resumos programa de geologia ambiental

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Page 1: Resumos Programa de Geologia Ambiental
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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

Sumário

Programa de Geologia Ambiental

Anjos, Maria Luiza Martini dos - Mapeamento dos depósitos quaternários costeiros da ilha de São Francisco do Sul, Santa Catarina 01

Athayde, Gustavo Barbosa - Implicações da anisotropia estrutural na hidrodinâmica de aqüíferos, na borda oeste da Bacia do Parnaíba – aspectos preliminares do estudo 03

Bettú, Daniel Fabian - Unidades de paisagem geomórfica e mudanças geoambientais: o Alto Iguaçu, Paraná 05

Borchardt, Nicole - O uso da técnica de fotogrametria digital na elaboração de banco de dados de cunho geológico-geotécnico – aplicação no Proyecto Hidroeléctrico Mazar, Equador 07

Comelli, Cleciani - Caracterização hidrogeológica e hidroquímica do Sistema Aqüífero Parecis na zona urbana do município de Sinop-MT 09

Cruz, Cassiano Ricardo da - Estudo morfodinâmico das praias do Município de Itapoá, SC, Brasil 11

Erbe, Margarete C. Lass - Riscos de contaminação de águas subterrâneas: disposição de resíduos dos serviços de saúde na vala séptica de Curitiba - PR 12

Godoy, Luiz Carlos - Radioanomalias no Granito Serra do Carambeí, Estado do Paraná, e possíveis implicações no uso e ocupação do solo 14

Lemos, Clarice Farian de - Análise multitemporal da erosão na bacia hidrográfica do alto curso do rio Pitangui - PR 16

Lima, Marcos Gândor Porto - Desenvolvendo uma solução sustentável de proteção/recuperação costeira para Matinhos, litoral central do Paraná 18

Lisniowski, Maria Aline - Variabilidade espaço-temporal dos depósitos sedimentares entre a face praial e a face litorânea na planície costeira da Praia de Leste, PR, Brasil 20

Müller, Marcelo Eduardo José - Availação da dinâmica costeira do mar do Ararapira como subsídios à ocupação 22

Nagalli, André – Análise estrutural de taludes da mina Saivá a partir de modelo digital tridimensional 25

Osório, Quelen da Silva - Suscetibilidade de contaminação do Aqüífero 27

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

Cárstico em Colombo/PR

Quadros, Clécio José Lopes de - Dinâmica morfosedimentar associada ao regime de ondas em praias oceânicas do arco praial da Planície de Praia de Leste – PR 29

Schultz, João Paulo - Tecnógeno: transformação do relevo através da artificialização do meio geológico no município de Canoinhas, Estado de Santa Catarina 30

Silva, Maria Cristina Borges - Análise da evolução de uso e ocupação do solo na Região Cárstica Curitibana 32

Simioni, Bruno Ivan - Mapeamento e caracterização de recifes de arenito naturais da plataforma continental rasa paranaense 34

Souza, Adalberto Amâncio de – Aplicação de Conceitos Geoestatísticos na Modelagem hidrogeológica dos Aquíferos Serra Geral e Guarani no Estado do Paraná 37

Souza, Rogério Tadeu de - Efeitos na contaminação de água subterrânea por óleo diesel e gasolina em presença de etanol 39

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

Programa de Geologia Exploratória

Bongiolo, Alessandra de Barros e Silva - Caracterização estrutural da Bacia do Amazonas e seu embasamento através de métodos geofísicos: gravimetria, magnetometria e gamaespectrometria 41

Campos, Adriane Fátima de - Abordagem multiescala no domínio do Domo de Piratininga, SP 43

Costa, Juliana - Petrologia das rochas máficas da Bacia do Amazonas na região de Medicilândia, Estado do Paraná 45

Cunha, Paola Viana de Castro - Caracterização e gênese de calcretes da Formação Guabirotuba, Bacia de Curitiba 47

Ferreira, Carlos Henrique Nalin - Pegmatitos como guias de exploração de EGP e metais associados em basaltos da Formação Serra Geral, na região de Salto do Lontra, PR 49

Figueira, Isabella Françoso Rebutini - Caracterização morfoestrutural do Domo de Monte Alegre (PA) 51

Juk, Kaluan Frederico Virmond - Estudo comparativo das seções do Carbonífero Superior na borda sudoeste da Bacia do Parnaíba e na borda sul da Bacia do Amazonas 53

Lima, Fábio Macedo de - Litofaciologia dos sedimentos da Bacia de Curitiba, PR 55

Machado, Denise Alessandra Monteiro - Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por estudo de zircões 57

Mancini, Fernando - Tectônica rúptil na região da Cachoeira da Porteira, Rio Trombetas (PA) e correlação com eventos tectônicos da Bacia Sedimentar do Amazonas 59

Nascimento, Edenilson Roberto do - O Vale do Rio Ribeira como produto da tectônica formadora do Oceano Atlântico 61

Perico, Edimar - Significado evolutivo de feições microtectônicas de rochas da Província Maroni-Itacaiúnas e da Bacia do Amazonas na região de Altamira (PA) 63

Pierin, André Ramiro Hillani - Evolução estrutural da Faixa Tocantins ao longo de transecta EW entre as cidades de Santa Maria das Barreiras (PA) e Bom Jesus do Tocantins (TO) 65

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

Romeiro, Marco Antonio Thoaldo - Caracterização do arcabouço geofísico-estrutural da borda oeste da Bacia Sedimentar do Parnaíba 67

Santos, Carlos Eduardo dos - Modelo Geométrico e Geológico do Depósito de Crisotila da Mina Cana Brava – Minaçu Goiás 70

Sayama, Celia - Presença de minerais de amianto na rede viária de Piên-PR: potencial de perigo à saúde humana 71

Silva, Isabele Eliane da - Caracterização da morfologia estromatolítica em três afloramentos da Formação Capiru (Neoproterozóico do Estado do Paraná) e sua interpretação paleoambiental 73

Spisila, André Luiz - Análise estrutural da borda oeste da Bacia do Parnaíba 75

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Resumos

Programa de Geologia Ambiental

Mapeamento dos depósitos quaternários costeiros da ilha de São Francisco do Sul, Santa Catarina Anjos, Maria Luiza Martini dos ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

A ilha de São Francisco do Sul (ISFS) está localizada no norte do litoral de

Santa Catarina, sul do Brasil. Seu substrato é composto por rochas

graníticas e gnáissicas, concentradas a oeste da ilha, e por sedimentos de

origem continental e costeira, totalizando aproximadamente 270 km². As

rochas do embasamento pertencem ao Domínio Costeiro e foram

formadas entre o Proterozóico Superior e o Cambriano. A cobertura

sedimentar da ilha é composta por sedimentos continentais, concentrados

nos arredores das rochas do embasamento, e sedimentos costeiros

quaternários, distribuídos por toda a ilha. O objetivo central desse trabalho

é o mapeamento dos depósitos costeiros da ilha, com ênfase nos

holocênicos. O mapeamento dos mesmos foi realizado com base em 101

fotografias aéreas, escala 1:25.000, de 1978, cuja interpretação foi

digitalizada em Sistema de Informações Geográficas, e em cinco etapas

de levantamentos de campo. Os principais critérios utilizados para

determinar as unidades fotointerpretadas foram as suas texturas,

morfologia e distribuição na planície costeira da ilha. Nas etapas de campo

foram descritas fácies sedimentares em afloramentos de cada unidade e

também a morfologia das mesmas. As idades dessas unidades foram

inferidas utilizando-se critérios tais como diferenças de altitude, morfologia,

posição geográfica e comparação com áreas próximas semelhantes em

Itapoá e litoral paranaense, nas quais existem datações

14

C. Foram

definidas oito unidades de mapeamento: (1) rochas do embasamento e

sedimentos continentais associados a vertentes; (2) depósitos fluviais

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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quaternários, (3) depósitos de barreira pleistocênicos e (4) holocênicos; (5)

depósitos lagunares e (6) eólicos holocênicos; (7) depósitos de planícies

de maré e (8) praiais atuais. Os depósitos fluviais quaternários

concentram-se nas margens do rio Acaraí, no centro-leste da ilha, e

possuem uma área pequena. Os depósitos de barreira pleistocênicos

estendem-se desde os afloramentos do embasamento, a oeste, até os

depósitos lagunares holocênicos, a leste. Eles são arenosos e apresentam

em planta contornos sinuosos, cordões litorâneos e feições erosivas

atribuídas à dissecação por ação de antigas redes de drenagem de padrão

retangular. Os depósitos lagunares holocênicos constituem uma faixa

orientada NE com largura média de 3.400 m. Possuem relevo plano e, em

alguns locais, cordões litorâneos curvos e retilíneos, paralelos entre sim ou

truncados. Os depósitos são constituídos por areias-argilosas, argilas-

arenosas e argilas e são parte de um sistema barreira-laguna. A leste

dessa unidade estão os depósitos de barreira holocênicos, que compõem

uma faixa NE com 550 m de largura média. São arenosos e apresentam

relevo plano ou suave ondulado devido á presença de cordões litorâneos.

Sobre tais depósitos, na sua porção norte e central, ocorrem os depósitos

eólicos holocênicos. Esses são arenosos e apresentam-se como faixas de

dunas parabólicas voltadas para SE, com alturas de até 30 m na parte

norte e progressivamente menores para o sul. Os depósitos de planícies

de maré, de composição argilosa, localizam-se nas margens do rios

situados na costa oeste da ilha, voltados para a Baía da Babitonga. Os

depósitos praiais atuais, constituídos por areias, estão localizados na costa

leste, no extremo norte e no extremo sul da ilha, voltadas para o oceano.

Palavras-chave: mapeamento, depósitos quaternários, ilha de São

Francisco do Sul

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Profª Drª Maria Cristina de Souza; Nível: Mestrado; Título do projeto original da tese: Mapeamento dos Sistemas Deposicionais Costeiros Holocênicos da Ilha de São Francisco do Sul, Nordeste do Estado de Santa Catarina; Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos costeiros; Projeto guarda-chuva: Estratigrafia e Evolução das Barreiras Quaternárias Paranaenses e Norte Catarinenses; Data de entrada na pós-graduação: mar/2008; Nº de créditos concluídos: 15; Exame de qualificação: jun/2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 resumo aceite para publicação, 1

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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artigo previsto para submissão até dezembro; Data da Defesa: fev/2010; Possui Bolsa: sim; Período: mar/08 a fev/10; Fonte pagadora: CAPES. Implicações da anisotropia estrutural na hidrodinâmica de aqüíferos, na borda oeste da Bacia do Parnaíba – aspectos preliminares do estudo Athayde, Gustavo Barbosa ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho

Localizado na porção norte do Brasil, o Estado do Tocantins é abastecido

em quase sua totalidade por águas subterrâneas. Em alguns municípios, o

abastecimento dá-se por sistemas mistos de captação (águas

subterrâneas e superficiais), mais sujeito aos riscos climáticos, como

prolongados períodos de estiagem. Desta forma, o conhecimento de

estruturas tectônicas e litologias que caracterizem-se como potenciais

aqüíferos é de suma importância para esta região. Este trabalho objetiva

caracterizar a implicação da anisotropia estrutural nos diferentes aqüíferos

situados na borda oeste/sudeste da Bacia do Parnaíba e na Província

Tocantins. Para esta caracterização serão realizadas, dentre outras,

análises morfo-estrututurais em modelos digitais do terreno (SRTM);

análises multi-escala de lineamentos estruturais (análises direcionais, de

densidade e comprimento acumulado); levantamentos de campo para

mapeamento e descrição dos principais tipos de rochas e estruturas

(lineares e planares) existentes; determinação da direção e cinemática

destas estruturas; análise dos campos de tensão, bem como suas relações

temporais; modelagens fractais dos lineamentos estruturais, descrições

petrográficas e macroscópicas em lâminas / amostras orientadas, bem

como a integração com os resultados do arcabouço geofísico

(aeromagnetométrico e gamaespectometria) da área. Concomitante a

análise da anisotropia estrutural serão realizadas análises químicas

(método de espectrometria fluorescência de raios - X) e mineralógicas

(método de difratometria de raios-X) dos principais aqüíferos mapeados.

Ensaios granulométricos e descrições petrográficas complementarão os

ensaios para caracterizar a geoquímica dos reservatórios aqüíferos.

Através de uma coluna de lixiviação experimental, em um período de dois

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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anos de interação entre o fluido e a rocha triturada, pretende-se associar a

composição química e mineralógica dos litotipos com a análise do lixiviado

coletado. De um total de cinco etapas de campo previstas, a primeira

etapa foi realizada em abril de 2009, onde foram descritos cinqüenta e oito

afloramentos, em doze dias de campo. O objetivo desta primeira etapa de

campo foi reconhecer as principais formações geológicas, a estruturação

tectônica regional, bem como fornecer subsídios à logística das outras

etapas de mapeamento. Os seguintes litotipos pertencentes a Província

Tocantins foram descritos: gnaisses, xistos, filonitos e milonitos. Na Bacia

do Parnaíba foram mapeados conglomerados, arenitos, siltitos e folhelhos.

Resultados preliminares indicam que a direção azimutal N70 a 60W

predomina nos lineamentos de primeira ordem (escala de zoom 1:800.000)

traçados em imagem SRTM, tanto na bacia como na faixa, sendo assim

um primeiro indício da reativação de falhas do embasamento na bacia

sedimentar. Desta forma, espera-se contribuir com o aumento do

conhecimento científico da região, bem como caracterizar potenciais

estruturas exploratórias (falhas e / ou fraturas) que condicionem poços

tubulares com vazões representativas, caracterizando assim bons

prospectos exploratórios. O suporte financeiro desta pesquisa conta com

os recursos do Programa Tecnológico de Fronteiras Exploratórias –

PROFEX da PETROBRAS; dentro do projeto intitulado “Caracterização

estrutural da Faixa Tocantins e do flanco oeste/sudoeste da Bacia do

Parnaíba e implicações para reativação de falhas durante o Fanerozóico”,

sob coordenação, na UFPR, do Prof. Fernando Mancini. Agradeço a

CAPES pela concessão da bolsa de doutorado, bem como ao Prof. Dr.

Ernani Francisco da Rosa filho pela orientação desta pesquisa.

Palavras-chave: anisotropia estrutural, aqüíferos, Bacia do Parnaíba

Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): não possui; Nível: doutorado; Título do projeto original da tese: Implicações da Anisotropia Estrutural na Hidrodinâmica de Aqüíferos, na borda oeste da Bacia do Parnaíba; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Recursos Hídricos; Data de entrada na pós-graduação: 03/2009; No de créditos concluídos: 34 créditos; Exame de qualificação: previsto para 09 / 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: 01 artigo submetido ao Boletim Paranaense de Geociências; Data da Defesa: 02 / 2013; Possui Bolsa: Sim; Período: 04 / 2009 a 03 / 2013; Fonte pagadora: Capes.

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Unidades de paisagem geomórfica e mudanças geoambientais: o Alto Iguaçu, Paraná Bettú, Daniel Fabian ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani

A inexistência de informações geoambientais espacializadas é importante

limitador ao desenvolvimento de políticas públicas relacionadas à adoção

de medidas de prevenção/contenção de impactos ambientais; entre outros,

àqueles ligados à ocupação inadequada do solo. Historicamente o

resultado da falta de planejamento de uso e da ocupação territorial

acarreta em custos financeiros elevados, além da perda de vidas

humanas, decorrentes de processos da dinâmica natural, sejam eles

amplificados ou não pela ação humana. Entre os eventos naturais com

potencial para conflitos relacionados à ocupação territorial destacam-se as

inundações e escorregamentos de solo, sendo que estes são normalmente

prognosticáveis devido a indícios das condições geoambientais do terreno.

Neste contexto, unidade de paisagem é um conceito em desenvolvimento,

e que vem se constituindo uma importante ferramenta para análise e

gestão das unidades geoambientais naturais. Estas podem ser

representadas por elementos descritivos independentes que qualificam e

quantificam atributos da paisagem, refletindo processos ativos atuais ou

históricos. Tais elementos podem ser adquiridos objetivamente e

constituem critérios diagnósticos das unidades de paisagem. Sucessivas

unidades de paisagem (mesmos atributos) que ocorrem continuamente

numa área geográfica, constituem uma zona homóloga. Uma adequada

qualificação e classificação das unidades de paisagem devem, portanto,

constituir a fundamentação básica para o planejamento da ocupação do

território, especialmente aquele que precisa ser objeto de proteção

especial. Um conjunto de variáveis/evidências qualificadoras de uma

paisagem deve, então, permitir a criação de um modelo descritivo da

paisagem e por sua vez um modelo interpretativo finalizando num modelo

preditivo de comportamento. Tendo em vista a elevada disponibilidade de

dados, dispersos em diferentes meios, na maioria dos casos já em meio

digital – elevação do terreno, refletância espectral e pancromática, além de

mapas temáticos, como: geológico, pedológico, geomorfológico e de

vegetação, todos podendo compor conjuntos de variáveis espaciais,

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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propõe-se determinar assinaturas digitais de diferentes unidades de

paisagem. Com base nessa premissa, a hipótese de trabalho para a tese

em questão é que seja possível o mapeamento de unidades de paisagem

através da utilização de dados independentes e já disponíveis, ou seja,

com baixo custo, e que serão integrados em ambiente de Sistema de

Informações Geográficas (SIG). Tal hipótese será testada nas bacias

hidrográficas dos rios Barigüi e Passaúna, afluentes da margem direita do

rio Iguaçu na região de Curitiba, as quais apresentam características

interessantes quanto à presença de paleo-superfícies de aplainamento,

indicadores geoambientais de paleo-climas e que atualmente encontram-

se bastante antropizadas. Os dados a serem avaliados (elementos de

relevo, refletância espectral, geologia, pedologia, cobertura vegetal,

hidrografia, geofísica) irão compor atributos espaciais, que serão avaliados

por meio de análise de agrupamento, visando identificar a relação entre

indicadores independentes. A relação entre a presença destes atributos e

a unidade de paisagem onde estão inseridos será avaliada utilizando a

regra de Bayes, aplicando também princípios da análise de incertezas, ou

seja, o grau de dúvida inerente a sua identificação. Assim, as informações

quanto à presença, ausência ou dúvida da existência de um indicador

(atributo), e a relação dessa informação com a unidade onde está inserido,

serão testadas na identificação de uma determinada unidade de paisagem.

Por fim será realizado procedimento automatizado de classificação do

terreno das bacias hidrográficas em questão, com o objetivo de delimitar

as diferentes unidades de paisagem existentes. Este procedimento se dará

por meio do fornecimento de mapas de atributos (aqueles identificados

como correlacionáveis) e cujos resultados deverão ser compatíveis com as

unidades de paisagem previamente identificadas. Entre as aplicações da

metodologia a ser testada espera-se que seja possível a geração rápida e

de baixo custo de cartas espacializadas de unidades de paisagem,

fornecendo assim subsídios para a tomada de decisões quanto ao

planejamento territorial.

Palavras-chave: unidades de paisagem; sensoriamento remoto;

geoindicadores

Dados acadêmicos: Co-Orientadores: Prof. Dr. Paulo César Soares, Profª. Dra. Chisato Oka-Fiori; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Unidades de paisagem geomórfica e mudanças geoambientais: o

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Alto Iguaçu, Paraná; Área de concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise multitemporal, neotectônica e riscos geológicos.; Data de entrada na pós-graduação: março de 2009.; Nº de créditos concluídos: 18, usando o limite disponível a partir do Mestrado; Exame de qualificação: previsto para julho de 2011.; Trabalhos publicados ou período de confecção: publicação de um artigo até julho de 2010.; Data da defesa: prevista para dezembro de 2012; Possui bolsa: Não

O uso da técnica de fotogrametria digital na elaboração de banco de dados de cunho geológico-geotécnico – aplicação no Proyecto Hidroeléctrico Mazar, Equador

Borchardt, Nicole ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori

A fotogrametria, como técnica de avaliação, prospecção e documentação,

oriunda da obtenção de informações métricas (forma e posição) de objetos

tridimensionais mediante interpretação e dimensionamento de imagens

fotográficas, aprimorou-se com o advento da era digital. Graças a essa

evolução, sua aplicação tem alcançado setores onde raramente era

utilizada, com especial eficácia em estudos territoriais, ambientais,

urbanos, arqueológicos e arquitetônicos. Por tratar-se de uma ferramenta

de sensoriamento remoto, contribui significativamente para a avaliação de

objetos à distância, sem haver contato físico com os mesmos. Esta sua

peculiar característica, não invasiva nem destrutiva, assegura a

possibilidade de instituir controles periódicos sobre um mesmo objeto no

intuito de avaliar sua dinâmica e, indiretamente, a modificação de seus

atributos, como é pretendido deduzir no caso da porção da Cordilheira dos

Andes situada na área de implantação do projeto hidroelétrico Mazar, no

Equador, a qual vem a ser o objeto deste estudo. No atual estágio, tem-se

elaborado a avaliação digital desta área por meio de fotografias aéreas

datadas de 1995, à escala 1:60.000, com auxílio do software Erdas. Para o

caso de uma análise de cunho geológico-geotécnico, como o proposto

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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neste trabalho, a técnica de fotogrametria digital vem auxiliando na

delimitação de feições de descontinuidades (falhas, fraturas, xistosidades,

acamamentos), correlacionando-as com suas respectivas características

mensuradas em campo, como tipo de preenchimento, rugosidade,

espaçamento, atitude. Estes elementos estruturais estão sendo

catalogados em banco de dados para posterior processamento. Além

disto, estão sendo delineadas as cicatrizes de escorregamento e seus

atributos morfométricos, adicionando-os ao banco de dados. A partir

destes dados, espera-se executar a análise cinemática de taludes em

rocha (formas e mecanismos de escorregamentos e desprendimentos de

taludes e blocos), além da análise dinâmica (estudo das forças atuantes no

maciço) para determinar valores de Fator de Segurança. Deve-se

considerar que a fotogrametria não substitui em definitivo ao objeto in natura, mas oportuniza a determinação de características do mesmo,

direta e/ou indiretamente, por meio da avaliação simultânea de diversos

pontos espacialmente correlacionados. Até o presente, cumpriu-se o

cronograma disciplinar, além do programa de estudos com estágio no

exterior, por um período de 6 meses, na Università degli Studi di Siena - Itália.

Palavras-chave: fotogrametria digital, geoprocessamento, atributos

geomecânicos

Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Dr. Eduardo Salamuni; Nível:

Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Proposta de determinação e espacialização de atributos geomecânicos de taludes e túneis em maciços rochosos e sua aplicação em barragens de usinas hidrelétricas; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal, Neotectônica e Riscos Geológicos; Projeto guarda-chuva: - ; Data de entrada na pós-

graduação: Agosto/2007; N

o

de créditos concluídos: 19; Exame de

qualificação: Agosto/2010; Trabalhos publicados ou período de confecção:

- ; Data da Defesa: Julho/2011; Possui Bolsa: Não; Período: -; Fonte

pagadora: - .

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Caracterização hidrogeológica e hidroquímica do Sistema Aqüífero Parecis na zona urbana do município de Sinop-MT

Comelli, Cleciani ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho

A área deste estudo abrange uma superfície de 90 km

2

correspondente à

zona urbana do município de Sinop (MT). Geomorfologicamente está

inserida no Planalto dos Parecis que é caracterizado por extensos platôs

formados por rochas sedimentares. Essas rochas foram depositadas em

ambiente de bacia do tipo intra-cratonica e constituem a Bacia Sedimentar

dos Parecis, cujo embasamento é o cráton amazônico, constituído por

rochas metamórficas de baixo e alto grau, bem como por rochas intrusivas

ácidas. As rochas sedimentares que compõem a bacia foram depositadas

em ambiente continental (desértico, fluvial, lacustre e glacial) e marinho

raso. A Bacia Sedimentar dos Parecis foi dividida em três domínios

tectono-sedimentares: a fossa tectônica de Rondônia (sub-bacia de

Rondônia), o baixo gravimétrico dos Parecis (sub-bacia Juruena) e

depressão do Alto Xingu (sub-bacia do Alto Xingu). Segundo essa divisão

a área de estudo compõe a sub-bacia do Alto Xingu. Essa porção recebeu

os sedimentos da Formação Furnas passando gradativamente para os

sedimentos pelíticos da Formação Ponta Grossa, sotopostos à Cobertura

Cenozóica Inconsolidada. Essas litologias formam o Sistema Aqüífero

Parecis, cujas reservas hídricas são explotadas na cidade de Sinop, sem

qualquer conhecimento de suas características hidrogeológicas, o que

poderá vir a comprometer a qualidade e a quantidade das águas

subterrâneas armazenadas. Além disso, por ser um aqüífero do tipo livre e

pelas características de permo-porosidade do substrato geológico,

considera-se que este seja vulnerável à contaminação por substâncias

decorrentes do uso e ocupação do solo na área de abrangência do

aqüífero. Sendo assim, suprir a escassez de dados que possibilitem avaliar

a dinâmica de fluxo no aqüífero e a tipologia da água para o seu uso

sustentável, justificam a realização desse estudo. Com isso, o trabalho

objetiva conhecer as propriedades hidrodinâmicas, as variações sazonais

da potenciometria do aqüífero e a qualidade das águas subterrâneas, bem

como delimitar as áreas de recarga e de risco potencial de contaminação

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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do aqüífero. A etapa inicial desta pesquisa compreende o levantamento de

dados bibliográficos básicos e inventário de poços tubulares usados para

diversos fins e coleta de dados nos órgãos gestores responsáveis,

empresas de perfuração e universidades. Em seguida será feito o

mapeamento das unidades geológicas na área de pesquisa, de uso e

ocupação do solo e seleção dos locais para coleta de amostras de água

para análise físico-química e bacteriológica. Com base nesses dados,

serão inferidas as áreas de recarga e de risco potencial à contaminação da

água subterrânea na área de estudo. Os dados obtidos formarão um

banco de dados georreferenciados que poderão ser visualizados em

mapas temáticos que servirão de subsídios para a elaboração de um plano

gestor das águas subterrâneas para a zona urbana de Sinop.

Palavras-chave: Sistema Aquífero Parecis, Bacia dos Parecis, qualidade

de água

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi, M.Sc. Lilian Fátima de Moura Apoitia; Nível: Mestrado; Titulo do projeto original da dissertação ou tese: Caracterização hidrogeológica e hidroquímica do Sistema Aqüífero Parecis na zona urbana do município de Sinop-MT; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos; Data da entrada na pós-graduação: março de 2009; n0 de créditos concluídos: 10; exame de qualificação: abril de 2011; N0 de trabalhos publicados: 0; Data prevista para defesa: 12/2011; Possui bolsa: não; Período: - ; Fonte pagadora: - .

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Estudo morfodinâmico das praias do Município de Itapoá, SC, Brasil Cruz, Cassiano Ricardo da ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

A morfodinâmica de praia é definida como o resultado da interação entre

as ondas incidentes, o sedimento e a morfologia antecedente da praia,

formando um ciclo fechado retroalimentado, no qual as ondas incidentes

irão atuar sobre os sedimentos modificando a morfologia da praia que, por

sua vez, influenciará nas ondas incidentes. Este estudo tem como objetivo

principal caracterizar morfodinamicamente as praias do Município de

Itapoá, litoral norte do Estado de Santa Catarina, Brasil. A área de estudo

compreende as praias localizadas entre a Barra do rio Saí-Guaçú, ao

norte, até a baia de São Francisco do Sul, ao sul, de coordenadas

geográficas 26º00’- 26º15’ S e 48º30’e 48º45’W. O estudo avalia ainda o

comportamento e a variabilidade espaço temporal do balanço sedimentar,

da morfologia e da sedimentologia destas praias. A metodologia utilizada

consiste em interpretação de fotografias aéreas e levantamentos de campo

ao longo de 32 km de costa onde foram realizados perfis praias, coleta de

sedimentos e medição visual de altura e período de ondas. A partir dos

dados coletados foram calculados parâmetros morfodinâmicos como:

Ômega, Ômega teórico, Variação Relativa da Maré e variações

morfológicas. Resultados preliminares permitem observar a presença de

bancos submersos intercalados com cavas, cuja forma variou ao longo da

praia estando alguns soldados e outros paralelos e oblíquos à praia. As

praias ainda apresentaram ondas do tipo deslizante a mergulhante, com

período variando de 8 a 12 segundos e altura média entre 0.5 m a 1.0 m

na porção centro-norte e de 0.2 m na porção sul, próxima a

desembocadura da Baía de São Francisco do Sul. O balanço sedimentar

demonstrou equilíbrio entre o número total dos perfis monitorados. Os

resultados obtidos por fotointerpretação e observações de campo até o

momento permitem inferir uma classificação morfodinâmica do tipo

intermediária nas porções centro e norte e refletiva no extremo sul da área

de estudo. No entanto, valores morfodinâmicos de ômega teórico

indicaram comportamentos dissipativos para determinados pontos ou

condições oceanográficas.

Page 17: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

12

Palavras-chave: morfodinâmica, praia, Itapoá

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dra. Maria Cristina de Souza; Nível: Mestrado; Título do Projeto original da dissertação ou tese: Classificação Morfodinâmica das praias do Município de Itapoá, SC, Brasil; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Projeto guarda-chuva: Dinâmica de ambientes costeiros; Data de entrada na pós-graduação: março de 2008; No de créditos concluídos: 14; Exame de qualificação: junho de 2009; Trabalhos Publicados ou período de confecção: 1 em outubro de 2009; Data de defesa: março de 2009; Possui bolsa: não. Riscos de contaminação de águas subterrâneas: disposição de resíduos dos serviços de saúde na vala séptica de Curitiba - PR Erbe, Margarete C. Lass ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. André Virmond Lima Bittencourt

Aproximadamente 934.000 toneladas de resíduos dos serviços de saúde

foram dispostos na vala séptica de Curitiba – PR, em uma área de 83.390

m

2

. São resíduos contaminados com microorganismos patogênicos,

materiais químicos como cátions e anions inorgânicos, incluindo materiais

persistentes, como os quimioterápicos, que foram depositados de modo

indiscriminado e que possibilitaram a geração de um passivo ambiental de

alto custo para a sua remediação. O substrato geológico da área da vala

séptica é composto basicamente por afloramentos de rochas sedimentares

da Formação Guabirotuba seguido por regolito do Embasamento Cristalino

associado ao Complexo Atuba. A vala séptica está localizada na Avenida

Juscelino Kubitschek de Oliveira s/nº - CIC – Curitiba – PR. A represa do

Passaúna encontra-se a oeste, áreas habitacionais a nordeste e ao norte,

o rio Barigüí no sentido norte sul, a empresa Toshiba Sistemas de

Transmissão e Distribuição do Brasil Ltda. a noroeste e as empresas

Essencis Soluções Ambientais e Sanepar - Companhia de Saneamento do

Paraná a sudoeste. Para a viabilização econômica desta pesquisa foi

firmada uma parceria de trabalho conjunto entre a Universidade Federal do

Page 18: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

13

Paraná e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba. A pesquisa

em andamento teve como foco avaliar as águas superficiais situadas a

noroeste e leste da vala séptica. Foram analisadas as águas do córrego

situado entre a vala séptica e a empresa Toshiba Ltda. e as águas da

lagoa situada ao leste. Foram avaliados os parâmetros físicos e químicos/

metais, compostos orgânicos voláteis, coliformes fecais e Escherichia coli. Foi feita a avaliação da toxicidade aguda das amostras para o organismo

teste Daphnia magna através de bioensaio de sistema estático de

laboratório e ensaios de genotoxicidade - teste do micronúcleo písceo e

ensaio cometa com sangue utilizando o peixe Astyamax spb (lambari). Os

dados obtidos foram confrontados com a legislação ambiental, resolução

CONAMA Nº 357/2005 e 397/2008 que dispõem sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem

como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os

dados destes ensaios, associados aos ensaios de avaliação geofísica para

verificar o direcionamento e alcance da pluma de contaminação e demais

ensaios a serem realizados em amostras oriundas de poços de

monitoramento possibilitarão avaliar o grau de contaminação e risco em

que esta área se encontra. Para o desenvolvimento da segunda fase da

pesquisa serão estudadas diferentes técnicas para a remediação de

passivos ambientais, em especial o passivo ambiental apresentado pelo

risco da contaminação de águas subterrâneas pela disposição dos

resíduos dos serviços de saúde em valas sépticas. Este estudo será

desenvolvido na Universidade Técnica de Berlin/ Alemanha - Instituto de

Geociências Aplicadas, que realiza pesquisas na área da engenharia e

geologia do meio ambiente, no transporte e na degradação dos

contaminantes da água subterrânea e no gerenciamento e na pesquisa

para a remediação destes contaminantes. Serão avaliados diferentes

substratos geológicos, frente a mobilidade, tempo de percurso e

persistência de quimioterápicos. Este medicamento é considerado como

elemento traço para esta pesquisa, pela sua persistência no meio

ambiente. A destruição destes medicamentos só ocorre a uma temperatura

superior a 1.100ºC. A escolha e detalhamento de uma técnica apropriada

para a remediação do passivo ambiental apresentado será efetuada,

respeitando os aspectos da geologia e hidrogeologia do local, bem como

os contaminantes presentes.

Palavras-chave: passivos ambientais, valas sépticas, monitoramento

Page 19: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

14

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani e Prof. Dra. Marta Margarete Cestari; Nível: Doutorado; Título do Projeto original da tese: Riscos de contaminação de águas subterrâneas: disposição inadequada de resíduos dos serviços de saúde na vala séptica de Curitiba; Linha de Pesquisa: Geologia Ambiental – Recursos Hídricos; Projeto guarda-chuva: não procede; Data de entrada na pós-graduação: agosto 2007; Nº de créditos concluídos: 39; Exame de qualificação: dezembro de 2010; Período de confecção de trabalhos para publicação: jan a nov de 2010; Data prevista para defesa: março de 2011; Possui bolsa: não. Radioanomalias no Granito Serra do Carambeí, Estado do Paraná, e possíveis implicações no uso e ocupação do solo Godoy, Luiz Carlos ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. André Virmond Lima Bittencourt

O Granito Serra do Carambeí situa-se entre os municípios de Ponta

Grossa, Castro e Carambeí, a cerca de 10 km a leste da sede

administrativa de Carambeí. Trata-se de um granito radioanômalo, cujas

elevadas concentrações de

238

U,

232

Th e

40

K, conhecidas desde o início da

década de 1970, tem sido vastamente abordadas por diversos autores

quanto aos aspectos geológicos e mineralógicos. Porém, no que tange às

implicações ambientais relacionados a tais radioanomalias e respectivas

radiações ionizantes emitidas, os estudos realizados são muito incipientes,

carecendo de maior aprofundamento, face aos potenciais e maléficos

efeitos biológicos associados. Considerando que as concentrações dos

radionuclídeos naturais

40

K e das séries do

238

U e

232

Th em diferentes

materiais geológicos constitui etapa fundamental da presente pesquisa,

procedeu-se, inicialmente, a compilação e a análise de dados geológicos,

mineralógicos e gamaespectrométricos constantes na bibliografia relativa à

região em que se localiza a área em estudo. O cruzamento destas

informações com o mapa de detalhe da malha viária local, obtido de

ortofotocartas e plantas planialtimétricas em escala 1:10.000, evidenciou a

Page 20: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

15

existência de regiões pobremente amostradas em trabalhos anteriores,

implicando na necessidade de implantação de novas estações para a

aquisição de dados de gamaespectrometria terrestre para que a totalidade

da área seja amostrada de forma mais homogênea. Além disso, para a

formação de uma base consistente de dados, verificou-se a necessidade

de obtenção de dados geoquímicos, hidroquímicos e radioquímicos, ainda

inexistentes. Para tanto, foram efetuadas cinco campanhas de campo

quando foram coletas 60 amostras de materiais geológicos e pedológicos

diversos como rochas, materiais do manto de alteração e materiais de

depósitos de assoreamento, os quais abrangeram toda a área de

ocorrência do Granito Serra do Carambeí. Tais amostras, em fase final de

preparação, serão submetidas a ensaios físicos, químicos, radioquímicos e

mineralógicos nos laboratórios da UFPR (Laboratório de Pesquisas

Hidrogeológicas - LPH e Laboratório de Análise de Minerais e Rochas –

LAMIR), da UEPG (Laboratório Interdisciplinar de Materiais Cerâmicos –

LIMAC) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN (Centro de

Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN). Com a finalidade de se

avaliar as características radioquímicas e hidroquímicas de águas

subterrâneas e superficiais da área em estudo, serão coletadas 18

amostras de águas de nascentes e da represa de Alagados, entre os

meses de julho e agosto, período de menor precipitação na região. Quanto

às características geomorfológicas (formas e comprimentos de vertentes,

declividades, etc.), hidrográficas (padrão de drenagem, comprimento de

canais, perfil longitudinal, etc.), bióticas (cobertura florestal e atividade de

animais escavadores), antrópicas (uso e ocupação do solo) e climáticas

(temperatura, precipitação, umidade relativa), cujos reflexos na

morfogênese influenciam e determinam a distribuição dos radionuclídeos

na paisagem, estão sendo obtidas através da análise de sensores

remotos, cartas temáticas diversas e de dados obtidos durante as

campanhas de campo, com conclusão prevista para o mês de agosto. A

análise, interpretação e cruzamento de todos os dados anteriormente

referidos, aliados aos dados de saúde que estão sendo atualmente

levantados junto a 3ª Regional de Saúde, em Ponta Grossa, poderão (ou

não) estabelecer um vínculo entre determinadas doenças com grande

incidência na população que mantém residência fixa na área de ocorrência

do Granito Serra do Carambeí e a assinatura radioquímica do mesmo.

Page 21: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

16

Palavras-chave: Granito Serra do Carambeí, uso do solo, assinatura

radioquímica

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do Projeto original da tese: Anomalias uraníferas no Granito Serra do Carambeí, Estado do Paraná, e possíveis implicações no uso e ocupação do solo; Linha de Pesquisa: Geoquímica de superfície; Data de entrada na pós-graduação: agosto 2006; nº de créditos concluídos: 44; Exame de qualificação: agosto de 2009; Nº de Trabalhos Publicados: 0; Período de confecção de trabalhos para publicação: novembro de 2009 a fevereiro de 2010; Data prevista para defesa: julho de 2010; Possui bolsa: não. Análise multitemporal da erosão na bacia hidrográfica do alto curso do rio Pitangui - PR

Lemos, Clarice Farian de ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori

A área de estudo pertence à Bacia Hidrográfica do Alto curso do rio

Pitangui - BHAP, que compreende desde a nascente até a Represa de

Alagados (área inundada pelo represamento dos rios Pitangui e Jotuba).

Esta área possui 163,537 km², pertencente ao município de Castro

(149,413 km²); Carambeí (8,382 km²) e Ponta Grossa (5,742 km²) e está

localizada entre as coordenadas geográficas 24°52’ a 25º05' de latitude

Sul e 49°46’ a 50º00' de longitude Oeste. Está a uma altitude entre 904 a

1170 m acima do nível do mar e, pela classificação de Köppen, o tipo

climático é Cfb (clima temperado). Esta bacia encontra-se entre o Primeiro

(161,875 km²) e Segundo Planalto Paranaense (1,662 km²), onde a

subunidade morfoescultural predominante é o Planalto de Castro, com

relevo de dissecação média, relativamente plano e declividade

característica menor que 6%; vertentes de perfis convexo–côncavas; topos

alongados e aplainados; vales abertos de fundo chato e de direção geral

NW/SE. A geologia da região engloba migmatitos do Embasamento

Cristalino, rochas do Grupo Açungui (Formação Itaiacoca e Formação

Abapã) e do Complexo Granítico Cunhaporanga, do Grupo Paraná

(Formação Furnas), do Grupo São Bento (Diques de Diabásio) e depósitos

Page 22: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

17

aluviais e coluviais recentes. Os tipos de solos encontrados pertencem aos

grandes grupos dos Cambissolos, Latossolos, Nitossolos, Organossolos,

Gleissolos e Neossolos com Afloramentos Rochosos. O objetivo, deste

trabalho, é a análise multitemporal comparativa do uso e ocupação do solo

e a evolução das perdas anuais de solo por erosão entressulcos ou

laminar, empregando a Equação Universal de Perdas de Solos - EUPS,

nos períodos de 1960 a 1984, 1985 a 1995, 1996 a 2002 e 2003 a 2007.

Utilizou-se, para a realização desse estudo: dados de precipitação de 31

estações pluviométricas, com distância de até 50 km; imagens de satélites

nas bandas 2B3R4G cena 221/077 (LANDSAT-5 TM de 26/05/1984 e

23/04/1995 e LANDSAT-7 ETM

+

de 17/03/2002) e cena 157/128 (CBERS-

2 CCD de 07/03/2007), no formato digital e georreferenciadas; plantas

planialtimétricas, com curvas de nível equidistantes de 5 m; software de

geoprocesssamento SPRING 5.0 para a geração de modelo digital do

terreno, execução de mapas e tratamento específico para cada fator da

EUPS; além dos trabalhos de campos. Para os períodos analisados, os

resultados obtidos foram: pluviometria entre 1105,89 a 1782,71 mm;

erosividade da chuva (R) de 5901,60 a 8062,84 MJ.ha

-1

.mm. h

-1

.ano

-1

;

erodibilidade (K) entre 0,0178 a 0,0363 t.ha

-1

.h.mm

-1

.ha.MJ

-1

; maior valor

para comprimento de rampa e declividade foram 287,426 m e 221,953 %,

sendo que a maior porção da área (24,01%) apresentou fator LS < 0,5 e a

menor (0,42 %) com LS > 10; fator CP médio de 0,141, 0,219, 0,101 e

0,154, em cada período; e por fim, as perdas de solos (PS) mostraram

valores médios de 40,036 t.ha

-1

.ano

-1

, 62,614 t.ha

-1

.ano

-1

, 35,409 t.ha

-

1

.ano

-1

e 46,112 t.ha

-1

.ano

-1

, na sequência dos períodos estudados.

Portanto, conclui-se que a relação entre processos erosivos existentes e

atividades antrópicas são perceptível e, por isso, o estudo contribui para

alertar sobre os danos ambientais causados pelo uso inadequado do solo

nessa região.

Palavras-chave: erosão entressulcos; EUPS, perdas de solos

Dados acadêmicos: Co-Orientadores: Professora do Departamento de Geografia - UFPR Dr.ª Chisato Oka Fiori e Professor do Curso de Engenharia Ambiental – UTFPR Dr. Júlio Caetano Tomazoni, professor; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise multitemporal da erosão na bacia hidrográfica do alto curso do rio Pitangui - PR; Linha de Pesquisa: Estabilidade de Taludes e Análise Multitemporal da Dinâmica Ambiental; Projeto guarda-chuva: Análise multitemporal, neotectônica e

Page 23: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

18

riscos geológicos; Data de entrada: março/ 2006; Nº de créditos concluídos: 42; Exame de qualificação: agosto de 2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: Previsão de 2 (final de 2009); Data da Defesa: fevereiro / 2010; Possui Bolsa: não deste programa de pós. Desenvolvendo uma solução sustentável de proteção/recuperação costeira para Matinhos, litoral central do Paraná Lima, Marcos Gândor Porto ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

Este trabalho tem por objetivo desenvolver uma metodologia para

interromper e solucionar, de maneira sustentável, o problema erosivo das

praias de Matinhos no litoral do Paraná. A rotação de onda é o método de

proteção costeira sugerido, no qual são utilizadas estruturas submersas

perto da praia orientadas para girar o trem de ondas de forma que a

corrente costeira (bem como o transporte de sedimento) seja reduzida. O

realinhamento do ângulo da onda no ponto de quebra em harmonia com o

alinhamento da praia resulta no acréscimo gradual de sedimento na parte

abrigada pela estrutura. O entendimento prévio dos processos costeiros

que governam a região é indispensável para que os objetivos sejam

alcançados. Além disso, é necessária uma estrutura que utilize princípios

naturais oceanográficos, tais como refração e dissipação de energia de

ondas, para que a praia seja protegida/recuperada. A metodologia é

dividida em 4 componentes principais: (1) estudos de campo e análise dos

dados; (2) concepção da estrutura e modelagem numérica; (3) modelagem

física e; (4) avaliação dos impactos para gerenciamento costeiro. O

primeiro componente da metodologia de trabalho implica no

reexame/coleta e análise dos dados de campo. As essenciais medições de

campo necessárias para o estudo são: batimetria, correntes, ondas,

granulometria e transporte de sedimento. As informações mais úteis

pertinentes a esta costa têm sido recolhidas e apresentadas em vários

relatórios técnicos. O estudo já possui uma batimetria do local, mas, será

realizada nova batimetria ainda neste ano. Os dados de correntes serão

coletados juntamente com o levantamento batimétrico. As ondas foram

Page 24: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

19

medidas com dispositivo S4ADW (Directional Wave Instrument), o qual

fornece dados capazes de determinar todos os parâmetros espectrais das

ondas. A identificação de distintos estados de agitação marítima foi

realizada utilizando 1 ano de dados coletados na costa paranaense.

Amostras de sedimentos foram coletadas no local. Estes indicadores

fornecem informações sobre o tamanho e velocidade de precipitação dos

grãos de areia, os quais devem ser conhecidos para os efeitos ambientais

e modelagem de transporte. Modelos numéricos calibrados utilizando

dados (medidos) serão analisados em um claro entendimento dos

processos costeiros especificamente para estrutura a ser concebida. Os

modelos serão baseados nos dados de sedimento, de ondas e de

correntes coletados durante o programa de medição, bem como na

informação já existente. Além disso, para a modelagem da praia, será

necessário realizar a modelagem regional de refração de ondas, a fim de

colocar os dados locais no contexto regional mais amplo. Estas

informações serão então utilizadas para o desenho da estrutura. Já a

modelagem física será realizada no tanque de ondas de grande escala da

ASR Ltda., no moderno laboratório Hamilton (Nova Zelândia), o qual

fornece modelagem em escala de toda a gama de condições de ondas e

sedimentos que ocorrem nos sistemas naturais e ao redor de uma

estrutura costeira. O tanque de ondas é utilizado para a validação de

laboratório do comportamento de recifes de proteção costeira, dos quebra-

mares, molhes e outras estruturas costeiras. Um estudo de proteção

costeira deve prever os impactos ambientais com um elevado grau de

confiança. A extensão dos impactos físicos é exclusivamente dependente

da forma, tamanho e localização da estrutura. Neste caso, o estudo possui

objetivos compatíveis, isto é, irá proteger o litoral e, desta forma, os efeitos

através de um alargamento da praia serão percebidos como benéficos. O

entendimento detalhado juntamente com a modelagem dos impactos leva

ao posicionamento e dimensionamento da estrutura, o que deve ser então

concebido estruturalmente de materiais adequados e incorporando

métodos adequados para uma possível implantação. A introdução de

estruturas submersas próximas à costa pode proporcionar a proteção

costeira e ainda agregar funções para benefício da comunidade local.

Palavras-chave: erosão costeira, método de rotação de ondas,

modelagem numérica e física

Page 25: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Prof. Dr. Eduardo Marone e Dr. Kerry Black; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Evolução costeira de Matinhos, litoral central do Paraná: estudo para o dimensionamento de um projeto de proteção/recuperação costeira; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Nome da “Linha de Pesquisa”: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiro; Data de entrada: Agosto de 2008; No de créditos concluídos: 4 e práticas de docência ainda não contabilizadas; Exame de qualificação: Janeiro de 2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1; Data da Defesa: Janeiro de 2012; Possui Bolsa: sim; Período: início em Julho de 2009; Fonte pagadora: CNPq. Variabilidade espaço-temporal dos depósitos sedimentares entre a face praial e a face litorânea na planície costeira da Praia de Leste, PR, Brasil Lisniowski, Maria Aline ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

A área de estudo deste trabalho situa-se no litoral central do Estado do

Paraná e abrange uma linha de costa com extensão aproximada de 35 km,

limitada pelas desembocaduras das baías de Paranaguá ao norte e

Guaratuba ao sul. Alguns setores da costa apresentam problemas erosivos

associados à ocupação e ao gerenciamento costeiro inadequado. Os

processos físicos que ocorrem na face litorânea e praial; e influenciam

modificações na linha de costa; são extremamente dinâmicos, envolvendo

a ação de ondas, de correntes induzidas por ondas e de movimento de

sedimentos. Um dos processos mais importantes na modificação da

morfologia costeira é o transporte de sedimentos, longitudinal e transversal

à linha de costa. O transporte transversal tem sido amplamente

relacionado à erosão praial, pois resulta em extensas e visíveis mudanças

na configuração da praia, em intervalos curtos. A magnitude do transporte

transversal e sua direção preferencial são usualmente inferidas pelas

mudanças na elevação da praia e do fundo oceânico adjacente. As

elevações são medidas através do perfil da praia e podem ser obtidas com

técnicas convencionais de topografia. Entretanto, para um detalhamento

Page 26: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

21

capaz de identificar essas variações a nível regional, são necessárias

medições até a profundidade de fechamento do perfil (aproximadamente 7

m) e que acompanhem a linha de costa (tridimensionais). Os objetivos

deste estudo visam preencher algumas lacunas no estudo dos processos

costeiros, que são baseados grandemente em medições pontuais (perfis

de praia) e modelos computacionais. Este estudo busca determinar as

variações da linha de costa, intensidade do transporte transversal e

longitudinal e estado de alteração do sistema praial. Para atingir estes

objetivos, serão analisados alguns aspectos ainda não abordados a nível

regional para a costa paranaense, como: A) Determinar a topografia da

parte emersa da praia (face praial) e a batimetria da parte submersa (face

litorânea), utilizando DGPS (Sistema de Posicionamento Global

Diferencial) e eco-sonda em 5 levantamentos semestrais; B) Montar um

banco de dados de posições da linha de costa ao longo do tempo com os

dados existentes de mapeamentos da linha de costa e através de

monitoramento usando DGPS; C) Quantificar as taxas sazonais do

transporte transversal a partir dos cálculos de deslocamentos dos

depósitos sedimentares entre a face praial e a face litorânea; D) Avaliar as

possíveis causas para as diferenças encontradas no comportamento da

linha de costa ao longo do tempo e ao longo da costa; E) Classificar a

costa paranaense em função do comportamento das variações da linha de

costa, determinando áreas com tendência à erosão, estabilidade ou

acresção e F) Classificar a costa em função das características ambientais

dominantes (geológicas, geomorfológicas, morfodinâmicas e

oceanográficas) e seu estado de alteração decorrente de interferências

antrópicas. O levantamento topografia da face praial e detalhamento da

linha de costa consistem na aquisição dos dados através de uma estação

de DGPS móvel, realizando um percurso ao longo da parte emersa da

praia e usando como indicador de referência o limite máximo da

vegetação, a linha da base da duna frontal ou ainda os limites entre os

calçadões e areia da praia. O sistema para medir a batimetria e também as

correntes na zona costeira é denominado SCAMP (Surf and Coastal Area Measurement Platform). A atividade consiste na obtenção das

coordenadas de um ponto fornecidas pelo DGPS, em tempo real, e a

profundidade deste ponto fornecida pelo eco-sonda. Os equipamentos são

instalados em uma embarcação (jet ski) e o trajeto é previamente

estabelecido, incluindo a zona rasa até a profundidade de fechamento do

perfil. Os resultados deste estudo devem trazer respostas importantes para

Page 27: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

22

o estudo do transporte de sedimentos na zona costeira, pois os volumes

transportados são medidos através de métodos abrangentes e ao mesmo

tempo detalhados ao longo de toda a costa. Adicionalmente, os mapas

topográficos e batimétricos serão um importante subsídio para o

gerenciamento costeiro da região, que possui locais intensamente

urbanizados e onde projetos de contenção da erosão vêm sendo

desenvolvidos desde a década de 70.

Palavras – chave: variações da linha de costa, batimetria, topografia

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Eduardo Marone; Nível: Doutorado; Título do Projeto original da dissertação: Variabilidade espaço-temporal dos depósitos sedimentares entre a face praial e a face litorânea na planície costeira da Praia de Leste, PR, Brasil; Linha de Pesquisa: Evolução, Dinâmica e Recursos Costeiros; Projeto guarda-chuva: Evolução das Planícies Costeiras Quaternárias e Dinâmicas de Ambientes Costeiros Atuais Paranaenses, Norte Catarinenses e Sul Paulistas: Subsídios para a Gestão Integrada da Zona Costeira; Data de entrada na pós-graduação: julho de 2009; nº de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação (previsão): janeiro de 2012; nº de Trabalhos Publicados: 0; Período de confecção de trabalhos para publicação: a partir de 2010; Data prevista para defesa: agosto de 2013; Possui bolsa: sim; Período: agosto de 2009 a agosto de 2013; Fonte pagadora: Capes.

Avaliação da dinâmica costeira no mar do Ararapira como subsídios à ocupação Müller, Marcelo Eduardo José ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Rodolfo José Angulo

O Mar do Ararapira, localizado no extremo norte do litoral paranaense e

extremo sul do litoral paulista é um corpo d’água meandrante, paralelo à

linha de costa e com orientação SSW-NNE. Tem comprimento aproximado

de 16km e largura média de 400m. A sua desembocadura determina o

limite entre os estados de São Paulo e Paraná e vem migrando na direção

SW a pelo menos 700 anos. O Mar do Ararapira está separado do oceano

Page 28: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

23

pelo esporão da Restinga do Ararapira cuja largura não ultrapassa os

800m, e que apresenta três estreitamentos localizados nas margens

côncavas do esporão com o corpo lagunar. O mais estreito destes

apresenta alta taxa de erosão, podendo se romper ainda nesta década. Foi

monitorada a largura do esporão in situ, do limite entre a vegetação e a

areia na margem interna até o mesmo limite na margem oceânica, nas

seguintes datas: abril de 2008, agosto de 2008, dezembro de 2008 e abril

de 2009. A metodologia utilizada foi a de nivelamento topográfico com

nível, mira e trena. A largura do esporão, segundo os levantamentos, foi

respectivamente 23,84m; 24,85m; 21,45m; e 26,44m, sendo que sua

largura, em 1980, era de 100m. No entanto, para maiores conclusões

sobre o processo de ruptura do esporão, é necessário analisar os efeitos

de erosão e/ou progradação em cada margem, em separado. Na margem

do Mar do Ararapira a linha de costa sofreu uma erosão contínua no

período monitorado, totalizando 1,38m. Na margem oceânica, entre

avanços e recuos da linha de costa, prevaleceu o avanço de 3,98m. Na

margem do Mar do Ararapira a erosão é provocada pela ação erosiva das

correntes de maré nas margens côncavas do canal. Já, na margem

oceânica, os processos alternados de erosão e progradação são mais

rápidos, devido ao balanço natural sazonal da praia por ação de ondas.

Em agosto de 2008 foi realizado o caminhamento da linha de costa no

extremo sul da Restinga do Ararapira com GPS de mão, o qual apresenta

um erro embutido de até 15m. O resultado foi sobreposto ao levantamento

realizado pelo mesmo autor em outubro de 2007 com GPS diferencial, com

erro inferior a 1m. Mesmo desconsiderando os erros do equipamento,

houve uma progradação da linha de costa de até 80m na direção SW em

menos de um ano. Três perfis praiais realizados nesta região indicam o

crescimento contínuo das dunas frontais, evidenciando que a região

encontra-se em processo de acresção. O rompimento da Restinga do

Ararapira, previsto para meados de 2010 a meados de 2015, poderá

provocar a formação de uma nova desembocadura e o fechamento da

atual, formando uma laguna costeira entre a antiga e a atual

desembocadura. Estas alterações hidrodinâmicas irão refletir nas

propriedades sedimentológicas de fundo do Mar do Ararapira. As 77

amostras já coletadas ao longo do Mar do Ararapira tem o objetivo de

caracterizar a tipologia sedimentológica de fundo para uma posterior

comparação após a abertura da desembocadura. Além das mudanças

físicas no ambiente, a abertura de uma nova desembocadura poderá

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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trazer conseqüências à pesca artesanal estuarina e no modo de vida das

três comunidades tradicionais residentes na região, sendo certa a

realocação da comunidade de Enseada da Baleia e possível a realocação

da comunidade de Pontal do Leste, ambas no estado de São Paulo. Além

disso, o rompimento da Restinga, 6km a NE da atual, trará dúvidas sobre a

divisa entre os estados do Paraná e São Paulo, já que a desembocadura e

o Mar do Ararapira determinam atualmente o limite entre os dois estados.

Espera-se que os resultados alcançados com esta pesquisa subsidiem na

tomada de decisão do poder público local e da população tradicional

residente com relação as mudanças na configuração da linha de costa,

prevista para os próximos anos, no uso e ocupação dessas áreas, e ainda

contribua para o entendimento da dinâmica das praias arenosas com

pouca ou nenhuma ação antrópica, já que, ao contrário da porção sul do

estado do Paraná e da quase totalidade do estado de São Paulo, as praias

a serem estudadas não recebem grandes impactos diretos da ação

humana.

Palavras-chave: desembocadura lagunar, elongação de esporão arenoso;

Mar do Ararapira

Dados acadêmicos: Co-Orientador(es): Eduardo Marone, Maria Cristina de Souza; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização morfosedimentar e evolução do esporão e da barra do Ararapira e conseqüências da abertura de uma nova desembocadura; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: 03/2008; No de créditos concluídos: 24; Exame de qualificação: Junho/julho de 2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: Um trabalho submetido para a Quaternary and Environmental Geosciences como co-autor e outro previsto para o primeiro semestre de 2010; Data da Defesa: previsão 03/2010; Possui Bolsa: sim; Período: 04/2008 a 02/2010; Fonte pagadora: CNPq.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Análise estrutural de taludes da mina Saivá a partir de modelo digital tridimensional

Nagalli, André ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori

A presente etapa do estudo buscou verificar a consistência dos dados

estruturais obtidos a partir do modelo digital empregando-se diagramas

estruturais combinados à análise estatística. O objetivo maior da pesquisa

é o de avaliar a estabilidade de taludes a partir da ferramenta denominada

laser scanner. A primeira etapa do estudo verificou a aplicabilidade da

metodologia e suas limitações. O objeto de estudo é a mina Saivá, situada

no município de Rio Branco do Sul, Paraná, uma jazida de calcário

empregado pela Votorantim para a fabricação de cimento. A metodologia

desta etapa do trabalho inclui a identificação no modelo digital

tridimensional dos planos de fraturamento, através de suas coordenadas

em um sistema de referência, agrupamento dos planos identificados em

famílias, elaboração dos diagramas estruturais de Schmidt-Lambert,

estudo da média dos resultados e desvio padrão, com estimativa do erro.

Foram estudados até o momento mais de uma centena de planos de

ruptura, em duas frentes de lavra. Nos planos de ruptura mais

representativos, foram tomadas cerca de trinta medidas de atitudes para

verificação da acuidade do método. Nestes casos, as medidas obtidas

para os ângulos de direção e mergulho variaram de 1,2 a 2,9º, o que

significa uma boa precisão considerando os recursos usuais empregados

para este serviço na geologia estrutural (bússolas). Os dados foram

trabalhados nos softwares Microsoft Excel, Rockworks2002, Cyclone e

Autocad. O posicionamento espacial dos planos foi obtido por geometria

analítica, a partir das coordenadas de três pontos não colineares

pertencentes a um plano de ruptura, diretamente do software Rockworks e

conferido através de uma planilha elaborada Microsoft Excel. Têm-se

como resultados desta etapa diagramas estruturais para os planos

identificados e histogramas. Os resultados obtidos revelam que a

ferramenta mostra-se bastante vantajosa e precisa na medição de atitudes

de planos, reiterando a validação da metodologia. A amplitude de variação

das medidas de atitudes tomadas digitalmente são compatíveis com as

observadas em campo. Mostra-se relevante no processo a escolha dos

três pontos que definem o plano de ruptura. Desta forma, buscou-se

Page 31: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

26

empregar planos constituídos por pontos distantes entre si centímetros a

metros, observando-se a qualidade dos dados obtidos. Em geral, quanto

mais distantes os pontos, mais representativas se revelam as medidas.

Contudo, esta alternativa apresenta limitações física, uma vez que os

planos de ruptura são limitados. Outro aspecto a se considerar é a

rugosidade dos planos, quanto mais rugoso o plano, piores são os

resultados. Esta questão pode ser minimizada empregando-se o maior

distanciamento entre os pontos de identificação do plano. Uma vez que

grande parte do trabalho, tais como anotação das coordenadas dos pontos

e subseqüente transcrição aos softwares, é manual, a utilização de

histogramas e diagrama de rosetas permitiu identificar erros grosseiros

decorrentes do processo. Assim, puderam-se corrigir erros de anotação ou

transcrição, aumentando-se a confiabilidade do método. Uma das grandes

vantagens do método é a possibilidade de se obter parâmetros estruturais

de áreas que em campo não se tem acesso direto, por questão de

segurança ou fixação, por exemplo. A presente pesquisa vem cumprindo

ao cronograma estabelecido e suas etapas subseqüentes abrangerão o

levantamento manual de estruturas significativas na área, comparação

com os dados obtidos pelo laser scanner, a classificação geomecânica do

maciço rochoso por setores da mina e o estudo da estabilidade dos

taludes na área.

Palavras-chave: diagramas estruturais, mina Saivá, geotecnia

Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Análise estrutural e teste de ferramentas de análise fractal em sistemas fraturados com diferentes comportamentos hidráulicos e aplicações em geotecnia; Linha de Pesquisa: Análise Multitemporal, Neotectônica e Riscos Geológicos; Projeto guarda-chuva:Projeto Fractal (UFPR/Petrobrás); Data de entrada na pós-graduação:ago/2007; Nº de créditos concluídos: 36; Exame de qualificação: jan/2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 submetido, 3 previstos; Data da Defesa: jan/2011; Possui Bolsa: sim; Período:ago/07 a ago/11;Fonte pagadora:Capes.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Suscetibilidade de contaminação do Aquífero Cárstico em Colombo/PR Osório, Quelen da Silva ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho

Seguindo os fundamentos da Política Estadual de Recursos Hídricos, que

declara a água como um bem de domínio público; recurso natural limitado,

dotado de valor econômico; cuja gestão deve sempre proporcionar o uso

múltiplo; ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público,

dos usuários e das comunidades. A presente proposta objetiva contribuir

para os estudos de Geologia Ambiental no âmbito dos Recursos Hídricos,

identificando por meio da abordagem geossistêmica áreas susceptíveis à

contaminação do aquífero cárstico no município de Colombo/PR. Os

objetivos específicos compreendem: identificar áreas de recarga e

vulnerabilidade intrínseca do aqüífero, a partir das características do meio

físico-natural; constatar as diferentes formas de uso e ocupação do

espaço; elaborar mapas temáticos; e, propor um zoneamento de proteção

do aqüífero considerando as fragilidades naturais. Para tanto, a pesquisa

está dividida em três etapas; a primeira compreende a coleta de dados

pré-existentes, como consultas aos materiais cartográficos (cartas

topográficas, mapas geológicos, mapas de solos e fotografias aéreas),

obtenção de informações sobre os poços junto a SANEPAR e/ou

SUDERHSA; condição socioeconômica e ambiental junto ao IBGE,

IPARDES, EMATER e/ou SEMA. A segunda etapa caracteriza-se pela

organização e tratamento dos dados obtidos, a partir da elaboração de

banco de dados e mapas temáticos. A última etapa, por meio do uso de

geoprocessamento e da abordagem geossistêmica buscar-se-á identificar

as áreas susceptíveis à contaminação do aquífero cárstico e elaborar um

zoneamento de proteção geológico-ambiental visando sua preservação,

propondo-se limitações, restrições ou adaptações de usos conforme as

áreas de suscetibilidades identificadas. No atual estágio da pesquisa vem

sendo realizada a primeira etapa proposta, ou seja, a coleta de dados junto

aos órgãos mencionados, onde foi possível coletar alguns materiais

cartográficos pré-existentes e constatar as principais formas de uso e

ocupação do espaço geográfico da área em estudo, dentre as quais se

distribuem entre o desenvolvimento das atividades agropecuárias,

industriais e setor de serviços (este predominante). Da área total do

Page 33: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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município de Colombo (198km²), existem 19.794 ha ocupados com

estabelecimentos agropecuários, destes, 243 ha são lavouras

permanentes (com cultivo de uva, erva-mate, caqui, figo, limão, pêra,

pêssego, etc.); 12.347 ha são lavouras temporárias (com destaque para o

cultivo de milho, tomate, feijão, batata-doce, entre outros); e 1908 ha, são

ocupados com cultivos de leguminosas e oleaginosas em pequenas

propriedades. As pastagens naturais ocupam 2.435 ha, as áreas de matas

e florestas ocupam 2.861 ha. Ocorre ainda a criação de bovinos, suínos e

aves (frangos). Quanto aos cultivos permanentes e temporários observa-

se que é comum o uso de fungicidas, herbicidas e inseticidas, em geral,

não biodegradáveis, merecendo maior atenção para a quantidade utilizada

nas lavouras de tomate (que totalizam 190 ha), o qual também demanda

grande de água, para sua produção. Convém enfatizar o exposto por

Smith (1993), que discorrendo sobre a natureza dos aquíferos cársticos,

ressalta a suscetibilidade destes à poluição, devido ao fato do fluxo de

condutos, ou seja, a água é transportada por espaços amplos, e não em

meio à porosidade da rocha. Tal aspecto torna a "filtragem" natural

praticamente inexistente, e o fluxo de água e qualquer poluente ou material

que esteja em solução ou disperso no meio líquido será rapidamente

transportado, eventualmente para quilômetros de distância do local de

origem. Portanto, na continuidade desta etapa, vem sendo realizadas

coletas de dados sobre a resposta aqüífera da região cárstica em estudo,

buscando-se reconhecer as relações entre os impactos da atividade

antrópica e os possíveis problemas dela decorrentes, seja por ação direta

ou indireta, nos terrenos cársticos do município de Colombo/PR.

Palavras-chave: recursos hídricos, águas subterrâneas, conservação de

aquíferos

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani e Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi. Nível: Doutorado. Título do Projeto Original: Suscetibilidade de Contaminação do Aqüífero Cárstico em Colombo/PR. Área de Concentração: Geologia Ambiental. Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos. Ano de ingresso no Programa: 2008. N° de créditos concluído: 10. Previsão pára Exame de Qualificação: dezembro de 2009. Previsão para Defesa: dezembro de 2011. Previsão e n° de trabalhos para publicação: 2 em 2009. Possui Bolsa: Não.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Dinâmica morfosedimentar associada ao regime de ondas em praias oceânicas do arco praial da Planície de Praia de Leste – PR Quadros, Clécio José Lopes de ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Eduardo Marone

No estado do Paraná a costa pode ser dividida em três setores,

compartimentada em função da ocorrência das baías de Paranaguá e

Guaratuba. Ao norte da baía de Paranaguá encontra-se a planície de

Superagüi ou planície Norte, entre Pontal do Sul e Caiobá encontra-se a

planície da Praia de Leste, e ao sul da baía de Guaratuba a planície Sul ou

do Brejatuba. O arco praial da Planície de Praia de Leste caracteriza-se

por aproximadamente 35 km de praias arenosas oceânicas. A orla desta

região está quase que em sua totalidade ocupada, sendo que, alguns

setores apresentam problemas com erosão e destruição de áreas

ocupadas à aproximadamente 20 anos, estando esta problemática

associada ao mau planejamento ocupacional da orla. A evolução

morfosedimentar de praias arenosas como estas, apresenta-se altamente

dinâmica e sensível, constantemente ajustando-se as flutuações dos níveis

de energia local. As ondas representam a principal entrada de energia

para estes sistemas e devido à mobilidade dos sedimentos encontrada

nestes ambientes, estes se ajustam as condições hidrodinâmicas vigentes.

Sendo assim, o estudo do clima de ondas da região é de extrema

importância, visto que este é um dos principais processos atuantes no

balanço sedimentar ao longo do litoral. Este projeto de pesquisa visa

caracterizar a dinâmica morfosedimentar em diferentes setores do arco

praial da Planície de Praia de Leste, associando ao regime de ondas

incidentes na região. A partir da realização de perfis topográficos, coleta de

sedimentos e observação visual de ondas em 14 praias durante 24 meses,

monitoramento este que se encontra concluído, será possível a análise da

variação volumétrica sedimentar, da evolução morfológica, e a

caracterização sedimentar das praias em questão. A utilização de

ferramentas como modelos matemáticos possibilitarão a caracterização do

regime de ondas atuante na região, realizado a partir de dados de ondas já

coletados a profundidades de 10 e 15m, batimetria da plataforma interna

rasa adjacente à área de estudo e dados meteorológicos regionais. Assim

Page 35: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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sendo, será possível a simulação de diferentes cenários que

caracterizarão os estados de mar mais freqüentes na região. Com a

diferenciação dos índices morfodinâmicos atuantes nestes setores será

possível determinar características da dinâmica morfosedimentar

associada ao regime de ondas das praias oceânicas do arco praial da

Planície de Praia de Leste. Sendo assim, este trabalho apresenta-se como

subsídio para a gestão costeira, auxiliando no processo e inferindo

diretrizes aos planos de manejo para este trecho da orla do Estado.

Palavras-chave: praia, morfodinâmica, ondas

Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. José Rodolfo Angulo e Prof. Dr. Ricardo de Camargo; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Dinâmica morfosedimentar associada à ocorrência de frentes meteorológicas em diferentes setores do arco praial da Planície de Praia de Leste – PR; Linha de pesquisa: evolução, dinâmica e recursos costeiros; Data de entrada na pós-graduação: março de 2007, Exame de qualificação: setembro de 2009; Nº de trabalhos publicados: 4; Data prevista para defesa: março de 2011; Possui bolsa: sim, Período: março de 2007 a março de 2011; Fonte pagadora: Capes.

Tecnógeno: transformação do relevo através da artificialização do meio geológico no município de Canoinhas, Estado de Santa Catarina Schultz, João Paulo ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani

O Tecnógeno, ou transformações tecnogênicas como é referido neste

estudo, tem como particularidade a ação da sociedade como principal

agente geológico modificador do relevo. Trata-se de um tema

relativamente novo em Geologia sendo motivado pelas intensas

transformações do meio ambiente da Terra provocadas pela ação humana.

O presente trabalho trata-se de um estudo sobre essas transformações

tecnogênicas no município de Canoinhas - SC. O município de Canoinhas

localiza-se na parte setentrional do estado de Santa Catarina, na divisa

Page 36: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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com o estado do Paraná e faz parte da microrregião de Canoinhas. Possui

uma área de 1.143 Km

2

e está situado ao vale do Canoinhas a uma

latitude de 26° 10’ 38” S e longitude de 50° 23’ 24” W de Greenwich e

altitude de 765 metros. Na região que compreende o estudo, observam-se

inúmeras atividades decorrentes da ação humana sobre o relevo bem

como sobre as formas de ocupação do solo. Dentre as principais

destacam-se o crescimento do espaço urbano, atividades agrícolas,

pedreiras, cemitérios entre outras. Além dessas atividades, percebem-se

também a ocupação do solo nas áreas ribeirinhas do Rio Canoinhas.

Assim, seu estudo é muito importante para a compreensão dos ambientes

que sofrem transformações a partir da ação da sociedade além da

contribuição aos estudos que vinculam ação geológica humana. A

pesquisa partiu da necessidade de se compreender de que maneira o

relevo se modifica através da participação direta ou indireta da

artificialização do meio geológico. Para a realização desse estudo foram

estabelecidas três etapas. A primeira etapa consistiu na realização de uma

fundamentação teórica visando explicar e discutir os principais termos

relativos à geologia tecnogênica através de bibliografias. Na segunda,

foram realizados estudos referentes à caracterização geológica,

geomorfológica e geográfica da área compreendida para a realização da

pesquisa. Foram utilizados nesta etapa os levantamentos de campo para a

descrição da geologia local e banco de dados do Comitê da Bacia

Hidrográfica do Rio Canoinhas e da CIRAM/EPAGRI para a descrição e

caracterização geográfica da área da pesquisa. Na terceira etapa está

sendo feita a identificação das transformações tecnogênicas ocorridas ao

longo do tempo. Para isso, estão sendo utilizados alguns métodos e

técnicas de pesquisa, dentre os quais destacam-se: levantamentos de

campo, fotografias de paisagens notáveis afim de registrar as

características físicas da área da pesquisa, uso de fotografias aéreas e

imagens de satélite bem como alguns softwares para dar suporte a

pesquisa. Assim, busca-se analisar e interpretar as ações que

transformam o meio ambiente terrestre, destacando o relevo, o solo e os

rios que pertencem ao município de Canoinhas.

Palavras – chave: tecnógeno, artificialização do meio geológico,

Canoinhas

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do Projeto original da dissertação: Tecnógeno: Proposta de estudo sobre a transformação do relevo através da ação geológica humana no município de Canoinhas-SC; Linha de Pesquisa: Geologia Ambiental Avaliação, Zoneamento e Gestão de Bacias Hidrográficas; Data de entrada na pós-graduação: março de 2008; Nº de créditos concluídos: 24; Exame de qualificação: junho de 2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 em 2009; Data prevista para defesa: março de 2010; Possui bolsa: não. Análise da evolução de uso e ocupação do solo na Região Cárstica Curitibana Silva, Maria Cristina Borges ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Luis Eduardo Mantovani

A área de estudo, abrange porções dos Municípios de Campo Magro,

Campo Largo, Almirante Tamandaré, Itaperuçu, Rio Branco do Sul,

Colombo e Bocaiúva do Sul. São inúmeras as informações contidas nos

diversos estudos sobre a Região Cárstica Curitibana, uma série de

recomendações e um macrozoneamento foram efetuados em relação ao

uso e ocupação destas áreas extremamente frágeis, no final dos anos

noventa. Decorridos uma década se faz necessário avaliar a evolução do

uso e ocupação destas áreas. O Zoneamento Ambiental é um dos

instrumentos da política ambiental brasileira estabelecida pela Lei n.º

6.938/81 (Art. 9.º, II), e está alicerçada em diversos princípios, dentre os

quais, no controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente

poluidoras (Art. 2.º, V). Os objetivos do zoneamento do Uso e Ocupação

do Solo na região Cárstica Curitibana têm sido o de indicar áreas para

preservar o equilíbrio entre as atividades humanas e os níveis qualitativos

e quantitativos da recarga do expressivo manancial hídrico da região. No

diagnóstico da situação, contida no Plano de Zoneamento do Uso e

Ocupação do Solo da Região do Carst na região Metropolitana de Curitiba,

foram estabelecidos os limites da área de ocorrência desse aqüífero, não

só aquela de influência direta, como também nas áreas de influência

indireta sobre o mesmo. Na área norte da Região Metropolitana de

Curitiba, nos últimos anos verificou-se um rápido e intenso processo de

Page 38: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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ocupação do espaço, no entanto esta ocupação não foi planejada e,

portanto, não teve acompanhamento de investimento em infra estrutura e

serviços urbanos, o que vem determinando uma série de conflitos, entre a

ocupação e a base física. A característica hidrogeológica da região, que

facilita a ocupação humana, via oferta de água subterrânea, também pode

torná-la inviável, caso esse manancial seja utilizado de maneira

inadequada. Compreendida essa incoerência, é preciso que se

compreenda também, com ênfase ao planejamento das atividades

humanas nessa região, que a mesma compõem um espaço geográfico

bem definido e com características especiais quanto à fragilidade

ambiental, e por esse motivo, devem ser tratados de forma diferenciada

das demais áreas que compõem a Região Metropolitana de Curitiba.

Assim, as diretrizes para o ordenamento do uso e ocupação do solo na

Região do Carst precisam congregar múltiplas variáveis que estejam

alicerçados na fragilidade da sua base natural frente às atividades

humanas. Desta forma faz-se necessário uma análise temporal e espacial

do uso e ocupação do solo para estabelecer índices de vulnerabilidade e

riscos socioambientais, que considerem a geodiversidade e a

geoconservação. A geodiveridade entendida aqui, como sugere

Schobbenhaus(2008), representada pelos diferentes tipos de rochas,

paisagens, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais, que são

o suporte da vida na Terra, ou seja, todas as formas de biodiversidade,

incluindo a humana. Para o autor a geodiversidade é o substrato essencial

para o desenvolvimento e evolução de qualquer forma de vida, sendo

difícil de entender que as questões relacionadas à geoconservação

raramente são tratadas com o mesmo grau de profundidade que a

bioconservação. Desta forma, alguns elementos da geodiversidade

apresentam interesse científico, didático, cultural, estético (paisagístico),

econômico (geoturismo), entre outros, e podem ser considerados como

sítios geológicos ou geossítios (ou monumentos geológicos, ou geótopo).

Portanto, os geosítios representam testemunhos irremovíveis do

patrimônio geológico de uma região, que precisam ser protegidos e

preservados, e por isso, deverão ser alvo especial da política de

ornamento territorial. Sendo assim é necessário analisar as mudanças

ocorridas por intermédio de avaliação estatística multivariada e de

mapeamento temporal e espacial que leve em consideração a

geodiversidade e a geoconservação, pois estas são elos entre as pessoas,

paisagens e suas culturas, por meio da interação com a biodiversidade.

Page 39: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Pois ao contrário da biodiversidade, o conceito de geodiversidade e

geoconservação são pouco divulgados para sociedade.

Palavras-chave: mapeamento, geodiversidade, geoconservação

Dados Acadêmicos: Co-Orientadores Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho, Prof. Dr. Emerson Carneiro Camargo. Nível Doutorado, Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos/Zoneamento Ambiental; Projeto Guarda-Chuva: Avaliação e Gestão da Bacias Hidrográficas, Data de entrada na pós-Março/2008,Título do Projeto Original Qualificação Geoambiental da Região Cárstica Curitibana:Potencial e fragilidade de uso alternativo das áreas de mananciais para adequação da educação e do turismo. No de créditos concluídos: 30, Exame de Qualificação: maio 2010, Trabalhos Publicados: 2. Data prevista para a defesa: dezembro de 2011; possui bolsa: não.

Mapeamento e caracterização de recifes de arenito naturais da plataforma continental rasa paranaense Simioni, Bruno Ivan ([email protected])

Orientador: Rodolfo José Angulo

As características geológicas e morfodinâmicas atuais das regiões

costeiras são resultantes dos processos continentais e oceânicos às quais

estão sujeitas atualmente e da herança geológica, marcada por

movimentos tectônicos, dinâmicas erosivas e deposicionais associadas à

ação de ondas, marés, correntes e aos eventos transgressivos e

regressivos dos oceanos. Feições sedimentares associadas às variações

do nível do mar durante o Período Quaternário são identificáveis em toda

a costa sul brasileira, especialmente nas áreas emersas onde podem ser

observados cordões litorâneos correspondentes a antigas linhas de costa

e dunas frontais, entre outras feições. Por sua vez, a identificação de

linhas de costa pretéritas nas áreas submersas é bastante restrita devido

ao retrabalhamento, nas fases transgressivas, do material depositado

durante as fases regressivas. Há cerca de 18.000 anos antes do presente

(AP), data correspondente ao último máximo glacial, o nível do mar estaria

Page 40: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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aproximadamente 130 metros abaixo do atual e a plataforma continental

estaria emersa. Na região da plataforma continental paranaense, observa-

se a presença de sedimentos de granulometria média a grossa que não

condizem com o atual sistema deposicional na região, onde os rios mais

importantes desaguam no interior de dois estuários bem desenvolvidos

(Complexo Estuarino de Paranaguá e Baía de Guaratuba), indicando que

este material foi depositado em épocas onde o mar estava abaixo do

atual. Outro indicativo de períodos de rebaixamento do nível do mar é a

existência de recifes de arenito (ou beachrocks) submersos, descritos em

alguns trabalhos na região. Sua formação é comumente associada à

região de entremarés, sendo constituídos por sedimentos marinhos

rapidamente cimentados pela precipitação de cimentos carbonáticos

(tipicamente calcita magnesiana e aragonita), podendo representar a linha

de costa da época em que foram formados. Além disto, os recifes de

arenito podem fornecer pistas sobre as características paleoambientais na

época de sua formação, afiguradas na mineralogia e hábito cristalino do

cimento carbonático. Devido, porém, à ampla distribuição geográfica e

diferentes características dos beachrocks e seus ambientes de formação, torna-se difícil determinar com convicção os processos condicionantes de

sua gênese. Estas incertezas geram extensas argumentações sobre como

correlacionar os dados obtidos de beachrocks em diferentes localidades

com as variações do nível do mar, sua profundidade e local de formação e

as características ambientais condicionantes deste processo. O projeto a

ser desenvolvido visa abordar estes aspectos, através de uma revisão

bibliográfica atual e abrangente, da coleta de beachrocks submersos na

região da plataforma continental rasa paranaense e da análise destes em

laboratório quanto à sua granulometria, composição mineral e idade

aproximada de formação. Para localização de afloramentos serão

consultados pesquisadores que possuem trabalhos desenvolvidos sobre o

assunto na região e serão utilizadas cartas de navegação dos pescadores

locais, que conhecem e evitam estes locais para a pesca por causar

danos aos equipamentos. Os trabalhos em campo serão realizados com o

auxílio de equipamento de mergulho autônomo, identificando,

fotografando, medindo e amostrando os afloramentos dos beachrocks, o

que auxiliará na elaboração de mapas de localização georreferenciados. A

localização real dos afloramentos encontrados pode ou não ser revelada

com precisão, dependendo da fragilidade do ecossistema encontrado e do

conhecimento de sua posição pelos pescadores. Espera-se que este

Page 41: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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projeto venha a contribuir com os estudos sobre a gênese e os processos

condicionantes na formação de beachrocks e com o estudo sobre

paleoníveis marinhos na área de estudo. Este faz parte do projeto guarda-

chuva denominado “Evolução, dinâmica sedimentar e recifes de arenito

naturais da plataforma continental interna rasa paranaense: subsídios à

avaliação de recursos costeiros” e conta com o apoio logístico e dados de

outros projetos em desenvolvimento sobre a região da plataforma

continental paranaense, além do apoio do Laboratório de Estudos

Costeiros (LECOST) da Universidade Federal do Paraná.

Palavras-chave: recifes de arenito, plataforma continental rasa, beachrock

Dados acadêmicos: Co-orientador: Dr. Fernando Alvim Veiga; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Mapeamento e caracterização de recifes de arenito naturais da plataforma continental rasa paranaense; Área de concentração: Geologia ambiental; Linha de pesquisa: Evolução, dinâmica e recursos costeiros. Data de entrada: Julho/2009; No de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: Trabalhos submetidos: Data de defesa (previsão): Junho/2011. Possui bolsa: (Pleiteada em 10/07/2009); Período: 24 meses; Fonte pagadora: CAPES.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Aplicação de Conceitos Geoestatísticos na Modelagem hidrogeológica dos Aqüíferos Serra Geral e Guarani no Estado do Paraná

Souza, Adalberto Amancio de ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho

O presente estudo tem por objetivo avaliar a aplicação dos conceitos

geoestatísticos na modelagem hidrogeológica dos aqüíferos Serra Geral e

Guarani no Estado do Paraná. A estatística clássica, aquela que se utiliza

de parâmetros como média e desvio padrão para representar um

fenômeno com base na hipótese principal de que as variações de um local

para outro são aleatórias, tem se mostrado limitada na representação de

variáveis regionalizadas, porque desconsideram a anisotropia e a

descontinuidade da variável que se quer observar. Os métodos tradicionais

de interpolação espacial tais como triangulação, média local das amostras

e inverso do quadrado da distância, só para citar alguns, representam

boas soluções quando os dados amostrais são abundantes. Quando os

dados são esparsos, como é o caso dessa pesquisa, tais métodos

apresentam limitações. Nesse caso, a interpolação mais indicada é a

Krigagem, que considera uma matriz de covariância espacial que

determina os pesos atribuídos às diferentes amostras, o tratamento da

redundância dos dados, a vizinhança a ser considerada no procedimento

inferencial e o erro associado ao valor estimado. Além disso, a Krigagem

fornece estimadores exatos com propriedades de não tendenciosidade e

eficiência. As técnicas de Krigagem possuem como ferramenta básica de

suporte o Variograma. O Variograma permite representar

quantitativamente a variação de um fenômeno regionalizado no espaço. O

Variograma representa o que, intuitivamente, se espera de dados de

campo, isto é, que as diferenças entre valores obtidos entre duas amostras

decresçam à medida que a distância que as separam decrescem. Da

mesma forma, o Variograma indica um aumento da variância (γ(h)) com o

aumento da distância. O Variograma apresenta quatro parâmetros: o

alcance, o efeito pepita, o patamar e a contribuição. Tanto o Aqüífero Serra

Geral quanto o Aqüífero Guarani, possuem variáveis hidrogeológicas com

comportamento regionalizado. No presente estudo, a malha amostral

utilizada é irregular e de baixa densidade, cerca de 320 amostras

Page 43: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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distribuídas em uma áreas de aproximadamente 110.000 Km

2

, no Aqüífero

Serra Geral, e de 50 amostras distribuídas em uma área de

aproximadamente 131.000 Km

2

, no Aqüífero Guarani. Mapas de

densidades de lineamentos para o Aquífero Serra Geral, foram elaborados

com o objetivo de definir as direções em que serão modelados os

Variogramas, visto que o aquífero em questão é fraturado. Com base

nesses Variogramas é que serão feitas as interpolações das variáveis

estudadas. Assim, aplicando-se os conceitos de geoestatística, pretende-

se quantificar essas incertezas associadas aos valores estimados, verificar

se essa densidade amostral permite uma estimação adequada das

variáveis, se não, qual seria uma densidade suficiente para tornar o grau

de incerteza aceitável e por fim, elaborar o modelo hidrogeológico da cada

um desses aqüíferos. Até o presente momento foram amostrados 304

poços tubulares no Aquífero Serra Geral e 40 poços tubulares no Aquífero

Guarani. A base teórica desses conceitos vem sendo obtida através de

cursos e pesquisas bibliográficas e sua aplicação no estudo proposto tem

se mostrado viável.

Palavras-chave: Sistema Aqüífero Serra Geral, Sistema Aqüífero Guarani,

geoestatística

Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Profs. Drs. André Virmond Lima Bittencourt e Eduardo Chemmas Hindi; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Aplicação de Conceitos Geoestatísticos na Modelagem Hidrogeológica dos Aqüíferos Serra Geral e Guarani no Estado do Paraná; Linha de pesquisa: recursos hídricos; Data de entrada: Julho de 2007; Número de créditos a serem concluídos: 0; Exame de qualificação: Primeiro semestre de 2011; Número de trabalhos a serem publicados: 3; Período de confecção de trabalhos para publicação: 2009 e 2010; Data prevista para defesa: Julho de 2011.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Efeitos na contaminação de água subterrânea por óleo diesel e gasolina em presença de etanol Souza, Rogério Tadeu de ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Ernani Francisco da Rosa Filho

A contaminação de aqüíferos por vazamentos de hidrocarbonetos de

petróleo é uma ameaça para a qualidade das águas subterrâneas devido à

alta toxicidade dos compostos orgânicos presentes no petróleo e seus

derivados. Em presença de etanol os compostos denominados BTEX

(benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) potencializam danos quanto a

dispersão e persistência da contaminação em subsuperfície,

principalmente o benzeno. A contaminação da zona saturada caracteriza-

se por apresentar alta mobilidade dos contaminantes e está associada ao

fluxo da água subterrânea, transportando dessa forma esses compostos a

longas distâncias e disponibilizando-os a diferentes potenciais receptores,

inviabilizando o uso e consumo dessa água. A pesquisa envolvendo os

efeitos na contaminação de água subterrânea por óleo diesel e gasolina na

presença de etanol tem por objetivo implantar um laboratório de campo

para desenvolvimento de conhecimentos específicos nessa área. Para

esse desenvolvimento realizou-se uma caracterização completa da

geologia e hidrogeologia da área de estudo como condição fundamental

para entender os fenômenos de dispersão e persistência dos

contaminantes. Para tal, foram perfurados cinco piezômetros para

caracterização. O local de desenvolvimento da pesquisa é uma área

adjacente ao CEM-UFPR - Centro de Estudos do Mar, no município de

Pontal do Paraná, litoral do Paraná distante aproximadamente 120 km de

Curitiba. O aqüífero freático foi caracterizado por meio de ensaios de

densidade, porosidade e análises físico-químicas de água. Dessa forma,

foi caracterizado como arenoso, com alta porosidade total (38,7% a 44,5%)

e efetiva (30,3% a 37,7%), densidade variando entre 1,95 g/cm

3

a 2,56

g/cm

3

e apresentando água bicarbonatada cálcica-sódica. A condutividade

hidráulica foi determinada através de dois métodos. O primeiro, se refere

ao teste de slug no qual os dados de nível d’água em função do tempo

foram interpretados pelo método de Hvorslev. O segundo, utilizou dados

gerados a partir da distribuição da curva granulométrica e interpretados por

meio do método de Shepherd. A condutividade hidráulica variou entre 10

-3

a 10

-4

cm/s. As análises granulométricas apresentaram grãos maturos de

Page 45: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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granulação fina a média. A geologia é constituida por sedimentos

inconsolidados marinhos de planície costeira, indiferenciados, com

cordões litorâneos da fase antiga e aluviões recentes do Cenozóico.

Através da leitura do nível d’água e levantamento planimétrico, para as

maiores elevações de maré, o fluxo subterrâneo mostrou-se para a

direção norte (mais próximo ao mar) e noroeste no interior do CEM no

sentido rio Pereque. O experimento de contaminação consistirá na injeção

de fase dissolvida de duas misturas distintas: uma mistura de gasolina e

etanol e a outra de diesel e etanol e, conseqüente observação do

comportamento da dispersão das duas plumas de contaminação em

subsuperfície. As duas misturas conterão a mesma proporção, ou seja,

24% de etanol cada uma. O estudo concentra-se no meio poroso da zona

saturada. Aliado às características dos contaminantes e somado à ampla

gama de variáveis geológicas e hidrogeológicas que interagem entre si e

que constituem fator determinante nas tecnologias disponíveis de

remediação de aqüíferos, este estudo disponibilizará conhecimento

específico sobre o comportamento dos contaminantes diesel + gasolina +

etanol e suas interações em subsuperfície.

Palavras chaves: contaminação, hidrocarbonetos, etanol

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dr. André Virmond Lima Bittencourt, Prof. Dr. Eduardo Chemas Hindi; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Efeitos na contaminação de água subterrânea por óleo diesel e gasolina na presença de etanol; Linha de pesquisa: Geologia Ambiental; Data de entrada na pós-graduação: março 2008; No de créditos concluídos: 19; Exame de qualificação: junho 2009; Data prevista para defesa: março 2010; Possui bolsa: não.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Programa de Geologia Exploratória

Caracterização estrutural da Bacia do Amazonas e seu embasamento através de métodos geofísicos: gravimetria, magnetometria e gamaespectrometria

Bongiolo, Alessandra de Barros e Silva ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira

O presente trabalho faz parte do Projeto Caracterização Tectono-Estrutural

da Bacia do Amazonas, em desenvolvimento pelo Departamento de

Geologia da UFPR para a Petrobras. Um dos objetivos do projeto é

averiguar a influência das estruturas do embasamento na

compartimentação e evolução tectono-estrutural da bacia, através da

interpretação de reativações sucessivas de tais estruturas e geração de

outras, durante o Fanerozóico. Para tanto, foi selecionada uma área

aproximada de 1.200.000 km

2

, compreendida pelas coordenadas

geodésicas 0º00’ a 8º00’ de latitude sul e 48º00’a 60º00’ de longitude

oeste, a qual envolve porções do embasamento exposto da Bacia do

Amazonas. Dados gravimétricos, aeromagnéticos e gamaespectrométricos

disponíveis na UFPR foram processados e qualitativamente interpretados

visando delinear o arcabouço geofísico, o qual será posteriormente

cotejado às principais estruturas regionais da área de estudo. Para

definição das tendências geofísico-estruturais foram testados vários

métodos de realce de anomalias de campos potenciais, neste contexto

foram eleitos os métodos que obtiveram melhores respostas em relação à

área estudada como gradientes direcionais (x,y,z), amplitude do gradiente

horizontal total, amplitude e inclinação do sinal analítico, amplitude do

gradiente horizontal total da inclinação do sinal analítico, inclinação do

sinal analítico da amplitude do gradiente horizontal total, este último aqui

empregado experimentalmente, com excelentes resultados. Tais técnicas

foram também aplicadas às malhas continuadas para cima (2000, 5000 e

10000 metros), em correspondência ao incremento da ordem de

derivação, no sentido de atenuar os ruídos e verificar a persistência das

Page 47: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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estruturas em profundidade. Foi também aplicado o método deconvolução

de Euler, de determinação estatística de profundidades das fontes

magnéticas e gravimétricas, para vários modelos (esfera, cilindro, degrau,

contato, etc.) obtendo resultados satisfatórios até o momento. A

superposição do arcabouço magnético-estrutural (profundo), ao

correspondente de superfície, extraído de mapas geológicos disponíveis e

de outros sensores (SRTM, imagens Landsat e outras) está sendo

realizada com bons resultados de acordo com o objetivo do estudo. No

intuito de comparar tais estruturas estão sendo gerados diagramas de

roseta para definição das direções preferenciais do embasamento e bacia.

Após o processamento e interpretação dos dados gamaespectrométricos

foi possível observar grande correspondência das respostas radiométricas

à geologia da área. Ainda, pretende-se selecionar áreas-alvo para

interpretação quantitativa (modelamento e inversão 2-D e 3-D). Os

resultados esperados, basicamente, consistem da proposição de um

arcabouço gravimétrico-magnético-estrutural da Bacia do Amazonas e do

embasamento exposto com apoio da gamaespectrometria para

confirmação dos contatos geológicos e direções de camadas. Tal

arcabouço, depois de integrado aos dados geológicos de superfície e

subsuperfície, deve contribuir para o objetivo principal do Projeto

“Caracterização estrutural do embasamento da Bacia do Amazonas e

implicações para reativações de falhas durante o Fanerozóico”.

Palavras-chave: bacia e cráton do amazonas, métodos geofísicos,

caracterização estrutural

Dados acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Leonardo Fadel Cury; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação ou tese: Modelo Gravimétrico-Magnético da Bacia do Amazonas; Linha de Pesquisa: Análise Regional e Métodos de Exploração; Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural do embasamento da Bacia do Amazonas e implicações para reativações de falhas durante o Fanerozóico, Petrobras; Data de entrada na pós-graduação: julho 2007; nº de créditos concluídos: 29; Exame de qualificação: previsto para dezembro de 2009; Nº de Trabalhos Publicados: previsão de 3 artigos, um para o 1º semestre de 2010 e dois para o 1º semestre de 2011; Data prevista para defesa: junho 2011; Possui bolsa: sim; Período: setembro de 2007 a julho de 2011; Fontes pagadoras: CNPq-CAPES.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Abordagem multiescala no domínio do Domo de Piratininga, SP

Campos, Adriane Fátima de ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira

O objetivo geral deste estudo é realizar uma abordagem multiescala para

determinar as possíveis correlações entre a deposição e geometria das

camadas com os eventos tectônicos relacionados ao Domo de Piratininga.

Portanto, a área deste estudo abrange o domínio do Domo de Piratininga,

sendo este representado por um alto estrutural, com seu ápice definido por

um horst limitado por falhas. Para subsidiar a pesquisa foram utilizados

dados de subsuperfície, como linha sísmica com resolução convencional,

com cerca de 80 km de comprimento, e um perfil composto do poço 1-PA-

1-SP. No sentido de adicionar novos dados de subsuperficie foram

realizadas duas etapas de aquisição sísmica de reflexão de alta resolução.

Como resultados foram obtidos duas seções sísmicas, totalizando

aproximadamente 2,8 km de comprimento e profundidade de investigação

de cerca de 360 metros. Os parâmetros de aquisição utilizados foram os

seguintes: intervalo de geofones 3 metros, intervalo de tiro 12 metros,

tempo de registro 1 segundo e intervalo de amostragem 0,5 milisegundos.

Tais parâmetros garantem uma maior resolução quando comparados com

os utilizados comumente na sísmica terrestre convencional (25 a 50

metros de intervalo de geofones, 25 a 100 metros de intervalo de tiro e 4 a

8 milisegundos de intervalo de amostragem). A fonte sísmica aplicada foi

do tipo queda de peso acelerado, que possui como característica boa

repetibilidade, permitindo a soma dos sinais dos tiros. Foi estabelecida

uma metodologia para levantamentos sísmicos de alta resolução, a qual

permitiu o aumento de produtividade e conseqüente ganho de tempo nas

atividades de campo. O processamento dos dados sísmicos foi realizado

segundo o seguinte fluxo: entrada dos dados, inserção da geometria,

silenciamento de ruídos, aplicação de ganho, balanço espectral, análise de

velocidade, NMO, filtro FK, INMO, análise de velocidade, estaqueamento e

migração. Os resultados obtidos demonstram a presença de refletores

marcantes, com boa continuidade lateral e também indicam que o tipo de

arranjo e os parâmetros de aquisição utilizados permitiram imagear até

aproximadamente 300ms com razoável qualidade. A realização de duas

etapas de aquisição, em épocas distintas e com levantamentos em

Page 49: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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direções opostas, sendo uma linha com direção W-E e outra E-W, indica

que as feições imageadas correspondem a eventos geológicos e não a

artefatos gerados pelo processamento ou pela aquisição. A interpretação

da linha sísmica convencional e de alta resolução foi realizada com o

objetivo de identificar e delinear os principais horizontes sísmicos e

sistemas de falhas. Na linha sísmica de alta resolução foram identificados

vários horizontes sísmicos, a partir dos quais foi possível observar às

relações entre a deposição e a geometria e também a presença de falhas.

Foi identificada uma falha normal, com posicionamento no terreno

coincidente com um lineamento identificado em imagem de satélite. Outro

aspecto identificado é que as falhas interpretadas na linha regional

apresentam correlação com as feições observadas na linha de alta

resolução, ambas apresentando blocos baixos basculados a oeste. Estas

falhas possuem relação com lineamentos de terreno interpretados com

base nos dados altimétricos orbitais da Shuttle Radar Topography Mission

(SRTM) e também nos dados aeromagnetométricos dos Projetos Botucatu

e Bauru. Os resultados obtidos até o momento permitiram estabelecer a

relação entre feições do arcabouço tectônico regional com estruturas

interpretadas nos dados sísmicos. Estes resultados indicam o potencial de

aplicação da metodologia multiescala em outras pesquisas geológicas.

Palavras-chave: integração de dados, sísmica de reflexão, Domo de

Piratininga

Dados acadêmicos: Co-orientadores: Dr. Sidnei P. Rostirolla e Msc.

Marcelo K. Bartoszeck; Nível: Doutorado; Título do projeto original da tese: Modelagem sísmica e de dados potenciais aplicada à determinação do arcabouço geológico-geofísico do Domo de Piratininga – SP; Linha de Pesquisa: Modelagem Exploratória – Análise de Bacia e Petrofísica; Projeto guarda-chuva: SPHERA; Data de entrada: agosto / 2005; Número de créditos concluídos: 37; Exame de qualificação: agosto / 2009; Número de trabalhos publicados: 1; Período de confecção de trabalhos: março / 2008 e agosto / 2009; Data prevista para defesa: setembro / 2009; Possui bolsa: não.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Petrologia das rochas máficas da Bacia do Amazonas na região de Medicilândia, Estado do Pará

Costa, Juliana ([email protected]) Orientadora: Prof. Drª. Eleonora Maria Gouvêa Vasconcellos

As rochas máficas da Bacia do Amazonas estão inseridas no evento

magmático Penatecaua, datado do final do Triássico, relacionado à

fragmentação do Pangea e conseqüente abertura do Oceano Atlântico

Norte. O magmatismo é caracteristicamente intrusivo com predomínio de

soleiras, com diques subordinados e é, aparentemente, controlado por

altos estruturais anteriores ao magmatismo. Em geral as intrusões são

mais espessas próximo ao depocentro da bacia e mais adelgaçadas

próximo aos altos estruturais. A média das espessuras totais das soleiras é

de 500 metros, com volume estimado de 4x10

5

km³. Na literatura as rochas

são descritas como diabásios de assinatura toleítica, compostas por

plagioclásio, piroxênio, ilmenita, magnetita, apatita e, como minerais

secundários, ocorre sericita, epidoto, biotita e argilominerais. Entretanto, os

trabalhos disponíveis a respeito destas rochas não abordam de forma

específica a petrologia, a geoquímica, a petrogênese e a evolução

magmática das rochas intrusivas, assim como as relações de contato das

intrusões com as encaixantes. A área de estudo do plano de mestrado

localiza-se no município de Medicilândia, no estado do Pará, na borda sul

da Bacia do Amazonas. Nesta região são mapeadas intrusões ao longo de

cerca de 40 km na Rodovia Transamazônica, em uma faixa de até 13 km

de largura. Em Medicilândia as rochas máficas estão intrudidas em rochas

sedimentares paleozóicas da bacia, especificamente nos grupos Urupadi e

Curuá. O objetivo geral do trabalho é traçar a evolução magmática

responsável pela formação das rochas do Penatecaua da Bacia do

Amazonas na região de estudo, e fazer correlação com a Província

Magmática do Paraná na Bacia do Paraná. Como objetivos específicos

têm-se a caracterização mineral, análise da química mineral e da

assinatura geoquímica das rochas e, com base nestes dados, determinar a

temperatura e a pressão de instalação das intrusões. Para alcançar com

êxito os objetivos propostos, os métodos utilizados são: o estudo de

trabalhos anteriores; uma etapa de campo de 10 dias na área de trabalho,

realizada no mês de julho de 2009 com o apoio do projeto

CATEA/Petrobras; análises petrográficas das rochas; análises por

Page 51: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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fluorescência de raios X para definição de elementos maiores e traço, a

serem realizadas no LAMIR/UFPR; análise de elementos terras raras em

espectrômetro de massa com fonte de plasma ICP-MS; análise por

microssonda eletrônica para determinação da química mineral. Os dados

litoquímicos obtidos serão interpretados por meio de diagramas tipo

Harker, diagramas de classificação, spidergrams e diagramas

multielementares, entre outros e serão correlacionados com as

informações petrográficas e de campo. Os dados de química mineral serão

analisados com a confecção de diagramas de classificação e cálculos de

temperatura e pressão a partir de geotermobarômetros; interpretação dos

dados geoquímicos e petrográficos, visando à caracterização da série

magmática e da evolução das rochas. De acordo com o cronograma, até o

momento foi realizada extensa pesquisa bibliográfica, a fim de reunir os

dados existentes sobre o evento magmático Penatecaua. Os resultados

esperados com o trabalho são: propor um modelo evolutivo para as

intrusões, definir a forma e espessura das soleiras, comparar os dados

obtidos com modelos da literatura e correlaciona-los com o magmatismo

Juro-Cretáceo da Bacia do Paraná, associado à quebra do Pangea e

abertura do Oceano Atlântico Sul.

Palavras-chave: magmatismo Penatecaua; geoquímica; diabásio

Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Petrologia das rochas máficas da Bacia do Amazonas na região de Medicilândia, Estado do Pará. Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise regional e métodos de exploração; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: maio de 2010; Data da Defesa: fevereiro de 2011; Possui Bolsa: Sim; Período: abril de 2009 ao fim do mestrado; Fonte Pagadora: CAPES.

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Caracterização e gênese de calcretes da Formação Guabirotuba, Bacia de Curitiba

Cunha, Paola Viana de Castro ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes

A bacia sedimentar de Curitiba, de idade miocênica a pleistocênica,

localiza-se na região metropolitana da cidade homônima, em área de cerca

de 3.000 km

2

. Seu preenchimento sedimentar é constituído

essencialmente por depósitos arenosos arcosianos e lamitos, localmente

com cimentação e crostas carbonáticas. Os intervalos carbonáticos são

descontínuos, tabulares, com extensões laterais métricas, de cor cinza

clara, espessuras centimétricas a métricas.Geralmente são maciços,

embora ocorram de forma foliada ou como cimentação difusa a nodular.

Nas areias arcosianas os carbonatos encontram-se na forma de

cimentação friável e descontínua. Também podem ocorrer como vênulas,

correspondentes a pequenas fraturas preenchidas, aleatoriamente

distribuídas que podem ser produto de processos pedogenéticos mais

recentes. Os calcretes são definidos como acúmulo secundário de

carbonato de cálcio. Tal acúmulo, resulta da cimentação e/ou reposição de

material hospedeiro pela precipitação do CaCO3 da água que infiltra no

solo ou da água subterrânea. O tempo necessário para a formação de um

perfil de calcrete dentro de um solo varia muito e está controlado por

alguns fatores como: clima, taxa de sedimentação, o abastecimento de

cálcio e de carbonato. Os calcretes pedogenéticos apresentam feições

bem definidas no perfil de solo. Alguns traços macroscópicos são

característicos, como presença de: rizolitos, nódulos de carbonatos, grãos

com revestimento micrítico, texturas laminares. Traços microscópicos

também são muito característicos. São feições formadas por processos

biogênicos e/ou físico-químicos: 1) tipo alfa, aquelas com predomínio de

processos não biogênicos e 2) tipo beta, de processos biogênicos. Os

calcretes com textura do tipo alfa apresentam frequentemente cristais

rômbicos de calcita. O tamanho dos cristais varia de micrítica a esparítica.

Sua formação vem de reprecipitação e recristalização do CaCO3 pela

variação do nível freático. Os de textura tipo beta apresentam cristais

aciculares de calcita, feições em menisco, porosidade maior. A formação

dos calcretes com textura do tipo beta parece estar relacionada com alto

grau de sobresaturação ou com atividade microbiana. As estruturas

Page 53: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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alveolares são típicas deste tipo de calcretes, estão formadas por septos

arqueados de longitude variada que se desenvolvem dentro de espaços

vazios, como moldes de raízes ou em poros intergranulares. A presença

de crostas e nódulos carbonáticos em sedimentos pelíticos é em parte

atribuída a paleopedogênese decorrente da exposição dos sedimentos sob

condições de forte evaporação em clima semi-árido. A pesquisa tem como

objetivo principal caracterizar petrográfica e quimicamente os calcretes da

bacia de Curitiba. A caracterização mineralógica e discussão da gênese

dos calcretes, apoiada em revisão de associações faciológicas e evolução

sedimentar da bacia constitui tema de grande interesse, tanto para a

evolução das bacias continentais cenozóicas, quanto para avaliações dos

comportamentos geotécnicos, de recursos naturais (minerais e águas

subterrâneas) da região metropolitana de Curitiba. A pesquisa consiste

essencialmente em: 1) revisão bibliográfica, 2) levantamentos de seções

de detalhe em campo, 3) caracterização petrológica dos calcretes por

microscopia óptica eletrônica de varredura, difração de raios X, e isótopos

de C e O. Espera-se com tais estudos discriminar distintos contextos

genéticos e assim obter informações paleoambientais e de evolução da

bacia. Amostras coletadas em primeira etapa de campo foram analisadas

com Microscópio Eletrônico de Varredura e Emissão de Elétrons

Secundários (MEV/EDS). Os resultados preliminares revelaram diferentes

texturas e feições microscópicas, possíveis registros de episódios

diferentes de deposição do CaCO3.

Palavras-chave: calcretes, Bacia de Curitiba, Guabirotuba

Dados acadêmicos: Co-Orientador (s): Profº Drº Daniel Atêncio, Profa Dra Valderez Ferreira. Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização e gênese de calcretes da Formação Guabirotuba, Bacia de Curitiba; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de bacias; Data de entrada na pós-graduação: 05/2009; No de créditos concluídos:10; Exame de qualificação: 05/2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Electron microscopy study of the calcretes Guabirotuba Formation, Curitiba Basin (Paraná) ; Data da Defesa: 03/2011; Possui Bolsa: sim; Período: 05/2009 – 05/2011; Fonte pagadora: CAPES.

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Pegmatitos como guias de exploração de EGP e metais associados em basaltos da Formação Serra Geral, na região de Salto do Lontra, PR

Ferreira, Carlos Henrique Nalin ([email protected])

Orientador: Prof

a

Dra. Maria José Maluf de Mesquita

A área de estudo localiza-se na região sudoeste do Estado do Paraná, nas

proximidades da cidade de Salto do Lontra. O objetivo geral deste projeto

é estudar, em detalhe, os corpos pegmatitos e a relação genética destes

com a distribuição e o comportamento dos elementos EGP e metais

associados nos Basaltos da Formação Serra Geral na região. A definição

dos processos que atuaram na diferenciação dos derrames de basaltos da

Formação Serra Geral, pode contribuir de forma significativa para o melhor

entendimento da metalogênse de EGP e metais associados nestas rochas.

No Oeste do Paraná, foram registradas mais de trinta ocorrências de

rochas diferenciadas de granulação grossa, pegmatitos, alojadas em

derrames tabulares de basalto maciço, classificados por Gomes et al.

(2006) de derrames tipo II. As ocorrências distribuem-se na área portadora

de anomalias geoquímicas de elementos do grupo da platina (EGP), Ni,

Cr, Cu e Au (LICHT e ARIOLI, 2000; ARIOLI e LICHT, 2006). Os

pegmatitos formam lentes horizontais, com espessura de poucos

centímetros até cerca de 70 cm, por uma centena de metros de

comprimento, encaixados no nível maciço central dos derrames espessos

de basalto. Os contatos entre os níveis de pegmatito e as encaixantes são

geralmente nítidos na base e difusos no topo. Em alguns locais, observam-

se apófises ou veios subverticais, interconectando os corpos horizontais e

formando stockworks. ARIOLI (2008) estabelece a relação de EGP e

metais associados com magnetita, na forma de inclusões de sulfetos e

ligas metálicas, a qual forma concentrações nos contatos externos dos

pegmatitos. Os pegmatitos podem ser interpretados como produtos de

diferenciação magmática em derrames espessos de basalto, com

características petrográficas, particularmente a textura pegmatóide, e

geoquímicas, como o enriquecimento em elementos químicos

incompatíveis, indicadoras de filtragem seletiva do líquido residual durante

a ascensão através da rede de grãos de plagioclásio, na lava subsolidus,

parcialmente cristalizada (PHILLPOTS et al. (1996). Para melhor

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

50

compreender a formação e mineralização destas rochas pretende-se:

Individualizar e caracterizar os derrames da área de estudo dentro do

contexto regional da Formação Serra Geral, caracterizar petrologicamente

os pegmatitos e suas rochas encaixantes, definir alvos de concentração de

magnetita, mineral concentrador de EGP e metais e quantificar os teores

de EGP e metais associados presentes nestas rochas. Pretende-se

implantar uma malha de susceptibilidade magnética, com o propósito de

definir alvos de concentração de magnetita e direcionar uma amostragem

seletiva. Análises químicas por fluorescência de raio-X e plasma ICP-

MS serão realizadas a fim de quantificar os teores de EGP e metais

associados prasentes nestas rochas, bem como realizar uma modelagem

geoquímica com a finalidade de definir o grau de parentesco entre os

pegmatitos e as rochas encaixantes. Com este estudo espera-se contribuir

para o avanço no entendimento dos processos de formação dos

pegmatitos em derrames tabulares da Formação Serra Geral, bem como

compreender como se dá a distribuição dos EGP e metais associados

nestas rochas. O estudo será financiado em parte com recursos do projeto

de pesquisa intitulado “Estudo dos processos pós-magmáticos -

hidrotermais em basaltos da Formação Serra Geral no Estado do Paraná”,

coordenado pela co-orientadora Dra. Márcia Boscato Gomes, aprovado

pelo CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico - no Edital

MCT/CNPq 02/2006 – Universal, processo n° 484323/2006-7. O projeto

também tem apoio institucional e financeiro da MINEROPAR, que

financiará os trabalhos de campo e parte das análises químicas.

Palavras-chave: pegmatitos, magnetita, elementos do grupo da platina

(EGP)

Dados acadêmicos: Co-Orientador: Profa Dra. Marcia Elisa Boscato Gomes, Geól. Dr. Edir Edemir Arioli; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/ tese: Geologia e controle estrutural do depósito de asbestos crisotila da SAMA em Minaçu (GO) – Complexo Máfico-Ultramáfico de Cana Brava.; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 10; Exame de qualificação: Agosto de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 (um) resumo no II Simpósio Brasileiro de Metalogenia; Data da Defesa: Março de 2011;

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

51

Possui bolsa: sim Período: Abril de 2009 a Março de 2011; Fonte pagadora: CAPES. Caracterização Morfoestrutural do Domo de Monte Alegre (PA) Figueira, Isabella Françoso Rebutini ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni

O Domo de Monte Alegre é uma estrutura geomorfológica dômica, exibe

uma forma semi-elíptica limitada por diferentes zonas de falhas que se

destaca na planície amazônica e está associado a anomalias de

drenagens anelares e radiais centrípetas. Esta mega-feição está situada

nas proximidades da cidade homônima, cerca de 100 km a leste de

Santarém. O estudo das principais estruturas de deformação, que

condicionam a morfologia do relevo atual, englobou diferentes escalas,

que vão desde imagens orbitais até fotografias aéreas. Do ponto de vista

geomorfológico a estrutura é caracterizada por um relevo plano no interior,

recoberto por vegetação tipo savana, circundado por um anel de serras

com perfil de “cuestas” e “hogbacks”. As variações altimétricas variam de

35 metros na região central a 250 metros nas bordas, chegando até a 440

metros na Serra de Itauajuri, localizada no noroeste da estrutura. Como

conseqüência destas características do terreno, as drenagens são

anelares no entorno e radiais centrífugas no interior. Geologicamente a

região do domo está inserida na Bacia do Amazonas situada no norte do

Brasil entre os escudos das Guianas e Brasil Central. Na porção central do

domo afloram rochas mais antigas pertencentes à Formação Ererê do

Grupo Urupadi, em uma superfície aplainada envolvida por um anel de

serras que sustentam o relevo onde afloram rochas dos grupos Urupadi,

Curuá, Tapajós, Javari e intrusões do magmatismo Penatecaua. A área de

abrangência, dos levantamentos de campo e apresentação dos dados,

compreende essencialmente a feição dômica e a região do entorno. Este

trabalho baseou-se na análise de imagens, de dados pré-existentes,

mapas temáticos e dados de campo. Os dados pré-existentes utilizados

foram: mapas geológicos e mapas publicados em artigos técnicos; as

imagens e modelos numéricos utilizados, base das interpretações

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

52

morfoestruturais, foram: modelos 3D SRTM 90m; a imagem Landsat 7

ETM+ e fotos aéreas na escala 1:15.000. Os dados de campo contribuíram

para levantamento de dados estruturais, das características litoestruturais

e a identificação mais precisa da localização e características das

principais estruturas (lineamentos) definidas pela análise de imagens. Na

área do domo e região do entorno foram interpretadas as feições lineares

de relevo de detalhe, por meio de estereoscopia de fotografias aéreas.

Através da sobreposição destas informações, obtidas nas escalas

variadas, foram delineadas as principais impressões dos registros das

deformações, com base na continuidade e direções dos traços. No

decorrer do estudo, foram também gerados mapas temáticos para auxiliar

na caracterização das morfoestruturas, a saber: mapa da rede de

drenagem teórica; mapa da densidade das drenagens; mapa de densidade

dos lineamentos, comprimento acumulado e freqüência acumulada dos

lineamentos. Ressalta-se também a elaboração de um mapa de

declividade, confeccionado a partir dos modelos SRTM. Estes mapas

foram fundamentais para uma adequada caracterização morfológica do

terreno e suas respectivas relações com as estruturas (falhas / fraturas).

No domo e região do entorno estão presentes intrusões de diques e

soleiras que cortam a seção pré-cretácea provenientes do magmatismo

básico do evento Penatecaua atuante durante o Jurássico. O mapa de

declividade evidencia a conformação dômica da região, onde os maiores

valores da declividade encontram-se nas bordas do domo, também com

distribuição circular. A configuração geomorfológica/estrutural atual revela

que as principais zonas de falhas que deformaram o Domo de Monte

Alegre encontram-se nas direções NNW-SSE, NE-SW, ENE-WSW e

algumas NS. Essas zonas de falhas foram definidas com base na

interpretação das imagens em escalas variadas, e algumas destas

direções coincidem com as direções do Sistema Riedel. Levantamentos de

campo permitiram identificar em rochas do Devoniano Médio ao

Carbonífero uma deformação associada à fase D1, com paleontensor σ1

de direção N45W/SE. As anomalias de drenagem identificadas na região

do Domo de Monte Alegre e área do entorno podem estar associadas a

esta deformação, pois encontram-se alinhadas segundo a direção de

compressão máxima e de alinhamentos NE/SW coincidentes com a

direção do σ3. As falhas ENE-WSW e NE-SW, compartimentam a

estrutura dômica ao sul e leste, com rejeitos elevados, identificadas

também por altos valores de declividade. Levanta-se aqui a hipótese que a

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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deformação do Domo de Monte Alegre ocorreu em pelo menos duas fases

sendo estas direções correlacionadas ao falhamento gerado no evento D2

cretáceo a pós-cretáceo. Essas informações serão complementadas com

futuros dados de campo.

Palavras-chave: Domo de Monte Alegre, análise estrutural, análise de

imagens

Dados acadêmicos: Co-Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira; Nível: Doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Caracterização estrutural do Domo de Monte Alegre, Bacia do Amazonas – Pará; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada na pós-graduação: julho 2007; No de créditos concluídos: 26; Exame de qualificação: dezembro 2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: 2009/2010; Data da Defesa: julho 2011; Possui Bolsa: sim; Período: 4° semestre; Fonte pagadora: Petrobras. Estudo comparativo das seções do Carbonífero Superior na borda sudoeste da Bacia do Parnaíba e na borda sul da Bacia do Amazonas

Juk, Kaluan Frederico Virmond ([email protected]) Orientadora: Prof. Dr. Cristina Silveira Vega

O conhecimento estratigráfico das bacias do Amazonas e Parnaíba é

pouco expressivo quando comparado a sua extensão. O estudo da

evolução geológica das bacias sedimentares brasileiras é de grande

interesse, pois é uma ferramenta importante na investigação dos

processos e definições de possíveis áreas geradoras de recursos

energéticos. O principal objetivo do trabalho é a comparação do

Carbonífero Superior das duas bacias, com o intuito de compreender

melhor a evolução paleogeográfica. Os trabalhos na Bacia do Amazonas

são dificultados pela grande cobertura vegetal presente, além de uma

limitada área de afloramentos paleozóicos, poucos acessos rodoviários e

extensas planícies fluviais. As melhores exposições da bacia encontram-se

Page 59: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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ao longo de rios, que cortam a seção paleozóica aflorante na Bacia e na

rodovia Transamazônica. A área a ser estudada da Bacia do Amazonas

localiza-se no Estado do Pará, nos municípios de Itaituba, Rurópolis e

Placas. Esta área foi definida por possuir facilidade de acesso, visto que o

cinturão de afloramentos paleozóicos é cortado pela BR-230 (Rodovia

Transamazônica) e pelo Rio Tapajós. O Carbonífero Superior na Bacia do

Amazonas é representado pelas formações Monte Alegre, Itaituba e Nova

Olinda. A área de estudo na Bacia do Parnaíba localiza-se entre as

cidades de Guaraí e Pedro Afonso, no estado do Tocantins, ao longo da

BR-235. Na Bacia do Parnaíba este intervalo é representado pela

Formação Piauí. O estudo deste intervalo tem uma importância relevante

para a compreensão e caracterização de reservatórios. O potencial

exploratório da Bacia do Parnaíba está associado principalmente ao gás

gerado na Formação Pimenteiras (Devoniano) e acumulado nos arenitos

devonianos da Formação Cabeças. Há também um potencial reservatório

na seqüência carbonífera da Bacia do Parnaíba, onde o hidrocarboneto

pode estar acumulado nos arenitos da Formação Piauí, selados por

folhelhos e anidritas da Formação Pedra de Fogo. Em relação à Bacia do

Amazonas, a Formação Monte Alegre representa um potencial reservatório

para óleo e gás. A Formação Itaituba, devido a suas características

litológicas, serviria como selo, facilitando a acumulação de hidrocarbonetos

na Formação Monte Alegre. Portanto o melhor conhecimento da idade e

ambiente de deposição é importante para avaliar o potencial da seqüência

carbonífera da Bacia do Amazonas. Para realizar esta análise será feita a

caracterização das formações neocarboníferas das duas bacias, uma

comparação entre a bioestratigrafia dessas formações e construção de

mapas paleobiogeográficos do intervalo analisado. Para atingir estes

objetivos está sendo realizado um levantamento bibliográfico da

litoestratigrafia e da bioestratigrafia do Neocarbonífero das duas bacias. As

informações levantadas estão catalogadas em um banco de dados. Já foi

feita uma etapa de campo em cada área a ser estudada. O procedimento

em campo baseia-se na coleta de informações estratigráficas utilizando o

método de perfis estratigráficos verticais e coleta de amostras para análise

de fósseis. Como produto deste trabalho espera-se obter uma melhor

caracterização litológica da Formação Piauí, na Bacia do Parnaíba, e das

formações Monte Alegre e Itaituba na Bacia do Amazonas. A correlação de

perfis cronoestratigraficamente posicionados permitirá a melhor datação

Page 60: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

55

dos eventos atuantes durante a deposição. Estes eventos serão

demonstrados através de mapas paleobiogeográficos.

Palavras-chave: correlação estratigráfica, bacias paleozóicas, mapas

paleobiogeográficos

Dados Acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo comparativo das seções do Carbonífero Superior na borda sudoeste da Bacia do Parnaíba e na borda sul da Bacia do Amazonas. Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 8; Exame de qualificação: maio de 2010; Data da Defesa: fevereiro de 2011; Possui Bolsa: Sim; Período: abril de 2009; Fonte Pagadora:PETROBRAS/PARNAÍBA BORDA OESTE.

Litofaciologia dos sedimentos da Bacia de Curitiba, PR

Lima, Fábio Macedo de ([email protected])

Orientador: Luiz Alberto Fernandes

A Bacia de Curitiba situa-se no centro-sul do Primeiro Planalto

Paranaense, no denominado Planalto do Alto Iguaçu. A noroeste da bacia

encontram-se os metamorfitos do Grupo Açungui e a sudeste os

granitóides da Suíte Graciosa (SG), já nos domínios da Serra do Mar.

Localmente, o embasamento da bacia é representado pelas rochas do

Complexo Atuba e Setuva e os granitos Guajuvira e Anhangava (SG).

Sobre estes estão preservados 3.000 km

2

de sedimentos com espessura

máxima conhecida da ordem de 90 m. São cascalhos, areias e lamas de

cor predominante cinza esverdeado, que podem apresentar precipitados

carbonáticos de cores claras. Tais depósitos são incluídos na Formação

Guabirotuba, cuja deposição foi atribuída a sistemas de leques aluviais

desenvolvidos junto a escarpas de falha, sob regime climático semi-árido.

Durante o Cenozóico, esforços residuais do rifteamento cretáceo do

Atlântico Sul afetaram a margem continental sul e sudeste brasileira.

Estruturas preexistentes de direção NE-SW foram reativadas com

Page 61: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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deslocamento normal, originando grábens assimétricos subalinhados à

linha de costa atual. Preenchidos por sedimentos de natureza

essencialmente continental, esses grábens constituíram bacias

sedimentares que atualmente são incluídas no Sistema de Riftes

Cenozóicos do Sudeste do Brasil. Observações baseadas em modelos de

ambientes de leques aluviais antigos e leques atuais sugerem atuação de

processos fluviais erosivos e deposicionais característicos, que podem ser

posicionados em relação à distância ao ápice. Nas zonas proximais, sob

condições de maior energia, são depositados cascalhos a areias

relacionadas a rios entrelaçados efêmeros e fluxos gravitacionais. Com o

decréscimo gradual da declividade no sentido do interior da bacia,

encontram-se: na zona medial, areias e lamas que preenchiam canais

fluviais lateralmente mais estáveis predominam sobre depósitos de fluxos

gravitacionais distais; na zona distal, ocorre deposição de areias de canais

rasos pouco confinados e lamas de planície de inundação. Por vezes

encontram-se carbonatos pedogênicos associados a intervalos de

exposição subaérea dos sedimentos. Partindo-se desse modelo

deposicional, levantamentos de campo enfatizaram a caracterização e

associação de fácies dos depósitos da Bacia de Curitiba. Para tanto, foram

empregados dados de superfície, como descrições detalhadas dos

sedimentos, seções colunares e transversais, além de registros

fotográficos dos afloramentos. Os dados pontuais foram projetados sobre

mapa geológico regional e sua distribuição sugeriu seis zonas de

associações litofaciológicas similares. Em seguida procurou-se

correspondência entre associações identificadas e as referidas em

modelos deposicionais de leques aluviais que constam na literatura. A

distribuição horizontal das associações litofaciológicas sugere padrão

radial de dispersão, e corrobora resultados recentemente obtidos por

estudos de proveniência por minerais pesados. Ambos sugerem que as

principais áreas fonte dos sedimentos estão situadas ao longo do flanco

sudeste da Bacia de Curitiba, onde se encontram os maciços granitóides

da Suíte Graciosa.

Palavras-chave: riftes cenozóicos do sudeste, Formação Guabirotuba,

análise faciológica

Dados acadêmicos: Co-Orientador: Mario Sergio de Melo (Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG); nível: mestrado; título do projeto

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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original da dissertação/tese: Faciologia e ambientes deposicionais da bacia sedimentar de Curitiba, Paraná; linha de Pesquisa: análise de bacias e petrofísica; projeto guarda-chuva: Potencial das Argilas da bacia de Curitiba e região de Castro, Piraí do Sul-PR; data de entrada: marco/2008; no de créditos concluídos: 19; exame de qualificação: junho/ 2009; trabalhos publicados ou período de confecção: 05 (um submetido); data da Defesa: marco/2010; possui bolsa: sim; período: junho/2008 a março/2010; fonte pagadora: CAPES Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por estudo de zircões Machado, Denise Alessandra Monteiro ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Fernandes

A bacia sedimentar de Curitiba localiza-se na porção centro-sul do primeiro

planalto paranaense. Constitui o substrato da cidade homônima e de

grande parte de sua região metropolitana. A Formação Guabirotuba, que a

preencheu, tem idade terciária. É composta por depósitos arenosos

arcosianos e lama, conglomeráticos nas bordas. Tem espessura máxima

da ordem de 80 metros. O embasamento da bacia é formado por rochas

metamórficas do Complexo Atuba, granitos da Província Graciosa a E e

SE, e metamórficas do Grupo Açungui a NW. O estudo de proveniência

sedimentar é importante ferramenta na análise de bacias. Os efeitos de

mudanças da assinatura de proveniência original, causados por alteração

intempérica, durante o transporte ou na diagênese, podem ser

parcialmente superados por estudo de um único grupo mineral específico.

O notável predomínio do zircão verificado em pesquisa recente de

mestrado da autora apontou a possibilidade da discriminação de

variedades composicionais para definição mais precisa de áreas-fonte. O

zircão é um mineral de elevada resistência aos processos físicos e

químicos naturais, freqüente entre os minerais detríticos da maior parte

dos depósitos sedimentares. O mineral resiste também a transformações

de alta temperatura como as de processos hidrotermais e metamórficos. A

baixa velocidade de difusão intracristalina dos íons na estrutura do zircão

favorece a preservação de sua composição química e isotópica originais

Page 63: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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durante a maior parte dos processos geológicos. Essas propriedades

fazem do zircão um mineral de grande importância em estudos de

proveniência e geocronologia. As propriedades ópticas do zircão têm sido

utilizadas frequentemente na identificação de proveniência de sedimentos.

O tipo de crescimento dos cristais revela a origem de sua rocha

hospedeira. Estudos anteriores registram que zircões metamórficos em

geral possuem terminações arredondadas e aqueles de rochas de alto

grau tendem a formas ovóides, enquanto os ígneos são usualmente

euédricos, com forte zoneamento composicional. A pesquisa será

desenvolvida segundo: 1) revisão bibliográfica, 2) levantamentos de

seções estratigráficas de detalhe, análise faciológica e amostragem em

campo, 3) seleção de amostras, separação de minerais pesados e preparo

de seções para análises laboratoriais de zircões (óptica, MEV/EDS,

químicas) A tipologia dos grãos de zircão é baseada nas combinações

possíveis entre prismas e pirâmides, considerando suas dimensões

relativas. As análises preliminares realizadas no Centro de Microscopia

Eletrônica da UFPR, revelaram diferentes formas dos grãos: 1) com

bandas euédricas, 2) ovais, 3) irregulares e 4) prismáticas com bordas

arredondadas. Nas amostras estudadas até o momento predominam

formas com prisma alongado no eixo c com as pirâmides parcialmente ou

totalmente definidas. Este tipo indica rochas ígneas ou pegmatíticas como

possível área-fonte. As próximas etapas da pesquisa prevêem análise de

elementos químicos maiores e menores com microssonda eletrônica,

assim como terras raras com LA ICP-MS para caracterização química dos

zircões. Está previsto também uma revisão estratigráfica, novas coletas e

medidas de paleocorrentes afim de possibilitar a escolha de áreas chaves

discriminação de potenciais áreas-fontes. Tais resultados são necessários

para definir parâmetros composicionais e identificar grupos de zircões de

possíveis origens distintas. A integração dos dados de química mineral e

formas de zircões, juntamente com resultados de estudos de

paleocorrentes, podem determinar as principais áreas-fonte dos

sedimentos.

Palavras-chave: zircão, Bacia de Curitiba, proveniência

Dados acadêmicos: Co-Orientador (as): Profa Dra Ana Maria Góes, Profa Dra Maria José Mesquita; Nível: doutorado; Título do projeto original da dissertação/tese: Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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estudo de zircões; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de bacias; Data de entrada na pós-graduação: 05/2009; No de créditos concluídos: 04; Exame de qualificação: 09/2011; Trabalhos publicados ou período de confecção: Proveniência de sedimentos da Bacia de Curitiba por estudo de minerais pesados; Data da Defesa: 05/2012; Possui Bolsa: sim; Período: 05/2009 – 05/2012; Fonte pagadora: CAPES.

Tectônica rúptil na região da Cachoeira da Porteira, Rio Trombetas (PA) e correlação com eventos tectônicos da Bacia Sedimentar do Amazonas Mancini, Fernando ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni

Levantamentos de campo na região da Cachoeira da Porteira, rio

Trombetas, norte do Estado do Pará, permitiram verificar o predomínio de

estruturas rúpteis afetando rochas silurianas-devonianas da Bacia

Sedimentar do Amazonas, bem como granitos calci-alcalinos do

embasamento. As estruturas primárias e tectônicas foram descritas nas

formações Manacapuru e Maecuru que compõem as unidades basais da

bacia nesta região. A Formação Manacapuru é constituída por repetições

cíclicas de arenitos, com laminação truncada por onda e marcas

onduladas e, localmente, estratificação cruzada de baixo ângulo,

estratificação plano-paralela e estruturação maciça. A porção basal é

constituída por intercalações de camadas de folhelhos e siltitos com

arenitos finos a médios com marcas onduladas. A associação superior da

Formação Manacapuru é constituída por níveis de arenito com granulação

fina à média. A estrutura mais marcante desta associação são

estratificações hummockies. A Formação Maecuru é constituída por

arenitos finos com laminação plano paralela, climbing ripples e marcas

onduladas e tem como estratificação mais frequente a laminação

lenticularizada. Em termos tectônicos, observou-se que o acamamento nas

rochas sedimentares, próximas ao contato com o embasamento, se

encontra suavemente dobrado com eixos aproximadamente a N60E A

Page 65: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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associação dos dados estruturais de campo com a interpretação do padrão

de lineamentos obtidos da análise de imagens de sensores orbitais

(SRTM) permitiu verificar o predomínio de lineamentos com direção N60E,

E-W e N45E, responsáveis pelo padrão reticulado de drenagem na região.

Em campo foi observado fraturas geometricamente arranjadas ao sistema

de Riedel e sua análise estrutural permitiu separar dois eventos como

responsáveis pela geração das fraturas e dobras. Um evento mais antigo,

provavelmente do final do Paleozóico, com sigma1 posicionado

aproximadamente a N40W, responsável por falhas N80E (fraturas Y),

N60E e N80W (fraturas P e R) do sistema Riedel, todas com cinemática

dextral. Esta posição do sigma1 é compatível com os eixos das dobras

suaves verificadas nas rochas próximas ao embasamento. Um segundo

evento, provavelmente de idade cenozóica (Orogenia Andina), com sigma1

posicionado a N80W, parece reativar antigas estruturas do embasamento

e da bacia, também com padrões do sistema de Riedel, com falhas

dextrais de direção N50-60E (fraturas Y), fraturas em N70E (como R) e

N60W (fraturas antitéticas R´) com componente extensional. A reativação

associada a este último evento parece a responsável pela

compartimentação principal da drenagem atual. Fraturas distribuídas entre

N30-60W em rochas da Formação Alter do Chão e sedimentos

quaternários podem indicar uma terceira fase de deformação, contudo os

poucos dados não permitiram uma melhor caracterização deste evento.

Estas fases de deformação são compatíveis com quadro geral de eventos

de deformação interpretados, até o momento, para as áreas pesquisadas

na Bacia do Amazonas (Tapajós, Monte Alegre e Xingu). Com os dados

levantados nestas áreas, foi possível interpretar pelo menos 8 eventos de

deformação registrados desde o Mesoproterozóico até o Cenozóico nas

rochas que envolvem o embasamento e rochas sedimentares da Bacia do

Amazonas, com quatro eventos associados à deformação das rochas da

bacia com idades devoniano, permo-triássico, cretáceo e neógeno. Os

registros observados nas rochas paleozóicas na região da Cachoeira da

Porteira relacionam-se com os eventos permo-triássico e neógeno. Análise

de mapas estratigráficos (isópacas e isólitas) integrados com o arcabouço

estrutural, obtido por meio da análise de lineamentos em imagens de

sensores remotos e dados geofísicos, permitirá uma avaliação destes

eventos tectônicos no condicionamento paleogeográfico da Bacia do

Amazonas durante o Paleozóico.

Page 66: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

61

Palavras- chave: Bacia do Amazonas, geologia estrutural, Paleozóico

Dados Acadêmicos: Co-orientador: Prof. Dr. Sidnei Pires Rostirolla Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Arcabouço Estratigráfico Paleozóico da Bacia do Amazonas; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada: agosto de 2007; Nº de créditos concluídos: 6; Exame de qualificação: maio de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto, 2010; Data da Defesa: Março de 2011; Possui Bolsa: Sim. Período: agosto de 2007 a novembro de 2009; Fonte Pagadora: FUNPAR/PETROBRAS. O Vale do Rio Ribeira como produto da tectônica formadora do Oceano Atlântico

Nascimento, Edenilson Roberto do ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. José Manoel dos Reis Neto

A gênese e a evolução geomorfológica do Vale do Rio Ribeira embora

abordada em diversos trabalhos não possui consenso na descrição e

interpretação de suas características geológicas e geomorfológicas,

principalmente no que diz respeito à associação tectônica entre a abertura

do Oceano Atlântico e o papel do desenvolvimento dos sistemas de rifts

cenozóicos na instauração do referido Vale. O relevo esculpido sobre

rochas Proterozóicas até rochas Mesozóicas da Formação Furnas

condiciona, um escalonamento litológico, com desnível altimétrico superior

a 1000m, limitado por grandes estruturas geológicas. Essas estruturas

geológicas traçadas sobre imagens de sensores remotos permitem inferir a

existência de um bloco abatido de aproximadamente 140 km de

comprimento e 80 km de largura, de direção NE, limitada a NW pela Zona

de Cisalhamento de Itapirapoã (ZCI) e a SE pela Zona de Cisalhamento da

Lancinha (ZCL). Os limites NE e SW desta depressão são constituídos por

grandes alinhamentos de direção NW que se estendem até o Oceano

Atlântico. O limite SW próximo a Serra de São Luiz do Puruña, coincide

com o Alinhamento Rio Alonzo e o limite NE próximo a Serra do Mar está

nas proximidades do Alinhamento São Jerônimo-Curiúva. Com desnível

Page 67: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

62

altimétrico superior a 1000m, a área de estudo possui sistemas cársticos

hospedados em formações carbonáticas em diferentes patamares de

relevo, expostos concomitantemente à abertura do Vale do Ribeira. Além

dos sistemas cársticos da região, os remanescentes geomórficos

presentes em diferentes patamares do relevo atestam a história evolutiva

do referido Vale, que é marcado principalmente pelo desenvolvimento das

Superfícies de aplainamento do Puruña e Alto Iguaçu. Para a

caracterização da evolução geomorfológica regional e determinação da

gênese do Vale do Rio Ribeira como fenômeno provido ou desprovido da

tectônica Cenozóica, serão utilizadas imagens de sensores remotos para a

identificação e caracterização das feições estruturais e dos remanescentes

geomórficos. Para a estimativa da taxa de erosão da região será realizada

a mensuração da produção do isótopo cosmogênico

10

Be, produzido in situ, pela interação dos raios cósmicos com os elementos

16

O,

16

O,

27

Al,

28

Si e

56

Fe presentes em sedimentos, veios de quartzo, solos e sedimentos

presentes nos metros mais superficiais da crosta terrestre (10 - 20m de

profundidade). Com o presente trabalho espera-se caracterizar os

processos tectônicos formadores do relevo regional, e entender a

contemporaneidade dos processos tectônicos sobre a evolução de áreas

continentais e da margem continental, atestada pela presença de grandes

alinhamentos estruturais que se estendem além dos limites continentais.

Com a caracterização dos regimes tectônicos regionais sobre a

esculturação do relevo e sua correlação com a formação do Oceano

Atlântico também espera-se identificar elementos que contribuam para o

entendimento dos mecanismos formadores da Bacia de Santos.

Palavras-chave: tectônica cenozóica, abertura do Oceano Atlântico, Vale

do Rio Ribeira

Dados Acadêmicos: Co-Orientadores: Prof° Dr. Alberto Pio Fiori; Nível: Doutorado; Título original da tese: O Vale do Rio Ribeira como produto da tectônica formadora do Oceano Atlântico; Linha de Pesquisa Geologia Exploratória; Projeto Guarda-Chuva: Projeto Falhas; Data de entrada na Pós-Graduação: julho-2009; N° de créditos concluídos: 21; Exame de Qualificação: dezembro de 2012; Data prevista para defesa: Julho de 2013. Possui bolsa: sim; Período: julho de 2009 a dezembro de 2010; Fonte pagadora: Petrobras.

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

63

Significado evolutivo de feições microtectônicas de rochas da Província Maroni-Itacaiúnas e da Bacia do Amazonas na região de Altamira (PA)

Perico, Edimar ([email protected]) Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Mesquita Barros

A área de estudo se localiza no centro-leste do Estado do Pará, nas

proximidades da cidade de Altamira. O cenário geológico regional é

representado por rochas ígneas e sedimentares do flanco sul da Bacia do

Amazonas e por granitóides e anfibolitos paleoproterozóicos pertencentes

à Província Maroni-Itacaiúnas do Cráton Amazônico. Trabalhos anteriores

abordam a variação composicional, estratigráfica e o controle estrutural

regional, no entanto, alguns aspectos deformacionais merecem estudos

detalhados. Neste trabalho são apresentadas e discutidas as feições de

deformação reconhecidas em granitóides, anfibolitos e arenitos por meio

da análise microtectônica. As amostras foram coletadas em trabalhos de

campo realizados ao longo da Rodovia Transamazônica e estradas

vicinais. Foram descritas no Laboratório Didático de Microscopia da

Universidade Federal do Paraná 16 amostras do embasamento e 15 da

Bacia do Amazonas. As fotomicrografias e análises modais foram obtidas

no Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (LAMIR). Por meio de

análises modais as rochas do embasamento foram classificadas como

sienogranitos, monzogranitos e granodioritos, constituídos por quartzo,

oligoclásio, feldspato alcalino, hornblenda e biotita. Titanita, allanita,

apatita, zircão e magnetita são minerais acessórios, e epidoto,

sericita/muscovita, clorita e carbonatos são secundários. Nos granitóides, o

quartzo possui microfraturas, extinção ondulante, subgrãos, novos grãos e

limites de grãos interdigitados que sugerem processos de migração do

limite de grãos. Porfiroclastos de microclínio têm pertitas em chama, kink bands e bordas recristalizadas. Biotita e anfibólio podem apresentar

simplectitos em faces paralelas à foliação. Estas texturas seriam formadas

em um meio não completamente consolidado em temperaturas superiores

a 500 ºC. Em rochas moderada a intensamente foliadas observam-se

intercalações de níveis ricos em minerais máficos e níveis quartzo-

feldspáticos. Granitóides do embasamento possuem foliações

protomiloníticas/miloníticas concordantes ao trend regional de direção NW-

Page 69: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

64

SE. Tal fato sugere mecanismos de deformação progressiva em regime de

temperatura decrescente, no final da colocação de plútons sintectônicos.

Em temperaturas inferiores a 400 ºC teriam sido formadas microfraturas e

zonas cataclásticas que, por ocorrerem de maneira discordante à foliação,

podem não ter relação com a historia de colocação de plútons granitóides

e devem refletir esforços tectônicos. Algumas rochas metabásicas do

embasamento têm texturas subofíticas preservadas representadas por

ripas de plagioclásio parcialmente englobadas por pseudomorfos de

actinolita. Esta paragênese traduz uma fase de metamorfismo de fundo

oceânico. Outras estruturas em rochas metabásicas como a foliação e

cristais de actinolita com bordas de hornblenda indicam aumento de

temperatura provocado pela intrusão de granitóides associado a processos

de compressão regional. Com relação às rochas da Bacia do Amazonas,

foram descritos arenitos constituídos por um arcabouço, matriz, cimento e

poros, em alguns casos com estratificações e laminações plano-paralela e

cruzada. O paralelismo entre o acamamento sedimentar e a orientação de

grãos de muscovita é tido como um indicativo de deformação diagenética,

durante processos de compactação mecânica e perda de água. A tênue

compactação observada é indicativa de regimes eodiagenéticos onde as

alterações são controladas pela química de águas superficiais em

profundidades de até 2 km e temperaturas inferiores a 70 ºC. Entre as

feições de maior destaque, têm-se bandas de deformação de espessuras

inferiores a 5 centímetros e zonas cataclásticas com espessuras inferiores

a 4 metros. Nestes locais, os grãos de quartzo possuem lamelas de

deformação, extinção ondulante em intensidades variadas, subgrãos,

microfraturas com aberturas submilimétricas preenchidas por óxido de

ferro e, localmente, trilhas de inclusões e cristais de zircão zonado na

matriz. No entanto, alguns registros de deformação (bordas de quartzo

recristalizadas, textura manto e núcleo) ocorrem de maneira irregular nos

constituintes do arcabouço e, desta maneira, devem representar feições

herdadas. Observa-se que na zona cataclástica ocorrem grãos de

granulação inferior ao restante da rocha e que a quantidade de feições de

deformação também é superior. De acordo com o exposto, nota-se que o

controle estrutural regional é marcado por um embasamento representado

por granitóides e anfibolitos com registros de deformação de diferentes

temperaturas. As feições descritas indicam no embasamento processos de

deformação sintectônicos e diferentes fases de deformação rúptil

posteriores (fanerozóicas). Estas fases de deformação rúptil seriam as

Page 70: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

65

principais geradoras de falhas e bandas de deformação em rochas do

flanco sul da Bacia do Amazonas.

Palavras-chave: Província Maroni-Itacaiúnas, Bacia do Amazonas,

análise microtectônica

Dados acadêmicos: Co-orientador(es); Nível: mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise estrutural multiescala da Província Maroni-Itacaiúnas e da Bacia do Amazonas na região de Altamira, Estado do Pará; Área de concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Bacia e Petrofísica; Data de entrada: março de 2008; Nº de créditos concluídos: 18; Exame de qualificação: submetido no dia 08 de maio; Trabalhos publicados ou período de confecção: 02 resumos publicados e 01 artigo previsto; Data de Defesa: dezembro de 2009; Possui Bolsa: Sim; Período: março-2008/dezembro-2009; Fonte pagadora: FUNPAR/Petrobras. Evolução estrutural da Faixa Tocantins ao longo de transecta EW entre as cidades de Santa Maria das Barreiras (PA) e Bom Jesus do Tocantins (TO)

Pierin, André Ramiro Hillani ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira

O objetivo principal desta dissertação de mestrado é desenvolver uma

análise estrutural clássica, mediante perfil geológico de campo entre as

cidades de Santa Maria das Barreiras (PA) e Bom Jesus do Tocantins

(TO). A pesquisa está vinculada ao projeto “Caracterização estrutural da

Faixa Tocantins e da borda Oeste da Bacia do Parnaíba e implicações

para reativações de falhas durante o Fanerozóico”, em desenvolvimento

pelo Laboratório de Bacias e Petrofísica, do Departamento de Geologia da

UFPR, para a Petrobras. A área de estudo abrange rochas ígneas e

metamórficas da Província Tocantins, especificadamente unidades dos

Grupos Estrondo e Tocantins, relativos à Faixa Araguaia, e unidades

sedimentares paleozóicas da Bacia do Parnaíba. Para alcançar os

objetivos do projeto, o cronograma da pesquisa foi ordenado em oito

Page 71: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

66

etapas: (1) levantamento bibliográfico; (2) geração de banco de dados em

ambiente SIG - Arc Map e Windows Explorer; (3) análise de imagens de

sensores remotos SRTM e CBERS; (4) coleta de dados geológicos e

estruturais em pelo menos duas etapas de campo com aproximadamente

dez dias de duração cada; (5) tratamento e processamento dos dados

coletados, que envolve também petrografia e microestrutural; (6)

integração e interpretação de todos os dados; (7) caso seja viável, será

realizado um balanceamento de seção geológica da transecta objeto do

estudo; e (8) redação da dissertação e publicação dos resultados em

congressos e periódicos nacionais e internacionais. Neste contexto, em

correspondência ao cronograma, já foram finalizadas as etapas 1, 2 e 3. O

banco de dados encerra a maioria das referências bibliográficas da área

de estudo, organizada em ambiente Excel, com hiperlinks associados que

levam diretamente aos textos em pdf. Além dos textos, o banco de dados

armazena mapas geológicos da região nas escalas de 1:1.000.000 e

1:250.000 e figuras selecionadas em artigos, teses e dissertações, as

quais estão devidamente georreferenciadas. Para subsídio da análise

estrutural clássica, foram realizados estudos morfoestruturais em

multiescala, a partir de sensores remotos (SRTM e CBERS). A escala

1:800.000 foi utilizada para a análise de elementos de primeira ordem, ou

seja, megalineamentos, com base em imagens SRTM (pixels de 90x90

metros) resgatadas do site da EMBRAPA. Posteriormente, tais estruturas

foram refinadas em escalas 1:300.000 e 1:150.000. Ao longo da transecta

foram utilizadas imagens CBERS (pixels de 15x15 metros), obtidas do site

do INPE, para traçados de lineamentos de primeira ordem, em escala

1:100.000, e posterior refinamento em escala 1:50.000. Esta análise por

sensores remotos resultou em mapas morfoestruturais nas escalas de

trabalho e diagramas de rosetas para dados de comprimento e freqüência

dos lineamentos interpretados. Na primeira jornada de campo, de

reconhecimento regional, foi possível avaliar as condições das estradas da

área da transecta, bem como a qualidade dos afloramentos a serem

analisados, os quais se mostraram satisfatórios. No mês de agosto de

2009 está prevista a segunda etapa de campo, desta vez focada somente

na área da transecta. Estes dados de campo possibilitarão gerar os

seguintes produtos: mapas sinópticos estruturais; diagramas de

paleotensores para cada evento deformacional caracterizado; tabela e

gráficos temáticos com o resumo da evolução tectônica da área; e a seção

geológica-estrutural propriamente dita, em escala 1:150.000. Havendo

Page 72: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

67

possibilidade, e em função do detalhamento estrutural de subsuperfície

derivado dos modelos gravimétrico-magnéticos previstos ao longo da

transecta, será realizado o balanceamento da seção geológica com o

objetivo de validar a interpretação do perfil em estudo. O software a ser

utilizado para ações de restauração e balanceamento de seções em

regime compressivo é o LITHOTECT, da empresa Geo-Logyc Systems.

Palavras-chave: geologia estrutural, geotectônica, Faixa Araguaia

Dados Acadêmicos: Co-orientadores: Prof. Dra. Maria José Maluf de Mesquita. Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Evolução estrutural da Faixa Tocantins ao longo de transecta EW entre as cidades de Santa Maria das Barreiras (PA) e Bom Jesus do Tocantins (TO) Área de Concentração: Geologia Exploratória: Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de Bacias e Petrofísica; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 4; Exame de qualificação: maio de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto, 2010. Data da Defesa: Dezembro de 2010; Possui Bolsa: Sim; Período: janeiro de 2009 a dezembro de 2010; Fonte Pagadora: (Funpar) em convênio com a Petrobras. Caracterização do arcabouço geofísico-estrutural da borda oeste da Bacia Sedimentar do Parnaíba Romeiro, Marco Antonio Thoaldo ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Francisco José Fonseca Ferreira

O presente trabalho tem como objetivo a caracterização do arcabouço

geofísico-estrutural 2D da borda oeste da Bacia Sedimentar do Parnaíba.

Para tal, um estudo comparativo dos dados geofísicos aéreos e terrestres

pode-se traduzir em uma importante ferramenta multi-escala no auxílio ao

conhecimento da geologia estrutural de subsuperfície dessa região. A área

selecionada para o desenvolvimento deste estudo localiza-se na porção

noroeste do estado do Tocantins, limitada pelas coordenadas geográficas -

50º/-5º30’ e -47º/-10º30’, onde as rochas da borda oeste da Bacia do

Paranaíba estão em contato tectônico com a Faixa Araguaia. No contexto

Page 73: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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geológico regional a Faixa Araguaia, de idade Neoproterozóica, se estende

por aproximadamente 1200 km de comprimento e 200 km de largura, entre

o Cráton Amazônico e a referida bacia. É subdividida em duas unidades

litoestratigráficas, Grupo Estrondo na base e Grupo Tocantins no topo,

apresentando predominância de rochas metassedimentares intensamente

deformadas no Ciclo Brasiliano, condicionando as principais estruturas na

direção N-S. A outra unidade geotectônica da área de estudo é a Bacia

Sedimentar do Parnaíba, localizada na região nordeste do Brasil e ocupa

uma área aproximada de 600.000 km

2

, com espessura sedimentar máxima

em torno de 3400 metros em sua porção central. Trata-se de uma bacia

intracratônica, cuja sucessão sedimentar é dividida em duas seqüências,

uma paleozóica e outra mesozóica-cenozóica. A seqüência paleozóica é

composta da base para o topo pelos grupos Serra Grande, Canindé e

Balsas todos separados por expressivas discordâncias possivelmente

vinculadas às orogenias Caledoniana, Eoherciniana e Allegheniana,

respectivamente. A seqüência mesozóica-cenozóica é representada pelo

topo do Grupo Balsas, pelas rochas intrusivas e extrusivas relacionadas a

eventos magmáticos distensivos do Evento Penatecaua e do Rifte Sul-

Atlântico e pela deposição clástica do Grupo Mearim. Na seqüência

paleozóica encontra-se o principal sistema petrolífero da bacia, o

Pimenteiras-Cabeças, com trapa estrutural e selo estratigráfico

representado pelos folhelhos da Formação Longá. Secundariamente, na

seqüência mesozóica-cenozóica, encontra-se o sistema petrolífero Codó-

Grajaú, aparentemente promissor, apesar de pouco estudado. O principal

fator de acumulação de óleo e gás nas bacias paleozóicas Sul-Americanas

está relacionado a falhamentos de blocos, cuja tectônica cenozóica atuou

de forma preponderante na migração e no trapeamento dos

hidrocarbonetos. Neste sentido, o estudo de reativações de falhas do

embasamento na borda Oeste da Bacia do Parnaíba pode contribuir com o

conhecimento acadêmico e exploratório. A estrutura da presente pesquisa

de mestrado foi ordenada cronologicamente em cinco etapas, a primeira

referente à criação de um banco de dados, a segunda de aquisição dos

dados geofísicos, a terceira de tratamento e processamento dos mesmos,

a quarta de interpretação dos produtos gerados e a quinta referente à

produção escrita. A primeira etapa foi iniciada com a criação e organização

de um banco de dados georreferenciado, onde constam trabalhos

anteriores e figuras, além dos dados de aerolevantamentos adquiridos pela

Petrobras e CPRM, cedidos ao projeto. Na segunda etapa foram

Page 74: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

69

adquiridos os dados de imagens de radar em diferentes escalas

juntamente com aerolevantamentos geofísicos da CPRM, restando ainda a

aquisição de levantamentos de campo. A terceira fase, em andamento,

consistiu-se no tratamento e processamento dos dados de sensores

remotos (SRTM e CBERS) e de aerolevantamentos geofísicos em escalas

1:1.000.000 e 1:500.000 de onde se esperam como produtos dez mapas

geofísicos e dois mapas de morfotectônica. Ainda sobre o tratamento e

processamento dos dados geofísicos, diferentes métodos de realce de

anomalias serão testados, como gradientes direcionais (x,y,z), amplitude

do gradiente horizontal total, amplitude e inclinação do sinal analítico, entre

outros, visando definir o arcabouço geofísico. Para a quarta fase estima-se

a interpretação final das estruturas geofísicas e morfotectônicas e a

integração geofísico-geológica. Os dados geofísicos coletados em campo,

através de perfis magnéticos e gravimétricos, servirão para refinar o

modelo proposto, atingindo assim o objetivo da pesquisa, cuja intenção é a

caracterização de um arcabouço geofísico-estrutural da borda Oeste da

Bacia do Parnaíba.

Palavras-chave: arcabouço geofísico, Faixa Araguaia, Bacia do Parnaíba

Dados acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. Sidnei Pires Rostirolla; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Estudo comparativo dos dados geofísicos aéreos/terrestres para a caracterização do arcabouço geofísico-estrutural da borda oeste da Bacia Sedimentar do Parnaíba; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica (Geofísica); Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural da Província Tocantins e do flanco oeste/sudoeste da Bacia do Parnaíba e implicações para reativação de falhas durante o Fanerozóico; Data de entrada na pós-graduação: Janeiro de 2009; No de créditos concluídos: 4; Exame de qualificação: Abril de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto de 2010; Data da Defesa: Dezembro de 2010; Possui Bolsa: sim; Período:Janeiro de 2009 a Dezembro de 2010; Fonte pagadora: Funpar (Convênio Petrobras).

Page 75: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Modelo Geométrico e Geológico do Deposito de Crisotila da Mina Cana Brava – Minaçu Goiás

Santos, Carlos Eduardo dos ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Alberto Pio Fiori

A atual proposta de pesquisa de mestrado tem como justificativa a

modelagem conceitual, geométrica, geoestatística e a compreensão da

gênese dos depósitos de serpentina crisotila contidos em rochas máfica-

ultramáficas do Complexo Cana Brava (Minaçu – Goiás). Como objetivo

geral, esse plano de mestrado visa compreender o processo mineralizador

que gerou o deposito de asbesto crisotila. Depósitos de asbesto Crisotila

são raramente encontrados ao redor do mundo, sendo que no Brasil há

conhecido somente uma mina desse mineral. Assim como sua ocorrência,

estudos sobre sua gênese são poucos conhecidos. Visando contribuir para

o conhecimento sobre esse mineral de grande utilização nas indústrias, o

presente projeto de mestrado foi proposto. Intitulado “Modelo Geométrico e

Geológico do Deposito de Crisotila da Mina Cana Brava – Minaçu (Goiás)”,

em desenvolvimento, foi iniciado em março de 2009 e com termino

previsto em agosto de 2010. Com a modelagem do deposito, serão

redimensionadas as reservas e deverão abrir-se novos horizontes

prospectivos para um bem mineral de grande importância na indústria

brasileira e mundial. Os métodos utilizados serão; levantamento

litofaciológico e estrutural na escala 1.2000; estudo de trabalhos

anteriores; modelagem geométrica e geoestatistica do deposito;

difratometria e fluorescência de raio-x de minerais, minérios e rochas;

petrografia de seções delgadas e polidas; balanço de massa utilizando o

método de Gresens. Ao final da dissertação de mestrado, espera-se obter

um novo modelo geométrico e geoestatistico do depósito, um mapa

geológico e o modelo estrutural de detalhe do deposito e a produção de

artigos para publicação em revistas nacionais e internacionais. Até o

momento às seguintes etapas de trabalho já realizadas foram; (a)

levantamento em campo das principais estruturas deformadoras do corpo

mineralizado; (b) coleta de amostras para confecção de lâminas delgadas

e polidas; (c) reconhecimento e mapeamento das principais fácies

mineralizadas com asbesto crisotila; (d) interpretação geológica de 869

sondagens na direção E-W, utilizando o software SURPAC 6.1; (e)

modelagem geométrica do depósito; (f) confecção de 32 lâminas delgadas

Page 76: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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e 2 lâminas polidas; (g) preparação de 13 amostras para difratometria de

raio-x. Este projeto esta sendo desenvolvido no âmbito do convênio

SAMA-UFPR, no qual a SAMA financia o projeto através do pagamento de

uma bolsa de pós-graduação, durante o período de 18 meses do

Mestrado, com uma ajuda de custo de até R$ 20.000,00 para análises

químicas e físicas e também pagando todas as despesas de campo. As

análises petrográficas, mineralógicas e químicas são realizadas na

Universidade Federal do Paraná, através do Laboratório de Laminação

(LAMIN) e o laboratório de Análises de Minerais e Rochas (LAMIR).

Palavras-chave: asbestos, crisotila, modelagem de depósito mineral

Dados acadêmicos: Co-Orientador:; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação/ tese: Geologia e controle estrutural do depósito de asbestos crisotila da SAMA em Minaçu (GO) – Complexo Máfico-Ultramáfico de Cana Brava; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada: março de 2009; Nº de créditos concluídos: 08; Exame de qualificação: maio de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: 1 artigo previsto; Data da Defesa: agosto de 2010; Possui bolsa: sim; Período: março de 2009 a agosto de 2010; Fonte pagadora: SAMA.

Presença de minerais de amianto na rede viária de Piên-PR: potencial de perigo à saúde humana Sayama, Celia ([email protected])

Prof. Dr. Luiz Eduardo Mantovani

Na região abrangida pelo município de Piên-PR ocorrem rochas máficas e

ultramáficas em forma de corpos lentiformes, cujos litotipos predominantes

são serpentinitos. Dunitos e hazburgitos serpentinizados, xistos

magnesianos, metaortopiroxenitos e metagabronoritos ocorrem

subordinadamente. Os serpentinitos apresentam granulação fina a muito

fina, coloração cinza escuro a cinza esverdeado, constituídos

principalmente por serpentina, espinélio, magnetita, restos de olivina e

piroxênio. Nos serpentinitos ocorrem vênulas milimétricas a centimétricas

Page 77: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

72

preenchidas por serpentina, que em nível macro e microscópico, formam

um sistema complexo de fraturas em rede, cortando desordenadamente a

foliação principal da rocha. Pesquisas bibliográficas envolvendo análises

mineralógicas na região identificaram o tipo de serpentina mais comum

das rochas ultramáficas, como sendo a lizardita e subordinadamente

antigorita. Em recente amostragem de material de saibro utilizado como

pavimento das estradas secundárias da região de Campina dos Maias e

Campina dos Crispins, zona rural de Piên, foi identificado, através de

Difração de Raios X, o mineral crisotila, variedade fibrosa do grupo das

serpentinas, conhecido como amianto ou asbesto. Atualmente a produção

e /ou comercialização de amianto é controlado no mercado nacional e

internacional em função de patologias reconhecidamente relacionadas à

exposição às fibras desse material. A identificação da mineralogia,

morfologia, quimismo e formas de ocorrência de minerais fibrosos

ocorrentes nas rochas ultramáficas de Piên e nos materiais utilizados na

pavimentação das estradas locais, bem como o potencial de risco à saúde

pública, em função da exposição aos minerais de amianto, constituem a

finalidade deste projeto de pesquisa. Os métodos de pesquisa utilizados

consistem nas técnicas analíticas de Difração e Fluorescência de raios X,

Análises Termogravimétricas e de Infravermelho, apoiadas por

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) para identificação da

mineralogia e quimismo dos minerais de interesse, a partir de coletas em

estradas mais movimentadas da região, especialmente aquelas

localizadas em Campina dos Maias e Campina dos Crispins. A

caracterização petrográfica macro e de seções delgadas de amostras de

rochas das pedreiras em atividade serão realizadas em paralelo, buscando

a comparação da assembléia mineralógica presente nas amostras do

saibro das estradas e das rochas existentes regionalmente. Na fase atual

dos trabalhos estão sendo desenvolvidos no Lamir, testes metodológicos

para comparação das técnicas analíticas que apresentem os melhores

resultados quanto à identificação mineralógica do material coletado,

considerando a dificuldade na distinção dos minerais do grupo da

serpentina. O grupo mineralógico das serpentinas possui cerca de 20

variedades, cujas estruturas são essencialmente análogos trioctaédricos

das estruturas da caulinita e existem três minerais polimorfos de interesse:

antigorita, crisotila e lizardita. O mineral que possui interação com a saúde

humana é a crisotila, em função de sua morfologia fibrosa e hábito

acicular. Amostras de amianto crisotila pura do Canadá, Rússia e Brasil

Page 78: Resumos Programa de Geologia Ambiental

XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

73

estão sendo utilizadas como padrão de referência para identificação

mineralógica. Nesse sentido, resultados preliminares de difração de raios

X e MEV confirmam a presença de crisotila em amostras de rochas

coletadas na região de estudo.

Palavras-chave: mineralogia, amianto, Piên-PR

Dados Acadêmicos: Co-Orientador: Prof. Dr. José Manoel dos Reis Neto; Nível: Mestrado; Título original da dissertação: Mineralogia do saibro de origem máfica e ultramáfica da região de Piên, Estado do PR – uso na rede viária e potencial de perigo à saúde humana; Área de Concentração: Geologia Exploratória; Linha de Pesquisa: Análise de Depósitos Minerais; Data de entrada na Pós-Graduação: março-2009; N° de créditos concluídos: 16; Exame de Qualificação (previsão): maio de 2010; Data prevista para defesa: Março de 2011. Possui bolsa: sim; Período: maio de 2009 a maio de 2011; Fonte pagadora: CAPES. Caracterização da morfologia estromatolítica em três afloramentos da Formação Capiru (Neoproterozóico do Estado do Paraná) e sua interpretação paleoambiental Silva, Isabele Eliane da ([email protected])

Orientadora: Prof. Dr. Cristina Silveira Vega

Diversas unidades carbonáticas brasileiras contêm exposições

estromatolíticas, principalmente de idade proterozóica. Os estromatólitos

vem se tornando objeto de grande interesse para a geologia exploratória

de hidrocarbonetos. Isto ocorre em virtude do carbonato microbiano ser

formado a partir de cianobactérias no processo de construção dos

estromatólitos, ocorrendo percolação de óleo nas suas porosidades. Existe

uma forte interação microbiana nos processos de sedimentação terrígena,

evaporítica e carbonática. A caracterização de estromatólitos gera

subsídios para a correlação de feições sedimentológicas com parâmetros

paleoecológicos e paleoambientais, e a distribuição destas propriedades,

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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sendo importante para auxiliar a caracterização das heterogeneidades e a

qualidade de potenciais rochas-reservatório. Na Sequência Morro Grande

(Formação Capiru, Grupo Açungui), existem exposições estromatolíticas

em metadolomitos de idade Neoproterozóica que necessitam de uma

caracterização detalhada. Para tanto, este estudo foi desenvolvido em

afloramentos das pedreiras Motin Pavin (Colombo), Morro Azul e

Tranqueira (Almirante Tamandaré), localizadas na região metropolitana de

Curitiba, no Estado do Paraná. Com base na caracterização morfológica

da macro e mesoestrutura estromatolítica, apresentamos uma concepção

preliminar do ambiente deposicional, fornecendo dados para futuras

correlações da área estudada com outros locais. As três pedreiras ocorrem

na mesma seqüência litológica, porém apresentam estruturas

estromatolíticas distintas. Na Pedreira Motin Pavin foram diferenciados

cinco morfótipos estromatolíticos, sendo que quatro deles se assemelham,

estando agrupados em bioermas de estromatólitos colunares, com indícios

de exposição ou retrabalhamento sub-aéreo por ondas; já o outro

morfótipo é caracterizado como sendo um bioerma tabular cumulado de

tamanho centimétrico. O modelo deposicional para a pedreira Motin Pavin

pode ser classificado como uma plataforma carbonática do tipo rampa

homoclinal, representado por um complexo de planície de maré, estando

entre a zona de supramaré/intermaré e inframaré. Na Pedreira Tranqueira

ocorrem bioermas estratiformes associados a estruturas onduladas, gretas

de dissecação, teepes e intraclastos. Já na Pedreira Morro Azul os

estromatólitos foram identificados como bioermas dômicos, variando de

planar a cumulados, ocorrendo associados a estruturas onduladas. Em

ambas as pedreiras o ambiente deposicional é definido como um sistema

de plataforma carbonática caracterizado por um complexo de planície de

maré, entre as zonas de intermaré superior e supramaré superior. A

análise integrada considerando a relação dos morfótipos estromatolíticos

com os possíveis ambientes de sedimentação para a Seqüência Morro

Grande permite concluir que as litologias das Pedreiras Motin Pavin,

Tranqueira e Morro Azul foram depositadas em um ambiente marinho

plataformal raso. Para caracterização do paleoambiente a partir da meso e

microestrutura estromatolíticas estão sendo analisadas lâminas

petrográficas e serão feitas análises em microscópio eletrônico de

varredura.

Palavras-chave: estromatólitos, Formação Capiru, Neoproterozóico,

reconstrução paleoambiental

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Dados acadêmicos: Co-orientador: José Manoel dos Reis Neto; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Caracterização paleoambiental a partir do estudo de estromatólitos da Formação Capiru (Grupo Açungui), na região de Morro Grande (Colombo, PR); Área de Concentração: Geologia Exploratória; Nome da “Linha de Pesquisa”: Análise de bacias; Data de entrada na pós-graduação: março de 2008; N° de créditos concluídos: 26; Exame de qualificação: julho de 2009; Trabalhos publicados ou período de confecção: 3; Data prevista para defesa: março de 2010; Possui Bolsa: sim; Período: 11 meses; Fonte pagadora: CAPES. Análise estrutural da borda oeste da Bacia do Parnaíba Spisila, André Luis ([email protected])

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Salamuni

Este trabalho mostra a análise estrutural da porção oeste da Bacia do

Parnaíba e parte do seu embasamento, com o objetivo do entendimento

da evolução tectono-estrutural da bacia. Busca-se a comparação com a

deformação rúptil da Província Tocantins. A área da pesquisa está inserida

no norte do estado do Tocantins e sudoeste do estado do Maranhão, entre

as coordenadas 47º22’’W \ 6º46’’S e 49º00’’W \ 7º30’’S. O polígono

abrange rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba a leste que, por sua

vez, estão em contato com metamorfitos da Faixa Araguaia a oeste. No

contexto geológico regional, a Faixa Araguaia de idade neoproterozóica, é

subdividida em duas unidades litoestratigráficas: (a) Grupo Estrondo na

base e Grupo Tocantins no topo, que apresentam rochas

metassedimentares intensamente deformadas durante Ciclo Brasiliano, o

que condiciona as principais estruturas da Faixa na direção N-S e (b)

Bacia do Parnaíba, que é subdividida nos grupos Serra Grande do

Siluriano-Eodevoniano, Canindé do Mesodevoniano-Eocarbonífero e

Balsas do Neocarbonífero-Eotriássico, além de formações ígneo-

sedimentares de idade jurássico-cretáceo. Na área de estudo, as rochas

do Grupo Tocantins são representadas pela Formação Pequizeiro,

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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enquanto o Grupo Estrondo é representado pelos litotipos da Formação

Xambioá e Formação Morro do Campo. Coberturas de idade cretácea,

mapeadas como Formação Rio das Barreiras pela CPRM na Faixa

Araguaia e pequenas porções gnáissicas e máficas-ultramáficas também

são reconhecidas. Quanto à Bacia do Parnaíba, ocorrem rochas do Grupo

Canindé, representado pelas formações Pimenteiras, Cabeças, Longa e

Poti, rochas do Grupo Balsas, contendo as formações Piauí, Pedra-de-

fogo, Motuca e Sambaíba, e além de rochas extrusivas da Formação

Mosquito. Uma das propostas já cumpridas pela efetivação da pesquisa foi

a geração de um banco de dados, onde são organizados as publicações

anteriores, as imagens de sensores remotos, as figuras georreferenciadas

e os dados de campo, além das interpretações relativas aos resultados da

análise. Os trabalhos anteriores foram catalogados de maneira descritiva,

estando em andamento sua análise crítica. O traçado de lineamentos em

imagens de sensores remotos foi realizado em multi-escala, em imagens

de SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) nas escalas 1:1.000.000 e

1:300.000 e imagens CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos

Terrestres) nas escalas 1:100.000 e 1:50.000. A análise fractal de

lineamentos foi realizada de forma preliminar para a tentativa da

caracterização da anisotropia estrutural por meio do método box-counting,

havendo necessidade, porém, do aprimoramento do método. A primeira

etapa de campo foi realizada na segunda quinzena de abril do ano

corrente, e o tratamento preliminar dos dados revela que na Formação

Xambioá ocorrem zonas de falha, ora com caráter reverso, ora

transcorrente, com cinemática destral, mas por vezes também com

cinemática sinistral. Tais falhas frequentemente são preenchidas por veios

de quartzo. Em afloramentos na bacia, zonas de falha que obedecem ao

sistema riedel são observadas na Formação Pedra-de-fogo, apresentando

movimentação sinistral. Falhas normais e diques clásticos são frequentes

na Formação Sambaíba. Trabalhos futuros prevêem novos levantamentos

de campo, e posterior tratamento dos dados, para a caracterização da

história da deformação da Faixa Araguaia e da borda da Bacia do

Parnaíba; a realização da quantificação da anisotropia estrutural por meio

da geometria fractal e, tentativamente, relacionar aqueles parâmetros aos

parâmetros geométricos dos campos de tensores (σ1, σ

2 e σ

3). Isto poderá

contribuir na determinação dos tensores quando for possível discriminar

feições de eventos distintos e realizar a modelagem de fraturas por

intermédio do método DFN (discrete frature network), utilizando-se, para

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tanto, os parâmetros obtidos com o tratamento dos dados de campo e

sensores remotos.

Palavras-chave: geologia estrutural, Faixa Araguaia e Bacia do Parnaíba

Dados acadêmicos: Co-Orientador: Profs. Dr. Leonardo Fadel Cury e Dr. Sidnei Pires Rostirolla; Nível: Mestrado; Título do projeto original da dissertação: Análise estrutural da borda oeste da Bacia o Parnaíba; Linha de Pesquisa: Análise de Bacias e Petrofísica (Geofísica); Projeto guarda-chuva: Caracterização estrutural da Província Tocantins e do flanco oeste/sudoeste da Bacia do Parnaíba e implicações para reativação de falhas durante o Fanerozóico; Data de entrada na pós-graduação: Março de 2009; No de créditos concluídos: 0; Exame de qualificação: Abril de 2010; Trabalhos publicados ou período de confecção: Agosto de 2010; Data da Defesa: Março de 2011; Possui Bolsa: sim; Período:Março de 2009 a Dezembro de 2010; Fonte pagadora: Funpar (Convênio Petrobrás).

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Índice remissivo de palavras-chaves

abertura do Oceano Atlântico: 62

águas subterrâneas: 28

amianto: 73

análise de imagens: 53

análise estrutural: 53

análise faciológica: 56

análise microtectônica: 65

anisotropia estrutural: 4

aqüíferos: 4

arcabouço geofísico: 69

artificialização do meio geológico: 31

asbestos: 71

assinatura radioquímica: 16

atributos geomecânicos: 8

Bacia de Curitiba: 48, 58

Bacia do Amazonas: 61, 65

Bacia do Parecis: 10

Bacia do Parnaíba: 4, 69, 77

bacia e cráton do amazonas: 42

bacias paleozóicas: 55

batimetria: 22

beachrock: 36

calcretes: 48

Canoinhas: 31

caracterização estrutural: 42

conservação de aqüíferos: 28

contaminação: 40

correlação estratigráfica: 55

crisotila: 71

depósitos quaternários: 2

desembocadura lagunar: 24

diabásio: 46

diagramas estruturais: 26

Domo de Monte Alegre: 53

Domo de Piratininga: 44

elementos do grupo da platina (EGP): 50

elongação de esporão arenoso: 24

erosão costeira: 19

erosão entressulcos: 17

estromatólitos: 75

etanol: 40

EUPS: 17

Faixa Araguaia: 67, 69, 77

Formação Capiru: 75

Formação Guabirotuba: 56

fotogrametria digital: 8

geoconservação: 34

geodiversidade: 34

geoestatística: 38

geoindicadores: 6

geologia estrutural: 61, 67, 77

geoprocessamento: 8

geoquímica: 46

geotecnia: 26

geotectônica: 67

Granito Serra do Carambeí: 16

Guabirotuba: 48

hidrocarbonetos: 40

ilha de São Francisco do Sul: 2

integração de dados: 44

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Itapoá: 12

magmatismo Penatecaua: 46

magnetita: 50

mapas paleobiogeográficos: 55

mapeamento: 2, 34

Mar do Ararapira: 24

método de rotação de ondas: 19

métodos geofísicos: 42

mina Saivá: 26

mineralogia: 73

modelagem de depósito mineral: 71

modelagem numérica e física: 19

monitoramento: 13

morfodinâmica: 12, 30

Neoproterozóico: 75

ondas: 30

Paleozóico: 61

passivos ambientais: 13

pegmatitos: 50

perdas de solos: 17

Piên-PR: 73

plataforma continental rasa: 36

praia: 12, 30

proveniência: 58

Província Maroni-Itacaiúnas: 65

qualidade de água: 10

recifes de arenito: 36

reconstrução paleoambiental: 75

recursos hídricos: 28

riftes cenozóicos do sudeste: 56

sensoriamento remoto: 6

sísmica de reflexão: 44

Sistema Aqüífero Guarani: 38

Sistema Aqüífero Parecis: 10

Sistema Aqüífero Serra Geral: 38

tecnógeno: 31

tectônica cenozóica: 62

topografia: 22

unidades de paisagem: 6

uso do solo: 16

valas sépticas: 13

Vale do Rio Ribeira: 62

variações da linha de costa: 22

zircão: 58

tecnógeno: 31

tectônica cenozóica: 62

topografia: 22

unidades de paisagem: 6

uso do solo: 16

valas sépticas: 13

Vale do Rio Ribeira: 62

variações da linha de costa:22

zircão: 58

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XII Seminário do Curso de Pós-Graduação em Geologia da UFPR, 2009

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Índice remissivo de pesquisadores do programa Anjos, Maria Luiza Martini dos: 1 Angulo, Rodolfo José: 1, 11, 18, 20, 22, 30, 34 Apoitia, Lilian Fátima de Moura: 10 Arioli, Edemir: 50 Atêncio, Daniel: 48 Athayde, Gustavo Barbosa: 3 Barros, Carlos Eduardo de Mesquita: 46, 63 Bartoszeck, Marcelo K.: 44 Bettú, Daniel Fabian: 5 Bittencourt, André Virmond Lima: 12, 14, 38, 40 Black, Kerry: 20 Bongiolo, Alessandra de Barros e Silva: 41 Borchardt, Nicole: 7 Camargo, Emerson Carneiro: 34 Camargo, Ricardo de: 30 Campos, Adriane Fátima de: 43 Cestari, Marta Margarete: 14 Comelli, Cleciani: 9 Costa, Juliana: 45 Cruz, Cassiano Ricardo da: 11 Cunha, Paola Viana de Castro: 47 Cury, Leonardo Fadel: 42, 77 Fernandes, Luiz Alberto: 47, 55, 57 Ferreira, Carlos Henrique Nalin: 49 Ferreira, Francisco José Fonseca: 41, 43, 53, 65, 67 Ferreira, Valderez: 48 Figueira, Isabella Françoso Rebutini:51 Fiori, Alberto Pio: 7, 16, 25, 62, 70

Godoy, Luiz Carlos: 14 Góes, Ana Maria: 58 Gomes, Marcia Elisa Boscato: 50 Hindi, Eduardo Chemas: 10, 28, 38, 40 Juk, Kaluan Frederico Virmond: 53 Lemos, Clarice Farian de: 16 Lima, Fábio Macedo de: 55 Lima, Marcos Gândor Porto: 18 Lisniowski, Maria Aline: 20 Erbe, Margarete C. Lass: 12 Machado, Denise Alessandra Monteiro: 57 Mancini, Fernando: 59 Mantovani, Luiz Eduardo: 5, 14, 28, 30, 31, 71 Marone, Eduardo: 20, 22, 24, 29 Melo, Mario Sergio de: 56 Mesquita, Maria José Maluf: 49, 58, 67 Müller, Marcelo Eduardo José: 22 Nascimento, Edenilson Roberto do: 61 Nagalli, André: 25 Oka Fiori, Chisato: 6, 17 Osório, Quelen da Silva: 27 Perico, Edimar: 63 Pierin, André Ramiro Hillani: 65 Quadros, Clécio José Lopes de: 29 Reis Neto, José Manoel dos: 61, 73, 75 Romeiro, Marco Antonio Thoaldo: 67 Rosa Filho, Ernani Francisco da: 3, 9, 27, 34, 36, 38 Rostirolla, Sidnei Pires: 44, 61, 69, 77 Salamuni, Eduardo: 8, 51, 59, 75 Santos, Carlos Eduardo dos: 70 Sayama, Celia: 71 Schultz, João Paulo: 30 Silva, Isabele Eliane da: 73 Silva, Maria Cristina Borges: 32 Simioni, Bruno Ivan: 34 Soares, Paulo César: 6 Spisila, André Luis: 75

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Souza, Adalberto Amancio de: 37 Souza, Maria Cristina de: 2, 12, 24 Souza, Rogério Tadeu de: 39 Tomazoni, Júlio Caetano: 17 Vasconcellos, Eleonora Maria Gouvêa: 45 Vega, Cristina Silveira: 53, 73 Veiga, Fernando Alvim: 36