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Publicação 109 da Revista Cultivar Máquinas

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  • Rodando por a

    Inspeo de pulverizadores

    Volume de calda em pomares

    Conservao de pneus agrcolas

    Valtra apresenta trator conceito Ants

    Test Drive - Yanmar 1155-4 SE

    Ficha Tcnica - Valtra BS3020H

    Implementos para o processo de fenao

    Enxadas rotativas

    Escolha da potncia em tratores

    Coluna Estatstica Mquinas

    Test Drive - Yanmar 1155-4 SE 16Testamos o compacto Yanmar 1155-4 SE, projetado para operaes que necessitam de potncia, mas que temreas com espaamento e altura reduzidos

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    Por falta de espao, no publicamos as referncias bibliogrficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edio. Os interessados po-dem solicit-las redao pelo e-mail: [email protected]

    Os artigos em Cultivar no representam nenhum consenso. No esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos iro, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores sero mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do pas em cada rea. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opinies, para que o leitor julgue. No aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opinies.

    NOSSOS TELEFONES: (53)

    EditorGilvan Quevedo

    RedaoCharles EcherCarolina Simes Silveira

    RevisoAline Partzsch de Almeida

    Design Grfico e DiagramaoCristiano Ceia

    ComercialPedro BatistinSedeli FeijJos Luis Alves

    Grupo Cultivar de Publicaes Ltda.www.revistacultivar.com.br

    DireoNewton Peter

    [email protected]

    CNPJ : 02783227/0001-86Insc. Est. 093/0309480

    Volume adequadoSaiba como calcular corretamente o

    volume de calda para aplicaes fitossanitrias em pomares

    Mquinas para fenaoConhea todas as mquinas

    utilizadas no processo de fenao, do corte ao enfardamento

    26

    REDAO3028.2060

    Assinatura anual (11 edies*): R$ 157,90(*10 edies mensais + 1 edio conjunta em Dez/Jan)

    Nmeros atrasados: R$ 17,00Assinatura Internacional:

    US$ 130,00EUROS 110,00

    Cultivar Mquinas Edio N 109 Ano X - Julho 2011 ISSN - 1676-0158

    Coordenao CirculaoSimone Lopes

    AssistenteAriani Baquini

    AssinaturasLuciane MendesNatlia Rodrigues

    ExpedioEdson Krause

    Impresso: Kunde Indstrias Grficas Ltda.

    Destaques

    Nossa capa

    ndice

    08

    Matria de capa

    Cap

    a: C

    harl

    es E

    cher

    CCCultivar

    GERAL3028.2000

    ASSINATURAS3028.2070

    MARKETING3028.2065

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br04

    rodANdo por A

    Conbea 2011De 24 a 28 de julho ocorre o XL Congresso Brasileiro de Engenharia Agrcola (Conbea) em Cuiab, Mato Grosso. O evento deste ano tem como tema Gerao de Tecnologias Inovadoras e o Desenvolvimento do Cerrado Brasileiro. Para o presidente da comisso organizadora, o pesquisador Daniel Maral de Queiroz, o Conbea 2011 uma grande oportunidade para que os profissionais da engenharia agrcola venham conhecer um pouco mais da pujana do Mato Grosso, um estado em constante evoluo.

    MarketingEstela Silva a nova co-ordenadora de marketing das Linhas Automotivas, Industrial e Transportado-ra da Goodyear Engineered Products. Estela admi-nistradora de empresas, ps-graduada em Marke-ting pela Universidade Mackenzie e trabalha h 11 anos na rea de vendas de produtos automotivos da empresa. Estela Silva

    FM CoplingA FM Copling, presente nas principais feiras agrcolas do pas, disponibiliza no mercado uma diversificada linha de pulverizadores para todas as culturas do setor. Os pulverizadores Turbo 400 Mix para caf, Guliver 6000 e Turbo 500 apresentam uma variedade de configuraes que possibilitam maior versatilidade e multiuso na sua aplicao.

    D5000 A fbrica da John Deere Water em Uberlndia (MG) iniciou a produo do tubo gotejador D5000, apresentado para o mercado brasileiro em maio, no Agrishow de Ribeiro Preto (SP). O D5000 o primeiro gotejador da marca John Deere no mundo. A fbrica de Uberlndia recebeu investimentos de mais de um milho de dlares e passar a fabricar quatro produtos para irrigao de baixo volume: Hydrogol, Hydro PC, Hydro PCND e agora o D5000. O tubo D5000 um produto indicado para reas extensas, em culturas como cana, algodo, gros e caf.

    Doosan InfracoreFrederico Martins assumiu recen-temente a gerncia de Marketing da empresa Doosan Infracore, conglomerado sul-coreano do ramo de mquinas de construo. A empresa sul-coreana, proprie-tria das marcas Bobcat, Monta-bert e Moxy, est entre as cinco maiores empresas que fabricam equipamentos de construo em todo o mundo.

    TreinamentoA John Deere e o Senai do Mato Grosso do Sul assinaram um acordo de Parceria Tcnica, em Campo Grande. Pelo acordo, a John Deere vai fornecer formao tcnica inicial e aperfeioamento com foco em operao e manuteno de mquinas agrcolas para os instrutores do Senai. O gerente de treinamento da John Deere para a Amrica do Sul, Eugnio Fronza, explica que a empresa busca com a parceria ca-pacitar melhor os operadores na utilizao dos equipamentos e, como consequncia, entregar ao cliente um produto do qual ele possa tirar o mximo de produtividade

    Dia de CampoA Maxum, concessionria Case IH de Lus Eduardo Magalhes (BA), realizou em junho mais um Dia de Campo com clientes Case IH da regio. No evento, a Maxum fez demonstraes tcnicas da colheitadeira Axial-Flow 8120 com a plataforma Draper de 40 ps, adaptada para a cultura do feijo. Agricultores e tcnicos conferiram tambm o sistema Advanced Farm System (AFS) de agricultura de preciso da Case IH. O encontro aconteceu na fazenda Sehn, na regio da Garganta, rea que fica na divisa entre Tocantins e Bahia.

    Frederico Martins

    Eugnio Fronza e Jaime Verruck

  • pulvErIzAdorES

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br06

    DescalibradosAcompanhamento realizado por pesquisadores mostra dados alarmantes sobre estado de manuteno dos pulverizadores e regulagens de aplicao. Inspeo peridica poderia ser uma alternativa para garantir que detalhes e manutenes importantes ganhem a devida ateno

    A preocupao com a correta co-locao do produto no alvo tem permeado o pensamento coletivo de tcnicos e produtores da agropecuria, uma vez que a no ateno a este aspecto pode significar efeitos colaterais como a contaminao ambiental, o insucesso no tratamento fitossanitrio, a necessidade de reaplicaes que, naturalmente, significa aumento nos custos de produo e mais contaminao ambiental.

    Desta forma, um bom conhecimento do alvo da aplicao, da cultura a ser tratada, do clima da regio e do momento da aplicao, do produto a ser utilizado e do equipamento, podem fazer toda a diferena.

    Especificamente falando dos equipa-mentos, de extrema importncia que este-jam calibrados com especificidade para uma determinada aplicao, quer seja para uma cultura frutfera arbrea como nos laranjais, ou nas de baixo fuste como a da soja. Para

    cada cultura, associada aos demais itens mencionados anteriormente, a calibrao deve atender aos requisitos para a correta colocao do produto no alvo.

    Nesta calibrao necessariamente de-ver ser considerado o tamanho de gotas adequado para o problema fitossanitrio a ser resolvido, bem como a sua distribuio, o

    que nortear toda a configurao do equipa-mento, desde a seleo do modelo de ponta de pulverizao, passando pela velocidade de trabalho, pelo volume de aplicao para uma adequada cobertura da superfcie tratada, pelo uso ou no de adjuvantes e, dentre outros, pela presso de trabalho, no caso de bicos de energia hidrulica.

    DescalibradosAcompanhamento realizado por pesquisadores mostra dados alarmantes sobre estado de manuteno dos pulverizadores e regulagens de aplicao. Inspeo peridica poderia ser uma alternativa para garantir que detalhes e manutenes importantes ganhem a devida ateno

    Um tema de extrema importncia o estgiode conservao e manuteno dos pulverizadores

    Exemplo de manmetro utilizado em calibraes a campo, em estgio precrio de conservao

    Fotos Marcelo da Costa Ferreira

  • Marcelo da Costa Ferreira,Unesp - Jaboticabal

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 07

    A filosofia da qualidade ajuda a diminuir perdas, defeitos em equipamentos e desperdcios

    Aqui surge outro tema de extrema im-portncia que o estgio de conservao e manuteno dos pulverizadores. Tratando da presso de trabalho, principal fator que interfere diretamente em todos os itens de qualidade para a produo e distribuio das gotas pelos bicos de energia hidruli-ca, h um componente responsvel pela medio da situao da presso no circuito hidrulico do pulverizador. O leitor j deve ter identificado que estamos falando sobre o manmetro.

    No Brasil no h um programa oficial de avaliaes peridicas de pulverizado-res. Isto resulta em dados dramticos colhidos por diversos pesquisadores em diferentes regies do pas, todas com demonstraes muito preocupantes sobre a situao dos equipamentos disponveis e mais utilizados para o tratamento fi-tossanitrio.

    Voltando ao exemplo dos manme-tros, um levantamento realizado na regio de Jaboticabal, interior do estado de So Paulo, verificou que mais de 54% dos equipamentos vistoriados no possuam manmetros ou estavam com o item avariado. Ora, sendo a presso de trabalho a principal responsvel pelos aspectos qualitativos da pulverizao por energia hidrulica, a ausncia do man-metro significa o total desconhecimento da situao de calibrao do pulverizador e, portanto, um voo cego no que se refere distribuio do produto fitossanitrio em uma determinada cultura.

    Muitos operadores apostam na expe-rincia que tm e afirmam que a posio do acelerador do trator, ou a do registro no regulador de presso, ou ainda o barulho emitido pela ponta de pulverizao so suficientes para caracterizar se a presso ou a calibrao do pulverizador esto cor-retas. Esta prtica tambm tem se mostrado ineficiente, uma vez que j se verificou em avaliaes um montante de mais de trs quartos de pulverizadores com erros na taxa de aplicao, isto , aplicando mais ou aplicando menos calda do que se preten-

    dia em uma determinada calibrao. Em estudo com mais de 500 reabastecimentos realizados no Mato Grosso foram verifica-dos menos de 10% das aplicaes dentro da taxa esperada, com uma variao em torno de 20% para mais ou para menos do que o volume pretendido (Figura 1).

    Nestes casos fica patente a perda de recursos e os riscos associados, tanto de contaminao quanto de insucesso no tratamento fitossanitrio. Prticas simples, no entanto, podem ser adota-das para diminuir os problemas com as falhas na calibrao dos equipamentos. Uma delas a preservao do manmetro atravs da utilizao de um conjunto acoplado diretamente no conector do bico (ou porta-bico) do pulverizador e avaliar a presso diretamente nesta posi-o, retirando o aparato aps a medio. Isto permite uma medida mais exata da presso e tambm preserva o manme-tro, uma vez que guardada to logo a calibrao esteja adequada. Uma lista de verificaes praticada com frequncia varivel em funo do item tambm pode ser utilizada para amenizar falhas com os equipamentos. Uma simples calibrao de pneus do conjunto trator-pulveriza-dor, at uma seleo mais cuidadosa do conjunto de filtros presente no circuito hidrulico pode significar resultados surpreendentes na assertividade das

    aplicaes e at mesmo no desempenho operacional das pulverizaes.

    Atualmente h trabalhos que tm sido encorajados para a avaliao peridica, sendo realizados por empresas e coopera-tivas, em grupos de produtores, auxilian-do no melhor entendimento dos impactos das boas prticas durante a aplicao de produtos fitossanitrios. Entretanto, ainda so insipientes no Brasil.

    Uma vez que se trata de questo es-sencial para o desempenho de um setor estratgico para o Pas, pode-se sugerir tambm que os governos atuem com maior presena na exigncia da habilitao tc-nica de operadores para o trabalho com a pulverizao e na avaliao peridica de pulverizadores, como j acontece em mais de 20 pases pelo mundo, de maneira con-sensual ou compulsria. A despeito disto ainda no ser uma realidade, no destitui os agropecuaristas de realizar estas ativi-dades (habilitao e inspees) j que isto significa uma considervel economia de recursos ambientais, sociais e econmicos, que se revertem em aumento da lucrati-vidade para a fazenda e em economia de divisas para o Brasil. o tipo de atitude que faz toda a diferena e os adeptos s tm a ganhar.

    Para o pesquisador Marcelo da Costa Ferreira, a inspeo peridica umaquesto essencial para o desempenho de um setor estratgico para o Pas

    Figura 1 - Variao no volume de aplicao de inseticida (L/ha). Volume esperado = 400L/ha. Rondonpolis (MT), 2004/05 e 05/06. Fonte: Mora, C.S., 2006

    .M

  • pulvErIzAdorES

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br08

    Massey Ferguson

    Tcnica antiga, mas ainda pouco utilizada no Brasil, o TRV (Tree Row Volume) uma ferramenta interessante para adequar o volume de calda aplicado em plantas

    arbreas, que auxilia a diminuir a quantidade de produto utilizado

    Volume diferenciado

    O volume de pulverizao ou vo-lume de calda a ser aplicado na rea a quantidade da mistura gua mais defensivo a ser aplicada, uni-formemente, em um hectare. Em plantas anuais, diversos estudos tm sido conduzi-dos com o intuito de determinar o melhor volume de calda a ser usado no controle de insetos, patgenos e plantas daninhas (Cunha e Pereira, 2009; Cunha et al, 2006; Juliatti et al, 2010).

    J para plantas arbreas, observa-se que existem poucos estudos relacionados ao vo-lume de calda, uma das razes a enorme variabilidade existente entre as diferentes espcies, tais como a altura e a densidade de plantas, dimetro de copa, espaamento entre linhas da cultura, entre outros. Todos estes fatores contribuem para aumentar as dificuldades em se estabelecer qual o melhor volume de calda a ser usado em plantas de porte elevado.

    Na prtica, o que se observa que mui-tos agricultores determinam o volume de pulverizao levando-se em considerao,

    apenas, a superfcie do terreno, como feito para a pulverizao em rea total, usado para culturas anuais. O resultado dessas aplicaes, na maioria das vezes culmina

    em volumes de calda, extremamente eleva-dos, podendo ocasionar o escorrimento de agroqumicos, com queda no solo, nos cursos dgua, acarretando o aumento no custo de produo e na poluio ambiental.

    Assim, h a necessidade da utilizao de metodologias para o estabelecimento do volume de pulverizao que leve em conta a forma e o tamanho da planta. Um mtodo alternativo que tem possibilitado determinar o volume de calda minimizando os possveis impactos, anteriormente citado, o mtodo do TRV (Tree Row Volume), que leva em considerao o volume da copa das plantas. Por este mtodo, a partir do espaamento entre linhas e do dimetro e altura da copa da planta determina-se o volume de calda a ser aplicado por unidade de rea (Sutton e Unrath, 1984; Regg et al, 2001). Apesar de muito antigo este mtodo muito pouco utilizado ou desconhecido pelos agricultores brasileiros.

    As dimenses de altura e dimetro das rvores e o espaamento entre linhas de cultivo so empregados para se calcular o

    O nmero de plantas necessrias para se determinar o TRV ir depender da uniformidade das rvores no talho

    Volume diferenciado

    Agr

    ale

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 09

    TRV (ver equao 1 no Box). A vantagem de se utilizar o mtodo do

    volume de copa que este considera o es-tdio de desenvolvimento das plantas, pois a rea foliar de uma planta pode aumentar, significativamente, durante seu desenvolvi-mento (Siegfried et al, 2007).

    O dimetro de copa varia de acordo com a cultura, sendo assim, sua determinao deve ser onde a copa apresentar maior dimetro. O nmero de plantas necessrias

    co. Sua escolha ir variar, principalmente, com o volume da copa, a intensidade de ataque de insetos, a severidade da doena, os fatores meteorolgicos, temperatura, umidade relativa, velocidade e direo do vento locais, tipo de cultura, idade da planta e equipamentos disponveis. Sendo assim, no existe uma receita para a escolha do me-lhor ndice volumtrico. Quando no se tem ideia do ndice volumtrico a ser utilizado, este deve ser estimado e monitorado. Para

    Nas fotos acima podemos ver exemplos da medio do espaamentoentre linhas de plantio, da altura do dossel e do dimetro de copa

    para se determinar o TRV ir depender da uniformidade das rvores no talho. No h um valor predeterminado, ficando a cargo do tcnico responsvel a medio de um total de plantas que melhor represente a rea a ser tratada. Uma vez determinado o TRV, o volume de pulverizao ser determinado a partir do ndice volumtrico (Tabela 1).

    O ndice volumtrico um valor pre-determinado que deve ser selecionado pelo engenheiro agrnomo ou responsvel tcni-

    Fotos Robson Sasaki

  • Robson Shigueaki Sasaki,Mauri Martins Teixeira eCleyton Batista de Alvarenga,UFV

    o para o produtor e de sade pblica para a sociedade, custos com transporte, riscos de escorrimento do produto e menores impactos ambientais.

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br10

    Tabela 1 - ndice Volumtrico (IV) para pulverizao em culturas arbreas

    Volume de caldaMuito Alto

    AltoMdioBaixo

    Muito baixoUltra baixo

    IV (mL m-3)12010070503010

    Virginia Cooperative Extension Service, 1989 Spray Guide.

    Tabela 2 - Exemplos de determinao do volume de pulverizao utilizando o mtodo do TRVCultura

    Ma

    Limo Tahiti

    Laranja Valncia

    Dimetro de copa (m)

    2,52,52,52,53,53,53,53,53,03,03,03,0

    Altura da planta (m)

    3,53,53,53,53,53,53,53,53,33,33,33,3

    Espaamento entre linhas da cultura (m)

    4,54,54,54,57,07,07,07,07,07,07,07,0

    TRV (m3/ha)19444,419444,419444,419444,417500,017500,017500,017500,014142,914142,914142,914142,9

    IV (ml/m3)

    100,070,050,030,0100,070,050,030,0100,070,050,030,0

    Volume de pulverizao (L/ha)

    1944,41361,1972,2583,31750,01225,0875,0525,0

    1414,3990,0707,1424,3

    CoMo CAlCulAr o Trv

    Para calcular o TRV, o volume de linha das rvores, necessrio medir anteriormente as dimenses da altura e dimetro das rvores e o espaamento entre linhas de cultivo. Com estas medidas em mos, basta aplicar a frmula abaixo.

    Equao 1

    TRV = HL 10000 EondeTRV = Volume da copa das plantas,

    (m ha-1);H = Altura do dossel (m);L = Dimetro de copa (m);E = Espaamento entre linhas (m).

    Aps a determinao do volume de copa (TRV) e do ndice volumtrico (IV), pode-se calcular o volume de pulverizao (VP) a ser aplicado na rea (Equao 2).

    VP = TRV IV 1000ondeVP = Volume de Pulverizao (L/ha)TRV = Volume da copa das plantas

    (m/ha);IV = ndice Volumtrico (mL/m).

    realizar o monitoramento, devem-se utilizar etiquetas hidrosenssveis, de tal modo que a densidade de gotas (inseticida: 20 a 30 gotas/cm; fungicida: 50 a 70 gotas/cm; herbi-cida: 20 a 40 gotas/cm) seja adequada ao tratamento realizado, caso o resultado no seja o esperado deve-se fazer novos testes monitorando o ndice volumtrico.

    A grande variabilidade nas dimenses das plantas arbreas proporcionar tambm grande variao no volume de calda aplica-do. O desenvolvimento das plantas e a forma da copa, alm de ser uma caracterstica intrnseca da espcie, variam com o sistema de plantio adotado, idade, disponibilidade de recursos, conduo da lavoura, entre outros. Experimentos realizados por Chaim et al, 2010; Nez, 2010 e Auler et al, 2008, determinaram as dimenses das plantas de ma, limo Tahiti e laranja Valncia, utilizadas para se exemplificar o volume de pulverizao (Tabela 2).

    Nas plantas de pequeno porte o mtodo do TRV pode reduzir o uso de defensivos, enquanto que nas copas de rvores maiores, ajuda a garantir que o produto seja suficiente para alcanar o controle desejado (Maktelow e Praat, 1997). Evidncias experimentais

    tm demonstrado redues mdias de 15% a 50% no uso de defensivos, utilizando o mtodo do TRV. Por outro lado, o controle, na maioria das vezes, semelhante ou at superior, quando comparados com os m-todos convencionais (dose constante por unidade de rea) ou quando comparados com mtodos que levam em considerao a altura da copa (Regg et al, 1999; Regg et al, 2001; Steffek et al, 2000). Utilizando-se o mtodo do volume da copa, Gil et al (2007) obtiveram reduo de 57% do volume apli-cado sem afetar a deposio, a cobertura e a penetrao no alvo.

    A reduo nos volumes de calda aumenta a capacidade operacional dos pulverizadores, no entanto requer um aprimoramento da tecnologia de aplicao (Cunha et al, 2006). A reduo do volume de pulverizao diminui o custo de produ-

    .M

    Jacto

  • pNEuS

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 11

    Praticamos atualmente uma agricultura de ponta, que utiliza todas as tecnologias disponveis e, por isso mesmo, somos competitivos e estamos nos aperfeioando cada vez mais na arte de cultivar a terra.

    A agricultura familiar representa uma parcela considervel dentro da agricul-tura brasileira e muitas vezes o pequeno agricultor no tem acesso s informaes importantes referentes ao processo produ-tivo. Pensando na importncia de maximi-zar cada vez mais os processos produtivos, tanto na agricultura empresarial como na familiar, elaboramos um artigo que tem por objetivo dar dicas importantes para se obter o melhor desempenho do trator na atividade agrcola e aumentar a vida til do pneu.

    CADA TRATOR, UM PNEUInicialmente vamos conhecer o pneu

    que est equipando o trator. Temos trs configuraes de trator: 4x2, 4x2 TDA e 4x4. Na configurao 4X2 a trao exercida somente no eixo traseiro, por isso o pneu traseiro do tipo R1 ou R2 e o dianteiro do tipo F1, F2 ou F3. Como exemplos destas configu-raes podemos citar as medidas 18.4-30 12PR R1 e 7.50-16 10 PR F2.

    A configurao 4x2 com Trao Dianteira Assis-tida (TDA), mais

    conhecida como trator traado, ou seja, a trao exercida nos eixos dianteiro e traseiro, onde os pneus dianteiros so do tipo R1 ou R2, porm, de tamanho menor que os pneus do eixo traseiro, tambm R1 ou R2 de tamanho maior que os diantei-ros. Para estes modelos, as medidas podem ser 18.4-30 12PR R1 e 12.4-24 6PR R1. Nos modelos 4X4 a trao exercida nos dois eixos, porm, com os pneus R1 ou R2 todos do mesmo tamanho 30.5L32 16PR R1.

    Tomemos por base um trator de 75cv traado (trao dianteira assistida) com a seguinte configurao 14.9-24 12PR e 8.00-18 12PR ambos R1. Na entrega tcnica, todas as informaes sobre o bom funcionamento do trator so passadas ao operador, mas, s vezes, por uma srie de razes, elas so

    esquecidas. Por isso importante retomar alguns tpicos para a correta manuteno dos pneus e ajustes que proporcionaro melhorias no desempenho do trator.

    Inicialmente, precisamos conhecer o peso do trator no eixo traseiro e no eixo dianteiro. O manual do trator traz estas informaes referentes ao peso esttico. Verifique se este peso contempla o lastro slido. Se no contemplar, multiplique o nmero de contrapeso no eixo traseiro (lados esquerdo e direito) pelo peso de cada um que est estampado no disco e acrescente.

    O mesmo deve ser feito com o eixo dianteiro, s que neste caso os contrapesos esto colocados na dianteira do trator. No esquea que o tanque de combustvel tem que estar cheio e de incluir o peso do ope-rador. importante sabermos este peso por eixo, para podermos inflar os pneus na presso correta. No caso deste trator, a distribuio da carga mais indicada 40% no eixo dianteiro e 60% no eixo traseiro. Desta forma, se o peso total do trator

    Para rodar maisPor rodar em condies extremas, a vida til dos pneus agrcolas est diretamente

    ligada ateno que o operador d carga de trabalho e presso de inflao

    New

    Hol

    land

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br12

    Figura 1 Efeito da quantidade de ar dentro do pneu

    importante saber o peso por eixo para inflar os pneus com a presso correta

    Fotos Charles Echer

    de 5.000kg, o eixo dianteiro dever pesar 2.000kg e o eixo traseiro 3.000kg. Sendo assim, temos a seguinte situao:

    Pneu 8.00-18 12PR carga mxima 1.250kg a 68lbs/pol2.

    Pneu 14.4-25 8PR carga mxima 1.760kg a 26lbs/pol2.

    Imaginemos que este trator seja novo e teve orientao para amaciar o motor e, com isso, deve trabalhar 100 horas com carga. J vimos muitos pneus terem as barras quebradas por excesso de patina-gem devido ao mau uso do trator durante o amaciamento do motor.

    Qualquer operao agrcola hoje deve ser feita com muita eficincia, a agricultura brasileira est num estgio que no se per-mite mais amadores na arte de cultivar a terra, mesmo em se tratando de agricultura familiar. Assim, o primeiro passo antes de comear qualquer atividade agrcola com o

    trator saber qual o ndice de patinagem.

    PATINAGEMUma locomotiva move 40 vages

    carregados de minrio de ferro, mesmo tendo as rodas e os trilhos em ao liso. Como isso possvel? A resposta que nas rodas motrizes h um lastro, um peso que possibilita esta trao. O mesmo processo ocorre com o trator, se no tiver peso suficiente na roda motriz, ela patinar ao tracionar um implemento.

    O que patinagem ento? De uma maneira bem simples, podemos definir patinagem como a perda de velocidade. Esta perda aceitvel dentro dos seguintes parmetros: quando o trator est equipado com pneu diagonal aceita-se um ndice de patinagem de 8% a 20%, enquanto trator

    CoMo ENTENdEr A NoMENClATurA doS pNEuS

    O produtor poder perguntar o que significam os nmeros que com-pem a medida do pneu? (Nomenclatura). Vejamos:

    18.4-30 12 PR R1 ou R218.4: a medida em polegadas da

    largura da seco.-: significa que o pneu de construo

    diagonal30: o dimetro nominal do aro em

    polegadas.12PR: capacidade de carga, necessrio

    consultar tabelaR1: = trao normal (altura das barras

    nvel 100)R2: = trao extra (altura das barras

    nvel 200)7.50-16 10PR F27.50: a medida em polegadas da

    largura da seco.-: significa que a construo dia-

    gonal16: o dimetro nominal do aro em

    polegadas10PR: capacidade de carga, necessrio

    consultar tabelaF2: F1 uma raia, F2 duas raias, F3 trs

    ou mais raias

    equipado com pneu radial este ndice de 7% a 15%.

    Lembre-se que o implemento a ser utilizado deve ser compatvel com a po-tncia do trator. Geralmente, tem-se o pssimo hbito de trabalhar com o trator no limite, ou seja, no deixamos nenhuma folga de potncia, o que prejudicial para os componentes da transmisso, pneus, consumo de combustvel etc. (Ver Box sobre patinagem)

    importante saber este ndice para podermos obter o mximo da eficincia do trator. Se nesta operao o trator estiver

    preciso conhecer o peso do trator nos eixos traseiro e dianteiro, conforme especificado no manual

  • temos que pensar na interao pneu, trator, implemento e operador. Pneu com baixa presso apresenta rachaduras radiais nos costados e desgaste na parte externa das bar-ras. Quando isto ocorrer, cheque a presso dos pneus ao menos uma vez por semana, isto tem que ser feito com o pneu frio. Se o pneu estiver lastrado com gua, o bico tem que estar na posio seis horas.

    O pneu agrcola foi desenvolvido para trabalhar em solo que se deforma, da a configurao das barras. Quando o trator trafega sobre cho batido ou asfalto, h um aquecimento excessivo das barras e um desgaste irregular acontece.

    Foto

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    Mar

    roni

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    CoMo MEdIr A pATINAGEM?

    possvel medir a patinagem de diver-sas maneiras, aqui usaremos como exemplo o tempo gasto para percorrer 100 metros com o implemento levantado e com o implemento abaixado, em modo de trabalho.

    Com o peso do trator devidamente balan-ceado, com a presso de inflao dos pneus correta e com o implemento adequado, v at a rea que ir trabalhar e marque dois pontos distante 100 metros um do outro.

    Coloque a marcha e RPM de trabalho e, com o implemento levantado, comece a andar com o trator. Quando o pneu dianteiro estiver sob a primeira marca acione o cronmetro e quando atingir a segunda marca (100 metros) pare o cronmetro e anote o tempo (este ser o tempo 1). Posteriormente, repete-se a operao com o implemento abaixado em

    posio de trabalho. Novamente, acione o cronmetro quando o pneu atingir a primeira marca e, quando atingir a segunda marca, pare o cronmetro e anote o tempo (este ser o tempo 2). Calcule o percentual de patinagem entre as duas operaes usando a frmula abaixo.

    Patinagem % = T2 - T1 x 100 T2Tempo 1 = 1min 8seg e 65cent. =

    68,65segTempo 2 = 1min 19seg e 85cent. =

    79,89seg

    Temos que neste caso o ndice de pa-tinagem foi de 14%. Como o trator est equipado com pneus diagonais, o ndice de patinagem est dentro do esperado.

    Patinagem % = 79.89 - 68.65 = x 100 = 14% 79.89

    O pneu agrcola foi desenvolvido para trabalhar em solo que se deforma, da a configurao das barras. Quando o trator trafega sobre cho batido ou asfalto h um aquecimento excessivo das barras e um desgaste irregular acontece

    com ndice de 30% significa que o lastro est insuficiente, com isso, gasta-se mais combustvel, promove um desgaste rpido nos pneus e h subaproveitamento do tra-tor. Com ndice abaixo de 4%, mostra que o trator est muito pesado, est carregan-do um peso desnecessrio, consumindo mais combustvel etc.

    Exemplos de desgastes causados por uso de inflaes com presses erradas

    Wanderley fala sobre os cuidados que o operador deve ter sobre a carga de trabalho e a presso de inflao

    Voc pode estar perguntando qual a importncia de manter a presso de infla-o dos pneus? O ar pode ser considerado o combustvel dos pneus. A Figura 1 faz uma anlise de volume de ar dentro do pneu.

    Observe que a presso especificada para as diferentes medidas de pneu est destacada em verde, temos ento o volume de ar e a carga correspondente. Quando a presso est mais baixa que a especificada e a carga continua a mesma, ocorrero desgastes tpicos desta situao, conforme veremos a seguir.

    Quando falamos de presso de inflao, Wanderley Marroni,Maggion Ind. de Pneus e Mq. Ltda

    .M

  • TrATorES

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    Ser assim?Trator conceito projetado pela Valtra chama a ateno por design futurstico, construo limpa e possibilidade de personalizar a mquina de modo diferente de como

    conhecemos os tratores atuais

    Num primeiro olhar, ele parece uma pea do famoso brinquedo de montar Lego Star Wars ou Universe. Na verdade, trata-se de um prottipo de um trator do futuro, concebido pela Valtra como parte das comemoraes dos 60 anos

    de histria. Apresentado em feiras pelo mundo, a partir deste ano, o conceito

    Valtra Ants, traa o que pode ser o futuro dos tratores nas prximas dcadas, com mquinas mais dinmicas, fceis de utilizar, personali-zveis, inteligentes, geis e leves. Ants uma sigla onde as letras A, N, T e S representam as atuais sries de modelos Valtra, mas, em ingls,

    tambm o plural de ant ou formiga. O Ants uma soluo modular, composto

    por dois mdulos bsicos: a unidade de seguran-a, com potncia de 100kW, e a unidade de tra-balho, com potncia de 200kW. Ambas podem funcionar em conjunto ou individualmente. Para tarefas de superviso, a cabine pode ser instalada em ambas as mquinas. Quando tiver de executar trabalhos pesados que requeiram a participao do operador, os mdulos podem ser interligados, ou seja, as rodas traseiras so ligadas a um calibre estreito, as rodas frontais da outra mquina so conduzidas lado a lado e as mquinas ficam interligadas. Assim, estar disponvel uma conduo estrutural com uma potncia de 400kW.

    A cabine a uma cpsula que pode ser ligada a ambos os mdulos bsicos. Pode ser rotacionado e colocado na parte da frente ou de trs do mdulo bsico, ou por cima deste. A cabine desce, permitindo que a atividade mais vulnervel a acidentes de trabalho do trator entrar e sair da cabine seja realizada de forma segura e simples.

    A interface do operador muito simples. A maioria dos comandos dada por voz. As informaes importantes para a tarefa so apresentadas numa tela HUD (heads up display) nas janelas da cabine. A mquina possuir uma grande capacidade de comunicao. A estrutura composta da cabine segura e ter uma viso sem limitaes em todas as direes. A fun-cionalidade tradicional TwinTrac da Valtra foi desenvolvida ao mximo, porque uma cabine mvel significa que o trator Ants no tem uma extremidade frontal ou traseira separada.

    MOTOR E COMBUSTVEL A tecnologia das energias dar grandes

    passos nas prximas dcadas. A transmisso ser eletrnica e a eletricidade ser produzida de formas diferentes, atravs de baterias eficientes, clulas de combustvel e geradores turbo, ou atravs de um motor de combusto de classe elevada que pode explorar o biocombustvel ou o biodiesel. A fonte de energia ter o potencial de ser alternada de forma modular, quando for necessrio.

    O Ants uma soluo modular, composto por dois mdulos bsicos: a unidade de segurana, com potncia de 100kW, e a unidade de trabalho, com potncia de 200kW. Ambas podem funcionar em conjunto ou individualmente

  • A cabine desce, permitindo que a atividade mais vulnervel a acidentes de trabalho do trator entrar e sair da cabine seja realizada de forma segura e simples

    Fotos Valtra

    A estrutura da mquina bsica ser leve. As rodas esto colocadas na extremidade dos eixos, que so utilizados para suspenso ativa e regulagem do vo livre, bem como para levantar e baixar implementos do cho. O vo livre mnimo destina-se aos trajetos em estrada, para oferecer melhor estabilidade. As rodas so inteligentes e a sua largura, ou o tamanho de superfcie de contato, pode ser ajustada para evitar compactaes da superfcie do solo. O Ants examina a estrutura e a composio do solo e aperfeioa a sua superfcie de contato. Quando as rodas se alargam, as garras tornam-se mais agressivas. Contudo, a superfcie das rodas ser otimizada para a conduo em estrada na posio estreita.

    TRABALHO AUTOMATIZADOA unidade de trabalho da classe de

    potncia 200kW e poder realizar as suas ta-refas sem superviso. A unidade de segurana predefinida est equipada com uma cabine e realizar todas as tarefas. Ela est equipada com um brao telescpico duplo, que pode configurar o equipamento para diferentes tipos de trabalho. Tambm ser mais fcil acessar espaos estreitos com a mquina, porque ela pode encolher. A maior parte dos comandos de trabalho da mquina ser gerenciada por motores e atuadores eltricos.

    O Ants examina a estrutura e a composio do solo,e aperfeioa a sua superfcie de contato

    Se for necessrio utilizar o sistema hidrulico tradicional, este ser base de gua e no base de leo como conhecemos atualmente.

    O trator conceito Ants foi construdo numa escala de 1:5 e tem sido apresentado pela Lighthaus de Gothenburg, juntamente com o desenvolvimento de produtos Valtra.

    A interface do operador muito simples. As informaes importantes para a tarefa so apresentadas numa tela HUD

    A cabine a uma cpsula que pode ser ligada a ambos os mdulos bsicos. Pode serrotacionada e colocada na parte da frente ou de trs do mdulo bsico, ou por cima deste

    A primeira apresentao deste trator aconte-ceu no aniversrio de diamante da empresa e continuar sendo apresentado em 2011, em exposies de agricultura e maquinaria pelo mundo. Por enquanto ele apenas um conceito de um futuro, quem sabe, no to distante.

    O vo livre mnimo destina-se aos trajetos em estrada, para oferecer melhor estabilidade

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  • CApA

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    Yanmar 11554 SEO Super Estreito da Yanmar, com 55cv de potncia, mostrou-se estvel em terrenos declivosos, valente no desempenho de funes que exigiram fora e habilidoso nas

    manobras em reas bastante reduzidas

    O Yanmar 1155-4 Super Estreito ideal para trabalhos em locais de espaamentos de altura e largura reduzidos, como parreirais e pomares

    Foi na Serra gacha, mais especifi-camente no distrito de Ana Rech, a 12km do municpio de Caxias do Sul, que a equipe do Laboratrio de Agrotec-nologia do Ncleo de Ensaios de Mquinas

    Agrcolas da Universidade Federal de Santa Maria esteve, a convite da Revista Cultivar Mquinas, para realizar o teste drive do tra-tor Yanmar 1155-4 Super Estreito. A regio, colonizada em sua grande parte por italianos

    e seus descentes, destaca-se no turismo do Rio Grande do Sul, pela famosa Rota da Uva e do Vinho, que oferece aos seus visitantes uma bela paisagem, que recorda a beleza natural do local de origem de seus colonizadores e a cultura da fabricao e degustao dos vinhos e das uvas finas de mesa. Alm disto, pode-se fazer a apreciao de outras frutferas adaptadas regio.

    Chegando a Caxias do Sul fomos recep-cionados pelo pessoal da Unyterra Mquinas Agrcolas Ltda, maior revenda de tratores agrcolas Yanmar Agritech do Brasil, empresa esta que oferece atravs da mesma concesso uma gama de mquinas e implementos agr-colas, tambm em Montenegro, Porto Alegre e Vacaria. Com diversas opes, so oferecidos desde cultivadores motorizados a partir de 11cv at tratores de 75cv, roadeiras, trituradores, pulverizadores, rebo-

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    Fotos Charles Echer

    Estabilidade e fora so duas caractersticas que se destacaram durante o teste

    O posto do operador tem boa posio do banco em relao aos comandos de mo e aos pedais, com alavancas de marcha posicionadas no centroques, alm de utenslios de uso frequente pelos

    produtores.Juntamente com a equipe da Unyterra,

    nos deslocamos ao local do teste drive, em Ana Rech. Fomos recebidos pelo produtor Vilmar Fabro, um dos seis irmos que atuam na propriedade e que nos contou um pouco sobre a histria da famlia Fabro, no Brasil e particularmente no local. A gerao que est agora no comando dos negcios comeou na agricultura h 26 anos com o cultivo do pssego e, em seguida, ampliou os neg-cios, diversificando as culturas produzidas. Atualmente na propriedade so produzidos, aproximadamente, 25 hectares de frutferas,

    distribudas entre ameixa, pssego, caqui e uva, esta ltima representando uma rea de quatro hectares, exclusivamente para mesa. Ao todo, so cinco variedades de uvas plantadas na pro-priedade, sendo a Rainha Itlia o carro-chefe. Alm de frutas, os irmos produzem 35ha de cenoura e cinco hectares de beterraba. Vilmar Fabro trabalha exclusivamente com as uvas de mesa e os outros irmos conduzem o restante das frutferas e hortalias em uma localidade denominada Vila Oliva.

    Os irmos Fabro distribuem os produtos

    diretamente aos mercados compradores, evi-tando assim a diminuio do lucro pela ao dos intermedirios. No entanto, a uva recebe uma ateno especial, sendo vendida quase que exclusivamente dentro da propriedade, representando assim outro mercado explorado na propriedade, o do atendimento personaliza-do ao cliente. Atravs desta prtica, est sendo possvel criar um vnculo com o visitante, proporcionando a este escolher diretamente

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    Fotos Charles Echer

    no parreiral o cacho de uva que deseja levar para casa. Com o intuito de diferenciar ainda mais o atendimento, Vilmar abre mo do que estiver fazendo para receber os visitantes e ain-da oferece cestos artesanais que permitem que os cachos fiquem em uma posio de forma a no danificar os frutos durante a colheita. Nem h necessidade de mencionar que sua clientela formada por gente de todo o pas, que aproveita o turismo regional para saborear as uvas que se produzem no local.

    Em vista disto, nota-se a diferenciao do sistema de produo nos parreirais dos irmos Fabro, onde o sistema de poda de conduo em que as plantas formam uma espcie de Y possibilita a obteno de cachos de qualidade e com bagas de tamanho diferenciado dos demais no mercado. A limpeza do solo, a conduo das plantas (estrutura de madeira

    de eucalipto tratado), o sistema de irrigao (gotejamento) e a cobertura dos parreirais (lona) chamam a ateno para o local. Estas prticas de conduo oferecem um ambiente agradvel e limpo para os visitantes. Atual-mente est sendo coberto o segundo hectare dos parreirais e pretende-se cobrir outros dois nos prximos anos. Este sistema de produo fez com que os irmos conseguissem alcanar uma produo mxima de 20 toneladas de uva. A famlia busca agora um diferencial que a conquista de um selo de qualidade para que possa ampliar o marketing de seus produtos e consolidar no mercado o conceito que j goza com seus clientes habituais.

    Em termos de mecanizao, a propriedade dispe de todos os equipamentos necessrios para a conduo das frutferas. Entre outras mquinas de diferentes marcas, h dois tra-tores agrcolas da marca Agritech Yanmar, um deles do ano de 1989, que foi o segundo da regio, com 14.500 horas de uso, sem ter sido feita a reforma do motor e que ainda est em pleno uso, e um 1155-4 SE recente-mente adquirido, que ainda est em fase de amaciamento, que foi o nosso trator de teste. O produtor nos contou que a manuteno bsica realizada por ele mesmo, e sempre que preciso, o concessionrio presta o ser-vio de assistncia tcnica, o que, segundo este produtor, um diferencial que o auxilia a decidir-se pela marca.

    Detalhe dos dois lados do motor. Na parte fria, esto localizados os filtros e os sedimentadores. Um detalheinteressante a sada do escapamento, localizada na lateral do motor e saindo por baixo do trator

    O trator testado um modelo 1155-4 SE 4x4 da marca Agritech Yanmar de 55cv, que tem como caracterstica principal a utilizao de rodados menores e bitola reduzida, que possibilitam a sua utilizao em parreirais cobertos, como a propriedade dos irmos Fa-bro. O espao disponvel para o deslocamento do trator, dentro do parreiral, constitua-se em uma seo transversal semelhante a um retngulo com 1,95m de altura e largura til de trabalho de 2,70m.

    MOTORO motor que equipa este modelo da

    marca Yanmar modelo 4TNV88-XAT de 40,5kW (55cv), com quatro cilindros, injeo direta e 2.189cc. O trator utilizado nos testes tinha apenas 44 horas de uso. O sistema de alimentao de aspirao natural, contando com um pr-filtro e um filtro do tipo seco. No perodo de realizao do teste verificamos excelente comportamento desse motor, princi-palmente no terreno declivoso da propriedade. Quando da sua utilizao com implementos, que demandam boa parte da potncia do motor, como um triturador, por exemplo, o mesmo respondeu muito bem a tal situao, demonstrando bom torque e mudando pouco seu comportamento.

    O motor possui bomba injetora em linha e um sistema muito interessante de abertura e fechamento do combustvel que vem do

    Contrapesos bastante afastados do eixo dianteiro proporcionam maior estabilidade do trator

    Principais pontos de manuteno peridica podem ser acessados facilmente com o cap basculante

    Pega mos dos dois lados do banco do operador facilitam o acesso ao posto de comando

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    Plataforma possibilita o acesso parte superior para manutenes peridicas no motor e no tanque

    tanque, localizado no prprio pr-filtro, o que facilita a manuteno peridica dos dois filtros de combustvel. Com referncia s capacidades, o tanque de combustvel capaz de comportar 44,5 litros de diesel e o crter do motor 5,3 litros de leo lubrificante.

    O escapamento dos gases provenientes do motor deste trator passa lateralmente ao motor e estende-se at a parte inferior traseira, o que, alm de proteger o operador faz com que esses gases com alta tempe-ratura no atinjam as plantas e venham a danific-las, algo que pode ocorrer quando o escapamento lateral.

    Para facilitar a manuteno, este modelo de trator conta com um cap de abertura verti-cal para frente, ficando o motor e vrios de seus componentes e acessrios totalmente expostos para intervenes peridicas e corretivas.

    TRANSMISSO DE POTNCIA E TDPA transmisso de potncia do motor para

    os demais elementos que vo desenvolver a propulso e a utilizao na forma rotativa comea com uma embreagem bidisco-seco de 250mm de dimetro, que responsvel pela transmisso do movimento motor caixa de velocidades, dotada de oito marchas frente e duas r, com engrenagens deslizantes, sendo um sistema robusto e adequado para tratores de pequeno porte e para os quais se exige grande resistncia.

    A tomada de potncia (TDP) de acio-namento mecnico e independente da em-breagem principal, o que facilita em muito seu acionamento e desacionamento durante operaes que requeiram o uso da TDP, oferecendo maior segurana e aumento da eficincia durante as operaes. Essa TDP oferece 45,6cv no eixo estriado a uma veloci-dade nominal de 540rpm.

    TRANSMISSO DO EIXO DIANTEIRONeste modelo, como sua verso 4x4,

    o rodado dianteiro tambm motriz e a transmisso do movimento que vem da caixa

    de velocidades s redues finais do eixo dianteiro realizada por meio de engrenagens cnicas e no por cruzetas, o que oferece maior resistncia a este componente e consequente-mente diminuio da manuteno. O leo colocado neste componente por meio de um orifcio posicionado na parte superior do eixo dianteiro.

    A rvore cardnica de transmisso do movimento ao eixo dianteiro muito bem pro-tegida atravs de uma tubulao parte metlica e parte plstica que a protege do contato com os agentes que a poderiam degradar, como solo e pedras e a prpria umidade.

    Em espao bastante reduzido, o trator conseguiu sair e imediatamente entrar em linhas alternadas do parreiral, sem perdas significativas de tempo e sem utilizar auxlio de freios ou alguma outra manobra

    Centro gravitacional baixo e sistemas de contrapesos dianteiros distantes do eixo so diferenciaispara manter o trator sempre agarrado ao solo nos terrenos acidentados da Serra gacha

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    Fotos Charles Echer

    SISTEMA HIDRULICOO sistema hidrulico de trs pontos de

    categoria II com capacidade mxima de eleva-o de 850kg e o controle realizado por meio de duas alavancas, sendo uma de controle de posio e outra de ondulao. A bomba tem vazo de 39 litros por minuto e presso de servio de 170kPa. Como item opcional pode-se ter o comando hidrulico.

    POSTO DO CONDUTORERGONOMIA E SEGURANAComo todo trator de pequeno porte e bi-

    tola reduzida o posto de operao costuma ser um problema na fase de projeto. No entanto, o 1155-4 SE acomoda bem uma pessoa de porte normal e se algo pode ser melhorado a posio das alavancas de troca de marchas e regime, que mais cedo ou mais tarde tero que ser colocadas na lateral, para acomodar com mais facilidade as pernas do operador, facilitar-lhe a movimentao na entrada e sada e para estabelecer uma plataforma plana. No mais, ressalta-se uma boa posio do banco em rela-o aos comandos de mo e pedais, com pega

    mos disposio do operador tanto para faci-litar o acesso como para acomodar-se durante o trabalho. Talvez a presena de um pequeno degrau colocado na lateral esquerda do trator seja interessante para auxiliar a subida ao posto de operao. Depois de sentado, o condutor tem uma tima visibilidade, para frente e para as laterais e um amplo espelho colocado na esquerda do cap facilita o acompanhamento do trabalho com o implemento.

    Em termos de segurana, o fabricante colocou um arco de proteo ao capotamento bastante robusto, logo atrs do banco do opera-dor e que pode ser colocado em duas posies, uma retrada que foi muito til para o trabalho embaixo da rea coberta e outra, na posio aberta, em que o operador fica completamente protegido, pois nesta posio h uma margem de segurana no caso de haver capotamento do trator. Nesta situao se recomenda a co-locao do cinto de segurana.

    Testamos a manobrabilidade do 1155-4 desta verso, fazendo-o circular pelas aperta-das linhas da produo de uva de mesa. Em espao bastante reduzido, o trator conseguia sair e imediatamente entrar em linhas alterna-das, sem perdas significativas de tempo. Alm do mais, este procedimento de manobras de cabeceiras, em determinados casos, costuma agregar perigo extra, pois geralmente no so as reas que recebem os melhores tratamentos, ocorrendo muitas vezes pequenas eroses, que dificultam o adequado movimento do equipamento. Est de parabns a equipe de projeto que tomou duas medidas para faci-litar a estabilidade longitudinal do modelo, a primeira colocar os contrapesos dianteiros

    bastante afastados do eixo dianteiro, a segunda a grande distncia entre eixos em relao ao tamanho do trator. Estas duas caractersticas combinadas proporcionam boa estabilidade e fazem com que a dianteira no se despegue do terreno mesmo em grandes declividades. Outra caracterstica positiva deste modelo que testamos o perfil baixo que se conseguiu com a colocao de pneus traseiros na medida 9.5-24 R1 e dianteiros 6.0-14 R1. Estes pneus so os que normalmente equipam o modelo 1145-4 de apenas trs cilindros e que tem porte ligeiramente menor.

    Para verificar todo o funcionamento do trator, montamos uma bateria de testes de campo. A primeira experincia foi v-lo tra-balhando com um pulverizador-atomizador marca Agritech, modelo PVU-400. Depois de abastecer o equipamento em um dos re-servatrios existentes na propriedade, fomos para dentro da rea coberta com lona, onde se produz uva de mesa no sistema bastante par-ticular, desenvolvido e conduzido pela famlia. O desafio era circular com um trator de 55cv em um espao confinado, realizando mano-bras em uma pequena rua. Se a distncia entre eixos lhe desfavorece no raio de giro, o auxilia a manter o equilbrio longitudinal, resultando em uma grande facilidade em fazer a manobra de cabeceira. A marcha utilizada foi a 4 redu-zida, a uma velocidade de aproximadamente 5,5km/h, no havendo necessidade de reduo para a manobra. Por todos foi aprovado no teste de manobrabilidade e movimentao em espao to reduzido.

    Em outra atividade tpica do sistema de produo, trabalhamos com uma roadeira Agritech AT8130-ER, quando se pode colo-car o arco de segurana na posio normal. A marcha utilizada era uma 3 reduzida, a aproximadamente 4km/h e pudemos ver que seu rendimento sob uma condio de muita massa vegetal no provocava nenhuma alterao de rotao, o que demonstrava que o torque do motor era mais que suficiente. Aproveitamos esta operao para verificar a prontido dos comandos do hidrulico, con-trolando o equipamento principalmente para proteg-lo das grandes pedras que afloravam da superfcie do solo.

    Para manter o perfil baixo, foram utilizados pneus traseiros na medida 9.5-24 R1

    O sistema hidrulico de trs pontos de categoria II com capacidade mxima de elevao de 850kg

    No painel simples possvel monitorar as principais informaes do trator

    A transmisso do eixo dianteiro feita por engrenagens cnicas e no por cruzetas

    Arco de proteo contra capotamento pode ser regulado, para possibilitar o trfego em locais com altura reduzida

  • testes, nos chamou a ateno para o lema da Unyterra, colocado em um adesivo na lateral do trator: Para o homem no deixar a terra. Assim conclumos o teste com mais convico, de que se deva dar todo o apoio aos pequenos produtores, para que no abandonem sua atividade e criem condies para que os des-cendentes no saiam do meio rural.

    Tambm aproveitamos a boa vontade do produtor para testar mais um equipamento, utilizado no seu sistema de produo, que era um triturador de resduos, ou trincha, como conhecido entre alguns agricultores. O equipa-mento tambm era da marca Agritech modelo TCL 140, com 1,40m de largura de trabalho e 12 martelos. um equipamento bastante robusto que rompe a vegetao leve, galhos provenientes da poda e tem boa resistncia mesmo na presena de pedras. inclusive mais seguro que a roadeira, nestas ocasies, pois no projeta as pedras que encontra e sim as tritura.

    Enfim, colocamos o nosso trator de teste em diferentes operaes e com resistncias variveis e samos certos de que robustez e simplicidade de operao so qualidades

    presentes neste modelo.No depoimento final do produtor, pergun-

    tamos sobre a sua imagem a respeito da marca e do trator. Muito depressa nos respondeu que, para ele uma das melhores marcas que j trabalhou e que o ponto alto o motor. Disse ainda que o trator de 1989 nunca teve nenhum problema mecnico, que merecesse meno. Seus elogios foram tambm dirigidos s dimenses do trator, que foram decisivas para a sua escolha.

    Quando j estvamos terminando o dia, com a satisfao de termos finalizado os

    O test drive foi realizado na propriedade de Vilmar Fabro pela equipe do Nema da Universidade Federal de Santa Maria, com o apoio da revenda Unyterra, de Caxias do Sul

    O design do 1155-4 SE mantm as caractersticas dos demais tratores da Yanmar

    Jos Fernando SchlosserUlisses Giacomini FrantzRodrigo Lampert RibasNema - UFSM

    .M

  • fIChA TCNICA

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br22

    BS3020HLanado recentemente no mercado brasileiro, o

    primeiro pulverizador autopropelido da Valtra vem com configuraes para lavouras de cana ou de gros, com chassi que suporta o trabalho em terrenos acidentados

    Fotos Valtra

    O primeiro pulverizador autopro-pelido da Valtra, lanado este ano, tem um projeto que inclui tecnologia, robustez e preciso. O BS3020H traz consigo a filosofia que a empresa em-prega no desenvolvimento dos tratores, que prometem desempenho mesmo em condies exigentes de trabalho. Alguns dos indicativos desta resistncia o chassi Flex-Frame e o sistema de transmisso hidrosttica com tra-o cruzada, que proporcionam flexibilidade, resistncia e maior capacidade de trao em diversas condies de solo e topografia.

    O BS3020H tambm oferecido na verso Canavieira que possui 24 metros de barras divididas em sete sees e com rodado 18.4-26, caractersticas que propiciam menor compactao do solo.

    MOTORO BS3020H est equipado motor AGCO

    Sisu Power 620DS, desenvolvido exclusiva-mente para aplicaes agrcolas, com seis cilindros em linha turbo e bomba injetora rotativa Delphi. Suas principais promessas so alto desempenho, durabili-dade e baixo custo operacional. As curvas de potncia e torque garantem grande desempenho na faixa de rotao de traba-

    esto ergonomicamente dispostos com o intuito de diminuir a fadiga do operador. A cabine possui tambm rea envidraada de 5m2, o que permite uma melhor visibilidade de transporte e de trabalho, possibilitando a visualizao dos pneus dianteiros e das barras de pulverizao.

    O BS3020H possui um console ergon-mico e integrado ao assento do operador que facilita o acesso aos controles da mquina e de pulverizao. Para facilitar aplicaes no-turnas, as teclas tm iluminao individual. O sistema de ar-condicionado, dotado de filtro de carvo ativado, conta com sadas de ar distribudas no teto da cabine.

    O piso da cabine revestido com tapete de borracha, que garante ao operador um ambiente mais confortvel e menos sujeito a vibraes e calor facilitando tambm a sua limpeza diria.

    O acesso cabine feito pela parte fron-tal do pulverizador atravs da escada com extenso e retrao automtica. Quando o

    freio de estacionamento acionado a escada estendida, e quando o freio

    desacionado, a escada reco-lhida. Desta forma, o operador no consegue sair da cabine sem

    O BS3020H tem motor AGCO Sisu Power 620DS, desen-volvido exclusivamente para aplicaes agrcolas

    lho. Com potncia constante entre 1.800 e 2.200rpm, possvel manter o ritmo de tra-balho com menores rotaes do motor, menor consumo de combustvel, desgaste do motor reduzido e uma operao silenciosa.

    A cmara de admisso de ar possui um desenho do tipo vrtex, que provoca turbilho-namento, fragmentao e pressurizao do ar. Isso possibilita a perfeita mistura do ar com o combustvel, o que gera uma queima mais homognea com menos emisso de poluen-tes. Este motor tambm est apto a operar com 100% de biodiesel (B100) considerando o diesel conforme ANP 42/2004.

    CABINEA cabine foi projetada para maximizar o

    conforto e a segurana do operador. O design oferece fcil acesso, amplo espao interno e baixo nvel de rudo e vibrao. Os comandos

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 23

    estar com o freio de estacionamento aciona-do. A escada possui degraus antiderrapantes e d acesso plataforma superior, que possui guarda-corpo para segurana ao acesso cabine e ao bocal superior de abastecimento do tanque de produto. A escada, a plataforma e o guarda-corpo foram projetados baseados na norma NR-31.

    BARRASAs barras de pulverizao cobrem uma

    largura de 24m (18m com ponta recolhida) ou 28m (19m com ponta recolhida) e vem com fechamento automtico de sees. Com acionamento por comando eletro-hidrulico, posicionado no manche, a barra pode variar a altura de aplicao de 0,55 a 1,95 metro. O quadro central pendular com elevao atravs de paralelogramo e amortecimento hi-dropneumtico (acumulador de nitrognio), aliado a um conjunto mola/amortecedor, oferece s barras maior absoro de impactos

    e melhor estabilidade durante a aplicao.Alm do quadro central as barras de pul-

    verizao tambm possuem amortecimento hidropneumtico (acumuladores de nitrog-nio) para tornar a movimentao mais suave, garantindo maior vida til ao sistema.

    TRANSMISSO/SUSPENSOO BS3020H equipado com um sistema

    de transmisso hidrosttica 4x4 cruzada permanente, com trs velocidades. Este sis-tema faz com que a roda dianteira esquerda tracione em conjunto com a roda traseira direita e vice-versa, mantendo, assim, com o auxlio do chassi Flex-frame, o pulverizador sempre tracionando mesmo em terrenos mais midos.

    Esta caracterstica permite tambm que o BS3020H trabalhe na velocidade mais

    adequada para cada tipo de aplicao.O BS3020H vem equipado com sus-

    penso pneumtica ativa independente com quatro vlvulas individuais de regulagem e barra estabilizadora que, combinadas com o chassi Flex Frame, garantem uma aplicao mais segura e confortvel em qualquer tipo de solo e topografia.

    CHASSIO BS3020H est equipado com o exclu-

    sivo chassi Flex Frame, j utilizado no pul-verizador RoGator, que tem como principais conceitos a utilizao de ao, liga estrutural com alta resistncia ruptura, elevadas caractersticas de elasticidade e unies por parafusos sem o uso de solda. Estas carac-tersticas proporcionam maior flexibilidade evitando trincas na estrutura da mquina e

    O BS3020H est equipado com o controlador GX-45, que um sistema multifuncional com tela de 5

    A cabine foi projetada para maximizar o conforto e a segurana do operador. O design oferece fcil acesso, amplo espao interno e baixos nveis de rudo e vibrao

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br24

    nas barras.Outra caracterstica que garante plena

    ao do sistema Flex Frame no possuir ei-xos rgidos em relao ao chassi. Isto permite que o BS3020H transponha obstculos de at 50cm sem nenhuma roda perder contato com o solo, permitindo um ngulo de toro do eixo em relao ao chassi de 12 graus.

    Nas concepes de chassis e eixos, foram utilizadas modernas ferramentas de anlise de esforos e severos testes de laboratrio e pista em condies extremas de operao. Mesmo trocando de rodado (380/90R46 para 320/85R38), o pulverizador continua com o vo livre de 1,5m, permitindo, assim, o tratamento de diversas culturas sem cau-sar danos s mesmas.

    PULVERIZAOO Pulverizador BS3020H est equipado

    com um tanque de produto rotomoldado em polietileno com capacidade nominal de trs mil litros. Este volume proporcio-na ao pulverizador grande autonomia na pulverizao, mesmo quando utilizando

    altas taxas de aplicao, permitindo que o pulverizador realize abastecimentos em maiores intervalos de tempo, possibilitando maior produtividade. O acesso ao bocal superior do tanque feito pela plataforma superior, proporcionando grande segurana ao operador.

    O abastecimento de produto pode ser realizado pelo bocal superior no tanque ou pelo engate rpido para mangueiras de 2 e 3 na estao de recarga, se adequando ao sistema de abastecimento do cliente. No caso do abastecimento pelo bocal superior, o mesmo est equipado com uma tampa de inspeo com filtro, que facilita a operao e protege de impurezas o circuito de pulveri-zao. O BS3020H ainda disponibiliza como item opcional bomba de recarga.

    A bomba de pulverizao do tipo centrfuga, com capacidade de 549L/min. Este tipo de bomba garante uma aplicao mais homognea, sem efeito de picos de presso.

    O BS3020H est equipado com o controlador GX-45, que um sistema mul-

    Detalhe da suspenso pneumtica ativa independente com quatro vlvulas individuais

    O BS3020H transpe obstculos de at 50cm sem nenhuma roda perder contato com o solo

    O Pulverizador BS3020H est equipado com um tanque de produto rotomoldado em polietileno com capacidade nominal de trs mil litros

    tifuncional com tela de 5, que controla as funes de: pulverizao, navegao (GPS), piloto automtico hidrulico, fe-chamento automtico das sees de barra. Estas ferramentas otimizam a eficincia da mquina reduzindo a fadiga do perador, aumentando a produtividade com qualidade na pulverizao.

    A funo de pulverizao permite o con-trole com preciso da quantidade de produto qumico aplicado. Esta funo ir ajustar automaticamente a vazo do pulverizador para compensar a velocidade e o nmero de sees em uso, a fim de manter a taxa de aplicao desejada constante. Alm da funo de controle da pulverizao, o mo-nitor possui controle automtico de sees da barra, que minimiza o desperdcio de produto, desligando as sees em reas j aplicadas e controlando a taxa no restante das sees. Isso garantir uma pulverizao correta e homognea do produto em toda a rea, alm de deixar o operador livre para fazer manobras de cabeceira, gerando um maior rendimento operacional.

    SERVICIBILIDADEO cap basculante oferece fcil acesso a

    todos os componentes de manuteno diria do motor. O filtro de ar de alta capacidade est localizado na parte frontal, facilitando a sua troca quando necessrio. A extrao de p realizada na pr-limpeza, com exausto pelo dreno, garantindo maior vida til ao motor e maior intervalo entre as trocas do filtro de ar. O acesso para verificao do nvel de leo, filtros de combustvel e filtro de leo do motor, realizado removendo as tampas laterais que so fixadas por engate rpido.

    Detalhe das barras de segurana que equipamas laterais da plataforma de acesso

    O Sistema AGCOMMAND a nova soluo de telemetria disponvel nos equipamentos da Valtra

    Fotos Valtra

  • O BS3020H est equipado com o exclusivo chassi Flex Frame, j utilizado no pulverizador RoGator

    Atravs do diagnstico de falhas pos-svel realizar rapidamente um diagnstico geral do sistema eletrnico do pulverizador. Os fusveis e os rels esto localizados pr-ximo ao operador, sendo necessrio remover apenas uma trava de fixao para ter acesso aos mesmos.

    TELEMETRIAO Sistema AGCOMMAND a nova

    soluo de telemetria disponvel nos equi-pamentos da Valtra. Ele possibilita conhecer

    e gerenciar minuto a minuto, mesmo a distncia, o desempenho do equipamento e as operaes realizadas. Coleta automatica-mente os dados que so enviados por meio de sinal de celular (GPRS), como: velocida-de, hora do motor, direo de deslocamento, localizao, status do pulverizador, motor

    ligado ou desligado.As informaes podem ser acessadas em

    qualquer computador conectado internet e o programa oferece funes para visualizar a localizao e o status atual do equipamento, comparar o desempenho de mquinas e ope-radores e gerar relatrios das atividades. .M

  • Do corte ao fardoNo processo de fenao, vrias mquinas so necessrias para transformar as

    plantas em alimentos para os animais, sem perder os principais valores nutricionais. Conhecer cada equipamento e mant-los devidamente regulados fundamental para

    obter a mxima eficincia na operao

    IMplEMENToS

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br26

    Segadora com barra de corte

    Quando o assunto produo bo-vina, independente da regio do pas, um problema a ser superado a sazonalidade da oferta de forragens. Uma alternativa para contornar esta questo a produo de feno, processo no qual a forragem cortada, secada, enfardada e armazenada, servindo como base ou complemento da ali-mentao aos animais.

    A tcnica consiste em reduzir rapidamente o teor de umidade das plantas, para nveis de 12 a 25%, chamado ponto de feno, onde a respirao das plantas cessa, e ento possvel armazen-las mantendo suas propriedades nutricionais.

    A qualidade da forragem armazenada atravs da fenao depende das caractersticas das plantas processadas, no entanto, a operao depende do uso das mquinas que compem o conjunto de fenao, e o manuseio correto destes equipamentos pode ser fundamental para obteno de um feno de qualidade. Neste contexto, este artigo tem por objetivo apresentar

    as principais mquinas necessrias ao processo de fenao e destacar cuidados e regulagens que podem fazer a diferena em suas operaes.

    Como comentado anteriormente, para produzir feno preciso cortar, secar e enfadar a forragem, estes procedimentos podem ser realizados de forma mecanizada ou no. No sistema mecanizado, para cortar as forragens so utilizadas mquinas chamadas segadoras, dotadas de mecanismos de corte, podendo ser combinadas com condicionadoras, respons-veis pela macerao dos caules, o que acelera a secagem do material.

    J na etapa da secagem e preparao do material, so utilizados os ancinhos, equipa-mentos que podem virar, esparramar e enleirar a forragem, acelerando a perda de umidade e facilitando o enfardamento. Para enfardar o material, etapa que tem o objetivo reduzir o volume e facilitar a armazenagem do mesmo, so utilizadas as enfardadoras, que podem ser de fardos redondos ou retangulares, grandes ou pequenos.

    A correta utilizao e seleo destes equi-pamentos fator fundamental para obteno de um feno de qualidade. A seguir, sero apre-sentados e discutidos os principais aspectos inerentes ao processo e os equipamentos que compem o conjunto de fenao.

    SEGADORASAs segadoras, responsveis por cortar a for-

    ragem, possuem mecanismos para sustentao,

    Kuhn

    Zilm

    er

  • acionamento e corte. Quanto sustentao, podem ser montadas ou semimontadas, quan-do alm de fixadas ao sistema de engate de trs pontos do trator possuem rodas de sustentao, que auxiliam a regulagem da altura de corte.

    A maioria dos modelos oferecidos no merca-do brasileiro de acoplamento lateral, podendo existir, ainda, equipamentos posicionados pos-terior e frontalmente aos tratores. Em relao aos mecanismos de corte, os trs principais mo-delos oferecidos no mercado nacional so: barra de corte, de tambores e discos picadores.

    As barras de corte empregadas em sega-doras so semelhantes s das colhedoras de gros, compostas por navalhas, dedos-guia e contrafacas. A vantagem destes equipamentos que so de concepo simples, geralmente com custo de aquisio baixo e proporcionam um corte uniforme, com baixa demanda energtica, podendo ser acionados por tratores de baixa potncia. Sua principal limitao est relacio-nada velocidade de trabalho, pois menor em relao aos modelos que utilizam discos ou tambores para realizao do corte.

    As segadoras de discos e tambores pica-dores podem desenvolver maiores velocidades de trabalho, quando comparadas com as que possuem barra de corte. Em contrapartida,

    possuem uma maior demanda enrgica, ne-cessitando de tratores de maior potncia para seu acionamento.

    A largura de trabalho destes equipamentos determinada pelo nmero e dimetro dos discos ou tambores de corte, geralmente em nmeros pares, estes mecanismos so dotados de facas posicionadas em sua periferia, fixas ou retrteis, que realizam o corte da forragem. A substituio e afiao das facas so simples e rpidas, o que confere maior praticidade de operao a estes equipamentos.

    A principal diferena entre as mquinas em relao ligao dos rgos ativos, respons-veis pelo corte, com a estrutura de sustentao do equipamento. Nas segadoras de discos, estes so alinhados sobre uma barra, que trabalha rente ao solo, sua regulagem quanto altura de corte feita atravs do eixo do terceiro ponto do trator. J nas segadoras de tambores, os rgos ativos (discos e facas) so ligados estrutura da mquina por meio de tambores, que possuem em sua base patins, que servem para manu-teno da uniformidade de corte mesmo em terrenos ondulados.

    Quanto s regulagens deste tipo de maqui-nrio, destaca-se altura de corte. Se esta for rasa em demasia, provvel que as ferramentas de

    corte entrem em contato com o solo, causando avarias ao sistema e misturando segmentos de solo com o material.

    A altura de corte deve permitir que o mxi-mo de forragem de qualidade seja aproveitado e, tambm, que a planta ainda tenha reservas para rebrotar, se for de interesse do produtor realizar mais de um corte por cultivo.

    Quanto manuteno destes equipamen-tos, alm da lubrificao das partes mveis e do tensionamento das correias e correntes, importante que as facas ou navalhas sejam mantidas sempre afiadas, para que promovam o corte e no o dilaceramento da forragem.

    Sempre que possvel, o corte deve ser rea-lizado nas primeiras horas da manh, quando no houver mais orvalho. Isso far com que a forragem esteja exposta ao sol nas horas mais quentes do dia, acelerando a secagem. O ideal cortar apenas a quantidade de material que pode ser processado em um dia, ou seja, virar e esparramar nas horas mais quentes e poste-riormente enleirar.

    A perda de umidade das forragens acontece em duas etapas, em seguida ao corte os teores so reduzidos rapidamente a 60%-65%, e pos-teriormente reduz gradativamente ao ponto de feno (12%-25%), quando entra em equilbrio

    Segadora de discos e segadora de tambores

    Kuhn

    Lavr

    ale

  • Julho 2011 www.revistacultivar.com.br28

    Detalhe dos rolos condicionadores que so utilizados para homogeneizar o tempo de secagem do material

    com a umidade relativa do ar, e a respirao cessada.

    Enquanto a planta est respirando, ou seja, at atingir o ponto de feno, est consumindo nutrientes e perdendo seu valor nutritivo como fonte de alimentao. Para acelerar este processo de secagem, existem as chamadas condiciona-doras, que geralmente so combinadas com as segadoras. Estes equipamentos tm como funo a macerao do material, aumentando sua superfcie de contado com o ar e facilitando a perda de gua do material.

    Dependendo das condies ambientais e da forragem em questo, o tempo de secagem at o ponto de feno pode ser reduzido em at quatro vezes com o condicionamento do material. O processo de condicionamento consiste na passagem da forragem cortada por entre dois rolos, lisos, estriados ou combinados, que ento promovem o esmagamento da forragem.

    Outro papel importante do condiciona-mento do material a homogeneizao de tempo de secagem de folhas e caules. Sem este processo, por via de regra as folhas secam mais rapidamente, ento quando os caules esto com a umidade ideal as folhas esto secas em excesso, aumentando as perdas no momento do enfardamento.

    ANCINHOSAps o corte e o condicionamento, pre-

    ciso manusear a forragem, esparramar, virar e enleirar, servio realizado pelos ancinhos. Os principais tipos so os de descarga lateral, os de discos e os rotativos de eixos verticais. Os ancinhos de descarga lateral so caracterizados por um molinete, montado sobre um chassi, dotado de barras transversais e dentes, que realizam o movimento da forragem.

    Estes equipamentos, conforme o sentido de giro do molinete e da inclinao do mesmo em relao ao eixo de deslocamento, podem virar e esparramar ou enleirar o produto. Quando o molinete gira em sentido contrrio s ro-das, a forragem descarregada lateralmente, formando uma leira. Quando o movimento em sentido contrrio, a forragem sai pela parte traseira, virada e esparramada.

    Para espalhar a forragem, o ngulo formado entre o molinete e o sentido de deslocamento deve ser de aproximadamente de 40. J quando o objetivo enleirar o material, este ngulo deve ser de 60.

    A manuteno destes equipamentos bastante simples, baseando-se na necessidade de lubrificao das partes mveis, verificao da tenso das correias e correntes do sistema de transmisso e substituio dos dentes ou garfos avariados. Este aspecto combinado com sua versatilidade torna estes modelos de ancinhos prticos e versteis.

    Outro modelo de ancinho disponvel no

    mercado brasileiro o de discos, que possui um eixo horizontal onde so acoplados atravs de eixos verticais ligados a rotores ou discos, que possuem dentes em sua periferia e atravs da rotao destes mecanismos movimentam as forragens.

    A largura de trabalho destes equipamentos vai depender do nmero e do dimetro dos discos, podendo desenvolver velocidades de at 11km/h, o que lhe confere grande capacidade operacional.

    A independncia dos discos, proporcionada pelos eixos verticais de ligao com a estrutura de sustentao, garante um bom desempenho em terrenos irregulares. Outra vantagem destes equipamentos que realizam um trabalho sua-ve, acarretando menores perdas, principalmente quando se est trabalhando com espcies legu-minosas, mais sensveis e com maior propenso perda de folhas no momento do manuseio.

    Os ancinhos de eixo vertical so os mais utilizados atualmente. Geralmente so equi-pamentos de arrasto, acoplados ao trator pela barra de trao e acionados pela TDP, possuem um ou mais rotores com eixo vertical apoiados sobre rodas de sustentao, que determinam a altura de trabalho.

    Estes equipamentos possuem defletores, que permitem selecionar o tipo de operao, ou seja, esparramar ou enleirar o material, e, ainda, determina a largura das leiras. A largura de trabalho vai depender do nmero de porta-garfos (eixos verticais). A simplicidade com que realizam o trabalho de movimentao da forragem permite que sejam operados a grandes velocidades, geralmente limitadas pelas condi-es do terreno, garantindo uma boa capacidade operacional a estes equipamentos.

    ENFARDADORASAs enfardadoras so mquinas destinadas

    ao recolhimento, prensagem e amarrao da forragem. Esta etapa do processo de fenao tem por objetivo reduzir o volume e facilitar a armazenagem do material.

    Os principais subsistemas das enfarda-doras so os mecanismos recolhedores, de

    Quanto manuteno, alm da lubrificao das partes mveis e tensionamento das correias e correntes, importante que as facas ou navalhas sejam mantidas sempre afiadas, para que promovam o corte e no o dilaceramento da forragem

    Kuhn

  • alimentao, de compresso e de amarrao. O recolhimento do material realizado por dentes que giram tangencialmente ao cilindro recolhedor, transportando a forragem do cho at o mecanismo de alimentao.

    A altura de recolhimento varivel do tipo de forragem e das limitaes impostas pelo terreno, no entanto, na maioria dos casos os dentes do mecanismo recolhedor devem ficar a 3cm do solo. importante que o recolhimento seja realizado no mesmo sentido em que o corte foi feito, para minimizar as perdas nesta etapa do processo. O mecanismo de alimentao, que pode ser um transportador helicoidal ou garfos ligados a bielas, tem por funo entregar a forra-gem recolhida ao sistema de compresso.

    fundamental que exista um sincronismo entre o mecanismo de alimentao e de com-presso, como forma de evitar danos s partes mveis da enfardadora. A uniformidade dos fardos vai depender do correto posicionamento dos garfos sobre a biela de alimentao, e da constncia de material entregue ao sistema de alimentao pelo recolhimento. Da a importn-cia de se ter leiras bem formadas e uniformes.

    O mecanismo de compresso trabalha em sinergia com o sistema de amarrao. A compresso dos fardos retangulares realizada por um mbolo acionado pela TDP do trator, seu comprimento determinado por uma roda estrela, que gira pelo movimento do fardo na c-

    mara de compresso e aciona as agulhas e realiza a amarrao pelos mecanismos atadores.

    Nas enfardadoras de fardos redondos, a preparao do fardo realizada entre correias e roletes que giram contra uma srie de correias paralelas independentes, quando o fardo formado, envolto por fios e solto por uma comporta traseira acionada hidraulicamente.

    Existem modelos de enfardadoras de fardos retangulares e redondos que, alm da forma dos fardos, diferem quanto ao tamanho, podendo ser grandes ou pequenos.

    A vantagem de se trabalhar com fardos pequenos que a tarefa pode ser realizada

    manualmente, em contrapartida, com os fardos grandes todo sistema de transporte da forragem e alimentao do rebanho pode ser realizado mecanicamente, o que interessante quando se trabalha em grandes escalas de produo.

    Gustavo Jos BonottoAirton dos Santos AlonoDauto Pivetta CarpesLeodrio Montemezzo JuniorMariana Weber Rodrigues,Laserg/UFSMMauro Fernando Pranke Ferreira,Faem/UFPel

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    Claas

  • IMplEMENToS

    Alta rotaoAs enxadas rotativas so implementos simples, mas

    bastante versteis que podem ser utilizadas em diversas aplicaes nas atividades dirias numa propriedade rural

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br30

    Figura 1 - Esquema de funcionamento dos rgos ativos da enxada rotativa

    Cha

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    Ech

    er

    As enxadas rotativas so imple-mentos que fazem o revolvimen-to do solo atravs de pequenas enxadas (lminas ou facas), acionadas pela TDP e montadas no sistema de levante hidrulico do trator. Ao girar, as enxadas atacam a parede do sulco, cortando fatias de terra que so lanadas para trs e para cima, indo de encontro a uma placa protetora, possibilitando assim o destorroamento dos agregados (torres).

    Assim como os demais implementos, as enxadas rotativas evoluram no decorrer das dcadas. Alguns fatores podem ser ci-tados como os principais responsveis pela evoluo das enxadas rotativas, conforme abordaremos a seguir. Os arados, com rgos ativos fixos (arados de aivecas) ou mveis (arados de discos), exigem considervel fora de trao e uma complementao do trabalho executado, atravs de gradagem. Outro ponto o fato de que a as enxadas rotativas, embora necessitem de torque re-lativamente alto, praticamente independem de fora de trao e executam um trabalho completo, isto , do arado e da grade de uma s vez. E, por fim, a incorporao de restos de cultura e vegetao de cobertura feita por arados e grades deficiente e, em certas ocasies, impraticvel, como o caso de palha de cana-de-acar. Com enxadas rotativas, adequadamente reguladas, esse

  • Figura 2 - Atuao das facas

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 31

    Figura 3 - Regulagens na abertura da placa de impacto e variao no tamanho do agregado

    trabalho bem executado.Entre as principais funes das enxadas

    rotativas podemos destacar o controle de plantas daninhas, incorporao de restos culturais, fertilizantes e corretivos, e subs-tituio de implementos convencionais de preparo do solo. Uma grande vantagem do uso deste implemento a diminuio da patinagem dos pneus, pois ela gira no mes-mo sentido da roda do trator. Em operaes conjugadas a fora de trao requerida pelo escarificador , em parte, fornecida pela pr-pria enxada rotativa, fazendo com que haja um aproveitamento integral da potncia do motor do trator durante o trabalho.

    As enxadas rotativas possuem basica-mente dois tipos de lmina. As lminas modelo L ou universal so utilizadas para trabalhos gerais em solos normais. J as lminas em C ou velozes servem para trabalhos em solos mais duros ou pegajosos. Os modelos mais leves de enxadas rotativas so utilizados para horticultura, onde os trabalhos atingem at 15cm de profundi-dade. J os modelos mais pesados servem para trabalhos na faixa de 15 a 25cm de profundidade.

    As principais regulagens das enxadas rotativas esto relacionadas ao tipo de agre-gado (torro) que se deseja obter, conforme veremos. De modo geral, quanto maior a velocidade do trator, maior ser o tamanho dos agregados; quanto maior a altura da placa de impacto, maior ser o dimetro dos

    agregados; quanto maior a velocidade do rotor, menor ser o dimetro dos agregados e quanto maior o nmero de lminas por flange, menor ser o dimetro dos agregados. A placa de impacto tambm interfere no ta-manho dos torres, que vo ficando menores na medida em que a placa fechada.

    As enxadas rotativas tambm podem ser configuradas como roto-encanteiradores, que so utilizados principalmente na hor-ticultura. Nesta configurao, as enxadas recebem saias ou asas laterais que limitam a disperso dos torres e, medida que ocorre a desagregao do solo, ocorre tambm formao dos canteiros.

    Pesquisadores falam sobre a versatilidade das enxadas no manejo dirio

    prINCIpAIS CoMpoNENTES

    Rotor: local onde so fixadas as facas; Coroa de transmisso ou caixa seletora de velocidades: formado por engrenagens para seleo da velocidade do rotor; Placa protetora (impacto): proteo e quebra dos agregados (torres); Lminas ou facas: rgo responsvel pelo corte da fatia de solo.

    Exemplo da utilizao das rotativas no preparo de solo em reas alagadas ou vrzeas

    Haroldo Carlos Fernandes,Daniel Mariano Leite eElcio das Graa Lacerda,Universidade Federal de Viosa

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    Fotos Haroldo Fernandes

  • TrATorES

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br32

    Valtra

    Escolha num clickPrograma computacional para calcular a potncia requerida de mquinas e implementos

    agrcolas ajuda o produtor a definir qual o melhor implemento para cada trator

    Com o aumento das populaes e a necessidade de se produzir mais alimentos, com um nme-ro cada vez menor de pessoas empregadas na agricultura, as operaes agrcolas co-mearam a ser mecanizadas e a grande va-riedade de mquinas agrcolas disponveis hoje, para realizar estas operaes, permite ao agricultor uma escolha adequada para atender a sua demanda. Porm, as carac-tersticas de cada modelo variam e podem interferir no desenvolvimento da cultura, negativamente ou positivamente desde o plantio at a colheita.

    Atualmente h a necessidade do au-mento da eficincia em todos os setores da economia para a manuteno da competi-tividade, especialmente no setor agrcola. A otimizao do projeto, a adequao de

    maquinrio, as prticas de irrigao, o de-senvolvimento de sistemas de informao geogrfica e de posicionamento global e muitas outras tcnicas esto proporcionado agricultura ganhos crescentes, permitindo aumento da produo com reduo de reas cultivadas, insumos e danos ambientais.

    INFORMTICA NO SETOR AGRCOLAAo oferecer vantagens no setor agrcola,

    com aumentos de produtividade, a infor-mtica tambm vem conquistando espao neste setor. O uso dos computadores na agricultura aumentou consideravelmente nos ltimos dez anos, perodo em que ocor-reu rpido desenvolvimento na tecnologia, reduo no tamanho do equipamento e no seu preo final. No caso do produtor rural, o computador auxilia na coleta, no arma-

    zenamento e no processamento de dados e informaes de maneira mais eficiente nos mais variados processos produtivos do setor. Assim, a informao passa a ser extremamente valiosa e deve ser conside-rada como mais um insumo no processo produtivo.

    Atualmente, com o surgimento de empresas especializadas e o trabalho dos rgos governamentais de pesquisa e de assistncia tcnica, j existe uma quanti-dade considervel de programas especficos voltados para o campo.

    Uma das ferramentas atuais mais usa-das para o desenvolvimento de programas de comunicao via internet o PHP (Hypertext Preprocessor). O fato de seu cdigo ser executado no servidor permite que computadores com poucos recursos de

  • Para o produtor rural, o computador auxilia na coleta, no armazenamento e no processamento de dados e de informaes de maneira mais eficiente e produtiva

    Figura 1 - Tela de seleo da operao agrcola e implemento utilizado

    processamento executem-no. Este tipo de utilizao torna mais fcil o uso do progra-ma, uma vez que no existe a necessidade de instalao de arquivos especficos e o usurio pode ter acesso em locais diferentes ou acesso remoto utilizando algum dispo-sitivo de conexo sem fio.

    O uso da informtica e de programas computacionais no setor agrcola permite atingir objetivos especficos na rea. Na mecanizao agrcola, por exemplo, a seleo de mquinas e de implementos agrcolas adequados ao sistema de produo um processo bastante complexo e pode ser auxiliado por meio da informtica.

    DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMAVisando facilitar e tornar de maneira

    mais rpida o clculo da potncia requeri-da de mquinas e implementos agrcolas, foi desenvolvido, no setor de Mecaniza-o Agrcola da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), um programa computacional para calcular, inicialmente, a fora, e, posteriormente, a potncia requerida.

    Dentre os implementos utilizados no

    banco de dados, destacam-se implemen-tos de preparo do solo subsoladores e aplicadores de material orgnico, arados de aivecas, escarificadores, grades de discos de simples ao e de dupla ao tandem e offset, cortadores de palhada, cultivadores mecnicos e mquinas de semeadura. Utilizou-se a linguagem de programao voltada para internet PHP verso 5.0.

    O programa computacional para avalia-o da demanda de potncia desenvolvido apresenta uma tela inicial onde o usurio faz a seleo de operao agrcola e imple-mento utilizado (Figura 1). Em seguida, o usurio deve escolher o modelo de trator 4x2, 4x2 TDA, 4x4 ou de esteiras, e tipo de solo, velocidade de operao, largura e profundidade de trabalho do implemento utilizado (Figura 2). Aps a entrada dos dados, o programa exibe o resultado da po-tncia exigida na barra de trao e no motor do trator (potncia bruta) nas unidades de kW e cv (Figura 3).

    A partir do programa computacional desenvolvido, tornou-se possvel a execu-o de tarefas para clculos de avaliao

    da demanda de potncia de mquinas e implementos agrcolas utilizados em ope-raes de campo, desde o preparo do solo at a implantao de culturas, de forma simplificada usando a internet, sem a necessidade de instalao de programas especficos.

    O programa desenvolvido permite livre acesso a qualquer usurio que se interessar, no possuindo senha ou regra para sua execuo, porm, os cdigos-fontes dos programas so indisponveis aos usu-rios, protegendo os direitos autorais dos desenvolvedores. O programa apresenta a vantagem de ser oferecido sem a neces-sidade de arquivo de instalao, bastando o usurio ter acesso internet. Porm, h a verso de instalao remota no modo PHP-GTK, caso o usurio no tenha aces-so internet. Para acessar o programa necessrio acessar: http://www.pabloklaver.com/potencia/

    Figura 2 - Tela de seleo do trator, solo, velocidade de operao, largura e profundidade

    Figura 3 - Tela de resultados

    Pablo Pereira Corra Klaver,Jos S Vasconcelos Junior eRicardo Ferreira Garcia,Uenf

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br 33

    .M

    Land

    ini

  • Unidades

    TotalNacionaisImportadasTratores de rodas NacionaisImportadosTratores de esteirasNacionaisImportadosCultivadores motorizadosNacionaisImportadosColheitadeiras NacionaisImportadasRetroescavadeirasNacionaisImportadas

    Variaes percentuais

    VENDAS INTERNAS DE MQUINAS AGRCOLAS AUTOMOTRIZES NACIONAIS E IMPORTADAS - ATACADO

    Variaes percentuais

    MQUINAS AGRCOLAS AUTOMOTRIZES POR EMPRESA

    (1) Empresas no associadas Anfavea; (2) Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1/02/05), Komatsu; (3) AGCO, Case CNH, Caterpillar, New Holland CNH (sucede Fiatallis CNH a partir de 1/02/05).

    Fonte

    : ANF

    AVEA

    - As

    socia

    o N

    acion

    al do

    s Fab

    rican

    tes de

    Vecu

    los A

    utomo

    tores

    MQuINAS EM NMEroS

    Unidades

    TotalTratores de rodasTratores de esteirasCultivadores motorizadosColheitadeirasRetroescavadeiras

    Variaes percentuais

    PRODUO DE MQUINAS AGRCOLAS AUTOMOTRIZES

    Mil unidades200920102011

    JAN4,75,95,3

    FEV4,46,57,0

    MAR5,67,97,5

    ABR5,27,86,9

    MAI4,58,17,2

    JUN4,17,76,7

    SET6,18,2

    OUT7,08,1

    NOV7,37,3

    DEZ6,24,2

    Julho 2011 www.revistacultivar.com.br

    JUNA

    6.7075.427347110267556

    MAIB

    7.2165.97531630251644

    JAN-JUNC

    40.65332.3561.561515

    3.2772.944

    JUND

    7.6936.494172170342515

    JAN-JUNE

    43.81235.807

    868962

    3.1862.989

    A/B-7,1-9,29,8