relatório de Ígnea - aerson

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA Campus do Pici, CEP 60455-760 Fortaleza, CE, Brasil PETROLOGIA ÍGNEA – CG470 RELATÓRIO DE CAMPO 321358 Aerson Moreira Barreto Junior Julho/2013

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Page 1: Relatório de Ígnea - Aerson

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA Campus do Pici, CEP 60455-760

Fortaleza, CE, Brasil

PETROLOGIA ÍGNEA – CG470

RELATÓRIO DE CAMPO

321358 Aerson Moreira Barreto Junior

Julho/2013

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BARRETO JUNIOR, A.M; Universidade Federal do Ceará

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SUMÁRIO

1. Resumo ............................................................................................................... 3

2. Introdução e objetivos ....................................................................................... 4

3. Metodologia ........................................................................................................ 4

4. Descrição dos afloramentos.............................................................................. 5

4.1 Afloramento 01 ............................................................................................... 5

4.2 Afloramento 02 ............................................................................................... 5

4.3 Afloramento 03 ............................................................................................... 7

4.4 Afloramento 04 ............................................................................................... 8

4.5 Afloramento 05 ............................................................................................. 10

4.6 Afloramento 06 ............................................................................................. 11

4.7 Afloramento 07 ............................................................................................. 12

4.8 Afloramento 08 ............................................................................................. 13

4.9 Afloramento 09 ............................................................................................. 14

4.10 Afloramento 10 ........................................................................................ 16

4.11 Afloramento 11 ........................................................................................ 17

4.12 Afloramento 12 ........................................................................................ 18

4.13 Afloramento 13 ........................................................................................ 18

4.14 Afloramento 14 ........................................................................................ 20

4.15 Afloramento 15 ........................................................................................ 20

4.16 Afloramento 16 ........................................................................................ 22

4.17 Afloramento 17 ........................................................................................ 24

5. Conclusão ........................................................................................................... 4

Bibliografia ............................................................................................................... 4

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01. RESUMO

A área de estudo trata-se da Província Alcalina de Fortaleza, o Magmatismo

Extensional Básico de Boa Viagem, o Magmatismo Tauá-Independência, o Complexo

Granítico Quixeramobim-Quixadá, e o Complexo Migmatítico Juatama-Quixadá, todos

inseridos no Domínio Ceará Central. O presente relatório foi produto dos trabalhos

realizados em campo referente à disciplina de Petrologia Ígnea, a qual as atividades se

deram em junho de 2013 sob a orientação do Prof. Dr. Afonso Rodrigues de Almeida,

tendo como percurso Caucaia, Boa Viagem, Tauá, Quixeramobim, e Quixadá.

Palavras-chave: Petrologia ígnea, Domínio Ceará Central.

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02. Introdução e Objetivos

A disciplina de Petrologia Ígnea, por ser uma disciplina teórico-prática,

necessita-se de um acompanhamento de estudos em campo como complemento desta

matéria. As aplicações práticas dos conceitos teóricos abordados em sala de aula são

de suma importância para o entendimento do conteúdo referente a esta disciplina.

Objetiva-se a visualização e caracterização de corpos ígneos em afloramentos, análise

das litologias e sua respectiva mineralogia, como também a correlação dos mesmos

com as rochas encaixantes.

03. Metodologia

Os dados foram coletados em campo em princípio individualmente, contando também

com a coordenação e orientação do professor, para posterior análise, interpretação e

apresentação. Os afloramentos foram descritos e fotografados, e foram coletadas

amostras de quase todos os pontos. A geologia analisada foi assimilada e descrita

principalmente de acordo com o Mapa Geológico do Ceará (Cavalcante et al., 2003).

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04. DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS

4.1 AFLORAMENTO 01

Está localizado nas adjacências da BR-020, sentido Tucunduba - Monte Alegre,

em Caucaia. Possui as seguintes coordenadas: Zona 24; UTM X:519516 e UTM

Y:9570242.

O afloramento é natural do tipo tálus. Está geologicamente inserido no contexto

da província alcalina de Messejana, ocorrendo em forma de neck e séries de diques

alcalinos (Almeida, 1988).

A rocha é homogênea em aspectos mineralógicos, composicionais e texturais.

Tem sua mineralogia composta por plagioclásio, sanidina, kersutita e aegirina. O bloco

analisado apresenta textura afanítica, tendo cristais de sanidina orientados em textura

de fluxo. A litologia foi plotada entre o campo dos tefritos (Fig. 4.1.1) e fonolitos (Fig.

4.1.2). Esta unidade está datada em 30Ma (Cordani, 1970).

4.2 AFLORAMENTO 02

Situa-se na BR-020, sentido Madalena – Boa Viagem, na localidade de Anafuã.

Coordenadas: Zona 24; UTM X:422147 e UTM Y:9438864.

Fig. 4.1.1.: Tefrito Fig. 4.1.2.: Fonolito com cristais de sanidina orientados

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O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, sendo apresentada uma série

de diques máficos encaixados em rochas gabróicas.

Os diques são intrusões discordantes, geralmente tabuares, que apresentam

grande razão comprimento/lagura e possuem textura variável (alguns mostram textura

cristalina grossa, com aparência típica de rochas intrusivas e outros, granulação fina

característica de rochas vulcânicas).

Possui mineralogia e textura homogêneas, sendo sua composição de anfibólio,

plagioclásio e epidoto, numa matriz fanerítica (Fig. 4.2.1). O dique está encaixado em

xistos e metarcósios do Complexo Cruzeta.

Fig. 4.3.1.: Amostra de mão.

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4.3 AFLORAMENTO 03

Situa-se na BR-020, sentido Boa Viagem – Tauá, próximo à localidade de

Macacos. Coordenadas: Zona 24; UTM X:410392 e UTM Y:9422704.

O afloramento é natural, porém pelo difícil acesso a observação fora feita a partir

de um bloco solto às adjacências da rodovia.

A rocha fora classificada como norito (Fig. 4.3.1), tendo em sua mineralogia

piroxênio, plagioclásio, e flogopita (Fig. 4.3.2), classificando-se como uma rocha per-

alcalina. Possível a visualização de um aspecto esferoide na rocha. Esse padrão

esferóide é chamado de esfoliação esferoidal, resultante da infiltração de água que vai

contribuir para o intemperismo químico, gerando um padrão textural de acebolamento.

Fig. 4.3.1.: Aspecto geral dos noritos.

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4.4 AFLORAMENTO 04

Encontra-se na BR-020 em sequência na direção do ponto anterior

Coordenadas: Zona 24; UTM X: 410395 e UTM Y: 9422700.

O afloramento é artificial, do tipo corte de estrada, porém podendo a litologia ser

analisada a partir de blocos soltos nas adjacências.

Fig. 4.3.2.: Detalhe na mineralogia da rocha, com destaque nas lamelas de flogopita (mineral de cor castanha).

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Ocorrência de dique afanítico de textura porfirítica (Fig. 4.4.1), com alto percentual de

mega-cristais presentes, inseridos numa matriz afanítica. Os mega-cristais apresentam

geometria ovalada com dimensões variáveis enrte 3mm e 15mm, tem como

mineralogia principal plagioclásio e k-feldspato, inclusive na ocorrência da textura

rapakivi – k-feldspatos manteados por plagioclásio (Fig. 4.4.2). Ocorrem também

megacristais de epidoto. Podem ser evidenciados também anfibólios esferoides e

biotita.

Fig. 4.4.1.: Aspecto geral do afloramento. Blocos soltos nas proximidades da rodovia, provenientes de um dique.

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4.5 AFLORAMENTO 05

Situa-se na BR-020, a SW de Tauá. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 355244 e

UTM Y: 9333516.

O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, e revela estruturas brechadas

e milonitos que caracteriza a Zona de Cisalhamento Tauá. Na redondeza é possível ver

a expressão topográfica em dorsal, de direção N30°W, referente ao cisalhamento.

Todo este contato ao longo do cisalhamento é composto por silexito, esta rocha

que por sua vez prova a abertura e o preenchimento químico de sílica. A ocorrência de

brechamento e milonitização prova a reativação tectônica da Zona de Cisalhamento

Tauá. Ocorrem veios milimétricos silicosos e epidotizados.

Fig. 4.4.2.: Detalhe da mineralogia – fenocristais de plagioclásio e de k-feldspatos imersos numa matriz afaní-

tica, ocorrendo textura rapakivi.

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4.6 AFLORAMENTO 06

Encontra-se na BR-020, ainda a SW de Tauá. Coordenadas: Zona 24; UTM X:

356340 e UTM Y: 9334618.

O afloramento é natural do tipo lajedo.

A rocha apresenta textura porfirítica, de modo geral inequigranular e de matriz

fanerítica. Sua composição é basicamente de plagioclásio, k-feldspato, biotita e

anfibólio, sendo plotada entre os campos dos granitos e sienitos. Ocorrem sombras de

recristalização assimétrica em torno dos cristais de k-feldspato (Fig. 4.6.1), com

indicativo de movimento dextral.

Fig. 4.5.1.:Aspecto geral do afloramento, com destaque em faixa de silexito inserida na própria matriz de silexito, que

representa o contexto geral do cisalhamento da Zona de Cisalhamento Tauá.

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4.7 AFLORAMENTO 07

Situa-se numa estrada carroçável entre as rodovias CE-187 e CE-176, 8km a N

de Tauá. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 355868 e UTM Y: 9341848.

Este afloramento corresponde a ocorrência de um dique de um enxame de

diques máficos existentes na região. Estes estão encaixados nos sienitos citados

anteriormente, correspondentes à suíte magmática Tauá (Fig. 4.7.1).

A mineralogia do dique é verificada em anfibólio, biotita e plagioclásio, ocorrendo

de maneira microcristalina, sendo assim a rocha plotada como microdiorito (Fig. 4.7.2).

Fig. 4.6.1.: Detalhe em cristal de k-feldspato rotacionado, apresentando sombras de recristalização. Constata-se com

essa feição que o granito sofreu uma deformação.

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4.8 AFLORAMENTO 08

Situa-se na BR-020, aproximadamente a 30km a NE de Tauá. Coordenadas:

Zona 24; UTM X: 372097 e UTM Y: 9359450.

O afloramento é natural, do tipo lajedo (Fig. 4.8.1). Neste ocorrem corpos semi-

esféricos que podem chegar a 6 metros de altura. A rocha é diorítica, a mesma

apresenta-se intrudindo num granodiorito. O diorito representa o complexo de diques

anelares desta região. Ao conjunto diques anelares e corpo granítico central, dá-se o

nome de complexo anelar. Não mostram deformação, sendo, portanto corpos pós-

tectônicos.

Fig. 4.7.2.: Microdiorito. Detalhe fratura na rocha preenchida por uma

cristalização fluidal tardia.

Fig. 4.7.1.: Aspecto geral da textura da rocha encaixante.

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4.9 AFLORAMENTO 09

Situa-se numa estrada carroçável N-S ramificada da BR-020, aproximadamente

12km a NE Tauá. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 362686 e UTM Y: 9343874.

O afloramento é natural do tipo lajedo, tendo escarpas artificiais geradas por

explosões.

Ocorrem duas litologias e distintas (Fig. 4.9.1), sienogranito o diorito, onde a

segunda intrudiu na primeira em forma de dique. A ocorrência de fraturamento no

diorito ocasionou a migração dos líquidos residuais ao preenchimento de espaços

entreabertos, tendo como consequência a mistura dos dois materiais (Fig. 4.9.2).

Fig. 4.8.1.: Aspecto geral do afloramento.

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Desse modo uma porção do afloramento ocorre mistura das litologias e outra não há

nenhuma interação mista das mesmas.

Ocorrem estruturas ocelares de quartzo manteado por biotita, observada na

porção híbrida.

Fig. 4.9.1.: Detalhe na mistura dos dois materiais magmáticos distintos.

Fig. 4.9.2.: Detalhe em enclave microgranular, que evidencia a interação fluidal dos

componentes do sistema.

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4.10 AFLORAMENTO 10

Situa-se na sangria do Açude Várzea do Boi. O acesso se dá pela mesma

estrada carroçável do afloramento 09, alguns quilômetros à frente. Coordenadas: Zona

24; UTM X: 361648 e UTM Y: 9346538.

O afloramento é de quartzo-monzodiorito. No afloramento ocorrem diques

sinplutônicos alóctones e autóctones, de composição félsica e máfica, respectivamente.

São formados quando o magma estava parcialmente líquido (Fig. 4.10.1).

Ocorrem também, no mesmo afloramento, fraturas em echelon (preenchidas por

material félsico, possivelmente quartzo) e enclaves dispersos, em algumas porções do

afloramento.

Fig. 4.10.1.: Evidência da coexistência de dois magmas no sistema. A ab-rupção do contato entre os componentes

registra a diferença da viscosidade dos magmas.

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4.11 AFLORAMENTO 11

O afloramento é natural, composto por blocos soltos. Coordenadas: Zona 24;

UTM X: 361648 e UTM Y: 9346538.

Nesta litologia ocorre o padrão textural de esfoliação esferoidal, típico de

basaltos e gabros. A rocha apresenta textura fanerítica. O modo de ocorrência é um

pluton.

Sua mineralogia é composta de plagioclásio – este que pode ser cotado como

labradorita, flogopita, piroxênio, e olivina (Fig. 4.11.1). Os minerais estão parcialmente

orientados, o que revela uma estrutura de fluxo. Desse modo, a rocha plota-se como

Gabro-norito (Fig. 4.11.2).

Esta litologia encontra-se encaixada nos dioritos do magmatismo Tauá, o que

pode ser evidenciado num lajedo às proximidades do afloramento.

Fig. 4.11.1.: Detalhe em cristal orientado de

plagioclásio, classificado como labradorita.

Fig. 4.11.2.: Aspecto geral do gabro-norito.

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4.12 AFLORAMENTO 12

Coordenadas: Zona 24; UTM X: e UTM Y:.

O afloramento é artificial, trata-se de uma antiga escavação para extração de

berilo.

Ocorrem rochas metassedimentares arcóseas (Fig. 4.12.1), intercaladas com

anfibolitos. É nesta relação de contato que são gerados os berilos e esmeraldas. Esta

unidade corresponde ao Complexo Cruzeta, datada em 2.5 Ga (Pessoa et al, 1986).

Nas proximidades ocorrem diques pegmatíticos com quartzolitos.

4.13 AFLORAMENTO 13

Situa-se na BR-020, entre as localidades de Bom Jesus e Oiticica, a

aproximadamente 50km de Tauá. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 374995 e UTM Y:

9369580.

Fig. 4.12.1.: Aspecto geral do afloramento, com evidência, à esquerda da foto, nas camadas arcóseas da rocha

metamórfica.

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O afloramento é natural em lajedo na sua parte superior, e artificial em corte de

estrada (Fig. 4.13.1). Ocorre um dique riolítico diaclasado encaixado em gnaisses de

baixo grau da unidade Tamboril-Santa Quitéria.

A mineralogia da rocha é de k-feldspatos, plagioclásio, e quartzo. Evidencia-se

cristalização estática, visto que os fenocristais de k-feldspato (Fig. 4.13.2) encontram-

se aleatórios, devido ao alto teor de sílica na rocha, o que ocasionou uma alta

viscosidade. Ocorrem plagioclásios em torno de k-feldspatos, evidenciando a textura

rapakivi.

Fig. 4.13.1.: Aspecto geral do dique visto em corte de estrada.

Fig. 4.13.2.: Detalhe em amostra de mão – fenocristais de k-feldspato.

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4.14 AFLORAMENTO 14

Situa-se na BR-020, na localidade de Cachoeirinha. Coordenadas: Zona 24;

UTM X: 377213 e UTM Y: 9379409.

O afloramento é artificial do tipo corte de estrada, onde se encontram no mesmo,

cortados perpendicularmente pela rodovia, um enxame de diques. Ocorrem mais de

150 diques extensionais na região, alguns chegando a 15 km de extensão (Fig. 4.14.1).

A litologia dos diques é plotada como riolito, devido ao teor de sílica em sua

matriz. Estas unidades estão encaixadas no Complexo Cruzerta.

4.15 AFLORAMENTO 15

Situa-se na BR-020, nas proximidades de Quixeramobim. Coordenadas: Zona

24; UTM X: 445193 e UTM Y: 9389456.

Este afloramento representa a porção sul do Batólito Quixeramobim.

Fig. 4.14.1.: Detalhe em geomorfologia gerada pela ocorrência do enxame de diques. É notável a expressão da

continuidade dos mesmos por uma grande extensão – conferir escala no canto inferior da imagem.

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Este afloramento representa um ambiente de coexistência de magmas. Ocorrem

rochas grano-dioríticas, de composição em plagioclásio, biotita e anfibólio, este último

evidenciando uma estrutura de fluxo. Também é possível reconhecer textura ocelar de

quartzos envoltos em biotita (Fig. 4.15.1). Adjacente a esta litologia, ocorrem rochas

graníticas, tendo em sua mineralogia fenocristais de k-feldspatos rotacionados ((Fig.

4.15.2), biotita, quartzo e plagioclásio.

Fig. 4.15.1.: Estrutura ocelar em grano-diorito; biotita bordejando cristal de quartzo.

Fig. 4.15.2.: Detalhe em fenocristal de k-feldspato, evidenciando uma cinética dextral.

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4.16 AFLORAMENTO 16

Situa-se na BR-226, às margens da localidade de Bonfim, no município de

Senador Pompeu. Coordenadas: Zona 24; UTM X: 445193 e UTM Y: 9389456.

O afloramento é natural do tipo lajedo (Fig. 4.16.1).

Ocorrem inúmeros diques sinplutônicos autóctones e alóctones (Fig. 4.16.2 e

Fig. 4.16.3), inseridos num complexo granítico-migmatítico. Eles foram gerados pelos

líquidos residuais adjacentes à encaixante, gerados por descompressão, que

preencheram a fratura depois de ela ter ocorrido (assim se formaram os diques

autóctones que são de composição félsica e granulação grossa). Os alóctones são

aqueles que vieram de porções mais distantes, são máficos de granulação fina,

provavelmente de origem mantélica.

Ocorrem porções de restitos micáceos, com micas acamadas orientadas,

gerados a partir da fusão de xistos (provenientes do Complexo Ceará – xistos,

anfibolitos, quartzitos, etc). Este afloramento representa as porções periféricas ao

Granito Quixeramobim, adjacente aos xistos do Complexo Ceará.

Fig. 4.16.1.: Aspecto geral do afloramento. Grande lajedo migmatítico de sutil expressão topográfica porém notável

em área de superfície.

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Fig. 4.16.2.: Detalhe em expressão de três deformações distintas, sendo uma N-S, outra E-W, e outra E-W tardia.

Fig. 4.16.2.: Detalhe em dinâmica complexa da deformação da rocha, apresentando veios, diques aplíticos, veios de

silexito, xenólitos, e porções migmatizadas.

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4.15 AFLORAMENTO 17

Situa-se no topo da Estação Elevatória de Água, na localidade de Juatama em

Quixadá. A via de acesso é uma estrada ramificada da BR-122. Coordenadas: Zona

24; UTM X: 319530 e UTM Y: 5676395.

O afloramento é natural, ocorrendo em modo de batólito, necessitando uma

subida íngreme até o topo.

A rocha apresenta uma grande variação textural devido a um processo de fusão

parcial, dispondo-a em porções graníticas – feldspato potássico, plagioclásio, e quartzo

recristalizados que caracterizam a rocha (Fig. 4.17.1); restitos anfibolíticos (Fig. 4.17.1)

de mineralogia em anfibólios, biotita, e plagioclásio.

Fig. 4.17.1.: Porção granítica

parcialmente fundida e deformada,

conferindo à rocha uma textura de

migmatito.

Fig. 4.17.2.: Detalhe em enclaves

surmicáceos, que representam restitos

migmatíticos

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Conclusão

Os trabalhos de campo se mostraram importantes, pois através deles foi

possível visualizar e por em prática, o que foi apresentado em sala de aula, tornando

possível identificar formas de ocorrência, estruturas geológicas e composição

mineralógica dos afloramentos vistos durante a viagem de campo.

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Bibliografia

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