revista artéria #08

16
Revista da Associação Paulista de Medicina Regional SJCampos N 0 08 - Junho/2010 os caminhos da saúde Fonte no Cerro Santa Lucia em Santiago, o tradicional Café Tortoni em Buenos Aires e o Bairro La Boca (El Caminito), Buenos Aires. Abaixo, vista de Santiago com os Andes ao fundo O charme dos nossos vizinhos

Upload: edvanio-silva

Post on 12-Mar-2016

230 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Revista da Associação Paulista de Medicina Regional SJCampos - Edição de Junho de 2010

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Artéria #08

Revista da Associação Paulista de Medicina

Regional SJCampos

N0 08 - Junho/2010

o s c a m i n h o s d a s a ú d e

Fonte no Cerro Santa Lucia em Santiago, o tradicional Café Tortoni em Buenos Aires e o Bairro La Boca (El Caminito), Buenos Aires. Abaixo, vista de Santiago com os Andes ao fundo

O charme dos nossos vizinhos

Page 2: Revista Artéria #08

Serviços oferecidos• Assessoria Jurídica• Videoteca Científica• Fotocópias e Fax• Internet• Auditório• Estacionamento• Interação com a comunidade• Jornal do Médico

A Casa do Médico

Av. São José, 1.187 – Centro

Tel. (12) [email protected]

Participe das atividades da

Associação Paulista de Medicina

Regional São José dos Campos

é a sua casa!

Page 3: Revista Artéria #08

Palavra do Presidente

Para curtir o inverno

Nes

ta e

diçã

o

Revista da Assoc. Paulista de Medicina Regional São José dos Campos

www.apmsjc.com.br

• Presidente: Dr. Lauro Mascarenhas Pinto • Vice-presidente: Dr. Sérgio dos Passos Ramos • 10 Tesoureiro: Dr. Gilberto Benevides • 20 Tesoureiro: Dr. Marco Antonio Fioravante • 10 Secretário: Dr. Fernando Martins Soares • 20 Secretário: Dr. Vitor Mercadante Pariz • Diretoria Defesa Profissional: Dr. Alexandre de Souza Muassab • Diretoria Científica: Dr. Gustavo Meneguelli Vieira • Diretoria de Comunicações: Dr. Julio César Teixeira Amado • Dire-toria Social: Dra. Juana Montecinos Maciel, Dr. Carlos Alberto de Queiroz Carvalho, Aniete Carolina Camargo R. Castro • Diretoria Cultural: Dr. Hélio Alves de Souza Lima • Diretoria de Esportes: Dr. Álvaro Vieira de Almeida Junior • Conselho Fiscal: Dr. Pedro Roberto Alves Ribeiro, Dr. Luiz Alberto Siqueira Vantine, Dra. Maria Margarida Fernandes Alves Isaac • Suplentes Conselho Fiscal: Dra. Carmem Thereza Pricoli Quaglia, Dra. Nereusa Martins Barros Moreira Lemos • Delegados: Dr. Francir Veneziani Silva, Dra. Therezinha Veneziani Silva • Diretora da 3a Distrital: Dra. Silvana Morandini • Textos: PontoDoc• Projeto Gráfico/editoração: Blessed Produção Gráfica •Impressão: Resolução Gráfica • Para anunciar: Contato: Edvânio Silva • [email protected] • Tels. (12) 8145-6620 - 8812-8062 Toda matéria assinada é de responsabilidade do autor

o s c a m i n h o s d a s a ú d e

Esta nova edição da revista Artéria já entrou no clima de inverno e traz leitu-ras interessantes para curtirmos acompa-

nhados de um vinho e do calor da lareira. Depois de saborear um delicioso cassou-

let, cuja receita encontramos nestas páginas, podemos planejar nossa viagem a Santiago ou a Buenos Aires - cidades que podemos al-cançar com três a quatro horas de voo (mais perto do que algumas capitais do norte e nor-deste brasileiros) - e que ganham um charme todo especial nesta estação de temperaturas mais baixas.

O período mais tranquilo, das férias esco-

Dicas de leitura pág. 7

O charme dos nossos vizinhos

págs. 8 e 9

Organize suas finanças pág. 10

Responsabilidade Social

pág. 11

Esculápio ou Mercúrio? pág. 12

lares, é oportunidade para organizar-mos nossas finanças pessoais, tudo de um jeito fácil e online, como ensinam nesta Artéria os engenheiros do ITA que criaram um site gratuito nessa área. E, para completar o tempo livre, aproveitan-do o conforto da nossa casa, boas dicas de livros também podem ser conferidas.

Tendo um tempinho durante a semana, dê uma passada no IOV, para apreciar as obras da artista plástica Helena Freddi. Não estou fazendo propaganda da clínica, mas é que o espaço se transformou em uma verdadeira galeria de arte – coisa que falta em nossa cidade.

Boa leitura!Lauro Mascarenhas Pinto

Presidente - APM Regional São José dos Campos

jun/20103

Page 4: Revista Artéria #08

memória

Você sabia?A APM mantém uma coleção de obras de arte em sua Pinacoteca. O acervo começou a

ser formado em 1948 pelo então diretor de Cultura Geral, Ernesto Mendes. Hoje é cons-tituído por 35 obras, abarcando o período de 1930 a 1950, que representam um roteiro

histórico da época de formação e consolidação do movimento modernista brasileiro (Tarsila do Amaral, Anita Malfati, Di Cavalcanti Lasar Segall). Possui também entre os seus expoentes representantes do denominado Grupo Santa Helena (Rebolo, Bonadei,

Volpi, Clóvis Graciano e Zanini). Saiba mais no site da APM – www.apm.org.br

No dia 2 de agosto, às 19h, a Associação Paulista de Medicina (APM) abre a exposi-ção Hiroshima, em sua sede, na capital, com sessões de filmes, fotos e pôsteres fotográfi-cos que contam a história do lançamento da bomba de Hiroshima e suas terríveis conse-quências. A explosão atingiu a cidade japo-nesa no dia 6 de agosto de 1945, às 8h45, após o fim da Segunda Guerra Mundial.

O material vem diretamente do Japão para a exposição e integra o Movimento Pela Paz, liderado pela APM. A exposição é aberta ao público e poderá ser estendida às escolas, mé-dicos e entidades médicas, entre outros. “O evento é um alerta. A bomba atômica é algo terrível, que não deve ser utilizado jamais, pois devasta tudo ao seu redor”, diz Milton Massato Hida, coordenador da exposição.

“São cerca de 160 sobreviventes da bomba morando em São Paulo, que precisam de cui-dados de saúde constantes, até porque já atingi-ram a faixa dos 60, 70 anos de idade. O intuito, com a exposição, é ressaltar a importância do atendimento às vítimas até hoje”, completa. Segundo Hida, a iniciativa é o primeiro passo de uma série de atividades que serão desenvol-vidas pela APM em relação à aproximação e ao cuidado com os sobreviventes.

A bomba que atingiu Hiroshima, batizada de Little Boy, devastou tudo em um raio de dois quilômetros. A onda de calor provocada pela explosão emitiu raios térmicos de radia-

ção ultravioletas, ofensivos à saúde. Os habi-tantes que estavam a um quilômetro do epi-centro da bomba morreram instantaneamente, desintegrados, o que dificultou ainda mais a busca por sobreviventes. Quem sobreviveu teve que lidar com as graves consequências físicas da exposição à radiação. Os mortos chegaram a 250 mil. “Até hoje morrem pesso-as diariamente por conta da bomba. É preciso conscientizar as pessoas de que a paz deve ser atingida sem bombas”, finaliza Hida.

Bomba atômica: sobreviventes precisam de cuidados constantesHiroshima após a bomba atômica

Exposição relembra bomba de Hiroshima Mais informações:Departamento Cultural da APM(11) 3188-4304 - [email protected]

Fonte: site da APM

Iniciado após lesão do vaso sanguíneo e consequente dano às células endoteliais, o processo de coagulação desencadeia a for-mação do tampão hemostático, que solidi-fica-se devido a formação de fios de fibrina resultantes da ação dos fatores de coagula-ção. O coágulo formado no sítio da lesão representa processo crítico para a manuten-ção da integridade vascular, dessa forma os mecanismos envolvidos nesse processo são regulados simultaneamente, de modo a con-trapor-se à perda excessiva de sangue e evi-tar a formação de trombos intravasculares.

Caracterizada por uma série de fatores físicos e reações bioquímicas, a hemostasia garante a fluidez sanguínea pela interação dos fatores de coagulação, estes que em meados da década de 1960 foram separados em duas vias, intrínseca e extrínseca, convergendo em um ponto comum. No entanto, com o advento de novas pesquisas, atualmente, acredita-se

que in vivo essa distinção não ocorra e que, por-tanto, atuem de forma interativa. Todavia, a dife-renciação do processo hemostático em duas vias ainda é útil no que diz respeito a interpretação laboratorial de rotina da avaliação hemostática.

Distúrbios no processo hemostático podem ser detectados por meio de uma série de deter-minações laboratoriais, as quais são de particular importância para o diagnóstico clínico e para a monitorização da terapêutica anticoagulante.

Ao longo de muitos anos as determinações la-boratoriais foram realizadas por testes de screening, como o tempo de sangramento e tempo de coagu-lação, porém, em virtude da inespecificidade, baixa sensibilidade e baixa reprodutibilidade destes, hoje, não apresentam mais finalidade diagnóstica. Na rotina laboratorial, os exames até então realizados, foram substituídos por outros com maior especi-ficidade e sensibilidade, como tempo de ativação da protrombina (TAP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa), os quais avaliam os fato-

res das vias extrínseca e intrínseca da cascata da coagulação, respectivamente. Dentre os importantes exames laboratoriais envolvidos na avaliação do processo de coagulação, cabe ainda mencionar a dosagem de fibrinogênio, teste este bastante representativo no que se refere a diagnóstico de distúrbios da coagula-ção como hipofibrinogenemias, disfibrinoge-nemias e coagulação intravascular dissemi-nada (CIVD), além de casos de hepatopatias.

Dessa maneira, testes específicos da co-agulação (TAP, TTPa e contagem de plaque-tas) são indicados e agrupam-se no que labo-ratorialmente denomina-se Coagulograma, o qual já abrangeu uma série de exames, mas atualmente restringe-se àqueles de compro-vada eficácia diagnóstica.

Texto: Luciane Loesch de SouzaFarmacêutica Bioquímica

– Quaglia Laboratório

COAGULAÇÃO

informe publicitário

jun/20104

Page 5: Revista Artéria #08

arte&cultura

Com a abertura da primei-ra exposição do Projeto Arte & Vida na cidade, o IOV - Ins-tituto de Oncologia do Vale inaugurou, no dia 7 de maio, sua unidade em Taubaté. A nova clínica foi estruturada nos mesmos moldes da sede de São José dos Campos, com equipe multidisciplinar formada por médicos, assistente social, psi-cóloga, nutricionista, enfermei-ra especializada em oncologia, farmacêutica, pessoal adminis-trativo, entre outras especiali-dades. “Temos equipamentos

e materiais de primeira qualidade, além de um espaço aconchegante e agradável para receber os pacientes, o que é fundamental”, explica Fernanda Padim a gerente adminis-trativa e de relacionamentos do IOV Taubaté.

A unidade está dividida em quatro con-sultórios e uma sala de quimioterapia com seis lugares, além de quatro boxes com di-visão, sendo dois com cadeiras e dois com camas de observação. O IOV conta ainda com uma farmácia com “sala limpa”, única na região em total conformidade com as nor-mas ABNT.

A farmácia com “sala limpa” é um am-biente controlado, onde a contaminação por partículas presentes no ar não interfere na preparação dos quimioterápicos. O local pos-sui certificação ISO classe 5, que correspon-de às instalações, e ISO classe 8, que garante que o número de partículas está adequado à finalidade do ambiente.

A meta inicial da nova unidade é con-quistar a Acreditação com Excelência pela Organização Nacional de Acreditação – ONA, certificação de qualidade já conquis-tada pela unidade de São José dos Campos.

Arte & VidaCom a proposta de oferecer, além do ser-

viço de oncologia, um atendimento humani-zado e proporcionar a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, o IOV levou para Tau-baté o projeto Arte & Vida – desenvolvido com sucesso há dois anos em São José dos Campos.

A primeira exposição realizada na nova unidade teve como tema “Arte e Imateriali-dade” e mostrou obras do artista e curador do projeto, George Gutilich. Os trabalhos expostos se inspiram em árvores, ruínas de antigas empresas taubateanas e leituras do universo lúdico de seus filhos. “É encantador ver um espaço como o do IOV se tornar um centro de discussão de arte. Sabemos que um tratamento oncológico geralmente é muito doloroso e a dor também pode ser revelado-ra, pois é nesses momentos que a nossa sen-sibilidade aflora”, descreveu o artista durante a palestra realizada na inauguração.

O projeto Arte & Vida realiza exposições temporárias nos espaços internos da clínica, que cumprem um papel humanístico, auxi-liando na melhora do dia a dia no ambiente hospitalar e na recuperação e bem-estar dos pacientes.

Helena Freddi em são José

Até o dia 10 de agosto, a comunidade de São José dos Campos pode visitar a exposição “O peixe vermelho e outras histórias”, da artista Helena Freddi, no Instituto de Oncologia do Vale (R. Major Antonio Domingues, 472 – Centro). A segunda mostra de 2010 do projeto Arte & Vida traz gravuras em metal com diversos processos de inclusão de cores. Todas as obras são baseadas em lembranças da infância da gravadora, que fez uma palestra na abertura. “Meus trabalhos têm uma memória tanto pessoal quanto cultural, pois são baseados em minhas próprias experiências”, afirmou.A exposição está aberta ao público às terças e sextas-feiras das 15h às 18h.

Exposição inaugura IOV de Taubaté

Da esq. para a dir.: Fernanda Paim, gerente de relacionamentos do IOV Taubaté, Dr. Frederico Pinto, diretor executivo do IOV, George Gutlich e Daniela Palma, gerente de relacionamentos do IOV São José dos Campos

A nova unidade do IOV foi inaugurada com exposição do artista George Gutlich

Sala de quimioterapia

jun/20105

Page 6: Revista Artéria #08

gastronomia

receita brasileira

O cozinheiro e padeiro francês Olivier Anquier, que vive no Brasil, dá a sua versão para o preparo da receita em nosso país.

Para 5 pessoasIngredientes• 500 g de feijão branco• 150 g de toucinho defumado picado• 1 kg de lombo de porco• 800 g de linguiça fresca• 2 cenouras inteiras• 2 cenouras picadas• 1 cebola grande, com alguns cravos espetados• 1 cebola picada• 6 dentes de alho descascados, inteiros• 5 tomates sem pele e sem sementes• 150 ml de vinho branco• 1 talo de salsão picado• 1 talo de alho poró picado• 1 bouquet garni (maço de salsa, tomilho, alho poró, salsão e louro)• Sal e pimenta-do-reino a gosto• 200 g de caldo de frango pronto• Farinha de rosca ou migalhas de pão

Prepare assimDeixe o feijão de molho por 12 horas;Cozinhe-o com as cenouras inteiras, a cebola com cravo, 3

dentes de alho e o bouquet garni, por 1 hora;Em uma panela grande, frite o toucinho, em fogo baixo, até que

fique crocante e solte bastante gordura. Retire da panela e reserve.Na gordura que sobrou na panela, frite a lingüiça, retire e re-

serve;Tempere o lombo com sal e pimenta e frite ainda na mesma

gordura da panela (se necessário, acrescente um pouco de óleo). Retire e reserve;

Acrescente a cenoura e a cebola picadas, o salsão, o alho poró e os 3 dentes de alho restantes à panela, e deixe dourar um pouco. Acrescente o vinho branco e o caldo, e deixe reduzir um pouco;

Acrescente os tomates e as carnes reservadas e cozinhe por 1 hora e meia (ou até que as carnes fiquem macias);

Em uma panela que possa ir ao forno, alterne camadas de fei-jão, o caldo do cozimento das carnes e as carnes;

Salpique a farinha de rosca e leve ao forno por 1 hora;Sirva bem quente.

Obs.: Na França este é um prato único, que pode ser acom-panhado de pão; no Brasil, é costume ter o arroz como guarnição

Harmonização

• Viña Hormigas Reserva Malbec 2006, Altos Las Hormigas, Argentina (Mistral, R$ 96,07)

• Esporão Garrafeira 2005, Herdade do Esporão, Alentejo-Portugal (Qualimpor, R$ 207,00)

Cassoulet: a feijoada brancaCom a chegada do inverno, nosso organismo (e o nosso

paladar!) pedem para saborear pratos mais suculentos e substanciosos, como uma bela feijoada, ou um leitão à pururuca. Mas, se a ideia é trocar a caipirinha por um bom vinho tinto encorpado, que tal buscar inspiração em terras além-mar?

O cassoulet é uma especialidade gastronômica de origem francesa da região de Limousin (sudoeste do país), em especial das cidades de Carcassonne, Castelnaudary e Toulouse. Tem distintas versões, mas é feito basicamente com feijão branco e carne, principalmente de porco e embutidos (linguiças). Algumas receitas incluem também o confit d’oie (confit de ganso), confit de canard (confit de pato) e até carne de perdiz ou cordeiro, dependendo da temporada do ano ou da variedade local. No Brasil, há ótimas adaptações (veja nesta página).

OrigemConta-se que foi o território de Castelnaudary, durante a

Guerra dos Cem Anos (1337-1453), a testemunhar o primeiro cassoulet, então preparado com favas. Reunindo todos os mantimentos disponíveis, os cozinheiros dessa época longínqua prepararam um prato único composto de favas e carnes diversas, para dar força aos corajosos defensores da cidade. A receita do cassoulet tinha nascido.

Após esta farta refeição, regiamente regada a vinho tinto, os habitantes de Castelnaudary avançaram sobre o exército inglês que, tomado de pânico, teria levantado acampamento e batido em retirada, não parando de correr enquanto não avistou as margens do Canal da Mancha. Diz a lenda...

Os feijões brancos, trazidos da América por Cristóvão Colombo, substituiram as favas a partir do século XVI.

O cassoulet de Castelnaudary

jun/20106

Page 7: Revista Artéria #08

todo paciente tem uma História para contarMistérios médicos e a arte do diagnóstico

A prática médica tem um aspecto sherlockiano: a arte do diagnóstico. Munido de pistas relatadas pelo paciente e provas fornecidas pelos exames físicos e de laboratório, o médico tem que desvendar o enig-ma, resolver o caso e, em última instância, salvar uma vida. Esse livro permite ao leitor testemunhar o processo de solução de diversos ca-sos misteriosos, cheios de pistas falsas, pseudossoluções e desafios.

Autora da coluna que inspirou a aclamada série de TV House, a dra. Lisa Sanders afirma que apesar de tantos recursos para identificar uma doença, atual-mente ainda há muitas falhas de diagnóstico e exames mal interpretados. E faz uma refle-xão pioneira sobre os dilemas da medicina diagnóstica em nossa era de alta tecnologia.

dicas de leitura

alzHeimer - a doença da alma

Relata a descoberta, a inquietação do portador, seu sofrimento interior e sua sutil e aparente mudança de comportamento com o mundo ao seu redor, assim como, as conseqüências da doença com relação à família e à sociedade.Propostas e indicações para dúvidas comuns quanto à maneira de lidar com o dia a dia do portador da doença, como organizar e pro-videnciar meios para tornar melhor a vida da família sobre diversos temas como: finanças, curatela, direitos dos idosos, institucionali-zação, higiene e conduta apropriada diante de situações embaraço-

sas. E também temas diversos acerca dos problemas naturais conseqüentes das complica-ções da doença de Alzheimer, bem como onde encontrar ajuda governamental: indi-cações de redes estaduais de assistência à saúde do idoso com doença de Alzheimer no Brasil.

Autor: Laura BotelhoEditora: RussellR$ 35,00 na Livraria Cultura (Internet)

Autor: Lisa SandersEditora: Jorge ZaharR$ 36,00 na Livraria Cultura (Internet)

jun/20107

Page 8: Revista Artéria #08

turismo

Inverno de charmeConsiderada a mais européia das capitais

latinoamericanas, Buenos Aires ganha um charme todo especial com a chegada do in-verno. A paisagem urbana emoldurada pela arquitetura neoclássica e movimentada pelo vai-e-vem dos elegantes argentinos, com seus sobretudos escuros, luvas e cachecóis, compõe um cenário que fascina cada vez

mais os brasileiros. A vida cultural efervescente, a excelen-

te gastronomia, os vinhos de qualidade e a proximidade geográfica (menos de três horas de avião, partindo de São Paulo) completam o rol de argumentos irrefutáveis a favor des-sa viagem. Buenos Aires, seja para os que a visitam pela primeira vez, seja para os rein-cidentes (que não são poucos), sempre vale a pena!

Do outro lado da Cordilheira dos Andes, menos badalada que sua vizinha portenha, Santiago encanta pelas construções ultramo-dernas em contraste com os prédios históri-cos, as largas avenidas, o comércio pujante e, mais que tudo, pela cordialidade e simpatia dos chilenos.

Também a poucas horas de avião, par-tindo de São Paulo, a capital chilena vale a viagem, principalmente para os amantes da boa mesa e de um bom vinho. Cercada pelos Andes, é uma das cidades mais modernas da América do Sul. Entre seus atrativos estão inúmeros parques, museus, igrejas e uma in-tensa vida noturna.

No inverno, a temperatura fica poucos graus acima de zero, o que dá à cidade um atrativo especial, além da bela paisagem.

Buenos Aires: O elegante centro da cidade. Na foto acima, o Mercado de

Antiguidades no bairro San Telmo. Abaixo, à direita, o Café London, onde

o escritor Julio Cortázar tinha sempre uma mesa reservada, e as janelas

coloridas no quarteirão do El Caminito, no bairro La Boca.

Page 9: Revista Artéria #08

Inverno de charme

Quando for a Buenos AiresSe está indo pela primeira vez, não deixe

de fazer um tour pelos pontos turísticos tra-dicionais – a Casa Rosada, o complexo do El Cabildo, o bairro La Boca, a Calle Florida, os jardins de Palermo, a Avenida Nove de Julio, o recém reinaugurado Teatro Colón, o elegante bairro da Recoleta, a feirinha de antiguidades de San Telmo, a região de Porto Madero, onde se concentram vários restau-rantes.

Se está voltando à capital argentina, pro-cure conhecer melhor os espaços culturais, como o Malba – Museu de Arte Latinoameri-cano; percorra a Avenida Corrientes, repleta de teatros, livrarias e sebos; passeie pelo Jar-dim Japonês; no final da tarde, peça uma taça de vinho (ou uma cerveja Quilmes) no lendá-rio Café Tortoni, acompanhada de um de seus deliciosos sanduíches. Entre uma comprinha e outra nas Galerias Pacífico, faça uma pausa para conhecer o Centro Cultural Borges, que fica no mesmo prédio. Na hora do almoço, não perca os suculentos e saborosíssimos bi-

fes de chorizo (contra-filé), acompanhados de batatas fritas “grávidas” (estufadas). Já o jantar pede requinte, que pode ser encontrado em Palermo ou Porto Madero. Ah, e reser-ve um tempo para voltar aos lugares de que mais gostou na primeira vez.

Quando for a SantiagoSaboreie um ceviche e pratos com frutos

do mar no Mercado Municipal; passeie pelo Cerro Santa Lucia e admire a vista da cidade; caminhe pelas largas avenidas de arquitetura moderna e arrojada; programe jantar em um dos elegantes restaurantes da região de Bella-vista, Providencia ou Calle Lastarria; reserve um ou dois dias para visitar as vinícolas que ficam nos arredores (entre elas a Santa Rita e a Casillero del Diablo); se tiver tempo, visi-te o balneário de Viña del Mar, na província de Valparaíso. Conheça pelo menos um dos enormes shopping centers da cidade – lojas bonitas e bem decoradas e produtos para to-dos os gostos e bolsos.

Pórticos no centro de Buenos Aires. Ao lado, as entradas

das estações de metrô de Santiago, que lembram as

de Madri e as garrafas de vinho na vinícola Casillero

del Diablo, nos arredores de Santiago; ao fundo, a

sombra do “Diablo”

jun/20109

Catedral Metropolitana de Santiago, na Praça das Armas

Mais informações:• www.progaleriaspacifico.com.ar

• www.ccborges.org.ar• www.ohbuenosaires.com

• www.mibsasquerido.com.ar • www.santiagodechile.com

• www.santiago.cl• www.vinadelmar.cl

Page 10: Revista Artéria #08

planejamento

A crise econômica mundial de 2008 não atingiu o bolso dos brasileiros com a mes-ma intensidade verificada na Europa e nos Estados Unidos. Pelo contrário. Na época, o crediário fácil, com prazos extensos para pa-gamento, estimulava os consumidores a gas-tar, seduzidos por prestações de R$ 20 para a compra de um eletrodoméstico, 72 meses para pagar um automóvel, ou parcelas de imóvel inferiores a valores de aluguel.

O resultado dessa festa não poderia ser outro. Após a febre do consumismo sem controle, veio a ressaca do endividamento. O site gratuito Minhas Economias (www.minhaseconomias.com.br), criado e de-senvolvido por engenheiros do ITA, surgiu nesse contexto, com o objetivo de oferecer a

Site gratuito orienta finanças pessoais

todos os públicos uma ferramenta de educa-ção financeira.

“Começamos a dar apoio a amigos e fa-miliares em questões financeiras e percebe-mos a grande lacuna que existe nesse campo, até mesmo entre pessoas com ótimo nível de escolaridade”, conta Décio Kimura, um dos idealizadores da iniciativa.

Da simples idéia de disponibilizar uma planilha eletrônica que pudesse ser baixada e preenchida, o projeto evoluiu para um site bem mais completo e abrangente. Além de registrar na planilha suas receitas e despesas, o usuário pode visualizar gráficos e relatórios que mostram para onde está indo seu dinhei-ro (vestuário, saúde, casa, escola etc) e onde ou seu orçamento prévio “estourou”. “Querí-amos fazer um trabalho socialmente relevan-te”, afirma Kimura.

E não se deram por satisfeitos. “Apesar do constante aumento de cadastros (20% a 30% ao mês, desde maio de 2009), conclu-ímos que somente a ferramenta não seria su-ficiente para que alguém conseguisse mudar o seu comportamento, passando a controlar sua vida econômica de maneira efetiva. Seria preciso educá-lo financeiramente”. Foi então criado um blog com textos apostilas e dicas de economia – tudo gratuito.

O passo seguinte foi desenvolvimento de um curso presencial em Educação Financei-ra, com ênfase em públicos de baixa renda, o qual já está sendo aplicado e continuamente melhorado através de parcerias. “Nosso in-tuito, agora, é ampliar cada vez mais o uni-verso de indivíduos e famílias beneficiados”, diz o engenheiro.

SegurançaO Minhas Economias trabalha com os

mesmos mecanismos de segurança utilizados por bancos e realizadores de transações finan-ceiras via Internet. Porém, o mais importante é que o Minhas Economias parte da premissa do anonimato do usuário. Para fazer o cadastro, a pessoa usa um e-mail e também uma senha específica para acessar o Minhas Economias. Em nenhum momento é solicitada alguma in-formação que possa direta ou indiretamente li-gar o e-mail à pessoa e identificá-la no uso do site. Não é necessário dar o nome completo, dados bancários ou números de documentos pessoais, como CPF ou RG.

jun/201010

Page 11: Revista Artéria #08

responsabilidade social

A APM Regional São José dos Cam-pos mantém o compromisso de levar carinho, atenção e alegria às crianças e famílias da Creche Nossa Senhora do Patronato e à Comunidade Beira Rio, principalmente nas datas comemorativas (Natal, Páscoa e Dia das Crianças). Os presentes também são importantes, é cla-ro, mas o sorriso dos pequenos não seria o mesmo sem a presença animada dos nossos palhaços, do nosso coelhinho, do nosso Papai Noel.

A maior incentivadora e entusiasta da iniciativa de Responsabilidade Social da APM é a colega Silvana Morandini – que literalmente encarna os personagens da festa. Ela conta com o apoio integral da Diretoria da APM, mais especifica-mente do presidente Lauro Mascarenhas Pinto e das diretoras Nereusa Lemos, Ju-ana Montecinos Maciel e Aniete Castro.

Nos últimos anos, a colaboração dos colegas e seus pacientes na doação de brinquedos, ovos de Páscoa e cestas bá-sicas tem sido fantástica – uma parceria de total sucesso. Por isso, convidamos você a ver de perto o resultado de sua contribuição material, vivenciando a gratificante experiência de levar os pre-sentes às famílias e crianças. Participe desse momento único em que o seu abra-ço vale mais do que o melhor brinquedo. Informe-se na APM Regional (3922-1079) sobre as datas e horários.

Participe desta alegria!

Não faltou chocolate na Páscoa da Creche Nossa Senhora do Patronato; Juana Montecinos Maciel foi a “ajudante” do coelhinho da Páscoa (Silvana Morandini)

“Este presente eu não largo por nada!” – Natal Solidário na Creche Nossa Senhora do Patronato; ao fundo Lauro Mascarenhas Pinto e Silvana Morandini

As “palhaças” Silvana Morandini e Nereusa Lemos radiantes de alegria com os inúmeros brinquedos doados pelos colegas no Dia das Crianças

Silvana Morandini (Papai Noel) e Aniete Castro (duende), na Comunidade Beira Rio

Colegas médicos e seus pacientes participam ativa e assiduamente com doações; na foto, Silvana Morandini e Lauro Mascarenhas Pinto

O coelhinho (Aniete Castro) adoçou e iluminou a Páscoa da Comunidade Beira Rio

jun/201011

Page 12: Revista Artéria #08

história

Esculápio ou Mercúrio?Qual o símbolo verdadeiro da medicina?

Você, que é médico, provavelmente apontará a imagem da esquerda na figura. Mas muitos leigos não saberiam responder à pergunta. Isso porque os dois podem ser encontrados em materiais de divulgação e documentos re-lacionados à medicina, embora só um deles devesse ser utilizado, segundo os estudiosos.

O bastão com uma única serpente está ligado a Esculápio (Asclépio, em grego) – deus da medicina, e o bastão com duas serpentes, chamado caduceu, é associado a Mercúrio (Hermes), deus do comércio, das comunicações, dos viajantes e das estradas.

“A confusão entre o bastão de Esculápio e o caduceu de Mercúrio é antiga e existe desde a Renascença. O bastão de Esculápio com uma serpente enrolada sempre foi o sím-bolo da atividade médica. Em 1919 a Ameri-can Medical Association e em 1956 a World Medical Association o adotaram como seus símbolos”, afirma o médico Paulo R. Prates, do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, no artigo “Do Bastão de Esculápio ao Caduceu de Mercúrio”. “O uso do caduceu é mais antigo que o bastão de Esculápio e sem-pre esteve relacionado ao comércio”.

De onde teria surgido esse mal-entendido entre os símbolos?

A primeira causa seria a coincidência da presença da serpente, que desde o tempo dos babilônios esteve relacionada com à cura e, portanto, com a atividade médica, segundo Prates. Outro motivo é que o caduceu perten-cia a Apolo, que o deu a Mercúrio em troca de uma lira. Apolo é também considerado como deus da medicina pelos gregos e consi-derado o inventor da arte de curar. O fato de ser usado nos campos de batalhas na procura

O bastão de Esculápio, símbolo

da medicina, e o caduceu de

Mercúrio, símbolo do comércio

de feridos e mortos também o confunde com a atividade médica. Outro fato importante é a associação do caduceu à alquimia na Idade Média, daí a sua ligação aos medicamentos e a medicina.

Mas, certamente, o motivo principal da confusão nos tempos atuais foi a publicação das obras de Hipócrates em grego pelo tipó-grafo suíço Johannes Froben, em 1538. O ca-duceu era o símbolo de sua tipografia e como tal, foi estampado na página frontal do livro.

Fonte: Artigo “Do Bastão de Esculápio ao Caduceu de Mercúrio”, Paulo R. Prates

– Arquivos Brasileiros de Cardiologia

Estátuas de Esculápio e Mercúrio, no Museu Chiaramonti, no Vaticano

Page 13: Revista Artéria #08

artigo

Semanas atrás, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o fechamento do curso de medicina da Universidade Iguaçu, em Nova Iguaçu (RJ), que oferecia anualmente 200 vagas.

Outros oito cursos de medicina no país também corriam risco de sofrer cortes. São eles o Centro Universitário de Volta Redon-da (RJ), Faculdade de Medicina do Planal-to Central (DF), Universidade de Ribeirão Preto (SP), Universidade de Marília (SP), Universidade Severino Sombra (RJ), Facul-dades Integradas Aparício Carvalho (RO), Faculdade São Lucas (RO) e mais um da Universidade Iguaçu, desta vez no campus de Itaperuna (RJ). Foram decisões tomadas por uma comissão de especialistas do MEC, presidida pelo Dr. Adib Jatene, que visa fis-calizar a qualidade do ensino da medicina.

Há de se elogiar tal encaminhamento. No entanto, é mister reconhecer que se trata de medida tímida diante do caos instaurado faz décadas nos cursos de formação médi-ca. Hoje, muitos deles não têm currículo adequado e apresentam corpo docente de capacitação duvidosa. É comum, por exem-plo, ver faculdades sem hospital-escola, sen-do que é impossível aprender medicina sem contato com pacientes.

A verdade é que o sistema educacional

Os médicos que estamos formando para cuidar das novas gerações

no Brasil fez opção pela quantidade, deixan-do em último plano a excelência na qualifi-cação. Faculdades médicas passaram a ser criadas sem critério, apenas para atender à ganância de maus empresários da educação.

O resultado é que no Brasil a concentra-ção de médicos cresce a níveis jamais vistos. Recente levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que, entre 2000 e 2009, a quantidade de médicos aumentou 27% – de 260.216 para 330.825. No mesmo intervalo de tempo, a população brasileira cresceu aproximadamente 12%, segundo es-timativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, havia no país um médico para cada grupo de 658 habitan-tes; em 2009, a situação passou a ser de um médico para 578 habitantes.

O Brasil de 2010 é recordista mundial em número absoluto de faculdades de me-dicina. Não é uma boa notícia, ao contrário do que podem pensar os desavisados. Forma-mos muito, mas formamos mal. Resultado: vários dos profissionais colocados no merca-do representam perigo à saúde e a vida dos cidadãos. Está aí o crescimento constante de denúncias nos conselhos regionais de medi-cina sobre erros médicos.

Nesta linha de reflexão, chamo também atenção para a inoportuna proposta do Mi-

nistério da Saúde de formar médicos para o Sistema Único de Saúde. É preciso que se entenda que o médico tem que ser o mais bem formado possível, para que, onde quer que trabalhe, exerça a medicina de alto ní-vel, de acordo com os princípios éticos da prática médica. Essa discriminação esbarra na falta de humanismo e, evidentemente, ou é proposta por bacharéis em medicina que procuram, para seus familiares, os melhores médicos e hospitais, ou por não-médicos que se acham conhecedores do problema dentro de uma política puramente populista.

Precisamos de mais rigor nesta área, assim como necessitamos dar um basta na abertura indiscriminada de escolas médicas. Medicina e saúde são coisas muito sérias e, por isso, o foco deve estar na boa formação do médico, permitindo que ele esteja prepa-rado para atuar em qualquer esfera, não ape-nas no SUS. O bom nível da assistência é um direito garantido pela Constituição Federal e é o que devemos oferecer à atual e às novas gerações.

Professor Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de

Clínica Médica – artigo publicado em 21/05/2010 no site da APM

– www.apm.org.br

o s c a m i n h o s d a s a ú d e

Anunciar para o público médico é divulgar sua marca para um leitor altamente qualificado, multiplicador e formador de opinião.

a diferençaa diferençaa diferençaAnuncie para quem faz

COLOQUE SUA MARCA AQUI

Comercial: Edvanio (12) 8145-6610 • [email protected]

jun/201013

Page 14: Revista Artéria #08

jun/201014

entrevista

um uniVerso de 130 mil doadores compõe o cadastro do serViço de Hematologia e Hemoterapia de são José dos campos (sHH). graças a eles, a região não soFre o problema da Falta de sangue. em entreVista à reVista artéria, o diretor do sHH, cláudio pessoa de melo, Fala sobre esse importante serViço e as perspectiVas nessa área.

Doando vida ao próximo

Qual a área de abrangência do Servi-ço de Hematologia e Hemoterapia de São José dos Campos (SHH)?

O Serviço de Hematologia e Hemotera-pia de São José dos Campos (SHH) atende atualmente 32 hospitais e clínicas de São José dos Campos, Jacareí e parte de Tauba-té. Entre os hospitais com maior demanda de atendimento estão o Hospital Municipal de São José, o Hospital Pio XII e a Santa Casa de São José. O sangue é utilizado, principal-mente em casos de emergência, nos Centros Cirúrgicos e UTIs, em cirurgias complexas como as cirurgias cardíacas e para pacientes oncológicos e hematológicos.

O SHH criou o primeiro Laboratório de Biologia Molecular do Vale do Paraíba. Quais as perspectivas nessa área?

O Laboratório de Biologia Molecular, primeiro do gênero no Vale do Paraíba, foi criado em 2005 e realiza exames de carga viral para portadores de HIV e Hepatite C, permitindo ao médico, a partir da quantidade

de vírus detectada, decidir a melhor forma de tratamento, acompanhar a evolução da doença e avaliar a eficácia dos medicamen-tos utilizados. No laboratório também é fei-ta a sexagem fetal, um exame que permite a identificação do sexo de bebê com apenas 8 semanas de gestação. O domínio das técni-cas de biologia molecular foi um passo im-portante para a implantação, no final do ano passado, do Teste de Ácido Nucléico (NAT) em 100% das bolsas de sangue processadas pelo SHH. A nova técnica, que ainda não é obrigatória no Brasil, permitiu um aumento da segurança do sangue que é transfundido.

O sangue é um material que não pode ser comercializado por quem o fornece (por isso, se chama doador). É difícil de-pender da conscientização e da boa vonta-de das pessoas para obter a sua matéria-prima essencial? O número de doadores no Brasil está crescendo ou diminuindo?

O número de doadores de sangue está crescendo sim, todavia, esse crescimento não é proporcional à necessidade. Hoje se usa mais sangue que no passado. Os hospitais fazem mais cirurgias cardíacas, há mais pa-cientes com câncer em tratamento que neces-sitam de transfusões. Além disso, a expecta-tiva de vida das pessoas é maior. Na região atendida pelo SHH, felizmente, não há falta de sangue. A população responde com frequ-ência ao nosso chamado. Prova disso é que hoje temos um cadastro de 130 mil doadores. Recebemos, em média, 24 mil doadores por ano, sendo que 62% deles são voluntários, ou seja, doam sangue espontaneamente sem que haja um parente ou amigo precisando de transfusão no hospital. Essa posição con-fortável é fruto de um trabalho constante de divulgação da doação de sangue. Ainda hoje nossa equipe fala sobre a doação e escla-rece uma série de dúvidas sobre o assunto. São mitos como, por exemplo, de que doar sangue engorda, dá coceira etc e que não têm nenhum fundamento. Por isso mesmo,

o trabalho de conscientização tem que ser contínuo. Nossa missão é ajudar a salvar vi-das na região e trabalhamos com afinco para conquistar novos doadores ou ainda incenti-var as pessoas para que façam da doação um hábito em suas vidas.

A disseminação da AIDS no mundo foi um divisor de águas na área de hematolo-gia? Foi a partir daí que as normas e téc-nicas de segurança se intensificaram e se tornaram mais rígidas?

Sim, o advento da AIDS foi decisivo para os bancos de sangue. Foi quando o governo começou a legislar com mais frequência, com uma exigência maior em cima da ativi-dade hemoterápica no Brasil.

Como serão os próximos 30 anos do SHH em termos de crescimento e moder-nização?

A biologia molecular será o futuro do sangue. Exames mais sofisticados aumenta-rão a precisão dos diagnósticos. As técnicas estão em franca evolução e modificarão por completo o serviço de coleta e distribuição de sangue. Com o barateamento das técnicas de mapeamento do DNA, a medicina dará um grande salto. O futuro também está na área de terapia celular, não só nas células hematopoéticas, mas também de células de outras fontes.

• Recebe, em média, 24 mil doadores de

sangue por ano

• Cerca de 2 mil doadores por mês

• Média de 100 doadores por dia

• 62% dos doadores são voluntários

• 50% dos doadores são de repetição, ou

seja, voltam para uma nova doação

• 72% doadores são homens

• 28% dos doadores são mulheres

• 35% têm entre 18 e 29 anos

• Realiza 3 mil transfusões por mês

O SHH em números

Page 15: Revista Artéria #08

jun/201015

Page 16: Revista Artéria #08

jun/201016

Nestes 12 meses, o Santos Dumont Hospital trouxe para São José dosCampos e região um novo modelo de atendimento médico-hospitalar. Tornar-se referência na região requer seriedade e atenção contínuas, qualidades que o Santos Dumont Hospital possui desde sempre. Para o futuro, o que nos espera, é ser sempre o primeiro lugar para você.

Resp

onsá

vel t

écni

co: A

lber

to C

aris

io N

asci

utti

- CRM

89.

259/

SP

SANTOS DUMONT HOSPITALUM ANO DE VIDA E OPRIMEIRO EM TECNOLOGIADE PONTA E QUALIFICAÇÃODO CORPO CLÍNICO.DE PONTA E QUALIFICAÇÃODO CORPO CLÍNICO.DE PONTA E QUALIFICAÇÃO

SDH_1ano_Artéria.indd 1 5/25/10 6:55 PM