regiÕes econÓmicas

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REGIÕES ECONÓMICAS Número 1505 | sexta-feira, 28 de junho de 2013 | Preço 1 cênt. | Diretor Guilherme Borba O JORNAL ECONÓMICO | www.oje.pt | ipad | iphone | android Mercosul África Ocidental Golfo Pérsico PÁG. 38 a 42 PÁG. 44 a 52 PÁG. 54 a 62 7 ANOS 7 ESCOLHAS 7 TEMAS 7º ANIVERSÁRIO DO JORNAL OJE 7 startups de sucesso internacional 7 novas tendências 7 personalidades 7 produtos para exportação 7 pólos de inovação 7 marcas exportadoras 7 principais destinos das exportações Págs. 10 e 12 Págs. 22 e 24 Págs. 30 e 32 Págs. 18 e 20 Págs. 26 e 28 Págs. 34 e 36 Págs. 14 e 16

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REGIÕES ECONÓMICAS

NNúúmmeerroo 1505 | sexta-feira, 28 de junho de 2013 | PPrreeççoo 1 cênt. | DDiirreettoorr Guilherme BorbaO JORNAL ECONÓMICO | www.oje.pt | ipad | iphone | android

Mercosul África Ocidental Golfo Pérsico

PÁG. 38 a 42 PÁG. 44 a 52 PÁG. 54 a 62

7 ANOS

7 ESCOLHAS7 TEMAS

7º ANIVERSÁRIO DO JORNAL OJE7 startupsde sucessointernacional

7 novastendências

7 personalidades

7 produtospara exportação

7 pólosde inovação

7 marcasexportadoras

7 principaisdestinosdas exportações

Págs. 10 e 12

Págs. 22 e 24

Págs. 30 e 32

Págs.18 e 20

Págs.26 e 28

Págs.34 e 36

Págs. 14 e 16

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www.oje.pt • ipad • iphone • android| 4 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

As soluções para o país passampelo crescimento da economiae pela expansão das empresasnacionais para mercados emcrescimento económico. Os mer-cados tradicionais de exportaçãode Portugal estão em recessão ouem crescimento anémico, caso daZona Euro, enquanto os mercadosextracomunitários estão a sofreralgum esgotamento. Impõe-seprocurar alternativas em novos

mercados e, em paralelo, otimizaro que se produz em termos de benstransacionáveis para manter o nívelde exportações.Neste 7.º aniversário do OJE, o radical“7” vai estar presente ao longo destaedição. São 7 temas de análise factuale apresentada de forma intuitiva, ondelançamos aquelas que consideramosserem as 7 personalidades do momen-to em Portugal, para de seguida esco-lhermos 7 pólos de inovação que estão

a transformar o país, as “nossas 7startup de sucesso internacional, as 7tendências em termos de consumo, os7 produtos para exportação, as 7 mar-cas que levam Portugal para o exteriore os 7 principais destinos das expor-tações nacionais. Mas oferecemos mais. Consideramos que o futuro estáem novos mercados com potencial decrescimento, de empatia com empresasportuguesas e de absorção de produ-

tos nacionais e optámos por trêsregiões económicas com aquelascaracterísticas: Mercosul, GolfoPérsico e África ocidental.Nestas regiões, encontrámos opor-tunidades e potencial em termos desub-região, com projetos transversaisa vários países. Consideramos que esteestudo focado e localizado pode servirde suporte à tomada de opções nainternacionalização ou na procurade parcerias comerciais.

ENQ

UA

DR

AM

ENTO

Guilherme BorbaAdministrador

EDITORIAL

O OJE AGRADECE A PARTICIPAÇÃO DAS SEGUINTES EMPRESAS NESTA EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

PPuubblliiccaaddoo ddiiaarriiaammeennttee ddee tteerrççaa aa sseexxttaa--ffeeiirraa • PROPRIEDADE - Megafin Sociedade Editora S.A., Registo na ERCS N.º 223731, N.º de Depósito Legal: 245365/06 • SEDE - Avenida Casal Ribeiro, n.º 15 – 3.º, 1000-090 Lisboa, Tel.: 217 922 070, Fax: 217 922 099, Email: [email protected] • DIRETOR - Guilherme Borba • EDITORA EXECUTIVA - Helena Rua • REDAÇÃO - Armanda Alexandre, Almerinda Romeira, Catarina Santiago, Sónia Bexiga e Vítor Norinha • ÁREA COMERCIAL- DDiirreettoorr João Pereira, 217 922 088 – [email protected], GGeessttoorreess ddee CCoonnttaass Isabel Silva – 217 922 094, André Domingues – 217 922 073, Paulo Corrêa de Oliveira, 217 922 097 • ASSINATURAS Alexandra Pinto, 217 922 096, [email protected] • ÁREAFINANCEIRA - Florbela Rodrigues • CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO - João Lino de Castro (Presidente) e Guilherme Borba – [email protected] • IMPRESSÃO - Grafedispor, Impressão e Artes Gráficas SA, Estrada Consiglieri Pedroso, Barcarena •TIRAGEM - 17 300 • Nenhuma parte desta publicação, incluindo textos, fotografias e ilustrações, pode ser reproduzida por quaisquer meios sem prévia autorização do editor.

EEDITORIAL

Para assinar o oje, vá já a:www.oje.pt

Membro da:

HÁ SETE anos, o OJE entrou nomercado dos media para inovar.Ciente da necessidade de criar ummodelo que fosse suficientementesimples e, simultaneamente, comuma abordagem condensada à in-formação económica nacional e in-ternacional, rapidamente ganhou oseu espaço no mercado das publica-ções económicas.

Paulatinamente, através de ummodelo de distribuição inovador,fugindo ao conceito de venda embanca, partiu para um conceito pro-ximidade com o leitor, através deuma distribuição dinâmica e efici-ente.

O espaço que o OJE foi conquis-tando neste mercado, ao longo des-tas mais de 1500 edições, deveu-se,fundamentalmente, à qualidade dainformação disponibilizada aos lei-

tores, através de um modelo lowcost, que manteve sempre a preocu-pação de dar a “notícia pela notí-cia”, factual e objetiva.

Ao contrário de outras publica-ções económicas, o modelo de ne-gócio do OJE tem-se mantido fiel asi mesmo ao longo deste período,sem necessidade de recorrer à ofer-ta de edições para não reduzir a cir-culação impressa, já que o OJE, talcomo os outros económicos domercado, é uma publicação de cir-culação paga.

Como profissionais, acreditamosna concorrência saudável, pois sóassim o mercado pode crescer e evo-luir de forma justa.

Acima de tudo, e porque somosum player ativo e credível destemercado dos media económicos hásete anos, trabalhamos diariamen-

te para os nossos leitores e paralhes dar a melhor informação, deforma concisa, eficaz e direta, apar-

tidária e independente. O setor dos media tem enfrenta-

do, nos últimos anos, desafios semprecedentes, que se irão manter, ca-so as condições macroeconómicasnão sofram alterações a curto pra-zo.

Ainda assim, mesmo perante to-das as adversidades que se adivi-nham para o futuro, o modelo doOJE tem vindo a afirmar-se comouma importante e reconhecida fer-ramenta de tomada de decisão paraos empresários nacionais.

Embora não sejamos futurologis-tas, principalmente numa alturaem que não existem verdades abso-lutas, vamos continuar a trabalhardiariamente na edição impressa eno www.oje.pt para divulgar a in-formação que já merece a sua con-fiança e credibilidade.

O OJE lidera o segmentode publicações económi-cas com uma quota demercado de 45%, tendo o Diário Económico 28%e o Negócios 25%

CIRCULAÇÃO IMPRESSA PAGAFONTE: APCT, RELATÓRIO JAN/FEV 2013

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2006

2007

7 ANOS

Milhões de NOTÍCIAS1505 EDIÇÕES

7.º ANIVERSÁRIO DO JORNAL OJE

2013

2012

2010

2008

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 6 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

2011

2008

2011

2009

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www.oje.pt • ipad • iphone • android| 8 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

7 ANOS

7 ESCOLHAS7 TEMAS

7º ANIVERSÁRIO DO JORNAL OJE7 startupsde sucessointernacional

7 novastendências

7 personalidades

7 produtospara exportação

7 pólosde inovação

7 marcasexportadoras

7 principaisdestinosdas exportações

Págs. 10 e 12

Págs. 22 e 24

Págs. 30 e 32

Págs.18 e 20

Págs.26 e 28

Págs.34 e 36

Págs. 14 e 16

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Quando sucesso é sinónimo de talento

7 PERSONALIDADES

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A criatividade na gestão, conceção ou produção de um produto,serviço ou de uma obra de arte reúne um conjunto de figuras que,entre tantas outras, colocaram o talento em português no mapa

JOANA VASCONCELOS

ARTISTA PLÁSTICA

PERSONALIDADES

Criatividade sem fronteiras Com lugar merecido e conquistado entre osnomes que mais prestigiam a arte em Portu-gal, levando a todo o mundo a inspiração, acriatividade e a qualidade de raiz portuguesa,Joana Vasconcelos escolheu Lisboa para vivere trabalhar, mas foi Paris que a viu nascer.A artista explica a natureza do seu processocomo estando assente na apropriação, des-contextualização e subversão de objetos pré--existentes e realidades do quotidiano. Partin-do de engenhosas operações de deslocação,reminiscência do ready-made e das gramáti-cas nouveau réaliste e pop, oferece uma visãocúmplice, mas simultaneamente crítica, da so-ciedade contemporânea e dos vários aspetosque servem os enunciados de identidade cole-tiva, em especial o estatuto da mulher, dife-renciação classista e identidade nacional. Em

2006, recebeu o prémio The Winner Takes ItAll, da Fundação Berardo, com a obra “Néc-tar”, atualmente instalada no Museu ColecçãoBerardo, em Lisboa. Já em 2003 lhe tinha si-do atribuído o Prémio Tabaqueira de Arte Pú-blica para o projeto “Kit Garden”, instalado noLargo do Intendente, em Lisboa; e, em 2000,venceu o Prémio EDP Novos Artistas. Expõeregularmente em Portugal e no estrangeirodesde 1994 e o último, e altíssimo ponto dasua carreira internacional, teve como epicen-tro França, mais precisamente o Château deVersailles, que recebeu as suas obras em2012. Atualmente, Joana Vasconcelos conti-nua a iluminar o caminho até Portugal, dandobastante que falar na Bienal de Veneza, com o“Trafaria Praia”, a mais recente intervençãoda artista, desta feita, num velhinho cacilheiroque renasceu fruto de uma criatvidade única.

ZEINAL BAVA

CEO PORTUGAL TELECOM

PERSONALIDADES

De malas feitas para o BrasilAs últimas boas notícias, porque o sucessoteima em coroar todos os passos deste gestor,revelam um manancial de prémios, promoçõese distinções que, inevitavelmente, nos levam afalar deste profissional de excelência. ZeinalBava vai assumir a presidência executiva dabrasileira Oi; a revista financeira InstitutionalInvestor elege-o “melhor CEO em Portugal”,sendo que a distinção é alargada ao contextointernacional, onde arrecada o troféu demelhor CEO do setor de telecomunicações daEuropa, à frente de Vittorio Colao (Vodafone)e de Ian Livingston (British Telecom). Em2010, 2011 e 2012, a revista já o tinha consi-derado o melhor CEO de telecomunicações e,em 2003, 2004 e 2005, foi eleito conse-cutivamente o melhor CFO da Europa

no setor. Mas Bava continua em alta e a maisrecente prova vem do Thomson Reuters ExtelSurvey, que o incluiu entre os 25 melhoresCEO a trabalhar na Europa, surgindo num des-tacado 5.º lugar, ainda melhor que o 6.º postode há dois anos e o 14.º do ano passado. De-fensor assumido da necessidade de potenciare fomentar a exportação como caminho decrescimento, elege a atração de investimentoestrangeiro e o empenho em equilibrar a ba-lança comercial como principais pilares. Ques-tionado sobre como deveríamos pensar as ex-portações, responde com convicção que passapela “transição do ‘Made in’ para o ‘Made by’,que vai mais além, no sentido em que começa-mos a acrescentar valor”. Considerando existirum longo caminho a percorrer sublinha quePortugal têm os “três T” necessários parao sucesso: tolerância, tecnologia e talento.

ASSUNÇÃO CRISTAS

MINISTRA DA AGRICULTURA, MAR, AMBIENTE E TERRITÓRIO

PERSONALIDADES

Senhora da terra e do marDetentora de uma das pastas por muitos con-siderada problemática, Assunção Cristas lidahá dois anos com setores fundamentais parao país que, embora não a tenha visto nascer,uma vez a ministra nasceu em Luanda, em1974, tem contado com os seus serviços nadefesa dos interesses nacionais. A mulherque já foi descrita como sendo “perfecionista,pragmática e certinha”, confessa ter entradopara o mundo da política por mera casuali-dade e assume ter alimentado sempre osonho de ser professora. De lições tem sidofeia a sua passagem pelo Governo, que serásuspensa, com o final de tempo de gestação.A primeira foi lecionada aquando da suachegada ao Ministério da Agricultura, do Mar,do Ambiente e do Ordenamento do Território,onde rapidamente assinou um despacho a dis-

pensar os seus funcionários do uso do símbo-lo universal de formalidade, a gravata, visan-do poupar energia, fazendo valer os estudosque mostram que prescindir da gravata per-mite descer em 2o C a temperatura do arcondicionado. Seguiram-se lições de empenho, especial-mente nos dossiers algo complicados da agri-cultura e do mar/pescas, para a qual a minis-tra defende um incremento adicional e sobreos quais têm demonstrado evidente regozijo,anunciando números em crescente incontor-nável, como é o caso das exportações dosprodutos agrícolas. A revisão da matéria só ficou dada com a leido arrendamento. Trouxe-lhe maiores dissa-bores, mas, convicta, Cristas fez avançar asmedidas que elege como o passaporte paraa resolução de um grave problema do país.

MIGUEL DOMINGOS/©UNIDADE INFINITA PROJECTOS

PERSONALIDADES POR SÓNIA BEXIGA

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LEONOR BELEZA

PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD

PERSONALIDADES

Na frente da inovaçãoCom um passado recente rico em lutas e de-bates políticos, assumindo por duas vezes oMinistério da Saúde, nos X e XI GovernosConstitucionais, bem como outros cargos denatureza executiva política, Leonor Belezatem, de há uns anos a esta parte, igual papelde destaque na sociedade, conduzindo os des-tinos da já célebre Fundação Champalimaud,num convite que lhe foi endereçado pelo pró-prio fundador, António Champalimaud, em2004. Nestas funções, acompanham-na JoãoSilveira Botelho e António Horta Osório. So-bre o convite do fundador para que assumissea presidência de uma entidade que viria a teruma dimensão e reconhecimento no mundocientífico global tal que apontou um holofoteúnico sobre Portugal, Leonor Beleza já tornoupúblico que tudo começou com um telefone-

ma que ele lhe fez. Partilhou que ia criar, emtestamento, uma fundação para fazer investi-gação na área da saúde e que a estava con-vidá-la para ser a presidente. Um telefonemaque, confessa, a apanhou de surpresa. Na al-tura, Leonor Beleza era deputada e tomou adecisão de que passaria a ocupar-se a tempointeiro da fundação, mas, pouco depois, houveuma dissolução da Assembleia da Repúblicae tornou-se mais fácil e rápido cumprir aquiloque já tinha determinado. Conhecida peloprofissionalismo, rigor e dinamismo com queabraça cada desafio, assumiu, desde o iníciodeste mês, mais uma frente de trabalho, des-ta feita, como presidente do conselho geralda Universidade de Lisboa, resultante dafusão das atuais universidades de Lisboa eTécnica de Lisboa e que funcionará nos novosmoldes já a partir do próximo ano letivo.

ELVIRA FORTUNATO

CIENTISTA

PERSONALIDADES

Inovação no seu expoente máximo“A cientista que ganhou 2,5 milhões de eurosdo European Research Council” - assim come-çava por ser conhecida e por chamar a aten-ção Elvira Fortunato, a cientista da Faculdadede Ciências e Tecnologia da Universidade No-va de Lisboa (UNL) que, em 2008, conquistouo maior prémio de sempre dado a um investi-gador português. O nome do projeto vencedoré Invisible (Invisível) e propõe-se fazer tran-sístores e circuitos integrados transparentes,usando óxidos semicondutores, uma ideia ar-rojada e inovadora a nível mundial. Num ápi-ce, a cientista estava no mapa e, claro, tam-bém Portugal e o seu potencial tecnológico ede engenharia. Surge de imediato na ediçãoonline do Financial Times e, qual bomba nosmeios científicos mundiais, foi possível, nosdias que se seguiram, assistir ao fenómeno de

pesquisar na internet “paper transistor” elogo encontrar mais de quatro milhões desites em todas as línguas, incluindo chinês erusso, com resposta pronta sobre a descober-ta da equipa liderada por Elvira Fortunato.Atualmente, a cientista e a sua equipa traba-lham afincadamente no CENIMAT - Centrode Investigação de Materia com nanomate-riais, evidenciando a importância que ananotecnologia pode assumir para Portugal.No entanto, ainda falamos de um trilho áridono que diz respeito a apoios e reconhecimen-to. Como constrangimento maior ao sucesso,a cientista aponta o afastamento que persisteentre a indústria e a universidade, para o qualnão encontra resposta identificando, pelo con-trário, recursos humanos, técnicas, equipa-mentos e infraestruturas que deveriam obri-gatoriamente gerar a inversão desta situação.

PAULO PEREIRA DA SILVA

CEO RENOVA

PERSONALIDADES

Sem medo de dar cor à vidaO “Senhor papel higiénico sexy” quando, lápara os princípios dos loucos anos 80, se en-saiavam projetos de física estatística aplicadaà mecânica quântica, estava bem longe depensar que pouco mais de uma década o se-parava da projeção da Renova no panoramanacional e internacional do consumo. Termi-nados os estudos em Lausanne, na École Poly-téchnique Fédérale, onde se licenicou em En-genharia Física, regressa a Portugal em 1984e estreia-se na Renova Fábrica de Papel doAlmonda, no âmbito da gestão industrial. Em1991, entrou para o conselho de administra-ção e, passados quatro anos, assumia a presi-dência, um cargo que exerce entusiasticamen-te, e como poucos, até hoje. Um cartaz à en-trada da fábrica, exibe orgulhosamente a sua

máxima “Why not?”, argumento basilar que oconduziu, juntamente com todos os acionis-tas, inclusive os céticos irredutíveis, a apostarno agora célebre papel higiénico preto - o“papel higiénico mais sexy do mundo”. Emmaio último, veio a público a derradeira con-quista da empresa: a Renova entrou na Wal-mart, a maior cadeia de supermercados domundo, insígnia onde começou a vender a suagama premium. Esta entrada abrange cercade 350 hipermercados no Canadá e, paraPaulo Pereira da Silva, trata-se de “um impor-tante passo na internacionalização da Renovaque revela a eficácia da estratégia adotada ereflete a clara e significativa aposta nos mer-cados externos”. A entrada na Walmart é,sem dúvida, uma mais-valia para a marca emais um sinónimo de excelência pensada eproduzida em português. Sem dúvida.

D. MANUEL CLEMENTE

PATRIARCA DE LISBOA

PERSONALIDADES

O regresso à capitalDe partida da Diocese do Porto, onde chegouem 2007, e a ultimar a sua chegada ao Patri-arcado de Lisboa, D. Manuel Clemente, galar-doado com o Prémio Pessoa e pioneiro na uti-lização do Youtube para a divulgação dasmensagens da diocese, traz, e agradece, aamizade com que foi recebido e acompanha-do e relembra agora que, de Lisboa, levou,para o Porto, 58 anos de vida como leigo eministro ordenado, sob o pastoreio dos Car-deais Cerejeira, Ribeiro e Policarpo, de quemguarda “larga e agradecida recordação”, emespecial de D. José Policarpo, de quem foialuno e, mais tarde, colaborador próximo noSeminário dos Olivais e no serviço episcopal.Homem de reconhecidas intervenções nopanorama cultural e religioso, muito atentoàs questões sociais, considera que a crise

económica e de valores é visível, mas sendoestes momentos “negativos no prejuízo quetrazem às pessoas”, também são “ocasião pa-ra uma renovada presença cristã no mundo”.Em tempos difíceis, o responsável reconheceque “sempre foi” difícil pregar o Evangelho aestômagos vazios, apelando à entreajuda ecolaboração entre todos. Assinalou os seisanos de tomada de posse na Diocese do Por-to, com o livro “O tempo pede uma nova E-vangelização”, defendendo a participação cívi-ca e a consciencialização política. Através doqual sublinha que os cidadãos devem “estarem tudo” e com “mais interesse”, de forma anão serem apenas espetadores. “Não julgoque a vida política se resolva apenas ao níveldas instituições, é absolutamente necessáriauma motivação de quem está diretamente naatividade política mas também de nós todos”,

DIOCESE DO PORTO

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Excelência na investigaçãonacional

7 PÓLOS DE INOVAÇÃO

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 14 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

Os investigadores que, mais ou menos em surdina, vão fazendo umtrabalho de mais-valia ímpar, têm surgido à luz do dia diretos paratodo o mundo quando as suas descobertas são maiores que o paísque os alberga. Paulatinamente, vão provando aos seus pares quePortugal tem condições, talento e pode vir a ter uma palavra maiornos mundos da tecnologia, ciência e investigação

EXPERIMENTA DESIGN

DESIGN

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Cultura em portuguêsA “sacudir” as estruturas mais tradicionais des-de 1998, a partir de Lisboa para o mundo, aexperimentadesign, uma associação cultural,assume-se, acima de tudo, como uma unidadede produção de conhecimento e de realidade eum polo difusor de conteúdos nas áreas de de-sign, arquitetura e cultura de projeto. Elege co-mo matéria-prima a criatividade e o campo deinserção é a cultura e a sua permanente trans-formação, numa perspetiva integradora e mul-tidisciplinar. Move-se no sentido de uma inter-venção incisiva no modo de pensar, produzir epromover cultura em Portugal e no estrangei-ro, repercutindo-se ativa e positivamente nopanorama transnacional. Este duplo objetivoconcretiza-se através da conceção, dinamiza-ção e promoção de projetos de criadores e ins-tituições portuguesas, bem como do forjar de

uma rede de contatos e parcerias com entida-des internacionais. No âmbito internacional,tem vindo a estabelecer coproduções, parce-rias, colaborações e cooperações com institu-tos, museus, centros culturais e de investiga-ção, organismos oficiais e embaixadas. O proje-to emblemático da experimentadesign, é aBienal EXD, cuja primeira edição foi em Lisboaem 1999, e se dedica ao design, arquitetura ecriatividade contemporânea. Posicionando-secomo uma plataforma internacional dinâmicae arrojada que promove a cultura contemporâ-nea através da discussão e reflexão, a EXD ge-ra e apresenta projetos, conceitos e ideias ori-ginais em diferentes formatos. As EXD'13 Lis-boa e EXD'14 São Paulo, têm como tema “NoBorders” e convoca designers, arquitetos, pen-sadores, produtores, investigadores, economis-tas, gestores, políticos e o público em geral,

TAGUS PARK

TECNOLOGIA E BIOTECNOLOGIA

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Do projeto à realidadeAs áreas das Tecnologias de Informação, Co-municação e Eletrónica, Energias Renováveis eEficiência Energética, Biotecnologia e Ciênciasda Vida, são rainhas e senhoras na incubadorado Taguspark – Parque de Ciência e Tecnologiaque recebe de braços abertos, há mais de umadécada, empreendedores no processo de de-senvolvimento sustentado das suas ideias denegócio. Focado em disponibilizar meios eapoios que permitam transformar projetos emrealidades empresariais, o Taguspark dirige-sea pessoas com um perfil empreendedor que es-tejam à procura das infraestruturas necessá-rias para a criação e gestão de start-ups debase tecnológica. A todo os interessados, queem breve encontrarão um centro atualizado,modernizado e de oferta mais diversificada,

assim estejam concluídas as “profundas” obrasem curso, o Taguspark esclarece que a incuba-ção passa obrigatoriamente por três fases dis-tintas, porém complementares: pré-incubação(ideia, prova de conceito, concretização do pla-no de negócios e criação da empresa); incuba-ção (conceção tecnológica do produto e/ou ser-viço) e, por último, o desenvolvimento empre-sarial (com uma duração estimada de 2 anos).Os empreendedores devem ainda preparar-separa, de 6 em 6 meses, serem avaliados pela“equipa de gestão”, relativamente à evoluçãoda já referida fase de desenvolvimento, bemcomo sobre a contribuição para a comunidadeda incubadora e participação nas iniciativasque se sucedem e são sempre planeadas a pen-sar no enriquecimento das startups. Com o re-sultado das avaliações semestrais, o Tagusparkdecidirá se a start-up permanecerá ou não.

INSTITUTO PEDRO NUNES

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Por onde fervilha inovaçãoFoi distinguido por ter a melhor incubadora debase científica do mundo, nos últimos 15 anosjá apoiou mais de 200 projetos empresariaisque geraram cerca de 1700 empregos e umnível de 75 milhões de euros de volume de ne-gócios, apenas em 2011, e prepara-se para, ain-da no decorrer deste ano, receber a XI Confe-rência Internacional de Incubação de Base Ci-entífica, e inaugurar a nova “aceleradora deempresas” com 4500 m2 de área, serviçosavançados de dinamização e internacionaliza-ção de negócios. Falamos, claro, do InstitutoPedro Nunes (IPN), dirigido por Teresa Mendes. Criado em 1991 por iniciativa da Universidadede Coimbra, o IPN - Associação para a Inova-ção e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologiatem como missão contribuir para transformaro tecido empresarial e as organizações em ge-

ral promovendo uma cultura de inovação, quali-dade, rigor e empreendedorismo, assente numsólido relacionamento universidade/empresa eatuando em três frentes que se reforçam ecomplementam: investigação e desenvolvimen-to tecnológico, consultadoria e serviços espe-cializados; incubação de ideias e empresas; for-mação especializada e divulgação de ciência etecnologia. A incubadora foi criada em 2002,por iniciativa do IPN e da Universidade de Coi-mbra, e visa promover a criação de spin-offs,apoiando ideias inovadoras e de base tecnológi-ca oriundas dos laboratórios do IPN, de insti-tuições do ensino superior, em particular daUniversidade de Coimbra, setor privado e pro-jetos em consórcio com a indústria. Os projetoscom carácter prioritário são spin-offs surgidasda Univ. de Coimbra e startups que asseguremuma forte ligação ao meio universitário.

PERSONALIDADES POR SÓNIA BEXIGA

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www.oje.pt • ipad • iphone • android| 16 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

CENTRO TECNOLÓGICO DO CALÇADO DE PORTUGAL

CALÇADO

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Conforto amigo do ambienteO Centro Tecnológico do Calçado de Portugal(CTCP) pensa, estuda e aperfeiçoa o universodo calçado desde 1986, ano em que a Associa-ção Portuguesa dos Industriais do Calçado,Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâ-neos (APICCAPS) e dois Institutos do Ministé-rio da Economia, o IAPMEI e o INETI, a partirdo Laboratório de Controlo da Qualidade cria-do em 1981, avançam para a sua criação. Cominstalações em São João da Madeira e Felguei-ras, localizações nevrálgicas na história e evo-lução do setor em Portugal, o CTCP tem comoprincipais objetivos apoiar técnica e tecnologi-camente as empresas; promover a formaçãotécnica e tecnológica dos recursos humanos ea melhoria da qualidade dos produtos e proces-sos industriais; preparar e divulgar informaçãotécnica junto da indústria; realizar e dinamizar

trabalhos de investigação, desenvolvimento edemonstração. Destaque para o projeto de in-vestigação Be Nature, principiado em 2010 eque integra juntamente com alguns parceiros,e que tem como objetivo desenvolver couro,componentes e calçado biodegradáveis e com-portáveis destinados a consumidores que pro-curam produtos ecológicos. Por todo mundo seinvestiga a temática dos materiais e produtosbiodegradáveis, são inúmeras as empresas queapostam no desenvolvimento de produtos eprocessos “mais amigos” do ambiente. Atual-mente, o projeto encontra-se numa fase já bas-tante avançada da sua implementação, tendo ofinal previsto para dezembro de 2013, e foramjá desenvolvidos couros desintegráveis porcompostagem para aplicação em calçadocomo couro de exterior, forro e palmilhase respetivos processos produtivos.

CENIMAT - CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM MATERIAIS

NANOCIÊNCIA

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Pequenas grandes descobertasAvaliado por um painel de especialistas inter-nacionais na área da Ciência e Engenharia deMateriais desde 1996, terminou o seu testecom distinção e obteve a classificação de “ex-celente”. O que não deixou margem para dúvi-das sobre o elevado grau de mérito científicoe técnico da atividade do CENIMAT/I3N (fru-to das participações das universidade Novade Lisboa, Minho e Aveiro) – um centro nacio-nal de pesquisa científica patrocinado peloMinistério da Ciência, Tecnologia e Ensino Su-perior, através da Fundação para a Ciência eTecnologia e que conta com a liderança de El-vira Fortunato. Este mesmo painel de especia-listas viria ainda a reconhecer e a indicar queo CENIMAT poderia ser considerado, a nívelnacional, como "um modelo de excelência nocampo da ciência dos materiais e engenha-

ria". Consciente do papel relevante que a suainvestigação assume, o Centro chama a si amissão de promover a excelência em nanoci-ência, nanomateriais e nanotecnologias parafins sócio económicos. Assim, um dos seusprincipais objetivos é a criação, manutenção efortalecimento de uma comunidade em portu-guês, capaz de fornecer os valores desejáveisna atividade de I&D, para excelência em ciên-cia e tecnologia, em linha com a União Euro-peia. Pretende ajudar a melhorar as relaçõesentre indústria e centros de pesquisa, a fimde ser capaz de responder aos desafios dainovação, certo de que requer uma aborda-gem concertada a nível nacional mas quer sera força motriz para a consolidação, gerando edifundindo esta excelência, com um impactoestruturante durável na modernização euro-peia de investigação, riatividade e inovação.

INESC PORTO

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Pela modernização do paísO INESC Porto, presidido por José ManuelMendonça, assume um posicionamento ativorevela procurar pautar a sua ação por critériosde inovação, de internacionalização e deimpacto no tecido económico e social, sobre-tudo pelo estabelecimento de um conjunto deparcerias estratégicas que garantam a sua es-tabilidade institucional e sustentabilidade eco-nómica. A atividade deste Centro visa a investi-gação científica e o desenvolvimento tecnológi-co, mas também a consultoria e formaçãoavançada, bem como a transferência de tecno-logia e o lançamento de novas empresas debase tecnológica. Trata-se assim de uma insti-tuição criada para assumir um papel de inter-mediário, construindo quantas pontes foremnecessárias até que as relações se estreitem,entre os tão diferentes mundos académico e

empresarial da indústria e dos serviços. No en-tanto, munido de uma longa e rica experiênciao INESC Porto estende esta sua proatividade àadministração pública, no âmbito das tecnolo-gias de informação, telecomunicações e eletró-nica. Como objetivos estratégicos, evidenciam--se a produção de ciência e de tecnologia capa-zes de competir a nível nacional e mundial; acolaboração na formação de recursos humanosde qualidade científica e técnica, motivados pa-ra apostar nas capacidades nacionais e na mo-dernização do país; contribuir para a evoluçãodo sistema de ensino científico e tecnológico,modernizando-o e adaptando-o às necessida-des do tecido económico e social; promover,facilitar e incubar iniciativas empresariais quepossibilitem a valorização das suas atividadesde I&D e promovam o espírito de iniciativa ede risco entre os seus jovens investigadores.

IDITE MINHO

TECNOLOGIA

PÓLOS DE INOVAÇÃO

Saber e empresas mais próximosUma infraestrutura tecnológica capaz de cons-truir um “verdadeiro interface” entre centros desaber e as empresas, assim se define o IDITEMinho – Instituto de Desenvolvimento e Inova-ção Tecnológica do Minho. Assegurando aindaque, devido à sua estrutura extremamente flexí-vel, se ajusta continuamente aos curtos ciclosde vida das tecnologias com que trabalha. Acumprir o seu desígnio desde 1994, surgiu deuma iniciativa conjunta da Universidade doMinho, da Associação Industrial do Minho e doInstituto Nacional de Engenharia e TecnologiaIndustrial. Ao longo dos anos adquiriu umavasta experiência no desenvolvimento de proje-tos em parceria com empresas, universidades,infraestruturas tecnológicas e outras organiza-ções nacionais e estrangeiras, tendo já desen-volvido parcerias em Espanha, Reino Unido,

Alemanha e Grécia. Atualmente, divide-se pe-las áreas das Tecnologias de Informação e Co-municação, Ambiente e Energia e conta com 4projetos em curso: “RHXXI, Recursos Humanospara o Século XXI”, desenvolvido no âmbito doPrograma Equal, visa incrementar índices equalidade da formação profissional; o “RE-START, Recursos Multimédia de Apoio à Re-conversão e Qualificação no Artesanato”, tam-bém inserido no Equal, destina-se a desempre-gados da indústria têxtil e vestuário e a arte-sãos e está orientado para a reconversão pro-fissional e adaptabilidade de desempregados; o“AquaSmart, Sistema de Apoio à Tomada deDecisão na Gestão de Estações de Tratamentode Água”, integrado no Programa IDEIA, con-siste no desenvolvimento de um sistema com-putacional inovador, de suporte à gestão de es-tações de tratamento de águas para consumo.

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Arranquesbrilhantes

7 STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

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Seguem-se alguns exemplos, felizmente selecionados entre um vastomanancial de casos de sucesso espalhados por todo o país, de jovensempreendedores que avançaram, talentosamente, para negócios que,logo no arranque, já tinham tudo para dar certo e surpreendero mundo. É bom. É mesmo muito bom e é português.

SCIENCE4U

BRINQUEDOS CIENTÍFICOS

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Construir conhecimento a brincarA Science4you, empresa dedicada ao desen-volvimento e produção de brinquedos científi-cos, nasceu em 2008, fruto de um projeto definal de curso de alunos do ISCTE feito emparceria com a Faculdade de Ciências. MiguelPina Martins, atual presidente executivo, de-cidiu arriscar, ficou à frente do projecto e di-namizou-o junto de potenciais investidores.Acabaria por ver o seu percurso reconhecidopela Comissão Europeia, que o nomeou “Em-preendedor do Ano 2010”, no âmbito da SMEWeek 2010. Questionado sobre as razões dosucesso da empresa, o responsável aponta“nunca desistir, oferecer brinquedos comvalor acrescentado e encontrar os melhoresparceiros”. Em 2012, registou vendas de 1,4milhões de euros no ano passado em Portugale Espanha, uma duplicação face ao ano ante-

rior. “Não podíamos estar mais satisfeitoscom os resultados ibéricos. Espanha foi, desdecedo, uma aposta de grande importância econstitui um dos primeiros passos no nossoprocesso de internacionalização”, diz PinaMartins. Atualmente, a Science4you tem fi-liais em Espanha e Reino Unido. A entradano Reino Unido, concretizada no final do anopassado, significou um investimento de meiomilhão de euros. O objetivo de crescer nomercado inglês é claro e assenta no plano de,através da língua inglesa, conseguir chegar apaíses como a Índia, China ou Japão. Emtermos de posicionamento em cada um dosmercados em que se encontra, garante queapenas repete o método vencedor da parce-ria, privilegiando universidades locais paradar credibilidade científica e os museus deCiência que dão visibilidade ao produto.

BIOALVO

PRODUTOS NATURAIS

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

100% NaturalO lema da Bioalvo, a “biotech dos produtosnaturais”, é arriscar e inovar “para construirhoje as soluções de amanhã”. Fornece solu-ções de biotecnologia para maximizar a apli-cação de ingredientes naturais portugueses erecursos do mercado, contribuindo para o de-senvolvimento de novos produtos, utilizandosoluções inovadoras que estejam alinhadoscom a natureza e práticas sustentáveis. Foiconstituída em novembro de 2005 como umabiotecnológica com o seu próprio pipeline demedicamentos contra doenças neurológicas.A procura constante de moléculas e compos-tos inovadores levou-a a concentrar-se nosativos oriundos do mar e da natureza, numa“poderosa” combinação que deu resultadosmuito positivos na identificação de novoscompostos para diferentes aplicações

farmacêuticas. Este sucesso foi a sementepara uma abordagem mais aberta e impulsio-nou a Bioalvo para um mercado mais amplo ebem mais diversificado. Em 2011, implemen-tou uma estratégia de reposicionamento pro-funda e 2012 ficou marcado pela expansãode patentes, produtos e carteira de clientes(estreando-se no mercado dos EUA) e assistiuao “orgulhoso” nascimento do primeiro ingre-diente nacional e 100% natural para a indús-tria da cosmética (RefirMAR). Helena Vieira,presidente e CEO da Bioalvo, sublinha que asexportações já atingem cerca de 60% do vo-lume de negócios da empresa, prevendo umaumento do volume de negócios em 50% nospróximos três anos. Nos últimos anos, a em-presa passou de um volume de 32 207 eurosem 2009 para 138 484 euros em 2012 (12%em 2009 para 58% em 2012).

BIOSURFIT

TECNOLOGIA/SAÚDE

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Pela sua saúdeA tecnologia da Biosurfit baseia-se num equi-pamento de leitura - Spinit Reader - e na utili-zação de discos descartáveis - Spinit Disposa-bles. Mediante a utilização de uma gota desangue, esta tecnologia consegue disponibili-zar resultados precisos de detecção de diver-sos marcadores em apenas 15 minutos. Istopermitirá ao médico fazer o diagnóstico clíni-co mais rápido e preciso, melhorando o aten-dimento ao paciente. Fundada por João Gar-cia da Fonseca, engenheiro do Técnico, douto-rado em Engenharia Física dos Materiais In-terfaces, pela Universidade Louis PasteurStrasbourg, a Biosurfit iniciou a sua atividadeem 2005, tendo vindo a ser financiada não sópor capitais de risco mas também por fundosnacionais e comunitários. Na Biosurfit, acre-ditam “profundamente” que a equipa é indis-

cutivelmente a sua grande mais-valia, a razãopara do seu sucesso e a força que os mantémmotivados para seguir em frente. “Pro-movemos a inovação e a criatividade em to-das as frentes de trabalho e a nossa moti-vação passa por conseguirmos alcançar osobjetivos críticos da empresa – mantendosempre o espírito de responsabilidade e dedi-cação aos clientes, fornecedores, parceiros, eà nossa equipa”, assegura Daniel Neves, CMO.Definem-se como uma equipa altamente qua-lificada, diversa e inteligente, com o know-how certo, trabalhadora e motivada para ca-da objetivo. Pessoas talentosas e atentas àsimperfeições, que se divertem no trabalho ecom uma descontração que traz um grandeespírito de equipa. Registe-se que, todos, seassumem igualmente responsáveis pelo su-cesso da empresa.

PERSONALIDADES POR SÓNIA BEXIGA

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BIODROID

ENTRETENIMENTO

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Barreira dos 5 milhões atingidaA Biodroid Entertainment Group, produtoraportuguesa de videojogos em atividade desde2007, acaba de anunciar “o feito” protagoni-zado pelos três produtos de maior sucesso e,juntos, alcançaram os cinco milhões de down-loads nas duas maiores lojas de aplicaçõesmóveis. O número encontrado contabiliza osdownloads associados ao jogo “Billabong SurfTrip”, o mais popular dos jogos desenvolvidospela empresa, com 2,5 milhões de downloads,o Megaramp, que decorre em cenários des-portivos radicais como o skate e a BMX com1,5 milhões de downloads, enquanto o jogo“Cristiano Ronaldo Freestyle”, centrado no es-trela portuguesa, já registou mais de um mi-lhão de downloads. Com mais de 20 títulos, aBiodroid tem uma considerável experiênciasobre como criar conteúdo acessível e atraen-

te para um público amplo. André Vazão escla-rece ainda que a Biodroid promove os seusprodutos essencialmente a nível global e amaior aposta vai para os principais mercadosmundiais de produtos digitais: EUA, ReinoUnido, Austrália, Japão e, mais recentemente,Brasil. A presença em eventos internacionaistem sido fundamental para o desenvolvimen-to do negócio e, só no último ano, marcarampresença em mais de 10 feiras na Europa enos EUA. O nosso objetivo é que, a cada ano,as exportações representem pelo menos 70%da nossa faturação total”. Em 2012, o merca-do de aplicações e videojogos valeu 70 milmilhões de dólares. Em 2015, pode valer 86mil milhões de dólares. Só o mercado de apli-cações valeu 9 milhões de dólares (7 milhõesde euros) em 2012 e valerá 35 mil milhões(27 mil milhões de euros) em 2015.

EMOVE

ENERGIAS RENOVÁVEIS

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Gone with the windA Emove é uma empresa que desenvolve efornece produtos que contribuem para a sus-tentabilidade ambiental e promove a visão deum mundo melhor, procurando atingir a metada liderança mundial no fornecimento de so-luções tecnológicas confiáveis para os merca-dos de energia eólica e das ondas. Sim, fala-mos de uma autêntica revolução no mercadoCleanTech protagonizada por um pequenogrupo de jovens portugueses. A equipa é atu-almente composta por sete sócios dos quaistrês trabalham ativamente na empresa, sendoum deles, o “business angel” que surgiu nafase de aposta em Silicon Vailley e os outrostrês são sócios que não estão a trabalhar naempresa. O trio que se encontra ativamentena empresa é constituído por Pedro Balas,CEO, João Fernandes, CTO e Diogo Cruz, COO.

A Emove não tem clientes em Portugal. De-senvolveu e patenteou internacionalmenteuma tecnologia de um gerador elétrico com omelhor rácio tamanho/potência do mercadopara aplicação em turbinas eólicas. O nossogerador permite reduzir 30% nos custos to-tais de instalação de cada turbina eólica, por-que tem um maior rendimento que os gerado-res atuais existentes no mercado e não neces-sita de caixa de velocidades entre as pás dasturbinas eólicas e o gerador. Sendo uma em-presa de engenharia e tecnologia, tem comoprincipais clientes os maiores fabricantesmundiais de turbinas eólicas: Vestas, Siemens,General Electric, Enercon, entre outras. Fabri-cantes sediados fora de Portugal, tendo aEmove obrigatoriamente de ter um posiciona-mento internacional para conseguir manteruma vantagem competitiva sustentável.

BERD

CONTRUÇÃO

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Construir como ninguémA Berd nasceu em 2006 com o objetivo deexplorar as potencialidades do Sistema dePré-esforço Orgânico (OPS), desenvolvido pe-lo grupo OPS da Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto. As raízes remontam a1994, na sequência da elaboração da tese demestrado “Soluções da Natureza para Proble-mas Estruturais”, do CEO, Pedro Pacheco. Umtrabalho de investigação de fundo que tevecomo objeto o estudo de aplicações de solu-ções das bio-estruturas a estruturas da en-genharia civil. Em 2001, após uma distinçãoda Federation International du Beton, ideali-zaram os primeiros estudos experimentais.Um ano depois, tem início uma cooperaçãocientífica e tecnológica. Nesta fase embrioná-ria da Berd, a FEUP e a Mota-Engil assinaramum acordo de cooperação e após mais alguns

anos de investigação e experimentação dosistema OPS, a Mota-Engil adquire um cimbreautolançável novo com sistema OPS. A partirde 2006 tornou-se subscritora dos contratose detentora do sistema OPS, em substituiçãodo grupo OPS da FEUP. Desde então, a sua émissão investigar, desenvolver e aplicar solu-ções de vanguarda na construção de pontes.Pedro Pacheco esclarece que a Berd nasceucom 100% das obras fora de Portugal, teveuma obra em Portugal em 2011/2012. O per-curso no mercado externo tem sido muitíssi-mo positivo, havendo fortes sinais de aberturae muito interesse pelas soluções que apresen-tam. Atualmente, a Berd encontra-se a pro-duzir em vários projetos a nível mundial empaíses como Brasil, Colômbia, EUA, Canadá,Rússia, Turquia, República Checa, Eslováquia,Índia, Peru e Venezuela.

CELL2B

BIOTECNOLOGIA

STARTUPS DE SUCESSO INTERNACIONAL

Salvar vidasUm grupo de jovens talentos a criar esperan-ça e a apontar soluções para quadros pesadose, maioritariamente, com finais trágicos. Naverdade, literalmente a investigar para salvarvidas. O “milagre” chama-se Imunosafe. ACell2b, formalmente, nasceu em princípios de2011, mas, na verdade, foi um trabalho quecomeçou muito antes. De 2007 a 2009, numacolaboração entre o Técnico e o IPO de Lis-boa, desenvolveram uma terapia para doentescom a Doença do Enxerto Contra o Hospedei-ro, sendo que o caso mais típico é o da leuce-mia, quando não pode ser tratada de formaconvencional, recorrendo-se então ao trans-plante da medula óssea. Metade dos pacien-tes que recebe o transplante acaba por rejei-tar e nos casos mais graves não há qualqueralternativa terapêutica. Foi então aplicada a

sua terapia em seis doentes e obtiveram re-sultados muito promissores. Os fundadores,Francisco Santos, a Daniela Couto, o PedroAndrade e David Braga Malta, juntaram-see concluíram passar do ambiente académicopara a vertente de negócio, apostando no de-senvolvimento do seu produto. A Cell2B foicriada a pensar à escala global e “seria im-pensável que assim não fosse, sendo Portugalum país tão pequeno temos de estar viradospara fora. E isso é uma mais-valia. Temos deaproveitar as fortes ligações que temos aomundo inteiro e conseguir criar valor a partirde Portugal tendo como horizonte o mundointeiro”. No âmbito do processo regulamentarda EMA (European Medicins Agency) e doCommite Internacional Service, quando obti-verem aprovação o mundo será o limite. Odossier deverá estar completo em 2016.

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Produtosde nicho quese agigantam

7 NOVAS TENDÊNCIAS

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 22 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

Esta seleção de produtos revela para onde apontam as baterias dequem está interessado em exportar para nichos de mercado comresultados surpreendentes. São exemplos de astúcia e perspicáciaque conseguiram dar resposta a quem procura, mesmo em mercadosmais difíceis de satisfazer, a diferença.

CONSERVAS GOURMET

NOVAS TENDÊNCIAS

Regresso em força e charmeAs latinhas, os petiscos, as iguarias primoro-samente embaladas estão, sem dúvida, a vol-tar a dar nas vistas. E é lá fora que as come-çam a seguir de perto. Os mais recentes da-dos referentes às exportações de conservasindicam que se registou um aumento no anopassado e, pela primeira vez, verifica-se umamelhoria do saldo da balança comercial. Maisprecisamente, Portugal exportou 185 milhõesde euros de conservas em 2012, o que repre-senta um aumento de 14,61% em relação a2011. Os dados agora divulgados pelo Gover-no português, através da Datapescas, revelama referida melhoria do saldo da balança co-mercial, de 2,5%, resultante, pela primeiravez, do efeito conjugado da diminuição dasimportações e do aumento das exportações.Cerca de 60% das conservas portuguesas de

peixe destinam-se aos mercados externos.Os principais importadores são o Reino Unidoe França, seguidos de Itália, Bélgica, Áustria,Suécia, Dinamarca, Luxemburgo, Japão, Chi-na, Singapura, América, Venezuela, Canadá,Angola, Israel, Palestina, entre outros. Espe-cializada no segmento gourmet, a La Gôndoladedica-se quase em exclusivo à exportação,alcançando cerca de 90% da sua produção.Fundada em 1940, em Matosinhos, mantémo fabrico artesanal e os cinco milhões de latasde conservas que saem por ano da fábricadestinam-se ao Canadá, Itália, Bélgica, Suéciae EUA. A conserveira trabalha para reconheci-das insígnias italianas, belgas e canadianas.No Canadá, a estratégia de crescimento levouà presença, com a marca Sabor do Mar, nascadeias de supermercados Walmart, Loblawse Metro.

PÊRA ROCHA

NOVAS TENDÊNCIAS

Em pleno augeA pêra rocha do Oeste vive uma fase de na-moro e encantamento dos paladares estran-geiros e a comprová-lo estão os valores dasexportações que revelam um aumento de 84mil toneladas na campanha de 2009/2010para 90 mil toneladas em 2010/2011, segun-do a Associação Nacional dos Produtores dePêra Rocha (ANP). Foram produzidas 223 miltoneladas em Portugal, 115 mil das quais pe-los seus associados. Destas, 90 mil foramvendidas no mercado externo, sobretudo noBrasil, Reino Unido, França, Rússia, Alemanhae Polónia. 2011 foi um ano de superprodução,facilitada por condições climáticas favoráveisem comparação com 2010 e apesar da con-juntura internacional desfavorável ao consu-mo, o aumento das exportações é justificado,

entre outros fatores, com o aumento da capa-cidade de armazenamento dos sistemas deconservação em frio. Para a campanha desteano (2012/2013), tudo aponta que sejaemblemática, porque, mesmo com uma que-bra de 50% na produção, a desvalorizaçãodos preços no mercado nacional leva os pro-dutores a exportar mais para atenuar os au-mentos dos custos de produção. A ANP avan-çou com uma sensibilização a quem tutela osetor com vista à internacionalização e como objetivo específico de entrar em novosmercados como os EUA, a Índia, a China ea África do Sul, grandes consumidores quenão dispõem de fruta no período do ano emque existe a pêra rocha. No total, 99% dapera rocha é produzida nos concelhos dazona oeste de Lisboa, entre Mafra e Leiria,numa área de cultivo de 11 mil hectares.

FRUTOS VERMELHOS

NOVAS TENDÊNCIAS

Os nórdicos não lhes resistemOs frutos vermelhos são uma das recentesapostas do setor agrícola. Frutos vermelhos,ou silvestres, englobam morangos, frambo-esas, amoras, mirtilos, cereja e groselha. Se-gundo a Plubee, a razão principal para o in-vestimento crescente nestas culturas prende--se com a elevada rentabilidade e preços porquilo que se conseguem, ao mesmo tempoque se consegue produzir quantidades eleva-das por hectar. O consumo de frutos verme-lhos tem crescido exponencialmente, comdestaque para os mercados nos países desen-volvidos, onde a opção por este tipo de pro-dutos é mais frequente, dado o elevado poderde compra. A cultura de frutos vermelhos temconhecido também um número crescente decandidaturas a programas de apoio à agricul-tura, como o PRODER. A produção biológica

de frutos vermelhos consegue valores supe-riores por quilo de produção do que na produ-ção integrada, pelo facto de gerarem menorquantidade por hectar e por terem um valorsuperior para o consumidor que cada vezmais privilegia as melhores opções. Por exem-plo, há alguns anos que os morangos produzi-dos no Algarve quase não chegam para as en-comendas de inverno vindas da Holanda, Rei-no Unido, Suíça ou Rússia. A chave do sucessoé a qualidade dos pequenos frutos vermelhosque é fornecida pela luz algarvia conjugadacom a alta tecnologia. Holanda, Suíça, Dina-marca, Noruega, Reino Unido, Alemanha,Finlândia e até Rússia são mercadosconsumidores de morangos ao longode todo o ano, mas, como no inverno nãotêm a luz algarvia para desenvolver o frutovermelho, têm de recorrer à importação.

PERSONALIDADES POR SÓNIA BEXIGA

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QUEIJOS GOURMET

NOVAS TENDÊNCIAS

Qualidade premium Os queijos portugueses de qualidade ímpar eamplamente reconhecida começam a ser alvode planos de exportação que, embora destina-dos a nichos e segmentos gourmet, podem vira fazer a diferença. Por exemplo, com a re-cente abertura da China em receber laticíniosportugueses podem vir a desenhar-se cená-rios relevantes. O setor dos lacticínios emPortugal Continental e na Região Autónomados Açores distingue-se pela elevada qualida-de do leite que é produzido no nosso país,sendo grande parte destinada à exportação.Neste panorama, o sucesso passa por empre-sas fortemente implementadas, como é o ca-so da Saloio. Com origem em 1968, apresen-ta-se ao mercado como a empresa mais ino-vadora do setor dos queijos em Portugal. Osseus queijos chegam atualmente a todo o ter-

ritório nacional e, fora das fronteiras, estãoem cerca de 16 países, com maior expressãoem França, Alemanha, Espanha, Angola e Mo-çambique. Para a Saloio a exportação tem si-do, e continuará a ser, uma das suas grandesapostas. Em 2012, as exportações pesaram8% na faturação consolidada de 23 milhõesde euros, com Angola e Brasil a liderar o topde destinos. No entanto, é na Rússia que aempresa vai concentrar atenções no decorrerde 2013. Confrontada com os problemas ine-rentes ao atual cenário de crise que afeta opaís, a Saloio revela que a sobrevivência pas-sa pela estratégia de apostar significativa-mente na inovação. Num processo de apre-sentação de produtos diferentes, nomeada-mente dirigidos ao segmento gourmet, masnão só, apostando também numa perspetivade renovação de portefólio permanente.

SALADAS LAVADAS

DESCRIÇÃO

NOVAS TENDÊNCIAS

De pequenino...Também os segmentos dos produtos agríco-las, nomeadamente vegetais para fins de con-feção em salada, com especial atenção paraos que são de produção biológica, estão adesbravar caminho e marcar a sua presençano mapa das exportações. A produção deprodutos biológicos em Portugal cresceu 60%no último ano, mostrando estar em francocrescimento e sendo um excelente exemplodo dinamismo da agricultura portuguesa, deunota o ministério da agricultura recentemen-te. Tratando-se assim de um cenário onde asempresas portuguesas dão sinais de interessee de capacidade para não deixar escapar estaoportunidade de negócio. Como exemplo des-ta astúcia tão necessária, surge a Vitacress(em 2008 adquirida pelo grupo portuguêsRAR). Na década de 50, a partir de uma plan-

tação de 0,4 hectares de campos de agriãono sul de Inglaterra (Hampshire), foramlançadas as bases daquele que atualmenteé considerado como um dos principais produ-tores, embaladores e distribuidores europeusde saladas com folhas jovens e inteiras(denominados de “baby leaf”) lavadas eprontas a comer - a Vitacress Salads. Nadécada 80, foi criada a Iberian Salads Agri-cultura, em Portugal, uma participada inte-gralmente detida pela Vitacress, que passou aser um importante produtor de agrião, rucula,espinafres de folhas “tenras” e de outrasvariedades “baby leaf”. A marca Vitacressestá presente no mercado português desde2003 e em Espanha desde 2007, estendendoainda a sua oferta aos retalhistas do ReinoUnido. Serve também o setor de food service,catering e mercados grossistas.

MOBILIÁRIO DESIGN

NOVAS TENDÊNCIAS

Criatividade cosmopolitaAs exportações do setor de mobiliário e col-choaria aumentaram 5% no 1.º trimestre, fa-ce ao mesmo período de 2012, ultrapassandoos 276 milhões de euros de vendas para 112mercados, deu nota a Associação Portuguesadas Indústrias de Mobiliário e Afins (APIMA).Acrescentando que a França continua a des-tacar-se como o principal mercado de destinodas exportações setoriais, com uma quota de30% e um volume de vendas na ordem dos87 milhões de euros, embora registando umcrescimento homólogo de apenas 0,2%. Masa criatividade portuguesa neste setor está adar cartas de uma forma cabal. Um dos gran-des exemplos do prestígio alcançado é a Bocado Lobo, empresa de Rio Tinto dedicada aomobiliário de design feito de forma artesanal,

da dupla Ricardo Magalhães e Amândio Pe-reira, galardoada com o Prémio Melhor De-sign de Produto da Juli B. Graças à sua capa-cidade de surpreender e o seu gosto pelo de-talhe, está hoje entre as empresas de mobiliá-rio internacionais que marcam a diferença eencanta particularmente o abastado mercadodos EUA. Sim, porque se tratam de peças demuitos milhares de euros. Uma das premissasbase da empresa foi a de trabalhar com umconjunto de artesãos qualificados que parti-lhassem a paixão pela arte de produzir mobi-liário. Para além do excelente nível de produ-ção e cuidado com o pormenor, a estéticasustentada é a sua melhor imagem. Outra dasrazões do sucesso é a constante atualizaçãono mercado e acompnhamento das tendên-cias. E assim se assiste à conquista mundialdo mobiliário manufaturado em Portugal.

CALÇADO DESIGN

NOVAS TENDÊNCIAS

Criatividade dos pés à cabeçaSe a qualidade do calçado português dispensaqualquer tipo de cartão de apresentação, so-bretudo nos principais países europeus produ-tores e consumidores do bom calçado, a es-tratégia passa agora por conquistar mais es-paço onde já estamos e desbravar outros pon-tos do globo onde ainda não chegámos. E es-tamos a fazê-lo criando, inovando, concpetua-lizando e, sobretudo, deslumbrando com o de-sign de chancela portuguesa. O setor do cal-çado vai evidenciando números positivos nocontexto das exportações mas este ano pode-rá revelar-se um período de estagnação, ondesó o nicho premium pode marcar a diferença.Felizmente, sucedem-se os exemplos de umempreendedorismo de qualidade, sofisticaçãoe luxo, como é o exemplo da Ramalhoni. Tra-ta-se de uma marca de sapatos de luxo quequer dar que falar no mundo internacional do

calçado, nascida no Porto, pelas mãos de Mi-guel Ramalhão, literalmente, já que é o em-preendedor quem desenha os modelos, e osapresentou na Micam The Shoevent, em Mi-lão. Os sapatos custam entre 300 e 500 eu-ros, e o seu criador descreve-os como sendo“clássicos com um twist”, tendo começadopor comercializá-los online. Entretanto, estaaventura virou negócio e Miguel arrancou,com o apoio de um parceiro bem experienteno negócio do calçado”, com a produção deuma nova coleção. Pretendendo sobretudodistinguir-se pela qualidade das criações e,num processo de constante aprendizagem,faz questão de visitar a produção e o mode-lista, a quem entrega os seus esboços, e detratar diretamente com fornecedores. Asexportações reinam neste pequeno negóciocom 90% das vendas a direcionarem-separa os EUA e Inglaterra.

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A dar cartas no comércio internacional

7 PRODUTOS PARA EXPORTAÇÃO

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 26 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | 7 anos, 7 temas, 7 escolhas

Há produtos nacionais, alguns deles tradicionalmente destinados àsvendas ao exterior, que estão a atingir patamares cimeiros ao níveldas exportações mundiais. Embora a cortiça, os têxteis e o calçado,tenham, desde há muito, esta vertente, outros há que, aos poucos e com muita prospeção de mercado, começam a dominar o mundo

VINHO

EXPORTAÇÕES SOBEM 7,1% EM 2012

PRODUTOS EXPORTADOS

Países terceiros garantem 42%As exportações de vinho no ano passado,incluindo vinhos licorosos, aumentaram 7,1,para 704,8 milhões de euros, tendo ultrapas-sado pela primeira vez a barreira dos 700milhões de euros.No ano passado, os estrangeiros pagaram2,11 euros por cada litro de vinho português,embora tenho sido registada uma descida nopreço médio motivada “essencialmente pelodecréscimo do preço das expedições parao mercado comunitário”, segundo dadosdo Instituto da Vinha e do Vinho.Ainda assim, a Europa Comunitária manteve--se como principal destino em volume, com55% do total, embora em valor os paísesterceiros já representem 42%, com 297,7milhões de euros exportados. Ainda segundo o IVV, metade dos dez princi-

pais mercados de exportação situa-se fora daEuropa Comunitária, a saber, Angola, Suíça,EUA, Canadá e Brasil, tendo sido o paísafricano o que mais cresceu, com umavariação de 18,2% face a 2011.Em termos de valor, o vinho do porto repre-senta 42,4% do total, com um volume deexportações de 20,6%, de acordo com oInstituto da Vinha e do Vinho. Portugal produziu um total de 6,14 milhõesde hectolitros na campanha 2012/2013,sendo o Douro e Porto a maior região,pese embora a redução de 1,9%, paraum total de 1,3 milhões de hectolitros.

Destaque:8.º maior exportador de vinhos de uvasfrescas, em 2011, com uma quota de2,78%.

AZEITE

BRASIL É O PRINCIPAL DESTINO

PRODUTOS EXPORTADOS

5.º maior produtor mundialPortugal produz 57,2 mil toneladas de azeite,representando 3% do total dos quatromaiores produtores da união europeiaem 2012/13, de acordo com estimativasdo Eurostat.Segundo a secretária-geral da Casa do Azeite,que congrega produtores de 95% de todo oazeite de marca embalado em Portugal, o vo-lume de negócios em 2012 terá rondado os400 milhões de euros e as exportações repre-sentam um pouco mais de metade desse vo-lume de negócios, tendo aumentado 25%face a 2011.O principal país de destino do azeite por-tuguês continua a ser o Brasil, com granderelevância, e outro destino com importânciacrescente é Angola, que é já o segundo mer-

cado no ranking das exportações nacionais.Mariana Matos defendeu ainda, citada pelaLusa, as parcerias no espaço luso-espanhol(Portugal é o 5.º maior produtor mundial eEspanha o principal), beneficiando da expe-riência e do saber fazer dos produtoresespanhóis de azeite. “Nunca poderemos tera dimensão de Espanha, em termos de pro-dução, mas temos uma tradição de colabo-ração e de boa vizinhança neste setor que,inclusivamente, se tem reforçado muito nosúltimos anos”, adiantou.

Destaque:Portugal é o 5.º maior exportador de Azeiteoliveira e suas frações, mesmo refinado,mas não quimicamente modificado, comuma quota de 4,88% em 2011, tendo quaseduplicado em relação aos 2,65% em 2007.

TOMATE

4.º MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL DE TOMATE TRANSFORMADO

PRODUTOS EXPORTADOS

95% para exportaçãoPortugal tornou-se, no ano passado, no 4.ºmaior exportador mundial de tomate trans-formado, tendo ultrapassando Espanha eestando apenas atrás da Itália na Europa,de acordo a Associação dos Industriais deTomate. Em 2012, o país produziu cerca de1,2 milhões de toneladas de tomate transfor-mado, 95% dos quais destinados a exporta-ção para um total de 42 países, refere a AIT,tendo gerado um volume de negócios de 250milhões de euros, com um valor acrescentadobruto (VAB) de 80%.Nesta indústria, o principal cliente dePortugal é o Reino Unido, seguido da Espanha,Holanda e Alemanha. Fora da Europa, o Japãorepresenta 10% das vendas deste produtopara o exterior.O índice de produção por hectare é o segundo

melhor do mundo, apenas atrás do estadonorte-americano da Califórnia.Portugal tem a segunda maior produtoramundial de concentrado de tomate, aSugalidal, em Benavente, depois de teradquirido no ano passado uma fábricano Chile, que permitiu quase duplicar asua produção anual, para 1150 milhõesde toneladas de tomate. A empresa prevêalcançar este ano, com as fábricas dePortugal, Espanha e Chile, uma quotade mercado mundial de 3,5%.

Destaque:20.º em tomate fresco ou refrigerado,em 2011, com uma quota de 0,44%,acima dos 0,32% alcançados em 2007Do ponto de vista da cor, o tomate portuguêsé o melhor do mundo, de acordo com a AIT

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CORTIÇA

EUROPA LIDERA ENCOMENDAS

PRODUTOS EXPORTADOS

Maior exportador do mundoPortugal é o maior exportador de cortiça domundo e também o maior produtor, represen-tando, em 2011, 2% do total das exportaçõesnacionais. Nesse ano, segundo dados doInternational Trade Center, 62% das expor-tações mundiais desta matéria-prima cabiamao nosso país, com um valor global de 804,7milhões de euros, seguido por Espanha, comapenas 16,6%, e 216,1 milhões de euros. Em 2010, a produção portuguesa de cortiçarepresentava 49,6% do total mundial, oequivalente a 100 mil toneladas.As rolhas de cortiça mantiveram a liderançadas exportações, com 70% do total, repre-sentando 563 milhões de euros.A Europa é o principal destino das vendasnacionais com 53% do total, encabeçadapor França, que absorve 20,2%, represen-

tando 162 milhões de euros. Os EUA eram,em 2011, o segundo mercado mais impor-tante para a cortiça portuguesa, com im-portações na ordem dos 15,6% ou 125milhões de euros.A corticeira Amorim mantém-se como maiorexportadora mundial desta matéria-prima.

Destaque:1.º exportador de obras de cortiça naturale cortiça aglomerada, com uma quota de69,71% e 60,42%, respetivamente 2.ºexportador mundial de cortiça naturalem bruto ou simplesmente preparada;desperdícios de cortiça e em cortiçanatural, em cubos, chapas, folhas outiras de forma quadrada ou retangular,com 35,89% e 24,24%, respetivamente.

CALÇADO

ENTRE OS DEZ MAIORES DO MUNDO

PRODUTOS EXPORTADOS

Vendas em 2012 a subir 4,5%A indústria portuguesa do setor do calçadoconseguiu organizar-se tecnologicamente e éhoje uma das mais desenvolvidas do mundo,com marcas reconhecidas internacionalmente.Localiza-se principalmente no norte do país eestá organizada em dois clusters geográficos:em Felgueiras e Guimarães e em Feira, SãoJoão da Madeira e Oliveira de Azeméis. No ano passado assistiu a um crescimentodas exportações na ordem dos 4,5%, tendoultrapassado a barreira dos 1,6 mil milhõesde euros.Portugal está hoje entre os dez maioresexportadores de calçado, exceto na categoriade borracha & plástico e têxtil, de acordocom a APPICAPS. Segundo a associação dosector, “o ano 2012 foi de afirmação interna-cional para a indústria portuguesa de calçado.

Com a Europa a enfrentar um desempenhoeconómico modesto, merece amplo destaqueo crescimento das exportações portuguesasde calçado em 2,7% para o Velho Continente”.Embora as vendas para França e Alemanha,dois principais destinos das exportações na-cionais de calçado, tenham crescido, a apostanos mercados extracomunitários valeu umaumento de 33% nas vendas internacionais,tendo sido o principal motor de crescimentodesta indústria.

Destaque:8.º em Calçado impermeável de sola exteriore parte superior de borracha ou plástico,com uma quota de 1,89%, 6.º em outros tipos de calçado,com uma quota de 2,61%.

TÊXTEIS E VESTUÁRIO

MICROEMPRESAS DOMINAM MERCADO

PRODUTOS EXPORTADOS

9% das exportações nacionaisA Indústria têxtil e de vestuário é uma dasmais importantes da economia portuguesa.Com 9% do total das exportações do país,de acordo com dados do INE, representando4,13 mil milhões de euros em 2012, estaindústria com cerca de 5 mil sociedades temsabido adaptar-se às exigências nacionais einternacionais através da sua característicaflexibilidade e know-how. De acordo com informações da central debalanços do banco de Portugal, este setor re-presentava em 2011 perto de 2% do númerode empresas e do volume de negócios dassociedades não financeiras. Esta indústria,concentrada principalmente no norte do país,era constituída em 59% por microempresas,mas eram as PME que detinham a maior

parcela do emprego (76%) e do volume denegócios do setor (74%). Em 2011, observou uma expansão do volumede negócios de 2%, embora com uma taxainferior aos 6% verificados em 2010.

Destaque: 1.º exportador mundial de Fibras artificiaisdescontínuas, cardadas penteadas ou trans-formadas para fiação, com uma quota demercado de 25,60%8.º maior exportador de Fibras sintéticasdescontínuas, cardadas, penteadas, transfor-madas para fiação7.º maior na exportação de roupas de cama,mesa, toucador ou cozinha, com uma quotade 2,79%9.º maior exportador de tecidos turcos etecidos tufados com uma quota de 2,82%.

PEDRAS NATURAIS

2.º MAIOR EXPORTADOR DE PEDRAS PARA CALCETAR

PRODUTOS EXPORTADOS

Recorde de exportações em 2012As rochas ornamentais bateram o recorde emexportações, com vendas de 353,2 milhões deeuros em 2012, acima dos 305,6 milhões deeuros reportados no ano anterior, de acordocom as estatísticas dos Serviços de Minas ePedreiras da Direção-Geral de Energia eGeologia (DGEG).A maior procura, de acordo com o site VejaPortugal, foi registada nos mármore e outrasrochas carbonatadas (mais de 192,5 milhõesde euros), seguindo-se o granito e outrasrochas similares (85,6 milhões de euros)e a pedra natural para calcetamento(38,8 milhões de euros).Este subsetor registou um crescimento de17,6% em volume e 15,6% em valor, represen-tando 41,4% das exportações do setor das“Substâncias Minerais”, refere o site, que cita

a DGEG. Em 2011, a produção da indústriaextrativa recuou ligeiramente face 2010,alcançando 1,1 mil milhões de euros.

Destaque:Portugal é o 2.º maior exportador mundialde Pedras para calcetar, meios-fios e lajespara pavimentação, de pedra natural,com uma quota de 11,66%7.º maior em Mármores, travertinos, granitosbelgas e outras pedras calcárias de cantaria,com uma quota de 3,79% 7.º maior exportador de Granito, pórfiro, ba-salto, arenito e outras pedras de canta-ria/construção, com umaquota de 3,01% em 2011 6.º maior nas Ardósias, com uma quotade 3,39%

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A crescerem todos os quadrantes

7 MARCAS EXPORTADORAS

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São sete das empresas que mais exportam no nosso país e a escolhaprendeu-se com o setor de negócio que representam. Do azeite, ao papel, passando pelo setor automóvel, tanto ao nívelda produção de veículos como de componentes, a contribuição decada uma destas companhias para o crescimento das exportaçõesnacionais é inquestionável

PORTUCEL SOPORCEL

PAPEL

MARCAS EXPORTADORAS

Alargar mercados e reposicionarA Portucel Soporcel é uma das mais fortes presenças portuguesas no exterior,representando mais de 3% das exportaçõesdo País. A nova fábrica de papel colocou o grupo na liderança do mercado europeu na produção de papéis finos de impressão e escrita não revestidos (UWF) e em 6.ºlugar no ranking mundial, colocando também Portugal na posição cimeira na lista dos países da Europa produtoresdeste tipo de papéis. A companhia é ainda a maior produtora de pasta branqueada de eucalipto BEKP (BleachedEucalyptus Kraft Pulp) do velho continente, e uma das maiores do mundo. Tem seguido uma estratégia de inovação e desenvolvimento de marcas próprias, que representam 60% das vendas

de produtos transformados, com destaquepara a insígnia Navigator, “líder mundial nosegmento premium de papéis de escritório”.Os seus artigos comercializados em 113países – com destaque para a Europa e os EUA. Em 2012, o resultado líquido subiu 7,6%, de 196,3 para 211,2 milhões de euros, ultrapassando os 1,5 mil milhõesem vendas, com as exportações a representarem 95% do total de vendas,situando-se nos 1249 milhões de euros. A empresa refere que tem feito um esforçopara “alargar os mercados e reposicionar o mix de produtos nos mercados tradicio-nais”. Nesse sentido, “tem ganho quotanos mercados tradicionais” e aumentadode forma significativa a presença emnovos mercados, como o leste da Europa, o Norte de África e o Médio Oriente.

EFACEC

ELETROMECÂNICA

MARCAS EXPORTADORAS

Inovação e tecnologiaA fabricante de produtos, sistemas e soluções é o maior grupo eletromecânicocom capitais portugueses e um dos playersna área das máquinas e aparelhos – o maior setor exportador do país. Fundada em 1948, com origem na desaparecida Moderna (nascida no início do séc. XX), a Efacec tem atualmente um volume de negócios que ultrapassa os mil milhões de euros anuais, dos quais cerca de 62% foramprovenientes, em 2011, da estratégia de internacionalização. A empresa tem apostado nos mercadosexternos, assim como realizado um forte investimento na inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias,em articulação com as tecnologias

de base. Política que, de acordo com a multinacional, a tem levado a “penetrar favoravelmente no mercado”, posicionando-se “na linha da frente da indústria portuguesa e nos mercadosinternacionais”, estando na “vanguardamundial de fabricantes de equipamentos de produção, transmissão e distribuição de energia”. Presente (em termos comerciais e industriais) em 65 países, a companhia emprega cerca de 4800 pessoas. Os principais mercados são os que apelida de “emergentes Efacec”: a América Latina, os EUA, a África Austral, o Magrebe, Espanha,Europa Central e Índia. Em 2011, as regiões onde verificou um maior volumede vendas foram as da América Latina(18%) e da África Austral (12%).

SOVENA

ALIMENTAR

MARCAS EXPORTADORAS

Aposta no crescimento contínuoA estratégia de internacionalização da Sovena, o segundo maior produtor mundial de azeite, começou cedo, nos países de expressão portuguesa, ou “mercados dasaudade”. De momento, a empresa do grupoNutrinveste, que detém os azeites Oliveira daSerra, exporta para mais de 70 países e estápresente em sete (além de Portugal, Espanha,EUA, Brasil, Tunísia, Chile e Marrocos). No ano passado, faturou mil milhões de euros, face aos 960 milhões de 2011. Em 2010, investiu 10 milhões de euros numlagar em Ferreira do Alentejo. Hoje tem três,contando com os lagares de Espanha e deMarrocos (e há mais um na calha no país).Em abril último, o vice-presidente executivoda Nutrinveste e CEO da Sovena, AntónioSimões, declarou ao OJE que considera que

a maior conquista do grupo foi o crescimentocontínuo e o reconhecimento num setor do-minado por empresas italianas e espanholas.E que um dos maiores riscos que a Nutrin-veste correu foi ter decidido centrar-se numsó negócio core – a Sovena, apostando nocrescimento internacional. Espanha é o prin-cipal mercado, com 30% do total. Os EUA sãoo segundo, onde a companhia é o primeiroimportador de azeite, com uma quota de20%. Seguem-se Angola, o Brasil e a China. De momento, uma das grandes apostas é o mercado brasileiro (onde tem a marca de azeite Andorinha) enquanto “pólo dedesenvolvimento para a América Latina”. E depois há o mercado chinês – com um crescimento de “20 a 30% ao ano”, onde a expetativa é de que, em “três a quatro anos, seja maior que o brasileiro".

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CONTINENTAL MABOR

AUTOMÓVEL

MARCAS EXPORTADORAS

Especialização e eficiênciaA empresa de pneus do grupo alemãoContinental chegou aos 796 milhões de euros em termos de volume de negóciosem 2012, tendo aumentado as vendas em 7%. Mais. Cerca de 98% das vendas da Continental Mabor destinam-se à exportação. O resultado líquido cresceu12%, para 187 milhões de euros. Os principais destinos de exportação são a Alemanha, a Bélgica, o Reino Unido,Espanha e a República Checa, sendo que o leque de geografias de exportação jáchegou aos 33 países. A diferença daContinental Mabor para outras empresas está na especialização, na melhoria da eficiência e na qualidade dos seus produtos. A companhia irá continuar a produzir os pneus de alta performance,

os UHP, exatamente o nicho de maior valor acrescentado. A multinacional firmou recentemente que vai continuar a produzir os pneus de inverno, cujas vendas aumentaram 15% no ano passado. A Continental Mabor, incluindo o universo de mais quatro empresas diretamente dependentes da companhia principal, emprega mais de 2200 colaboradores e faculta 1040 milhões de euros. A empresa de Famalicão conseguiu, entre 2011 e 2012, aumentar o quadro de pessoal em 104 colaboradores e passar a fasquia mítica dos mil milhões de euros nas vendas. A performance da empresa exportadora pode ver-se no VAB que, entre aqueles dois exercícios,cresceu de 292,6 milhões de euros para 316,8 milhões.

SOCIEDADE CENTRAL DE CERVEJAS E BEBIDAS

BEBIDAS

MARCAS EXPORTADORAS

Portefólio internacionalA antiga Centralcer - Central de Cervejas passou a designar-se, a partir de 2004,Sociedade Central de Cervejas e Bebidas(SCC), no sentido de refletir melhor o âmbitoda sua atividade que, além da cerveja, incluioutras bebidas como a água e refrigerantes.Em 2012, o valor de vendas da SCC registouuma quebra de 1 dígito percentual face ao anoanterior, tendo produzido cerca 304 milhõesde litros de cervejas e cerca de 157 milhões de litros de águas. Com duas fábricas em território português – uma de cerveja em Vialonga, no concelho de Vila Franca de Xira e outra de engarrafamento de água na Vacariça, no concelho da Mealhada – ogrupo exporta e está presente em cerca de 30 mercados, entre os PALOP – PaísesAfricanos de Língua Oficial Portuguesa,

França, Luxemburgo, Suíça, Inglaterra, Alema-nha e EUA. O segmento de cerveja representa25% do total das exportações. Os principaisprodutos vendidos, tanto em Portugal comonos mercados externos, são a cerveja Sagres e a Água de Luso. O portefólio de cervejas daSCC inclui ainda uma considerável variedadede marcas internacionais, como a Heineken, ea gama de refrigerantes da marca Schweppes.Em abril de 2008, a SCC e a Sociedade daÁgua de Luso foram adquiridas pelo grupocervejeiro Heineken (líder europeu e uma das maiores companhias do mundo), que passou a deter o controlo a 100% das duasempresas portuguesa. A SCC tem comounidades associadas a Certcer (empresa de pré-venda em algumas regiões do país), a NSDU (entregadora da pré-venda deCoimbra) e a Sociedade da Água de Luso.

BOSCH PORTUGAL

TECNOLOGIA E SERVIÇOS

MARCAS EXPORTADORAS

Investimento constanteO grupo alemão Bosch é representado em Portugal pela Bosch Termotecnologia(situada em Aveiro), a Bosch Car MultimediaPortugal (em Braga) e a Bosch SecuritySystems – Sistemas de Segurança (em Ovar),em que a maioria dos produtos fabricados éexportada. O grupo tem também uma empre-sa comercial, uma SGPS e uma participaçãode 50% na filial da BSH, situadas em Lisboa.A filial portuguesa, que em 2011 comemorou100 anos de presença no País, tornou-se um dos maiores empregadores industriais de Portugal, com 3180 funcionários no início deste ano. A companhia gerou 865 milhões de euros em vendas em 2012,menos 13% face ao exercício anterior, desempenho atribuído à recessão económica. O volume total de vendas consolidadas

foi de 209 milhões euros. Com um volume de mais de 90% de encomendas para o exterior, a Bosch está em 6.º lugar na lista dos principais exportadores portugueses. No País, o setor da tecnologiaautomóvel gerou 64% do volume de vendasda marca no ano passado, nomeadamentecom os produtos fabricados pela unidade de Braga (esta subsidiária é a principaldivisão industrial da Car Multimedia da Bosch e a maior do género na Europa).Está a terminar um investimento de 75 milhões de euros em Braga e entretanto consolidou em Aveiro o centromundial de competências para o negócio de água quente. Aliás, o investimento é uma constante na empresa, que nos últimoscinco anos apostou cerca de 130 milhões de euros nas fábricas portuguesas.

VOLKSWAGEN AUTOEUROPA

AUTOMÓVEL

MARCAS EXPORTADORAS

Modernização e reestruturaçãoReconhecida internacionalmente como umadas melhores empresas do grupo alemãoVolkswagen, comemorou, em 2011, duasdécadas de presença em Portugal. Nesseano, em que 98,9% das viaturas fabricadas em Palmela se destinaram aos mercados ex-ternos, a Volkswagen Autoeuropa adquiriu60% das componentes a fornecedores por-tugueses, com um impacto da sua atividadeno PIB do País estimado em 1,4%. Em termosde fornecimento de fábricas em Portugal aogrupo, entre 2011 e 2012 o volume de fatura-ção subiu 178%, passando dos 163 milhõespara os 453 milhões de euros, com o númerode fornecedores a crescer de 12 para 14. No ano transato, anunciou um investimento de 200 milhões de euros na modernização ereestruturação da unidade fabril. A empresa,

que produz uma média de 600 veículos pordia, tem assim um impacto muito positivo naeconomia portuguesa, sobretudo no que dizrespeito às exportações. É disso exemploo envio de produtos lusos para a China, que,em 2012, tiveram o seu melhor ano de sem-pre, com um acréscimo de 96,3% face a 2011.Tudo graças à Volkswagen Autoeuropa, que,no exercício passado, começou a exportar di-retamente de Portugal para o mercado chinês(hoje o segundo maior da companhia, a seguirao alemão), onde cresceu 30% nos últimoscinco anos. Contudo, com as vendas do setorautomóvel fortemente afetadas pela crise, asempresas do parque industrial da Autoeuropapoderão eliminar 500 postos de trabalho atéao final do ano se não houver uma melhoriano mercado, segundo avançavam em abril as Comissões de Trabalhadores.

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Clientes tradicionaismantêm pódio

7 PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

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As exportações portuguesas de bens aumentaram 5,8% em 2012,para um total de 45,3 mil milhões de euros, equivalendo a quase 30%do PIB. Os clientes tradicionais, na sua maioria europeus, mantiveramos lugares cimeiros do ranking das vendas de Portugal no exterior,mas a crise económica e financeira da Zona Euro deverá motivar aprocura por outros mercados. UEMOA, Golfo Pérsico e Mercosul,regiões de elevado crescimento económico, são uma opção estra-tégica a considerar

FRANÇA

11,8% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

3.º cliente de PortugalFrança é o terceiro maior mercado para asexportações de bens nacionais, com um valorglobal, em 2012, de 5,37 mil milhões de euros. A proximidade histórico-cultural dos doispaíses, a integração em estruturas europeiase internacionais e a existência de uma impor-tante comunidade portuguesa nesse país sãofatores para relações comerciais privilegiadasentre os dois mercados. Em 2012, este destino atingiu um peso de11,8% nas exportações nacionais. Ao con-trário da evolução verificada nas exportaçõesde bens para Espanha e Alemanha, asexportações de bens para França aumen-taram 2,8% relativamente a 2011, mesmocom a economia estagnada há quase doisanos e com a confirmação da entrada emrecessão no segundo trimestre deste ano.

O crescimento das compras a Portugal foiquase generalizado a todos os grupos deprodutos, embora com maior intensidadenos metais comuns, produtos alimentarese agrícolas.Por grupos de produtos, em 2012, os veículose outro material de transporte detinham umaquota de 17,8% das exportações totais paraFrança, com 956,3 milhões de euros vendidosao país, seguido das máquinas e aparelhos,com 10,8% e 578 milhões de euros em ven-das. Este país foi ainda, segundo dados daAssociação Portuguesa de Fabricantes deCalçados e Componentes, o primeiro destinodas exportações portuguesas de calçado, com16,9 milhões de pares exportados em 2012.Em 2011, existia um total de 3563 empresasportuguesas a exportar para França, repre-sentando uma quebra face às 3584 em 2007.

ALEMANHA

12,3% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

2.º cliente de PortugalO mercado alemão é o segundo maiorcliente das exportações portuguesas debens, com uma quota de 12,3% em 2012.A maior economia europeia comprou, nesseano, menos 4,1% a Portugal, no que dizrespeito ao comércio de bens, para um totalde 5,57 mil milhões de euros, de acordo comdados do AICEP. A revisão em baixa docrescimento económico do país este ano,de 0,7% para 0,4%, devido à recessão naZona Euro, tem motivado alguma retraçãono consumo de bens externos. Por grupos de produtos, as máquinas eaparelhos superaram os veículos e outromaterial de transporte em 2012, tendoatingido um valor global de 1,5 mil milhõesde euros. Ainda assim, os produtos maisexportados para a Alemanha, e os que têm

maior crescimento em valor, são os de basetecnológica. Já os setores tradicionais,apresentam menor peso nas exportações,mas têm uma taxa de crescimento maiselevada. Os setores com maior quota deimportações da Alemanha são a cortiça(76%) e o calçado (4%).Em 2011, havia 2466 empresas portuguesasexportadoras para este mercado, um au-mento face às 2386 verificadas em 2007. O crescimento das exportações para este paísdepende, em grande medida, da captação deinvestimento direito estrangeiro (IDE) alemãoe do desenvolvimento de clusters setoriaisem Portugal, de acordo com um estudocoordenado pela AHK e pela Roland Berger,já que os países com maior stock de IDEalemão apresentam maiores exportaçõespara a Alemanha.

ESPANHA

22,5% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

1.º cliente de PortugalA proximidade geográfica e a ligação históri-ca e empresarial são dois dos principaismotivos para Espanha se manter como o prin-cipal destino das exportações portuguesas,absorvendo 22,5% das vendas nacionais noestrangeiro, para um total em valor de 10,2mil milhões de euros em 2012, de acordo comdados do Instituto Nacional de Estatística. Com quase 50 milhões de habitantes,uma taxa de desemprego perto dos 27%e uma contração do PIB de 2% no primeirotrimestre do ano face ao mesmo períododo ano passado, Espanha enfrenta umacrise económica e financeira prejudicialàs exportações portuguesas. A balança comercial é tradicionalmentedesfavorável a Portugal, tendo-se registado,em 2012, um défice inferior a 8 mil milhões

de euros (de 7,6 mil milhões de euros).Nesse mesmo ano, nas exportações dePortugal para Espanha por grupos de produ-tos, os metais comuns, com um valor globalde 1,2 mil milhões de euros, lideraram atabela, seguidos dos produtos agrícolas, com1,14 mil milhões de euros. Os cinco principaisgrupos de produtos exportados para Espanharepresentavam, no ano passado, 50% dasvendas para Espanha.Em 2011, existiam cerca de 4875 empresasportuguesas a exportar para Espanha, tendosofrido um decréscimo face às 5345 em2007.Segundo a informação do Gabinete deEstratégia e Estudos (MEE), os produtosclassificados como de baixa intensidadetecnológica representaram 41,8% das expe-dições portuguesas para Espanha em 2011.

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ANGOLA

6,6% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

4.º cliente de PortugalCom um crescimento estimado de 7,2% esteano, a economia angolana encontra-se muitodependente das exportações petrolíferas,sendo altamente sensível às tendênciaseconómicas globais, de acordo com umestudo do Banco Mundial. Ainda assim, ocrescimento angolano tem sido favorávela Portugal, tendo este mercado reforçado,no ano passado, a sua posição como quartomaior cliente externo português, com umpeso de 6,6%, mais 1,2 pontos percentuaisface a 2011, em resultado do acréscimo de28,6% das compras ao nosso país relativa-mente a esse ano. No total, as empresas portuguesas exporta-ram 3 mil milhões de euros de bens para omercado angolano, que manteve a primaziaentre os “países terceiros”, ou seja, fora do

espaço da União Europeia. No contexto dosPALOP, Angola ocupa, a muita distância, aprimeira posição quer como cliente querenquanto fornecedor de Portugal. No períodocompreendido entre 2008 e 2012, as expor-tações portuguesas para esse país aumen-taram a uma taxa média anual de 8,8%.De acordo com o Instituto Nacional deEstatística, para o aumento verificado no anopassado contribuíram mais significativamenteas exportações de máquinas e aparelhos e deprodutos alimentares, com quotas de 24,7% e16%, respetivamente. O INE refere ainda queacréscimo foi generalizado a quase todos osgrupos de produtos.Portugal tinha, em 2011, 7893 empresasa exportar para esse mercado, uma quebraface às 9749 companhias a vender paraesse mercado em 2007.

EUA

4,1% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

7.º cliente de PortugalAs exportações de bens para os EUA aumen-taram 24,7% em 2012, devido sobretudo aoscombustíveis minerais. Os EUA atingiramassim um peso de 4,1%, mais 0,6 pontospercentuais face a 2011, nas exportaçõesportuguesas, o que o permitiu ascendera 7.º principal país de destino para os bensnacionais em 2012. Superou, desta forma,a Itália, com um valor total de 1,86 milmilhões de euros no ano passado.Os combustíveis minerais, com uma quotade 36,9% nas exportações para os EUA,alcançaram um valor global de 689 milhõesde euros, seguido das máquinas e aparelhos,com 10,8% de quota, correspondente a 201milhões de euros. O início das negociações de um acordo decomércio livre entre os EUA e a União

Europeia, na semana passada, poderá repre-sentar um crescimento exponencial nasexportações portuguesas, através de umaprofunda liberalização da relação comercialentre os dois países. Segundo uma análise doinstituto alemão IFO, caso o acordo seja fir-mado, o mercado de trabalho português seráo segundo mais beneficiado da Zona Euro.Em maio, Allan Katz, embaixador dos EUAem Portugal, afirmava que o protocolo iráabrir “novas oportunidades” para Portugalno mercado norte-americano, que, muitasvezes, é encarado como “intimidador”,devido às suas dimensões. O embaixadorfrisava ainda a necessidade de uma posturamais arrojada por parte das empresas emarcas portuguesas, que deve ir mais alémda significativa comunidade portuguesano território norte-americano.

PAÍSES BAIXOS

4,2% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

6.º cliente de PortugalOs Países Baixos continuam a ser umdos mais importantes parceiros comerciaisde Portugal, tanto como fornecedor dePortugal, como comprador. Ainda assim,há que ter em conta a previsão do FundoMonetário Internacional para uma novarecessão no país este ano e ainda o desem-prego mais elevado dos últimos 18 anos,situações que poderão ter impacto nasencomendas à Europa e, em particular,a Portugal.Este mercado europeu é o sexto clientepara as exportações portuguesas de bens,com uma quota de 4,2%, que tem vindoa subir desde 2007, de acordo com dadosdo Instituto Nacional de Estatística. O valor total das expedições portuguesaspara este país ascendeu a 1,89 mil milhões

de euros em 2012, representando umcrescimento face aos 1,67 mil milhõesde euros reportados no ano anterior.Os combustíveis minerais representama maior fatia das exportações, com umaquota de 22,8% e um valor total de 432,3milhões de euros, seguido dos plásticos eborracha, com 12,2% de quota e um valorde 230,9 milhões de euros. De realçar ainda, as exportações de calçado,em terceiro no ranking dos produtos expedi-dos para os Países Baixos, com uma quotade 10,7% nas exportações, para um totalde 201,5 milhões de euros.O número de empresas portuguesas expor-tadoras para os Países Baixos tem osciladodesde 2007, quando alcançou as 1797,tendo terminado 2011 com um totalde 1856 companhias.

REINO UNIDO

5,3% DE QUOTA DAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS DE BENS

PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES

5.º cliente de PortugalO Reino Unido é o quinto maior mercado paraas exportações portuguesas, com um totalde 5,3%, tendo subido 7,3% em 2012, facea 2011, para 2397 milhões de euros.No ano passado, o saldo da balançacomercial era positivo para Portugalem 699 milhões de euros.Por grupos de produtos, os veículos e outromaterial de transporte alcançaram os 16,1%das exportações para este país, com um valortotal de 386,5 milhões de euros, seguidodas máquinas e aparelhos, com uma quotade 15,3% e um valor total de 368 milhõesde euros. De salientar ainda as exportaçõesde vestuário que alcançaram uma quotade 10,3%, para 247,6 milhões de euros,de acordo com dados do InstitutoNacional de Estatística.

O número de empresas portuguesas exporta-doras para este mercado decresceu, em 2011,para 2086, face às 2287 contabilizadas em2007.O Reino Unido evitou uma terceira recessãoconsecutiva desde o início da crise financeiraao registrar um crescimento de 0,3%no primeiro trimestre, mas tanto o Bancoda Inglaterra (BoE) como o FMI alertaramque a economia britânica ainda está longede uma recuperação duradoura.O ministro das Finanças britânico, GeorgeOsborne, anunciou esta semana um novoplano de recuperação económica, que prevêo investimento de milhares de milhões emprojetos públicos, uma medida que poderáser benéfica para Portugal, caso o paíssaiba aproveitar esta boleia parafomentar as exportações de bens.

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DR

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JUNTOS, os cinco membros efetivosdo Mercsol representam um merca-do de 274,8 milhões de pessoas eum PIB nominal de 3,3 milhão demilhões de dólares (2,5 milhão demilhões), em 2011, segundo oWorld Economic Outlook do FundoMonetário Internacional (FMI).

Criado em 26 de março de 1991,pelo Tratado de Assunção, o Merco-sul (Mercado Comum do Sul) visa aintegração aduaneira e económicacom vista a acelerar o desenvolvi-mento económico sustentado, as-sente na justiça social, no combateà pobreza e na proteção ambiental.

O Paraguai foi suspenso em junhode 2012, depois de o Parlamento tervotado a destituição do PresidenteFernando Lugo. Os restantes mem-bros (à altura) - Brasil, Argentina eUruguai - não só o suspenderam (até

a próxima eleição presidencial), co-mo aprovaram a entrada da Venezu-ela (membro de pleno direito), umadecisão que o Senado paraguaio ti-nha anteriormente vetado. O Merco-sul é agora constituído por cincomembros efetivos, sendo outros cin-co membros associados: Bolívia,Chile, Colômbia, Equador e Peru,tendo o México o estatuto de obser-vador. Os associados têm acesso pre-ferencial ao comércio da zona, masnão beneficiam das vantagens tari-fárias e aduaneiras.

A suspensão do Paraguai vai estarna agenda da próxima cimeira (12de julho) em Montevideu, Uruguai,avançou o ministro das Relações Ex-teriores brasileiro, António Patrio-ta, citado pela agência MercoPress.

Como mercado, o Mercosul abar-ca uma realidade pujante. Segundo

o FMI, entre 2007 e 2011, as suas ex-portações cresceram 52,8% e as im-portações 70,2%. Números gordos,em 2011, o intercâmbio comercial(export + import.) do Mercosul como resto do mundo atingiu 824 milmilhões de dólares (632 mil milhõesde euros). O Brasil é a primeira eco-nomia da região e destaca-se tantona saída de mercadorias, com 256mil milhões dólares (196 mil mi-lhões de euros), como na entrada,com 226,2 mil milhões de dólares(173 mil milhões euros). O segundolugar é no caso das exportações ocu-pado pela Venezuela e nas impor-tações pela Argentina.

Na realidade, o Mercosul é dema-siado importante, pelo menos, parao Brasil. Isso mesmo reconheceu,recentemente, a Presidente DilmaRousseff, que o elegeu como a prin-

cipal prioridade de política externa.Dias antes, António Patriota tinhaafirmado, preto no branco: “O Mer-cosul é a iniciativa mais bem suce-dida de integração global na Améri-

ca do Sul, um mercado onde as ex-portações continuam a expandir--se.” As declarações de Rousseff e dePatriota surgem na sequência dasuspensão pela mineira Vale do pro-jeto de exploração de potássio naArgentina e da saída da All.

“Um dos principais obstáculos”do Mercosul é político e tem sua ori-gem na Argentina, um país que é“extremamente protecionista”, afir-mou a presidente da ConfederaçãoNacional da Agricultura do Brasil,Kátia Abreu, que defende um acor-do de livre comércio entre o Brasil ea UE, fora do âmbito do Mercosul.

Na realidade, os dois titãs têm a-dotado políticas de proteção demercado, restringido as importa-ções e, apesar de apregoarem a inte-gração, as suas economias trilhamrumos muito intervencionistas.

Protecionismos agitam mercado comum da América do Sul Em 1991, quando foi constituído, o objetivo era torná-lo um espaço de livre circulação de bens, serviços, pessoas e capitais. 22 anos depois,é ainda uma união aduaneira imperfeita com cinco membros efetivos: Argentina, Brasil, Paraguai (suspenso), Uruguai e Venezuela

MERCOSUL

Depois da suspensão doParaguai, na sequênciada destituição doPresidente FernandoLugo, a Argentina,o Brasil e o Uruguai admitiram a Venezuela

ARGENTINA BRASIL PARAGUAI URUGUAI VENEZUELASuperfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

912,050 km228 459 085

28,6%39,5%

30 hab./km2 1,44%74,2393%8%

0,748EspanholCatólica

Bolivar venezuelano

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

176 215 km2 3 324 460 ( 2013)

21,4%38,8%

19,8 hab./km20,25%

76,61 98%6,1%

0,792EspanholCatólica

Peso uruguaio

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

406 752 km2 6 623 252 (2013)

26,8%39%

14 hab/Km21,23%

76,6 anos94%

6,9% (2012)0,669

Espanhol e guaraniCatólicaGuarani

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

8 514 877 Km2 201 009 622 (2013)

24,2%43,6%

22 hab./km20,83%

73,02 anos88,6%

8%0,730

PortuguêsCatólica

Real

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

2 780 400 Km2 42 610 981 (2013 )

25,1%38,8%

14 hab./km20,98%

77,32 anos98,1%

7,2% (2012 est)0,811(45º)Castelhano

Castelhano (oficial)Peso argentino

FFoonntteess:: Banco Mundial, CIA – The World Fact Book, FMI, Nações Unidas e OCDE

Chile

Bolívia

Trindad e Tobago

GuianaSuriname

Guiana Francesa

Peru

Equador

Colômbia

BrasilBrasília

VenezuelaCaracas

ParaguaiAssunção

ArgentinaBuenos Aires

UruguaiMontevideu

Países membros de pleno direito

Países observadores

MERCOSUL POR ALMERINDA ROMEIRA

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ArgentinaA PROTECIONISTAA ARGENTINA é uma das cincomaiores economias da América doSul e um dos países que mais apos-ta no desenvolvimento económicocom inclusão social: 6% da riquezaproduzida destina-se à educação ecultura e 9,5% aos serviços de saú-de, segundo o Banco Mundial.

Com um PIB de 747 mil milhõesde dólares (572 mil milhões de eu-ros), em 2012, a Argentina é o paísda região que mais se aproxima damédia da OCDE (33,8%) na relaçãoreceitas fiscais/PIB: 33,5% (dados de2010). A pressão fiscal acompanhouo relançamento da economia, a par-tir de 2002 (anteriormente, o paísenfrentou o “default” e uma crisesocial profunda), tendo as receitasfiscais subido 13 pontos percen-tuais até 2010, segundo dados daOCDE, impulsionadas sobretudo pe-lo restabelecimento do imposto so-bre as exportações (2002).

Tanto o imposto como as exporta-ções aumentaram de forma signifi-cativa ao longo da última década, a-companhando o crescimento daprocura e dos preços das “commo-dities”. A abertura do mercado chi-nês tem impulsionado a dinâmicaexportadora.

Rica em recursos naturais, parti-cularmente chumbo, zinco, esta-nho, cobre, minério de ferro, man-ganésio, petróleo e urânio, a Argen-tina tem uma agricultura muito de-senvolvida e uma indústria que, nos

últimos anos, atingiu crescimentosrecorde, em especial nos setores au-tomóvel, têxtil e alimentar. O país éum dos maiores produtores de bio-diesel do mundo, sendo o maior ex-portador deste produto. Também égrande exportador de milho, trigo,soja, carne e etanol.

A Argentina é o país mais prote-cionista do mundo, de acordo como Global Trade Alert (GTA nov. 2008a nov. 2011). Não obstante, ofereceoportunidades interessantes naárea do investimento, encontrando--se entre as indentificadas a vitivini-cultura, a olivicultura e a agrope-cuária, o turismo e a construção.Fora do setor primário, as energiasrenováveis, as atividades extrativase a construção ferroviária e rodoviá-ria, desde que com parceiros locais.

Em 2012, o crescimento económi-co argnetino abrandou, tendo sidode apenas 1,9%. Para este ano, oBanco Mundial estima uma subidade 3,4%.

BrasilO COLOSSORICO em minérios e petróleo (a es-tratégia definida pela empresa esta-tal Petrobrás aponta para a duplica-

ção da produção até 2020), comuma agricultura muito desenvolvi-da e um setor industrial fortíssimo,o Brasil é a sétima economia domundo, com um PIB de 2,3 milhãode milhões de dólares (1,8 milhãode milhões de euros), em 2012. Umpaís rico, grande exportador de mi-

nérios, combustíveis, grãos, açúcare maquinaria, mas com uma distri-buição de rendimento muito assi-métrica. Apesar dos avanços dos úl-timos anos, especialmente durantea Presidência de Lula da Silva, “a de-sigualdade permanece em níveis re-lativamente elevados para um paísde renda média”, vinca o BancoMundial. Números desta instituiçãoreferem que a pobreza (pessoas quevivem com dois dólares/dia) passoude 21% da população, em 2003, pa-ra 11%, em 2009. Já a pobreza ex-trema (1,25 dólares/dia) passou de10% da população, em 2004, para2,2% em 2009. O país experimentadiferenças regionais extremas, es-pecialmente nos indicadores so-ciais, como a saúde, a mortalidadeinfantil e a nutrição.

Tradicionalmente, o Brasil é opaís da América Latina com maio-res receitas fiscais em proporção doPIB (32,4%), mas, em 2010, cedeu olugar à Argentina, segundo a OCDE,que destaca o facto dos impostos in-diretos serem relativamente altos.

O investimento estrangeiro de-sempenha um papel importante nodesenvolvimento económico recen-te do Brasil, que é um importantecaptador de IDE a nível mundial (5.ºem 2011) e terceiro destino maisatrativo para as principais empresastransnacionais, segundo a UNCTAD– Conferência das Nações Unidas so-bre Comércio e Desenvolvimento.Entre os setores que mais têm vindoa concentrar o interesse dos investi-dores estrangeiros, aliciados pelasoportunidades de negócio en-contram-se, a construção civil,

Argentina. Limpar a poluição emelhorar o saneamento da baciaMatanza-Riachuelo na cidade deBuenos Aires e noutras áreas daprovíncia do mesmo nome é o objeti-vo de um mega projeto ambientalem curso no país das pampas. Nomontante de mil milhões de dólares(767 milhões de euros), dos quais840 milhões (644 milhões de euros)financiados pelo Banco Mundial, oProjeto de DesenvolvimentoSustentável da bacia Matanza-Riachuelo, aprovado em 2009, de-verá estar concluído em 2016. NaArgentina, o investimento faz-seem todas as áreas, da agricultura,à saúde, educação e infraestruturasé uma constante. Atualmente, só oBanco Mundial tem 36 projetos emfinanciamento. Na ótica do desenvolvimentoeconómico com inclusão social, refi-ra-se, a título de exemplo, o segundoprojeto provincial de desenvolvimen-to agrícola PROSAP, no montante de300 milhões dólares (230 milhõesde euros). Este projeto visa aumen-tar a capacidade produtiva e orga-nizacional em comunidades ruraispobres, estimando-se que dele pos-sam beneficiar 70 mil pequenose médios produtores.

Brasil. Tem, neste momento,em construção uns incríveis 7349quilómetros de estradas e auto-estradas, às quais há que somar1889 quilómetros recentementeconcluídas. Isto só na vertente de

obras rodoviárias, no âmbito dasegunda fase do Programa deAceleração e Crescimento (PAC 2),que prevê um investimento de 955mil milhões de reais (331 229 mi-lhões de euros), no período entre2011 e 2014.O eixo de transportes desta estraté-gia desenvolvimentista lançada peloPresidente Lula e prosseguida pelaPresidente, Dilma Rousseff, englobaainda a construção de 2576 quiló-metros em ferrovias, das quais asmais importantes são as ligaçõesNorte-Sul, a Ferrovia de IntegraçãoOeste-Leste e a Ferronorte. Uma dúzia de portos está igual-mente a ser palco de obras e proje-tos de recuperação, alargamento,dragagem de aprofundamento eampliação de terminais de pas-sageiros. Os projetos infraestrutu-rantes estendem-se ainda a linhasde metro, comboios suburbanos,estações ferroviárias e 14 aeropor-tos, cuja obras permitiram aumentara capacidade dos mesmos em14 milhões de passageiros por ano. O Programa de Aceleração eCrescimento lançado em 2007, nosegundo mandato do PresidenteLula, entrou em 2011 na segundafase, com a mesma orientaçãoestratégica: dotar o país de grandesobras de infraestrutura social,urbana, logística e energética,contribuindo para o desenvolvi-mento acelerado e sustentável.No eixo da energia, num vasto rolde projetos concluídos ou a concluir,

destaca-se a entrada recenteem operação da hidroeléctrica deSimplício (333 MW), no rio Paraibado Sulo e a conclusão de 22 linhasde transmissão, totalizando 5256Km de extensão. A estes projetos acresce aarrematação, em maio deste ano,de 142 blocos na 11ª rodade de lici-tação de blocos pós-sal, que repre-sentarão investimentos de cerca de7 mil milhões de reais (2,428 milmilhões de euros), na área dopetróleo e do gás natural. Em ou-tubro deste ano, será realizado oprimeiro leilão na modalidade departilha no pré-sal, na área da Libra.Segundo o governo brasileiro, prevê--se que o volume de petróleo recu-perável seja, no mínimo, de 8 milmilhões de barris, que correspondema 30% do total das reservasnacionais. Na área do saneamento básico, oplano contempla 609 empreendi-mentos como a ampliação do sis-tema de esgotos de Guarulhos noestado de S. Paulo, que vai bene-ficiar cerca de 200 mil pessoas.A um vasto número de creches,jardins de infância, escolas, equipa-mentos na área da saúde, da cultura,do desporto e do lazer, há que juntar1,2 milhões de habitações sociaisentregues até ao passado mês deabril e 1,5 milhões adjudicadasaté 2014.Além das obras que estão a mudaro rosto do Brasil, o PAC foi decisivopara aumentar a criação de

emprego, dinamizar o investimentopúblico e privado em obras funda-mentais e fomentar a geração deriqueza. Nos quatro anos iniciais doPAC, os investimentos públicos bra-sileiros passaram de 1,62% do PIB,em 2006, para 3,27%,em 2010, aju-dando o Brasil a criar o númerorecorde de 8,2 milhões de postosde trabalho. No total, o plano 503,9mil milhões de reais (175 milmilhões de euros).

Paraguai. O projeto de fortale-cimento do setor de energia doParaguai é um dos mais importantesatualmente em curso neste país doMercosul. Tem um custo estimadode 125 milhões de dólares (96 mi-lhões de dólares), é apoiado peloBanco Mundial e, em 31 de dezem-bro de 2015, quando estiver concluí-do, terá melhorado o fornecimentode energia de nove mil famíliasparaguais em 45 comunidadesindígenas.

Uruguai. Nos próximos três anos,o Uruguai quer recuperar 524 Kmde estradas e pontes, sistemas dedrenagem e melhorar a sinalizaçãoao longo de outros nove milquilómetros de rodovias.Para isso, conta com a ajuda de umanova ferramenta do Banco Mundial,designada Programa para Resul-tados (pforr). Este instrumentoapoia programas de investimentopúblico em curso, distribuindo osfundo em função dos resultados

específicos alcançados. O montanteestimado é de 1053 milhões de dóla-res (807 milhões de euros). Ciência,tecnologia e inovação são as chavespara melhorar a produção e compe-titividade do Uruguai, um país quetem igualmente em marcha uma gu-erra total ao tabaco, decretada peloantigo Presidente, Tabaré Vázquez,médico oncológico de profissão.

Venezuela. Avançar com a elabo-ração de estudos para subsidiar umPlano de Desenvolvimento Integradoentre o Norte do Brasil e o Sul daVenezuela, de forma a fazer coabitaras maiores reservas certificadas dehidrocarbonetos do mundo com amaior biodiversidade do planeta foiuma decisão do falecido Presidenteda Venezuela, Hugo Chávez e daPresidente do Brasil Dilma Rousseff. Na Venezuela, os principais projetosde infraesturação em marcha abar-cam áreas como construção naval,siderurgia, transportes, pontes sobreo rio Orinoco, centrais hidroelétricase termoeléctricas e projetos agríco-las de grande envergadura. As áreasde incidência dos 14 protocolos decooperação assinados recentementeem Portugal pelo Presidente da Ve-nezuela, Nicolas Maduro, são bemilustrativos dasprioridades. A novaautoestrada Caracas - La Guaria,avaliada em 4,4 mil milhões de dóla-res (3,2 mil milhões de euros) é umadelas, existindo o compromisso daconstrutura Teixeira Duarte vira participar na sua construção.

No Brasil, a desigualdade socialpermanece em níveis relativamente elevadospara um país de rendamédia, destaca o BancoMundial no outlooksobre o país

www.oje.pt • ipad • iphone • android| 40 | sexta-feira 28 de junho de 2013 | Regiões económicas

PROJETOS INFRAESTRUTURANTES

Mercado comum do sul da AméricaRETRATO DE 5 PAÍSES

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obras públicas e infraestruturas,muito por via da realização doCampeonato Mundial de Fute-

bol, em 2014, e dos Jogos Olímpicos,em 2016, o imobiliário, o turismo, opetróleo e o gás, a biotecnologia e oscomponentes electrónicos, só parareferir alguns.

ParaguaiRIQUEZA NATURALO PARAGUAI não tem mar, mas éatravessado em toda a extensão pe-los numerosos cursos de água quecompõem a rede hidrográfica da ba-cia da Prata, uma das maiores reser-vas de água doce do planeta, o quelhe confere grande riqueza natural.

Com um PIB de 41 100 milhõesde dólares (31 500 milhões de euros)em 2012, o Paraguai tem na produ-ção de energia limpa uma das suasatividades económicas mais impor-tantes, com destaque para o projetoItaipú (acordo de venda energia aoBrasil, cuja receita representou1,7% do PIB, em 2011).

A economia paraguaia é pequenae aberta, muito dependente do co-mércio com o exterior, especial-mente a soja (sexto produtor mun-dial) e a carne bovina, que juntos re-presentam 50% das exportações.

O setor informal, assente na reex-portação para os vizinhos Brasil eArgentina de bens de consumo im-portados, reveste-se de alguma di-mensão. Os membros do Mercosul(Uruguai, Brasil e Argentina) sãoresponsáveis por praticamente me-tade das expedições paraguaias.

Nos últimos anos, o país fez algu-mas reformas, destacando-se, na a-nálise do Banco Mundial, o acessogratuito aos cuidados de saúde pri-mários e à educação básica. Apesar

da aposta no crescimento com in-clusão social são ainda grandes osdesafios no combate à pobreza. Umquarto do total da força do trabalhoassegura o seu sustento no setoragrícola (cana de açúcar, soja, algo-dão, tabaco e cereais), em grandemedida, numa mera base de subsis-tência.

A economia paraguaia registouum rápido crescimento, entre 2003e 2008, impulsionada pelo aumentoda procura dos produtos exportá-veis. Em 2012, um surto de febreaftosa provocou uma contração daeconomia na casa dos 2%. Para esteano, as “condições climáticas favo-ráveis” permitem antecipar, segun-do a Comissão Económica para aAmérica Latina e as Caraíbas(CEPAL), um crescimento de 10%,alicerçado no dinamismo do setoragrícola.

Segundo a UNCTAD - Conferênciadas Nações Unidas sobre o Comér-cio e Desenvolvimento -, o Paraguaiocupa posições muito modestastanto como recetor como emissormundial de investimento. Na áreafiscal, a OCDE assinala um grandecrescimento das receitas entre 1993

e 2010, que se situam, atualmente,muito perto da média da Américado Sul, mas ainda abaixo da médiaOCDE. Os impostos indiretos consti-tuem a principal fonte de receitasfiscais, embora a sua composiçãotenha mudado, destacando-se a in-trodução do IVA e a queda dos im-postos específicos.

Uruguai”A SUIÇA” DA AMÉRICADE ACORDO com o Índice de Opor-tunidade Humana do Banco Mun-dial, o Uruguai alcançou “um eleva-do nível de igualdade” em termosde acesso a serviços básicos, comoeducação, água potável, eletricidadee saneamento básico. O país é oquarto da América do Sul no desen-volvimento logístico e primeiro napenetração de internet, computado-res pessoas e telefones.

Estabilidade política e social, altataxa de alfabetização, grande classemédia urbana e um sistema de se-gurança social avançada colocameste país de 3,4 milhões de habitan-tes e um PIB de 53 550 milhões dedólares, em 2012, à cabeça dos paí-ses da América do Sul, com umaprodutividade que supera, de longe,a média mundial, segundo o GlobalCompetitiveness Report 2011-2012,do World Economic Forum.

O setor agro-pecuário é funda-mental para a economia do Uru-guai, dado que proporciona a maiorparte das matérias-primas processa-das pela indústria transformadora,bem como o grosso das exportações(60%). Na matriz produtiva, começaa ganhar volume o setor florestal,graças ao desenvolvimento da in-dústria madeireira e da celulose.

No período de 2007-2011, o PIB

uruguaio cresceu a uma taxa médiade 6,5% ao ano, superando de longemesmo a taxa média de crescimen-to do PIB mundial de 1,9% ao ano.Para 2013, a CEPAL prevê, para oUruguai, um crescimento de 3,8%.O Uruguai tem diversificado o co-mércio, mas os parceiros regionais,especialmente o Brasil, são respon-sáveis por uma parte significativadas exportações.

VenezuelaA PETROLÍFERADETENTORA das maiores reservasde petróleo da América Latina, a Ve-nezuela, país que conta com cercade meio milhão de emigrantes por-tugueses, concentra, neste produto,95% das suas exportações e cerca demetade das suas receitas fiscais.

Por via desta dependência, a eco-nomia do país está muito exposta àsflutuações dos preços internacio-

nais do petróleo, que, historicamen-te elevados, têm jogado a seu favor,permitindo a concretização de ini-ciativas ambiciosas, muito direcio-nadas para a área social. As eleva-das taxas de crescimento económi-co dos últimos anos permitiram, se-gundo o Banco Mundial, que a po-breza moderada - que, em 1998,atingia 50% - caísse para 32% em2011.

Para este ano, o FMI, estima umcrescimento de apenas 0,1%, contra5,5% em 2012.

A Venezuela é o país da AméricaLatina com maior redução de im-postos nas últimas duas décadas.Em 2010, segundo dados da OCDE,apresentava o nível de pressão tri-butária mais baixo da região, con-tribuindo com apenas 11,4% para oPIB do país.

A Presidência de Hugo Chávez foimarcada pelo aumento da partici-pação do Estado na economia e pelanacionalização de um grande nú-mero de empresas privadas em se-tores que incluem hidrocarbonetos,minérios, metalurgia, cimento, ban-ca e telecomunicações.

Com um PIB de 402,1 mil milhõesde dólares, em 2012 (303 mil mi-lhões de euros) o país é ainda ricoem reservas de minérios e de metaisnobres. O investimento estrangeirotem estado bastante aquém do po-tencial do país devido à instabili-dade política, nomeadamente às re-nacionalizações de empresas efetua-das nos últimos anos.

A Venezuela importa de tudo,mas, sobretudo, máquinas e equipa-mentos mecânicos e elétricos, pro-dutos farmacêuticos, instrumentosde ótica e produtos químicos. Entreos principais parceiros comerciaiscontam-se os EUA, a China e o seuvizinho do Mercosul - o Brasil.

Para o Paraguai,a Comissão Económicapara a América Latina eas Caraíbas antecipa umcrescimento económicode 10%, alicerçado nodinamismo do setor agrícola

Em julho deste ano, a Venezuela e Portu-gal subscreveram 14 novos acordos decooperação nas áreas da imobiliário,financeiro, energia elétrica, tecnologia,infraestruturas, saúde, turismo, alimenta-ção, cultura e recolha de resíduos sólidos.Estes acordos são acrescentados aos 150acordos que foram assinados entre ambosos países desde o ano 2007.Entre os projetos mais relevantes quedecorrem dos referidos acordos, está aconstrução de uma nova autoestradaCaracas-La Guaira, obra de grandeenvergadura que terá 19 quilómetros deextensão e um amplo sistema de túneis. Em matéria de imobiliário, projeta-se ainstalação de uma fábrica de componen-tes prefabricados para a construção dehabitações. Projeta-se também ainstalação de uma fábrica para a extraçãoe transformação de mármores e calcários,

assim como um complexo para aconstrução de telhas, mosaicos erevestimentos à base de argila.No contexto dos acordos assinados,realizar-se-á igualmente um plano derecolha de resíduos sólidos, com baseno plano desenvolvido na Madeira.Para Caracas, a capital venezuelana,será desenhado um sistema novo desinalização da cidade que se prevê que seexpanda a todo o país. Adicionalmente,consolidou-se uma aliança financeira como BANIF, e o BES para ampliar os seusserviços na Venezuela. Finalmente, emmatéria alimentar, foi assinado um acordopara a aquisição de cem mil toneladas dealimentos congelados.A relação Venezuela-Portugal é cadadia mais estreita e existe um sem fimde oportunidades de investimento paraos empresários portugueses. Todavia,é importante saber como começar umnegócio na Venezuela, já que se trata de

uma legislação que possui poucassemelhanças com a portuguesa e tem,atualmente, caraterísticas jurídicasparticulares.Em princípio, não é necessária aconstituição de uma sociedade naVenezuela para a celebração de contratose execução de projetos. Não obstante,caso seja necessário, recomenda-sea utilização de veículos que tenhamcelebrado tratados para evitar a duplatributação com a Venezuela e de Proteçãode Investimentos. Para esse efeito, aVenezuela e Portugal celebraram umAcordo para evitar a Dupla Tributação,assim como um Acordo para a Promoçãoe Proteção de Investimentos, pelo quala realização de investimentos através deentidades portuguesas pode resultar embenefícios do ponto de vista fiscal efinanceiro.Na Venezuela, não se requerer autorizaçãoprévia para investimento estrangeiro,

sempre e quando não se contrariem asleis especiais do setor em que se vaiinvestir. Só existem restrições para osinvestimentos nos setores de hidrocar-bonetos, serviços profissionais regidos porlei, televisão de sinal aberto, radiodifusãoe imprensa escrita em espanhol.Para o caso dos negócios que requeiram aconstituição de sociedades na Venezuela,as mais utilizadas normalmente são assubsidiárias na forma de sociedadesanónimas que limitam a responsabilidadedos acionistas até ao valor do capital daempresa. O capital exigido dependerá daatividade que venha a ser desenvolvidapela empresa e não existe nenhuma limi-tação a respeito da nacionalidade dosseus acionistas. Também se podem cons-tituir sucursais. Outra das modalidadesque se pode utilizar para o desenvolvi-mento de projetos de grande envergadura,é a criação de consórcios e joint venturescom empresas venezuelanas, de forma a

que a empresa estrangeira, neste casoa portuguesa, se encarregará da parteestrangeira do projeto, e a venezuelanada execução da parte nacional. Para estescasos recomenda-se a celebração de doiscontratos, um estrangeiro e outro nacio-nal, o qual evitará que seja tributada atotalidade do projeto pelo imposto vene-zuelano. A abertura de empresas naVenezuela implica uma série de licenças,inscrições perante os organismoscompetentes em matéria de impostos,contratação e segurança dos trabalhado-res, pagamento de impostos nacionais,estatais e municipais, assim como o pa-gamento de um número importante decontribuições parafiscais, para o qual éessencial a assistência de especialistasna matéria. Um dos entraves mais impor-tantes na hora de fazer negócios é ocontrolo cambiário que proíbe a comprae venda de moeda estrangeira semintervenção do Banco Central.

Investir na Venezuela

Sócia ONTIER VENEZUELA

OPINIÃO

Alejandra Cerviño

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DR

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CERCA DE 88 milhões de habitan-tes, sendo que 60% da populaçãotem menos de 25 anos. Esta é a fo-tografia imediata da região econó-mica UEMOA, sendo que este poten-cial demográfico é um trunfo a nãoescamotear. A diferença de podereconómico entre os outros paísesque compõem a UEMOA – UniãoEconómica e Monetária da ÁfricaOcidental está patente nos estádiosde desenvolvimento, na literacia ena esperança média de vida à nas-cença.

O Benim, Burkina Faso, Costa doMarfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger,Senegal e Togo têm em comum amesma moeda: o franco CFA. Aindaem comum têm o potencial econó-mico ancorado no crescimento dasinfraestruturas viárias e portuáriase nas reservas naturais a nível de hi-

drocarbonetos e ouro. A Costa doMarfim representa 40% do PIB daUEMOA e é a principal plataformade comércio exterior dos países des-te hinterland. Quando integradoscom os membros da CEDEAO - Co-munidade Económica dos Estadosda África do Oeste atinge os 300 mi-lhões de habitantes.

A relação de forças entre estespaíses está, no entanto, a mudar. Sehá meia dúzia de anos estes váriospaíses viviam do potencial agrícolae grande parte da população estavaligada ao setor primário, as trans-formações têm levado a populaçãopara o terciário, enquanto as gran-des indústrias ligadas ao petróleo,ao gás e à extração mineira, quer aoouro, cobre ou fosfatos estão a alte-rar o paradigma. O setor agrícolacontinua a ser um potencial, até

porque a autosuficiência alimentarestá longe de existir em qualquerum destes países.

Dados da CIA dão conta de que,com exceção da Costa do Marfim,onde 11% do território com aptidãoagrícola está a ser explorado, e, nocaso da Guiné-Bissau, onde essa per-centagem chega aos 6,9%, os res-tantes países integrantes desta re-gião têm níveis de ocupação do solopara a agricultura entre os 0%, casodo Níger, e os 2%, casos do Togo edo Benim.

Todos estes países têm vindo aapostar na extração mineira e noshidrocarbonetos, sendo que a costaentre a Mauritânia e o Golfo da Gui-né é reconhecida como sendo ricaneste tipo de jazidas.

A dependência das commoditiesé um ponto fraco nesta comunida-

de, que está sujeita à volatilidade dopreço do crude ou do ouro, ou mes-mo à maior ou menor procura deprodução agrícola.

A UEMOA como organização re-

gional está enquadrada num lequede blocos africanos com valências einfluências díspares.

A CEA, a CEDEAO e o EBCAM sãosiglas que representam diferentesinteresses na região de África, so-bretudo na parte ocidental. Estasorganizações que visam a criação ezonas de influência acabam, na prá-tica, por chocar com países com as-piração a serem verdadeiras potên-cias regionais em termos de econo-mia, caso da África do Sul, Nigériaou Angola. A abundância de maté-rias-primas e o volume de divisas es-trangeiras dão sustentação às moe-das nacionais.

Em termos de grandes blocos eco-nómicos e a par da UEMOA são rele-vantes a CEA, a SADC, o EBCAM, aComesa e a Organização de UnidadeAfricana.

Potencial está numa demografia com 60% de jovens e numa moeda únicaOito países fazem parte deste união económica e monetária. A influência francesa neste espaço da África ocidental é bem vista e o franco CFAcom paridade fixa em face do euro é incentivador ao investimento externo. O desenvolvimento da área financeira é crucial para o crescimento

UEMOA - UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA DA ÁFRICA OCIDENTAL

Com exceção da Costa doMarfim, onde 11% do ter-ritório com aptidão agrí-cola está a ser explorado,e da Guiné-Bissau (6,9%),os restantes paísestêm níveis baixosde ocupação do solo

BENIM BURKINA FASO COSTA DO MARFIM SENEGAL TOGOSuperfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

56 790 Km6 027 798

40,8%31,9%

119 Hab/Km22,73%

63,6 anos60,9%

ND162

Francês, kabiés, outrasAnim, catól, muçulm

Franco CFA

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

196 720 Km213 300 410

42,7%30,1%

65 hab/Km22,51%

60,5 anos39,3%14,8%

155Francês e mandinga

Muçulm, catól, animistFranco CFA

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

322 460 Km222 400 835

38,9%32,5

67 hab/Km22%

57,6 anos56,2%

ND170

Francês, dioulaCristãos e Muçulm

Franco CFA

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

274 000 Km21 812 961

45,5%28,9

59 Hab/Km23,06%

54,4 anos21,8%

3,8%181

Francês, mossis, mandés Anim, muçulm e outras

Franco CFA

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Crescimento demográfico/ano Esperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Unidade monetária

112 620 Km2 9 877 292

44,1%29,7

80 Hab/Km22,84%

60,6 anos42,4%0,8%

167Francês, Fons, adjas

Animistas, catól Franco CFA

FFoonntteess:: FMI/Banco Mundial/CIA/CDEAO/Uemoa

Cabo Verde

Marrocos

Sara Ocidental

Argélia

Tunísia

Eritreia

Djibuti

Somália

Quénia

Uganda

RD Congo

Camarões

S.Tomé e Príncipe

Mauritânia

Mali

Burkina Faso

Costa Marfim

Guiné Conakri

Senegal

Gâmbia

Guiné Bissau

Serra Leoa

Libéria

Gana

G.Equatorial

BenimTogo

Gabão Congo

TanzâniaRuanda

Burundi

Angola

ZâmbiaMalawi

Moçambique

Zimbabué

Botsuana

Namíbia

África do Sul

Lesoto

Suazilândia

Madagáscar

Comores

Seichelles

Reunião

Níger

Nigéria

Líbia

Egito

SudãoChade

RC AfricanaEtiópia

UEMOA (EM DESTAQUE) - 1994: União Económica e Monetária dos Estados da África Ocidental (ex-UDEAO, 1959, ex-CEAO, 1973)

UEMOA - 1994: União Económica e Monetária dos Estados da África Ocidental (ex-UDEAO, 1959, ex-CEAO, 1973)

CEDEAO/ECOWAS - 1975: Comunidade Económica dos Estadosda África Ocidental

COMESA - 1993/94: Mercado Comum da África Oriental e Austral (ex-PTA, 1981)

SADC - 1992: Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (ex-SADCC, 1980)

IGAD - 1996: Autoridade Inter-Governamentalpara o Desenvolvimento (ex-IGADD, 1986)

UMA - 1989: União do Magreb Árabe

CEEAC/ECCAS - 1983: Comunidade Económica da África Oriental

CEMAC - 1994/99: Comunidade Económica e Monetária da África Central (ex-UDEAC, 1966)

CEN-SAD - 1998: Comunidade dos Estados Saelo-Saarianos

EAC - 1999/2000: Comunidade da África Oriental (ex-EAC, 1967)

SACU - 1910, 1969/70, 2000: União Aduaneira da África Austral

Fonte: Fernando Jorge Cardoso, Janus 2010

UEMOA E ÁFRICA OCIDENTAL POR VÍTOR NORINHA

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BenimTURISMO NA MIRA ECONOMIA do Benim continuasubdesenvolvida, dependente daagricultura e, em particular, da pro-dução algodoeira e do comércio re-gional. O país que sofreu bastantecom a crise de 2008 tem projetospara atrair o investimento externo(IDE), com destaque para o turismo,a par de atividade de produção etransformação agroindustrial, aomesmo tempo que se quer moder-nizar a nível de novas tecnologias enas comunicações.

Para melhorar o clima económi-co, o país tem vindo a projetar re-formas a nível da propriedade, dojustiça e do setor financeiro. Esteprograma passa pela privatizaçãodos setores das águas, eletricidade eagricultura.

O Club de Paris deu uma grandeajuda ao perdoar a dívida externa,enquanto o G8 já tinha anunciadoum perdão parcial da dívida. Atual-mente, os projetos de investimentoexterno são reduzidos, assim comoas ajudas externas a projetos infra-estruturantes.

A produção do algodão sofreucom a quebra na safra na campa-nha de 2011-2012, mas a subida dospreços internacionais compensa-ram as perdas de volume e a balan-ça comercial com base nestes pro-dutos melhorou.

Em termos de comércio, o paístem vindo a sofrer com a piratariaque infesta as suas águas territo-

riais, tendo solicitado ajuda interna-cional.

A nível doméstico o país está a so-frer pressões do funcionalismo pú-blico, tendo recentes greves obriga-do a aumentos salariais de dois dígi-tos, pressionando o depauperadoOrçamento de Estado, de acordocom informações da CIA.

Pertencente à UEMOA, a moedafranco CFA tem permitido manteruma unidade económica e o inte-resse dos investidores, para além deestimular o comércio inter-regio-nal.

O país apresenta uma balançacomercial desequilibrada com asexportações a atingirem (em 2011)1,2 mil milhões de dólares e as im-portações quase a duplicarem paraos 2,2 mil milhões de dólares. Osetor terciário tem um peso de qua-se metade do PIB e o setor primárioquase chega aos 36% do Produto. Orisco país é mediano (B) na ótica daconsultora Coface.

Burkina FasoOURO NO HORIZONTE O PAÍS é considerado “fechado” e asreceitas provêm essencialmente dosetor agrícola, com destaque para o

algodão, mas também das exporta-ções de ouro em bruto e cana deaçúcar. A par destes produtos, opaís tem poucos recursos naturais euma base industrial muito frágil,com 90% da população a dependerda agricultura de subsistência.Aliás, na repartição do PIB, o setor

primário detém 35,2%, um nívelquase idêntico ao terciário com umpeso de 41%. Desde o final do sécu-lo passado que o Burkina Faso temvindo a privatizar empresas de basee incumbentes, tendo alterado o có-digo do investimento externo em2004 para conseguir atrair investi-dores estrangeiros. Como resultadoda nova legislação, a par de um no-vo enquadramento legislativo quefavoreceu a extração mineira, o paístem vindo a crescer a nível da ex-ploração e produção de ouro.

Desde há dois anos que o ouro é,aliás, o principal produto de expor-tação do país, tendo as minas destemetal precioso duplicado a produ-ção entre 2009 e 2010, sendo conhe-cidos dois novos projetos mineirosde ouro lançados na segunda meta-de de 2011. O país tem sido alvo deconflitos sociais com base na indús-tria mineira e algodoeira, que nãoagrada à população envolvida. Aresposta política tem sido umaumento da subsidiação às popu-lações locais a nível da produçãoagrícola ou redução de impostospara as populações afetadas pelaindústria, ou mesmo compen-sações. Estas medidas foram apoi-adas pelo FMI que fez a 1.ª Avalia-ção em 2011, depois de um pedidode ajuda urgente. O país sofreu pro-blemas de produção agrícola nos úl-timos dois anos que têm criadograves dificuldades na produção ali-mentar da população.

As exportações do país centram--se no ouro, algodão e gado, sendoos principais destinos a China,Turquia, Singapura, Indonésia e

Os países da região UEMOA estão aser alvo de forte interesse, sobretu-do a nível de infraestruturas fer-roviárias, rodoviárias, logísticas,portuárias e de comércio.Entre as obras de maior interesseestá o projeto ferroviário de pas-sageiros e mercadorias entre aCosta do Marfim, o Níger o Benin. Oprojeto vai envolver cerca de 1000milhões de francos CFA (cerca de1525 milhões de euros). O grupofrancês Bollorá Africa Logistic jámostrou interesse pela participaçãonum dos troços.O setor mineiro ligado ao ouro é ou-tros dos grandes objetivos dasmultinacionais. Entre as propostasrecentes está o interesse da russaGazPrombank na Costa do Marfim.O gigante russo abriu no país a GPBIvory Coast Minerals e tem previstoinvestir o equivalente a 8,16 mil mi-lhões de FCFA (cerca de 12 200 mi-lhões de euros) nos trabalhos depesquisa e exploração mineira nopaís, avançou a comunicação social.Recorde-se que a GazPrombank é afilial bancária e de investimento dogigante energético russo Gazprom.A companhia obteve duas licençaspara a exploração e extração decobre e ouro na zona de Mont Trou,no extremo oeste do país. BrunoKoné, porta-voz do governo, anun-ciou que numa primeira fase ogigante russo ira investir um poucomais de 3 mil milhões de FCFA(4374 milhões de euros). O mesmogrupo da Gazprom já abriu filiais em

outros países da região. Desde háalguns anos que o objetivo da explo-ração e produção mineira tem acon-tecido no Tchad, Mali e Níger, comforte interesse no Urânio.O setor agrícola é também relevantena Costa do Marfim, onde o Governoanunciou, em junho último, a inten-ção de duplicar a fileira da produçãoda óleo refinado de palma até 2020,para atingir as 600 mil toneladas.Atualmente, a Costa do Marfim sóé ultrapassada pela Nigéria nestacommoditie agrícola. Para este país,aquele produto agrícola representauma entrada de fundos da ordemdos 500 milhões de FCFA anual-mente (762 milhões de euros). AsONG têm, no entanto, alertado parao problema da desflorestação nopaís.O setor dos portos e logística está agerar a atração de europeus. Um doscasos mais conhecidos é o do segun-do terminal de contentores no portode Abidjan, na Costa do Marfim,onde um consórcio dos franceses daBolloré Africa Logistics, da APMT eda construtora Bouygues concluiuum acordo com o Estado para a con-cessão daquele terminal. Este acor-do foi concluído independentementeda Comissão de Concorrência daUEMOA continuar a desenvolver uminquérito sobre as condições deatribuição e sobre as práticas con-correnciais deste contrato. A partede construção civil do porto seráentregue ao grupo China HarbourEngineering Company com um valor

estimado de dois mil milhões deeuros e será financiado pelo bancochinês Eximbank. O grupo Bolloré iráintervir nesta obra com um investi-mento estimado de 400 milhões deeuros. O novo porto poderá acolhernavios de grande capacidade.O setor da energia está também emebulição. Mais uma vez na Costa doMarfim, a Ciprel – CompanhiaMarfinense de Produção deEletricidade vai investir 108 milhõesde euros, através de um financia-mento da IFC, a filial do BancoMundial. O objetivo é aumentar acapacidade de produção de energiade 222 Mw. O investimento globalpode chegar aos 270 milhões deeuros. A Ciprel, de acordo comfontes financeiras quer colocar emoperação uma turbina a gaz de 111Mw. O Banco Africano deDesenvolvimento que tambémpoderá entrar neste projeto diz queo objetivo do investimento éreforçar o fornecimento de eletrici-dade ao país e criar condições desustentabilidade nos projetos deinvestimento.O consumo está a disparar no conti-nente africano e os chineses têmsido aqueles que melhor têmaproveitado a tendência. A indústriaautomóvel está a nascer na Costado Marfim e no Senegal. Neste últi-mo país, o grupo Great Wall estudaa possibilidade de instalação deunidades fabris. Estes complexosfarão a montagem de componentescom origem na China, embora não

existe aqui transferência de tecnolo-gia. Os chineses estão a olhar o mer-cado de outra forma: ao instalarem--se nos países e nas regiões econó-micas fortes, estarão no futuro aevitar pesados direitos alfandegáriosa nível das importações e contor-nando desta forma as vantagens quealgumas empresas europeias têm anível fiscal. Outro tipo de investi-mento automóvel está relacionadocom os concessionários. As marcaseuropeias não querem misturas comas chinesas e várias cidades estão aaproveitar a necessidade das marcasse posicionarem para atraíremgrandes concessionários paraos seus países.A banca marroquina tem mostradouma atitude agressiva relativamenteao setor financeiro. Têm apostadonos países francófonos da Áfricaocidental e da áfrica austral. OAttijariwafa Bank concretizou umadezena de aquisições ao longo dosúltimos cinco anos e não vai ficarpor aqui. O CEO Mohamed El Kettanipretende investir cerca de 750 mi-lhões de euros em compras no mer-cado subsariano. Está presente em22 países, tendo a compra maisrecente acontecido no Togo, com atomada do BIA-Togo por 16 milhõesde euros. Já afirmou estar atento aoportunidades nos países anglófonose lusófonos, sendo que, neste caso,o interesse é Angola. Do lado doBMCE Bank, o momento é de expan-são no seio da Cemac – ComunidadeEconómica e Monetária da África

Central, através da sua filial o Bankof Africa (BOA), e que já está pre-sente em 14 países subsarianos. O interesse no setor financeiro dospaíses da África subsariana, e daUEMOA em particular, está nopotencial de crescimento. A médiade crescimento destas economiassituava-se, em 2011, nos 5,5%, o quecontrasta com a depressão vivida nageneralidade dos países europeus eno corte de crédito. O Ecobank, umainstituição financeira pan-africana,sedeada no Togo, é dos mais rele-vantes em termos de crescimento.O acesso às novas tecnologias é oúltimo grande ponto de interessepara os países africanos. Do Senegalao Congo, passando pelo Gabão, oBenim e a Costa do Marfim, todostêm interesse em ser plataformasnuméricas e de ter infraestruturas ecomunicações modernas e acessorápido à internet. Desde há trêsanos que as ligações entre paísespelos cabos submarinos de fibraótica têm gerado forte competição.Cerca de 1500 milhões de eurosforam desbloqueados nos últimoscinco anos para a construção decabos submarinos. Os operadoressul-africanos Vodacon e MTN, onigeriano Globacom, a FranceTélécom e o Banco Mundial têm sidograndes investidores. Países como osCamarões, o Togo, o Benim e aCosta do Marfim esperam vir a serportas de passagens entre os váriospaíses do hinterland. As ligaçõesrápidas estão na ordem do dia.

Desde há dois anosque o ouro é, aliás, oprincipal produto deexportação do BurkinaFaso, tendo as minasdeste metal preciosoduplicado a produçãoentre 2009 e 2010

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PROJETOS INFRAESTRUTURANTES TRANSVERSAIS À REGIÃO UEMOA

Franco CFA A força da presença francesaRETRATO DE 5 PAÍSES

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outros países do sudeste asiáti-co. Nas importações, o maior pe-

so é de bens alimentares e petróleo,com origem na Costa do Marfim(proximidade territorial e ligação àUEMOA), e ainda a França. A infla-ção está controlada nos 0,9%.

C. do MarfimCACAU E OUROESTAMOS perante um dos maioresexportadores mundiais de cacau,grãos de café e óleo de palma. A eco-nomia da Costa do Marfim vive es-sencialmente da agricultura. Istosignifica que a economia é altamen-te sensível aos preços internacio-nais das commodities agrícolas. Opaís está, no entanto, a entrar comforça na extração mineira, concre-tamente no ouro, mas a guerra civilque terminou há 10 anos deixoumazelas e o investimento externodesapareceu e fez a economia derra-par. Entretanto, o FMI e o BancoMundial anunciaram, em meadosdo ano passado o perdão da dívidado país, o que irá permitir a recupe-ração no longo prazo. As infraestru-turas muito degradadas são umaoportunidade para os investidoresexternos, o que justifica o cresci-mento do PIB da ordem dos 8,1% noano passado. Os setores primário esecundário têm 25% de peso cadaum no Produto. A inflação médiaanualizada está nos 2,7%. A balançade transações correntes é superav-itária, com as exportações a atin-girem, em 2011, os 10,3 mil mil-hões de dólares e as importações os7,8 mil milhões de dólares. A agên-

cia Coface mantém um elevadograu (D) no risco país.

SenegalATRAIR IDE POSSIVELMENTE um dos países daUEMOA com maior sucesso. A in-fluência francesa é nítida em todosos setores da economia, tendo cria-do um Código de Investimento Ex-terno muito atrativo e um modelofiscal que tem levado à deslocaliza-ção de empresas para este país.Aliás, o Senegal é um dos grandesbeneficiários da criação do francoCFA, já que como produtor de bensde consumo e com uma logística denível europeu, atrair compradoresdos países vizinhos que aí deixamdivisas. A base industrial do país es-tá na extração de fosfatos, produçãode fertilizantes e na pesca, enquan-to o turismo tem forte potencial,sobretudo na geração de emprego.O país está lançado na criação degrandes projetos ligados à extração

de minério de ferro e na exploraçãopetrolífera e gasista. O Senegal re-gistou uma das piores depressões dasua história há 20 anos e, desde en-tão fez o turnaround com reformasda economia e que lhe permitiramcrescimentos médios do PIB anuaisda ordem dos 5% até 2007, a par docontrolo do nível da inflação paraum dígito. O Produto está centradono terciário com 61% do peso, se-guido do secundário com 22% dopeso e o primário com 17% do PIB.A inf lação está controlada nos1,2%. O défice na balança de transa-ções é grande, tendo em contanúmeros de 2011 que indicavam2,2 mil milhões de dólares em ex-portações e 4,8 mil milhões de dó-lares em importações. O FMI temvindo a apoiar um programa de as-sistência ao país para a reforma doseu setor produtivo, tendo ainda re-cebido centenas de milhões de eu-ros de investimento de programasdas Nações Unidas para o desenvol-vimento agrícola e relançamento deinfraestruturas ligadas a este setor.No ano passado, a economia voltoua arribar depois de um 2011 fraco.Globalmente, a economia tem pro-blemas a nível de criação de empre-sas de base sustentável e capaz deabsorver mão de obra. O desempre-go é elevado e a taxa de emigraçãocontinua a subir, sobretudo em di-reção à Europa e à França em parti-cular.

O Senegal anunciou, recente-mente, a intenção de lançar umaemissão de obrigações internacio-nais até 500 milhões de dólares comuma maturidade a 10 anos. O anún-cio foi feito pelo FMI, que frisou queesta emissão se destina a melhoraro perfil da dívida pública do país. OSenegal tem ainda a possibilidadede estender este financiamento amais 200 milhões de dólares e den-

tro de uma taxa favorável a um paíspouco desenvolvido. A emissão de-verá sair abaixo dos 6%. Estas emis-sões, explica o FMI, melhoram operfil da dívida e evitam o risco dosfinanciamentos de curto prazo, no-meadamente devido à volatilidadedos mercados.

A dívida pública sobre o PIB situa-se nos 41% e o défice é superior a4%. Mesmo com estes números oFMI considera não haver risco desobreendividamento.

TogoAPOSTA NOS FOSFATOSESTE É o mais pequeno Estado naregião subsariana. O comércio e daagricultura são responsáveis pela

maior do emprego criado. A alimen-tação de base é importada, sendoque a produção do país que repre-senta 40% das exportações, assentano cacau, café e algodão.

As reservas de fosfatos no Togodeverão, a prazo, inverter a estraté-gia do país que está a tentar obterparcerias internacionais para ocrescimento do setor dos minérios apartir deste produto.

Em termos de reservas de fosfa-tos o Togo é dos países mais ricos anível deste produto. Em termosinternos os Governos dos últimos10 anos têm tentado fazer reformasestruturais a nível da economia e dajustiça, tendo recebido o apoio doFMI e do Banco Mundial. O objetivoé levar o investimento estrangeiro aentrar no país e gerarem rendimen-tos capazes de suportarem o OE.

O progresso, segundo os analistasdepende das propostas de privatiza-ção que serão apresentadas no paíse ainda do nível de abertura do Go-verno às operações do setor finan-ceiro.

O Togo ganhou credibilidade nasinstâncias internacionais e viu, hámenos de dois anos, ser-lhe perdoa-do, pelos doadores internacionais,cerca de 95% da sua dívida externa.O FMI tem sido uma agência de cru-cial relevância para as reformas es-truturais no país. O crescimentoreal estimado do PIB no ano passa-do foi de 5%.

A China é o grande parceiro co-mercial do país, representando10,7% das suas exportações, segun-do do Burkina Faso (a mesma moe-da), da Índia e do Benim (também amesma moeda). As importaçõesvêm da China, França e Bélgica, sen-do constituídas por maquinaria eequipamentos, bens alimentares eminerais refinados.

A influência france-sa é nítida em todos ossetores da economiasenegalesa, tendocriado um Código deInvestimento Externomuito atrativo e ummodelo fiscal que temlevado à deslocalizaçãode empresas para estepaís

A internacionalização das empresasportuguesas é uma das chaves para o seucrescimento ou mesmo para a suasubsistência, sendo que a revisão dapolítica fiscal internacional, de modo aproteger as empresas e promover a suainternacionalização em mercados prioritá-rios, é um dos objetivos principais daquelaque poderá ser a reforma mais profundana tributação das empresas desde a en-trada em vigor do Código do IRC em1989. Angola é um dos destinos privilegi-ados para essa internacionalização, já quese apresenta como um mercadoparticularmente atraente para Portugal,mas também com desafios especiais quehabitualmente não encontramos, porexemplo, na União Europeia. A principaldificuldade, que contrasta com os paísesditos desenvolvidos, é a elevada carga

burocrática que faz com que os prazospara cumprir as diferentes etapas de in-vestimento sejam sempre bastantedilatados, nomeadamente ao nível dosprojetos de investimento, com elevadas e-xigências de documentos e prazos dedecisão relativamente longos, da exigênciade contratação de trabalhadores angola-nos e do cumprimento de obrigações delicenciamento.Como contrapartida, encontramos as ele-vadas taxas de crescimento quecontrastam com a apatia económica dePortugal e do resto da Europa. Angola o-ferece inúmeros recursos naturais enecessidades de investimento em infra-estruturas e serviços que constituemexcelentes oportunidades para os empre-sários. Aqui as oportunidades existemtanto para as empresas, que terão acesso

a mercados que noutros países já seencontram saturados, mas também paraos profissionais, já que a necessidade dequadros técnicos é enorme. Do ponto de vista jurídico, Angola é parti-cularmente familiar para os portugueses,já que parte de uma matriz comum exis-tente antes da sua independência, emesmo alguns diplomas posteriores,apresentam uma grande semelhança coma atual legislação portuguesa.Ao nível do sistema fiscal angolano, assis-timos, a par de um regime de benefíciosassociados ao investimento, que permiteaceder a isenções fiscais e aduaneirasmuito importantes e que, previsivelmenteserá em breve revisto, a uma profundareforma que pretende modernizar alegislação fiscal exigente, mas torná-lamais justa e dotada dos meios jurídicos

adequados à sua efetiva implementação.Assim, enquanto, em Portugal, temos as-sistido a um aumento generalizado dosimpostos, embora se espere um calendáriode redução do IRC no âmbito da atual re-forma, em Angola, a taxa de ImpostoIndustrial deverá sofrer uma redução de5%. Mas esta alteração ao nível doImposto Industrial também deverá trazeruma alteração que aumenta a tributaçãono pagamento de rendimentos para forade Angola, através da substituição dasatuais taxas de 3,5% e 5,25% previstasna Lei sobre a Tributação das Empreita-das por uma taxa de retenção na fonte de6,5%. A par destas alterações fiscais, al-guns novos regimes encontram-se já emplena aplicação, destacando-se o Códigodo Imposto do Selo, que veio substituir oanterior regulamento datado de 1968.Naturalmente que, a par da simplificaçãolegislativa, bem expressa na redução emmais de 80% dos factos tributários aí

previstos, a maior relevância deste códigoassenta no facto de poder dar respostaà realidade do sistema financeiro que nãoera compatível com uma legislação commais de 40 anos. Se é certo que, cada vezmais, os sistemas jurídicos de Portugal ede Angola deverão potenciar oinvestimento entre estes dois países, estarealidade não significa que o investimentoserá desregulado; pelo contrário, regrasclaras e modernas serão mais facilmenteimpostas e sujeitas a menor tolerânciaquanto ao seu incumprimento.Este enquadramento é, assim, determinan-te para o sucesso da internacionalização:um projeto de investimento coerentemen-te elaborado, que responde às exigênciaslegais e práticas, e uma execução criterio-sa desse mesmo projeto, com ocumprimento das metas fixadas, permiteo acesso a condições fiscais vantajosasque aumentam o retorno desse mesmoinvestimento.

Investir em Angola num contexto de modernização fiscal

Sócio FCB&A

OPINIÃO

Diogo Bernardo Monteiro

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CRIADA EM 2002, a Iniciativa (ITIE)precisa de um novo “balão de oxigé-nio”. Aderiram 37 países no mundo,sendo 21 africanos mas apenas 11 es-tão atualmente a trabalhar de acor-do com os princípios da ITIE. Bastadizer que a Mauritânia e a Serra Leoaforam suspensos na reunião do con-selho de administração da Iniciativade fevereiro, enquanto a RD do Con-go e Madagáscar continua sem publi-car os respetivos relatórios e os pro-blemas mantêm-se, tendo em contaa crise política onde estão envolvi-dos.

Na lista das exclusões estão o Ga-bão, S. Tomé e Príncipe (foi expulsoem 2010 e ainda antes de estar a ex-trair os primeiros barris de crude) ea Guiné Equatorial. Citado pelo Jeu-ne Afrique, Tim Bittiger, diretor re-gional do secretariado da Iniciativapara os países da África francófona,afirma que “o impacto das erradica-ções é muito limitado” e deu o exem-plo das “majors” petrolíferas Exxon-Mobil e Total que não saíram de Ma-labo (Guiné Equatorial) depois da de-cisão. Adianta que, mesmo depois doconhecido processo judicial contraos governantes da Guiné-Equatoriala propósito dos “Bens mal adquiri-dos” que corre em França, não seconstatou qualquer intenção desteGoverno em alterar as metodologiasde trabalho quanto à transparênciadas contas das indústrias extrativas.S. Tomé e Príncipe, pelo contrário,tem vindo a empenhar-se e desde oano passado que tenta a reintegra-ção na organização Iniciativa.

Em contraste, e como exemplo deboas práticas, está o Congo-Brazza-ville. Christian Mounzeo, congolêsde origem e membro do conselho deadministração da Iniciativa para aTransparência das Indústrias Extra-tivas (ITIE), explica que o presidenteda organização procurou o chefe deEstado Denis Sassou Nguesso. Foramdiscutidos os obstáculos que pode-riam levar a uma maior transparên-cia e as Autoridades mostraram-sesensíveis à imagem que o país pode-

ria obter através da ITIE. O grupo detrabalho conjunto retomou os estu-dos, tendo sido posteriormente vota-da uma lei no parlamento que obri-gou à adoção do processo da ITIE. Es-ta iniciativa permitiu ao Congo-Braz-zaville tornar-se um membro con-forme aos estatutos em fevereiro.

O facto de África ser um continen-te de valiosos recursos naturais e acompetição internacional entre osgrandes players mundiais para a ob-tenção dos melhores e maiores con-tratos faz com os princípios da ITIEnão sejam entrave a nada.

Constata-se que os grandes gruposinternacionais adotaram nos respeti-vos relatórios de sustentabilidade osprincípios da ITIE. No entanto, aqui-lo que se verifica é que, quando umpaís adere à ITIE, todas as empresasque trabalham a área da extraçãodos recursos naturais também ade-rem, incluindo empresas de origemchinesa e empresas domésticas, in-dependentemente de serem, ou não,membros da ITIE a nível interna-cional.

Aliás, refere a mesma fonte que asmultinacionais ocidentais europeiase norte-americana consideram que oobjetivo da equidade está mais explí-cito e objetivado na ITIE do que nalei americana Dodd-Frank, a qualapenas impõe regras de transparên-cias às empresas cotadas nas bolsasde Valores norte-americanas. O elo-gio da ITIE tem sido feito por gran-des multinacionais que atuam a ní-

vel da exploração dos recursos natu-rais do continente africano, caso daspetrolíferas Total e Eni, ou no casodas empresas de mineração como aBHP Billiton, a Areva e a Vale.

No entanto, voltamos à estaca ze-ro quando se conclui que aquelas re-gras não têm qualquer impactosobre as decisões de investimento.Um quadro da Total afirmava, citadopelo mesmo jornal, que as compa-nhias não investem ou se instalamnum país pelo facto de estes aplica-rem os princípios da ITIE e tambémnão abandonam o país porque as re-gras não estão conformes aos mes-mos princípios”.

Na recente assembleia geral daITIE de maio, Tom Bittiger afirmavaque foi discutida a oportunidade deincluir a adesão ao ITIE como obriga-ção antes da obtenção de licenças pe-trolíferas e minerais, a par das recei-tas e resultados realizados pelas so-ciedades em cada projeto. Recorde-seque as empresas têm recusado en-trar no detalhe da informação, pre-ferindo manter a confidencialidadede alguns projetos, para além de re-cursarem a divulgação de números e

condições para cada operação, pre-ferindo fornecer informação globalpor país, dizia uma fonte da Total.Afirmava que esta estratégia capta-ria as empresas chinesas que, atéagora, se têm mostrado totalmenteausentes destas iniciativas ou, quan-do se associam não têm preocupa-ções em cumprir os princípios.

Para além da preocupação quantoà supervisão das receitas obtidascom a extração dos recursos mine-rais, os responsáveis da ITIE assina-lam as preocupações quanto à utili-zação dos recursos. Acreditam que

existem Autoridades dos países afri-canos que poderão travar estes obje-tivos. Afirmam os analistas que,para convencer mais países africa-nos a aderir e a fazer cumprir osprincípios da Iniciativa, é necessárioque países ocidentais como o Canadáe a Austrália, ricos em hidrocarbone-tos e minérios deixem de ser apenasparceiros financeiros da ITIE e pas-sem a aderentes, publicando as res-petivas receitas nesta indústria eaceitem ser auditados, à semelhançado que faz a Noruega desde o ano de2009.

As multinacionaisocidentais europeias enorte-americana consi-deram que o objetivo daequidade está mais explí-cito e objetivado na ITIEdo que na lei americanaDodd-Frank

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O difícil caminho da transparência na indústria mineira e petrolífera

BOA GOVERNANÇA NOS RECURSOS NATURAIS

O FUNDO Monetário Internacional(FMI) colocou o dedo na ferida. De-vem os países do continente africa-no substituir os subsídios por aju-das diretas aos mais pobres?

Cerca de 8% do PIB angolano éabsorvido pelos subsídios ao consu-mo de eletricidade e de combustí-veis, enquanto, nos Camarões, osubsídio ao setor energético repre-senta 7,3% do PIB. A maior potên-cia africana, a Nigéria, sofreu umaexplosão do peso dos subsídios noPIB, que passaram de 1,3% do Pro-duto, em 2006, para 4,7%, em 2011.Os dados são do FMI e de entrevistasem órgãos de comunicação social.

Os subsídios estão a pesar cadavez mais nos orçamentos de Estadose os credores internacionais e orga-nizações de doadores têm vindo aapelar aos vários países africanospara substituírem os subsídios porajudas sociais diretas. A crítica prin-cipal vem do FMI, que, mais do queconfrontar os valores, critica o mé-todo. Os estudos do FMI concluem

que cerca de 20% dos grupos africa-nos mais ricos são os primeiros be-neficiários das ajudas a nível dascommodities energéticas. Estes gru-pos absorvem metade dos subsídiosexistentes. Por quê subsidiar os ri-cos? - questionava recentemente

Donald Kaberuka, presidente doBAD (Banco Africano de Desenvolvi-mento) em entrevista ao Jeune Afri-que.

Outro problema detetado com ossubsídios relaciona-se com a fugade capitais e o desvio de fundos. O

melhor exemplo é o da Nigéria, paísem que os subsídios ao consumo decombustíveis deram lugar ao nasci-mento de um tráfico com os paísesvizinhos, onde os preços são maiselevados. A utilização abusiva desubsídios fizeram o Estado nigeria-no perder cinco mil milhões de eu-ros entre 2009 e 2011 em termosfiscais, de acordo com um inquéritoparlamentar.

Este volume de fundos, afirmamanalistas suportados por relatóriosdo FMI, poderiam ser usados emsaúde e educação, tanto mais queesses mesmos subsídios acabam porpesar sobre os orçamentos públicos.O abandono dos subsídios é, no en-tanto, mais fácil de recomendar doque colocar em ação. O exemplomais fácil de entender aconteceu naNigéria onde, após o susto com o pe-so dos subsídios no Produto, o Go-verno decidiu refletir a alta do pre-ço do petróleo na bomba de com-bustível e os preços subiram 114%,assim como uma semana de protes-tos que obrigaram o Governo a re-cuar. O economista Victor Lopes, atrabalhar para a Standard Char-tered, afirmava que o Governo nige-riano conseguiu aumentar em 50%o preço dos combustíveis no anopassado, mas manteve os subsídios.Pelo contrário, países como a Tuní-sia acabaram por aumentar os pro-dutos subsidiados para contraba-lançar o marasmo económico.

A utilização abusivade subsídios fizeram oEstado nigeriano perdercinco mil milhões deeuros entre 2009 e2011 em termos fiscais,de acordo com uminquérito parlamentar

“Angola consome 8% do PIB em subsídios para eletricidade e combustíveis

AJUDAS DIRETAS VS SUBSÍDIOS

O que é a Iniciativa?A ITIE (Iniciativa) é composta por 70 empresas, oito ONG, 17 Estados par-ceiros e 37 países. Na carta de princípios da ITIE, os Governos obrigam-sea declarar publicamente a respetiva intenção de colocar em marcha osprincípios da Iniciativa; publicarem um plano de trabalho nacional; demons-trar as receitas recebidas a título de atividades extrativas nos relatórios; ecriarem um grupo misto que envolve Estado, sociedade civil e empresas queassegurem que os relatórios são compreensíveis; e escolherem um auditorindependente que possa comparar e harmonizar os números fornecidospelos Estados e pelas empresas. Do lado das empresas integrantes da ITIE,fica a obrigação de publicar todos os pagamentos significativos feitos aoEstado ou às empresas públicas nos países onde atuam.

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A WATCH List da FAO tem 14 paísesafricanos sob observação. O proble-ma está na escassez alimentar e osespecialistas afirmam que a soluçãopara a África ocidental está nas pe-quenas explorações agrícolas.

As ameaças à segurança alimen-tar continuam a afetar a RD Congo,a Eritreia, a Etiópia, o Quénia, o Ma-lawi, o Mali, a Mauritânia, Moçam-bique, o Níger, o Lesoto, o Senegal, oSudão do Sul e o Zimbabué. Estespaíses continuam a ser vigiados pe-la FAO, a Organização das NaçõesUnidas para a Alimentação e Agri-cultura. Daquele conjunto de paí-ses, apenas a RD Congo, o Níger, aEtiópia e Moçambique melhoraramos resultados, disse Gilles Peltier,antigo gestor do Observatório doFundo Africano para a Agricultura.

Desde a grande crise alimentar noEgito, Marrocos, Camarões, Costa doMarfim, Mauritânia, Senegal e Bur-kina Faso ocorrida em 2008, e quefoi seguida pela inflação galopantedo preço dos bens alimentares, queos Governos decidiram dar um enfo-que particular ao tema. Há cerca dedois anos e meio, o G20 criou umfundo de 15 mil milhões de euros apartir do Programa Mundial para aAgricultura e Segurança Alimentar.Aliás esta era uma preocupação dosgovernos africanos já em 2002, nasequência da queda da produtivida-de agrícola e da perda de investi-mentos neste setor. Nessa altura, osvários Estado africanos acordaramque passariam a afetar 10% dos or-çamentos nacionais para a agricul-tura, com o objetivo de conseguirem

um crescimento na produção no se-tor primário da ordem dos 6% aoano. Há 10 anos, cerca de três deze-nas de Estados africanos assinarameste acordo.

Mas o drama da segurança ali-mentar continua e são vários osprojetos de países ocidentais no sen-tido de investirem na agriculturapara consumo no continente e paraexportação. A questão tecnológica érelevante e alguns países como Is-rael têm tido sucesso. Aconteceque, nestes últimos 10 anos, a situa-ção a nível da segurança alimentarpiorou. A FAO estimava, no relató-rio sobre o tema, que existiam 239milhões de pessoas subnutridas en-tre 2010 e 2012, mais 19 milhõesque no período anterior (2007-

2009). Em termos de habitantes nocontinente, a subnutrição subiu de22,6% para 22,9%.

O maior drama está na Áfricasubsariana, enquanto, na zona doMagreb, o índice de subnutrição es-tá relativamente controlado, dentrodos 2,7% da população, o que com-para com os 1,4% dos países desen-volvidos.

Abaixo do Saara, o número dossubnutridos atingiu os 234 milhões,diz a FAO, e, para se atingir os obje-tivos do Millennium propostos pe-las Nações Unidas a nível da segu-rança alimentar, será necessárioque, em 2015, existam menos 90milhões de pessoas nestas condi-ções. Parece difícil de atingir.

O que está na base deste desas-

tre? Fonte citada pelo Jeune Afri-que, o Sistema Regional de AnáliseEstratégica e de Gestão do Conheci-mento (Resakiss) refere que apenascinco países estão a consagrar os fa-mosos 10% do Orçamento públicoanual ao setor agrícola. São eles oBurkina Faso, a Etiópia, o Mali, o Ní-ger e o Senegal. A mesma fonte dizque, com que a exceção da Etiópia,nenhuma das dez grandes potên-cias africanas está a conseguir o ob-jetivo dos 10% do Orçamento de Es-tado para a agricultura. E, quantoao objetivo de crescimento de 6%anualizados no setor agrícola, ape-nas seis países, Angola, Guiné Cona-cri, Nigéria, Etiópia, Ruanda e Mo-çambique atingiram aquele objeti-vo.

Curioso que, em 2008, se estimas-se que as necessidades de investi-mento para o setor agrícola a cincoanos fossem da ordem dos oito milmilhões de dólares. Atualmente, os

investimentos atingiram os 1500milhões de euros, um valor que énitidamente insuficiente. O Burki-na Faso e o Senegal estão a fazergrandes investimentos em pasta-gens, mas será esta uma políticaagrícola sustentável, perguntamanalistas. Respondem negativamen-te e dão o bom exemplo do Quénia,que investe pouco, mas aposta nu-ma agricultura dinâmica e suporta-da por novas tecnologias.

A solução para a África ocidentalestá nas pequenas explorações agrí-colas, diz Jean-Luc François, respon-sável da área agrícola da AFD (Agri-cultura e Desenvolvimento Rural).Citado por órgãos de comunicação,Gilles Peltier questiona se os paísesdevem investir para consumo localou para a exportação e, desta for-ma, reduzirem o défice comercial.Lembram que em regiões como onorte de África será sempre neces-sário continuar a comprar o trigo eo objetivo da autossuficiência ali-mentar será suicidário.

Embora difícil de concluir poruma estratégia global acertada, osanalistas dão exemplos de sucesso.No Gana, foram mobilizados os pe-quenos produtores nas culturas deexportação, caso do cacau, e foramintegrados com sistemas de finan-ciamento que funcionam bem. OSenegal tem aproveitado bem aágua e o défice comercial na impor-tação de arroz reduziu-se. O impac-to relevante começou com os inves-timentos públicos na irrigação, apar de uma política fiscal a desmo-tivar a importação.

Com que a exceçãoda Etiópia nenhum das10 grandes potênciasafricanas está aconseguir o objetivodos 10% do Orçamentode Estado paraa agricultura

“Segurança alimentar está na ordem do dia em 14 países africanos

INVESTIMENTO NA AGRICULTURA

O CONTINENTE africano, excluindoa África do Sul, tem 211 centros co-merciais e a perspetiva é duplicarnos próximos quatro anos. É o gran-de boom no consumo da classe mé-dia africana.

Um estudo da McKinsey revelaque os setores dos serviços e consu-mo deverão crescer a uma taxaanualizada entre os 4% e 5% no con-tinente africano até 2020. A mesmafonte indica que, até final desta dé-cada, cerca de 130 milhões de agre-gados familiares no continente deve-rão ter rendimentos anuais superio-res a cinco mil dólares, contra 85 mi-lhões de famílias na atualidade. Es-tes números alavancam o otimismodos grandes operadores na área doretalho alimentar e do consumo.

Duplicar o espaço comercial nospróximos quatro anos é a perspetivade analistas para o continente africa-no, excluindo a África do Sul. Um es-tudo da Sagaci Research revela que ocontinente tem 211 centros comer-ciais e as grandes operadoras estão aentrar em força. A ligação da CFAOcom o Carrefour é um bom exemplode partneriado entre duas grandescompanhias, enquanto a Casino estáa abrir novos espaços todos os me-ses. Do lado português, a maior apos-ta é do grupo Continente/Sonae, quetem cinco hipermercados para abrirem Luanda, mas que tem feito adia-mentos sucessivos por questões lo-gísticas e operacionais.

O relatório da Sagaci revela ummercado de retalho muito ativo e

ainda grandes disparidades no poderde consumo. O trabalho de junho re-vela que, excluindo a África do Sul,estão construídos quatro milhões dem2 de espaços comerciais dentro domodelo ocidental, sendo que 33% docentro e 56% do espaço ocupado estáno norte de África. Esta parte deÁfrica tem 69 centros comerciais,enquanto 23 espaços estão na zonaocidental, oito na África central e 88na costa oriental e 23 na África aus-tral. Os melhores centros comerci-ais, dentro dos padrões europeus, es-tão no Egito e em Marrocos, enquan-

to a África subsariana, com destaquepara o Senegal, Costa do Marfim, Ni-géria e Quénia, possuem centros co-mercias de classificação média.

As insígnias presentes nos espaçoscomerciais, segundo o Jeune Afri-que, estão também na Europa e nosEUA, casos da Bata, City Sport, Celio,Aldo, KFC, Adidas, Nike, Mango eEtam. Salientam que as marcas sul--africanas como a Shoprite, Wool-worths, Truworths e Mr Price, queestão implantadas em Moçambique,estão a conquistar espaços nos mer-cados da África ocidental e a concor-

rer diretamente com as marcas eu-ropeias e americanas.

A Sagaci Research espera que os es-paços comerciais atinjam os oito mi-lhões de m2 até 2017, com 129 novasunidades, destacando-se 17 novos cen-tros comerciais no Egito, 15 no Gana,14 na Zâmbia, 12 em Angola, outrastanto na Nigéria e em Marrocos. Estecrescimento rápido é explicado peloaumento rápido de uma classe médiaque quer ter acesso a insígnias inter-nacionais. Alguns países, refere amesma fonte, são extraordinaria-mente interessantes e com um poten-

cial de crescimento da ordem dos cin-co a 20 centros comerciais por país. Oestudo refere os casos únicos deAngola, Nigéria, Tanzânia e Etiópia.

A África do Sul é um caso à parte,por estar bastante mais avançado emtermos de desenvolvimento econó-mico. O retalho doméstico é domina-do pela marca Shoprite, Pick’Pay eSpar, logo seguidos pelo grupo israe-lita Shufersal. A expectativa para estepaís é de duplicação do espaço a cin-co anos, com o crescimento da classemédia, avança a edição de junho daEurofresh Distribution. Por outro la-do, o poder dos grandes grupos fran-ceses aumentou recentemente com oanúncio da criação de uma empresaúnica dos franceses da CFAO e daCarrefour e com a primeira aposta aacontecer em 2015 na Costa do Mar-fim. O objetivo é reduzir investimen-to no sudeste asiático e concentrar-senos mercados promissores da Améri-ca Latina e de África.

A Sagaci Researchespera que os espaçoscomerciais atinjam osoito milhões de m2 até2017, com 129 novasunidades, destacando-se17 novos centros comer-ciais no Egito

“Hipermercados atacam a costa ocidental

CONSUMO CRESCE NAS POTÊNCIAS AFRICANAS

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DR

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No “GPS de Portugal, o mun-do árabe tem um lugarmuito especial”, declarouPaulo Portas, ministro do

Estado e dos Negócios Estrangeiros,no I Fórum Económico Portugal -Países Árabes, organizado pelaCCIAP - Câmara de Comércio e In-dústria Árabe - Portuguesa, em Lis-boa, no final da semana passada.Os países árabes são um mercadocom mais de 400 milhões de habi-tantes e potenciais consumidores,com um poder de aquisição que ul-trapassa os 350 mil milhões de dó-lares/ano (263 mil milhões de eu-ros), sendo que um terço tem pla-nos de desenvolvimento quinque-nais no valor de 1 trilião de euros.Pelo que significam oportunidadesímpares para a internacionalizaçãodas empresas portuguesas.

De 2008 a 2012, as trocas comer-ciais entre Portugal e aquela zonageográfica quase duplicaram, re-presentando cerca de 10% das ex-portações portuguesas. E, entre2011 e o ano passado, aumentaramde 1280 milhões de euros para 1583

milhões, quando, há oito anos, ron-davam os 500 milhões de euros.

Karim Bouabdellah, secretário--geral da CCIAP, afirmou no âmbitodo evento que, tendo em conta acarteira de projetos na área dasobras públicas e do saneamento bá-sico, que corresponde a 2 mil mi-lhões de euros anuais, o valor globalde exportações ronda os 2,5 mil mi-lhões a 3 mil milhões de euros, o

que torna os países árabes no “se-gundo parceiro comercial de Portu-gal, só batidos pela Europa e à fren-te da América Latina e da África”.

Paulo Portas adiantou, na sua in-tervenção, que, no primeiro trimes-tre de 2013, “as exportações cresce-ram 46% face ao período homólo-go, o que representa 66 milhões deeuros.” O ministro referiu que “osmetais, máquinas, equipamentos eminerais” são os principais bensenviados por Portugal, mencionan-do que se deu um acréscimo nos“produtos agrícolas e alimentares,70 e 25%, respetivamente”. O obje-tivo é que Portugal continue a “pro-curar melhorar a sua presença” nospaíses árabes, que “constituem, doponto de vista económico, elevadaspotencialidades por terem uma ca-pacidade elevada de investimentoalém-fronteiras”. No entanto, e“apesar de este crescimento ser ver-dadeiramente extraordinário”, tal“não significa um trabalho esgota-do. Podemos fazer ainda mais”, co-mo facilitar o investimento e “asparcerias com as nossas universida-

des e institutos”. O governante re-lembrou que “Portugal não estáapenas interessado em exportarmais, mas também em investimen-to agora, e não daqui a um ou doisanos. É preciso relações mutua-mente vantajosas”.

Quanto aos investidores árabes, osecretário-geral da CCIAP revelouque estão interessados na capacida-de das empresas portuguesas naárea das obras públicas, na dos ma-teriais de construção, no setor têx-til, ferroviário, nos domínios dohardware e software e do sanea-mento básico, que podem ser “boasapostas para aumentar as exporta-ções”. Também são interessantes ossetores do turismo, das energias re-nováveis e a tradicional (petróleo egás), bem como a fileira da fibra óti-

ca, em que Portugal “está muito de-senvolvido”, sustentou.

Já o presidente da CCIAP, ÂngeloCorreia, declarou durante o fórumque “os mercados árabes são dosmais exigentes que conheço. Na es-tratégia da internacionalização, osempresários portugueses conse-guem ir sozinhos a muitos sítios”do globo. “No mundo árabe isso se-ria um erro”.

Daí que, nesta edição especial, oOJE tenha selecionado cinco dessespaíses, pelo seu potencial e atrativi-dade – Arábia Saudita, Bahrein, Emi-rados Árabes Unidos, Kuwait e Qatar– e reuniu informação de forma atraçar o perfil de cada um deles paraas empresas portuguesas que estão aconsiderar alargar a sua estraté-gia de internacionalização.

Negócios das arábias com potencial por extrairAs trocas comerciais entre Portugal e os países árabes quase duplicaram entre 2008 e 2012, representando cerca de 10% das exportaçõeslusas. Mas ainda há uma longa travessia a percorrer para as empresas portuguesas terem uma presença mais sólida nestes exigentes mercados

GOLFO PÉRSICO

No primeiro trimestre de 2013, as exportaçõescresceram 46% face ao período homólogo. Os metais, máquinas,equipamentos e mineraissão os principais bensenviados por Portugal

Turquia

Chipre Síria

IrãoIRAQUE

Jordânia

Egito

udãoEritreia

Etiópia

Djibuti

Somália

Iémen

Oman

Arábia SauditaRiade

KuwaitKuwait

BahreinManama

QatarDoha

EAUAbu Dhabi

Líbano

Israel

Países do Golfo Pérsico em destaque

Países do Golfo Pérsico

Países vizinhos

Paulo Portas ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros

O objetivo é que Portugal continue a “procurar melhorar a suapresença” nos países árabes, que “constituem, do ponto devista económico, elevadas potencialidades por terem umacapacidade elevada de investimento além-fronteiras”.

GOLFO PÉRSICO POR ARMANDA ALEXANDRE

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ArábiaSaudita AMBIENTE DE NEGÓCIOS FAVORÁVELBerço do Islão, a principal potênciaeconómica do mundo árabe está en-tre os 12 países do globo onde o am-biente de negócios é mais favorávele entre os 20 destinos preferidos pa-ra o investimento estrangeiro. Limi-tado a leste pelo Mar Vermelho e aoeste pelo Golfo Arábico, o Reino daArábia Saudita detém mais de 20%das reservas mundiais de petróleo eé o seu maior exportador (mais de90% das remessas do país, represen-tando 75% das receitas do Governoe 45% do PIB). No sentido de diversi-ficar a economia e promover a cria-ção de emprego, sobretudo na po-pulação mais jovem (cujo principalhandicap é a falta de formação), es-ta monarquia absoluta (em que orei é o chefe de Estado e do Gover-no, liderando de acordo com a Sha-ria, lei sagrada do islamismo) temfomentado o crescimento do setorprivado, com enfoque na geração deenergia, telecomunicações, gás na-tural e petroquímica.

Entre 2003 e 2005, o crescimentomédio anual da economia foi de6,2% e de 3,1% nos três anos a se-guir, verificando-se quase uma es-tagnação em 2009 (0,1%), resultadoda crise financeira de 2008.

A extração/produção de petróleoé a atividade económica com maiorrelevância da Arábia Saudita, que éo maior produtor na OPEP – Organi-zação dos Países Exportadores dePetróleo. Também produz quanti-dades significativas de gás natural(os restantes principais recursos na-turais são o minério de ferro, cobree ouro). As estimativas apontam pa-ra que a produção industrial tenhacrescido 3,1% em 2011. A seguir àprodução de petróleo bruto e refi-namento, as principais indústrias(com 21,4% da força laboral, numtotal de 7737 milhões de pessoas)são a petroquímica, cimento, gasesindustriais, construção, fertilizan-tes, plásticos, reparação de navios eaviões comerciais. Sem lagos ourios, sofre com a escassez de água efoi até há pouco tempo limitado pe-la inexistência do líquido e pelagrande salinidade do solo, masapostou na irrigação (com recurso àcaptação de água subterrânea noslençóis freáticos), tornando-se gran-de produtor de trigo. Outros produ-tos agrícolas importantes são a ce-vada, o tomate, melões, citrinos; en-

tre os produtos de origem animal,destaque para o gado caprino, gali-náceos, ovos e leite. A agriculturarepresenta hoje 6,7% da força labo-ral, sendo que a maior fatia dos tra-balhadores pertence ao setor dosserviços, com 71,9%. O país é umgrande destino de imigração prove-niente do sul e leste da Ásia, e daÁfrica Oriental, na grande maioriatrabalhadores não especializados.

Com um Produto Interno Bruto(PIB) de 494 mil milhões de euros noexercício transato, a uma taxa decrescimento real de 6%, e com umainflação de 4,6% (estimativas 2012),exportou 286,6 mil milhões de eu-ros no ano passado. Os grandes des-tinos são o Japão (com 13,9%), a Chi-na (13,6%), os EUA (13,4%), a Coreia

do Sul (10,2%), a Índia (7,8%) e Singa-pura (4,8%) (dados de 2011). Em ter-mos de importações, as principaissão de maquinaria e equipamento,produtos alimentares, químicos,

veículos motores, têxteis, estiman-do-se que tenham atingido os 102,3mil milhões de euros em 2012. Osprincipais mercados de origem, em2011, eram a China (12,8%), os EUA

(11,9%), a Alemanha (7,1%), a Coreiado Sul (6%), o Japão (5,6%), a Índia(4,9%) e Itália (4,1%).

Quanto às trocas comerciais comPortugal, a balança pende a favor daArábia Saudita, apesar de, em 2012,ter exportado menos 2,6% (bens novalor de 890 milhões de euros) faceao ano anterior (914 milhões de eu-ros); enquanto Portugal enviou parao mercado saudita artigos no valorde quase 133 milhões de euros,mais 42,8% por comparação com os93 milhões de 2011. O país – 34.º noranking das exportações lusas debens e serviços, que no período de2007 a 2011 tiveram um crescimen-to médio anual de cerca de 28% – écliente da indústria portuguesa derochas ornamentais.

Em abril deste ano, a AICEP -Agência para o Investimento e Co-mércio Externo de Portugal organi-zou uma missão empresarial aopaís, com 53 companhias (da áreaagroalimentar, construção e enge-nharia, saúde, setor financeiro, tec-nologias de informação e comuni-cação e energia).

Bahrein BAIXA TRIBUTAÇÃOFormado por um arquipélago de 33ilhas (em que a maior é a doBahrein), o mais pequeno dos

Entre os 20 destinos preferidos para o investimentoestrangeiro, o territóriosaudita detém mais de 20% das reservasmundiais de petróleo e é o seu maior exportador

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Estados do Golfo PérsicoRETRATO DE 5 PAÍSES

ARÁBIA SAUDITA BAHREIN QATAREAU KUWAITSuperfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Cresc. demográfico/anoEsperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Uni. monetária

17 818 km2 2 695 316 (est. julho 2013)

25,6% 58,9%

131 hab./km2 1,79% (est. 2013)

77,46 anos93,3%

22,4% (est. 2004)0,790 (54.º)

Árabe (oficial), inglês Muçulmana (85%)

Dinar (1 euro = 0,4)

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Cresc. demográfico/anoEsperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base Religiões Uni. monetária

83 600 km2 5 473 972 (est. julho 2013)

20,6%65,6%

55 hab./km2 2,87% (est. 2013)

76,91 anos77,9%

2,4% (2001) 0,818 (41.º)

Árabe (oficial), inglês, Muçulmana (96%)

Dirham (1 euro = 4,8)

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Cresc. demográfico/anoEsperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas base ReligiõesUni. monetária

11 586 km2 2 042 444 (est. julho 2013)

12,5% 73,6%

146 hab./km24,19% (est. 2013)

78,24 anos96,3%

0,5% (est. 2012) 0,834 (36.º)

Árabe (oficial), inglêsMuçulmana (77,5%), cristã (8,5%)

Rial (1 euro = 4,8)

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Cresc. demográfico/anoEsperança de vida Escolaridade Taxa desemprego Ranking IDH (2012) Línguas baseReligiões Uni. monetária

760 km21 281 332 (julho 2013 est.)

20%48,2%

1 189,5 hab./km2 (2009)2,57% (est. 2013)

78,43 anos94,6%

15% (est. 2005)0,796 (48.º)

Árabe (oficial), inglêsMuçulmana (81,2%), cristã (9%)

Dinar (1 euro = 0,5)

Superfície População População até 14 anos População acima 25 anos Densidade Cresc. demográfico/anoEsperança de vida Escolaridade Taxa desempregoRanking IDH (2012) Línguas base Religiões Uni. monetária

2 149 690 km2 28 080 703 (2011)

28,2%52,2%

11 hab./km2 1,51% (est. 2013)

74,58 anos86,6%

10,7% (2012, só homens)0,782 (57.º)

Árabe (oficial), inglês Muçulmana (100%)

Rial saudita (1 euro = 4,9)FFoonntteess:: Banco Mundial, CCIAP - Câmara de Comércio e Indústria Árabe - Portuguesa, CIA - The World Fact Book, Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) FMI, Nações Unidas, OCDE.

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países árabes tem um dos maiselevados índices mundiais de

desenvolvimento humano. Comuma economia próspera e dinâmi-ca, esta monarquia institucional(com primeiro-ministro e gabineteapontados pelo rei, pertencentes àfamília real) dispõe de um dosmais importantes centros de servi-ços bancários e financeiros do Mé-dio Oriente.

A incerteza interna de 2011/12afetou o reino, que já está no cami-nho da recuperação, de que são in-dicadores o regresso da Fórmula 1 edos cruzeiros de passageiros aopaís. Está empenhado em diversifi-car e abrir a economia – que tem oritmo de crescimento mais rápidono mundo árabe, segundo as Na-ções Unidas. O ambiente liberal, abaixa tributação, a ausência de li-mitações à propriedade estrangeirae uma macroeconomia estável con-verteram-no num destino privile-giado para a fixação de companhiasinteressadas em desenvolver negó-cios na região do Golfo. Aliás, a de-senvolvida rede de transportes e decomunicação atraiu várias multi-nacionais com negócios na zona. Aprevista rápida expansão nas infra-estruturas logísticas e de transpor-tes, energia e água, turismo, co-mércio e habitação irá beneficiar osetor privado.

Estima-se que o PIB em 2012 te-nha sido de 24,32 mil milhões deeuros, com uma taxa real de cresci-mento de 2%. Quanto à taxa de in-flação, dados apontam para que te-nha sido de 3% em 2010. A maiorparte da força laboral do país, numtotal de 656 200 pessoas, encontra--se na indústria (79%), seguida dosserviços (20%), com a agricultura arepresentar apenas 1%. As princi-pais áreas de atividade são o proces-samento e refinamento de petróleo

(responsável por 60% das exporta-ções, 70% dos rendimentos do Go-verno e 11% do PIB), o fabrico dealumínio (a segunda maior exporta-ção), banca islâmica e offshores(compete com a Malásia enquantocentro mundial do sistema bancá-rio islâmico), bem como a constru-ção, seguindo-se a reparação naval,ferro, fertilizantes e turismo. O de-semprego, sobretudo entre a popu-lação mais jovem, bem como a dete-rioração dos lençóis subterrâneosde água, são preocupações a longoprazo. Os principais produtos agrí-colas e animais são a fruta, os vege-tais, aves, peixe e camarão, lácteos.As receitas do petróleo do Bahrein –que se tornou no centro produtor eponto de refinação e de embarquedo crude da Arábia Saudita (enviadopor um oleoduto submarino) – per-

mitiram impulsionar projetos in-dustriais nas áreas do cimento, alu-mínio e construção naval. Tambéma extração de gás natural assumiugrande importância para o país.

O grosso das exportações, que seestima que tenham atingido os15,71 mil milhões de euros em2012, reside no petróleo e produtosderivados, alumínio, têxteis, sobre-tudo para o Japão (25,7% do total), aCoreia do Sul (17,7%), a Índia(9,6%), Singapura (6,3%) e o ReinoUnido (6,2%) (dados de 2011). Osbens que mais importa são o petró-leo, químicos, maquinaria e equipa-mento, dos EUA (12,7%), os EAU(12,3%), a Arábia Saudita (9,3%), oReino Unido (6,2%), a China (5,4%),a Alemanha (5,2%), o Japão e França(ambos com 4,6%), Itália (4,5%)(2011), cujo valor se estima que te-

nha alcançado os 11,21 mil milhõesde euros em 2012.

Para Portugal, o Bahrein expor-tou menos 99,9% (17 mil euros faceaos 15 milhões de 2011 – sobretudoprodutos minerais), tendo tambémrecebido menos 10,5% de bens lu-sos (4,2 milhões de euros em rela-ção aos anteriores 4,7 milhões).

EmiradosÁrabes Unidos POLÍTICA DE ZERO IMPOSTOSO terceiro maior exportador mun-dial de petróleo é composto por seteemirados – Abu Dhabi, Dubai, Shar-jah, Ras Al Khaiman, Umm AlQwain, Ajman e Fujairah – que seuniram em 1971, numa FederaçãoConstitucional designada por Emi-rados Árabes Unidos (EAU). O mai-or, Abu Dhabi, representa 87% daárea total, e o menor, Ajman, cor-responde a 0,3%. Cada emirado éuma monarquia, com certa sobera-nia sobre o território regional. As-sumem particular relevo como cen-tro de reexportação de mercadoriaspara os restantes mercados do Golfoe limítrofes. Apesar da crise finan-ceira global, os EAU prosseguem osinvestimentos em importantes pro-jetos de infraestruturas e equipa-mentos, e a sua economia aberta,uma das mais desenvolvidas do Mé-dio Oriente, mantém-se sólida. Gra-ças à estratégia de diversificação e àintrodução de reformas legislativase fiscais, este ponto de trânsito vitalpara o petróleo bruto mundial en-contra-se num período de grandecrescimento económico sustentado,tendo criado um ambiente favorá-vel aos negócios. A política de zeroimpostos e 100% de propriedade es-trangeira tem atraído o investimen-to do exterior. O boom na constru-ção (indústria em expansão) e umpróspero setor de serviços estão aimpulsionar a economia local.

É um dos países mais ricos domundo em termos de PIB per capita(37 euros, est. 2012). Com um PIBestimado de 203,1 mil milhões deeuros para 2012, a taxa real de cres-cimento para o ano passado terásido de 4% e a taxa de inflaçãode 1,1%. A diversificação econó-

Os EAU, o terceiromaior exportador mundial de petróleo, são um dos países mais ricos do globo em termos de PIB per capita

GCC14,48 mbd

Bahrein0,18 mbd

Qatar0,8 mbd

Oman0,8 mbd

EAU2,3 mbd

Kuwait2,3 mbd

Total mundialexcluindo a GCC

55,51 mbd

Arábia Saudita8,1 mbd

Bahrein0,12

Qatar25

Oman6

EAU98

Kuwait102

GCC34%

Total mundialexcluindo a GCC

66%

Arábia Saudita265

• mdb: Milhões de barris diários Fonte: GCC (Conselho de Cooperação do Golfo)

PETRÓLEO - PRODUÇÃO MUNDIAL POR PAÍS

PETRÓLEO - RESERVAS MUNDIAIS POR PAÍS

País 20101 Estados membros da GCC 14,482 Rússia 9,803 EUA 5,504 China 4,105 Irão 3,506 Venezuela 2,907 México 2,608 Iraque 2,409 Brasil 2,1010 Nigéria 2,04

Total de outros países 19,57Total mundial 68,99

Milhões de barris/dia

País 20101 Estados membros da GCC 4962 Venezuela 2973 Irão 1514 Iraque 1435 Rússia 776 Líbia 477 Cazaquistão 408 Nigéria 379 EUA 1910 China 18

Total de outros países 142Total mundial 1467

Mil milhões de barris

O Bahrein tem umdos mais elevados índicesde desenvolvimentohumano do mundo e umdos mais importantescentros de serviçosbancários e financeirosdo Médio Oriente

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mica reduziu para 25% a partedo PIB com base na produção de

petróleo e gás. A educação, trans-portes e cuidados de saúde são gra-tuitos devido à riqueza criada a par-tir do petróleo. A exploração do“ouro negro” atraiu um grande nú-mero de estrangeiros, o que faz comque menos de 50% da população se-ja árabe. Têm uma força laboral de3908 milhões de pessoas, em que agrande maioria trabalha no setordos serviços (78%), seguindo-se a in-dústria (15%) e a agricultura (7%).As principais indústrias são a do pe-tróleo (têm a sexta maior reservapetrolífera do globo), a pesca, a pe-troquímica, o alumínio, o cimento,fertilizantes, materiais de constru-ção, têxteis, reparação de navios, ar-tesanato. Os principais produtosagrícolas e animais são as tâmaras,vegetais, melancias, aves, peixes,ovos e artigos lácteos. A dependên-cia do petróleo, uma grande forçade trabalho expatriada e crescentespressões inflacionárias são desafiosa longo prazo.

Têm um considerável excedentecomercial anual, tendo atingido os225,3 mil milhões de euros em ex-portações no exercício transato, so-bretudo com petróleo (45%), gás na-tural, reexportações, peixe seco etâmaras. Os principais países paraonde exportam são o Japão (16,2%),a Índia (13,5%), o Irão (10,9%), a Co-reia do Sul (5,6%), a Tailândia(5,5%), Singapura (4,4%) (dados de2011). As importações atingiram os165,1 mil milhões de euros em2012, principalmente em maquina-ria, equipamento de transporte,químicos e produtos alimentares.Estes bens são provenientes princi-palmente da Índia (19,8%), da Chi-na (13,7%), EUA (8,1%) e da Alema-nha (4,6%) (dados de 2011).

É o único dos cinco países analisa-dos em que a balança comercial épositiva para Portugal. No ano pas-sado, os EAU exportaram menos

66,6% para o mercado português(quase 23 milhões de euros face osanteriores 68,7 milhões), e recebe-ram mais 6,0% de artigos lusos (95,5milhões de euros em relação aos 90milhões de 2011). São o principaldestino no Golfo das exportaçõesportuguesas – de máquinas e equi-pamentos, madeira e cortiça, ves-tuário, veículos e outros materiaisde transporte, segundo a AICEP.

KuwaitLIVRE DE IMPOSTOSA localização geográfica favoreceuo desenvolvimento do quarto maiorexportador mundial de petróleo(que representa cerca de metade doPIB interno e 95% das receitas orça-mentais) enquanto centro comer-cial e financeiro na região. Esta mo-narquia constitucional com um sis-tema parlamentar de Governo temo maior índice de desenvolvimentohumano do mundo árabe e o 12.ºmaior PIB per capita do planeta (da-dos FMI de 2011). Com um PIB esti-mado em 124,3 mil milhões de eu-

ros em 2012, a uma taxa real decrescimento de 6,3%, e uma infla-ção de 3,2%, as exportações no pe-ríodo – de petróleo e produtos refi-nados, bem como de fertilizantes –terão atingido os 81,72 mil milhõesde euros. País livre de impostos, de-tém alguns dos campos de petróleomais ricos do globo, com reservascomprovadas de crude de 104 milmilhões de barris (cerca de 10% dasreservas mundiais), cujos derivadosrepresentam cerca de 95% das re-ceitas de exportação. Os mercadosde destino são o da Coreia do Sul(17,7%), o da Índia (15,3%), o do Ja-pão (13,7%), o da China (9,6%) e odos EUA (8,4%) (dados de 2011).

Mas o Governo quer diminuir adependência do petróleo, para se

transformar num centro de comér-cio regional e pólo turístico. Para taltem um plano de desenvolvimentode cerca de 100 mil milhões de eu-ros a cinco anos (até 2014) que en-volve a diversificação da economia,a privatização de empresas públi-cas, a dinamização do setor privado,a melhoria da prestação dos servi-ços públicos, nomeadamente dossistemas de saúde e de educação, eum aumento considerável da despe-sa em infraestruturas. As indústriasnão petrolíferas com maior pesoconsistem em químicos, cimento,construção e reparação naval, des-salinização, transformação alimen-tar (cujo principal produto é o pei-xe) e materiais de construção.

A segunda economia mais livre

do Médio Oriente é fortemente de-pendente do comércio exterior,sendo o grau de abertura (medidopelo rácio da soma das exportaçõese importações pelo PIB) superior a80%. Cerca de 75% da água potáveltem de ser destilada ou importada,pelo que os bens mais importadossão os alimentares (o clima limita odesenvolvimento da agricultura),materiais de construção, veículos epartes, vestuário. Estima-se que asimportações tenham atingido os18,06 mil milhões de euros no anopassado, provenientes sobretudodos EUA (12,4%), da China (9,7%),da Arábia Saudita (8,4%), da Coreiado Sul (6,5%), da Índia (6,4%), doJapão (6,2%), da Alemanha (5%)e dos EAU (4,3%) (dados de

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Os países do Golfo Pérsico representam uma economia em forte crescimento. É nesta região que se concentra a principal pro-dução de hidrocarbonetos, havendotambém fortes perspetivas de desen-volvimento nos setores não petrolí-feros, com grandes investimentos em termos de infraestruturas.

Arábia Saudita. As empresasportuguesas interessadas em investir no mercado saudita vãoencontrar segurança e estabilidade,havendo as vantagens do custo da energia, da mão de obradisponível, um ambiente de ne-gócios favorável ou o facto de o país ser uma plataforma para os mercados vizinhos e do MédioOriente. O Governo tem 284 milmilhões de euros para aplicar, entre2010 e 2014, no desenvolvimentosocial e em infraestruturas. A AICEP - Agência para oInvestimento e Comércio Externode Portugal considera que este é“um mercado de elevado potencial”.Em abril, a entidade organizou umamissão ao país com empresas daárea agroalimentar, construção eengenharia, energia, saúde, setorfinanceiro, tecnologias de infor-mação e comunicação. Neste âm-bito, a companhia de revestimentoscerâmicos Recer (que também temnegócios nos EAU) assinou um acor-do comercial com a congénere sau-dita Prince Turki Bin Sa’da Al SaudTrade, que vai promover e distribuir

a marca portuguesa. Também a Vivafit, cadeia de ginásios paramulheres (já presente em Omã),aproveitou a nova legislação queautoriza a frequência feminina de ginásios próprios para entrar no país (o único no mundo queproíbe a condução às mulheres).

Bahrein. A capital, Manama, acolhe infraestruturas financeirascomo o Bahrein World Trade Centerou o Porto Financeiro. O Governoaposta na atração de estrangeiros,proporcionando habitação, empregoe cidadania. Está a avançar com um plano de urbanização de grandeenvergadura, onde se inclui a renovação das principais vias rodoviárias e redes de esgoto do país, bem como a construção de novas infraestruturas. Emdezembro de 2012, no âmbito de uma missão empresarial daAICEP, a Aquapor fez uma parceriaque cobre o Bahrein, o Kuwait eOmã para a construção de estaçõesde tratamento de águas residuais.No início deste mês, a Efacec anunciou a conclusão de umaencomenda de 10 milhões de eurosda Electricity and Water Authoritypara sistemas integrados de auto-mação, proteção e controlo parasubestações elétricas. O Bahrein é também o segundo país na regiãodo Médio Oriente em que a Vivafitestá presente, com um master franchising, e onde prevê a aberturade cinco ginásios em três anos.

Emirados Árabes Unidos. Entreos setores com maior potencial para as empresas portuguesasdestacam-se o agroalimentar, tecnologias de informação e de comunicação, indústria farma-cêutica e análises clínicas. Tambéma energia é uma aposta forte dosEAU, que projetam a construção do maior campo de energia solar do mundo até 2030. Mas antes,caso sejam escolhidos para sediar a Exposição Universal de 2020(Expo 2020), o Governo do Dubaiquer investir 5 mil milhões dedirhans (1,04 mil milhões de euros)na expansão da rede do metropoli-tano. Em construção e previsto ficar concluído em 2014, está o parque temático Dubailand (em cujo espaço de estacionamentocabe a atual DisneyWorld) que, só para a primeira fase, obteve 42,3 mil milhões de euros em investimento privado. O complexode Jebel Ali, no Dubai, que está em expansão e conta com mais de 200 unidades fabris, inclui um porto de águas profundas e uma zona franca para fabrico edistribuição, onde as mercadoriaspara exportação são 100% isentasde impostos. Está a ser construídauma linha ferroviária que vai ligaras principais cidades e portos, cujaprimeira fase deve ser inauguradaainda este ano; o projeto de váriosbiliões de euros deverá ligar o Dubai a Abu Dhabi até 2016, para se estender a outras regiões

até 2018. Estes são apenas algunsexemplos dos projetos terminadosou em curso. A empresa de vigilância eletrónica Eneida celebrou um contrato no paísem dezembro, integrada na missãoempresarial da Aicep. Também a Groundforce assinou um acordona área da logística de aeroportoscom o fundo Shuaa do Dubai. Na construção civil, o GrupoCatarino celebrou uma parceriapara se posicionar em obras noGolfo Pérsico, seja diretamentecomo empreiteiros, seja funcio-nando como subempreiteiros de grandes grupos locais. Já aVivafit quer abrir a primeira filialnos EAU em outubro próximo ereferiu que poderá ingressar emmais dois países da região este ano.

Kuwait. O presidente da AICEP,Pedro Reis, referia em dezembroúltimo aquando de uma missãoempresarial ao país, que o Kuwait“tem uma economia diferente”, pelo que, por exemplo, na lógica dos grandes fundos soberanos, aentidade apostou em reuniões coma Kuwait Investment Authority, “um potentado financeiro”. O ob-jetivo da presença portuguesa foiencaminhar o posicionamento dasempresas de construção, engenhariae de projeto “para que possam con-correr aos futuros projetos, sejacomo empreiteiros, seja tambémpara subempreitadas no sentido detrabalharem para grandes grupos”.

Qatar. Em pouco mais de umadécada, metamorfoseou-se numbroker político e num centro para oinvestimento global, com um fundosoberano estimado em mais de 77mil milhões de euros. O portefóliodo país inclui imobiliário, marcas deluxo e uma presença de peso nomundo desportivo (de que é exem-plo o clube de futebol Paris Saint-Germain, detido pelo Qatar SportsInvestments, pertencente ao emir, o sheik Tamim). Em 2022, recebe oCampeonato do Mundo de Futebolda FIFA, o que está a acelerar aconstrução de infraestruturas degrande dimensão, entre as quais a rede de metropolitano, sistemaferroviário, bem como a ponte deligação ao Bahrein. No final desteano, deverá ser inaugurado o Aero-porto Internacional de Hamad, as-sim a infraestrutura obedeça às exi-gências de construção que levaramao adiamento da abertura em abril;avaliado em 11,8 mil milhões deeuros e com uma capacidade anualprevista de 28 milhões de passa-geiros (atingindo os 50 milhões em2015), o aeroporto receberá, naprimeira fase, 12 companhias aéreasinternacionais, incluindo low cost, evai acolher a base de operações daQatar Airways. Está também a serconstruído um porto marítimo, pro-jeto com a conclusão prevista para2025 e um investimento de cercade 1270 milhões de euros. A cons-trutora Casais é uma das empresasportuguesas com negócios no Qatar.

PROJETOS INFRAESTRUTURANTES

Detentor de algunsdos campos de petróleomais ricos do globo, o Kuwait é fortementedependente do comércioexterior, tendo um grau de abertura superior a 80%

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2011). Com Portugal, a balançacomercial inclina de forma posi-

tiva para o Kuwait, que no ano pas-sado exportou mais 1080,8% face a2011 (quase 40 milhões de euros vs.3,4 milhões), mas também recebeumais 140,9% de bens de origem por-tuguesa (quase 35 milhões de eurosvs. 14,5 milhões). Entre janeiro eoutubro de 2012, as remessas lusasduplicaram, devido sobretudo à ex-portação de máquinas e equipa-mentos, alimentação e metais co-muns (dados AICEP).

QatarO MAIS ESTÁVELCom uma das mais baixas taxas dedesemprego e um dos mais eleva-dos rendimentos per capita domundo (79 euros, est. 2012), o Qataré considerado o país mais estável doMédio Oriente. Graças ao petróleo eao gás natural (que representam

cerca de 50% do PIB, 85% das recei-tas de exportação e 70% do rendi-mento do Governo), a sua economiaregista uma das mais rápidas taxasde crescimento do globo, sendotambém uma das financeiramentemais sólidas. A nível mundial, si-tuou-se em 4.º lugar em termos de

crescimento em 2011. As receitasprovenientes da exploração dasenormes jazidas de gás natural (cer-ca de 14% das reservas mundiais, aterceira maior do planeta) e petró-leo (reservas estimadas em 15 milmilhões de barris) permitiram a es-ta monarquia absoluta investimen-tos massivos em obras públicas,educação e saúde.

A diversificação económica éuma prioridade da Estratégia deDesenvolvimento Nacional, e o se-tor não energético tem recebidoimportantes financiamentos. Algu-mas das áreas mais promissorassão o imobiliário, os serviços finan-ceiros, a investigação científica, astecnologias de informação e o turis-mo. A indústria não petrolífera e aconstrução de infraestruturas con-tinuam em grande expansão. Háuma forte aposta na economia ba-seada no conhecimento, com aatração de empresas de base tecno-lógica para o território. O Centro Fi-nanceiro do Qatar proporciona àsinstituições financeiras margem eempréstimos sem juros, bem comoapoio ao capital.

Em 2011, o Qatar cresceu supor-tado na expansão do setor de gás,mas no ano passado o PIB desacele-rou para 6,3%, como resultado daconclusão desse mesmo processo de

investimento. De acordo com o CIAWorld Fact Book, tem o maior PIBper capita do mundo. Em 2012, oPIB do país terá alcançado os 142mil milhões de euros, com uma ta-xa real de crescimento de 6,3% euma inflação de 1,9%. Juntamentecom o Bahrein, é uma das naçõescom as mais baixas taxas de impos-tos do mundo.

Cerca de 75% da população é for-mada por imigrantes, sobretudo daÍndia e do Paquistão. A produçãoconcentra-se na produção e refina-mento de crude, fertilizantes, petro-química, aço, cimento, reparação denavios. Os produtos mais exporta-dos (que se estima que tenham atin-gido os 88,23 mil milhões de eurosem 2012) são os petrolíferos, o gásnatural, fertilizantes e aço, princi-palmente para o Japão (25,7%), a Co-reia do Sul (17,7%), a Índia (9,6%),Singapura (6,3%) e o Reino Unido(6,2%) (em 2011). Os bens mais im-portados são os alimentares, quími-cos, máquinas e equipamento detransporte, num valor estimado de17,6 mil milhões de euros em 2012,oriundos dos EUA (12,7%), EAU(12,3%), Arábia Saudita (9,3%), Rei-no Unido (6,2%), China (5,4%), Ale-manha (5,2%), Japão (4,6%), França(4,6%), Itália (4,5%) (2011). Os princi-pais produtos agrícolas são a fruta,

os vegetais, gado caprino, produtoslácteos e peixe.

As trocas comerciais com Portu-gal caíram 27% em 2012, de 88,1milhões de euros no ano antes para64,4 milhões; as importações de ar-tigos portugueses também decresce-ram, em 8,6%, de 13,9 milhões deeuros em 2011 para 12,7 milhões noexercício transato. De janeiro a no-vembro de 2012, as máquinas e apa-relhos lideraram as vendas de Portu-gal para o país (28,1%), seguindo-seos minerais e minérios (14,9%) e ovestuário (10,2%), representando,em conjunto, cerca de 53% do valorglobal. Houve um aumento signifi-cativo no envio de máquinas e apa-relhos em relação ao homólogo de2011 (cerca de 204%).

A Qatar Investment Authority,holding soberana do Estado, esteveno ano passado em Portugal, tendoreunido com promotores turísticos,bancos e responsáveis por grandesprojetos de empresas portuguesascotadas em Bolsa. De acordo com aAICEP, “segue-se atualmente umapolítica de diversificação de investi-mentos com vista ao crescimentoeconómico, para além das reservasde petróleo e gás natural. Nestecontexto, estão abertas novas pers-petivas de negócio que valerá apena aprofundar”.

A economia do Qatar regista uma das mais rápidastaxas de crescimento do planeta, sendo também uma das financeiramente mais sólidas

GCC8%

Total mundialexcluindo a GCC

92%

GCC22%

Total mundialexcluindo a GCC

78%

GÁS NATURALPRODUÇÃO MUNDIAL

GÁS NATURALRESERVAS MUNDIAIS

País 20101 EUA 6112 Rússia 6103 Estados membros da GCC 2744 Irão 1875 Canadá 1536 Noruega 1067 China 9308 Países Baixos 869 Algéria 8410 Indonésia 83

Total de outros países 943Total mundial 3,229

Valores em milhares de milhões de m3

País 20101 Rússia 46 0002 Estados membros da GCC 41 7943 Irão 33 0904 Turquemenistão 83405 EUA 70756 Venezuela 55257 Nigéria 51108 Algéria 45049 Austrália 322510 Iraque 3158

Total de outros países 34 728Total mundial 192 549

Valores em milhares de milhões de m3

Fonte: GCC (Conselho de Cooperação do Golfo)

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