residuos solidos

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SUMÁ RIO 1 INTRODUÇÃO ................................................ ................................................... 2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................. 3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE................................................... .................. 4 LESGISLAÇÃO................................................ ................................................... 5 MEDIDAS DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................... ........................................................... .... 6 FASES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................... ........................................................... .... 7 COMPOSIÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS OU CLASSIFICAÇÃO E SEPARAÇÃO NOS CANTEIROS DE OBRA....................................................... . 8 APLICAÇÕES ................................................ ....................................................

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Page 1: RESIDUOS SOLIDOS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................

2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................................

3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE.....................................................................

4 LESGISLAÇÃO...................................................................................................

5 MEDIDAS DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO

CIVIL.....................................................................................................................

6 FASES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO

CIVIL.....................................................................................................................

7 COMPOSIÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS OU CLASSIFICAÇÃO E

SEPARAÇÃO NOS CANTEIROS DE OBRA........................................................

8 APLICAÇÕES ....................................................................................................

9 CENTRAIS DE RECICLAGEM DENTRO DA OBRA..........................................

10 VANTAGENS DO REAPROVEITAMENTO .....................................................

11 IMPACTOS DA RECICLAGEM...............................................................................

12 A RECICLAGEM DE RESÍDUOS NO BRASIL.................................................

13 ARENA FONTE NOVA.....................................................................................

13.1 AÇÕES, TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DOS RCC (RESÍDUOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL) .........................................................................................

13.2 DESAFIOS NO GERENCIAMENTO DOS RCC (RESÍDUOS NA

CONSTRUÇÃO CIVIL) .........................................................................................

13.3 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NO CANTEIRO DE OBRA....................

CONCLUSÃO........................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................

Page 2: RESIDUOS SOLIDOS

RESUMO

Na construção civil, a produção de resíduos sólidos acontece de forma

crescente e não planejada, causando diversas degradações ambientais. O

objetivo desta pesquisa é a análise do reaproveitamento dos resíduos sólidos

na construção civil, demonstrando as vantagens sociais, ambientais e

financeiras conquistadas após as mudanças no processo construtivo. O projeto

da Arena Fonte Nova foi utilizado em nossa pesquisa como um exemplo a ser

seguido, onde o material proveniente da demolição do antigo estádio foi

reciclado e reaproveitado para a construção da nova Arena e também em

outras obras de Salvador. De acordo com os autores pesquisados, pôde-se

verificar o quanto o poder público, as empresas da construção civil e a

sociedade precisam ser conscientizadas e alertadas para as mudanças de

hábitos e processos, pois somente com tais mudanças alcançará o objetivo

maior que é a preservação do meio ambiente.

Palavras-Chave: Resíduos sólidos, Arena Fonte Nova, Reciclagem,

Responsabilidade Ambiental.

INTRODUÇÃO

Hoje a preservação ambiental é uma preocupação mundial e muito se tem

discutido na questão Meio ambiente X Lixo. Durante todos estes anos, vem se

intensificando cada vez mais o crescimento urbano e consequentemente o

aumento da pressão sobre os recursos naturais, desde a extração das

matérias-primas necessárias para a confecção dos produtos, a execução dos

serviços e finalmente a destinação final dos resíduos gerados.

A construção civil apesar de ser um setor com alto desenvolvimento econômico

e social é um dos maiores responsáveis pela geração de impactos ambientais,

seja através de obras, reformas ou demolições. A preocupação com a

preservação ambiental não pode ser mais deixada em segundo plano e a

gestão ambiental tem sido um desafio para este setor já que precisa conduzir a

atividade produtiva desta proporção buscando soluções eficientes como, por

2

Page 3: RESIDUOS SOLIDOS

exemplo, mudanças de tecnologia, capacitação de mão de obra, seleção

adequada de materiais e campanhas educativas para que seja conquistado um

desenvolvimento sustentável construtivo ao meio ambiente.

A falta de compromisso na gestão dos resíduos podem provocar grandes

impactos ambientais como a degradação de áreas permanentes, assoreamento

de rios e córregos, esgotamento de aterros sanitários, proliferação de agentes

transmissores de doenças e obstrução dos sistemas de drenagem.

Por outro lado, a reciclagem dos resíduos sólidos pode gerar inúmeros

benefícios como, por exemplo, a redução no consumo de recursos materiais

não-renováveis, quando substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000),

redução de áreas necessárias para aterro, redução do consumo de energia

durante o processo de produção e consequentemente a redução da poluição.

Diante dessa problemática, verifica-se que a união entre o empresário, a

sociedade e o setor público, é a aliança relevante para que as mudanças e

inovações aconteçam na questão dos resíduos de cada obra.

O objetivo dessa pesquisa é a análise do reaproveitamento dos resíduos

sólidos na construção civil exaltando como o desperdício desses materiais

ocasiona diversos problemas enfrentados na sociedade e os benefícios que

são alcançados após as mudanças processuais, tornando o aspecto

construtivo mais competitivo, rentável e principalmente mais saudável.

Sendo a Arena fonte Nova uma referência para o estudo desta análise, será

apresentado que a redução dos impactos ao meio ambiente torna-se uma

preocupação presente da Arena, cujo projeto visa a redução dos impactos

ambientais através do reaproveitamento do material proveniente da demolição

do antigo estádio para a construção da Nova Arena.

2 RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

3

Page 4: RESIDUOS SOLIDOS

Resíduos da construção Civil (RCC) são provenientes de construções,

reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes

da preparação e da escavação de terrenos. Como por exemplo: tijolos, blocos

cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,

madeira e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, vidros, plásticos,

tubulações, fiação elétrica etc. (RESOLUÇÃO 307/CONAMA).

Considerada a maior geradora de resíduos de todos os setores produtivos, a

construção civil causa grandes impactos ambientais, como o consumo de

recursos naturais, a modificação da paisagem e a geração de resíduos. Nos

canteiros de obras brasileiros, acontecem um processo de aproveitamento de

aparas de materiais como papel, metálicos, plásticos e parte da madeira que

tem valor comercial imediato. A composição dos resíduos de construção e

demolição – os RCD’s, provenientes das atividades construtivas de edifícios

varia em função das suas características, sendo a madeira predominante no

volume de resíduos gerados em novas construções e o concreto, nas

demolições (Pinto,1999) .

O descarte irregular e sem planejamento dos resíduos causa um problema caro

para o poder público que não possui recursos financeiros e ferramentas ideais

para a gestão destes. Esta situação se agrava quando se acumula à falta de

educação e informação da população. Por isso, é fundamental aperfeiçoar o

processo produtivo, pois trará benefícios sob os pontos de vista técnico,

econômico e ambiental.

3 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE

A sustentabilidade na área da construção civil é de extrema importância, já que

a sua indústria produz impactos negativos ao meio ambiente ao longo de toda

a sua cadeia produtiva, desde a extração de materiais, produção, transporte de

materiais e execução das obras.

Segundo (SOUZA, 1998), estima-se que para a construção de um edifício, é

consumida uma tonelada de materiais e neste processo são gerados resíduos

em conseqüência de perdas ou aos desperdícios de materiais.

4

Page 5: RESIDUOS SOLIDOS

Durante este processo produtivo, são gerados alguns impactos ambientais

como:

- Aumento da emissão de gases e partículas em suspensão no ar;

- Degradação das áreas de manancial e de proteção permanente;

- Alterações na flora e fauna do entorno destes locais de exploração;

- Proliferação de agentes transmissores de doenças;

- Assoreamento de rios e córregos;

- Aceleração do processo erosivo;

- Aumento de ruídos e propagações de vibrações no solo.

Portanto, as formas de prevenção e recuperação das áreas danificadas se

tornam de extrema importância. As soluções para a gestão dos resíduos da

construção e demolição devem integrar alguns agentes como, por exemplo, os

responsáveis pela obra, denominados geradores de resíduos, os

transportadores e também os órgãos públicos que irão contribuir para o

controle e fiscalização sobre o transporte e destinação dos resíduos.

O ideal é que a construção civil se aproxime da construção sustentável,

procurando escolher formas mais conscientes de exploração de materiais

alternativos, tendo cuidado na sua escolha para que objetive a harmonia entre

o homem e o meio e procurar buscar utilizar melhor o uso de tecnologias

inovadoras construtivas com o intuito de dar uma maior vida útil à obra e

melhor desempenho ambiental. Essas mudanças proporcionarão uma

economia de recursos naturais e minimização do impacto no meio ambiente,

consequentemente, gerará ganhos no processo de produção, uma melhor

qualidade final do produto e menos geração de resíduos.

Segundo Kilbert (1995, apud Schenini; Bagnati; Cardoso, 2004), deve-se

buscar uma mudança de paradigmas que traga uma nova relação de produção

com o meio ambiente, com o uso eficiente de materiais e energias renováveis,

não nocivos, e conservando, ao mesmo tempo, a biodiversidade. “Os princípios

dessa postura são: minimizar o consumo de recursos; maximizar a reutilização

5

Page 6: RESIDUOS SOLIDOS

deles; usar recursos renováveis ou recicláveis; proteger o meio ambiente; criar

um ambiente saudável e não tóxico e buscar a qualidade na criação do

ambiente construído”.

4 LESGISLAÇÃO

A CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) visando diminuir alguns

impactos ambientais e contribuir para a conscientização do setor construtivo,

aprovou a Resolução nº 307⁄2002 que estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, criando

responsabilidades para os geradores, transportadores, receptores e gestores

municipais.

Também foi criado um instrumento para colocar em funcionamento a gestão

dos resíduos que é o “Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da

Construção Civil”, a ser elaborado pelos Municípios que farão programas para

os geradores de pequenos volumes e elaborarão projetos de gerenciamento

em obra e os próprios Geradores que farão projetos de gerenciamento em

obra.

De acordo com o Art. 3º desta Resolução, os resíduos da construção civil

deverão ser classificados da seguinte forma:

• Classe A – alvenaria, concreto, argamassas e solos. Destinação: reutilização

ou reciclagem com uso na forma de agregados, além da disposição final em

aterros licenciados.

• Classe B – madeira, metal, plástico e papel. Destinação: reutilização,

reciclagem ou armazenamento temporário.

• Classe C – produtos sem tecnologia disponível para recuperação (gesso, por

exemplo). Destinação: conforme norma técnica específica.

• Classe D – resíduos perigosos (tintas, óleos, solventes etc.), conforme NBR

10004:2004 (Resíduos Sólidos – Classificação). Destinação: conforme norma

técnica específica.

6

Page 7: RESIDUOS SOLIDOS

De acordo com o Art. 4º desta mesma Resolução, o objetivo é a não geração

de resíduos, seguido das melhorias de processos de reutilização, reciclagem e

destinação final.

5 MEDIDAS DE REDUÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

No ano de 1992 a Conferência para o Meio Ambiente e Desenvolvimento

realizada na cidade do Rio de Janeiro pelas nações unidas, a RJ- 92 definiu no

capitulo 21, da Agenda 21 uma forma ambientalmente saudável de manejo dos

resíduos sólidos, baseando-se na gestão sustentável no princípio dos 3R`s, de

reciclar e reutilizar ao máximo, reduzir os resíduos ao mínimo.

O Governo federal através do Ministério do Meio Ambiente ( MMA), criou o

Plano Nacional de Resíduos Sólidos(Anexo), Este plano contempla a

problemática dos diversos tipos de resíduos gerados, as alternativas de gestão

e gerenciamento passíveis de implementação, planos de metas, programas,

projetos e ações correspondentes.

No ano de 2010,segundo o MMA, o Brasil produziu diariamente cerca de

99.354 toneladas/diárias de Resíduos Sólidos inerentes da Construção Civil.

Sendo eles subdivididos da seguinte forma:

Resíduos gerados por região no Brasil

Região Ton. / dia Total Anual %

Sudeste 51.582,00 18.827,430,00 51,91%

Nordeste 17.995,00 6.568.175,00 18,11%

Sul 14.738,00 5.379.370,00 14,83%

Centro Oeste 11.525,00 4.206.625,00 11,59%

Norte 3.514,00 1.282.610,00 3,56%

Total Geral 36.264.210,00

Quadro 1. Conforme Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Obs:Estima-se um valor médio de 0,50 tonelada anual por habitante na geração de RCC em

algumas cidades brasileiras.

7

Page 8: RESIDUOS SOLIDOS

De acordo com John e Agopyan (2003) identificou-se algumas ações que

direcionam para a redução da geração de resíduos:

• Mudanças de tecnologia para combater as perdas;

• Aperfeiçoamento e flexibilidade de projeto;

• Melhoria da qualidade de construção, de forma a reduzir a manutenção

causada pela correção de defeitos;

• Seleção adequada de materiais, considerando, inclusive, o aumento da vida

útil dos diferentes componentes e da estrutura dos edifícios;

• Capacitação de recursos humanos;

• Utilização de ferramentas adequadas;

• Melhoria da condição de estoque e transporte;

• Melhor gestão de processos;

• Incentivo para que os proprietários realizem modificações nas edificações e

não demolições;

• Taxação sobre a geração de resíduos;

• Medidas de controle de disposição;

• Campanhas educativas.

Para viabilizar economicamente a redução máxima de produção de

resíduos,empresas devem adotar estratégias gerenciais e logísticas. Isso inclui

qualificação de mão de obra, pesquisa e implantação de técnicas construtivas

menos impactantes do ponto de vista ambiental, e aprimoramento de

processos de transportes e estocagens.Tendo a sociedade o papel de exigir,

fiscalizar e cumprir os métodos adequados da disposição dos resíduos

( Luz,Pulter e Tamura, 2008).

6 FASES DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A geração de resíduos na construção civil – RCC pode ocorrer nas diferentes

fases do ciclo de vida de um empreendimento, construção, manutenção,

reformas e demolição. A geração desses resíduos se deve na grande maioria,

8

Page 9: RESIDUOS SOLIDOS

pela perda de materiais de construção nas obras, devido ao desperdício

durante o processo de execução, pelos restos de materiais perdidos no

recebimento, transporte e armazenamento. Desse modo esses resíduos têm

causado grandes problemas ambientais por conta da enorme quantidade que é

produzida e pela destinação inadequada que lhes é dado.

Conforme SOUZA et al. (2004), a geração dos resíduos da construção

civil está intimamente ligada com a parcela do excesso de consumo de

materiais nos canteiros de obras. Esse desperdício de material é entendido

como a percentagem entre a quantidade de material teoricamente necessário e

a quantidade de material realmente utilizado. Ele ainda explica que o

desperdício de material pode-se dar, basicamente, de três (03) maneiras

distintas, são elas:

a) Furto e/ou extravio – o que normalmente é um valor muito baixo em grandes

empreendimentos os quais, normalmente, tem controle qualitativo e‘quantitativo

dos materiais;

b) Incorporação de materiais à edificação – fato esse que ocorre

principalmente em materiais para moldagem de peças in loco nas obras tais

como: peças de concreto armado e revestimentos argamassados;

c) Resíduos da Construção Civil (entulho) – que é o “lixo que sai da obra”, o

qual é considerado o modo mais visível de verificar o desperdiço de uma obra.

Nas várias etapas da construção civil existem vários fatores que contribuem

para a geração dos resíduos sólidos, dentre eles podemos destacar os

problemas relacionados aos projetos, pela falta de definições ou detalhamento

satisfatório, falta de precisão nos memoriais descritivos, baixa qualidade dos

materiais utilizados, mão- de –obra má qualificada, o manejo, ineficiência do

mecanismo de controle na execução de obras, técnicas escolhidas para a

construção ou demolição e a falta de reutilização e de reciclagem no canteiro

de obras.

9

Page 10: RESIDUOS SOLIDOS

7 COMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A composição dos RCC são oriundas de diversas matérias primas, dentre elas

podemos citar, concreto, argamassa, material cerâmico, cerâmica polida,

rochas e solos. Durante o processo construtivo as matérias primas utilizadas

juntamente com as técnicas empregadas interferem na geração de resíduos,

na sua composição e quantidade final.

As matérias primas citadas acima, correspondem a cerca de 60% do total de

resíduos, conforme quadro a seguir:

Municípios Argamassas(%)

Concreto (%)

Mat. Cer. (%)

Cerâmica polida (%)

Rochas e solos (%)

Outros (%)

São Paulo-SP

25,2 8,2 29,6 Não definido

32 5

Porto Alegre-RS

44,2 18,3 35,6 0,1 1,8 Não definido

Ribeirão Preto-SP

37,4 21,1 20,8 2,5 17,7 0,5

Salvador-BA

53 9 5 27 6

Campina Grande-PB

28 10 34 1 9 18

Maceió-AL 27,82 18,65 48,15 3,06 Não definido

2,32

BRITO FILHO ( 1999) LOVATO (2007) ZORDAN (1997) QUADROS; OLIVEIRA (2001) NOBREGA (2002) VIEIRA (2003)

Quadro 2. Conforme SINDUSCON-PE

O quadro acima demonstra basicamente a utilização dos componentes da

classe A, esses insumos possuem maior potencial de reciclagem e podem ser

utilizados na forma de agregados, além da disposição final em aterros

licenciados.

8 RECICLAGEM E APLICAÇÕES DOS RESÍDUOS.

10

Page 11: RESIDUOS SOLIDOS

O trabalho minucioso na separação de resíduos, na sua coleta e reciclagem,

faz com que boa parte deste material, que outrora seria descartado

prejudicando o meio ambiente, seja reaproveitado. Os resíduos da construção

civil, garrafas PET, ou o próprio lixo, podem ser reutilizados como insumos para

produzir materiais que serão utilizados na própria obra, assim como, pneus e

isopor podem ser aproveitados na fabricação de blocos de concreto.

Alguns fatores determinam o desperdício dos materiais como a insuficiência de

definição em projetos, a falta de qualidade nos materiais e componentes da

construção, a ausência de planejamento e controle dos processos internos da

obra.

Segundo o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, diretor técnico da I&T. “O entulho

típico, material pesado removido da obra, é constituído majoritariamente (60%)

pelas perdas de argamassas. O restante do material retirado no final das obras

são restos de componentes de vedação (tijolos, blocos, materiais de

revestimento)”.

O intuito da reciclagem é poder reaproveitar o montante de resíduos gerados

no processo construtivo transformando-os em matérias- primas para que

possam servir novamente para a construção de novas obras.

Desta forma, a reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios

citados abaixo:

- Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando

substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000).

- Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de

resíduos pela reciclagem. Destaca-se aqui a necessidade da própria

reciclagem dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de

50% da massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).

- Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-

se a indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a

11

Page 12: RESIDUOS SOLIDOS

obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de

altoforno, resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000).

- Redução da poluição; por exemplo para a indústria de cimento, que reduz a

emissão de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao

cimento portland (JOHN, 1999).

Silva (2006) cita que foram criadas as mais diversas alternativas para a

utilização dos resíduos reciclados no Brasil:

a) Pavimentações que são empregadas nas reutilizações de resíduos

reciclados como base, sub-base, revestimento primário, na forma de brita

corrida ou em mistura de resíduo com o solo;

b) Agregado para concreto não estrutural que são resíduos processados pelas

usinas de reciclagem podendo ser utilizados a partir da substituição dos

agregados convencionais (areia e brita);

c) Agregado para confecção de argamassa que são originados após o

processado por equipamentos denominados argamasseiras, que moem o

entulho na própria obra, em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode

ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e

revestimento.

Há também outros tipos de usos como, preenchimento de valas de instalações,

reforços de aterros ou cascalhamento de estrada.

A reciclagem e a reutilização de resíduos são de extrema importância para a

parte financeira da obra, assim como para o meio ambiente. O baixo custo com

transporte e energia, o favorecimento na redução de derrubada de árvores,

além da diminuição na extração de recursos minerais, como brita e areia,

devem ser levados em consideração por toda a sociedade e pessoas

envolvidas, para que cada vez mais, busquem novas formas de

reaproveitamento de resíduos.

12

Page 13: RESIDUOS SOLIDOS

9 CENTRAIS DE RECICLAGEM DENTRO DA OBRA

A construção civil deve estar atenta ao progresso tecnológico e assim deve

buscar cada vez mais se especializar e entender de que maneira podem ser

empregadas novas formas de reciclagem e aproveitamentos de resíduos.

Sendo assim a criação de centrais de reciclagem dentro de um canteiro de

obras se torna fator fundamental no processo de reutilização dos resíduos.

Entretanto, a criação de uma central de reciclagem num canteiro de obras não

é tão simples quanto parece ser, pois para a construção há um custo alto e

para que este tenha um desempenho favorável e progressivo é necessário a

colaboração e contribuição de todos os envolvidos.

O simples sistema de coleta e separação é apenas uma etapa de muitas outras

que serão precisas para que esta “engenhoca” funcione perfeitamente.

Alimentadores vibratórios, britadores, transportadores de correia, peneiras

classificatórias e aparelhos para lavagem dos agregados reciclados são alguns

dos equipamentos necessários para a construção de uma “usina básica” de

reciclagem em uma obra.

O alto investimento feito neste processo será totalmente recompensado em

longo prazo, na questão financeira e principalmente ambiental.

10 VANTAGENS DO REAPROVEITAMENTO

A reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se

consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, seja

atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos.

abordaremos os benefícios e os impactos que a reciclagem de resíduos podem

gerar pelo setor da construção civil.

Os resíduos sempre são gerados seja para bens de consumo duráveis

(edifícios, pontes e estradas) ou não-duráveis(embalagens descartáveis).

Neste processo, a produção quase sempre utiliza matérias-primas não-

13

Page 14: RESIDUOS SOLIDOS

renováveis de origem natural. Este modelo não apresentava problemas até

recentemente, em razão da abundância de recursos naturais e menor

quantidade de pessoas incorporadas a sociedade de consumo .Com a intensa

industrialização, advento de novas tecnologias, crescimento populacional e

aumento de pessoas em centros urbanos e diversificação do consumo de bens

e serviços, os resíduos se transformaram em graves problemas urbanos com

um gerenciamento oneroso e complexo considerando-se volume e massa

acumulados, principalmente após 1980.

De uma forma geral, estes ciclos para a construção tentam aproximar a

construção civil do conceito de desenvolvimento sustentável, entendido aqui

como um processo que leva à mudanças na exploração de recursos, na

direção dos investimentos, na orientação do desenvolvimento tecnológico e nas

mudanças institucionais, todas visando à harmonia e ao entrelaçamento nas

aspirações e necessidades humanas presentes e futuras. Este conceito não

implica somente multi-disciplinariedade, envolve também mudanças

culturais,educação ambiental e visão sistêmica (BRANDON, 1998; ANGULO,

2000;JOHN, 2000; ZWAN, 1997).Embora a redução na geração de resíduo

seja sempre uma ação necessária,ela é limitada, uma vez que existem

impurezas na matéria-prima, envolve custos e patamares de desenvolvimento

tecnológico (SOUZAet al.,1999;JOHN, 2000).

Desta forma, a reciclagem na construção civil pode gerar inúmeros benefícios

citados abaixo:

-Redução no consumo de recursos naturais não-renováveis, quando

substituídos por resíduos reciclados (JOHN, 2000).

- Redução de áreas necessárias para aterro, pela minimização de volume de

resíduos pela reciclagem.Destaca-se aqui a necessidade da própria reciclagem

dos resíduos de construção e demolição, que representam mais de50% da

massa dos resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).

14

Page 15: RESIDUOS SOLIDOS

- Redução do consumo de energia durante o processo de produção. Destaca-

se a indústria do cimento, que usa resíduos de bom poder calorífico para a

obtenção de sua matéria-prima (co-incineração) ou utilizando a escória de alto-

forno, resíduo com composição semelhante ao cimento (JOHN, 2000)

- Redução da poluição; por exemplo para a indústria de cimento, que reduz a

emissão de gás carbônico utilizando escória de alto forno em substituição ao

cimento portland (JOHN, 1999).

11 IMPACTOS DA RECICLAGEM

A reciclagem de resíduos, assim como qualquer atividade humana, também

pode causar impactos ao meio ambiente. Variáveis como o tipo de resíduo, a

tecnologia empregada, e a utilização proposta para o material reciclado, podem

tornar o processo de reciclagem ainda mais impactante do que o próprio

resíduo o era antes de ser reciclado.

Dessa forma, o processo de reciclagem acarreta riscos ambientais que

precisam ser adequadamente gerenciados.A quantidade de materiais e energia

necessários ao processo de reciclagem pode representar um grande impacto

para o meio ambiente.

Todo processo de reciclagem necessita de energia para transformar o produto

ou tratá-lo deforma a torná-lo apropriado a ingressar novamente na cadeia

produtiva. Tal energia dependerá da utilização proposta para o resíduo, e

estará diretamente relacionada aos processos de transformações utilizados.

Além disso, muitas vezes, apenas a energia não é suficiente para a

transformação do resíduo. São necessárias também matérias-primas para

modificá-lo física e/ou quimicamente.

Como qualquer outra atividade, a reciclagem também pode gerar resíduos, cuja

quantidade e características também vão depender do tipo de reciclagem

escolhida. Esses novos resíduos, nem sempre são tão ou mais simples que

aqueles que foram reciclados. É possível que eles se tornem ainda mais

15

Page 16: RESIDUOS SOLIDOS

agressivos ao homem e ao meio ambiente do que o resíduo que está sendo

reciclado. Dependendo de sua periculosidade e complexidade, estes rejeitos

podem causar novos problemas, como a impossibilidade de serem reciclados,

a falta de tecnologia para o seu tratamento, a falta de locais para dispô-lo e

todo o custo que isto ocasionaria. É preciso também considerar os resíduos

gerados pelos materiais reciclados no final de sua vida útil e na possibilidade

de serem novamente reciclados - fechando assim o ciclo.

Um parâmetro que geralmente é desprezado na avaliação de produtos

reciclados é o risco à saúde dos usuários do novo material, e dos próprios

trabalhadores da indústria recicladora, devido a lixiviação de frações solúveis

ou até mesmo pela evaporação de frações voláteis. Os resíduos muitas vezes

são constituídos por elementos perigosos como metais pesados (Cd, Pb) e

compostos orgânicos voláteis. Estes materiais mesmo quando inertes nos

materiais - após a reciclagem - podem apresentar riscos, pois nem sempre os

processos de reciclagem garantem a imobilização destes componentes.Dessa

forma, é preciso que a escolha da reciclagem de um resíduo seja criteriosa e

pondere todas as alternativas possíveis com relação ao consumo de energia e

matéria-prima pelo processo de reciclagem escolhido

12 A RECICLAGEM DE RESÍDUOS NO BRASIL

Comparativamente a países do primeiro mundo, a reciclagem de resíduos no

Brasil como materiais de construção é ainda tímida, com a possível exceção da

intensa reciclagem praticada pelas indústrias de cimento e de aço.Este atraso

tem vários componentes. Em primeiro lugar, os repetidos problemas

econômicos e os prementes problemas sociais ocupam a agenda de

discussões políticas.Mesmo a discussão mais sistemática sobre resíduos

sólidos é recente. No Estado de São Paulo só recentemente iniciou-se a

discussão de uma Política Estadual de Resíduos Sólidos, na forma de um texto

de lei aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente.

Os custos despendidos com os resíduos, como os de licenças

ambientais,deposição de resíduos, transportes, as multas ambientais, entre

16

Page 17: RESIDUOS SOLIDOS

outros devem ser considerados para a futura avaliação da viabilidade

econômica da reciclagem. Da mesma forma, o faturamento obtido quando o

produto é comercializado deve ser apropriado separadamente, assim como a

proporção real entre o comercializado e o estocado.Uma das condições para

viabilizar o novo produto no mercado é que seu preço de venda seja

competitivo com a solução técnica já estabelecida ou que haja um nicho de

mercado onde o produto apresente significativa vantagem competitiva. Para

atrair o interesse do gerador do resíduo sob o estrito ponto de vista financeiro,

a reciclagem precisa reduzir os custos com o resíduo,incluídos custos

decorrentes da necessidade de mudança de tratamento do resíduo de forma a

adequá-lo à reciclagem

13 ARENA FONTE NOVA

O Estádio Octávio Mangabeira, também conhecido como Fonte Nova, foi um

estádio de futebol na cidade de Salvador, de propriedade do governo do estado

da Bahia e que era utilizado pelos principais clubes do estado. Sua capacidade

era de pouco mais de 60.000 pessoas até seu fechamento devido ao

desabamento de parte de sua arquibancada superior. O estádio foi implodido

no dia 29 de agosto de 2010para dar lugar a Arena Fonte Nova, que será a

sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014 na Bahia.

A Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), formada pela Odebrecht

Participações e Investimentos e OAS, é a concessionária responsável pela

demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova. O projeto da Arena

Fonte Nova é fruto de uma Parceria Público Privada (PPP), entre a FNP e o

Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria do Trabalho, Emprego,

Renda e Esporte (SETRE), que estabelece a operação da Arena Fonte Nova,

pelo parceiro privado, durante 35 anos.

Com capacidade para 50 mil pessoas e assentos cobertos distribuídos em três

níveis de arquibancadas, o projeto da Arena Fonte Nova mantém o partido

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arquitetônico do antigo estádio, preservando o formato de ferradura e a

abertura para o Dique de Tororó.

Na área interna, o empreendimento contará com 70 camarotes, dois

restaurantes panorâmicos com vista para o campo e para o Dique do Tororó,

aproximadamente 2 mil vagas de estacionamento, espaço cultural, lojas de

entretenimento, 39 quiosques de alimentação, salões de negócios e eventos e

81 sanitários.

Nos seus primeiros cinco anos de existência, a Arena Fonte Nova será palco

dos maiores e principais eventos do futebol mundial. A nova arena tem todos

os requisitos para sediar a Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo

FIFA em 2014, partidas de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016, que tem

como sede principal o Rio de Janeiro, além da Copa América, em 2015

O projeto arquitetônico da Arena Fonte Nova traduz a sua multi-funcionalidade

e a sua capacidade de realizar os mais diversos tipos de eventos, garantindo

assim seu funcionamento durante todo o ano. A abertura da ferradura dinamiza

a montagem e desmontagem de mega estruturas, além de ser transformada

para receber um palco de um grande show musical.

Eventos simultâneos podem acontecer na nova arena. Ao mesmo tempo em

que uma partida de futebol está acontecendo no campo, reuniões de negócios

podem acontecer nos camarotes. Restaurantes, espaços culturais e quiosques

de alimentação também permitem que as pessoas frequentem a arena todos

os dias da semana. Eventos como feiras, congressos, casamentos, formaturas,

exposições fotográficas, também deverão fazer parte da rotina do novo

equipamento.

Além disso, o empreendimento será uma grande fonte de geração de

empregos para a população local. Durante o pico da construção, empregará

aproximadamente 2.900 colaboradores, sempre priorizando os moradores do

entorno. E durante a operação, a Arena Fonte Nova vai gerar outros 2 mil

empregos diretos.

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A redução dos impactos ao meio ambiente é uma preocupação constante da

Arena Fonte Nova, cujo projeto tem sido referência por reaproveitar todo o

material proveniente do antigo estádio: 100% dos resíduos gerados com a

demolição foi reutilizado na própria obra e em outras obras de infraestrutura de

Salvador e Região Metropolitana.

Durante a obra, uma série de ações busca reduzir o impacto ao meio ambiente,

tais como:

• Reutilização de corpo de prova de concreto para pavimentação no canteiro da

obra;

• Programa Permanente de Reutilização de Papel;

• Reutilização de canos de PVC;

• Reciclagem do óleo de cozinha dos refeitórios da produção e do

administrativo;

• Doação dos uniformes descartados para o Projeto Axé para reutilização na

confecção de ecobags, aventais e jogos americanos.

Na fase de operação do projeto também estão previstas ações para reduzir os

impactos ao meio ambiente, como:

•Coleta seletiva;

• Utilização de brises (quebra-sol) nas fachadas, para o aproveitamento da

ventilação e da iluminação natural;

• Aproveitamento das águas pluviais, com coleta a partir da cobertura. A água

será filtrada e reservada para posterior utilização;

• Utilização de energia solar para aquecimento de água;

• Vagas preferenciais para veículos com baixa emissão de CO², tais como

veículos do tipo “flex”, que funcionam a etanol;

• Sistema de refrigeração ambientalmente favorável, com a eliminação dos

fluidos que agridem a camada de ozônio.

Apoiar a comunidade e os projetos sociais do entorno é um compromisso da

Arena Fonte Nova.  Mais de 120 moradores da comunidade vizinha já foram

beneficiados pelos cursos de capacitação profissional realizados pela

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concessionária, sendo que boa parte destes alunos já foram contratados para

trabalhar na obra de reconstrução. Além disso, no mês da beatificação de Irmã

Dulce, foram doados 2 mil souvenires com pedaços da antiga Fonte Nova às

Obras Sociais de Irmã Dulce. A renda obtida com a venda dos souvenires será

revertida para a construção do novo centro de hemodiálise do hospital mantido

pela ONG.

Conheça alguns dos outros projetos sociais desenvolvidos pela Arena Fonte

Nova:

• Programa de inserção de moradores de rua: identificação, qualificação,

criação de meio auto-sustentável e capacitação profissional

• Programa de inclusão digital: curso de informática para 200 pessoas do

entorno;

• Programa Junior Achievement: voluntários do consórcio ministram aulas nas

escolas do entorno, estimulando o empreendedorismo nos jovens;

• Creche Lar da Criança: ampliação e reforma da instituição que abriga

crianças e jovens.

13.1 ARENA FONTE NOVA SUSTENTAVEL

Para os gestores do empreendimento na nova arena da Fonte Nova, não

bastava dar destinação correta aos resíduos sólidos resultantes da demolição

da estrutura antiga, para projetos sustentáveis do ponto de vista ambiental a

primeira meta dos gestores já foi conquistada: dos 110 pontos possíveis, 45 já

foram atingidos. Desde maio de 2010, toda a argila retirada da obra é

destinada a cobrir aterros sanitários. A terra é reaproveitada em vários projetos

sociais, como hortas comunitárias. O único resíduo não aproveitado é o esgoto

sanitário. A própria cobertura do estádio será em membrana translúcida, o que

dará uma iluminação mais natural e gerará economia de energia. O tipo de

estrutura utilizada na cobertura reduz o consumo de aço entre 30% e 40%. Na

concepção do projeto, está previsto o aproveitamento de toda a água de chuva,

para limpeza, uso nos sanitários e manutenção do gramado, além de utilização

de energia solar para o aquecimento de água. Para isso, a água de chuva

coletada pela cobertura do estádio vai ser desviada para um grande

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reservatório, e destinada ao reúso. O mesmo acontecerá com a água de

drenagem do campo de futebol.

A capacidade total de armazenamento de água da chuva no projeto da Arena

Fonte Nova é de 698.060 litros, anualmente serão captados 37 mil m³ de água

pluvial com esse sistema, o que representará uma economia de 72% em

épocas de chuva e 24% em períodos de estiagem.

Além disso, o estádio será equipado com luminárias de baixo consumo de

energia, e hidrossanitários de baixo consumo de água.

O consumo de energia elétrica da Arena Fonte Nova foi otimizado, em

comparação a uma instalação padrão industrial. Nesse novo equipamento,

serão utilizadas lâmpadas com maior eficiência e durabilidade, do tipo T-5 de

25W, que resulta numa economia de 35% de energia. Fazendo a utilização de

reatores eletrônicos, em vez de reatores eletromagnéticos, se consegue uma

economia garantida da ordem de 30%. Pode-se, então, considerar uma

redução total de aproximadamente 32,5%, utilizando-se lâmpadas T-5 de 25W

e reatores eletrônicos, comparado a um sistema tradicional (T-10 de 40W) com

reatores eletromagnéticos. Os projetores da iluminação do campo também têm

eficiência energética de ponta.

Para o consórcio construtor, a estimativa é de que em sete anos e meio todos

os investimentos nas ações sustentáveis se revertam em lucro em relação ao

capital investido

Foi instalada no canteiro uma usina de concreto . Essa Usina tem a capacidade

de produção nominal 50 m³ hora. Esse equipamento de porte razoável atende

plenamente as necessidades da obra. Com isso, o fornecimento do concreto é

adquirido de forma rápida.

A estrutura do estádio é mista, cerca de 70% é composta de pré-moldados e

30% de moldado in loco. Existem dois grandes parceiros para o fornecimento

de pré-moldados fora do canteiro. Um deles está localizado na cidade de

Simões Filho- Bahia, e o outro em Recife-Pernambuco. Mais como a obra teve

que dar uma acelerada essa estrutura teve que ser montada no próprio

canteiro. Mais nem todo material pode ser produzido no país. Desta forma o

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Consórcio adquiriu um pacote de soluções: os cabos são feitos na Itália e a

membrana nos Estados Unidos.

13.3 REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM NO CANTEIRO DE OBRA

A Construção Civil gera grandes volumes de resíduos. E uma das soluções

imediatas seria reduzir ao máximo o seu volume, reutilizando e reciclando os

resíduos constantemente para o bem de toda a sociedade. Foram implantados

alguns projetos de responsabilidade ambiental no canteiro como a reciclagem

do óleo de cozinha. Mais de 200 litros de óleos já foram transformados em

biodiesel, vela e sabão. O objetivo do projeto é diminuir os impactos ambientais

e conscientizar toda a população. Pois o óleo de cozinha é um material

extremamente poluente. Qualquer quantidade reciclada representa uma grande

redução de impactos. De acordo com pesquisas realizadas pelo Centro de

Estudos Integrados sobre o Meio Ambiente e mudanças climáticas da

Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a decomposição do óleo de

cozinha também emite na atmosfera metano, um dos principais gases

causadores do efeito estufa.

Uma série de ações foi feita para reduzir o impacto ao meio ambiente, tais

como:

Coletores identificados pelas áreas, visando despertar a

importância da reciclagem;

Treinamento e conscientização com integrantes e parceiros com a

divulgação dos programas, planos de gerenciamento;

Fomento a reutilização de resíduos, principalmente os de classe A,

bem como otimização na compra de insumos e materiais;

Informativos de meio ambiente em todos os coletores de resíduos,

mostrando a importância de separar cada resíduo no seu local

adequado.

Reutilização de canos de PVC;

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Page 23: RESIDUOS SOLIDOS

CONCLUSÃO

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Page 24: RESIDUOS SOLIDOS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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