reproducao renascimento e reforma

34
8 Renascimento, Reforma e Contrarreforma

Upload: hjdmagalhaes

Post on 02-Jul-2015

2.240 views

Category:

Documents


14 download

TRANSCRIPT

8 Renascimento, Reforma e Contrarreforma

1 Afresco1 Afresco éé umum tipotipo dede pinturapintura muralmural emem queque asas corescoressãosão diluídasdiluídas emem águaágua ee aplicadasaplicadas sobresobre umum reves-reves-timentotimento dede argamassaargamassa ouou gessogesso aindaainda fresco.fresco. TemTemgrandegrande durabilidade.durabilidade.

2 Resposta2 Resposta pessoal.pessoal. Professor:Professor: sese julgarjulgar oportuno,oportuno, leveleveparapara aa salasala dede aulaaula –– ouou orienteoriente umauma pesquisapesquisa ememlivroslivros ee nana internet internet –– dada vidavida ee obraobra dede Michelange-Michelange-lo.lo. SãoSão exemplosexemplos dede obrasobras dodo artista,artista, asas esculturasesculturasDavi,Davi, Pietà,Pietà, Moisés,Moisés, aa TumbaTumba dada FamíliaFamília Médici,Médici, entreentreoutras,outras, ee asas pinturas,pinturas, SagradaSagrada Família,Família, PapaPapa JulioJulio II,II,entreentre outras.outras.

5 Professor:5 Professor: valorizarvalorizar oo detalhamentodetalhamento dada descrição,descrição,dada proporção,proporção, dada composiçãocomposição dasdas figuras,figuras, dasdas alego-alego-rias,rias, osos simbolismosimbolismos,s, aa formaforma ee aa cor.cor.

6 Professor:6 Professor: anoteanote nono quadroquadro dede gizgiz asas suposiçõessuposições dosdosalunosalunos parapara seremserem retomadasretomadas aoao finalfinal dodo estudoestudo des-des-tete capítulo.capítulo.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2124P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 212 05.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:1605.03.09 18:19:16

Pense nisto Aimagemaoladoéumdetalhedeumimensoafrescopintadoentre1508e1512,notetodaCa-pelaSistina,noVaticano,Itália(confira,napági-na226,areproduçãodesseafrescointeiro).

1 Vocêsabeoqueéumafresco? 2 Michelangelofoiumdosprincipaisrepresentan-

tesdasartesplásticasdoRenascimento.Vocêconheceoutrasobrasdesseartista?Quais?

3 Esse afresco representa uma passagemdoGênesis, o primeiro livro do Antigo Testa-mento, que faz parte da Bíblia. Você sabequepassageméessa?

4 Observeasduaspersonagensprincipaisre-tratadas.Quemsãoelas?

5 Descrevacomoessaspersonagensforamre-tratadaspeloartista.Mencioneaexpressãodorosto,ondeelasestão,seestãoacompa-nhadaseporquem,comoestãoposiciona-dasecomosãoseusmovimentos.

6 Otrabalhodesseimensoafrescolevouqua-secincoanosparasercompletado.Alémdegigantesca(ocupatodootetodaCapela),aobra é altamente sofisticada, sob o pontodevistadatécnicaedaexpressãoartística.Considerandooperíodoemqueelafoifeita,conversecomoscolegas:a)Quem vocês acham que poderia financiar

essetipodetrabalhoartístico?b)Ondeosartistasbuscavaminspiraçãopara

criartaisobrasdearte?c)Comparada à expressão artística da Idade

Média,vocêsdiriamqueaobradeMichelan-gelorefleteumamudançanomododeseredepensar?Justifiquem.

AexpansãodocomércioedascidadesnaEuropalevouaofortalecimentoeàascensãodaburguesia.Astransformaçõeseconômicas,políticasesociaisprovocarammudançasnavisãoqueaspessoastinhamdomundo.EssanovapercepçãodarealidadecaracterizouoRenascimentoedeuorigemamovimentoscomoaReformaprotestante.

O que você vai aprenderO Humanismo �

O Renascimento �

A Reforma protestante �

A Contrarreforma �

ACriaçãodeAdão.

DeuseAdão.

Respostapessoal.

Respostapessoal.

Respostapessoal.

1

2

5

6

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 213 04.03.09 18:09:47

214

As sociedades da Mesopotêmia1Nos séculos XIV e XV as transformações sociais,

políticas e econômicas que vinham ocorrendo na Europa desencadearam o surgimento de novas maneiras de entender e explicar o mundo. Artistas, poetas, sábios e intelectuais revolucionaram a arte e a ciência a partir das cidades italianas e flamengas, recuperando antigos saberes da Antiguidade clássica e introduzindo novos valores como base da cultura Ocidental.

Intensas dinâmicasOs últimos séculos da Baixa Idade Média foram marcados

pelos esforços de centralização do poder político em várias regiões da Europa, pelo desenvolvimento das cidades, pela dinamização dos mercados e pelo nascimento de uma nova categoria social. Chamada de burguesia essa nova categoria originou-se do desenvolvimento da atividade comercial, tor-nando-se aos poucos a maior empreendedora da circulação de produtos e moeda em toda a área do mar Mediterrâneo, Europa central e do norte.

Cidades tornaram-se o ponto de referência em toda a Eu-ropa, ligadas por rotas marítimas e terrestres por onde tam-bém circulavam, além das mercadorias e produtos, notícias e ideias. Tudo isso fez aumentar o apego aos valores materiais e a capacidade de transformação da vida concreta e da natu-reza, contribuindo para a superação dos medos que acompa-nharam o homem medieval por vários séculos.

Os contatos mais intensos entre Ocidente e Oriente e as novas terras encontradas aumentavam as trocas culturais, so-ciais e econômicas entre os povos de diversas partes do mun-do. Assim, novos conhecimentos e informações sobre lugares diferentes estimularam a curiosidade e a reflexão sobre todos os aspectos da existência humana. Descobertas, invenções e inovações técnicas transformavam o cotidiano das pessoas, criando oportunidades de produção e de negócios que benefi-ciariam uma parcela da população europeia.

Desde o início do século XV o conhecimento da natureza tornou-se um dos principais interesses dos sábios e intelec-tuais. As plantas e animais, os astros, a geografia das novas terras e até mesmo o corpo humano passaram a ser o foco das preocupações. Grande parte dos conhecimentos era desenvol-vida de forma clandestina e pouco divulgada, pois a tradição da Igreja e de parte das elites políticas considerava os estudos baseados na experiência e na observação como métodos que não respeitavam os princípios da fé católica.

O retratO: O indivíduO em evidência

A valorização do indivíduoestimulou a proliferaçãodos retratos na época doRenascimento. Burguesesenriquecidos, nobres, reise autoridades eclesiásticasfizeram-se retratar em roupaselegantes ou acompanhadosde objetos que indicavamopulência e posição social.

O nascimento de Vênus, tela pintadapor Sandro Botticelli (1446-1510), umaencomenda dos Médici para decoraro palácio da família, em Florença. Aobra foi inspirada na mitologia greco--romana. Galleria degli Uffizi, Florença,Itália.

O mundo do Renascimento1

Retrato do papa Clemente VII.Óleo de Sebastiano del Piombo,1526. Museo e Gallerie Nazionale diCapodimonte, Nápoles, Itália.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2143P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 214 04.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:4904.03.09 18:09:49

215

A Antiguidade clássica: uma fonte de inspiração e de renovaçãoNo século XIV diversos estudiosos europeus passaram a

questionar o ensino oferecido nas universidades medievais. Baseado em métodos tradicionais, esse ensino limitava o co-nhecimento do pensamento da Antiguidade clássica — Gré-cia e Roma — às traduções feitas durante a Idade Média. Mui-tas dessas traduções apresentavam distorções ou faziam uma interpretação livre do conhecimento clássico.

Esses estudiosos, chamados humanistas, no entanto, não rejeitavam o pensamento medieval religioso. Suas críti-cas eram dirigidas, sobretudo, ao modo como os autores da Idade Média interpretavam os textos da Antiguidade, adap-tando-os aos ensinamentos bíblicos e às crenças e norma da Igreja católica. O pensamento grego entendia que o homem — e não Deus — era a medida de todas as coisas, máxima que passaria a ser usada também pelos humanistas a partir do século XIV.

Apesar disso, é importante lembrar que até o século XVII nenhum europeu ousaria duvidar da existência de Deus. Os humanistas não eram ateus, apenas defendiam o estudo das obras da Antiguidade em suas versões originais. Mas isso exigiria deles o conhecimento do grego e do latim.

Pensadores gregosUm dos elementos fundamentais para esse processo de

mudança de atitude foi a presença de pensadores árabes na região do Mediterrâneo, sul da península Itálica e da península Ibérica, tais como: Averróis (1126-1198), mé-dico e filósofo de origem árabe nascido em Córdoba, co-mentador de Aristóteles, e Avicenas (979-1037) médico e filósofo persa, um dos homens mais célebres de sua época, também chamado o príncipe dos médicos.

Na cultura árabe havia homens que sempre leram nos originais os textos clássicos dos gregos Platão e Aristóte-les, entre outros, e traduziram esses textos para o idioma deles. Ao se comparar essas traduções com aquelas feitas pelos monges das ordens cristãs medievais descobriu-se que havia muitas imprecisões, fato que contribuiu infini-tamente para que os humanistas julgassem fundamental terem acesso direto às fontes clássicas.

O Humanismo se disseminou rapidamente pela Europa, a partir do século XIV, chegando às Universidades. Nelas, o pensamento humanista era debatido e aprofundado pelos professores. Posteriormente suas ideias eram transmitidas aos alunos.

elOgiO à lOucura

Um dos principaispensadores do humanismofoi o holandês Erasmo de Rotterdam (1469-1536).Ordenado padre, abdicoucedo do sacerdócio, tendose tornado professor degrego na Universidadede Oxford, na Inglaterra.Sua obra mais conhecida,Elogio à loucura, defende aliberdade de pensamentoe critica o clero católico.e critica o clero católico.Por causa disso, Erasmo deRotterdamchegoua serperseguidoe teve seusescritosproibidospela Igrejacatólica.

Retrato de Erasmo de Rotterdam.Museu do Louvre, Paris, França.

conhecimento para quem?

No Renascimento, oacesso aos textos origi-nais clássicos e as novastraduções permitiram aospoetas, artistas e filósofoshumanistas inaugurar umanova visão de mundo. Suasideias passaram a ser deba-tidas e aprofundadas nasUniversidades e dissemina-das entre seus alunos.

Discuta com os colegas�sobre a importância emse conhecer os textosdos historiadores parase debater e aprofundartemas históricos, usandoo espaço da escola e aorientação do professorpara se chegar a essacompreensão.

mm

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2153P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 215 04.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:5104.03.09 18:09:51

216

O Renascimento: conceito e significadosA ideia de retomada da cultura greco-romana deu origem

ao termo Renascimento para designar a produção artística e cultural dos grandes centros urbanos europeus entre os sécu-los XIV e XVI.

No século XIX o termo passou a denominar uma época histórica, e o seu sentido foi também ampliado. Desde então, aquela época passou a ser consagrada como o berço do pensa-mento moderno ocidental, a ruptura com a visão de mundo da Idade Média, a vitória da razão e da natureza sobre a fé, a reabilitação do paganismo e, ao mesmo tempo, a descoberta do homem e do mundo pelo próprio homem.

Os artistas e sábios do Renascimento, por sua vez, idea-lizavam a Antiguidade greco-romana e a tomavam como um modelo a ser seguido. Ao acreditarem que estavam imitando um mundo perfeito, os homens do Renascimento estavam, na verdade, criando uma nova visão de mundo. Neste fato reside a grande contribuição dos Humanistas, ou seja, inventaram um mundo novo, pensando que estavam seguindo um modelo.

Origens e difusão da cultura do RenascimentoDurante a Baixa Idade Média, as cidades da península Itálica

e do norte da Europa, por causa da intensificação das dinâmi-cas mercantis, prosperaram e se desenvolveram. Na península Itálica, as cidades que se destacaram economicamente eram, sobretudo, Veneza, Gênova, Florença, e Nápoles, enquanto na região da Flandres e dos Países Baixos, Bruges, Antuérpia e Amsterdã. Nessas cidades, famílias de comerciantes e banquei-ros acumularam enormes fortunas e tornaram-se uma elite eco-nômica graças à intensificação do uso de moe das, empréstimos e contratos de circulação de mercadorias difundidos em função do crescimento das rotas de comércio e das navegações.

Para afirmar-se socialmente e obter prestígio diante das nobrezas tradicionais e do clero, essa nova elite passou a fi-nanciar também grandes obras de arquitetura e pintura. As-sim como as famílias nobres, a nova elite encomendava dos artistas obras para serem expostas em palácios e edifícios reli-giosos como meio de difundir o nome da família, sua riqueza e seu poder. Muitas vezes assumiam a proteção e as despe-sas integrais desses artistas para tê-los permanentemente a seu serviço e em sua companhia, tal como faziam o papa, os cardeais e bispos mais renomados, e também os reis, condes e duques, tradicionais protetores da arte em suas cortes ur-banas. Essa prática bastante difundida de financiamento da arte ficou conhecida como mecenato, e àquele que o pratica deu-se o nome de mecenas. Em Florença, por exemplo, uma das mais poderosas famílias da época era a dos Médici, que possuía grandes mecenas.

1. OquefoioHumanismo?

2. Emquemodelososhumanistasbuscavaminspiração?

3. PorqueaépocahistóricaquecompreendeuosséculosXIVeXVnaEuroparecebeuonomedeRenascimento?

4. PorqueoRenascimentofloresceunascidadesdapenínsulaItálicaedonortedaEuropa?

5. Quemeramosmecenas?

Verifique o que aprendeu

OtúmulodosMédicifoidesenhadoeesculpidoentre1521e1534porMichelangelo,cujaformaçãoartísticaocorreunoateliêmantidoporLorenzodeMédici.Nocentro,seguindoospadrõesdaartegreco-romana,opríncipeflorentinoérepresentadosentado,pensativo.Abaixo,deitadosaseuspés,personagensrepresentandoaAlvoradaeoAnoitecer.

1 Movimentointelectualque,apartirdoséculoXIV,passou a questionar os métodos tradicionais deensinonasuniversidadesmedievaiseuropeias.Oshumanistascriticavamofatodeteremacessoape-nasaostextosdosfilósofosepolíticosdaAntigui-dade,traduzidospormembrosdacúpuladaIgrejacatólicae, por issomesmo, cheiosde interpreta-çõessegundoosdogmasdareligião.

2 Inspiravam-senoconhecimentoproduzidonaAn-tiguidadegreco-romana.

3 Osartistasesábiosqueinciaramessemovimentoin-telectualnaEuropaidealizavamaAntiguidadegre-co-romanaedefendiamqueaqueleeraummodeloaserseguido.E,pensandoqueestavamseguindoummodelo,acabaraminventandoummundonovo.

4 Comaprosperidadedocomércioedasatividadesfinanceiras, as cidades de Veneza, Florença, Gê-novaeAntuérpia tornaram-seos centros econô-micoseuropeus.Osburgueses,príncipesepapasdecidiramembelezarsuascidades,construirpalá-cios,patrocinarartistaseintelectuaiscomoformadeostentarpodereriqueza.

5 Burgueses ricosque financiavamartistasparaqueproduzissemobrasdearteparaseremexpostasemsuasluxuosasresidênciasouemedifíciosreligiosos.

m

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 216 04.03.09 18:09:53

217

Atividades

1 Leia Leia o seguinte texto.

a)Como o texto apresenta o duque Frederico?

b)O que fez o duque Frederico para ser descrito assim? Com quais objetivos o du­que realizou tais feitos?

c)Considerando o que você estudou neste módulo, em que contexto histórico apersonagem descrita no texto acima se enquadra?

2 Leia Leia o texto a seguir e responda às questões.

O duque Frederico, que em seu tempo foi a luz da Itália [...] nós podemos igualá-lo aos grandes homens da Antiguidade. Este duque [...] edificou na cidade de Urbino um palácio, segundo a opinião de muitos, o mais belo da Itália. Ele não o decorou somente com peças comuns como vasos de prata, tapeçarias de seda bordadas a ouro [...] para ornamentá-lo colocou uma infinidade de estátuas antigas de mármore e bronze, de pinturas originais, instrumentos de música, e não havia nada que não fosse raro e excelente.Baldassare Castiglione. O livro do cortesão. Veneza, 1528. In: World Book Encyclopaedia. Toronto, 1984. p. 284.

Na Idade Média, só a estrita necessidade justificava o acesso aos livros e à própria alfabe-tização. O humanismo significou uma reviravolta na economia política da leitura, criando não apenas uma oferta de novos tipos de livros (a saber, os antigos, agora redescobertos), como também de novas maneiras de lê-los. Os príncipes já não recebiam mais sua instru-ção exclusivamente dos clérigos, e a literatura da Antiguidade continha inúmeras instru-ções úteis aos governantes e comandantes de exércitos. [...]

Colecionar livros raros e importantes e organizá-los em bibliotecas é uma constante na vida desses homens. Podemos perceber, a partir daí, que a própria natureza dos livros e da leitura passava por um processo de mudança radical. A construção de bibliotecas é a melhor expres-são disso. De repente tornou-se importante reunir muitos livros num só lugar, tornando-os aces-síveis não apenas aos amigos, à família, a artistas e protegidos, mas também ao público [...]Matthew Battles. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta, 2003. p 74-75.

a) Segundo o texto, qual a importância dos livros para as mudanças que levaram aoRenascimento?

b) Como você explica o grande interesse dos membros das elites urbanas do Renas­cimento em colecionar livros?

c) Com base na leitura do texto acima e também no estudo deste módulo, conversecom um colega qual seria a ligação entre mercado, livros e poder? Anotem suasconclusões no caderno.

3 Faça Faça uma discussão com um grupo de colegas sobre a relação entre os seguintesaspectos do Humanismo: alfabetização, conhecimento, livros, artistas.

4 Junte Junte­se a alguns colegas e formem grupos. Vocês vão pesquisar como se produzarte nos dias de hoje e como os artistas fazem para financiar suas produções.Sigam estas orientações:

Elaborem um roteiro para o trabalho. Para isso, vocês devem aguardar as orien­•tações do professor.

Combinem uma data para a apresentação dos trabalhos. Nesse dia, todos os•grupos irão mostrar para o restante da turma suas descobertas. Lembrem­se,portanto, que o trabalho deve ser feito de forma organizada, objetivando suaapresentação.

Ao final, conversem sobre a realização do trabalho: o que foi mais interessante e•produtivo, o que não deu tão certo, como resolveram as dificuldades, etc.

O duque Frederico era um grandeapresenta

grandeapresentaapresenta

duquegrande

duqueduque Fredericogrande

FredericoFredericohomem,

apresentahomem,

apresentaapresenta duquehomem,

duqueduqueigualável

duqueigualável

duqueduque

Fredericoigualável

FredericoFredericoàs grandes

descritograndes

descritodescritopersonagens

descritopersonagens

descritodescrito assim?personagens

assim?assim?da Antiguidade.

assim?Antiguidade.

assim?assim? ComAntiguidade.

ComCom

M

M

Otexto,

Otexto,texto,

HumanismoqualHumanismoqualqual importânciaHumanismo

importânciaimportânciaampliou

importânciaampliou

importânciaimportânciaa oferta

importânciaoferta

importânciaimportânciade livros e inaugurou

parainaugurou

paraparatambém

paratambém

parapara mudançastambém

mudançasmudançasuma nova maneira

mudançasmaneira

mudançasmudanças quemaneira

quequede

quede

quequelê­los. Mais pessoas tiveram aces­

so à essas escrituras. A instrução dos príncipesinaugurou

príncipesinaugurou

jáinaugurou

jáinaugurou

não era necessariamente feita pelos clérigos e a literatura da Anti­guidade

explicaguidade

explicaexplica grandeguidade

grandegrandecontinha inúmeras

instruçãoinúmeras

instruçãoinstruções

interesseinstruções

interesseinteresse dosinstruções

dosdosúteispríncipesúteispríncipes

aos governantesmembros

governantesmembrosmembros das

governantesdasdas

e comandantes de exércitos.pelos

exércitos.pelos clérigos

exércitos.clérigos

A partir desse momento todas as pessoas que queriam conhecer, também queriam possuirlivros para poderem ler em sua própria casa, algo impensado nos tempos medievais.

Resposta pessoal. Professor: oriente a discussão para que osalunos possam chegar à resposta que a questão pede.

3 Professor: oriente a dis­cussão incentivando­osa buscar as informaçõesno conteúdo deste mó­dulo. Organize uma rodade conversa e cuide paraque todos possam ex­pressar suas opiniões arespeito desse tema.

3

Professor: oriente os grupos para a pesquisa.

No contexto do Renascimento.

Financiou a construção de grandes e belas obras na cidade de Urbino. Para afirmar­sesocialmente e obter prestígio diante das nobrezas tradicionais e do clero.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2174P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 217 05.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:1005.03.09 18:22:10

218

As transformações ocorridas entre os séculos XIV e XV deram nova dinâmica à vida dos europeus, com o desenvolvimento de novas mentalidades e formas de expressão artística e intelectual.

AimprensaeadifusãodopensamentohumanistaO pensamento humanista difundiu-se rapidamente. Nas

universidades, mestres e estudiosos se encontravam para trocar experiências e debater suas ideias.

Embora a vontade de saber e de aprender fosse intensa, o clima não era de liberdade total, pois havia muito medo por parte das elites tradicionais, o clero e as velhas nobrezas, de que as novidades do pensamento moderno ameaçassem os pilares do conhecimento que imperava nos ambientes eruditos da Eu-ropa cristã. Assim como as práticas orais eram muito utilizadas por esses novos pensadores, tais como aulas, palestras e ser-mões, também a escrita tornou-se um meio de difusão privi-legiado, pois era por meio dela que ideias podiam chegar onde seus autores jamais iriam.

A invenção da imprensa foi uma das técnicas fundamentais nesse momento, facilitando a reprodução de textos em muitos exemplares idênticos, algo absolutamente novo no campo da cultura escrita ocidental.

Desenvolvida na Alemanha por Johann Gutenberg, a im-prensa favoreceu a fixação das línguas nacionais — também chamadas vernáculas. Inicialmente publicada em latim, aos poucos as traduções passaram a ter grande aceitação entre as

elites não religiosas. A partir do final do século XV, novos autores surgiram e escreveram obras em italiano, fran-cês, inglês, português e espanhol, en-tre outras.

Durante o Renascimento, era cos-tume uma pessoa letrada ler textos para aqueles que não conheciam a leitura. Entre os mais populares esta-vam as anedotas, os provérbios e as profecias. Já entre aqueles que ocu-pavam posições privilegiadas na so-ciedade, liam-se textos mais técnicos ou profissionais, relatos de viagem, novelas e textos da Antiguidade tra-duzidos para as línguas nacionais.

Elaborada no início do século XX, esta gravura procura reproduzir a rotina de Gutenberg em sua oficina, em meados do século XV.

Umanovavisãodomundo2O desenvOlvimentO da impressãO No Ocidente, as primeiras impressões em série foram feitas no século XIV, com a técnica da xilografia. Imagens e palavras eram talhadas em madeira e carimbadas com tinta em folhas papel, introduzido na Europa pelos árabes no século XII.Na segunda metade do século XV, os alemães Johann Gutenberg e Johann Fust desenvolveram os tipos móveis em metal e, com eles, a tipografia. Letras fundidas em metal eram combinadas numa forma, uma a uma, compondo o texto a ser impresso. O primeiro livro a sair do ateliê de Gutenberg foi a Bíblia, em 1455.

m

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2184P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 218 05.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:4205.03.09 18:22:42

219

Conhecimento do mundo e contestação dos saberesTeorias e ideias que ameaçassem os dogmas religiosos

eram censuradas, e seus autores, perseguidos. Entretanto, a resistência da Igreja não foi suficiente para impedir a renova-ção no pensamento. Este passou a ser orientado pela razão,pela análise crítica e pelo método experimental. A partir de então, o Universo e a natureza começaram a ser entendi-dos como sistemas lógicos e racionais.

Os novos saberesO monge polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) cons-

truiu e defendeu a teoria heliocêntrica, segundo a qual o Sol era o centro do Universo. Questionava assim, a teoriageocêntrica, sustentada pela Igreja e inspirada no pensamen-to do grego Ptolomeu, que considerava a Terra como o centro do Universo. Por temer a repressão eclesiástica, o tratado de Copérnico somente foi publicado após sua morte.

Vários anos depois, as ideias de Copérnico foram retoma-das e desenvolvidas por outros pensadores, como o alemão Johannes Kepler (1571-1628) e o italiano Galileu Galilei (1564-1642). Kepler provou que a órbita dos planetas não era circular como se pensava, mas elíptica. Galileu, que era seu contemporâneo, levantou uma série de evidências em favor do heliocentrismo e concluiu que a Terra se movia, ao con-trário do que defendia a Igreja. Para não ter o mesmo destino que seu contemporâneo Giordano Bruno, Galileu retratou-se publicamente, tendo continuado seus estudos em segredo.

Também os estudos da medicina e da anatomia desenvol-veram-se bastante nos séculos XIV a XVI, apesar dos impedi-mentos e censuras. Os sábios queriam entender o funciona-mento do corpo humano e as doenças que o acometiam. No século XVI, alguns médicos, como o belga Andreas Vesalius (1514-1564) e o inglês Willian Harvey (1578-1657),searam-se em estudos de anatomia feitos em ca-dáveres e em cálculos matemáticos — uma novidade na medici-na — para provarem suas teorias.

o inglês Willian (1578-1657), ba-

searam-se em estudos de anatomia feitos em ca-

O modelo geocêntrico de Ptolomeu. OO modelomodelo heliocêntricoheliocêntrico dede Copérnico.Copérnico.

a terra gira em tOrnO dO sOlO filósofo e cientistaGiordano Bruno nasceu emNápoles, em 1548. Em seusestudos, interessou-se pelafilosofia do grego Platãoe pelas concepções pagãssobre o Universo. Defendeua teoria heliocêntrica deCopérnico e enfrentoua Igreja, afirmando queo Sistema Solar eraapenas um entre muitos,espalhados por um universoinfinito. Foi condenadoà morte por heresia equeimado vivo em fevereirode 1600.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2193P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 219 04.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:5804.03.09 18:09:58

220

Pensar e transformar o mundoUm dos aspectos mais importantes decorrente do pen-

samento renascentista é o da polêmica entre fé e razão. Embora as coisas não se colocassem nesses termos entre os séculos XIV e XVI, com o passar do tempo essa questão foi fi-cando mais evidente, já que muitos autores, ao questionarem os métodos do conhecimento medieval baseado na tradição bíblica, estavam inventando uma nova maneira de pensar a natureza, o homem e até mesmo a sua relação com a fé, a par-tir da observação sistemática dos fenômenos naturais e das sociedades humanas. Embora cada vez mais os humanistas fizessem uso do pensamento lógico e racional, o termo racio-nalismo não aparecia no vocabulário deles.

Com a difusão dessas novas concepções alguns pensado-res propuseram novas maneiras de pensar as sociedades hu-manas, dentre eles podemos destacar Francis Bacon (1561-1626), que entendia que os estudos não podiam ter um fim em si mesmos, e sim uma aplicação prática na realidade. Ou-tro pensador do período que merece destaque foi Michel de Montaigne (1533-1592), talvez o primeiro a questionar a existência de uma natureza humana universal e a refletir so-bre a singularidade do indivíduo. Em seus Ensaios, Montaig-ne deixava o pensamento fluir com liberdade, arriscando a elaboração de novas ideias e exteriorizando suas experiências pessoais e seus sentimentos.

A nova face da políticaNicolau Maquiavel nasceu na cidade italiana de Florença

em 1469, onde também morreu em 1527. Sua vida foi total-mente dedicada ao conhecimento e às atividades político-mili-tares, tendo atuado ao lado de diversos expoentes do poder da época. Autor de uma das obras mais conhecidas do pensamen-to mundial, O Príncipe, escrita em 1513 e publicada em 1532, após sua morte, e foi dedicada a Lourenzo de Médici. Nessa obra Maquiavel procurou mostrar que não existe uma fórmula infalível para o exercício do bom governo. Este, muitas vezes exige a tomada de decisões moralmente condenáveis, mas es-trategicamente necessárias, ou seja, preferindo a prática no lugar da ética. Com isso, se evitariam os males maiores. Essa ideia está presente na máxima “os fins justificam os meios”, muito utilizada por diversos governantes até os dias de hoje.

Na mesma época, o inglês Thomas Morus (1478-1535) to-mou um caminho diferente de Maquiavel. Em seu livro Utopia, de 1516, imaginou uma ilha onde todas as pessoas vivessem em harmonia, orientando suas vidas de maneira justa e prática, em favor do bem comum.

A sociedade ideal proposta por Morus, inspirada pelo mode-lo político apresentado pelo filósofo grego Platão em A Repúbli-ca, era apresentada como o oposto da Inglaterra do século XVI.

1. QuaiseramosprincípiosdopensamentocientíficonoRenascimento?

2. QueteoriaNicolauCopérnicodefendeu?

3. Ospensadoresconcordavamcomafilosofiamedievalquebuscavaconciliarféerazão?Explique.

Verifique o que aprendeu

XilogravuradeAmbrosiusHolbeinde1518,paraolivroUtopia,deThomasMorus.

1 Arazão,aanálisecríticaeométodoexpe-rimental.

2 NicolauCopérnicodefendeuateoriahelio-cêntrica,segundoaqualoSoleraocentrodoUniverso.

3 Não. Os pensadores entendiam o conhe-cimento como algo desvinculado da reli-gião.

m

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 220 04.03.09 18:09:59

221

Atividades

2 No No Renascimento, o conhecimento passava por umlongo processo de mudança, sendo o resultado daexperiência prática. Animais selvagens, comoo rinoceronte, eram desconhecidos ou muitopouco vistos até o século XVI. A maioria daspessoas pensava que eram seres mitológicosou fantásticos. A pintura e o desenho era umaforma de registrar as plantas e os animais, jáque não era possível conhecer todas as espé-cies existentes no mundo.a) Relacione a imagem ao conteúdo da

legenda. Qual é a relação existente entre oconhecimento da natureza e a representaçãodo Rinoceronte de Dürer?

b) Apresente algumas suposições que poderiamexplicar o interesse dos monarcas e dos papaspor possuírem animais exóticos.

Anatomia do mundo - 1611A nova filosofia coloca tudo em dúvida[...]Os homens confessam espontaneamenteQue este mundo está acabado,enquanto nos planetas e no firmamentomuitos procuram o novo. E veem que o mundo está despedaçado mesmo em seus átomos. Tudo cai aos pedaços, toda coerência desapareceu,toda justa providência, toda relação:príncipe, súdito, pai, filho são coisas esquecidas,porque cada homem pensa ter conseguido, sozinho,ser uma Fênix...

John Donne (1573-1631). In. Paolo Rossi. O nascimento da ciência moderna na Europa. Trad. Antonio Angonese. Bauru: Edusc, 2001. p.128.

O Senhor tudo criou com conta, peso e medida.Jean Delumeau. A civilização do Renascimento. Volume II. Lisboa: Estampa, 1984. p. 149.

3 Leia o poema abaixo e responda.

A obra Rinoceronte foi criada pelo artista alemão Albrecht Dürer em 1515. Apesar de o artista ter conseguido representar um rinoceronte de maneira fiel, Dürer jamais vira um rinoceronte. A figura acima foi baseada em descrições de viajantes e em um esboço feito por um desenhista português quando, naquele mesmo ano, um rinoceronte e um elefante foram trazidos da Índia para Lisboa. Desde o Império Romano, não se via um rinoceronte na Europa e, por ser tão raro, o animal despertou grande curiosidade.

a)Por que essa afirmação traduz a mentalidade do homem renascentista?

b)Explique, por meio da afirmação acima, como a mentalidade renascentista podiaser aplicada ao comércio e aos bancos em expansão na época.

1 Leia a afirmação de Nicolau de Cusa (século XV).

a) Em dupla, conversem sobre o conteúdo do poema e o porquê do nome “Anatomiado mundo”.

b) Qual é o tema central do poema do escritor inglês John Donne? Como vocêsrelacionam o conteúdo do poema ao Renascimento?

c) Segundo o autor, o que a substituição da “velha filosofia” pela “nova filosofia”provocava no mundo, no tempo em que ele viveu?

umO comércio

aplicadacomércio

aplicadaaplicadae os bancos

aplicadabancos

aplicadaaplicadaeram administrados de forma racional e utilizando

expansãoutilizandoexpansãoexpansão

cálculosexpansão

cálculosexpansãoexpansão

cálculoscálculos matemáticos.época.

matemáticos.época.época.

matemáticos.matemáticos.

1a Para o homem renascentista, todas as coisas poderiam ser compreendidas dentro de um sistema lógico e racional que ressal-tavam a capacidade de pensar dos indivíduos.

1a

m

m

por porpor possuírem possuírempossuírem animais animaisanimais exóticos. exóticos.exóticos. Assim como monarcas epapas financiavam obras de artistas, pintores e arquitetos, além de colecionaremlivros e obras de arte também gostavam dos animais exóticos e selvagens.

Anatomia é o estudo minucioso das partes do corpo, feito a partir da separação dessas partes. O título, nessecaso, simboliza um mundo que estava sendo dissecado, passando então a ser visto sob outra perspectiva.

Na visão do autor, o novo provocava a desestabilização de todas as coisas; as ordens da natureza e dos poderes estavam alteradas, invertidas,e isto significava a perda dos valores mais importantes. O pensamento “velho” estava despedaçado, a coerência desapareceu, as velhas hierar-quias estavam esquecidas. O novo estava agora em cada ser humano que renascia sozinho simbolizado pela fênix que é o pássaro que renascedas suas próprias cinzas. Para Donne, a dúvida significava o novo, o renascimento do indivíduo capaz de pensar.

2aNo2aNo Renascimento,Renascimento, aa pinturapintura ee oo desenhodesenho foramforamosos responsáveisresponsáveis pelapela difusãodifusão dede imagensimagens quequeremetiamremetiam aa lugareslugares distantes,distantes, objetosobjetos dede inte-inte-resseresse dosdos sábiossábios ee estudiososestudiosos queque inauguravaminauguravamaa partirpartir daídaí umauma novanova visãovisão dede mundo,mundo, maismais ra-ra-cionalcional ee lógica,lógica, emem contraposiçãocontraposição comcom oo queque sesepensavapensava nana IdadeIdade MédiaMédia aa respeitorespeito dada criaçãocriação eedasdas criaturascriaturas dodo mundo.mundo. NoNo casocaso dodo rinoceron-rinoceron-tete dodo reirei dede Portugal,Portugal, suasua famafama espalhou-seespalhou-se porportodatoda aa EuropaEuropa ee váriosvários osos artistasartistas ficaramficaram muitomuitocuriososcuriosos porpor conhecê-lo,conhecê-lo, mesmomesmo queque fossefosse atra-atra-vésvés dodo desenhodesenho realista,realista, comocomo esteeste dede Dürer.Dürer.

3bTrata3bTrata dasdas transformaçõestransformações queque ocorreramocorreram sobresobreoo conhecimentoconhecimento dodo mundo,mundo, abalandoabalando asas certe-certe-zaszas existentesexistentes nono períodoperíodo anterioranterior aoao huma-huma-nismo.nismo. OO poemapoema traduztraduz aa inquietaçãoinquietação causadacausadaporpor aquelaaquela novanova visãovisão dede mundo,mundo, inauguradainaugurada nanaépocaépoca dodo Renascimento.Renascimento.

3b

2a

04.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:5904.03.09 18:09:59

222

A produção cultural renascentista3

O palácio Strozzi, em Florença, foi encomendado pelo rico banqueiro Felippo Strozzi,no final do século XV, para concorrer com o palácio dos Médici, outra família de ricosburgueses florentinos.

No início da época Moderna, o acúmulo de riqueza e a expansão do comércio nas principais cidades da Europa, sobretudo na Itália, contribuiu para a renovação urbana e para o desenvolvimento das artes e da literatura.

As cidades renascentistas As principais vias de circulação das cidades foram alarga-

das para facilitar o fluxo crescente de pessoas e mercadorias. Portos e sistemas de distribuição de água foram reformados. Antigos prédios tiveram suas fachadas remodeladas e orna-mentadas com elementos decorativos inspirados na arquite-tura greco-romana. Edifícios suntuosos foram construídos para abrigar associações de artesãos e comerciantes.

Governantes e ricos comerciantes financiaram para si a construção de belíssimos palácios. Os espaços destinados à habitação sofisticaram-se, tornando-se prova material da ri-queza e do poder de seus proprietários.

No interior dessas habitações, multiplicaram-se os cômodos destinados a funções específicas, como o descanso de seus mora-dores, as reuniões sociais, a leitura ou o trabalho. Salões arejados e espaçosos valorizavam o conforto dos moradores. Colunas, ca-pitéis e frontões distinguiam as residências dos indivíduos mais importantes e ricos dos demais imóveis da cidade.

sOb a PersPectiva de brunelleschiUma das descobertas maisrelevantes do Renascimentofoi a da perspectiva, feitapelo florentino FilippoBrunelleschi (1377-1446). Issonão significa que os artistasda Antiguidade e da IdadeMédia desconhecessem astécnicas de profundidadepara pintarem suas obras.Contudo, Brunelleschiinventou uma maneira dereproduzir a profundidadeem desenhos arquitetônicosque lhe permitia encontrar aproporção exata da distânciae do tamanho das figurasdentro de uma cena, algopraticamente impossível dese calcular a olho nu.Filho de um escrivão dedocumentos públicos,Brunelleschi tornou-seourives muito jovem ededicou-se, além dessa arte,à arquitetura, à pintura e aodesenho.

Cúpula da igreja de San Lorenzo,em Florença, planejada porBrunelleschi em 1421.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2223P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 222 04.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:0204.03.09 18:10:02

223

O gêniO de LeOnardO

No Renascimento, o conhecimento não era compartimentado em áreas independentes como é hoje. Assim, artistas e pensadores debruçaram-se com o mesmo interesse sobre os diversos campos do saber.Talvez Leonardo da Vinci (1452-1519) seja o melhor representante do espírito da época. Dono de um temperamento inquieto, Leonardo foi um pesquisador incansável, buscando sempre soluções originais para os problemas que encontrava. Só para citar alguns exemplos, dominava conhecimentos de química, anatomia, matemática, óptica e geometria.

AsartesplásticasOs pintores e escultores do Renascimento procuravam re-

produzir o ideal clássico de beleza. Assim, inspirados pelos gregos e romanos da Antiguidade, buscavam nas suas compo-sições artísticas a harmonia das proporções e o equilíbrio. Para conseguir uma reprodução naturalista do homem e do mundo, os artistas desse período também se esforçaram para conferir movimento às suas obras e exprimir nelas os senti-mentos humanos.

Embora a arte tenha sido sempre um dos elementos funda-mentais da cultura europeia, a partir do século XIV, com as dis-putas entre as cidades italianas, muitos artistas se destacaram por inovarem nas técnicas e formas de representar. Costuma- -se atribuir a inauguração dessa nova época ao pintor floren-tino Giotto di Bondone (1266-1337), cuja fama correu em toda a península por ter criado afrescos que representavam a vida de Cristo de modo muito realista. Giotto foi o recriador do volume dos elementos na pintura, através de técnicas de dese-nho e cor ele conseguia dar às imagens uma forma dramática e realista, algo que estava em desuso há mais de mil anos. Outro caso mais tardio foi o flamengo Jan van Eyck (1390-1441) que descobriu a tinta a óleo, conseguindo produzir grande varieda-de de cores e matizes em seus quadros.

Quanto à escultura, tornou-se uma arte independente da arquitetura. As obras passaram a valorizar as formas huma-nas, inclusive com a multiplicação das representações de cor-pos nus e seminus. Os corpos e as faces ganharam expressão e movimento.

Em todas as esfe ras, a arte renascentista representou uma grande variedade de temas, que iam das cenas mitoló-gicas às passagens bíblicas, passando pelos retratos e episó-dios históricos.

A Pietà (1498-99), de Michelangelo (1475-1564), representa Cristo morto no colo de Maria e expressa a dor, muito humana, de uma mãe que acaba de perder seu filho. Basílica de São Pedro, Vaticano, Itália.

Para criar figuras humanas naturais como as da obra Virgem e o menino com Sant’Anna (1508), Leonardo da Vinci desenvolveu a técnica do sfumato. A sobreposição de várias camadas de tinta produzia uma textura semelhante à da pele humana. Museu do Louvre, Paris.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 223 05.03.09 18:23:23

224

O POvO cOmO herói

Luís Vaz de Camões nasceuem Lisboa, por volta de 1524.Apesar de sua linhagemnobre, era pobre e estudougraças à proteção do tio, priordo mosteiro de Santa Cruz.Ainda jovem foi exilado porcausa de uma briga de ruae passou dezessete anosviajando pelos continentesafricano e asiático. Duranteesse tempo, começou aescrever Os lusíadas, umanarrativa poética cujo grandeherói é o povo português,representado pelosnavegantes que, paraa glória de seu rei, enfrentammonstros míticos e todasorte de perigos durante umaviagem ao Oriente.Dedicado ao rei domSebastião, Os lusíadas foipublicado em 1572. Apesarda pensão que o monarcalhe concedeu como prêmio,Camões morreu miserável,por volta de 1580.

Retrato de Luís Vaz de Camões, de1581. O olho cego foi consequênciade um ferimento numa luta contraos árabes, na época em que serviu oexército português.

A literatura e as línguas nacionaisA literatura renascentista também se baseou nas obras

dos autores gregos e romanos e retomou os gêneros da li-teratura clássica. Assim, seguiu os modelos dos poemas épicos, da poesia lírica, da tragédia e da comédia.

Contudo, a literatura do Renascimento também inovou ao explorar as particularidades das línguas nacionais em formação e a realidade política, cultural e histórica de cada região ou país.

Dante Alighieri (1265-1321), por exemplo, explorou a sonoridade do italiano ao criar os versos do poema épico A di-vina comédia, no qual se imagina sendo conduzido do Inferno ao Paraíso pelas mãos de Virgílio, para, finalmente, encontrar a salvação junto à bela Beatriz.

O poeta italiano O poeta italiano Francesco PetrarcaPetrarca (1304-1374) foi con-

siderado o pai do Humanissiderado o pai do Humanis-mo porque foi o primeiro mo porque foi o primeiro escritor a valorizar o estudo das obras gregas e latinas da Antiguidade. Foi tam-bém o primeiro a qualifi-

car a Idade Média como uma car a Idade Média como uma época de “trevas”. Fez muitas época de “trevas”. Fez muitas

viagens pela península Itálica e viagens pela península Itálica e também pela Europa, visitando também pela Europa, visitando

bibliotecas e monumentos bibliotecas e monumentos antigos. Nos lugares por

onde passou manteve contato com várias famí-lias de nobres italianos e com os mais importantes intelectuais da época em

que viveu. Escreveu poemas em italiano e, ao lado de Dan-te e de outros poetas da região da Toscana, ele contribuiu para o aprimoramento do idioma italiano. Em seus escritos, Petrarca exaltava a grandeza da natureza humana. Como re-conhecimento público da grandiosidade de sua obra, o poeta Petrarca recebeu uma coroa de louros, em 1341. A cerimônia, muito corriqueira na Antiguidade, teria sido celebrada pela primeira vez no século XIV.

O espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616) explorou a realidade espanhola ao escrever Dom Quixote de la Mancha, uma sátira à sociedade feudal. Desde a sua publicação em 1640, Dom Quixote de La Mancha já foi traduzido para diversas línguas e es-tima-se que, depois da Bíblia, seja o livro mais lido no mundo.

O inglês William Shakespeare (1564-1618) escreveu pe-ças de teatro, como Romeu e Julieta e Hamlet, que ainda hoje são encenadas em todo o mundo.

1. Por que as cidadesrenascentistas semodernizaram e sesofisticaram no início daépoca Moderna?

2. Quem foi Leonardo daVinci?

3. Cite exemplos derepresentantes daliteratura renascentista.

Verifique o que aprendeu

Retrato de Petrarca, século XVI. Galleria Sabauda,Turim, Itália.

2 Foi um gênio que viveu na época do Renascimento, na península Itálica. Leonardo talvez seja o melhor representante dessa época por atuar, aomesmo tempo,

gêniotempo,gênio quetempo,

quenas mais diferentes

épocadiferentes

épocaáreasRenascimento,

áreasRenascimento,

do conhecimentopenínsula

conhecimentopenínsula

e daspenínsula

daspenínsula

artes.3 Dante Alighieri, Petrarca, William Shakespeare, Luís Vaz de Camões, entre outros.

1 O acúmulo de riquezas obtido com o comércio foi aplicado na modernização das cidades, na construçãode suntuosos edifícios, no alargamento dasruas, etc. Além de melhorar o fluxo de pessoas e de mercadorias, a modernização das cidades era um sinal da prosperidade dos comerciantes e dos go-vernantes que ali viviam e que queriam demonstrar sua riqueza e poder.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2243P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 224 04.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:0704.03.09 18:10:07

225

Atividades

1 A A imagem ao lado, uma repro-dução da obra La Gioconda, deLeonardo da Vinci, está expostano Museu do Louvre, em Paris,França. Essa tela foi pintada entre1502 e 1506 e é popularmente co-nhecida pelo nome de Mona Lisa.

a)Em dupla, conversem sobre atela de Da Vinci. O que maischamou a atenção de vocêsnessa obra?

b)Crie um desenho com sua pró-pria versão da Mona Lisa.

c)Registre no caderno o que vocêvalorizou da pintura de Leonar-do da Vinci, para criar o seu de-senho.

d)Em sua opinião, o desenhoque você criou tem influênciadas pinturas da época do Re-nascimento? Justifique suaresposta.

e) Em dupla, observem atenta-mente a imagem da Mona Lisa,procurando identificar quaiselementos poderiam servir deexemplos para se definir umapintura renascentista.

2 Além de se dedicar à pintura, Leonardo da Vinci também tinha outros interesses nocampo do saber.

a) Pesquise informações sobre em quais áreas do conhecimento ele atuou e regis-tre suas descobertas no caderno.

b) Escreva um texto procurando explicar por que Leonardo da Vinci é consideradoo maior representante da época do Renascimento.

3 A frase a seguir faz parte da obra Vidas de Dante e Petrarca, escrita por LeonardoBruni, em 1436. Leia-a e responda o que se pede.

a) Do que trata a frase?

b) A obra de Leonardo Bruni se refere a Dante e a Petrarca. Quem foram essaspersonalidades?

c) Considerando o que você estudou neste capítulo, o que Petrarca e Dante Alighie-ri tinham em comum?

[Petrarca] foi o primeiro a possuir bastante graça e gênio para poder distinguir e eviden-ciar a antiga elegância do estilo [de escrever] [...]

Leonardo Bruni. Vidas de Dante e Petrarca, 1436. In: Jean Delumeau. A civilização do renascimento. Volume 1. Lisboa: Estampa, 1984. p. 85.

Do estilo elegante de escrever de Petrarca.

O italiano Dante Alighieri, autor do poema épico A divina comédia, e Francesco Petrarca, escritortambém italiano são considerados os precursores da Humanismo.

Foram contemporâneos, eram italianos e a alta qualidade de seus escritos contribuiu para aprimorar o idioma italiano.

O ideal clássi-co de beleza,

Resposta pessoal.

Resposta pessoal.

M

1b Professor: acompanhe atentamente a produção dos alunos procurando orientá-los quando for solicitado.

Leonardo da Vinci era um pesquisador incansável e, além das artes plásticas, ele dominavaconhecimentos de anatomia, matemática, química, óptica, geometria, entre outras.

2b2bProfessor: espera-se

que o aluno reconheçaem Leonardo um au-têntico representantedo Renascimento porcausa da diversidadede interesses e de ta-lentos que se manifes-tava nele. No Renasci-mento, o conhecimentonão estava comparti-mentado em áreas dis-tintas, como está atual-mente.

1b

1d

a harmonia das proporções, o desenho em perspectiva, o uso da técnica do sfumato são respostas possíveis.

1d Resposta pessoal. Professor: ajude os alunos no reconhecimento desses detalhes. Veja por exemplo, se houve uma tentativa em reproduzir a profundi-dade do quadro, as feições perfeitas, o equilíbrio entre as cores, etc. Considere também que o desenho do aluno poderá ter sido somente inspirado noquadro da Mona Lisa, sem necessariamente reproduzir qualquer elemento que remeta ao Renascimento. Mesmo neste caso, espera-se que o aluno sejacapaz de argumentar por que sua produção não faz referência à época de Leonardo da Vinci.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2254P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 225 05.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:2205.03.09 18:24:22

226

A produção artística das cidades italianas e do norte da Europa entre o final do século XIII e o início do século XVI é marcada por uma enorme diver-sidade de estilos.

Essa diversidade é resultado do fato de cada artista ter buscado imprimir ao seu trabalho características particula-res, que os diferenciassem dos outros. Assim, apesar de as obras renascentis-

tas exibirem certas características em comum, como a inspiração em mo-delos greco-romanos e a valorização das formas e sentimentos humanos, é possível distinguir estilos muito dife-rentes em seu conjunto.

A busca de individualidade foi afirma-da também pela prática de os artistas as-sinarem suas obras, deixando uma marca inconfundível de sua personalidade.

Arte renascentista

QuemvisitaaCapelaSistina,noVaticano,emRoma,ficafascinadodiantedaobramonumentaldeMichelangelo,oafrescoquecobreotetodacapela.Feitaentreosanos1508e1512,aobraretratacenasepersonagensdoAntigoTestamentoemcentenasdefigurasricamentedetalhadas.

m

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 226 04.03.09 18:10:10

227

Naarterenascentistaflamenga,Pieter

Brueghel,oVelho(1525?-1569)merecedestaque.Brueghel

gostavamuitodepintarpaisagensecenasdocotidianopopular.Em

O casamento camponês,de1568,podemos

encontrarumexemplodaformaumtantocaricataecômica,àsvezesgrotesca,

comoopintorretrataasfigurashumanas.

KunsthistorischesMuseum,Viena,Áustria.

DetalhedeA última ceia(1495-97),pintadaporLeonardo da VincieexpostanoconventoSantaMariadelleGrazie,emMilão,Itália.Aobrafoifeitanaparededorefeitóriodoconvento,simulandoumaextensãodopavimento.Nela,daVinciexperimentouumanovatécnicadepinturadeafrescos,desenvolvidaporele.Contudo,atécnicaapresentouresultadosdecepcionantes:empoucotempoapinturacomeçouarachareasoltar-sedaparede.

Atividades

1 Observeaimagemdapágina226eleiaalegenda.Compare-acomaimagemdeaberturadestecapítulo.Useseusconhecimentossobreoassuntoeresponda.a)Porqueessaobraétãodetalhada?

b)Qualéarelaçãoentreasduasimagens?

2 Troqueideiascomumcolegasobreasduaspinturasdestapágina.a)Naopiniãodadupla,oquecadaumadascenasrepresenta?

b)Oqueháemcomumentreasduascenasenoqueelassãodiferentes?

EsseafrescofoipintadoporMichelangelonotetodaCapelaSistina,noVaticanoeécompostodecenasquecontamacriaçãodomundo,segundoa Bíblia.Ariquezaemdetalheseéumtraçodapinturarenascentista,queseinspiravanaAntiguidadeclássica.

Aimagemdeaberturaéumdetalhe(umacena)doafrescocomoumtodo,representadonaimagemdapágina226

Cadaumadascenasrepresentaumbanquete.

Excluindoofatodeasduascenasretratarembanquetes,asduascenassãobemdiferentes.EnquantoaobradeLeonardodaVincirepresentaaúltimaceiadeJesusCristocomseusapóstolos,aobradeBrueghelrepresentaumcasamentocamponês.Naprimeira,nota-seaprofundida-dedoquadroeariquezadedetalhesdospersonagens,umtantoausteros.Jáasegunda,temumcarátermaisalegre,retratandoumacenadocotidianopopular.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 227 04.03.09 18:10:11

228

Nessaobrade1434,denominadaO casal Arnolfini,oflamengoJan van Eyck(1390-1441)retrataoricocomercianteGiovannidiNicolaoArnolfininoquartoconjugal,aoladodesuaesposa.Nofundodocômodo,vemosumespelhoquerefleteaimageminvertidadocasaledemaisduaspersonagensqueestariam“fora”doquadro(possivelmente,umadelaséoprópriopintor).Paraoscríticos,ocachorroaospésdajovemesposaéumsímbolodefidelidade,eavelaacesanocastiçal,emplenaluzdodia,estáassociadaàpresençadoDivinoEspíritoSanto.NationalGallery,Londres,Inglaterra.

Rafael Sanzio(1483-1520).NatelaA

sagrada família(c.1506)foramutilizadasas

técnicasdeperspectivaevolume.Maria(àdireita)

eIsabelsentadastêmnocoloseusfilhosJesus

eSãoJoãoBatista,respectivamente,sobo

olharatentodeSãoJosé.AltePinakothek,Munique,

Alemanha.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 228 04.03.09 18:10:14

229

Giotto di Bondone (1267-1337) é considerado um dos precursores da arte renascentista. Embora ainda se mantivesse restrito aos temas religiosos, tão característicos da arte medieval, valoriza em suas obras o aspecto humano e a individualidade das personagens, buscando representá-las de maneira mais naturalista, como neste mural, intitulado São Francisco renunciando a todas as posses mundanas, 1297-1299. Exposto na Igreja de S. Francisco, Assisi, Itália.

Atividades

1 Sobre as duas imagens da página 228, procure decifrar:a) O que mais chama a sua atenção nelas?

b) Quais são os pontos em comum entre as duas pinturas?

2 Descreva a imagem desta página, feita por Giotto. Considerando as informações da legenda, que mensagem o artista quis comunicar quando criou essa obra?

Resposta pessoal. Professor: incentive os alunos a buscar aspectos interessantes nas imagens.

Trata-se de uma cena de rua, com várias personagens religiosas. Uma delas representa São Francisco renunciando às coisas materiais da vida. Giotto valorizou, nesta obra, o aspecto humano e a individualidade das personagens, retratando-as de maneira naturalista.

Ambas retratam cenas de famílias. A obra de Sanzio representa a Sagrada Família, tendo, portanto, um caráter religioso. A obra de Jan van Eyck retrata um casal burguês.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 229 05.03.09 18:24:56

230

As sociedades da Mesopotêmia1a igreja abaladaNo final da Idade Média, apesarde seu enorme poder, a Igrejaenfrentou muitos problemas,como uma longa cisão nopapado, o desentendimentoentre o clero secular e oregularregular, e denúncias de padrescorruptos. Principalmenteno campo, o baixo cleromostrava-se despreparadopara orientar a comunidadecristã, justamente quandoacontecimentos, como apeste, o avanço turco noOriente e as sucessivas crisesde fome faziam aumentarnos fiéis o medo do JuízoFinal e a preocupação com asalvação de suas almas. Semconhecer as Escrituras, muitos

fiéis criavam sua própriaversão do cristianismo,proliferando as heresias.

A reverência de São Franciscopela Natureza e suas críticas

ao alto clero colocaram-nomuito perto de ser condenado

por heresia.Detalhe da tela de

El Greco, São Francisco

recebendo o Stigmata,

século XVI.

A Reforma protestante4A propagação das ideias humanistas provocou

crises na relação dos fiéis com a Igreja católica. Vários dogmas religiosos foram contestados e críticas foram feitas à riqueza e à corrupção do clero. Em toda a Europa, líderes religiosos pregavam novas ideias e exigiam a reforma da Igreja. Recebiam o apoio de reis e príncipes que, interessados em diminuir o poder da Igreja, ajudaram a fundar novas religiões.

A Igreja contestadaNo final da Idade Média começaram a despontar líderes reli-

giosos, geralmente membros da própria Igreja, que propunham reformas nas práticas e dogmas católicos.

No século XIV, o sacerdote e professor de teologia inglês John Wycliffe criticou a riqueza acumulada pela Igreja e seu envolvi-mento em assuntos não religiosos. Questionou a autoridade do papa, defendeu publicamente uma revolta camponesa e colocou em dúvida o dogma católico segundo o qual, durante a missa, o pão e o vinho são transformados no corpo e sangue de Cristo. Foi o responsável pela primeira tradução da Bíblia para o inglês.

Acusado de heresia, desafiou os tribunais eclesiásticos e só não foi condenado à morte porque morreu antes.

De origem camponesa, o também sacerdote e professor tche-co Jan Huss defendeu, no século XV, a ideia de que a presença de intermediários entre seres humanos e Deus era dispensável. Huss lutou pela realização do culto religioso nas línguas nacio-nais, argumentando que assim ele poderia ser compreendido pelos fiéis que, na maioria das vezes, não falavam o latim. Foi crí-tico feroz da venda de indulgências e do envolvimento dos papas em questões políticas. Por causa disso indispôs-se com o papa e foi condenado à morte em uma fogueira por heresia.

PerdãO à venda

Uma das maiores críticas à Igreja referia-se àvenda de indulgências.

A indulgência era o perdão do pecado. Geral-mente, o fiel a recebia do padre depois de se con-fessar e cumprir uma penitência. Porém, para ter-minar a construção da basílica de São Pedro, o papaLeão X determinou que a concessão da indulgênciaficasse condicionada a uma doação em dinheiro àIgreja. Essa atitude provocou uma onda de indigna-ção e de protestos.

Xilogravura de c. 1530, por Jorg Breu (c. 1475-1537).A imagem retrata fiéis pagando pelas indulgências.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2303P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 230 04.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:1604.03.09 18:10:16

231

A Reforma LuteranaO monge alemão Martinho Lutero (1483-1546) sempre

manifestou grande preocupação com a salvação da alma. Ao longo de seus estudos, concluiu que nada do que o ser huma-no fizesse poderia lhe garantir o perdão divino e que apenas a verdadeira fé seria capaz de atrair a graça de Deus. Por isso, atacou a ideia de que a Igreja poderia conceder a salvação aos fiéis, opondo-se à venda de indulgências.

Em 31 de outubro de 1517, Lutero pregou na porta da igre-ja de Wittenberg 95 teses. Entre outras coisas, as teses dis-cutiam a autoridade do papa e defendiam a aceitação apenas da Bíblia como fonte de fé. Também rejeitavam a adoração de símbolos religiosos, os santos e boa parte dos sacramentos.

A oposição do papa Leão X a várias das propostas de Lute-ro deu início a um confronto que acabou com a excomunhão do monge. Contudo, sob proteção do príncipe Frederico da Saxônia, Lutero continuou suas atividades, traduzindo a Bí-Bí-Bíblia para o alemão e escrevendo trabalhos de teologia. A di-fusão de suas ideias, para outras regiões da Europa, como a dos Países Baixos, França e Suíça, fez eclodir o movimento religioso que terminou numa ruptura entre a Igreja católica e parte da comunidade cristã.

O apoio a LuteroNo século XVI, a Alemanha ainda não era um país, mas um

conjunto de principados e cidades submetido à autoridade do imperador Carlos V, que era apoiado pela Igreja católica.

Para a nobreza alemã, romper com o papa significava en-fraquecer o imperador e aumentar o próprio poder. Além dis-so, os príncipes pensavam em se apossar dos bens da Igreja. Também a burguesia e o povo viam nesse rompimento uma chance de diminuírem os impostos que eram obrigados a pa-gar. Assim, quando foi punido pelo papa, Lutero contou com a proteção dos príncipes alemães e o apoio da população.

glOssáriO

Clero secular e regular: o clero secular era formado por padres e bispos, que viviam em contato constante com o mundo leigo, acompanhando sua rotina. Já o clero regular era formado pelos frades e monges, que viviam fechados em mosteiros ou conventos, sujeitos a regras especiais.

Em 1529, a decisão da Igrejade banir Lutero do SacroImpério Germânico, apoiadapor Carlos V, despertouprotestos violentos de seispríncipes e catorze cidadesalemãs. Desde então,os adeptos das religiõesreformadas passarama ser conhecidos comoprotestantes.

Origem dO termO PrOtestante

luterO e a insurreiçãO camPOnesa

Em 1525, o pastor Thomas Müntzer, um seguidor radi-cal de Lutero, liderou os camponeses alemães numarebelião contra seus senhores. Em suas reivindicações, osrebeldes misturavam questões religiosas — como a liber-dade para escolherem seus pastores — e sociais — como aabolição da servidão e a diminuição dos impostos.

Lutero, que defendia a manutenção da ordem sociale da hierarquia estabelecida, apoiou a repressão aosrevoltosos.

Martinho Lutero, porLucas Cranach(1472-1553), oVelho, 1529.Museu PoldiPezzoli,Milão, Itália

Cerca de cinco mil pessoas morreram na Alemanha, em 1525, e ThomasMüntzer acabou preso, torturado e decapitado. Ao lado, representação de

Thomas Müntzer, óleo sobre tela do artista R. Weibezohl, de 1832.

04.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:1904.03.09 18:10:19

232

km

0 360

OCEANO ATLÂNTICO

MAR MEDITERRÂNEO

MAR DONORTE

LegendaCatólicos

Luteranos

Calvinistas

Anglicanos

IRLANDA

ESCÓCIA

FRANÇA

PORTUGAL ESPANHARoma

Wittenberg

SUÉCIA

DINAMARCA

NORUEGA

INGLATERRA

SUÍÇAGenebra

SACROIMPÉRIOROMANO

GERMÂNICO

EUROPA

ÁFRICA

PAÍSESBAIXOS

MAR NEGRO

MAR BÁLTICO

A divisão religiosA dA europA (século Xvi)

1. O que eram indulgências?

2. Identifique duas razões para a eclosão da Reforma protestante na Europa do século XVI.

3. O que os calvinistas consideravam como sinal de salvação da alma?

Verifique o que aprendeu

AReformasealastraEntre as correntes protestantes que surgiram com base

nas ideias de Lutero, destaca-se o calvinismo, resultado das pregações de João Calvino (1509-1564) na França.

O calvinismo, como o luteranismo, rejeitava a autoridade do papa, os santos e a maioria dos sacramentos. Defendia que somente por meio da Bíblia os fiéis podiam conhecer a palavra divina e que a relação do homem com Deus não necessitava da intermediação do padre. Também dizia que apenas a fé sal-vava, mas pregava que as pessoas já nasciam predestinadas ao Céu ou ao Inferno. Assim, nenhuma ação humana poderia mudar uma decisão divina, que permanecia como mistério.

A dúvida sobre o que Deus havia decidido para cada um era muito angustiante. Por isso, os seguidores de Calvino preocu-param-se em identificar algum sinal de que estavam predesti-nados à salvação. Como o trabalho árduo e a vida regrada e sem ostentação dos calvinistas favoreciam o enriquecimento, logo o sucesso material passou a ser visto como sinal de salvação.

AReformanaInglaterra:HenriqueVIIINa Inglaterra, a Reforma protestante não envolveu re-

ligiosos. O movimento foi liderado pelo rei Henrique VIII (1509-1547), que desejava se livrar da interferên cia do pa-pado em seu governo.

Alegando a necessidade de gerar um herdeiro para o tro-no, o rei solicitou ao papa a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, com quem não tinha filhos homens.

Diante da recusa do papa, o rei decidiu romper com a Igreja de Roma. Para isso, fez com que o Parlamento inglês aprovas-se o Ato de Supremacia (1534). Por meio dele, o rei se tornava

o chefe único e supremo da Igreja na Inglaterra. Henri-que VIII então divorciou-se e se casou com Ana Bolena.

Pouco tempo depois, o rei dissolveu mosteiros e confiscou as propriedades e terras da Igreja católica.

A nova Igreja, denomina-da anglicana, apresentava poucas diferenças em relação ao catolicismo. Praticamen-te, limitava-se a rejeitar a autoridade do papa e modifi-car parte da liturgia católica. O soberano inglês passava a ser o chefe supremo da Igreja anglicana.

Henrique VIII por Hans Hoebein, o Moço (1497-1593). Óleo sobre madeira, 1536-7.

Fonte: Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha de S. Paulo, 1995. p. 179.

1 Indulgência era o perdão concedido pelo papa ao fiel pelos pecados cometidos.

2 A corrupção do clero e a incapacidade da Igreja católica em adaptar seus rituais e dogmas às mudanças da época.

3 O sucesso material proveniente do traba-lho e do esforço pessoal.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 232 06.03.09 14:20:31

233

Atividades

1 Leia Leia o trecho abaixo do livro História da Inglaterra, escrito pelo monge inglês Tho-mas Walsingham, no século XV.

a)Segundo o texto, por que as autoridades seculares contestavam?

b)Na prática, qual era o interesse das autoridades seculares?

c)Com base no que você estudou neste capítulo, é possível afirmar que membros daIgreja católica perderam de fato suas propriedades após Reforma? Justifique.

3 Identifique Identifique as principais críticas feitas à Igreja católica.

4 Compare Compare as ideias de Martinho Lutero e João Calvino.

5 Levante Levante uma hipótese para explicar por que as ideias reformistas conseguiramtriunfar em várias regiões da Europa, nos séculos XV e XVI, apesar da oposição daentão poderosa Igreja católica.

6 O O anglicanismo surgiu de uma desavença entre o rei Henrique VIII da Inglaterra eo papa da Igreja católica Clemente VII. Levante informações em livros e na internetsobre essa religião e investigue se ela ainda existe.

Nesse tempo surgiu na Universidade de Oxford [Inglaterra] um homem do Norte chamado mestre John Wycliffe. Era um secular na teologia. Sustentava publicamente, nas escolas e fora delas, conclusões publicamente, nas escolas e fora delas, conclusões erradas e heréticas, contrárias ao estatuto da igreja universal e absurdas, principalmente contra os mon-ges e outros religiosos, semeando palavras veneno-sas. Para melhor espalhar a sua heresia e apresentá-la sob cores atraentes, agrupou em redor de si [...] com-panheiros e associados de sua seita, quer moradopanheiros e associados de sua seita, quer morado-res de Oxford quer fora, vestidos de burel em sinal de maior perfeição, descalços, e insinuavam os seus erros ao povo e pregavam-nos abertamente nos seus ser-erros ao povo e pregavam-nos abertamente nos seus ser-erros ao povo e pregavam-nos abertamente nos seus sermões.

Gustavo de Freitas. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1977. p. 157.

Os mesmos sentimentos de hostilidade aos poderes da Igreja cresciam, nos anos que antecederam a Reforma, na voz das próprias autoridades seculares. O primeiro ponto que contestaram foram os privilégios e jurisdições a que o estamento clerical aspirava tradicio-nalmente. Essa objeção muitas vezes se acompanhava de uma tentação, cada vez maior, a deitar os olhos de cobiça sobre as vastas extensões de terra que, por aquele tempo, eram propriedade de bom número de comunidades religiosas. Quentin Skinner. As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 339.

Glossário

Herético: aquilo que se desvia dos ensinamentos e das concepções aceitos como verdadeiros pela Igreja ou que os distorce, propositadamente ou não.Burel: hábito de frade feito com tecido grosseiro, geralmente preto ou marrom.

a)Qual é o tema do texto?

b)O autor do texto faz um relato neutro dos fatos que narra? Explique.

c)Que intenções você considera que o autor pudesse ter ao escrever o textoacima?

2 Leia o texto a seguir e responda às questões.

4 Tanto Calvino como Lutero rejeitavam a autoridade dopapa, a adoração aos santos e vários dos sacramentos ca-tólicos. Defendiam que somente por meio da Bíblia os fi-éis poderiam conhecer a palavra divina e por meio dela éque o indivíduo poderia estabelecer uma relação direta epessoal com Deus. A ideia de que só a fé salva também écaracterística dos dois líderes, mas, para Calvino, as pesso-as já nascem predestinadas ao Céu ou ao Inferno. Para oscalvinistas, o sinal da salvação da alma seria a obtenção desucesso material na vida terrena.

As pregações de John Wycliffe, contrariando as regras e os dogmas católicos.

1b Não. Sendo ele monge, mostra seu descontentamentocom as ideias de Wycliffe os padres seculares, chamando-os de “heréticos”, julga-osusando expressões do tipo: “conclusões erradas”, “insinuavam seus erros”, ideias “absurdas” e “palavras venenosas”.

A intenção era a dedesestimularadifusãodeideiasreformistas,preservandoahierarquiaeatradiçãocatólicas.

1b

Contestavama)Segundo

Contestavama)Segundoa)Segundo

os privilégios e o poderpor

poderporpor que

poderqueque

daque

daqueque

Igreja.

As terras.prática,

terras.prática,prática,

De acordo com o texto, não é possível afirmar que, de fato, eles perderam propriedades, mas se viram ameaçados, certamente.

Professor: oriente os alunos para esta pesquisa, incentivando-os a considerar aquilo que já sabem sobre o assunto para buscar aampliação desse conhecimento.

As ideias reformistas triunfaram por causa dos abusos cometidos pela Igreja evinham ao encontro da necessidade de certos governantes absolutistas de au-mentar o poder político.

3 A corrupção, a venda de indulgências, o acúmulo deriquezas, a proibição do casamento para o clero, entreoutras. Lutero contestava ainda a autoridade do papa,a adoração de imagens e dos santos e boa parte dossacramentos católicos, explicitadas em suas 95 teses.

4

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2334P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 233 05.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:0305.03.09 18:26:03

234

Diante da propagação das ideias reformistas pela Europa, a Igreja católica empreendeu um movimento chamado de Contrarreforma, na tentativa de reconquistar os fiéis, conter o avanço do protestantismo e reorganizar o catolicismo.

O Concílio de TrentoEntre 1545 e 1563, o papa Paulo III reuniu os represen-

tantes máximos da Igreja católica em um concílio, realizado na cidade de Trento, na atual Itália, para discutir as questões de disciplina religiosa e os dogmas da Igreja.

O Concílio de Trento reafirmou todos os pontos da doutri-na católica e deixou claro que a Igreja era contrária às propostas reformistas. Foi reafirmado o livre-arbítrio e, portanto, a ideia de que os seres humanos são livres para decidir suas ações. Reafir-maram-se também a autoridade do papa, os sete sacramentos (o batismo, a crisma, a penitência, a eucaristia, a extrema-unção, a ordenação sacerdotal e o casamento), o culto à Virgem Maria e aos santos e a obrigação do clero manter o celibato.

O Concílio também determinou que se publicasse um re-sumo didático da doutrina católica, o catecismo; e a criação de seminários, escolas especiais para os sacerdotes, para melho-rar a formação intelectual e religiosa do clero.

O Concílio de Trento, retratado nessapintura do século XVII, de autor

desconhecido, representou a reaçãoda Igreja católica à expansão do

protestantismo na Europa. Secretaria deEstado, Vaticano, Itália.

A Contrarreforma5

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2343P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 234 04.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:2304.03.09 18:10:23

235

A HeresiA cátArA

Iluminura, do século XV, representa castigo dos cátaros. Biblioteca Britânica, Londres.

Em 1022, na região francesa de Orleans, um grupo de cônegos passou a defender publicamente ideias contrárias aos dogmas católicos. Os chamados cátaros acreditavam na reencarnação, defendiam uma relação direta entre os seres humanos e Deus e negavam a Santíssima Trindade.A ação do grupo propagou-se rapidamente pelo Landguedoc, no sudeste da França, assustando a Igreja, que, em 1215, no Concílio de Latrão, decidiu pela eliminação dos cátaros.

Inquisição,políticaesociedadeO Tribunal do Santo Ofício sofreu grandes mudanças a

partir do início do século XV e sobretudo durante o Concí-lio de Trento. Para conseguir reagir à força dos movimentos protestantes e reformistas, considerados heresias dentro da doutrina cristã, o papa contou com o apoio e colaboração das monarquias europeias que continuavam professando o catoli-cismo. Assim, os Tribunais do Santo Ofício adquiriram pode-res de vigilância e punição vinculados às monaquias e aos po-deres políticos. Espanha, Portugal e algumas cidades italianas criaram seus próprios tribunais, com autorização papal, no intuito de impedirem o fortalecimento de heresias dentro de seus domínios, incluindo as novas conquistas ultramarinas.

Os reis de Portugal e Espanha passaram, então, a controlar também a fé de seus súditos leigos, graças à existência da Inqui-sição, embora as funções e cargos continuassem sendo ocupa-dos pelos membros do clero. Essa aliança poderosa durou mais de três séculos e conseguiu barrar a entrada de ideias conside-radas perigosas à fé católica. Os judeus que tinham sido bastan-te tolerados na península Ibérica desde os tempos do Império Romano também passaram a ser perseguidos pela Inquisição, sendo obrigados a se converterem ao cristianismo, e desde os finais do século XV eram chamados de cristãos novos.

Nos outros reinos da Europa onde não havia a Inquisição também cresceu a intolerância, sendo criadas várias insti-tuições que perseguiam os chamados “desviantes da fé” ou “infiéis”, além dos judeus, os muçulmanos, as feiticeiras e os hereges. Foi um tempo de extrema perseguição em todos os países.

OslivrosproibidosNo campo da cultura, um fato muito importante foi a

criação da Censura Inquisitorial, por meio da qual eram con-trolados os livros com ideias protestantes, contestadoras e que defendiam a liberdade de interpretação. Muitos filóso-fos, sábios, físicos e artistas foram censurados e perseguidos pela Censura Inquisitorial e suas obras incluídas no Índice dos Livros Proibidos, criado e divulgado a partir da reali-zação do Concílio de Trento. Os censores do Tribunal liam tudo o que deveria ser publicado, cortavam partes do texto, prendiam e interrogavam pessoas que liam os livros estran-geiros vetados. Alguns dos livros de autores mais célebres do Humanismo ficaram proibidos durante séculos nas escolas e universidades católicas, como os de Erasmo de Rotterdam, Nicolau Maquiavel, Giordano Bruno, entre outros. Estes li-vros chegavam clandestinamente aos leitores que eram pre-sos e interrogados como hereges se fossem denunciados por algum parente, amigo ou mesmo por um vizinho.

Pintura do espanhol Pedro Berruguete (1450-1504), c. 1495, representando um auto de fé. Nesses eventos, os juízes liam a pena dos réus e estes eram punidos diante da comunidade. Museu do Prado, Madri, Espanha.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 235 05.03.09 18:27:02

236

A Companhia de JesusA Companhia de Jesus foi fundada em 1534, pelo nobre

militar espanhol Inácio de Loyola (1491-1566). Essa ordem re-ligiosa tinha como objetivo difundir o catolicismo pelo mundo, mantendo-se o mais fiel possível à doutrina da Igreja.

Os integrantes da Companhia de Jesus eram os jesuítas. Ficaram conhecidos como “soldados de Cristo”, devido à sua dedicação ao trabalho missionário e à estrutura da ordem, ca-racterizada pela obediência à hierarquia e pela disciplina rígi-da, semelhante à organização militar.

Os jesuítas tinham elevado grau de instrução e a educação foi uma das suas atividades principais. Por meio da pregação e da catequese, convertiam os povos da América, África e Ásia ao catolicismo e convenciam os fiéis a manterem seus laços com a Igreja.

Os jesuítas espalharam-se pela Ásia, África e América e es-tiveram entre os primeiros colonizadores a pisar em solo ame-ricano, onde buscaram se aproximar da cultura nativa para de-senvolver estratégias de conversão dos indígenas à fé católica.

1. OquefoiaContrarreforma?

2. CitepelomenostrêsmedidastomadaspeloConcíliodeTrento.

3. QualeraopapeldoSantoOfício?

4. QuerecursoerapermitidopelaInquisiçãoparaconseguiraconfissãodosréus?

5. Quemeramosjesuítas?

6. QualfoioprincipalinstrumentodeaçãodaCompanhiadeJesus?

Verifique o que aprendeu

a arte e a cOntrarrefOrma

OestiloculturaldominanteduranteoperíododaContrarreformafoiobarroco.Nesseestilo,areligiosidadeéotemacentraleossentimentossãoexpressosdemaneiraexal-tada,dramática,comovente,envolvendoemocionalmenteaspessoasqueviamasobras.

Aartebarrocaexprimiaumagrandeangústiarelacionadaàsquestõesespirituais,comoopecado,amorte,asalvaçãodaalma.Essesentimentosetraduziunarepresentaçãodefigurassinuosase retorcidas,muitasvezesmostradasemângulos incomunsenousoexageradodocontrasteentresombraeluz.

NaobraCrucificação de São Pedro,de1600,Caravaggio(1571-1610)representasuaspersonagensemângulosquecausamestranhamentoedesconforto.CapelaCerasi,SantaMariadelPopolo,Roma,Itália.

AdramaticidadeestápresentenessaobradeAnthonyvanDyck(1599-1641),intituladaA coroação de espinhos(1618-1620).MuseodoPrado,Madri,Espanha.

1 ConjuntodemedidastomadaspelaIgrejacatólica para reafirmar seus princípios ecombaterareformaprotestante.

2 Reafirmaçãodadoutrinacatólica, criaçãodocatecismoeinstituiçãodosseminários.

3 Coibirpráticaseideiascontráriasàdoutri-nacatólica.

5 Eram os religiosos da Companhia de Je-sus, conhecidos como “soldados deCris-to”porsuadisciplinaededicaçãomissio-náriaàdifusãodafécatólica.

Acatequese.

Apráticadatortura.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 236 04.03.09 18:10:26

237

Atividades

1 Crie Crie uma história sobre uma mulher do século XVI acusada de praticar bruxaria.Para isso:

Baseie-se no que você estudou neste capítulo.•

Imagine quem era essa mulher e o que ela teria feito para ser vítima dessa•acusação.Pense em como teria sido sua prisão, o desenrolar do processo inquisitorial e•o seu desfecho.

Ao final, leia seu texto para um colega e peça sua opinião. Verifique também o queele escreveu.

2 Compare o papel da Companhia de Jesus e do Santo Ofício na defesa do catolicismo.

3 O estilo artístico da Contrarreforma, cha-mado de barroco, apresenta as seguintescaracterísticas: angústia espiritual, for-mas retorcidas e contraste de luz e som-bras. Indique como estes traços estão re-presentados na tela.

Antigamente convertia-se o Mundo, hoje por que se não converte ninguém? Porque hoje pregam-se palavras e pensamentos, antigamente pregavam-se palavras e obras. Palavras sem obra são tiros sem bala; atroam, mas não ferem. [...] Por isso Cristo comparou o pre-gador ao semeador. O pregar que é falar faz-se com a boca; o pregar que é semear, faz-se com a mão. Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras. Diz o Evangelho que a palavra de Deus frutificou cento por um. Que quer isto dizer? Quer dizer que de uma palavra nasceram cem palavras? — Não. Quer dizer que de poucas palavras nasceram muitas obras.

Padre Antônio Vieira. Sermão da sexagésima. Disponível em: <www.cce.ufsc.br>. Acesso em: 14 nov. 2007.

a)Qual é a mensagem que o sermão pretendia passar aos fiéis?

b)Identifique o ponto da doutrina católica que o sermão reforça.

c)De que maneira essa mensagem está relacionada aos objetivos da Contrarreforma?

4 O texto que segue é parte de um sermão de autoria do padre Antônio Vieira, jesuítaportuguês que viveu parte de sua vida no Brasil, no século XVII.

Obra de Caravaggiointitulada A deposição de Cristo (1602-1604).

Pinacoteca do Vaticano,Roma, Itália.

Professor: ajude os alunos a perceber na imagem ascaracterísticas do estilo barroco, como o Cristo “ilu-minado”, a luz no rosto da mulher com os braçospara cima, destacando a expressão de angústia, en-tre outros elementos.

As pregaçõesb)Identifique

pregaçõesb)Identifiqueb)Identifique

nãomensagemnãomensagemmensagem

bastammensagem

bastammensagemmensagem

paraponto

parapontoponto

sustentarquesustentarqueque

o cristianismo,pretendia

cristianismo,pretendiapretendia

doutrinacristianismo,

doutrinadoutrina católicacristianismo,

católicacatólicatambém

pretendiatambém

pretendiapretendiasão

pretendiasão

pretendiapretendianecessáriaspassarnecessáriaspassarpassar

asboas obras.

Ob)Identifique

Ob)Identifiqueb)Identifique

sermãob)Identifique

sermãob)Identifiqueb)Identifique

reforçab)Identifique

reforçab)Identifiqueb)Identifique

maneirareforçamaneiramaneira

a necessidadepontonecessidadepontoponto

de o cristão realizar boas obras.que

obras.queque

O sermão propagava a doutrina católica e ainda pregava contra as ideias protestantes.

1

1 Resposta pessoal. Professor: acompanhe atentamente a produção dos alunos, incentivando-os a usar os conhecimentos adquiridoscom o estudo do capítulo.

2

2 Tanto a Companhia de Jesus quanto o Santo Ofí-cio tinham o objetivo de defender o catolicismo.Contudo, a Companhia de Jesus reafirmava a fécatólica pela educação e pela pregação. O SantoOfício se utilizava de métodos violentos, como atortura e a censura, para eliminar opositores daIgreja ou os não católicos.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2374P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 237 05.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:1105.03.09 18:28:11

Aprender a...

238

Ler uma planta arquitetônicaLojas, shopping centers, cinemas, hospitais, repartições públicas, hotéis, edifícios,

viadutos, monumentos, etc. compõem bairros e cidades. Para muitas pessoas, as edi-ficações são apenas estruturas com paredes e cobertura, portas e janelas, onde pode-mos nos abrigar da chuva e do frio, guardar nossos pertences, viver com segurança e privacidade. Para os historiadores, porém, elas são também documentos históricos, isto é, podem ser fonte de conhecimento histórico.

Uma edificação pode ser analisada por um historiador de muitas maneiras. In-terpretar a aparência das fachadas, sua decoração, cores e estilo arquitetônico é uma dessas maneiras. Mas também é possível analisar um edifício estudando a sua planta arquitetônica.

Identificação dos dados gerais da construção

Para ler a planta baixa e entender os elementos nela representados, primeiro é preciso conhecer os dados do edifício: data de construção, a pessoa ou grupo que ordenou ou pagou pela obra, a função original e o nome do projetista.

A planta arquitetônica abaixo representa o piso térreo Palazzo Chiericati, na Itália.

1 Pesquise a data de construção, a pessoa que encomendou a obra, a função original e onome do arquiteto desse palácio.

Planta baixa é o nome específico de um desenho arquitetônico. Trata-se da representa-ção gráfica que exibe um plano da construção como se fosse visto de cima

Os traços desenhados na planta arquitetônica representam as paredes do edifício. Quan-do os traços são interrompidos, significa que ali existe um vão que pode representar umaporta ou uma janela.

Os traços se unem para compor salas, corredores, fachadas (paredes externas), blocos edificados, dando forma ao edifício representado.

Fonte de pesquisa: Nexus Network Journal. Disponível em: <http://www.emis.de/journals/NNJ/mitrovic04.html>. Acesso em: 20 jan. 2009.

Escadas Escadas

Entrada

Sala para recepção

Salão principal

Coluna Escadas

DataData dada construção:construção: inícioinício 15501550 ee términotérmino emem 1580.1580. FoiFoi encomendadoencomendado pelopelo CondeConde GiroGiro--lamolamo ChiericatiChiericati parapara serser umauma residênciaresidência ee projetadoprojetado pelopelo arquitetoarquiteto AndreaAndrea Palladio.Palladio.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2383P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 238

239

Após ter observado a planta baixa do andar térreo do Palazzo Chiericati, resolva as questões.2 O projeto apresenta elementos simétricos, ou seja, possui uma harmonia resultante do

equilíbrio de partes semelhantes. Indique quais elementos semelhantes aparece em pares.

3 Localize na planta baixa a representação das colunas. Quantas colunas aparecem na planta do Palazzo e onde estão?

4 As colunas foram muito usadas nas construções gregas e romanas, mas a data da plan-ta indica outro período histórico. Qual é o estilo artístico desenvolvido no século XVI que apresenta padrões arquitetônicos inspirados em modelos de Antiguidade clássica?

5 Sem conhecer as dimensões do desenho, mas comparando as áreas representadas, res-ponda: trata-se de um local para grandes recepções, festas ou outro agrupamento so-cial? Justifique.

6 Quem poderia custear esse tipo de construção? Pessoas ricas, pobres ou o governo?

Finalizaçãodaleitura7 Escreva um parágrafo sobre o Palazzo de Chiericati. Mencione: sua localização, o estilo

adotado em sua construção e outros elementos que a leitura da planta baixa revelou.

Fachada do Palazzo Chiericati, Vicenza, Itália. Fotografia de 2006.

Escadas, colunas, cômodos laterais e janelas.Escadas, colunas, cômodos laterais e janelas.

São 24 colunas que aparecem na entrada e no salão principal.São 24 colunas que aparecem na entrada e no salão principal.

O Renascimento.O Renascimento.

Sim, pois há grandes salas.Sim, pois há grandes salas.

Pessoas ricas ou o governo.Pessoas ricas ou o governo.

Resposta pessoal. Professor: acompanhe as produções escritas dos alunos, orientando-os a buscar as informações nos tópicos anteriores.Resposta pessoal. Professor: acompanhe as produções escritas dos alunos, orientando-os a buscar as informações nos tópicos anteriores.

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2394P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 239 05.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:0405.03.09 18:32:04

Dossiê

240

A história das boas maneiras

Nos banquetes medievais, as pessoas pegavam a comidacom as mãos diretamente da travessa na qual ela eraservida. Colheres raramente eram usadas, e garfos nemexistiam. O único talher de uso mais comum era a faca,usada também para palitar os dentes e limpar as unhas.Miniatura do século XIV.

As regras de boas maneiras estão ligadas às relações sociais.A partir do século XVI, aumentou o interesse em agir de maneira a não incomo-

dar ou ofender as pessoas próximas.O “bom comportamento” foi lentamente proposto como critério de aceitação so-

cial. À medida que os reis se tornavam importantes, o grupo de cortesões — pessoas que frequentavam as cortes mas não eram nobres de origem — buscavam copiar os hábitos que lhe trariam prestígio. Dessa forma, muitas práticas sociais comuns na Idade Média deixaram de existir.

bastante livre e apenas os excessos eram desencorajados.

As atitudes consideradas elegantes normalmente correspondiam aos mo-dos da nobreza da corte e eram exigidas apenas quando o indivíduo se encon-trava na presença de iguais. Diante de pessoas de condição social inferior ou quando a sós, era-lhe permitido deixar os bons modos de lado sem nenhuma crise de consciência.

Ainda assim, boa parte dos costumes finos da nobreza europeia nos causaria, hoje, estranheza, senão desconforto. Por exemplo, era considerado muito deselegante cumprimentar alguém que estivesse defecando ou urinando, o que nos leva a deduzir que era relativamente comum encontrar pessoas se aliviando pelas ruas ou corredores. Como não era hábito usar talheres, os manuais de boas maneiras aconselhavam os comensais a não pegarem os alimentos com a mesma mão na qual assoavam o nariz, e também era desejável que, durante as refeições, não se escarrasse sobre a mesa, mas sob ela ou em um canto da parede. E, caso alguém sentisse necessidade de expelir gases durante o jantar, bastava evitar que isso fosse feito de modo ruidoso. Alguns manuais chegavam a sugerir que se si-mulasse um ataque de tosse para disfar-çar o som dos gases libertados.

As regras da boa educação diferem de um lugar para outro e variam também no tempo. No início da Idade Moderna, por exemplo, a maneira pela qual os euro-peus se comportavam em sociedade era bem diferente daquela de hoje.

A boa educação da nobreza europeia

Apesar de existirem critérios para di-ferenciar os comportamentos elegantes dos rudes, até o início do século XVI os mecanismos de controle sobre a maneira como as pessoas agiam em seu cotidiano eram relativamente frouxos. As emoções e os impulsos se manifestavam de forma

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2403P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2403P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 240 04.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:3604.03.09 18:10:36

241241241

Discussão sobre o texto

1 Cite alguns exemplos relatados no texto que diferem dos costumes praticadosnos dias de hoje.

2 Segundo o texto, qual a origem da educação rígida e autoritária?

3 Descreva alguns hábitos de boas maneiras que são praticados em sua escola.

foi escrita pelo humanista Erasmo de Rotterdam, no livro A civilidade pueril puA civilidade pueril puA civilidade pueril -blicado em 1530.

Depois da publicação dessa obra, muitos outros manuais foram escritos e impressos. Contudo, cada vez mais, es-ses manuais foram sendo marcados pelo pudor que passou a dominar a sociedade. No século XIX, a sociedade já não precisa-va de tantas regras escritas, pois os indi-víduos, educados para as boas maneiras desde pequenos, já não podiam sequer sonhar em colocar o dedo nas narinas ou evacuar em frente aos demais, tão en-vergonhados que se sentiam apenas em imaginar tais gestos.

A educação da sensibilidadePor muito tempo, atos como escarrar,

arrotar, soltar gases e evacuar foram enca-rados com muita naturalidade pelos nos-sos antepassados. Por essa razão, não cau-savam embaraço, sendo realizados sem segredo, muitas vezes à vista de todos. Sentimentos como vergonha e constran-gimento foram se instalando aos poucos, a partir do século XVI, à medida que cres-cia a vigilância da sociedade sobre o indi-víduo e que se impunha um controle cada vez maior sobre o comportamento. Assim, certos hábitos e modos foram sendo pro-gressivamente reprimidos, ao passo que outros foram incentivados, até que cada indivíduo tivesse interiorizado tão pro-fundamente noções de boa e má educação que acabasse por exigir de si mesmo aten-ção às regras estabelecidas pela sociedade. Não se tratava mais de temer represálias por desrespeitá-las, mas de sentir-se ver-dadeiramente mal em não cumpri-las.

A educação como forma de controleNuma sociedade em que a espon-

taneidade passou a ser vista como algo indesejável, as crianças se tornaram cria-turas inconvenientes, uma vez que cos-tumam agir orientadas por seus desejos e instintos. Assim, a necessidade de conter os impulsos infantis deu origem a uma educação cada vez mais rígida e extrema-mente autoritária.

Embora ainda livre desse caráter im-positivo, a primeira obra moderna com objetivo de orientar os modos infantis

A postura à mesa passou a ser um diferencial daburguesia emergente. Pintura do século XV.

NãoNão utilizarutilizar talherestalheres durantedurante asas refeições,refeições, usarusar facafaca parapara limparlimpar osos dentesdentes ouou asas unhas,unhas, escarrarescarrar sobsob aa mesa,mesa, etc.etc.

AA necessidadenecessidade dede conterconter osos impulsosimpulsos infantis.infantis.

RespostaResposta pessoal.pessoal. Professor:Professor: incentiveincentive osos alunosalunos aa lembrarlembrar dasdas regrasregras dede boasboas maneirasmaneiras queque eleseles conhecemconhecem ee prpraticam,aticam, comocomooo respeitorespeito aoao colega,colega, oo cuidadocuidado comcom osos livroslivros dada biblioteca,biblioteca, comcom oo patrimôniopatrimônio dada escola,escola, nãonão jogarjogar papelpapel nono chão,chão, etc.etc.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2413P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 241 04.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:4204.03.09 18:10:42

Fazendo História

242

Fazendo História

O que um príncipe precisa realizar para ser estimadoNada promove tanto a estima de um príncipe como as gran-

des empresas e os raros exemplos. Vejamos, em nossa época, Fernando de Aragão, rei de Espanha. A este príncipe quase se pode denominar novo, pois, de rei fraco que era, veio a ser, pela fama e pela glória, o primeiro rei cristão; e, se avaliardes seus atos, sabereis que todos são elevadíssimos, chegando, alguns, a extraordinários. Ele atacou Granada no início do reinado, e essa foi a base de seu Estado. [...] Fernando conquistava então, naquele meio, fama e autoridade sobre eles, que de tal coisa não se apercebiam. Com dinheiro da Igreja e do povo, conse-guiu manter exércitos e, a partir de uma longa guerra, assen-tar os alicerces de seu próprio renome militar.[...] Ainda sob o manto da religião, atacou a África; realizou a expedição da Itá-lia; depois, assaltou a França; e, desse modo, sempre executou e tramou grandes negócios, que sempre deixaram em suspenso e cheios de admiração os ânimos de seus súditos, empolgados pela espera do êxito final de tais feitos.

Nicolau Maquiavel. O príncipe: escritos políticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 131-132.

O Príncipe, de MaquiavelOs textos que você vai ler foram retirados do livro O príncipe, escrito pelo pensador florentino

Nicolau Maquiavel em 1513 e publicado em 1532. Nessa obra, Maquiavel defende o poder dos monarcas. Suas ideias serviram de suporte ideológico para justificar o poder de governantes na Idade Moderna.

1 De acordo com o primeiro texto, por que Maquiavel defende que, antes de ser amado,um príncipe deve ser temido?

2 Comente a frase: “é ele [o Príncipe] mais piedoso do que aqueles que, por clemência emdemasia, permitem o surgimento de desordens...”

3 Maquiavel cita o rei Fernando de Aragão, da Espanha, como exemplo de príncipenovo a ser imitado. Que qualidades esse rei tinha para servir de exemplos aos seuscontemporâneos?

4 Como esse rei obteve recursos para custear seus feitos?

Retrato de Nicolau Maquiavel,pintado pelo artista florentino Santidi Tito, século XVI. Óleo sobre tela.Palazzo Vecchio, Florença, Itália.

Da crueldade e da piedade — se é melhor ser amado ou temido[...] Ao príncipe, assim, não deve importar a pecha de cruel

para manter unidos e com fé os seus súditos, pois, com algu-mas exceções, é ele mais piedoso do que aqueles que, por cle-mência em demasia, permitem o surgimento de desordens, das quais podem originar-se assassínios ou rapinagem. Tais conse-quências são nocivas ao povo inteiro, e as execuções que vêm do príncipe ofendem somente um indivíduo.[...]

Nicolau Maquiavel. O príncipe: escritos políticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 105.

Fac-símile do livro O Príncipe. Ediçãotraduzida para o latim em 1580.

Para manter seus súditos unidos e com fé, segundo Maquiavel, um príncipe não deve seimportar em parecer cruel. Isto evita desordens

segundodesordens

segundoque trariam

Maquiavel,trariamMaquiavel,

consequênciasMaquiavel,

consequênciasMaquiavel, príncipe

consequênciaspríncipe

nocivas paratodoimportartodoimportar

o seu povo.mais

povo.maismais

Montou exércitos com o dinheiro do povo e da Igreja.

Fernando de Aragão, o primeiro rei cristão, de fraco se tornou um governante de grandes ações: sob o man-to da religião,

Aragão,religião,

Aragão,tomou

Aragão,tomou

Aragão,Granada,primeiro

Granada,primeiro

atacouprimeiro

atacouprimeiro

a África,cristão,

África,cristão, de

África,de fraco

África,fraco

invadiu a Itália e a França,governanteFrança,

governantesempre executando

grandesexecutando

grandes ações:executando

ações:e tramando

grandesobteve

grandesobteveobteve

religião,grandes

religião,negócios,

religião,negócios,

religião,o que deixava seus súditos

África,súditos

África,empolgadosfeitos?

empolgadosfeitos?feitos?

pela espera doFrança,

doFrança,

êxitoFrança,

êxitoFrança, sempre

êxitosempre

finalsempre

finalsempre

de tais feitos.

2

2 A piedade, nesse caso, é vista por Maquiavel não como compaixão pelo so-frimento alheio — e é por isso que Maquiavel diz que o príncipe não deve seimportar com a pecha de cruel —, mas como uma qualidade essencial que umgovernante deve ter para tomar atitudes, ainda que drásticas, a fim de evitarque algo maior e mais nocivo possa vir a acontecer com o seu povo. O prín-cipe deve ser, antes tudo, firme em suas decisões, pensando sempre no bemcomum de seus súditos.

Professor, incentive o uso do dicionário para os alunos pesquisarem o significado de palavras desconhecidas.

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2423P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 242 04.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:4404.03.09 18:10:44

243

Lendo História

A Igreja católica e os heregesA instauração da repressão contra os grupos que manifesta-

vam sua diversidade, na virada do século XIII, ocorreu num período de prosperidade, de desenvolvimento urbano e de sucessos externos para a cristandade. O pontificado romano estava mais potente do que nunca, apoiado na uniformiza-ção de crenças e ritos em todo o Ocidente. A monarquia estava estabelecida tanto na França de São Luís como na Inglaterra de Henrique III. Nesse contexto, os que fugiam dos padrões da sociedade não eram bem-vistos.

O acontecimento decisivo foi o IV Concílio de Latrão, em 1215. Nele legislou-se contra os hereges, redefinindo claramente o que era preciso para ser considerado um cristão. Todo fiel deveria frequentar a missa dominical, confessar-se todos os anos e comungar na Páscoa.

Se havia um caminho, era o que a Igreja definia. Os que tomassem o caminho conduzido pela Igreja seriam salvos, fossem ricos ou pobres, nobres ou plebeus. Suas almas iriam para o paraíso e, no último dia, ressuscitariam.

Os infiéis estavam fora dos limites da comunidade cristã, mas não eram considerados um problema para a hierarquia eclesiástica, mais preocupada com os judeus e com os hereges. Os judeus eram os únicos não cristãos que viviam no interior da comunidade cristã [...]. Pior era o herege, porque ele fora cristão e recusou a obediência à Igreja. A heresia era mais do que tudo vista como um desafio à ordem, tanto a da Igreja quanto a do Estado [...].

A partir do final do século XII, o pontificado se sentiu responsável por uma cristan-dade unitária. A ausência de ação significaria a indiferença em relação ao outro, seria levar para o inferno almas que poderiam ter sido salvas com um empurrão. A tolerância era impensável para os clérigos, porque seria admitir que existem diversas verdades. A tolerância era apenas, pensavam eles, um outro nome para a indiferença [...].

O objetivo do inquisidor não era matar o herege. Toda fogueira era para ele um fra-casso. Tratava-se de obter a confissão que dava acesso à misericórdia infinita de Deus e reintegrar o suspeito na comunidade cristã.Colette Beaune. Em nome de Deus. Revista História Viva. São Paulo: Duetto, ago. 2004. p. 29-30.

De olho no texto 1 De acordo com a autora, que elementos compunham o contexto europeu do século XIII?

2 Nesse contexto, como eram vistos os indivíduos que se comportavam fora dos pa-drões sociais?

3 Qual era o grupo que causava maior preocupação à Igreja? Por quê?

4 Ao perseguir os hereges, a Igreja tinha como objetivo sua destruição?

5 Qual era a atitude dos clérigos ao perseguir hereges?

Antes de ler

De acordo com determinadas crenças, toda religião apresenta normas e�

orientações. Cite uma norma religiosa que você conhece.

Procure no dicionário o significado da palavra ateu.�

Execução de um herege, obra doséculo XV, anônima.

3 Os3 Os hereges.hereges.que

hereges.queque

ElesElesque

Elesqueque

incomodavamincomodavamcomportavam

incomodavamcomportavamcomportavam

porqueporque nãonãocomportavam

nãocomportavamcomportavam

sese submetiamsubmetiampa-

submetiampa-pa-

ààpa-

àpa-pa-

autoridadeautoridade dada IgrejaIgreja ee sese negavamnegavam aa viverviver emem conformidadeconformidadecomcom asas regrasregras dada sociedadesociedade aa qualqual pertenciam.pertenciam.

RespostaRespostaorientações.Respostaorientações.orientações.

pessoal.pessoal.orientações.

pessoal.orientações.orientações.

Professor:Professor: cuidecuide parapara queque nono momentomomentoreligiosa

momentoreligiosareligiosa que

momentoqueque

dadaque

daqueque

discusãodiscusão nãonão hajahaja manifestaçõesmanifestações preconceituosaspreconceituosaspreconceituosaspreconceituosas ouou discriminatóriasdiscriminatórias

EramEram umauma ameaçaameaça àà unidadeunidade cristãcristã ee àà ordemordem socialsocial vigente.vigente.

33

Não,Não, elaela desejavadesejava uniformizá-losuniformizá-los ee imporimpor suassuas regras.regras.

OsOs clérigosclérigos consideravamconsideravam queque esestavamtavamclérigos

tavamclérigosclérigos

cumprindocumprindoclérigos

cumprindoclérigosclérigos

suasua obrigaçãoobrigaçãoperseguirobrigação

perseguirperseguiraoao defenderdefender

hereges?defenderhereges?hereges?

oo reinoreinohereges?

reinohereges?hereges?

dede Cristo.Cristo. AoAo condenarcondenar osos hereges,hereges, salvariamsalvariam aaalmaalma delesdeles ee assegurariamassegurariam aa vitóriavitória dede CristoCristo sobresobre SatãSatã nono diadia dodo JuízoJuízo Final.Final.

11

1 No1 No séculoséculo XIII,XIII, asas monarquiasmonarquias sese fortaleceramfortaleceram comcom oo apoioapoio dada Igreja,Igreja, queque tambémtambém eraera poderosa.poderosa. AAEuropaEuropa passavapassavaporpor transformaçõestransformações porpor contaconta dodo crescimentocrescimento dasdas atividadesatividades comerciaiscomerciais ee dasdas cida-cida-des.des. EssaEssa prosperidadeprosperidade motivoumotivou oo aparecimentoaparecimento dede novosnovos gruposgrupos sociaissociais ee novosnovos modosmodos dede pensar.pensar.

PessoaPessoa queque nãonão crêcrê emem Deus.Deus.contracontra qualquerqualquer religião.religião. TodasTodas asasasas religiõesreligiões devemdevem serser res-res-peitadas,peitadas, assimassim comocomo devemdevem serser respeitadosrespeitadosrespeitadosrespeitados osos indivíduosindivíduosquequequeque nãonãonãonão professamprofessamprofessamprofessam nenhumanenhumanenhumanenhuma rrrreligião.eligião.eligião.eligião.

VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 243 16.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:1916.03.09 15:51:19

244

1 Em suas pregações, Martinho Lutero condenou os príncipes, bispos e padres pela ex-ploração dos camponeses e os culpou pela revolta que eclodiu em 1525, sob a liderançade Thomas Müntzer. Mas em seguida defendeu:

Qual é o argumento que Lutero usa para condenar as revoltas camponesas?

2 Escreva Escreva um parágrafo relacionando os termos burguesia, prosperidade e humanismo.

3 Com base no texto a seguir, responda.

a)De acordo com o autor, o que o pintor desejava representar em suas obras e comopretendia fazê-lo?

b)Relacione as ideias do texto ao antropocentrismo que caracterizou a arte renascentista.

Abrão e outros patriarcas não tinham escravos? Lede o que São Paulo ensina a respeito dos criados, que nesse tempo eram todos escravos. [...] um reino terreno não pode sobreviver se não houver nele uma desigualdade de pessoas, de modo que algumas sejam livres, outras pre-sas, algumas soberanas, outras súditas. Quem usa a espada morrerá pela espada; ainda que os príncipes sejam malvados ou injustos, nada os autoriza a rebelar-se contra eles.

Fernando Seffner. Da Reforma à Contrarreforma: o cristianismo em crise. São Paulo: Atual, 1993. p. 46.

Os movimentos da alma se revelam através do movimento do corpo [...] Há movimentos da alma chamados afeições – dor, alegria, medo, desejo e outros. Há movimentos do corpo: crescer, encolher, sofrer, sarar, mover-se de um lugar para outro. Nós, pintores, que desejamos mostrar os movimentos do espírito através de várias partes do corpo, nos referimos somente aos deslocamentos de um lugar para outro.

Leon Batista Alberti. Opere vol, gari. In: Teresa van Acker. Renascimento e Humanismo: o homem e o mundo europeu do século XIV ao século XVI. São Paulo: Atual, 1992. p. 51.

LivrosDa Reforma à Contrarreforma, de Fernando Seffner.

São Paulo: Atual, 1993Traz documentos de época relacionando as heresias aos movimentos de contestação religiosado século XV.

No tempo de Michelangelo, de Antony Mason.São Paulo: Callis, 2004.A biografia do artista é apresentada em paralelo as principais ideias que motivaram econsolidaram o Renascimento.

O Renascimento, de Graça Proença.São Paulo: Ática, 1998.Reproduz importantes obras do Renascimento apontando as principais renovações artísticase culturais do período.

Site<http://www.mnarteantiga-ipmuseus.pt> Site do Museu Nacional de Arte Antiga.

Vasto acervo de obras portuguesas e estrangeira com pinturas que datam desde o século XII.

Para saber mais

1 Lutero argumenta que a submissão de um ser humanoseguida

humanoseguidaseguida

a outro está prevista na Bíblia e corresponde a uma ordem legitimada por Deus.Assim, não cabe aos seres humanos se levantarem contra uma situação que é davontadedivina,aindaqueasconsidere injusta.

Resposta pessoal. Professor: acompanhe a produção escrita dos alunos, orientando-os a rever o conteúdo do capítulo.

O autor deseja representar os movimentos do espírito por meio dos movimentos do corpo que os ex-pressam: “Os movimentos da alma se revelam através dos movimentos do corpo”.

Os artistas renacentistas buscavam uma representação perfeita da anatomia humana (corpo) e também dos sentimentos humanos.O teocentrismo dava lugar, então, ao antropocentrismo; desse modo, o Homem era posto no centro do Universo.

1

4P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2444P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 244 05.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:2405.03.09 18:30:24

Síntese

245

O mundo do renascimento

O Humanismo inspira-se na AntiguidadeAntiguidade�clássica

A renovação do conhecimento�

A imprensa difunde o pensamento�humanista

uma nova visão do mundo

A Europa racional e pragmática�

O renascimento científico�

a produção cultural

renascentista

As cidades renascentistas: palácios e riqueza�

As artes plásticas valorizam o ser humano�

A literatura e a afirmação das línguas nacionais�

a reforma protestante

A Igreja sofre contestações�

A reforma de Martinho Lutero�

A reforma se alastra: o calvinismo e o anglicanismoanglicanismo�

a contrar- -reforma

O Concílio de Trento e a reação da Igreja católica�

Criação dos seminários e o catecismo�

A Inquisição�

A atuação da Companhia de Jesus�

Linha do Tempo

séculO Xv séculO Xvi

1401 1501 1601

1453Os turcos conquistam

Constantinopla, destruindoo que restava do Império

Bizantino

1454O alemão Gutenberg

desenvolve a imprensa

1473O astrônomoNicolauCopérnicoexpõe a teoriaheliocêntrica

1498Michelangelo esculpe Pietà

1503Leonardo da Vinci pinta Mona Lisa

1513O florentino NicolauMaquiavel escreveO príncipe

1517Lutero publica suas

teses na porta daigreja de Wittenberg.

Início da Reforma

1534O Parlamento inglêsaprova o Ato deSupremacia. Criação daIgreja Anglicana

1540O papa aprova a criaçãoda Companhia de Jesus

1545Início doConcílio deTrento

1572O escritorportuguês Luís Vazde Camões escreveOs lusíadas

3P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 2453P_VJH6_LP_C08_212A245_PNLD_2011.indd 245 04.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:5304.03.09 18:10:53