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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 05 de Janeiro de 2012 | ed. 188 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Sérgio Lourinho Natural de Portel, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e apesar de ter possibilidades de emprego no país trocou Portugal pelo Brasil. Há 4 anos. Hoje é professor em duas universidades privadas e administrador numa empresa de construção civil. Confessa que se sente bem do outro lado do Atlântico e diz que o sistema de ensino português está “desajustado”. 09 D.R. Cultura “vale” 60 milhões Despesas com actividades culturais representam 7,3% do orçamento das autarquias. Os municípios alentejanos foram os que destinaram maior proporção do seu or- çamento às atividades culturais em 2010: 7,3%. Imediatamente atrás do Alentejo posicionam-se as regiões dos Açores (7%) e do Algarve (5,6%). Do total de 832 milhões de euros de despesa total dos municípios alentejanos em 2010, 61 milhões foram canalizados para as atividades culturais, sendo que uma fatia importante deste in- vestimento (17,6 milhões) foi gasto em re- munerações. Quando comparados com 2009, os gastos das autarquias com a Cultura são inferiores em cerca de 6 milhões de euros no caso do Alentejo. Emigrar ... à procura de um futuro Évora Endividamento “preocupante” Pág.05 O vereador do PSD na Câ- mara de Évora, António Dieb, diz que o endividamento da autarquia é pre- ocupante e considera que se tornou “imprescindível” desencadear um processo de saneamento financeiro “assistido e validado pelo Governo” para pagar à banca e aos fornecedores do município. D.R. 11 11 D.R. Economia Empresas aguentam IVA Pág.03 Diversas empresas, de mer- cearias a restaurantes, optaram por não subir o IVA, apesar de a taxa ter aumentado em Janeiro para 23%. Os empresários suportam o “prejuízo” para não perder (mais) clientes. D.R.

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Edição 188 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed188

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 05 de Janeiro de 2012 | ed. 188 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Sérgio Lourinho Natural de Portel, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e apesar de ter possibilidades de emprego no país trocou Portugal pelo Brasil. Há 4 anos. Hoje é professor em duas universidades privadas e administrador numa empresa de construção civil. Confessa que se sente bem do outro lado do Atlântico e diz que o sistema de ensino português está “desajustado”.

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D.R

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Cultura “vale” 60 milhõesDespesas com actividades culturais representam 7,3% do orçamento das autarquias.Os municípios alentejanos foram os que destinaram maior proporção do seu or-çamento às atividades culturais em 2010: 7,3%. Imediatamente atrás do Alentejo posicionam-se as regiões dos Açores (7%) e

do Algarve (5,6%). Do total de 832 milhões de euros de despesa total dos municípios alentejanos em 2010, 61 milhões foram canalizados para as atividades culturais, sendo que uma fatia importante deste in-

vestimento (17,6 milhões) foi gasto em re-munerações. Quando comparados com 2009, os gastos das autarquias com a Cultura são inferiores em cerca de 6 milhões de euros no caso do Alentejo.

Emigrar ... à procura de um futuro

ÉvoraEndividamento “preocupante”Pág.05 O vereador do PSD na Câ-mara de Évora, António Dieb, diz que o endividamento da autarquia é pre-ocupante e considera que se tornou “imprescindível” desencadear um processo de saneamento financeiro “assistido e validado pelo Governo” para pagar à banca e aos fornecedores do município.

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EconomiaEmpresas aguentam IVAPág.03 Diversas empresas, de mer-cearias a restaurantes, optaram por não subir o IVA, apesar de a taxa ter aumentado em Janeiro para 23%. Os empresários suportam o “prejuízo” para não perder (mais) clientes.

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2 05 Janeiro ‘12 3

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Godinho

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional

Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

ActualIVA subiu para 23% nos restaurantes. Mas há quem não faça refletir o aumento nos preços praticados.

“O ano do apocalipse”

O anúncio de um programo televisivo afirma que 2012 é ano que ninguém quer. Dito assim, sem mais, até parece que está nossa disponibi-lidade optar por querer ou não o ano que já aí está. Mas não é verdade.

Quer queiramos quer não, vamos ter que le-var com os dias que se seguem e os apertos que se adivinham.

Este vai ser um ano em nos vão querer con-vencer que trabalhar mais e receber menos, dá saúde e faz crescer. Será o ano em que a pressão fiscal sobre o trabalho e o consumo de bens essenciais asfixiará a economia e atirará para a quase indigência muitos que hoje sobre-vivem sem qualquer folga orçamental.

Vai ser mais um ano em que a lei fundamen-tal estará suspensa, com a “pequena” diferença de que já poucos se indignam com o facto.

A pressão sobre cada um de nós para que aceitemos empobrecer de forma galopante e sem piar não irá abrandar. Serão redescober-tas novas estratégias comunicacionais, novas e mais eficazes formas de exercer a chantagem e promover o medo. Que seria das troikas sem o medo, essa temível arma de dominação de classe.

Será um ano cheio de incertezas, de angús-tias, de desesperos para quase todos.

Digo para quase todos porque existem al-guns que passarão por 2012 sem grandes ap-ertos e, arrisco-me a dizer, lucrando com o tal ano que ninguém quer.

É escusado nomeá-los individualmente e se tivermos de os juntar debaixo do mesmo cha-péu podemos denominá-los como “os amigos

do Gaspar”.Mas ao contrário das personagens que

acompanhavam o Sérgio Godinho no famoso programa infantil da década de oitenta do sé-culo passado, estes não são nada simpáticos e têm um sentido de humor tão negro que nem nos conseguem arrancar um sorriso amarelo.

Estes “amigos do Gaspar” não têm qualquer problema em sediar as suas empresas em países que lhes cobram menos impostos, numa interpretação muito peculiar dos anunciados “sacrifícios para todos”.

Sabemos que é assim e que sempre assim será. É inerente à sua condição.

Por isso, não deixou de ser muito engraçado ver hoje um deputado do PS a defender me-didas legislativas que penalizem as empresas portugueses que deslocalizem os seus domicí-lios fiscais para o estrangeiro, para fugirem àquilo que a maioria dos portugueses vão ter de suportar.

Enquanto foram governo votaram contra to-das as iniciativas legislativas que pretendiam impor aos grandes grupos económicos que con-tribuíssem de forma mais justa para as receitas do Estado, não fossem zangarem-se e fugirem.

Como se a forma como se trata um predador pudesse mudar a sua essência.

Estes podem não ser “amigos do Gaspar”, mas serão certamente primos das alforrecas.

Este é o ano de todas as incertezas e de to-dos os perigos, mas também comporta uma certeza: chegará ao fim. Com os “amigos do Gaspar” em cena ou, se todos quisermos, com um filme bem mais entusiasmante.

Os amigos do GasparEduArdo LucIAnoAdvogado

Esta passagem de ano, não consegui ultra-passar um extremo desconforto ao desejar a alguém feliz 2012, primeiro ficava com a voz entaramelada, de seguida aparecia-me uma inexplicável gaguez, e por fim desis-tia, deixando os interlocutores numa expec-tativa preocupada.

Que é que se passa com ele?Posso estar errado, mas entendo que este

tipo de votos têm de ser sinceros, não se pode desejar a alguém que seja feliz, se à partida todos sabemos que isso será incon-cretizável.

Reparei aliás, que este sentimento de im-potência face ao destino que se avizinha, era generalizado, ao ponto de, quando al-guém se acercava de um amigo para lhe fazer o tradicional voto, ambos se rirem da incongruência.

Em boa verdade, esta é a sina dos portu-gueses, confundirmos felicidade com uma vaga utopia de abundância e de pequenos sonhos concretizados. É tão real esta pa-

tologia, que quando as coisas começam a correr bem, assustamo-nos e, desconfiados tratamos logo de inventar uns fantasmas de plantão, para o caso de tudo descambar e voltarmos ao fado do costume.

Desses preciosos fantasminhas, uns há que me irritam solenemente, não consigo conceber as cíclicas desculpas da inevita-bilidade, do é assim porque tem que ser, não existem soluções únicas, a não ser nos remédios de feira, nos xaropes duvidosos, receitados por charlatães, que anunciados como milagrosas panaceias, não são mais do que água com açúcar. Adoçam a boca e dão cabo do corpo.

Agora o xarope chama-se austeridade e tem expresso no rótulo que só enrique-ceremos se empobrecermos. Seria crível que nos apercebêssemos do disparate e de-volvêssemos à procedência os autores da burla, não sem antes os envolvermos de al-catrão e penas… mas não, compramos fra-scos e garrafões e pipas da coisa, até nos

enfartarmos e morrermos, convictos que se tivéssemos consumido mais umas litradas da coisa nos teríamos salvo.

Só assim se explica, que depois de termos construído um Serviço Nacional de Saúde, que entre outras coisas quase erradicou a mortalidade infantil, que mal ou bem foi prestando cuidados continuados, que cobriu em tempos quase todo o país… o destruís-semos porque era caro e canalizássemos os nossos impostos para pagar fraudes bancárias, para pagar uma dívida pública de que desconhecemos os contornos.

Ou que destruíssemos a escola pública e elegêssemos gente que tem tal horror à qualificação dos jovens, que os aconselha a emigrar, porque cá o que é preciso é mão-de-obra barata e sazonal, de gente que não faça ondas e se acomode à canga.

Outros repugnantes fantasminhas, são os exemplos de sucesso.

O sucesso dos futebolistas e dos trei-nadores de futebol, o sucesso do empreen-

dorismo de alguns, o sucesso da caridade em tempos difíceis, até mesmo o sucesso dos nossos antepassados que como se sabe, deram novos mundos ao mundo, com o proveito que se constata.

Tudo para esconder o enorme falhanço colectivo de um país que tem mar e uma costa para que se vá à praia, de um país que não tem sector produtivo, de um país que está no topo das desigualdades sociais, de um país que tem como empresários in-divíduos que deslocalizam a sede das suas empresas para outros países e assim não terem de pagar impostos sobre os dividen-dos, um país que tem uma nova lei do ar-rendamento urbano criada pelo ministério da agricultura, enfim… um país que tem como Presidente da República um homem que ainda acredita em D. Sebastião e nas manhãs de nevoeiro, se calhar porque não gosta nada de transparência.

Dito isto, um feliz 2012 para todos… Eh Eh Eh

Feliz 2012 para todosMIguEL SAMpAIoLivreiro

A loja é uma pequena mercearia de bair-ro, em Évora. O teste é saber como é que a subida do IVA nalguns produtos se reflete no preço final pago pelos consumidores. A conclusão é simples: pelo menos por enquanto o “prejuízo” fica por conta dos comerciantes que decidiram não mexer nos preços.

Vamos a contas. Sábado de manhã, úl-timo dia do ano. A alguns produtos hor-tícolas que continuam à taxa reduzida de IVA, junto três outros no cesto de com-pras: um litro de refrigerante, uma lata de ervilhas e uma embalagem de café. Cus-to: 3,65 euros.

A escolha não foi efetuada por mero acaso. São produtos que algumas horas depois, com a chegada de 2012, passam para a taxa máxima de IVA: 23%.

O regresso à mercearia foi segunda-feira ao final da tarde. Depois de nova compra, incluindo os mesmos três pro-dutos, a fatura permaneceu idêntica: 3,65 euros. Ao não subir os preços, o co-merciante reduz a sua margem de lucro pois vai pagar mais impostos mas, por outro lado, agrada aos clientes de sem-pre, sobretudo idosos.

O ano não começa mal para quem com-

Empresários suportam aumentos na taxa de IVA

comerciantes e proprietá-rios de restaurantes evitam mexer nos preços por causa da crise. Apesar do aumento dos impostos.

pra. Mas as perspetivas continuam a ser pouco animadoras. “Já se sabe que para melhor é que não caminhamos”, diz uma cliente.

Também em alguns restaurantes – onde desde 1 de janeiro passou a ser cobrada uma taxa 23% de IVA, em vez dos anterio-res 13% - a tendência é de não mexer nos preços ou fazê-lo da forma mais modera-da possível. “Como o negócio já não anda bom, qualquer subida de preços acaba por afastar clientes”.

“Não vamos aumentar o preço dos pra-tos do dia para não perder nem prejudicar os clientes habituais. Aumentamos ape-nas em 10% os pratos confecionados na hora”, diz Joaquim Fialho, do restaurante A Choupana. Noutros estabelecimentos,

a subida do preço das ementas traduz ape-nas a subida dos custos com a eletricidade (mais cara 4% desde o início do ano).

O presidente da Associação da Hotela-ria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) diz que o aumento do IVA para 23% “vai colocar em causa a sobrevivên-cia do turismo” uma vez que os serviços de alimentação e bebidas representam atualmente 45,4% do consumo dos es-trangeiros que visitam o país.

“Esta realidade faz com que o IVA mé-dio na hotelaria passe agora para os 14,5 e o IVA médio praticado no turismo passe para os 20,4% o que poderá levar à des-truição de milhares de micro e pequenas empresas, e lançando no desemprego mi-lhares de trabalhadores”.

O fim da taxa intermédia de IVA na restauração e em produtos alimentares traduzir-se-á num aumento de receitas para o Estado.

A Assembleia Municipal de Avis aprovou por maioria, com os votos a favor da CDU e do PS e o voto contra do PSD, uma moção contra a ex-tinção e aglomeração de freguesias prevista no designado Documento Verde da Reforma da Administração Local.

A moção refere que a reorganiza-ção administrativa proposta pelo Governo, que irá levar ao desapare-cimento de quase duas mil fregue-sias do País, levará ao “empobreci-mento da dimensão democrática e participada do poder local e do valor que representa a alargada interven-ção de cidadãos na gestão da vida pública local”, bem como ao despo-voamento do interior e empobreci-mento das camadas mais desfavore-cidas da população residente.

A extinção e aglomeração das freguesias é também apontada como “ameaça à coesão territorial e à iden-tidade histórica e cultural do País que apenas se traduzirá numa redução de custos, ainda que irrisória, se as po-pulações forem privadas dos serviços assegurados por estes órgãos do poder local”.

Avis contraextinção

Freguesias

José Palma Rita tomou posse, em Lisboa, na passada terça-feira, como Delegado Regional do Alentejo do IEFP, lugar que assim volta a ocupar, depois de em 2004 o ter exercido, também num governo de coligação PSD/PP, mas agora tendo Pedro Passos Coelho como Primeiro-Ministro.

Sociólogo de formação, pela Univer-sidade de Évora, é Mestre em Recursos Humanos e Desenvolvimento Sus-tentável. É Técnico Superior Consultor da Delegação Regional do Alentejo do Serviço Público de Emprego e Formação e exerceu, na década de 90, o cargo de Director do Centro de Emprego de Évora.

Com publicações, várias, em revistas da especialidade e trabalhos científi-cos, bem como actividades de consul-toria, Palma Rita, que já foi Deputado Municipal em Évora, é professor Uni-versitário nas áreas da sua formação.

Preside desde 2006 à concelhia de Évora do PPD/PSD.

Palma Rita no IEFP

Alentejo

Luís Pardal | Arquivo Registo

Também o acesso aos serviços de saúde está mais caro desde o início do ano, em resultado do aumento das ta-xas moderadoras. Por uma urgência, o utente paga agora 15 euros no centro de saúde e 20 euros na urgência hospi-talar. Os preços das consultas também aumentaram, de 2,25 euros para 5 euros, ou 7,5 euros se for necessária a intervenção de um especialista.

Os exames em hospital de dia pas-sam a custar 25 euros. Isentos estão apenas os cidadãos com um rendi-

mento médio mensal inferior a 638,83 euros.

Segundo a Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Ido-sos (MURPI), o “aumento “brutal das taxas moderadoras a partir deste mês vai provocar o afastamento de milha-res de portugueses, designadamente reformados e pensionistas dos servi-ços públicos de Saúde, com agrava-mento das suas doenças, aumentando deste modo a morbilidade e a morta-lidade”.

Saúde mais cara

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Actual

Ex-ministro da Agricultura diz ser “grave” a incerteza lançada pelo governo quanto à conclusão do projecto.

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Actual

Vereador social-democrata diz ser “imprescindível” processo de saneamento financeiro na autarquia.

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A juventude “não é a geração rasca ou do vazio, mas a indignada peran-te uma sociedade sem valores”, frisa o bispo de Beja, D. António Vitalino, na primeira nota semanal de 2012, enviada à agência Ecclesia.

“Os adultos e as instituições so-ciais, culturais e políticas, e também as religiosas, têm muito a rever na sua pedagogia, no seu testemunho e até mesmo pedir desculpa às novas gerações pelo nosso desinteresse, para não dizer esquecimento ou negação, pela verdade, pela justiça, pela solidariedade, pelo bem co-mum, pelos valores transcendentes e espirituais”, sublinha o prelado.

D. António Vitalino, que baseia a sua reflexão na mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz de 2012, dedicada à educação da juventude, acentua que adultos, educadores e famílias precisam de recorrer a “novas pedagogias”, onde “cada in-terveniente põe o outro em primeiro lugar, numa atitude de respeito pela dignidade da pessoa, de abertura e de testemunho das próprias convic-ções e saberes”.

“As atitudes materialistas, egoístas e relativistas dos adultos projetaram muitas sombras e trevas nos hori-zontes das novas gerações. Mas o co-ração do ser humano, sobretudo o do jovem, dificilmente se deixa abafar”, acrescenta o bispo de Beja.

”GeraçãoIndignada“

Beja

Um total de 12 detenções, 9 das quais por condução sob efeito do álcool e 22 acidentes que provoca-ram 1 ferido grave e 7 ligeiros, são as principais ocorrências do balanço da actividade operacional do Comando Territorial de Beja da GNR.

GNR detém12 pessoas

Baixo Alentejo

Redação | Registo

A ACOS – Agricultores do Sul manifestou “grande preocupação” relativa à indefi-nição do Ministério da Agricultura em relação ao término das obras de Alqueva, recordando terem sido “feitos muitos in-vestimentos, nomeadamente novas plan-tações de olival e vinha, a contar com a rápida conclusão das obras de Alqueva”.

“Só no perímetro de rega de Pedrógão (que aguarda a conclusão das obras) fo-ram plantados cerca de 12 mil hectares de culturas de regadio que podem vir a ser comprometidos”, releva esta organização de agricultores. E acrescenta que “neste momento começa a ser preocupante a fal-ta de chuva que, ao longo de cerca de dois meses, já retirou às barragens e charcas das explorações, bem como aos furos, a normal capacidade de irrigação”.

As preocupações da ACOS são corro-boradas pelo anterior ministro da Agri-cultura, António Serrano, para quem “a indecisão do Governo sobre Alqueva re-presenta um prejuízo enorme para toda a região Alentejo e um sinal muito negati-vo”.

O ex-titular da pasta da Agricultura, e deputado pelo PS à Assembleia da Repú-blica, assegurou que estará “na primeira linha com os agricultores do Alentejo em defesa dos interesses da região e do País e contra qualquer adiamento relacionado com a conclusão das obras de Alqueva”.

António Serrano defende que “os agri-cultores da região sabem a vantagem que podem tirar da água quando o projeto es-tiver concluído porque já deram provas disso. Há uma expectativa enorme em toda a região. O País, no momento de crise que atravessa, não pode deixar um em-preendimento destes – que é orientado para a produção – em suspenso”.

“A agricultura é fundamental para o

Agricultores querem respostas sobre Alquevapodem ficar comprometidos 12 mil hectares de regadio em pedrógão.

desenvolvimento da economia nacional, é o setor primário que deve estar na pri-meira linha para reduzir importações, aumentar a produção nacional e as ex-portações”, reforça o deputado socialista.

O ex-ministro da Agricultura lembra que, dos cerca de 60 mil hectares de ter-

reno abrangidos pelas obras concluídas até meados de 2011 para irrigação, a taxa de utilização ronda os 40 por cento, valor que “está perfeitamente alinhada com a média nacional, tanto mais que o final de algumas obras é muito recente”.

São por isso, na ótica de António Ser-rano, graves as dúvidas lançadas pelo Ministério da Agricultura, tanto piores quanto lançadas sobre a capacidade dos agricultores alentejanos poderem tirar partido desse investimento.

“Quando se faz campanha política a di-zer que a agricultura é importante para reduzir as importações e aumentar as ex-portações, essa bandeira política eleitoral tem de ser traduzida em atos concretos quando se está no poder. É isso que se es-pera na hora da verdade. O Governo deve comprometer-se com um prazo e deixar de adiar a questão. Este é um projeto que pode ajudar Portugal a sair da crise”, con-cluiu António Serrano.

Governo não se compromete com uma data para concluir o alargamento do perímetro de rega.

António Serrano diz que regadio está a 40%.

D.R.

D.R.

Redação | Registo

O vereador do PSD na Câmara Munici-pal de Évora (CME), António Dieb, ma-nifestou-se “preocupado” com a situação financeira da autarquia. “Após 10 anos de gestão socialista, a CME está hoje na mesma situação de alarmante endivida-mento a que a CDU chegou e que o PS não conseguiu melhorar nem contrariar”, diz o vereador, assinalando que a despesa da autarquia tem continuado “a aumentar”.

“Aos sistemáticos apelos de redução sus-tentada do endividamento do município por via da redução orçamental da des-pesa e de rigorosa execução orçamental, respondeu o presidente da CME com uma aceitação em palavra e uma inscrição do-cumental que não encontrou cabimento na sua prática de gestão”, acrescenta An-tónio Dieb. “Não podemos deixar de ano-tar a observada falta aos compromissos e de considerar como inaceitável a mesma”.

O autarca refere a existência de um ní-vel de endividamento “incomportável” e de uma estrutura de custos e responsa-bilidades anuais “assumidas à revelia do orçamento, que deverá ser largamente su-perior às receitas anuais estimadas”.

“Temos dúvidas fortes e fundamenta-das de que se atinjam os valores previstos para a receita em 2012, o que implicará o recurso urgente e competente a apoio financeiro da Administração Central e/

Dieb preocupado com ”endividamento alarmante“ na Câmara de ÉvoraAutarca justifica viabilização do orçamento com “mo-mento sensível” do país.

ou da banca, sem prejuízo de recurso a outras fontes institucionais nacionais ou internacionais”. Para o representante do PSD na autarquia – cuja abstenção permi-tiu ao Executivo liderado por José Ernesto Oliveira aprovar o Orçamento do muni-cípio para 2012 – “prevalece a indicação da despesa, que esperamos desta vez real e verdadeira, não sendo razoável sermos confrontados com mais surpresas”.

“O Executivo municipal e o Partido Socialista devem assumir a responsa-bilidade pela situação e daí retirar con-sequências políticas, impondo-se uma

explicação detalhada à oposição e aos eborenses como e porquê se chegou a este

ponto”, defende o autarca.Segundo António Dieb, torna-se agora

“imprescindível” desencadear um proces-so de saneamento financeiro “assistido e validado pelo Governo, com vista a asse-gurar a reestruturação financeira da CME junto da banca e os pagamentos atrasa-dos e futuros aos fornecedores”.

Quanto à posição do PSD sobre o Orça-mento, Dieb recorda o “momento particu-larmente sensível que Portugal e a Euro-pa vivem” defendendo que a conjuntura “aconselha a que se devam garantir as condições mínimas para que a CME dis-ponha de um orçamento para 2012 verda-deiro, essencial ao seu normal funciona-mento e à procura dos instrumentos mais adequados à regularização dos compro-missos perante os fornecedores e ao ree-quilíbrio financeiro futuro”.

“O PSD, caso se verifiquem desvios na-queles parâmetros ao longo dos próximos dois anos, irá pedir responsabilidades políticas e exigir as respetivas conse-quências dos atos praticados à força polí-tica que preside ao executivo municipal”, conclui.

António Dieb garante que o PSD estará atento a desvios orçamentais e exigirá responsabilidades.

Luís Pardal | Arquivo Registo

A Câmara Municipal de Évora aprovou o projeto de arquitetura para construção de mais uma unidade hoteleira na cidade. O empreendimento é da responsabilida-de do Grupo Vila Galé, um dos principais grupos hoteleiros nacionais, prevendo-se que a nova unidade disponha de 180 quartos duplos (alguns destes adaptados a pessoas com mobilidade reduzida) e seis suites, contando também com 226 lugares de estacionamento. A sua edifi-cação será junto à Av. Túlio Espanca, na Horta do Telhal (Portas do Raimundo).

“Este é mais um investimento de sig-nificativa importância que Évora acolhe, sendo também de salientar a mais-valia que representa em termos de criação de novos postos de trabalho”, refere a autarquia.

Entre outros assuntos debatidos na reunião, destaca-se também a aprovação das tolerâncias de ponto camarárias para 2012, que inclui apenas o dia 9 de abril (segunda-feira de Páscoa) e as tolerâncias

Vila Galé avança com investimento em Évoraprojecto de novo hotel apro-vado em reunião pública da autarquia.

de ponto decretadas pelo Governo e/ou adotadas pela maioria dos serviços regio-nais com sede no concelho.

A diminuição das tolerâncias de ponto é apontada pelo Executivo como “uma forma de coerência com a conjuntura em que o país se encontra” tendo sido aprovada com os votos favoráveis do PS e PSD e os votos contra da CDU.

Já uma proposta de protocolo de cola-boração para formação de técnicos do De-partamento de Comunicação da Câmara Municipal na área de edição de imagem e vídeo – Programa Premiére – entre a Câmara de Évora e a Fundação Alentejo/EPRAL foi aprovada por unanimidade.

D.R.

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Actual

número de encerramentos é idêntico ao de 2010. comércio e sector imobiliário foram os mais atingidos.

ExclusivoFátima Luzia é presidente da Junta de Freguesia de grândola. uma terra onde há mais homens que mulheres.

Em 2011 faliram 88 empresas nos distritos de Évora, Beja e Portalegre, indicam dados do Instituto Informador Comercial a que o Registo teve acesso. Este número traduz uma ligeira diminuição relativamente ao número de insolvências em 2010 (haviam sido 89) mas está claramente acima das 64 registadas em 2009.

A informação utilizada no Observató-rio de Empresas resulta do processamen-to diário de todos os anúncios de ação de insolvência publicados em Diário de República no âmbito do Serviço de Infor-mação das Empresas em Processo de In-solvência.

Os setores mais atingidos foram os do comércio (a retalho e por grosso) e da pro-moção imobiliária, além da restauração, construção civil e indústria do vestuário.

Só nos últimos anos, no distrito de Por-talegre, 28 grandes empresas e dezenas de estabelecimentos comerciais da região fe-charam portas fruto das deslocalização e agravamento da crise, colocando mais de 3108 trabalhadores em dificuldades. Os encerramentos afectaram unidades in-dustriais em áreas como a indústria auto-móvel, corticeira e extracção de granitos.

Entre os encerramentos inclui-se a in-solvência da Dyn’aero, de Ponte de Sor, uma empresa com 60 trabalhadores que contou com um apoio do Estado no valor de três milhões de euros e que está “sem meios financeiros suficientes para proce-der ao pagamento das obrigações venci-das”.

A nível nacional, o número de insol-vências passou de 3976 para 4535, o que representa um aumento de 14,06 por cento e traduz o agravamento do cenário de crise económica em que o país mer-gulhou. Em quatro anos (2008 a 2011) foi decretada a insolvência de quase 15 mil empresas.

Feitas as contas, conclui-se que nunca morreram tantas empresas em Portugal, embora a realidade possa ser ainda mais sombria uma vez que estes dados apenas contabilizam os encerramentos que pas-saram pelos tribunais. A estes somam-se o de muitos estabelecimentos que sim-plesmente fecharam portas, o que trans-forma Portugal (de acordo com dados do Eurostat) no país da zona Euro com maior redução líquida do número de empresas ativas.

Novo código

O Conselho de Ministros aprovou uma proposta de revisão do Código da Insol-vência e da Recuperação de Empresas simplificando formalidades e procedi-mentos e instituindo o processo especial de revitalização de empresas. A ideia é “reorientar” o processo para a promoção da recuperação, privilegiando-se sempre que possível a manutenção da empresa em dificuldade no giro comercial, “pro-piciando uma nova oportunidade antes da liquidação do seu património”. Fon-

Insolvência atinge mais 88 empresas alentejanasMetade dos processos de insolvência são de empresas do distrito de Évora.

A Federação dos Bancos Alimentares Portugueses (FBAP) vai lançar a cam-panha “Papel por Alimentos”, em que cada tonelada de material recolhido será convertida em 100 euros para combater a fome.

Segundo uma nota publicada no site oficial daquela organização de solidariedade social, esta iniciativa “integra-se num ideal mais vasto de sensibilização para a importância do papel de cada pessoa na sociedade e para a possibilidade de recuperar e reutilizar coisas que parecem não ter valor”.

A partir do envolvimento das “instituições que diariamente se abastecem nos Bancos Alimentares”, os responsáveis da Federação esperam “incentivar o voluntariado” no meio de “pessoas e entidades” e contribuir para a “mudança de mentalidades e atitudes”, no que diz respeito a gestos como a reciclagem de bens.

No sentido de sensibilizar os mais novos, a FBAP vai enviar “toalhetes de refeição” com este tipo de men-sagens para cantinas de escolas e universidades.

Sob a coordenação da Federação dos Bancos Alimentares Portugueses, existem atualmente 19 bancos de alimentos, espalhados pelo país, que todos os dias recebem e distribuem cerca de 100 toneladas de bens a um universo aproximado de 1,5 milhões de pessoas.

Papel poralimentos

Solidariedade

A partir de 6 de janeiro e ao longo de todo o ano de 2012, o átrio do edifício da Câmara Municipal de Avis vai transformar-se num espaço de expo-sição com a iniciativa “O Museu está na rua”.

Os visitantes e utentes do Município terão, assim, oportunidade de ficar a conhecer algumas das peças que integram o espólio do Museu Munici-pal de Avis, que se encontra encerrado devido às obras do Centro Interpretati-vo da Ordem de Avis.

Ao longo de cada um dos meses do ano estarão patentes 12 peças alusivas às tradições locais de cada época. De 6 a 31 de janeiro, os visitantes pode-rão ficar a conhecer uma peça em madeira alusiva à matança do porco, talhada pelas mãos do artesão local António Bonito.

Museuna rua

Avis

te do Executivo diz que será reforçada a responsabilidade dos devedores e dos ad-ministradores, no caso de terem sido cau-sadores da situação de insolvência com culpa.

Promovem-se também a simplificação de procedimentos, o ajustamento de pra-zos (que em muitos casos se mostravam demasiadamente alargados), a possibi-lidade de adaptação do processo ao caso concreto, o reforço das competências do juiz em termos de gestão processual, a delimitação clara do âmbito de respon-sabilidade dos administradores da in-solvência, o reforço da tutela efetiva dos dependentes do devedor insolvente com direito a alimentos e a melhoria da arti-culação entre a ação executiva e o proces-so de insolvência.

No que se refere ao processo especial de revitalização, pretende-se que ele seja um mecanismo célere e eficaz que possibilite a revitalização da empresa que se encon-tre em situação económica difícil ou em situação de insolvência meramente imi-nente mas que ainda não tenham entra-do em situação de insolvência atual.

Os 22 trabalhadores do hotel São Ma-mede, em Portalegre, não resistiram aos salários em atraso e suspenderam os contratos de trabalho, avançou a Rádio Portalegre. De acordo com o coordenador da União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA), Diogo Júlio, a unidade hoteleira tem agora oito dias para regularizar a situação dos salários.

O dirigente sindical esclareceu que no final do ano de 2011, sete dos trabalhadores já tinham suspendido o contrato de trabalho e que os restantes fizeram-no na segunda feira.

Diogo Júlio adiantou que a maioria dos trabalhadores tem quatro meses de salários em atraso a que se juntam o subsídio de Natal de 2010 e os subsí-dios de Férias e Natal de 2011.

O hotel São Mamede foi inaugurado em 2009.

Hoteleiros sem contratos

O Norte Alentejano tem sido particularmente atingido pelo fecho de lojas e empresas.

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Luís Godinho | Texto

A diferença é de apenas 184, a suficiente para fazer de Grândola um dos raros mu-nicípios do país onde há mais homens (7505, segundo os resultados prelimina-res do Censos) do que mulheres (7321). Sendo terra de homens, talvez por isso, na ‘Vila morena’ é ela que manda. Ela é Ma-ria de Fátima Luzia e acaba de completar dois anos como presidente da Junta de Freguesia de Grândola.

Presidente ou ‘presidenta’? “Já me têm chamado de ‘presidenta’ e até gosto que me tratem assim. Não é por acaso que faço parte do Movimento Democrático das Mulheres”, diz com uma gargalhada contagiante, apesar do nevoeiro que “en-tristece” a manhã, de estar a trabalhar em pleno feriado [8 de dezembro] e de ter tido uma noite intensa à frente de uma mani-festação com mais de 500 pessoas.

O protesto, destinado a reclamar a rea-bertura das urgências no centro de saúde durante o período noturno, culminou com um corte de estrada em pleno IP 1 (Lisboa/Algarve). Horas depois, a ‘pre-sidenta’ garante que não vai baixar os braços: “A luta não vai parar”. Desengane-se pois quem confunda boa disposição com falta de tenacidade para defender as ideias em que acredita. E a saúde é, por estes dias, uma das suas maiores bandei-ras: “Ao encerrar serviços, o Governo está a condenar estas populações a um isola-mento ainda maior”.

“Então Fatinha, já sei que aquilo [a manifestação] correu bem”. À porta do restaurante de que é proprietário, José Pinto interpela a autarca: “Vai ser difícil fazê-los voltar atrás”. Em Grândola, todos o conhecem como o Zé de Moura, apelido que lhe ficou gravado como recordação da terra onde nasceu.

Enquanto prepara o carvão onde há de grelhar sargos e pregado – “olhe para isto, uma maravilha de peixe” – Zé de Moura nem quer acreditar que viva num conce-lho onde há mais homens do que mulhe-res. “Deve ser ao contrário”, afiança bem-disposto, exemplificando a descrença nos números do INE com as conclusões da sua “ciência certa” adquirida entre gre-lhados à porta do restaurante: “Passam

Em terra de homens, ela é que mandacaso raro no país, em grân-dola a população masculina é superior à feminina.

aqui muito mais mulheres do que ho-mens. Em cada 100 carros, 80 são condu-zidos por elas”.

Aprígio Manuel, 74 anos, também custa a acreditar na estatística oficial. “Nos bai-les de domingo, aqui no Desportivo, há mais mulheres que homens”.

Ó senhor Aprígio, não será essa ausên-cia masculina significado de maior timi-dez na hora de “enfrentar” as damas no salão? “Qual vergonha qual quê, é tudo gente da mesma idade! E o que é certo é que há mais mulheres nas tardes de do-mingo”.

Nem o frio, nem a humidade são inimi-go bastante para deixar em casa António Paulino Grade, Adelino Nunes e António Silva. Aproxima-se a hora de almoço e o grupo de idosos põe a conversa em dia no Largo das Palmeiras. “Isso de haver mais homens que mulheres em Grândola não é novo. Um ano antes do 25 de abril ha-via mais 300 homens, digo-lhe eu que me recordo bem. Então não me havia de lem-brar, se fiz parte de certas coisas ...”, dispa-

ra António Silva, enigmático.Adelino concorda com facilidade, bas-

tando-lhe olhar para a sua própria famí-lia: “Do lado da minha mãe, era só ela e quatro irmãos. Do meu pai, eram cinco homens. Eu é que já tenho duas filhas, para equilibrar as contas”. Somas genea-lógicas à parte, também a sua experiência enquanto membro das mesas de voto aju-da a validar as conclusões do Censos: “Por regra, havia mais homens que mulheres”.

Além do mais, todos se lembram de como era nos anos 60, quando se junta-vam “à volta de uns 400 rapazes” para fazer a inspeção militar e “tirar bilhete” para o Ultramar.

Junto ao restaurante do Zé de Moura, Aníbal Pereira aceita o desafio da ‘pre-sidenta’ da Junta de Freguesia: “Já que oficialmente vivemos numa terra de ho-mens, podes ter aí inspiração para uma música”. Aníbal toca concertina no Trio Maravilha, conjunto que promete ani-mar os serões das aldeias assim que che-garem as noites de verão. “Têm uns versos

brejeiros que às vezes até me fazem corar”, explica Maria de Fátima Luzia, também ela detentora de uma longa experiência musical. Foram mais de 15 anos na ‘Mú-sica Velha’, nome pelo qual é conhecida a Sociedade Fraternidade Operária Gran-dolense, cuja sede serviu de inspiração a Zeca Afonso para escrever “Grândola, Vila Morena”.

‘Fatinha’ tocava clarinete. Agora, já re-tirada, confessa que se emociona sempre que ouve a banda: “Às vezes até as lágri-mas caem, sou muito emotiva”. Um dos mestres era Celso Nunes, sapateiro de profissão.

“Sapateiro não, técnico de calçado”, brinca o homem, 76 anos, antes de recor-dar o espírito da camaradagem que se vi-via na ‘Música Velha’. E quanto ao facto de haver mais homens que mulheres na ‘Vila Morena’? “Ainda bem, se houvesse mais mulheres tinha aí umas duas ou três. Assim contento-me com uma, a mes-ma de há 50 anos”, diz o sapateiro. Perdão, o técnico de calçado.

Celso Nunes, sapateiro, José Pinto (conhecido na terra como Zé de Moura), proprietário de restaurante, e um grupo de idosos à conversa na praça. Em Grândola, há mais homens que mulheres.

Fátima Luzia cumpre o seu primeiro mandato como “presidenta” da Junta de Freguesia. Os eleitores deram-lhe maioria absoluta.

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Exclusivo

Bombeiros de Évora promoveram campanha de recolha de material para conseguirem financiamento.

Exclusivo

Entrevista com Sérgio Lourinho, alentejano de portel, empresário e docente universitário no Brasil.

Pedro Galego | Texto

As corporações de bombeiro de todo o país enfrentam actualmente uma grave crise financeira. Muitas delas estão a despedir elementos e muitos dizem que o socorro às populações pode estar em causa. Para já, os cortes nas verbas do Governo desti-nadas aos transportes de doentes não ur-gentes são o que mais mossa está a fazer nas corporações. O Alentejo não é excep-ção.

Os bombeiros de Évora promoveram recentemente uma campanha de recolha de material eléctrico por fim a conseguir mais financiamento com a reciclagem dos despojos das populações. A campa-nha terminou a 26 de Dezembro e teve boa adesão.

Outro caso conhecido publicamente nas últimas semanas é o da corporação de Mourão, onde a ruptura financeira da associação, devido à falta de transporte de doentes, determinou, durante o ano de 2011, o despedimento de parte dos seus funcionários. Ao todo, seis contratados fo-ram dispensados.

“Foi das primeiras corporações a despe-dir. Agora, sem pessoal, sentimos a falta de operacionalidade, que esperamos re-solver com a entrada da Equipa Perma-

Bombeiros afectados pela crisecortes nos serviços de trans-porte de doentes colocam em dificuldade diversas corporações. Já há casos de despedimentos.

nente de Intervenção”, diz Alexandre Mendonça, presidente da associação e funcionário dos bombeiros há mais de 30 anos.

Sem dinheiro, mas com trabalho, a di-recção acabou por promover alguns re-gressos pagos pelo centro de emprego. Foi o caso de Nazaré e de Vânia, duas das ope-racionais que tinham sido despedidas.

“É complicado viver com 419 euros. Mas compreendo a situação”, refere Vânia, de 30 anos. Nazaré, de 32, partilha a mesma opinião: “Ninguém imaginava que isto acontecesse, mas percebi que a situação era insustentável.” Com uma dívida de 322 mil euros e uma quebra na ordem dos 95% nos serviços e nas receitas, a direcção apela ao Governo para que comparticipe nos combustíveis.

Tal como a de Mourão, a corporação de Bombeiros de Mora, uma das que está mais afastada da capital de distrito e do Hospital do Espírito Santo, refere que o corte nas credenciais associado a um maior desgaste nas viaturas devido às maiores distâncias percorridas também estão a originar graves problemas finan-ceiros.

Também no distrito de Portalegre a si-tuação se avizinha complicada, com o presidente da Federação Distrital a dizer que parte das 15 corporações do distrito está com a corda na garganta. Francisco Louro, comandante dos Bombeiros de Ga-vião e presidente da Federação Distrital de Bombeiros, que assegura que o cenário “tende a piorar”, o que pode levar a pôr em causa o socorro às populações.

“Ou se tomam medidas urgentes de for-

A campanha de recolha de material elétrico terminou a 26 de Dezembro. Corporação diz que houve boa adesão por parte dos cidadãos de Évora.

ma a sustentar a abnegação e a dedicação destas pessoas que tudo fazem para sal-var vidas, ou a sua função está compro-metida”, frisou. Como no resto do País, na base do problema está o corte nas receitas do transporte de doentes, “sendo as despe-sas cada vez maiores”, diz o mesmo repre-sentante.

Por todo o país os relatos das dificul-dades já se sentem ao nível de despesas que outrora não causavam preocupação: água, luz, reparação de viaturas e sobre-tudo salários são agora encargos cada vez mais difíceis de suportar.

Confrontado recentemente com esta situação, o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, reconhece que algumas dificuldades financeiras dos bombeiros advêm do transporte de doen-tes, mas outras não.

O titular da pasta diz que algumas situações “são casos de polícia e de tribunal”.”Convém fazer bem a separação de cada uma das situações”, referiu Mi-guel Macedo, lembrando que a questão “não é nova, não começou há seis meses, vem de trás, porque se introduziu um conjunto de regras que não existiam an-

teriormente”.Segundo o governante, essas matérias

“estão a ser tratadas” pelo Ministério da Saúde. “Mas há outras onde as situações são muito diferentes. Algumas delas, é do conhecimento público, são casos de polí-cia e de tribunal. Convém separar bem as coisas para as não confundirmos”, acres-centou.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu recentemente, e com carác-ter de urgência a resolução da questão do transporte em ambulâncias de doentes não urgentes, alertando que os corpos de bombeiros “não aguentam muito mais tempo a quebra de serviço” que têm tido.

Segundo Rodeia Machado, vice-presi-dente da LBP, em algumas corporações de bombeiros verificou-se uma redução de 30 a 50% no transporte de doentes não ur-gentes desde o início do ano, criando uma situação “dramática” para muitas das cer-ca de 400 associações.

As declarações de Miguel Macedo re-voltaram ainda mais o organismo que representa as associações de soldados da paz, levando mesmo o seu presidente, Duarte Caldeira a dizer que as palavras são “absolutamente inaceitáveis”.

“Ainda não vimos nada do Governo em relação aos bombeiros. Diz-se que deu 10 milhões de euros, mas só reembolsou despesas já feitas no combate a incêndios. E tirou a isenção de taxa moderadora nos hospitais”, acrescentou. Os bombeiros temem que muitas corporações fechem devido a mudanças no transporte de do-entes não urgentes, que reduziu a factu-ração em 70%.

“Ou se tomam medidas urgentes ou a nossa função está comprometida”.

”O nosso sistema de ensino está desajustado“

Luís Godinho | Texto

Está no Brasil há quanto tempo?Quatro anos. Mas houve uma interrup-

ção pelo meio. Inicialmente fui um ano fazer um intercâmbio. Estava no último ano da Faculdade de Direito de Lisboa e decidi fazer uma experiência internacio-nal.

Já lá vamos. Antes gostava de lhe per-guntar se ouviu o primeiro-ministro a apontar a emigração como uma possí-vel saída para os jovens licenciados?

Ouvi.

E o que pensa disso?Eu saí de Portugal antes da crise anun-

ciada, porque em crise sempre estivémos, e por opção própria, ao contrário do que sucede com muitos dos actuais jovens li-cenciados que não têm outra opção e se vêem na contingência de emigrar. Comi-go foi diferente.

Mas faz uma leitura das palavras do primeiro-ministro.

Via-as de duas formas, uma sincera e outra sensata. De uma maneira sincera porque o primeiro-ministro não disse nada que não fosse verdade, é um facto. Talvez por questões políticas não devesse ter dito isso dessa forma mas a vida aos poucos ensinou-me que temos de separar o essencial do acessório. Olhando o es-sencial, o que é que ele disse que não está certo? É muito fácil discutir o jogo político mas no final do mês todos temos contas para pagar.

Visto do outro lado do oceano [Atlân-tico] é um caminho que está em aberto para os jovens?

Eu trilhei esse mesmo caminho emboa de um modo diferente, não por necessi-dade mas por escolha pessoal. Terminei a faculdade e tinha emprego em áreas onde hoje provavelmente não teria, como con-sultoras ou banca.

Aí já tinha a intenção de partir, fazer o Erasmus?

Isso foi antes. Primeiro fiz o Erasmus, voltei a Portugal, fiz uma outra pós-graduação na Faculdade de Direito de Lisboa. Fiquei sete ou oito meses. Nessa altura comecei a pesquisar emprego, fui a várias entrevistas, poderia ter entrado em diversos escritórios de advogados, a minha média de curso era bastante ele-vada ….

Mas optou pelo Brasil.Uma das áreas profissionais que sem-

pre preferi é o magistério. Sempre quis dar aulas. Para isso tinha de fazer o mes-trado. Só na Faculdade de Direito de Lis-boa tínhamos 500 vagas. Na Universida-

de Federal do Paraná, onde actualmente sou mestre, temos 25 vagas por ano. Deci-di arriscar. Já conhecia a região, concorri para o mestrado em Direito.

Mestrado à séria, antes de Bolonha, entendo bem?

Sim, um mestrado de verdade. Tal como o meu curso, que foi de 5 anos, o penúlti-mo antes de Bolonha. No Brasil não exis-te essa história desse tipo de mestrados. Aqui não havia selectividade para fazer o mestrado. Só para lhe dar uma ideia: o estado do Paraná tem mais de 10 milhões de habitantes, uma área três vezes maior, e no ensino público de Direito para mes-trado temos à volta de 50 a 60 vagas por ano. Em Portugal teremos 1300 vagas.

Que conclusões tirou da análise des-ses números?

Que teria vantagem em ir para lá. De um ponto de vista mais geral, concluo que o nosso sistema está completamente desajustado. Felizmente temos uma edu-cação de qualidade mas corremos o risco de desequilibrar a oferta com a procura e com as saídas profissionais. O resultado é termos advogados estagiários como cai-xas de supermercado.

Para si o mestrado foi a oportunidade para iniciar a vida profissional?

Isso surgiu um pouco por arrasto. Ga-nhei uma bolsa de estudo, comecei a pesquisar logo desde o início. Comecei a dar aulas naquela universidade e menos de um ano depois fui contratado para

dar aulas numa universidade privada. Actualmente estou a dar aulas em duas universidades privadas, sou advogado e administrador numa empresa de cons-trução e obras públicas.

Como é que surgiu a actividade em-presarial?

Nada acontece por acaso mas não foi premeditado. Quando cheguei ao Brasil não conhecia nada nem ninguém. Nasci em Portel, aos 14 anos vim estudar para Évora, depois para Coimbra e a seguir para Lisboa. Vi-me desde muito novo na contingência de viver fora de casa dos meus pais. Mas chegar ao Brasil deu-me outra dimensão do mundo, aí é que desco-bri o que era estar num local sem conhe-cer nada nem ninguém.

Foi fácil a adaptação?A minha experiência de vida talvez te-

nha facilitado as coisas.

Considera-se definitivamente fixado no Brasil?

Não digo isso … mas tenho a minha vida estabilizada lá, isso é um facto. Ve-nho cá uma vez por ano.

Como é que tem visto o evoluir do país, com a crise e o aumento do desemprego?

Nós portugueses comportamo-nos como se não houvesse crise, veja-se os car-ros topo de gama ou os ipad’s que esgotam nas lojas. Não sei onde vamos parar. Desde há algum tempo que deixei de interferir no comentário político em Portugal.

professor e administrador de uma empresa de cons-trução civil, Sérgio Lourinho trocou portugal pelo Brasil. E não se arrepende.

“Chegar ao Brasil deu-me outra dimensão do mundo, aí é que descobri o que era estar num local sem conhecer nada nem ninguém”.

<Primeiro foi fazer um intercâmbio no âmbito do programa Erasmus.

Depois voltou a pensar no mestrado. Sérgio Lourinho vive no Paraná há 4 anos. Regressar a Portugal ... só

uma vez por ano.>

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Exclusivo

do nemátodo do pinheiro ao sobreiro como árvore nacional, o melhor e pior do ano segundo a Quercus.

Radarnum ano, os gastos das autarquias com a cultura caíram cerca de 6 milhões de euros.

Redação | Registo

Os municípios alentejanos foram os que destinaram maior proporção do seu or-çamento às atividades culturais em 2010: 7,3%. Os dados constam de um estudo do Instituto Nacional de Estatística, a que o Registo teve acesso. Imediatamente atrás do Alentejo (que para efeitos estatísticos inclui os municípios situados na Lezíria do Tejo) posicionam-se as regiões dos Aço-res (7%) e do Algarve (5,6%).

Do total de 832 milhões de euros de des-pesa total dos municípios alentejanos em 2010, 61 milhões foram canalizados para as atividades culturais, sendo que uma fatia importante deste investimento (17,6 milhões) foi gasto em remunerações.

Quando comparados com 2009, os gastos das autarquias com a Cultura são inferiores em cerca de 6 milhões de euros no caso do Alentejo. Mas, tendo em conta a redução da despesa (caiu de 957 para 832 milhões de euros), o setor cultural foi dos que menos sofreu com a contenção orçamental.

O investimento cultural no Alentejo inclui despesas de 13 milhões de euros com o património, rubrica onde se in-cluem monumentos (4,6 milhões), esca-vações arqueológicas (845 mil) e museu (3,8 milhões).

Na área das publicações e bibliotecas, as autarquias da região gastaram em 2010 um total de 8,4 milhões de euros, ligeira-mente superior à verba dispendida com atividades musicais (8,1 milhões). Só em concertos foram gastos 5,3 milhões de euros. Muito mais do que todo o apoio ao teatro: 1,4 milhões (incluindo aquisição de espetáculos e apoio a festivais e grupos cénicos).

Os apoios a eventos e associações cul-turais significaram 9,7 milhões nos orça-mentos municipais. Mas desta verba ape-

Autarquias alentejanas investem 60 milhões em actividades culturaisdados do InE revelam que 7,3% do orçamento dos mu-nicípios é para a cultura.

nas 427 mil euros foram direcionados para o artesanato. As despesas com a atividade dos cineteatros e outros recintos culturais ascenderam a 7,6 milhões de euros.

Segundo os dados do INE, o valor mais alto de todo o país estava em Viana do Alentejo (43,9%). O Alentejo conseguiu ainda colocar mais três autarquias nos primeiros lugares: Castelo de Vide (32,2%), Campo maior (28,5%) e Fronteira (27,1%).

A nível nacional, as despesas das Câma-ras Municipais em 2010 com atividades culturais foram de 433,9 milhões de eu-

ros, traduzindo-se numa diminuição em valor de 33,2% face ao ano anterior.

Os maiores decréscimos nas despesas em cultura verificaram-se nas autarquias das regiões de Lisboa (-58,8%), Algarve e Norte. Face a 2009, os domínios culturais em que se verificaram maiores diminui-ções nas despesas foram as publicações e literatura (-53,1%); património cultural (-28,6%); radiodifusão (-26,9%), cinema e fotografia e recintos culturais (ambos com -24,1%). As despesas afetas às artes plásticas foram as que tiveram menor de-

Está em curso o processo de classificação de mais 27 monumentos alentejanos, revela uma fonte da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA). Os processos mais recentes são os relativos à Igreja do Espírito Santo/Igreja da Misericórdia (Vila Viçosa), Fonte das Bicas (Alandroal) e Po-voado do Porto Torrão (Ferreira do Alente-jo), que se juntam a outros cujo projeto já se encontrava em fase de classificação.

No caso de Arraiolos, encontram-se a decorrer os processos relativos à ponte antiga da estrada de Pavia sobre a ribeira

do Divor e à Igreja de Santa Clara (Sabu-gueiro).

Já em Viana do Alentejo, o período de consulta pública relativo à classificação como Monumento Nacional (MN) do Santuário da Senhora d’ Aires e da capela do Cruzeiro está em fase de consulta pública até 23 de janeiro.

No caso de Évora, o Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arque-ológico (IGESPAR) pretende propor à Secretaria de Estado da Cultura a clas-sificação da Ermida de Santa Catarina

do Aivado como Imóvel de Interesse Público. Integrada numa vasta herdade com oliveiras, terras de montado, pasto e lavradio, a Ermida foi construída no século XVI. No seu interior avultam três pinturais murais de raro valor.

“A extrema simplicidade arquitetónica da forma adotada e a originalidade das pinturas murais que, apesar do seu defi-ciente estado de conservação, se podem considerar como alguns dos exemplares mais antigos ainda existentes no distrito de Évora”, assinala o IGESPAR.

Processo de classificação para mais 27 monumentos

O teatro continua a ser um dos parentes pobres da Cultura na região, com um volume de investimento substancialmente inferior ao da música.

créscimo (-14,7%).Do total das despesas em cultura reali-

zadas em 2010 pelas Câmaras Municipais, destacam-se as afetas ao património cul-tural (19,7% do total), publicações e litera-tura (16,4%) e atividades socioculturais (16,1%), recintos culturais (10,5%) e música (9%). Os domínios que tiveram menor ex-pressão na estrutura das despesas foram as artes cénicas, artes plásticas, cinema e fotografia e radiodifusão, as quais repre-sentaram, em conjunto, cerca de 8,4% do total das despesas em cultura.

Balanço ambientalPior de 2011Desinvestimento nos Transpor-tes Públicos

Em sequência do Plano Estratégico dos Transportes apresentado pelo Governo, o corte de várias linhas ferroviárias, no-meadamente no interior do país, ameaça de forma irreversível a coesão territorial e também social, afetando as populações mais frágeis e aumentando o seu isola-mento.

Plano Nacional de Barragens

Não é compreensível a teimosia do atu-al executivo em prosseguir com o Plano Nacional de Barragens, mesmo depois de ter noção dos custos sociais, ambientais e económicos que o mesmo trará no médio/ longo prazo a Portugal. Como agravante, a atitude de prosseguir com a construção da Barragem do Tua, mesmo após todos os avisos, poderá colocar o Património da Humanidade do Douro Vinhateiro em risco, mesmo que se procure compensar o impacte irreversível da Barragem do Tua na paisagem do Douro Vinhateiro com a “pintura” o paredão da barragem.

Planos de Região Hidrográfica

Atrasados mais de dois anos em relação ao prazo estipulado pela União Europeia, encontram-se presentemente todos, sem exceção, em consulta pública, esperando-se que sejam aprovados e entrem em vi-gor no segundo semestre de 2012.

Falta de controlo no Nemátodo

A falta de controlo efetivo na propagação de doenças florestais como o Nemátodo da Madeira do Pinheiro está a provocar a murchidão e um declínio acentuado nas áreas de pinhal-bravo em Portugal, devido à falta de apoio aos proprietários florestais e meios de erradicação no terre-no para controlar a doença, com a conse-quência nefasta da expansão de planta-ções ilegal de monoculturas de eucalipto, sem que exista capacidade das autorida-des em controlar a situação.

Falta de fiscalização

O colapso da fiscalização dos resíduos, em particular nos casos dos resíduos de cons-trução e demolição, dos industriais e das lamas de ETAR e a continuação das ilega-lidades na gestão dos veículos em fim de vida, com 42% (cerca de 60 mil viaturas) que são enviados para destinos ilegais, por incapacidade do Instituto de Mobili-dade e Transportes Terrestres, são aspetos que revelaram o ainda muito que existe por fazer nesta área.

Energia no Orçamento de Estado

Fruto do Orçamento de Estado para 2012, o ano de 2011 será o último ano com in-centivos fiscais às energias renováveis e à eficiência energética em sede de IRS como benefícios fiscais, sendo que o IVA

Melhor de 2011Abandono de obras públicas com fortes impactes

O abandono de várias obras públicas que não se encontravam suficientemente jus-tificadas e não eram realmente necessá-rias, nomeadamente o Novo Aeroporto de Lisboa e algumas das vias rodoviárias previstas, como a Estrada Regional 377-2 que iria atravessar a Mata dos Medos e as Terras da Costa, foram medidas positivas anunciadas pelo Governo, sendo no en-tanto ainda necessária uma revisão em baixa do Plano Rodoviário Nacional.

Sobreiro é “Árvore Nacional”

O sobreiro foi decretado “Árvore Nacio-nal”, por unanimidade, pela Assembleia da República. Espera-se que esta medida contribua para a resolução dos problemas que afetam os sobreiros e os montados (doenças, envelhecimento, redução do número de árvores) e que permita a sua valorização e expansão nas áreas onde já esteve presente no território nacional.

Transposição da diretiva sobre resíduos

Foi transposta para a legislação nacional a diretiva comunitária sobre resíduos, dando prioridade à prevenção e à recicla-gem e estabelecendo metas ambiciosas

de aquisição de equipamentos para ener-gias renováveis aumentará 10%, a partir de 1 de janeiro, de 13 para 23%.

Falta de recursos

A falta de recursos afetos ao controlo da qualidade do ar e da água ameaça a saúde pública, na medida em que a monitoriza-ção da água ou da qualidade do ar está a deixar de ser realizada de forma regular por este motivo, com todos os riscos ine-rentes à saúde das populações.

Transvases no rio Tejo

Transvases realizados em Espanha retira-ram água em excesso ao rio Tejo e fizeram diminuir o caudal para níveis preocu-pantes. Em julho de 2011, verificou-se um caudal muito reduzido no rio Tejo, junto ao castelo de Almourol, sendo esta uma situação já recorrente e tendo-se em 2010 já alertado para este problema. A redução drástica do caudal do rio cria problemas ao nível da conservação dos ecossistemas aquáticos, destrói a paisagem natural e põe em causa as infra-estruturas de apoio às atividades fluviais, nomeadamente aquelas que estão disponíveis para a épo-ca balnear.

Acidente nuclear no Japão –

Em março 2011 ocorreu um grave aciden-te nuclear na central nuclear de Fukoshi-ma, no Japão. Não se conhecendo ainda a total dimensão deste acidente.

de reciclagem para resíduos urbanos, re-síduos de construção e demolição e óleos lubrificantes usados.

Açores declara-se Zona Livre de Transgénicos

Depois da Região Autónoma da Madeira, seguiu-se agora a dos Açores a declarar-se Zona Livre de Transgénicos, através da aprovação de um decreto regional, de-clarando o arquipélago como zona livre do cultivo de organismos geneticamente modificados (OGM). Fica assim proibida a cultura, sementeira, plantio ou criação, por qualquer método ou técnica, de organismos geneticamen-te modificados, à exceção da produção ou introdução para fins de investigação científica ou desenvolvimento tecnológi-co de manifesto interesse público.

Hortas urbanas de regresso por

todo o país.A expansão do fenómeno das hortas ur-banas promovidas, quer do ponto de vista institucional, quer do ponto de vista par-ticular ou associativo, e que alastram de Norte a Sul do País, promovem a eco-sus-tentabilidade e complementam a subsis-tência e/ou o rendimento das populações, para além de terem um papel relevante ao nível do lazer e coesão social.

Ano Internacional das Florestas em 2011

A Assembleia-Geral das Nações Unidas designou o ano de 2011 como o Ano Inter-nacional das Florestas, com o tema “Flo-restas para Todos”. Um dos objetivos principais foi a promo-ção da conservação das florestas em todo o mundo, com diversas iniciativas de sensibilização da população para a im-portância que as florestas desempenham no desenvolvimento sustentável global.

Por decisão do Parlamento, o sobreiro passou a ser árvore nacional de Portugal.

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12 05 Janeiro ‘12 13

A história do Santuário remonta ao século XVI, numa ermida rodeada por cinco hospedarias de romeiros.

Radar

À descoberta do património histórico e religioso de Vianao prazer da viagem até Via-na do Alentejo começa com a distância que os nossos olhos alcançam.

Pedro Galego | Texto

Há no Minho uma Viana que não tem castelo, mas tem Castelo no nome. No Alentejo a outra Viana tem de facto uma fortificação edificada, mas no seu nome só ficou o da região onde se estende ao longo de 394 quilómetros quadrados, re-cheados de pontos de interesse, sobretudo para os apreciadores do património de inspiração religiosa.

Situado na faixa sul do distrito de Évo-ra, cidade da qual dista cerca de quiló-metros, o concelho de Viana do Alentejo é formado pelas freguesias de Viana do Alentejo, Alcáçovas e Aguiar. Faz frontei-ra com dois distritos, sendo limitado pe-los concelhos de Alvito (Beja) e Alcácer do Sal (Setúbal), além dos concelhos de Por-tel, Évora e Montemor-o-Novo.

O prazer da viagem até Viana do Alen-tejo começa com a distância que os nos-sos olhos alcançam na vasta planície. À chegada, os maiores motivos de interesse prendem-se com a riqueza patrimonial. Exemplo disso, são o Santuário de Nossa Senhora D’Aires, o Castelo de Viana e a Igreja Matriz do Salvador e ainda de Via-na do Alentejo.

Porventura o monumento mais conhe-cido do concelho, a igreja de Nossa D’Aires é um Santuário Barroco, que dista cerca de um quilómetros do centro da vila, é muito conhecido pelas festividades que anualmente aqui decorrem em honra à Padroeira Nossa Senhora de Aires, no quarto fim de semana de setembro, bem como a chegada da já tradicional Roma-ria a Cavalo que leva cavaleiros desde a Moita até Viana do Alentejo entre o final de abril e o início de maio.

A história do Santuário remonta ao sé-culo XVI, numa pequena ermida rodeada por cinco hospedarias de romeiros, que com o passar do tempo foi ficando mais afamada, atraindo mais fiéis, mercado-res e forasteiros, tendo-se construído um novo, maior e mais digno templo, inau-gurado em 1760, num estilo barroco.

O grande ponto de interesse será a Casa dos Milagres, antiga sala das confrarias, que centenas de anos de promessas forra-ram com uma coleção imensa de ex-votos, atendendo à tradição de que a imagem da antiga padroeira, Nossa Senhora da Pieda-de, nunca deixou de socorrer os crentes.

A famosa Romaria de Nossa Senhora D’Aires é mais propriamente uma feira, com origem no alvará do Rei D. José I, em 1751, autorizando a realização de uma feira franca nesta local. Hoje em dia, na altura da Romaria tem igualmente lugar a concretização da Feira de Aires, com fes-tividades diversas, que animam o local, atraindo inúmeros visitantes.

Voltando ao centro da vila, passe pelo Castelo, um edifício de planta pentago-nal, ligeiramente irregular, constituído pela articulação de 5 cortinas de mura-

Joaquim Filipe Bacalas | Fotografia

Dois locais de visita obrigatória são o Castelo e o Santuário de Nossa Senhora de Aires (em baixo), em classificação como Monumento Nacional.

lha, constituindo os lados da figura e 5 torreões cilíndricos fazendo os vértices, com cobertura de adarve sobre as corti-nas e de coruchéus de alvenaria exposta sobre os torreões. A importância histórica deste monumento típico da arquitetura

militar remonta à fase alentejana da re-conquista e repovoamento. Integrada do conjunto é de todo impredível a visita à Igreja Matriz de Viana do Alentejo. Neste importante monumento, de traça manue-lina e datado do século XVI, a sua cons-

trução é atribuída a Diogo de Arruda. Do lado oposto do recinto muralhado

ergue-se a Igreja da Misericórdia, cons-truída no mesmo período que a matriz e também atribuída a Arruda, e o edifício onde até finais do século XVII funciona-ram os Paços do Concelho. No pátio do castelo eleva-se, ainda, o cruzeiro ma-nuelino.

Dê ainda um salto à freguesia das Al-cáçovas, e para além de poder adquirir o tradicional chocalho, peça de artesanato que mais caracteriza a localidade. Depois, veja e visite a imponente Igreja Matriz do Salvador de Alcáçovas. Um igreja do sécu-lo XVI que tem a sua origem na capela do antigo castelo que data de 1308.

Primeiro edifício do é um excelente exemplar da convivência entre o Renas-centista e o Barroco. Nesta Igreja pode-mos visitar o Panteão dos Henriques e apreciar um conjunto de quatro leões de madeira da Índia oferecidos por Vasco da Gama ao Senhor de Alcáçovas. Tem qua-tro capelas laterais, um batistério e uma grandiosa capela-mor, no teto da qual po-demos observar um conjunto de brasões dos benfeitores da construção do edifício.

De salientar as armas reais de D. Ma-nuel I e as armas da Santa Sé. No corredor central da Igreja podem-se admirar os tú-mulos dos vários Senhores de Alcáçovas. Esta igreja está classificada como Imóvel de Interesse Público.

Todos devemos ser consumidores responsáveis de água, e não é só por motivos de reduzir a nossa factura. na educação do consumi-dor, a água e a sua relação com a nossa saúde e ambiente devia ter um papel muito importante, para sabermos como se trava a po-luição, para onde vão os nossos impostos para os tratamentos das águas, para sabermos o que fazer para que se reduza a poluição industrial e agrícola e, não menos importante como devemos to-dos agir para que não haja penúrias de água, de hoje para amanhã.

Todos sabemos a associação entre consumo de água sustentável e cidadania no consumo, isto porque sendo a água fonte de vida, de tão banal que é, todos nos o descuramos um pouco. E era bom que invertêssemos essa lógica, considerando a água como o prin-cípio de tudo que organiza a nossa sustentabilidade no consumo.

Hoje em dia fala-se muito em poupar, mas poupança não se re-fere apenas a guardar o dinheiro, refere-se também ao facto de não se gastar inutilmente os recursos disponíveis. cada vez mais se torna difícil conseguir fazer uma poupança efectiva e tem-se verificado, em portugal, uma diminuição da taxa de poupança ao longo dos últimos anos. E antes que seja tarde, comece desde já a evitar desperdícios de água alterando um pouco os seus hábitos e mostrando-se um consumidor consciente na preservação dos recursos da natureza, nomeadamente na duração do duche que tomamos, na água do autoclismo, no uso das nossas máquinas, na reparação das fugas.

Este tipo de actuação pode ser bem visível ao confrontar a nossa

factura de água, se formos conscientes na racionalização da água, mais poderemos poupar sem nunca nos esquecermos que o nosso prestador de serviços estará sempre ao dispor para nos ajudar a esclarecer as nossas dúvidas em termos de facturação.

numa análise à nossa factura da água poderemos ver que o pres-tador de serviços se pode basear numa estimativa de consumo nos períodos em que não haja leituras, mas estimado em função do consumo médio apurado entre as duas últimas leituras reais efec-tuadas. Quando seja realizada posteriormente uma leitura, deve proceder-se ao acerto dos valores pagos por estimativa. por isso mesmo, para os consumidores mais prudentes e que só querem pagar o que efectivamente gastaram, o prestador de serviços co-loca à disposição os meios para os consumidores comunicarem as leituras, sendo despois consideradas na facturação desde que rea-lizadas nos períodos indicados para esse efeito.

Isabel curvo (Jurista)delegação regional de Évora

Travessa Lopo Serrão, n.ºs 15 A e 15 B, r/ch, 7000-629 Évora

Telefone: 266744564 – Fax: [email protected] /www.deco.proteste.pt

Água, um bem de consumo, líquido precioso.

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Carta da semana: 9 de Paus, que signifi-ca Força na Adversidade.amor: O seu erotismo e criatividade vão fazer milagres na sua relação, o seu par gostará da surpresa.saúde: Período sem problemas.Dinheiro: Nada o preocupará a este nível.

Carta da semana: A Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.amor: Os seus familiares precisam de maior atenção da sua parte. Seja cari-nhoso. Que o amor esteja sempre no seu coração!saúde: Cuidado com possíveis dores de cabeça.Dinheiro: Pode fazer aquele negócio que tanto deseja.

Carta da semana: A Imperatriz, que sig-nifica Realização.amor: O ciúme não é um bom conselheiro, aprenda a saber ultrapassá-lo.saúde: Poderá sofrer de algumas dores de cabeça fortes, que indicam que precisam de repousar mais.Dinheiro: Graças ao seu bom desempe-nho poderá ganhar algum dinheiro extra.

Carta da semana: 4 de Espadas, que sig-nifica Inquietação, Agitação.amor: Não descarregue nas pessoas de quem mais gosta a má disposição. A feli-cidade é de tal forma importante que deve esforçar-se para a alcançar.saúde: Procure fazer um regime alimen-tar, só terá a ganhar com isso.Dinheiro: Período pouco favorável para contrair empréstimos.

Carta da semana: Cavaleiro de Ouros, que significa Pessoa Útil, Maturidade.amor: Converse com o seu par, só ganhará com isso. Aprenda a aceitar-se na sua glo-balidade, afinal você não tem que ser um Super-Homem!saúde: Descanse quando o seu corpo pedir.Dinheiro: Cuidado, seja mais amável no local de trabalho.

Carta da semana: O Papa, que significa Sabedoria.amor: Os seus amigos poderão vir a estra-nhar a sua ausência, não se afaste deles. Que o Amor e a Amizade sejam uma cons-tante na sua vida!saúde: Procure não fazer muitos esforços físicos, respeite o seu corpo.Dinheiro: O seu poder económico terá um aumento significativo.

Carta da semana: 8 de Ouros, que signi-fica Esforço Pessoal.amor: Pense mais com o coração do que com a razão. Que a luz da sua alma ilumine todos os que você ama!saúde: Cuide melhor da sua saúde espi-ritual procurando ter pensamentos mais positivos.Dinheiro: As suas economias poderão so-frer uma quebra inesperada.

Carta da semana: Valete de Ouros, que significa Reflexão, Novidades.amor: Poderá ter de enfrentar uma forte discussão com um dos elementos da sua família. Seja verdadeiro, a verdade é eter-na e a mentira dura apenas algum tempo.saúde: O cansaço irá invadi-lo, tente re-laxar.Dinheiro: A sua conta bancária anda um pouco em baixo, seja prudente nos gastos.

Carta da semana: 6 de Espadas, que sig-nifica Viagem Inesperada.amor: Procure encontrar mais tempo na sua vida para estar com as pessoas que realmente ama. saúde: Não cometa excessos alimentares.Dinheiro: As suas finanças poderão sofrer uma quebra substancial. Não se deixe ma-nipular pelos seus próprios pensamentos!

Carta da semana: Valete de Copas, que significa Lealdade, Reflexãoamor: Não pense que as pessoas são todas iguais, não descarregue na pessoa que tem a seu lado o que outras lhe fizeram que o deixou magoado. Seja honesto consigo próprio, não tenha receio de reconhecer os seus erros e traçar novas rotas de vida.saúde: Procure com maior frequência o seu médico de família.Dinheiro: Tudo correrá dentro da normalidade.

Carta da semana: Cavaleiro de Copas, que significa Proposta Vantajosa.amor: Os momentos de confraternização familiar estão favorecidos. Não perca o contacto com as coisas mais simples da vida.saúde: Procure fazer uma alimentação mais equilibrada.Dinheiro: Nada de marcante acontecerá, o que não significa que se pode deixar le-var pelos impulsos consumistas.

Carta da semana: 5 de Espadas, que sig-nifica Avareza.amor: A harmonia está neste momento pre-sente no seu ambiente familiar. Tanto a triste-za como a alegria são hábitos que pode educar, cabe-lhe a si escolher qual deles prefere!saúde: Cuidado com o sistema nervoso, pois está neste momento com tendência para as depressões.Dinheiro: Não terá problemas de maior nesta área da sua vida.

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pIntura De maurIzIo lanzIlotta – “lanDsCape By heart”.Exposição Temporária, intitulada Mamíferos de Àgua Doce, e a nova Sala de Experimentação Animal, estão abertos ao público no Flu-viário de Mora. A par destas duas inaugurações, foi também lançado o Catálogo do Fluviário de Mora.Patente na exposição ficará um grande terrário que acolherá um casal de Musaranhos-de-água, um pequeno e interessante mamífero que ocorre no Norte e Centro do país e que depende dos cursos de água doce para sobreviver.Foi feita em colaboração com o De-partamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universi-dade de Lisboa, com produção de conteúdos pelo Doutor Francisco Petrucci-Fonseca.

évora

Chartres en lumIÈresAté 31 de Março de 2012 | Átrio dos Paços do ConcelhoMostra fotográfica do evento “Chartres en Lumières”, realizado na cidade francesa de Chartres, geminada com Évora, e que reúne todos os anos, desde 2003, quase um milhão de pessoas para assistir à iluminação cénica multicolor dos principais monumentos da cidade, durante mais de 100 noites.No dia da inauguração terá lugar uma conferência sobre o Patrimó-nio em Chartres. Info: 266 777 000Email: [email protected] | Site: www.cm-evora.ptOrg.: Câmara Municipal de Évora | Câmara Municipal de ChartresNota: Evento integrado nas Come-morações dos 25 Anos de Évora Património Mundial

exposIçãoévora

oFICIna moVImento – FormaçãoSEGUNDAS E QUARTAS | Antigos Celeiros da EPACSessões de dança contemporânea orientadas por Márcio Pereira.Horário: Segundas e Quartas | 19:00-20:30Info: 968 084 562Email: [email protected] | Site: www.escritanapaisa-gem.netOrg.: Colecção B – Associação Cul-tural (estrutura financiada pela Presidência do Conselho de Minis-tros – Secretaria de Estado da Cul-tura – Direcção-Geral das Artes)Nota: Inscrições através dos con-tactos disponibilizados.

évora

Danças Do munDo para CrIançasSEGUNDAS-FEIRAS | Espaço CeleirosAulas regulares de danças do mun-do para crianças.

redondo

joel xaVIer28 de Janeiro de 2012 | 21h30 | AuditórioConsiderado um dos mais presti-giados guitarristas mundiais, Joel Xavier, tocou e gravou com Ron Carter, Tooots Thielemans, Paquito D’Rivera, Arturo Sandoval, Michel Camilo, Richard Galliano, Larry Coryell, Birele Lagrene, Tomatito, Luis Salinas, Rene Toledo, Joey de Francesco, Didier Lockwood, Ran-dy Brecker e Stanley Jordan.

músICamonsaraz

“sementes Do unI-Verso” – atelIê De pInturaAté 8 de Janeiro de 2012Ateliê de pintura que Alice Alves re-aliza na Vila Mediaval de Monsaraz, trabalhando ao vivo. Alice Alves é uma pintora autodidacta que ini-ciou a sua actividade artistica há mais de uma década. Desde 2005 participou em exposições indivi-duais e colectivas em França, Ale-manha, e Portugal. Actualmente deseja desenvolver a sua arte como método de terpia para crianças com dificuldades e deficiencias. Esta Mostra Integra o Ciclo de Exposi-ções Monsaraz Museu Aberto.Horário: das 10h ás 13h e das 14h ás 18hLocal: Casa Monsaraz

redondo

manu – ao saBor Do Vento / manuel amarelo21 de Janeiro de 2012 | 16h00 | AuditórioUm espectáculo de um palhaço contemporâneo onde a música e o gesto substituem a palavra, numa viagem que explora o universo có-mico e poético. De dentro de um tronco de uma oliveira milenar, ouvem-se os ruídos de um ama-nhecer diferente, de mais um dia alegre, puro, inocente e atabalho-ado, cheio de peripécias e surpre-sas onde reina boa disposição. Público – alvo: Publico em geralEntrada gratuitaLinha de programação de itinerân-cias – Teias

outros

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Direcção: Todd PhillipsSinópse:

o filme conta a história de peter Highman, um an-sioso pai inexperiente, cuja esposa está a cinco dias de dar à luz.downey (peter Highman), um feliz mas ansioso homem que irá ser pai pela primeira vez, dentro de alguns dias. no entanto, nem tudo corre

carro, torna-se numa sucessão de surpreendentes acontecimentos… Essa travessia pelo país que vai resultar na destruição de car-ros, amizades e da paciência de peter.com robert downey

Jr., Michelle Monaghan, Zach galifianakis e Jamie Foxx nos principais papéis. A realiza-ção está a cargo de Todd phillips.

bem: peter não consegue apanhar o vôo que parte de Atlanta, pelo que se vê obrigado a fazer a viagem de regresso a casa com um aspirante a actor, Ethan Tremblay.contudo, aquilo que seria uma simples viagem de

Memnoch, O DemónioDirecção: Anne RiceSinópse:

Estamos em nova Iorque. A cidade está coberta por um manto de neve. no meio dessa brancura, Lestat procura dora, a bela e ca-rismática filha de um barão da droga, a mulher que desperta nele sentimentos de ternura como nunca outra mortal fizera antes. dividido

até ao purgatório. Aí terá de decidir se acredita em deus ou no demónio e, por fim, qual dos dois escolherá servir.neste romance, o mais negro e ousado de todos os que escreveu, ela

transporta-nos, na compan-hia de Lestat, para o universo mítico que nos é mais pre-cioso — o reino da teologia de cada indivíduo.

entre as suas paixões de vampiro e o amor avassalador que sente por dora, é a seguir confrontado com o misterioso e demonía-co Memnoch. Arrancado ao mundo por este adversário temível, Lestat é levado até ao reino dos céus e depois

Sugestão de livro

Page 9: Registo ed188

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Celeste Gomes | Texto

Este livro é uma reflexão sobre a autonomia da pessoa portado-ra de deficiência física e as suas limitações, e pretende mostrar que apesar dessas limitações, a pessoa deficiente física pode ser autónoma e reunir condições para usufruir de uma boa saúde mental. A relevância deste livro é mais enriquecedora através dos três testemunhos que descre-vem na primeira pessoa o que sentiram e sentem em relação à sua maneira condicionada de estar na vida, pela coragem de se exporem no reconhecimento de outros deficientes motores, e que passo a apresentar:

- A Ana nasceu com espinha bífida e quando a conheci, no Outono de 2010, doente no cen-tro de saúde, apresentou-me ao esposo e mostrou-me o enorme

desejo de engravidar! E o que parecia impossível acabou por acontecer! A sua tenacidade e co-ragem permitiram que pudesse fazer nascer uma menina linda e saudável, para cuidar e refor-çar a sua felicidade.

- O Francisco foi um lutador que sofreu um acidente de via-ção de motorizada quando tinha vinte anos de idade, tendo ficado paraplégico. Veio a falecer com 40 e depois de muita coragem, luta e sofrimento. De salientar o facto de que o seu testemunho está exactamente descrito com as mesmas palavras que escre-veu nas folhas de papel que me deu e pediu que as divulgasse, já bastante doente, pouco antes de falecer!

- O Rui “um gajo maluco” como o define Isabel quando es-creveu a sua biografia em Junho de 2010, que depois de voar pelo

mundo ficou paraplégico devido a uma queda do pára-quedas! Actualmente, demonstra a sua coragem como instrutor de para-quedismo, dedica-se à fotografia, com trabalhos para famosos, é completamente autónomo, con-duz a sua “bomba”, vive sozinho por opção e luta diariamente “por aquilo a que tem direito”. De ser feliz!

Termino a apresentação deste livro com as palavras do meu colega e amigo Hélder Marques que escreveu o prefácio “…As vidas aqui contadas, da Ana, do Francisco e do Rui, são um exemplo de luta pela aquisição de condições de acesso ao espa-ço comum da vida na socieda-de. De sofrimento, mas também de vitórias, como acontece com qualquer pessoa, porque eles são como qualquer pessoa, especiais e únicos. “

Música

Adriana no Fórum de ÉvoraA Fundação Eugénio de Almeida abre o ciclo de música Melodea 2012, com o concerto “o Que Tinha de Ser”, título do mais recente trabalho de originais da cantora Adriana, que terá lugar no próximo dia 7 de janeiro pelas 21h30, no Fórum Eugénio de Almeida. Dona de um talento inquestionável e de uma voz singular, Adriana convida-nos a sabore-ar a sensualidade de vários géneros musicais como o Jazz, a Pop e o Latin World. Junta-mente com o guitarrista Rodrigo Santoanastásio e o baixista José Canha, a artista interpretará temas como “Sonhos de papel”, “ A Bater, a bater, a bater” e “Walking back home”.Do alinhamento fazem ainda parte alguns êxitos do seu primeiro registo discográfico “Adriana”, como “Cara ou Coroa” ou “My Funny Valentine”.

Livro conta histórias de pessoas com “Vida de Coragem”

Publicação

D.R.

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Reflexão sobre autonomia de pessoas com deficiência.

A Assembleia Municipal de Évo-ra aprovou as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2012, com 18 votos a favor (PS), 4 abs-tenções (PSD) e 16 votos contra (15 da CDU e 1 do BE). No final da votação, os grupos municipais fi-zeram declarações de voto, justi-ficando as suas posições políticas face à temática em causa.

A inclusão de 36 milhões de euros de encargos devido às Águas do Centro Alentejo e de toda a dívida a fornecedores e banca obrigaram a um Orça-mento de 102 milhões, conside-rado “irrealista” pela oposição.

Segundo a autarquia, este orçamento Orçamento é “forte-mente condicionado” por cir-cunstâncias conjunturais, que o município e o país atravessam, e pelas novas perspectivas de “enquadramento orçamental de rigoroso levantamento da situ-ação financeira dos municípios que se anuncia para 2012”.

“É, no entanto, um orçamen-to que traduz a realidade da autarquia, prioriza a recupe-ração, o pagamento da dívida e lança perspectivas de trabalho para 2012”, acrescenta o muni-cípio.

Orçamento aprovado

Évora