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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 24 de Março de 2011 | ed. 147 | 0.50 PUB O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 CRISE José Sócrates apresenta demissão Os partidos da oposição chumbaram a nova versão do Plano de Estabili- dade e Crescimento apresentada pelo Governo. De seguida, José Sócrates foi ao Palácio de Belém apresentar a demissão ao Presidente da República. Cavaco Silva recebe os partidos na próxima sexta-feira. João de Brito Tavares em ENTREVISTA 12 A ideia da banda nasceu em África. Os Terrakota apostam numa mistura de ritmos e especiarias, inspirados em sons dos mais variados locais do mundo. Tocam este fim-de-semana em Évora. “GoVERNo dá pRIoRIdAdE A Tudo quE Não é pRoduTIVo” Agricultor e presidente da Associação de Criadores de Ovinos de Estremoz fala sobre a crise da agricultura e o abandono do mundo rural”. 06/07 19 Estudantes de Estremoz e Vila Viçosa jornalistas por um dia Pág.08 As escolas secundárias de Vila Viçosa e Estre- moz integraram a iniciativa “Road Show”. N@Escolas é uma iniciativa aberta a todos os alunos que frequentam o ensino secundário e profissional em Portugal. No final de contas, o objectivo deste é o de despertar nos alunos o interesse pela leitura e pela comunicação social. EduCAÇão Fecham mais 87 escolas Pág.09 O Ministério da Educação prepara-se para en- cerrar mais 87 estabelecimentos de ensino com menos de 21 alunos no Alentejo. A região será a segunda mais afec- tada a nível nacional por mais esta vaga de encerramen- tos, logo atrás do Norte, onde irão fechar 118 escolas. A lista final ainda não foi divulgada. Criada agência para promoção externa de frutas e legumes Pág.15 Chama-se Portugal Fresh. É uma associação de vinte empresas do sector agrícola apostada na promoção externa das frutas, flores e dos legumes, sector que gera um volume de negócios superior a 2,3 mil milhões de eu- ros. A estreia foi em Berlim. A ideia é aumentar as expor- tações de produtos agrícolas. Terrakota em Évora tocam Cláudio Torres critica encerramento do Museu do Artesanato: “Vale a pena lutar”.

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Edição 147 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed147

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 24 de Março de 2011 | ed. 147 | 0.50€

PUB

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

CRISE José Sócrates apresenta demissãoOs partidos da oposição chumbaram a nova versão do Plano de Estabili-dade e Crescimento apresentada pelo Governo. De seguida, José Sócrates foi ao Palácio de Belém apresentar a demissão ao Presidente da República. Cavaco Silva recebe os partidos na próxima sexta-feira.

João de Brito Tavares em ENTREVISTA

12

A ideia da banda nasceu em África. Os Terrakota apostam numa mistura de ritmos e especiarias, inspirados em sons dos mais variados locais do mundo. Tocam este fim-de-semana em Évora.

“GoVERNo dá pRIoRIdAdE A Tudo quE Não é pRoduTIVo”Agricultor e presidente da Associação de Criadores de Ovinos de Estremoz fala sobre a crise da agricultura e o abandono do mundo rural”.

06/0719

Estudantes de Estremoz e Vila Viçosa jornalistas por um dia

Pág.08 As escolas secundárias de Vila Viçosa e Estre-moz integraram a iniciativa “Road Show”. N@Escolas é uma iniciativa aberta a todos os alunos que frequentam o ensino secundário e profissional em Portugal. No final de contas, o objectivo deste é o de despertar nos alunos o interesse pela leitura e pela comunicação social.

EduCAÇãoFecham mais 87 escolasPág.09 O Ministério da Educação prepara-se para en-cerrar mais 87 estabelecimentos de ensino com menos de 21 alunos no Alentejo. A região será a segunda mais afec-tada a nível nacional por mais esta vaga de encerramen-tos, logo atrás do Norte, onde irão fechar 118 escolas. A lista final ainda não foi divulgada.

Criada agência para promoção externa de frutas e legumes

Pág.15 Chama-se Portugal Fresh. É uma associação de vinte empresas do sector agrícola apostada na promoção externa das frutas, flores e dos legumes, sector que gera um volume de negócios superior a 2,3 mil milhões de eu-ros. A estreia foi em Berlim. A ideia é aumentar as expor-tações de produtos agrícolas.

Terrakota

em Évoratocam

Cláudio Torres critica encerramento do Museu do Artesanato: “Vale a pena lutar”.

Page 2: Registo ed147

2 24 Março ‘11

A Abrir

director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Maneta

propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 5099759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) paginação Arte&design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Pedro Gama; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex distribuição Nacional periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.depósito Legal 291523/09 distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

“passos corta o pEC”

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

Uma semana turbulenta

No espaço curto de oito dias ocorreram uma série de factos com fortes implicações no nosso futuro imediato. Uma coisa é certa, a velocida-de dos novos tempos é alucinante e ninguém a consegue controlar.

Em apenas uma semana tivemos os seguin-tes desenvolvimentos políticos: 1) Discurso ar-rasador do Presidente da República para com a governação; 2) Apresentação antecipada do PEC 4 por parte do Governo, sem quaisquer negociações com os partidos da oposição e parceiros sociais; 3) Recusa do principal parti-do da oposição em aceitar as medidas injustas apresentadas pelo Governo; 4) Manifestação espontânea com cerca de 300.000 pessoas con-tra a incapacidade política de se resolverem os principais problemas do País; 5) Ameaça de de-missão do Primeiro-Ministro português, caso se vote contra as medidas austeras do PEC 4 no Parlamento.

Perante estes 5 factos políticos dá para per-ceber com facilidade que estamos perante uma conjuntura política muito complexa. Mas exis-te um mínimo denominador comum para todos estes acontecimentos: A incapacidade política do governo português em resolver os graves problemas que criou aos portugueses.

É verdade que a conjuntura internacional em nada tem ajudado a resolver os principais pro-blemas nacionais, mas também é verdade que, depois de inúmeras medidas de austeridade implementadas e que afectam grande parte dos portugueses, não se sentem quaisquer efeitos positivos na economia e sociedade portugue-sa. Antes pelo contrário, apesar do optimismo irrealista do Governo, sabemos que a situação económica e social vai agravar-se ainda muito mais. É reconhecido pelo Banco de Portugal que o nosso País vai ter uma recessão de -2%, enquanto que o Governo diz que vamos crescer cerca de 0,2%. Existem perspectivas que o de-semprego vai atingir os 800.000 desemprega-dos, enquanto que o Governo diz que a situação está plenamente controlada. Na prática, o Go-verno continua teimosamente com uma pers-pectiva contrária àqueles lhes tentam ajudar a encontrar soluções para o País.

Os avisos à navegação têm sido muitos. No entanto, o Governo não abre mão de uma visão que não parece ser a mais adequada para resol-ver os problemas do País.

A mensagem do Presidente da República foi dura, mas realista. O Governo e o partido que o sustenta, como é hábito, fizeram “ouvidos de mercador” e correram a protestar contra a

opinião do mais alto magistrado da nação. Nem um pouco de humildade se ouviu sobre o as-sunto.

A antecipação das novas medidas de austeri-dade que irão sustentar o PEC 4, foi o descala-bro completo. Sem respeito pelos intervenientes directos no processo: Presidente da República, Parlamento Português e Parceiros Sociais, o Governo decidiu sozinho o que considera me-lhor para Portugal. Na realidade, este anúncio provocatório só poderia ter um objectivo cen-tral: Promover uma crise política em Portugal.

Como é hábito, o Governo vai sustentar esta posição numa linha de ameaça e de vitimiza-ção. Aliás, já o está a fazer. Quando ameaça demitir-se caso seja votado contra, no Parla-mento, as propostas para o futuro PEC 4 (gran-de parte delas desconhecidas), está a assumir claramente essa posição. Também sabemos que vai vitimizar-se, dizendo que são os únicos que “remam contra a maré”. Sabemos irão fazer as-sim.

Na prática, suscitam-me algumas questões sobre estas matérias:

1) Tendo em conta a “importância” das medi-das apresentadas, faz algum sentido o Gover-no não ter dado a conhecer e auscultado os principais responsáveis políticos e parceiros sociais do País?2) Se são da competência e responsabilidade do Governo porque é que estas medidas têm que ser revertidas no PEC 4?3) Afinal são intenções ou compromissos? Onde ficamos?4) Medidas que implicam o congelamento das reformas mais baixas dos pensionistas portugueses fazem algum sentido?5) Onde está a justiça e politica social tão apre-goada e propagandeada por este Governo?

Por estas razões e muitas outras, não me parece razoável continuar a passar “cheques em bran-co” ao Governo português. Falta de oportuni-dades para aplicar medidas correctivas não têm faltado. Basta lembrar da viabilização do PEC 3 e do Orçamento de Estado para 2011.

Este clima de desconfiança e descrença no futuro existente, sobretudo nas camadas mais jovens, são reflexo das políticas económicas e sociais vigentes. Temos vivido um contexto de aplicação, por parte de muitos dos nossos políti-cos, de políticas económicas e financeiras alta-mente conservadoras, que jamais poderão ajudar a inverter a situação com que nos confrontamos. O modelo está errado e tem que ser alterado.

Sobre essa matéria falaremos brevemente.

Filho e neto de agricultores, João de Brito Tavares deixa em entrevista ao Registo um olhar perspicaz sobre a agricultura e as formas de superar da crise.

Nem à esquerda, nem à direita ... Por culpa própria, ou pela pressa do PSD para chegar ao “pote”, José Sócrates revelou-se incapaz de fazer acordos políticos.

protagonistas

p06

p12José Sócrates

João de Brito Tavares

antónio costa da silvaEconomista

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Page 3: Registo ed147

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Política

Cláudio Torres junta-se à defesa do Museu do Artesanato de Évora

Património

Redacção | Registo

O arqueólogo Cláudio Torres – Prémio Pessoa 1991 – juntou a sua voz ao movimento de cida-dãos que contesta o encerramen-to do Museu do Artesanato de Évora, por decisão da Câmara e da Entidade Regional de Turis-mo do Alentejo.

“Este museu, que certamente esteve abandonado, com pouco investimento, é uma necessi-dade cidadã”, disse Cláudio Tor-res durante o colóquio “Cultura Popular e Preservação da Me-mória”, organizado pelo Grupo Pro-Évora e pela associação Per-petuar Tradições, constituída para promover a defesa do arte-sanato alentejano.

Para o director do campo ar-queológico de Mértola, e um dos mais reputados arqueólogos portugueses, a “capacidade de guardar” as “memórias do nú-cleo camponês de uma região” tem de ser “salvaguardada”. “Esta actividade tem de ser mantida, eventualmente com uma liga-ção estreia à universidade para incluir uma componente de in-vestigação”.

Sublinhando que “nada impe-de” a criação de outros espaços culturais na cidade, designa-damente o Museu do Design – Colecção Paulo Parra, que será instalado no edifício do Museu do Artesanato, Cláudio Torres defende que se trata de conceitos diferentes: “Não podemos querer misturar alhos com bugalhos”. “Vale a pena lutar. Foi assim que Lisboa conseguiu [a reabertura do Museu de Arte Popular], con-cluiu.

Numa região como o Alentejo, “onde a ruralidade é um valor”, o

artesanato continua a constituir uma “fonte inesgotável, de acordo com a disponibilidade e riqueza dos ma-teriais, as neces-sidades impostas pela vida rural e urbana e a criativi-dade dos artífices”, acrescentou o s o c i ó l o g o Fran-

cisco Martins Ramos, pro-fessor emérito da Uni-

versidade de Évora e outro dos interve-nientes no colóquio.

“A musealização dos artefactos de-saparecidos ou em vias de extinção

desempe-

“O Grupo Pro-Évora nada tem contra a existência de um museu de design con-stituído pela colecção Paulo Parra, mas não concorda com a solução prevista, que põe em causa a existência do Centro de Artes Tradicio-nais/Museu do Artesanato como instituição cultural autónoma e as condições adequadas para a exposição do seu acervo”.

nha um papel crucial na salva-guarda da memória colectiva, na transmissão dos saberes tra-dicionais às novas gerações e na compreensão do passado, recen-te ou distante”.

Considerando que a reabertu-ra do Museu do Artesanato em Junho de 2007, depois de um encerramento que se prolongou por mais de 15 anos, constituiu a “devolução à cidade e ao Alente-jo de uma parte do seu patrimó-nio”, Francisco Martins Ramos criticou a decisão da Câmara de Évora e do Turismo do Alentejo de instalarem naquele espaço o Museu do Design.

“Invadir o território de um museu temático existente, des-caracterizar uma realidade co-erente da sua afirmação socio-cultural, histórica e identitária, amputar um espaço artesanal por interesses de conveniência, misturar traços culturais com afirmações de modernidade de natureza diversa e antagónica é um crime de lesa-cultura, uma afronta ao legado que nos foi deixado e uma armadilha enve-nenada à idiossincrasia alente-jana”, defendeu o sociólogo.

O colóquio contou ainda com as intervenções de Celestino Da-vid e Marcial Rodrigues, em re-presentação do Grupo Pró-Évora, e do historiador Celso Mangucci, que dissertou sobre “A arte popu-lar, entre a história e a tradição”. Entre os presentes estiveram os ex-presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimen-to da Região Alentejo, Carmelo Aires, e da Região de Turismo de Évora, João Andrade Santos.

O novo Museu do Artesanato e do Design de Évora tem abertura prevista para a Primavera.

Colóquio organizado pelo Grupo Pro-Évora e pela associação Perpetuar Tradições

Luís Pardal | Registo

O autarca socialista de Ponte de Sor, Taveira Pinto, criticou on-tem o secretário de Estado José Junqueiro por indeferir a com-participação dos novos Paços do Concelho, considerando que o actual espaço devia ser encerra-do pela ASAE.

“Eu gostava muito que a ASAE visitasse a câmara municipal para, comprovadamente, a se-guir, a encerrar, porque não tem as mínimas condições para que se trabalhe, nem para receber as pessoas”, disse o autarca alente-jano referindo-se às deficientes condições do edifício.

Em declarações à agência Lusa, Taveira Pinto explicou que o actual espaço onde está ins-talada a autarquia “não oferece condições” e que o município vai arrancar “em breve” com a cons-

trução de um novo edifício dos Paços do Concelho, num inves-timento superior a três milhões de euros.

O valor da obra será suportado pelo município, situação que le-vou o autarca a criticar o secretá-rio de Estado da Administração Local, José Junqueiro, conside-rando que o governante “não é digno” de estar no Governo.

Taveira Pinto lembrou que o município solicitou junto da Se-cretaria de Estado um contrato programa para auxiliar na com-participação da obra, mas esse pedido foi indeferido.

“Magoado” com a resposta de José Junqueiro, que alegou ain-da que a Secretaria de Estado “não tinha dinheiro”, Taveira Pinto relatou que ficou poste-riormente “revoltado” com os

critérios de distribuição de ver-bas da secretaria de Estado.

“Mas qual é o meu espanto e a minha revolta posterior…A Câmara Municipal de Sátão (Viseu), através do Diário da Re-pública publicado no dia 23 de Fevereiro deste ano, tinha con-tratualizado uma verba de cerca de 333 mil euros para reconstru-ção dos Paços do Concelho de Sá-tão”, relatou.

Perante esta situação, Taveira Pinto diz que “não aceita” a deci-são do secretário de Estado e que “exige” igualdade de critérios.

Para o autarca, se o município de Sátão “tem o direito” de esta-belecer este acordo, a autarquia de Ponte de Sor também deverá usufruir desse mesmo direito.

“Se o senhor secretário de Es-tado tem este comportamento,

então não é digno de estar no Governo de José Sócrates, já que está a desenvolver um trabalho que não é equilibrado, que não é justo e que não olha todos os municípios da mesma forma”.

Contactada pela Lusa, fonte da Secretaria de Estado da Admi-nistração Local esclareceu que não existem dois pesos e duas medidas, em relação ao caso que envolve o município de Sátão, ci-tado pelo autarca.

A mesma fonte explicou que o município de Sátão vai fazer uma intervenção de requalifica-ção da sua sede no valor de 360 mil euros e o Estado comparti-cipa com 160 mil, sublinhando que o principal objectivo da obra passa por criar acessibilidades para pessoas com necessidades especiais.

Taveira Pinto quer ASAE na câmaraPonte de Sor

O PSD manifestou-se preocupa-do com a “insegurança” na cida-de, que atribui à falta de meios das autoridades e à degradação do centro histórico, exigindo que o Estado “não descure as suas funções essenciais”.

Os social-democratas acusam o Governo de “aplicar uma férrea restrição orçamental a al-guns serviços essenciais, nome-adamente àqueles a quem cabe garantir a segurança pública”.

“A falta de efectivos, a degra-dação dos meios de intervenção e uma forte restrição orça-mental perturbam o normal funcionamento das forças de segurança, a braços com cres-centes dificuldades para evitar o significativo aumento da criminalidade”, pode ler-se no documento.

Segurançapreocupa PSD

Évora

Page 4: Registo ed147

4 24 Março ‘11

Política

Política ao rubrosónia ramos fErroJurista

Nos últimos dias temos assistido a uma troca de galhardetes entre Go-verno e toda a oposição. Arrisco a dizer que estamos em clima de pré-campanha. E como é próprio dessas épocas, cada facção política tenta transmitir as suas ideias e leitura dos acontecimentos e convencer o povo da bondade das mesmas. Faz parte da Democracia. Mas falar verdade em política também é re-quisito de uma Democracia adulta e amadurecida. Não vale tudo, só porque a liberdade de expressão nos permite todos os desabafos.

O PS tem-se desdobrado em ex-plicações, declarações, conferên-cias de imprensa e ocupado boa parte dos noticiários com afirma-ções contraditórias, espirrando para todos os intervenientes po-líticos nacionais uma culpa que é sua. Nisso o PS e os seus dirigentes são peritos. Todos muito aflitos, na iminência de Sócrates ter de cum-

prir o que prometeu: se o PEC IV não for aprovado, isso significa que a Assembleia da República está a dizer ao Governo que deixou de ter condições para governar. E a con-sequência directa é a demissão do Primeiro-ministro.

Façamos uma retrospectiva dos acontecimentos. Sócrates foi a Ber-lim reunir com a Chanceler Alemã, comprometendo-se, sabemos ago-ra, por escrito, a implementar mais medidas de austeridade para tapar um buraco orçamental que advém da discrepância entre as contas na-cionais e as contas do BCE, relati-vamente ao nosso país. Fê-lo sem debater previamente as medidas com nenhum dos partidos da opo-sição, sem o discutir na Assembleia da República, sem dar conhecimen-to ao Presidente da República e, ao que se sabe, sem comunicar a boa parte dos Ministros do seu Gover-no. Ou seja, comprometeu o país

“Sócrates abriu a porta à crise, co-locando os seus interesses e a sua carreira política à frente dos inter-esses do país, numa altura em que os ju-ros chegam aos oito por cento, e depois apela à responsabi-lidade da oposição”.

sem consultar as instituições que o representam. Primeiro, tratava-se de um verdadeiro PEC, depois eram só linhas orientadoras. Primeiro, era imperativo, depois negociável. Primeiro, o ataque às pensões míni-

mas, depois a actualização, embora limitada. Sócrates desmente equí-vocos, da sua própria autoria.

Acusa o PSD de estar à espera de um pretexto para abrir uma crise política. Mas não foi o PSD que co-locou o pais nesta situação, foi o PS, que criou a crise pelo seu próprio punho ao não avaliar devidamente as consequências dos seus actos, fruto de uma petulância pueril que impede o Primeiro-ministro de se comportar como um homem de Es-tado. Sócrates apela agora ao enten-dimento e aos consensos alargados quando nunca os procurou nem de-sejou verdadeiramente. É por isso que ninguém acredita em si. Perdeu toda a credibilidade e quanto mais se desdobra em explicações mais soa a falso. Grita ao mundo que se ele se demitir, a entrada do FMI é inevitável. “Eu ou o caos” e o caos é culpa do PSD.

Espero sinceramente que os por-

tugueses não tenham memória cur-ta e se recordem de quem nos trou-xe até ao caos ao fim de seis anos de governação: Sócrates. Sócrates é o caos porque propositadamente encenou este triste espectáculo para justificar uma crise política, bem sabendo que a apresentação de mais um PEC ao país provocaria uma convulsão social. Nada aconteceu por acaso. Sócrates “esticou a cor-da” porque entendeu que a fuga era a melhor forma de escapar menos esturricado. Serão outros a enfren-tar os tempos muito difíceis que se aproximam.

Sócrates abriu a porta à crise, colocando os seus interesses e a sua carreira política à frente dos interesses do país, numa altura em que os juros chegam aos oito por cento, e depois apela à responsabi-lidade da oposição. Os portugueses saberão manifestar-se no momento certo.

Cultura popular e preservação da memória

José russoEncenador

Cultura popular e preservação da memória foi o tema escolhido para o colóquio organizado pela Asso-ciação Perpetuar Tradições em par-ceria com o Grupo Pro-Évora que reuniu um grupo de cidadãos numa interessante reflexão sobre a impor-tância do nosso património colecti-vo e a absoluta necessidade da sua salvaguarda.

Se dúvidas houvesse sobre a ne-cessidade de continuar a pugnar pela defesa do Centro de Artes Tradicionais, elas ficariam comple-tamente dissipadas com o conjunto de razões aduzidas em diversas in-tervenções.

O que não é minimamente razoá-vel é a Entidade Regional de Turis-mo e a Câmara Municipal de Évora não darem ouvidos a ninguém e continuarem a insistir na instalação do suposto “museu do artesanato e do design”, quando até já se mani-festaram contra, entidades como a Direcção Regional da Cultura do Alentejo, o Instituto dos Museus e da Conservação e o próprio Minis-tério da Cultura.

Para que não subsistam dúvi-das quanto à valia do espólio do coleccionador Paulo Parra, será bom sublinhar também a aceitação

generalizada da instalação dessa colecção num museu do design in-dustrial na cidade, factor que, digo eu, contribuiria directamente para a requalificação de um espaço, para o enriquecimento da nossa rede museológica e, consequentemente, para o desenvolvimento cultural da cidade e da região.

O que ninguém entenderá é que a instalação dessa colecção seja feita à custa da extinção do requalifica-do Centro de Artes Tradicionais, quando no centro histórico da ci-dade existem outros espaços públi-cos carentes de intervenção. Como também ninguém consegue per-ceber a fórmula encontrada para o anunciado “casamento” destas duas colecções. Os eborenses não terão o direito de conhecer e discutir os projectos para a sua cidade?

Vivemos num território profun-damente marcado por um modo de ser e de estar que as transformações operadas nas últimas décadas não conseguiram apagar. Um territó-rio com uma fortíssima identidade cultural que se constitui como refe-rência para as novas gerações, daí a importância da sua preservação.

As referências de cada um são determinantes para o caminho que

“Vivemos num território profunda-mente marcado por um modo de ser e de estar que as trans-formações operadas nas últimas décadas não conseguiram apagar. Um ter-ritório com uma fortíssima iden-tidade cultural que se constitui como referência para as novas gerações, daí a importância da sua preservação“.

temos de fazer nesta sociedade cada vez mais globalizada, em que a in-tegridade nacional e as culturas re-gionais têm de ser realidades com espaço próprio de afirmação.

Registo | Arquivo

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Política

Pedro Gama | Registo

O ex-ministro da Educação, Da-vid Justino, diz que o País não tem dado aos jovens as oportu-nidades que deveria dar. “Cada aluno custa cerca de 75 mil eu-ros na sua formação. Depois não lhe damos oportunidades para rentabilizar o dinheiro gasto”.

O actual conselheiro do Pre-sidente da República falava du-rante o debate “Educação: que aprendizagens, que resultados?”, organizado pela Associação Alentejo de Excelência (Fórum Alentejo) na Biblioteca Muni-cipal de Montemor-o-Novo no âmbito de conjunto de confe-rências que conta com o apoio do REGISTO e que teve ainda a presença do deputado socialista José Bravo Nico e do secretário-geral do Conselho Nacional de Educação, Manuel Miguéns,

David Justino olhou para a educação em Portugal como sendo um “avião que não sabe em que aeroporto vai aterrar e que não tem gasolina para voar”, criticando o facto de não existir um plano a médio/longo prazo para o sistema educativo. “A Educação não se compadece com o imediatismo”, afirmou, referindo-se a todos os casos mediáticos que fazem com que, “quase sempre”, o Ministério da Educação se veja forçado a adoptar novas medidas para as escolas. “Uma criança que entre agora para o pré-escolar vai de-morar 15 anos no ensino. E neste momento o que devíamos estar a discutir é como é que vamos ter a Educação daqui a 15 anos”.

O ex-ministro apontou metas, que segundo ele, deveriam ser discutidas e conhecidas a fundo por todos os envolvidos no pro-cesso educativo: “Se não sabe-mos onde queremos ir, isso torna tudo mais difícil. Temos de fazer um esforço acrescido de reflexão e apontar objectivos, nunca para antes de 2020 ou 2025”. “O que andamos a fazer, constantemen-te, é a raciocinar em função do amanhã. Enquanto isso aconte-cer nós vamos resvalar sempre nos mesmos problemas”, referiu.

Sobre os últimos indicadores

do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que apontam para melhores resul-tados dos estudantes nacionais, David Justino diz que essas melhorias se devem a “aos pro-fessores, alunos e pais” referin-do que as escolas, “nos últimos anos, melhor ou pior, têm vindo a apurar a sua cultura de organi-zação e avalização interna”.

Já na fase de perguntas e res-postas, atribuiu responsabilida-des à sua geração sobre as difi-culdades que os jovens de hoje estão a viver: “A minha geração manifestou sempre um grande egoísmo. Ocupou os melhores lugares e remunerou-se da me-lhor forma. Não se preocupou em organizar o país, para o pre-parar para as novas gerações”. E

por isso afirma que o país “não sabe rentabilizar” o dinheiro que investe no ensino.

Deputado critica falta de consensos

Já o deputado socialista por Évo-ra, Bravo Nico, culpabiliza os decisores políticos por não che-garem a consensos e acordos que

Conselheiro do Presidente da República em conferência organizada pelo Fórum Alentejo

“Educação é um avião sem aeroporto nem gasolina para voar”

“Bom desempenho nos últimos 5 anos”

O secretário-geral do Conselho Nacional de Educação (CNE), Miguel Miguéns, diz que a Educação é a área em Portugal que mais evoluiu nos últimos 5 anos. “Não sei se isto é falar em causa própria, mas acho que nos últimos 5 anos, o único sector que teve um desempenho com alguma recuperação dos níveis da população portuguesa, apesar de todos os casos, foi o da Educação”.

Recordando que o CNE é um órgão independente já que a nomeação do seu responsável é feita pela Assembleia da Repú-blica, Miguel Miguéns lamenta que o sistema educativo portu-guês se caracterize pela centrali-zação: “Devemos ser dos poucos países em que o Estado contrata os seus quadros, altamente qua-lificados, sem que saiba quase nada desses contratados”. E não deixou de criticar a forma como

os professores são colocados nas escolas, de forma “arbitrária”, já que “deve ser o único país em que os pais dizem que a filha foi colocada em Freixo de Espada à Cinta e não que ela foi para lá trabalhar porque onde arranjou trabalho”. “Alguém a colocou. A acção é externa e isto tem a ver com este sistema muito centra-lizado e com baixíssimos níveis de autonomia das escolas”, refere.

seriam “bem mais vantajosos” para o país. “Temos mais difi-culdade para arranjarmos con-sensos. Facilmente arranjamos matéria para nos dividirmos e para discordarmos, enquanto or-ganizações políticas”.

Traçando a sua perspectiva so-bre a forma como são vividas as discussões parlamentares sobre Educação, Bravo Nico reconhe-ceu que se trata de uma “inter-minável gestão de conflitos”. “Falo disto com pena e com uma dose de co-responsabilidade”.

Assumindo que a falta de ca-pacidade para gerar consensos constitui o “principal obstáculo” à formação de um plano de fu-turo estável para a Educação, o deputado diz que é nas matérias educativas que “mais facilmente se percebe quem é de esquerda e de direita” lamentando que se perca tanto tempo nas comis-sões parlamentares a discutir assuntos como as carreiras dos professores: “São muito impor-tantes, mas não deviam estar lá com a força e o tempo que estão. Cerca de 80% desse tempo é pas-sado a discutir as carreiras”.

Bravo Nico apontou ainda o dedo às “agendas sindicais” e aos media, acusando-os de “seques-trar” a agenda política em maté-ria de Educação.

Na sua intervenção, o deputa-do não se esqueceu do Alentejo e depois de pedir ideias aos pre-sentes sobre políticas concretas em matérias como o ensino pri-vado “versus” ensino público, re-conheceu que o sistema de qua-lificação “também tem ajudado” a despovoar o Alentejo.

“À medida que os jovens se vão qualificando, o impulso de saída vai aumentando. Como é que in-vertemos isto? Como é que um jovem destas nossas terras alen-tejanas pode ter garantido o seu direito de acesso a qualificação de qualidade, à sua formação, e permanecer, se assim quiser, na sua terra?”, questionou.

Bravo Nico acredita que é pre-ciso repensar a Educação, no Alentejo para que esse sistema educacional não esvazie o ter-ritório das novas gerações mais qualificadas.

“À medida que os jovens se vão qualifican-do, o impulso de saída vai aumentando. Como é que invertemos isto?”

Bravo Nico

“Nos últimos 5 anos, o único sector que teve um desempenho com alguma recu-peração foi o da Educação.”

“Se não sabemos onde queremos ir, isso torna tudo mais difícil. Temos de fazer um esforço acrescido de reflexão.”

David Justino Manuel Miguéns

A falta de consensos em matéria de política educativa foi uma das debilidades apontadas na conferência.

Arquivo | Registo

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6 24 Março ‘11

Entrevista

”Governo dá prioridade a tudo aquilo que não é produtivo”

João de Brito Tavares, médico veterinário e presidente da Associação de Criadores de Ovinos da Região de Estremoz

Luís Maneta | Registo

O governo tem apresentado o aumento das exportações como uma prioridade abso-luta para o país. No sector agrícola, há condições para que isso ocorra?

Condições podem ser criadas mas vamos exportar o quê? De-vido aos chamados mercados, que também não sei propria-mente o que sejam, talvez ciên-cias ocultas, o tecido produtivo está destruído. O agricultor sem qualquer preço de garantia não pode fazer contas e planificar as culturas da sua exploração.

Ou seja, não há produto para exportar?

Não, não há. Temos apenas al-gumas excepções e casos pontu-ais de alguns nichos de mercado que o conseguem fazer.

Como os vinhos, a cortiça?Como esses. Este ministro

da Agricultura tem prometido muita coisa. Dá-me ideia que é uma pessoa bem-intencionada e competente mas está num Go-verno e numa estrutura onde não há dinheiro.

E é apenas um problema de dinheiro ou também de falta

de definição clara de priori-dades?

Infelizmente é o contrário, existe uma grande definição de prioridades. Só que este Gover-no dá uma grande prioridade a tudo aquilo que não é produti-vo, como o sector dos serviços. Na agricultura já passámos por vários ciclos, como o do trigo, outro em que se achou que se ia fazer regadio por todo o lado mas havia uma certa programa-ção. Agora não há nada. Nas cul-turas cerealíferas, por exemplo, uma pessoa está sujeita a leis de mercado em que um produ-to tem um determinado preço

na altura das sementeiras e esse preço divide-se por três quando chega o momento da colheita. Não é rentável. Não há garantia de rentabilidade.

Poderia ser de maneira dife-rente?

Passa-se em toda a Europa. Só que o preço da produção noutros países europeus não interessa muito porque aí existem ajudas à produção muito superiores às nossas, compensando essas osci-lações de mercado. Somos o país da Europa a 27 que neste mo-mento menos recebe de ajuda por hectare devido às brilhantes

negociações do senhor Jaime Sil-va [ex-ministro da Agricultura].

Esse problema já era anterior ao Jaime Silva.

Já. Mas agravou-se com ele.

Já falou nos cereais, designa-damente no trigo. Acha que é uma cultura condenada a prazo no Alentejo?

Não sabemos, não se consegue perspectivar dessa forma. A ní-vel da pecuária, neste momento os preços também estão baixos mas continuam a existir alguns subsídios que permitem manter a rentabilidade das explorações.

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7

tura?E por falta de rentabilidade

das explorações.

Daí ao fecho das próprias ex-plorações é uma linha ténue. Este processo de abandono da actividade agrícola vai continuar?

Tem de se inverter. Ainda para mais neste momento, com a si-tuação económica e social que o país está a viver. Face a todas as restrições, muitas delas im-postas pela Comissão Europeia, só pergunto com que dinheiro é que vamos continuar a comprar alimentos que podemos produ-zir no nosso país? Temos de lutar para que haja pelo menos um mínimo de rentabilidade, um preço de garantia. Um agricultor tem de saber a quanto vai ven-der o produto da sua exploração, não podemos estar sujeitos àqui-lo a que se chama de mercados, à especulação internacional.

Um preço de garantia fixado pelo Estado?

Teria de ser. Para saber se pos-so fazer uma ou outra cultura, se tenho condições para isso ou se não vale a pena. O que se passa com os borregos, por exemplo, é impressionante. Neste momen-to está mais barato do que há 15 anos e tão depressa o preço sobe como desce, sem que ninguém saiba explicar o porquê dessa si-tuação.

O consumidor paga o mes-mo, ou mais.

Não se reflecte no consumidor.

É um preço que depende das grandes superfícies comer-ciais?

E das bolsas de alimentos … Quer outro exemplo: em tempos anteriores, o preço do trigo ron-dava o do pão. Quando come-cei a fazer agricultura em 1981 vendia trigo a pouco mais de 50 escudos e o preço do pão estava a cerca de 70. Agora, 30 anos de-pois, vendo trigo a 26 escudos e o preço do pão está a 300 e tal. Al-guma coisa está errada.

Preside à ACORE, uma as-sociação de produtores pe-cuários com mais de 1500 associados. generalizou-se a ideia de quando a aposta é feita nas raças autóctones as coisas correm melhor. É cor-recta esta perspectiva?

As raças autóctones recebem umas ajudas mas também dão muito mais trabalho, com a obri-gatoriedade de controlos, por exemplo. Estão bem porque têm tentado cavalgar a distribuição como forma de sair da mão dos intermediários. Temos por exem-plo a Carnalentejana que é uma empresa de sucesso. Juntaram-se produtores que conseguem comercializar directamente, ti-raram intermediários do cami-nho.

Isso seria possível, por exem-

“Quando comecei a fazer agricul-tura em 1981 ven-dia trigo a pouco mais de 50 escu-dos e o preço do pão estava a cerca de 70. Agora, 30 anos depois, vendo trigo a 26 escudos e o preço do pão está a 300 e tal. Alguma coisa está errada”.

plo, nos ovinos?A nível dos ovinos é mais di-

fícil pois há muita importação paralela e neste momento só dois ou três grupos estabelecidos é que têm volume de animais para fornecer à grande distribui-ção. E há alguma falta de sentido associativo, poderia dizer cívico, do agricultor. Já se tentou criar uma estrutura dessas aqui no Alentejo mas houve associados a furar o sistema porque havia intermediários a oferecerem-lhes mais dinheiro.

Quando fala de forte concor-rência está a falar, eventual-mente, das importações de borrego congelado de países como a Nova Zelândia. Seria aqui que o Estado poderia in-tervir?

A Comissão Europeia não o permite. Mas poderia reforçar o controlo à entrada de produtos e confirmar que a mercadoria é mesmo aquela, ser tão rigoroso com o que é importado como nas inspecções realizadas em Portu-gal. E, acima de tudo, algo que me preocupa muito: há borregos que chegam a Portugal para se-rem mortos no país e levarem o carimbo “made in Portugal”. Andamos a comprar carne de borrego portuguesa que não é portuguesa.

Espanhola?De mais longe.

E sem controlo do Ministério da Agricultura?

Nenhum. Talvez nem saibam. Repare: uma pessoa comete um crime em Portugal e como não há fronteiras circula livremente até à Alemanha. Desde que entre no espaço europeu, por exemplo através de Inglaterra, essa carne, esses animais, circulam por todo o lado. Muitos são neozelande-ses, vêm vivos, em barcos, até cá. Outros chegam congelados e quando saturam o mercado in-glês são escoados para a Europa.

É uma concorrência desleal?Tem é de se distinguir perfei-

tamente, na grande distribuição, qual é o produto que se está a vender. Um dos nossos maiores problemas reside no facto de a grande distribuição estar à sol-ta, não haver controlo como em Espanha. Um dos sucessos do governo de Aznar foi que conse-guiu controlar estas situações e as pequenas dívidas aos produ-tores, estabelecendo penaliza-ções em caso de incumprimento dos prazos.

Em Portugal não é assim?Não. É normal no nosso país

uma grande superfície assumir no contrato que paga a 90 dias e depois só o fazer a 180. E há ain-da o que chamam de preço da prateleira: uma pessoa para con-seguir colocar o seu produto tem de pagar o preço da prateleira. Se somar esses preços, dá-lhe para construir o edifício. Legislar efi-cazmente nestas áreas poderia ajudar a resolver boa parte dos problemas de um país em crise.

Utilizando uma expressão agora muito em voga, acha

<A Associação de Criadores de Ovinos da Região de Estrremoz tem cerca de 1500 associados.

Todos os anos, em parceiria com a Câmara de Estremoz, organiza a FIAPE, maior feira agrícola do Alto Alentejo.>

1500NÚMERO

“Temos de lutar para que haja pelo menos um mínimo de rentabilidade, um preço de garantia. Um agricultor tem de saber a quanto vai vender”.

Luís Pardal | Registo

Está a criar-se uma cultura de explorações viradas para receber ajudas comunitárias e não para cumprirem a sua função social de empregabilidade. Tem de ha-ver as duas vertentes.

Ou seja, fazem-se determina-das culturas apenas porque existe subsídio para isso?

Se não for assim também não serão rentáveis, não estou a acu-sar os agricultores porque eu próprio também sou agricultor. Anteriormente a minha casa agrícola tinha largas dezenas de pessoas e agora tem meia dúzia porque a rentabilidade acabou. A lavoura alentejana era ren-tável porque era diversificada, tinha a vaca, a ovelha, os cere-ais … neste momento, com as pequenas margens de lucro, é impossível fazer apostas desse tipo. O lavrador vai-se tentando aguentar, não perder o seu pa-trimónio, mas as aldeias estão desertas.

Por falta de oportunidades de mão-de-obra na agricul-

que os agricultores portu-gueses estão à rasca?

Estamos a manter a cabeça acima da linha de água. Aqui na zona de Estremoz se não fosse a vinha já tinha acabado a agri-cultura. No olival, é difícil en-contrar quem apanhe azeitona e é caríssimo. Para mecanizá-lo seria necessário investir em va-riedades de produção intensiva e perdia a qualidade do azeite. Tri-go deixou de se produzir. Diria até que foi a vinha que salvou esta zona dos mármores quan-do a indústria que dava alguma projecção económica à região começou a fechar. Se não fosse a vinha a fome teria sido grande e o desemprego total.

Embora nalgumas alturas seja problemático escoar tanto vinho.

Aí é que temos de saber ven-der. Temos vinhos óptimos mas não temos ainda uma imagem externa dos vinhos portugueses.

Há pouco tempo, João Por-tugal Ramos dizia-me que sabemos produzir mas não sabemos vender.

É verdade. Tem toda a razão.

Aqui em Estremoz está em construção a barragem de Veiros. Pode mudar alguma coisa?

Era uma velha aspiração. Pode ajudar a mudar mas voltamos ao mesmo: os agricultores sabem produzir bem em regadio, se-jam cereais a hortícolas, mas e vendê-los? Há muitos anos esti-ve na zona de Valência, marcada pela monocultura da laranjeira: uma pessoa andava um quiló-metro ou dois e encontrava uma pequena cooperativa. Eles estão completamente agrupados para a comercialização e nós nunca o conseguimos fazer.

Porquê?O agricultor português é mui-

to individualista. Em Espanha houve toda aquela destruição provocada pela guerra e depois tiveram de se unir.

No seu caso, a agricultura é uma herança de família?

É. Sou filho e neto de agriculto-res aqui de Estremoz. Fomos dos primeiros a ter uma debulhado-ra e a mecanizar a casa agrícola. Lembro-me de ser miúdo e de os bois de trabalho serem vendidos para se comprar mais um tractor. Ainda havia por lá umas mulas mas aquilo foi-se tudo mecani-zando, aí pelos anos 70 do século passado.

Uma actividade ainda muito centrada no trigo?

Tinha uma importância tão grande na economia da explo-ração que se o cereal estivesse bem ficava o ano salvo. Se a coi-sa corresse mal havia problema. Numa casa agrícola de dimen-são média como era a do meu pai, só na apanha da azeitona tínhamos lá ranchos de 50 pesso-as. A agricultura é uma tradição de família mas se eu soubesse que este país iria ficar assim, como está, se calhar teria optado por emigrar em novo.

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8 24 Março ‘11

Regional

Pedro Gama | Registo

As escolas secundárias de Vila Viçosa e Estremoz receberam a visita do Diário de Noticias, na Iniciativa “Road Show”. O Pro-jecto N@Escolas é uma iniciati-va aberta a todos os alunos que frequentam o ensino secundário e profissional em Portugal. No final de contas, o objectivo deste é o de despertar nos alunos o in-teresse pela leitura, um espírito crítico face aos acontecimentos que o rodeiam, através de acções de reflexão e debate das notícias divulgadas na imprensa e nos meios de comunicação social em geral.

Depois de se terem inscrito e de terem enviado os seus edito-riais para o DN, texto que foi a base de selecção das escolas que chegaram ao final e receberam a visita do jornal, os alunos da Escola Secundária Pública Hor-tênsia de Castro, de Vila Viçosa, e Escola Rainha Santa Isabel, de Estremoz, foram uma das fina-listas nacionais.

Na semana passada rece-beram a visita de nomes bem conhecidos do panorama da comunicação e escrita, em Por-tugal, que representaram os temas abordados nos editoriais que enviaram para o concurso.

No caso dos alunos de Vila Viçosa, um grupo composto por cinco elementos, o texto referiu-se a Agustina Bessa Luís, que não pode estar presente por mo-tivos de saúde.

Luís Ferreira, colaborador da escritora há alguns anos, e co-nhecedor da sua obra e vida, foi o entrevistado da manhã, pe-rante uma plateia de quase 200 alunos.

Luís Ferreira olhou a vida e obra da escritora, referindo muitos aspectos particulares da vida de Agustina Bessa Luís, mostrando ser íntimo da autora. No final, mostrou-se feliz com a iniciativa: “Já estive em muitas sessões sobre Agustina Bessa Luís, e nunca vi tanta gente nem tanto entusiasmo. Já tinha fica-do surpreendido por jovens se lembrarem deste tema, porque não é um tema nem uma escri-tora fácil. Mas tudo o que aqui aconteceu foi surpreendente”.

Quem também se mostrava feliz com o final de uma entre-vista bem preparada, eram os alunos que constituíram o gru-po: Margarida Celas, Mariana Nascimento, Joana Barreiros e Michel Cotovio, todos de Ciên-cias mas com um gosto comum pela leitura.

“Foi um trabalho que não deu muito trabalho”, referiu Maria-na Nascimento, que, ainda as-sim realçou que houve um tra-balho de pesquisa aprofundado mas “foi com muito gosto que a fizemos”.

Elisabete Frade, professora de Inglês, foi a primeira mentora dos alunos: “Agustina tem uma

Jornalistas por um diaEscola

ligação muito forte ao roman-ce inglês, é uma influência da vida dela”. Sobre a participação dos alunos, a professora referiu que viu a entrevista com “muita emoção, nervosismo e orgulho”.

Agora sonham com o poder ga-nhar o N@Escolas do DN. Quem também tem o mesmo sonho são os alunos estremocenses, do 10º e 11.º anos que compuseram o grupo que participou neste con-curso nacional.

Artur Silva é professor de por-tuguês na Escola Secundária Rainha Santa Isabel, em Estre-moz, e também ele afirma que os seus alunos querem “chegar até ao fim”. E para lá chegarem passaram também pelo teste da entrevista a um convidado espe-cial.

Neste caos, Luís Bonixe, pro-fessor universitário, na área da Comunicação Social e jornalista. O convidado foi, também, de-bruçar-se sobre o editorial escri-to pelos alunos daquela escola,

que, desta vez, era sobre Comu-nicação Social.

As novas tecnologias ao ser-viço da informação, as novas formas de informação, a mani-pulação das notícias bem como a falta de investigação jornalística foram temas focados.

Luís Bonixe referiu que “as alunas estiveram muito bem. Acho que colocaram perguntas muito pertinentes e julgo que ti-vemos aqui um bom momento de reflexão e de discussão sobre o jornalismo que é uma prática que precisa, também, de reflexão”.

Alexandra Gonçalves, Ana Catarina Dias, Teresa Serpente e Ana Oliveira, foram a quatro alunas que se debruçaram sobre as questões da média na actua-lidade e também não estavam menos satisfeitas com o produto final do seu trabalho.

Das quatro participantes ape-nas uma pondera, ainda, poder vir a seguir jornalismo, sendo que todas as restantes não se

mostram interessadas na área, enquanto profissão. Ana Olivei-ra é a excepção.

A entrevista ao professor uni-versitário correu “muito bem. Excedeu as nossas expectati-vas. Já estávamos à espera, um pouco, destas respostas que nos foram dadas às perguntas”, con-fidenciou ao Registo Alexandra Gonçalves.

Ana Dias diz que há jornais e televisões que desempenham bem o seu papel, mas há outros que “desviam” um pouco os as-suntos: “O sensacionalismo está na ordem do dia”.

Depois deste desafio do “Road Show”, que se refere à segunda fase do concurso, haverá ago-ra, ainda, um segundo desafio para os estudantes que é escre-ver uma reportagem sobre este dia. A final vai ser composta por, apenas, as 18 melhores equipas nacionais, decorrendo depois uma finalíssima com as 6 me-lhores.

Alunos de escolas de Estremoz (em cima) e Vila Viçosa (em baixo) vestiram a “pele” de jornalistas.

No âmbito do projecto “Conversas com Pais”, de-senvolvido pelo Município de Avis, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Avis, o psicólogo Eduardo Sá vai participar na sessão que irá decorrer no Auditório Municipal “Ary dos Santos, em Avis, no próximo dia 26 de Março, a partir das 17h00.

Através do diálogo e da troca de experiências e de conhecimentos, este projecto tem vindo a promover en-contros com pais e encarrega-dos de educação de crianças e jovens, com o objectivo de ajudar a descobrir a melhor forma de ajudá-los a ultra-passar os desafios colocados nas diversas etapas dos seus percursos de vida.

Além do encontro en-tre pais e encarregados de educação, o projecto “Con-versas com Pais” pretende também realizar sessões com convidados especializados nos diversos temas que são trabalhados, com o objectivo de permitir o enriquecimen-to dos conhecimentos dos participantes.

É neste contexto que Edu-ardo Sá, reputado psicólogo clínico e autor de diversos livros sobre crianças, educa-ção e família, é convidado a participar neste encontro.

Eduardo Sáconversa com pais

Avis

Dar a conhecer os diferentes laboratórios do concelho, as áreas em que actuam, promover o trabalho con-junto e potenciar meios de desenvolvimento e formas de divulgação, apresentam-se como alguns dos objectivos do workshop da Rede de Laboratórios Tecnológicos e Científicos do Concelho de Beja a realizar já na próxima semana, a 31 de Março. O encontro entre empresários ocorre no auditório do Ins-tituto Politécnico de Beja, a partir das 09h30.

O workshop, que vai ocor-rer durante todo o dia, está estruturado por grupos de trabalho temáticos prevendo-se, para cerca das 17h00, a apresentação das conclusões baseadas na síntese de cada grupo.

Além da procura de mais oportunidades para o desen-volvimento de projectos con-juntos, a iniciativa disponibi-liza ainda informação sobre linhas de co-financiamento nacional e comunitário.

Plataformadivulgalaboratórios

Beja

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Regional

Redacção | Registo

O Ministério da Educação pre-para-se para encerrar mais 87 estabelecimentos de ensino com menos de 21 alunos no Alente-jo. A região será a segunda mais afectada a nível nacional por mais esta vaga de encerramen-tos, logo atrás do Norte, onde irão fechar 118 escolas.

O governo não divulgou ain-da a lista final, admitindo a mi-nistra Isabel Alçada que poderá ficar “uma ou outra escola a fun-cionar com uma autorização es-pecial, como aconteceu no ano passado”. Mas a ideia é fechar o que resta dos 3200 estabeleci-mentos de ensino com poucos alunos, na sua grande maioria situados em meio rural, sinali-zados pelo Governo há vários anos.

“Precisamos de encerrar esco-las e este ano vamos continuar o encerramento para que todos tenham acesso a escolas melho-res e com melhores condições”, diz a ministra, defendendo que a medida se destina a “assegurar a todas as crianças um ensino de primeira qualidade”.

“O que valorizo mais é a ofer-ta de centros escolares novos, com muito melhores condições, para onde as crianças que estão em escolas sem condições serão encaminhadas porque o bene-fício é imenso”, sublinha Isabel Alçada.

No caso do concelho de Évora, o início do ano lectivo 2010/11 fi-cou marcado pelo encerramento da escola de Guadalupe, tendo a autarquia criticado a “ausência de fundamentação” da decisão, a inexistência um processo do diálogo com as famílias e encar-regados de educação e “fortíssi-mo impacto social, económico e cultural” da medida.

Segundo apurou o Registo, desta vez deverá ser encerrada a escola da Boa Fé, em “risco” des-

Ministério prepara fecho de mais 87 escolas no Alentejo

Educação

A Câmara Municipal de Évora vai associar-se, este ano, à quinta edição da ini-ciativa “A Hora do Planeta”, que decorrerá no próximo sábado, dia 26 de Março, cujo objectivo é chamar à atenção para as alterações climáticas, através de um gesto muito simples: desligar as luzes por uma hora.A edilidade decidiu entre-tanto que irá desligar, nesta hora, as luzes que iluminam a Sé Catedral, o Templo Ro-mano, os Paços do Concelho e a muralha entre as Portas do Raimundo e a Porta da Lagoa.A Hora do Planeta começou em 2007 em Sidney, na Aus-trália, quando 2,2 milhões de pessoas e mais de 2.000 empresas apagaram as luzes por uma hora para firmarem uma posição contra as mu-danças climáticas.Apenas um ano depois, a iniciativa tornou-se um movimento de sustentabi-lidade global com mais de 50 milhões de pessoas em 35 países a mostrarem o seu apoio a esta causa ao desliga-rem simbolicamente as suas luzes.

Évora apaga a luz

Ambiente

de há vários anos e cujo fecho chegou a estar anunciado para o último ano. “O argumento do isolamento faz todo o sentido para escolas com muito poucos alunos, mas não para uma esco-la onde diariamente convivem

mais de 15 crianças”, argumen-tou na altura a comissão de pais e encarregados de educação, apelidando o problema do “iso-lamento” como um “embuste” invocado por quem está “unica-mente preocupado em reduzir

A Federação Nacional de Profes-sores (FENPROF) estima que o número de escolas do 1.º Ciclo a encerrar no final do ano lectivo “será superior a 650, superando em muito” as 400 referidas pela ministra da Educação como não tendo condições adequadas “para poder permanecer”.

“Isto é um abate”, diz Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, acrescentando que “hoje já não é a pequena aldeia que está a ficar sem escola, começam a ser localidades com alguma dimensão”, provocando o aumento do desemprego entre os docentes.

“Isto é um abate”

a despesa pública sem olhar a meios”.

Apesar de ser essa a intenção do Ministério da Educação – e de, ao longo dos anos, essa in-tenção se ter vindo a concretizar em realidade – as autarquias lembram que têm uma palavra a dizer quanto ao encerramento de escolas, tanto mais que o pro-tocolo assinado entre o Governo e a Associação Nacional de Mu-nicípios Portugueses (ANMP) se mantém em vigor.

“Para as escolas fecharem é necessário acordo da autarquia, a escola de acolhimento tem de ter melhores instalações, a dura-ção da deslocação ser aceitável e o Ministério deve pagar o trans-porte e a alimentação”, diz Fer-nando Campos, da ANMP.

Governo quer concluir processo de encerramento de 3200 escolas com poucos alunos

D.R:

Será um júri nomeado pela Câ-mara Municipal de Évora (CME) a decidir quais os projectos cul-turais a apoiar pelo município. A medida resulta do Regulamento de Apoio a Projectos Culturais do concelho de Évora, aprovado em reunião extraordinária da autarquia com os votos a favor do PS e PSD e os votos contra da CDU.

O projecto de regulamento, que estabelece as normas para a concessão de apoios pela câmara às actividades culturais segue agora para aprovação em As-

sembleia Municipal.“Esta proposta foi submetida

a intenso debate público, tendo recolhido inúmeros contribu-tos, quer dos agentes culturais e associações, quer do vereador António Dieb (PSD) e foi assim possível chegar a um documen-to unanimemente reconhecido pela sua qualidade e esforço de consensualização que reuniu”, refere a autarquia em comuni-cado.

Além de contestarem a criação de um júri para apreciar as can-didaturas, ao invés de o processo

ser feito pelos serviços camará-rios, os vereadores da CDU jus-tificaram o voto contra por duas outras razões: não serem nome-adas comissões de acompanha-mento e não ser feita a distinção entre agentes estruturantes e agentes regulares.

“O regulamento tem buro-cracia a mais. E dele resultará transparência a menos pois a escolha dos projectos a financiar será feita por alguém nomeado pelo Executivo autárquico”, diz o responsável por uma das asso-ciações da cidade, sublinhando

o que classifica como “profun-da desconfiança” dos agentes culturais face ao município: “A verdade é que os meses passam e continuamos sem receber o dinheiro que nos devem desde 2009”.

Em entrevista ao Registo (Fe-vereiro/2011), a vereadora da Cultura na CME justificou a ma-nutenção do júri na proposta de regulamento assegurando que irá integrar especialistas nas várias áreas, à semelhança do que sucede com a atribuição de subsídios por parte da Direcção-

Júri vai decidir projectos apoiados pelo municípioÉvora

Geral das Artes. “Nós, câmara, colocamo-nos do lado dos muní-cipes. São dinheiros públicos re-lativamente aos quais temos de prestar contas”, referiu Cláudia Sousa Pereira.

Até agora os agentes culturais viam a sua actividade ser subsi-diada pela autarquia indepen-dentemente dos planos de acti-vidades.

Também a Câmara de Beja anunciou a intenção de rever o apoio à criação artística criando um novo regulamento, a vigorar a partir de 2012.

A GNR anunciou o desman-telamento de uma estufa de produção de cannabis, que estava instalada num sótão de uma residência em Gal-veias, no concelho de Ponte Sor. De acordo com o Comando Territorial de Portalegre da GNR, foram apreendidos mais de dois quilogramas de droga e outros artigos relacionados com o cultivo de estupefacientes.O alegado proprietário da estufa foi identificado pelas autoridades.

GNR encontraestufa

Ponte de Sor

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10 24 Março ‘11

Regional

O movimento vem de longe. A acção hu-manitária tem raízes nos finais do século XIX, e exprime uma preocupação moral. Mas a opção de respeito absoluto pela so-berania dos estados por parte de organiza-ções como a Cruz Vermelha e a obrigação de silêncio e até de segredo sobre os factos observados expôs os limites da acção humanitária como forma de “caridade” cúmplice dos estados.

Já durante a II guerra mundial as críticas tinham sido ásperas contra o CICR. Mas foi a partir da guerra do Biafra (1967) e depois com o êxodo dos “boat people” do Vietname, os conflitos do Afeganistão e da Etiópia, que se passou da reivindicação do direito à intervenção ao “dever de ingerên-cia”. Para os cidadãos das democracias oci-dentais, que as grandes ideologias políticas já não mobilizam, o único vector de acção (nomeadamente internacional) torna-se o “humanitário”, um movimento moral.

Perante a hesitação ou a incapacidade dos estados em intervir em virtude do princípio de não-ingerência nos assuntos internos dos outros, as opiniões públicas suscitam e apoiam um novo tipo de inter-venção: o “sem fronteiras”.

O sentimento colectivo que se exprime é sempre o mesmo: não se pode tolerar o intolerável.

Os estados são colocados perante exi-gências que ultrapassam as definições tradicionais do direito internacional. Dois exemplos próximos foram a Bósnia e o Kosovo.

As próprias autoridades religiosas, tão cautelosas em outras épocas (II guerra, guerras coloniais dos anos 1960, etc.), tomam posições inéditas, como João Paulo II em 1993, ao aprovar o princípio do dever de ingerência internacional “quando as exigências fundamentais da humanidade são violadas”.

Estes movimentos generosos, em que a multiplicidade e a diversidade dos actores exclui qualquer planeamento de conjunto, geram por vezes erros de apreciação, e são alvo de tentativas de recuperação política interna e externa pelos estados.

Mas é notável que o movimento de fundo (que chamaremos “imperativo moral”), tem alterado até à concepção que os actores “clássicos” da intervenção armada (exércitos) se fazem do seu papel no terreno.

Onde antes o que contava era “o resul-tado militar”, para o século XXI os novos critérios organizam-se cada vez mais à vol-ta do respeito pelos direitos fundamentais, sobretudo dos mais fracos, e das vítimas.

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antropólogoJosé rodrigues dos santos*

Um olhar antropológico Moral e política no século XXI: 2- O sentimento do intolerável

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O acto de dramatizar ou representar ce-nas do quotidiano leva a que o aluno de teatro seja confrontado de forma lúdica com tudo o que o rodeia e neste caso podem estar incluídas matérias que lhe são difíceis. Neste contexto, ele vai aprender a lidar com o tema na terceira pessoa, porque se trata de teatro, mas o resultado fica gravado ajudando no dia-a-dia real.

O primeiro passo é a criança conhe-cer-se a si próprio, o seu corpo, os seus movimentos e os seus limites. O segun-do, a relação eu e o outro, os limites de cada um, as regras e os jogos estabele-cidos em grupo, as actividades de rela-xamento, a sensibilização corporal e a expressão de sentimentos.

Trabalhar o corpo, as emoções, os sentimentos e as atitudes ajuda a criança a conhecer-se e a equilibrar-se. Em gru-po, os medos são sublimados e por isso eliminados sem esforço.

A música, muitas vezes parte inte-grante de um ensaio ou peça de teatro é uma aproximação básica, bela e ver-dadeira. As crianças gostam de can-

tar, observam o mundo, ouvem sons, expressam-se corporalmente através de sentimentos e ritmos variados.

O som é a vibração que chega aos nossos ouvidos na forma de ondas que percorrem o ar que nos rodeia. A música é universal e as diferentes culturas uti-lizam vários instrumentos como cantos e sons organizados, definidos por notas básicas e os seus intervalos.

Benefícios práticos-Desenvolvimento individual da criança -Desenvolvimento da sensibilidade auditiva-Despertar da capacidade de viver em grupo-Incentivar a criatividade e a imagi-nação através do movimento corporal e da expressão sonora-Aprender a cantar – expressão de sons e ritmos-Noção de consciência auditiva-Utilização a voz-Conhecer os movimentos-Equilibrar as emoções

Resultados práticos-Despertar a capacidade de viver em grupo-Incentivar a criatividade e a imagi-nação -Fortalecer a auto-estima-Trabalhar e educar as emoções-Melhorar a memória e o foco-Desenvolver a criatividade e a intuição-Aprender a arte de representar-Dominar as técnicas-Criar disciplina -Quebrar bloqueios ou barreiras

Recomendações de leitura:“a rapariga das nove perucas” – sophie van der stap – Editora bertrand“mães e filhos” – colm toibin – Editora bertrand“vamos brincar” – maja Pitamic – Edi-tora arte Plural“o segredo de milton” – Eckhart tolle – Editora Pergaminho

www.criancasdeumnovomundo.com

Fotojornalista do Registo mostra trabalhos sobre a floresta

Educação

A direcção do Agrupamento de Es-colas n.º 1 de Évora – Malagueira, associou-se ao fotojornalista eboren-se Luís Pardal (editor de fotografia do semanário Registo e colaborador de diversas publicações nacionais) e apresentam, à comunidade escolar e educativa, a exposição “Caminho pelas Árvores”, comemorando o Ano Internacional das Florestas.

A iniciativa visa contribuir para uma “crescente aposta na defesa dos valores associados à riqueza, diver-sidade e valorização do património que constituem as florestas e bos-ques mediterrânicos”, “cumprindo presssupostos e valores das diferen-tes acções do Projecto Educativo, se-gundo fonte da Direcção.”

A exposição permanecerá na esco-la sede até final de Abril e irá fazer itinerância pelas restantes escolas básicas do Agrupamento. Maria António Ferreira, sub-Directora do Agrupamento, com Luís Pardal

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12 24 Março ‘11

Sócrates apresenta demissão

Crise PolÍtiCa

Concretizaram-se as perspectivas dos últimos dias: a oposição chumbou o novo plano de estabilidade e crescimento. O primeiro-ministro demitiu-se.

Luís Maneta | Registo

À crise económica e social, Por-tugal soma agora uma crise polí-tica. Previsível e, eventualmen-te, inevitável. Uma crise que se consumou ontem ao início da noite quando o primeiro-minis-tro, José Sócrates, apresentou a sua demissão ao Presidente da República. Cavaco Silva vai ago-ra ouvir os partidos com assento parlamentar, convocar o Con-selho de Estado e, tudo indica, marcar eleições para finais de Maio ou início de Junho. Até lá, o Governo mantém-se em ges-tão.

O desfecho ficou traçado quan-do José Sócrates se apresentou em Bruxelas a negociar o PEC 4 (Plano de Estabilidade e Cres-cimento), sem ter informado o Presidente da República ou negociado com no Parlamento uma maioria que garantisse a aprovação das novas medidas de austeridade. Pedro Passos Coe-lho sentiu que tinha chegado a hora. Ontem, o PEC foi chumba-do por todos os partidos. E o pri-meiro-ministro cumpriu o que havia prometido: demitiu-se.

“Ao longo destes dias fiz inú-meros apelos à responsabilidade e pedi a todos que pensassem no que iam fazer. Lamento que tenha sido o único a fazer esse apelo e lamento ainda mais que nenhuma outra força política tenha respondido a esse apelo”, disse José Sócrates numa comu-nicação ao país onde apresentou os motivos da sua decisão.

Sem margem para “negociar os ajustamentos necessários para um consenso que salva-guardasse o interesse nacional”, Sócrates demite-se. E alerta para as consequências da “coligação

negativa” dos partidos da opo-sição: “Sempre alertei para as consequências profundamente negativas de um programa de ajuda externa, sei bem o que isso significa”. Significa consequên-cias muito negativas “para as pessoas, para as famílias e tam-bém para as empresas”, já que a entrada do Fundo Monetário Internacional “impõe medidas muito mais duras de austeridade e de contenção”.

O deputado socialista Bravo Nico concretiza o que poderá significar um pedido de ajuda externa que implique a entrada do FMI: “despedimentos maci-ços de dezenas de milhares de funcionários públicos, cortes de pensões e de remunerações mui-to maiores do que as que temos, desmantelamento de serviços públicos”.

Uma “receita muito pior” do que a incluída no PEC 4. E à qual o deputado soma o que diz ser a agenda da direita, caso o PSD ga-nhe as eleições: “Vão desmante-lar os sistemas públicos de saúde, segurança social e educação. É isso que está a acontecer em to-dos os países da Europa onde a direita é hoje poder”.

No PSD, outra visão: “Estou firmemente convencido que o caminho que vamos agora se-guir irá permitir ao país escolher um novo Governo, com mais confiança, com mais força e com mais determinação para vencer a crise em que vivemos”.

Um discurso na linha do “en-saiado” logo na segunda-feira pelo deputado social-democra-ta Luís Capoulas no programa “Praça da República” da Rádio Diana: “É do interesse nacional devolver a palavra aos portu-gueses. Não se trata de defen-

“Caminho às cegas para o abismo”O antigo ministro das Finanças, Medina Carreira, afirmou que o país caminhou “às cegas para o abismo”, com um Governo que “caiu na asneira de perder toda a credibilidade” ao apresentar medidas de austeridade “de três em três meses”. Para o economista, “o problema é que o Governo se foi desacre-ditando com estes ziguezagues. Trata-se de um problema de confiança política num Governo que caiu na asneira de perder toda a credibilidade e isso só era razão para cair numa situa-ção destas”.De acordo com Medina Car-

reira, “a grande raiz do que se está a passar é um problema de fundo” para o qual Portugal não estava preparado, tendo cami-nhado “às cegas para o abismo” há mais de 20 anos.“Era preferível que não hou-vesse crise, mas tarde ou cedo isto iria acontecer porque não é possível governar com um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) de três em três”, comentou o economista, segundo o qual o país mergu-lhou “num apagão total”.No imediato, Medina Carreira refere que é de esperar algumas desvantagens: “os juros sobem,

vai ser mais difícil obter o crédito necessário para viver, poderemos ter algum problema de dinheiro para o dia-a-dia”. Medina Carreira teceu ainda críticas aos principais partidos – PS e PSD - que acusa de não quererem tomar “as medidas impopulares que se tornam necessárias” e “a corda vai es-ticando até que tenha de chegar um FMI qualquer”.Há mais de um ano que o ex-ministro das Finanças defende a intervenção do Fundo Monetá-rio Internacional (FMI), apesar das “sugestões impopulares” feitas pelo organismo.

Actual

“Temos o país refém do calculismo político-partidário do PS e do PSD que vão jogando o futuro da economia e impondo retrocessos sociais”.

João Oliveira (PCP)“[FMI significa] despedimentos maciços de dezenas de milhares de funcionários públicos, cortes de pensões e de remunerações muito maiores do que as que temos”.

Bravo Nico (PS)

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der estratégias partidárias mas entender o interesse nacional como ele deve ser entendido”. Ou seja, procurar “outros enqua-dramentos políticos para que o país possa sair da situação em que se encontra”.

“Não será a perspectiva de eleições que irá instabilizar ain-da mais os mercados”, defende o deputado social-democrata por Évora, recordando que noutros países, como a Irlanda e a Grécia, também foi dada a “palavra aos eleitores”. “Depois das eleições há que procurar um consenso mais alargado”.

“O mal menor para a crise passa pelo afastamento de José Sócrates”, resume António Ca-pucho, conselheiro de Estado e

ex-presidente da Câmara Muni-cipal de Cascais.

À esquerda, o pedido de demis-são do Governo foi encarado sem “dramas” pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, cri-ticando que procurou “transfor-mar a estabilidade governativa num fim em si mesmo, permitin-do que esta política se aprofunde e que o país se afunde”.

“A vítima não é o primeiro-ministro, tem sido o povo portu-guês, com sucessivos PEC’s, com orçamentos de Estado e agora com esta tentativa, claramente de não responder nem resolver os problemas nacionais”, subli-nhou o líder comunista.

Uma “tentativa de vitimiza-ção” de José Sócrates também

evidente para o deputado co-munista João Oliveira que, no programa da Rádio Diana não poupou socialistas e sociais-de-mocratas: “O PSD que até agora foi muleta do Governo, de repen-te julga que já passou o tempo de ser muleta e ir ao pote”. “Temos o país refém do calculismo po-lítico-partidário do PS e do PSD que vão jogando o futuro da eco-nomia e impondo retrocessos sociais”.

Para o ex-ministro das Finan-ças, Bagão Félix, o pedido de demissão do primeiro-ministro é natural e acaba por surgir no momento “menos inoportuno”.

“Mais tarde ou mais cedo uma crise deste tipo se iria suceder”, lembra Bagão Félix.

Cavaco recebe partidos6ª Feira

As audiências com os partidos que o Presidente da República promove sexta-feira marcarão a primeiro etapa de uma crise política desencadeada pela de-missão do primeiro-ministro e que irá culminar na realização de eleições antecipadas ainda antes do Verão.

Apesar do calendário im-posto pelos prazos legais que é preciso observar ser ‘apertado’ é possível que as mais do que previsíveis eleições legislati-vas antecipadas se realizem no final de Maio ou início de Junho.

De acordo com a Lei Eleitoral para a Assembleia da Repúbli-ca, a marcação de eleições an-tecipadas devido à dissolução da Assembleia da República terá que marcar o acto eleitoral com uma “antecedência míni-ma de 55 dias”.

Ou seja, para as eleições se realizarem no último fim-de-semana de Maio (dia 29), as eleições teriam que ser marca-das até dia 4 de Abril.

Se as eleições forem marca-das até 11 de Abril ainda será

<As eleições têm de ser marcadas pelo Presidente

com uma antecedência mínima de 55 dias.>

55NÚMERO

possível o ato eleitoral realizar-se a 5 de Junho, antes da suces-são de feriados que levará mui-tos portugueses a marcar férias para essa altura.

Contudo, até à assinatura do decreto de marcação das eleições, ainda será necessário cumprir outros ‘passos’ impos-tos pela Constituição.

Já na sexta-feira, Cavaco Sil-va irá ouvir os partidos para tentar encontrar outra solução

de Governo dentro do actual quadro parlamentar.

Se não for possível a Assem-bleia da República gerar um novo Governo, como é previsí-vel, o Presidente da República deverá então aceitar formal-mente o pedido de demissão de José Sócrates e dar início ao processo de dissolução do Par-lamento, ouvindo novamente os partidos e o Conselho de Es-tado.

Conforme é referido na alí-nea e) artigo 133º da Constitui-ção, compete ao Presidente da República dissolver a Assem-bleia da República, “ouvidos os partidos nela representados e o Conselho de Estado”.

Nas anteriores crises políti-cas de 2001 e 2004, quando se realizaram eleições legislati-vas antecipadas, no primeiro caso também devido à demis-são do primeiro-ministro, dez dias foi o tempo necessário para o então Presidente da Re-pública Jorge Sampaio cumprir os preceitos que a Constituição obriga e a marcação das elei-ções.

Foto | Lusa

Actual

“Vamos participar nessa bata-lha, se se concretizar, com um sentido de esclarecimento e de mobilização, colocando que não basta mudar de Governo. A vítima não é o primeiro-ministro, tem sido o povo português, com sucessivos PEC’s”.

“Mudar de política”

Jerónimo de Sousa

“Numa sociedade adulta e ma-dura, sempre que chegamos a uma situação de impasse, sempre que encontramos uma situação pantanosa, o pior que pode acontecer é ficar com medo e com receio de assumir responsabilidades e de pôr fim ao clima irrespirável”.

“Situação de impasse”

Pedro Passos Coelho

“Não abrimos caminho a nenhum Governo de direita. O que dizemos ao país é que não aprovamos medidas que destroem o país. Queremos vencer o PSD e queremos vencer aqueles que só olham para o país como se ele fosse propriedade de PS e PSD, que já estão a governar”.

“Abrir caminho”

Francisco Louça

“A democracia existe preci-samente para resolver pro-blemas como este. Em toda a Europa, há governos que saem e governos que entram, há responsabilidades que se pedem e benefícios da dúvida que se dão”.

“Resolver problemas”

Paulo Portas

“[FMI significa] despedimentos maciços de dezenas de milhares de funcionários públicos, cortes de pensões e de remunerações muito maiores do que as que temos”.

“É do interesse nacional devolver a palavra aos portugue-ses. Não se trata de defender estratégias partidárias mas entender o interesse nacional”.

Luís Capoulas (PSD)

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14 24 Março ‘11

Economia & Negócios

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Basta!marcElo nuno GonçalvEs PErEiraEconomista

“É preciso re-cuar 100 anos na história do país para encontrar uma década tão desastrosa, no que ao crescimento económico do país concerne”.

Na semana passada, o primeiro-mi-nistro foi a Bruxelas apresentar aos parceiros europeus um novo plano de austeridade que, segundo se sabe agora, andou semanas a preparar em segredo. De regresso a Portugal, e perante a anunciada indisponibili-dade do PSD para continuar a via-bilizar sucessivos “PEC’s”, resolveu falar ao país.

Ao ouvi-lo ficou-se com a ideia de que o pobre homem tinha aca-bado de aterrar em Portugal e que nada tem a ver com a profunda crise em que o país se encontra mergu-lhado. Que não esteve por cá nos últimos anos, e que não foi o timo-neiro do rumo que Portugal tomou. Que não foi na sua governação que a dívida pública mais que duplicou.

Chega a parecer que o facto de Portugal ocupar o penúltimo lugar numa lista elaborada pelo FMI que compara o crescimento económico de 179 países na última década, se deve a um mero acaso que só por má-fé alguém o poderá atribuir ao primeiro-ministro e à sua governa-ção.

Mas ficou a saber-se nessa entre-vista que o governo quer impor aos portugueses mais sacrifícios. Sacri-

fícios que, uns dias antes, afirmou não serem necessários. Ao anunciar os primeiros dados de execução orçamental de 2011 há alguns dias atrás, o governo, enquanto cantava vitória e exultava o seu acerto, ia garantindo aos portugueses que não seriam necessárias medidas adicio-nais de austeridade. Agora, essas mesmas medidas são anunciadas “à socapa” e alerta-se para os perigos de não serem aprovadas.

Ao ouvir o primeiro-ministro fi-camos igualmente a saber que a op-ção dos portugueses é entre ele e o caos. Que sem ele o país ficará nas terríveis garras do FMI que imporá medidas ainda mais gravosas, ao passo que, com ele, o país continu-ará a sua senda de “recuperação da crise”.

Ninguém tem dúvidas de que o recurso ao FMI não é desejável. Que, se for chamado a socorrer Por-tugal, o FMI exigirá garantias que se traduzem em mais e mais peno-sos sacrifícios. Mas, são os próprios dirigentes socialistas que afirmam (como se nada tivessem a ver com isso…) que o país “está à beira do abismo”. E é o Secretário de Estado do Tesouro que reconhece a insus-

tentabilidade da situação, devido às cada vez mais gravosas condições de financiamento da dívida pública.

É preciso recuar 100 anos na his-tória do país para encontrar uma década tão desastrosa, no que ao crescimento económico do país concerne. Por isso, quando o se-nhor primeiro-ministro, na ânsia de assustar os portugueses, faz comparações com as medidas de austeridade impostas na Grécia e na Irlanda, esquece-se de dizer que, na última década o PIB na Grécia cresceu 28% e na Irlanda 29%. Que os salários nestes e países aumen-taram em média 10% ao ano, em

contraste com os salários em Portu-gal que, em termos reais (deduzidos do efeito da inflação) decresceram face ao inicio de década. Não é por isso a mesma coisa pedir sacrifí-cios aos portugueses, aos gregos ou aos irlandeses. Por isso, com ou sem FMI, os sacrifícios pedidos aos portugueses, ainda que pareçam menos gravosos, são já demasiado penosos.

Mas, por ventura a mais espanto-sa afirmação do senhor primeiro-ministro é a de que estas medidas são necessárias para credibilizar a sua actuação e a sua determinação perante os parceiros europeus e os mercados financeiros. Não que isto seja mentira, mas porque sujeita o povo às maldades de um governo incapaz de se credibilizar pelo seu rigor e competência e é, portanto, a mais dramática demonstração de que este está a mais. E de que, quanto mais dias passarem, mais os portugueses terão que pagar pelos erros, incompetência e falta de vi-são e de estratégia de um governo e de um primeiro-ministro que há muito deixaram de se servir o país. Ao invés, transformaram-se num dos seus maiores problemas, como

fica demonstrado pelas suas pró-prias afirmações.

O senhor primeiro-ministro e o governo pediram ao parlamento a aprovação do Orçamento para 2011, afirmando que este seria o necessá-rio e suficiente para garantir a recu-peração económica do país. Como se vê, ou mentiram descaradamente ou se enganaram redondamente. E o país não pode continuar a deixar que, a cada passo, o senhor primei-ro-ministro apareça com um novo pacote de austeridade, afirmando que “agora sim” é o derradeiro es-forço a pedir aos portugueses.

Não se estranhe por isso que al-guns socialistas afirmem que o pri-meiro-ministro perdeu toda a credi-bilidade e que já ninguém acredita na sua fanfarronice. Importa pois que rapidamente se clarifique a situação do país convocando elei-ções. É que, como escrevia Ventura Leite, militante socialista no Diário Económico, na semana passada, “(…) o país não precisa de saber até onde e quando vai durar a resistên-cia política, de maratonista, do pri-meiro-ministro. Porque, enquanto o Eng. José Sócrates resiste, o país desespera e desiste! (…)”

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Economia & Negócios

Luís Maneta | Registo

Chama-se Portugal Fresh. É uma associação de vinte empresas do sector agrícola apostada na pro-moção externa das frutas, flores e dos legumes, sector que gera um volume de negócios supe-rior a 2,3 mil milhões de euros. E teve a sua estreia na Fruit Logis-tica, em Berlim, a principal pla-taforma mundial de negócios do sector, visitada por mais de 75 mil empresários.

“Temos de encontrar respostas para a grande pressão sobre os preços que existe em Portugal”, diz ao DN o presidente da Por-tugal Fresh e administrador do grupo Luís Vicente, Manuel Évo-ra, recordando que a sua própria empresa iniciou o processo de internacionalização há quatro anos em mercados como o Brasil e a Costa Rica. “Temos encontra-do nos mercados externos um retorno para os nossos produtos superior ao do mercado interno. A necessidade de conseguir do-tação financeira para continuar a investir obriga-nos a procurar novos mercados”.

De acordo com o Observató-rio dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-Alimentares, as exportações portuguesas de produtos frescos hortícolas e fru-tícolas triplicaram entre 2000 e 2009, atingindo os 304 milhões de euros. “Já não representamos tão pouco quanto isso”, refere Manuel Évora, assinalando que

Agricultura

Portugal cria agência para promoção externa de frutas e legumes

em “economias de grande cresci-mento”, como a Índia e a China.

Com a entrada em exploração dos novos pomares entretanto cultivados, a expectativa é de que Portugal atinja dentro de poucos anos uma produção in-terna de fruta, sobretudo peras e maçãs, superior às necessida-des de consumo e capaz de gerar uma maior pressão a nível dos preços. “A culpa não é da grande distribuição ou de algum sector em concreto; é uma realidade conjuntural, pois todos tenta-mos vender internamente e para isso temos de baixar muito os preços, o que afecta a produção”, diz Manuel Vicente, defendendo a importância de “procurar no-

vos mercados”.“Temos consciência de

que produzimos muito bem, temos bons pro-dutos e condições de competitividade que outros sec-tores ligados à a g r i c u l t u r a não conse-guem atin-gir a nível i n t e r n a -cional, tan-to em qua-lidade como em produ-tividade por hectare”.

Segundo o

a adesão de empresas produtoras de flores ao Portugal Fresh per-mitirá “ganhar massa crítica em mercados que são muito pareci-dos e num sector com evidente tendência exportadora”.

A ideia é “vender” alguns dos melhores produtos da agricul-tura portuguesa, dos citrinos algarvios à fruta do Oeste, pas-sando pelas flores e pelos pro-dutos hortícolas do litoral alen-tejano ou pelos kiwis oriundos do Norte do país. Além de con-solidar posições nos mercados europeus e no Brasil, o desafio é conseguir entrar em países do Médio Oriente e seguir os pas-sos do Chile e da Argentina, dois grandes exportadores mundiais,

ministro da Agricultura, An-tónio Serrano, “não é viá-

vel” os agricultores conti-nuarem a trabalhar no

mercado externo de forma individual:

“O que precisamos é de ganhar mais

escala, mais or-ganização co-

mercial para vender bem, com uma marca cha-péu que seja c on he c id a , que se afir-me” a nível i nter n ac io -nal.

O ministro da Agricultura, António Serrano, afirmou-se on-tem disponível para continuar a “ajudar o país”, mas escusou-se a comentar cenários políticos fu-turos, incluindo a eventual cria-ção de um governo de iniciativa presidencial.

“Estou a fazer o meu trabalho. Falo-ei até ao último dia em que estiver em funções e natural-mente que aquilo que for neces-sário para ajudar o país estarei disponível, como tenho vindo a fazer nesta missão”.

Em Ponte de Sor, onde visitou uma unidade que fabrica massa

de pimentão, o ministro da Agri-cultura foi também questionado pelos jornalistas sobre a even-tual criação de um governo de iniciativa presidencial.

“Acho que essa matéria não se coloca, não tenho que me preo-cupar com ela, nem tenho que ter uma opinião sobre ela neste momento. Sobre os outros cená-rios, não sei que possibilidades reais é que eles têm de existir, de se concretizar, mas a seu tempo se verão e analisarão”.

António Serrano falava aos jornalistas à margem da visita que efectuou à empresa INCO-

PIL, que fabrica duas mil tonela-das de massa de pimentão.

Além disso, a empresa fabrica 750 toneladas de massa de alho, exportando a sua produção para vários pontos do mundo, com um volume de negócios anual que ultrapassa os cinco milhões de euros.

Crédito reforçado

O Governo anunciou, entretan-to, que vai reforçar com 50 mi-lhões de euros a linha de crédito de apoio à agricultura e reabrir uma linha de crédito de 20

milhões de euros para o sector das pescas, indica o acordo sobre Competitividade e Emprego.

O acordo tripartido foi assina-do esta semana pelo Governo e pelos parceiros sociais.

De acordo com o documen-to, “o Governo compromete-se a reforçar a linha de crédito de apoio à agricultura em 50 milhões de euros, com carência de capital e amortização a seis anos e com bonificação de juros entre 80 a 100%, de acordo com a avaliação de risco, respeitando as regras comunitárias em vigor relativas aos auxílios de Estado”.

Serrano disponível para continuar a ”ajudar o país“

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16 24 Março ‘11

Cultura

“Zaragatas em Chiozza” estreiam Ciclo da Primavera

Montemor-o-Novo

Pedro Gama | Registo

Chiozza é uma aldeia piscatória italiana. Poderia ser portuguesa ou doutro país qualquer. O que ali se vai passar poderia aconte-cer em qualquer lugar do mun-do, onde o “diz que disse”, as in-trigas, a maledicência, a inveja e a “dor de cotovelo” levam sem-pre a desentendimentos e quezí-lias… mas, neste caso, estas za-ragatas teatrais levam, também, ao riso.

“Zaragatas em Chiozza”, en-cenada por Hugo Sovelas, mon-temorense e actor/encenador profissional (Ver Caixa), estreia no próximo sábado em Mon-temor-o-Novo, pela Theatron, Associação Cultural, e dá início ao 22.º Ciclo da Primavera do Concelho de Montemor-o-Novo. Para além disso esta peça serve

também para celebrar o Dia do Teatro, que se comemora no pró-ximo domingo, 27 de Março.

Esta peça conta como um grupo de cinco mulheres conse-guem, com algumas mentiras, meias-verdades e muita manha na mente, torcer os factos sobre o interesse de um homem numa delas, criando uma verdadeira confusão de ciúmes, pedradas e navalhadas com os prometidos maridos às donzelas envolvidas. Uma peça adaptada de um texto de Goldoni.

Os ensaios estão a decorrer. Mas não só desta peça, bem como de todos os espectáculos, maioritariamente com prata da casa, que vão compor pouco mais de dois meses de progra-mação, na sede de concelho e nas freguesias.

A grande particularidade des-

te Ciclo primaveril prende-se, exactamente, com a programa-ção ser, o máximo possível, des-centralizada da sede urbana.

As oito freguesias rurais do concelho vão ter a visita de es-pectáculos de música e teatro. Um cunho desta iniciativa que não se quer perder como nos refere o Vereador da Cultura de Montemor-o-Novo, João Mar-ques (ver caixa).

Assim mesmo, no fim-de-se-mana do Dia do Teatro, mais três espectáculos da arte e Molière, vão estar em cena em espaços di-versos da cidade de Montemor. No sábado, logo pela manhã, o Mercado Municipal recebe um espectáculo de Marionetas com “Teatro D. Roberto”.

Já no domingo, Dia do Teatro, o lar “Abrigo dos Velhos Traba-lhadores vai poder assistir aos

“Bonecos Bailarinos de S. Bento do Cortiço”, enquanto o Cine-Te-atro Curvo Semedo recebe, pelas 21.30h a peça “Saguão” pela com-panhia de teatro Aloés.

O Ciclo da Primavera vai ain-da contar a 16 de Abril, com o Concerto do 24.º Aniversário do Coral de S. Domingos, ou a 14 de Maio com um concerto de “Cou-ple Coffee”.

O Ciclo primaveril termina a 25 de Junho com um espectácu-lo de música cabo-verdiana com Lura.

As freguesias vão receber o fado de Luísa Rocha, a 2 de Abril, em Ciborro, ou no Ferro da Agu-lha, um concerto dos regressados Amigos do Alheio. A 16 de Abril é a vez de Cortiçadas de Lavre poderem assistir ao espectácu-lo Cantar Abril com Jorge Pires, Daniel Garfo e Aline Bernardo.

Hugo Sovelas, natural de Montemor-o-Novo, nasceu em 1977. Dezassete anos mais tarde mudou-se para Lisboa e frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema, onde se licen-ciou. Da sua formação fazem parte: Odin Teatret, Living Thea-tre, International School of The-atre Antropology (com direcção de Eugénio Barba), Voyages du Geste e ainda Marion Gough. No seu percurso artístico traba-lhou com o Teatro da Trindade,

Teatro Praga, Rui Horta, Ruínas Associação, Cendrev, Conserva-tório de Música de Lisboa, entre outros.

Mas tudo começou, ainda amadoramente, há 13 anos, com o Theatron Associação Cultural montemorense, onde foi dirigi-do por Vítor Guita, seu professor. Os papéis agora trocaram-se e passados treze anos, é Hugo Sovelas que, pela primeira vez, está a dirigir o seu antigo profes-sor e encenador.

Hugo Sovelas: Do Theatron a Chiozza

Vai ter início mais um Ciclo da Primavera. Num ano de austeridade, com cortes orçamentais, como é que o evento vai decor-rer este ano?

Obviamente que as questões económicas pesam sempre na programação, e os investimentos feitos na cultura são sempre os pri-meiros a sofrer cortes nestas alturas. Mas temos lutado ao máximo para não desinvestir na Cultura. Pensamos que continua a ser um vector importante para Montemor-o-Novo. Tentámos neste Ciclo da Primavera não reduzir tanto o orçamento, mas limar algumas arestas nalgumas áreas, investindo noutras. Recorremos mais aos grupos locais, para permitir alguma linha lógica que estava a ser implementada com o Ciclo da Primavera que é a lógica da descentralização.

O lado positivo é a aposta em grupos da terra?

Não diria que é positivo nem negativo. Nós temos de definir, claramente, quais são as prioridades que temos. E quando temos menos dinheiro, menos recursos, temos de dizer onde vamos investir, para podermos investir noutros lados. Neste sentido, na área cultural, o que estamos a definir, com clareza, a Câmara vai investir menos dinheiro na progra-mação própria, para essas verbas que não são gastas em programação sejam distribu-ídas pelas associações locais que também estão a criar e a programar.

Ao falarmos de um corte na programação do Ciclo da Primavera está a falar de que percentagem?

No global vamos tentar chegar, na programação geral, a 15%. Não no Ciclo da Primavera, mas no global da nossa programação. É essa a redução que queremos atingir.

“Lutar ao máximo para não desinvestir na Cultura”

João Marques

Três perguntas ao vereador da Cultura da Camâra Municipal de Montemor-o-Novo

Hugo Sovelas tem trabalhado como actor, encenador, progra-mador cultural, formador e pro-fessor de expressão dramática.

Há poucas semanas o actor/encenador, ganhou na catego-ria de Encenação, com a peça “Terror e Miséria”, a partir de Berthold Brecht, encenada com o Blá Blá Blá Teatro Jovem de Campo Maior, nos galardões em disputa no Concurso Nacional de Teatro 2011, promovido pela Federação Portuguesa de Teatro.

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Cultura

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O festival de música sacra “Terras sem Sombra” desafia este ano os participantes a embarcarem numa peregrinação pelo património cultural e natural do Baixo Alentejo, tantas vezes esquecido na azá-fama de um mundo global.

“O Festival propõe uma reflexão sobre a situação em que nos encontramos, do ponto de vista espiritual, nesta pós-mo-dernidade de hoje, onde nos deslocamos constantemente, temos excelentes meios de comunicação, mas acabamos por es-magar as nossas raízes” explica José Antó-nio Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da diocese de Beja.

A sétima edição do certame, que decor-re até 9 de Julho, tem como tema “Peregri-nação interior – Momentos de Espirituali-dade na Música Ocidental – Séculos XVII – XXI”.

Complementada por um conjunto de conferências temáticas e visitas guia-das, a música sacra vai funcionar como uma autêntica “aliada” da diversidade patrimonial da região, segundo o líder do DPHA, “na medida em que rompe fronteiras, atrai públicos diversificados e ajudará a criar nas igrejas históricas da região um espaço ecuménico, de diálogo em torno da espiritualidade”.

Cada um dos seis concertos previstos vai ser realizado numa igreja represen-tativa do Baixo Alentejo, a começar dia 2 de Abril, na Igreja de Santiago Maior, em Santiago do Cacém.

No concerto de abertura, será estreada uma composição da autoria do jovem compositor português Alexandre Delga-do, uma forma de “fazer uma aproxima-ção entre a música do passado e do pre-sente”, realça José António Falcão.

Destaque ainda para intérpretes como a soprano Maria Bayo, os pianistas Mi-guel Borges Coelho e Marta Zabaleta, o cravista Pierre Hantaï, a violoncelista Irene Lima ou o Coro da Arena de Verona.

Além de veículo de sensibilização cul-tural, o DPHA olha para a música sacra como uma oportunidade de chamar a atenção das pessoas para a preservação

da natureza, numa época em que “se gastam demasiados recursos, arrastando nesta batalha a destruição de muitas par-ticularidades do nosso património natu-ral” explica aquele responsável.

De acordo com o programa, os concer-tos vão ser realizados sempre ao Sábado e, em cada domingo seguinte, o DPHA vai realizar acções-piloto de conservação da Natureza, com a participação dos músi-cos, das escolas e da população local.

José António Falcão exemplifica com “a colocação de ninhos, feitos em cortiça, em sobreiros e a ajuda na preservação de pei-xes que estejam em extinção”, na região alentejana, e perspectiva uma grande participação nas diversas iniciativas do Festival, à semelhança dos anos anterio-res.

“Há sempre um envolvimento grande por parte das paróquias, das autarquias, de outros órgãos da região, temos sido muito acarinhados neste trabalho” des-taca.

Com um novo director artístico, Paulo Pinamonti, antigo director do Teatro Na-cional São Carlos e que até aqui dirigia o Festival Mozart da Corunha, o passo se-guinte, para a diocese de Beja, será inter-nacionalizar definitivamente o certame.

Desde a sua criação, em 2003, o “Terras sem Sombra” tem vindo a despertar cada vez mais interesse entre o público nacio-nal, contando também com uma impor-tante fatia de visitantes vindos da Estre-madura e da Andaluzia espanholas

Música sacra regressa ao Baixo Alentejo

Até 9 de Julho

Afastado do Teatro Nacional de São Car-los pelo Ministério da Cultura liderado então por Isabel Pires de Lima, o italia-no Paolo Pinamonti está de regresso a Portugal.

Pinamonti, que até aqui esteve à frente do Festival Mozart, na Corunha, será o responsável pela programação das pró-ximas três edições do festival de música sacra organizado pelo Departamento do Património Histórico da Diocese de Beja.

Paolo Pinamonti

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18 24 Março ‘11

Cultura

”Trazer a Arte a todos“clÁudia sousa PErEiravereadora

Quando a partir de 1910 à Cul-tura foi permitido sair dos

salões da Corte, onde en-tretinha e instruía elites, e tornar-se com a República

“coisa do Povo”, os cria-dores e as suas criações passaram a contar com

um número e uma diversidade de apre-ciadores que segura-mente os influenciou,

marcando esse tempo de

for ma

particular. Estes novos usufruidores de

Arte, Arte esta que se encon-trava com todos agora nas salas de espectáculos, nos museus ou nos livros, tornaram-se os pioneiros modernos da demo-cratização da Cultura, devol-vendo a todos aquilo que tinha sido monopólio de alguns.

Relembrar esses quinze anos da Primeira República assistindo a conversas entre os “actores” que fazem o estudo dessas manifestações culturais da época e os que mantêm hoje essa mesma função de trazer a Arte a todos, foi a intenção da

Câmara Municipal ao organi-zar estas Tertúlias.

Evoca-se assim o

Centenário da República em Évora, com todos os parceiros que convidámos a juntarem-se para organizar (Universidade de Évora, CENDREV, Centro de Estudos de Teatro da Facul-dade Letras de Lisboa, Biblio-teca Pública de Évora, Museu de Évora e SOIR) e que trou-xeram também os seus convi-dados, em nome individual ou representando instituições (Do Imaginário, Universidade de Évora, Sociedade Recreativa e Dramática de Évora e a So-ciedade Harmonia Eborense) para conversar e divulgar estas conversas, como foi o caso da Rádio Diana que fará também chegar a mais gente estas cinco tertúlias.

Tertúlias em Évora marcam centenário da proclamação da República

Conferência

Redacção | Registo

As Tertúlias da República decor-rem em Évora entre Março e Ju-nho, com a cadência de uma por mês. Mas, neste mês de arran-que, cabem duas das cinco ter-túlias anunciadas: A primeira, dedicada à Música, aconteceu a 16 de Março no Colégio Mateus d’Aranda, coorganizada pela Câmara e pelo Departamento de Música da Universidade de Évora. Durante quase três horas professores universitários, exe-cutantes e amadores de música, debateram as relações da mú-sica popular com a erudita, da produção cultural com a políti-ca, das notas do piano de cauda com o cante que se fizeram ou-vir na mesma sala.

O papel do teatro

Na próxima segunda feira, 28 de Março, a segunda Tertúlia evoca o papel do Teatro na República. “Os textos e os espaços” são o mote para a conversa que conta com a participação de investiga-dores do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Le-tras de Lisboa, de actores do CENDREV.

“O lisboeta tem dois grandes vícios: a política e o te-atro. Na polí-tica, como e s p e c t a -dor, uma aspira-

ção permanente o agita: a queda do governo, seja qual for o go-

verno. No teatro, como público, um dese-

jo surdo o ani-ma sempre: a

queda da peça,

seja qual for a peça.” Assim es-crevia a Revista Ilustração Por-tuguesa, a 3 Nov. 1913. Segundo Rui Pina Coelho, um dos inves-tigadores do Centro de Estudos de Teatro, a I República corres-pondeu a “anos de promessas e de construção, da arquitectura febril do futuro à intermitência do possível, os anos da Repúbli-ca foram anos de impressionan-te carpintaria cívica. O teatro, arte sempre dependente da vida e das ideias, foi palco certo para a discussão do País.” Prolongar esta discussão até aos dias e aos protagonistas e hoje, é o desafio colocado nesta segunda tertúlia da República.

Das Bibliotecas da I Repú-blica aos e-books

A seguir ao Teatro será a vez das Bibliotecas. José António Calixto, director da Biblioteca de Évora, é o moderador e co-organizador da conversa que se propõe ir “da biblioteca da I República aos dias de hoje. Cem anos volvidos sobre a implanta-ção da República no nosso país, importa entender que caminho percorreram as bibliotecas, que importância têm na sociedade actual, e como in¬fluenciam o exercício da cidadania na so-ciedade da informação.” Explica José António Calixto. Esta ter-

ceira Tertúlia da República terá lugar na Biblioteca pública dia 20 de Abril pelas 18h.O mês de Maio é o mês dos Mu-seus. O seu dia internacional comemora-se a 18, e para o dia seguinte, quinta feira 19, pelas 18h, no Museu de Évora está marcada a quarta tertúlia.

“O património cultural e artís-tico e os museus na I República“ é o tema que Jorge Custódio, di-rector do Museu Nacional Fer-roviário, vai desenvolver com Camões Gouveia, director do Museu de Évora, e os convidados que todas as quintas estão a le-var vida nova a este Museu.

Sociedades eborenses

A fechar este ciclo de Tertúlias, será evocado o movimento asso-ciativo e recreativo.

“Os centros republicanos eram núcleos político-ideológicos independentes entre si. Misto de sociedades de instrução, de recreio, de auxílio mútuo, mas também de discussão ideológi-ca e de comité eleitoral, foram a alma do movimento e estiveram na base de algumas lutas decisi-vas”, garante Fernando Catroga no seu livro “Republicanismo em Portugal” e citado pela pro-fessora Maria Ana Bernardo, do Departamento de História da Universidade de Évora, uma das animadoras da última tertúlia da República.

Na mesma mesa vão estar os representantes das sociedades eborenses Harmonia, Dramá-tica, e SOIR Joaquim António d’Aguiar para debater “As reali-zações colectivas da I República aos nossos dias”.

Ciclo de cinco tertúlias em Évora debate cultura e sociedade dos últimos 100 anos.

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19

Cultura

Luís Maneta | Registo

Arrancaram há 12 anos com um projecto que abraça vá-rias sonoridades, da música da África negra ao reggae, têm quatro álbuns e uma no-meação para melhor grupo do ano pela revista britânica “Songlines”. Os Terrakota to-cam amanhã no Teatro Gar-cia de Resende (21h00). E até ao Verão têm uma agenda de concertos preenchida que os irá levar a cidades como Paris, Praga ou Milão.

“O mais importante para nós é a força do público que sempre nos acompanha em Portugal e por essa Europa. Esta nomeação reflecte isso mesmo já que é o resultado de uma votação feita online. A nomeação deixou-nos muito contentes”, diz o guitarrista Alex ao Registo, numa entre-vista a propósito do seu re-gresso a Évora.

“Faz nos sentir que as pesso-as que viram os nossos espec-táculos e ouviram os nossos discos ao longo destes anos não ficaram indiferentes, que a nossa linguagem livre, sem fronteiras mexeu com eles”.

Uma nomeação igualmen-te importante para que se sai-ba que de Portugal “não vem só fado” e que Lisboa “é uma cidade com um forte movi-mento de música de fusão, resultado do cruzamento de muitas culturas que por aqui passam, onde a música negra tem uma grande força”.

Os Terrakota nasceram em Lisboa em 1999. “Para resu-mir, pode-se dizer que o que nos junta é o facto de sermos todos pessoas com uma for-ma de ver as coisas bastante alternativa e aberta a várias culturas”, diz o guitarrista. “Gostamos muito de viajar, de nos lançar no desconhecido e

beber de diferentes culturas, aprender a tocar instrumen-tos étnicos de vários conti-nentes, estudar os ritmos e aprender as línguas”.

Durante uma dessas via-gens – “mandámo-nos para África” – Alex, Junior (voz, guitarra) e Humberto decidi-ram criar a banda. “No regres-so, África tinha-nos mostrado o caminho e vínhamos cheios de energia para nos meter-mos de cabeça neste projecto”. Os outros elementos surgiram depois: primeiro o Davide Ro-drigues (bateria), depois Fran-cesco Valente (baixo) e Romi (voz) e, por fim, Nataniel Melo (percussão). “Todos con-fluímos neste mistura de rit-mos e especiarias com muita Africa e América do Sul mas profundamente influenciada pelo rock, jazz, funk, blues ... enfim, pela musica com que crescemos”.

“Nos concertos tentámos criar uma atmosfera especial de libertação e transmutação através do ritmo e da dança e graças à força do público fomos crescendo, crescendo”, conta o guitarrista.

Tendo o Terrakota começa-do em África, o projecto re-flecte hoje o resultado de inú-meras viagens, experiências e momentos. “Somos quase uma família. Sempre que po-demos tentamos sair deste continente, sem isso parece que a inspiração se esgota. Temos de sempre de receber boosts [estímulos] novos de outras culturas”.

Segundo Alex, “particular-mente importante” foi uma viagem ao Senegal em 2004 para gravar o segundo disco – “Humus Sapiens”- no estúdio Youssou N’Dour. Ficaram por lá quase dois meses. “Daí para a frente a nossa abordagem de recriar dentro de vários estilos

de música africana cresceu muito porque de certa forma ficámos todos “em fase” com África”. Também importante foi a viagem à Índia em 2009, tendo os Terrakota tocado num festival nos Himalaias: “Abriu-nos a cabeça para no futuro começarmos a usar cada vez mais condimentos orientais na nossa música”.

Em 12 anos, a banda soma quatro álbuns: ao primeiro, “Terrakota”, editado em 2002, seguiu-se o já referido “Hu-mus Sapiens” (2004). Depois, “Oba Train” (2007) e, o ano passado, “World Massala”, que lhe valeu a nomeação para o concurso da “Songlines”, con-correndo com os Bellowhead, os Hanggai e o duo Lepistö & Lehti.

Sobre o título do último álbum, Alex é peremptório: “World vem de world music [música do mundo]. E massa-la como um tempero quente, forte e exótico da cozinha in-diana”. Esta poderá ser igual-mente uma forma de “apre-sentar” a música Terrakota. Embora, garanta, procurem criar sem pré-definições, “um conceito livre, sem frontei-ras”, pronto a seguir em ondas diferentes, de acordo com as paixões do momento.

“É um processo um bocado mágico. Chega um com uma linha de guitarra, ballafon, n’goni ou baixo e logo todos os outros metem mais ele-mentos em cima, oriundos de referências que cada um sente para aquele ritmo ou melodia”.

Depois, cada música é uma “viagem” diferente da ante-rior. Um “pequeno mundo” que Alex diz ser “cozinhado com muito amor” para que a mensagem que pretendem passar seja tão “clara” quanto possível”.

Terrakota ritmos e especiarias

“O conteúdo das nossas músi-cas responde a essa pergunta. É evidente que nos identifica-mos 100% com o protesto da geração à rasca que, na nossa perspectiva, só peca por tar-dio”. É desta forma que Alex (Terrakota) fala ao Registo so-bre o movimento de contesta-ção que levou para as ruas de Lisboa e do Porto mais de 200 mil pessoas.

“Agora que começou [este movimento] não pode parar e tem de crescer até a situação

mudar de uma vez por todas! Esta sociedade de consumo desenfreado que não respeita nada, nem a natureza, onde impera a lei do mais forte ou seja, de que tem mais dinhei-ro está a dar as últimas”.

Diz Alex que em todo o Mundo há um movimento de uma “geração à rasca” em-penhada em promover uma “mudança necessária” que não se pode ficar pela política.

“Há muitas loucuras para travar: o endividamento de

uns países relativamente a outros, o transgénico, o uso de energias tóxicas com gran-de prejuízo para a natureza, o nuclear, as leis de imigração e os impostos”, entre outras.

“Tardou mas está a chegar o momento em que viramos fi-nalmente esta sociedade que presta vassalagem a umas notas de papel a que chama-ram de dinheiro. Entende-se a sua utilidade mas não po-demos mais ser escravizados por ele”.

“Há muitas loucuras para travar”

concerto no teatro Garcia de resende. 25 de maio. 21h00

D.R

.

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20 24 Março ‘11

Roteiro

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Uma questão de saber

évoraEncontRo dE Músicostodas as quartas-feiras Hora: 22h00local: Espaço celeiros,rua Eborim, 18voltaram os Encontros de músi-cos. a ideia é pegar no repertório de música para dançar e a prazo animar de vez em quando a aula de danças do mundo com música ao vivo! Qualquer instrumento é bem-vindo! Entrada livre

MúsicAtEAtRoévoraUM MUndo – tRês diMEnsõEs18 de fevereiro a 12 de Junholocal: igreja de s. vicenteblank canvas, segunda geração, estão longe, nos propósitos, de ser uma conquista e uma originalidade do nosso tempo. o que é mani-festamente original neste grupo constituído por antónio couvinha, chris alford e Peter de Jong é a assumida individualidade dos seus olhares.

EXPosiÇÃoouriqueFEiRA do PoRco AlEntEjo 2011 “v joRnAdAs gAstRonóMicAs sAboREs do PoRco AlEntEjAno”25 a 27 de marçoo porco alente-jano é o grande homenageado de um certame que pretende poten-ciar a marca e valorizar as activida-des económicas associadas a este produto.

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distrito de évoraMês dA jUvEntUdEmarçoa câmara municipal de évora pro-move em março, em parceria com entidades, associações e grupos de jovens, um vasto conjunto de actividades que assinalam mais uma edição do mês da Juventude. Procurando oferecer aos jovens uma programação variada, o mês da Juventude – março 2011, con-templa cerca de 40 actividades.

nAtUREZAévoraMúsicA no vAlE17 de março de 2011 a 2 de abrilHorário: de 4ª a sábado às 21h30 – domingos às 16hlocalização: sala d’ab t (lotação de 50 lugares), évorainformações e reservas: [email protected] | 266 747 047 | www.abruxateatro.blogspot.ptingresso: consulte o preçário de bilheteira e os descontos | Preço geral-€8

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Page 21: Registo ed147

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Lazer

2 4

4 8 6 1 7 2

1 6

3 5 8 1 2

1 9

5 9 2 7 3

9 2 8

1 5 9 4 6 7

8 9

sudoKu

nota: o objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

A Menina que Nunca Chorava

Sugestão de filmeSugestão de leitura

Autor: Torey Hayden Director: danny BoyleSinópse:

Esta aventura de um jovem montanhista cujo braço fica preso numa ravina do utah, inspirada em factos reais, parecia ser um bom desafio para um realizador que tem testado diversos géneros.infelizmente, o que tinha potencial para ser um retrato claustrofóbico e in-tenso de uma experiência-limite vai perdendo força, culminando num final moralista que condena o individualismo do prota-gonista.mas mesmo antes de um desenlace histérico e lacrimejante, “127 Horas” raramente convence.uma situação que pedia

127 Horas

Sinópse:

torey Hayden publicou a criança Que não Queria falar, em 1980, relatando o caso verídico e comov-ente da sua relação com uma menina de seis anos que aparecera, grave-mente perturbada, na sua aula de ensino especial. ao longo de vários meses a jovem professora lutou para fazê-la desabrochar sob o calor generoso da sua espantosa intuição e amor e levá-la a descobrir um mundo que podia ser luminoso. separadas pelas contingências da vida, só voltam a encontrar-se anos mais tarde quando sheila já tem 13 anos. Para surpresa de torey,

Carta da Semana: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas. Amor: Poderá receber a visita inesperada de um amigo de longa data. Receba-o de braços abertos. Saúde: O seu organismo poderá andar desregulado. Esteja atento às suas indi-cações. Dinheiro: Possibilidade de ganhar lucros inesperados. Seja audaz e faça um exce-lente investimento.Números da Sorte: 9, 11, 17, 22, 28, 29Dia mais favorável: Terça-Feira

Carta da Semana: 4 de Espadas, que sig-nifica Inquietação, agitação. Amor: Ponha as cartas na mesa, evite esconder a verdade. Seja o mais honesto possível com a sua cara-metade.Saúde: Aja em consciência e não cometa excessos que o seu organismo não suporta.Dinheiro: Ouça os conselhos da pessoa com quem divide as tarefas diárias. Números da Sorte: 7, 22, 29, 33, 45, 48Dia mais favorável: Domingo

Carta da Semana: Rei de Paus, que signifi-ca Força, Coragem e Justiça.Amor: Opte por atitudes de compreensão e tolerância para com os seus filhos.Saúde: Poderá sentir-se um pouco cansado e sem energia. Melhore a sua alimentação.Dinheiro: Aposte na sua competência, pois poderá ser recompensado da forma como merece.Números da Sorte: 1, 5, 7, 11, 33, 39Dia mais favorável: Sexta-Feira

Carta da Semana: O Julgamento, que sig-nifica Novo Ciclo de Vida.Amor: Aposte nos seus sentimentos e po-derá, em conjunto com a sua cara-metade, tomar uma decisão importante para ambos. Saúde: A sua capacidade de recuperação de energias será notória. Esqueça o pas-sado e viva o presente, o passado passou, aceite-o!Dinheiro: Esforce-se por conseguir atingir os seus objectivos profissionais. Seja audaz e perseverante. Números da Sorte: 1, 3, 7, 18, 22, 30Dia mais favorável: Segunda-Feira

Carta da Semana: Valete de Copas, que significa Lealdade, Reflexão.Amor: A sua vida afectiva poderá não estar a ter os contornos que planeou. Procure não perder a calma e invista na sua felicidade. Trate-se com amor!Saúde: Não abuse dos alimentos que sabe que prejudicam o seu estômago.Dinheiro: Prevê-se uma semana extrema-mente positiva em termos profissionais.Números da Sorte: 2, 9, 17, 28, 29, 47Dia mais favorável: Segunda-Feira

Carta da Semana: A Roda da Fortuna, que significa Sorte, Acontecimentos Ines-perados.Amor: Ponha o seu orgulho de lado e vá à procura da felicidade. Seja feliz!Saúde: Lembre-se que fumar não faz mal apenas a si; tenha em atenção a saúde da sua família.Dinheiro: Aposte nos seus projectos pes-soais. Seja inovador e arrojado. Poderá ter óptimas surpresas.Números da Sorte: 8, 17, 22, 24, 39, 42Dia mais favorável: Sexta-Feira

Carta da Semana: 9 de Espadas, que signi-fica Mau Pressentimento, Angústia. Amor: Tome consciência dos seus actos, pois estes poderão estar a contribuir negativa-mente para a sua relação. Saúde: Evite situações que possam provo-car uma alteração do seu sistema nervoso. Cuidar da sua saúde não é uma questão de querer. É um dever.Dinheiro: Modere as palavras e pense bem antes de falar. Uma atitude irreflectida pode aborrecer um superior hierárquico.Números da Sorte: 9, 18, 27, 31, 39, 42Dia mais favorável: Quarta-Feira

Carta da Semana: A Lua, que significa Falsas Ilusões.Amor: Uma velha lembrança poderá pai-rar na sua mente, causando algumas dúvi-das no seu coração. Procure ter uma vida de paz e amor.Saúde: Nesta área não terá muitas razões para ficar preocupado, o que não significa que deixe de ter os cuidados mínimos.Dinheiro: Utilize a sua capacidade de or-ganização para sugerir algumas mudanças no seu departamento.Números da Sorte: 3, 7, 11, 18, 22, 25Dia mais favorável: Terça-Feira

Carta da Semana: 6 de Ouros, que significa Generosidade.Amor: A sua cara-metade não merece ser tratada com indiferença. Pense um pouco melhor na sua forma de agir.Saúde: As tensões acumuladas podem fazer com que se sinta cansado e desmotivado.Dinheiro: Atenção, a sua qualidade profis-sional poderá estar a ser testada.

Números da Sorte: 6, 14, 36, 41, 45, 48Dia mais favorável: Domingo

Carta da Semana: O Mundo, que signifi-ca Fertilidade.Amor: Não se dedique apenas à sua vida profissional, dê mais atenção à pessoa que ama. Saúde: Liberte o stress que tem acumula-do dentro de si.Dinheiro: Património protegido. Conti-nue a adoptar uma postura de contenção. Será bastante positivo para si.Números da Sorte: 2, 17, 19, 36, 38, 44Dia mais favorável: Quarta-Feira

Carta da Semana: Ás de Espadas, que sig-nifica Sucesso.Amor: O amor estará abençoado. Aproveite ao máximo este momento de comunhão.Saúde: O trabalho não é tudo! Descanse mais e pense seriamente na sua saúde. Dinheiro: Aja de forma ponderada, não co-loque em risco a sua estabilidade financeira. Pense bem antes de gastar indevidamente. Números da Sorte: 4, 9, 18, 22, 32, 38Dia mais favorável: Terça-Feira

Carta da Semana: 8 de Copas, que signi-fica Concretização, Felicidade. Amor: Aja menos com a razão e mais com o coração. Assim, evitará conflitos desne-cessários com a pessoa que ama.Saúde: Seja mais moderado e dê mais va-lor ao seu bem-estar. Se seguir em frente e fizer o que tem de ser feito, todos acabarão por aplaudi-lo!Dinheiro: Esteja muito atento ao que se passa ao seu redor, pois algum colega pode não ser tão sincero quanto aparenta.Números da Sorte: 1, 8, 17, 21, 39, 48Dia mais favorável: Sábado

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um olhar intimista é filmada com excesso de adrenalina, flashbacks à descrição, banda-sonora intrusiva e uma ligeireza que faz equivaler sofrimen-to a entretenimento - “a descida”, mesmo com cria-turas estranhas à mistura, conseguia ser infinitamen-te mais credível e sufocan-te ao atirar personagens para debaixo da terra.

a adolescente parece ter perdido uma grande parte das memórias dos primeiros tempos que passaram juntas e, à medida que elas res-surgem do passado com os sentimentos que lhes estão associados, a sua competência de terapeu-ta e a sua devoção vão de novo ser duramente postas à prova.

Page 22: Registo ed147

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Redacção | Registo

Espectáculos musicais e de dan-ça, teatro, sarau literário, conta-dores de histórias, poesia e activi-dades para os alunos das escolas são algumas das actividades que vão animar a 15ª Feira do Livro de Reguengos de Monsaraz. O evento tem início na sexta-feira, dia 25 de Março, pelas 17h30, e vai decorrer até ao dia 3 de Abril na Praça da Liberdade, em Re-guengos de Monsaraz.

Mais de oito mil livros de 30 editoras podem ser adquiridos pelo público nesta iniciativa or-ganizada pelo Município de Re-guengos de Monsaraz. O horário de funcionamento será entre as 10h e as 23h.

A animação do primeiro dia da Feira do Livro engloba a par-tir das 21h30 um espectáculo com a banda pop/rock Traffic Jam, de Reguengos de Monsaraz. No sábado, às 15h30, haverá um concerto com as Classes de Saxo-fone e de Clarinete do Conserva-tório Regional do Alto Alentejo, seguindo-se, a partir das 17h30, dois contadores de histórias. À noite, pelas 21h30, decorrerá um espectáculo musical com Fer-

nando Vintém (piano) e Inácio Santos (saxofone).

No domingo, às 15h30, actua a Classe de Metais do Conserva-tório Regional do Alto Alentejo, e às 17h poderá ser apreciada a peça de teatro “Graças e Desgra-ças d’el Rei Tadinho”, interpreta-da por alunos da Escola Secun-dária Conde de Monsaraz.

Nas manhãs de segunda a sex-ta-feira haverá actividades para os alunos das escolas do conce-lho de Reguengos de Monsaraz. O programa da Feira do Livro apresenta na segunda-feira, pe-las 21h30, Danças com Livros, também a cargo de alunos da Es-cola Secundária Conde de Mon-saraz, enquanto no dia 30 de Março, quarta-feira, a noite será preenchida com uma tertúlia poética denominada “Histórias d`outros Tempos”.

Na quinta-feira, pelas 18h, ac-tuam os alunos das Classes de Trombone e de Piano do Conser-vatório Regional do Alto Alente-jo, e na sexta-feira, pelas 21h30, haverá um sarau literário pelos alunos da Escola Secundária Conde de Monsaraz.

No dia 2 de Abril, sábado, às 16h, decorre um concerto pela

Banda Juvenil da Sociedade Fi-larmónica Corvalense, seguin-do-se às 17h a actividade Ler em Família, com a família Sousa Albardeiro. A noite será preen-chida a partir das 21h30 com a poesia de Manuel Sérgio, Mau-rício Ramalho e Sara Ramalho, com acompanhamento musical de José Farinha.

O último dia da Feira do Livro, domingo, terá um espectáculo com as Sevilhanas de Reguengos de Monsaraz, pelas 16h, e uma hora mais tarde será a vez da fa-mília Marques Tiago participar na actividade Ler em Família.

No âmbito da 15ª Feira do Li-vro foi promovido um Concurso Literário pelo Centro Local de Aprendizagem de Reguengos de Monsaraz da Universidade Aber-ta, em conjunto com o Município de Reguengos de Monsaraz. Esta iniciativa teve como objectivo estimular a criatividade, contri-buir para o desenvolvimento de uma cultura de escrita e leitura, ajudar a estimular o espírito de iniciativa e permitir a divulga-ção da produção literária.

No Concurso Literário parti-ciparam 23 trabalhos, nove na área da poesia e 14 na de ponto.

Há livros na praçaReguengos de Monsaraz

Feira do livro começa amanha

D.R.

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A Associação de Defesa do Patri-mónio de Beja (ADPB) reúne sex-ta-feira com o secretário de Estado dos Transportes, em Lisboa. Sobre a mesa vai estar a decisão da CP de acabar com a ligação directa Intercidades entre Lisboa e Beja, obrigando a transbordo em Casa Branca.

Em declarações à Radio Pax, o presidente da ADPB, Florival Baioa, reconhece que a situação política “não é favorável a compro-metimentos”. Mas garante que a associação irá continuar a defen-der a electrificação da linha entre Casa Branca e Beja, para que a li-gação Intercidades se mantenha.

É também esta a posição do Par-tido Ecologista “Os Verdes” “que entregou na Assembleia da Re-pública um Projecto de Resolução

mo qual recomenda ao Governo a manutenção e valorização da liga-ção ferroviária entre Beja e Lisboa, a electrificação do troço ferroviário Casa-Branca/Beja e a continuação da ligação ferroviária ao Algarve, através da Funcheira.

“Os Verdes” consideram que a opção da CP é “inaceitável” e “contribuirá para um maior isola-mento de Beja em relação ao país e designadamente em relação à capital”.

“É um desincentivo à opção pela mobilidade ferroviária por parte das populações. O que a CP e o Governo estão a propor, com o não investimento nesta linha fer-roviária e com a perda da ligação directa é uma duração de viagem de cerca de 2h30, o que torna mui-to pouco atractivo o comboio, para além do encarecimento do preço da viagem”.

Também um grupo de deputa-dos do CDS-PP questionou o mi-nistro das Obras Públicas, Trans-portes e Comunicações sobre a intenção da CP de encerrar a linha férrea da Funcheira e o serviço de ligação directa por comboio Inter-cidades entre Beja e Lisboa.

Citado pela Voz da Planície, Hél-der Amaral, um dos subscritores do documento, afirmou que o seu partido “sempre defendeu que o Governo deveria abdicar do TGV em prole de pequenos investi-mentos de maneira a não deixar as populações isoladas”.

Para Hélder Amaral as opções da CP “não fazem sentido, espe-lham bem como o dinheiro públi-co é mal gerido e que relativamen-te a Beja não se compreende que seja anulado um meio de trans-porte fundamental ainda mais quando existe um aeroporto”.

O ninho de Paimogo é um dos maiores embriões de dinossau-ro do Mundo, único na Europa, e faz parte da exposição “Dinos-sauros da Lourinhã”, inaugura-da na Universidade de Évora, patente no Palácio do Vimioso até 3 de Abril.

A exposição reúne ainda uma nova espécie para a ciência, o Lourinhanosaurus antunesi, doado ao Museu da Lourinhã e cujo nome significa “lagarto da Lourinhã”. Com esta espécie, descoberta por Luis Mateus, fo-ram também descobertos ovos, que fornecem importantes in-formações sobre a reprodução de dinossauros.

O maior predador terrestre do Jurássico, o Torvosaurus sp., viveu na zona da Lourinhã e o comprimento do seu crânio atin-ge 1,40m. Na exposição podemos ver a réplica em tamanho natu-ral do crânio deste animal, única em Portugal.

Trata-se do mais relevante pa-trimónio do género em Portugal e está disponível na Universida-de de Évora, bem como alguns quadros premiados, nos vários concursos internacionais de ilustração de dinossauros.

Beja

árvores noFacebookO Instituto Politécnico de Beja (IPB) vai plantar nas suas explorações agrícolas uma árvore por cada clique na opção ‘gosto’ da página da instituição no Facebook.A campanha Planta uma árvore à distância de um clique decorre desde hoje e até que seja atingido o limite de quatro mil ‘gostos’ na página do Facebook da instituição de ensino superior público de Beja, explicou Carlos Daniel Rego, do Instituto Politécnico de Beja.As árvores, sobreiros e pinheiros que vão ser cedidos por uma sociedade de produção e comércio de plantas, serão plantadas nas explorações agrícolas do IPB por alunos dos cursos de Agronomia, Biologia e Engenharia do Ambiente.

dinossaurosem évora

Movimento de cidadãos reúne com secretário de Estado

universidade Intercidades

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