resumo didatico de geografia fisica

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BRASIL: OS RECURSOS NATURAIS Estrutura Geologia e Relevo Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e dobramentos antigos. Não possui dobramentos modernos. As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da área total do território brasileiro. São divididas em grandes e pequenas bacias, que se formaram nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica. No Brasil, as áreas cristalinas (escudos) ocupam cerca de 36% do território, tendo sido formadas em épocas muito antigas (pré-cambrianas). Os terrenos arqueozóicos correspondem a 32%, e os proterozóicos a 4% da área total do país. Nos terrenos da Era Proterozóica, estão as riquezas minerais do Brasil (ferro, manganês, bauxita, ouro etc.). Portanto, o que denominamos Complexo Cristalino Brasileiro formou-se na Era Arqueozóica e é constituído por rochas magmáticas (granito) e metamórficas (gnaisse). Observe, no mapa abaixo, que o prof. Aziz Ab’Saber considera dois grandes escudos, seis bacias sedimentares e vários núcleos de menor extensão. Os movimentos orogênicos (dobramentos) no Brasil ocorreram em eras muito antigas (principalmente pré-cambrianas), denominadas ciclo brasiliano, dando origem às serras do Mar, Mantiqueira e do Espinhaço. Os movimentos epirogênicos têm ocorrido nos últimos setenta milhões de anos, soerguendo bacias sedimentares e formando planaltos. O vulcanismo ocorreu no Brasil, em épocas muito remotas, principalmente na Era Mesozóica, quando lavas vulcânicas cobriram extensas áreas das regiões de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais, e grande parte do planalto Arenito-Basáltico, em São 1

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BRASIL: OS RECURSOS NATURAIS

Estrutura Geologia e Relevo

Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e dobramentos antigos. Não possui dobramentos modernos. As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da área total do território brasileiro. São divididas em grandes e pequenas bacias, que se formaram nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica.

No Brasil, as áreas cristalinas (escudos) ocupam cerca de 36% do território, tendo sido formadas em épocas muito antigas (pré-cambrianas). Os terrenos arqueozóicos correspondem a 32%, e os proterozóicos a 4% da área total do país. Nos terrenos da Era Proterozóica, estão as riquezas minerais do Brasil (ferro, manganês, bauxita, ouro etc.). Portanto, o que denominamos Complexo Cristalino Brasileiro formou-se na Era Arqueozóica e é constituído por rochas magmáticas (granito) e metamórficas (gnaisse). Observe, no mapa abaixo, que o prof. Aziz Ab’Saber considera dois grandes escudos, seis bacias sedimentares e vários núcleos de menor extensão.

Os movimentos orogênicos (dobramentos) no Brasil ocorreram em eras muito antigas (principalmente pré-cambrianas), denominadas ciclo brasiliano, dando origem às serras do Mar, Mantiqueira e do Espinhaço. Os movimentos epirogênicos têm ocorrido nos últimos setenta milhões de anos, soerguendo bacias sedimentares e formando planaltos.

O vulcanismo ocorreu no Brasil, em épocas muito remotas, principalmente na Era Mesozóica, quando lavas vulcânicas cobriram extensas áreas das regiões de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais, e grande parte do planalto Arenito-Basáltico, em São Paulo e no Paraná. A atividade vulcânica esteve presente também na formação de nossas ilhas oceânicas.

A dinâmica interna e a dinâmica externa do relevo brasileiro

DINÂMICA INTERNA

Situado dentro da placa Sul-Americana, o território brasileiro apresenta relativa estabilidade geológica. Não devemos esquecer que as zonas mais instáveis estão no limite das placas tectônicas.

DINÂMICA EXTERNAO relevo brasileiro, como é muito antigo, vem sofrendo a ação dos agentes externos (principalmente da água e do vento) em seu

trabalho de erosão, sedimentação e transporte. Encontramos no Brasil vários exemplos do trabalho da água dos rios (meandros no rio Paraíba do Sul, cataratas do rio Iguaçu, planícies fluviais em vários pontos do país); do mar (falésias no Sul, tabuleiros no Nordeste, tômbolos e restingas ao longo do litoral) das águas das chuvas (voçorocas e deslizamentos) e do vento (dunas litorâneas)

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ALTIMETRIA

O Brasil não é um país de grandes altitudes. Isso pode ser explicado pela antiguidade do seu território, que sofreu o ataque dos agentes da erosão por muito tempo, e pelo fato de não ter sentido os efeitos dos dobramentos terciários. Segundo o IBGE, quase 99% do nosso país é formado por terrenos de menos de 1200 metros de altitude: 41% tem de 0 a 200 m e 58,5% chegam até 1200 m. Os pontos mais altos do país são o pico da Neblina com 2 993 m e o pico 31 de março com 2972 m, ambos localizados na serra do Imeri, no Amazonas.

PLANALTO, PLANÍCIE E DEPRESSÃO SÃO AS PRINCIPAIS FORMAS DO RELEVO BRASILEIRO. Entretanto temos alguns termos muito próprios e específicos para denominar certas formas de relevo, como as serras, as chapadas e as cuestas.

Serra: Termo usado na descrição física da paisagem de terrenos acidentados, com fortes desníveis (escarpas de planaltos). Geralmente, uma das encostas é uma superfície pouco inclinada, e a outra, uma vertente íngreme. Chapada: É um planalto sedimentar típico, com grandes superfícies horizontais (lembrando uma mesa). Cuesta: Forma de relevo de bacias sedimentares, onde as rochas têm maior ou menor resistência à erosão. É dissimétrica, isto é, tem lados desiguais.

CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO: COM AROLDO DE AZEVEDO

O prof. Aroldo de Azevedo, morto em 1974, deixou-nos a primeira classificação do relevo brasileiro. Esse trabalho tem grandes méritos, levando em conta não só a época em que foi elaborado (década de 40), mas a sua clareza e o fato de ter sido o pioneiro. Aroldo de Azevedo empregou termos geomorfológicos para denominar as divisões gerais (planaltos e planícies) e critérios geológicos para classificar as subdivisões, que foram definidas numa segunda etapa de trabalho. Para diferenciar planalto de planície, usou como critério a altimetria, estabelecendo o limite de 200 m para distinguir uma forma de outra. Observe mapa abaixo:

A CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO SEGUNDO AZIZ AB’SABER

Em 1962, o Prof. Aziz Ab’Saber, usando outro critério, o morfoclimático (que explica as formas de relevo pela ação do clima), ampliou a classificação de Aroldo de Azevedo, acrescentando novas unidades ao relevo brasileiro.

Ab’Saber baseou-se nos processos de erosão e sedimentação para diferenciar planalto de planície, abolindo o nível altimétrico usado por seu antecessor. Segundo ele todas as superfícies onde predominam agentes da erosão são consideradas planaltos, e as superfícies onde a deposição de sedimentos é maior que a erosão são consideradas como planície. Mais do que elaborar uma classificação, o prof. Ab’Saber reuniu as principais características do relevo e do clima de várias regiões brasileiras para formar, com os demais elementos naturais da paisagem (vegetação e hidrografia), o que chamou de domínios morfoclimáticos brasileiros. Veja mapas abaixo:

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O PROJETO RADAM E A CLASSIFICAÇÃO DE JURANDYR ROSS

Com os levantamentos detalhados sobre as características geológicas, geomorfológicas, de solo, hidrografia e vegetação do país, foi possível conhecer profundamente o relevo brasileiro e chegar a uma classificação mais próxima da realidade.

Tendo participado do projeto Radam e levado em consideração a classificação de Ab’Saber, o prof. Jurandyr Ross, em 1989, propôs uma divisão do relevo do Brasil tão detalhado quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro nos projetos que acabamos de ver. Por isso, ela é mais complexa do que as anteriores. Sua proposta é importante porque resulta de um trabalho realizado com o uso de técnicas ultramodernas, que permitem saber com mais conhecimento como é formado o relevo brasileiro. Esse conhecimento é fundamental para vários projetos econômicos como: exploração de recursos minerais, agricultura etc. desenvolvidos no país.

Nessa nova classificação são consideradas três principais formas de relevo: planalto, planície e depressão. As classificações anteriores consideravam apenas a existência de planaltos e planícies.

Ross aprofundou o critério morfoclimático da classificação Ab’Saber, que passou a fazer parte de um conjunto de outros fatores, como estrutura geológica e a ação dos agentes externos do relevo, passados e presentes. Essa terceira classificação considera também o nível altimétrico, já utilizado pelo prof. Aroldo de Azevedo, embora cotas de altitudes sejam diferentes.

Desse modo, a classificação de Ross esta baseada em três maneiras diferentes de explicar as formas de relevo: Morfoestrutural: leva em conta a estrutura geológica. Morfoclimática: considera clima e relevo. Morfoescultural: considera a ação de agentes externos.

Cada um desses critérios criou um “grupo” diferente de formas de relevo, ou três níveis, que foram chamados de táxons e obedecem a uma hierarquia.1º táxon: considera a forma de relevo que se destaca em determinada área, planalto, planície e depressão.2º táxon: leva em consideração a estrutura geológica onde os planaltos foram modelados, bacias sedimentares, núcleos cristalinos arqueados, cinturões orogênicos e coberturas sedimentares sobre o embasamento cristalino.3º táxon: considera as unidades morfoesculturais, formadas tanto por planície como por planaltos e depressões, usando nomes locais e regionais. Veja mapa abaixo.

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AS PRINCIPAIS UNIDADES DO RELEVO BRASILEIRO

As novas 28 unidades do relevo brasileiro foram divididas em onze planaltos, seis planícies e onze depressões. Vejamos as principais características.

Planaltos: Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas superfícies erodidas. Os planaltos são chamados de “formas residuais”, ou seja, resíduo que ficou do relevo atacado pela erosão. Podemos considerar alguns tipos gerais:

Planaltos em bacias sedimentares: como o planalto da Amazônia oriental, os planaltos e chapadas da bacia do Paraná. Podem ser limitados por depressões periféricas, como a da borda leste da bacia do Paraná, ou marginais, como O Norte – Amazônica.

Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma (escudos): São formações antigas (dobramentos, serras) da Era Pré-Cambriana, que possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os planaltos residuais Norte-Amazônicos, chamados de planalto das Guianas nas classificações anteriores.

Planalto dos cinturões orogênicos: Originaram-se da ação da erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré – Cambriana pelo território brasileiro. As serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço são exemplos desse tipo de planalto. Fazem parte dos planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste.

Planaltos em núcleos cristalinos arqueados: São planaltos que, embora isolados e distantes uns dos outros, possuem a mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o planalto da Borborema.

Depressões: Nos limites das bacias sedimentares com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era Cenozóica. São as depressões, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas características e localização.

Depressões periféricas: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a depressão periférica Sul Rio Grandense.

Depressões marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a depressão Sul – Amazônica.

Depressões interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam como a depressão Sertaneja e do São Francisco.

Planícies: Nessa classificação grande parte do que era considerado planície passou a ser classificada como depressão marginal. Com isso a unidade das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Podemos distinguir:

Planícies costeiras: Encontradas no litoral, como as planícies e tabuleiros litorâneos.

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Planícies continentais: Situadas no interior do país, como a planície do pantanal. Na Amazônia, são consideradas planícies apenas as terras situadas junto aos rios. O prof. Aziz Ab’Saber já fazia essa distinção, chamando as várzeas de planícies típicas e as outras áreas de baixos platôs.

O CLIMA DO BRASIL

Você já estudou os fatores que influenciam os climas da Terra. Agora, você verá a atuação desses fatores na formação dos climas brasileiros.

ALTITUDE: Lembre-se de que, quanto maior a altitude, mais frio será. Mas somente a altitude, isolada de outros fatores, não determina os climas no Brasil, porque mais de 95% do relevo brasileiro está a menos de 1200 m de altitude. Campos do Jordão, em São Paulo, e as serras gaúchas e catarinenses, com altitudes acima de 1200 m, são exceções. Veja tabela abaixo ilustrando diferentes médias térmicas anuais registradas em algumas cidades brasileiras:

LATITUDE: Esse fator influencia os climas no Brasil porque o território brasileiro apresenta quase 40º de variação latitudinal. Não devemos esquecer de que, nas altas latitudes, as temperaturas são mais baixas e as amplitudes térmicas são maiores. Portanto, as cidades próximas a linha do Equador (região norte) tem amplitudes térmicas menores e temperaturas mais altas que as cidades do Sul e do Sudeste, em virtude das diferenças de latitude existentes entre elas.

CONTINENTALIDADE: Vimos que, quanto menor a distância em relação ao mar, menor é a amplitude térmica de cidade, porque a proximidade do mar torna as temperaturas mais estáveis. Por exemplo, a cidade de Santos, em São Paulo, possui menor amplitude térmica do que cidades localizadas no interior do território brasileiro, como as cidades dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

CORRENTES MARÍTIMAS: O Brasil sofre a influência de duas correntes marítimas quentes: a corrente do Brasil (sentido sul) e a corrente do golfo (sentido norte), que contribuem para formação de climas quentes.

A ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS CLIMÁTICOS: Entre os elementos climáticos que, combinados, determinam os climas brasileiros, estão a pressão atmosférica (ventos), as temperaturas e a umidade (chuvas). Porém, a atuação das massas de ar é o principal elemento que explica as diferenças no tempo e no clima do Brasil. O mecanismo das massas de ar: As massas de ar constituem o principal

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elemento determinante dos climas brasileiros porque podem mudar bruscamente o tempo nas áreas onde atuam. Veja o mapa abaixo as massas de ar que atuam no território brasileiro.

O Brasil sofre influência de praticamente todas as massas de ar que atuam na América do Sul, exceto as que têm origem no oceano Pacifico (oeste), cuja influência é limitada pela cordilheira dos Andes, que barra a sua passagem para o interior do continente.

Por ter 92 % de seu território na zona tropical e estar localizado no hemisfério sul, onde as massas líquidas (oceanos e mares) ocupam maior espaço do que as massas sólidas (terras), o Brasil é influenciado predominantemente pelas massas de ar quente e úmido.

MASSA EQUATORIAL CONTINENTAL (MEC): Originária da Amazônia ocidental, área de baixa latitude e muitos rios, a mEc é uma massa de ar quente, úmido e instável. É a que exerce maior influência no Brasil: atinge todas as regiões durante o verão no hemisfério sul, provocando chuvas. Na Amazônia, as elevadas temperaturas e as altas taxas de umidade, decorrentes da atuação dessa massa de ar, são responsáveis pelos elevados índices pluviométricos da região. No inverno, a mEc recua e sua ação fica restrita à Amazônia ocidental.

MASSA TROPICAL ATLÂNTICA (MTA): De ar quente e úmido, a mTa origina-se no Atlântico Sul. Formadora dos ventos alísios de sudeste atua na faixa litorânea brasileira, que se estende da região Sul à região Nordeste, e é praticamente constante no decorrer do ano. Durante o inverno, a mTa encontra a única massa de ar frio e úmido que atua no Brasil, a massa polar atlântica (mPa). Esse encontro provoca chuvas frontais no litoral nordestino. Por isso é comum ouvirmos notícias sobre chuvas que castigam Maceió, Salvador e Recife no Mês de julho principalmente. No litoral das regiões Sul e Sudeste, o encontro da mTa com as áreas mais elevadas da serra do Mar provoca as chuvas orográficas ou de montanha.

MASSA POLAR ATLÂNTICA (MPA): Por se originar no oceano Atlântico, ao sul da Argentina, em uma zona de média latitude (de 30º a 60º), a mPa tem ar frio e úmido. Atua principalmente no inverno, dividindo-se em três ramos separados pela orientação do relevo brasileiro. Os dois primeiros ramos referem-se ao corredor de planícies interiores brasileiras, que estão cercadas por áreas de maiores altitudes, como os Andes (no oeste) e as terras brasileiras (no leste), permitindo o avanço da mPa sobre essas áreas mais baixas do nosso relevo.

O primeiro ramo sobe pelo vale do rio Paraná, atingindo a região Sul, e traz ventos frios, como o minuano e o pampeiro, causando a formação de granizo, geada e até neve nas serras catarinenses e gaúchas. O morro da Igreja, localizado no município de Ubiraci, em Santa Catarina, apresenta as menores temperaturas brasileiras por reunir os fatores altitude e latitude, e o elemento climático, no caso a massa polar atlântica.

O segundo ramo, também conseqüência das baixas altitudes da área central do território brasileiro, permite o avanço dessa massa de ar frio e úmido que chega a atingir a Amazônia ocidental e provoca queda brusca da temperatura, por alguns dias, no Mato Grosso, Rondônia e Acre. É o fenômeno da “friagem”.

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O terceiro ramo refere-se ao avanço da massa polar atlântica pelo litoral brasileiro, do Sul ao Nordeste. No Nordeste oriental (litoral), como já vimos, o encontro da mPa (de ar frio e úmido) com a mTa(de ar quente e úmido) provoca as chuvas frontais durante o inverno.

Massa equatorial atlântica (mEa): Massa de ar quente e úmido, a mEa origina-se próximo do arquipélago português dos Açores, na África. Formadora dos ventos alísios de nordeste atua principalmente, durante a primavera e o verão no litoral das regiões Norte e Nordeste. Conforme avança pelo interior do país, essa massa de ar vai perdendo a umidade, por isso não causa chuvas significativas na porção norte do litoral nordestino.

MASSA TROPICAL CONTINENTAL (MTC): Por ter origem na depressão do Chaco (Paraguai), isto é, em uma zona de altas temperaturas e pouca umidade, é uma massa de ar quente e seco. No Brasil, atua no sul da região Centro-Oeste e no oeste das regiões Sul e Sudeste, onde ocorrem longos períodos de tempo quente e seco. Também provoca um bloqueio atmosférico que impede a chegada das massas de ar frio, quase sempre nos meses de maio e junho, quando ocorrem dias com temperaturas mais altas, chamados de “veranico”.

A CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA BRASILEIRA

Optamos pela classificação climática do cientista norte-americano Arthur Strähler, por estar baseada na circulação e na atuação das massas de ar baseada na circulação e na atuação das massas de ar que determinam os climas no Brasil. Considerando a dinâmica das massas de ar que atuam no Brasil, encontramos os tipos de clima ilustrados no mapa abaixo e cujas características descreveremos a seguir:

Climas controlados por massas de ar equatoriais e tropicais

CLIMA EQUATORIAL ÚMIDO: Esse tipo de clima é determinado pela massa equatorial continental (mEc), e sua principal área de ocorrência é a Amazônia. Tem como características elevada taxa de umidade, em virtude da presença dos rios e da vegetação na região, e altas temperatura, por encontrar-se em baixa latitude. As chuvas são constantes e abundantes (chegam ultrapassar a 2500 mm anuais), resultado da convecção ou ascensão vertical do ar e conseqüente resfriamento e

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condensação. Apresenta também baixa amplitude térmica anual (a menor do Brasil), inferior a 4º C, e médias térmicas anuais elevadas, que variam pouco, de 25º C a 28º C.

CLIMA LITORÂNEO ÚMIDO: Abrange a faixa da costa do Nordeste e do Sudeste e influência da massa tropical atlântica (mTa). Apresenta como características chuvas concentradas no inverno, que variam de 1500 mm a 2000 mm durante o ano, e médias térmicas elevadas. Nessa estação, no litoral nordestino, o encontro da mTa (ar quente úmido) provoca chuvas frontais. Durante o verão, tanto no Sudeste como no Nordeste, o encontro da mTa com áreas mais elevadas, como o planalto da Borborema(no Nordeste) e as serras do Mar e da Mantiqueira (no Sudeste), provoca as chuvas orográficas.

CLIMA TROPICAL CONTINENTAL: É o clima mais representativo do Brasil, por isso chamado de tropical típico. Abrange áreas das regiões Centro – Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste. Apresentam duas características marcantes que são:

1º. A EXISTÊNCIA DE DUAS ESTAÇÕES BEM DEFINIDAS.VERÃO: Estação chuvosa, provocada pela massa de ar equatorial continental (mEc) e pela

massa tropical atlântica (mTa)INVERNO: Estação seca. Nessa época, a mEc se retrai, deixando espaço para atuação de

outras massas de ar como: mPa e a mTc. A massa polar aproveita o corredor formado pelas terras mais baixas da região Centro – Oeste e atinge a porção sul da Amazônia, quando a temperatura pode chegar a 10o C (friagem)

2º. AMPLITUDES TÉRMICAS ANUAIS ELEVADAS.Por causa da influência da continentalidade.

CLIMA TROPICAL SEMI-ÁRIDOCaracterístico do Sertão Nordestino e do norte de Minas Gerais. As massas que atuam para

a ocorrência desse tipo de clima são a tropical atlântica (mTa) e a equatorial continental (mEc). Quando chega ao interior do Nordeste, a mTa já perdeu a umidade, pois barreiras montanhosas impedem a passagem das chuvas, que caem no litoral. É o clima brasileiro com menor índice pluviométrico anual. O que causa o problema da estiagem é a má distribuição das chuvas, concentradas em alguns meses do ano. O índice de chuvas anuais chega, às vezes, a ser inferior a 500 mm. As médias térmicas anuais e as temperaturas são elevadas.

CLIMAS CONTROLADOS POR MASSAS DE AR TROPICAIS E POLARES

Localiza-se nas áreas de maior altitude da região Sudeste. Sofre grande influência anual da massa tropical atlântica (mTa), que é úmida. No inverno, a massa polar atlântica (mPa) é responsável pelas baixas temperaturas e pelas geadas que costumam ocorrer nessa época. Diferencia-se do clima tropical típico ou continental por apresentar maior índice pluviométrico anual (acima de 1700 mm) verões menos quentes e invernos mais frios.

CLIMA SUBTROPICAL ÚMIDORepresentativo do Sul do Brasil, é dominado pela massa tropical atlântica (mTa), mas sofre grande influência da massa polar atlântica (mPa), no inverno. Apresenta o segundo maior índice pluviométrico anual (em torno de 2500 mm) só perdendo para o clima equatorial úmido. Tem estações bem definidas e chuvas bem distribuídas durante o ano. No inverno são constantes as ondas de frio, a formação de geada e chuvas de granizo.

Pode ocorrer neve nas áreas de maior altitude, como na região de São Joaquim, em Santa Catarina.

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HIDROGRAFIA NO BRASIL

O Brasil é o país mais rico do mundo em água doce. Além de ser abundante, a hidrografia brasileira conta com a vantagem de ter água como fonte de energia renovável. Os rios são volumosos e, em sua grande maioria, perenes, isto é, nunca secam. No Sertão Nordestino, são temporários por causa do regime irregular das chuvas que caem na região. Os rios no Brasil têm regime pluvial tropical, isto é, as cheias ocorrem no verão e as vazantes no inverno.

A maioria dos nossos rios tem desembocadura ou foz em forma de estuário. A principal exceção é o delta do Parnaíba, situado entre o Maranhão e o Piauí. O principal rio brasileiro o amazonas, possui foz mista (em delta e estuário). A drenagem dos rios no Brasil é exorréica, ou seja, volta-se para o mar e são todos tributários do Atlântico, de maneira direta (São Francisco e Amazonas) ou indireta (Tietê e Paraná). Predominam os rios de planalto, que representam desníveis e quedas d’água, proporcionando elevado potencial hidrelétrico.

Os rios Amazonas e Paraguai percorrem extensas regiões de terras baixas (Amazonas) e planícies (Paraguai). Permitem a navegação fluvial integrando diferentes bacias hidrográficas brasileiras. Os rios nascem nas partes mais altas do relevo, que funcionam como divisores de águas de suas bacias.

Os rios brasileiros são originários de três divisores de águas: a cordilheira dos Andes (onde nascem os formadores do rio Amazonas), o planalto das Guianas (onde nascem os afluentes da margem esquerda do Amazonas) e as diversas subdivisões do Planalto Brasileiro (onde se originam os rios das bacias Platina, do Tocantins-Araguaia e do São Francisco).

No Brasil existem poucos lagos, a maioria formada por sedimentação marinha. A laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul, é o maior deles. Conforme mapa abaixo, podemos observar as sete bacias hidrográficas no Brasil.

Quatro delas destacam-se por sua extensão e pela extensão e pela importância de seus rios principais: a Amazônica, a Platina, a do São Francisco e a do Tocantins-Araguaia. As demais bacias do Nordeste, do Leste e do Sudeste e Sul, são formadas por rios menores, agrupados por sua localização. São as chamadas bacias secundárias. Como a grande maioria da nossa rede hidrográfica é constituída de extensos rios de planalto 90% da energia elétrica no Brasil é de origem hidrelétrica. Entretanto, além de não ser totalmente aproveitado, esse grande potencial hidrelétrico não está distribuído de maneira uniforme entre as regiões brasileiras. Veja tabela abaixo:

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BACIA AMAZÔNICA

Com 3 904 393 km², é a nossa maior bacia hidrográfica. Drena terras de mais de 45% do território brasileiro. Seu principal rio, o Amazonas, nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e recebe denominações diferentes até atingir o oceano Atlântico. Em terras peruanas é chamado de Apurimac e Ucayali. Ao entrar em território brasileiro recebe o nome de Solimões, e apenas depois de receber as águas do rio Negro, não muito distante de Manaus, passa chamar-se de Amazonas. As últimas verificações oficiais de sua extensão 7 075 km colocam-no em primeiro lugar, entre os maiores do mundo, ultrapassando o rio Nilo, no Egito, que tem 6 671 km.

O Amazonas atravessa uma área de planícies e depressões, porém seus afluentes correm em áreas planálticas, dotando essa bacia de grande potencial hidrelétrico disponível (na verdade, o maior do Brasil). Entretanto, por estar localizado em uma região pouco habitada e com poucas indústrias, é pouco aproveitado para geração de energia elétrica. Os rios dessa bacia são, em quase toda a sua extensão, a única via de transporte das populações ribeirinhas, tornando-se seu único contato com as cidades maiores da região, todas situadas às margens de rios. É por eles que as pessoas recebem alimento e assistência médica, em barcos que funcionam como “lojas” ou “pronto socorro”.

Cidade de Manaus, situada às margens do rio Negro a 1 700 km do oceano, pode receber navios de grande calado, como se fossem um porto de mar.

BACIA PLATINA

Os três principais rios dessa bacia, Paraná, Paraguai e Uruguai, nascem em território brasileiro e drenam terras do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Depois de receber o rio Paraguai em território Argentino, o Paraná se junta ao Uruguai no estuário do Prata. A bacia Platina, portanto, é constituída de três bacias secundarias.

BACIA DO PARANÁ: É a segunda maior bacia e a de maior aproveitamento hidrelétrico do país. Isso porque, além de atravessar uma área de planalto, banha as mais importantes regiões industriais do Brasil Como: o Sudeste e o Sul. Seu rio principal, o Paraná, é formado pela junção dos rios Grande e Paraíba. Nele estão localizadas várias hidrelétricas, das quais a maior e a usina de Itaipu, que só será superada pela usina de três gargantas, em construção no rio Yang-tse-kiang (rio azul), na China. Entretanto, a maioria das hidrelétricas está localizada em seus tributários de cursos planálticos como: Tietê, Paranapanema, Grande, Iguaçu e Paranaíba. Apesar de ser uma bacia de planalto, a bacia do Paraná possui uma hidrovia, a Tietê – Paraná, que terá um importante papel para economia regional quando estiver integrada. O rio Tietê também merece destaque por atravessar São Paulo, a maior cidade da América do Sul. Desde a década de 1990, o Banco Mundial e o Banco Interamericano (BID) têm um projeto de despoluição e recuperação desse rio.

BACIA DO PARAGUAI: É a nossa maior bacia genuinamente de planície. Seu rio principal, o Paraguai com 2 700 km de extensão, nasce no Brasil e atravessa terras paraguaias e argentinas. Suas cheias são responsáveis pelas paisagens do Pantanal Mato-Grossense. Favorável à navegação, faz ligação do Paraguai com o oceano Atlântico. No Brasil, a tentativa de construir uma hidrovia no curso desse rio tem encontrado muita resistência por parte de ambientalistas, pelo fato de ele atravessar o pantanal, “Patrimônio da Humanidade” e “Reserva de Biosfera”. A hidrovia Paraguai-Paraná deveria unir cinco países que eram: Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai, estendendo-se de Cáceres, em Mato Grosso até o estuário do Prata, num total de 3 442 km. Em seu trecho concluído, liga Corumbá, em Mato Grosso do Sul, até o porto de Nueva Palmira, no Uruguai. A soja é o principal produto transportado por essa hidrovia. Em dezembro de 2000, a ligação Corumbá-Cáceres teve sua construção embargada pela justiça federal. Corumbá é o principal porto do rio Paraguai no Brasil.

BACIA DO URUGUAI: O rio Uruguai é o menor dos formadores da bacia platina. Originado pela junção dos rios Canoas e Pelotas, nasce no Brasil e drena terras brasileiras, uruguaias e argentinas. Após 1 400 km de percurso, desemboca no estuário do Prata. Seu curso superior é predominantemente planáltico, com grande potencial hidrelétrico, que, no entanto, é pouco aproveitado.

BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA

Localizada no coração do país, é a maior bacia inteiramente brasileira. Os dois rios formadores dessa bacia nascem no Estado de Goiás. Depois de receber o Araguaia (nas proximidades da cidade de Marabá, no Pará), o Tocantins segue rumo à sua foz, no Golfão amazônico, no Estado do Pará. Essa bacia possui grande potencial hidrelétrico. Em seu rio principal, o Tocantins, foi construída a hidrelétrica de Tucuruí, que abastece grande parte da região norte e o projeto Carajás. A maior ilha fluvial do mundo, a ilha do Bananal, com mais de 300 km de comprimento e uma área de mais de 13 mil km², encontra-se no curso médio do rio Araguaia, no Estado de Tocantins.

BACIA DO SÃO FRANCISCO

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O rio São Francisco nasce na serra da canastra, em Minas Gerais. Depois de atravessar terras de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, desemboca no oceano Atlântico, na divisa de Alagoas e Sergipe. É navegável no trecho entre os Estados de Minas Gerais e Bahia. Atravessa áreas de clima semi-árido (Polígono das Secas), tornando-se fundamental para as populações que residem ao longo de seu percurso. A criação de gado sempre foi uma atividade tradicional em suas margens desde a época colonial. Recentemente, projetos agropecuários em Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco) estão produzindo melão, mamão, manga e uva através da prática da agricultura irrigada. Além de favorecer a agricultura, o rio São Francisco, tipicamente de planalto, tem alto potencial hidrelétrico com usina que abastecem cidades tanto da região Sudeste como da região Nordeste. As principais são: Três Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xingó.

O rio São Francisco está no centro de uma polêmica provocada por um projeto que se constitui, basicamente, no uso das águas desse rio para perenização de outros rios e açudes da região Nordeste, de forma que estes tenham água durante a seca. A discussão existe por que há controvérsias sobre os impactos ambientais que o projeto pode provocar e, acima de tudo, há divergências entre os Estados que seriam beneficiados pelo projeto que são: Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco, e os que consideram uma ameaça para sua própria existência do rio que são: Bahia, Alagoas e Sergipe.

BACIAS HIDROGRÁFICAS SECUNDÁRIAS

BACIA DO NORDESTE: Compreende rios de vários estados nordestinos. Podemos destacar os rios Mearim, Pindoré e Itapecuru, no Maranhão; o rio Parnaíba, que faz divisa entre Maranhão e Piauí; o rio Jaguaribe, no Ceará e o rio Piranhas, no Rio Grande do Norte. Em virtude do clima grande parte dos rios do Nordeste são temporários.

BACIA DO LESTE: Rios dos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro compõem essa bacia. Entre eles podemos citar: Vaza-Barris, Paraguaçu e das Contas, na Bahia, Doce, em Minas Gerais e Espírito Santo e Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro.

BACIA DO SUDESTE E SUL: No Estado de São Paulo, é formada pelo rio Ribeira do Iguape. Além desse, fazem parte dessa bacia o rio Itajaí, em Santa Catarina e os rios Taquari, Jacuí e Camaquã, no Rio Grande do Sul.

A QUESTÃO AMBIENTAL - ECOSSISTEMAS BRASILEIROS

No mapa abaixo vamos encontrar os principais ecossistemas brasileiros inseridos nesses biomas e cujas características serão apresentadas a seguir:

AMAZÔNIA

Representa a área dos maiores ecossistemas brasileiros. Aí está a maior floresta do mundo que avança sobre outros sete países que são: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além da Guiana Francesa, na América do Sul. Equivale a 35% das áreas florestais do planeta. A maior parte da Amazônia é composta de formação vegetal latifoliada (folhas largas), que apresenta as seguintes características: É perene: Permanentemente verde, nunca perde as folhas. É heterogênea: Constituída da várias espécies. É densa: Fechada É higrófila: Várias espécies vivem em ambientes úmidos. A maior parte, mais de 75% se encontra em mata de terra firme. As demais áreas estão em mata de várzea, pode alagar na época das chuvas e em matas de igapó, permanentemente alagadas.

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Esses ecossistemas, que correspondem ao predomínio do clima equatorial úmido, são um dos locais mais chuvosos do planeta. Localizados em relevo de baixas altitudes, apresentam solos com baixos índices de nutrientes. É marcante a presença de rios e grande a biodiversidade, pois todos esses elementos estão diretamente associados e são independentes.

As queimadas para abertura de pastos, os desmatamentos para retirada de madeiras e a mineração são os principais impactos provocados pela ação humana na Amazônia.

MATA ATLÂNTICA

Originalmente estendia-se por toda a faixa costeira do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Hoje segundo as estatísticas mais alarmantes, recobre apenas 7% do território brasileiro. A área original da Mata Atlântica corresponde ao espaço natural que foi devastado pela intensa urbanização e industrialização que ocorreram no Brasil.

Apresenta-se como uma formação vegetal latifoliada (folhas largas), correspondendo a uma floresta tropical com as seguintes características: é perene, heterogênea, densa, higrófila. Apesar da semelhança com os ecossistemas amazônicos, encontraremos algumas diferenças, como o fato de se localizar em um relevo montanhoso, na serra do Mar e serra da Mantiqueira, e apresentar a maior biodiversidade do mundo, a grande amplitude térmica favorece uma maior biodiversidade do que a encontrada na Amazônia.

Esse ecossistema corresponde aos climas tropical litorâneo úmido, que fica na faixa litorânea Nordestina, tropical de altitude, no Sudeste e subtropical úmido, no Sul. Rios importantes, como o Paraíba do Sul, Doce e Jequitinhonha, drenam seus domínios.

CAATINGA

Ocupa cerca de 11% do território brasileiro, predominando no Sertão nordestino, abrange mais de 70% da região Nordeste. Enquadra-se nas formações arbustivas, isto é, apresentam árvores pequenas e baixos arbustos espaçados, onde é comum a presença de cartáceas. Por estar estritamente associada ao clima tropical semi-árido, a caatinga é definida pela ausência de água, apresentando espécies xerófitas.

Nesse ecossistema, portanto, teremos uma vegetação adaptada para se proteger da falta de água com a perda das folhas, que diminui a evaporação, ou raízes profundas e ramificadas, que procuram água durante as chuvas. Seus solos são áridos, pouco profundos e pedregosos. A escassez das chuvas, menor índice pluviométrico brasileiro, rios temporários, que secam durante as prolongadas secas, relevo formado por depressões e planaltos, rica fauna com: calango, cascavel, preá etc. e flora com: mandacaru, juazeiro, xiquexique, compõem esse ecossistema, que vem sendo agredido ao sofrer impacto da irrigação, da drenagem, da criação de pastos, dos latifúndios e da desertificação.

CERRADO

O cerrado é o segundo ecossistema mais extenso do Brasil, superado apenas pelo Amazônico. Originalmente ocupava cerca de 25% do território brasileiro, distribuído entre as regiões: Centro – Oeste, onde é predominante, Nordeste e Sudeste.

A vegetação do Cerrado está associada ao clima tropical típico e caracteriza-se pela associação de formações vegetais diferentes como: pequenas árvores retorcidas e arbustos em seu estrato superior misturam-se à vegetação rala e rasteira composta de gramíneas em seu estrato inferior.

Este apresenta diversos aspectos. O cerrado corresponde à vegetação das savanas. Estende-se por variadas formas de relevo, que vão de depressões e chapadas sedimentares, como a dos Guimarães, no Mato Grosso, aos planaltos. Seu solo em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e do café em Minas Gerias.

Possui uma rica fauna como: ema, coruja etc., além de uma variada flora como: palmeira, pequizeiro etc.. É uma área drenada por importantes rios das bacias Platina, do São Francisco e do Tocantins.

A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e de cidades, como Brasília e Goiânia, são os principais impactos provocados pela ação humana, que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns estados brasileiros.

O cerrado foi declarado “Sitio do Patrimônio Mundial” pela UNESCO em 13 de dezembro de 2001.

PANTANAL

Encontra-se na região Centro-Oeste, distribuído entre o Estado de Mato Grosso do Sul, onde predomina e Mato Grosso. Apresenta-se como uma formação vegetal complexa, pois reúne espécies de quase todos os ecossistemas brasileiros, como os cerrados, as florestas e a caatinga.

A vegetação não é homogênea no Pantanal. Podemos considerar três regiões distintas nesse ecossistema, de acordo com a altitude.1 - As regiões mais baixas, onde predominam gramíneas formadas por planícies, estão permanentemente alagadas.2 - As áreas que são inundadas na ocasião das cheias formam um verdadeiro mar interior, o mar de xaraés. A vegetação nessas áreas é formada por árvores de porte médio, arbustos e plantas rasteiras. Podem ser encontradas árvores como o angico, o ipê e a aroeira.

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3 - As áreas mais altas estão sempre livres das inundações; possuem uma variada flora, onde podemos destacar plantas aquáticas, palmeiras, mandacarus e figueiras.

A hidrografia desse ecossistema é representada pela bacia do rio Paraguai, formada por esse rio principal e seus afluentes, que são: Miranda, Coxim, Taquari e Apa, entre outros.

A variada e colorida fauna do Pantanal compreende répteis, peixes, aves, mamíferos e insetos. Segunda a Embrapa, o Pantanal abriga 656 espécies de aves, 95 espécies de mamíferos, 35 espécies de anfíbios. Sua “população” de jacarés é estimada em cerca de 32 milhões de indivíduos. Dentre as aves, podemos destacar o tuiuiú, que é ave símbolo da região, a arara-azul, o maçarico, a garça, os coelheiros e muitos outros. A onça pintada, o tamanduá-bandeira, o lobo guará são as espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Pantanal.

Com importantes rios e uma das maiores biodiversidades do planeta, o Pantanal é uma das maravilhas naturais do mundo, nomeado “Reserva Mundial da Biosfera” pela UNESCO. A agropecuária, as rodovias e os garimpos são os principais impactos ambientais responsáveis pela destruição do ecossistema pantaneiro.

MATA DE ARAUCÁRIA

Classificada como floresta aciculifoliada, a Mata de Araucária ou Pinheirais, ocupava as áreas de maior altitude da região Sul, principalmente do Estado do Paraná. Formação vegetal aberta e espaçada possui poucas espécies vegetais, com predomínio de pinheiros que aparecem associados à canela, imbuia, erva-mate e cedro. O clima típico da floresta de araucária é subtropical, com estações do ano bem definidas. Além da pequena diversidade vegetal, sua fauna compõe-se de algumas espécies de roedores, insetos e aves.

Do ponto de vista geomorfológico, ocupa a área dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, por onde correm tributários desse rio. Calcula-se que apenas 5% da área original dos Pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira, para produção de móveis e papel de jornal, a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada.

MATA DOS COCAIS

Abrange predominantemente os Estados do Maranhão e Piauí, no meio norte, mas distribui-se também pelo Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Esta numa zona de transição entre os ecossistemas da Amazônia e da Caatinga. É classificada como uma formação florestal, mas, na realidade constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para economia local:

Babaçu: de cujas amêndoas se extrai o óleo; as folhas são usadas para cobertura de casa (palha) e o palmito como alimento. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do coco, podem ser retirados o alcatrão e o acetato.

Carnaúba: cujo produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado como: folhas, caule e fibras, o nordestino denominou-a de “’arvore da providência”.

Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas são constantes. As pastagens representam o principal impacto ambiental nesse ecossistema.

CAMPOS

São formações vegetais em que predomina a vegetação herbácea (de gramíneas). Ocorrem principalmente em áreas planas, de clima subtropical (com estações bem definidas). As árvores e os arbustos são raros, espaçados e isolados entre as gramíneas. Sua fauna apresenta pequena variedade, com alguns tipos de roedores.

Os campos estão diretamente ligados à agropecuária como: cereais e criação de gado. As queimadas, a arenização e a agropecuária são os principais impactos ambientais que ocorrem neste ecossistema.

ECOSSISTEMAS COSTEIROS

Duas formações vegetais caracterizam esses ecossistemas: os manguezais e a vegetação das dunas e praias.

MANGUEZAIS: Os manguezais são típicos das áreas litorâneas de regiões tropicais. No Brasil, abrangem trechos do litoral que se estende desde Santa Catarina até o Amapá (região norte). Esse ecossistema apresenta características muito especiais: se, por um lado, não possuí grande variedade de vegetais, por outro é considerado um viveiro de animais, graças à grande quantidade de matéria orgânica nele existente. Aí vivem peixes, crustáceos, aves e invertebrados. Como estão localizados no ponto de encontro das águas dos rios com o mar, possuem solos salinos e vegetais halófilos e higrófilos.

Na maioria dos mangues, as raízes das plantas estão fora da terra para que respirem o ar atmosférico. Essas raízes aéreas são denominadas pneumatóforos. Podemos distinguir três tipos de mangue, cada um caracterizado por uma espécie vegetal: o mangue vermelho (Rizophora mangue), o mangue-preto (Avicenia schaueriana), o mangue branco (Laguncularia racemosa). É um dos ecossistemas brasileiros mais devastados e ameaçados pela intensa urbanização e industrialização. Certos bairros de cidades litorâneas brasileiras foram construídos sobre áreas de manguezais.

VEGETAÇÃO DAS DUNAS E PRAIAS: Vegetação herbácea (gramíneas) e arbustiva (poucas árvores e espaçadas) desenvolve-se em solo halófilo (salgado) e arenoso. O capim-da-praia, o capim-da-areia e a salsa-da-praia são algumas das espécies vegetais desse ecossistema que também está sendo destruído pelo excessivo crescimento urbano e pelo turismo desordenado.

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