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RESUMO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA PROBLEMA 1 Odineide, 17 anos, moradora do Parque do Sol, procura o médico queixando-se de dor pélvica recorrente tipo cólica, intensa, com distensão em baixo ventre há aproximadamente 3 anos, tendo pouca melhora com analgésicos comuns. Relata que desde sua primeira menstruação aos 13 anos, os ciclos menstruais são irregulares, com períodos de atraso (DUM: há 60 dias). Tem dificuldades escolares, com notas baixas, e quer parar de estudar para não ter que dar satisfações a ninguém. Briga muito com a mãe, que não quer que ela namore e sim estude, para não ser doméstica como ela. Terminologia específica (não esquecer que “menorréia” = menstruação) Dismenorréia: (Dis = disfuncional) Dor durante a menstruação. Amenorréia: (A = ausente) Ausência de menstruação Primária: Quando nunca houve sangramento menstrual Secundária: Quando houve sangramento por um tempo, e cessou. Menorragia: menstruação longa e intensa. Hipomenorréia: (hipo = de pouca quantidade) menstruação muito curta. Polimenorréia: (poli = quando ocorre muitas vezes) Menstruação muito freqüente. Oligomenorréia: (oligo = quando ocorre poucas vezes) Menstruação pouco freqüente. Metrorragia: Quando há sangramento fora do período menstrual. Menometrorragia: quando o sangramento é totalmente irregular em freqüência e quantidade. DOR PÉLVICA (tratado de ginecologia FEBRASGO) Tipos de dor pélvica: - Cíclica - Aguda - Crônica

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Page 1: Resumo 2.4

RESUMO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

PROBLEMA 1

Odineide, 17 anos, moradora do Parque do Sol, procura o médico queixando-se de dor pélvica recorrente tipo cólica, intensa, com distensão em baixo ventre há aproximadamente 3 anos, tendo pouca melhora com analgésicos comuns. Relata que desde sua primeira menstruação aos 13 anos, os ciclos menstruais são irregulares, com períodos de atraso (DUM: há 60 dias). Tem dificuldades escolares, com notas baixas, e quer parar de estudar para não ter que dar satisfações a ninguém. Briga muito com a mãe, que não quer que ela namore e sim estude, para não ser doméstica como ela.

Terminologia específica (não esquecer que “menorréia” = menstruação)

Dismenorréia: (Dis = disfuncional) Dor durante a menstruação.Amenorréia: (A = ausente) Ausência de menstruação

Primária: Quando nunca houve sangramento menstrualSecundária: Quando houve sangramento por um tempo, e cessou.

Menorragia: menstruação longa e intensa.Hipomenorréia: (hipo = de pouca quantidade) menstruação muito curta.Polimenorréia: (poli = quando ocorre muitas vezes) Menstruação muito freqüente.Oligomenorréia: (oligo = quando ocorre poucas vezes) Menstruação pouco freqüente.Metrorragia: Quando há sangramento fora do período menstrual.Menometrorragia: quando o sangramento é totalmente irregular em freqüência e quantidade.

DOR PÉLVICA (tratado de ginecologia FEBRASGO)

Tipos de dor pélvica:- Cíclica- Aguda - Crônica

CÍCLICA

É aquela que ocorre presumivelmente em uma certa fase do ciclo menstrual.

Principais causas: - Mittelschmerz (Dor do meio)- TPM / TDPM- Dismenorréia- Adenomiose- Endometriose- Malformações genitais

MERECEM DESTAQUE:TPM: É um síndrome caracterizada geralmente por irritabilidade, distensão abdominal, dor mamária, alterações comportamentais e de humor.TDPM: ( Tensão disfórico pré-menstrual): É aquela em que há os mesmos sintomas da

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Da TPM, mas são tão intensos que impedem os afazeres do dia-a-dia, sendo uma doença psiquiátrica. Começam geralmente 1 semana antes da menstruação e passam logo depois desta. Para o diagnóstico a mulher tem que ter pelo menos um dos 3 quadros: Significativa instabilidade afetiva, depressão profunda, ansiedade extrema, associado com 4 outros sintomas menores.Dismenorréia: Geralmente o aumento da progesterona está ligado com a quebra de alguns lisossomos, que podem liberar enzimas que degradam fosfolipídeos celulares, que acabam pode fazer a cascata do ácido araquidônico, causando forte dor. Se a dor for muito forte, o melhor tratamento é a interrupção da menstruação.

Dismenorréia Primária: Quando não está relacionada a nenhuma patologia.Dismenorréia Secundária: Quando estiver relacionada à patologia pélvica.

AGUDA

Geralmente envolve vários aparelhos e sistemas, podendo ter sua origem fora do aparelho genital feminino. Como o nome já diz, a dor é do tipo aguda, intensa, geralmente levando a paciente a procurar atendimento hospitalar de emergência.

Principais Causas: Ginecológicas:

EndometriteSalpingiteTorção de anexos Leimniomas em degeneraçãoGravidez EctópicaAbortamentos.

Gastrointestinais: ApendiciteDiverticuliteLinfedema venéreoObstrução intestinal

Causas urológicas:CistitePielonefriteNefrolitíase Obstruções

Porfirias.

MERECE DESTAQUE:Gravidez Ectópica: A gravidez ectópica caracteriza-se pela implantação do ovo fora da cavidade endometrial. Responsável por até 10% das mortes maternas. 25% das pacientes geralmente conseguirão engravidar novamente.

96% dos casos a gravidez é tubária, e o maior fator de risco é a presença de DIP (que podem causar obstruções tubária).

Quadro clínico característico: Sangramento transvaginal, dor pélvica aguda, atraso menstrual, massa anexial palpável. Deve-se confirmar com beta-HCG e ultrassonogravia transvaginal.

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CRÔNICA

É aquela que persiste por mais de 6 meses.

Principais causas: Aderências Endometriose DIP

MERECE DESTAQUE: Aderências: É quando um tecido de qualquer órgão junta-se com outro tecido de outro órgão. O maior fator de risco é lesão peritonial por inflamação (DIP por exemplo), ou pós cirurgia abdominal.

______________

ENDOMETRIOSE: É caracterizado pela presença de tecido endometrial fora do útero. Pode aparecer nos anexos ovarianos, cavidade abdominal, pleura, etc. Como ele é estrogênio-dependente, tende a doer na fase proliferativa do ciclo. Nem sempre causará dor, somente se estiver aderido em algum local com terminação nervosa para dor. Geralmente é uma doença benigna, mas pode tornar-se maligna (1% dos casos).Etiopatogenia: Não conclusiva, duas teorias são mais aceitas: - Refluxo tubário menstrual ( endométrio empurrado para a cavidade pela atividade contrária das tubas.)- Metaplasia celômica: o periônio é capaz de gerar outros tecidos, e poderia um deles ser o endométrio.Quadro clínico: Geralmente dismenorréia progressiva, com irradiação para região anal. Dispareunia (principalmente em fundo de vagina). Pode haver infertilidade, e demais sintomas relacionados ao sítio de implantação. Diagnóstico: O goldstandart é a videolaparoscopia. Laboratorialmente a proteína CA-125 pode estar aumentada, mas dá muito falso positivo. Dependendo do local de implantação do tecido, podem ser necessários exames mais específicos.Tratamento: expectante, hormonal e cirúrgico.

-Expectante: O tratamento é feito só com antiinflamatórios.- Hormonal: Análogos do GnRH ou progestágenos, que vão diminuir os níveis estrogênicos circulantes. - Cirúrgico: Retirada dos focos de endometriose.

ADENOMIOSE: É basicamente a endometriose dentro do tecido muscular uterino (miométrio). Como o endométrio depende de estrogênio, e sofre multiplicação quando em presença deste, as células se proliferam, lesam o tecido muscular que sangra e muitas vezes fica retido entre as fibras musculares, que pode causar um sangramento irregular, reação inflamatória, dor.Etiologia: Sem causa definida.Quadro Clínico: Fluxo menstrual prolongado, e com volume aumentado (hipermenorragia), cólica intensa com início geralmente na quarta década de vida. O útero pode estar aumentado, endurecido e geralmente não doloroso. Diagnóstico: O melhor método é a ressonância magnética.

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Intermediária P1Suzyellen está preocupada porque teve vários namorados e nem sempre usaram preservativos. Há 4 dias, percebeu várias feridas nos pequenos lábios, dolorosas, com dor ao urinar e corrimento branco acinzentado com odor fétido. Fez uso de banhos de assento com remédios caseiros, na esperança de melhorar, pois está com vergonha do que o médico vai pensar dela. Vai a UBS para coleta de preventivo e é informada que está com “uma ferida no útero”. O médico fez um tratamento com Metronidazol, solicitou vários exames e pediu que seu parceiro também fosse consultado. E agora, o que vai falar para ele? Será que ele vai entender ou vai pensar mal dela? Como saber se pegou “isso” do namorado ou se foi ele quem pegou dela? Exame especular: Secreção amarelada em meato uretral;

Presença de múltiplas lesões ulceradas coalescentes em face medial de pequenos lábios, dolorosas ao toque, com hiperemia e edema de pequenos lábios e região peri-uretral;

Hiperemia vaginal intensa, conteúdo vaginal esverdeado, abundante, bolhoso e com odor;

Colo hiperemiado, com mácula rubra e mucorréia purulenta.

Toque: Útero de tamanho normal, doloroso a mobilização, com espessamento em anexo direito.

Exames laboratoriais: Secreção vaginal corada a Gram: Presença de Diplococos gram negativos aos pares.

Teste de Gravidez : negativo

Urina I: Leucocitúria, ausência de hematúria.

Colposcopia: JEC 0/0, Zona de Transformação normal. Colpite difusa.Teste de Schiller com aspecto Tigróide.

Citologia Oncológica: Presença de células do epitélio escamoso (superficiais e intermediárias), endocervicais e metaplásicas apresentando alterações morfológicas e tintoriais de caráter reacional, tais como núcleos aumentados de volume e policromasia. Discreto processo inflamatório. Flora de defesa vaginal ausente.Bactérias em grande número, algumas com distribuição compatível com Gardnerella. Presença de Trichomonas vaginalis.

Conclusão: Pesquisa de células neoplásicas negativa. Gardnerella e Trichomoniase

Ultrassonografia pélvica (transvaginal): Presença de útero de formato regular, textura homogênea, volume 52cm³, endométrio linear 12mm espessura. Ovários formato regular, textura heterogênea, medula hiperecogênica, polifolicular, volume OD: 12cm³ OE: 12,5 cm³. Espessamento em anexo direito e presença de liquido em fundo de saco.

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

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- Fonte: Ginecologia Fundamental, José Carlos de Jesus. 2005. FEBRASGO, DST-AIDS manual. 2011-09-02

ÚLCERAS GENITAS

Fluxograma de atendimento à paciente com queixa de úlcera genital

Paciente com queixa de úlcera genital

Anamnese/Exame físico

Possui histórico ou evidência de lesões vesiculares?

SIM NÃO

Tratar Herpes Genital Lesão com mais de 4 semanas?

Aconselhar Anti-HIV e VDRL, Enfatizar NÃO SIMAdesão ao tratamento, notificar, con-Vocar parceiros e agendar retorno.

Tratar Síflis e Tratar sífilis + cancro Cancro mole mole, fazer biópsia

E iniciar tratamentop/ donovanose.

O que é uma úlcera genital: É uma lesão caracterizada por uma solução de continuidade da pele genital, acompanhada de processo inflamatório, dor ou não, e freqüentemente de linfonodopatia regional.

As úlceras genitais aumentam em até 18x a chance de infecção pelo vírus HIV.

PRINCIPAIS CAUSAS: - Herpes Genital- Sífilis- Cancro Mole- Donovanose- Lifogranuloma Venéreo.

HERPES

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Agente: Herpes Simplex 1 e 2 Quadro clínico: Ulcerações dolorosas que se tornam vesiculares, coalescem, rompem e dão origem à exulcerações, com posterior formação de cristas e cicatrização. Adenopatia inguinal dolorosa, febre, astenia, mialgia.Diagnóstico: Quadro clínico (basicamente) + isolamento do vírus em tecido ou identificação de células características em colpocitológico.Tratamento: Permanganato de potássio 1:10.000 / Aciclovir 400mg (8/8 hrs por 7 dias). Pode ser usado na gestação.OBS: É uma doença incurável, que pode ter manifestação sistêmica (boca, nariz, costas...). Os vírus podem acometer a raiz dos nervos em alguns casos e ali permanecer indeterminadamente.Transmissão: Por fluidos corporais. O HSV2 é predominantemente por via sexual

SÍFILIS

Agente: Treponema Pallidum (Bactéria Espiroqueta Gram-Negativa)Transmissão: Adquirida ou congênita.Quadro clínico: Geral: Febre, astenia, adenopatia microcítica disseminada.

Primária: Cancro duro. Lesão Rósea, ulcerada, INDOLOR, fundo limpo e brilhante, pode acompanhar adenopatia móvel não supurativa.Secundária: Roséola: Lesão papular ou plana eritematosa que acomete principalmente o tronco do pênis. Sifílides: Lesão pápulo-erosiva, pustulosa e hipertrófica que acomete a cavidade oral, genital, palma das mãos e planta do pés.Terciária: Sintomas neurológicos, geralmente após uma década de infecção.

Diagnóstico: Quadro clínico + Exames troponêmicos ou não troponêmicos.Não treponêmicos: São menos específicos VDRL: Detecta IGg e IGm contra material lipídico liberado no sangue por mitocondrias lesadas e cardiolipinas liberadas pela bactéria.Treponêmicos: São aqueles que detectam IGm e IGg específicos para Treponema Pallidum. Geralmente são usados pra confirmação dos testes não troponêmicos.FTA – abs: Anticorpo fluerescente em campo escuro. (mais específico).

Tratamento: Penicilina Benzatina (Bezetacil ®) 2,4 milhões UI, Intramuscular, dose única dividida em cada glúteo.

CANCRO MOLE

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Agente: Haemophilus Ducreyi (Bactéria Bacilo gram-negativa)Quadro Clínico: Começa com uma pápula dolorosa com halo eritematoso, que após alguns dias se desenvolve com presença de lesão pustular, erosiva e ulcerativa de base amolecida, bordos irregulares, contorno eritematoso, exudato necrótico e fétido. (fundo de lesão suja)PATOGNOMÔNICO: Úlcera supurativa + Adenopatia Dolorosa Inguinal.Diagnóstico: Quadro clínico + Coloração de gram apresentando bactérias gram-negativas em cadeia.Tratamento: Higiene Local com permanganato de potássio 1:10.000 ou água boricada 2% +

Macrolídeo - Eritromicina (estearato nas gestantes) 500 mg, VO, de 6 /6 horas por 1 semana.

DONOVANOSE

Agente: Calymmatobacterium granulomatis Quadro clínico: lesão nodular subcutânea única ou múltipla, cuja erosão forma ulceração com base granulosa de aspecto vermelho vivo e sangramento fácil. Não há adenite.Diagnóstico: identificação dos corpúculos de Donovan pode ser obtida no material obtido por biópsia da borda da lesão.Tratamento: Limpeza local com permanganato de potássio 1:10.000 ou água boricada 2%.Macrolídeo - Eritromicina (estearato) 500 mg, VO, de 6 / 6 horas por 3 semanasOBS: se parece muito com cancro mole e sífilis, porém as lesões geralmente são de caráter mais progressivo.

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ACONDILOMA ACUMINADO / HPV

Agente: Vírus Papiloma Humano (HPV)Quadro clínico: Subclínico: feito pelo exame do ácido acético, com epitélio esbranquiçado. Não há nesse caso manifestação sintomatológica.Clínico: Presença de verrugas genitais, podendo ser dolorosos, friáveis e pruriginosos.Os subtipos 6 e 11 são os maiores causadores de verrugas. Os subtipos 18 e 16 são os maiores causadores de câncer.Diagnóstico: Quadro clínico + Citologia oncótica (halo claro perinuclear) + colposcopia.Tratamento: Cauterização ou remoção cirúrgica quando indicado.

LINFOGRANULOMA VENÉREO

Agente: Chlamydia trachomatis, bactéria gram negativa.Quadro clínico: Pápula, pústula ou ulceração indolor que desaparece sem seqüela, podendo não ser notada por ser mais comum na parede vaginal posterior ou colo do útero.Entre 1 e 6 semanas depois, ocorre supuração e fistulação em múltiplos orifícios (“bico de regador”). Diagnóstico: clínico.Tratamento: Macrolídeo - Eritromicina (estearato) 2g, VO, de 6 / 6 horas por 3 semanas.

OBS: 1) Nas doenças acima apresentadas, todos os tratamentos foram feitos pensando também na gestante.2) Em todas as doenças acima listadas é necessário também consultar o parceiro.3) Somente SÍFILIS e AIDS são de notificação compulsória.

CORRIMENTO VAGINAL

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Por colpite: É o processo inflamatório que acomete o epitélio escamoso da vagina.Agentes mais comuns: Candida Albicans e Trichomonas Vaginalis.Por vaginose bacteriana: é um conjunto de sinais e sintomas causados por um desequilíbrio da flora vaginal, que leva a um predomínio de bactérias anaeróbias e Gardnerella vaginalis.Por cervicite: É a inflamação do colo do útero por causa não oncológica.Agentes mais comuns: Clamydia Trachomatis e Neisseria Gonorrheae.

CANDIDÍASE

Geralmente ocorre na baixa da imunidade local e aumento dos níveis glicogênicos intracelulares. *(para fatores predisponentes pensar nas causas de aumento de glicogênio intracelular, como gestação ou em fatores que diminuem a imunidade.)As manifestações podem ser em outros lugares como boca, pescoço...Agente: Cândida (na maioria das vezes Albicans)Quadro Clínico: Prurido intenso, corrimento branco ou amarelado sem odor com possível formação de placas esbranquiçadas pelo epitélio, disúria, ardência. Os sintomas são mais evidentes na pré-menstruação. Pode haver edema vulvar, lesões resultantes do prurido intenso.Diagnósticos: Quadro Clínico + Citologia a fresco com KOH a 10% onde se encontram hifas ou outras formas do fungo. O teste de Ph geralmente apresentará acidez vaginal.Tratamento: Fluconazol 1g VO DU

TRICOMONÍASE

Agente: Trichomonas Vaginalis (Protozoário Aneróbio Facultativo Flagelado)Quadro Clínico: Corrimento fluido ou espesso, esverdeado ou amarelado, bolhoso de odor fétido. Prurido, disúria (também pode infectar bexiga e uretra)Diagnóstico: Exame microscópico com presença de movimentação do protozoário.Tratamento: Metronidazol 2g VO DU.

VAGINOSE BACTERIANA

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Agente: Gardnerella VaginalisQuadro clínico: Odor fétido, com agravo durante a relação sexual e após a menstruação. Corrimento amarelado ou acinzentado, sem vulvite. 50% das infecções são assintomáticas.Diagnóstico: 3 critérios de 4.- PH > 4,5- Clue cells.- Teste KOH positivo- Conteúdo vaginal não inflamatório.Tratamento: Metronidazol 500mg VO, 12/12 horas por 1 semana.

CLAMIDÍASE

Agente: Clamydia Trachomatis (Bactéria Intracelular obrigatória)Quadro clínico: cervicite mucopurulenta com ou sem sangramento. Não infecta epitélio vaginal. Pode afetar o epitélio uretral, causando uretritel, ou diversos outros locais como olhos, boca Pode evoluir para DIP ou uma salpingite.

Tratamento: Duplamente com a gonorréia.

GONORRÉIA

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Agente: Neisseria Gonorrheae (diplococo gram negativo)Quadro clínico: Corrimento amarelado abundante, sem odor é a queixa mais freqüente.Diagnóstico: Bacterioscopia, com presença do patógeno e incontáveis leucócitos Pode afetar diversos outros sítios, como uretra, olhos...Tratamento: Vide abaixo esquema conjunto com clamidíase.

Tratamento para Gonorréia e Clamidíase:

Obs:

1) Somente na candidíase e na vaginose bacteriana é que não há necessidade de se tratar o parceiro.

FARMACOLOGIA

ANTIFÚNGICOS

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Quanto à classe química são divididos principalmente em: Azóis, Antibióticos e BenzofuranoTambém podem ser classificados como Superficiais e Sistêmicos.

- Cetoconazol AZÓIS - Fluconazol

- Tudo que termina com “zol”Como funcionam: São elementos totalmente sintéticos, que promovem a a inibição da esterol-14--desmetilase (parte do citocromo p450), que prejudica a síntese do ergosterol, que forma a parede fúngica. Sua vantagem é justamente não atrapalhar a produção esteroidal humana.Também tem ação inibitória de transformação de leveduras em hifas.Efeitos Colaterais: Náusea, vômito, cefaléia e exantema. Altamente hepatotóxico.Contra-indicações: Rifampicina, fenitoína, ciclosporina, Warfarina. Gravidez.

ANTIBIÓTICOS - Anfotericina B (usados contra fungos) - Nistatina

ANFOTERICINA BComo funciona: São antibióticos também usados para tratamento fúngico (fungistático e fungicida), isolado apartir do Streptomyces nodosu. Sua dose fungicida é muito próxima ao limite tóxico do homem, e por isso, apesar de ser o padrão ouro para tratamento antifúngico, não é muito usado por sua toxicidade. Ele se liga ao ergosterol (componente da membrana celular do fungos), esta ligação forma canais na membrana alterando sua permeabilidade e ermitindo o extravasamento de íons de sódio, potássio e hidrogênio.Administração: De uso tópico ou infusão (NÃO PODE VIA INTRAMUSCULAR) / pouca absorção oral. Tem de ser administrado em equipo fotoprotetor. Termolábil.Efeitos Colaterais: Imediatos: flebite, febre, calafrios,náuseas e vômitos. Administrar AAS e anti-histamínicos antes ou glicocorticoide. Tardios: elevação da uréia e creatinina, depleção de K+. Alterações renais, hepáticas e cardíacas.Interação medicamentosa: Corticosteróides, inibidores da anidrase carbônica, diuréticos excretores de potássio.NISTATINAComo funciona: Penetra na célula fúngica com o auxílio de uma permease, sobre bio-transformação, liberando fluoruracila que é incorporado pelo DNA, inibindo a biossíntese de proteínas fúgindas. É isolada a partir do Streptomyces NourseiAdministração: De uso tópico (NÃO PODE NUNCA VIA ENDOVENOSA!!).

GRISEOFULVINAComo funciona: Liga-se a ceratina na pele evitando novas infecções.Administração: Via oral.

ANTIBIÓTICOS Aqui serão listados apenas os principais, e utilizados nas doenças estudadas neste problema.

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NITROIMIDAZÓLICOS: MetronidazolÉ um composto 100% sintéticoMecanismo de ação: O fármaco penetra na célula, encontra o sistema enzimático oxirredutor, então a molécula do fármaco sobre redução formando compostos altamente tóxicos, inibindo a síntese de DNA e proteínas, o que causa a morte e a perda da capacidade reprodutiva bacteriana. Sua meia-vida é de 6-8 horas, sendo seu metabolismo hepático e sua excreção renal.Efeitos colaterais: Gosto metálico na boca, escurecimento da urina.Administração: Oral, intravenoso.Contraindicações: Com anticoagulantes, warfarina, álcool (efeito dissulfiram). Na gravidez somente após o primeiro trimestre. Pacientes com insuficiência hepática ou renal.PENICILINAS: A atividade bactericida da penicilina inclui a inibição da síntese da parede celular e a ativação do sistema autolítico endógeno da bactéria. Durante o processo de replicação bacteriana, a penicilina inibe as enzimas (transpeptidase, carboxipeptidase e endopeptidase) que fazem a ligação entre as cadeias peptídicas, impedindo o desenvolvimento da estrutura normal do peptidoglicano.Penicilina G cristalina: Meningites bacterianas não adquiridas em ambiente hospitalar, endocardites (associada aos aminoglicosídeos), abscessos pulmonares.Penicilina G procaína : pneumonias adquiridas na comunidade, infecções de pele (impetigo, erisipela, celulite, gonorréia (primeira escolha), profilaxia de endocardite infecciosa.anestésico local que promove vasoconstrição e retarda a absorção IM e consequentemente sua eliminação ( meia-vida).Penicilina G benzatina : sífilis, profilaxia de febre reumática.uma base amônia, que resulta num sal cristalino pouco solúvel, determinando lenta absorção. Ação por 12 a 21 dias.Efeitos colaterais: Hipersensibilidade, náusea, vômito, alterações na agregação plaquetária

MACROLÍDEOS: (Estearato de eritromicina (VO, EV):Eritromicina ®, Pantomicina ® Estolato de eritromicina (VO, EV): Eritrex ®, Ilosone ® Azitromicina (VO): Zitromax ® Claritromicina (V0): Klaricid® )ELE É UM BACTERIOSTÁTICO E NÃO UM BACTERICÍDA.Mecanismo de Ação: liga-se à subunidade 50S dos ribossomos bacterianos, suprimindo sua síntese protéica.Admnistração: OralContra-indicações: Gravidez somente após primeiro trimestre.Efeitos Colaterais: Náusea, azia, dor abdominal.

TETRACICLINASTetraciclina, doxaciclina.

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Mecanismo de ação: As tetraciclinas são antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro que atuam por inibição da síntese de proteínas, bloqueando a união de RNAt (RNA transportador) ao complexo ribossômico de RNAm (RNA mensageiro). A união reversível se produz na subunidade ribossômica 30S das bactérias.Efeitos Colaterais: Descoloração permanente dos dentes em lactantes e crianças, Gastrite, descoloração ou escurecimento da língua, glossite, diarréia, aumento da fotossensibilidade cutânea , Inflamação da boca ou língua, náuseas ou vômitos, exantemas maculopapulares e eritematosos, anemia hemolítica, trombocitopenia, neutropenia e eosinofilia.

Contra-indicação: EXTREMAMENTE teratogênico,

GLICOPEPTÍDEOS ClindamicinaMecanismo de ação: se liga à subunidade 50 S dos ribossomas bacterianos, suprimindo a síntese protéica. Tem atividade imunoestimuladora, favorecendo a opsonização.Efeitos Colaterais: Náuseas, vômitos, Hipersensibilidade, Bloqueio neuromuscular, Aumento reversível das transaminases hepáticas, Trombocitopenia e granulocitopenia.Contra-indicação: Disfunção renal ou hepática grave. Gravidez.

DIP (Doença Inflamatória Pélvica)É uma síndrome clínica atribuída à ascensão de microrganismos do trato inferior para o trato superior. Em 90% dos casos o agente etiológico é de uma DST, sendo os mais comuns a Neisseria Gonorrheae e a Clamydia trachomatis.

Fatores de risco:Se a maioria dos agentes etiológicos é proveniente de DSTs, então os fatores de risco são os mesmos de qualquer DST.- < 25 anos de idade- Inicio precoce da vida sexual - Estado civil- Estado socioeconômico- Tabagismo / Etilismo- Número de parceiros - DIU- Período perimenstrual e pós menstrual (abre o colo)

Quadro clínico:- Descarga vaginal purulenta acompanhada de dor abdominal infra-umbilical, dor em topografia anexial, dor à mobilização do colo uterino, febre.Diagnóstico: Geralmente clínico ( São necessários 3 critérios menores e 1 critério menor)

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Classificação:

I - Leve: Salpingite sem peritonite. Nesta fase o processo ocorre no interior das tubas, mas ainda não houve liberação de material purulento para a cavidade peritoneal através do óstio tubáreo. (tratamento ambulatorial)II - Moderada: Salpingite com peritonite. Nesta fase o material purulento resultante do processo intra-tubário extravasa pelo óstio e compromete o peritoneo pélvico. (tratamento hospitalar)III – Grave: Abscesso tubo-ovariano. Aqui o processo infeccioso foi sufcientemente agressivo causando obstrução das fímbrias tubárias com formação de piossalpinge. Neste caso, pelo fato do processo encontrar-se em cavidade fechada onde a taxa de oxigênio é mínima, existe proliferação máxima dos germes aneróbios com posterior propagação para os ovários e formação de abscesso tubo-ovariano (ATO). (tratamento hospitalar e indicativo de cirurgia em parte dos casos)

Tratamento:Primeiramente tratar a doença causadora (DST)Não existe um esquema único, mas na maioria das vezes pode-se usar um esquema antibiótico de amplo espectro:Ceftriaxona 250 mg IM, dose única + doxiciclina 100 mg 12/12 hs - 14 dias.

SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos)

Quadro clínico: - Amenorréia ou Oligomenorréia (pode ter infertilidade por amenorréia)- Hiperandrogenismo- Hirsutismo ( acima de 8 no score de ferriman)- Aumento da resistência insulínica- Aumento de risco para doenças cardiovasculares- Acne- Aumento da pressão arterial- Síndrome metabólica

Fisiopatologia: Não se tem certeza dos mecanismos, mas acredita-se que seja alguma disfunção, que altera o GnRH inibindo a secreção pulsátil do FSH, fazendo com que as células da teca aumente de tamanho, mas não sejam capazes de inibir a maturação folicular.

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Diagnóstico: É ESTRITAMENTE CLÍNICO! Só se fazem outros exames para descartar demais patologias.

Tratamento: Vai depender do que mais incomoda a paciente. Deve-se levar em consideração 3 grandes eixos:2 – Tratamento do hiperandrogenismo.3 – Tratamento da infertilidade.4 – Prevenção de patologias a longo prazo (resistência insulínica, cardiopatias)

Sabemos que a perda de peso pode melhorar o quadro, então primeiramente a paciente deve ser orientada quanto à alimentação.

- Uso de anticoncepcionais orais (progestágenos principalmente de baixo poder androgênico)- Antiandrogênios periféricos;- Epironolactona - Finasterida