república oligárquica 1889 1930

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República Oligárquica 1889-1930 Primeira parte: análise e debate da organização republicana; política do café com leite, revoltas e descontentamentos da população, café e a política de valorização, campo e cidade em mutações. Que País era esse?

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  • 1. Primeira parte: anlise e debate daorganizao republicana; poltica do caf com leite, revoltas e descontentamentos da populao, caf e a poltica de valorizao, campo e cidade em mutaes.Que Pas era esse?

2. Muitos membros da elite dominante se colocavam contraa excessiva centralizao poltica e administrativa O Partido Republicano (1870) convivia com ascontradies da sociedade brasileira da poca(proprietrios de escravos, fazendeiros) que dificultavaseu posicionamento claro frente a escravido e aabolio Recusa do Imperador em acatar a bula papal de1864, que proibia a relao de catlicos com amaonaria (Recife-Olinda expulsam maons dasirmandades) Respeitaram a deciso do Papa, mas descumpriram adeciso do Imperador. Ambos foram condenados aquatro anos de priso com trabalhos forados Pedro II foi pressionado e resolveu rever apena, concedendo anistia aos bispos. QuestoReligiosa 3. Questo Militar Defesa de uma RepublicaMilitar Positivismo Benjamin Constant O governo tomou medidas que contrariou muitoos militares: Proibiu a discusso pblica deassuntos que dissessem respeito a eles O governo continuava apoiando a GuardaNacional, ligada aos grupos mais conservadores Deve-se ressaltar, porm, que os grupos maisconservadores, o alto escalo doexrcito, continuava apoiando a monarquia 4. Os militares se sentiam frustrados, malrecompensados, desprestigiados pelo governo. Tudofavorecia a atitude de indisciplina e revolta.Pelotas, umdos chefes militares mais prestigiosos confessava em1886 que num efetivo de 13 mil homens tinham ocorrido7 526 prises por indisciplina. Alm disso o exrcitorepresentava para as classes mdias um meio deascenso. O exrcito seria, sob certo aspecto, orepresentante das classes mdias, mas envolvendo-seem questes polticas e sociais os militares noabandonavam nunca o esprito de corpo que a base daorganizao militar. Por isso, conflitos que entre civisseriam somenos pareciam, quando envolviam um civil eum militar, uma ameaa grave a segurana dopas.(Emilia Viotti) 5. Visando realizar reformas e contornar a crise, foi nomeado em1889 um gabinete liberal, chefiado pelo Visconde de Ouro Preto Este organizou um programa de reformas que visava atender amuitas das reivindicaes feitas pelos republicanos: prometiamaior incentivo imigrao, liberdade de culto, maior autonomiapara as provncias e municpios e a nomeao de ministrosmilitares para as pastas da Marinha e da Guerra. Baile da Ilha Fiscal Oferecido um luxuosssimo baile para osoficiais chilenos no Clube da Ilha Fiscal Dos episdios tiveram importncia decisiva: Gaspar Silveiranomeado para presidncia do RGS e Cunha Matos para oMT, ambos desafeto do Marechal Deodoro da Fonseca O Golpe fora marcado para o 20 de novembro Boatos da iminente priso de Deodoro no 15, levaram ele unir-sea Benjamim Constant e sua tropas A deposio do gabinete de Ouro Preto oficializou a queda daMonarquia 6. Permanecendo o Brasil como um pas essencialmenteagrrio, a centralizao existente no regime monrquicocontinuou sob nova roupagem, agoraestadualista, dirigida pela burguesia rural e financeira. ARepblica,assim, atendeu, a uma nova repartio depoder, onde permaneceram as antigas oligarquias e seintroduziram as novas, representadas, em SoPaulo, pela composio entre os antigos proprietrios deterra, banqueiros e comissrios de caf. (Maria deLourdes Janotti) 7. Alegoria daRepblica AcoroadoImperador aocho,sendorecuperadapor um civil, abandeira, smbolo da Nao eao Fundo oExrcito prontopra ocupar otrono 8. Alegoria do fim do sculo XIX Em outra alegoria da poca, a repblicaunia a repblica francesa argentina e a futura repblica brasileira seproposta repblica brasileira cumprimentavam, sob inspirao francesa 9. Alegoria sobre aConstituioBrasileira, inspiradanos ideais francesese estadunidensesA primeira CartaMagna da Repblicaseria a segunda doPas, aps a de 1824. 10. Assemblia Constituinte reunida, no Rio de Janeiro A primeira Constituio da Repblica seria promulgada em 24 de fevereiro de 1891. 11. Sesso da Assemblia Nacional Constituinte, em 1890Prudente de Morais presidindo aassemblia, tendo ao seu lado direito(portanto, no lado esquerdo daimagem), em seqncia, Deodoro daFonseca, Cesrio Alvim, FlorianoPeixoto, Jos Simeo de Oliveira e Jliode Castilhos. esquerda de Prudentede Morais (portanto, no canto superiordireito da imagem), tambm emseqncia a partir do centro, o grupode quatro secretrios dos trabalhos:Paes de Carvalho (E), Mata Machado, ocoronel Joo Soares Neiva e MendesGonalves (D). frente da mesa, no fundo do grupovisto na esquerda da imagem, v-seFrancisco Glicrio, tendo frente trspessoas: o pintor Pedro Amrico(E), Pinheiro Machado (C) e Bernardinode Campos (D). 12. A Repblica velha o perodo que vai daproclamao da Repblica (1889) ao golpecivil de 1930. Resultado da Aliana entre os cafeicultorespaulistas e o exrcito. Entre 1889-1894 - Rep. da Espada - militaresdos marechais Deodoro da Fonseca (1889-91)e Floriano Peixoto(1891-94). Trs projetos Republicanos:LIBERAL, Jacobina e Positivista 13. LIBERAL: Defendido pelos cafeicultores paulistas, pregava a descentralizaopoltica, concedendo autonomia aos Estados dentro de uma Rep.FederativaJACOBINA: defendido por setores da pop. urbana, que incluam a baixaclasse mdia (pequenos comerciantes, funcionrios) e setores intelectualizado(jornalistas, profissionais liberais, como mdicos, advogados e professores).Defendiam a liberdade pblica e no privada, de reunio e discusso, dedecidir coletivamente os destinos da nao. Participao popular naadministrao pblica, requisito importante de um regime fundado na liberdadee na vontade geral. Eram sensveis a medidas que tinham alcance social. Osradicais eram xenfobos, principalmente anti lusitanos, se no na prtica pelomenos no discurso.POSITIVISTA: Promoo do progresso, dentro de um esprito ordeiro, norevolucionrio, por isso o destacado papel do Estado. Cabia ao Estado, pormeio da administrao cientfica, racional, de seus lderes, zelar pelaordem, proteger cidado e garantir seus direitos de uma forma quase tutelar. OEstado promove o Progresso. A idia de um gov. forte, inteiramentecentralizado, uma verdadeira ditadura republicana, sustentava o ideriopositivista. 14. DefinioO positivismo uma corrente filosfica que surgiu na Frana nocomeo do sculo XIX. Os principais idealizadores do positivismoforam os pensadores Augusto Comte e John Stuart Mill. Estaescola filosfica ganhou fora na Europa na segunda metade dosculo XIX e comeo do XX, perodo em que chegou ao Brasil.O positivismo defende a idia de que o conhecimento cientfico anica forma de conhecimento verdadeiro. De acordo com ospositivistas somente pode-se afirmar que uma teoria correta seela foi comprovada atravs de mtodos cientficos vlidos.Os positivistas no consideram os conhecimentos ligados ascrenas, superstio ou qualquer outro que no possa sercomprovado cientificamente. Para eles, o progresso dahumanidade depende exclusivamente dos avanos cientficos. O positivismo teve muita influncia na literatura. No Brasil, porexemplo, influenciou escritores naturalistas como Alusio deAzevedoe RaulPompia. 15. O Governo provisrio da FlorianoPeixoto-Repblica foi chefiado porHostilizado peloDeodoro da Fonseca. Congresso, DeodoroOdecretou o seuEncilhamento, Polticafechamento,decretoueconmica se estruturou estado de stio, mas umana emisso desenfreadaonda deprotestosde moeda que deuconstrangeu-o renncia.origem a uma onda Floriano assumiu ignorouespeculativa,foio a lei sofreu forte oposioacontecimento marcantena rea militar (levantedo incio da Repblica. da Armada), mas teve Constituio de 1891 xito na represso.elimina o voto Censitrio 16. Isolados, sem apoio popular 6 Liderados pelo Almirante Saldanha meses depois a Revolta seextinguia e parte dos revoltososda Gama, oficiais da Marinha de seguem para o Rio Grande do SulGuerra (Armada) de tradicionais Revoluo Federalista 1893-1895.veculos com a elite imperial Jlio de Castilho PRRG1882, assume o poder dotornaram-se a principal oposioEstado. Oposio P.Federalista liderado por Gaspar Em 06 de Set. 1893 posicionaram Silveira Os Federalistas defendiam oos canhes para o RJ e Niteri eParlamentarismo e a Uniofederativa, j os Republicanosdispararampara ambas as eram presidencialistasedefendiam autonomiadoscidades. Incio da RevoltaEstados. A guerra envolveu oParan eSanta Catarina.Morreram entre 10 a 12 milpessoas, considerando que oRG tinha 900 mil habitantes. 17. Guerra de Canudos (1896-1897) O primeiro Presidente civil foi opaulistaPrudentede Nordeste da Bahia, no Vale do rioMorais, republicano histrico eleito porVaza-Barris. O desencadear dovoto direto em 1894.movimentoestdiretamenteDeve-se a seu sucessor CamposSales, a organizao da Repblica ligado s condies econmicasOligrquica, que, na prtica nada do Nordeste.mais era que uma Repblica voltada Explorao,seca, misria:para os interesses dos grandesfazendeiros, particularmenteosCangaceiros, jagunos, seitascafeicultores.msticas.O Arraial de canudosO principalmecanismo dessa Por volta de 1893, j se reunia noRepblica oligrquica foi a Polticados Governadores.arraial de canudos um ncleoEssa poltica consistiu numa troca decrescente de fiis seguidores doapoio entre governo federal e governosbeato Antonio Conselheiro. Emlocais, com a finalidade de sempre1896 o arraial possua mais demanter no poder os representantes dosgrandes fazendeiros.20.000 pessoas que viviam deOs dois instrumentos dessa polticamodosemelhante aosdaeram, de um lado, a Comisso de comunidade primitiva.Verificao (que oficializava osresultados eleitorais), e, de outro, o Aps 4 expedies e vrios mesesCoronelismo atravs do voto de de batalha as foras do governocabresto.federal e local massacraram todauma populao. 18. Governo Campos Sales (1898-1902) Representante da Oligarquia Paulista. Os aspectoseconmicos estavam voltados para a importao demercadorias e no industrializao. Sua inteno eramanter o Brasil especializado em exportao de produtosagrcolas. Suspende o auxlio a industria nacional. Firma oacordo do Funding Loan.* Protegida pelo governo, a produo cafeeira cresceu numritmo maior que a expanso do mercado internacional. Surgiu ento a crise de superproduo e a conseqenteameaa de queda de preo. Para evitar essa queda, oscafeicultores decidiram, no Convnio de Taubat(1906)*, que o governo adquiriria o excedente medianteemprstimos no exterior. Essa poltica artificial de valorizao do caf apenas adiou odesfecho da crise de 1929/30. 19. Acordo com credores internacionais Todasas dvidas brasileirasforam transformadas em uma nica, e o credor era a casa bancria britnica dos Rothschild. Pelo acordo, o Brasil recebeu como emprstimo 10 milhes de libras esterlinas, oferecendo com garantias as rendas da alfndega do RJ. O governo se comprometeu a realizar ainda uma poltica econmica deflacionria, retirando papel-moeda do mercado, o que gerou recesso, falncias e desempregos. 20. Latifundirio paulista, apoiado pelo PRP, e pelo PRM, ex-ministro da Fazendado Governo de Prudente de Morais. Investimentos no setor pblico; Na cidadedo Rio de Janeiro o governador Pereira Passos investiu na reurbanizao dacidade, jogando a populao pobre para as regies mais afastadas docentro, higienizao urbana. (ler O Cortio Aluisio de Azevedo)Revolta da Vacina: Mdico Sanitarista Oswaldo cruz procurava sanear acidade combatendo a varola e a febre amarela, instituindo a vacinaobrigatria.A populao rebelou-se mostrando seu desagrado por meio da no aceitaoda vacina. Durante 4 dias a populao do Rio enfrentou os policiais embarricadas nas principais ruas.Os militares favorveis ao florianismo, opositores de RodriguesAlves, aproveitaram a insatisfao popular e tentaram um golpe, liderado porLauro Sodr. O governador decretou estado de Stio e, apoiado por tropasde Minas Gerais e So Paulo, reprimiu e perseguiu violentamente osrevoltosos. O regulamento da vacina foi modificado, tornando facultativa suaaplicao.Poltica de Valorizao do caf: Convnio de Taubat* 1906 21. O personagem de bigodes ao centro, montado em uma seringa. Nascido em5 de agosto de 1872, em So Lus do Paraitinga (SP), Oswaldo Cruz mdicoespecializado em sade pblica. Em 1903, foi escolhido pelo governo federalpara o cargo de Diretor de Sade Pblica. Morreu em 11 de fevereiro de1917, em Petrpolis (RJ). 22. O Rio de Janeiro durante a Revolta da Vacina. Em 1904, a cidade era a capital dopas e vivia os primeiros anos da Repblica. Ela passava ento por uma intensareforma para ficar mais bonita e agradvel de se viver. Nos portos do Rio, muitasnegociaes eram feitas, mas os estrangeiros que desembarcavam no ficavamcom uma boa impresso: encontravam uma cidade feia, com esgoto a cuaberto, famlias vivendo juntas em casas muito pequenas e doenas graves comoa varola. A sade pblica era um dos principais problemas do pas. Porisso, algumas medidas precisavam ser tomadas para melhorar a situao, entreelas, campanhas de vacinao, como a sugerida por Oswaldo Cruz. 23. Borrachada Em1900 24 milhesAmazniadetoneladasou Auge entre 1890 e quase 30% das1910exportaes 110 mil Em1852 o Brasil pessoas trabalhandoexportava 1.600 no seringais.toneladas de borracha Expanso urbana em(2,3% das Belm e Manausexportaes 1910 concorrncianacionais)com a Borracha deorigem asitica 24. O Governo de Afonso Pena (1906-1909)Indicao do PRM: Poder da burguesia cafeeira: novos emprstimos Inglaterra.Em 1907 o Brasil participou da Segunda Conferncia de Paz de Haia, naHolanda, tendo sido representado por Rui Barbosa. Afonso Pena morreuantes do fim de seu mandato.O Governo de Nilo Peanha (1909-1910)Substitui Afonso Pena: Criao do Servio de proteo ao ndio (CandidoRondon).Campanha eleitoral: SP rompe com MG: Uma parcela da oligarquia paulistalanou como candidato Rui Barbosa, de comum acordo com a Bahia. Minasem aliana com o RS apoiava Marechal Hermes da Fonseca. 25. O Governo de Hermes da Fonseca (1910-1914)Poltica Salvacionista: interveno poltica nos estadosRevoltas contra essa atitude: Rebelio em Juazeiro: Padre Ccero (Cear) 1889-1931. (1892) Populao se revolta a favor de Padre Ccero.A Revolta da Chibata 1910: a arbitrariedade do cdigo disciplinar damarinha: violenta represso, liderana Joo Cndido. H muito tempo nasguas da Guanabara, o drago do mar reapareceu... O Governo de Venceslau Brs (1914-1918)A disputa presidencial. Primeira Guerra Mundial: Impulso a industrializaoA Revolta do Contestado: Guerra Santa do Contestado: lder o monge JosMaria. Os confrontos foram violentos. Aps algumas expediesfracassadas, organizou-se uma fora de 7000 homens que destroou oreduto. 26. O que vocsE por milenarismo? entendem por Messianismo?O que isso tem a ver com a Repblica no Brasil? Atualmente localizamos tal fenmeno? 27. Messianismo Canudos pode ser crena na vinda deconsiderado um messias para messinico ou salvar a humanidade.milenarista? Milenarismo crena Contestado e na instaurao do Juazeiro do Norte? reino de Deus na Sobre s dois Terra, que duraria milmovimentos podemos anosconsiderar: 28. Padre Ccero aps ser Articulador de um pactoconsideradopela entre os coronis dopopulao Cariri.santo, passa, ento a seridolatrado (1889) Rico fazendeiro da regio 1892 Foi impedido depregare ouvir em Acolheu Lampio porconfisso; dois anosdiversas vezesdepois a Congregaopara a Doutrina da F At sua morte aos 90decretou falsidade do anos lutou para provarmilagre em Juazeiro doque o milagre haviaNorte.ocorrido Em 1911 o padre eleitoPrefeito 29. Caricatura naRevistaIlustrada, retratando AntnioConselheiro, com umsquitodebufesarmados comantigosbacamartes, tentando"barrar" aRepblica 30. Disputa de terras entre as Muitos dos seguidores doregies contestadas de movimento eramSC e Paran. pequenos proprietrios Jos que haviam sido expulsosMaria, beato, padre, pregda regio por causa daador da palavra de Deusconstruo de uma Se dizia seguidor do ferrovia, a Brazil RailwayMonge Joo Maria, queCompany (ligaria SP aosediziacontraa RG).Republica e acreditava Tropas estaduais atacamque somente a lei da a comunidade emMonarquiaera 1912, Jos Maria foiverdadeira.morto. Novo agrupamento em 1913 em Taguaruu, com 12 mil integrantes. 31. Difundiu-se a crena queJos Maria regressaria frente de um exrcitoencantado para vencer asforas do mal e implantaro paraso na terra. Em fina de 1916, forasdo exrcito e das policiaisestaduais, com o apoio deavies, destroaram osrebeldesmatandomilhares de fiis 32. O poder dos mongesA figura dos monges teve valor fundamental para a questo doContestado, sendo mais destacado o Jos Maria. O primeiro monge foiJoo Maria, de origem italiana, que peregrinou entre 1844 e 1870 quandomorre em Sorocaba. Joo Maria levava uma vida extremamente humilde, eserviu para arrebanhar milhares de crentes, porm no exerceu influncianos acontecimentos que viriam a ocorrer, mas serviu para reforar omessianismo coletivo.O segundo monge, que tambm se chamava Joo Maria surge com aRevoluo Federalista de 1893 ao lado dos maragatos. De comeo vaimostrar sua posio messinica, fazendo previses a respeito dos fatospolticos. Seu verdadeiro nome era Atans Marcaf, provavelmente deorigem Sria. Joo Maria vai exercer forte influncia sobre os crentes, quevo esperar pela sua volta aps seu desaparecimento em 1908. 33. Essa espera vai ser preenchida em 1912 pela figura do terceiro monge: JosMaria. Surgiu como curandeiro de ervas, apresentando-se com o nome deJos Maria de Santo Agostinho. Ningum sabia ao certo qual a sua origem,seu verdadeiro nome era Miguel Lucena Boaventura e, de acordo com umlaudo da polcia da Vila de Palmas/PR, tinha antecedentes criminais e eradesertor do exrcito.Dentre as faanhas que deram fama ao monge Jos Maria, podemosdestacar a ressurreio de uma jovem, provavelmente vtima de catalepsia, ea cura da esposa do coronel Francisco de Almeida, acometida por umadoena incurvel. O coronel ficou to agradecido que ofereceu terras e umagrande quantidade de ouro, mas o monge no aceitou, o que ajudou aindamais a aumentar a sua fama, pois passou a ser considerado santo, que veio terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados.Jos Maria no era um curandeiro vulgar, sabia ler e escrever, anotandopropriedades medicinais em seus cadernos. Montou a "farmcia do povo" norancho de um capataz do coronel Almeida, onde passou a atenderdiariamente at tarde da noite. 34. DISPUTAS ENTRE ASOLIGARQUIASMODERNISMOS O Governo de Delfim A disputa sucessria. Incio Moreira (1918-1919) e de Epitcio Pessoa (1919-1922) da dependncia aos A poltica do Caf com Leite Estados Unidos. elegeu pela segunda vez A Semana de Arte Moderna Rodrigues Alves, que, no entanto, faleceu no incio de de 1922. sua gesto. Assumiu o vice- presidente Delfim Moreira, que segundo a constituio tinha que convocar novas eleies.A disputa sucessria. Incio da dependnciaaos Estados Unidos. A Semana de Arte Moderna de 1922. 35. Resumo Repblica Velha (1889 1930)Os treze presidentes. Ao longo da Repblica Velha, que a denominaoconvencional para a histria republicana que vai da proclamao (1889) at aascenso de Getlio Vargas em 1930, o Brasil conheceu uma seqncia detreze presidentes. O trao mais saliente dessa primeira fase republicanaencontra-se no fato de que a poltica esteve inteiramente dominada pelaoligarquia cafeeira, em cujo nome e interesse o poder foi exercido.Desses treze presidentes, trs foram vices que assumiram o poder: FlorianoPeixoto, em virtude da renncia de Deodoro da Fonseca; Nilo Peanha, pelamorte de Afonso Pena; e, finalmente, Delfim Moreira, pela morte de RodriguesAlves, ocorrida logo aps a sua reeleio. 36. O voto de cabresto, charge de Storni, revista Careta Rio deJaneiro, 1927. 37. Desenho deAngeloAgostini, AntnioConselheirorechaaaRepblica, inRevistaIlustrada, 1896. 38. A vida dos trabalhadores da indstria e dos transportes no comeodo sculo XX era penoso e sofrida. A maior parte de seu tempo eradedicado ao trabalho. As jornadas de trabalho eram de 12 a 16horas por dia. Ao salrios eram mnimos e no correspondiamas necessidades dos trabalhadores.Em geral toda a famlia trabalhava, inclusive as crianas, quesofriam at espancamentos nos locais de trabalho. Nas fbricas, porexemplo, ocorria o emprego macio de mo-de-obra infantil, maisbarata que a adulta. Muitas crianas empregadas acabavam commembro mutilados pelas mquinas e, assim como os demaistrabalhadores, no tinham direito a tratamento mdico, seguro poracidentes de trabalho, etc. 39. Essa situao levou os trabalhadores a reagir. Aindano sculo XIX, surgiram associaes de auxlio, com oobjetivo de prestar socorro a seus membros. Nadcada de 1870, trabalhadores imigrantes europeuscomearam a criar ligas operrias, destinadas a lutarpor reivindicaes trabalhistas. Nascia assim omovimento operrionoBrasil.Nesse contexto, surgiram as primeiras manifestaessob influncia das idias socialistas e anarquistas, quemoviamaslutasoperriasinternacionais, mas, sobretudo, o anarcosindicalismo.A diminuio da jornada de trabalho para oito horas foia grande bandeira de luta do movimento operrio brasileiro. 40. Socialismo no Brasil, os socialistas defendiam a participaodos trabalhadores na luta legal como caminho para a conquista dedireitos.Anarquismo os anarquistas lutavam pela libertao dostrabalhadores por meio da eliminao do Estado e da propriedadeprivada.Anarcosindicalismo corrente do anarquismo que propunha autilizao dos sindicatos como instrumento de mobilizao polticae para a destruio do Estado e da sociedade burguesa.Comunismo os comunistas almejavam a destruio da sociedadecapitalista, propondo a substituio do Estado burgus peladitadura do proletariado como via para se chegar ao socialismo. 41. Panfletocomunista, cortandoos males do Estado. 42. A organizao dos trabalhadores resultou na fundao de associaessindicais e de jornais operrios, tornando o movimento mais fortepara enfrentar as inmeras dificuldades. Seguindo o exemplo dostrabalhadores de outros pases, surgiram manifestaes e greves emvrios estados, destacadamente em So Paulo, onde se concentrava omaior nmero de indstrias.Em 1907, a cidade de So Paulo foi paralisada por uma greve quereivindicava: jornada de oito horas dirias de trabalho, direito afrias, proibio do trabalho infantil, proibio do trabalho noturno para asmulheres, aposentadoria e assistncia mdica hospitalar. A manifestaoiniciada por trabalhadores da construo civil, da indstria de alimentos emetalrgicos acabou contagiando outras categorias e atingindo diversascidades do estado.Em junho de 1917, outra grande greve tambm se iniciou em SoPaulo. A greve de 1917 teve incio em duas fbricas txteis. Omovimento se espalhou rapidamente e paralisou a cidade, contandocom a adeso dos trabalhadores do servio pblico. Cerca de 50.000pessoas aderiram ao movimento. Os patres deram um aumentoimediato de salrio e prometeram estudar as demais exigncias. Agrande vitria foi o reconhecimento do movimento operrio como instncia 43. Cavalarianosda ForaPublicadispersamoperrios nagreve de1917, SoPaulo.Questosocial eracaso depolicia. 44. Tenentismo foi o nome dado ao movimento poltico-militar e srie de rebelies de jovens oficiais (na maioria, tenentes) doExrcito Brasileiro no incio da dcada de 1920, descontentescom a situao poltica do Brasil. No declaravam nenhumaideologia, eram inspirados pela revoluo comunista, osmovimentos polticos-militares, propunham reformas naestrutura de poder do pas, entre as quais se destacam o fimdo voto de cabresto, instituio do voto secreto e a reforma naeducaopblica.Os movimentos tenentistas foram: a Revolta dos 18 do Fortede Copacabana em 1922, a Revolta Paulista e a ColunaPrestes.Em 4 de julho de 1922 ocorre a primeira revolta que tem umaforte influncia dos tenentes, conhecida como os 18 doForte, que se opunha posse do presidente eleito ArthurBernardes. Deste movimento participaram o Capito Hermesda Fonseca Filho, o Tenente Eduardo Gomes, o TenenteSiqueira Campos entre outros. 45. Debelada a revolta ressurge o movimento armado em 5 de julho de 1924em So Paulo. O qual consegue dominar a capital do estado e dirigidopelo General Isidoro Dias Lopes. Essas tropas tenentistas retiram-se dacapital de So Paulo, mas de armas na mo.A Coluna Prestes, como passou a ser chamada, aps dois anos de lutaenfrentando tropas governistas e tropas de Polcias Estaduais, alm deProvisrios armados s pressas no serto do nordeste. Passaram doisanos, sempre se deslocando de um lugar para outro e terminaram seinternando na Bolvia.O movimento tenentista no conseguiu produzir resultados imediatos naestrutura poltica do pas, j que nenhuma de suas tentativas tevesucesso, mas conseguiu manter viva a revolta contra o poder dasoligarquias, representada na Poltica do caf com leite. No entanto, otenentismo preparou o caminho para a Revoluo de 1930, que alteroudefinitivamente as estruturasde poder no pas. 46. Operrios, de Tarsila do Amaral, 1933. 47. Panfleto da Semana de arte moderna de 1922.