revista [b+] - 28
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No comando da Candyall Entertainment, Carlinhos Brown dá vida a projetos que repercutem no Brasil e no exteriorTRANSCRIPT
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 1Marketing: o desafio de mudar a marca iguatemi para shopping da Bahia
Tiragem auditada:15 mil exemplares
carnaVaLCrise afeta a maior festa popular do mundo
turismo denegÓciosSalvador precisa voltar a ser atrativa para grandes eventos
mercadonÁuticoBahia tem potencial a ser explorado
moda praiaInovação garante maior faturamento
R$ 9,90
sumário
A Bahia dos seus olhosOnline e Muralfórum de Liderança [B+]Bloco de NotasImóveis+Saúde+Mídia+
NEGÓCIOSSalvador e o turismo de negócios[C] A nova lei anticorrupção e o sistema complianceÁgua de coco sem fronteirasStartup: PastarEmpreendedorismo de salto alto[C] O espírito animal precisa nos guiar [C] É hora de pensar a Bahia do futuro
Carnaval em Criseentrevista: Carlinhos Brown
EDUCAÇÃOAprender a empreender
SUSTENTABILIDADEA novela da Orla de Salvador[C] Baía de Todos os Santos, sede da Amazônia Azul
LIFESTYLESaborO mercado das marinasRoteiro: fuja do CarnavalGuia de praiasO negócio do biquíniMarca: Picolé CapelinhaDecoração[C] Turismo de luxo na Bahia[C] Defenda a BahiaAutos&Motos+A bordo com a [B+][C] Bahia, terra sem memóriaNotas de TEC
ARTE&ENTRETENIMENTOfeiras gastronômicas em SalvadorConte aí
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[conselho editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
[editora-chefe]Núbia Cristina ([email protected])
[editor assistente]Pedro Hijo ([email protected])
[repórter]Victor Longo ([email protected])
[diretor de arte]Leandro Maia ([email protected])
[coordenadora de arte]Rafaela Palma ([email protected])
[designer]Gabriel Cayres ([email protected])
[projeto gráfico]Gabriel Cayres e Rafaela Palma
[colaborador - diagramação] Edileno Capistrano
[fotografia] Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira
[revisão] Cristiane Sampaio
[colunistas]Armando Avena, Glenda Zaine, Heloísa Braga, Iuri Barreto, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Roberto Nunes e Ruy José de Almeida Filho
tiragem auditada15 mil exemplares
revista [B+] edição 28Fevereiro 2015/Março de 2015
[periodicidade] Bimestral[impressão] Santa Marta[foto capa] Imas Pereira
A Revista [B+] pode ser lida no site (www.revistabmais.com.br), tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas da cidade. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas.
pontos de Venda
[conselho institucional] Aldo Ramon (Júnior Achievement), António Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Rodrigo Paolilo (Conaje) e Wilson Andrade (Abaf)
[presidente]Rubem Passos Segundo ([email protected] )
[diretor geral]Renato Simões Filho ([email protected])
[diretor de publicações]Claudio Vinagre ([email protected])
[diretora comercial]Adriana Mira ([email protected])
[diretora de marketing]Bianca Passos ([email protected])
[gerente comercial]Ana Carolina Pondé ([email protected])
[gerente de planejamento]Rafael Abreu ([email protected])
reserva de anúncio [email protected] / 71 3012-7477
realização Editora Sopa de Letras Ltda.
Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, BrotasCEP: 40.280-000Salvador - BahiaTel.: 71 3012-7477
cnpJ 13.805.573/0001-34
expediente
Marketing: o desafio de mudar a marca iguatemi para shopping da Bahia
Tiragem auditada:15 mil exemplares
carnaVaLCrise afeta a maior festa popular do mundo
turismo denegÓciosSalvador precisa voltar a ser atrativa para grandes eventos
mercadonÁuticoBahia tem potencial a ser explorado
moda praiaInovação garante maior faturamento
R$ 9,90
editorial
A mudança é intrínseca à nossa existência.
Gostando ou não, mudamos todos os dias,
desde o ventre que nos abrigou nos primei-
ros momentos de vida. Ao nosso redor, tudo
muda o tempo todo, embora a resistência às
mudanças seja algo comum. Em geral, os jo-
vens temem menos as mudanças, isso ocorre
também no mundo corporativo. As organiza-
ções com menor tempo de vida, mais enxutas,
com uma estrutura sem maiores níveis de
hierarquização, são propensas às mudanças.
É assim no Grupo [B+], que em 2014 implantou
significativas transformações e segue nessa
metamorfose nos primeiros meses deste ano.
Na edição 28, que traz um panorama sobre
os setores da economia baiana impulsionados
na alta estação, mudamos a revista. A sua
[B+] tem um projeto gráfico atualizado. Uma
tipografia de texto mais adequada à leitura,
que garante maior fluidez e conforto. Ou seja,
aumentamos nossa leiturabilidade. O novo
tamanho é compatível com o padrão das
principais revistas de negócios do mundo.
Seguindo uma tendência global, aderimos
à impressão rotográfica, que garante maior
velocidade, permitindo aumento da tiragem.
Chegamos a 15 mil exemplares e não vamos
parar por aí, pois a meta é elevar essa marca
gradativamente. Hoje, a revista de negócios
da Bahia chega a 184 municípios baianos, mas
estamos criando musculatura para aumentar,
e muito, essa capilaridade.
mudar é preciso, evoluir é inevitável
Seguimos a máxima de que elogios preci-
sam ser feitos em público, portanto, aqui vai
nosso reconhecimento à equipe de designers
do Grupo [B+], que tocou com maestria o
processo de reformulação. Rafaela Palma e
Gabriel Cayres, com a liderança do diretor de
arte, Leandro Maia, foram buscar inspiração
nas melhores revistas do mundo para deixar
a [B+] ainda mais bonita e gostosa de ler.
Mudança é música para nossos ouvidos, por
isso o tema central desta edição passeia pelas
transformações do Carnaval de Salvador, o
principal produto da indústria do entreteni-
mento, que movimenta a economia baiana
durante todo o verão.
Não é à toa que destacamos na capa uma
entrevista exclusiva à [B+] com o cantor,
compositor, percussionista, arranjador,
produtor e artista plástico Carlinhos Brown.
Salientamos aqui que esse artista multimídia
é também um empreendedor intuitivo, atento
aos detalhes da gestão de sua carreira, para
quem liderar é servir e criar oportunidades
de crescimento pessoal, profissional e social.
Ele reconhece que há crise no Carnaval da
Bahia, mas aponta novos caminhos para a
revitalização da axé music, um movimento
que celebra 30 anos.
O verão não se limita à folia momesca, por
isso você encontrará nas próximas páginas
reportagens sobre a orla de Salvador, que
precisa melhorar muito; a alta rentabilidade
da indústria de moda praia; um panorama do
turismo local; exemplos de empreendedorismo
feminino e muito mais. Nossa equipe entrevis-
tou empresários, especialistas, artistas, gestores
públicos e prestadores de serviços para mostrar
como as altas temperaturas impulsionam os
negócios. O resultado você confere agora.
Para ilustrar o processo de mudança pelo
qual passam a indústria do entretenimento
e o Grupo [B+], lembro a citação atribuída ao
genial Fernando Pessoa, escritor português
que tornou célebre a frase proferida pelo
general romano Pompeu, por volta de 70 a.C.,
de acordo com os historiadores: “Navegar é
preciso, viver não é preciso”.núbia Cristina,
editora-chefe da Revista [B+]
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Verão que somos Bahia
[01] @alvarovillela; [02] @dcampbell1988; [03] @freelipi;[04] @blogdapaloma; [05] @bruno_sa; [06] @gilmarabartilotti;[07] @joaogmvieira [08] @photobds [09] @uilmacarvalho
Quer participar? Tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no instagram! as melhores serão publicadas na próxima edição
A [B+] embarcou nas férias dos nossos leitores e selecionou algumas fotos que mostram a Bahia através dos seus olhos
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galeria
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onlineemural
COMENTáRIOS ED.27
reCeita para CresCer em 2015“As pessoas não sabem o que querem até você mostrar pra elas. Apenas faltam empresas do varejo que ofereçam esse tipo de serviço. Públicos de todas as classes estão em contato com Mercado Livre, Bom Negócio, OLX etc. Vamos cair pra dentro dessa área, galera, já passou da hora, Bahia!”Eric Pereira, sobre e-commerce, na fanpage
marCas de referênCia“Interessante a matéria, mas admito ser muito louco isso. Sensação de uma falta de identidade, sem uma história fundamentada. De repente este é um dos motivos pelo qual descuidamos tanto dela”Bruno Sá, pela fanpage
mudar para soBreviver“Eu não indicaria empresa melhor para tratar o material fotográfico. Parabéns à equipe da Minilab”Henrique Coelho, pelo site
Capa tia sônia
“Caso fantástico! O futuro pertence àqueles que acreditam e investem na beleza dos seus sonhos”Luciana Matos, pela fanpage
“Esse cara é sucesso, vi o seu crescimento do começo, merece tudo e muito mais”Rauldenis Silva Junior, pela fanpage
“Sinto falta de notícias do interior, a Bahia extrapola os limites geográficos da RMS. De toda forma, eu gosto do trabalho de vocês, e até aqui fizeram jus. Parabéns”Philipe Brito, pela fanpage
Comentárioda edição“Não faço parte do meio de negócios, mas pude ler a [B+] e gostei muito das histórias de como surgiram as grandes marcas e empresas que fazem parte do nosso cotidiano. Mas o que gostei mesmo nessa edição foram as palavras de ânimo e incentivo a todos que se dispuseram a ler o editorial. Acredito que ajudou muitos a se sentirem mais fortes e confiantes, mesmo com todas essas notícias sobre a nossa real condição financeira e econômica”raquel santiago moreira, por e-mail
Nota da redação: Philipe, a cada edição reafirmamos o compromisso de ser a revista de negócios da Bahia. Na edição 27, por exemplo, 40% dos casos reportados são de fora da capital. além disso, desde a última [B+], ampliamos a nossa distribuição e estamos em 184 cidades do interior. obrigado pelo seu comentário.
Com a mãona massa“Palmas! Quero almoçar na sua casa!”Frida Trancoso Soares, pela fanpage
peQuena, luCrativa e sustentável“Um excelente exemplo de sustentabilidade”Ana Rita Amorim, pelo site
salvador, a pior Capital para empreender“Vontade de ver os índices de Fortaleza e Recife, certamente são belos exemplos pra nós baianos”Philipe Brito, pela fanpage
“Isso eu já sei na pele e na carne. Atualmente em Salvador só temos comerciantes? Os empresários foram embora”Marcelo Silva Bahia, pela fanpage
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As obras que ilustram a [B+] 28 são de autoria do piauiense radicado em Minas Gerais rogério fernandes, um dos principais nomes da nova geração de artistas brasileiros. Sua arte é reconhecida dentro e fora do país através de muralismos, telas, gravuras e outros produtos. A galeria do artista fica na Rua Orenoco, 137, Sion, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
www.rogeriofernandes.com.br | (31) 3215 0092
A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.
site www.revistabmais.com.br e-mail [email protected] telefone 71 3012-7477
@revista_bmais /revistabmais @revistabmais
[01] Tia Sônia[02] Minilab[03] Salvador, a pior capital para empreender[04] Marcas de referência[05] Comercial Ramos
as mais Curtidas em nossa fanpage
as mais Curtidas no site
grande salvador passa a ter média alta em desenvolvimento humano “A qual ‘grande’ vocês se referem? Sinceramente, só se é a Grande Salvador dos edifícios, porque a região metropolitana dá pena!”@laradeholiveyra, pelo Twitter
prefeitura divulga informação inCorreta soBre turismo em salvador“Os órgãos públicos precisam ser mais verdadeiros naquilo que divulgam em todos os segmentos”Engeaudi Engenharia, pela fanpage
COMENTáRIOS NAS MATéRIAS DO SITE
[01] Grande Salvador passa a ter média alta em desenvolvimento humano[02] Pôr do sol na Cidade Baixa é escolhido melhor do Brasil[03] Prefeitura divulga informação incorreta sobre turismo em Salvador[04] Empresas que cuidarão da Estação da Lapa têm vínculos com a família de ACM e com a de Sarney
pôr do sol na Cidade Baixa é esColhido melhor do Brasil“O pico da minha infância e adolescência! Sempre falei isso, mas só agora foi reconhecido. Até que enfim. #muitofeliz”Mário Souza Telles, pela fanpage
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Queremos te ouvir
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Mesmo difícil, 2015 promete ser de oportunidades na Bahia e no Brasil
menos reCeio, mais ação
Apesar da expectativa de que 2015 será um ano difícil, há
aspectos da economia internacional e local que mostram um
cenário de boas oportunidades para as empresas. No entanto,
preparar-se bem é fundamental para sair ganhando. Essa foi
a principal mensagem transmitida pelos palestrantes do 22º
Fórum de Liderança [B+], Viktor Andrade e Shirley Silva, sócios
líderes da EY no Brasil e em Salvador, respectivamente. Inicia-
tiva da Editora Sopa de Letras, o 22º Fórum foi realizado pela
RSF Soluções Empresariais e Duetto Produções; contou com
patrocínio da Caixa, do Sebrae e do Governo Federal e com o
apoio da Central de Outdoor e da Uranus2.
“o piB da Bahia ainda corresponde a quase um terço do piB do nordeste. em 2015, devemos perder alguma participação com o avanço de pernambuco e ceará, mas vamos continuar à frente”Shirley Silva, durante o 22º Fórum de Liderança [B+]
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[01] Maiara Liberato (Duetto Eventos), Viktor Andrade (EY), Shirley Silva (EY) e Renato Simões Filho (Grupo [B+]); [02] Álvaro Bahia (Secretaria da Fazenda); [03] Américo Neto (Viamídia Publicidade); [04] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa do Comércio); [05] Carla Kuehn Veiga (Sebrae); [06] Carmen Lúcia Machado (SICM); [07] Cláudio Neves (Natulab); [08] Eduardo Moraes de Castro (Morais de Castro Produtos Químicos), [09] Eduardo Pedrosa (EY), [10] Fernando Passos (Engenho Novo); [11] Miguel Andrade (Senae); [12] Heldo Pereira Jr e José Lisboa (Deman)
fOTOS: Paulo Sousa
[22º] perspectivas para 2015 salvador
fórunsdeliderança
+ no site:veja fotos dos eventos
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blocodenotas
inovação
novo shoppingem serrinhaO município de Serrinha, a
198 km de Salvador, ganhou
o primeiro shopping center
no começo de janeiro. O
Shopping Serrinha, admi-
nistrado pela Enashopp,
conta com 9 mil m² de área
bruta locável (ABL) e 10,5
mil m² de área construída.
Tem 40 espaços comerciais,
entre lojas, um hipermerca-
do, cinema Multiplex, com
duas salas da Orient Cine-
mas, e opções de lazer e gas-
tronomia. Com a constru-
ção do Shopping Serrinha,
que recebeu investimento
de R$ 30 milhões – sendo
parte de recursos próprios
e parte de financiamento
da Desenbahia –, a geração
de novos empregos diretos
e indiretos chegará a mais
de 1.600 postos de trabalho,
segundo a organização do
shopping. Entre as lojas
do mix há marcas como O
Boticário, Carmem Steffens,
Ótica Galindo, CL Gráfica,
Vivo, GBarbosa, Le Spaguete,
Árabe, Bom Garfo, Sashimi e
Beach Stop.
gestão pública
Portugal quer mais recursos Para a cultura
transporte
Ônibus terão faixas e viadutos exclusivos em salvadorAs obras para a construção do BRT (Bus Rapid Transit) de Salvador começarão no segundo semestre de 2015. O BRT é um sistema de transporte público no qual os ônibus trafegam em linhas exclusivas. A informação é do secretário de Mobilidade Urbana, fábio Mota. Segundo ele, o processo de licitação será aberto ainda no primeiro semestre, e já há recursos disponíveis, liberados pela Caixa. De custo estimado em R$ 1 bilhão, a obra vai ligar a Estação da Lapa à Estação Iguatemi e terá duração de 24 meses. Serão construídos viadutos nos canteiros das avenidas Vasco da Gama e Juracy Magalhães, na Rua Lucaia e na Praça Nilton Rick. As novas vias serão exclusivas para o novo transporte.
Obra para a construção do BRT de Salvador levará dois anos. Em São Paulo, ônibus do mesmo tipo já circula para testes
À frente da Secretaria de Cultura do Estado desde o dia 6
de janeiro, o novo titular da pasta, Jorge Portugal, assu-
miu o cargo prometendo seguir linha semelhante à do seu
antecessor, Albino Rubim. “Vou ser secretário de um proje-
to político que continua. Não haverá interrupção das polí-
ticas culturais vigentes. Poderemos e deveremos ampliar
no que for possível, assim como o secretário Albino Rubim
ampliou as políticas desenvolvidas pelo secretário Marcio
Meirelles no que pôde”, disse, em tom diplomático. O novo
secretário, no entanto, prometeu intensificar a luta na
captação de verba. “Travaremos uma luta incessante para
somar mais recursos ao orçamento da Cultura”, afirmou
Portugal. Nascido em Santo Amaro da Purificação, no Re-
côncavo baiano, o secretário idealizou projetos culturais e
educativos, como Aprovado, Tô Sabendo, Manoel Faustino
e Circulador Cultural.
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tUrisMo
Baía de todos-os-santos será prioridade da suinvestLevar adiante o projeto da Baía de Todos-os-Santos será prioridade absoluta na Secretaria
do Turismo durante a gestão de Nelson Pelegrino. A informação é do novo presidente da Su-
perintendência de Investimentos em Polos Turísticos (Suinvest), Fernando César Ferrero. “O
primeiro passo será tocar esse projeto, que conta com recursos de US$ 85 milhões do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, afirmou Ferrero em entrevista à [B+]. O projeto
incluirá a construção de píeres, de postos de serviço, além da requalificação do entorno da
baía. “Os recursos também incluem a orla de Itacaré e de Ilhéus”, lembrou Ferrero. A Suin-
vest é a executora do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste para o Estado
da Bahia (Prodetur/NE-BA), que deu origem aos recursos do BID.
econoMia
exportaçõesem QuedaAs exportações da Bahia, que
somaram US$ 9,31 bilhões em
2014, tiveram uma retração
de 7,8% na comparação com
o ano anterior, mesmo com a
expansão de 3,8% no volume
físico embarcado, informou a
Superintendência de Estudos
Econômicos e Sociais da
Bahia (SEI). Este é o segundo
ano consecutivo de queda
nas exportações e o menor
valor registrado desde 2010,
quando as vendas externas
do estado atingiram US$ 8,9
bilhões. A queda nos preços
dos produtos exportados
pelo estado em 11% na média
foi a principal responsável
pelo desempenho negativo.
247,55
%
%
%
exportações Baianas de metais preCiosos (ouro)
Queda registrada nas exportações de Celulose
exportações deprodutos QuímiCos
MUnicÍpios
Tudo como anTes na uPBA atual presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria (PSB), foi reelei-
ta para o cargo. Ela venceu com facilidade o adversário, o prefeito de Santo Amaro da Puri-
ficação, Ricardo Machado (PT), com o placar de 257 votos a 69. Segundo dados da Comissão
Eleitoral, foram registrados 330 votos, número superior ao da última eleição, cuja votação
contou com a presença de 264 prefeitos. Dos votos apurados, três foram em branco. Os dois
candidatos são da base política do governador Rui Costa (PT). Muito aplaudida pelos apoia-
dores assim que o resultado oficial foi divulgado, Quitéria disse que já esperava o resultado.
“Nós construímos isso durante a campanha”, afirmou.
fOTO: Rita Barreto / Setur
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A Lei n° 13223/15, que institui a Política Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), foi sancionada em janeiro pelo governador Rui Costa. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) ainda deve regulamentar a medida. “Permitirá a proteção, melhoria e conservação dos ecossistemas e da biodiversidade, por meio da valorização econômica dos serviços e o uso sustentável dos recursos naturais”, afirmou o governo do Estado em nota. A ideia do pagamento por serviços ambientais é valorizar alternativas econômicas e financeiras para os provedores de serviços ambientais. Hoje já existem pelo menos oito estados brasileiros que criaram normas sobre PSA, além de diversos projetos privados semelhantes pelo país.
A Paranapanema, maior produtora de cobre
do Brasil, inaugurou no dia 26 de janeiro
uma nova máquina em Dias D’Ávila, Região
Metropolitana de Salvador. A estimativa é que
o equipamento aumente a produção de fios de
cobre da Bahia em 60%, segundo o Governo
do Estado. O investimento é de R$ 12 milhões e
vai gerar 25 empregos diretos. Com a nova má-
quina, Trefila 4, que modela vergalhões para
transformá-los em fios de cobre, a capacidade
de produção de fios passará das atuais 50 mil
para cerca de 80 mil toneladas por ano.
inDústria
PRODUçãO DE COBRE AUMENTA NA BAHIA
fOTO
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eus P
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GO
VBA
fOTO: Mateus Pereira / GOVBA
“Já conseguimos 12 avanços. A última vitória, a diminuição da alíquota para terrenos, aconteceu em dezembro. Mas temos ainda alguns pontos para debater”disse o presidente do fórum, Victor Ventin, em entrevista à [B+]
fórUM eMpresarial Da bahia
iptU volta a ser alvo DeDiscUssão coM prefeitUra
A regularização do Cadastro Informativo Municipal (Cadin), o aumento do desconto “por idade do imóvel” e a retirada dos índices de “equipamentos especiais” do cálculo do IPTU são algumas das reivindicações pendentes.
sUstentabiliDaDe
Governo sancionalei que institui paGamento porserviços ambientais
eMpreenDeDorisMo
de oLho nas oBrigações com o LeãoOs microempreendedores individuais (MEI) que
se formalizaram até dezembro de 2014 devem ficar
atentos neste início de ano, alerta o Sebrae. Os
profissionais já podem enviar a Declaração Anual do
Simples Nacional (DASN-Simei) à Receita Federal.
Gratuita e obrigatória, a declaração está disponível
no Portal do Empreendedor (www.portaldoem-
preendedor.gov.br) e resguarda os benefícios
da formalização, como aposentadoria e
salário-maternidade. O prazo legal para
a entrega do documento segue até 31
de maio, sem a possibilidade de pror-
rogação. No documento, os MEI devem
apresentar o faturamento registrado
pela empresa em 2014, além de informar se
houve contratação de funcionário.
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oi, interior
A Oi decidiu reunir sob uma mesma direção, que o senhor assumiu, o atendimento a grandes corporações e pequenas e médias empresas. Qual das duas será o foco?Começamos em 2011 um movimento de oferecer serviços de
comunicação de dados e de Tecnologia da Informação para
grandes empresas e alcançamos cinco mil grupos empresariais.
A estratégia veio dando certo, e agora nosso objetivo é pegar essa
experiência e transferi-la para médias e pequenas empresas.
E essas empresas menores terão dinheiro para investir em soluções de TI? Geralmente, ter poucos recursos é um pro-blema para as empresas de menor porte.Vamos cobrar o serviço pelo uso, o que atende tanto a em-
presas grandes como as menores. Acreditamos que o uso da
tecnologia torna as empresas mais competitivas. Investir
em soluções de TI pode ser uma oportunidade para o cliente
pequeno reduzir custos.
Como é a atuação de vocês na região Nordeste e na Bahia na área B2B?O Nordeste tem sido a regional que mais cresce no mercado
corporativo (grandes empresas) nos últimos três anos. A Bahia
é um dos principais mercados da região. Uma boa forma de
perceber isso é que o antigo diretor da regional Nordeste, o
baiano Magno Vilas Boas, acaba de assumir a divisão que coor-
dena o mercado de pequenas e médias empresas no Brasil.
Entre os estados do Nordeste e suas capitais, em qual o senhor enxerga maior potencial de crescimento?Mais que comparação entre capitais, cabe uma comparação
entre capital e interior. Há uma tendência forte do crescimento
se deslocando dos grandes centros e indo para o interior.
Que regiões são mais promissoras para vocês?
A região de Feira de Santana é muito promissora, assim como
Barreiras, região onde temos ampliado os investimentos em
infraestrutura de fibra ótica. Também tem Ilhéus, onde existe
um polo interessante de TI, e a região do Litoral Norte, por
causa do turismo.
Mas é preciso ter infraestrutura suficiente para crescer nesses lugares. Vocês têm novos investimentos previstos nesse ramo?Em 2015, continuaremos fazendo investimentos em infraestru-
tura de telecomunicações no interior da Bahia, como já temos
feito, mas, por questões estratégicas, não divulgamos previsões
em números.
E há lançamentos previstos para 2015?Sim. Queremos manter o ritmo atual e lançar um novo serviço
a cada trimestre. No primeiro trimestre de 2015, já lançamos o
Oi Smart Office, com foco na gestão do trabalhador que traba-
lha em home office. Já temos engatilhados novos lançamentos
para os trimestres subsequentes.
Em entrevista exclusiva à [B+], o diretor da Unidade de Negócios Business to Business (B2B) da Oi, Maurício Vergani, revelou intenção de avançar no interior do estado, com serviços de Tecnologia da Informação, e priorizar pequenas e médias empresaspor VICTOR LONGO
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Anúncio TV [B+]_21x28cm.pdf 1 26/01/15 18:35
blocodenotas acontece nordeste
rio granDe Do norte
Novo governador quer alavancar minha casa, minha VidaO novo governador do Rio Grande do Norte, Robinson faria, prometeu retomar o programa Minha Casa, Minha Vida, paralisado no estado. “Vamos retirar o Rio Grande do Norte do atraso”, afirmou Robinson faria durante reunião com o Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Norte em meados de janeiro. “A decisão de investir no setor habitacional vai alavancar a indústria da construção civil no Rio Grande do Norte, atender às demandas da população por moradia e gerar dividendos para o setor. Nosso povo e nossa economia serão beneficiados”, afirmou o governador. Ele foi eleito pelo PSD para substituir a ex-governadora Rosalba Ciarlini (DEM), de quem foi vice.
moradias é o défiCit haBitaCional do rio grande do norte, segundo números do governo do estado. o novo governador prometeu desBuroCratizar o proCesso de Construir, agilizando inClusive as liCenças amBientais140 mil
Os filmes produzidos em Pernambuco continuam em destaque nos festivais internacionais. O festival de Roterdã conta com quatro produções pernambucanas: os longas “Prometo um dia deixar essa cidade”, de Daniel Aragão, “Ventos de Agosto”, de Gabriel Mascaro, e os curtas “Sem Coração”, de Tião e Nara Normande, e “A Copa do Mundo no Recife”, de Kleber Mendonça filho. Já o fórum festival de Berlim, conhecido como Berlinale, selecionou o longa “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso. O festival de Roterdã aconteceu entre os dias 21 de janeiro e 1º de fevereiro, e o festival de Berlim, entre 5 e 15 de fevereiro.
pernaMbUco
cinema pernambucano faz sucesso no exterior
Eleito governador do Ceará, o petista Camilo Santana começou sua gestão anunciando corte de gastos. As pastas da Educação, Saúde e Segurança Pública terão os recursos contingenciados em 20% nas despesas de custeio. Nas demais secretarias, a meta de contingenciamento estabelecida para 2015 é de 25%. A contenção nas despesas de custeio foi uma das determinações apresentadas por Santana em uma das primeiras reuniões com todos os secretários de Estado, no Palácio da Abolição. A reunião serviu para traçar metas de trabalhos para os próximos anos. Ele assegurou que obras estruturantes, como o Cinturão das Águas e a transposição do Rio São francisco, não serão afetadas.
ceará
Governador petista anuncia cortede despesas
O presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Nelson de Souza, afirmou, durante visita a Teresina em meados de janeiro, que a instituição possui previsão de investimentos de R$ 2,4 bilhões em 2015 no Piauí. Ainda de acordo com ele, R$ 1,4 bilhão deve ser investido em serviços no setor de comércio e agronegócio, principalmente na região sul do estado. O valor de R$ 800 milhões é para pequenos negócios. O presidente informou que, apesar de esse ser o assegurado em orçamento, o valor pode aumentar ainda mais, dependendo da qualidade dos projetos apresentados junto ao BNB.
piaUÍ
BNB PreVê iNVestir r$ 2,4 Bilhões No Piauí
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24 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
blocodenotas imóveis+
DESaFIOS E PErSPECTIVaS Para 2015O que esperar do mercado imobiliário baiano em 2015? A coluna Imóveis+ fez esta pergunta ao presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy, e ao presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos. Eles concordam que não será fácil crescer em um cenário de recessão econômica, agravado por problemas como a indefinição do PDDU de Salvador, aumento da outorga onerosa, dentre outros. Mas, ainda assim, os líderes empresariais mantêm os planos e metas de crescimento e a crença de que este ano será melhor do que aquele que passou.
Qual a perspectiva da Ademi-BA em rela-ção ao Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano de Salvador (PDDU)?“Nossa expectativa é que o PDDU seja aprovado
em 2015, mas penso que o cronograma está muito
apertado, passamos o ano inteiro de 2014 e pouca coisa avançou.
A gente torce para que ele seja mais ousado. A capital baiana carece de novas
áreas para investimentos. Temos a orla mais feia do Brasil, talvez uma das pio-
res do mundo, com subocupação. Precisamos acabar com os tabus em relação à
ocupação da orla, destravar algumas coisas”.
Um dos pontos críticos do ano passado foi o aumento da outorga onerosa (o que o construtor tem de pagar à Prefeitura para incremento no potencial construtivo), devido ao reajuste do IPTU de Salvador. Esse será um entrave para os novos projetos este ano?“O aumento da outorga onerosa, com a atualização do IPTU, chegou ao nível
insustentável. O prefeito ACM Neto encaminhou um projeto à Câmara reade-
quando os valores cobrados, mas o projeto
foi retirado para não travar a pauta, pois
não havia consenso sobre sua aprovação. A
indústria da construção emprega cerca de 50
mil trabalhadores apenas em Salvador, é um
setor intensivo em mão de obra. Problemas
como esse, somado à judicialização de PDDU e
Louos, travam os lançamentos e comprometem
empregos. Levantamento do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged-Minis-
tério do Trabalho) aponta que em apenas um
ano perdemos sete mil postos de trabalho na
capital baiana, quase 13% da massa salarial. As
perdas são progressivas, não há novas obras
começando, a sociedade tem de enxergar esse
quadro dramático, a tendência é que piore. O
poder público, as empresas, os empresários,
todos nós temos de ter responsabilidade sobre
isso. Faço um apelo à Câmara para que o proje-
to da outorga seja aprovado.
Qual o balanço do ano de 2014 para o merca-do imobiliário baiano?“A redução da atividade no setor começou
em 2012 e se agravou no ano passado, com o
problema de judicialização da Louos – Lei de
Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo e
do PDDU, que provocou ainda mais retração.
Tudo isso foi somado à perda da atividade eco-
nômica. Os lançamentos estiveram no patamar
de dois a três mil unidades. Nos últimos dez
anos a gente não havia registrado um número
tão ruim. As vendas totais devem somar sete
mil unidades, mais ou menos o que ocorreu em
2013. O dado mais preocupante é o baixo volu-
me de lançamentos. Isso significa que postos
de trabalho serão cortados”.
Luciano Muricypresidente da ademi-Ba
fOTO
: Kin
Kin
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NúBIA CRISTINA
editora-chefe da revista [b+], produtora e apresentadora do cbn imóveis
Na sua avaliação, a crise econômica deve comprometer os investimentos em infraes-trutura em 2015?“O governo brasileiro precisa entender que para
voltar a crescer é preciso investir em infraes-
trutura. Não adianta criar políticas de incentivo
ao consumo. Tem de construir estradas, portos,
investir em logística, criando ciclo positivo.
Espero que em 2015 haja essa prioridade, além,
é claro, do fortalecimento dos programas de
habitação popular. O Minha Casa, Minha Vida,
por exemplo, já demonstrou sua capacidade de
realização e de absorção de trabalho e pessoas.
Além de atacar o problema do déficit habitacio-
nal, movimenta a economia e gera empregos.
Espero que o governo corte despesas, manten-
do investimentos em infraestrutura e a aposta
nos programas habitacionais”.
A capital baiana vai sediar o maior evento da indústria da construção e do mercado imobiliário. Qual a expectativa?“O Sinduscon-BA e a Ademi-BA têm o desafio
de realizar o maior e melhor Enic–Encontro
Nacional da Indústria da Construção, de 23 a
25 de setembro, em Salvador. Vamos trazer os
maiores líderes do setor no Brasil para debater
uma agenda de interesse do segmento e da
sociedade. Em princípio havia a dificuldade
de local para a realização, mas agora que
decidimos fazer o evento nas instalações do
Senai-Cimatec, com total infraestrutura, nossa
expectativa é a melhor possível”.
Carlos Henrique Passospresidente do sindusCon-Ba
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A Caixa aumentou os juros para o financiamento da casa
própria. As novas taxas entraram em vigor em janeiro, mas os
programas de habitação popular, a exemplo do Minha Casa,
Minha Vida (MCMV), foram preservados. No MCMV, que teve
2,75 milhões de unidades contratadas entre 2011 e 2014, as taxas
variam de 4,5% a 7,4% ao ano mais TR. No FGTS, variam de
4,5% a 8,4%. O aumento dos juros efetivos no financiamento
imobiliário de imóveis residenciais foi de 0,50 ponto percentual
nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação, para contratos
de até R$ 750 mil, que têm como fonte de recursos principal a
poupança. Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados
pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o juro ficou até 1,80
ponto percentual mais alto.
elevação nos juros do financiamento imobiliário
ajustes no minha Casa, minha vida Líderes empresariais do mercado imobiliário baiano veem com
bons olhos a meta do governo federal de contratar três milhões
de moradias nos próximos três anos. No entanto, é preciso
que sejam implementados ajustes no Minha Casa, Minha Vida
(MCMV), a fim de evitar que os problemas atuais, como os
atrasos no pagamento às construtoras, sejam um entrave à exe-
cução do programa, alerta o diretor do Sinduscon-BA, Vicente
Mattos. O alto custo da construção e a escassez de terrenos tam-
bém afetam o MCMV. Uma novidade anunciada pelo governo,
aplaudida pela indústria da construção, é a criação de uma nova
faixa, para atender os beneficiários do programa que passaram
da faixa 1 (para famílias com renda mensal até R$ 1,6 mil) para a
faixa 2 (entre R$ 1,6 mil e R$ 3,2 mil).
26 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
blocodenotas saúde+
NO BRAIN,NO gaIN
É possível conseguir bons resultados entre o Réveillon e o Carnaval a partir dos tratamentos estéticos?Sim, mas é preciso ter bom senso e entender que nada é instan-
tâneo e milagroso. Embora seja um período curto, em média
dois meses, na associação de dieta e atividade física é possível
obter bons resultados. E os homens têm saído cada vez mais na
frente, pois são determinados e fisiologicamente favorecidos
quando comparados às mulheres, por exemplo, no tratamento
de gordura localizada e tonificação muscular.
Quais os tratamentos mais pedidos durante o verão?Os mais procurados são a criolipólise, que utiliza o resfriamen-
to intenso e controlado local para destruir as células adiposas;
a depilação definitiva; e o microagulhamento, que é uma téc-
nica para estimular a produção do colágeno. O que as pessoas
buscam em geral é a queima de gordura localizada.
Quando o paciente está excedendo os limites do bom senso?Comumente de duas maneiras: uma quando ele deposita toda
a expectativa da busca do “corpo perfeito” apenas no tratamen-
to. Sabemos que a atividade física e a qualidade da alimenta-
ção estão no escopo do projeto. E a outra forma de exceder o
limite é quando o paciente jamais se encontra satisfeito com
o resultado. Todo tratamento requer uma resposta fisiológica,
e isso deve ser respeitado, uma vez que o paciente insiste em
extrapolar esse limite pode ser danoso a seu corpo.
Camila Carneiro
“É preciso bom senso na busca pela beleza”
Se você tem a sensação de que todos os seus amigos começaram a se importar com a saúde, com o que comem e que estão a um passo de virar maratonistas, culpe o verão. A estação motiva até o mais sedentário dos humanos a se matricular em uma academia e corrigir a dieta. Conversamos com a fisioterapeuta Camila Mattos, que destaca tratamentos estéticos ideais para quem quer resultados rápidos, e com a psicóloga e psicoterapeuta Vera Canovas sobre a masculinização das mulheres que estão em busca do corpo perfeito.
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W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 27
vera Canovas
“Hoje em dia, há uma masculinização do corpo da mulher”
Como você avalia esta onda fitness?Procurar ter um corpo que você se sinta bem, ter uma vida saudável acom uma
boa alimentação e a prática de exercícios, são hábitos saudáveis do ponto de
vista físico e psíquico. A sensação de estar se cuidando sempre traz uma valori-
zação da autoestima e um preenchimento emocional necessário ao ser humano.
As pessoas estão extrapolando na busca do corpo perfeito?Com as redes sociais, onde as pessoas vivem se expondo naquilo que elas
desejam ser, o narcisismo acaba sendo um local fácil de aprisionamento. Esse
excesso de culto à imagem é algo que deve ser olhado com muito cuidado. Dele
emergem sérias doenças psíquicas e distúrbios alimentares.
Nas mulheres as consequências desses hábitos são maiores?Psiquicamente falando, o que tenho acompanhado é uma masculinização não
apenas do corpo, mas também das atitudes dessas mulheres. Recebo mulheres
no consultório deprimidas e sofridas por uma desconexão com seu feminino.
Nós, mulheres, somos frágeis, sim! Por trás desses músculos não existe mais
espaço para os sentimentos, para pedir ajuda, para fragilizar.
Como saber se os limites do bom senso foram ultrapassados?Estar muito centrado em si mesmo, naquilo que se procura bravamente cul-
tuar, gera dificuldades de relacionamento. Os relacionamentos estão cada vez
mais descartáveis, uma vez que não posso ser frustrado, criticado, já que isso
causa uma ferida narcísica. Se isto está acontecendo, é chegada a hora de se
dar conta de que o limite do bom senso já foi ultrapassado há muito tempo. E é
válida uma reflexão.
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blocodenotas mídia+
As agências de publicidade já estão acostumadas a descascar os mais diferentes
tipos de abacaxi. A Ideia3, agência de Salvador, encarou um desafio dos grandes
logo no começo de 2015: fazer o soteropolitano passar a chamar o Shopping
Iguatemi, centro comercial instalado na capital há quase 40 anos, de Shopping da
Bahia. A mudança, realizada no início de janeiro, se deu por divergências entre o
Aliansce Shopping Centers, que controla o empreendimento na Bahia, e o grupo
que detém a marca Iguatemi, o Jereissati. O grupo Jereissati não autorizou a re-
novação do nome, alegando que não quer mais que a marca seja usada por outros
shoppings além dos que pertencem a ele. A mudança, no entanto, veio a calhar
para o grupo baiano, pertencente à família Rique, que também tinha a intenção
de fortalecer uma marca própria no aniversário de 40 anos do grupo.
Campanha de apresentação conta com a participação de
personalidades baianas e será veiculada até o Carnaval
Depois de 40 anos, Shopping Iguatemi muda de nomepor PEDRO HIJO
o slogan virou marCa
Conversamos com Wilton Oliveira, da Ideia3, sobre a campanha de divulga-ção da nova marca.
Quando vocês foram chamados para começar o projeto de mudança?Entramos no projeto em agosto de
2014. Numa primeira fase foi feita uma
pesquisa de público do shopping, e, de
posse desse levantamento, começamos a
arquitetar a campanha. Nós formamos
um comitê que envolveu o Shopping da
Bahia, a diretoria da Aliansce, a Ideia3,
a agência David (pertencente ao grupo
Ogilvy), que foi responsável pela pesqui-
sa e planejamento inicial. Nós traçamos
toda a estratégia e criamos a campanha.
De quanto foi o investimento nesta campanha?A reformulação gira em torno de R$
3 milhões. A campanha publicitária
representa mais de 50% deste valor.
Como fazer com que o tradicional Shopping Iguatemi, que já deu nome até mesmo a uma linha de ônibus, vire Shopping da Bahia no inconsciente coletivo?Houve um investimento no nome Igua-
temi ao longo de 40 anos, então se não
gerasse estranheza da população, seria
estranho. Esse equipamento sempre
fez parte da vida das pessoas, a região
cresceu em volta dele. Com o passar do
tempo, com as novas gerações, essa rea-
daptação vai existir. É como introduzir
uma pessoa nova na família, com o tem-
po as pessoas se acostumam.
Mas o Shopping da Bahia é um novo shopping ou a mudança se deu apenas no nome?Me equivoquei quando disse que era
um novo membro da família. Na verda-
de, o que o Shopping da Bahia quer é
assumir quem ele sempre foi. É isso.
negóciosTurismo de negócios em salvador 30
[c] a nova lei anticorrupção e o sistema compliance 34experiência: água de coco obrigado 36
startup: Pastar 38empreendedorismo feminino 40
[c] É hora de pensar a Bahia do futuro 42[c] o espírito animal precisa nos guiar 44
Obra: A iraniana brincando | Galeria Rogério fernandes
30 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS | convenções
Há dez anos a Bahia briga para realizar o
Encontro Nacional da Indústria da Construção
(Enic), evento que reúne as principais lideranças
empresariais e políticas do país – os presidentes
Lula e Dilma Rousseff sempre marcaram pre-
sença na abertura. Em 2015, o Enic enfim será
em Salvador, mas por falta de estrutura houve
risco de o estado perder esse evento.
O coordenador do Enic 2015, Vicente Mattos,
revela que participou de várias negociações
com representantes do Governo do Estado para
tratar da reforma do Centro de Convenções
da Bahia, que há tempos não tem condições
adequadas para abrigar eventos de porte. “São
por Que salvador deixou de ser atrativa para o turismo de negóCios e eventos?Capital baiana era a terceira cidade brasileira em número de eventos internacionais, hoje perde grandes convenções, feiras e congressos para Recife, fortaleza e Natalpor RAFAEL MELLO
deficiências estruturais: nos elevadores, piso, paredes, mobiliário e, em especial, no
sistema de ar-condicionado, além dos problemas com acessibilidade”, elencou.
O diretor do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA)
teve a garantia do governo de que as reformas necessárias seriam realizadas até
setembro, data do encontro, mas a falta de sinalização sobre o início das obras
acendeu o sinal vermelho, e o jeito foi procurar um plano B. O Enic 2015 será
no auditório do Senai-Cimatec, em Piatã, que tem capacidade para mil pessoas.
Como o evento é para 1,8 mil convidados, a abertura e os eventos gerais serão em
outros espaços: Teatro Castro Alves, Arena Fonte Nova e Espaço Unique.
Não é à toa que Salvador vem perdendo posições como polo de atração de
grandes eventos no Brasil. Em 2009, éramos a terceira cidade brasileira em
número de eventos internacionais, segundo ranking elaborado pela Internatio-
nal Congress and Convention Association (ICCA). Hoje, a capital baiana está em
oitava colocação.
fOTO: Alberto Coutinho
Uma construtora vai erguer e administrar o novo centro de convenções; processo de
licitação já começou
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 31
Segundo Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination –
entidade criada no ano passado para fortalecer o turismo de eventos
–, a realização de eventos no Centro de Convenções na situação em
que está tem sido um fator negativo. “O Congresso Brasileiro de
Ginecologia e Obstetrícia teve de ser suspenso porque os elevadores
não funcionavam, faltou água, as escadas rolantes estavam paradas.
A repercussão foi muito ruim”, disse.
imagem arranhadaNo turismo de lazer, a imagem de Salvador no resto do país ainda
está abalada com a última década de abandono. “A gente precisa
retomar a confiança do turista. Perdemos muito nos últimos anos.
Para voltar, precisamos acabar com aquela imagem de uma Salva-
dor violenta, suja, com grandes problemas no transporte público
e na mobilidade urbana. São grandes desafios”, pondera o empre-
sário José Alves, presidente da Associação Baiana das Agências de
Viagem (Abav) e do Convention Bureau.
A expectativa do Governo do Estado é que a visibilidade que a
Bahia recebeu durante a Copa e a alta do dólar impulsionem o tu-
rismo doméstico e atraiam estrangeiros neste verão. A estimativa
de crescimento é de 20% (4,8 milhões de turistas), em comparação
com o ano passado.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis
– Bahia (Abih-BA), Manolo Garrido, avalia as projeções oficiais
como “excessivamente otimistas”. Segundo ele, um acréscimo de
5%, caso aconteça, será comemorado pelo setor. “O pós-Copa para
nós não foi bom. Vivemos uma crise econômica que se reflete em
todos os setores da economia, inclusive no turismo”, destacou.
nordeste, líder na preferênCiaSegundo pesquisa de sondagem do consumidor, realizada pelo
Ministério do Turismo no fim do ano passado, 5% dos brasileiros
que decidiram viajar mudaram os planos: em vez de sair do país,
optaram por um destino nacional. Neste ano, 80% dos que deci-
diram viajar vai ficar no Brasil. A região Nordeste segue como a
predileta do turista nacional, com 46% da preferência.
O momento favorável para o turismo doméstico começou a
mostrar resultados durante o Réveillon, quando a ocupação hote-
leira em Salvador atingiu a média de 80% – nos meses de pós-copa
na capital esse índice estacionou nos 60%, o mesmo percentual de
2013. De acordo com Luiz Henrique Amaral, presidente-executivo da
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA),
os empresários do setor esperam um aumento expressivo no fatura-
mento neste verão: entre 25% e 30%.
Para atrair os turistas, empresários da hotelaria e agências de
viagens são unânimes: é necessário divulgar a Bahia. “Agora come-
çamos a ter novidades, que precisam chegar aos ouvidos dos
Em 2014, quase 60% dos eventos recebidos pelo Centro de Convenções foram formaturas. “Perdeu o sentido. O Centro de Convenções não pode ser um espaço de festas”, diz José Alves, presidente da Abav
fOTO: SECOM
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32 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS | convenções
turistas. Estamos voltando a ter um bom produto para ser vendido, pre-
cisa ser divulgado”, destacou Garrido, cobrando mais investimentos do
Estado e da Prefeitura em promoção dos destinos turísticos. “Nossa es-
perança é que a Prefeitura e o Estado possam trabalhar conjuntamente,
deixando as diferenças políticas de lado”, frisa o empresário José Alves.
O novo secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino (PT), foi
adversário do prefeito ACM Neto (DEM) nas últimas eleições municipais.
Ferrenho crítico da gestão de Neto, o petista assegurou que não terá difi-
culdades de realizar parcerias com a Prefeitura da capital baiana. “Não só
a Prefeitura de Salvador, mas todas as prefeituras que tenham impacto
turístico importante. Vou trabalhar com todos”, disse.
Pelegrino concorda com os operadores de turismo quanto à necessidade
de investimentos em promoção. “A Copa foi momento de mostrar nossas
belezas para o mundo inteiro. Temos que potencializar esse saldo, vender a
Bahia. A gente tem que ter uma estratégia agressiva nesse sentido”, disse.
Para cumprir com este objetivo, os desafios para o novo secretário
não são apenas de ordem política, mas financeira. O orçamento da
Secretaria de Turismo sofreu em 2015 um corte de 22%, chegando a
R$ 106 milhões. No ano passado, dos R$ 20 milhões orçados para promo-
ção com campanhas publicitárias, 30% não foram executados devido
a contingenciamentos. Em 2015, foram alocados apenas R$ 6 milhões
para esta finalidade.
O secretário de Turismo e Cultura de Salvador, Érico Mendonça,
também afirma que em 2015 investirá mais em promoção, com participa-
ção em feiras, workshops para agências nos principais polos emissores
e convite a jornalistas, à imprensa especializada, para que conheçam as
novidades da capital. O gestor salienta que os principais projetos da Pre-
feitura para o turismo nos próximos anos serão via Prodetur Salvador,
um investimento de US$ 105 milhões, com metade dos recursos finan-
ciados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com esses
recursos, a Prefeitura pretende revitalizar o Centro Antigo de Salvador,
com a criação do Museu da Música e da Baianidade, além de reformar os
trechos da orla Itapuã-Stella Maris e da Praia do Cantagalo.
“Precisamos de novos produtos na linha cultural, como a Casa do Rio
Vermelho, é o nosso grande diferencial. No Forte Santa Maria, na Barra,
teremos uma exposição permanente de Carybé; e no Forte São Diogo, de
Verger”, destacou. A ideia é colocar para funcionar, no próximo verão,
um cartão único de turismo em Salvador, que dará acesso aos museus e
atrações pagas da cidade, bem como ao transporte público.
“temos que vender a bahia. a gente tem que ter uma estratégia agressiva nesse sentido”nelson pelegrino, secretário de turismo
A ideia é colocar para funcionar, no próximo Verão, um cartão único de turismo em Salvador, que dará acesso aos museus e atrações pagas da cidade, bem como ao transporte público.
fOTO: Divulgação
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 33
Centro de ConvençõesA insatisfação com os resultados do Centro
de Convenções de Salvador é unanimidade
entre os gestores privados e públicos. Por
um lado, o Governo do Estado não consegue
sequer equilibrar as receitas com o aluguel
do espaço com as despesas de manutenção.
Entre os empresários do turismo, a frus-
tração é ver vizinhos como Recife, Natal e
Fortaleza – com equipamentos novos e mais
competitivos – atraírem a grande maioria de
eventos corporativos e acadêmicos nacionais
e internacionais.
Em 2014, o Centro de Convenções recebeu
220 eventos. Quase 60% foram formaturas.
Apenas 13% foram feiras, congressos ou
encontros, sendo apenas oito de âmbito na-
cional e um internacional. Eventos religiosos,
escolares e políticos tomam o resto da pauta
do espaço. “Perdeu o sentido, não cumpre
sua função na atração de eventos que movimentem o turismo. O Centro de
Convenções não pode ser um espaço de festas”, destacou José Alves.
O governador Rui Costa deu início a um processo que culminará com licita-
ção de Parceria Público-Privada (PPP). Uma construtora terá a incumbência de
construir e administrar o novo Centro de Convenções, em outro terreno, com
localização a ser definida. Como pagamento, o vencedor da licitação receberá o
atual Centro de Convenções, no Stiep, e o terreno. “Acredito que quem comprar
aquele prédio vai colocar abaixo e construir um projeto imobiliário. A estrutura
toda metálica na beira do mar, numa área muito salinizada, é um problema, há
um custo altíssimo de manutenção”, avalia o governador.
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34 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS | mundo corporativo
a NOVa LEI aNTICOrrUPçãO E OSISTEMa COMPLIaNCE
RUy JOSÉ DE ALMEIDA FILHO
sócio do escritório almeida & são paulo advogados associados
No início de 2014, ainda em fevereiro, entrou em vigor a Lei n°
12.846/2013, popularmente nominada como “lei anticorrupção”.
O seu objetivo primordial, claramente definido em sua ementa,
é o de responsabilização administrativa e civil de empresas,
sejam elas nacionais ou estrangeiras, que pratiquem atos aten-
tatórios à administração pública.
Notadamente nos últimos meses, em que notícias de escândalos diversos
saltaram aos olhos da sociedade, a lei em questão passou a ser foco de atenção
do empresariado nacional. Diversas são as inovações trazidas em seu texto, seja
com a tipificação de uma quantidade significativa de condutas como ilícitas, a
previsão de sanções de natureza administrativa e judicial ou ainda a criação de
ferramentas de estímulo a acordos de leniência para as empresas.
A lei anticorrupção essencialmente estabelece uma série de hipóteses que po-
dem ser enquadradas como atos lesivos à administração pública. Exemplos de tais
condutas vão de promessa ou efetiva concessão de vantagem indevida a agente
público, fraudes em licitações, financiamentos de atos ilícitos, dentre outras.
Responsabilizam-se por tais atos não apenas a empresa, mas também as
pessoas físicas que de alguma forma participem ou contribuam na prática do
ilícito. Note-se aí que, apesar de os administradores, partícipes, dentre outros
indivíduos, só poderem sofrer qualquer tipo de punição com a devida com-
provação de sua culpa, a pessoa jurídica, por outro lado, será responsabilizada
independentemente da prova de culpa ou dolo.
Havendo a identificação do ilícito praticado pela empresa, a legislação ofe-
rece uma gama considerável de punições. Em sede administrativa, a imposição
de multas pode ser de montante expressivo, com percentuais que variam de
0,1% a 20% do seu faturamento bruto do último exercício anterior ao processo.
Trata-se de uma margem substancial de variação, que necessariamente deverá
ser objeto de futura regulamentação.
Em âmbito judicial, por outro lado, as
sanções podem ser ainda mais severas, com
a possibilidade da determinação da perda de
bens, proibição de recebimento de incentivos
pelo poder público, suspensão ou interdição
das atividades ou, em casos mais graves, a
dissolução compulsória da pessoa jurídica.
Não mais, a despeito de qualquer mudan-
ça societária promovida com a empresa, por
fusão, aquisição, cisão ou transformações de
qualquer sorte em nada servirá de forma a
repelir as sanções impostas, havendo solida-
riedade em todas as obrigações resultantes de
eventual processo.
O empresariado, neste contexto, mais do
que nunca, deve oferecer uma atenção especial
na construção de um efetivo programa de
“compliance”, que nada mais é senão a adoção
de medidas de auditoria e controle interno,
incentivando denúncias de irregularidades e a
aplicação efetiva de códigos de ética e conduta.
Seguindo o modelo adotado pela eficaz Lei
Norte-Americana de Práticas de Corrupção no
Exterior (FCPA), bem como a Lei Anticorrupção
do Reino Unido (UKBA), a devida comprovação
pela empresa investigada de que possui um
rigoroso sistema de governança corporativa
servirá como elemento balizador para atenua-
ção substancial de eventuais penas aplicadas,
ou, possivelmente, até a sua não imposição.
Evidentemente se trata de uma legislação
que reforçará ainda mais os órgãos executivos
de fiscalização e combate à corrupção e, portan-
to, poderá se prestar como mais uma tentativa
de se coibir essa censurável conduta. Importan-
te, entretanto, que ela logo produza seus efeitos
no empresariado nacional, servindo-se como
um estímulo imediato à repreensão interna de
qualquer prática nesse sentido.OBR
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NEGóCIOS | experiência
São Paulo é o maior mercado para a água de coco Obrigado, do grupo Aurantiaca, mas a marca baiana quer ampliar a distribuição pelo Nordestepor LUIS FERNANDO LISBOA
E NUMa ESTEIraDE VIME BEBEr UMaÁgua de coco
A aposta no plantio e exploração de coco se consolidou como
um dos mais promissores investimentos econômicos do Brasil.
Aos poucos, o gigante da América Latina ganha feições de
destaque ao lado do maior produtor internacional: o conti-
nente asiático. Segundo dados do Sebrae, 80% da produção de
coco nacional está concentrada no Nordeste. E a Bahia ocupa
um posto significativo nesse ranking: só em 2010 o Estado
produziu mais de 500 milhões de frutos, gerando um volume
superior a R$ 220 milhões. Na música tarde em Itapuã, o poeta
carioca Vinícius de Moraes se refere ao prazer de beber água
de coco, e esse bom hábito do brasileiro, e do baiano, motiva
novos investimentos no setor.
Sabendo desse potencial, o grupo Aurantiaca lançou, em
meados de 2014, a água de coco Obrigado, um produto com
compromisso de ser fiel à água natural, da fruta. De acordo
com Douglas Cotrim, diretor de marketing da marca, em 2015
serão produzidos mais de 12 milhões de litros da água em em-
balagens de 1 l e 200 ml. “Nossa intenção é preservar o produto
ao máximo, porque a natureza já nos entrega perfeito”.
A fábrica da empresa está instalada no município de Conde,
localizado no litoral norte da Bahia, onde já investiram R$ 200
milhões. A área que concentra os coqueiros plantados e utiliza-
dos pela Obrigado corresponde a mais de 15 mil hectares.
A euforia com o crescimento do mercado influencia nos
planos de lançamento para este ano: está prevista a criação
de uma linha de sucos e chás misturados com água de coco.
Sabores como chá verde, pera e abacaxi, cranberry e um mix de
capim-santo e gengibre estão na lista.
a maior novidade da obrigado para o verão 2015 é o lançamento de uma linha de sucos e chás misturados com água de coco
fOTO
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ção
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 37
expansão paulatinaA distribuição comercial da água de coco Obrigado começou de maneira
gradual para que os parceiros não sofram rupturas de abastecimento nem
mesmo durante o verão, que é o pico das demandas. “O processo de distribuição
do produto vai ser planejado de acordo com aceitação da nossa marca”, conta
Douglas Cotrim.
Por enquanto, no Nordeste, o produto só pode ser encontrado em Salvador
(nas lojas Perini, GBarbosa e Mercantil Rodrigues), mas há propostas de expan-
são. “Ainda neste ano chegaremos a Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Ceará”.
No caso do Sudeste, a empresa voltou todas as suas atenções para São
Paulo. “É ali que está o principal mercado dessa categoria. As ações ainda estão
concentradas na capital do estado, mas o plano é aumentar a capilarização pelo
interior”, comenta o executivo, que prefere não detalhar as cidades onde a água
de coco Obrigado pretende aterrissar.
“nossa intenção é preservar o produto ao máximo, porque a natureza já nos entrega perfeito”Douglas Cotrim, diretor de marketing da Obrigado
De coqUeiros plantaDos
12milhões
4
300
novos saboresDe ágUa De coco
De litros serão proDUziDos pela obrigaDo eM 2015
MistUraDa a sUcos e chás serão lançaDos neste verão
pessoas trabalhaM na fábrica Da obrigaDo
R$ 200milhõesinvestiDos pelo grUpo aUrantiaca no MUnicÍpio De conDe
15 milhectares
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38 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS
Entre 2012 e 2013, a seca que assolou o Nordes-
te atingiu em cheio a propriedade da família
do baiano Matheus Ladeia, de 21 anos, em
Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. As
perdas atingiram 90% do rebanho. O gado que
não morreu com a falta d’água ficou desnutri-
do. O prejuízo? Cerca de R$ 200 mil.
Tamanha situação motivou Matheus,
que é filho de um produtor rural baiano, a
empreender no ramo do agronegócio. Embora
seja estudante de engenharia mecânica em
Salvador, o jovem sempre acompanhou de
perto a rotina do pai. E foi em meio à crise
dos últimos anos que ele decidiu mudar essa
realidade, ao fundar a Pastar.
aLugueL de pastos
NEGóCIOS | startup
Um aplicativo é a novidade da startup para 2015. “Queremos fazer da Pastar a solução mais tecnológica para o agronegócio”, diz Matheus
Depois de ver a propriedade da família, em Vitória da Conquista, perder 90% do rebanho devido à seca, o jovem empreendedor baiano Matheus Ladeia, de 21 anos, criou o site Pastar, onde o produtor rural encontra ofertas de pastos para alugar a fim de deslocar seus animais durante a estiagempor MURILO GITEL
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 39
O site da empresa possibilita ao produtor
rural encontrar ofertas de pastos para alugar,
o que pode viabilizar o deslocamento do re-
banho durante a estiagem. A iniciativa conta
com dois sócios, além de Matheus: Caio Lima
(cursa ciências da computação), 21 anos, e o
veterinário Aureo Neve, 41.
O jovem empreendedor afirma que, ao longo
de sua jornada pelo País, pôde coletar as dificul-
dades, gargalos e anseios dos diversos produ-
tores com quem conversou, desde pequenos
criadores de gado de leite em Minas até grandes
confinamentos no oeste baiano. “O futuro do
campo está na inovação, está na implementa-
ção e adesão das novas tecnologias”, projeta.
Matheus também demonstra preocupação
com a marca da empresa. Desde o lançamento
da Pastar, em janeiro, outras novidades foram
colocadas no site. Além de anunciar e buscar
pastos gratuitamente, agora o produtor
também consegue orçar o preço do frete para
deslocar seu rebanho e contratar o serviço
de transportadoras parceiras. A escolha pela
transportadora é livre. A Pastar também
trabalha com venda de animais.
“o futuro do campo está na inovação, está na implementação e adesão das novas tecnologias”Matheus Ladeia, criador da Pastar
Outra novidade foi o lançamento, no fim do ano passado, de uma funciona-
lidade para cadastro de mão de obra e do Classificados Pastar mobile exclusivo
para pecuária – o primeiro no mundo desse tipo, segundo Matheus.
desafiosO jovem afirma que um dos desafios do projeto é o fato de que alguns produ-
tores não têm muita familiaridade com a internet. “Mesmo assim, atendemos a
todos. Aqueles que não se sentem à vontade em fechar negócio pela plataforma
podem entrar em contato por telefone”.
A Pastar atua em todo o território brasileiro, mas a maior parte da oferta de
propriedades e animais é proveniente do Recôncavo baiano, norte de Minas e
de Mato Grosso. Segundo Matheus, em seis meses de operação, 12.00 cabeças
foram transferidas para outras pastagens por intermédio da plataforma. Até o
momento, a startup já intermediou R$ 4 milhões por meio de 127 negócios.
Matheus procura deixar claro que esse valor não pertence à Pastar, que
atuou como mediadora, e tem participação a cada negócio fechado. “Nossa
meta é fazer receita a partir de 2015, com o lançamento dos produtos que colo-
caremos no mercado”.
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Matheus (centro) ao lado da equipe que forma a Pastar. Startup já intermediou R$ 4 milhões por meio de 127 negócios
40 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Quando a paulista Maria de Lourdes Acedo se mudou para
a Bahia não imaginava que encontraria sua vocação para o
empreendedorismo no município de Mucuri, extremo sul do
estado. Dezoito anos depois, a contadora conquista o primeiro
lugar, na categoria Pequenos Negócios, do Prêmio Mulher de
Negócios – Sebrae Bahia 2014, mérito do trabalho realizado
pela empresa dela, a Astec Contabilidade.
Há 13 anos, quando abriu a empresa, percebeu a resistência
dos empresários locais, por ser ela a única contadora da região.
“Alguns clientes chegavam me sabatinando, para saber se eu
tinha habilidade e conhecimento”, conta.
De acordo com a gestora estadual do Prêmio Mulher de
Negócios, do Sebrae Bahia, Andrelina Mendes, o empreende-
dorismo feminino no estado é uma alternativa para inserir a
mulher na economia formal, especialmente no universo das
empreendedoras individuais e das empresas de menor porte.
“Havia muita informalidade. Várias mulheres que eram donas
de casa iam trabalhar informalmente como doceiras ou costu-
reiras”, relata. “Hoje, elas se formalizam mais, estudam mais,
abrem empresas e se organizam em associações”, explica.
prêmio mulher de negóCiosDe acordo com Andrelina, é possível observar o crescimento
do número de mulheres empreendedoras a partir do aumento
de inscrições no Prêmio Mulher de Negócios, realizado anu-
almente pelo Sebrae, que terá a 11ª edição em 2015. “O número
de inscrições tem crescido ano a ano, embora de 2013 para 2014
tenha havido um percentual menor de crescimento”, afirma,
sem divulgar números.
Na Bahia, o setor de beleza é um dos que mais atraem em-
preendedoras. “A mulher tem mais afinidade com esse tipo de
negócio”, justifica. Mas ela acrescenta que segmentos como os
de alimentação natural e de produtos rurais têm tido crescente
participação feminina.
Pesquisas confirmam que a Bahia é o quarto estado com maior número de mulheres empreendedoras por LORENA DIAS
RECONHECIMENTO AO EMPREENDEDORISMO FEMININO
Maria de Lourdes, vencedora do Prêmio Mulher de Negócios 2014: “Alguns clientes chegavam me sabatinando, para saber se eu tinha habilidade e conhecimento”, diz
NEGóCIOS | mulher
fOTO: João Alvarez / Sebrae
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 41
“Mulheres empreendedoras têm determinação, coragem, otimismo, assumem riscos calculados, amam o que fazem e a cada momento estão inovando” Scheila Anunciação, proprietária da loja Bahia Mixx Brasil
“Em geral as mulheres estão à frente de empresas farmacêuticas. Essa é uma área em que a mulher atua mais”Claudia Aguiar, sócia da rede de farmácias flora
negóCio em famíliaA família teve um papel fundamental para que
a baiana Edna Resch iniciasse a produção de
licor artesanal. Ela vivia uma crise no casamen-
to e um dos motivos era que seu marido não
queria que trabalhasse. “Minha sogra me acon-
selhou: ‘Pegue meu livro de receitas, vou lhe
ensinar a ficar rica’”, conta Edna, com saudades
da dona Antonieta. Foi assim que as receitas
preparadas pela sogra, desde 1942, tornaram-se
o negócio de Edna Resch, há 15 anos.
Hoje, o licor da Vó Nieta tem 66 sabores,
desde tradicionais, como o de jenipapo, até os
mais exóticos, como jaca e melancia. As garra-
fas dos licores são vendidas na sua antiga casa,
localizada no bairro do Bonfim, que virou um
galpão apenas para a fabricação e venda do pro-
duto, assim como no restaurante do seu marido.
Apesar de já ter recebido propostas de expandir
o negócio, até mesmo para o exterior, ela ainda
analisa com calma as possíveis mudanças. “O
desafio de financiar o projeto e passar para o
industrializado é perder a qualidade”, afirma.
No Brasil, as mulheres empreendedoras
em estágio inicial são a maioria, correspon-
dendo a 52,2%, de acordo com a pesquisa GEM,
realizada pelo Sebrae em 2013. No Nordeste,
chama atenção a proporção de mulheres em-
preendedoras por necessidade, que correspon-
dem a 42,9%. O percentual de empreendedoras
por oportunidade no Brasil é de 66,2%.
Segundo dados do IBGE, entre os donos de
negócios existentes no Brasil, 31% são mulhe-
res e 69% são homens. As mulheres empre-
gadoras correspondem a 31,58%, enquanto as
empregadoras com mais de seis empregados
na Bahia correspondem a 29%. Além disso,
entre 2001 e 2011, houve um aumento de 21%
no número de mulheres donas do próprio ne-
gócio no país, de acordo com a Pesquisa GEM,
realizada pelo Sebrae em 2013.
em BusCa da inovaçãoA empresária Scheila Anunciação, proprie-
tária da loja Bahia Mixx Brasil, localizada na
orla da Barra, afirma que algumas caracte-
rísticas mais marcantes nas mulheres, como
A antiga casa de Edna Resch virou galpão para armazenamento dos
licores que produz
sensibilidade e comprometimento, contribuem para a gestão dos negócios.
Após 23 anos trabalhando na área de rádio e TV, Scheila aproveitou a inaugura-
ção do novo calçadão do Farol da Barra para abrir uma loja de produtos locais,
voltados para turistas, que também vende artigos para presentes. Ela já pensa
em ampliação e abertura de novas unidades da Bahia Mixx Brasil. “Mulheres
empreendedoras têm determinação, coragem, otimismo, assumem riscos calcu-
lados, amam o que fazem e a cada momento estão inovando”, afirma Scheila.
E foi assumindo riscos calculados que a farmacêutica Claudia Aguiar
tornou-se sócia da rede de farmácias Flora, que tem cinco unidades na capital
baiana. Ela morava no Rio de Janeiro quando foi convidada para implantar a
área de manipulação homeopática da Flora. Trabalhou na área técnica da em-
presa durante quatro anos, até que em 2005 passou a fazer parte da sociedade,
que já era formada por três mulheres. “Em geral as mulheres estão à frente de
empresas farmacêuticas. Essa é uma área em que a mulher atua mais”, opina.
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42 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS | economia
LUIz MARQUES DE ANDRADE FILHO
economista, superintendente da fea-Ufba, e professor de finanças e economia
2015 começou e com ele os nossos desafios. Te-
remos um ano difícil, mas é sempre bom lem-
brar que é justamente nos piores momentos
que surgem oportunidades. Temos problemas
macroeconômicos sérios a enfrentar e a nossa
presidente reeleita tomou uma decisão impor-
tante ao colocar no comando da economia do
seu governo um profissional sério, respeitado e
– pecado mortal – com ligação com a oposição
e com os banqueiros internacionais, já que nos-
so ministro trabalhou no FMI, em Washington,
por alguns anos.
A inflação no topo da meta e pressiona-
da para cima. As contas públicas em total
desordem e com déficit primário, o que levou
à necessidade absurda de aprovação de lei que
altera as regras da Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias, no fim do ano, e flexibilizou o alcance
do resultado primário. Um déficit gigantesco
em conta corrente, o que, juntando os dois
déficits agora citados, produzem o que se cha-
ma de déficits gêmeos: um buraco interno fiscal em paralelo
a um buraco nas contas internacionais, implicando extrema
necessidade de financiamento. A economia desacelerada e os
escândalos da Petrobras, que, mais que problemas políticos,
podem trazer problemas também na órbita econômica, dada
a relevância da empresa no conjunto da economia brasileira;
tudo isso nos mostra que não será fácil a nossa economia neste
ano ímpar. Ufa!!
Contudo, não há bem que sempre dure e nem ruindade
bastante que não se acabe. Os problemas precisam ser enfren-
tados e trabalhados. Mas é fundamental defender a tese de
que os nossos problemas econômicos foram gerados por nós
mesmos, internamente. O discurso de que a economia brasilei-
ra parou de crescer pelos problemas econômicos internacio-
nais não se sustenta. Dou apenas dois argumentos.
O primeiro: estudo recente do Banco Mundial mostra que
a participação do comércio internacional dentro da economia
brasileira é extremamente baixa. A soma das exportações e
importações em relação ao PIB brasileiro foi na média dos
últimos anos de apenas 35% da economia. Em uma lista de 178
países fomos o de menor resultado, perdendo para Argentina
e Cuba. Isso sem falar nos campeões Hong-Kong e Singapura
com imenso volume de comércio internacional nas das suas
economias. Ora, se a participação da economia internacional é
tão pequena dentro da nossa economia, não tem razoabilidade
crer que foi a queda da atividade econômica internacional que
nos trouxe problemas de crescimento.
O segundo: trabalhando a média de crescimento econômico
dos períodos presidenciais de FHC, Lula e Dilma, apenas no
segundo mandato de Lula, embalados pelo boom das commo-
dities e pelo endividamento das famílias, que pressionou para
cima a demanda interna, estivemos com crescimento acima da
média mundial (30,6% acima da média). Nos demais períodos
estivemos abaixo da média mundial, em especial nos últimos
quatro anos (quando crescemos em média apenas 45,1% da
média mundial. Veja no gráfico).
Os problemas são nossos. Temos que resolvê-los. Para os
empresários será um ano duro, mas as oportunidades sempre
aparecem, o animal spirit nunca dorme. Vamos em frente.
O ESPírITO aNIMaL PrECISa NOS gUIar
% crescimento do PIB Brasil em relação ao % de crescimento do PIB mundial, nos últimos 5 períodos presidenciais
fhc 1
71,1%
fhc 2
61,4%
lUla 1
70,2%
lUla 2
130,6%
DilMa
45,1%
120,0%
140,0%
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0,0%
80,0%
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40,0%
fONTE: fMI
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Apagão, bandeiras tarifárias e anúncios de aumento do preço do quilowatt/hora. O ano de 2015 parece reservar péssimas notícias para os consumidores de energia, especialmente para o bolso deles. foi analisando esse cenário que os baianos Rafael e Ricardo Menezes enxergaram oportunidade em meio à crise energética.
Desde abril do ano passado, os sócios são distribuidores exclusivos da Lumilight do Brasil na Bahia. Para trazer os aparelhos da empresa pernambucana para o estado, Rafael e Ricardo investiram quase R$ 1 milhão. Em dez meses,
eles faturaram R$ 400 mil. “O crescimento foi exponencial e o interesse dos clientes é muito grande em função do cenário político-econômi-co”, diz Ricardo.
O equipamento de energia que mudou a maneira de os irmãos verem a crise energética foi o chamado “filtro capacitivo automatizado”, batizado de “filtro capacitivo inteligente” pela Universidade de São Paulo (USP). O laudo da USP
os interessados em empreender na tecnologia devem enviar e-mail [email protected] ou ligar para os distribuidores do filtro na bahia: rafael Menezes: (71) 9983-2062ricardo Menezes (71) 8150-0679
constatou que o aparelho, que pode ser instalado na rede elé-trica de casas, lojas e indústrias, reduz as perdas de energia como um todo.
“Os desperdícios são elimi-nados e o tempo de vida útil dos equipamentos eletroeletrôni-cos aumenta. O filtro ainda tem uma placa DTS, que protege os aparelhos de um raio ou de uma queda brusca de energia”, expli-ca o inventor do filtro inteligen-te, Luiz Henrique Bueno. O filtro já é vendido em 19 estados e Distrito federal.
Segundo Ricardo, a diminui-ção do consumo ativo de ener-gia é, em média, de 5% a 20%. Em uma universidade baiana que comprou o equipamento, por exemplo, essa redução atingiu 20%. Outro cliente dos sócios, um condomínio de alto padrão na capital, notou uma redução de 19,64% do consumo ativo. “Essa diminui-ção vai depender da estrutura e dos aparelhos do cliente, mas geralmente o filtro se paga em 15 meses”, afirma Ricardo.
Os distribuidores querem agora expandir o negócio para o interior da Bahia. “O investimento para se credenciar como revendedor nas regiões determinadas pela empresa vai ser de R$ 150 mil, com uma excelente margem de lucro”, diz Ricardo. Eles pretendem ter revendedores em todas as microrregiões da Bahia. “Acreditamos muito no potencial do interior, porque o movimento migra-tório para a capital está diminuindo e o mercado em algumas cidades ainda é pouco concorrido”, analisa o distribuidor da Lumilight do Brasil.
informe publicitário
Crise de energia traz oportunidade para empreendedores
“os desperdícios são eliminados e o tempo de vida útil dos equipamentos eletroeletrônicos aumenta”
Rafael e Ricardo, distribuidores da Lumilight do Brasil na Bahia
EM DEz MESES, BAIANOS fATURARAM R$ 400 MIL EM VENDA DE SISTEMA INSTALADO EM REDE ELÉTRICA, QUE REDUz DESPERDíCIO, E PROCURAM POR REVENDEDORES NO INTERIOR
44 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
NEGóCIOS | novos rumos
ARMANDO AVENA
escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal bahia econômica
É hOra DE PENSar a BahIa DO FUTUrO
O governador Rui Costa precisa criar um grupo
de trabalho para repensar a economia baiana.
Isso porque a Bahia está de frente para um
novo enigma baiano, aquele dos anos 50, quan-
do a excessiva especialização na exportação de
cacau impedia maior desenvolvimento no estado.
Agora estamos frente a novo enigma, mas ele parece o
mesmo. A economia baiana continua fortemente vinculada às
commodities internacionais, e isso gera enorme instabilidade
na nossa economia. Seja na agricultura, na cadeia do petróleo,
nos minérios, o que se verifica é que estamos aprofundando
nossa dependência às commodities.
No momento, a queda do preço do minério de ferro, que
está colocando em xeque o projeto de exploração da jazida de
ferro em Caetité, traz sérias repercussões em duas obras de
infraestrutura fundamentais para nosso estado: o Porto Sul e
a Ferrovia Oeste-Leste. A economia baiana também tem fortes
ligações com outra cadeia vinculada a commodities, a cadeia
produtiva do petróleo, e o escândalo na Petrobras fez refluir os
negócios e os investimentos nessa área.
Um exemplo emblemático de como o escândalo da Petrobras
afeta a economia baiana é o que vem ocorrendo com a Enseada
Indústria Naval S.A. o maior investimento privado em curso no
estado, da ordem de R$ 2,6 bilhões, que foi afetado indiretamen-
te pela crise e obrigado a demitir mais de mil trabalhadores.
Outros setores, como a metalurgia, vinculado ao mercado in-
ternacional, também sofrem os efeitos da crise, e recentemente
a Gerdau, produtora de aço, anunciou a paralisação de sua usina
localizada em Camaçari, em função da delicada situação da
empresa, com a queda das vendas de aço no mercado brasileiro.
Esses são apenas alguns exemplos que mostram a neces-
sidade de repensar o modelo econômico da Bahia, de dar-lhe
novo rumo, tentando ampliar a transformação de bens no
nosso território, aumentando o conteúdo tecnológico da nossa
produção, diversificando a economia e colocando a infraestru-
tura certa no local certo.
OBRA: frida, Van Gogh e Dalí / Rogério fernandes
46 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
carnaval
Empresários do entretenimento somam
esforços para dar vida nova ao Carnaval de
Salvador, festa que tem perdido espaço para
outras regiões do país e sofrido com a desa-
celeração da economia, especialmente nos
últimos quatro anos. Apesar de ter deixado de
ser deficitária para a Prefeitura de Salvador
desde o ano passado, a folia vem demonstran-
do sinais de redução em volume de negócios.
Líderes empresariais ouvidos com exclusivi-
dade pela [B+] revelaram que têm reduzido
seus negócios na festa e migrado para outros
estados, mas continuam buscando o melhor
modelo para reestruturar a folia.
Para tirar o Carnaval da UtiIniciativa privada quer dar nova vida à folia, mas festa tem perdido peso no faturamento das empresas, que têm migrado para outros estadospor VICTOR LONGO ilustrações BCAYRES
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 47
Mesmo mantendo certo otimismo para a festa deste
ano, devido a fatores sazonais, todos os proprietários de
empresas do entretenimento ouvidos pela reportagem
admitem que o setor é um dos que mais têm sofrido
com a desaceleração econômica. “É verdade que o mer-
cado não está muito bem, mas as expectativas para este
ano são as melhores possíveis, porque esperamos que,
com a alta do dólar, os brasileiros optem por vir para
o Carnaval de Salvador em vez de ir para o exterior”,
disse o empresário Nei Ávila, sócio da NER Esporte e
Entretenimento, empresa que detém as marcas Reino
da Folia, Camarote do Reino e os blocos Me Abraça e
Cocobambu. “Como o Carnaval será mais cedo este ano,
os turistas também terão mais dinheiro para gastar
durante a festa”, acredita.
Nei admite, porém, que o setor tem sofrido impactos
negativos da economia. “O país está em crise. Isso se
reflete em qualquer segmento”, justifica. “No setor do
entretenimento ocorre um decréscimo porque o consu-
midor que quer economizar deixa de ir a um teatro, a
um show, a uma festa. Estamos à porta de uma recessão
e isso tem reflexos”, considera.
Os negócios do grupo NER, que têm se expandido
Brasil afora, não têm crescido dentro da folia baia-
na, devido à baixa demanda. “Os nossos blocos têm
sofrido mais, mas o camarote ainda tem se mantido
estável”, afirmou Nei, que divide os negócios com os
sócios Eduardo Ramos e Ricardo Lélis. Este ano, um
dos blocos que pertenciam ao grupo, o Me Ama, tra-
dicionalmente comandado pelo cantor André Lellis,
será extinto do Carnaval. A razão: o artista resolveu
tocar no Carnaval de Aracaju. “Foi uma decisão do
próprio artista”, afirmou Ávila. Premiada pela reali-
zação da Copa do Mundo em Natal, a NER já atua em
Natal, Alagoas, Paraíba e Santa Catarina, onde ingres-
sou recentemente.
Apesar de os negócios do grupo terem, gradativa-
mente, migrado para outros estados, Nei é otimista,
afirma que o período de crise econômica é um chamado
aos empresários para uma “agenda próativa” e elogia
a festa. “O Carnaval de Salvador ainda é o melhor do
Brasil”, diz. O Camarote do Reino, carro-chefe do grupo,
funcionará de quinta a terça-feira e terá como atrações
Leo Santana, Harmonia do Samba, Carlinhos Brown,
Duas Medidas, Thiaguinho e Aviões do Forró. Os preços
de um dia variam de R$ 370 a R$ 960, mas podem ser
reduzidos quando comprados em pacotes.
Sócio-proprietário da Central do Carnaval e presidente
da Associação Brasileira de Entretenimento (Abre-BA), o
empresário Joaquim Nery também tem sentido os efeitos da
crise econômica nos seus negócios. “O Carnaval de Salvador
de 2015 vive o reflexo do que está acontecendo na economia
nacional. Em relação aos blocos, temos uma expectativa de
que as vendas caiam em 20% em relação ao ano passado,
mas esperamos que o mesmo não ocorra com as vendas dos
camarotes”, afirmou. “O lazer é sensível ao comportamento da
economia”, sustenta. O grupo empresarial inclui a produtora
Cara Caramba, o Camarote do Nana e o Camarote da Central,
os blocos Camaleão e Nana Banana, além das lojas física e vir-
tual da Central do Carnaval. Nessas lojas são comercializados
23 blocos e 10 camarotes.
Retrato de um mercado estagnado é o que ocorre, por
exemplo, com o bloco Camaleão, campeão de vendas da
Central e considerado um dos blocos “VIP” entre foliões, de-
vido aos preços elevados. Nos dois últimos anos, o valor dos
abadás subiu apenas 6%, menos que a inflação acumulada
no período. “No ano retrasado, o abadá do domingo custava
R$ 840. Este ano, custa R$ 890”, disse. No passado, o abadá do
Camaleão já chegou a superar os R$ 1.000. Os dois camarotes
da Central do Carnaval também não tiveram incremento
significativo de preço. A diária isolada do Camarote do Nana
varia entre R$ 520 e R$ 790. O espaço receberá Harmonia do
Samba, Psirico, Timbalada, Pablo, É o Tchan e Duas medidas,
além de Filhos de Jorge e Negra Cor. O Camarote da Central
custa de R$ 200 a R$ 440 por dia.
olhar Para a rUaDe acordo com Vitor Urpia, sócio-diretor do Camarote Oceania,
a reestruturação do Carnaval de Salvador passa pela necessi-
dade de o empresariado ter um olhar mais voltado para a festa
de rua e menos para os espaços internos dos seus camarotes.
“o Carnaval PreCisa aPrender Um PoUCo Com seU PróPrio Passado, voltando a ser PrinCiPalmente na rUa. Banda em Camarote é Um grande eqUívoCo”Vitor Urpia, sócio-diretor do Camarote Oceania
48 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
carnaval
“Essa tendência de levar grandes atrações para os camarotes se fortaleceu
muito de dois anos para cá, mas acredito que ela deve se reverter”, opina. “Sim-
plesmente, não é economicamente viável manter um camarote pagando cachês
altíssimos”, considera.
Seguindo essa visão, a estratégia adotada pelo Camarote Oceania nos últimos
anos foi dar fim aos shows internos e voltar as atenções para a festa da rua.
Antes funcionando no Edifício Oceania, próximo ao Farol da Barra, o camarote
se mudou para o Bahia Flat, espaço com uma varanda mais ampla e com melhor
visibilidade para o lado externo. “Identificamos que nosso público não ia para
o camarote para ver banda, mas sim para ver as atrações que passavam na rua”,
disse Urpia. A varanda do Bahia Flat é bem maior que a do Edifício Oceania. O
camarote, que funciona sempre das 14h às 4h, também deixou de trabalhar com a
contratação de bandas. O preço de um dia varia entre R$ 250 e R$ 550.
Urpia também admite que a situação econômica do país tem prejudicado
o setor do entretenimento. “Como a economia brasileira está próxima de uma
recessão, a tendência é que a demanda pelo Carnaval diminua”, diz. “Para re-
verter essa situação, o Carnaval precisa aprender um pouco com seu próprio
passado, voltando a ser principalmente na rua. Banda em camarote é um
grande equívoco”, opina.
esPaço feChadoOutra sugestão para dar novos rumos ao Carnaval é a de destinar um espaço
específico fechado ao desfile de blocos privados, extinguindo o já consolidado
sistema do desfile separando os foliões com cordas. “Seria um local como, por
exemplo, o Parque de Exposições, onde o folião teria que pagar para entrar.
Não precisaria de cordas, teria banheiros, praça de alimentação e uma estrutu-
ra mais organizada”, imagina o sócio-diretor do Grupo Eva, André Silveira.
“Em contrapartida, os blocos participantes se comprometeriam a tocar
um dia de trio sem cordas na rua, como hoje já fazemos”, complementa.
André acredita que o Carnaval nos moldes atuais já vive um processo
de saturação. “Há cerca de 25 anos, quando começou o sistema de blocos,
isso era uma novidade muito grande e virou um grande sucesso”, relembra.
“Porém esse mesmo sucesso foi uma das razões para o sistema de blocos
começar a saturar. O Carnaval cresceu muito, as ruas ficaram muito cheias
e a operação de blocos muito difícil”, queixa-se. Segundo ele, o novo sistema
proposto permitiria uma melhor organização, além da redução do custo,
“este ano vai ser melhor Para nós, mas não vamos esgotar os aBadás. no Contexto do Carnaval Como Um todo, o qUe estamos vendo é qUe todos os BloCos estão Perdendo em vendas”André Silveira, sócio-diretor do Grupo Eva
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 49
sem a necessidade de contratar cordeiros. Um bloco gasta, em média, R$ 100
mil por dia só com segurança, diz ele.
O movimento de renovação do Grupo Eva não se resume à substituição de
Saulo Fernandes por Felipe Pezzoni. Assim como os outros grupos empresa-
riais, a tendência do Eva é a redução do peso do Carnaval de Salvador em todo
o portfólio do grupo. “O Carnaval ainda é o nosso maior evento, mas o peso
tem diminuído. Antes, correspondia a cerca de 30% do negócio. Hoje, a cerca
de 15%”, disse André, que controla o grupo com os sócios Maurício Magalhães,
Hunfrey Ataíde e Ricardo Martins. “Hoje vemos o nosso negócio mais como a
banda e menos como os blocos”, explica. Ao longo de 2014, a banda fez shows
pelo Brasil inteiro e pretende consolidar esse trabalho em 2015.
Entre março de 2014 e março deste ano, o Grupo Eva espera registrar
um crescimento de 15% no faturamento, também devido à base de compara-
ção baixa, com os efeitos negativos da saída de Saulo Fernandes em 2013.
“Este ano vai ser melhor para nós, mas não vamos esgotar os abadás. No con-
texto do Carnaval como um todo, o que estamos vendo é que todos os blocos
estão perdendo em vendas”, afirma. Além da Pipoca do Eva, o grupo sairá com
dois blocos: o Eva e o Nu Outro. O abadá do Eva, que chegou a custar R$ 350
no último ano de Saulo, hoje custa R$ 230 por dia. O preço do Nu Outro caiu
de R$ 300 para os atuais R$ 180.
CamarotesO Grupo Eva também desistiu de levar adiante a parceria com o Ilê Aiyê, que
levou ao funcionamento, em 2014, do Camarote Ilê-Eva, no circuito do Centro.
“Foi uma boa experiência, mas não teve para nós a rentabilidade esperada”,
afirmou André. “E continuar ia de encontro ao nosso propósito de focar mais na
banda”, completou. A [B+] apurou que o Camarote do Ilê corre o risco de não ser
construído este ano, justamente devido ao fim da parceria e à existência de pro-
blemas financeiros com origem no ano passado. “Ficamos no vermelho no ano
passado e os patrocínios de 2015 são incertos”, disse um membro da diretoria do
Ilê, que pediu sigilo.
Esse não é o único caso de dificuldades vividas por quem mantém camaro-
tes no Carnaval soteropolitano. Um dos indicativos de retração na folia baiana
é a análise do histórico do número de camarotes registrados na Superinten-
dência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom)
para funcionamento durante a festa. Em 2012, 54 camarotes haviam sido
registrados. Em 2013, esse número caiu para 47. Já em 2014, o total caiu para 38,
uma queda de 29,6%. Até o fechamento desta edição, os números de 2015 não
haviam sido fechados.
Entre os mais tradicionais de Salvador, um dos camarotes que não serão
erguidos este ano será o da revista Contigo. Os responsáveis pelo empreen-
dimento não quiseram conceder entrevista sobre o tema. Resumiram-se a
confirmar, via e-mail, que o camarote não seria aberto este ano. Outros casos
emblemáticos de camarotes que fecharam foram o da charutaria Menendez
Amerino e o da cantora Claudia Leitte. A redução de camarotes ocorreu tanto
no circuito Barra-Ondina como no Centro.
50 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
carnaval
Corte de verBaA Secretaria de Cultura do Estado, responsável por financiar o Carnaval dos blocos
afro, parte da programação da pipoca e dos carnavais de cidades do interior, redu-
ziu em 31% os gastos com a festa entre 2013 e 2015. Em 2013, a verba destinada ao
Carnaval foi de R$ 14,5 milhões. A previsão é que, este ano, o valor investido seja de
R$ 10 milhões. Por meio da assessoria de imprensa, a Secult afirmou que a redução
tem a ver com o contingenciamento das contas por parte do Governo do Estado.
Em coletiva à imprensa no mês de janeiro, o prefeito de Salvador, ACM
Neto, afirmou que o Carnaval da capital baiana não terá patrocínio do governo
estadual. Até aquele momento, o Estado ainda devia à Prefeitura R$ 2,5 mi-
lhões da cota de patrocínio do ano passado, de acordo com o prefeito. Em nota,
o Governo do Estado declarou que o pagamento da dívida seria solucionado da
maneira mais adequada. Até o fechamento desta edição, a Petrobras não havia
respondido às solicitações da Prefeitura referentes ao patrocínio do Carnaval.
Em 2014, a empresa injetou R$ 7 milhões no evento.
De acordo com ACM Neto, o valor do Carnaval de 2015 está orçado em mais
de R$ 50 milhões. No ano passado, o custo divulgado pela Prefeitura foi de R$
30 milhões, com arrecadação de R$ 38 milhões das cotas de patrocínio da folia.
Mesmo com o orçamento superior e a falta de patrocínio do Estado e da União,
o prefeito garantiu que não haverá déficit para os cofres municipais. Segundo o
prefeito, o município recorreu à iniciativa privada para custear a festa. De acordo
com o presidente da Salvador Turismo (Saltur), responsável pela organização do
Carnaval, Isaac Edington, as cotas dos quatro maiores patrocinadores reúnem R$
28,8 milhões. A Schin e a Itaipava vão destinar R$ 10,2 milhões, cada uma; o Itaú,
R$ 4,2 milhões e a Air Europa, também R$ 4,2 milhões. Os dois principais, as cerve-
jarias Schin (Barra/Ondina) e Itaipava (Campo
Grande e Centro Histórico), têm exclusividade
na venda de bebidas nos circuitos. Até o fe-
chamento desta edição, a Prefeitura negociava
com um quinto grande patrocinador.
faBriCação de aBadásA estagnação do Carnaval de Salvador tem tra-
zido efeitos negativos à indústria de fabricação
de abadás. É o que mostra, por exemplo, a expe-
riência da empresa Fortiori Camisetas. “Nosso
faturamento cresceu até 2011, mas de lá para cá,
está caindo bastante”, afirmou o sócio-proprie-
tário da empresa, Hasama Teixeira. “Isso ocorre
por vários motivos: os consumidores têm
gastado menos com entretenimento por causa
da situação da economia, além da concorrência
com carnavais como os do Rio de Janeiro, São
Paulo, Recife e Florianópolis”, exemplifica.
Segundo ele, a empresa, que produzia 45
mil peças por dia em 2011, hoje produz, em
média, 4,5 mil no mesmo período. A empresa
tem Axé Mix, Reino da Folia e Central do
Carnaval como principais clientes e 80% da
produção, realizada em Caetité, destinada ao
Carnaval e festas de Salvador. Ele não acredi-
ta em uma melhoria de curto prazo. “Para que
o Carnaval de Salvador volte a ter a mesma
pujança de antes, só a partir de 2018”, diz.
No mercado de produção de abadás, que
conta com aproximadamente 15 empresas no
Estado, só têm crescido aquelas que têm bus-
cado outros mercados além da folia momesca
da capital baiana. É o caso da empresa Camisa
de Latinha, dirigida pelo empresário João
Neto. “As vendas na Bahia são muito sazonais.
Por isso, avançamos no Brasil inteiro em mica-
retas e outras festas”, afirma. Em 1996, quando
foi fundada, a empresa só vendia na Bahia.
Hoje, 80% da produção vai para o Sudeste e o
Sul do país.
Outra solução foi se dedicar às festas pro-
mocionais e de bairros. “Não adianta ficar só
nos circuitos principais do Carnaval”, afirma.
52 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Novos projetos no exterior, sobretudo na Europa e Estados Unidos, a consolidação do Museu Du Ritmo, em Salvador, como um espaço que reúne importante acervo da música negra do mundo, além da execução de ações inovadoras na seara do “empreendedorismo espiritual, social e étnico”, tudo isso está nos planos de Antônio Carlos Santos de freitas para 2015. Em entrevista exclusiva à [B+], o cantor, compositor, percussionista, arranjador, produtor e artista plástico Carlinhos Brown enumera suas prioridades e conquistas no ano passado, demonstrando que é também um gestor intuitivo, parceiro de suas equipes de trabalho, capaz de aproveitar oportunidades para empreender e movimentar a indústria cultural, mesmo em um cenário de crise econômica.por NúBIA CRISTINA
empreendedorismo
a Copa do Mundo no Brasil
trouxe para o artista empre-
endedor o aprendizado com
uma iniciativa que não deu
certo. Brown fez associação
com a empresa The Marketing Store para a pro-
dução e comercialização da caxirola, instrumento
que acabou banido dos estádios, mesmo antes
da Copa das Confederações, em 2013, por decisão
conjunta do governo, da Fifa e do Comitê Organi-
zador Local (COL). Entretanto, o torneio lhe trou-
xe ampla visibilidade no cenário internacional,
que acabou abrindo portas em vários países.
A marca Carlinhos Brown nunca esteve tão
forte. O sucesso de mais uma temporada no The
Voice Brasil, do qual participa como técnico desde
novembro de 2012, aumentou a visibilidade do
trabalho do artista, gerando novas oportunidades.
Brown associa sua imagem às marcas Schin, Caixa,
Pepsi e Chilli Beans. Recentemente, assinou um
contrato com a indústria baiana Natulab, tornan-
do-se o garoto-propaganda do energético Se Agitte.
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Em 2 de fevereiro de 2007, Carlinhos Brown fez o show de inauguração do Museu Du Ritmo, localizado no Mercado do Ouro, no bairro do Comércio. Construído em 1879, o mercado abriga-va boxes para a venda de produtos diversificados e teve a estrutura demolida em 2005, ano em que foi repaginado para sediar a Casa Cor Bahia. Foi abando-nado depois do evento até ser reaberto por Brown, que investiu recursos próprios na compra e recuperação do espaço, com o sonho de transformar o local em um misto de casa de espetácu-los, galeria de arte, museu e escola de inclusão.
“O museu ainda não
está como eu quero, porque
ali precisa ser um lugar de
acervo. Não se trata apenas
de uma casa de shows. O
projeto é criar um centro
com o melhor da música
negra do mundo. Nos moldes
do Museu da Língua Portu-
guesa, de São Paulo. Temos
um acervo gigante, com o
trabalho de Michael Jackson,
Miriam Makeba, Buddy Guy,
tudo nos foi doado. A Cae-
tanave (trio elétrico de 1972,
criado por Orlando Tapajós
para homenagear Caetano
Veloso), o Rigoletto (escultu-
ra do século 17 fundida em
bronze inglês) e centenas
de instrumentos musicais –
dentre eles uma guitarra de
James Brown autografada
– estão comigo e fazem parte
desse legado que eu tenho a
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54 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
capa | nova orla
responsabilidade de preser-
var. O Museu Du Ritmo ficou
pequeno, e por isso estamos
desenvolvendo o BahiaTunes,
um braço desse trabalho de
preservação. Trata-se de uma
plataforma na internet para
compilar a história da música
na Bahia, fonte de pesquisa.
Isso será positivo e lucrativo,
pois a internet está buscando
conteúdo, a gente está prepa-
rando, organizando, e vamos
disponibilizar esse conteúdo
raro, uma mina de ouro”.
Hoje o museu abriga eventos de sucesso, como o Sarau Du Brown, a Enxaguada Du Bonfim, o projeto Pérolas Mistas e os ensaios da Timbalada, mas o artista quer retomar o trabalho de promoção social envolvendo a comunidade do Pilar.
“O Mercado do Ouro foi
um local de tráfego de escra-
vos, onde se negociou gente.
O rei nigeriano da cidade
de Oyo, Alaafin de Oyo, Oba
Adeyemi III, quando esteve
em Salvador no ano passado,
pediu para visitar esse lugar
porque queria conhecer o
local por onde seus antepas-
sados chegaram ao Brasil.
Transformar o espaço em
uma casa de acervo e de espe-
táculos, onde se promovem
a arte e a alegria, é reparação
para o povo negro, pois volta
para as nossas mãos a história
do nosso passado, para que a
gente cuide espiritualmente.
Esse é um empreendedorismo
espiritual e étnico. Minha ex-
pectativa para este ano é con-
A música “La la la (Brazil 2014)”, produzida por ele em parceria com a cantora Shakira, se tornou a mais compartilhada da história do Facebook. Eles cantaram juntos na final da Copa do Mundo
Em dezembro, Brown lançou o CD Sarau du Brown - Ritual Beat System e abriu a temporada 2015 do sarau, que reúne convidados e presta homenagem aos 30 anos da axé music
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tinuar servindo, porque assim
eu estarei bem no papel para
o qual fui incumbido. Liderar
é servir, não é ser ditador, é
dar ao outro a possibilidade
de crescimento”.
O sucesso de mais uma tem-porada no The Voice Brasil, do qual participa como técni-co desde novembro de 2012, ampliou a visibilidade do trabalho do artista, gerando novas oportunidades.
“Fui convidado para fazer
parte da bancada do programa
La Voz Kids, o The Voice para
crianças da TV espanhola, na temporada de 2015. Tenho recebido
muitos convites para participar de concertos, em Miami (EUA) e
na Europa. As portas estão se abrindo cada vez mais. Difícil mes-
mo é encontrar tempo para atender a todas as demandas. Vou
me concentrar mais na Europa neste verão. O The Voice trouxe
ao público a compreensão de quem é o Carlinhos, do trabalho
que faço além do Carnaval. Como o programa não tem script, ele
consegue mostrar o perfil do artista baiano, que fala com a alma,
diz o que pensa. Considero essa visibilidade para mim e para
Claudinha (Claudia Leitte) uma vitória da axé music”.
A Copa do Mundo no Brasil projetou a marca Carlinhos Brown no mercado internacional. A música “La la la (Brazil 2014)”, pro-duzida por ele em parceria com a cantora Shakira, ultrapassou a marca dos cinco milhões de compartilhamentos e se tornou a mais compartilhada da história do Facebook. Foram mais de 500 milhões de visualizações no youTube.
“Chegamos a números
alarmantes: La la la foi um dos
clipes mais vistos de todos os
tempos na história da música.
Shakira tem um carisma enor-
me, fiquei muito feliz quando
ela me chamou para compor
essa música, produzir com ela.
A música também abriu por-
tas no cenário internacional.
Uma pesquisa realizada por
agências de São Paulo apontou
que estive entre as dez pessoas
com maior exposição na TV
brasileira durante a Copa, ao
lado de Neymar, Fátima Ber-
nardes, Ivete Sangalo. Fiquei
feliz e surpreso com isso”.
Para transformar talentos e habilidades em projetos e ações empreendedoras, Brown criou a empresa Candyall Entertainment há 20 anos. Em 2014, ele deixou a produtora Janela do Mundo, e a Nariz de Borracha, produtora do próprio artista, passou a gerir a carreira dele.
“A figura do manager é
bem-vinda, mas nem sempre
é viável, por isso vários
artistas acabam tomando
o rumo que eu tomei e con-
tratam gerentes de negócios
com experiência e visão de
mercado. Esses profissionais
acabam captando as melho-
res oportunidades. Isso está
funcionando muito bem co-
migo. Hoje eu tenho a Andrea
Mota no papel de gerente de
negócios. Além da parceria da
Co.nz, uma empresa gigante,
que também faz captação e
prospecção. Tenho consul-
O artista fez show de encerramento do projeto Domingo no TCA; a música Por Causa de Você, um hino à axé music, foi cantada pelo público
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56 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
tores econômicos, que buscam novas oportunidades no mercado nacional
e internacional. É muito importante saber o que está acontecendo lá fora,
prospectar no mercado internacional”.
Não por acaso a palavra crise é rechaçada por Brown. Os shows do Museu Du Ritmo atraem milhares de pessoas durante todo o verão. No Carnaval, ele lidera o Camarote Andante, bloco sem cordas, com trio elétrico inde-pendente, que se apresenta no Circuito Dodô (Barra-Ondina). O artista fará todo o percurso no chão. Além disso, vai comandar o tradicional Arrastão no dia 18, Quarta-feira de Cinzas.
“Empreender é sacudir a poeira; se há crise, temos de ser mais criativos,
trabalhar mais. Eu não tenho a expectativa de ver surgir bonança financeira
ao fazer música, mas hoje ela tem outras formas de oportunizar, é o grande
invólucro para outras coisas. A música precisa ser composta, gravada, para
chegar às pessoas. Ela pode, inclusive, render bem monetariamente. Para que
hoje eu possa compor e gravar tanto, eu investi ao longo do tempo. Temos
um núcleo com quatro estúdios aqui no Candeal. Essa estrutura dá força
ao trabalho, no momento em que estamos inspirados a gente vai e grava. Eu
não vejo crise no Carnaval de Salvador, ele está mudando. Em relação à axé
music, ela passa por uma fase cíclica, normal nesses 30 anos. Quando a gente
compra um tênis, ele envelhece, desgasta com o tempo. É o que está aconte-
cendo com esse estilo, que passa por trans-
formações. Não precisamos maquiar isso,
estamos criando outras formas de andar,
outros calçados, outros caminhos”.
As relações entre artistas e músicos tendem a ser cada vez mais profissionais, na opinião de Carlinhos, que fez a doação de um terreno em Massarandupió (Litoral Norte) no qual almeja ver construído um abrigo para músicos idosos. Ele procura investidores interessados na iniciativa.
“Não contabilizo quantos empregos
meus projetos geram porque esse número é
variável. O mais importante é que o tempo
todo nós formamos profissionais, estimula-
mos o empreendedorismo, porque muitos
artistas seguem para a carreira solo, tocam
projetos independentes. A relação entre
músicos e artistas é cada vez mais profissio-
nal. O que faço é gerir bem as receitas para
que todos sejam acolhidos e remunerados
adequadamente. A questão da aposentadoria
dos músicos é algo que me inquieta. Tenho
um terreno em Massarandupió, uma área de
120 mil metros quadrados, que posso doar
para que ali seja construído um espaço para
abrigar músicos idosos, um estúdio, não um
asilo, para que eles sejam assistidos. Procuro
investidores interessados”.
capa | brown
Técnico do The Voice Brasil, Brown foi convidado para fazer parte da bancada do programa La Voz Kids, o The Voice para crianças da TV espanhola, na temporada de 2015
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educaçãoempreendedorismo ao pé da letra 58
@
Obra: O homem que chorou na noite púrpura | Galeria Rogério fernandes
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EDUCAçãO | empreendedorismo@
Ninguém tem dúvida de que 2015 será um ano de baixo crescimento econômi-
co. Investir em educação para o empreendedorismo ou mesmo em programas
para a melhoria da gestão é a saída para enfrentar a crise. As estatísticas de
instituições especializadas no assunto, a exemplo do Instituto Euvaldo Lódi
(IEL) e do Sebrae, comprovam que a busca pela qualificação traz os melhores
resultados.
Dados do IEL mostram um aumento de 69% nas vendas das empresas
participantes do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), principal
compilado de treinamentos oferecido pela entidade. “Os empresários tam-
bém registraram um aumento de 48,2% na geração de empregos e de 41,2% na
produtividade”, afirma o gerente de capacitação empresarial do IEL Bahia,
André Pinto, citando levantamento feito em 2013. “Os custos da produção foram
reduzidos em 11,5%”, disse.
CONhECIMENTO pARA ENFRENTAR A CRISEInvestir em educação empreendedora, ou cursos de gestão, é a alternativa para quem quer enfrentar os desafios do cenário de baixo crescimento
por VICTOR LONGO
Aperfeiçoamento de gestão, controle de qualidade, segurança e saúde do trabalho foram alguns dos aspectos melhorados depois das aulas
O investimento necessário para isso, no
entanto, não é baixo. Para participar do pro-
grama, o empresário precisa pagar R$ 9.580. O
público-alvo do PQF são empreendedores que
almejam vender ou prestar serviços para as
indústrias. O pacote de cursos – com duração
de dois anos – inclui 110 horas de treinamen-
tos, consultorias e avaliações periódicas. As
empresas que concluem os programas e são
aprovadas recebem selos de qualificação. “As
grandes organizações são muito exigentes na
hora de comprar”, afirma André. O PQF é o
curso mais procurado no IEL.
fOTO: Rômulo Portela
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 59
O empresário Elton Carvalho, sócio-proprietário da EcoSys-
tem, fabricante de etiquetas e rótulos, participou do progra-
ma e teve acesso a aulas de marketing, gestão, segurança do
trabalho, qualidade, responsabilidade social e finanças. Ele
aponta as melhorias alcançadas na empresa após o início da
participação nos cursos, em meados de 2013. “Além de aperfei-
çoarmos a gestão e o controle de qualidade, melhoramos muito
a segurança e a saúde do trabalho, além da responsabilidade
social”, avalia. Na gestão, por exemplo, Elton implantou um
regime de cumprimento de metas e avaliação de resultados.
“Tudo isso teve um resultado prático para a empresa. Apesar
de 2014 ter sido um ano difícil para todos, reduzimos o desper-
dício e conseguimos aumentar a produtividade, as vendas e o
faturamento”, disse.
O IEL oferece outros cursos, tanto na plataforma online
como presencial, cujos investimentos variam de R$ 300 a R$
4 mil. As cargas horárias variam de 20 a 180 horas. Os cursos
a distância são os mais baratos, a partir de R$ 300, e incluem
temas como gestão empresarial, liderança e desenvolvimento
pessoal. Novos cursos, como a Escola de Líderes (R$ 4 mil) e
o de Compras Sustentáveis (sem preço determinado), serão
lançados em 2015.
menor CustoPor sua vez, o Sebrae Bahia oferece opções mais baratas,
voltadas tanto para microempreendedores individuais como
para empresas de pequeno porte. “Neste momento da econo-
mia, cheio de incertezas, buscar capacitação é um diferencial
para aqueles que desejam se consolidar no mercado. É preciso
investir em conhecimento”, afirmou Nílzon Spínola Júnior,
analista da Central de Treinamento do Sebrae, em Salvador. Se-
gundo ele, o curso mais procurado é o Treinamento Gerencial
Básico (TGB), que dá noções de administração, fluxo de caixa,
gestão de estoque etc. “No ano passado, 25% das empresas
atendidas buscaram esse curso”, disse Nílzon.
A forte procura indica que, apesar de crescente, a busca
por educação empreendedora ainda é inicial na capital baiana,
especialmente entre microempreendedores individuais. “Esse
é o curso em que todo mundo começa. Oferece noções iniciais”,
diz Nílzon. Em 2013, o Sebrae abriu nove turmas do TGB na
Bahia. No ano passado, foram 12. Ele destaca a importância de
cursos como esse para evitar o fechamento de empresas nos
primeiros anos de vida. “Mais de 50% das empresas no Brasil e
na Bahia fecham as portas nos dois anos iniciais. O TGB ajuda
a combater esse fenômeno”, explicou. O curso custa R$ 120 e
tem duração de 15 horas. Os outros dois cursos mais procura-
dos são o Na Medida, sobre gestão financeira (R$ 200, com 20%
“Neste momento da economia, cheio de incertezas, buscar capacitação é um diferencial para aqueles que desejam se consolidar no mercado. É preciso investir em conhecimento”Nílzon Spínola Júnior, analista da Central de Treinamento do Sebrae em Salvador
IEL, Sebrae e Endeavor são alguns dos órgãos que oferecem cursos
da demanda em 2014), e a oficina Sei Administrar (grátis, com
16%). Outro programa de destaque ministrado pelo Sebrae é o
Empretec, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas e
oferecido na Bahia desde 1996. O programa já formou mais de
cinco mil empresários, preparando-os para o mercado.
Natural de Feira de Santana, a empresária Miralva de Souza
Batista, proprietária da loja Esquina 43, no bairro do Candeal,
em Salvador, fez vários cursos e tem colhido frutos. “Fiz cursos
como o Empretec, o Sei Empreender, além de oficinas sobre for-
mação de preços, atendimento ao cliente e marketing”, enumera.
O resultado é que desde 2002, quando sua loja era um pequeno
armarinho de apenas oito metros quadrados, ela só faz crescer.
“Saí do aluguel, comprei um novo espaço, abri uma loja maior,
mudei o nome de ‘Lojinha’ para ‘Esquina 43’ e diversifiquei o ne-
gócio”, conta. Além de artigos de armarinho, ela passou a comer-
cializar roupas. “Enquanto minha empresa cresce, vejo muitos
colegas fecharem as portas das suas lojas porque não procuram
se qualificar”, conta. “Buscar conhecimento é essencial para um
negócio dar certo, especialmente em um ano difícil como 2015”,
fOTO: Silvia Torres
60 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
eDUcação | empreendedorismo
diz. Além do Sebrae, outras instituições, como a Endeavor Brasil, oferecem cursos
de preços acessíveis. Com investimentos a partir de R$ 59, a maioria dos treina-
mentos é oferecida em plataforma online e tem curta duração.
perfilApesar de o fenômeno ser recente, o microempreendedor baiano tem buscado
cada vez mais conhecimento. “Ele tem percebido que se formalizar é bom e que
também é necessário investir em capacitação. Com isso, a demanda por cursos
tem crescido nos últimos anos”, afirmou Nilzon, do Sebrae, que projeta um aumen-
to de 10% nos treinamentos oferecidos em 2015. De 2013 para 2014, esse aumento
foi de 30%. O analista observa ainda uma tendência maior ao associativismo. “Os
empresários têm percebido, por exemplo, que ao se unirem para comprar têm um
maior poder de barganha, independentemente de concorrência”, completa.
André, do IEL, também percebe uma mudança na visão dos fornecedores e
prestadores de serviço às indústrias. “O empresário de 2014 já não é o mesmo
de 20, 30 anos atrás. Ele já experimentou outras capacitações, traz um conhe-
instituto euvaldo lódi(iel Bahia)procure: uma das 12 unidades do IEL na Bahiaacesse: www.fieb.org.br/iel
seBrae Bahiaprocure: o ponto de atendimento do Sebrae mais próximoacesse: www.ba.sebrae.com.brligue: 0800-570-0800
endeavor Brasilacesse: cursos.endeavor.org.bracesse: educacaoempreendedora.org.br
fiz cursos como o Empretec, o Sei Empreender, além de oficinas sobre formação de preços, atendimento ao cliente e marketing”Miralva de Souza Batista, proprietária da loja Esquina 43
cimento mínimo, obteve
bons resultados e atribui
uma importância maior à
educação empreendedo-
ra”, afirma. “Quer menor
conhecimento teórico e
mais cursos práticos”, diz. A
maioria das empresas que
buscam os cursos do IEL é de
natureza familiar, com até 60
empregados. São lideradas
por homens entre 30 e 50
anos. “A principal mudança
em relação aos últimos anos
é o aumento da participação
das mulheres e jovens. Há 15
anos, por exemplo, a maioria
dos empresários tinha de 40
a 60 anos e elas participavam
bem menos”, observa.
Um aumento na demanda
por cursos também é esperado
em 2015. Entre 2012 e 2014, o
IEL formou, em média, mil
empresas por ano. Para 2015, a
expectativa é que esse número
chegue a 1,5 mil, um movimen-
to gerado tanto pelo aumento
da oferta como da demanda.
onde encontrar cursos?
fOTO: João Alvarez
susTenTaBilidadeorla sem quiosques 62
[c] Baía de Todos os santos, sede da amazônia azul 66
Obra: frida e o Boi Bumbá | Galeria Rogério fernandes
62 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Considerada por muitos como uma das
maiores feridas de Salvador nos últimos anos,
a falta de infraestrutura da orla atlântica
dificilmente estará cicatrizada neste verão,
embora a prefeitura houvesse anunciado em
julho do ano passado que metade dos novos
equipamentos ficaria pronta até dezembro e o
restante no primeiro semestre de 2015.
Com isso, baianos e turistas terão de se
contentar novamente com as polêmicas es-
truturas temporárias disponibilizadas pelas
cervejarias no início do ano passado – os kits
Temporada 2015 marca, negativamente, o quinto verão em que baianos e turistas ficam sem uma infraestrutura adequada nas praias de Salvador. Novos quiosques ainda não saíram do papelpor MURILO GITEL
verão novo, novela velha
SUSTENTABILIDADE | nova orla
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 63
incluem tendas móveis, cadeiras e sombrei-
ros, mas desagradam tanto aos barraqueiros
como a boa parte dos frequentadores, inco-
modados com as frequentes cobranças pelos
equipamentos.
O projeto das novas barracas promete
120 quiosques de madeira e alvenaria ao
longo de toda a orla atlântica (de Tubarão até
Stella Maris – e das ilhas), instalados sobre
os calçadões, com os tamanhos de 30 m², 50
m² e 100 m², e dotados de ligação de água e
esgoto. “As barracas terão mesas e cadeiras e
poderão funcionar como restaurantes, já que
serão implantadas na calçada. Terão cozinha,
estarão prontas para o preparo de alimen-
tos”, explicou à época o então secretário de
Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Sedes),
Guilherme Bellintani.
Em janeiro, a reportagem da [B+] procurou
as três empresas baianas que conquistaram
a concessão de construção, exploração e
manutenção dos quiosques a fim de obter
informações sobre os prazos das obras, mas
encontrou dificuldades. A Holz Engenharia
Ltda. informou que não sabe precisar uma
data para entrega dos quiosques e que as
obras sequer começaram. Já a RPH Engenha-
ria Ltda. e a Saneando Projetos de Engenharia
e Consultoria Ltda. não retornaram nossas
tentativas de contato.
Também procuramos a Secretaria Muni-
cipal de Ordem Pública (Semop), que infor-
mou caberem a ela apenas o licenciamento,
a fiscalização e o ordenamento em relação à
utilização do espaço público. Já a assessoria
de comunicação da Secretaria de Cultura e
Turismo (Secult) nos orientou a procurar a
Casa Civil, contudo não conseguimos contato
por telefone nem resposta via e-mail.
impasseO presidente da Associação dos Comerciantes
de Barracas de Praia da Orla Marítima de
Salvador (ACBPOMS), Alan Rebelato, acredita
que os novos quiosques estarão concluídos
até março ou no meio do ano, “quando as
reformas do Jardim de Alah/Armação, Piatã e
Itapuã estiverem finalizadas”.
Rebelato afirma que tem pressionado a
Prefeitura na tentativa de conseguir uma
reunião com as empresas que construirão os
quiosques. “Precisamos saber como vai ficar a
situação dos trabalhadores. Já fui a todas as
empreiteiras, mas elas são muito fechadas”,
reclama. O presidente da associação espera
que a promessa de que os quiosques serão
sublocados aos barraqueiros seja cumprida.
“Caso descumpram, iremos acionar a Justiça e
embargar tudo”, ameaça.
2009Permissionários atuam com
barracas de praia na faixa de areia na orla atlântica de Salvador. Alguns são
irregulares
2010 A Justiça federal ordena a
derrubada das 352 barracas de praia. A ação tem início
no dia 23 de agosto, em cumprimento à decisão do
juiz da 13ª Vara Cível federal, Carlos D’Ávila Teixeira
2013Uma audiência de
conciliação civil pública é promovida pelo juiz Carlos D’Ávila Teixeira. Na ocasião,
a Prefeitura apresenta o projeto de reestruturação
da orla
2014Os kits padronizados pela
Prefeitura são entregues aos barraqueiros por meio das cervejarias. Removíveis, os equipamentos contam com
tenda móvel, mesas, cadeiras e sombreiros.
Em julho, a Prefeitura divulga o projeto dos novos quiosques da orla (feitos de
madeira e alvenaria), que serão construídos por três
empresas e, posteriormente, sublocados. Metade deveria ser entregue até dezembro
e o restante no primeiro semestre de 2015.
2015Em janeiro, nos primeiros dias do verão baiano, a população
segue sem os novos quiosques, utilizando ainda as estruturas provisórias.
As obras de requalificação dos trechos Jardim de Alah/
Armação, Piatã e Itapuã estão em andamento
Improviso: baianos terão de se contentar com estruturas
temporárias disponibilizadas por cervejarias
linha do tempo
fOTO: Tereza Torres
64 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
No Rio de Janeiro, o consórcio Orla Rio
administra os 309 quiosques, que subloca
os espaços. O valor do aluguel varia de R$
300 a R$ 10 mil. Os pontos são alugados para
pequenos comerciantes, como donos de bares
e restaurantes.
desafioEm 2009, antes de começar o processo de
demolição das barracas por ordem da Justiça
Federal, havia 512 permissionários nas praias
soteropolitanas. Uma determinação do Poder
Judiciário, porém, limita em 200 o número de
permissionários na faixa de areia.
A titular da Semop, Rosemma Maluf,
ressalta que o maior desafio é administrar os
interesses conflitantes em relação à utilização
do espaço público. “Desde a derrubada das
barracas, há aproximadamente seis anos, as
praias não tinham uma regulamentação da
atividade informal na faixa de areia”, lembra a
secretária, ao citar o imbróglio entre a última
gestão municipal, a Superintendência do Pa-
trimônio da União (SPU) e a Justiça Federal.
situaçãoEnquanto faltam definições sobre o projeto
dos novos quiosques, baianos e turistas são
obrigados a se contentar com as estruturas
provisórias. A polêmica é sobre a cobrança
pelos kits com sombreiro e cadeiras, feita por
barraqueiros a quem frequenta o local, embo-
ra tais equipamentos tenham sido entregues
gratuitamente pelas cervejarias.
No dia 9 de janeiro, a medida foi alvo de
reclamação da vice-prefeita de Salvador,
Célia Sacramento (PV), que publicou carta
aberta no Facebook criticando a cobrança. Ela
relatou ter pagado R$ 15 para usar sombreiro
e cadeiras.
Cobrar pelo kit é proibido. Os barraqueiros
já haviam solicitado a autorização para tal
cobrança. No entanto, a Superintendência de
Defesa do Consumidor (Procon) considerou a
medida indevida e não permitiu, durante reu-
nião com representantes da prefeitura e dos
comerciantes de praia, em fevereiro de 2014.
Os barraqueiros alegam que o valor pago pelas pessoas é única e exclu-
sivamente para ajudar a manter os equipamentos. “Defendo uma cobrança
simbólica, de R$ 5 a R$ 10, mas o que me dá raiva é que alguns abusam no valor,
principalmente em praias como Piatã, Flamengo e Stella”, admite Alan Rebelato.
A Semop informou que realiza as devidas apreensões quando identifica o
uso de mesas e cadeiras fora do padrão pelos permissionários, mas que a ques-
tão da cobrança diz respeito ao Código de Defesa do Consumidor e os frequen-
tadores que se sentirem lesados devem fazer uma queixa ao Procon.
A cobrança costuma dividir opiniões e estimula, muitas vezes, que o banhis-
ta traga seu próprio kit de casa. Foi o que fez o publicitário Ivan Dourado, 45
anos, que levou cooler com cerveja, cadeiras e sombreiro para curtir o sol na
Praia do Corsário. “Faço de tudo para não ter que gastar com nada aqui. Por isso
trago tudo de casa”, explica.
sUstentabiliDaDe | nova orla
Projeto das novas barracas promete 120 quiosques ao longo da Orla
Atlântica. Nas imagens, projetos de Piatã e Jardim dos Namorados
Ao todo, serão construídos 120 quiosques de madeira e alvenaria na orla marítima de Salvador, nos principais pontos turísticos e nas ilhas da cidade
IMAG
EM: D
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66 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
SUSTENTABILIDADE | patrimônio
algumas poucas palavras são
reconhecidas nas línguas mais
faladas do mundo. Táxi, hotel,
hospital e Amazônia são algu-
mas delas. Ao redor do globo,
livros escolares, de ficção, de história e científi-
cos revelam a importância da Amazônia para
o equilíbrio do clima e da vida no planeta. Uma
floresta de 5,5 milhões de km², com a maior con-
centração de biodiversidade do mundo. Esta é a
Amazônia Verde, classificada em primeiro lugar
entre as sete Maravilhas da Natureza.
Emoldurando a costa brasileira está a
Amazônia Azul, um inteligente conceito criado
pela Marinha do Brasil, chamando a atenção
para o potencial estratégico desse desconhe-
cido e inexplorado patrimônio nacional. “Uma
outra Amazônia em pleno mar, assim chamada
pelos seus incomensuráveis recursos naturais
e grandes dimensões, uma área maior do que a
Amazônia Verde brasileira”. Com 4,5 milhões de
km², a Amazônia Azul é um polígono formado
pelos 8,5 mil km da costa brasileira, abrangen-
do 17 estados e mais de 400 municípios; e mais
as 200 milhas marítimas (370 km) de largura do
mar territorial, definidas internacionalmente
pela Convenção das Nações Unidas sobre
os Direitos do Mar (CNUDM), ratificada por
156 países, como Zona Econômica Exclusiva
(ZEE). Qual será o valor dos ativos da lâmina
d’água, do solo oceânico e do subsolo (província
mineral e as reservas do pré-sal), desse imenso
território da Amazônia Azul?
Fundada em 1811 e sediada às margens da
Baía de Todos-os-Santos (BTS), a Associação
Comercial da Bahia – ACB, ciente da influên-
cia que a BTS (70% do PIB da Bahia) exerce
sobre a economia do Estado, articula com a
Marinha do Brasil trazer para a BTS a inteli-
gência dos debates nacionais e decisões sobre
Baía DE TODOS-OS-SaNTOS, SEDE Da aMazôNIa azUL
EDUARDO ATHAyDE
Diretor da associação comercial da bahia e do WWi (Wordwatch institute no brasil)
a Amazônia Azul. Posicionada no centro da costa brasileira e berço da civiliza-
ção nacional, a maior baía tropical do mundo foi declarada pela ACB, através da
Carta da BTS, assinada por empresários, acadêmicos e sociedade civil organiza-
da, como sede natural da Amazônia Azul.
Com maior costa litorânea brasileira (1.183 km), porto natural da BTS e po-
tencial a ser explorado nos recursos do mar, a Bahia não tem a cadeia produtiva
da indústria naval desenvolvida. Oportunidades estão à vista. A Universidade
da Petrobras, por exemplo, com interesses na área, pode organizar nas margens
da BTS o seu centro off-shore em parceria com o Campus Integrado de Manufa-
tura e Tecnologia – Cimatec, centro de excelência da Federação das Indústrias,
criando o “Cimatec Mar”.
Por outro lado, a poderosa indústria turística internacional, que gera US$ 6
trilhões de renda na economia mundial e mais 120 milhões de empregos diretos,
poderá ser atraída com outra força. Debutando internacionalmente como sede
da Amazônia Azul, a Bahia, com passaporte novo, usado para mostrar o mesmo
potencial com outro olhar, será apresentada ao mundo e aos seus atentos inves-
tidores movidos a GPS, no Google Earth, com novas credenciais. O turismo da
Bahia – que precisa de sustentabilidade – tem esta joia muito pouco explorada.
O que estamos esperando?
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aPoio:
lifesTylecongelados gourmet 68
mercado náutico 70dicas de turismo anti folião 74
guia do litoral baiano 78moda praia 80
marca: Picolé capelinha 82
decoração para fugir do verão 84 [c] Turismo de luxo na Bahia 86
[c] defenda a Bahia 88autos&motos+ 90
a bordo com a [B+] 94notas de Tec 96
aPoio:
Obra: A bela e o desejo | Galeria Rogério fernandes
68 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
LIfESTyLE | sabor APOIO:
Quem não leva muito jeito para a cozinha, quer praticidade e não abre mão de um cardápio requintado aprova a iniciativapor PEDRO HIJO
fotos RôMULO PORTELA
De acordo com o recente estudo Consumer
Watch Express Shopper, em média, 61% dos
consumidores brasileiros optam por alimen-
tos congelados. A conveniência e a praticidade
são os elementos mais procurados por quem
prefere ter à mesa um produto pronto para
consumo. De olho nessa fatia de mercado,
os sócios Laurent Rezette e Daniel Frota
lançaram, há dois anos, a Babette, uma linha
gourmet de congelados.
A missão da empresa, segundo Daniel, é
tirar o estigma de que comida congelada é algo
ruim ou de baixa qualidade. Nada de lasanhas
ou empanados de frango, a dupla aposta em
alimentos requintados, “para que aqueles que
não têm muito jeito no fogão também possam
impressionar”, comenta o chef belga Laurent.
“O prato vem 98% pronto, basta colocar os pa-
cotinhos de plástico em uma panela com água
fervente por alguns minutos e servir”, completa.
A produção da Babette começou em uma
cozinha caseira e, com o crescimento da
demanda, ampliou para uma fábrica de 600
m2 em Lauro de Freitas, que conta com 16 fun-
cionários. A marca já está em grandes redes,
como Sam’s Club, Perini, Carrefour e, ainda
em 2015, estará no Wallmart. “Só aí serão mais
de 400 pontos de venda”, diz Daniel. A dupla
procura um terreno em Simões Filho para
ampliar a fábrica.
No primeiro trimestre deste ano, a Babette
vai lançar uma linha voltada para empresas
e até o meio do ano uma linha de churrasco
congelado, que se somarão às já existentes
linhas de chocolate, molhos, patês e pratos.
Para a [B+], Laurent e Daniel apostaram no
filet au poivre, primeiro lançamento da marca.
CONgELaDOS gOUrMET
Daniel Frota (à esquerda) e Laurent Rezette: “queremos facilitar a vida das pessoas”
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 69
RECEITAfilet aU poivre
ingredientes• 4 medalhões de filé mignon de aproximada-
mente 180g cada
• Conhaque
• 2 colheres (sopa) de grãos de pimenta verde
• 80 ml de vinho tinto
• 30 g de farinha de trigo
• 20 g manteiga
• Sal a gosto
modo de preparoEm uma frigideira, esquente partes iguais de
manteiga e acrescente os filés. Quando estive-
rem grelhados e quase no ponto desejado, re-
tire-os da frigideira. Acrescente o conhaque à
frigideira ainda no fogo, derretendo as partes
grudadas na panela, recuperando assim o sa-
bor da carne grelhada, o famoso “déglaçage”.
Adicione o vinho e deixe que o molho reduza
um pouco. Corrija a textura com farinha e o
sal, se necessário, e acrescente a pimenta verde
por último.
Pode servir com purê de mandioquinha!
70 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
LIfESTyLE | turismo náutico
navegar É mais do que PrecisoEntidades empresariais lideram campanha para inserir o nome da Baía de todos-os-santos entre as baías mais lindas do mundo, a fim de estimular o turismo e a prática de esportes náuticospor LORENA DIAS
Maior baía tropical do Atlântico, segunda maior do mundo e a maior
do Brasil, a Baía de Todos-os-Santos (BTS) precisa explorar todo o seu
potencial para o turismo náutico. A localização geográfica privilegiada
– ela é rota natural das correntes marítimas –, e as condições climáticas
favoráveis, que possibilitam uma navegação segura, são os pontos a favor.
De acordo com o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio da Bahia,
Antonio Coradinho, a BTS é um dos melhores locais do mundo para a prá-
tica do iatismo (esportes com barcos à vela). “Mas, infelizmente, não temos
um calendário de grandes eventos internacionais”, ressalta.
Amante dessa prática esportiva e um defensor da BTS, Coradinho
está liderando uma campanha para colocar a maior baía do Brasil na lis-
ta das Mais Lindas Baías do Mundo. Para isso, conta com uma aliada de
peso, a prefeita da cidade de Setúbal (Portugal), Maria das Dores Meira,
que deve assumir a presidência desse seleto clube em maio deste ano.
Ele apresentou a BTS à prefeita no ano passado. Ela se comprometeu a
levar a campanha à votação e por isso o presidente da Câmara Portu-
guesa busca apoio dos prefeitos das cidades que são banhadas pela
baía. “Se o nome for aprovado, a BTS terá visibilidade global, um fator
decisivo para estimular o turismo náutico e a realização de eventos
esportivos”. A Câmara Portuguesa e a Associação Comercial da Bahia
estão abraçando essa causa.
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 71
fOTO: BCayres
Coradinho defende ainda que o Estado ofereça estímulo
à iniciativa privada para o investimento em pesca oceânica.
“Além disso, é preciso divulgar melhor a BTS no mundo, junto
às pessoas que praticam esportes à vela”. “Acompanho a agenda
de eventos náuticos na Bahia e afirmo que se promove pouco.
Temos potencial para melhorar muito esse calendário”, diz.
serviçosO verão é a estação mais esperada por empreendedores que
vendem produtos ou prestam serviços voltados para o turismo
náutico. “O proprietário de lancha costuma usar mais o equi-
pamento nesta época. Ele circula mais pela marina e demanda
serviços de manutenção”, afirma a diretora da Bahia Marina,
Leilane Loureiro. Segundo ela, neste período há um aumento de
solicitação de vagas temporárias por navegações de fora, assim
como um fluxo mais intenso de turistas estrangeiros.
A principal fonte de renda do segmento é o aluguel de va-
gas para embarcações. A Baía de Todos-os-Santos, que é com-
posta por 13 municípios, possui um total de 2.561 vagas (secas
e molhadas), distribuídas em 11 marinas e clubes privados, de
acordo com levantamento feito pela Secretaria de Turismo do
Estado em 2010. Número que é insuficiente para a expansão do
turismo náutico na região. “Muita gente quer comprar barco e
não tem onde colocá-lo”, ressalta a diretora da Bahia Marina.
Foi o que aconteceu com o engenheiro Sandoval Matos.
Quando se deparou com a dificuldade de encontrar um local para
guardar o veleiro que desejava adquirir, ele resolveu comprar
uma marina, em vez da embarcação. Assim, em 2005, surgiu o Píer
Salvador, localizado no bairro da Ribeira. “No início, o que me sus-
tentava eram as pessoas que davam volta ao mundo de barco. O
brasileiro quase não faz turismo náutico”, lembra Sandoval, que já
recebeu cerca de 270 veleiros estrangeiros de 24 países diferentes.
Com baixas expectativas para este verão, o proprietário do
Píer Salvador está com ocupação abaixo da sua capacidade,
cerca de 35% das vagas estão desocupadas. Hoje, ele lamenta
oferecer apenas vagas molhadas para seus clientes. “Quem
tem vaga seca está bem, por causa das lanchas, que só podem
ser guardadas em local seco. Outros que começaram depois de
mim, por terem área seca, estão faturando bem mais”, relata.
A Marina Porto Bonfim, por exemplo, que trabalha apenas
com vagas secas, já estava com todas as vagas preenchidas
antes mesmo de o verão começar. “A procura aqui é muito
Baía de Todos-os-Santos possui 2.561 vagas para embarcações, número que é insuficiente para a
expansão do turismo náutico na região
72 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
lifestyle | turismo náutico
grande e 90% dos clientes são locais”, informou a geren-
te comercial Flora Franco. Com clientes fixos que pagam
aluguel mensal, o estabelecimento ainda oferece outros
serviços, como manutenção das embarcações, seguran-
ça 24h e embarcações de apoio.
venda de produtosPara intensificar o movimento neste período, as marinas
também investem na prestação de outros serviços, como
a venda de produtos. É o caso da Bahia Marina. “A novi-
dade deste verão é a Villa CR, projeto em formato pop up
store, que reúne os segmentos beauty, bolsas, acessórios,
décor, gastronomia, joias e moda”, explica a diretora
Leilane Loureiro.
Já o Píer Salvador, na Ribeira, passou a investir no
seu Brechó Náutico, que já existe há sete anos e possui
mais de cinco mil itens. “Com preços em conta, tudo
se vende. E atualmente o brechó já movimenta mais
dinheiro do que a própria loja do píer”, conta o proprie-
tário Sandoval Matos.
Bons negóCios para as esColas de mergulhoO verão movimenta as escolas de mergulho da capital
baiana, por causa do clima e do aumento no fluxo de
turistas. “Salvador e a Baía de Todos-os-Santos têm
condição privilegiada para essa atividade, porque o mar
possui boa visibilidade, água quente, vários naufrágios
e ótimos pontos de mergulho”, explica o instrutor da
Bahia Scuba, Márcio Brito.
A opção mais procurada é o “batismo”, primeira expe-
riência de mergulho recreativo acompanhada de um ins-
trutor. Durante a atividade é possível admirar a diversi-
ficada vida marinha, além de conhecer naufrágios, como
o do navio norueguês Blackadder, localizado na praia da
Boa Viagem. “O mais legal é que você tem uma perspecti-
va diferente, de observar tudo que tem ao seu redor. E ao
voltar para a superfície, você se sente renovado”, destaca
Jorge Galvão, instrutor da escola Águas Abertas.
Mas falta apoio com relação à divulgação desse
potencial náutico, segundo o gerente de uma das escolas
de mergulho mais antigas da capital baiana, a Dive
Bahia. “Nós temos um dos maiores pontos de mergulho
do Brasil e o próprio baiano não conhece as riquezas
que a gente tem aqui”, afirma Mateus Harfush, ressal-
tando que também é preciso melhorar a estrutura e
acessibilidade para que os turistas possam aproveitar as
atividades com maior conforto.
fOTO: Luciano Oliveira
fOTO
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ção
Sandoval Matos comprou uma marina, em vez do veleiro
74 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
LIfESTyLE | sossego
fOTO
: Div
ulga
ção
Enquanto Salvador espera 600 mil turistas para o Carnaval, a aversão à
festa movimenta o turismo em todos os destinos da Bahia em que a ordem
é relaxar. Saiba quais são as opções, se você quer sair da capital e ficar bem
longe dos trios elétricos.por RAFAEL MELLO
fuja da folia
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 75
lençóisSe você procura total isolamento e tranquilidade ou busca trilhas em belíssi-
mas localidades, Lençóis é a melhor opção. Com rotas famosas, como o Vale do
Paty, Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão, Funis, Morro do Castelo ou Pai Inácio,
a região ainda oferece programas para quem prefere a prática de esportes radi-
cais, que vão desde arvorismo, bungee jumping, rapel, tirolesa, cavalgada,
a voo livre e canoagem.
O Hotel Canto das Águas fica em Lençóis, na Chapada Diamantina, um
dos cinco destinos mais procurados da Bahia. Devido à grande procura no
período do Carnaval, toda a rede hoteleira só reserva quartos para hóspedes
que se interessarem por pacotes de quatro diárias. Os preços também são
diferentes. No Canto das Águas, o pacote para um casal na suíte mais simples
– com vista para jardim interno, cama box,
ar-condicionado e TV por assinatura – sai
por R$ 2.442, valor 57% mais caro que a tarifa
convencional de alta estação. “Tem turista
de fora, mas a maioria vem de Salvador, são
pessoas que estão fugindo da folia. Casais
maduros ou com filhos, com idade entre 30 e
60 anos”, destaca o gerente do hotel, Ney Pau-
lo Pereira. Segundo ele, ao menos metade da
ocupação é de antigos clientes que retornam
todos os anos.
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LIfESTyLE | sossego
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Port
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egur
o
porto seguroEm Porto Seguro, os donos de grandes resorts tentam combinar
tranquilidade com agito. De frente para o mar, dentro das áreas
privativas, o turista tem complexos com piscina, sauna, acade-
mia, espaços esportivos e opções de lazer para crianças. Caso
queiram dar um pulinho na vila, encontrarão ruas com trios
elétricos, outras com as tradicionais marchinhas e charangas,
que animam quem gosta de um Carnaval mais tranquilo.
O diretor-geral do La Torre Resort, Luigi Rotunno, destaca
que o forte da terra do descobrimento durante o reinado de
Momo é a variedade. “Há opções para todos os gostos, desde
o pop e rock em Arraial, MPB em Trancoso, trio elétrico na
Passarela do Descobrimento, charangas nos bairros centrais e
bandas diversas nos hotéis e casas de shows”, elenca.
O setor hoteleiro de Porto Seguro fatura alto com o Carna-
val, porque lá o período de festas se prolonga até o domingo
da semana seguinte. É que, na cidade, na Quarta-feira de
Cinzas começa uma espécie de micareta, em que participam
as principais atrações do Carnaval de Salvador. “Muitos
fazem opção por duas semanas interligadas de festa no lugar
em que nasceu o Brasil, outros vão embora, e chegam turistas
que curtiram Salvador e em seguida vêm a Porto Seguro”,
explica o gestor.
Não à toa, as reservas para o Carnaval no resort esgotaram
antes de esgotarem as do Réveillon, mesmo com valor cerca
de 20% superior. Na suíte mais simples, a diária no período é
de R$ 1 mil, com serviço all inclusive. Com 900 leitos, o hotel
chega a faturar R$ 3,6 milhões no mês de Carnaval.
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 77
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litoral norteO Litoral Norte baiano é o destino que recebe maior fluxo de turistas na Bahia
durante o período carnavalesco – depois de Salvador – de acordo com a Secreta-
ria Estadual de Turismo. Dos grandes resorts às pousadas, quem não reservou
com ao menos um mês de antecedência tem de contar com alguma desistência
para poder se hospedar.
A Pousada Refúgio da Vila, que em 2014 recebeu o troféu Travel Choice do
Trip Advisor, conta com a popularidade digital para esgotar as reservas do
período três meses antes. Os preços são 15% mais caros que a tarifa de alta
estação. As quatro diárias para o quarto duplo mais simples somam R$ 3 mil,
com direito a academia, sala de massagem e piscina.
“Nossos 30 apartamentos estão todos ocupados para o feriadão desde
novembro. Por estarmos próximos de Salvador, Praia do Forte recebe tanto os
turistas que desejam apenas tranquilidade, como aqueles que vêm passar o
Carnaval em Salvador, mas preferem ir e voltar, se hospedando aqui”, afirmou
a gerente da pousada, Isabela Lamenha.
Ela reconhece, todavia, que a maioria dos hóspedes é formada por clientes
que voltam todo ano, soteropolitanos que saem da capital para descansar. “Então
vem muita família, mas recebemos vários
casais”, disse. Para esse público, em Praia do
Forte e Imbassaí a programação carnavalesca é
de pequenos blocos de percussão e metais, que
passeiam pela vila.
O empresário José Alves, proprietário das
agências Salvatur e Bahia Travel e presidente
da Associação Baiana das Agências de Via-
gem (Abav), salienta que o turismo de baixo
deslocamento, em que as pessoas vão de carro
e gastam poucas horas para chegar ao desti-
no, deve ganhar território neste verão, devido
à alta do dólar e à crise econômica. “Em vez de
viagens a Miami ou a Buenos Aires, pessoas
que todos os anos viajam para o exterior
estão preferindo ficar por aqui, ir ao Litoral
Norte, por exemplo”, destaca o empresário.
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LIfESTyLE | roteiro
Está de férias e quer fugir dos points do litoral da Bahia? Selecionamos cinco praias que ainda têm muito a revelar para turistas e baianos
por ANDRÉA CASTRO
alÉm do horiZonTe, eXisTe um lugar...
Se você que ir para a praia, mas está cansado dos roteiros
repetidos, dos preços altíssimos e da multidão, fique tranquilo.
Felizmente, do norte ao sul do estado da Bahia, diversos mu-
nicípios ainda guardam boas opções de praias para visitar, re-
laxar, se divertir e até pensar em investir em um bom negócio.
O turismo eminente pode oferecer grandes vantagens.
praia de moreré BoipebaBem ao lado do estuário do Rio do Inferno está o verda-
deiro paraíso. A Ilha de Boipeba, inserida no arquipélago de
Tinharé, reserva um cenário paradisíaco: a Praia de Moreré.
Com infraestrutura turística básica e rústica, os principais
atrativos são as piscinas naturais, barreira de corais e os
bancos de areia. Para quem gosta de sossego, a tranquili-
dade impera por lá. Na praia, há restaurantes simples, mas
que agradam aos mais requintados paladares.
Como chegar: parta por Valença, Torrinha, Graciosa, Cairu
ou Morro de São Paulo. De Valença, a viagem de lancha
dura cerca de 1h20. Em Boipeba, ainda é necessário pegar
um trator até Moreré.
Quanto pagar: a hospedagem em campings sai por até
15 reais a diária. Para quem não abre mão de conforto, há
pousadas com preços que variam de 120 a 900 reais.
fOTO
: Gab
riel C
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lgo
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urBA
fOTO: João Ramos / Bahiatursa
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 79
praia do satu CaraívaPara quem deseja curtir um cenário paradisíaco sem se entregar ao ócio, dar
uma boa esticada nas canelas na Praia do Satu pode ser uma boa opção. Próxi-
ma a bem frequentada Praia do Espelho, a praia é habitada apenas pelo ilustre
cidadão que dá nome ao local, seu Satu. Além de tranquilidade e uma paisagem
de encher os olhos, o visitante pode contar com uma água de coco gelada, após
uma longa caminhada, e muitas histórias interessantes contadas por seu Satu.
Uma boa opção também é se banhar nas lagoas de água doce. Os visitantes
ficam hospedados em Caraíva, que conta com boa estrutura hoteleira.
Como chegar: o visitante deve atravessar a barra do rio Caraíva a pé ou nadan-
do na maré baixa e caminhar cerca de 3 km na direção norte.
Quanto pagar: as diárias em Caraíva variam na alta temporada entre 150 e
350 reais.
praia de suBaúma entre riosA Praia de Subaúma se encontra com o Rio Subaúma em uma grande bacia,
que se torna mais um atrativo local. Quando a maré está baixa, os arrecifes
formam piscinas naturais excelentes para quem quer relaxar. Para quem gosta
de movimento, a praia também é bastante propícia para a prática de esportes
náuticos, como caiaque e windsurfe. Uma boa opção é caminhar até o farol ou
visitar o mirante do cruzeiro, que oferece uma vista panorâmica da região. Com
boa infraestrutura, há vários restaurantes e barracas de praia e abriga uma das
sedes do projeto Tamar.
Como chegar: a praia fica a 120 km do aeroporto de Salvador. A via de acesso en-
tre a Linha Verde e a vila é asfaltada e mede 7,5 km até a Praça Senhor do Bonfim.
Quanto pagar: o valor da hospedagem pode variar de 80 a mais de 500 reais, a
depender da pousada ou hotel.
CumuruxatiBa PradoCumuruxatiba reúne algumas das mais
encantadoras praias do sul do estado. A
cultura local tem o seu auge no Cumuruxatiba
Festival, um evento que revela o talento dos
moradores locais. Visitando Cumuru entre os
meses de julho e novembro, ainda é possível
ter uma maravilhosa vista das acrobacias
executadas pelas baleias jubartes.
Como chegar: a partir de Prado, existem duas
formas de se chegar. A estrada principal é
a opção mais longa: 9 km de asfalto e 31 km
de chão, normalmente bem conservada. A
segunda alternativa é mais curta (32 km),
no entanto, por ser um percurso de terra, o
acesso fica complicado em épocas chuvosas.
De avião, pode desembarcar em Porto Seguro,
Cumuruxatiba fica a 242 km.
Quanto pagar: na alta estação, com 130 a 300
reais, o casal pode se hospedar em uma das
mais de 50 pousadas ou no único hotel da
localidade.
taipu de fora MaraúO mar da Baía de Camamu, trechos de mata
atlântica, trilhas, lagoas e cachoeiras fazem de
Taipu ou Taipus de Fora, como também é con-
hecido, um destino imperdível. São 7 km de
extensão de praia banhados por águas claras,
com imensas piscinas naturais. Uma ótima
pedida é fazer um mergulho para apreciar os
peixes que habitam as suas águas cristalinas.
Ainda pouco explorada pelos baianos, já é
desfrutada na alta temporada por turistas de
outros estados. Durante a maior parte do ano,
a localidade é tranquila.
Como chegar: saindo de Salvador, uma opção é
pegar o ferryboat, seguir de carro ou ônibus em
direção a Nazaré das Farinhas e ir até Camamu.
De lá, pegar uma lancha até Barra Grande e um
táxi ou jardineira ao destino final.
Quanto pagar: na alta estação, o casal pode
pagar uma diária de 250 a 700 reais em
hospedagem.
fOTO
: Sol
ange
Ros
sini
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Biquínis, sungas, saídas de praia, bonés, bermudas sintéticas,
camisetas. Itens indispensáveis no guarda-roupa de quem
mora no litoral ou vai passar as férias na praia. Neste filão
da indústria da moda, em que a marca estampada na peça
vale menos e a qualidade e originalidade são o diferencial, as
pequenas e médias empresas baianas mostram que é possível
disputar com as grandes.
A maior marca genuinamente baiana de moda praia é a
Costa Leste. Está presente em três shoppings de Salvador
e possui lojas na Estrada do Coco, Praia do Forte e Aracaju.
Completando 20 anos de fundação em 2015, a empresa reúne
entre seus sócios irmão e cunhados, que receberam em 2001
do casal Maria e Joel Viterbo a atribuição de tocar o negócio.
A mudança na gestão deu certo, e no ano seguinte a fábrica
da Costa Leste foi inaugurada em Salvador, com uma área de
400 m². Hoje, 90 funcionários são responsáveis pela confec-
ção de 50 mil peças anuais e venda nas lojas.
Inovação e investimento em alta qualidade são os segredos do bom faturamento das empresas de
moda praia durante o verãopor RAFAEL MELLO
SE BIQUíNI TIVESSE BOLSO, ELE ESTARIA CHEIO
Segundo uma das sócias,
Sofia Azevedo Virtebo, com
a demanda de lojas que
vendem multimarcas em
outros estados e no exte-
rior, a fábrica produz o ano
todo. “Lançamos as coleções
primavera-verão a partir de
julho e outono-inverno a
partir de abril, mas algumas
são feitas nos períodos de
transição das estações, os
chamados previews”, disse. O
faturamento da Costa Leste,
em 2014, foi de R$ 5 milhões.
Com novos negócios à vista
para exportação e abertura
de franquias, a perspectiva
é que neste ano as vendas
aumentem 10%.
Na atual coleção, assina-
da pela estilista Carol Galo,
15 estampas são utilizadas
em seis a nove modelos de
biquínis e maiôs, além de
roupas, saídas e acessórios.
“Desde o início prezamos
muito pela qualidade de
nossas peças, que têm de
ter requinte no desenho e
perfeição na produção e
material usado, para confor-
to de quem usa”, ressalta a
empresária.
LIfESTyLE | ModafO
TO: D
ivul
gaçã
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W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 81
“Nossas saídas de praia são diferenciadas, peças que possuem um conceito específico, usadas tanto como saídas quanto como roupa, para um pós-praia ou um passeio de verão” Letícia Leony, proprietária da loja Madame de Laço
Criada há dois anos,
a Madame de Laço vive o
outro lado da indústria da
moda praia baiana. Inaugu-
rada em 2013, a marca come-
ça a demonstrar potencial de
crescimento. Mesmo com as
vendas quase que exclusiva-
mente pela internet, faturou
no ano passado R$ 340 mil e
espera, com a coleção deste
verão, um lucro líquido de R$
180 mil.
A proprietária da marca,
a empresária Letícia Leony,
tem apenas 26 anos. Ela
é a própria estilista que
cria as peças. Formada em
arquitetura e em design de
interiores, trabalhou nas
duas áreas. Mas foi com a
marca de moda praia que
ela conseguiu a realização
profissional. Uniu um antigo
dom de desenhar as próprias
roupas, exercitado desde os
13 anos, com um bom negó-
cio. “A moda era um sonho e
a arquitetura era a realidade
do meu dia a dia”, disse.
Ela conta que, no início, a
ideia de uma amiga sua era
criar um site para vender
biquínis para amigas e
conhecidas, com a ajuda das
redes sociais. Após um ano
de funcionamento, Letícia
viu potencial no negócio e
decidiu comprá-lo. Abriu
uma loja física, que só atende
com agendamento, está em
negociação para vender em
lojas de shopping e nego-
cia com exportadores para
mandar parte da produção
também à Itália, o berço da
moda, ainda neste ano.
A principal fonte de receita, todavia,
ainda é a venda virtual, através do site e das
redes sociais. “É a mais importante fonte
de comunicação com nossos clientes, onde
divulgamos nossos produtos, no Instagram,
onde mais de três mil seguidores acompa-
nham diariamente as novidades, vão para o
site e compram”, destacou.
O grande salto da empresária para fazer
a marca crescer foi a ampliação na variedade
de produtos. “Nossas saídas de praia são di-
ferenciadas, peças que possuem um conceito
específico, usadas tanto como saídas quanto
como roupa, para um pós-praia ou um pas-
seio de verão. A ideia é que minha cliente, ao
fazer a mala para passar o final de semana
na praia, tenha um volume reduzido, pois as
peças que usar à noite poderá usar também
no outro dia, na praia”, revela Letícia.
A estratégia teve reflexo nas vendas e
forçou mudanças na produção. Se antes o
biquíni de lacinho, que dá nome à marca, era
o principal produto, agora a produção anual
de saídas de praia chega a 3,6 mil peças; o
dobro da produção de biquínis, que é de 1,8
mil. “Outra novidade que deu certo foi a
linha fitness, com saída o ano todo, e hoje
responde por 2,1 mil peças ao ano”, completa
a empresária. Para dar conta do serviço, dois
funcionários cuidam da operação comercial
e 16 trabalham na confecção, que fica em
Lauro de Freitas.
Letícia Leony comemora o sucesso da Madame de Laço: só em 2014, a empresa faturou R$ 340 mil com vendas exclusivas pela internet
fOTO
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82 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Os mais de 40 anos de trajetória da marca Picolé Capelinha no mercado baiano
fizeram a fama dos produtos ultrapassar as fronteiras geográficas. Quem com-
prova isso é Rosilene Andrade, gerente administrativa da empresa e filha do
criador dos picolés, o baiano Antônio Mota. Ela conta que diariamente chegam
pedidos para abertura de franquias em outras cidades. “Ainda não temos inten-
ção de trabalhar com outros pontos, porque nosso trabalho é muito artesanal.
Mas temos fiéis revendedores autorizados”.
Hoje chamada de Sorveteria Capelinha,
a empresa marca presença em eventos da
cidade, a exemplo de casamentos e batizados,
oferecendo picolés personalizados e entrega
delivery. Até bares já produzem drinques com
os mais famosos sabores, morango e coco.
Desde que se juntou ao time do pai, a turis-
móloga Rosilene quis modernizar a logística,
estimulando a criação de uma marca, atuando
em redes sociais, como Instagram e Facebook,
além de implantar as embalagens e palitos
personalizados. “O Picolé Capelinha está no
mercado há muito tempo. Toda mudança gera
uma desconfiança inicial, mas é uma barrei-
ra que você tem que romper”, explica. Para
Antônio, o segredo do sucesso é exatamente
a manufatura. “O nosso picolé é 100% fruta,
um pouco de água e açúcar. Não tem aditivos,
conservantes ou emulsificantes”.
Ele explica que a estrutura não foi amplia-
da, mas existem profissionais que manuseiam
a receita de sucesso há mais de 20 anos. A
empresa possui estrutura familiar e opta por
não divulgar números de produção diária
ou dados de faturamento. “Temos mais de 20
sabores no nosso cardápio. Nossa preocupa-
ção é manter o produto bem-feito. É isso que
importa”, sentencia.
A Sorveteria Capelinha marca presença em eventos da cidade como casamentos e batizados, oferecendo picolés personalizados, entrega delivery e até bares já produzem drinks com os seus mais famosos sabores como morango e coco
A BAhIA NUM pALITOPresente tanto nas areias das praias quanto em eventos corporativos, o Picolé Capelinha agora enfrenta o desafio de se modernizar sem perder a tradiçãopor LUIS FERNANDO LISBOA fotos RôMULO PORTELA
LIfESTyLE | marca
84 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Há quem ame o verão e goste de sentir o calor do asfalto das
ruas durante esta época do ano. Quem entra no apartamento
da designer baiana Daniela Lopes percebe que ela não faz bem
este perfil. O clima refrescante dos aparelhos de ar-condiciona-
do e o conforto dos sofás convidam para que a gente repouse e
por ali permaneça por algumas horas batendo papo.
Ao reformar o apartamento de 130 metros quadrados, loca-
lizado no bairro do Candeal, em Salvador, Daniela tinha uma
ideia em mente: criar um espaço em que ela pudesse imprimir
sua personalidade, agradar ao marido e filhas e ainda ser aco-
lhedor para seus amigos. A champanheira ao lado da poltrona
não engana: Daniela ama a companhia das pessoas por ali mes-
mo, em um ambiente em que ela possa se reconhecer.
Esse reconhecimento passa pelo ato de colecionar objetos
e dispô-los da forma mais organizada. “Meu marido brinca que
não há mais espaço para eu juntar coisas, mas sempre existe”,
comenta rindo. Na decoração, Daniela faz questão de mostrar
o anjo que ganhou de uma amiga, o elefante que comprou na
África e o ovo, peça-chave do centro de mesa, que ganhou de
presente de um cliente. Tudo ali, ao alcance da mão, milimetri-
camente posicionado.
A designer Daniela Lopes juntou tudo que mais gosta dentro de seu apartamento para aproveitar o conforto, chamar os amigos e evitar os agitos das ruas quentes da capital baianapor PEDRO HIJOfotos LUCIANO OLIVEIRA
deiXa o Verãopra Mais tarDe
LIfESTyLE | decoração
Há seis anos, Daniela reformou o apartamento
e o deixou com a cara dela: “gosto de estar em ambientes acolhedores”
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 85
OVO O objeto destaca-se por ter as mesmas cores predominantes no ambienteCHAMPANHEIRA “É o objeto que eu mais uso, chamo meus amigos e fazemos nossos encontros”, diz DanielaESCRAVOS Os porta-livros são o ponto alto da mesa decorativaPROTEçãO O anjo decorativo foi dado de presente por uma amiga
86 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
LIfESTyLE | turismo de luxo
GLENDA zAINE
ceo da JuststyleMagrOTa aLTErNaTIVaFuja da folia do começo de ano em três destinos que ficam longe da agitação
praia do forteUm lugar cheio de bossa, praias com deliciosas piscinas naturais e uma vibração
incrível. Uma vila charmosa com lojinhas descoladas, cafés charmosos, Praia
do Forte é um destino que se faz necessário repetir, seja para passar um fim de
semana ou para fugir do Carnaval. Praia, sol, belezas naturais e um vaivém de
um público bonito e animado fazem de Praia do Forte um destino notável. Uma
oração na Capela de São Francisco de Assis, um dos mais famosos cartões-postais
da Praia do Forte, em frente à praia onde se encontram alguns barcos de pesca
ancorados, que oferecem um espetáculo à parte em meio a uma puxada de rede.
Onde ficar: Pousada Refúgio da Vila, charmosa, elegante e cheia
de estilo, oferece instalações confortáveis, além de uma inesquecí-
vel gastronomia que agrada aos mais exigentes comensais.
tranCosoDescoberto pelos hippies nos anos 70, atrai pessoas de todas as partes do mundo
e mais um seleto público do Sudeste. O quadrado é o grande cartão-postal do
lugar com seu lindo casario colorido ao redor da Praça São João. Considerado
um dos mais valiosos sítios históricos do sul da Bahia, Trancoso possui muitos
restaurantes espalhados pelo quadrado, que servem uma excelente gastronomia.
Onde ficar: o Uxua Casa Hotel & Spa, localizado no quadrado, é o
único brasileiro a entrar na seleta lista de ouro da Conde Nast Trave-
ler dos hotéis favoritos em todo o mundo. Com apenas nove quartos
espalhados por diferentes casas nativas ao redor do quadrado – faz
da rusticidade, alto estilo. As casinhas de telha vã e pisos de cimento
e madeira, suas camas com finos lençóis de linho e seus simples e
elegantes móveis e arte locais. O bar da praia, instalado em um barco
de pescador, também é um destino imperdível na bela Trancoso.
vale do CapãoPara aqueles que estão em busca de paz, tranquilidade, um lugar incrível e
inesquecível, o Vale do Capão, localizado no município de Palmeiras, é uma
ótima opção. Com sua beleza deslumbrante, o Capão é um destino memorável
para aqueles que são amantes da natureza. Trilhas, cachoeiras, rios e ainda uma
área de preservação da mata atlântica. Um verdadeiro paraíso ecológico!
Onde ficar: a Pousada Lagoa das Cores, considerada a melhor
pousada da Chapada Diamantina, é um lugar mágico, cercado
por montanhas, exibe charme e bom gosto com uma estrutura
de SPA. Um verdadeiro oásis de paz e tranquilidade com uma
incrível vista privilegiada de todo o vale. Além de todo o conforto
inserido no cenário deslumbrante, a pousada oferece uma gastro-
nomia maravilhosa.
fOTO
S: L
u Ar
embe
pe
fOTO: Jota freitas
fOTO: Divulgação
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LIfESTyLE | cidadania
Em minha última viagem ao Recife
fiz amizade com um taxista local
e para todo canto que ele me
levava e para cada ponto turístico
que me apresentava a explicação
sempre começava da mesma maneira: aqui é o
maior isso, ali é o maior aquilo, aquela é a pri-
meira do Brasil, aquele é o maior alguma coisa
do Norte-Nordeste e Pernambuco é o melhor
lugar do mundo.
Apaixonado que sou por Recife e seus
habitantes, divirto-me com a chamada “mega-
lomania pernambucana”, aquele sentimento
único de amor à própria terra, que se traduz no
dia a dia através de diálogos como os que eu
tive com o taxista. Sua arte, cultura, história,
paisagens e tudo que remeta à identidade per-
nambucana são apropriadas e alardeadas pelos
seus moradores, e esses, por sua vez, ainda que
não intencionalmente, acabam funcionando
como os melhores assessores de marketing que
Pernambuco poderia ter.
Todo esse bairrismo geralmente é visto
sob um aspecto negativo. Exagero, complexo
enrustido de inferioridade, falta de senso
crítico e visão limitada de mundo são algumas
considerações que costumam ser injustamen-
te apontadas aos bairristas. Mas, pergunto:
desde quando orgulhar-se do lugar ao qual
você pertence não é algo admirável?
Um dia, nós, baianos, também já fomos
assim. Talvez por conta de uma boa propagan-
da quase institucionalizada da tal “baianidade
nagô” – reproduzida na mídia governamental,
na literatura, na música, no teatro e em várias
outras linguagens – ou talvez porque viver aqui
realmente já foi sinônimo de paz, alegria e tran-
quilidade, um dia a Bahia já foi divulgada como um paraíso. O lugar onde ninguém
nasce, estreia, como diria Nizan Guanaes. De uns tempos para cá, por outro lado,
esses e outros epítetos vêm perdendo o sentido, em especial quando confrontados
com a dura realidade, que insiste em se opor às virtudes do nosso estado.
Para um que diz que temos o melhor Carnaval há outros dez que afirmam
ser o mais violento. Para cada dez que falam das praias mais lindas existem ou-
tros cinquenta que lembram a orla urbana mais feia. Essa queda de braço entre
otimistas e pessimistas e a contraposição dos diferentes discursos podem ser
analisadas através da nossa capacidade de ver o copo meio cheio ou meio vazio.
E o grande dilema no qual nos encontramos, nesse caso, reside na ideia de que,
em tese, não haveria mais espaço para se orgulhar e defender uma Bahia que
teria deixado de existir e se tornado indefensável.
Então, por que não buscar um ponto de equilíbrio? Criticar sim, cobrar
sempre, permanecer inertes jamais. Todavia, que isso também não nos impeça
de aprender com nossos vizinhos pernambucanos a vestir a camisa e impulsio-
nar uns aos outros para descobrirmos as soluções. Ser bairrista não é fechar os
olhos para eventuais defeitos e observar apenas as virtudes. Ser bairrista pode
ajudar a desenvolver o nosso autoconhecimento, a sensação de pertencimento,
a nossa identidade e a conscientização com o futuro do nosso lugar. Ser bairris-
ta também é amar, e vamos combinar uma coisa: ter amor pela Bahia não é nem
um pouco difícil.
POr qUE VOCê DEIxOU DE DEFENDEr a BahIa?
OBRA: frida e as Girafas/ Rogério fernandes
IURI BARRETO
criador da página guia de sobrevivência do soteropobretano, que acumula mais de 50 mil fãs no facebook
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LIfESTyLE | auto&motos
Sumidas dos holofotes por
conta da crise econômica de
2009 nos Estados Unidos, as
grandes picapes voltaram
à tona e foram destaque
nos estandes das principais
fabricantes do Salão de
Detroit 2015. Com o preço do
barril do petróleo em baixa
e a melhoria das condições
financeiras, as picaponas,
conhecidas como truck full-
size, estão mais uma vez em
alta nos EUA.
Nada de carros compac-
tos e motores com potên-
cias reduzidas. Este ano, as
estrelas de Detroit foram as
repaginadas Ford F-150, em
sua versão Raptor, RAM 1500
Rebel e a Chevrolet Colorado,
eleita a Truck of The Year, a
premiação mais conceituada
do mercado americano.
Mas as japonesas Nissan
e Toyota também apresen-
taram as novas Titan XD e
Tacoma, respectivamente.
Entre as qualidades estão o
tamanho de mais de cinco
metros de comprimento,
tração integral e motorzão
V8, com potência superior
a 300 cavalos.
ROBERTO NUNESdetroit, a meca das grandes picapesDepois da crise de 2009 nos Estados Unidos, os modelos full-size estão de volta com as novas ford f-150 Raptor e a Toyota Tacoma
ford f-150 raptorA Raptor é a evolução da F-150, picape de grande volume de vendas nos Estados Unidos.
Tem a opção do novo motor 3.5 EcoBoost, de segunda geração, com 417 cavalos de potên-
cia e torque de 60 kgfm, mais potente e eficiente que o V8 6.2 anterior. O propulsor está
associado ao câmbio de 10 velocidades. Além disso, o modelo possui um sistema de tração
sob demanda, com a 4x4 integral, nova calibração no motor, do controle de tração, freio
ABS e do controle de estabilidade. São seis modos predefinidos: Normal, para condução
diária; “Street”, para direção na cidade; “Wheater”, para rodar na chuva, neve ou gelo;
“Mud and sand”, para trilhas de lama e areia; “Baja”, para rodagem no deserto em alta
velocidade; e “Rock”, para andar em baixa velocidade nas pedras.
Jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002
fOTO
: Div
ulga
ção
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 91
toyota taComaIrmã maior da nossa Hilux, a picape Tacoma entra
no universo dos modelos com generoso espaço na
caçamba, dimensões avantajadas e motorização
potente. A Toyota reservou espaço para expor seus
modelos 4x4 no estande. A nova Tacoma traz um
motor 2.7, de quatro cilindros. A opção do pro-
pulsor maior 3.5 V6, de tecnologia D-45. A Toyota
Tacoma destaca-se também pela conectividade
com um carregador de celular sem fio. No visual, a
grade proeminente é ladeada por novos faróis com
luz diurna em LED (opcional). Sob o capô, ela traz
dois tipos de motorização: a 2.7 de quatro cilindros
e a 3.5 V6, com injeção direta de combustível.
dodge ram 1500 reBelA Chrysler, hoje controlada pela italiana Fiat, tem a marca
RAM. Nos Estados Unidos, a picapona RAM 1500 tem lá seus
fiéis seguidores. No salão, a fabricante revelou a nova versão
Rebel, modelo com visual mais agressivo e uma enorme logo
na grade. Seu visual frontal é valorizado pelos faróis escureci-
dos e tomadas de ar no capô, que ajudam a refrigerar o propul-
sor V6 3.6 Pentastar, de 306 cavalos e 37,1 kgfm de torque; e o V8
5.7 Hemi, de 395 cavalos e 56,6 kgfm. Ambos são administrados
por um câmbio automático de oito velocidades. As vendas nos
Estados Unidos começam no meio deste ano. A nova picapona
possui faróis em LED e um snorkel superior com duas saídas.
A Rebel vem com console central renovado com suporte para
tablet ou smartphone integrado.
92 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
lifestyle | auto&motos
nissan titan xdA japonesa Nissan está em alta em todo o mundo. Nos Es-
tados Unidos, oferece os sedãs Sentra e Altima e picapes de
grande porte. Na feira de Detroit, usou parte do estande para
expor os modelos para o mercado americano. Um deles é a
picapona Titan XD, com novo motor Cummins 5.0 V8 turbo-
diesel, 310 cavalos de potência e 76,68 kgfm de torque. Assim,
consegue oferecer força para rebocar até 5.443 kg, além de 907
kg de carga útil. A fabricante equipa a nova Titan com uma
gama de equipamentos. Algumas versões possuem câmera de
ré no retrovisor, detector de pontos cegos e assentos diantei-
ros, com efeito zero gravidade (inspirados em tecnologias da
Nasa). A picapona vem com as trações 2WD e 4WD s em todas
as versões.
gmC CanyonA GMC é uma das marcas mais tradicionais no assunto
picapes. A nova geração da Canyon chega para brigar
com a Toyota Tacoma, líder de mercado entre os ‘trucks’
compactos do país. O projeto foi elaborado pelas filiais,
brasileira e tailandesa, do grupo GM e apresenta uma
enorme grade frontal cromada, alinhada a um conjunto
de faróis retangulares. Em menores proporções, é uma
cópia maior da nossa S10. No interior, a GMC Canyon
traz bancos com revestimento em couro, detalhes em
aço escovado e apliques em madeira. Sob o capô, a opção
dos motores são o 2.5, de 198 cv e 25,7 kgfm, e o 3.6 V6, de
304 cv e 37,2 kgfm. No ano que vem, a Canyon receberá o
mesmo 2.8 turbodiesel da S10.
fOTO: Tereza Torres
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 93
os passos do futuro da hyundaiA Hyundai tem sido um das marcas que mais inovam em design. Seu estilo
inovador está nas formas da carroceria de seus modelos em todo o mundo.
Desta vez, a marca sul-coreana revelou o futuro do Hyundai SantaCruz. O car-
ro-conceito destaca-se também pela funcionalidade. Tem uma caçamba com
extensor que permite levar mais carga, além de atributos visuais modernos,
como a grade hexagonal, a abertura invertida das portas traseiras, o desenho
futurista dos faróis e lanternas e as luzes de neblina em LED. O propulsor 2.0
turbodiesel rende 190 cv e 41,7 kgfm de torque. Já a tração é integral. A Hyundai
não adiantou se o projeto será realmente produzido.
novo land rover na áreaA Land Rover apresentou o novo Discovery Sport. O modelo é o substituto direto do
Freelander 2 em todo o mundo. Eduardo Castro, gerente da Rota Premium (revenda
Land Rover na Bahia), diz que o Discovery Sport deve estar disponível a partir de
março – no mais tardar em abril. Chega importado da Inglaterra e vai brigar com
o Volvo XC60, Audi Q5, Hyundai SantaFe e BMW X3. O carro herda a mecânica do
Evoque, com os já conhecidos motores 2.0 turbo a gasolina, de 240 cavalos, e o 2.2
turbodiesel que gera 190 cavalos, ambos recalibrados e acoplados à transmissão
automática da alemã ZF de nove velocidades. Sairá na faixa dos R$ 180 mil.
2016 vem aíMarcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil, diz que o ano de
2015 deve passar rápido. Munhoz acredita em um período de retração das vendas
dos carros zero quilômetro ao longo do ano. Para ele, há uma desconfiança exces-
siva do brasileiro. “Hoje já há crédito dos bancos para o financiamento e, mesmo
assim, o nosso consumidor está com o pé atrás, sem querer comprometer sua
renda na compra de um carro”, explica. “O ano será igual ou bem pior do que
o de 2014. Só iremos voltar a crescer a partir de 2016”, garante.
extintor aBC fiCa para aBrilNo Brasil, há leis que pegam e outras fi-
cam no esquecimento. Quem lembra do
kit primeiros socorros? Agora é a vez do
extintor do tipo ABC. Ironicamente, a
obrigatoriedade do equipamento – que
deveria ser a partir do dia 1º de janeiro –
foi adiada e começa a valer no dia 1º de
abril. Depois da falta do equipamento
nas lojas em todo o país, o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran) oficia-
lizou a prorrogação do extintor ABC
– que controla incêndio produzido por
diversos tipos de material – nos carros
nacionais. O descumprimento da norma
resultará em multa de R$ 127,69, cinco
pontos na carteira de habilitação e
retenção do veículo para regularização.
curtinhas...
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LIfESTyLE | a bordo com a [B+]
[01]
[04]
[02]
[05]
[03]
[06]
[01] Claudio Freitas e Flavia Gonçalves (Leiaute); [02] Eder Galindo e Fabiana Ribeiro (Propeg); [03] João Dude (Leiaute); [04] Marcio Beauclair (Africa); [05] Marcio Beauclair (Africa) e Pedro Dourado (Uranus2); [06] Verena Guerreiro e Vera Rocha (Rocha)
“o planejamento preCisa ConeCtar, simplifiCar e ser funCional”marCio BeauClairCom o know-how de quem coleciona na prateleira cinco leões em Cannes, Mar-
cio Beauclair se encontrou com representantes do mercado de mídia baiano
para dividir sua experiência durante a terceira edição do A Bordo com a [B+]. O
atual diretor-geral de planejamento da agência Africa e consultor de branding
e planejamento falou sobre os desafios de atender a grandes marcas e posicio-
ná-las no insconsciente popular. “O planejamento precisa conectar, simplificar
e ser funcional. Não adianta elaborar a melhor estratégia se, no outro dia, seu
objetivo não for alcançado”, comentou Beauclair.
Outro desafio, segundo o palestrante, é fazer a marca acompanhar as
mudanças da sociedade. “Pergunte-se: a sua marca está clara na cabeça das
pessoas? Então, é comum surgir um problema: ninguém mais sabe o que se
passa na cabeça das pessoas”, disse. O resultado acontece quando o pla-
fOTOS: Anderson Pereira
nejamento vira estratégia, de acordo com
Beauclair. “É preciso encontrar o porquê
da marca e saber como fazer aquilo”. Uma
forma sugerida por Beauclair é descobrir o
propósito da empresa e trabalhá-lo em cada
canal de maneira diferente, de modo que o
contato entre marca e consumidor torne-se
uma experiência.
Realizado pelo Grupo [B+], o A Bordo com
a [B+] já trouxe para Salvador Maurício Ma-
galhães, da agência Tudo, e Fernando Martos,
diretor comercial da RPC.
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LIfESTyLE | arquitetura
TrISTE BahIa FERNANDO PEIxOTO
arquiteto.o texto abaixo foi veiculado na coluna rindo pra não chorar, da rádio Metrópole
Quando você pensa em Viena, vêm à mente valsa e música
clássica. Se você pensa no Rio, a paisagem, a geografia, o Pão de
Açúcar, Copacabana, Ipanema é o que vem à sua mente.
Mas se você pensa em Salvador, a memória é arquitetônica.
Mesmo sem considerar nível social ou cultural, a imagem men-
tal e comum da nossa historia é de coisas construídas: Pelouri-
nho, Forte São Marcelo, igrejas, Elevador Lacerda e por aí vai.
De repente, e por alguma razão, a partir de grande parte do
século XX essa memória arquitetônica desapareceu, e nossa
tradição e identidade se transferiram para a música. Mesmo
os poucos exemplos de boa arquitetura nesse período têm
sido sistematicamente destruídos e degradados com a total
indiferença de todos.
O Instituto do Cacau está abandonado, a casa de Raul Faria,
na Barra, e a Casa de Gantois, na orla, dois dos pouquíssimos
exemplos de arquitetura modernista residencial na Bahia, já
não existem há muito tempo.
Mais recentemente, mas ainda no século passado, a casa de
Walter Fernandez na encosta de Ondina, com projeto de meu
amigo Gilberbet Chaves, foi demolida para dar lugar a um pré-
dio. Essa casa era, no meu julgamento, um fantástico exemplo
de implantação, modernidade e referência cultural, à altura do
que já se fez de melhor no Brasil e no mundo.
Se me fosse dado o direito de escolher dois projetos para
constar em uma seleção global de projetos da segunda metade
do século XX, a casa de Walter Fernandez e as passarelas de
Lelé seriam, na Bahia, as escolhas capazes de não nos cons-
tranger pela mediocridade, plágio e falta de qualidade.
É muito curioso e estúpido achar que sem presente há
futuro. Não é a beleza arquitetônica, nem mesmo a solução
funcional perfeita, que tornam uma obra um valor a preservar,
mas, sim, sua representatividade de uma época.
Modernizar uma construção, seu funcionamento e adaptar
às novas necessidades é pratica corrente em todos os lugares
do mundo, sem que isso signifique a descaracterização de sua
identidade e valor.
As inúmeras estações de trens em Nova Iorque e em toda
a Europa são exemplos, dentre outros inúmeros exemplos, de
intervenções feitas sem que se perca o valor dos prédios que
abrigam. Aqui bastaria citar o Unhão de Lina Bo Bardi.
As intervenções na Estação da Lapa, pior que o fato em si,
são apenas mais um exemplo sintomático de nossa prática
atual. Aqueles prédios paulistizados, a arquitetura periguete
vigente (periguete porque novinha dá para enganar, mas com a
idade vai virar um tribufu), a boquinha da garrafa ou o chiclete
com banana vão desmoralizar frente aos meus netos meu
direito ao discurso de idoso de que “no meu tempo era melhor”.
Parece que atualmente na Bahia, nos extremos das classes
sociais, somente shopping e barraca de cerveja são empreendi-
mentos com capacidade de sucesso. Triste Bahia.
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Como parte das comemorações do centenário de nascimento
de Irmã Dulce, as Obras Sociais que levam o nome da freira
lançaram um game de aventura. No aplicativo, o usuário
assume a missão de ajudar Irmã Dulce a resgatar desabriga-
dos das ruas. “Irmã Dulce Abrindo Portas” foi desenvolvido
pelas empresas baianas Team Zeroth e Virtualize Soluções
Criativas e levou três meses para ser concluído. Segundo Tia-
go Pessoa, diretor da Virtualize, existe uma ideia de expansão
do jogo. “Estamos estudando como exportar o game para
plataformas móveis e assim atingir um público maior”, conta.
Para jogar, basta acessar a fanpage das Obras Sociais Irmã
Dulce no Facebook.
cinaMaticO aplicativo permite a criação de vídeos curtos. Depois de editado, o app permite que o usuário compartilhe ou salve o vídeo
5 apps graTuiTos Para TurBinar seu insTagram
pic JointerAplicativo para montagens de fotos que oferece diversas molduras. Você ainda pode controlar a espessura das bordas
lapse itCrie vídeos e diminua ou aumente suas velocidades para criar efeitos, e qualquer um achará que você é profissional
repixAlém de recursos comuns de edição, o aplicativo oferece uma série de pincéis com efeitos. Para dar aquele colorido em seu Insta
picsartEfeitos, efeitos e mais efeitos! O aplicativo é ideal para quem quer dar um up nas fotos. Ainda há opção de desenhos à mão livre
irmã dulCe vira jogo de videogame
Pesquisa feita pela Kantar Worldpanel mostra que 45% dos compradores brasileiros optam por tablets que custam menos que R$ 600. De janeiro a julho do ano passado, houve um crescimento de 41% desse tipo de consumo no país.Outro levantamento, desta vez feito pelo Ibope, mostra que 75% dos brasileiros preferem adquirir aplicativos gratuitos.
um olho na teCnologia e outro no Bolso
notasdetec
98 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
Feira gastronômica estimula economia criativa de rua, gerando exposição de marca e aproximação com o públicopor FLORA RODRIGUEZ fotos IGOR CORREIA
Barraquinhas Para TODO CaNTO
ARTE & ENTRETENIMENTO | cultura
W W W. R E V I STA B M A I S . C O M . B R 99
Cá entre nós, o baiano já está acostumado ao mercado de comida de rua. O
tabuleiro da baiana de acarajé e as barraquinhas de beiju estão aí há anos e são
marcas da capital baiana. No entanto, um novo modelo de negócio com pegada
gourmet, mas acessível, começa a dar os primeiros passos em Salvador.
Gastronomia sofisticada a preços populares é o lema da maior feira de culi-
nária realizada atualmente na capital. A Feira da Cidade, realizada durante os
fins de semana, tira os chefs das cozinhas de restaurantes luxuosos e os coloca
embaixo de barraquinhas, assim mesmo, de cara com quem consome.
“Convidamos os chefs a irem para as ruas, a pensarem na gastronomia como
arte. Ser transformador em Salvador é muito mais do que cozinhar uma comida
além do dendê, é ousar e entender de cultura de rua”, conta Carla Maciel, jorna-
lista, produtora cultural e idealizadora do evento junto a agência Agosto.
Com pelo menos 43 barracas que vão do gastrô ao artesanato, música,
brechós, vendas de vinis e mais, A Feira da Cidade conta com moeda própria e
oferta produtos – entre comida e artesanato – por até R$ 50.
No projeto em que a grande maioria dos expositores são jovens talentos, es-
tão nomes como Eduardo Bertollucci, Tiago Falcão, Mateus Valverde, Duda Lima,
Mércia Barreto, Isadora Alves e outros que se revezam durantes as edições.
“Ir para as ruas e sentir esse feedback e no outro dia chegar com novas op-
ções é ser transformador. E muitas vezes isso vem daqueles clientes de restau-
rantes refinados, só que nas ruas”, conta Carla.
CresCimentoA especialista em gastronomia Andrea Torres,
proprietária do Maria Margarida Atelier, co-
menta que a iniciativa faz parte de um notável
crescimento da gastronomia baiana, que na
última década vem se destacando nacionalmen-
te. “É uma maneira de garantir produtos nossos,
da terra, manipulados com técnica e qualidade
além de preços acessíveis”, comenta.
Para quem ainda se arrastava no ritmo
das produções, hoje é preciso virar noites
para dar conta de um dia inteiro de feira.
A chef Duda Lima ampliou seu quadro de
funcionários para conseguir participar da
feira. “Eu só fazia encomendas e participava
de pequenos eventos e hoje eu tenho uma
equipe ótima. É fantástico e financeiramente
rentável, viro noite com o maior prazer do
mundo”, brinca a confeiteira.
O culinarista Mateus Valverde abriu mão
da chefia do Le Cordon Bleu, na Austrália,
“Vejo a feira como uma revolução gastronômica, afinal, estar cara a cara com o público é a melhor maneira de divulgar o que existe dentro da cozinha”Mateus Valverde, chef
“Vivemos em uma cidade mal aproveitada com relação a essas oportunidades externas, essa é a chance que temos para sair de shoppings e não nos limitarmos apenas às praias”Duda Lima, chef
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arte & entreteniMento | cultura
Feira da Cidade oferece gastronomia de qualidade a preços populares. Os chefs são tirados da cozinha e ficam frente a frente com o consumidor
“Convidamos os chefs a irem para as ruas, a pensarem na gastronomia como arte. Ser transformador em Salvador é muito mais do que cozinhar uma comida além do dendê, é ousar e entender de cultura de rua”Carla Maciel, idealizadora da feira da Cidade
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“Sair das redes sociais e ir para as ruas, onde todos podem ver o meu trabalho, só me ajudou a crescer como marca e em saldo exponencial”Isadora Alves, artesã
para viver dos lucros da Feira da Cidade. O convite para participar do projeto o
inspirou para que criasse novos pratos. “Vejo a Feira como uma revolução gas-
tronômica, afinal, estar cara a cara com o público é a melhor maneira de divul-
gar o que existe dentro da cozinha”, exalta o chef. “Gastronomia não é só servir
pratos complicados e com nomes bonitinhos, é consciência social também. Por
isso busco estimular pequenos produtores, como os de Maragojipe, que é de
onde vem a minha carne de fumeiro, por exemplo”, completa.
A economia criativa do projeto questiona exposição de marca e atitude ino-
vadora. O evento patrocinado pela Prefeitura de Salvador busca parceiros que
compreendam a cultura local como prioridade, pensando desde a confecção da
identidade visual até o desenvolvimento, turismo, educação e respeito com a
locação dos espaços.
“Não adianta fazer apenas um prato bonito e gostoso, existe também aquela
marca e o que ela faz pelo mundo. Também não queremos impor ou agredir os
moradores da região, buscamos empreendedores que pensem além do negócio”,
afirma Carla Marciel.
o projeto fora da Caixa“A intenção é ocupar os espaços”, diz Carla. O formato itinerante, fora da
caixa, leva o evento para praças de diferentes bairros a cada semana, como
a Barra, Imbuí, Pituba, Rio Vermelho, Itaigara e Ribeira, além da Feira de São
Joaquim, onde atraiu cerca de 10 mil visitantes. Foi com um evento na Feira
de São Joaquim, inclusive, que foram iniciadas as comemorações do Réveillon
2014 de Salvador.
“Eu ouvi dizer que algumas pessoas que moram na capital nunca haviam
ido ao Parque da Cidade. É surpreendente como A Feira tem mudado isso!”,
conta Duda Lima. A culinarista Andrea Torres reforça: “Vivemos em uma
cidade mal aproveitada com relação a essas oportunidades externas, essa é
a chance que temos para sair de shoppings e não nos limitarmos apenas às
praias”, afirma.
Com a extinção da feira do Mauá, que acontecia há tantos anos em pontos
turísticos, novos e antigos artesãos de toda a região apostam no novo movi-
mento como meio de sustentabilidade através da arte. Segundo a produção,
expositores aumentaram em até 60% o seu
faturamento. “Sair das redes sociais e ir para
as ruas, onde todos podem ver o meu traba-
lho, só me ajudou a crescer como marca e em
saldo exponencial”, diz Isadora Alves, dona da
marca Com Amor, Dora.
Isadora aponta ainda que a economia
da cidade gira após o evento, quando os
feirantes correm para comprar mais material
para a próxima edição. “Logo na segunda-
feira, visito o comércio da Avenida Sete de
Setembro atrás de tecidos e novas estampas.
Nós (feirantes) estamos o tempo inteiro
pensando em renovação, tanto para a marca
quanto para o próprio evento em si”, explica
a manufatureira.
Para participar da feira da Cidade basta enviar fotos dos seus trabalhos, com currículo e texto descritivo, para o [email protected] informações ligar para (71) 3481-8105
102 R E V I STA [ B + ] f E V E R E I R O / M A R ç O D E 2 0 1 5
informe publicitário
Se o seu sonho sempre foi fugir com o circo, durante o Carnaval deste ano essa fantasia será possível. A folia momesca vai abrir passagem para o picadeiro no Camarote Schin 2015, que terá temática circense durante os seis dias de Carnaval. Com localização privilegiada (bem no começo do circuito Barra – Ondina), o Camarote Schin receberá personalidades, estrelas e ainda oferecerá aos convidados shows de um time de peso da música brasileira, com todo o conforto e serviços peculiares ao camarote escolhido como o segundo melhor de 2014.
De acordo com Douglas Costa, vice-presi-dente de marketing da Brasil Kirin, a Bahia é um ponto estratégico para a empresa e o Carnaval é o momento mais apropriado para que a marca esteja presente. “A Schin está presente no Carnaval de Salvador desde 2001 e é muito bom poder participar ativamente desta festa”, diz.
respeitável público,o Camarote schin chegouA BRASIL KIRIN, UMA DAS PATROCINADORAS DO CARNAVAL DE SALVADOR 2015, COM UMA COTA DE CERCA DE R$ 10 MILHõES, ALÉM DE CAMAROTE PRóPRIO VAI PATROCINAR OUTROS TRêS E MAIS 18 BLOCOS
Além do Camarote Schin, a Brasil Kirin é uma das patrocinadoras do Carnaval de Salvador 2015. Com cota de investimento que gira em torno dos R$ 10 milhões, a Brasil Kirin ainda irá patrocinar 18 blocos (entre eles, Coruja, Meu e Seu e Cheiro) e mais três camarotes (Camarote Salvador, Cerveja e Cia e Oceania).
Em 2015, o Camarote Schin mantém o compromisso de se destacar entre as varandas da festa. Além da vista privilegiada, o espaço contará com dois espaços VIP, elevador, serviço de transporte de ida e volta, além de cardápio elaborado pela chef Patrícia Borges, SPA e cuidados especiais com o visual dos convidados.
O picadeiro da Schin ganhou lona de circo, espaço para fotografias no estilo “atirador de facas”, mágicos e até cartomante. Um telão garantirá que o folião não perca nenhum momento da festa, mesmo que esteja conferindo um dos mais de 15 shows que serão realizados durante os dias de Camarote.
lineupSete atrações juntam-se ao músico Leandro Sapucahy em shows durante os dias de folia. Paula Passarelli, gerente de marketing da Brasil Kirin, diz que ao selecionar as atrações deste ano a busca foi por diversidade rítmica. “O palco do Camarote Schin será uma boa pedida para quem gosta de diversidade. Teremos Ivete Sangalo, Michel Teló, falcão, vocalista da banda O Rappa, Carlinhos Brown,
Da esquerda para a direita: roberval Dórea (gerente de eventos norte e nordeste da brasil Kirin), acM neto (prefeito de salvador), Douglas costa (vice-presidente de marketing), aurélio leiro (diretor regional de vendas) e isaac edington (presidente da salvador turismo)
carlinhos brown, Érico brás e tonho Matéria durante lançamento do camarote schin 2015
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coletiva de lançamento do camarote schin 2015 reuniu grandes nomes da axé Music. estrelas, como ivete sangalo (ao lado), se apresentarão no camarote durante os dias de folia
felipe Pezzoni, da Banda Eva, Samuel Rosa, do Skank, e Thiaguinho. É atração para ninguém botar defeito”, diz. Além dos cantores, a festa vai rolar até as 5 da manhã, com shows de DJs.
Leandro Sapucahy, mestre de cerimônias do Camarote pelo segundo ano, contou que a parceria com a Schin deu certo e não vê a hora de repetir. “O circo tem muito a ver com improvisação e o nosso show no Camarote é muito aberto, vários cantores sobem para dar uma canja e essa mistura é muito boa”, comentou.
muito obrigado, axéNo ano em que a Axé Music completa 30 anos, o Camarote Schin preparou uma homenagem não só para esse movimento cultural baiano, mas para os foliões pipoca: um palco onde cantarão estrelas que ajudaram a construir a música baiana. Todos os dias, das 20h às 23h, um cantor subirá na Varanda do Axé para entoar hinos que todo o Brasil conhece. Estão programados shows de Márcia freire, Tonho Matéria, Buck Jones, Márcia Short, Robson Moraes e Gerônimo.
“A Varanda do Axé é uma chancela de que esse movimento musical deu certo”, comenta Carlinhos Brown. “Desde 2001, a presença da Brasil Kirin nos dá o aval de que o nosso trabalho está dando certo e somos muito agradecidos por isso. Esse agradeci-mento será em forma de música”, completa.
ALÉM DO CARNAVALA Schin não deixa a folia acabar com outras ações durante o verão • Patrocínio do Réveillon de Salvador• Apoio ao vendedor ambulante• Lata especial para a época• Patrocínio de ensaios de Verão – A Melhor Segun-da-feira do Mundo, Pérolas Mistas, Saulo, Sarau Du Brown, Ensaios do Bloco Pirraça
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SãO LázarO: TraDIçãO E FÉ
Meus olhos piscaram pelo
menos umas quatro vezes
até que eu acreditei que
de fato estava vendo um
padre, vestido com batina,
abaixar sua cabeça e permitir em uma postura
de reverência, e até gostar, que a mãe de santo
com todo ritual da Bahia, desse nele um banho
de pipoca para limpar seu corpo e sua alma.
Trajada como baiana, num branco impecá-
vel, com todos os balangandãs, a mãe de santo
tinha em uma das mãos as pipocas e, na outra,
um ramo de folhas verdes, que batia no corpo
do padre como quem pedia a Deus, numa
espécie de oração murmurada, que livrasse e o
protegesse de todos os males.
Ela benzia o padre pedindo para Omolu e o
padre rezava para São Lázaro!
Pela expressão no rosto do padre, porque o
corpo fala, li que ele pedia para que São Lázaro
compreendesse o ato, que era coisa da Bahia,
onde as tradições quebram todas as regras.
Com espírito aguçado de uma repórter, fui
chegando cada vez mais perto com o microfo-
ne em punho. Me aproximei preparada para
levar um fora, convicta de que pelo menos o
padre pediria para que a câmera fosse desliga-
da. Isso não aconteceu! Continuei gravando e,
para a minha surpresa, tanto o padre quanto
a mãe de santo apenas lançaram sobre mim
um olhar displicente e definitivo. Entendi
em fração de segundos que por nada neste
mundo o encanto daquele momento poderia
ser quebrado!
Quem é doido de invadir a privacidade de
uma mãe de santo dando banho de pipoca em
um padre em frente de uma igreja na Bahia?
Na Bahia, um banho de pipoca na segunda-
feira tem o poder de curar as chagas, de livrar
o homem das doenças, e as rezadeiras usam
as folhas consideradas sagradas para complementar o trabalho de descarrego
contra todos os males. A mistura de pipoca e de folhas funciona quase como
um exorcismo implacável!
O padre, imóvel, olhava para o céu, e a mãe de santo, de olhos fechados,
cumpria o trabalho na maior concentração e fé!
Busquei o melhor ângulo para registrar naquele recanto da Federação o
mais fiel retrato do Brasil: o padre branco, quase um português, tomando banho
de pipoca, rezando para São Lázaro; a mãe de santo negra, vestida de África,
praticamente incorporada com Omolu e a maniçoba do índio fervendo na pane-
la ali pertinho para a festança preparada para depois dos preceitos e rituais.
Na Bahia, fé e festa são inseparáveis! Sagrado e profano absolutamente
incorporados ao cotidiano de uma gente que não se explica, mas que se sente.
Uma gente que reza, que acende a vela para o santo, mas que veste a cor do
dia do orixá. Uma gente que se ajoelha na igreja e que bate a cabeça no chão
no terreiro.
Uma gente que acredita que todos os caminhos levam a Deus. Naquele dia
eu aprendi a respeitar o silêncio e senti a oração para São Lázaro e para Omolu
no banho de pipoca no padre. Naquele dia eu entendi a Bahia e me apaixonei
definitivamente por ela!
conteaí
HELOISA BRAGA
Jornalista e radialista especializada em turismo
OBRA: A Menina do Haiti / Rogério fernandes
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páginas amarelas
GERENTE DE PRODUçãO INDUSTRIALLocal de trabalho: Juazeiro (BA) • Atuar com condução de projeto e start up de planta de hidrogenação, interesterificação, margarina e gordura vegetal da indústria. Gerenciar controle de produção de gorduras, trabalhar com responsabilidade nas áreas de segurança, custos e projetos, buscando otimizar a eficiência do processo, mantendo o pessoal motivado para o cumprimento de suas tarefas. Estabelecer cronogramas de produção, manutenção, fornecer suporte às áreas administrativas no trato de assuntos de recursos humanos, controle e informática. Participar da tomada de decisões em conjunto com as demais áreas, como manutenção, logística / PCP, comercial e qualidade. Participar do desenvolvimento de novos produtos, elaborar e implementar orçamento da fábrica, fazer controle e redução dos custos em conjunto com o diretor industrial. Experiência com gestão de equipe de manufatura em produção de gorduras e margarinas.Formação: Ensino Superior completo em Engenharia de Produção.Domínio do pacote Office. Desejável conhecimento em ERP TOTVS - ProtheusBenefícios: Assistência médica / medicina em grupo, celular fornecido pela empresa, combustível, estacionamento, participação nos lucros, tíquete-alimentação, tíquete-refeiçãoregime de contratação: CLT (Efetivo)Horário: Comercial.informações adicionais: Ter disponibilidade para viagens e horas extras.Salário: A CombinarFonte: www.catho.com.br
GERENTE ADMINISTRATIVO FINANCEIROFormação: Ensino superior completo em direito, ciências contábeis, economia, engenharia ou administração. pós-graduação na área contábil ou financeira.Necessária sólida experiência em cargos correlatos. Local de trabalho: Salvador (BA)idioma: Inglês intermediário, pacote Office avançado.experiência/Conhecimentos: Área contábil; processos de tesouraria; planejamento e controle orçamentário; controle financeiro de projetos; administração de fluxo de caixa.interessados devem enviar currículo com gerente administrativo financeiro no campo assunto e pretensão salarial no corpo do e-mail para [email protected]
DIRETOR GERALLocal: Santo António de Jesus - BARepresentar a faculdade em substituição ao diretor geral na sua ausência ou impedimento. Colaborar diretamente para materialização das diretrizes e ações previstas pela direção geral. Responder pela gestão acadêmica institucional. Elaborar anualmente relatório final das atividades desenvolvidas no âmbito acadêmico e encaminhar para a direção geral. Representar a instituição em eventos internos / externos perante as autoridades e instituições de ensino Selecionar projetos e atividades de extensão de maior visibilidade para a faculdade. Encaminhar quando pertinente às decisões dos colegiados de cursos para a direção a fim de encaminhá-la ao CONSEP.• Experiência como vice diretor.• Ensino Superior. Desejável Pós-graduação Stricto Sensu.
Salário: R$ 8.000,00Fonte: www.catho.com.br
ANALISTA DE DEPARTAMENTO PESSOALAuxiliar nos processos do Departamento pessoal, como: admissões, demissões, folha de pagamento, férias, afastamento, abonos, rescisões, nas questões previdenciárias INSS, encargos sociais, FGTS e IR, lançamentos para pagamento em banco,fazer a inclusão e exclusão dos funcionários em assistências médica e odontológica, atuar com conectividade social, informação CAGED, RAIS e DIRF, efetuar cálculo de rescisão GRRF, controle de férias, controle de ponto, contribuições sindicais e taxas assistenciais, além de orientar e executar tarefas referentes a toda rotina de pessoal.
Benefícios: Assistência médica, assistência odontológica, combustível, estacionamento, vale-transporte.Local: Salvador (BA)Perfil: ProfissionalFonte: www.catho.com.br
ExECUTIVO DE VENDASIrá atuar com prospecção e novos clientes, planejamento e agendamento de visitas, acompanhamento de negociações e todas as funções pertinentes ao cargo.Experiência na área.Formação: Ensino Superior completo em áreas relacionadas.idiomas: Inglês - Avançado Conhecimento em logística de transporte internacional e conhecimento técnico em equipamentos transportadores.Fonte: www.catho.com.br