resumo fisio - olho

12
O OLHO 1) Introdução - a visão é um sentido notável. - no fundo do olho, encontra-se a retina, que contém fotorreceptores especializados na conversão de energia luminosa em atividade neural. . a retina é uma porção do encéfalo. . cada olho tem duas retinas superpostas, uma especializad a em baixos níveis de iluminação e outra especializada em altos níveis de iluminação e na detecção da cor. . a retina é especializada na detecção de diferenças na intensidade de luz que cai sobre diferentes porçes dela. . o processamento de imagens ocorre na retina muito antes de qualquer informação visual atingir o resto encéfalo. . ax!nios dos neur!nios retinais re"nem-se em feixe nos nervos #pticos, que distribuem a informação visual, na forma de potenciais de ação, a diversas estruturas encefálicas que realizam variadas funçes. . a característica mais #bvia da retina são os vasos sanguíneos em sua superfície, que se originam da papila #ptica. . no centro de cada retina há a mácula l"tea, dedicada $ visão central. . diferenças da mácula l"tea e da retina% a mácula é uma região mais escura, com um aspecto amarelado e não possui vasos sanguíneos, enquanto a retina possui vasos que se originam de uma região circular clara. . a f#vea marca o centro da retina e nela a retina é mais delgada do que em qualquer outro lugar . . a parte da retina que se situa mais pr#xima ao nariz com relação $ f#vea é chamada de nasal, e a parte que se situa mais pr#xima $s temporas é chaamada de t emporal& a parte da retina acima da f#v ea é chamada de superior, e a parte abaixo, de inferior. - 2) Propriedades da luz - o sistema visual utiliza a luz para formar imagens. - apenas a radiação eletromagnética com comprimentos de onda entre '(( e )(( nm é visível para o olho humano sem auxílio de instrumentos. . nesse espectro visível, diferentes comprimentos de onda aparecem como diferentes cores. - a reflexão é causada pela luz que incide sobre uma superfície e retorna dentro do mesmo meio. . a maior parte do que vemos é luz refletida a partir de ob*etos em nosso ambiente. - a absorção é a transfer+ncia de energia da luz para uma partícula ou superfície. . superfícies de cor preta absorvem a energia de todos os comprimentos de onda da luz visível. . alguns compostos absorvem a energia da luz dentro de certos limites de comprimentos de onda e, então, refletem os demais comprimentos de onda.

Upload: dudu-vita

Post on 13-Oct-2015

27 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O OLHO1) Introduo- a viso um sentido notvel.- no fundo do olho, encontra-se a retina, que contm fotorreceptores especializados na converso de energia luminosa em atividade neural.. a retina uma poro do encfalo.. cada olho tem duas retinas superpostas, uma especializada em baixos nveis de iluminao e outra especializada em altos nveis de iluminao e na deteco da cor.. a retina especializada na deteco de diferenas na intensidade de luz que cai sobre diferentes pores dela.. o processamento de imagens ocorre na retina muito antes de qualquer informao visual atingir o resto encfalo.. axnios dos neurnios retinais renem-se em feixe nos nervos pticos, que distribuem a informao visual, na forma de potenciais de ao, a diversas estruturas enceflicas que realizam variadas funes.. a caracterstica mais bvia da retina so os vasos sanguneos em sua superfcie, que se originam da papila ptica.. no centro de cada retina h a mcula ltea, dedicada viso central.. diferenas da mcula ltea e da retina: a mcula uma regio mais escura, com um aspecto amarelado e no possui vasos sanguneos, enquanto a retina possui vasos que se originam de uma regio circular clara.. a fvea marca o centro da retina e nela a retina mais delgada do que em qualquer outro lugar.. a parte da retina que se situa mais prxima ao nariz com relao fvea chamada de nasal, e a parte que se situa mais prxima s temporas chaamada de temporal; a parte da retina acima da fvea chamada de superior, e a parte abaixo, de inferior.-2) Propriedades da luz- o sistema visual utiliza a luz para formar imagens.- apenas a radiao eletromagntica com comprimentos de onda entre 400 e 700 nm visvel para o olho humano sem auxlio de instrumentos.. nesse espectro visvel, diferentes comprimentos de onda aparecem como diferentes cores.- a reflexo causada pela luz que incide sobre uma superfcie e retorna dentro do mesmo meio.. a maior parte do que vemos luz refletida a partir de objetos em nosso ambiente.- a absoro a transferncia de energia da luz para uma partcula ou superfcie.. superfcies de cor preta absorvem a energia de todos os comprimentos de onda da luz visvel.. alguns compostos absorvem a energia da luz dentro de certos limites de comprimentos de onda e, ento, refletem os demais comprimentos de onda.- as imagens formam-se no olho por refrao, isto , a modificao que pode ocorrer na direo de raios de luz quando esses passam de um meio transparente para outro.- o olho um rgo especializado para a deteco, localizao e anlise da luz.- a pupila a abertura que permite que a luz entre no olho e alcance a retina.. ela cercada pela ris.- a ris origina a cor dos olhos.. ela contm dois msculos que podem alterar o tamanho da pupila.- a pupila e a ris so cobertas pela superfcie vtrea transparente externa do olho, a crnea.- a crnea est em continuidade com a esclera.- a esclera constitui o "branco dos olhos"e forma a resistente parede do globo ocular.. inseridos na esclera esto trs pares de msculos: os msculos extra-oculares, que movimentam o globo ocular dentro das rbitas.. esses msculos normalmente no so visveis, pois localizam-se atrs da conjuntiva.- o nervo ptico, reunindo os axnios da retina, sai do olho em sua parte posterior, atravessa a rbita e alcana o encfalo em sua base.- a crnea no apresenta vasos sanguneos e nutrida pelo fluido situado por detrs dela, o humor aquoso.- o cristalino uma estrutura transparente localizada por detrs da ris.. suspenso por ligamentos que se ligam aos msculos ciliares, os quais conectam-se esclera e formam um anel dentro do olho.. mudanas no formato do cristalino permitem que nossos olhos ajustem o foco para diferentes distncias visuais.. ele tambm divide o interior do olho em dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: o humor aquoso, o fluido aquoso que se situa entre a crnea e o cristalino, e o humor vtreo, mais viscoso e gelatinoso, situa-se entre o cristalino e a retina; sua presso mantm esfrico o globo ocular.

3) Formao da imagem pelo olho- o olho coleta raios de luz emitidos ou refletidos por objetos no ambiente e os focaliza sobre a retina para formar imagens.- a focalizao dos objetos envolve os poderes de refrao combinados da crnea e do cristalino.- a crnea, e no o cristalino, a lente responsvel pela maior parte do poder de refrao de seus olhos.- a crnea deve ter poder de refrao suficiente para focalizar a luz sobre a retina, na parte posterior do olho.- refrao pela crnea. os raios de luz que atingem a superfcie do olho a partir de uma fonte distante so praticamente paralelos, de forma que, para serem focados sobre a retina, devem sofrer um curvamento pelo processo de refrao.. lembre-se que, medida em que a luz atravessa um meio onde sua velocidade diminuida, sua direo ser desviada, aproximando-se da normal. Essa precisamente a situao quando a luz atinge a crnea e passa do ar para o humor aquoso.. a distncia da superfcie refratora at o ponto onde os raios de luz paralelos convergem chamada distncia focal.. o poder refrator depende da diminuio da velocidade da luz na interface ar-crnea. . se substitussemos o ar por um meio que seja atravessado pela luz com aproximadamente a mesma velocidade com que ela atravessa o olho, o poder refrator da crnea seria eliminado (ex: essa a razo pela qual as coisas parecem borradas quando abrimos os olhos sob a gua; a interface gua-crnea incapaz de produzir a focalizao de uma imagem. Uma mscara de mergulho restaura a interface ar-crnea e, consequentemente, o poder refrator do olho).- acomodao pelo cristalino. embora a crnea realize a maior parte da refrao do olho, o cristalino contribui para a formao de uma imagem ntida de um ponto distante. . o cristalino est envolvido na formao de imagens claras e ntidas de objetos prximos.. a medida em que os objetos se aproximam, os raios de luz oriundos de um determinado ponto no podem mais ser considerados paralelos.. esses raios divergem e um poder de refrao maior necessrio para focaliz-los na retina.. esse poder adicional de focalizao fornecido pela mudana no formato do cristalino, um processo chamado de acomodao.. resumidamente: objetos prximos necessitam de um maior poder de refrao, o que se obtm com um cristalino mais arredondado, para isso, ele se acomoda.. durante a acomodao, os msculos ciliares se contraem e engrossam, tornando menor a rea dentro do msculo e diminuindo a tenso nos ligamentos suspensores. Consequentemente, o cristalino, devido a sua elasticidade natural, torna-se mais arredondado. Esse arredondamento aumenta a curvatura do cristalino, aumentando, dessa forma, seu poder de refrao.. por sua vez, o relaxamento dos msculos ciliares aumenta a tenso nos ligamentos suspensores, o que tem efeito de distender o cristalino, que assuma uma forma mais achatada.- o reflexo pupilar da luz direta. esse reflexo envolve conexes entre a retina e os neurnios do tronco enceflico que controlam os msculos que contraem a pupila.. uma propriedade interessante desse reflexo que ele consensual, isto , se a luz atingir apenas um olho, provocar a constrio das pupilas de ambos os olhos.- o campo visual. mantendo o olho fixo em um ponto, os pontos a partir dos quais se v algo marcam o limites do campo visual.. a extenso do espao que pode ser visto por um olho.. o campo visual esquerdo tem sua imagem formada no lado direito da retina, e o campo visual direito tem sua imagem formada no lado esquerdo da retina.- acuidade visual. a capacidade do olho de distinguir entre dois pontos prximos.. depende de diversos fatos, em especial do espaamento dos fotorreceptores na retina e da preciso da refrao do olho.

4) Anatomia microscpica da retina- a via mais direta para o fluxo da informao visual parte dos fotorreceptores rumo s clulas bipolares e, da, para as clulas ganglionares.. as clulas ganglionares disparam potenciais de ao em resposta luz e esses impulsos se propagam, via nervo ptico, para o resto encfalo.. o processamento na retina influenciado por dois outros tipos celulares: clulas horizontais que recebem aferentes dos fotorreceptores e projetam neuritos lateralmente para influenciar as clulas bipolares vizinhas e os fotorreceptores, e clulas amcrinas que recebem aferentes das clulas bipolares e projetam lateralmente para influenciar clulas ganglionares vizinhas, clulas bipolares e outras clulas amcrinas.. informaes acerca da luz fluem dos fotorreceptores para as clulas bipolares e, ento, para as clulas ganglionares, as quais projetam axnios para fora do olho por meio do nervo ptico.. clulas horizontais e amcrinas modificam as respostas das clulas bipolares e ganglionares por meio de conexes laterais.- lembrar: as unicas clulas sensveis luz na retina so os fotorreceptores; as clulas ganglionares so a nica fonte de sinais de saida da retina.- a organizao laminar da retina. a retina apresenta uma organizao laminar, isto , as clulas esto organizadas em camadas.. a camada mais interna a camada de clulas ganglionares, que contm os corpos celulares das clulas ganglionares.. a seguir est a camada nuclear interna, que contm os corpos celulares das clulas bipolares, as clulas horizontais e amcrinas.. a camada seguinte a camada nuclear externa, que contm os corpos celulares dos fotorreceptores.. finalmente, temos a camada dos segmentos externos dos fotorreceptores, que contm os elementos sensveis luz da retina. Os segmentos externos esto embebidos no epitlio pigmentar.. entre a camada de clulas ganglionares e a camada nuclear interna est a camada plexiforme interna, na qual se estabelecem contatos sinpticos entre clulas bipolares, amcrinas e ganglionares.. entre as camadas nucleares interna e externa est a camada plexiforme externa, onde os fotorreceptores estabelecem contatos sinpticos com clulas bipolares e horizontais.. resumidamente: camada de clulas ganglionares -> camada plexiforme interna -> camada nuclear interna -> camada plexiforme externa -> camada nuclear externa -> camada de segmentos externos dos fotorreceptores -> epitlio pigmentar.. a luz deve atravessar o humor vtreo, as clulas ganglionares e bipolares antes de atingir os fotorreceptores.. uma vez que as clulas retinianas que ficam no percurso da luz at os fotorreceptores so relativamente transparentes, a distoro da imagem, medida que a luz as atravessa, mnima.. epitlio pigmentar: situado lobo abaixo dos fotorreceptores com seu papel crtico na manuteno dos fotorreceptores e fotopigmentos. Ele tambm absorve qualquer luz que atravesse completamente a retina, minimizando assim a reflexo da luz no fundo do olho, o que borraria a imagem.- a estrutura de um fotorreceptor. a converso da radiao eletromagntica em sinais neurais ocorre nos fotorreceptores na parte posterior da retina.. cada fotorreceptor apresenta quatro regies: um segmento externo, um segmento interno, um corpo celular e um terminal sinptico.. o segmento externo contm uma pilha de discos membranosos.. fotopigmentos sensveis luz, localizados nas membranas desses discos, absorvem luz, determinando, dessa forma, alteraes no potencial de membrana do fotorreceptor.. os fotorreceptores do tipo bastonete apresenta um segmento externo longo e cilndrico contendo muitos discos.. os fotorreceptores do tipo cone apresentam um segmento externo mais curto e que gradualmente diminui de espessura, contendo um menor nmero de discos membranosos.. em um ambiente com iluminao noturna, isto , em condies escotpicas, apenas os bastonetes contribuem para a viso (= os bastonetes tornam possvel a viso em situaes de baixa luminosidade).. por outro lado, em ambientes com iluminao diurna, ou seja, em condies fotpicas, so os cones que realizam a maior parte do trabalho (= os cones somente funcionam com boa iluminao).. bastonetes e cones diferem tambm em outros aspectos. Todos os bastonetes contm o mesmo fotopigmento, mas h trs tipos de cones, cada qual com um pigmento diferente. Essas variaes entre os pigmentos fazem com que os diferentes cones sejam sensveis a diferentes comprimentos de onda da luz.- diferenas regionais na estrutura da retina. em geral, a retina perifrica possui muito mais bastonetes do que cones.. nessa regio, tambm h uma alta relao de fotorreceptores para clulas ganglionares.. o efeito combinado desse arranjo que a retina perifrica mais sensvel a luz pois bastonetes so especializados para baixa intensidade luminosa e h mais fotorreceptores fornecendo informao para uma mesma clula ganglionar.. os cones so encontrados principalmente na retina central.. os bastonetes esto ausentes na fvea e so encontrados principalmente na retina perifrica.. na retina central, relativamente poucos fotorreceptores transmitem informao diretamente para uma clula ganglionar.. na retina perifrica, muitos fotorreceptores fornecem sinais para uma clula ganglionar.. esse aranjo torna a retina perifrica mais capacitada para detectar luzes fracas, enquanto a retina central est mais capacitada para a viso de alta resoluo.. a retina perifrica relativamente incapaz de discernir detalhar finos sob a luz do dia. Isso ocorre porque a viso durante o dia requer cones e porque uma boa acuidade visual requer que a razo entre fotorreceptores e clulas ganglionares seja baixa.. a regio da retina mais altamente especializada para a viso de alta resoluo a fvea.. a fvea aparece como uma depresso na retina. Essa aparncia lhe conferida pelo deslocamento lateral de clulas acima dos fotorreceptores, permitindo que a luz atinja os fotorreceptores sem passar pelas demais camadas celulares da retina.. a fvea tambm nica por no conter bastonetes, sendo que todos os seus fotorreceptores so cones.

5) Fototransduo- os fotorreceptores convertem ou transduzem energia luminosa em alteraes do potencial de membrana.- os bastonetes excedem a quantidade de cones na retina humana.- muito do que sabemos sobre a fototransduo nos bastonetes tambm aplicvel para os cones.- fototransduo nos bastonetes. no fotorreceptor, a estimulao do fotopigmento pela luz ativa protenas G, as quais, por sua vez, ativam uma enzima efetora que altera a concentrao citoplasmtica de um segundo mensageiro.. essa alterao determina o fechamento de um canal inicos na membrana, e o potencial de membrana , ento, alterado.. em completa escurido, a despolarizao causada pelo influxo constante de Na atravs de canais especiais no segmento externo da membrana -> esse movimento de cargas positivas atravs da membrana chamado de corrente no escuro.. os canais de sdio tm sua abertura estimulada (so ativados) por um segundo mensageiro intracelular chamado de GMPc.. o GMPc produzido continuamente no fotorreceptor pela enzima guanilato ciclase, mantendo os canais de Na abertos.. a luz reduz a quantidade de GMPc, o que determina o fechamento dos canais de Na, e o potencial de membrana torna-se mais negativo.. dessa forma, os fotorreceptores so hiperpolarizados em resposta luz.. a resposta hiperpolarizante luz iniciada pela absoro da radiao eletromagntica pelo fotopigmento localizado nas membranas dos discos empilhados no segmento externo dos bastonetes.. nos bastonetes esse pigmento denominado rodopsina (pode ser imaginada como uma protena receptora, possuindo um agonista previamente ligado -> a protena receptora denominada opsina) -> o agonista previamente ligado denominado retinal.. a absoro de luz determina uma alterao conformacional do retinal, de forma que a opsina ativada.. esse processo um tipo de desbotamento, porque altera os comprimentos de luz que a rodopsina capaz de absorver.. o desbotamento da rodopsina estimula uma protena G denominada transducina, presente no disco membranoso, e essa, por sua vez, ativa a enzima efetora fosfodiesterase (PDE).. a PDE hidroliza o GMPc normalmente presente no citoplasma dos bastonetes (no escuro).. a reduo nas concentraes de GMPc determina o fechamento dos canais de Na e a hiperpolarizao da membrana.. a amplificao do sinal: muitas molculas de protena G so ativadas para cada molcula de fotopigmento, e cada enzima PDE ativada hidroliza mais de uma molcula de GMPc. Essa amplificao confere a nosso sistema visual a capacidade de detectar at mesmo ftons individuais, as unidades elementares da energia luminosa.OBS: - em um receptor acoplado protena G, a ligao de um neurotransmissor ativa protenas G e enzimas efetoras. Em um fotorreceptor, a luz desencadeia um processo semelhante, utilizando a protena G denominada transducina. - os fotorreceptores esto continuamente despolarizados no escuro devido uma corrente de sdio que entra na clula, a corrente do escuro. O sdio penetra no fotorreceptor atravs de um canal ativado por GMPc. A luz leva a ativao de uma enzima que destri o GMPc, assim cancelando a corrente de Na e hiperpolarizando a clula. - a rodopsina consiste em uma protina segmentos transmembrana chamado de opsina e de uma pequena molcula derivada da vitamina A, chamada de retinal. O retinal, quando absorve luz, sofre uma mudana em sua conformao molecular e ativa a opsina. - no escuro, GMPc ativa um canal de sdio, causando uma corrente de entrada de Na e, consequentemente, a despolarizao da clula. A ativao da rodopsina pela energia luminosa faz com que uma protena G (transducina) troque GDP por GTP e, por sua vez, ative a enzima fosfodiesterase (PDE). A PDE hidroliza o GMPc e cancela a corrente do escuro.- fototransduo nos cones. sob a luz do sol, h uma queda dos nveis de GMPc nos bastonetes at um ponto em que a resposta luz torna-se saturada: luz adicional no mais promove qualquer hiperpolarizao.. a viso durante o dia depende inteiramente dos cones, cujos fotopigmentos necessitam de maior nvel de energia para sofrerem desbotamento.. o processo de fototransduo nos cones praticamente o mesmo que aquele que ocorre nos bastonetes, a nica diferena significativa o tipo de opsinas dos discos membranosos dos segmentos externos dos cones -> cada cone em nossas retinas contm uma das trs opsinas que conferem aos fotopigmentos diferentes sensibilidades espectrais -> cones "para o azul", cones "para o verde" e cones "para o vermelho"..deteco de cores. as cores que percebemos so determinadas principalmente pelas contribuies relativas de cada tipo de cone para o sinal na retina.. em cada ponto da retina existe um conjunto de trs tipos de receptores, cada tipo apresentando sensibilidade mxima ao azul, ao verde ou ao vermelho.. teoria tricromtico de Young-Helmholtz: nela o encfalo atribui cores com base em uma comparao da leitura dos trs tipos de cones. Quando todos os tipos de cones so igualmente ativos, como no caso da luz de amplo espectro, percebemos o "branco". Vrias formas de cegueira para cones resultam no caso de deficincias de um ou mais dos tipos de fotopigmentos dos cones.. se os cones fossem inteiramente responsveis pela percepo da cor, no deveramos ser capares de perceber diferenas de cores quando eles estivessem inativos.- adaptao ao escuro e claridade. essa transio da viso diurna, com base nos cones, para a viso noturna, com base nos bastonetes, no instantnea.. esse fenmeno denominado adaptao ao escuro.. ocorre pela dilatao das pupilas que permite que mais luz penetre no olho; pela regenerao da rodopsina para uma configurao molecular anterior ao desbotamento e o ajuste da circuitaria funcional da retina, de forma que mais bastonetes estejam disponveis para cada clula ganglionar. . devido a esse grande aumento da sensibilidade, quando o olho adaptado ao escuro retorna para um ambiente com luz brilhante, torna-se temporariamente saturado = adaptao claridade.. o papel do clcio na adaptao claridade. a capacidade do olho de adaptar-se a mudanas na intensidade da luz depende de alteraes na concentrao de clcio dentro dos cones.. quando a pessoa passa de um ambiente escuro para um claro, os cones esto inicialmente hiperpolarizados, tanto quanto possvel.. se os cones permanecessem nesse estado, seramos incapazes de perceber mudanas na luminosidade.. a constrio da pupila ajuda um pouco, reduzindo a luz que entra no olho.. a mudana mais importante, no entando, uma mudana gradual da membrana.. a razo para tal ocorrer origina-se no fato de que os canais de sdio dependentes de GMPc tambm admitem clcio. No escuro, o Ca entra nos cones e promove um efeito inibitrio na enzima (guanilato ciclase) que sintetiza o GMPc. Quando os canais dependentes de GMPc se fecham, o fluxo de Ca para dentro dos fotorreceptores reduzido: como resultado, mais GMPc sintetizado, pois sua enzima de sntese est menos inibida, permitindo assim que os canais dependentes de GMPc se abram novamente.. resumidamente, quando os canais se fecham, um processo iniciado que gradualmente os reabre, mesmo que o nvel de luminosidade no mude. O clcio tambm parece afetar os fotopigmentos e a fosfodiesterase, diminuindo suas respostas luz. Esses mecanismos com base no clcio asseguram que os fotorreceptores sejam sempre capazes de registrar mudanas relativas no nvel de luz.

6) O processamento na retina- apenas clulas ganglionares disparam potenciais de ao.. todas as outras clulas na retina respondem estimulao com alteraes graduais no potencial de membrana.. a via mais direta para o fluxo de informao na retina a partir de um fotorreceptor do tipo cone para uma clula bipolar e, da, para uma clula ganglionar.- transformaes na camada plexiforme externa. os fotorreceptores liberam neurotransmissores quando despolarizados.. o transmissor liberado pelas clulas fotorreceptoras o aminocido glutamato.. os fotorreceptores esto despolarizados no escuro e se tornam hiperpolarizados com a luz.. os fotorreceptores liberam menos neurotransmissores na presena da luz do que no escuro -> no escuro, o fotorreceptor despolariza e libera neurotransmissores.. o escuro, e no a luz, o estmulo preferido pelo fotorreceptor.. na camada plexiforme externa, cada fotorreceptor efetua contatos sinpticos com dois tipos de clulas retinianas: as clulas bipolares e as clulas horizontais.. lembre-se que as clulas bipolares estabelecem a via direta, desde os fotorreceptores at as clulas ganglionares; clulas horizontais, por sua vez, fornecem informao lateralmente para a camada plexiforme externa, influenciando a atividade de clulas bipolares vizinhas e fotorreceptores.- campos receptivos de clulas bipolares. as clulas bipolares podem ser divididas em duas classes, com base em suas respostas ao glutamato liberado pelos fotorreceptores.. clulas bipolares do tipo OFF apresentam canais de ctions ativados por glutamato, que medeiam um clssico potencial excitatrio ps sinptico (PEPS), o qual despolariza a membrana pelo influxo de ons Na.. j as clulas bipolares do tipo ON apresentam receptores acoplados a protenas G e respondem ao glutamato com uma hiperpolarizao.. cada clula bipolar recebe aferncias sinpticas diretas de um grupo de fotorreceptores.. o campo receptivo de uma clula bipolar (ou de qualquer outra clula do sistema visual) a rea da retina onde, em resposta estimulao pela luz, ocorre uma alterao do potencial de membrana da clula.. o campo receptivo de uma clula bipolar constitudo por duas pores: uma rea circular de retina, que proporciona aferncias diretas do fotorreceptor, chamada de centro do campo receptivo, e uma rea de retina adjacente, que proporciona aferncias via clulas horizontais, chamada de periferia do campo receptivo.. a resposta do potencial de membrana de uma clula bipolar luz no centro do campo receptivo oposta quela promovida pela luz na periferia (ex: se a iluminao do centro causa despolarizao da clula bipolar (uma resposta ON), ento a iluminao da periferia causar uma hiperpolarizao antagnica dessa clula. Da mesma forma, se a clula for despolarizada quando houver uma mudana de luz para escuro no centro de seu campo receptivo (uma resposta OFF), ela ser hiperpolarizada pelo estmulo escuro quando esse for aplicado periferia).. assim sendo, diz-se que essas clulas apresentam campos receptivos organizados como centro-periferia, com centro e periferia antagnicos entre si.. a organizao dos campos receptivos em centro-periferia passa das clulas bipolares para as ganglionares por meio das sinapeses na camada plexiforme interna. As conexes laterais das clulas amcrinas na camada plexiforme interna tambm contribuem para a construo dos campos receptivos das clulas ganglionares e para a integrao de sinais oriundos dos cones e bastonetes que chegam s clulas ganglionares.

7) Os sinais de sada da retina- a nica fonte de sinais da retina para o resto do encfalo so os potenciais de ao provenientes das clulas ganglionares.- os campos receptivos das clulas ganglionares. a maior parte das clulas ganglionares da retina apresenta a organizao concntrica de seus campos receptivos em centro-periferia.. assim sendo, uma clula ganglionar com centro ON ser despolarizada e responder com uma rajada de potenciais de ao quando um pequeno ponto de luz for projetado sobre o centro de seu campo receptivo. . da mesma forma, uma clula com centro OFF responder para um ponto escuro projetado sobre o centro de seu campo receptivo.. em ambos os tipos de clula, entretanto, a resposta estimulao do centro cancelada pela resposta estimulao da periferia de cada campo receptivo.. a surpreendente consequncia desse fato que a maior parte das clulas ganglionares da retina no particularmente responsiva a mudanas na iluminao que incluam, ao mesmo tempo, o centro e a periferia do campo receptivo.. ex: quando a sombra entra na regio da periferia do campo receptivo sem avanar sobre o centro, ela tem um efeito de hiperpolarizar o neurnio, determinando uma diminuio na taxa de disparos da clula. medida que a sombra passa a estender-se tambm sobre o centro, no entanto, a inibio parcial, determinada pela periferia, suplantada e a resposta da clula aumenta. No entanto, quando a sombra finalmente preenche toda a periferia, a resposta do centro novamente cancelada.- tipos de clulas ganglionares. distinguem-se dois tipos principais de clulas ganglionares: clulas ganglionares do tipo M, que so grandes; clulas ganglionares do tipo P, menores e clulas ganglionares do tipo no-M-e-no-P.. as clulas do tipo P so maioria.. clulas do tipo M podem detectar contrastes sutis sobre seus grandes campos receptivos e provavelmente contribuem para a viso de baixa resoluo.. clulas do tipo P apresentam campos receptivos pequenos, adequados para a discriminao de detralhes finos.. clulas do tipo P e clulas do tipo no-M-e-no-P so especializadas para o processamento, em separado, de informaes referentes ao vermelho-verde e ao azul-amarelo.. as propriedades de resposta visual das clulas do tipo M diferem daquelas do tipo P em vrios aspectos. Elas tm maiores campos receptivos, conduzem potenciais de ao mais rapidamente no nervo ptico e so mais sensveis a estmulos com baixo contraste. Alm disso, as clulas do tipo M respondem estimulao dos centros de seus campos receptivos com uma srie rpida e transitria de rajadas de potenciais de ao, enquanto que as clulas do tipo P respondem com uma descarga sustentada que persiste enquanto persistir o estmulo.. clulas ganglionares de oposio de cores: algumas clulas do tipo P e clulas do tipo no-M-e-no-P so sensveis a diferenas no comprimento de onda da luz. A maioria desses neurnios sensveis cor denominada clulas de oposio de cores.- processamento em paralelo. nossa viso do mundo no se d com um olho, mas com dois, que fornecem dois fluxos paralelos de informao.. primeiro, no sistema visual central, esses fluxos so comparados para se obter informaes acerca da profundidade, isto , a distncia entre um objeto e o observador.. segundo, parece haver fluxos independentes de informao sobre os nveis de claro e escuro originrios de clulas ganglionares com centro ON e centro OFF em cada retina.. terceiro, clulas ganglionares de ambos as variedades, ON e OFF, apresentam diferentes tipos de campos receptivos e propriedades de resposta.