revista arq aco 05

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1 ARQUITETURA AÇO & ARQUITETURA AÇO & Pontes e Passarelas Pontes e Passarelas Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 5 abril de 2006 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 5 abril de 2006

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Page 1: Revista Arq Aco 05

1ARQUITETURA AÇO&

ARQUITETURA AÇO&

Pontes e PassarelasPontes e Passarelas

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 5 abril de 2006Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 5 abril de 2006

Page 3: Revista Arq Aco 05

1ARQUITETURA AÇO&

Monumentos funcionaisOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS DA INDÚSTRIA de aço no Brasil

aumentaram o potencial do aço como matéria-prima da cons-

trução civil e da arquitetura. Assim, a opção pelo uso do aço em

estruturas de pontes e passarelas traz algumas vantagens funda-

mentais para que o projeto seja bem-sucedido.

Uma ponte de aço pode ser leve, diminuindo a carga a ser susten-

tada pelas fundações. A resistência do material permite vencer

grandes vãos, causando menor interferência no local onde ela será

instalada. E, no caso de passarelas para pedestres, a estrutura pode

até ter caráter temporário, pois a modulação do aço possibilita rápida

montagem e desmontagem, permitindo a transferência da passarela

para outros locais, bastando para isso apenas algumas adaptações.

Com o aço, o arquiteto pode ter maior controle de quanto

tempo e material irá gastar, pois a obra pode ser feita sob qualquer

condição de tempo e temperatura. E esse aspecto é essencial para

o projeto de uma ponte ou passarela, que muitas vezes é erguida

em locais onde já existe um sistema viário que não pode ter o trân-

sito interrompido em função de uma obra.

Além de todas essas vantagens, uma ponte ou passarela de aço

pode ser bela como uma escultura.

Esta edição da Arquitetura & Aço fez uma seleção de pontes e

passarelas com essas e outras características. Confira a história de

cada uma delas nas próximas páginas.

editorial

Page 4: Revista Arq Aco 05

sumário04. 08. 16.10. 18.

20. 22. 24. 26. 28.

Foto da capa: Fábrica Natura,projeto de Roberto Loeb, pelofotógrafo Gal Oppido

Arquitetura & Aço nº 5março/abril/maio

Page 5: Revista Arq Aco 05

04. Shopping Mueller. Obra futurista dialoga com edifício histórico. 08. Joana Bezerra. Passarela como

uma ponte pênsil. 10. Natura. Plasticidade e funcionalidade em passagem para pedestres. 16. Brasiléia.

Abrindo novos caminhos no Acre. 18. Complexo Viário J. J. Saad. Aço e concreto organizam complexo viário.

20. Belvedere. Solução segura para a comunidade. 22. JK. Ponte escultural sobre o Lago Paranoá. 24.

Memória. Duas obras dos anos 70 continuam atuais. 26. Rio Paraná. Ponte rodoferroviária abre caminho para o

agronegócio. 28. Rodoanel. Aço garante rapidez na execução de cinco passarelas para pedestres

Page 6: Revista Arq Aco 05

4 ARQUITETURA AÇO&

Respeito ao patrimônioPASSARELA SUSPENSA ENTRE EDIFÍCIO-GARAGEM E CENTRO DE COMPRAS FOI CONSTRUÍDA COM

AÇO E VIDRO PARA PRESERVAR A INTEGRIDADE DE MONUMENTO TOMBADO

Page 7: Revista Arq Aco 05

5ARQUITETURA AÇO&

O SHOPPING CENTER MUELLER, em

Curitiba, precisava expandir sua área

para abrigar um complexo de salas de

cinema, atendendo à demanda cres-

cente da capital paranaense por áreas

de lazer cultural. Mas, como o centro de

compras está instalado em um edifício

de grande valor histórico, não se pode-

riam fazer modificações ou ampliar

sua área edificada. Afinal, o prédio foi

tombado por ter sido a sede da pri-

meira indústria metalúrgica do Paraná,

fundada por Gotlieb Mueller em 1878.

Então, o arquiteto Adolfo Sakaguti,

responsável pelo projeto de expansão,

buscou uma alternativa que, além de

solucionar o problema, criaria um novo

elemento na paisagem curitibana.

Sakaguti deixou livre um andar

inteiro de estacionamento do shop-

ping, o piso G3. Ergueu um edifício-

garagem num terreno do lado oposto

da rua e, para ligar as duas edificações,

criou uma passarela suspensa de aço e

vidro. Além de garantir a travessia

segura, a passagem também conta

com esteiras rolantes e ar-condicio-

nado, para conforto dos visitantes. A

passarela liga o quarto piso do edifí-

cio-garagem ao piso G2 do shopping,

onde o visitante tem acesso livre às

áreas de cinema e compras.

O aspecto futurista da passarela

metálica, cruzando o espaço aéreo da

Rua Mateus Leme, cria um contraste

proposital com a antiga fábrica. Isso

porque, segundo as normas de res-

tauro da entidade que cuida da pre-

servação na cidade, qualquer interfe-

rência construtiva que se dê no entorno

do patrimônio tombado não deve imi-

tar sua arquitetura. Assim, a passarela

Foto

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1. A passagem suspensa é sustentada por delgados tubos de aço nos limi-tes dos terrenos, sem atrapalhar o trânsito ou a visão da rua 2. A estru-tura de aço foi preparada para receber as esteiras rolantes e o fechamentode vidro. Para conforto dos visitantes, o túnel ganhou ar refrigerado 3. Apassarela finalizada, com as esteiras em direções opostas que permitem acontemplação da vista através do revestimento de vidro laminado

1. 3.

2.

Page 8: Revista Arq Aco 05

6 ARQUITETURA AÇO&

CORTE B

ELEVAÇÃO LATERAL

FECHAMENTO

de 61 metros de comprimento está

8,50 metros acima do nível da rua,

tem estrutura de aço e revestimento

de vidro laminado com estrutura de

Spider Glass, permitindo a visão pano-

râmica do entorno. Inovação também

se deu com as esteiras rolantes impor-

tadas da Áustria.

O aspecto da passarela e do edifí-

cio-garagem realmente contrasta

com a solidez do shopping, porém sem

diminuir a beleza da arquitetura his-

tórica. Assim, traz um bom exemplo

de como o aço pode ser utilizado de

forma versátil na construção civil. M

1. A passarela conecta-se ao shop-ping no piso G2, de onde é possívelacessar as áreas comuns de com-pras e cinema 2. Vista a partir daescadaria do centro comercial

1.

2.

Page 9: Revista Arq Aco 05

7ARQUITETURA AÇO&

Fotos Carlos Gueller

> Projeto: Adolfo Sakaguti

> Colaboradores: Celso Yabiku e Alexandre Cirino Santos

> Comprimento: 61 m

> Largura: 7,10 m (eixos de pilaresda sustentação), 4,20 m (largurainterna)

> Vão máximo: 25 m

> Aço empregado: ASTM A 36,ASTM A 572 e ASTM A 570

> Peso da estrutura: 53,48 t

> Fornecedor da estrutura metálica:Andrade & Rezende (projeto),Construtora Roca (fabricação e montagem)

> Construção: Itaenge Construções Civis

> Cliente: Companhia Brasileira deShopping Centers (Combrashop)

> Local: Curitiba/PR

> Data do projeto: 2001

> Conclusão da obra: 2003

Page 10: Revista Arq Aco 05

8 ARQUITETURA AÇO&8

Como uma ponte pênsil

VISTA LONGITUDINAL

TUBOS DE AÇO PATINÁVEL COM SEÇÃO CIRCULAR GANHARAM PINTURA RESISTENTE AO VENTO DO

LITORAL EM IMPORTANTE PASSAGEM SUSPENSA

Foto

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Page 11: Revista Arq Aco 05

9ARQUITETURA AÇO&

A PASSARELA DE PEDESTRES sobre o Complexo Viário Joana

Bezerra, em Recife, surgiu da necessidade de garantir maior segu-

rança para a travessia e impedir atropelamentos no trajeto. A

região abriga prédios públicos como o fórum e um centro de

saúde. O local, com tráfego intenso de veículos, também é um

importante ponto de ligação entre as zonas norte, sul e oeste da

cidade. O carmim domina a pintura da estrutura, à base de epóxi e

com acabamento de poliuretano para resistir às intempéries.

O projeto arquitetônico e estrutural da passarela foi realizado

pela empresa Stabile Engenharia e Arquitetura, que projetou uma

estrutura mista, contando com infra-estrutura de estacas pré-

moldadas de concreto e superestrutura de aço. Como é desmon-

tável e de rápida execução, pode ser reutilizada em outro local,

caso seja necessária sua retirada deste complexo viário.

A passarela tem 60 metros de comprimento, é coberta com

telha de aço galvanizado e protegida lateralmente por gradil do

mesmo material. Segundo os projetistas, sua estrutura treliçada

tridimensional conta com tabuleiro inferior tendo 54 metros de vão

central e dois balanços de 3 metros cada. Está suspensa por pen-

durais a cada 3 metros, içados sobre dois pilões aporticados, desvia-

dos por dois mastros e ancorados em concreto ao nível do solo.

O comportamento tridimensional da estrutura, com alta rigidez

à flexão e torção, conseqüentemente eliminou vibrações induzidas

por ventos e pedestres, problemas comuns em estruturas pênseis. M

> Projeto: Stabile Engenharia eArquitetura

> Colaboradores: DanielBerenguer, Diego Oliveira e LuizAugusto Vanderley

> Comprimento: 60 m

> Largura: 30 m

> Vão máximo: 54 m

> Aço empregado: aço de altaresistência mecânica e à corrosão atmosférica, com limite de escoamento de 250 MPa e 350 MPa

> Peso da estrutura: 139,7O t

> Fornecedor da estrutura metálica: Vallourec &Mannesman do Brasil

> Construção: ConstrutoraTriumpho

> Cliente: URB – Empresa deUrbanização do Recife

> Local: Recife/PE

> Data do projeto: junho de 2002

> Conclusão da obra: outubro de 2005

A passarela cruza avenida que recebe tráfego intenso das zonas norte, sul eoeste de Recife. O aço possibilitou rápida execução, minimizando as interferên-cias neste sistema viário

Fred

Jor

dão

1. A tridimensionalidade da estrutura permitiualta rigidez à flexão e torção, evitando vibra-ções 2. Rampas de acesso também receberampintura epóxi com acabamento em poliuretano

1. 2.

Page 12: Revista Arq Aco 05

10 ARQUITETURA AÇO&10

A passarela é um elemento escultórico com-pondo com a volumetria dos edifícios proposi-talmente diferentes entre si. Vista a partir darecepção, projeta sombra para o espelho d’águae reflexo para a fachada espelhada

TODA A CONCEPÇÃO DO ESPAÇO NATURA, em Cajamar, interior

de São Paulo, segue conceitos de sustentabilidade, respeito ao indi-

víduo e ao meio ambiente. No terreno de 750 mil m2 ergueu-se um

verdadeiro “campus” industrial, com 12 unidades de atividades da

empresa, incluindo fábrica, laboratórios de pesquisa, escritórios

administrativos, treinamento, atendimento ao consumidor, áreas

de estoque e distribuição, além de restaurante, clube, serviços sociais

e creche para os filhos de funcionários. O projeto arquitetônico do

escritório Roberto Loeb e Associados buscou traduzir em formas e

funcionalidade o programa previsto.

O conjunto está longe de se assemelhar às antigas fábricas cuja

imagem guardamos nas lembranças da infância: um grande bloco

de tijolos com chaminés. Aqui, ao contrário, as curvas do concreto

e a transparência do vidro predominam em edifícios horizontais

independentes, que dialogam com a natureza presente no vale do

Rio Juqueri. Assim também é com o aço, que se apresenta leve e com

pintura branca, muitas vezes fazendo a ligação entre os edifícios.

Valorizando a paisagemFLEXIBILIDADE E FORÇA SE ENTRELAÇAM NOS TUBOS E TRELIÇAS

METÁLICAS QUE FORMAM A PASSARELA SOBRE UM JARDIM DE

JABUTICABEIRAS NO ESPAÇO NATURA

Page 13: Revista Arq Aco 05

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Page 14: Revista Arq Aco 05

12 ARQUITETURA AÇO&

Dessa forma, destaca-se a passarela de ligação entre a recepção de

linhas curvas e o bloco de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), que

poderia ter apenas a função de transportar pessoas de um lado para

outro, porém o desenho em arcos metálicos se fez arrojado e origi-

nal. Utilizando-se de 40 toneladas de aço, a passarela foi feita em

perfis tubulares que formam um desenho único, suspenso sobre um

jardim de jabuticabeiras plantadas em canteiros.

A opção por treliças de aço se deu porque a passarela precisa-

va vencer um vão de 30 metros que separa os dois edifícios.

Assim, seu desenho acompanha o diagrama de esforços de uma

viga biapoiada. E, para maior conforto dos pedestres, as paredes

internas da passarela foram revestidas de vidro transparente, que

permite visualizar todo o entorno. Aliás, a necessidade de manter

Robe

rto

Loeb

Page 15: Revista Arq Aco 05

13ARQUITETURA AÇO&

1. As paredes fechadas de vidro transparente do piso ao teto per-mitem a contemplação e o contato com a paisagem do entorno 2.Outras passarelas de aço ou concreto também valorizam as áreasexternas 3. Concreto, vidro e aço predominam no projeto

CORTE LONGITUDINAL

1. 2. 3.

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Page 16: Revista Arq Aco 05

14 ARQUITETURA AÇO&

> Projeto: Roberto Loeb eAssociados S/C Ltda.

> Colaboradores: Sérgio Casas,Adilson Yoshimato, AndréaCastanheira, Carlos E. Machado,Cláudia Shirashi, Eduardo Rodrigues, Estevan Martins,Francisco Cassimiro, Jorge Ferraz,Nicola Pugliesi, Nina Furukawa,Paulo Goyano, Rodrigo Loeb, SandraPini e Damiano Leite (estagiário)

> Comprimento: 35,50 m

> Largura: de 3,20 a 5,20 m

> Vão máximo: 30 m

> Aço empregado: vigas I: ASTMA36; perfis tubulares: ASTM A53

> Peso da estrutura: 40 t

> Fornecedor da estrutura metálica:Forte Metal

> Construção: ContrucapEngenharia e Comércio S/A

> Cliente: Natura Indústria eComércio de Cosméticos

> Local: Cajamar/SP

> Data do projeto: 1996-2001

> Conclusão da obra: 1997-2001

contato com a paisagem é uma constante no projeto, em todos os

setores da empresa.

Uma das vantagens da utilização do aço na passarela foi a pos-

sibilidade de pré-fabricação das peças e a montagem no próprio

canteiro de obras. As peças maiores foram executadas em fábrica

e transportadas para o terreno. Ainda no chão do canteiro foi pos-

sível montar as conexões menores, testar as soldas e fazer reto-

ques necessários na pintura. Em seguida, a passarela pôde ser

içada já em sua configuração final e ligada ao concreto das edifi-

cações por inserts metálicos.

O arquiteto Roberto Loeb ganhou um concurso fechado para a

realização do projeto do Espaço Natura em 2001 e, desde o início,

imprimiu ao desenho arquitetônico o traço e a volumetria que

são característicos em suas obras, como as grandes aberturas, o

concreto aparente e a curva. Neste caso, também se responsabili-

zou pelos projetos de paisagismo e arquitetura de interiores.

Alguns desses elementos remetem a detalhes que se encontram

em obras como o Centro de Cultura Judaica, em São Paulo, ou o

Santander Cultural, em Porto Alegre. A preocupação com o bem-

estar das pessoas que ocuparão a obra, sejam moradores, traba-

lhadores ou visitantes, também se encontra no projeto para a

Natura, assim como no projeto para o Edifício São Vito ou na

Oficina Boracéa, ambos em São Paulo. M

1. Recepção2. Passarela dos laboratórios

à área de circulação3. Passarela da recepção

ao P&D4. Passarela do estacionamento

à recepção de visitantes5. Pesquisa e Desenvolvimento

(P&D)6. Estacionamento7. Portaria8. Reservatório elevado9. Expedição10. Almoxarifado11. Tanques12. Fábrica13. Bloco de apoio a

funcionários14. Serviços e manutenção15. Tratamento de efluentes16. Clube17. Via Anhangüera18. Rio Juqueri19. Núcleo de aperfeiçoamento

Natura

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2

4

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Page 18: Revista Arq Aco 05

16 ARQUITETURA AÇO&16

A PONTE WILSON PINHEIRO, também conhecida como Brasil–

Bolívia, está entre a cidade de Brasiléia, no Acre, e Cobija, na República

de Pando, em território boliviano. É estaiada, com tabuleiro sustenta-

do por uma única torre de 37,60 metros em forma de A, que suporta

vãos assimétricos de 39 e 76,30 metros. O método construtivo de

ponte empurrada viabilizou o lançamento da estrutura metálica sem

a necessidade de guindastes, segundo o engenheiro Iberê Martins da

Silva, da Outec Engenharia, responsável pelo projeto executivo.

“Utilizando a estrutura da torre e pilares provisórios nas mar-

gens, a grelha formada por longarinas e transversinas foi empur-

rada pelas duas margens no vão de 76,30 metros, de modo a

encontrar-se no meio do rio”, explica o engenheiro. A ponte ficou

pronta depois de 13 meses de trabalho, melhorando o fluxo de

veículos e pedestres entre os dois países.

O tabuleiro é uma estrutura mista formada por duas vigas lon-

garinas com transversinas metálicas a cada 11,50 metros e laje de

concreto armado, ligada por conectores metálicos. Conta com duas

passarelas de pedestres e uma pista de rolamento para veículos,

respectivamente com 2,10 e 3,50 metros. A largura total do tabu-

leiro soma 8,70 metros.

Ligação sul-americana

O engenheiro também conta que a

opção por uma ponte estaiada está

ligada às condições de trabalho na

calha do rio, dificultada pela grande

elevação do nível de água na época

das chuvas. Conseqüentemente, a re-

dução de apoios na calha diminui o

acúmulo de balseiros (troncos, ramos,

folhas e detritos carregados pelo rio

durante as cheias).

A adoção da estrutura de aço nas

vigas principais garantiu a maior

velocidade de execução da obra, facili-

tou o método construtivo e garantiu a

leveza do tabuleiro. E, em última aná-

lise, o estaiamento valorizou o aspecto

estético da ponte, que, afinal, é um

marco binacional, que carrega a espe-

rança de desenvolvimento regional. M

PONTE ESTAIADA SOBRE O RIO ACRE CONECTA O BRASIL À

BOLÍVIA, FACILITANDO O TRÂNSITO DE VEÍCULOS E PEDESTRES

Page 19: Revista Arq Aco 05

17ARQUITETURA AÇO&

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1. Fase inicial das obras em terras brasileiras 2. Os estais transmitem a carga do tabuleiro para a torre deconcreto de 37,60 metros de altura 3. Cabos tensionados sustentam o tabuleiro 4. A laje em balanço utilizou-se de pré-lajes para minimizar a utilização de fôrmas para concreto in-loco

Além do valor estético, a ponte estaiada reduz a quantidade de apoios na calha do rio

1. 2. 3. 4.

> Projeto: Departamento de Estradase Rodagem do Acre

> Comprimento: 118 m

> Largura: 4,50 m

> Vão máximo: 100 m

> Aço empregado: aço de altaresistência mecânica e à corrosão atmosférica, com limite de escoamento de 350 MPa

> Peso da estrutura: 137 t

> Fornecedor da estrutura metálica:Metasa S.A. Indústria Metalúrgica

> Construção: estaiada, longarinas em perfis I soldados, conectoresdobrados de chapa, vigas transversinas tubulares em perfil Ude chapa dobrada, perfis I parafusados, aço resistente a corrosão

> Cliente: Governo Federal

> Local: Brasiléia/AC

> Data do projeto: setembro/2003

> Conclusão da obra: março/2004

Page 20: Revista Arq Aco 05

18 ARQUITETURA AÇO&

O INTENSO E ININTERRUPTO FLUXO DE VEÍCULOS dificultava a

realização de obras de grande porte na confluência de seis impor-

tantes avenidas na região do Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Assim, o Complexo Viário João Jorge Saad, conjunto de viadutos

compostos por cinco ramos, foi erguido em estrutura mista de aço e

concreto, minimizando os impactos ao trânsito e ao ambiente.

Para atender às necessidades do projeto geométrico, com várias cur-

vas compostas, além das restrições para a locação dos pilares – cau-

sadas pelas vias e utilidades já implantadas –, não foram utilizadas

estruturas padronizadas, pré-fabricadas ou pré-moldadas. Assim, a

estrutura mista de aço e concreto foi constituída por grandes vigas

longitudinais de aço e um tabuleiro de concreto armado, sendo a

A ESTRUTURA MISTA DE AÇO E CONCRETO FOI A SOLUÇÃO IDEAL PARA ERGUER O CONJUNTO DE VIADUTOS

EM REGIÃO URBANA DE ALTO TRÁFEGO

Tentáculos da metrópole

O complexo viário está na confluência de seisavenidas importantes na região do ParqueIbirapuera, em São Paulo

Page 21: Revista Arq Aco 05

19ARQUITETURA AÇO&

solução que melhor atendeu aos requisitos necessários da obra, pois

não interferiu no tráfego, viabilizando a construção dentro do prazo.

A opção pelo aço ainda possibilitou a pré-montagem e soldagem

dos componentes da estrutura de aço em uma área próxima à obra.

Os segmentos da viga caixão chegavam a ter até 60 metros de com-

primento e peso de 100 toneladas, e foram içados e apoiados sobre

pilares definitivos com a utilização de guindastes. E os segmentos

das alças, com 18 metros de largura, 40 metros de comprimento e

peso de até 200 toneladas, eram pré-montados ao lado dos pilares e

depois içados com a utilização simultânea de até três guindastes. M

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> Projeto: Promom Engenharia

> Colaboradores: UsiminasMecânica e RMG Engenharia

> Comprimento: 978,50 m

> Largura: 7,60 a 20 m

> Vão máximo: 50 m

> Aço empregado: aço de maiorresistência à corrosão atmosférica, com limite de escoamento de 350 MPa

> Peso da estrutura: 2 300 t

> Fornecedor da estrutura metálica: Usiminas Mecânica

> Construção: ConsórcioConstran, Odebrecht/CBPO e Usiminas Mecânica

> Cliente: Emurb – PrefeituraMunicipal de São Paulo

> Local: São Paulo/SP

> Data do projeto: 1998

> Conclusão da obra: 1999

1. O projeto com curvas compostas não permitiu a utilização de pré-moldados 2.Complexidade da malha viária ditou a implantação dos pilares 3. Vigas longitudinaisde aço e tabuleiro de concreto armado compõem a estrutura

1. 2. 3.

Page 22: Revista Arq Aco 05

20 ARQUITETURA AÇO&

A PASSARELA DO BAIRRO BELVEDERE, em Belo Horizonte, foi

planejada para dar segurança ao pedestre que precisa cruzar a

Avenida Nossa Senhora do Carmo, uma das principais vias de

acesso à cidade. A solução arquitetônica dispensou apoio no can-

teiro central da via, permitindo uma obra limpa e sem criar

obstáculos que poderiam, no futuro, atrapalhar o sistema viário

em caso de remanejamento. Composta por uma estrutura de tubos

de aço de seção circular e retangular, sem costura, a Passarela

Belvedere vence um vão de 29,50 metros.

Uma característica marcante da estrutura da passarela é o sis-

tema de sustentação, cujo piso está suspenso por pendurais em

duas treliças paralelas. Para vencer o vão de quase 30 metros, essas

20

Passarela do povoUMA MOVIMENTADA AVENIDA EM BELO HORIZONTE PODE SER TRANSPOSTA

COM MAIS SEGURANÇA PELOS PEDESTRES

A solução arquitetônica encontrada para a pas-sarela mineira dispensou apoios no canteirocentral da avenida. Assim não criará obstácu-los ao sistema viário em caso de remaneja-mento da estrutura

Page 23: Revista Arq Aco 05

21ARQUITETURA AÇO&

> Projeto: Alípio Castello Branco

> Colaboradores: Maurício Dario,Afonso Henrique MascarenhasAraújo, Luiz Gonzaga Queiroz,Wagner Resende Rocha, RenatoBranco e Cláudio Rodrigues deAndrade

> Comprimento: 170 m

> Largura: 2 m

> Vão máximo: 29,50 m

> Aço empregado: aço de altaresistência mecânica e à corrosão atmosférica, com limite de escoamento de 250 MPa e 350 MPa

> Peso da estrutura: 46 t

> Fornecedor da estrutura metálica:Brafer Construções Metálicas S.A.

> Construção: Brafer ConstruçõesMetálicas S.A.

> Cliente: Sudecap/BH

> Local: Belo Horizonte/MG

> Data do projeto: 2004

> Conclusão da obra: 2004

treliças são atirantadas em uma torre de 20 metros de altura, loca-

lizada numa das extremidades da ponte.

Procurando integrar estética e solução de estabilidade, o piso

da passarela, com 2 metros de largura, pousa numa estrutura de

seção trapezoidal, que tem 4 metros de largura na base, 2 metros

no plano superior e altura de 4 metros.

Ao longo de toda a extensão da passarela, os arcos da cobertu-

ra foram cobertos por uma tela, assim como o guarda-corpo, pro-

porcionando certa proteção e possibilitando a visibilidade do

entorno às pessoas que ali circulam.

Como acabamento, luminárias situadas no topo da torre valo-

rizam o arco, além de garantir maior segurança durante a noite. M

1. Moradores utilizam-se do novo caminho feitode tubos de aço de seção circular e retangularque vencem vão de quase 30 metros 2. Carac-terística marcante: a sustentação é feita porpendurais em treliças paralelas, atirantadasem uma torre de 20 metros de altura, localizadanuma das extremidades da passarela

1. 2.

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Page 24: Revista Arq Aco 05

22 ARQUITETURA AÇO&

PARA ESTAR À ALTURA DA ESTÉTICA arquitetônica de Brasília, a

Ponte JK precisava ser projetada como uma bela escultura que,

além de ser um novo marco para a cidade em pleno Lago

Paranoá, pudesse ser funcional. A estrutura liga o Setor Habi-

tacional Individual Sul ao Centro do Plano Piloto, atendendo a

uma população com mais de 2 milhões de habitantes. Pousando

sobre a superfície da água, três arcos estaiados brincam com a

sinuosidade da ponte.

A grandiosidade do projeto se traduz em números: foram uti-

lizadas 12 580 toneladas de aço (com limite de escoamento de 350

MPa) na ponte e 1 350 toneladas de aço (com limite de escoamento de

300 MPa) nas estruturas auxiliares, sendo o aço de maior resistência

à corrosão atmosférica em ambos os casos. Possui 720 metros de

extensão e 24 metros de largura total, contando com duas pistas com

três faixas cada uma, além de passarelas para pedestres e ciclistas

nas laterais, cada uma com 1,5 metro de largura. Os arcos foram colo-

cados em diagonal no percurso da ponte, sustentando o tabuleiro por

22

Escultura sobre espelho

meio de estais formados por cordoalhas

de aço. Os blocos das fundações foram

implantados abaixo da linha d’água,

provocando a sensação de que a estru-

tura apóia-se sobre o espelho d’água.

O arquiteto Alexandre Chan afir-

ma que, em razão do arrojo da obra, o

aço foi o material predominante. Pos-

sibilitou a utilização de chapas em

dimensões especiais, minimizando

perdas e viabilizando a padronização

dos painéis, facilitando a montagem

in loco. Também foi possível ter con-

trole total sobre o comportamento do

metal durante os processos de sol-

dagem e montagem, garantindo agili-

dade na execução da obra. M

PONTE QUE CRUZA O LAGO PARANOÁ É O MAIS RECENTE

MARCO NA PAISAGEM DO DISTRITO FEDERAL

Page 25: Revista Arq Aco 05

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23ARQUITETURA AÇO&

d’água

> Projeto: Alexandre Chan

> Colaboradores: M. V. Verde

> Comprimento: 1 200 m

> Largura: 24 m

> Vão máximo: 240 m

> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosãoatmosférica, com 300 MPa e 350 MPa

> Peso da estrutura: 28 030 t

> Fornecedor da estrutura metálica:Usiminas Mecânica S/A

> Construção: Consórcio ViaDragados e Usiminas Mecânica

> Cliente: Novacap – Cia. Urbanizadorada Nova Capital Brasil

> Local: Brasília/DF

> Data do projeto: 1998

> Conclusão da obra: 2002

1. Quase 14 mil toneladas de aço foram utilizadas na obra.Os arcos cruzam o tabuleiro e apóiam-se abaixo da linhad’água 2. O tabuleiro é sustentado por estais formados porcordoalhas de aço

1. 2.

Page 26: Revista Arq Aco 05

24 ARQUITETURA AÇO&

Vencendo décadas

Com 125 metros de extensão, a ponte sobre o Rio Guacá,

localizada em Mogi das Cruzes, São Paulo, segue as cur-

vas das encostas da Serra do Mar. O traçado conta com

dois trechos distintos: um reto, com 24 metros de com-

primento, e outro curvo, com 45 metros de raio, 102

metros de comprimento e rampa transversal com 8%

de declividade. A seção com quatro longarinas de alma

cheia foi adotada no trecho reto e, pela resistência à

torção e leveza proporcionada, a de dois caixões trape-

zoidais mistos foi escolhida para o trecho curvo.

No ponto de transição de uma encosta à outra, a

travessia do rio precisava ser feita em curva de

pequeno raio, considerando as características de um

rio serrano, com cheias rápidas e deslocamentos de

pedras, o que exigiu grandes vãos, sem abrir mão da

segurança, beleza e economia materiais.

PONTE SOBRE RIO CONTA COM GRANDES VÃOS QUE RESISTEM ÀS CHEIAS E DESLIZAMENTOS DE PEDRAS

NAS CURVAS DA SERRAPONTE SOBRE O RIO GUACÁ

Page 27: Revista Arq Aco 05

25ARQUITETURA AÇO&

SOLUÇÃO ESTÉTICA E SEGURA SOBRE A BR-116

COM A IMPLANTAÇÃO DE GRANDES USINAS DE AÇO NO BRASIL, COMO A CSN, EM 1941, A COSIPA,EM 1953, E A USIMINAS, EM 1962, A PRODUÇÃO DE AÇO PARA OBRAS CIVIS AJUDA A CONSOLIDAR A

INDÚSTRIA DE BASE NA DÉCADA DE 70. VEJA, A SEGUIR, DUAS OBRAS QUE FAZEM PARTE DESSA HISTÓRIA

Como o viaduto não poderia contar com apoios centrais, que prejudicariam o fluxo da rodovia logo abaixo, a sustentação foifeita por pórticos rígidos, de pernas inclinadas – uma solução elegante e discreta no cruzamento com a BR-116

LEVEZA E ESTÉTICA SEM INTERFERIR NO FLUXO DE UMA DAS PRINCIPAIS RODOVIAS DO PAÍS

1979-1980

VIADUTO CIDADE DO AÇO

1. 2. 3. Obedecendo às irregu-laridades do terreno de serra, otraçado da ponte conta com umtrecho reto e outro curvo

1. 2.

3.

O Viaduto Cidade do Aço, no cruzamento da BR-116

com a rodovia VRD-001, em Volta Redonda, Rio de

Janeiro, foi projetado com técnica arrojada, con-

siderando a inviabilidade de apoios centrais e a

necessidade de rapidez na execução da obra, para

não interferir no fluxo da rodovia. Por isso, escolheu-

se a estrutura de pórticos rígidos de pernas incli-

nadas para sustentação – uma solução de plástica

interessante para seus 90 metros de comprimento.

Vigas I com 1 metro de altura foram usadas nos

vãos laterais e centrais, enquanto nos trechos

intermediários a altura é variável em função de

aspectos como resistência, interseções e con-

cordâncias com as vigas e da estética desejada.

Sua montagem foi executada por torres pro-

visórias e seu içamento foi feito por guindastes.

Page 28: Revista Arq Aco 05

26 ARQUITETURA AÇO&

Caminho do agronegócioA TRELIÇA DE AÇO FOI A SOLUÇÃO IDEAL PARA TRANSPOR O RIO PARANÁ, LIGANDO A REGIÃO CENTRO-OESTE AO PORTO DE SANTOS, FACILITANDO A LOGÍSTICA NO TRANSPORTE DE CARGAS

Page 29: Revista Arq Aco 05

27ARQUITETURA AÇO&

COM A NECESSIDADE DE ESCOAR A PRODUÇÃO dos estados do

Centro-Oeste do Brasil pelo maior porto da América Latina, em

Santos, criou-se a ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná.

Interligando os sistemas ferroviários da Ferronorte e da Fepasa, a

ponte é uma das obras mais importantes para a consolidação de

um sistema intermodal de transporte, reduzindo a dependência de

rodovias que levam aos principais mercados do Sudeste do país.

Para viabilizar a construção da ponte em aspectos técnicos e

econômicos, optou-se pela utilização de estruturas de aço com tre-

liças contínuas. As treliças apresentam vãos livres de 100 metros,

com extensão total de 2 600 metros (sendo dois trechos de 600

metros e outros dois de 700 metros de comprimento).

Segundo os engenheiros da Constran, inicialmente a ponte

havia sido projetada em concreto protendido, da seguinte forma:

dois trechos com 1 180 metros de comprimento de cada lado da ilha

central, somados a mais um trecho em aterro de 235 metros sobre a

ilha, o que totalizava 2 595 metros de extensão da travessia. Essa

solução estrutural, porém, resultava em grandes comprimentos dos

tubulões submersos. Então, a empresa buscou alternativas estrutu-

rais, encontrando na treliça de aço a solução mais adequada.

A ponte rodoferroviária do Rio Paraná possui dois níveis de rola-

mento para transporte de passageiros e cargas: a ferrovia, que está

apoiada em dormentes sobre duas longarinas no estrado inferior da

treliça, e a rodovia, no estrado superior, que suporta um tabuleiro

com 17,40 metros de largura, sustentando quatro pistas de tráfego. M

Fotos Usiminas Mecânica / RMG Engenharia

A leveza da treliça em aço com vãos que chegam a 100 metros possibilitou a construção de tubulões submersos menores. A ponte pos-sui 2 600 metros de comprimento, com dois níveis de rolamento para atender às necessidades de transporte de cargas e passageiros.A ferrovia passa no estrado inferior da treliça, enquanto, na parte superior, o tabuleiro sustenta uma rodovia com quatro pistas

> Projeto executivo: Sondotécnica,Planservi Engenharia, J. MasonEngenharia e RMG Engenharia

> Projeto de Fabricação e Projeto deMontagem das EstruturasMetálicas: Usiminas Mecânica eRMG Engenharia

> Comprimento: 2 600 m

> Largura: 17,40 m

> Vão máximo: 100 m

> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão, comlimite de escoamento de 350 MPa

> Peso da estrutura: 20 650 t

> Fornecimento e fabricação dasestruturas metálicas: UsiminasMecânica

> Detalhamento da superestruturametálica: RMG Engenharia

> Construção: Constran e UsiminasMecânica

> Cliente: Fepasa – Ferrovia Paulista S.A.

> Local: Divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, ligando Rubinéia (SP) àAparecida do Taboado (MS)

> Data do projeto: 1991

> Conclusão da obra: 1995

Page 30: Revista Arq Aco 05

28 ARQUITETURA AÇO&

Desafio múltiploAO TODO, CINCO PASSARELAS E RAMPAS PARA PEDESTRES QUE,SOMADAS, ATINGEM 1 380 METROS DE EXTENSÃO

Page 31: Revista Arq Aco 05

29ARQUITETURA AÇO&

Foto

s Ge

rdau

Aço

min

as

MONTAR CINCO PASSARELAS PARA PEDESTRES numa rodovia de

grande tráfego de veículos foi o desafio que o engenheiro Cássio

Ferraz Sampaio Júnior, da Sidertec, responsável pela obra, conseguiu

superar, graças ao cumprimento de um rígido cronograma e à utiliza-

ção do aço na construção da estrutura e das rampas de acesso. Assim,

pôde cumprir o exíguo prazo de 120 dias para a entrega de passarelas

para pedestres do Rodoanel Mario Covas, no estado de São Paulo. As

passarelas são constituídas por vigas isostáticas, treliçadas, combi-

nando 2,20 metros de largura e 2,50 metros de altura. Em extensões

variadas, medem de 117 metros a 400 metros. Junto com as rampas de

acesso, as cinco passarelas somam 1 380 metros de extensão.

Segundo o engenheiro, a maior dificuldade da obra foi o proces-

so de montagem, pois ela teve de ocorrer no período noturno, sendo

necessária a paralisação das vias do Rodoanel, com o trânsito des-

viado para rotas pré-estabelecidas. Por isso, o prazo precisou ser

1. A pré-montagem garantiu a con-clusão da obra no prazo de 120 dias2. Detalhe de um nó estrutural

1. 2.

Page 32: Revista Arq Aco 05

cumprido à risca. Inclusive, as interdi-

ções das pistas eram informadas com

uma semana de antecedência em jor-

nais de grande circulação, indicando a

previsão de início e fim da paralisação.

Com as vigas laterais na forma de

grandes treliças de perfil laminado e

com o piso das passarelas executado

com lajes estruturais tipo steel deck, o

resultado foi uma solução leve que

consegue vencer grandes vãos livres,

chegando a alcançar cerca de 35 metros.

As seções são apoiadas em pórticos

Passarelas construídas com vigas isostáticas treliçadas e piso executado com lajesestruturais tipo steel deck

Manuais da Construção em Aço

Títulos disponíveis

• Edifícios de Pequeno Porte

Estruturados em Aço

• Galpões para Usos Gerais

• Ligações em Estruturas

Metálicas

• Alvenarias

• Painéis de Vedação

• Tratamento de

Superfície e Pintura

• Resistência ao

Fogo das

Estruturas de Aço

• Transporte e Montagem

• Steel Framing: Arquitetura

Foto

s Ge

rdau

Aço

min

as

Page 33: Revista Arq Aco 05

metálicos, como pilares, ancorados em

blocos de concreto armado. Sua monta-

gem foi feita com todas as peças pré-

montadas ao lado das pistas da rodovia,

sendo erguidas por guindastes de gran-

de porte. Em toda a obra foi utilizado o

aço ASTM A 572 Grau 50 pintado com

rígido controle de qualidade, segundo a

norma N 1550, da Petrobras. Além de

garantir a rapidez na montagem, respei-

tando o prazo previsto, o aço proporcio-

nou um preço mais competitivo para

este tipo de obra. M

Revista Arquitetura & Aço

Para mais informações, visite o site: www.cbca-ibs.org.br

> Projeto: SidertecEstruturas Metálicas Ltda.

> Colaborador: GerdauAçominas

> Comprimento:travessia (35 + 35 + 27 + 20 = 117 m), rampas (30 + 30 = 60 m)

> Largura: 2,75 m

> Vão máximo: 35 m

> Aço empregado: ASTM A 572de alta resistênciamecânica, com limite de escoamento de 345 MPa

> Peso da estrutura: aprox.350 kg/m

> Fornecedor da estrutura metálica: Sidertec

> Construção: Sidertec

> Cliente: Dersa –Desenvolvimento Rodoviário S.A.

> Local: Rodoanel Mário Covas– SP21 (São Paulo/SP)

> Data do projeto:setembro/2003

> Conclusão da obra:maio/2004

Page 34: Revista Arq Aco 05

32 ARQUITETURA AÇO&

expediente

Revista Arquitetura & Aço

Uma publicação trimestral da Quadrifoglio Editora

para o CBCA, Centro Brasileiro da Construção em Aço

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Arquitetura & Aço. Entretanto não nos com-

prometemos com a sua publicação. O mate-

rial enviado deverá ser acompanhado de

uma autorização para a sua publicação nesta

revista ou no site do CBCA, em versão eletrô-

nica. Todo o material recebido será arquiva-

do e não será devolvido. Caso seja possível

publicá-lo, o autor será comunicado.

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projeto e construção, autor do projeto, enge-

nheiro calculista e construtor. E endereço,

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