para editais na Fundao Biblioteca Nacional, Funarte e Secretaria do Audiovisual

    H desde apoio para projetos de pesquisa, co-edio de livros e

    pontos de leitura como tambm curtas-metragens.

    Joel

    Zito

    Ara

    jo

    - Fo

    to: B

    runo

    Spa

    da

    Cartaz do filme Raa, de Joel Zito Arajo

    audiovisuais com reflexos na cultura em geral, tarefa de longo prazo. E o MinC d o primeiro passo com estmulo produo cultural de artistas e produtores negros, ao afirmativa que se harmoniza com as polticas pblicas do pas.

    Um edital voltado s para a temtica negra realmente necessrio, pois o pas ainda sofre muito com racismo. Por vrias vezes, ou deixei de fazer trabalhos por conta disso ou tive que recorrer a outros pases em busca de apoio, revela Joel Arajo.

    Foi a partir da demanda de criadores negros que a temtica afirmativa entrou em pauta nos editais. Afinal, a cultura de um pas se consolida e se valoriza com a pluralidade da criao e com a diversidade da expresso artstica. Por sua vez, so os artistas que traduzem a alma brasileira.

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    cultura.gov.brcultura.gov.br

    da dor renasCe o orGulho

    A dor e o sofrimento de milhes de escravos trazidos para o Brasil no perodo colonial formam um contraste com sua presena na histria contempornea do pas na formao da identidade cultural brasileira. Essa trajetria afro-brasileira ter no Museu Nacional da Memria Afrodescendente (MNMAfro) um espao exclusivo e nico no qual o negro ver uma narrativa prpria.

    O Museu Afro deve contemplar no somente a dor, mas tambm o surgimento de uma civilizao sofisticada na sua forma de expresso e mostrar a diversidade cultural brasileira, que provm de um legado deixado pelas fricas. A curto prazo deve se tornar um centro de referncia em cultura negra, que vai valorizar a expresso, o debate, a reflexo e a autoestima. A escolha da empresa de arquitetura responsvel pela construo do museu ser por concurso nacional.

    O museu ter aparatos tecnolgicos, cenrios, jogos e reunir colees dispersas, identificando e inventariando o patrimnio material e imaterial. a oportunidade de o pblico conhecer as colees privadas. Exposies fixas e temporrias tambm devem ajudar a

    compor o espao de visitao, que est em fase de planejamento. Segundo a ministra da cultura Marta Suplicy, o Museu dever alm de contar a "histria no contada" respeitar o processo civilizatrio brasileiro decorrente dos saberes trazidos pelos escravos tais como teares, forja, entre outros. "O museu tem que ser uma alavanca para a autestima da nossa identidade afro", destacou a ministra.

    Para o servidor pblico lcio Ornelas, um museu com tais caractersticas pode fomentar novas discusses e ter um papel educativo forte. Construir uma memria dos acontecimentos, das humilhaes s quais os negros eram submetidos certamente pode contribuir na educao das novas geraes e na reflexo sobre os efeitos da escravido em nossa sociedade atual.

    O presidente da Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira e do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, Jos Carlos Capinan, corrobora o papel educativo dos museus como um instrumento para levar s novas geraes a riqueza da histria afrodescendente. Esse mais um passo na direo de nos conhecermos mais e melhor. Apesar de mais da metade da populao ser composta por negros, o brasileiro no conhece o suficiente a histria dos afrodescendentes. Um museu como este se configura como uma oportunidade de redescobrirmos nossas razes e ver nelas a nossa diversidade cultural.

    VocE saBIa?A ideia de se construir o Museu Afro teve inicio nos anos 1990, quando uma cerimnia com a presena de Nelson Mandela instituiu a pedra fundamental do novo espao em Braslia, em uma rea nobre s margens do Lago Parano. Desde ento, as movimentaes para a formalizao do museu ficaram paradas, at que, em 2012, o terreno foi solicitado ao Governo do Distrito Federal. Agora, um grupo de consultores formado por profissionais de reas diversas, como historiadores, muselogos e artistas plsticos, entre outros, trabalha em conjunto com o Ministrio da Cultura na concepo do projeto do Museu Afro da Memria Descendente.

    nos palCos dos Ceus

    Para quem esperava a oportunidade, esto abertas, at 13 de novembro, as inscries para grupos artsticos ocuparem os espaos de produo cultural da sua regio nos CEUs, os Centros de Artes e Esportes Unificados. O Edital Funarte de Ocupao dos CEUs das Artes selecionar 80 projetos, sendo que cada um receber apoio de R$ 100 mil para um perodo de ocupao de seis meses.

    Em 2013, 27 selecionados se apresentaro nos palcos dos CEUs, somando investimentos de R$ 3 milhes. Para o ano que vem, sero 53 projetos. Dana, circo, msica, teatro, artes visuais, literatura, arte digital e artes integradas: os projetos devem reunir pelo menos duas linguagens artsticas em uma programao apresentada por artistas, grupos, oficineiros ou mestres locais.

    O edital ainda exige que os projetos contemplem em suas programaes apresentaes artsticas de circo, dana, teatro, msica ou programaes relacionadas ao estmulo leitura; exposies ou mostras de artes visuais; oficinas de capacitao artstica e tcnica; residncias artsticas; alm de seminrios, encontros e debates.

    Os interessados devem se inscrever no site do site do Ministrio da Cultura, na plataforma SalicWeb:

    http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/

    Sero 360 CEUs em todo o Brasil.

    Em caso de dvidas, entre em contato pelo e-mail [email protected], informando nmero da proposta

    e telefone para contato e atendimento.

    Esttua de Nelson Mandela - Foto: Ben Parer

    Oficina - Foto: Erdogan Ergun

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    editais Valorizam trabalho Criado por mulheres

    A jornalista e produtora carioca Dani Tavares sempre teve dificuldades em encontrar financiamento para seus projetos em audiovisual. A artista plstica Letcia Gomes v preconceito contra a mulher, que no concorre de forma igualitria no mercado de trabalho.

    H uma lacuna na arte produzida por mulheres, por isso, em parceria com a Secretaria de Polticas para Mulheres (SPM), o Ministrio da Cultura (MinC) lanou dois editais que iro garantir apoio indito para artistas nas reas do audiovisual e das artes plsticas. Um o Prmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais, e o outro, o Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres 2013.

    No edital da Funarte, proponentes do sexo feminino puderam inscrever trabalhos que exploraram linguagens artsticas com enfoque na crtica e na profissionalizao dos processos de gesto cultural, considerando o reconhecimento das mulheres nas artes visuais.

    J o edital Carmem Santos consistiu em apoiar obras audiovisuais de curta e mdia-metragens, cujas titularidade e direo fossem de pessoas do sexo feminino. As obras podiam ser de fico ou documentrio, com a possibilidade de utilizao de tcnicas de animao.

    O lanamento dos dois editais pelo MinC e pela SPM alm de focar a gerao de um mercado de artes visuais e audiovisuais no mbito da produo feminina, ainda contribuiu para a formao de pblico independentemente do gnero artstico.

    http://www.cultura.gov.br/editaismulheres

    PrmIo fuNarTE mulhErEs Nas arTEs VIsuaIs Exposies, oficinas, intervenes

    urbanas, publicaes, produo crtica e documental e seminrios, entre outras atividades

    O edital contempla dez projetos em todo o Brasil

    Cada proponente contemplada receber a quantia de R$ 70 mil

    As obras contribuem para o fomento e a difuso da expresso artstica

    EDITal carmEN saNTos DE cINEma DE mulhErEs 2013 Dez obras audiovisuais de curta-metragem de at cinco minutos,

    no valor de at R$ 45 mil cada Seis obras audiovisuais de mdia-metragem, de 26 minutos, no

    valor de at R$ 90 mil cada A temtica aborda de forma criativa e inovadora a construo

    da igualdade entre mulheres e homens, os direitos da mulher e de sua cidadania

    Os contedos levam em conta a diversidade das mulheres nos meios urbano e rural (campo/floresta, indgenas, negras e povos tradicionais)

    PrEcoNcEITo E DIfIculDaDEs sEm BarrEIras

    Segundo a artista plstica Letcia Gomes, o edital Prmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais vai atenuar a carga de preconceito sobre a mulher artista. Em muitas reas, existe certo preconceito com relao mulher, sim. No podemos dizer que sempre concorremos de forma igualitria. A sociedade brasileira carrega esse peso do preconceito nas artes plsticas e em diversas outras reas, disse. J a produtora Dani Tavares queixa-se da dificuldade de encontrar apoio para produzir filmes de gnero. difcil ter editais especficos nessa rea. Sempre estou atenta e em busca de novos mecanismos para produo, mas a escassez grande, afirmou. Para ela, a iniciativa do Edital Carmen Santos de Cinema de Mulheres 2013 'louvvel'.

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  • Show musical de encerramento do Ano do Brasil em Portugal com Ed Mota e convidados - Fotos: Pedro Zenkl

    Ed Mota e convidados em Lisboa - Foto: Pedro Zenkl

    Ed Mota e convidados em Lisboa - Foto: Pedro Zenkl

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    brasil abre portas no eXterior

    O encerramento do Ano do Brasil em Portugal, ocorrido em Lisboa, no dia 10 de junho, foi um sucesso absoluto e demonstrou o grande interesse dos portugueses em conhecer mais da nossa cultura nas atraes e programaes especiais apresentadas na maior mostra internacional da arte brasileira, promovida pelo governo federal no exterior. Um dos termmetros desse sucesso foi a bilheteria do Espao Brasil, que, dias antes do evento, no tinha mais ingressos para as atraes que encerraram a exposio.

    A internacionalizao da cultura brasileira passa pelo pas lusitano, porta de entrada para a Europa. Pela primeira vez em Portugal, a cantora baiana Mrcia Castro viveu de perto e testemunhou a importncia do intercmbio cultural. A nova msica brasileira ganhou grande visibilidade com esse evento. Muitos artistas articularam outros shows na Europa, e eu fiquei muito feliz por ter feito parte disso, confessou.

    A revelao de novos talentos na Europa fortalece a inteno do Ministrio da Cultura (MinC) de manter aberto o Espao Brasil, mesmo aps o encerramento do Ano do Brasil em Portugal. Por isso, a artista maranhense Flvia Bittencourt est bem confiante com o que ainda est por vir. Criou-se uma corrente, que se vai espalhar muito mais. uma semente plantada da qual iremos colher bons frutos, disse a cantora, que se apresentou no encerramento do evento.

    BalaNo DE NmEros 300 eventos realizados 2,1 mil artistas mostraram a cara do Brasil 6 milhes de pessoas, pblico direto e indireto 119 eventos de msica 56 de teatro 26 de artes visuais 25 de artes integradas 16 de literatura 11 de dana, dentre outros. R$ 16 milhes de investimento do MinC em parceria com a Funarte,

    o Ministrio das Relaes Exteriores e a EMBRATUR

    Nas redes sociais, foram quase 550 mil visualizaes do site do Ano do Brasil em Portugal. A pgina no Facebook teve mais de 7,8 mil fs.

    O Espao Brasil, em Lisboa, foi montado

    em uma antiga fbrica desativada, a LXFactory, no bairro de Alcntara.

  • Arteso Vtor Cardozo apontando problemas no barco - Foto: Equipe do MAI

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    aes inCentiVam Comunidades a preserVar memria e patrimnio

    Quando museus abrem suas portas com aes educativas e arte, a populao se envolve com a memria preservada e percebe sua prpria identidade. O resultado vai do encantamento do pblico ao despertar da curiosidade. Foi assim na 11 Semana Nacional de Museus, realizada em maio pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

    A Semana me ajudou a entender a importncia da preservao da memria na construo da identidade. Percebi como a arte capaz de envolver as pessoas fazendo despertar a criatividade e a curiosidade, atrelada f, disse a estudante de geografia do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Fabiana Siqueira, que visitou o Museu do Oratrio, em Ouro Preto (MG).Esperei 30 anos pela abertura desse museu comunidade. Agora realidade!, comemora Mestre Arruda, um dos organizadores da roda de capoeira no Museu de Arqueologia de Itaipu, em Niteri (RJ).

    A roda de capoeira foi uma das atraes no Museu de Arqueologia de Itaipu e aproximou moradores da regio e grupos de alunos que representaram a

    comunidade do Quilombo do Groto, em Niteri. A pesca artesanal, patrimnio histrico cultural imaterial de Itaipu, tambm contribuiu para isso. Pescadores participaram da oficina de manuteno de embarcaes e puderam se reconhecer na exposio Redes da Memria: Tradio Pesqueira em Itaipu, que retratou a histria da pesca tradicional.Caiara igual em todos os lugares. Um pescador reconhece o outro pelo comportamento e o jeito de falar, diz o arteso Vtor Cardozo, que ministrou a oficina.

    Usurio do Centro de Ateno Psicossocial de lcool e Drogas (CAPS-AD) de Ouro Preto (MG), Geraldo Magela relata a experincia de visitar um museu pela primeira vez. Isso a valorizao da arte e das belezas culturais existentes, e esse evento resgatou e reintegrou a populao local de volta aos museus, conta. Ele conheceu a religiosidade como patrimnio cultural no Museu do Oratrio, em Ouro Preto, com a oficina A F Transformada em Arte construo de objetos de arte com materiais reciclveis, abordando a devoo por meio da relao entre memria e identidade.

    Programao da Semana de Museus incluiu palestras, exposies, debates e aes educativas.

    O Ministrio da Cultura referncia na construo de uma poltica museolgica para o pas.

    Voc saBIa? O Museu Arqueolgico de Itaipu, vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus, est instalado nas runas do Recolhimento de Santa Teresa, fundado no sculo XVIII. Seu acervo composto por artefatos dos povos que viveram no litoral fluminense antes de 1500, machados de pedra, pontas de ossos, lascas de quartzo, polidores, peas cermicas, conchas, restos sseos humanos e de aves, peixes e mamferos, alm da coleo Blocos Testemunhos do Sambaqui de Camboinhas.

    O Museu do Oratrio, em Ouro Preto, apresenta uma magnfica coleo de 162 oratrios e 300 imagens dos sculos XVII ao XX. Situado no centro da antiga Vila Rica, destaca-se por sua arquitetura simtrica e harmnica, bem nos padres do barroco da poca.O acervo oferece detalhes valiosos da arquitetura, pintura, vesturio e costumes do perodo em que foram produzidos, permitindo uma verdadeira viagem antropolgica e artstica pela histria do Brasil.

    instituies se reuniram sob o tema Museus

    (memria+criatividade)= mudana social, em

    comemorao ao Dia Internacional dos Museus (18 de maio).

    1,2 mil

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  • Serro - Foto: Pedro Motta

    Vista de Mariana - Foto: Pedro Motta

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    paC das Cidades histriCasMercado do Peixe do Ver-o-Peso, em Belm; Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro; Mosteiro de So Bento, em Olinda. Estes so alguns dos importantes monumentos da histria cultural brasileira que sero revitalizados pelo Programa de Acelerao do Crescimento das Cidades Histricas (PAC CH), graas a um investimento da ordem de R$ 1,6 bilho. o maior e mais amplo programa de preservao do patrimnio histrico e cultural do pas.

    Ao todo, sero 425 obras, sendo 115 em imveis - teatros, cinemas e bibliotecas - que abrigam equipamentos culturais.

    Alm dos recursos para a restaurao, destinados a 44 cidades de 20 Estados brasileiros, outros R$ 300 milhes sero utilizados como linha de crdito para o financiamento de restauro e obras em imveis privados localizados em reas tombadas.

    A ideia promover a recuperao e revitalizao das cidades e proporcionar desenvolvimento econmico e social. Outro ponto que ser diretamente atingido por meio da promoo do patrimnio cultural so as cadeias produtivas locais.

    Com o PAC Cidades Histricas, a gesto do Patrimnio Cultural ganha uma nova dimenso, j que extrapola a interveno fsica nos monumentos protegidos por reforar o sentimento de pertencimento e de cidadania em relao aos smbolos de nossa cultura.

    A liberao de recursos para as prefeituras ser feita medida que as obras forem licitadas. Os municpios selecionados nesta primeira etapa foram aqueles que preencheram uma ou mais das seguintes condies: possuir bens tombados em nvel federal, ter sido declarado pela Unesco como Patrimnio da Humanidade, possuir conjuntos urbanos em situao de risco ao patrimnio edificado ou ser conjunto urbano que constitua marco no processo de ocupao do territrio nacional.

    rEVITalIzaEs rEalIzaDas PElo Pac ch Entre as 425 obras, 115 so em teatros, cinemas e bibliotecas, que abrigam equipamentos culturais, e 39, em museus. O sistema de fortificaes do litoral brasileiro ser contemplado com nove das mais importantes fortalezas, entre elas a de So Marcelo, em Salvador (BA); a dos Reis Magos, em Natal (RN); e a de Nossa Senhora dos Remdios, em Fernando de Noronha (PE). 11 edificaes integrantes de campi de universidades pblicas tambm sero restauradas. O patrimnio ferrovirio ter 24 obras que possibilitaro melhor aproveitamento de estaes e conjuntos ferrovirios, como, por exemplo, os emblemticos complexos de Paranapiacaba, em Santo Andr (SP), e de So Joo Del Rei (MG). Um vasto conjunto de igrejas tombadas, de valor artstico e cultural, tambm ser preservado.

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    Grafite de Alexandre Orion na exposio Street Art Brasil em Frankfurtt

    Grafite da brasileira Fernanda Talavera diante da sede do Deutsche Bank em Frankfurt

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    feira de frankfurt: 70 autores e uma misso

    A diversidade sociocultural do Brasil conquistou a Alemanha. Nossa fora-tarefa desembarcou no pas levando pluralidade literria, acompanhada de artes plsticas e visuais, design, arquitetura, msica, pensamento intelectual e criao popular. O Brasil foi homenageado no maior evento do ramo literrio e editorial internacional, a Feira do Livro de Frankfurt. E pela segunda vez (a primeira foi em 1994), feito que s a ndia havia obtido.

    A lista de autores que representaram o pas composta por 70 nomes de diferentes gneros literrios, geraes e regies do Brasil. Rene 23 autoras e 47 autores que do show nas reas da prosa, poesia, crtica, infanto-juvenil, biografias, HQ e graphic novel.

    O Brasil estreou sua programao cultural em Frankfurt durante o Museumsuferfest (Festa dos Museus), que aconteceu de 23 a 25 de agosto, beira do Rio Reno. Em palco exclusivo para atraes brasileiras, o rapper Criolo, o msico Lenine com o maestro holands Martin Fondse e orquestra, e o grupo de percusso corporal Barbatuques agitaram um dos maiores festivais culturais e artsticos da Europa, que atraiu mais de trs milhes de visitantes.

    A agenda cultural brasileira na cidade alem segue at o dia 2 de fevereiro de 2014 e prev ainda seis shows com nomes como Lucas Santanna, Jorge Mautner, Jards Macal, Guinga e o Quinteto Villa Lobos (correalizao Funarte e Sesc So Paulo), Zlia Duncan, Fabiana Cozza e BigBand (coproduo Brasil e Alemanha), Junio Barreto e Virgnia Rodrigues , nove exposies de artes visuais, apresentaes de teatro, dana, performance, instalaes e um ciclo de dramaturgia. O grafite tambm coloriu a cidade alem, com pinturas em prdios, bancos e cho de praas.

    A Feira do Livro de Frankfurt a maior plataforma de compra e venda de direitos autorais da atualidade, reunindo anualmente cerca de 300 mil visitantes, sendo 10 mil jornalistas e 8 mil expositores de mais de 100 pases.

    A honra que coube ao Brasil nesta edio da Feira foi a oportunidade de mostrar como o pas se modernizou e urbanizou rapidamente da metade do sculo XX para c, por meio das obras literrias de muitos autores, entre os presentes na Feira, que testemunham e interpretam esse processo, representando uma dinmica expressa nos aspectos mais complexos da sociedade contempornea.

    Confira a programao completa no site do MinC:

    fraNkfurT Em NmEros 561 eventos realizados em Frankfurt e arredores, relacionados ao Brasil 226 eventos foram promovidos diretamente pelo Comit Organizador Brasileiro Cerimnia de abertura no Pavilho Brasileiro - 1800 pessoas Programa literrio - 4.330 pessoas em 72 eventos Pavilho Brasileiro - mais de 60.000 visitantes nos cinco dias

    EsTaNDE colETIVo As editoras - 165 casas de publicao - com 3.360 reunies em cinco dias Degustao - 7.500 pessoas em cinco dias Encontros Literrios - 4.560 pessoas em 32 eventos

    fora Da fEIra Shows de Msica - cerca de 7.000 pessoas em 17 shows com 11 diferentes grupos musicais / DJs Teatro - 6.050 pessoas em 12 execues / performances e 42 apresentaes. Mesas redondas/Palestras - 335 pessoas durante trs dias de oficinas Filmes - 900 pessoas assistiram a nove filmes Mesas redondas literrias fora da exposio - 8.350 pessoas em 167 eventos

    O espao de 2.500m teve cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. As atraes culturais vo at fevereiro de 2014.

    A curadoria de Manuel da Costa Pinto e de Antonio Martinelli. A Funarte trabalha numa curadoria conjunta com instituies alems.http://bit.ly/12x6Gdt

  • Fotos: 30 Festival de Dana de Joinville; Ao Gri por Andr Gomes de Melo; Carlinhos Brown em 24 anos da Fundao Cultural Palmares; Rio + 20 por Luciana Avellar; IPEA CNC.

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    mobilizao fortaleCe a Cultura Como eiXo de desenVolVimentoUma poltica de Estado para a cultura: desafios do Sistema Nacional de Cultura o tema da 3 Conferncia Nacional de Cultura, que se realizar entre os dias 27 de novembro a 1 dedezembro de 2013, em Braslia. O grande encontro ter papel de orientao de planejamento pblico para o setor de cultura e arte, no s da Unio, como tambm de Estados e Municpios, conforme previsto no Sistema Nacional de Cultura (SNC).

    Municpios e Estados j fizeram seus encontros regionais, preparando-se previamente para o evento de novembro, cujo objetivo ser debater questes sobre a articulao e a cooperao institucional entre Municpios, Estados e sociedade civil, com a finalidade de fortalecer a cultura como fator determinante para o desenvolvimento do pas.

    Nas conferncias prvias, cidados e representantes do governo debateram propostas, polticas, programas e aes para os prximos anos. A mobilizao social, ao longo de 2013, grande e est em plena sintonia com a Emenda Constitucional n 71, que instituiu o SNC e garantiu o fortalecimento institucional das polticas culturais da Unio, dos Estados e dos Municpios.

    As discusses sero divididas em quatro eixos principais: implementao do SNC, com foco na organizao da gesto cultural e na participao social nos trs nveis de governo (Unio, Estados/Distrito Federal e Municpios); produo simblica e diversidade cultural; cidadania e direitos culturais; e o eixo da cultura e desenvolvimento.

    moBIlIzao E ElEIo

    conferncias municipais Atribuio do Poder Executivo Municipal, devem contemplar as diretrizes e estar em sintonia com o regimento interno da 3 Conferncia Nacional de Cultura, publicado no Dirio Oficial da Unio, de 17 de abril de 2013, por meio da Portaria n 33, de 16 de abril de 2013.

    conferncias intermunicipais Realizadas por agrupamento regional de municpios, visando facilitar o processo. As Conferncias Municipais e/ou Intermunicipais tambm podero ser antecedidas por pr-conferncias.

    conferncias regionais ou territoriais Opcionais e realizadas pelos Estados que entendam ser necessrio ter uma etapa anterior Conferncia Estadual, renem os delegados eleitos nas conferncias municipais ou intermunicipais de cada regio do Estado.

    conferncias livres Promovidas pelos mais variados mbitos da sociedade civil e do poder pblico, tero carter de mobilizao, no elegero delegados, mas podem contribuir com proposies para a 3 Conferncia Nacional de Cultura.

    conferncia virtual Com carter consultivo, ser disponibilizada pelo Ministrio da Cultura em portal prprio, com o objetivo de debater as proposies relacionadas ao tema da Conferncia Nacional.

    Conferncias so destinadas ao encontro entre cidados e representantes do governo para propor aes. #3CNC A 3 Conferncia Nacional de Cultura tem papel de

    orientao do planejamento pblico para o setor. #3CNC

    Muitas conferncias devem validar seus planos de gesto cultural, em razo do Plano Nacional em 2010.

  • noVo saliCWeb faCilita aCompanhamento de projetos Culturais

    Do analgico ao digital, a nova verso do Sistema de Apoio s Leis de Incentivo Cultura (SalicWeb) deixou usurios animados com essa ferramenta oferecida pelo Ministrio da Cultura (MinC) para artistas e produtores inscreverem projetos culturais. O MinC est buscando melhorar sua ferramenta de incentivo para que esse avano beneficie os proponentes. Estou muito motivado com o treinamento do novo SalicWeb. Me aguardem, diz o produtor artstico e consultor em Leis de Incentivo Cultural Johnny Everson, sem esconder a empolgao.

    Everson participou do curso oferecido pelo Ministrio da Cultura entre os dias 17 e 19 de junho, em Braslia. Espero que o novo sistema proporcione mais celeridade e transparncia ao processo, comentou. O curso foi promovido para

    aqueles que tm propostas culturais e querem saber como utilizar os benefcios da Lei Rouanet.

    Na nova verso do Salic, destacam-se a fluidez, a hierarquizao e a sintetizao das informaes mais relevantes. Todas as fases de tramitao passam a ser automatizadas, desde a admisso at a prestao de contas. No processo anterior, somente a inscrio era virtual, gerando gastos com papel e postagem, o que tornava o sistema mais lento, inclusive. Tanto que muitos proponentes recorriam a agncias para realizar o servio.

    A ferramenta, alm de mais moderna, torna bem mais seguras todas as etapas do processo. Isso porque, antes era necessrio guardar todos os papis e documentos fiscais.

    http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/

    o quE o salIc? por meio desta ferramenta que proponentes podem inscrever suas propostas culturais no Programa Nacional de Apoio Cultura (Pronac). E caso seja aprovado, por este sistema tambm que so acompanhadas todas as etapas do processo, desde o cadastro at a prestao de contas. Todas as comprovaes financeiras e fsicas, solicitaes de readequao, prorrogao, fiscalizao e acompanhamento do projeto so feitos via sistema em tempo real.

    Everson aposta na objetividade e na clareza da nova ferramenta. Podemos usar essas vantagens logo nos primeiros procedimentos para a insero de textos de apresentao do objeto e da justificativa. A planilha tambm vem com uma orientao de valores de mercado. Isso timo! Podemos ainda postar no formato PDF toda a documentao exigida para que o processo tenha andamento sem interrupes, destaca.

    Maria Gomes, supervisora de projetos no Instituto Auditrio Ibirapuera, em So Paulo, trabalha com o Salic h trs anos e ficou animada com as mudanas. Estou ansiosa para colocar em prtica o que aprendi no treinamento. E comecei a repensar minha rotina de trabalho, uma vez que consultar o Salic faz parte do meu dia a dia", diz. Ela considera o sistema um importante canal de monitoramento dos projetos executados e ainda em execuo. possvel acompanhar a evoluo das aes da Secretaria de Fomento e Incentivo Cultura (Sefic) e reportar as informaes necessrias para a concluso dos projetos, ou seja, a aprovao das contas, explica.

    A supervisora resume a novidade como a resposta de uma antiga necessidade. O novo sistema vai sanar uma demanda que era o clamor de inmeros proponentes que dependem de uma boa comunicao para viabilizar seus projetos."

    Experimente o novo SalicWeb:

    A nova verso do SalicWeb traz inmeras facilidades e benefcios aos usurios, em comparao verso anterior.

    Todas as informaes contidas no antigo sistema sero transferidas automaticamente para a nova verso.

    S ser necessrio que o gestor alimente os campos adicionais da nova ferramenta.

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    brasil defende literatura sem barreiras

    O esforo do Brasil na negociao entre 185 pases para emplacar um tratado internacional que facilite o acesso de pessoas com deficincia visual a obras impressas resultou na assinatura do Tratado de Marrakesh. O acordo firmado permite que obras em braile ou audiolivro possam ser distribudas e publicadas sem o pagamento de direitos autorais.

    O documento foi assinado ao final da Conferncia Diplomtica para Pessoas com Deficincia Visual, em Marrakesh, no Marrocos. A proposta foi feita pelo Brasil, Equador e Paraguai, em 2009, depois de muita negociao entre os 185 pases que integram a Organizao Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Agora, para que o acordo entre em vigor, o tratado precisa ser ratificado por 20 pases.

    Atualmente, menos de 5% de obras esto disponibilizadas em formato acessvel. Nos pases em desenvolvimento, esse ndice ainda mais baixo: menos de 1%.

    "Hoje um dia muito especial. preciso ter coragem para fazer a diferena e o que foi feito aqui. Este tratado vitorioso comprova que possvel fazer o bem, e fazer negcio ao mesmo tempo", afirmou o cantor Stevie Wonder durante a assinatura do tratado.

    Mais de 300 milhes de pessoas com deficincia visual sero beneficiadas. Marrynne Diammond, da Unio Mundial dos Cegos, uma delas. Ela viajou da Austrlia para a conferncia e fez seu discurso de agradecimento com a ajuda do braile: Estou muito feliz por participar deste momento. Quero agradecer aos pases que apresentaram a proposta do tratado, e especialmente ao Brasil por ter batalhado conosco dia aps dia.

    O Brasil foi homenageado pelo empenho em concretizar o tratado internacional. O martelo, smbolo das decises nas negociaes, foi oferecido ao pas.

    EDITaIs

    O MinC lanou em outubro dois editais para promover a acessibilidade. O Edital do Livro Acessvel, em parceria com a Fundao Biblioteca Nacional, destina R$ 1,5 milho ao fomento, produo, difuso e distribuio de livros em formato acessvel: Daisy, Braille, audiolivros ou outro modo que permita o acesso de pessoas com deficincia visual ao seu contedo.

    O Edital para Bibliotecas selecionar um projeto voltado para ampliao e qualificao da acessibilidade em 10 bibliotecas pblicas, considerando os seguintes eixos: diagnstico; qualificao de acervos; acesso tecnologia assistiva; capacitao de equipe; fomento ao trabalho em redes; e produo de material orientador. Valor R$ 2,7 milhes. Os resultados e impactos desse projeto sero avaliados para qualificar e ampliar as polticas pblicas e programas de acessibilidade, com nfase em bibliotecas de acesso pblico.

    Para ENTENDEr Obras literrias so protegidas pelo direito

    autoral para haver equilbrio entre o acesso informao e a justa remunerao do autor e dos gestores da obra.

    H excees. Desde 1998, a lei brasileira entende que no h violao aos direitos autorais na adaptao de obras literrias para modelos acessveis a quem possui capacidade visual limitada ou inexistente.

    Os formatos de impresso utilizados nesses casos so fontes maiores ou sistema braile.

    O Brasil defende que os pases poderiam estabelecer excees s regras autorais desde que em casos especficos, que no impedissem ou prejudicassem a explorao da obra atravs de outros meios e que no causassem prejuzos indevidos aos titulares de direito.

    Esta tese baseada na Conveno de Berna, mas a exceo brasileira era local, no alcanando outros pases.

    Com o Tratado de Marrakesh, a OMPI incorpora esse conceito em um documento internacional.

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    projeo em CresCimento

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    O Programa Cinema Perto de Voc foi lanado com a proposta de expandir e modernizar as salas de exibio por todo o pas. E est cumprindo bem esse papel, valendo-se, essencialmente, das novas tecnologias disponveis, que permitem ampliar a oferta de servios audiovisuais nas salas de cinema, com contedos alternativos e filmes 3D, por exemplo. Assim, pequenos complexos expandem suas receitas e se tornam mais viveis e sustentveis, tanto pela maior facilidade de multiprogramao como pela possibilidade de integrao ao circuito de lanamento de filmes.

    Essa realidade possvel graas s medidas de acesso ao crdito e iseno de tributos, garantidas pelo Cinema Perto de Voc, que possibilitam a construo de salas e a aquisio de equipamentos de exibio.

    Gerenciado pela Agncia Nacional do Cinema (Ancine), instituio vinculada ao Ministrio da Cultura (MinC), o programa conta com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e da Caixa Econmica Federal. Foi estruturado em cinco eixos de atuao (veja quadros na pgina ao lado) e prope fortalecer as empresas do setor, estimular a atualizao tecnolgica e ampliar o nmero de frequentadores dos cinemas,em funo da abertura de salas

    em cidades de porte mdio e bairros perifricos dos grandes centros.

    Para Jane Gambarin, gerente administrativa de uma rede de cinemas do Paran e do Rio Grande do Sul, e que, hoje, investe no Interior de So Paulo, Rio de Janeiro, Maranho e Esprito Santo, o programa foi muito bem montado, a partir dos anseios do setor, e atende s necessidades do mercado. Nossa expanso est baseada nas parcerias obtidas pelo Programa Cinema Perto de Voc.

    Na viso de Lcio Otoni, gerente-geral de uma rede de cinemas mineira com 60 anos de atuao, o Cinema Perto de Voc ir colaborar tanto para a construo de novas salas quanto para a reforma de antigas. A digitalizao das salas possibilitar levar cinemas ao Interior.

    fIlmEs com o ValE-culTura

    O setor do cinema est tambm atento ao Vale-Cultura, outra importante iniciativa do Ministrio da Cultura (leia mais sobre o benefcio na pgina 6). Lcio Otoni conta que tem acompanhado a implementao do benefcio: Ideia muito louvvel, que canalizar recursos para a cultura, que essencial ao trabalhador.

    Como gerente da rede de cinemas, ele traa estratgias. Estamos conversando com empresas credenciadas para atender a demanda do Vale-Cultura. Temos um plano de marketing em conjunto e faremos ampla divulgao para atrair esse pblico, disse Otoni.

    A gerente Jane Gambarin tambm conta que a rede onde trabalha est desenvolvendo uma estratgia de comunicao para atrair opblico. Com o investimento que o MinC far na economia de cultura, esperamos um aumento de 30% a 40% nesse mercado, afirma.

    DEsoNErao TrIBuTrIaSuspende todos os tributos federais sobre a aquisio de mquinas, aparelhos, instrumentos, equipamentos e materiais de construo necessrios ou modernizao de complexos cinematogrficos.

    lINhas DE crDITo E INVEsTImENToOferta de capital para a abertura de novas salas de cinema ou ampliao. Qualquer empresa com sede e administrao no pas poder propor projetos. A Ancine classificou municpios de acordo com o tamanho da populao e a disponibilidade de salas de cinema, determinando a composio dos instrumentos financeiros disponveis caso a caso.

    cINEma oNDE No TEmO projeto Cinema da Cidade estimula a implantao de complexos de cinema em cidades sem essa estrutura. Podem propor projetos, por meio de convnios, prefeituras de municpios com mais de 20 mil e menos de 100 mil habitantes e governos estaduais e do Distrito Federal.

    sIsTEma DE coNTrolE DE BIlhETErIa o novo instrumento regulatrio, com base na homologao de sistemas informatizados utilizados pelos exibidores. Alm da aferio das responsabilidades legais dos agentes econmicos, a informao correta de dados permite a construo de indicadores para acompanhamento do setor e a formulao de polticas para o desenvolvimento da atividade.

    crDITo Para DIGITalIzao Das salas EXIBIDorasA meta a digitalizao de 1.400 salas de cinema de exibidores brasileiros at 2014. Para isso, as iniciativas tero duas direes complementares: a oferta de capital e a reduo dos custos dos equipamentos. O Fundo Setorial do Audiovisual disponibiliza recursos de R$ 146 milhes R$ 140 milhes em crdito a juros reduzidos e R$ 6 milhes em apoio no-reembolsvel s salas de pequenos grupos exibidores.

    mErcaDo EXIBIDor PrIorIza GraNDEs cIDaDEs O Informe de Exibio do Observatrio

    Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA) da Ancine apresenta nmeros atualizados: 2.517 salas no pas, at o final de 2012.

    Com populao de 193,9 milhes em 2012, o Brasil atingiu a mdia de 77 mil habitantes por sala de cinema.

    O Brasil j teve um parque exibidor grande e descentralizado: quase 3.300 salas em 1975 uma para cada 30 mil habitantes , sendo 80% no Interior.

    A populao atendida por redes de cinema representa 53,3% do total, e os shopping centers concentram 86,5% do parque exibidor.

    Em 2009, 377 cidades no pas possuam cinemas (6,8% do total); em 2012, esse nmero passou a 391 (7,03%, praticamente estvel).

    http://cinemapertodevoce.ancine.gov.br

    Foto: Banco de Imagens

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    pontos de Cultura em sintonia Com a aldeia

    Kaiow, Guarani, Terena. Esses so alguns dos nomes que diferenciam os povos indgenas do Brasil. O que eles tm em comum? Fazem parte do Programa Pontos de Cultura Indgena, que est em pleno processo de expanso.

    No ano passado, foram implantados cinco novos Pontos s no Mato Grosso do Sul, que j esto em funcionamento e atendem 16.881 indgenas indiretamente no total, so 69 mil pessoas assistidas. Em todo o pas, ao todo, existem 68 Pontos de Cultura Indgena. As novas comunidades se agregam s primeiras contempladas no Edital de Pontos de Cultura Indgena, que integra as polticas voltadas para a diversidade cultural do pas. Essa poltica orientada pelo Plano Nacional de Cultura, ao qual se vincula o Plano Setorial para as Culturas Indgenas, que prev o desenvolvimento de aes voltadas para a proteo, promoo, fortalecimento e valorizao das culturas indgenas.

    Segundo o coordenador dos Pontos de Cultura Indgena no Mato Grosso do Sul, Jos Sarmento, o dilogo com as comunidades se d em rodas de conversas, meio pelo qual os prprios indgenas descobrem formas autnomas de gestar projetos culturais.

    Ele ressalta a importncia de os Pontos facilitarem o acesso ao audiovisual e s redes alternativas de comunicao. Essa uma possibilidade de os indgenas tomarem conhecimento desses recursos, que podem se tornar um grande canal para expor a realidade deles, diz Sarmento.

    Voc saBIa? O Plano Setorial para as Culturas Indgenas prope que a Rede de Pontos de Cultura Indgena seja ampliada de modo a alcanar todos os povos indgenas. Ao todo, so 24 Pontos de Cultura na regio Sul, cinco no Centro-Oeste, nove no Sudeste e oito no Nordeste, que se somam aos 30 que j esto em atividade nos Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondnia.

    Entre os anos de 2005 e 2007, foram conveniados com o Ministrio da Cultura aproximadamente 23 projetos de Pontos de Cultura Indgena, sendo 11 propostos por organizaes indgenas e 12 por organizaes indigenistas. Em 2010, teve incio o processo de implantao de 30 Pontos de Cultura Indgena em comunidades dos Estados do Acre, Amazonas e Rondnia.

    ouTros PoNTos DE culTuraA Rede de Pontos de Cultura se expandiu no segundo semestre de 2013. O primeiro edital do Programa Cultura Viva Cultura, Educao e Cidadania foi lanado em setembro no Rio de Janeiro. O edital uma parceria entre o Ministrio da Cultura (MinC) e a prefeitura. O investimento total de mais de R$ 18 milhes para a criao de 50 Pontos de Cultura e outros 16 Pontos de Leitura alm de 6 Pontes de Cultura. Em julho, o MinC tambm firmou acordo com a prefeitura de So Paulo. O convnio permitir a formao de rede municipal de Pontos de Cultura, com a transferncia de R$ 4 milhes para o municpio, que entrar com mais R$ 800 mil de contrapartida. Os recursos sero utilizados nos prximos dois anos para a ampliao do nmero de Pontos de Cultura na cidade.

    As atividades culturais a serem desenvolvidas pelas comunidades visam ao fortalecimento da

    cultura indgena em seu prprio territrio.

    Pontos de Cultura Indgena desenvolvem aes que vo desde o fortalecimento da autonomia dos povos at a formao de acadmicos indgenas.

    A produo e a difuso cultural nos Pontos de Cultura Indgena sero coordenadas pelos prprios ndios.

    Foto: Centro de Apoio Pesquisa Indgena (CAPI)

    Foto: Centro de Apoio Pesquisa Indgena (CAPI)

  • noVos idiomas atraem noVos horizontesIngls e espanhol esto entre os idiomas escolhidos pelos 184 servidores do Ministrio da Cultura que participam do Programa de Capacitao em Lngua Estrangeira, sob responsabilidade da Coordenao-Geral de Gesto de Pessoas (COGEP), da Subsecretaria de Planejamento, Oramento e Administrao (SPOA). O programa proporciona aos servidores a oportunidade de apoio qualificao na fala, na escrita e na leitura de lnguas estrangeiras, necessrias ao desempenho e ampliao das competncias profissionais.

    Vrios servidores optaram tambm por aprender francs, alemo, japons, italiano e rabe.Com a flexibilidade de escolher a lngua preferida,e com o reembolso de 90% do valor da matrcula e da mensalidade, limitado a R$ 400, o grupo rene desde interessados em aperfeioar um idioma at aqueles que encaram novos desafios.

    o caso do agente administrativo Igor de Miranda Lobo, que trabalha na Diretoria de Relaes Internacionais, fala ingls e espanhol e est no nvel intermedirio de alemo do curso no Goethe Zentrum, em Braslia. Na minha rea de atuao, a fluncia em mais de um idioma fortemente recomendada. Neste ano, trabalhamos muito com o governo alemo, por causa do Ano da Alemanha no Brasil e da participao do Brasil como convidado de honra da Feira do Livro de Frankfurt, explica.

    Julia Furia Costa, chefe de servio da Coordenao de Acompanhamento da Execuo da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (COAEX/SDCD),optou pela lngua espanhola. Fluente em ingls e francs, Julia faz aulas duas vezes por semana no Instituto Cervantes de Braslia. Ela destaca o apoio do MinC para o curso: Provavelmente no teria condies financeiras de estudar neste Instituto, um dos melhores da cidade.

    A especialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental Mrcia Quinto aproveitou a bolsa para aperfeioar o ingls, aps alguns anos parada. Trabalhando na Representao Regional do MinC em Belo Horizonte desde 2005, ela destaca a importncia da lngua inglesa na comunicao global. O domnio do idioma facilita minha capacitao profissional e o acesso a textos, artigos e trabalhos cientficos, garante.

    Trs critrios pontuam na seleo: situao funcional, tempo de exerccio efetivo no MinC e rea de atuao.

    facultada ao servidor a escolha da instituio ou de aulas particulares.

    Tambm podem ser escolhidos horrio e valor

    do curso, que pode ser presencial ou online.

    maPEamENTo Dos IDIomasTotal: 148 servidores

    79,89%

    5,98%4,89% 4,89%

    1,09% 0,54% 0,54%2,17%

    INGlsfraNcsEsPaNholITalIaNoalEmojaPoNsraBETraNcaDos

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    Foto: Margarit Ralev

    Foto: Bo Lundin

  • paneleiras de Goiabeiras reCebem titulao de patrimnio imaterial

    As tradicionais panelas de barro do Esprito Santo, nas quais se fazem as tpicas moquecas capixabas, so conhecidas em vrios pontos do pas. O mesmo no se podia dizer das mulheres que as fabricam no bairro de Goiabeiras, em Vitria (ES). As paneleiras, como so chamadas, produzem de forma artesanal as panelas h centenas de anos. A atividade conserva todas as caractersticas da prtica dos grupos nativos das Amricas, datada antes mesmo da chegada de europeus e africanos.

    Fazer as panelas constitui um saber repassado de me para filha no mbito familiar e comunitrio. A tcnica cermica, de origem indgena, comea pela modelagem manual, passa pelo processo de queima a cu aberto e se encerra com a aplicao de tintura de tanino, vindo dos manguezais da rea.

    A importncia desse trabalho teve o reconhecimento do Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (Iphan). E, logo, o saber envolvido na fabricao artesanal de panelas de barro foi registrado como Patrimnio Imaterial no Livro dos Saberes em 2002, e a atividade das Paneleiras de Goiabeiras acabou sendo reconhecida como um ofcio.

    Desde ento, o trabalho e as questes relativas continuidade do ofcio das paneleiras vm sendo acompanhados pelo Iphan. Prev apoio e fomento a aes que favoream a valorizao do ofcio e a manuteno das condies para a prtica da atividade.

    Evanilda Fernandes uma paneleira. Aos 49 anos, ela continua exercendo a atividade que aprendeu com a me e com a av quando ainda era criana. Durante alguns anos, suspendeu o trabalho de paneleira para se dedicar a outras atividades. Parei porque era um trabalho pouco valorizado, difcil. Mas queria dar continuidade ao que meus antepassados comearam e queria honrar a minha origem indgena.

    A valorizao do ofcio e a manuteno das condies para a prtica centenria contaram muito para que Evanilda retomasse seu trabalho como paneleira. Amo o que fao, e esse reconhecimento nos d ainda mais fora para trabalhar. bom no s para a gente, mas para preservar a nossa histria e para divulgar o nosso ofcio, garante.

    fEsTaUma grande festa marcou o Dia das Paneleiras de Goiabeiras, comemorado em 7 de julho, data criada por lei municipal em 1993. Durante as comemoraes, realizadas no Galpo de Goiabeiras, aconteceu a cerimnia de entrega dos certificados de titulao do Ofcio das Paneleiras.

    O Banco do Brasil anunciou o projeto em parceria com a Associao das Paneleiras de Goiabeiras, visando sustentabilidade do ofcio por meio do associativismo. Na ocasio, o Iphan estabeleceu contatos com o Banco do Brasil e com a Associao das Paneleiras para articular um projeto ao Plano de Salvaguarda do Ofcio das Paneleiras, com nfase na educao patrimonial.

    O ofcio das paneleiras consta do Livro de Registro dos Saberes desde 2002.

    A fabricao artesanal das panelas de barro de Goiabeiras se assemelha prtica dos grupos nativos das Amricas.

    Foto: Aline Miceli, Acervo IphanES

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    dados sobre Cultura so disponibilizados em CatloGo na internet

    O diretor teatral e artista circense Carlos Serra, de Palmas (TO), pode ter seus dados culturais consultados em qualquer parte do mundo, pela internet. Ele um dos 180 agentes e prestadores de servios cadastrados no mapa da produo cultural da capital de Tocantins, disponibilizado em todo o pas a partir de uma ferramenta de perfil 100% colaborativo, que permite o acesso a qualquer dado sobre cultura no Brasil.

    Palmas a primeira cidade brasileira a ter todos os seus equipamentos, servios e manifestaes culturais cadastrados no Sistema Nacional de Informaes e Indicadores Culturais (SNIIC), que est em pleno funcionamento em sua verso beta (teste). A produtora cultural Carla Maciel acredita que o SNIIC ser fundamental no desenvolvimento da cultura brasileira. Preenche uma lacuna de demanda e oferta de profissionais, empresas, servios e equipamentos no mercado criativo. Promove a conexo entre as pessoas, facilita e d fluidez ao processo da gesto e produo dos projetos, alm de fornecer, em vez de nmeros, informaes, destaca.

    Os dados que aparecem no Registro Aberto da Cultura (RAC) so inseridos diretamente pelos agentes culturais. Foi assim que o diretor Carlos Serra criou a sua pgina na plataforma. O SNIIC foi instalado em hora oportuna. No importando onde esteja o artista e sua obra seja nos confins da Amaznia ou s margens do Rio Tocantins , o seu trabalho pode estar acessvel a todos. Ns mesmos podemos mapear a arte e a cultura relativas a determinada comunidade e lan-las ao mundo.

    Na Bahia, a produtora da Oficina de Dados do SNIIC (veja quadro) Carla Maciel destacou o carter colaborativo da comunidade artstica. Nessa fase de testes, ns tambm precisamos construir juntos, divulgando as nossas necessidades, nosso olhar e esclarecendo nossas dvidas. Para sermos multiplicadores, precisamos entender e ver como nossa colaborao ser importante; apropriar-nos do processo e acompanhar os resultados, pontua.

    Para se cadastrar, acesse o link.

    http://sniic.cultura.gov.br

    ofIcINas E aPErfEIoamENTo Do sNIIcPara apresentar os primeiros mdulos da ferramenta e o RAC aos atores culturais, o MinC tem realizado Oficinas de Dados do Sistema Nacional de Informaes e Indicadores Culturais pelo Brasil. Em maio e junho, as cidades de Palmas, Fortaleza, Recife, Salvador e Belo Horizonte receberam a visita de representantes da Secretaria de Polticas Culturais/MinC.

    A partir desses primeiros encontros, a Secretaria de Polticas Culturais (SPC) trabalha em algumas melhorias na ferramenta para, neste segundo semestre, dar continuidade ao cronograma de oficinas pelo pas.O lanamento da plataforma SNIIC ser feito em todos os Estados.

    ouVidoria do minC o Canal de diloGo Com o CidadoCriada h mais de trs anos, a Ouvidoria do Ministrio da Cultura (MinC) j se consolidou neste perodo como importante fonte de diagnstico da atuao da Pasta, graas, fundamentalmente, aos canais de dilogo com o cidado, disponibilizados em seu site: Fale com o Ministrio (ou Fale Conosco), acessado por meio do link www.cultura.gov.br/fale-com-o-minc; Servio de Informao ao Cidado (SIC), implantado h um ano, em cumprimento Lei de Acesso Informao, com acesso pelo endereo www.cultura.gov.br/sic; e Ouvidoria, por meio de www.cultura.gov.br/ouvidoria.

    Alm desses acessos, o cidado pode tambm ligar diretamente para a Ouvidoria, que atende, em Braslia, nos telefones (61) 2024-2498 e (61) 2024-2439, enviar correspondncia para Esplanada dos Ministrios, Bloco B, 3 andar, Braslia/Distrito Federal, ou, ainda, ir pessoalmente nesse mesmo endereo.

    Por ano, a Ouvidoria recebe mais de 7.500 manifestaes, sendo mais de 95% enviadas por mensagem eletrnica.

    Conhea as caractersticas de cada um dos trs canais de dilogo:

    falE com o mINIsTrIo a opo para quem quer falar diretamente com a Secretaria de Fomento e Incentivo Cultura (Sefic).

    sIc possui estruturao parte, software prprio, vnculo bem estreito com os rgos de controle, funcionrios com dedicao exclusiva, mais rigor no cumprimento de demandas e maior amparo legal. No por acaso, existem SICs em todas as entidades vinculadas ao MinC. Em um ano, o SIC contabilizou quase 900 manifestaes, que representam 12% do total de questionamentos respondidos pela Ouvidoria.

    ouVIDorIa recebe denncias, elogios, reclamaes e outras solicitaes e sugestes. Mais de 76% das manifestaes recebidas so pedidos de informaes. Dos cerca de 6.700 questionamentos que chegam para as unidades do sistema MinC, 2.861 (42%) so respondidos diretamente pela Ouvidoria e mais de 30%, pela Secretaria de Fomento e Incentivo a Cultura (Sefic). Solicitaes de informao no passam pela Ouvidoria e vo diretamente para a Sefic, por meio do Fale com o Ministrio.

    Mais de

    7.500 manifestaes por ano

    630 por ms

    90% dizem respeito s unidades do sistema MinC

    10% s entidades vinculadas.

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    fale

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    Endereo: Palcio Gustavo CapanemaRua da Imprensa, 16, 2 andar CentroCEP: 20030-120 Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 3733-7100; (21) 3733-7103 | Fax: (21) 3733-7129E-mail Gabinete: [email protected]: [email protected] telefnico: 9h s 18hAtendimento presencial: 14h s 17h

    Endereo: Rua Rio Grande do Sul, 940, Santo Agostinho CEP: 30170-111 Belo Horizonte/MGTel.: (31) 3055-5900 / 5901 | Fax: (31) 3055-5929Horrio de Atendimento: 2 a 6 feira, das 9h s 18hAtendimento Lei Rouanet: 2 a 6 feira, das 14h s 17h

    Endereo: Rua do Bom Jesus, 237 - Bairro do RecifeCEP: 50030-170 Recife/PETel.: (81) 3117-8430 | Fax: (81) 3117-8450Horrio de atendimento: 2 a 6 feira, das 9h s 18hE-mail: [email protected]

    Endereo: Rua Ignacio Acioly, 6(antiga Rua da Ordem Terceira), PelourinhoCEP 40.026-260 Salvador/BATel.: (71) 3417-6918Horrio de atendimento: 2 a 6 feira, das 9h s 18hE-mail: [email protected]

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    Endereo: Rua Andr Puente, 441, sala 604 Bairro IndependnciaCEP: 90035-150 Porto Alegre/RSTel.: (51) 3204-7600 / 7610 | Fax: (51) 3204-7629Atendimento ao pblico: 2 a 6 feira, das 9h30 s 12h e das 14h s 17h30.Atendimento ao Pronac: 2 a 6 feira, das 14h00 s 17h30.Pronac: [email protected] de Cultura: [email protected] Sul: [email protected]

    Endereo: Avenida Governador Jos Malcher, 474 Bairro de NazarCEP: 66035-100 Belm/PATel.: (91) 3222-7235 | Fax: (91) 3224-0699Horrio de atendimento: das 9h s 12h e das 14h s 18h

    Horrio de atendimento: das 9h s 12h e das 14h s 18h

    E-mail: [email protected]

    REPRESENTAO REGIONAL NO NORTE

    REPRESENTAO REGIONAL NA BAHIA | SERGIPE

    REPRESENTAO REGIONAL EM MINAS GERAIS

    REPRESENTAO REGIONAL NO RIO DE JANEIRO | ESPRITO SANTOREPRESENTAO REGIONAL NO SUL

    ESCRITRIO NO ACRE

    Endereo: Rua Julio Marcondes Salgado, 234, Campos ElseosCEP: 01201-020 So Paulo/SP (entrada pela Alameda Nothman, 1058)Tel.: (11) 2766-4300 | Fax: (11) 2766-4309Horrio de atendimento por telefone: das 9h s 18h, de 2 a 6 feiraHorrio de atendimento ao pblico: das 9h s 13hE-mail: [email protected] Pronac: [email protected]

    REPRESENTAO REGIONAL EM SO PAULO

    REPRESENTAO REGIONAL NO NORDESTE

    Endereo: Ministrio da Cultura, bloco B 4 AndarEsplanada dos Ministrios CEP 70068-900 Braslia/DFTel.: (61) 2024-2494 / 2377Horrio de atendimento: 2 a 6 feira, das 9h s 18hE-mail: [email protected]

    REPRESENTAO REGIONAL NO CENTRO-OESTE

    CEP: 69900-643 - Rio Branco/ACEndereo: Rua Dom Bosco, 186, Bairro Bosque

    Voc coNhEcE as rEPrEsENTaEs rEGIoNaIs Do mINc?

    As Representaes Regionais divulgam, acompanham e esclarecem as polticas definidas e implementadas pelo Ministrio da Cultura. Ajudam na realizao de eventos, seminrios, palestras, fazem visitas a entidades conveniadas com o MinC para fiscalizar e ajudar a conduo de seu trabalho.

    Veja onde est a Representao mais prxima de voc.

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    seCretarias e VinCuladas

    sEcrETarIas secretaria de articulao Institucional saIEndereo: Esplanada dos Ministrios Bloco B, 3 andar CEP: 70068-900 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2335 / 2336 E-mail: [email protected]

    secretaria do audiovisual savEndereo: Edifcio Parque Cidade Corporate SCS Quadra 09 Lote C Torre B, 8 Andar CEP: 70308-200 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2871 E-mail: [email protected]

    secretaria da cidadania e da Diversidade cultural scDcEndereo: Edifcio Parque Cidade Corporate SCS Quadra 09 Lote C Torre B, 9 Andar CEP: 70308-200 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2936 E-mail: [email protected]

    secretaria Executiva sEEndereo: Esplanada dos Ministrios Bloco B, 3 andar CEP: 70068-900 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2362 / 2365 E-mail: [email protected]

    secretaria da Economia criativaEndereo: Edifcio Parque Cidade Corporate SCS Quadra 09 Lote C Torre B CEP: 70308-200 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2942 / 2955 Fax: (61) 2024-2633 E-mail: [email protected]

    secretaria de fomento e Incentivo cultura sEfIcEndereo: Esplanada dos Ministrios Bloco B, 1 andar CEP: 70068-900 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2113 / 2112 Fax: (61) 2024-2116 E-mail: [email protected]

    secretaria de Polticas culturais sPcEndereo: Edifcio Parque Cidade Corporate SCS Quadra 09 Lote C Torre B, 10 Andar CEP: 70308-200 Braslia-DFTel.: (61) 2024-2144 E-mail: [email protected]

    auTarquIasInstituto do Patrimnio histrico e artstico Nacional IphanTel.: (61) 2024-5500 / 2024-5502 Fax: (61) 2024-5514 E-mail: [email protected]

    Instituto Brasileiro de museus IbramTel.: (61) 3521-4002 / 4005 E-mail: [email protected]

    agncia Nacional do cinema aNcINETel.: (21) 3037-6001 / 6002 / 6003 E-mail: [email protected] e [email protected]

    fuNDaEsfundao casa de rui Barbosa fcrBTel.: (21) 3289-4602 Fax: (21) 3289-4690 E-mail: [email protected]

    fundao cultural Palmares fcPTel.: (61) 3424-0108 Fax: (61) 3326-0242 E-mail: [email protected]

    fundao Nacional de artes funarteTel.: (21) 2279-8004 / 8003 Fax: (21) 2532-3431 E-mail: [email protected]

    fundao Biblioteca Nacional fBNTel.: (21) 2240-8079 / 2220-1994 Fax: (21) 2220-4173 E-mail:[email protected]

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