reflexoes teolÓgicas

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uma relação de medo e culpa eflexões teológicas R Edição IV - Número 4 - Ano 2013 27 de março de 2013 LIÇÕES DO EVANGELHO SIMPLES RUÍDO NA COMUNICAÇÃO DA IGREJA PROIBIÇÕES RELIGIOSAS E A CULTURA DO CASTIGO

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PROIBIÇÕES TEOLÓGICAS E A CULTURA DO CASTIGO

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Page 1: REFLEXOES TEOLÓGICAS

uma relação de medo e culpa

eflexões teológicasR Edição IV - Número 4 - Ano 201327 de março de 2013

LIÇÕES DO EVANGELHO SIMPLES

RUÍDO NA COMUNICAÇÃO DA IGREJA

PROIBIÇÕES RELIGIOSASE A CULTURA DO CASTIGO

Page 2: REFLEXOES TEOLÓGICAS

8,9

2 m

m

Page 3: REFLEXOES TEOLÓGICAS

REFLEXÕES TEOLÓGICAS

DiretorJeferson Costa

Editor

Rev. Paulo Cesar Lima

Diretor de ArteJeferson Costa

Colaboradores Drª Elisabeth Lima

Marco Antonio dos SantosSérgio Verine

Leonardo da SilvaWilson Peixoto

Publicidade Jeferson Costa

Contato

(21) 8647-6266 8156-6726

[email protected]

/reflexaoteologica

Page 4: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Editorialsenão passarmos pela experiência de “nascermos de novo”. O que é isso? Quando Jesus disse que um homem deve nascer de novo, Nicodemos o interpretou mal, e essa interpretação equivocada surge do fato de que a palavra traduzida de

novo, no grego a)nwqen (anothen), tem três significados diferentes: a) pode querer dizer desde o princípio, por completo, radicalmente; b) pode significar de novo, no sentido de segunda vez e c) pode também referir-se à palavra de cima, do alto e, portanto, de Deus.

A ideia de Jesus em relação ao novo nascimento é você experimentar uma mudança tão radical na vida, comparada a um renascimento. É como passar por uma experiência que só pode ser descrita como um voltar a nascer de novo, ou seja, ser criado de novo. Às vezes faz-se referência a esta mesma ideia como uma mor te, seguida por uma ressurreição ou re-criação. Paulo fala do cristão como alguém que morre com Cristo e ressuscita para uma vida nova (Romanos 6:1-11).

Quando Nicodemos aproxima-se de Jesus e, maravilhado com os sinais do ministério do Filho de Deus, lhe diz: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele” (João 3:2), a resposta de Jesus a ele é que o que de fato importa não são os sinais e maravilhas; o que importa de verdade é que na vida interior de um homem aconteça uma mudança radical semelhante a um novo nascimento. Aliás, sem a experiência r a d i c a l e c o m p l e t a d o n ovo nascimento, o homem se torna um religioso formal, exagerado no cumprimento de normas e/ou princípios, mas sem paixão, sem vida.

Que você, leitor, possa dar um mergulho profundo nas matérias des ta 4a Ed i ção da Rev i s ta Reflexões Teológicas. Afinal, é a Revista que, hoje, faz o maior sucesso no meio evangélico.

Venha e confira.

Editor.

As proibições religiosas estão fundamentadas na d ico tomia recompensa e castigo e tem a ver com um sistema de manutenção de dependências. Ou seja: para não ser castigado, eu tenho que seguir, à risca, as proibições. Mas, como o homem é fraco, e faz o que não quer e quer o que não pode fazer, ele termina voltando sempre para as mãos do sacerdote, que, por sua vez, lhe aplica o castigo (penitência para os pobres e indulgência para os ricos) em troca do perdão.

A religião realiza o encantamento do m u n d o , e x p l i c a n d o - o p e l o maravilhoso e misterioso. O grupo que detém o saber religioso, tornar-se detentor do poder mais elevado: o d e e n c a n t a r, d e s e n c a n t a r e reencantar o mundo. Por isso, num primeiro momento, o poder religioso concentra-se nas mãos de um só, que possui também a autoridade militar e o domínio econômico sobre toda a comunidade.

Mas nada pode ser tão ruim quanto a religião que esvazia o homem da alegria, da espontaneidade, do prazer, do amor, da comunhão com seu vizinho, das atitudes mais inocentes de carinho e amizade. Uma religião que obriga alguém a deixar de ser gente como qualquer um outro; que o afasta do convívio comum dos humanos; que o obriga a agir de forma sectária com o grupo social em que vive; que faz o cristão ser implacável com as falhas humanas e até com as suas, trans-formando a pessoa em alienígena social, está totalmente vazia de propósito cristão. O legalismo consegue esvaziar uma pessoa de suas maldades antigas, mas a deixa completamente vazia das virtudes cristãs. Isto porque a lei não tem nenhuma força libertadora – pois o homem que vive segundo a lei, frequentemente faz o contrário do que pensa. Ele quer algo segundo a lei e faz justamente o que não quer. O homem submetido a lei é um esquizofrênico, porque faz o que não quer e quer o que não pode fazer (Rm 7.15).

MERAMENTE RELIGIOSO

Tornamo-nos meros e frios religiosos

uma relação de medo e culpa

eflexões teológicasR Edição IV - Número 4 - Ano 201327 de março de 2013

LIÇÕES DO EVANGELHO SIMPLES

COMUNICAÇÃO DA IGREJA: UM GRANDE DESAFIO

PROIBIÇÕES RELIGIOSASE A CULTURA DO CASTIGO

Page 5: REFLEXOES TEOLÓGICAS

«DO SENHOR É A TERRA, SUA PLENITUDE

E TUDO O QUE NELE HÁ!»

Page 6: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Pelos Caminhos da Igreja

Marco Antonio dos

Santos,

é formado em

Administração de

Empresas

e contabilidade.

membro da Catedral da

A.D em Jardim Primavera

/marcoantoniodossantosevangelistamarcoantonio

[email protected][email protected]

Marco Antonio

OS CAMINHOS DA MATURIDADE CRISTÃ

O irmão mais velho queria

s u a r e c o m p e n s a , s e

julgava mais merecedor,

pois tinha feito mais e

melhor, porém, se via como

u m e s c r a v o , n ã o

compreendia que sua

relação era de um filho para

com o pai, e é sob esta ótica

que o pai amorosamente

declara que tudo que tem é

dele. O grande problema é

que ele servia ao pai pela

motivação errada, mesmo

liberto e levando uma vida

abençoado estava preso a

religiosidade e por isso era

legalista e todo legalista e

j u i z pe r ve r so. Nesse

prisma, o apóstolo Paulo

u l t r a p a s s a a

compreensão humana

quando declara: “E ainda

que eu distribua todos os

meus bens en t re os

p o b r e s e a i n d a q u e

entregue o meu próprio

corpo para ser queimado,

se não tiver amor, nada

disso me aproveitará” (1

Co 13.3). Não é o quê

fazemos que conta, mas a

motivação em fazê-lo que

importa para Deus, pois o

Todo-Poderoso não quer

saber o tamanho do nosso

sacrifício ou da nossa

obra, mas a intensidade do

nosso amor. Muitos são

pegos no contrapé do

Parte 2

Page 7: REFLEXOES TEOLÓGICAS

amor de Deus, o Ágape,

pois, mais do que lavar a

consciência, ou seja, um

ato de compensação, o

ajudar deve visar em

primeira instância o outro.

Nossa própria satisfação

deve ser um ato segundo,

o q u a l s u r g e c o m o

c o n s e q u ê n c i a d a

motivação correta: ajudar

por ajudar, ajudar por amor.

“E tudo quanto fizerdes,

fazei-o de todo o coração,

como ao Senhor e não aos

homens” (Co. 3.23). A

i g r e j a d e h o j e t e m

exatamente a cara de

Jonas em que as pessoas

se preocupam mais com o

g r a n d e p e i xe q u e o

engoliu do que com a

m e n s a g e m e o

ensinamento de um Deus

misericordioso que quer

resgatar o seu povo e para

tanto enviou a terra o seu

filho para morrer por nós

na cruz do calvário. Nos

preocupamos mais em

agradar aos homens do

que agradar a Deus. Uma

igreja que se preocupa

mais com o pano de fundo

da mensagem do que com

o verdadeiro ensinamento

d a m e n s a g e m . N o s

preocupamos com roupas,

adornos, ou seja com o

exterior do que com o

inter ior das pessoas,

Jonas tipifica a igreja de

h o j e e m

que a morte dos ninivitas é

mais esperada, mas se

p r e o c u p a c o m a

aboboreira (pessoas de

dentro do que as pessoas

de fora), na qual segundo a

bíbl ia (Vs. 4.10) “não

trabalhaste, nem fizeste

crescer; que em uma noite

cresceu e, em uma noite

morreu”, e que segundo o

Vs. 11 o problema de

N í n i v e e r a f a l t a d e

conhecimento do caminho

cer to a ser percorrido.

Jesus disse: “Eu sou o

caminho a verdade e a

vida ninguém vai ao pai

senão por mim”. Lembre-

se no cap. 8 de atos da

igreja executados através

de Jesus nos conta a

história do evangelista

Filipe que ao se encontrar

com o homem etíope que

estava lendo o livro do

profeta Isaías, e ao avistá-

lo pergunta para ele

“Entendes tu o que lês? E

ele disse: Como podereis

entender, se alguém me

não ensinar”. Jesus veio

para dar luz ao cego, e só

pode dar luz quem tem luz

para dar. O caminho de um

cristão tem que estar

sempre iluminado para

que resplandeça a luz de

Cristo e a sua glória possa

se manifestada, por isso O

Senhor no evangelho de

M a t e u s c a p . 5 . 1 6

p r o f e r i n d o a s b e m -

aventuranças para os

discípulos Ele diz que:

“Assim resplandeça a

vossa luz d iante dos

homens, para que vejam

as vossas boas obras e

glorifiquem o vosso Pai

nos céu”.RT

Page 8: REFLEXOES TEOLÓGICAS

REVELAÇÃO GOSPELRevelação Gospel

Cantora Rosi Bastos, f i lha do

s a u d o s o P r O s m a r M i e l g o

Gonçalves, fundador da AD em

Saracuruna , presidida hoje pelo Pr

Genival Leal. Revela-se em seu

primeiro álbum RECEBA UNÇÃO

como cumprimento da promessa de

Deus para sua vida! Esposa do Pr..

Evandro Vicente da Silva, pregador

da Palavra de Deus, os quais tem

depositado suas vidas a serviço do

Mestre.

Page 9: REFLEXOES TEOLÓGICAS

2778-26877680-1680 8036-8832

(21)

Page 10: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Lições doEvangelho Simples

Jeferson Costa, casado

com Jucilede Rocha,

filho da D. Lúcia e Seu

Hélio. É bacharel em

Teologia pelo SEMTEL -

Seminário Teológico

Livre, serve a Deus

como Evangelista na

Catedral da Assembleia

de Deus em Jardim

Primavera, Duque de

Caxias - RJ.

[email protected]

COMUNI-CAÇÃO

RUÍDO NA

Ao lermos o texto de Atos 2,

somos logo convidados a

interpretá- lo. Daí nasce

a lgumas in terpre tações

chamadas de “tradicional” e

“pentecostal”.

O últ imo grupo tende a

interpretar o texto sob as

“línguas como de fogo”. É

uma interpretação, no mínimo,

quente e fervorosa.

Todavia, quero conduzir o

presente texto na perspectiva

do versículo 8: “Como, pois, os

ouvimos, cada um, na nossa

própria língua em que somos

nascidos?”

Segundo o texto a multidão

ficou pasma com aquele

g r upo de pessoas que

«Muitas de nossas igrejas pecam, quandoo assunto é a proclamação do evangelho»

Page 11: REFLEXOES TEOLÓGICAS

falavam “sobre as grandezas

de Deus” , de forma que eles

entendiam em seus próprios

idiomas.

O que chama a atenção do

povo não é outra coisa senão

a comunicação existente

entre eles e o “grupo que

orava e foi visitado por Deus” .

Eu não somente diria, como

digo, que o grande desafio da

Igreja atual está em se tornar

inteligível em sua mensagem

e proposta para um mundo

que se arruína a cada dia que

se passa.

O desafio está em a igreja

d e i x a r d e p r o d u z i r u m

linguagem para dentro, com

seus “santos” jargões e gírias

“gospelrizadas” e, começar a

trilhar um caminho de dentro

para fora. De dentro de suas

estruturas passo ao mundo

que está do outro lado das

nossas paredes.

A q u i e s t á o G R A N D E

DESAFIO, diante do qual não

podemos fugir, nem escapar.

O desafio, que não é pequeno,

n e m d e s o m e n o s

i m p o r t â n c i a , e s t á n a

proclamação as grandezas

de Deus!

Quando não cumpre seu

papel de evangelizadora e

proclamadora do Evangelho,

a Igreja desce a ribanceira,

ca indo nos abismos da

i n c r e d u l i d a d e , d a

complacência, da mornidão.

O desafio é ser tocado por

Deus e conseguir expressar

as grandezas divinas em alto

e bom som!

/jeferson.costa.798

[email protected]

@evjefersoncosta

www.jeferson-costa.blogspot.com

Aqui escreverá sobre

vários assuntos e

aspectos que digam

respeito a simplicidade

do evangelho de Cristo

Jesus.

Catedral da Assembleia

de Deus em Jardim

Primavera, Duque de

Caxias - RJ.

Aqui escreverá sobre

vários assuntos e

aspectos que digam

respeito a simplicidade

do evangelho de Cristo

Jesus.

Page 12: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Estamos nos preparando para

participarmos ativamente da 41ª

AGO da CGADB.

C o m d o i s ô n i b o s l o t a d o s

estaremos nos dirigindo a essa,

que será, uma grande Assembleia

G e r a l O r d i n á r i a d a n o s s a

Convenção Geral.

Nessa oportunidade, não somente a

C M A D E R J E , m a s t o d a s a s

convenções co-irmãs estarão se

dirigindo para Brasília com o objetivo

de fazer parte da história da maior

d e n o m i n a ç ã o d o B r a s i l , a

Assembleia de Deus.

Oremos, portanto, ao Senhor, para

Vera Estanislau é secretária

adjunta da CMADERJE e

escreverá todas as semanas

nessa coluna.

Esta coluna se propõe a

noticiar informações, avisos,

palavras de reflexão a todos

os ministros e amigos da

CMADERJE.

Por isso, desde já, fiquem a

vontade para ler e opinar

nessa coluna.

CMADERJE CONVENÇÃO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS DO

ESTADO RIO DE JANEIRO E OUTROS

Page 13: REFLEXOES TEOLÓGICAS

que tudo ocorra dentro do quer e

vontade do Senhor.

A 41ª AGO se dará dos dias 08 a 12

de abril de 2013, no Ginásio Nilson

Nelson, localizado na cidade de

Brasília, Distrito Federal, junto ao

Eixo Monumental (Via N1 Oeste),

entre o Estádio Nacional de

Brasília e o Palácio do Buruti, Asa

Norte.

Qualquer ministro da nossa

CMADERJE que tiver dúvidas a

respeito da nossa ida à Brasília,

favor ligar para nosso escritório, no

horario comercial: (21) 3656-5178 /

7808-5604.

Paz da parte de Deus,

Irª Vera Estanislau

Page 14: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Disco-tindo

SérgioVerinePor Sergio Verine,

Filho único de um

carioca, Luiz, com

uma pernambucana,

Maria. No mais,

fundador da banda

de rock Louca

Sophia.

Quinta-feira passada (21)

meu “amigo de fé e irmão

c a m a r a d a ” ( l e i a - s e

computador) bateu as

botas do nada, de repente,

morte súbita. E agora me

flagro distante, recordando

o s n o s s o s m e l h o r e s

momentos jun tos e a

possível perda eterna de

fotos, vídeos e textos –

inclusive a coluna da vez –

arquivados nele ao longo

do tempo.

Mas, para não ficar só na

lamúria... (segue o clichê

“herético”) há males que

vem pro bem, vejamos:

Bastaram-se uns dias sem

caixote digital para que eu

mudasse de costume e

percebesse o tanto de

tempo que não lia um bom

livro virando suas páginas –

como em nossa revista – ao

invés de descer a barra de

rolagem, o tanto de tempo

que não ouvia meus CDs e

discos, curtindo o encarte

do primeiro e a magia do

segundo, o tanto de tempo

que não saia de casa para

curtir um dia de sol (similar

àquele que usava como

plano de fundo na área de

trabalho do falecido).

Enfim, refletindo, afirmo

sem sombra de dúvida ter

Page 15: REFLEXOES TEOLÓGICAS

tirado proveito da “perda”.

Não que eu pretenda viver

sem tal tecnologia (o vício

segue f i rme e for te!) ,

porém, conciliá-la com a

“vida real”. Afinal, aqui

estou eu em pleno sábado

a noite, enfurnado numa lan

h o u s e t u m u l t u a d a ,

pagando r$ 2 reais a hora,

para escrever e enviar esse

texto ao Jeferson.

(risos) abraços!!!

Page 16: REFLEXOES TEOLÓGICAS

QUE TAL ESTUDAR COM O

REV. PAULO CESAR LIMA

NA SUA IGREJA OU

CIDADE?

O SAL - SEMINÁRIO AVANÇADO PARA LÍDERES - É MINISTRADO PELO REV. PAULO CESAR LIMA.É UM CURSO QUE VIDA A PREPARAÇÃO DO OBREIRO PARA ATUAR NA SEARA DO SENHOR.

Page 17: REFLEXOES TEOLÓGICAS

(21) 8647-6266 8156-6726

LIGUE PARA

« O Rev. Paulo Cesar Lima

é um dos mais conceituados

teólogos evangélicos do Brasil.

Estudar com ele é mais que uma

oportunidade. É um privilégio.»

« O que mais nos chama a atenção

no Rev. Paulo Cesar Lima é a sua humildade.

A simplicidade desse grande homem

de Deus nos cativa e nos faz

respeitá-lo.»

Pr. Flávio Constantino

Ev. Jeferson Costa

Page 18: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Wilson Peixoto Silva é

desenhista e ar t ista

plást ico. Um grande

profissional nessa área.

Aqui em REFLEXÕES

TEOLÓGICAS exibirá

suas charges sobre

ques tões soc ia i s e

atuais.

Page 19: REFLEXOES TEOLÓGICAS
Page 20: REFLEXOES TEOLÓGICAS

O Rev. Paulo Cesar Lima é Pastor Presidente da Catedral da Assembleia de Deus em Jardim Primavera; é Presidente da CMADERJE – Convenção de Ministros das Assembleias de Deus do Estado do Rio de Janeiro e outros. É doutor em Teologia pelo Living Light Bible College, USA; é Psicanalista Clínico, Jornalista e Licenciado em Filosofia. Como escritor já vendeu mais de 100 mil livros. Seus maiores sucessos foram “Os Mais Difíceis Temas da Bíblia” e “O Que Está Por Trás do G­12”, ambos lançados pela CPAD.

Rev. Paulo Cesar Lima

u começo esta

Ematéria com o

filósofo alemão

que entrou para a história

como o mais nefasto dos

c r í t i c o s d a r e l i g i ã o :

Nietzsche. Há pelo menos

quatro coisas ditas por ele

s o b r e o c o m b i n a d o

religião/proibição no seu

livro “Anticristo” contra as

q u a i s n ã o p o d e m o s

argumentar e das quais

não podemos fugir, por se

tratarem de realidades

incontes táve is. Então

vejamos:

Primeiro ele diz que os

sacerdotes, abusando do

nome de Deus, criam uma

“vontade de Deus” universal,

dominante, que castiga ou

recompensa segundo o

grau de obediência. O

“sacerdote” abusa do nome

de Deus: chama “reino de

Deus” a um estado de coisas

no qual ele é quem fixa os

valores das coisas: chama

“vontade de Deus” aos

meios que ele (o sacerdote)

emprega para alcançar ou

manter tal estado de coisas;

com cinismo glacial, mede

os povos, as épocas, os

indivíduos conforme foram

ú t e i s o u r e s i s t i r a m à

preponderância sacerdotal.

PROIBIÇÕES RELIGIOSAS

E A CULTURA DO CASTIGO

Page 21: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Esta “vontade de Deus” passa a ser

a condição de conservação para o

poder do sacerdote.

Em segundo lugar Nietzsche

dec lara que os sacerdotes,

referindo-se à instituição religiosa

da sua época, ordenam tudo de tal

m o d o q u e s e t o r n a m

“indispensáveis em toda a parte”.

Em todos os acontecimentos

naturais da vida, o nascimento, o

casamento, a doença, a morte, para

não falar do sacrifício aparecem os

santos parasitas, nas palavras do

desesperado filósofo alemão, para

os “desnaturalizarem”, na sua

linguagem... para “os santificarem”.

Em terceiro lugar Nietzsche fala da

instituição religiosa que sobrevive

de sanções. D iz e le que o

sacerdote despreza, “profana”, a

natureza: só por esse preço existe.

A desobediência a “Deus”, isto é, ao

sacerdote, à “lei”, chama-se agora

“pecado”; os meios de “reconciliar-

se com Deus” são, como é justo,

meios que asseguram ainda mais

profundamente a submissão ao

sacerdote; só o sacerdote “salva”...

Em quar to e último lugar ele

declara que o sacerdote vive do

pecado. Em toda a sociedade

organizada sacerdotalmente, os

“ p e c a d o s ” t o r n a m - s e

indispensáveis: são propriamente os

instrumentos do poder. O sacerdote

“ v i v e ” p e l o s p e c a d o s , t e m

necessidade de que se “peque”...

Princípio supremo: “Deus perdoa ao

que faz penitência”, ou, por outro

modo: “ao que se submete ao

sace rdo te ” . Como pode se r

observado, a religião que Nietzsche

está a criticar (referindo-se à sua

época) é a que, segundo ele, mata a

Deus. Ela se desenvolve num

terreno completamente “falso”, onde

toda a natureza, todo o valor natural,

toda a “realidade” têm contra si os

inst intos mais profundos das

classes dirigentes, uma forma de

in imizade de mor te contra a

realidade.

O “deus” que Nietzsche deseja

enterrar é o “deus” institucionalizado,

privatizado pela religião dominante,

um anti-reino, que se insurge contra

os pobres e miseráveis da terra: os

excluídos. Quando Nietzsche

anuncia a morte de Deus, ele fala do

“deus que tem que morrer mesmo,

porque é o 'deus' das nossas

cabeças, o 'deus' inventado, o 'deus'

que não é vivo”, um “deus” segundo a

imagem e semelhança do homem.

Isto fica muito claro na sua oração,

traduzida por Boff no livro “Tempo de

Transcendência”, com o título “A

Page 22: REFLEXOES TEOLÓGICAS

Oração ao Deus Desconhecido”.

Antes de prosseguir em meu

caminho e lançar o meu olhar para

a frente uma vez mais, elevo, só,

minhas mãos a Ti na direção de

quem eu fujo.

A Ti, das profundezas de meu

coração, tenho dedicado altares

fest ivos para que, em cada

momento, Tua voz me pudesse

chamar.

Sob re esses a l t a res es tão

gravadas em fogo estas palavras:

“Ao Deus desconhecido”.

Seu, sou eu, embora até o presente

t e n h a m e a s s o c i a d o a o s

sacrílegos.

Seu, sou eu, não obstante os laços

que me puxam para o abismo.

Mesmo querendo fugir, sinto-me

forçado a servi-Lo.

E u q u e r o T e c o n h e c e r ,

desconhecido.

Tu, que me penetras a alma e, qual

turbilhão, invades a minha vida.

Tu, o incompreensível, mas meu

semelhante, quero Te conhecer,

quero servir só a Ti.

Da colocação Nietzschiana acima,

depreendemos que as proibições

religiosas estão fundamentadas na

dicotomia recompensa e castigo e

tem a ver com um sistema de

manutenção de dependências. Ou

seja: para não ser castigado, eu

tenho que seguir, à r isca, as

proibições. Mas, como o homem é

fraco, e faz o que não quer e quer o

que não pode fazer, ele termina

voltando sempre para as mãos do

sacerdote, que, por sua vez, lhe

aplica o castigo e lhe faculta o

perdão.

SISTEMA DE ENCANTAMENTO,

D E S E N C A N T A M E N T O E

REENCANTAMENTO

A religião realiza o encantamento do

m u n d o , e x p l i c a n d o - o p e l o

maravilhoso e misterioso. O grupo

que detém o saber religioso, tornar-

se detentor do poder mais elevado: o

de encan ta r, desencan ta r e

reencantar o mundo. Por isso, num

primeiro momento, o poder religioso

concentra-se nas mãos de um só,

que possui também a autoridade

militar e o domínio econômico sobre

toda a comunidade.

À medida que as relações sociais se

tornam mais complexas, com

divisões sociais do trabalho e da

propriedade, o poder passa por uma

d iv i s ã o : u m g r u p o d e t é m a

autoridade religiosa e outro, a militar

e econômica. Porém, todo o saber da

comunidade é história sagrada,

interpretação da lei divina, rituais e

Page 23: REFLEXOES TEOLÓGICAS

e n c o n t r a - s e n a s m ã o s d a

autoridade religiosa, que passa,

dessa maneira, a ser o braço

intelectual e jurídico indispensável

da autoridade econômica e militar.

Mas nada pode ser tão ruim quanto

a religião que esvazia o homem da

alegria, da espontaneidade, do

prazer, do amor, da comunhão com

seu vizinho, das atitudes mais

inocentes de carinho e amizade.

Uma religião que obriga alguém a

deixar de ser gente como qualquer

um outro; que o afasta do convívio

comum dos humanos; que o obriga

a agir de forma sectária com o

grupo social em que vive; que faz o

cristão ser implacável com as fa-

lhas humanas e até com as suas,

transformando a pessoa em

alienígena social, está totalmente

vazia de propósito cristão. O

legalismo consegue esvaziar uma

pessoa de suas maldades antigas,

mas a deixa completamente vazia

das virtudes cristãs. Isto porque a

le i não tem nenhuma força

libertadora – pois o homem que

vive segundo a lei, frequentemente

faz o contrário do que pensa. Ele

quer algo segundo a lei e faz

justamente o que não quer. O

homem submetido a lei é um

esquizofrênico, porque faz o que não

quer e quer o que não pode fazer

(Rm 7.15).

Na parábola da “Casa Vazia” Jesus

assevera que é sempre possível,

para quem vive de leis e normas

legalistas, ser povoado pelas

maldades mais irracionais e as

perversões mais hediondas. Pois

geralmente os que são muito

“escada da Penha”, “pagador de

promessas” , “ jus t iça própr ia ”

escondem maldades inomináveis e,

por con ta d isso, buscam os

caminhos da proibição, como forma

de se conterem.

O s f a r i s e u s e e s c r i b a s

transformaram a religião num

conjunto de normas insuportáveis,

convertendo a vida alegre em algo

deprimente; e o homem, em vez de

receber ajuda da religião, passa a

ser tor turado por ela. Não é

suficiente tirar as mazelas de um

jardim; é preciso semear e plantar

flores novas até ocupar o espaço

daquelas que foram destruídas. Em

nenhum outro lugar é isto tão certo

como no mundo dos pensamentos.

Muitas vezes somos perturbados

p o r m a u s p e n s a m e n t o s .

Comumente, a nossa reação contra

isso é ficar repetindo para nós

mesmos as palavras: “Não devo

pensar!” “Não posso pensar!” Porém

Page 24: REFLEXOES TEOLÓGICAS

o que estamos fazendo é fixar mais

na nossa mente aquilo do qual

queremos nos livrar. A solução é

pensar em outra coisa e encher a

mente disso. Ou seja: vencemos o

mau pensamento pensando em

coisas boas. Isto porque não nos

tornamos bons deixando de fazer

certas coisas, mas fazendo as

coisas certas.

De acordo com o filósofo paulista

Paulo Ghiraldelli, na religião cristã

as prát icas sexuais são as

p re fe r idas como o foco de

proibições. Ora, o sexo deixa as

pessoas felizes e autoconfiantes, e

pessoas assim possuem pouca

vontade de procurar a igreja para

pedir algo e pagar para receber

milagres e coisas do tipo. As regras

de proibição se tornam então

meros arranjos para que a igreja

que visa dinheiro ainda se pareça

com uma entidade que sabe proibir

e, portanto, apareça na consciência

popular como sendo de fato uma

igreja. O resto fica por conta do

tamanho do templo e da oratória do

pastor.

A RELIGIÃO DO “NÃO PODE”

Na parábola da “casa vazia”

( M a t e u s 1 2 . 4 3 - 4 5 ; L u c a s

11.27,28), Jesus objetiva chamar a

atenção dos seus ouvintes para a

realidade de quem vive a religião do

“não pode”, mas que, no final, se vê

totalmente fragilizado e vulnerável

às tentações. A parábola retrata a

condição decadente da nação de

Israel na figura de um homem liberto

de demônio com vida melhorada,

reformada e modificada, mas com

a b s o l u t a a u s ê n c i a d a

transformação operada pelo poder

de Deus. Ou seja: os velhos ídolos

haviam sido banidos da nação, e não

havia mais idolatria aparente, como

antes do exílio babilônico. Mas

novos “deuses” haviam entrado em

cena – muito piores do que os

antigos: avareza, orgulho, provincia-

lismo, nacionalismo exacerbado,

sectarismo, radicalismo, legalismo,

ritos de purificação, sábado, jejum e

coisas semelhantes. A rigor, esses

novos ídolos são mais sutis e mais

perigosos do que os ídolos grotes-

cos e estranhos do paganismo.

O perigo de uma religião alienante é

que quase sempre se apresenta

negativamente com suas neuro-

regras do “não toque”, “não pode”,

“não faça”, “não vista”, “não prove”,

etc. (Colossenses 2.20,21).

O problema com uma religião desse

tipo é que “limpa” o homem mediante

proibições, restrições sobre todos os

Page 25: REFLEXOES TEOLÓGICAS

seus maus hábitos e atitudes, mas

não pode mantê-lo limpo por muito

tempo.

O objetivo desta reflexão não é o de

passar a ideia de um cristianismo

sem lei e sem critérios, onde tudo é

reg ido pelos sent imentos e

emoções – pois o próprio Jesus

declarou que não veio para abolir a

lei, mas para cumpri-la. Todavia,

não podemos deixar de repudiar

um cristianismo saturado de

proibições extremamente legalista.

Segundo Jesus, a religião não pode

ser compreendida como a arte do

possível, que faz o homem pensar

que é só guardar algumas leis e

segui-las rigidamente e pronto: as

b ê n ç ã o s d e D e u s s ã o

conquistadas. Mais: a religião não

pode ser entendida como uma

cerca de proibições que tolhe toda

e qualquer iniciativa humana e

mortifica a liberdade.

Uma pessoa reformada pela

religião pode até fascinar muita

gente em face da sua melhora, mas

não a si própria, porquanto sabe o

e s f o r ç o q u e é m a n t e r a s

aparências.

Mas, de acordo com o ensino de

Jesus, libertação cristã não é você

deixar de fazer o que não pode,

porém é você não deixar de fazer o

que pode. Ou seja: libertação cristã

não é você deixar de fazer o mal,

mas é você vencer o mal com o bem.

É preciso deixar claro que Jesus,

nesta parábola, quer nos alertar

sobre os perigos de viver uma religi-

ão fundamentada tão somente em

proibições. Isto porque a religião

c a l c a d a e m p r o i b i ç õ e s

frequentemente se esvazia de

ações positivas.

O QUE ACONTECE QUANDO SE

PROÍBE DEMAIS

O que acontece quando alguém vive

uma religião fundamentada numa

mul t idão de reg ras, nor mas,

proibições, interdições?

1. O HOMEM TRANSFORMA-SE

NO AGENTE DA SUA PRÓPRIA

TRANSFORMAÇÃO. É mui to

comum alguém que tenta viver

segundo a lei preferir mais as suas

ideias acerca de Deus as ideias de

Deus acerca de si mesmo. Não é

aquilo que Deus acha, mas, sim, o

que ele acha do assunto. Por isso

mesmo o legalismo se constitui no

pior dos atos de rebelião contra

Deus. Pois lidamos com as bênçãos

de Deus como se fossem resultado

de nossos serviços prestados. Por

QU

EM

É O

AN

JO

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EV. P

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CE

SA

R L

IMA

Page 26: REFLEXOES TEOLÓGICAS

isso quem vive de justiça própria

está sempre obcecado por mostrar

a comunidade a que pertence o

quanto é justo e reto, numa intermi-

nável demonstração de superiori-

dade. A implicação disso é que se

confunde habilidade humana com

potencialidade de Deus.

2. O HOMEM FICA NEURÓTICO

COM A PREOCUPAÇÃO DO “NÃO

FAZER”. Estranhamente, pessoas

há que se preocupam tanto com o

não fazer o mal que se esquecem

de fazer o bem.

Qualquer prática cristã que se erga

sob o infeliz preconceito do “não

faça” tende a inibir e bloquear os

atos espontâneos de bondade e de

solidariedade. O legalismo, além de

só apontar o que não se pode fazer,

fecha toda e qualquer possibilidade

de se fazer, razão por que o

l e g a l i s t a é e x t r e m a m e n t e

assombrado pelo medo, porque

está sempre diante do iminente

perigo de pecar.

Na realidade, tudo isso pode vir a

acontecer com uma pessoa nos

atos de obediência para conquistar

a salvação devido à forma negativa

de enxergar os Dez Mandamentos

(Ex 20.2-17; Dt 5.6,21). A forma da

l e i m o r a l , c o m o s e a c h a

p r i n c i p a l m e n t e n o s D e z

M a n d a m e n t o s , e r a

esmagadoramente negativa. Isto,

porém, nada tinha a ver com o tom

ou o alvo daquela lei. É sempre

muito mais fácil falar de restrições

usando poucas palavras do que

expô-las de forma prolixa, para não

passar a ideia de pouca liberdade.

Além disto, todo ato moral é, ao

mesmíssimo tempo, o refrear-se de

um modo contrário da ação, e a

adoção do seu oposto. Assim sendo,

não faria qualquer diferença se a lei

fosse co locada nega t iva ou

positivamente. Ademais, quando um

mal era proibido, como por exemplo,

o assassinato, aquela lei não era

cumprida quando as pessoas

meramente se abst inham de

violentamente arrancar a vida do

seu próximo. Somente era cumprida

quando homens e mulheres faziam

tudo quanto lhes era possível para

ajudar a vida dos seus vizinhos. A

inatividade no campo moral nunca

poderá ser o cumprimento da lei;

isso é equivalente a um estado de

morte.

A TEOLOGIA DO “GRANDE PAI”

Apesar dos avanços do pensamento

Page 27: REFLEXOES TEOLÓGICAS

teológico no Brasil, é sabido por

todos nós – quer admitamos ou não

– que somos ainda controlados

pela cultura judaico-cristã, que

exerce influência fundamental em

nosso modus vivendi e modus

faciendi. Quando eu digo cultura

j u d a i c o - c r i s t ã , r e f i r o - m e à

cosmovisão, es t i lo de v ida,

estereótipos, maneira de encarar a

lei, a obediência, o pai, a mãe, a

mulher, a irmã, o líder... . Falo assim

porque nosso viver religioso é

muito mais judaico do que cristão.

Isto porque não conseguimos ser

cristãos pelas propostas de Jesus.

Vivemos, até hoje, debaixo de um

arquétipo2 teológico que reproduz

um inconsciente coletivo ao qual

ainda estamos submetidos. Eu

chamo essa cultura de opressão de

“a teologia do 'Grande Pai'”.

A teologia do “Grande Pai” é aquela

em que o pai tem domínio sobre

tudo e todas as coisas. O pai é

agente absoluto. A boa relação

com ele é uma questão de vida ou

morte. Por ser judaico-cristã, essa

teologia tem a boia patriarcal – o

pai é a referência emblemática do

clã – e por isso figura como o mais

importante símbolo de poder. Por

isso mesmo ainda que o pai morra

fisicamente, não deixa de ter sua

influência sobre o grupo.

Para explicar ao leitor onde eu quero

chegar com esta proposta, nesta

pequena reflexão, tenho que fazer

parada obrigatória em um dos textos

antropoides de Freud – Totem e

Tabu. Freud (1913), ao escrever

sobre “Totem e Tabu”, tinha o objetivo

de só falar sobre a origem do

t o t e m i s m o n a s p r i m e i r a s

civ i l izações. Só que as suas

pretensões transcendem os limites

d e s e j a d o s i n i c i a l m e n t e e

estabelecem, mesmo sendo contra

a sua vontade, pressupostos sobre a

origem da religião. Hoje este escrito

– que, na época, não causou tanto

impacto – é considerado leitura

perigosa.

O vienense Sigmund, fazendo

v ia gem an t ropo lóg i ca pe las

c i v i l i z a ç õ e s h u m a n a s m a i s

primitivas, percebeu que os homens,

desde eras remotas, aceitam

passivamente proibições que lhes

s ã o i m p o s t a s s e m m e s m o

indagarem sobre a origem delas.

“Tudo é proibido, e eles não têm

nenhuma ideia por quê e não lhes

ocorre levantar a questão. Pelo

c o n t r á r i o , s u b m e t e m - s e à s

proibições como se fossem coisa

Page 28: REFLEXOES TEOLÓGICAS

natural e estão convencidos de que

q u a l q u e r v i o l a ç ã o t e r á

automaticamente a mais severa

punição.”

Os tabus para valerem, sempre se

associam com os “espíritos, o

sobrenatural porque esperava-se

que a penal idade proviesse

automaticamente do poder divino.

“A violação de um tabu transforma

o próprio transgressor em tabu

(...)”. Certos perigos provocados

pela violação podem ser evitados

por atos de expiação e purificação.

A CULTURA DO CASTIGO

A cultura do castigo origina-se da

crença em uma divindade que

pune. Por convenção, insistimos em

acreditar que todo erro tem que ser

punido.

Para os antigos hebreus, as

e n f e r m i d a d e s e s t a v a m

in t imamente assoc iadas ao

pecado. As enfermidades eram

consideradas resultado da ira de

Deus. Acreditavam que Deus era

sempre a Causa Final por trás de

uma enfermidade, mesmo que

alguma agência física fosse

considerada a força por trás de uma

enfermidade. Também desprezavam

quase totalmente o livre arbítrio do

ser humano que o torna agente ativo

e responsável pelos seus atos. Esta

forma de os antigos pensarem

baseava-se fundamentalmente no

fato de que tudo estava diante da

presença de Deus.

A verdade fundamental de tudo

quan to apresen tamos sobre

“proibições rel ig iosas” é que

qualquer rel igião calcada em

proibições frequentemente se

esvazia de ações positivas.

Concluo, portanto, dizendo que esta

matéria não tem por objetivo eximir

pessoas de suas obrigações éticas,

de valores cristãos que devem ser

c u l t i v a d o s , a m p l i a d o s e

experienciados na própria vida, nem

sequer incentivar qualquer tipo de

conduta d iscrepante com os

princípios ensinados pelo Filho de

Deus; antes, nossa meta-alvo com

esta crônica é fazer crítica visceral a

toda religião que, em nome de

verdades pessoais, subjetivas,

proíbe o que Deus permite e permite

o que Deus proíbe.

Rev. Paulo Cesar Lima

Page 29: REFLEXOES TEOLÓGICAS

por leonardo da silvaTEOLOGIA E MISSÃO

Leonardo da Silva

s e r v e a D e u s

como Evangelista

na Catedral da

Assembleia de

Deus em Jardim

P r i m a v e r a , é

c a s a d o c o m

Isabela Barreto,

p a i d e M a r i a

Clara, bacharel

em teologia no

S e m i n á r i o

Teólogico Livre

L U T E R A N D O .

Escritor de vários

c o m e n t á r i o s

teológicos.

Nes ta Rev i s ta

e s c r e v e r á n a

c o l u n a

CONSTRUICIDA

DES.

A teologia é a atividade da

igreja que se dá no interior

de sua missão, isto é, no

i n t e r r e g n o d e s u a

existência temporal por

causa de sua missão. Essa

reflexão que se dá na

comunidade da fé em

relação com a comunidade

humana tem um propósito.

A teologia não se fixa num

determinado momento da

historia da igreja, mas é

sempre refeita em cada

nova geração. A par tir

dessa reflexão, a igreja

procura comunicar os dons

que acredita possuir ao

m u n d o i n t e i r o . E s s e

dinamismo comunidade da

fé - comunidade do mundo

da obra teológica depende

de cer tas convicções

próprias ao mundo cristão.

Pois a igreja existe por

causa do mundo e o

mundo só tem sentido

pleno na consumação em

Deus. A Historia do mundo

adquir i assim sent ido

d i v i n o . A s

Escrituras falam

do Deus que cria o mundo,

a fé na historia, e encarna

pela salvação de todos os

elementos narrados nas

Escrituras e estes não são

de ordem eclesiástica, são

mundanas segundo os

autores sagrados e não

apenas da igreja. Poder-

se-í-a dizer que só se

interessa da igreja na

medida em que ela faz

parte do mundo e se torna

veículo da missão de Deus

no mundo.

A teologia não se fixa num determinado momento da historia da igreja, mas é sempre refeita em cada nova geração.

« «

Page 30: REFLEXOES TEOLÓGICAS

A teologia ao ser engendrada no

contes to do mundo, dá no

contexto de um mundo visto como

objeto do amor de Deus. Um

mundo levado por Deus ao seu fim

em meio de contradições e

rebeldia. É no contexto da missão

de Deus no mundo que a reflexão

t e o l ó g i c a r e l a c i o n a n d o a

experiência da fé com a humana

universal, vem a ser instrumento

da compreensão de nossa vida e

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Page 31: REFLEXOES TEOLÓGICAS

PENSOU EM GRÁFICA?

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