relatorio klabin
DESCRIPTION
diagnostico para investimento socialTRANSCRIPT
Diagnóstico regional parainvestimento social estratégico
Arapoti | Cândido de Abreu | Curiúva | ImbaúOrtigueira | Reserva | Rio Branco do Ivaí | Rosário do Ivaí
Sapopema | Tibagi | Ventania
Diagnóstico regional parainvestimento social estratégico
4
DIAGNÓSTICO
1. TERRITÓRIO
1.1. Perfil Socioeconômico 6
a. População total 6
b. Pirâmide etária 7
c. Grau de urbanização 8
d. IDH-M 8
e. IDH-Gini 9
f. PIB Total 10
g. Arrecadação 11
h. PIB per capita 12
i. Atividades econômicas 12
i.1 Principais atividades econômicas 13
i.2 Peculiaridades 14
i.3 Atividades em declínio 16
i.4 Potencialidades 16
1.2. Atores Estratégicos
a. Perfil da amostra 19
b. Avaliação dos serviços públicos 20
b.1 Educação 21
b.2 Saúde 25
b.3 Trabalho & Renda 29
b.4 Transporte 32
b.5 Habitação 35
b.6 Saneamento 36
b.7 Segurança 38
b.7 Cultura e lazer 39
c. Prioridades de investimento 41
2. EMPRESA
2.1 Percepções Positivas 47
2.2 Percepções Negativas 48
Índice
5
RECOMENDAÇÃO DE INVESTIMENTO
1. Metodologia aplicada
Metodologia das matrizes 52a.
Lista de linhas de investimento 52b.
Seleção de linhas de investimento 53c.
2. Recomendação de investimento
Sugestão de projeto 55a.
a.1 Justificativa 55
a.2 Visão regional 56
a.3 Conceito de desenvolvimento limpo 56
a.4 Cadeia do lixo 57
a.5 Abrangência 57
a.6 Conteúdo 58
a.7 Condução 59
ANEXOS
1. Matrizes por município 62
2. Consórcio – Lei 6484 / 76 68
7
Ao realizar o maior investimento de sua
história na expansão da Unidade Monte
Alegre - Telêmaco Borba, PR - a Klabin
expandiu também sua dinâmica de rela-
cionamento com o território de entorno
da fábrica. A ampliação das áreas flores-
tais em função da nova capacidade de
produção trouxe novos desafios para a
relação com os municípios vizinhos. As
atenções e intenções das comunidades e
dos atores estratégicos se voltaram para
a companhia e novas questões surgiram
pautando esta relação.
1. TERRITÓRIO
8
Soma-se ao contexto, a exigência do BNDES – entidade financiadora do novo
empreendimento – de que parte do valor financiado fosse dedicada a projetos
de natureza social nos municípios vizinhos.
Diante deste cenário, a Klabin observou a oportunidade de destinar parte da
contrapartida social exigida aos municípios que possuem área florestal relevan-
te. Para tanto, promoveu a realização de um diagnóstico social, a fim de aprofun-
dar seu conhecimento sobre as cidades em questão e investigar as necessidades
de investimento em cada uma delas. Os municípios contemplados foram:
Arapoti Rio Branco do Ivaí
Cândido de Abreu Rosário do Ivaí
Curiúva Sapopema
Imbaú Tibagi
Ortigueira Ventania
Reserva
Este diagnóstico abrange todas estas cidades e retrata a realidade social de
cada uma delas.
1.1. PERFIL SOCIOECONÔMICO
População totala.
Nenhum dos municípios estudados possui mais do que 30.000 habitantes.
Apenas três deles possuem mais do que 20.000 habitantes: Arapoti (25.645),
Ortigueira (24.397) e Reserva (24.249). Quando comparados a Telêmaco Borba,
todos os alvos do estudo não possuem uma grande população conforme mos-
tra o gráfico abaixo:
05.000
10.00015.00020.00025.00030.000
Arapoti
Telêmaco Borba: 65.797 habitantes
Otigueira
Reserva
Tibagi
Cândido
de AbreuCuriú
va
Imbaú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
habi
tant
es
font
e: IB
GE 2
OO7
9
Pirâmide etáriab.
Em relação a divisão da população por faixas etárias, percebe-se que a popula-
ção da região é em sua maioria jovem conforme mostra o gráfico 1.1.b. A maior
parte dela está dentro da idade economicamente ativa. Além disso, nota-se que
há um grande número de jovens. Em um intervalo que vai do 0 aos 19 anos (equi-
valente a 20 anos) existem 68.358 pessoas, número muito próximo ao de pessoas
no intervalo entre 20 e 59 anos (equivalente a 30 anos) que é de 75.478 pessoas.
Por fim, outro dado importante é a percepção de que o número de idosos é
muito menor do que o das outras faixas etárias. Todos os municípios possuem
um número pequeno de idosos quando comparado ao número de pessoas
com idade até 60 anos.
00 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000
0 a 19 anos
de 20 a 59 anos
mais de 60 anos
faix
a et
ária
habitantes
font
e: IB
GE 2
OO7
10
Grau de urbanizaçãoc.
Através do gráfico 1.1c percebe-se a primeira diferença entre os municípios estudados.
Nota-se que cinco entre onze cidades possuem grau de urbanização maior do que
50%. Ainda assim, pode-se considerar que todos os municípios possuem uma popula-
ção rural muito relevante, principalmente quando comparado a cidades vizinhas.
Estes números apontam para outro dado importante: a maior parte da popula-
ção depende da terra para sobreviver. Este dado foi comprovado pela pesquisa
de campo por meio de entrevistas e grupos de discussão realizados.
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)d.
O Índice de Desenvolvimento Humano leva em conta índices de saúde, educa-
ção e renda em sua composição e mede a qualidade de vida de um país, estado,
cidade ou região. O IDH-M é a medida em âmbito municipal e para seu cálculo
utiliza-se dados como taxa de analfabetismo, número de matrículas nas esco-
las, mortalidade infantil, PIB per capita, entre outros.
0%10%20%30%40%50%
60%70%80%90%
100%
Arapoti
Reserva
Ortigueira
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
font
e: IP
ARDE
S 2O
OO
ParanáBrasilTelêmaco Borba
11
A partir do gráfico 1.1.d, a seguir representado, percebe-se que Arapoti se desta-
ca frente as outras cidades estudadas. Ainda que as variáveis utilizadas para o
cáculo do IDH em nível nacional sejam diferentes, o índice é calculado a partir
da mesma lógica, portanto, a comparação é válida.
As outras cidades que fazem parte desse diagnóstico possuem um IDH abaixo de 0,7 o
que mostra que é uma região com uma qualidade de vida baixa. Ortigueira é a última
dentre as cidades estudadas e possui, também, o pior IDH-M dentre todos os municí-
pios do Paraná. Outras 7 cidades ainda estão entre os 18 piores IDH-M do Paraná.
IDH-Gini (Índice de desigualdade de renda)e.
O Índice de Gini mede o grau de desigualdade de renda de uma população.
Quanto mais próximo do zero maior a equidade entre os habitantes da região
estudada. Neste sentido, percebe-se que Arapoti possui uma concentração
maior de renda do que os outros municípios.
0
0,2000,300
0,100
0,4000,5000,6000,7000,800
Sapopema
Arapoti
Imbaú
Cândido
de AbreuTibagi
Reserva
Ventania
Rio Branco
do Ivaí
Rosário
do Ivaí
0,50
0
Curiúva
0,53
0
Ortigueira
0,56
0
0,58
0
0,59
0
0,59
0
0,59
0
0,59
0
0,61
0
0,62
0
0,72
0
Font
e: IP
ARDE
S 2O
OO
Curitiba Telêmaco Borba
00,5000,5500,6000,6500,7000,7500,800
Arapoti
Reserva
Ortigueira
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
0,76
1
0,69
8
0,68
6
0,67
5
0,67
0
0,66
7
0,66
5
0,66
4
0,64
6
0,64
6
0,62
0
Font
e:IDH
Bras
il: PN
UD 2
OOO
IDH-
M: I
PARD
ES 2
OOO
ParanáBrasil
1O
PIB Totalf.
Em relação ao PIB, nota-se que a maioria das cidades possui pouca circulação
de riqueza. Arapoti, novamente, desponta como a cidade com maior PIB da re-
gião. É interessante perceber que a ordem do PIB seria a mesma da população
se não fossem três exceções: Tibagi, Ortigueira e Ventania.
Tibagi revela-se o segundo município mais rico e, portanto, com um montante
de arrecadação maior. Ventania também possui um PIB acima da média, princi-
palmente, por possuir atividade industrial e população pequena. Todos os ou-
tros são essencialmente agrários. Ortigueira tem menos arrecadação do que
Reserva, apesar de sua população ser ligeiramente maior.
PIB total dos municípios em números absolutos:
Arapoti 399.169.000,00
Tibagi 219.178.000,00
Reserva 118.293.000,00
Ortigueira 116.183.000,00
Ventania 101.581.000,00
Cândido de Abreu 86.306.000,00
Curiúva 73.685.000,00
Imbaú 41.842.000,00
Sapopema 33.326.000,00
Rosário do Ivaí 27.930.000,00
Rio Branco do Ivaí 21.091.000,00
050.000.000
100.000.000150.000.000200.000.000250.000.000300.000.000350.000.000400.000.000
Arapoti
Reserva
Ortigueira
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
font
e: IB
GE 2
OO5
13
Arrecadaçãog.
O gráfico de arrecadação, está muito próximo ao do PIB, com poucas exceções,
como se pode observar no gráfico a seguir.
Não foram obtidos dados referentes à arrecadação de Curiúva, mas pode-se es-
timar, a partir da correlação com o PIB, que o volume arrecadado esteja entre
09 e 10 milhões de reais.
Números absolutos (valores em R$):
Arapoti 31.063.463,91
Tibagi 23.254.846,27
Ortigueira 21.401.614,90
Reserva 20.362.786,63
Cândido de Abreu 16.736.460,78
Ventania 9.934.107,62
Imbaú 7.470.715,90
Sapopema 6.186.612,25
Rosário do Ivaí 6.071.470,41
Rio Branco do Ivaí 5.697.779,79
Curiúva não informado
Rio Branco
do Ivaí
font
e: IB
GE 2
OO6
05.000.000
10.000.00015.000.00020.000.00025.000.00030.000.00035.000.000
Arapoti
Ortigueira
Reserva
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
14
PIB per capitah.
O PIB per capita comprova o que foi visto no gráfico anterior (PIB total ),
Arapoti, Ventania e Tibagi possuem o maior PIB per capita. Quando comparado
ao Brasil e ao Paraná apenas Arapoti é superior, ainda que Ventania e Tibagi
tenham valores muito próximos ao PIB per capita brasileiro. Todas as outras
cidades estão muito abaixo da média estadual e nacional.
Atividades econômicasi.
Em 9 dos 11 municípios estudados, o setor de serviços é o de maior relevância
para a economia local. Isso pode ser explicado pelo fato das Prefeituras, as maio-
res empregadoras dos municípios, estarem incluídas nesta categoria. A princi-
pal chance para aqueles que fizeram faculdade, por exemplo, está relacionada
a empregos públicos como escolas, secretarias, entre outros. Dessa forma, o
setor de serviços acaba sendo o mais importante para a economia municipal.
Em segundo lugar na maioria das cidades está a agricultura e o extrativismo.
Como já foi dito, isto representa a principal fonte de renda para a maioria da
população destas cidades, pois a porcentagem de pessoas que moram no cam-
po é sempre alta se comparada a média nacional. Apenas em Tibagi, este setor
da economia é mais representativo que o de serviços.
A indústria se mostra representativa apenas em duas cidades: Arapoti e Ventania,
sendo que na segunda ela possui uma parcela maior do PIB local dentre os três
setores. Conforme mostrado no gráfico 1.1g, a industrialização da cidade garan-
te a Ventania o 2ª maior PIB per capita dentre os municípios estudados.
02.0004.0006.0008.000
10.000
12.00014.00016.000
18.000
Paraná Brasil
Arapoti
Reserva
Ortigueira
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
font
e: IB
GE 2
OO5
15.511
11.190
11.127
6.13
1
5.62
0
5.11
4
5.06
7
4.95
0
4.06
7
4.88
5
4.23
4
15
i.1 Principais atividades econômicas
Para entender a dinâmica desses locais, foram destacadas as atividades de
maior relevância para a comunidade, descritas pelos participantes do diagnós-
tico, e validadas por pesquisas de dados secundários.
Agricultura de grãosOs principais cultivos realizados são os de soja, milho e feijão. Essa
atividade é exercida, em sua maioria, por grandes produtores e pos-
sui um caráter industrial com grandes extensões de terra plantada
e tecnologia para colheita e armazenagem da produção.
Pecuária leiteiraPrincipal atividade nas terras de pequenos produtores, na chama-
da agricultura familiar, a pecuária leiteira se destaca como uma
alternativa para geração de renda, além da cultura de subsistên-
cia. É considerada uma atividade que requer menor investimento
e cujo retorno é mais seguro que a agricultura de grãos, pois não
sofre com as mudanças bruscas de clima.
A presença das cooperativas, CONFEPAR, COAMO e CASTROLANDA
incentivam o desenvolvimento da atividade, pois garantem que o
produto terá comprador. No entanto, o produto gerado pela agri-
cultura familiar tem menor valor agregado, pois é a matéria-prima
bruta, sem nenhum beneficiamento. Isso faz com que muitos se
queixem da baixa rentabilidade obtida com a venda de leite. Além
disso, a falta de tecnologia gera baixo volume produzido por pro-
priedade, o que não incentiva as cooperativas em investir ainda
mais na região, pois um aumento de demanda por leite não seria
acompanhado por um aumento na produção.
0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%
60,00%
Arapoti
Reserva
Ortigueira
Curiúva
Tibagi
Cândido
de AbreuIm
baú
Ventania
Sapopema
Rosário
do Ivaí
Rio Branco
do Ivaí
Serviços Indústria e transformação Agricultura e Extrativismo
font
e: IB
GE 2
OO5
16
Cultivo FlorestalO crescimento do cultivo florestal é percebido em 09 dos municí-
pios estudados, não sendo percebido pelos participantes dos mu-
nicípios de Arapoti e Rosário do Ivaí. Essa atividade está presente
em duas situações:
Nas grandes propriedades, como mais uma atividade rentável
destinada às áreas impróprias para a agricultura devido aos re-
levos e irregularidades. Também percebe-se alguns proprietários
de grandes extensões de terra que vendem suas propriedades.
Nas pequenas e médias propriedades, através do cultivo próprio,
arrendamento ou venda da terra. Pela percepção das comunida-
des, por um lado, o cultivo florestal está sendo visto como uma
oportunidade de poupança futura ou venda da terra devido ao
desinteresse de alguns pequenos produtores em se manterem na
propriedade. Isso parte de um descontentamento com o traba-
lho pesado que a produção, sem tecnologia, requer. Desta forma,
preferem vender a propriedade para morar na área urbana dos
municípios. Por outro lado, o cultivo florestal para aqueles que
ainda estão satisfeitos com a produção de sua terra representa
uma segunda fonte de renda e uma possibilidade de poupança
para o futuro.
A Indústria madeireira é uma atividade coligada ao plantio flo-
restal e independente da Klabin. São serrarias e laminadoras que
utilizam a madeira para outros fins. Em alguns municípios, como
Sapopema, esta atividade diminuiu, pois as restrições para o uso
da madeira de lei aumentaram nos últimos anos, inviabilizando
algumas das empresas que exploravam esse negócio.
Os viveiros de mudas criam novas oportunidades de trabalho. Em
Curiúva foram destacados por oferecerem emprego para a mão-
de-obra feminina.
i.2 Peculiaridades
ApiculturaEm Ortigueira é organizada em cooperativa e a produção de mel
está certificada dentro das exigências para a exportação. A coo-
perativa fez uma parceria com o SEBRAE a fim de ter orientações
para esse fim. Em outros municípios, é muito incipiente não sen-
do relevante para as economias locais.
17
SericulturaNo município de Cândido de Abreu é uma atividade geradora de ren-
da para famílias de pequenos produtores. Através da cooperativa
Bratac, a criação do bicho-da-seda é destinada para a exportação.
Fruticultura – uva e tomateA atividade econômica identificada pelos participantes do diag-
nóstico como principal fonte geradora de empregos no município
de Reserva foi o cultivo de tomates. Os argumentos se resumem
ao rápido retorno financeiro que fomenta o comércio local.
Em Rosário do Ivaí, a atividade peculiar ao município é o cultivo
de uvas Niágaras, próprias para serem comidas na mesa e impró-
prias para a produção de vinho, por exemplo. Com o escoamento
para outros estados, essa atividade supera a pecuária na geração
de renda dos pequenos produtores. Há um plano para iniciar o
cultivo de outros tipos de uvas das quais possam ser extraídos
vinhos, gerando maior valor agregado ao produto.
AviculturaA avicultura apresenta uma dificuldade na região: não há empresas com-
pradoras deste tipo de carne nas proximidades. O transporte de frangos
por trechos longos acaba por matar grande parte da carga, por isso a di-
ficuldade de vender grandes produções. Assim, a avicultura, ainda que
apontada em alguns municípios como uma boa opção para diversifica-
ção, não possui demanda na região, o que dificulta seu desenvolvimento.
IndústriaExiste na região uma indústria de papel especializada no tipo
couché, International Paper, que também estimula a plantação
de árvores para o corte. Ela se localiza no município de Arapoti.
Ventania é a cidade mais industrializada dos 11 municípios. Pelo
IBGE (cidades) ela possui 2 unidades de indústrias extrativistas e
24 unidades de indústrias de transformação.
OlariaAlgumas cidades, como Ortigueira e Imbaú, possuem na Cerâmica
outra fonte de renda. São pequenas empresas que possuem como
produto final tijolos. Ortigueira possui 18 indústrias que em-
pregam de 600 a 700 pessoas. Esta atividade também existe em
Sapopema. No grupo focal desta cidade, porém, apontou-se que
há pouca fiscalização de segurança e direitos trabalhistas, o que
faz com que a jornada de trabalho fique bastante pesada.
18
i.3 Atividades em declínio
Não existem muitas atividades econômicas em declínio. Existem culturas
como o feijão e o milho que já foram mais rentáveis e hoje dão lugar a soja,
que possui valor maior. Além disso, outras atividades que eram fonte de renda
complementares diminuiram por diferentes motivos:
Sericultura (bicho-da-seda) C a queda do dólar fez com que os lu-
cros provenientes da exportação diminuíssem e, conseqüente-
mente, diminuiu a produção.
Serraria C o rigor e fiscalização de leis ambientais contra o corte
de madeiras de lei aumentou nos últimos anos.
Suinocultura C a queda do preço da carne de porco, assim como, o
fechamento de abatedouros diminuiu a criação de suínos.
Algodão C na região de Rio Branco do Ivaí havia plantação de algo-
dão a qual foi praticamente exterminada devido a uma praga que
acabou com as plantações. Além disso, o uso abusivo de agrotóxi-
cos gerou problemas de saúde nos agricultores.
i.4 Potencialidades
GeralIndústrias de beneficiamento de matérias-primas locais.
Muitos grupos de discussão apontaram o beneficiamento de
matérias-primas produzidas na região como uma das melhores
alternativas para geração de trabalho e renda. Houve grande re-
clamação sobre o fato de que a riqueza gerada pelos produtos
que saem do município é mais explorada em outros locais que
beneficiam estes produtos.
Um exemplo para o beneficiamento de matérias-primas da região
é o leite. A saída sugerida por vários grupos de discussão para
a pecuária leiteira foi a de agregar valor ao produto através de
Unidades Didáticas voltadas para a formação de profissionais es-
pecializados no beneficiamento da matéria-prima. Dessa forma,
poderiam ser produzidos, por exemplo, queijos especiais.
A idéia do aproveitamento da matéria-prima local, através de seu
beneficiamento, também foi citada em relação à madeira. Isso
geraria emprego e renda e seria uma alternativa para manuten-
ção do jovem no município. Além de aumentar a arrecadação de
19
impostos. Contudo, alerta-se que é extremamente importante
que isso seja incentivado, e ao mesmo tempo, que haja capacita-
ção da mão-de-obra local.
Cândido AbreuA Citricultura e o Biodiesel são potencialidades do município pelo
clima e terreno propícios. Além disso, a agricultura orgânica seria
uma alternativa para agregar valor e diferenciar a produção local.
Cândido de Abreu, Sapopema e TibagiAs três cidades apontaram o turismo como uma potencialidade.
Tibagi é a cidade na qual esta atividade parece mais desenvolvi-
da, contando inclusive com uma rede de hotéis já estruturada. O
turismo ecológico e a estrutura para esportes de aventura como
rafting e rapel está semi-estruturada precisando de um pequeno
investimento para completar o desenvolvimento.
Cândido de Abreu ainda não possui uma grande estrutura desen-
volvida, mas há movimento relacionado ao vôo livre. Existem duas
rampas na cidade e demanda para a construção de outras duas.
No entanto, não há uma rede de hotéis estruturada, por exemplo.
Sapopema é o município que encontra-se mais distante da explo-
ração do turismo. Ele possui apenas uma cachoeira chamada “O
Salto das Orquídeas” e apoiaria o turismo nesta queda d’água.
Imbaú Imbaú é um entroncamento de várias estradas. Assim, uma das
maiores potencialidades do município de acordo com os grupos
de discussão é o aproveitamento das rodovias que cruzam a ci-
dade. Hoje, existem alguns estabelecimentos (comércio e hote-
larias) voltados para o aproveitamento dessa oportunidade, mas
ainda muito pouco desenvolvidos.
Rosário do IvaíEstá em andamento um projeto para construção de uma vinícola
para um melhor aproveitamento da produção de uva do municí-
pio. Esse projeto irá gerar mais renda aos produtores, diversificar
a produção com a inserção de novos tipos da fruta próprios para a
produção de vinho e gerar mais emprego.
20
Agricultura x Pecuária leiteira x Reflorestamento
Entre os pequenos produtores, observamos o aumento da substituição da produ-
ção de grãos por outras atividades como a pecuária leiteira e o reflorestamento.
Por ocilação dos preços de mercado, pouco investimento tecnológico ou por con-
dições geográficas impróprias para o plantio, os pequenos produtores não con-os pequenos produtores não con-
seguem transformar suas propriedades em unidades eficientes de produção.
Desta forma, a solução para obtenção de renda se desdobra em duas vertentes: a
produção de leite e o reflorestamento. A primeira opção ocorre com maior freqü-
ência, pois garante rentabilidade mensal. A segunda é vislumbrada pelos próprios
como um investimento rentável a longo prazo, uma espécie de poupança ou apo-
sentadoria. Não é raro que ambas as atividades sejam casadas por um mesmo
agricultor que possui no leite sua renda mensal e nas árvores um investimento.
Êxodo rural
O êxodo rural é um forte problema para a região. Ele ocorre principalmente en-
tre os jovens, que com a centralização da educação, movimento que trouxe as
escolas das zonas rurais, para as áreas mais habitadas dos municípios, recebem
uma educação que transmite conceitos muito voltados para os valores urbanos
que desvalorizam o trabalho no campo.
Assim, poucos jovens aceitam o trabalho no campo como perspectiva de longo
prazo e vêem na cidade uma possibilidade de ascender socialmente trabalhan-
do em empregos mais valorizados na sociedade em que vivem.
Além disso, as bolsas sociais do governo, muitas vezes, desetimulam o traba-
lho, pois as famílias recebem dinheiro mensalmente independente de possui-
rem emprego ou não.
Técnicos para atividades rurais
Foi destacada a necessidade de assistência técnica na área rural. Existem cur-
sos teóricos, mas os produtores sentem necessidade de acompanhamento in
loco (veterinários, agrônomos, etc.). O que percebemos é que há uma grande de-
manda dos agricultores por tornarem suas terras mais produtivas gerando mais
renda. E o acompanhamento de técnicos poderia possibilitar isso através de um
melhor aproveitamento da área plantada ou do maior rendimento da mesma.
ANÁLISE
21
Poder Público
Sociedade Civil
Iniciativa Privada83%
14%4%
1.2. ATORES ESTRATÉGICOS
Para desenvolver um diagnóstico local mais fiel às necessidades e demandas
da população, a metodologia aplicada em campo foi dividida em duas etapas.
A primeira foi composta por entrevistas com o poder público dos 11 municí-
pios e líderes da região. O objetivo foi levantar dados referentes à economia
local e aos serviços públicos oferecidos.
Os grupos de discussão fizeram parte da segunda etapa do diagnóstico em
campo. Nessas reuniões, foi possível obter uma percepção mais abrangente e
qualitativa sobre os serviços públicos dos municípios, as prioridades de inves-
timento que a população demanda e as percepções dos participantes sobre a
empresa Klabin.
Unindo as duas etapas formou-se a amostra do estudo socioeconômico. Os da-
dos apresentados foram preenchidos pelos participantes no dia das reuniões.
Número de entrevistados: 26 pessoas
Número de participantes dos grupos de discussão: 135 pessoas
Total de participantes: 161 pessoas
Perfil da amostraa.
Áreas de atuação
2O
Divisão por gênero
Nível de escolaridade
Tempo de permanência na cidade
Avaliação dos serviços públicos b.
Para obter as percepções sobre os serviços públicos existentes, foi proposta
uma dinâmica onde cada participante deveria dar uma nota aos serviços, den-
tro da escala de 0 a 10. Essas notas foram discutidas e foram levantadas ques-
tões sobre cada categoria abordada.
78%
Homens22%
Mulheres
Pós - graduação Completa
Ensino Fundamental Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino superior Incompleto
Ensino superior Completo
Pós-graduação Incompleta
23%
16%
7%4%
22%
11%
15%
2%
até 5 anos
de 6 a 15 anos
de 16 a 30 anos
mais de 31 anos37%
21%
25%
17%
23
O gráfico a seguir representa a média das notas dos grupos realizados nos
11 municípios.
As médias das notas dadas pelos moradores participantes do diagnóstico va-
riou de 3,2 à 7,3, sendo que duas delas ficaram abaixo da média 5,0: habitação e
saneamento. Para entender as percepções sobre cada serviço e os motivos que
levaram às notas resultantes, dividiu-se as justificativas por tema.
b.1 Educação
Entre as citações obtidas nas entrevistas e grupos de discussão,
destacamos as percepções positivas e negativas do serviço.
Pontos positivos:
O número de vagas oferecidas em todas as cidades é suficiente
para suprir a demanda local. Essas vagas estão concentradas em
creches, escolas de ensino fundamental (municipal) e escolas de
ensino médio (estadual). Escola de ensino superior existe em ape-
nas um dos municípios, Arapoti, com a Faculdade de Arapoti (FATI).
O transporte escolar para ensino fundamental e médio foi um
item bem avaliado por alcançar as áreas rurais em todos os mu-
nicípios. Porém, a manutenção dos ônibus escolares foi uma ob-
servação que alguns municípios destacaram como ponto crítico,
necessitando de maiores investimentos.
Para dar continuidade ao ensino, e pela ausência de escolas de
nível superior, os municípios (com exceção de Arapoti) disponi-
bilizam um transporte intermunicipal que leva os jovens para as
faculdades mais próximas.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Educaçã
o
Habitaçã
o
Transporte
Trabalho
e renda
Saúde
Cultura e
Lazer
Segurança
Saneamento
Poder PúblicoSociedade Civil
gráfico 1.2.b
24
A estrutura física das escolas teve uma boa avaliação, apesar
da necessidade levantada de aumentar a oferta de computa-
dores para aulas de informática, com exceção do município de
Sapopema, cujo problema de estrutura está na ausência de um
prédio com salas de aula para o ensino fundamental.
Pontos negativos
A falta de dedicação dos pais em acompanhar o desempenho dos
seus filhos na escola atrapalha na formação completa desses jo-
vens. Muitos não são estimulados em casa a entender a impor-
tância dos estudos para seu futuro.
A qualificação dos professores foi um apontamento levantado
como necessário, porém são poucas as cidades em que há oferta
de cursos de capacitação para o corpo docente local. Há destaque
para o município de Tibagi, cujos participantes levantaram a falta
de compromisso desses profissionais e a falta de interesse pesso-
al em melhorar a qualidade de ensino local.
A grade de ensino foi tida como descontextualizada da realidade
rural dos municípios. A conseqüência negativa percebida é a de
promover a saída dos jovens dos meios rurais por estimular o in-
teresse nos centros dos municípios.
Organizações de promoção à educação direcionada
Bem aceitas nos municípios, essas escolas estão direcionadas
à demandas locais não supridas no ensino escolar municipal e
estadual.
É o caso da Casa Familiar Rural, com ensino voltado para as ativi-
dades agrícolas e com uma estrutura de aulas onde o aluno fica
uma semana dentro da sala de aula e três semanas tendo aulas
práticas, no campo.
A APAE é outro destaque. O trabalho com os deficientes físicos e
mentais é bem reconhecido nos municípios.
25
“O meu critério de avaliação da nota não foi pelo ope-
racional ou professores, isso está excelente. Mas sim
da visão que o governo tem de levar a educação mais
para o meio urbano. Aqui o município é mais rural e
não tem nenhuma educação para preparar o aluno
pra se fixar na terra ou pra andar com as próprias per-
nas. A gente fala que o cara vai embora pra cidade,
mas a educação está preparando pra que ele vá.”
(Rio Branco do Ivaí – 04.09.08)
O próprio ônibus escolar vem cheio. O cara bota o
ônibus de manhã cedo e vem todo mundo com o
ônibus da escola. E a tarde volta todo mundo como
se fosse uma caminhonete, com compras, sacolas,
cheio de coisas...”.
(Arapoti – 12.09.08)
DEPOIMENTOS
26
ANÁLISE
A qualificação do corpo docente é incipiente, mas tem aumentado principal-
mente por causa das exigências das políticas públicas preconizadas pela Lei
de Diretrizes e Bases. Como parte da capacitação dos professores, destaca-se
os centros de educação à distância.
Mesmo com a educação bem avaliada, o IDEB do ensino fundamental dos mu-
nicípios é considerado baixo se comparado à média do estado do Paraná - 4,6
- e ao plano nacional de alcance da média 6,0. Dos 11 municípios, 08 estão abai-
xo da média nacional – 4,0.
Arapoti 3,95 Rio Branco do Ivaí 3,35Cândido de Abreu 4,4 Rosário do Ivaí 4,1Curiúva 3,9 Sapopema 3,7Imbaú 3,9 Tibagi 3,95Ortigueira 3,8 Ventania 3,7Reserva 4,05
Os dados do IDEB não se destacam na percepção dos participantes, pois a edu-
cação é vista como um serviço que conquistou melhorias. Os moradores mais
antigos reconhecem positivamente as reformas adotadas em âmbito federal a
fim de igualar o ensino das crianças nas áreas rural e urbana, pondo um fim às
salas de aula multi-seriadas.
Esse contexto da educação no passado traz a realidade da maioria dos pais
de alunos não terem completado seus estudos. Muitos pais não entendem a
importância da educação e do acompanhamento escolar dos seus filhos. Essa
falta de atuação da família atrapalha a continuidade do ensino para uma for-
mação completa dos jovens.
O ponto negativo mais relevante é a educação direcionada à realidade urbana.
A padronização do ensino escolar despertou um problema para os municípios
rurais: os alunos recebem um ensino descontextualizado com a realidade onde
moram. As escolas seguem a grade nacional e não promovem aulas extracur-
riculares voltadas para a promoção de atividades rurais. Para os adolescentes
dos sítios e fazendas, esse tipo de ensino abala suas raízes culturais e mexe
com as estruturas socioeconômicas locais.
Outro ponto negativo é a má condição das estradas que, principalmente nos dias chu-
vosos, impede a passagem dos ônibus escolares e muitas crianças ficam sem freqüen-
tar as aulas. Esse tópico será aprofundado adiante, no serviço de transporte.
fonte:
porta
l ide
b, mini
stério
da e
duca
ção,
2007
.
27
b.2 Saúde
O número de estabelecimentos de saúde em cada município varia
conforme o número de habitantes. Arapoti, Ortigueira e Reserva
são as três cidades de maior número de habitantes e, portanto,
necessitariam de um número maior de leitos. A demanda local
para atendimento de base é suprida.
Pontos positivos
O atendimento básico é satisfatório pelo número de estabeleci-
mentos locais, pela infra-estrutura dos hospitais e postos de saú-
de e pela oferta de medicamentos promovida pelas prefeituras. A
necessidade, apontada em alguns grupos (como Tibagi, Reserva,
Ortigueira e Curiúva) por equipamentos mais especializados está
relacionada à realidade dos municípios em não poderem ofere-
cer um atendimento completo.
A existência do Programa de Saúde da Família (PSF) satisfaz os
moradores pela abrangência nos municípios. O PSF realiza visitas
domiciliares para garantir atendimento básico para todos os mo-
radores, independente da região onde moram. Voltado principal-
mente para os idosos e donas de casa, esse programa é reconheci-
do como superficial em ações de prevenção. Somente em Cândido
de Abreu, o PSF foi reconhecido por possuir um programa dire-
cionado especialmente para as mulheres da área rural visando o
aumento da saúde,da higiene e promovendo orientações para a
adequação do orçamento familiar às necessidades da casa.
O transporte dos pacientes para hospitais de fora do município
é diário. No caso de Curiúva, a prefeitura ainda disponibiliza uma
Casa de Apoio para acomodar os pacientes em Curitiba. Isso ajuda
a diminuir o transporte diário dos pacientes, funciona como um
font
e: IB
GE 2
OO5
Reserva
Otigueira
Arapoti
Tibagi
Cândido
de AbreuCuriú
va
Rosário
do Ivaí
Sapopema
Ventania
Imbaú
Rio Branco
do Ivaí
Telêmaco
�
Borba
39
22 19 18 14 138 5 4 4 2 2
28
centro de informação e orientação dos que estão em Curitiba para
tratamento e gera maior bem estar para os acompanhantes.
Pontos negativos
Os moradores levantaram que não percebem as ações de preven-
ção destinadas a melhorar a qualidade da saúde do município.
Existe uma demanda por informações e esclarecimentos que não
é suprida.
A baixa oferta de atendimento especializado, mesmo com as visi-
tas rotativas e com o transporte para os grandes centros, também
foi levantada como ponto negativo do serviço. Os moradores gos-
tariam de não ter que realizar as viagens enquanto necessitam
de tratamentos, pois acreditam que isso pode piorar a situação
do paciente.
“Tem estrutura no hospital, mas faltam funcionários ca-
pacitados para trabalhar ali. Meu filho e minha filha nas-
ceram em Curitiba, não tem como nascer aqui. As pessoas
que nascem aqui é só de parteira.”
(Sapopema – 06.08.08)
DEPOIMENTOS
29
ANÁLISEO atendimento de base prestado pelo município é satisfatório, porém, insufi-
ciente para suprir às demandas locais por tratamentos mais especializados.
Devido ao número de habitantes dos municípios estar abaixo de 25 mil, a assis-
tência que a prefeitura deve promover é o atendimento de base. Não é obrigató-
rio o fornecimento de atendimentos ou tratamentos especializados de acordo
com diretrizes do Ministério da Saúde. No entanto, as prefeituras devem ofere-
cer um serviço de transporte para centros próximos que possam oferecer aten-
dimento de especialistas para a população.
Ainda que não seja uma obrigação municipal, a questão da falta de especialis-
tas foi apontada como uma deficiência dos sistemas de saúde municipais. Outro
problema para solucionar isso é a dificuldade de gerar interesse nos médicos
para se instalar em cidades com menos de 30.000 habitantes. Os salários ofereci-
dos são, em média, de 10 mil reais por mês, e mesmo assim os municípios enfren-
tam dificuldade na atração e retenção destes profissionais.
A solução adotada por algumas prefeituras é a de um acordo de atendimento
rotativo. O médico faz visitas semanais ou quinzenais ao município e atende os
moradores previamente agendados. Entende-se, então, que esta é uma questão
particular e com possíveis reformas somente a longo prazo.
O mais preocupante na saúde dos municípios é o atendimento especializado às
mulheres e às crianças. A Clínica de Saúde da Mulher e da Criança é um progra-
ma estadual que visa minimizar os índices de mortalidade infantil que continu-
am altos. O índice considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos. Todos os municípios estão
acima desse valor e 8 estão acima do índice do estado do Paraná, 13,7 por mil.
font
e: IB
GE 2
OO5
Sapopema
ORosário
do Ivaí Tibagi
Ortigueira
Imbaú
Arapoti
Curiúva
Cândido
de AbreuVentania
Rio Branco
do Ivaí
Reserva
Coeficiente de Mortalidade Infantil
36,1430,93 29,7
25,2121,86 19,57
14,98 12,58 11,63 10,05
22
30
ANÁLISE
Segundo a fonte Paranacidade, dos 11 municípios estudados, apenas 5 partici-
pam do projeto de implantação da clínica da saúde da mulher e da criança, das
quais quatro já foram inauguradas.
As ações de prevenção, eficazes também na orientação de saúde das crianças,
estão restritas a cartazes colados nos hospitais ou postos de atendimento.
Os moradores percebem que esse serviço deve estar atrelado ao Programa de
Saúde da Família. Foi constatado por moradores da área rural (participantes
da pesquisa), que os agentes do PSF não são orientados para levar informa-
ções de prevenção de doenças. Este déficit do programa aumenta o índice de
visitas aos hospitais e centros de saúde.
31
b.3 Trabalho & Renda
Na categoria Trabalho & Renda os pontos positivos e negativos
estão imersos numa relação que explica o funcionamento da
oferta de trabalho e de mão-de-obra local. Separar os dois pontos
faria essa relação ficar menos explícita e, por isso, esta categoria
terá subgrupos diferentes das demais.
Oferta de trabalho:
Há a percepção de que a expansão do reflorestamento gera oferta
de trabalho nas áreas rurais, no entanto, a necessidade de mão-
de-obra desta atividade é sazonal, durante o período de plantio.
As máquinas para o corte são manuseadas por poucos trabalha-
dores e, por isso, os entrevistados possuem a expectativa de que
quando o plantio acabar haja um grande número de desemprega-
dos por alguns anos.
As atividades de reflorestamento e de agricultura são reconheci-
das como geradoras de emprego pesado e de baixa remuneração.
Há pouca oferta de trabalho industrial e empresarial, com ga-
rantias de carteira assinada e benefícios trabalhistas. Pela tabe-
la de atividades econômicas no gráfico 1.1.h (pg. 12) percebe-se
que os municípios são majoritariamente agrários. O estilo de
trabalho pesado das lavouras, faz com que muitos moradores
busquem novas oportunidades fora da área rural. Porém, esta
demanda não é suprida nos municípios, pois não há um incen-
tivo público para a vinda de empresas que aumentem a oferta
de trabalho nos centros.
Não há muitas oportunidades para as mulheres. Elas estão restritas
ao funcionalismo público, primeiramente nas escolas, e no comércio.
Capacitação
O Sindicato Rural e a Emater, em parceria com o Senar, promovem cur-
sos de capacitação para o desenvolvimento do trabalho rural local.
O problema destacado é a falta de compromisso dos proprietá-
rios e trabalhadores em manter-se atualizados e capacitados
para gerir a terra de maneira mais produtiva. A falta de qualifica-
ção profissional rural gera baixa qualidade da produção local.
Faltam cursos de capacitação técnica direcionados às ativida-
des industriais. Não existem SENAI ou instituições de promoção
3O
“O jovem termina o segundo grau e geralmente quer
trabalhar numa indústria, numa fábrica, e aqui não
existe isso. Os serviços que nós temos aqui hoje para
oferecer é o laticínio, a prefeitura, uma pequena fac-
ção, frentista de posto, viveiro de mudas... é pouca
opção né.
(Rosário do Ivaí – 11.08.08)
“Depois da faculdade (FATI) teve uma evolução
no padrão das pessoas que estão no mercado de
trabalho”.
(Arapoti – 12.09.08)
DEPOIMENTOS
destas atividades nos municípios estudados, o que limita a mão-
de-obra para esses setores.
Renda / Salários
Tradicionalmente, o agronegócio ainda abrange grande parte da
mão-de-obra local, pois principalmente nas pequenas proprieda-
des, todos os membros da família participam da produção. Porém
a renda dos dos trabalhadores rurais é considerada baixa, tendo
em vista que a remuneração mensal, segundo as entrevistas rea-
lizadas, está na média de um salário mínimo. Tem-se a dimensão
da pouca circulação de renda nos municípios se comparados à re-
alidade do estado do Paraná. Segundo os cálculos do Pnad (IBGE),
o rendimento médio mensal dos homens no Paraná em 2006 foi
de R$ 1.120,00.
33
ANÁLISEOs jovens estão interessados em ter uma formação mais técnica, direcionada
para trabalhos alternativos ao trabalho rural. O problema não está na impos-
sibilidade de se realizar esses cursos de capacitação, mas sim em empregar
esses futuros técnicos qualificados. Os municípios não dispõem de oferta
de trabalho para suprir essa demanda. Desta forma, há um desinteresse em
qualificação por falta de perspectiva de melhorias de salário e condições de
trabalho.
Esse cenário está gerando um movimento de evasão dos jovens desses municí-
pios para cidades maiores, como Curitiba e Ponta Grossa, em busca de melho-
res oportunidades.
Diante deste contexto se estabelece um paradoxo: um dos principais motivos
para a ausência de indústrias nos municípios é a falta de mão-de-obra qualifi-
cada. A busca de qualificação, por sua vez, não ocorre, pois não há perspectiva
de empregabilidade. Assim, forma-se um ciclo vicioso de diminuição da oferta
de trabalho na região.
Na pesquisa, observamos que os municípios apresentam um déficit de presta-
dores de serviços especializados, como eletricistas, pintores, carpinteiros. Não
há cursos técnicos para desenvolver essa mão-de-obra local e não há demanda
suficiente para tornar a atividade atraente economicamente.
34
b.4 Transporte
Este serviço foi avaliado pela oferta de transporte coletivo que
circula dentro e fora dos municípios, pela quantidade de estradas
existentes interligando as áreas internas municipais (rural e urba-
na) e pelas condições de manutenção dessas estradas.
Pontos positivos
As frotas são de empresas particulares e possuem dois horários,
de manhã e à tarde, e ligam a áea rural à urbana.
Pontos negativos
Falta manutenção da frota de ônibus usada para o transporte cir-
cular e escolar. Na maioria dos municípios, esses ônibus perten-
cem a empresas particulares e são gerenciados pela prefeitura.
O transporte intermunicipal foi considerado insuficiente por ofe-
recer poucas opções de ônibus, com horários de circulação limi-
tados. Porém, reconhece-se que a demanda é baixa.
As principais rodovias que passam pelos municípios foram consi-
deradas bem conservadas, diferente das que existem dentro dos
mesmos, ligando o centro à área rural. Essas estradas municipais
não são asfaltadas e tão pouco possuem manutenção adequada.
Peculiaridades
As cidades de Rio Branco do Ivaí e Rosário do Ivaí são conhecidas pelos
próprios moradores como cidades “fim de linha”, ou seja, há apenas
uma estrada que liga os municípios a outras partes do Paraná. Essa li-
mitação eleva os custos para o escoamento da produção interna e se
torna um empecilho para a ida de empresas e indústrias para a cida-
de. Há algumas alternativas para resolução deste problema. No caso
de Rosário do Ivaí os moradores e o prefeito, Celso Antunes Ribeiro,
apontam duas possíveis estradas que solucionariam o problema:
Rosário-Imbaú C trecho mais longo que passa por Rio
Branco do Ivaí;
Rosário-Ortigueira C Trecho mais curto que exige a cons-
trução de uma ponte. De acordo com o prefeito, há uma
promessa do governo do Estado asfaltar esta estrada se a
prefeitura construir essa ponte.
Em Ortigueira, foram instalados dois pedágios na principal via
de acesso ao município: um deles no próprio município e outro
35
“Da onde eu moro, num assentamento que tem um
colégio que vai até o segundo grau, dá 9 km. Eu tenho
uma menina que estuda lá. Se chove o ônibus não vai
porque a estrada não é boa. No mês de abril, por exem-
plo, era para ter 23 dias de aula, ela faltou 12 porque
choveu e o ônibus não passa. Quando está sol o ônibus
está quebrado porque é uma frota antiga.”
“Ele produz o leite e esse leite tem que sair com
chuva. E às vezes não pode o caminhão ir buscar o
leite lá no resfriador comunitário porque choveu e
o caminhão não consegue chegar com o tanto de
buraco.”
(Sapopema – 06.08.08)
DEPOIMENTOS
em Imbaú, a poucos quilômetros da divisa. Isso fez com que o
transporte de mercadorias ficasse mais caro. Os participantes
levantaram que o pedágio que fica em Imbaú era para ser en-
tre a cidade e Telêmaco Borba e que, segundo eles, a Klabin fez
pressão para que fosse instalado entre Ortigueira e Imbaú a fim
de impedir o aumento do custo do transporte de toras para uni-
dade de Monte Alegre.
36
ANÁLISE
A má conservação das estradas gera impactos em diversos setores sociais.
Principalmente nos dias chuvosos, essa má conservação impossibilita o trân-
sito dos moradores, prejudica a circulação dos ônibus escolares e encarece os
fretes que os produtores rurais locais contratam para escoar a produção.
Para circular por essas estradas, o transporte público oferecido pelo município
abrange grande parte dos bairros existentes. Diferente de uma grande cidade,
os moradores não apontam necessidade de maior oferta de transporte, pois
por questões culturais, utilizam meios alternativos como bicicleta, cavalo, ou
caminhonetes.
No caso de não haver uma frota destinada para o transporte coletivo, os mora-
dores do interior, quando necessitados, aproveitam os ônibus escolares para ir
ao centro. Mesmo sendo uma atitude contrária à legislação brasileira, os moto-
ristas não possuem autoridade para impedir essa situação.
Em alguns municípios, como no caso de Imbaú, o problema não está na oferta,
mas sim na conservação da frota de ônibus escolares e dos pontos de embar-
que. Muitas vezes, as crianças são obrigadas a esperar o ônibus escolar expos-
tas à chuva uma vez que muitos dos pontos sequer possuem cobertura. Este
fato também foi destacado como diminuidor da freqüência escolar.
37
b.5 Habitação
Este serviço foi avaliado quanto à disponibilidade de habitação,
existência de ocupações irregulares e condições de moradia.
Pontos positivos
Os programas habitacionais já realizados nos municípios foram
citados como positivos. Em parceria com a COHAPAR as prefeitu-
ras organizaram a construção de casas populares, principalmen-
te, na área urbana. Existem programas esporádicos de construção
como o Programa Vilas Rurais, o Programa Casa Feliz e o Paraná
12 meses.
Pontos negativos
As casas das áreas rurais foram consideradas de baixa qualidade
por falta de programas de melhoramentos mais abrangentes.
A COHAPAR realiza programas considerados insuficientes para
toda a demanda das áreas de ocupação irregular, encontradas
perto do centro das cidades.
“A precariedade está tão grande que tem 4, 5, 6
casas num lote sem organização para ligar um
esgoto corretamente, são 5, 6 fossas abertas
num terreno. Então é muito complicado. O ór-
gão público responsável precisava brecar.” (ocu-
pação irregular)
(Reserva – 05.09.08)
DEPOIMENTOS
38
ANÁLISEA formação das ocupações irregulares próximas aos centros dos municípios tem
origem no aumento do êxodo rural, onde famílias de pequenos agricultores ven-
dem suas terras para irem em busca de novas oportunidades de trabalho nos cen-
tros. Sem qualificação devida, vivem através de bolsas sociais do governo o que
não permite sustentar uma casa ou um aluguel.
Faltam programas de financiamento que ajudem na recuperação das casas existen-
tes no interior, assim como iniciativas de regularização fundiária. E quando esses pro-
gramas de habitação são implantados, alguns beneficiários vendem a casa depois de
pronta em busca de renda e voltam a morar em assentamentos ou casas irregulares.
b.6 SaneamentoCom a pior avaliação dentre os serviços públicos, os problemas
que se destacam no saneamento são a falta de coleta e tratamen-
to do esgoto e a má destinação do lixo gerado nos municípios.
Particularmente em Curiúva, há catadores que realizam a coleta
seletiva e ajudam na reciclagem do lixo, mas ainda não são orga-
nizados em cooperativas, o que dificulta o controle.
Pontos positivos
O fornecimento de água tratada foi o quesito mais bem avaliado
da prestação desse serviço. Porém não é abrangente a todas as
áreas. Em Sapopema, por exemplo, os bairros do interior não re-
cebem água tratada e usam poços artesianos ou semi-artesianos
(com menor profundidade).
Pontos negativos
A ausência de coleta e tratamento de esgoto na área rural dos mu-
nicípios acarreta na construção de fossas sanitárias irregulares e
poluidoras do lençol freático. Além de se tornarem focos de con-
centração de mosquitos, muitas vezes transmissores de doenças.
A coleta de lixo é esporádica nas áreas rurais, porém eficazes con-
forme a demanda. O que insatisfaz os moradores é o volume de lixo
direcionado para os aterros sanitários, ou para lixões a céu aberto.
39
DEPOIMENTOS
“Curiúva é um queijo suíço de tanta fossa que tem aqui den-
tro. O dia que houver uma epidemia de alguma coisa vai ter
que esvaziar a cidade. Cada casa tem uma, duas, três fossas.“
(Curiúva – 03.09.08)
ANÁLISENão existe um plano de educação sanitária nos municípios que oriente aos mo-
radores, principalmente das áreas mais carentes, a lidar com a questão do sanea-
mento pensando na saúde e no meio ambiente. Muitas famílias de pequenos agri-
cultores não sabem as conseqüências que uma fossa mal construída pode gerar.
Essas fossas, construídas pela falta de coleta de esgoto na área rural, aumentam o
nível de contaminação dos lençóis freáticos pois não são construídas com a preo-
cupação de evitar essa contaminação. O mesmo ocorre com os rios que recebem o
esgoto sem tratamento adequado, como é o caso do rio Tibagi que recebe o esgo-
to da periferia e interior do município de Tibagi, sendo que este é um dos rios que
abastecem a cidade de Londrina.
A coleta seletiva de lixo é mal organizada e pouco eficaz. Na área urbana, o lixo é des-
tinado para os aterros sanitários, quando existentes, sem uma separação adequada
e sem uma organização para se obter renda com a atividade. Por causa dessa desor-
ganização, os locais de destino dos lixos recebem mais volume que o necessário.
Da amostra estudada, os possuidores de aterro sanitário são Arapoti, Cândido
de Abreu e Ortigueira. Os municípios Sapopema e Curiúva participam de um
consórcio intermunicipal de aterro sanitário, junto com a cidade Figueira, que
já está licenciada e cujas obras de implantação estão previstas para 2009. Com
projetos em fase de licenciamento estão os municípios Ventania e Tibagi.
Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, Reserva e Imbaú não possuem aterro ou
projeto em andamento.
40
b.7 Segurança
O índice de criminalidade de maior freqüência é o furto - simples
e qualificado. A denominação simples serve para furtos de obje-
tos, de bicicletas, fios de cobre, etc. A qualificada serve para furto
de propriedades e pertences de valores altos.
A insatisfação dos moradores está focada no despreparo dos po-
liciais e na falta de infra-estrutura das delegacias.
“A gente vê a polícia, que era para ser autoridade
maior, dentro de uma briga, se rebaixando para
um ou dois caboclos aqui de Sapopema no meio
do público. O outro xingando a polícia, fazendo
desacato à autoridade e ele não fazendo nada
porque tem medo ou rabo preso.”
(Sapopema – 06.08.08)
DEPOIMENTOS
41b.8 Cultura e lazer
Pontos positivos
O CTG, Centro de Tradições Gaúchas, funciona para manter a cul-
tura gaúcha entre jovens e adultos através de práticas de esporte,
manifestações culturais e festas típicas.
Em algumas cidades, há a Feira da Lua, organizada pelos mora-
dores rurais e realizada no centro da cidade, e é uma das poucas
atrações para os moradores. Ela ocorre todas às sextas-feiras, das
18h às 23h. Esta é uma oportunidade de descontração e confra-
ternização entre os moradores e é muito apreciada nas cidades.
A natureza abundante propicia lazer natural e gratuito. Cidades
como Cândido de Abreu, Sapopema e Tibagi, possuem cachoeiras,
espaços para esportes de aventura e turismo ecológico.
Pontos negativos
Há pouca oferta de iniciativas que promovam a interação dos mo-
radores ou que sirvam como alternativa de diversão para os jovens.
Os municípios são carentes em espaços para confraternização,
parques infantis e opção de lazer para os adolescentes que, em sua
maioria, acabam freqüentando bares e consumindo muito álcool.
ANÁLISEO efetivo de policiais, considerado baixo pelos moradores, está dentro dos padrões
de segurança do estado. Rio Branco do Ivaí, com 3.850 mil habitantes, tem 4 poli-
ciais que trabalham em alternância. Ou seja, 1 policial para 962 habitantes. Segundo
Secretaria Nacional de Segurança Pública, Maringá (PR) é 1º lugar no ranking das
cidades mais seguras do país e tem o efetivo de 1 policial por 960 habitantes.
Os municípios são considerados seguros pelos moradores. Eles reconhecem
que uma quantidade maior de efetivo policial poderia amenizar as brigas de
rua ou em festas, mas que os índices de criminalidade são baixos.
4O
O esporte é focado em campeonatos de futebol. Existem campos
ou quadras onde crianças, jovens e adultos praticam esta moda-
lidade. Não há opção de esporte voltado para as meninas, mulhe-
res ou idosos.
As Casas de Cultura, quando existentes, não são utilizadas para
esse fim. Tornaram-se espaços públicos para palestras e reuniões
sobre assuntos diversos.
“Por falta de lazer, de cultura, de atividade, o oba oba é
a vida do outro, o que aconteceu, a desgraça do outro...
Tem que mudar isso. Porque eles (moradores) não têm
outra opção.”
(Arapoti – 07.08.08)
“De futebol Rio Branco está bem servido. Mas aquela
parcela da população que não pratica esportes, está
ao léu. Nós necessitamos de um projeto para melhorar
a área de lazer tanto das crianças e dos adolescentes
como dos idosos”.
(Rio Branco do Ivaí – 04.09.08)
DEPOIMENTOS
43
ANÁLISEA falta de lazer afeta principalmente os jovens. Sem opção de diversão, as lan hou-
ses viraram ponto de encontro das turmas de diversas idades.
O problema ocorre à noite, quando as opções de lazer se restringem aos bares. O
índice de jovens que freqüentam os bares das cidades tem aumentado e a violência
por causa do álcool acompanha este crescimento. Os adolescentes, usuários de dro-
gas, depredam os monumentos púbicos e provocam brigas violentas nos bairros.
Prioridades de investimentoc.
Após a dinâmica de avaliação dos serviços, os participantes dos grupos de dis-
cussão foram direcionados a selecionar, dentre os serviços públicos analisa-
dos, prioridades de investimento. A seguir, o gráfico com a ordem de priorida-
des mais citadas nos grupos.
Educaçã
o
Trabalho e Renda
Transporte
Público
Estradas
SaneamentoSaúde
40%33%
8% 8% 5% 2%
44
A prioridade máxima para os municípios é o desenvolvimento de Trabalho e
Renda. Pode-se dividir este item em três prioridades:
Desenvolvimento de novas frentes de trabalho: os moradores
acreditam que incentivar a vinda de novas empresas / fábricas irá
gerar oportunidades de melhores salários e condições trabalhis-
tas, diferentes do agronegócio.
Fomento às atividades locais: prioriza o aprimoramento das téc-
nicas agrícolas e a criação de uma rede de empreendedores para
direcionar as vendas e aumentar o rendimento dos produtores.
Qualificação profissional: é percebida como um investimento que
deve caminhar junto com a diversificação das atividades, pois os
municípios deverão estar aptos a suprir de mão-de-obra as novas
atividades, ao mesmo tempo que deverão prover oportunidades
aos profissionais qualificados.
A segunda prioridade é a educação e está pautada em melhorias de infra-es-
trutura, oferta de cursos técnicos e atividades extracurriculares com dois ob-
jetivos principais: manter os alunos ocupados durante todo o dia e dar oportu-
nidade para as crianças e jovens experimentarem novos ofícios que poderão
ajudá-los no futuro (por exemplo: marcenaria, horticultura, artesanato, etc.).
Para os municípios com baixo grau de urbanização, também é importante
adaptar a grade curricular das escolas para torná-la mais adequada ao estilo
de vida das crianças rurais.
Os quatro itens finais (saúde, estradas, saneamento e transporte público)
são investimentos necessários para melhorar o atendimento desses servi-
ços à população.
45
DEPOIMENTOS
“Sem estrada o município não consegue gerar renda
porque não vai escoar a produção”
(Imbaú – 06.09.08)
“Emprego aqui é essencial, tem um monte de gente
sem ter o que fazer e isso vai gerando até o consumo
de drogas. Por exemplo, a meninada que se droga
porque a mãe não ganha, o pai não consegue empre-
go... Não tem o que fazer.”
(Curiúva – 03.09.08)
ANÁLISE
As principais prioridades estão dentro dos serviços educação e trabalho & renda,
apesar deles terem sido bem avaliados pelos grupos quando foram solicitadas
notas para cada um dos serviços. Essa ambigüidade se esclarece, pois na percep-
ção dos moradores qualquer investimento nesses setores, mesmo que a longo
prazo, irá trazer maiores benefícios para a população e as gerações futuras.
DIAGNÓSTICO
2. EMPRESADIAGNÓSTICO
48
Nos grupos de discussão foram levantadas percepções dos participantes sobre
a Klabin. A empresa é bem vista pelos moradores, porém quando questionados
sobre questões específicas da relação da empresa com os municípios, os partici-
pantes destacaram pontos negativos em maior quantidade.
No gráfico a seguir tem-se um comparativo do percentual de respostas positivas
e negativas de todos os grupos de discussão.
Percepções positivas
Percepções Negativas
Apontamentos sobre a Klabin
negativos
positivos
64%36%
2. PERCEPÇÕES SOBRE A KLABIN
Oportunidade de emprego
Maior rentabilidade no uso da terra
Empresa socialmente responsável
Respeito aos funcionários
Parceria em potencial
Melhoria das estradas
Crescimento do município
Respeito ao meio ambiente
Uso do solo improdutivo
45%
14%13%
10%
6%5%4%2%1%
Pouco investimento local
Impactos ao meio ambiente
Degradação das estradas
Monocultura
Oferta de trabalho temporário
Aumento de contigente populacional
Uso de serviço de saúde local
Aumento da violência
Oferta de trabalho pesado
25%
20%19%
17%
12%
3%3%1%1%
49
2.1. PERCEPÇÕES POSITIVAS
Geração de emprego – aumenta a oferta de trabalho dos municípios.
Potencial parceira – os moradores entendem que uma empresa do porte da Klabin pode
promover parcerias econômicas e sociais beneficentes ao desenvolvimento local.
Atividade que aumenta a rentabilidade da propriedade – visto que o plantio de euca-
lipto e pinos, quando preparado para o corte, gera uma rentabilidade maior as ativida-
des tradicionais. Muitos agricultores estão adotando a prática como uma “poupança
verde”.
Respeito aos funcionários - assim foi considerada por respeitar seus funcionários for-
necendo-lhes boas condições de trabalho, treinamentos ou cursos de qualificação e
garantia de uma boa aposentadoria.
Empresa socialmente responsável – a empresa é reconhecida pelos projetos sociais,
como o Projeto Caiubi, e pelas melhorias fornecidas ao município de Telêmaco Borba.
DEPOIMENTOS“O reflorestamento, incentivado pelo fomento da Klabin
é bom. A renda ainda não dá para ver porque está cres-
cendo, mas o otimismo é alto”.
(Sapopema – 09.09.08)
“A madeira tem entrado como uma diversificação de pro-
dução para os pequenos agricultores”
(Reserva - 05.09.08)
50
2.2. PERCEPÇÕES NEGATIVAS
Oferta de trabalho temporário – o
lado negativo do trabalho no cultivo
florestal é a instabilidade e a sazona-
lidade. O período que mais emprega
é o de plantio, cujo trabalho dura
apenas alguns meses.
Pouco retorno social realizado nos
municípios estudados – a popula-
ção se sente carente de um retorno
em contrapartida da exploração de
suas terras. A percepção é a de que
a Klabin aproveita o espaço físico lo-
cal e não gera nenhum benefício em
troca para o município.
Monocultura – receio de que o culti-
vo florestal irá substituir a produção
de alimentos. Esta previsão gera duas
conseqüências relevantes: a falta de
alimentos disponíveis para a região e
o aumento do êxodo rural pela falta
de um fluxo de renda mensal, já que
o cultivo florestal só gera renda com
a venda das toras.
Estradas – a deterioração das estra-
das é atribuída ao transporte de car-
ga pesada utilizados para levar as to-
ras de madeira e aos tratores da em-
presa ou de terceirizadas. Esse fato
provoca um aumento do tempo de
deslocamento nas estradas, danos
aos veículos, fretes com custos mais
altos e impossibilidade de trânsito
em dias chuvosos.
Meio-ambiente – os moradores acre-
ditam que o plantio de eucalipto gera
impacto ao meio ambiente, pois pro-
voca o ressecamento do solo, o que
prejudica outras atividades agrárias
e diminui o nível de água dos rios.
Êxodo rural – o tempo de crescimen-
to da floresta até chegar ao ponto de
ser vendida para a Klabin é de aproxi-
madamente 6 anos. Alguns agriculto-
res estão vendendo suas terras para
conseguirem essa renda antes desse
período e acabam migrando para os
centros urbanos em busca de novas
oportunidades. Pela baixa qualifica-
ção dessa mão-de-obra, muitos se
tornam desempregados e sem recur-
sos para a compra de uma moradia.
Hospitais – o trabalho no plantio de
floresta é considerado pesado e pe-
rigoso. Em particular nos municípios
de Sapopema e Reserva, a população
percebe que essa atividade aumenta
a demanda por atendimento hospi-
talar. Em Reserva, levantou-se que
os acidentes de trabalho são oca-
sionados principalmente devido às
empresas terceirizadas de cultivo
florestal que não oferecem cuidados
especializados para a segurança no
trabalho.
51
DEPOIMENTOS
“Tem muito produtor pequeno, e até alguns grandes, fazen-
do o cultivo de madeira. Então o que acontece é que o leite, a
agricultura, o feijão vai diminuindo. E é muito bom ter a ma-
deira e a indústria, só que precisa ter alimento”.
(Curiúva – 03.09.08)
“O reflorestamento foi bom por um lado e foi ruim por outro,
pois nossas águas acabaram”
(Rio Branco do Ivaí – 02.09.08)
“A maioria dos pequenos agricultores estão fazendo plantio
de eucalipto e os filhos se mandando para a cidade. Eu acredi-
to que se continuar dessa forma, daqui a 20 anos, o município
vai ser floresta somente”
(Ventania – 08.09.08)
RECOMENDAÇÃO DE INVESTIMENTO
SOCIAL
54
1. METODOLOGIA APLICADA
a. Metodologia: Análise multidimensional
Essa metodologia propõe a avaliação das linhas de investimento conjugando
em uma matriz as perspectivas da empresa e do território. A partir da classifi-
cação de cada uma das linhas nestes eixos de análise, é possível priorizá-las de
acordo com sua capacidade de atender as necessidades do território e evitar
riscos ou proporcionar oportunidades para a Klabin. Os eixos são compostos
pelas seguintes variáveis:
Critérios para eixo empresa: 1.
Risco à reputação
Risco à operação
Oportunidades para a reputação
Oportunidades para a operação
Critérios para eixo território: 2.
Abrangência
Prioridades
Avaliação
Retorno econômico
b. Lista de linhas de investimento
Diversificação econômicaFomento das atividades existentesQualidade do transporte oferecidoAumento da capacidade de atendimento de saúdeAumento da qualidade de atendimento de saúdeAmpliação da capacidade/ Diversificação da oferta de educaçãoQualidade da educaçãoAumento da capacidade instalada de transporteConstrução e melhorias das habitaçõesAumento da qualidade e capacidade instalada de saneamentoAumento da capacidade instalada de segurançaQualidade do atendimento de segurançaAumento da oferta de cultura e lazerAumento da qualidade de cultura e lazer
55
c. Seleção de linhas de investimento
Das matrizes, foram destacadas como prioritárias aquelas linhas que, após
analisadas, ficaram posicionadas nos três quadros extremos.
Linhas prioritárias por município:
Municípios
Linhas de investimento
Arapoti (pag. 62)
Candido de Abreu (pag. 62)
Curiúva (pag. 63)
Imbaú (pag. 63)
Ortigueira (pag. 64)
Quadrantes de 4 a 6
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Qualidade da educação
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Qualidade do transporte oferecido
Aumento da capacidade de atendimento de saúde
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Qualidade da educação
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Aumento da qualidade de atendimento de saúde
Aumento da capacidade de atendimento de saúde
Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Aumento da oferta de cultura e lazer
Aumento da oferta de cultura e lazer
6
642
4
2
0
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Linha de investimento
56
Municípios
Linhas de in-vestimento
Reserva (pag. 64)
Rio Branco do Ivaí (pag. 65)
Rosário do Ivaí (pag. 65)
Sapopema (pag. 66)
Tibagi (pag. 66)
Ventania (pag. 67)
Quadrantes de 4 a 6
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Diversificação econômica
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Fomento das atividades existentes
Qualidade da educação
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Aumento da capacidade de atendimento de saúde
Qualidade do transporte oferecido
Qualidade do transporte oferecido
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Qualidade do transporte oferecido
Qualidade da educação
Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento
Qualidade da educação
Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação
Qualidade da educação
Aumento da capacidade de atendimento de saúde
Aumento da oferta de cul-tura e lazer
Aumento da capacidade instalada de transporte
Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento
Aumento da oferta de cul-tura e lazer
Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento
Aumento da capacidade instalada de segurança
As matrizes completas estão disponíveis no anexo Matrizes por município.
2. Recomendação de investimento
Considerando as diretrizes de Sustentabilidade Empresarial da Klabin e as res-
trições impostas pelo BNDES para a aplicação da contrapartida social, reco-
mendamos que o investimento social seja destinado a ações pontuais, abran-
gentes e com foco nas necessidades dos municípios.
57
a. Sugestão de projeto
a.1 Justificativa
De acordo com as notas atribuídas pelos participantes da pesquisa, o sa-
neamento foi o serviço público apontado como o mais precário conforme
o gráfico a seguir:
C Aterro sanitário:
Não possuem: Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, Reserva e Imbaú;
Possuem projeto em fase de licenciamento: Ventania e Tibagi;
Possuem projetos licenciados: Sapopema e Curiúva (consórcio intermuni-
cipal junto a Figueira);
Possuem aterro: Arapoti, Cândido de Abreu e Ortigueira.
C Educação sanitária deficiente gera aumento de doenças;
C Existência de fossas irregulares e lixões a céu aberto contaminando os lençóis freáticos;
C 8 dos 11 municípios possuem mortalidade infantil superior a média do Paraná;
C Coleta de lixo esporádica na zona rural o que estimula a queima irregular dos detritos;
C Necessidade de geração de trabalho e renda.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Educaçã
o
Habitaçã
o
Transporte
Trabalho
e renda
Saúde
Cultura e
Lazer
Segurança
Saneamento
Poder PúblicoSociedade Civil
58
a.2 Visão regional
C O projeto deve possuir uma visão regional:
Otimização de custos;
Distribuição geográfica ideal;
Gestão unificada dos esforços.
C As características de cada uma das cidades devem ser respeitadas, o que
significa que o projeto se adaptará a cada cidade de acordo com suas princi-
pais necessidades e potencialidades.
a.3 Conceito de Desenvolvimento Limpo
C Objetivos do projeto:
Aumento da qualidade de vida;
Preservação do meio-ambiente;
Melhoramento das condições de saúde.
DesenvolvimentoLimpo
Educação AmbientalDestinação Adequada
Reciclagem
59
a.4 Cadeia do lixo
a.5 Abrangência
C Geográfica:
Municípios com presença florestal da Klabin;
Visão regional com ações locais.
C Público-alvo:
Moradores das áreas rurais, construções irregulares e assentamentos;
População de baixa renda;
População em geral dos 11 municípios.
C Política:
Sociedade civil, iniciativa privada e poder público:
• Instituto Ambiental do Paraná;
• Secretarias Municipais de Educação e Saúde;
• Núcleo Regional de Educação;
• Secretária de Estado de Saúde através da Rádio Saúde;
• Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE).
Consumo Geração Separação
Coleta
Coleta
Descarte
Reciclagem
Educação Ambiental
Destinação adequada
Reciclagem
60
a.6 Conteúdo
Aterro Sanitário - destinação adequadaa.
C Identificação de projetos de construção de aterros sanitários;
C Suporte à construção de aterros sanitários:
Institucional;
Técnico;
Financeiro.
Objetivos:
C Garantir o processamento correto do lixo;
C Evitar contaminação dos lençóis freáticos e rios.
Educação Ambientalb.
C Formação de multiplicadores (Sistema Caiubi);
C Capilarização por meio da rede de professores e profissionais do Programa
de Saúde da Família.
C Conteúdos:
Saúde sanitária;
Separação, tratamento e destinação do lixo doméstico;
Construção e manutenção de fossas;
Armazenamento e manuseio de agrotóxicos.
Objetivos:
C Prevenir doenças no meio rural;
C Criar consciência para as questões ambientais regionais em toda a
comunidade;
Incentivar adoção de atitudes responsáveis em relação à produção e reci-
clagem de lixo.
61
Reciclagemc.
C Criação e legalização de cooperativas de catadores;
C Desenvolvimento de infra-estrutura para reciclagem;
C Viabilização de comercialização dos materiais beneficiados.
Objetivos:
C Gerar renda direta e indireta;
C Diminuir o volume de lixo destinado aos aterros.
a.7 Condução
Consórcio Privado (anexo 2 - lei 6484/76)
C Gestão independente dos recursos financeiros;
C Gestão centralizada das iniciativas e parceiros;
C Prestação de contas integrada.
Consórcio PrivadoConsórcio Privado
Consórcio PúblicoConsórcio Público
Entidade PúblicaEntidade Pública
Entidade PúblicaEntidade Pública
Consórcio PúblicoConsórcio Público
Grupo de TrabalhoTemático
Grupo de TrabalhoTemático
Grupo de TrabalhoTemático
•Klabin
•Parceiros privados
•ONGs
4. ANEXOS
64
1. Matrizes por município
As linhas de investimento estão separadas por cor para diferenciar as que fo-
ram percebidas pelos participantes por terem nexo causal com a Klabin.
Arapoti
Cândido de Abreu
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
2
1
3
4
6
810
12
14
5
7
9
11
13
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
2
1
3 4
6
1011
12
14
5
7
9 813
65
Curiúva
Imbaú
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
2
1
4
6
310
1112
5
14
98 13
7
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
5
34
11
2
9
6
8
10
7
12
14
13
66
Ortigueira
Reserva
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
2
4
9
6
8
1012
14
573
11
13
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
2
43
6
81012
14
5
7
911
13
67
Rio Branco do Ivaí
Rosário do Ivaí
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1014
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
2
3
4
68
5
111210
7
913
14
68
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
12
5
3
4
6
78 9
10
1112
1314
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
1
4
2
39
6
8
11
14
5
7
10 13
12
Sapopema
Tibagi
69
6
642
4
2
0sem nexo causal percebidonexo causal percebido
1 - Diversificação econômica2- Fomento das atividades existentes3- Qualidade do transporte oferecido4 -Aumento da capacidade de atendimento de saúde5- Aumento da qualidade de atendimento de saúde6- Ampliação da capacidade/Diversificação da oferta de educação7- Qualidade da educação8- Aumento da capacidade instalada de transporte9- Construção e melhorias das habitações10- Aumento da qualidade e capacidade instalada de saneamento11- Aumento da capacidade instalada de segurança12- Qualidade do atendimento de segurança13- Aumento da oferta de cultura e lazer14- Aumento da qualidade de cultura e lazer
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
Rel
evân
cia
para
a K
labi
n
Relevância para o território
2
3
4
6
8
10
1214
9
7
9
1
13
5
11
Ventania
70
2. Consórcio - Lei 6404/76
CAPÍTULO XXII
Consórcio
C Art. 278. As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo con-
trole ou não, podem constituir consórcio para executar determinado empre-
endimento, observado o disposto neste Capítulo.
• § 1º O consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas so-
mente se obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, responden-
do cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.
• § 2º A falência de uma consorciada não se estende às demais, subsis-
tindo o consórcio com as outras contratantes; os créditos que porventura tiver
a falida serão apurados e pagos na forma prevista no contrato de consórcio.
C Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo
órgão da sociedade competente para autorizar a alienação de bens do ativo
permanente, do qual constarão:
• I - a designação do consórcio se houver;
• II - o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;
• III - a duração, endereço e foro;
• IV - a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade
consorciada, e das prestações específicas;
• V - normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;
• VI - normas sobre administração do consórcio, contabilização, repre-
sentação das sociedades consorciadas e taxa de administração, se houver;
• VII - forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum, com o
número de votos que cabe a cada consorciado;
• VIII - contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se
houver.
Parágrafo único. O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados
no registro do comércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do arquiva-
mento ser publicada.