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Relatório Final de Estágio Página 1 de 18 Marco Fernandes 2010294

Ano lectivo 2015/2016

RELATÓRIO FINAL Mestrado Integrado em Medicina

Marco Armando Ferreira Fernandes

2010294

6º ano

Lisboa, Junho de 2016


ÍNDICE

1. Introdução ............................................................................................................ 3

2. Objectivos gerais ................................................................................................. 3

3. Síntese dos estágios parcelares .......................................................................... 4

a) Ginecologia e Obstetrícia ................................................................................. 4

b) Saúde Mental .................................................................................................... 4

c) Medicina Geral e Familiar ................................................................................. 5

d) Pediatria ........................................................................................................... 6

e) Cirurgia Geral ................................................................................................... 7

f) Medicina Interna ............................................................................................... 7

g) Estágio Clínico Opcional – Cirurgia Pediátrica ................................................. 8

4. Posicionamento Crítico ........................................................................................ 9

5. Anexos ............................................................................................................... 11


1. Introdução

O estágio profissionalizante do 6º ano constitui uma etapa fundamental na nossa

formação como futuros médicos, na qual se pretende que o aluno, de forma tutelada,

vá desenvolvendo e melhorando, progressivamente, o raciocínio clínico e capacidade

decisão necessários para a prática da Medicina. Apesar desta vertente técnica, que

considero basilar no exercício da Medicina Moderna e sem a qual não poderia exercer

a profissão, não deixarei de referir a influência que todos estes anos de ensino médico

tiveram em mim, enquanto pessoa.

Inicio este relatório com a apresentação dos objectivos gerais por mim traçados

no início deste ano lectivo, seguida pela descrição das actividades realizadas nos

respectivos estágios parcelares e terminando com uma análise crítica acerca do meu

desempenho. Em anexo apresento os elementos considerados relevantes na

formação profissionalizante do presente ano.

2. Objectivos gerais

De um modo geral, procurei gerir a minha actividade neste estágio

profissionalizante de acordo com os seguintes objectivos: (1) Consolidar e aplicar os

conhecimentos teóricos adquiridos anteriormente; (2) Aprimorar a minha capacidade

de elaborar uma história clínica e exame físico adequados a cada situação,

identificando correctamente os problemas médicos dos doentes e gestão de plano

terapêutico; (3) Entender o doente sob o ponto de vista holístico, através uma

abordagem biopsicossocial; (4) Melhorar a minha competência na comunicação com

todos os intervenientes da prestação de cuidados de saúde, desde alunos a médicos,

enfermeiros, doentes e seus familiares; (5) Ser capaz de conciliar os estágios com o

estudo para a Prova Nacional de Seriação.


3. Síntese dos estágios parcelares

O estágio profissionalizante decorreu de 14 de Setembro de 2015 a 3 de Junho

de 2016, pela seguinte ordem cronológica: Ginecologia e Obstetrícia (4 semanas),

Saúde Mental (4 semanas), Medicina Geral e Familiar (4 semanas), Pediatria (4

semanas), Cirurgia Geral (8 semanas), Medicina Interna (8 semanas) e Estágio clínico

opcional (2 semanas).

a) Ginecologia e Obstetrícia

O estágio prático da Unidade Curricular de Ginecologia e Obstetrícia (G&O) foi

realizado no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, sob

orientação do Dr. Gustavo Mendinhos.

Durante este período de tempo e indo de encontro aos meus objectivos iniciais,

tive a oportunidade de assistir aos diferentes tipos de consultas da G&O,

nomeadamente de Diagnóstico Pré-natal, Diabetes Gestacional e Hematologia no

âmbito da Obstetrícia e consulta de Ginecologia Oncológica e Uroginecologia, no

contexto da Ginecologia. Observei múltiplas técnicas, entre elas, Ecografia

ginecológica e obstétrica, colposcopia e histeroscopia. Sempre que possível

acompanhei o meu tutor no Bloco Operatório. No Serviço de Urgência (S.U), estive

presente no atendimento geral e nas salas de parto, onde pude assistir a partos

eutócicos e distócicos. Numa das reuniões de serviço, apresentei com mais dois

colegas um artigo de revisão sobre “Tratamento conservador no cancro ginecológico”.

b) Saúde Mental

Os dois primeiros dias do estágio consistiram em seminários lecionados pelo

Prof. Dr. Miguel Xavier na Nova Medical School, nos quais, de forma dinâmica e

interactiva, nos foi explicado como intervir em situações de urgência no âmbito da


Psiquiatria, muitas delas situações com as quais todos nós, como futuros médicos,

devemos ser capazes de lidar.

Ao ser integrado na equipa do Hospital de Dia do Hospital Prof. Dr. Fernando

Fonseca, sob tutela do Dr. João Melo, pude contactar de perto com as sequelas que

afectam o quotidiano do doente psiquiátrico e a sua autonomia nas actividades de vida

diárias. Participei em várias Psicoterapias de grupo e sessões de Movimento. Destaco

ainda o estigma que está frequentemente associado à doença mental, nomeadamente

entre estudantes de medicina, não podendo deixar de realçar o impacto que o Hospital

de dia teve nesse sentido. Infelizmente, não tive oportunidade de me envolver noutras

valências da Saúde Mental, como o Internamento e a Pedopsiquiatria. Uma vez por

semana, acompanhei o meu tutor no S.U, onde passei a entender melhor a dinâmica

da urgência psiquiátrica, que pode ir desde uma intervenção rápida perante um doente

agitado/violento a uma mais delicada perante uma tentativa de suicídio.

c) Medicina Geral e Familiar

O meu estágio de Medicina Geral e Familiar foi realizado na USF Venda Nova,

na Amadora, sob a tutoria do Dr. Dadilson Lopes. Dos objectivos que tinha traçado

para este estágio destaco: A aquisição de maior autonomia na condução da consulta

e na realização de alguns procedimentos; Saber reconhecer e tratar as patologias

mais prevalentes nos CSP em conformidade com as Normas de Orientação Clínica

da Direcção Geral de Saúde; Procurar uma abordagem do doente centrada na

pessoa, utilizando os factores físicos, psicológicos, familiares, sociais e culturais do

doente na resolução dos problemas médicos.

Participei nas consultas de Saúde Materna e Infantil, Saúde do Adulto e

Planeamento Familiar, com a oportunidade de conduzir algumas delas.


Participei em duas visitas ao domicílio, onde foram feitas consultas adaptadas,

num contexto completamente diferente daquele a que estamos habituados num

Centro de Saúde.

Considero que a Medicina Geral e Familiar deveria ter um papel mais central na

nossa formação médica, sendo uma das especialidades mais transversais e basilares

da Medicina.

d) Pediatria

Realizei o estágio de Pediatria no Serviço de Hematologia do Hospital D.

Estefânia, orientado pela Dr.ª Paula Kjöllerstrom. Foram traçados como objectivos

iniciais, entre outros, a “consolidação de conhecimentos relativos ao diagnóstico e

princípios gerais da actuação nas doenças mais comuns da criança e adolescente,

incluindo urgências e emergências” e “ser capaz de estabelecer uma relação empática

e de confiança com a criança e os pais”.

No Serviço de Hematologia pude acompanhar duas crianças angolanas com o

diagnóstico de Aplasia Medular, internadas em isolamento e candidatas a transplante

de medula óssea. Saliento uma outra perspectiva que me foi mostrada da Pediatria,

com períodos de internamento muito longos, exigindo uma preocupação especial com

o bem-estar e conforto do doente, procurando assegurar um ambiente o mais próximo

possível de uma criança saudável, mas que é obviamente limitado pela doença.

Foi também possível frequentar o S.U e assistir a diferentes tipos de consultas,

designadamente, de Hematologia, Reumatologia e Imunoalergologia.

No último dia de estágio, no Seminário, com mais três colegas, apresentei um

trabalho de revisão sobre “Telomeropatias”.


e) Cirurgia Geral

O estágio de Cirurgia, realizado no Hospital Beatriz Ângelo, dividiu-se,

cronologicamente, da seguinte forma: uma semana de aulas teórico-práticas, duas

semanas de uma especialidade opcional, no meu caso, Cuidados Intensivos, uma

semana no S.U e quatro semanas de Cirurgia Geral.

As duas semanas passadas nos Cuidados Intensivos permitiram-me contactar

com exemplos reais de doentes com multi-patologia, em estados clínicos graves,

assistindo aos vários procedimentos para a sua estabilização e tratamento.

Ao longo das quatro semanas de Cirurgia Geral, acompanhei a minha tutora Dr.ª

Rita Roque no Bloco Operatório, Consultas Externas e Internamento. Neste período

foi dada maior ênfase à patologia da tiróide, uma das áreas de especialização da

minha tutora. Embora o rácio tutor-aluno tenha sido de 1 para 3, comprometendo o

ensino tutelado, foi possível participar em algumas cirurgias como 1º e 2º ajudante.

No final do estágio decorreu o Mini Congresso de Cirurgia no Hospital Beatriz

Ângelo, no qual eu e mais duas colegas apresentámos o tema “Tiróide, nova Era, o

mesmo paradigma”, que no final foi classificado como a melhor exposição do

Congresso.

f) Medicina Interna

O estágio de Medicina Interna decorreu no Hospital São Francisco Xavier, no

Serviço de Medicina IV, sob a tutoria da Dr.ª Alice Sousa.

Antes de mais gostaria de destacar a equipa na qual tive o privilégio de ser

inserido. A forma como, desde o primeiro dia, me fizeram sentir como parte integrante

de um todo foi sem dúvida fundamental para a minha rápida integração. Dessa forma

tornou-se bastante mais fácil adquirir a autonomia que tanto desejava no início do

estágio. Contudo, esta não foi uma autonomia em que me sentisse “perdido”, mas sim


com um acompanhamento próximo e permanente por parte, principalmente, da minha

tutora, mas também por parte dos internos, cujo papel não queria deixar de realçar.

Muitas vezes foram eles que nos deram o apoio necessário perante situações não só

clínicas como também burocráticas para as quais os livros não nos preparam, mas

que irão fazer também parte do nosso trabalho no futuro. Foi claramente este

acompanhamento que acabou por permitir que fosse ficando mais confiante no

trabalho que realizava.

Ao longo do estágio, acompanhei a evolução no internamento de 28 doentes,

observando uma média diária de 2 doentes, apurando as suas queixas, realizando o

exame objectivo e respectivos diários clínicos, notas de entrada e notas de alta, assim

como requisição de métodos complementares de diagnóstico. Ao longo do estágio

surgiu a necessidade de discutir a situação clínica de alguns doentes com

profissionais de outras especialidades médicas, o que contribuiu para a minha

conceptualização da abordagem integrada do doente

Participei em consultas de Medicina Interna, Doenças Autoimunes, Diabetes e

Patologia médica na Grávida. Uma vez por semana, integrei a equipa responsável

pelo S.U. No Journal club da última semana de estágio apresentei um caso clínico do

New England Journal of Medicine – “Springing a leak”.

g) Estágio Clínico Opcional – Cirurgia Pediátrica

O objectivo principal da escolha desde estágio fundamentou-se essencialmente

num interesse crescente que tenho vindo a desenvolver pela Cirurgia Pediátrica e por

não ter tirado o proveito que pretendia deste estágio, no ano passado. Desta vez, num

rácio tutor aluno de 1:1, tive a oportunidade de participar em várias cirurgias no âmbito

da Cirurgia Plástica, Geral e Urológica, como 1º e 2º ajudante.


4. Posicionamento Crítico

Globalmente, penso que as minhas expectativas foram atingidas, tendo

cumprido os objectivos aos quais me propus inicialmente, conseguindo conciliar os

estágios com o estudo para a Prova Nacional de Seriação.

Do ponto de vista formativo, o estágio com maior relevância nesta etapa da

minha formação foi o de Medicina Interna. Este foi, sem dúvida, aquele que me fez

sentir mais médico, quer pela autonomia que me foi concedida, quer pela minha

constante procura de conhecimento e respostas, que muitas vezes não encontrei nos

livros, mas sim na vontade de ensinar de vários Médicos Assistentes e Professores.

E assim aprendi mais uma coisa com a Medicina: que nem sempre a resposta para

os nossos problemas e dos nossos doentes podem ser encontradas numa extensa

bibliografia. Pela primeira vez, tive ´”os meus doentes”, observei-os todos os dias,

escrevi as notas de entrada, diários e notas de alta, falei com os familiares, fiz

requisição de exames complementares e participei activamente na decisão

terapêutica de muitos deles. Pela primeira vez, apercebi-me verdadeiramente da

dificuldade que é lidar com a morte de um doente. Claro que já tinha sido confrontado

com esta situação ao longo deste seis anos, mas nunca de tão perto.

Os estágios que se afastaram mais das minhas expectativas foram o de

Ginecologia e Obstetrícia, onde me senti menos acompanhado e mais limitado na

observação de doentes e o de Pediatria, devido ao escasso número de médicos para

o elevado número de alunos e internos, o que, na minha opinião, constituiu uma

desvantagem para a curva de aprendizagem.

Destaco a minha experiência no programa de mobilidade Erasmus, em Génova,

Itália, onde fui desafiado a nível linguístico, cultural e médico. Com esta etapa cresci


e tornei-me mais independente e por isso a considero uma das minhas melhores

vivências a nível académico.

Não posso deixar de fazer menção ao Projecto Saúde Porta a Porta, uma

iniciativa da minha Faculdade e da qual fiz parte durante todo este ano lectivo, como

voluntário. Neste projecto, cada equipa de 2 alunos realizava visitas semanais ao

domicílio de um idoso em Lisboa. Achei que fosse dar à D. Joaquina muito mais do

que poderia receber, mas estava enganado. Cedo percebi que o que ela mais

necessitava não era de mais uma medição de pressão arterial ou um exame físico

extenso, mas sim de uma conversa. E aqui consolidei mais uma realidade: que a

empatia e relação que estabelecemos com os nossos doentes pode ter maior efeito

terapêutico que qualquer fármaco.

Cada vez mais a Medicina que praticamos é baseada na ordem técnica e

procedimental e em evidências que muitas vezes são consideradas irrevogáveis,

descurando a individualidade e moralidade de cada ser humano. Nesse sentido, devo

fazer referência a todos aqueles que, durante estes seis anos, cada um à sua maneira,

me ajudaram a manter esses valores - A minha família, as novas amizades, os

doentes, a D. Joaquina e Médicos Assistentes.

Termino assim com um grande agradecimento a todos os Professores, Mestres

e Orientadores que acompanharam a minha formação pré-graduada, muitos deles

exemplos que terei como referência no futuro, a nível profissional.

Há seis anos atrás, quando entrava na Faculdade de Ciências Médicas, era uma

criança, entusiasmada com a ideia de ser Médico. Hoje, saio daqui “quase” médico,

com tanto ou mais entusiasmo para praticar essa Medicina que tanto admiro.


5. Anexos

a) Certificado de Monitor de Anatomia


b) Certificação de participação no Projecto Saúde Porta a Porta

a)

b)

c)

d)

e)

f)

g)

h)

i)

j)

k)

l)

m)

n)

o)

p)

q)

r)

s)

t)

u)

v)

w)

x)

y)

z)

aa)

bb)

cc)

dd)

ee)

ff)

gg)

hh)

ii)

jj)

kk)

ll)

mm)

nn)

oo)

pp)

qq)

rr)

ss)

tt)

uu)

vv)

ww)

xx)

yy)

zz)

aaa)

bbb)

ccc)

ddd)

eee)

fff)

ggg)

hhh)

iii)

jjj)

kkk)

lll)

mmm)

nnn)

ooo)

ppp)

qqq)

rrr)

sss)

ttt)

uuu)

vvv)

www)

xxx)

yyy)

zzz)

aaaa)

bbbb)

cccc)

dddd)

eeee)

ffff)

gggg)

hhhh)

iiii)

jjjj)

kkkk)

llll)

mmmm)

nnnn)

oooo)

pppp)

qqqq)

rrrr)

ssss)

tttt)


uuuu)

vvvv)

wwww)

xxxx)

yyyy)

zzzz)

c) Certificado de participação na iMed Conference 7.0

aaaaa)


d) Certificado de participação na Clinical Mind Competition da

iMed Conference 7.0


e) Curso de Formação Profissional – Complicações Crónicas

da Diabetes Mellitus


a) f) Curso de Formação Profissional – Abordagem ao doente

urgente: Introdução à abordagem do trauma


g) Curso de Formação Profissional – Introdução à sépsis

grave, choque séptico e antibioterapia


h) Cursos de preparação para Prova Nacional de Seriação

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