resumo gestão da inovação

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RESUMO: Primeiro e segundo capítulos do livro "Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil" do professor doutor Paulo Tigre. 1° Teorias Econômicas clássicas da tecnologia Neste capítulo do livro o autor trata das teorias econômicas clássicas da tecnologia, como o título já enuncia. Para ele a Revolução Industrial foi um grande divisor de águas na história econômica devido aos seus impactos no crescimento da produtividade. Porém não foi o desenvolvimento tecnológico que moldou o modelo econômico e social que viria a se tornar universal, mas sim o contrário. As inovações tecnológicas são sustentadas e ao mesmo tempo acompanhadas por transformações no modelo econômico, social e institucional, pois as mudanças necessitam desse suporte e incentivo para ocorrerem. E isso pôde acontecer graças às políticas de acumulação de capital relacionadas às revoluções burguesas que ocorriam na Europa séculos antes. A Revolução Industrial propriamente dita foi o processo de substituição da mão-de-obra humana por máquinas, a utilização de novas fontes de energia - carvão principalmente - e o uso de novas matérias-primas encontradas com mais facilidade. De início o processo não foi muito eficaz, dado o tamanho e ineficiência das máquinas e a disponibilidade de fonte de energia e matéria- prima. Porém, com observações, especulações e experimentações práticas as novas tecnologias sofreram melhorias e foram inseridas no campo produtivo, técnicas que não eram utilizadas na ciência. Assim, Tigre enfoca o fato de que ciência e tecnologia não eram dependentes, naquela época. Para Smith, a causa do crescimento na produtividade foi a introdução das inovações tecnológicas - maquinaria – e a divisão do trabalho. Ricardo se dedicou principalmente à análise dos impactos dessas novas tecnologias sobre o emprego e a renda, constatando que a inserção de maquinaria nos processos produtivos gerava um grande desemprego, pois não eram exigidas habilidades especificas dos empregados, porém com o aumento da demanda de produtos e a queda dos preços esses empregos seriam devolvidos, devido à necessidade de aumento produtivo. Sendo assim, as conclusões de Ricardo acabam por corroborar a visão de

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RESUMO: Primeiro e segundo capítulos do livro "Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil" do professor doutor Paulo Tigre.

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RESUMO: Primeiro e segundo captulos do livro "Gesto da Inovao: a economia da tecnologia no Brasil" do professor doutor Paulo Tigre.

1 Teorias Econmicas clssicas da tecnologia

Neste captulo do livro o autor trata das teorias econmicas clssicas da tecnologia, como o ttulo j enuncia. Para ele a Revoluo Industrial foi um grande divisor de guas na histria econmica devido aos seus impactos no crescimento da produtividade. Porm no foi o desenvolvimento tecnolgico que moldou o modelo econmico e social que viria a se tornar universal, mas sim o contrrio.As inovaes tecnolgicas so sustentadas e ao mesmo tempo acompanhadas por transformaes no modelo econmico, social e institucional, pois as mudanas necessitam desse suporte e incentivo para ocorrerem. E isso pde acontecer graas s polticas de acumulao de capital relacionadas s revolues burguesas que ocorriam na Europa sculos antes. A Revoluo Industrial propriamente dita foi o processo de substituio da mo-de-obra humana por mquinas, a utilizao de novas fontes de energia - carvo principalmente - e o uso de novas matrias-primas encontradas com mais facilidade. De incio o processo no foi muito eficaz, dado o tamanho e ineficincia das mquinas e a disponibilidade de fonte de energia e matria-prima. Porm, com observaes, especulaes e experimentaes prticas as novas tecnologias sofreram melhorias e foram inseridas no campo produtivo, tcnicas que no eram utilizadas na cincia. Assim, Tigre enfoca o fato de que cincia e tecnologia no eram dependentes, naquela poca.Para Smith, a causa do crescimento na produtividade foi a introduo das inovaes tecnolgicas - maquinaria e a diviso do trabalho. Ricardo se dedicou principalmente anlise dos impactos dessas novas tecnologias sobre o emprego e a renda, constatando que a insero de maquinaria nos processos produtivos gerava um grande desemprego, pois no eram exigidas habilidades especificas dos empregados, porm com o aumento da demanda de produtos e a queda dos preos esses empregos seriam devolvidos, devido necessidade de aumento produtivo. Sendo assim, as concluses de Ricardo acabam por corroborar a viso de Smith de que o progresso tcnico gera a queda de preos, devido concorrncia, a condio de mercado que sustenta as teorias econmicas clssicas."[...] Sem a utilizao de mquinas e processos organizacionais voltados para a melhoria da produtividade, o aumento da produo dependia de um aumento proporcional dos fatores de produo utilizados. [...]" (pg. 4)Tigre enfatiza a situao da produo antes das inovaes em melhorias.[...]A tecnologia a vapor evoluiu visando aumentar sua eficincia energtica, ou seja, produzir mais fora e calor com a mesma quantidade de combustvel, por meio de mltiplos aperfeioamentos quase sempre annimos: melhores materiais, nveis de tolerncia mais restritos, a introduo de vlvulas e medidores de segurana, a adoo de um carvo especialmente adequado produo de vapor e a compilao de informaes precisas sobre o desempenho das mquinas em condies diferentes.[...]"(pg. 7-8)Nesta outra passagem Tigre ressalta o fato de Cincia e Tecnologia no serem interdependentes e, pelo fato de usar o termo annimos, leva a entender que as melhorias no eram realizadas por cientistas mas sim pelos prprios operrios que tinham contato com as mquinas."[...] O fato de o capitalismo ter antecedido a Revoluo Industrial pode ser comprovado pelo aparecimento de formas tipicamente capitalistas de produo antes mesmo do surgimento das fbricas. [...]" (pg. 9)Neste trecho e no seguinte do livro, no qual Tigre explica sobre o sistema putting-out, ele ressalta o fato das inovaes tecnolgicas serem sustentadas e incentivadas por mudanas nas polticas econmicas.2 A tecnologia nas vies marxista e neoclssica

Para Marx, a busca por maiores lucros, a concorrncia e a mudana tecnolgica eram os fatores que induziam os capitalistas a investirem o excedente produtivo em mquinas poupadoras de trabalho. Assim, o capitalismo considerado um processo essencialmente evolucionrio, alimentado pelo progresso tcnico e que reflete a luta de classes entre o capital e trabalho.

As empresas capitalistas procuram a todo custo aumentar o tempo de trabalho excedente, ou seja , a mais-valia, por meio do aprimoramento do processo de produo e pela introduo de mquinas que substituem o trabalho vivo pelo trabalho morto. Inovao era uma forma de obter um monoplio temporrio sobre uma tcnica superior ou produto diferenciado. O aumento da produo resultante da introduo de novos meios de produo em uma nica empresa capitalista no diminua o valor unitrio ou o preo da mercadoria em curto prazo.

A tecnologia permitia ao capital aumentar a explorao da fora de trabalho, utilizando os mecanismos de oferta e procura. A lei da oferta e da procura determina os preos e as quantidades produzidas, funcionando como um sistema automtico de regulao da economia.