recursos humanos

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Edição Compacta Manual do Professor

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Page 1: Recursos humanos

 

 

 

 

 

 

Edição Compacta   

Manual do Professor   

 

 

 

 

 

  

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EDITORA ATLAS S.A.  Rua Con Elísios  selheiro Nébias, 1384  Campos 

01 P  Tel.:  BX  

203‐904  São Paulo  S0– –11  221‐9144  PAwww.atlasnet.com.br 

 

Page 3: Recursos humanos

   

IDALBERTO CHIAVENATO  

 

 

 

 

 

 

 

 

Edição Compacta    

Manual do Professor      

 

São Paulo Editora Atlas S.A. – 2001 

 

Page 4: Recursos humanos

 

 

2001 by EDITORA ATLAS S.A. 

 

 

Composição: Set‐up Time Artes Gráficas 

 

 

 

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor  Lei no 9.610/98  é crime 

estabelecido pelo artig  184 do Código Penal. o

 

 

Depósito legal na B Decreto niblioteca Nacional conforme  o 1.825,                                     

de 20 de dezembro de 1907. 

 

 

  

Impresso no Bra Printed in Brazil sil/

      

Cód.: 0104 60 457 

Page 5: Recursos humanos

SUMÁRIO 

Introdução, 9 

E PESSOAS E ORGANIZAÇÕES, 11 PARTE I – A INTERAÇÃO ENTR

1   AS

       

S, p 3 x

 ORGANIZAÇÕE 13 isã ral do ca ítulo, 1m ara refle ão, 13 

V o geTe as pCasos, 15 

2        AS PESSOAS, 18 isã ral do ca ítulo, 1m ara refle ão, 19 

V o geTe as p

p 8 x

Casos, 24 

3        AS ÕES, 30  PESSOAS E AS O GANisã ral do ca ítulo, 3m ara refle ão, 30 

R IZAÇp 0 x

V o geTe as pCasos, 33 

OS HUMANOS, 35 PARTE II – O SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURS

4         A A URSOS HUMANOS, 37 DMINISTRAÇÃODE RECisã ral do ca ítulo, 37 m ara refle ão, 37 

 px

V o geTe as pCasos, 42 

E RECURSOS HUMANOS, 51 PARTE III – SUBSISTEMADE PROVISÃO D

5     RE AS, 53 

     

E SOp 3 x

CRUTAMENTO D  PESisã ral do ca ítulo, 5m ara refle ão, 53 

V o geTe as pCasos, 57 

6  SELEÇÃO DE PESSOAL, 5isã eral do ca ítulo, 5m para refle ão, 60 

 

9 p 9 x

V o gTe as Casos, 61

  5

Page 6: Recursos humanos

  6

PARTE IV – SUBSISTEMA DE APL

7       DE

ICAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS, 65 

SENHO DE CARGOS, 6o ca ítulo, 6

m ra refle ão, 67 

7 p 7 x

Visão geral dTe as paCasos, 69 

8        DE CARGOS, 74 SCRIÇÃO E ANÁLISE DE isã ral do ca ítulo, 74 m ara refle ão, 74 

V o geTe as p

px

Casos, 76 

9        AV O, 77 ALIAÇÃO DO DESEMPENo ca ítulo, 77

m ra refle ão, 78 

Hp  x

Visão geral dTe as paCasos, 81 

MANOS, 85 PARTE V – SUBSISTEMA DE MANUTENÇÃO DE RECURSOS HU

10  CO RAÇÃO DE SALÁRIOS , 87 MPENSAÇÃO  A MINISisã ral do ca ítulo, 87 m ara refle ão, 88 

D Tpx

V o geTe as pCasos, 92 

11   PLANOS DE BENEFÍCIOS SOCIAIS, 95 V o geTe as pisã ral do ca ítulo, 95m ara refle ão, 95 

p  x

Casos, 96 

12  HI  TRABALHO, 99 GIENE E SEGURANÇA o ca ítulo, 9

m  refle ão, 99 

DOp 9 x

Visão geral dTe as paraCasos, 104 

13   RE 108 LAÇÕES TRABALHISTAo ca ítulo, 10

m ra refle ão, 109 

S, p 8 x

Visão geral dTe as paCasos, 110 

ANOS, 117 PARTE VI – SUBSISTEMA DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUM

14   TR N  E VIMENTO DE PESSOAL, 119 EINAME TO  DESENVOLVisão geral do capítulo, 119 

Page 7: Recursos humanos

  7

xTe as pam ra refle ão, 120 Casos, 128 

15  DE IZACIONAL, 139 SENVOLVIMEN  ORGo ca ítulo, 13

m ra refle ão, 139 

TO ANp 9 x

Visão geral dTe as paCasos, 149 

TE MANOS, 151 PAR  VII – SUBSISTEMA DE MONITORAMENTO DE RECURSOS HU

16  BA AS DE INFORMAÇÕES, 153 NCO DE DADOS  SISTEo ca ítulo, 15

m ra refle ão, 153 

E  Mp 3 x

Visão geral dTe as paCasos, 156 

17  AU UMANOS, 159 DITORIA DE RE RSOSo ca ítulo, 15

m ra refle ão, 159 

CU  Hp 9 x

Visão geral dTe as paCasos, 166 

 

 

 

 

 

 

 

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RECURSOS HUMANOS 

INTRODUÇÃO 

Este Manual do Professor do livro Recursos Humanos – Edição Compacta foi elaborado para auxiliar a atividade docente no ensino da disciplina, propor‐cionando  uma  variedade  de  recursos  instrucionais  a  fim  de  implementar  a  a‐prendizagem e alavancar o conhecimento e a percepção crítica e construtiva dos alunos. O objetivo básico é o de  proporcionar meios didáticos e dinâmicos para que o professor possa delegar boa parte da tarefa de pesquisar, discutir e deba‐ter  conceitos  e  aplicações  práticas  diretamente  aos  alunos,  seja  em  atividade individual  ou  grupal.  Os  recursos  pedagógicos  aqui  apresentados  servem  para incentivar a atividade grupal, o espírito de equipe e o  intercâmbio contínuo de informações entre os alunos. Trata‐se de oferecer multimeios didáticos alterna‐tivos capazes de tornar mais interessante ainda o estudo da moderna Adminis‐tração d

  9

h

e Recursos Humanos. 

Estamos  à  inteira  disposição  dos  senhores  professores  para  troca  de  i‐déias e  a a melhoria do ensino da ARH.  sugestões e par

Bom proveito! 

Idalberto C iavenato 

ível no site do autor: Este material está dispon

www.chiavenato.com.br 

ditora Atlas: e também no site da E

www.atlasnet.com.br 

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PARTE I 

A INTERAÇÃO ENTRE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 

A PARTE I trata da estreita e íntima interação entre pessoas e organiza‐ções  e  como  elas  intercambiam  seus  respectivos  recursos.  Está  constituída  de três capítulos: 

 

 

PARTE I

A interaçãoentre pessoas

e organizações

As organizações e sua complexidade. Organizações são sistemas abertos e sociais.Racionalidade e níveis. Ambiente, sua dinâmica e complexidade ambiental.

Capítulo 1

Asorganizações

Capítulo 2

Aspessoas

Capítulo 3

As pessoas eas organizações

Variabilidade e cognição humana. Motivação. Comunicação. Comportamento humano nas organizações. Conceito de homem complexo.

Reciprocidade entre pessoas e organizações. Relações de intercâmbio. Conceito de incentivos e contribuições. Clima organizacional.

 

 

  11

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AS ORGANIZAÇÕES 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Vivemos  em um mundo de organizações. As organizações precisam  ser administradas para serem eficientes e eficazes. Este capítulo é uma introdução à natureza  e  características  das  organizações,  como  sistemas  abertos  e  sociais. Aborda os seguintes temas: 

1. Conceito de organização. Complexidade das organizações. As diferentes eras das organizações. 

2. As organizações como sistemas abertos e como sistemas sociais: abordagem vistock. de Katz e Kahn e a abordagem de Ta

3. Os participantes das organizações. 

4. Os  objetivos  organizacionais  e  a  racionalidade  das  organizações.  Os  níveis organizacionais. 

5. As organizações e o ambiente: ambiente geral  macroambiente  e ambiente exidade ambiental. de tarefa  microambiente . Dinâmica ambiental e compl

6. Conceito de eficácia organizacional. Capital intelectual.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Uma n

  13

ova organização para os novos tempos 

A  sociedade moderna  é  uma  sociedade  de  organizações.  Nascemos  em organizações, criamo‐nos dentro delas, somos educados e curados por organiza‐ções, trabalhamos em organizações e, até para morrer, dependemos das organi‐

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cializados. 

A burocratização foi uma magnífica invenção humana dos tempos da in‐dustrialização clássica,  cujas características principais eram permanência, esta‐bilidade e previsibilidade. Assim se construíam as organizações daquela época. Hoje, em plena Era da Informação – ou pós‐industrial –, o modelo burocrático já não  faz mais  sentido, pois não apresenta condições de mudança e ajustamento rápido necessários para um mundo de transformação, instabilidade e imprevisi‐bilidade.  Em uma  era  de mudanças  rápidas  e  profundas  como  as  que  estamos enfrentando hoje em dia, o modelo burocrático está sendo substituído pelo mo‐

zações.  À  medida  que  as  organizações  crescem  e  se  desenvolvem,  tornam‐se gradativamente mais  complexas  pelo  aumento da  divisão do  trabalho,  da  dife‐renciação e da necessidade de integração de suas várias atividades. A tendência natural é o aumento de áreas distintas para lidar com os diversos aspectos am‐bientais  como departamentos ou divisões  e o aumento de níveis hierárquicos para garantir o controle interno das atividades. Daí, a crescente burocratização. A burocratização envolve os seguintes aspectos principais: 

• divisão  do  trabalho  e  fragmentação  das  atividades,  com  a  criação  de 

departame o a ament

 nt s  dep rt alização  e de cargos especializados; 

• hierarquização da autoridade, com a criação de níveis hierárquicos na organização; 

• caráter  legal,  ou  seja,  criação  de  normas  e  regulamentos  que  ditam como as tarefas deverão ser executadas por meio de rotinas e progra‐ma e tr bs d a alho; 

• caráter formal, ou seja, toda comunicação deve ser escrita e documen‐tada; 

• impessoalidade no relacionamento, ou seja, as pessoas tornam‐se ocu‐pantes de cargos e relacionam‐se como tais, despersonalizando seu re‐lac a nion me to dentro da organização; 

• rotinas e procedimentos, para garantir que as atividades sejam execu‐tadas de acordo com as normas e regulamentos da organização; 

• competência técnica e mérito profissional, que são os critérios de sele‐ção e promoç a p teão dos p rtici an s; 

• especialização da administração, ou seja, separação entre propriedade e  governança da organização: os donos ou acionistas do negócio dei‐xam de ser os dirigentes para delegar a gerência a profissionais espe‐

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  15

ro movimentado na região por

delo adhocrático:  flexível, mutável,  efêmero e maleável. E quais  são as diferen‐ças? Radicais.  

Quanto à estrutura organizacional, no modelo adhocrático, o velho orga‐nograma  funcional  foi  parar  no  museu.  Em  vez  de  hierarquia  verticalizada,  o downsizing  trouxe  uma  organização  achatada  e  com  pouquíssimos  níveis  hie‐rárquicos. No  lugar de divisões ou departamentos,  equipes  integradas  e multi‐funcionais, com características de autogerenciamento. Em vez de cargos  indivi‐dualizados,  trabalho em grupos de pessoas ou em células de atividades. Para o bom  entendedor,  em  vez  de  separar  e  dividir  o  trabalho ,  os  novos modelos adhocráticos estão tentando juntá‐lo e integrá‐lo. É a busca da sinergia.   

Quanto à cultura organizacional, o modelo adhocrático está enterrando o estilo  autocrático  e  impositivo  de  gerenciar  pessoas  pelo  estilo  democrático  e participativo. Ou seja, o velho comando militar pela participação espontânea das pessoas.  Isso  significa  substituir  a  obediência  ao  superior  pela  colaboração  e cooperação espontâneas das pessoas. E o que há de importante nisso? Simples. Quando as pessoas participam, colaboram e cooperam, elas estão proporcionan‐do o impulso básico que conduz a organização ao sucesso. Sinal dos novos tem‐pos.  

CASOS  

O projeto supersônico de Araraquara1  

A  fábrica  nem  existe  ainda.  Há  uma  desapropriação  para  se  consumar nos próximos dias e a previsão de uma disputa jurídica entre o governo de São Paulo e os plantadores de laranja que tiveram suas áreas declaradas de utilidade pública. Mas Araraquara  já  trata como se  fosse seu o pólo aeroespacial da Em‐braer, que será instalado em Gavião Peixoto. 

Gavião Peixoto  é  um município  com 4,5 mil  habitantes,  emancipado há poucos anos, e com pouca, quase nenhuma, estrutura para atender às levas de 

técnicos e executivos que migrarão para a região. É em Araraquara que se con‐centrará a maior parte dos três mil funcionários da fábrica. É por ali que escoará o dinhei  conta da chegada da Embraer. 

                                                                VAILARDAGA,  Vicente.  O  Projeto  Supersônico  de  Araraquara.  Gazeta  Mercantil,  11 set. 2000, p. A‐6. 

1

 

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Os  aviões,  não  à  toa,  começam  a  substituir  as  laranjas  nos  sonhos  de prosperidade da população da cidade. Novos projetos residenciais e comerciais, que envolvem hipermercados e shopping centers, foram acelerados. Redes hote‐leiras,  como Meliá  e  Accor,  tratam de marcar  posições  no município.  E  jovens ficam irrequietos com a possibilidade de encontrar um lugar ao sol no mundo da alta tecnologia e dos testes supersônicos. A cidade vive a expectativa da defi‐nitiva conversão econômica da agricultura para a produção de bens de altíssimo valor agregado. 

Até a população de Hortênsia, bairro da periferia mais distante de Arara‐quara, recebeu um golpe na imaginação com a notícia da Embraer. Sonha‐se em Hortênsia com o  fim da sazonalidade do emprego nos  laranjais. Os colheiteiros trabalham seis ou sete meses por ano, com salários mensais de R$ 300. No resto do tempo, vivem de trabalhos eventuais. Suas chances na disputa por vagas na Embraer são remotas, por causa da baixa qualificação. Mas há muitos empregos indiretos à vista, entre 1,5 mil e três mil. 

O comércio, por exemplo, começa a fazer contas. Quando a Embraer esti‐ver  operando  a  plena  capacidade,  em  2004  ou  2005,  sua  folha  de  pagamento somará cerca de R$ 70 milhões por ano, considerando o salário médio da empre‐sa em São  José dos Campos.  Se um quarto do bolo  ficar no varejo da  cidade, o movimento das lojas crescerá 15%. É um impacto muito superior ao que o setor agrícola pode proporcionar. 

O modelo de empreendimento da citricultura é concentrador e não dis‐tribui riqueza, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Arara‐quara. O desenvolvimento da região depende, agora, do avanço tecnológico e da melhoria do nível da mão‐de‐obra. Estima‐se que cerca de cinco mil pessoas tra‐balhem na colheita de laranjas em Araraquara e Gavião Peixoto. A indústria, re‐presentada por empresas como Inepar, Nestlé, Lupo, Kaiser e Cutrale, é a princi‐pal empregadora do município, com 33% das vagas. 

Outro  setor que  se  agita  é o  imobiliário. Parte dos  salários da Embraer será utilizada em gastos com moradia. Uma das principais construtoras de Ara‐raquara, a Vivenda Nobre, ergue três prédios de padrão médio e um flat e planeja um prédio de alto padrão. Vários projetos que estavam nas gavetas ou vinham sendo tocados com lentidão foram acelerados. A Embraer criou uma expectativa positiva na cidade, aumentando, inclusive, a auto‐estima da população. A Prefei‐tura estuda a criação de um novo distrito industrial do município, que se somará aos oito existentes. A idéia é abrigar o máximo de fornecedores da Embraer. Al‐guns deles, porém, como a Kawazaki, ficarão mesmo em Gavião Peixoto.  

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  17

Os produtores de laranja estão longe das melhores safras. O preço inter‐nacional do fruto atingiu o nível mais baixo dos últimos anos e o preço da caixa no mercado interno também caiu. Há muita oferta de laranja. Assim, não existe qualquer foco de oposição à instalação da fábrica. O governo de São Paulo, com base em perícias técnicas, depositou R$ 9,18 milhões para a desapropriação do terreno, a um preço médio de R$ 13 mil por alqueire. As fazendas envolvidas na desapropriação pretendem fazer contra‐ofertas superiores. E um dos temas que devem ganhar fôlego é o do lucro cessante das propriedades. O lucro cessante é aquele que as empresas deixam de computar por causa da  interrupção  forçada de sua produção durante um determinado período. Os laranjais que serão substi‐tuídos pela fábrica e pela pista de provas da Embraer estão em plena maturida‐de. Na negociação,  a Embraer não desocupará as plantações de  laranja  rapida‐mente. De cara, a empresa necessita apenas de 13% dos 736 alqueires para ins‐talar sua pista. A totalidade da área só será ocupada em um prazo de quatro a‐nos.  

Page 18: Recursos humanos

AS PESSOAS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

As pessoas constituem o começo e o fim da ARH: o homem é a medida de todas as coisas. Este é um capítulo introdutório sobre a natureza e característi‐cas das pessoas. Aborda os seguintes itens: 

1. A variabilidade humana. As diferenças individuais das pessoas. 

po e da dissonância cognitiva. 2. A cognição humana: teoria de cam

3. A complexa natureza do homem. 

4. Motivação humana: ciclo motivacional; hierarquia das necessidades; teoria dos dois fatores; modelo contingencial de motivação; teoria da expectação. 

5. Comunicação. Barreiras à comunicação. 

ga  6. O comportamento humano nas or nizações. 

7. Conceito de homem complexo. O homo digitalis.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

O espír

  18

ito empreendedor1  

Quais são as duas qualidades mais marcantes de um empreendedor? Sem dúvida,  o  apetite  pelo  risco  e  um  desejo  insaciável  de  ação.  No  passado,  as 

                                                             1   KIERNAN, Matthew J. The eleven commandments of 21st. Century Management. En‐

glewood Cliffs, NJ: Pratice‐Hall, 1996. p. 101‐102. 

Page 19: Recursos humanos

  19

os não foi possibilitada por má

condições nos negócios  funcionavam contra o  espírito  empreendedor. O  tama‐nho da empresa, a estabilidade do ambiente e a experiência acumulada eram os únicos  bens  considerados  valiosos  no mundo  empresarial.  Sem  eles,  era  inútil pensar em provocar algum impacto. 

Tudo isso está mudando rapidamente. O cenário do mundo empresarial no  século  XXI  será mais  hospitaleiro  para  o  empreendedor.  A  volatilidade  e  a imprevisibilidade da hiperconcorrência global desvalorizaram completamente a maioria das virtudes e o curso das organizações existentes. De que serve o tama‐nho organizacional se a empresa é lenta demais para capitalizar em novas opor‐tunidades com rapidez? De que serve realizar exaustivas pesquisas de mercado se o mercado muda tão rápido que elas estarão obsoletas antes mesmo que você consiga analisá‐las? De que serve a  longa experiência no mercado se o concor‐rente tende a abordá‐lo por um caminho completamente diferente e inovador?  

Sob tais condições, o que mais conta é a vontade e a capacidade de correr riscos, obter retroação do mundo real e reagir rapidamente. Em resumo, a capa‐cidade  de  ser  empreendedor.  Enquanto  organismo  comercial,  o  autêntico  em‐preendedor deve provar‐se absolutamente adaptado aos crescentes imperativos do ambiente competitivo do século XXI. Inspirado por sua dinâmica competitiva radicalmente  diversa  e  liberado  pelas  novas  tecnologias  de  informa‐ção/comunicações, a hora do empreendedor finalmente está chegando.  

 

 

 

O trabalhador do conhecimento2 

Peter Drucker faz um comparativo entre a Revolução Industrial e a Revo‐lução da Informação. Para ele, o comércio eletrônico, filho tardio do computador, terá  um  impacto  semelhante  ao  que  teve  a  ferrovia,  filha  da máquina  a  vapor, sobre as empresas, trabalho e economia. Aquilo a que chamamos de Revolução da Informação é, na realidade, uma revolução do conhecimento. A rotinização de process quinas. O computador, na verdade, é ape‐n s eo ana  o gatilho que a desencadeou. O software é a r rg ização do trabalho tradi‐

                                                             2   Extraído de DRUCKER, Peter F. O futuro já chegou. Exame. no 710, p. 113‐126, 22 mar. 

2000. 

 

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cional,  baseado  em  séculos  de  experiência,  por meio  da  aplicação  do  conheci‐mento e, especialmente, da análise lógica e sistemática. A chave não é a eletrôni‐ca, mas sim a ciência cognitiva. 

Tudo isso significa que a chave para manter a liderança na economia e na tecnologia que estão prestes a emergir provavelmente será a posição social dos trabalhadores do conhecimento e a aceitação social de seus valores. Se eles con‐tinuassem sendo funcionários tradicionais e tratados como tais, isso equivaleria ao tratamento que a velha Inglaterra deu a seus tecnólogos. E as conseqüências provavelmente seriam semelhantes. 

Hoje, porém, estamos tentando ficar em cima do muro: manter a menta‐lidade tradicional – na qual o recurso‐chave é o capital e quem manda é o finan‐cista  –  e,  ao mesmo  tempo,  subornar  os  trabalhadores  do  conhecimento,  com bônus e opções de compra de ações – para que se contentem em continuar sendo meros  empregados. Mas  isso  vai  funcionar,  se  é  que  vai  funcionar,  apenas  en‐quanto as indústrias emergentes desfrutarem da explosão no mercado acionário, como vem sendo o caso das empresas ligadas à Internet. As próximas indústrias de grande porte provavelmente irão‐se comportar muito mais como as tradicio‐nais. Ou seja, crescerão de maneira lenta, dolorosa e à custa de muito esforço. 

As primeiras indústrias da Revolução Industrial – têxteis de algodão, si‐derurgia  e  ferrovias –  eram  indústrias  explosivas. Elas  geraram milionários da noite para o dia, como os banqueiros de investimentos ou os donos de fundições. As indústrias que surgiram depois de 1830 também geraram milioná‐ 

 

rios, mas  levaram 20 anos para  fazê‐lo. Foram 20 anos de trabalho duro,  lutas, decepções,  fracassos  e  poupança.  É  provável  que  a mesma  coisa  se  aplique  às indústrias  que  vão  surgir  daqui  para  a  frente.  Isso  já  está  acontecendo  com  a biotecnologia. 

Está  claro, portanto, que  subornar os  trabalhadores do conhecimento – de quem dependem essas indústrias – simplesmente não vai funcionar. Os traba‐lhadores‐chave do conhecimento certamente vão continuar tendo a expectativa de poder compartilhar financeiramente os frutos de seu trabalho. Mas é provável que esses frutos financeiros levem muito mais tempo para amadurecer, se é que vão amadurecer. Então, provavelmente, dentro de uns dez anos, administrar um negócio  que  tenha  como  sua  primeira  quando  não  única  meta  e  justificativa para o valor para o acionista  valor de curto prazo  passará a ser contraprodu‐cente. Cada vez mais, o desempenho dessas novas indústrias baseadas no conhe‐cimento vai depender de as instituições serem administradas de maneira a atra‐

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ir, reter e motivar os trabalhadores do conhecimento. Quando satisfazer a cobiça de tais trabalhadores, como hoje estamos tentando fazer, deixar de ser suficien‐te,  será preciso atender a seus valores e oferecer‐lhes reconhecimento e poder social. Para isso, será preciso transformá‐los de  subordinados em colegas execu‐tivos. De empregados, por mais bem pagos que possam ser, em sócios. A Revolu‐ção da Informação representa uma nítida transferência de poder de quem detém o capital para quem detém o conhecimento. 

As mudanças individuais como base das mudanças organizacionais3  

Covey,  autor  consagrado  e  especialista  em  liderança,  afirma  que,  para que as organizações possam ser transformadas, torna‐se necessário antes fazer o mesmo com cada pessoa que delas faz parte. É o mesmo que imaginar que uma cultura  pudesse  ser  transformada  sem  que  os  indivíduos  que  a  compõem  se transformassem primeiro. É  isso que gera o seguinte tipo de pensamento: tudo nesta organização precisa mudar; menos eu. Se todas as pessoas fizerem o mes‐mo, esqueça a transformação – ela simplesmente não vai acontecer nunca. Nem a pauladas. A transformação tem início no momento em que cada 

pessoa se compromete  intimamente a mudar. A  transformação  individual deve acompanhar  a  transformação  organizacional  sob  pena  de  haver  duplicidade  e cinismo. Tentar mudar uma cultura ou um estilo de direção sem primeiro trans‐formar  os  próprios  padrões  de  hábito  é  como  tentar  melhorar  seu  tênis  sem primeiro desenvolver os músculos que permitem jogar melhor. Algumas coisas devem preceder a outras. Não se pode aprender a correr sem antes ter aprendi‐do a andar, e não se aprende a andar sem antes ter aprendido a engatinhar. Co‐vey  acrescenta que nada vai mudar do  jeito que gostaríamos que mudasse em nossas nações, organizações e famílias até que nós mesmos mudemos e nos tor‐nemos  parte  da  solução  que  buscamos.  Fazer  parte  da  solução  e  não  parte  do problema.  Assim,  Covey  propõe  10  chaves  mestras  para  a  transformação  em qualque lugar r r   e a qualque momento, a saber: 

1. Conscientização: a transformação somente tem seu início com a cla‐ra consciência da necessidade de mudar. Precisamos ter perfeita no‐ção de onde estamos em relação a onde queremos estar. O primeiro passo é fazer a cabeça das pessoas a respeito da necessidade e da di‐reção da mudança. 

                                                                COVEY, Stephen. As dez chaves para uma era de mudanças. Exame. n3 o 609,  p. 64‐66, 8 maio 1996. 

 

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2. Envolvimento: o passo  seguinte  é  entrar num processo de missões conjuntas, alinhando a missão pessoal e individual com a missão da organização. Esse processo é realizado por meio do envolvimento e da participação. As pessoas têm de decidir por si sós qual o impacto que as transformações exercerão sobre elas e sua esfera de influên‐cia.  Quando  as  pessoas  compartilham  a mesma missão,  haverá  um reforço na cultura para ajudar a solidificar as transformações. O se‐gu dn o passo é envolver as pessoas no processo de mudança. 

3. Segurança interior:   o terceiro passo é construir um senso de segu‐rança interior com relação à mudança. Quanto menos segurança in‐terior as pessoas têm, tanto menos elas conseguem adaptar‐se à rea‐lidade externa. As pessoas não irão mudar por conta própria, a não ser que tenham segurança de que o tapete não será puxado. Se aqui‐lo que lhes dá segurança é algo que está fora delas, elas enxergarão as mudanças como ameaças. É necessário um profundo sentimento de permanência e de segurança. O terceiro passo é assegurar segu‐rança às pessoas. 

4. Legitimação:  o  passo  seguinte  é  procurar  legitimar  as  transforma‐ções no âmbito pessoal. As pessoas precisam reconhecer a necessi‐dade  da mudança  e  o  preço  a  pagar  pela  sua  satisfação.  É  preciso proceder  a  uma mudança  de mentalidade  e  de  habilidades  e  para consegui‐lo  as  pessoas  devem pagar  o  preço  em  termos  de  desen‐volvimento. Toda mudança envolve certo custo pessoal e as pes‐soas devem sentir que vale a pena pagá‐lo. O quarto passo é legitimar as mu nte    odanças na me de cada pess a.  

5. Responsabilidade pelos resultados: Isso deve caber à organização ou ao indivíduo? A resposta: as pessoas precisam assumir a responsabi‐lidade pessoal pelos resultados a alcançar. Cabe a cada indivíduo ser competente. Cada pessoa deveria considerar a organização como um recurso,  um meio,  uma  ferramenta  para  desenvolver  suas  compe‐tências  pessoais.  A  organização,  não mais  como  reguladora,  fiscali‐zadora  e  coercitiva, mas  como  provedora,  orientadora  e  incentiva‐dora do desenvolvimento humano. Para conseguir  isso, a organiza‐ção deve oferecer o ambiente adequado que dê apoio e  impulso às pessoas para que elas adquiram conhecimentos e habilidades neces‐sárias  para  seu  sucesso,  bem  como  as  oportunidades  para  que po‐nham  em  prática  as  novas  habilidades  e  conhecimentos.  O  quinto passo é incentivar, desenvolver e dar oportunidades às pessoas. 

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6. Enterre  o  velho:  a  rejeição  ao  obsoleto  deve  ser  acompanhada  da construção do novo. Simbolicamente, enterra‐se um e batiza‐se o ou‐tro.  Descongela‐se  o  arcaico  e  recongela‐se  o  novo.  Desaprende‐se um para aprender o outro. Essa transição – que deve ser constante – é  que conduz à mudança e à transformação. A aprendizagem repre‐senta o abandono dos velhos hábitos e a incorporação de novos há‐bitos mais adequados.  

7. Abrace o novo caminho com espírito de aventura: o próprio proces‐so de transformação também precisa transformar‐se constantemen‐te. Em primeiro lugar, a organização precisa ser centrada em leis na‐turais e em princípios duradouros. Caso contrário, não se terá o fun‐damento necessário para dar suporte às iniciativas de reforma e de mudança.  Os  líderes  centrados  em  princípios  criam  uma  visão  co‐mu  m e reduzem as forças limitadoras.  

8. Espírito aberto: é necessário que se esteja sempre aberto e receptivo a novas opções,  com  imunidade para a  rigidez. Ter  em mente uma meta final e buscar uma solução sempre melhor do que a atual e par‐tir  sempre para novas alternativas  e  soluções  criativas. A melhoria co ua é entín    decorrência dessa abertura m ntal. 

9. Sinergia:  busque  sinergia  com  outros  interessados  no  processo. Quando as pessoas se sentem compreendidas e valorizadas, elas po‐dem transformar‐se a seu próprio modo em vez de mudar seguindo alguma norma, clone, ordem ou mandato. Quando se aceita a diver‐sidade,  surge  lugar  para  a  sinergia  e  a  sinergia  reforça  tremenda‐me  tran snte as sformaçõe . Uma verdadeira bola‐de‐neve. 

10. Propósito transcendental: os interesses gerais devem sempre preva‐lecer aos individuais e particulares. Quando as pessoas enxergam o mundo em termos de “nós contra eles”, elas entram em um processo de transações pessoais e não de transformações sociais.   

Para Covey, os líderes eficazes são aqueles que “transformam” pessoas e organizações. Promovem mudanças em suas mentes e em seus corações, ampli‐am a sua visão e  sua compreensão,  esclarecem as metas,  tornam os comporta‐mentos congruentes e consonantes com as crenças, os princípios e os valores e implementam transformações permanentes, que se auto‐perpetuam e cujo ímpe‐to e intensidade é cada vez maior. Uma verdadeira bola‐de‐neve. 

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avaliação de compet

CASOS 

Bosch: o modelo de competências4  

Fala‐se muito  em  competências.  Gestão  por  competências,  treinamento por competências, remuneração por competências, e coisas assim. A busca pela competência  –  seja  pessoal  ou  organizacional  –  é  perseguida  pelas  pessoas  e organizações  como meio de garantir  um  lugar  ao  sol. Afinal,  talento humano é uma questão de sobrevivência e de sucesso das organizações em um mundo em mudança e transformação e carregado de competitividade. Competência signifi‐ca um repertório de comportamentos que certas pessoas ou empresas dominam melhor que outras e que as torna eficazes e competitivas em face de determina‐da situação. Na verdade, a competência constitui um conjunto de conhecimentos, práticas, comportamentos e tipos de raciocínio adquirido em função do aprendi‐zado. Um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e interesses que dife‐renciam pessoas  ou  organizações.  Assim,  as  competências  são  observáveis  em situações do cotidiano do trabalho ou em situações de teste. 

A  Robert  Bosch  Limitada,  com  unidades  em  Curitiba  PR ,  Aratu  BA , São Paulo  SP  e Campinas  SP , iniciou a implantação do modelo de competên‐cias em meados de 1998, quando se percebeu a necessidade de um programa de competências capaz de identificar as necessidades de desenvolvimento, utilizan‐do  um  processo  objetivo  para  verificação  de  desempenhos  individuais.  O  foco inicial era preparar pessoas para carreira e sucessão na empresa. O projeto, po‐rém, também seria o alavancador para um programa de retenção de talentos por meio do banco de  talentos. A  formatação do modelo  foi baseada nos  seguintes fatores: 

1. a cultura da empresa; 

2. a estrutura organizacional da empresa: níveis hierárquicos, necessi‐dades futuras, cargos e carreiras‐chave; 

3. s do negócio; o perfil profissional desejado para atender às demanda

 4. o modo de avaliação do perfil já existente na empresa; 

5. a  filosofia  da  organização  que  prevê  o  processo  de  identificação  e ências como uma fonte de referência para o de‐

                                                             4   FARES, José Antonio; VICENTINI, Antonio Marcos. Relato Bosch. revistadivulgar.com.br,  set. 

2000/mat06/index/htm 

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rama. 

Os  candidatos  são  submetidos a um  seminário de dois dias,  em  turmas com  até  12  participantes,  no  qual  constam  atividades  simuladas  com base  em jogos e dinâmica de grupo. Além das atividades vivenciais, são utilizados instru‐mentos e recursos  técnicos com o objetivo de avaliar como as pessoas se com‐portam em face do perfil de competências profissionais da Bosch. Faz parte do seminário  a  entrevista  individual  de  realimentação  para  verificar  o  estágio  de desenvolvimento do funcionário em cada competência e buscar seu comprome‐timento  com o  autodesenvolvimento.  Este  processo não  é  eliminatório, mas  a‐ponta as  competências que podem ser desenvolvidas e as que estão dentro do 

senvolvimento e aproveitamento de potenciais e não a eliminação de pessoas do processo; 

6. a escolha de uma metodologia de avaliação de potenciais que aten‐a ç tro de seus padrões de qualidade. desse à org niza ão, den

A estratégia de implantação 

Foi  projetado  um banco  de  talentos  para  suprir  a  necessidade  de  redi‐mensionamento de pessoas em função dos cargos e carreiras‐chave, com a parti‐cipação dos gestores das áreas, que se responsabilizaram pela identificação dos candidatos. Os critérios de escolha foram baseados na avaliação do desempenho existente na ocasião, comparando‐a com as competências demonstradas no coti‐diano. A área de RH fez o papel de facilitadora do processo, contando com a par‐ceria de todas as áreas da empresa. 

O primeiro passo foi selecionar um grupo de pessoas‐chave para iniciar as  primeiras  discussões  sobre  as  competências  importantes  para  o  negócio  da empresa. Em um elenco provisório,  cada competência  foi  conceituada e desdo‐brada em conhecimentos básicos, habilidades necessárias e atitudes desejáveis.  

O  segundo passo  foi obter  consenso sobre o elenco de  competências. O terceiro passo foi apresentar o projeto formal e angariar o comprometimento e participação da diretoria. A seguir, o projeto foi apresentado a toda a organiza‐ção ral para conhecimento geral.   em uma reunião inaugu

Como funciona o projeto 

Cada profissional pode participar ou não e deve solicitar sua inclusão no banco de talentos. É feita uma análise do histórico funcional do candidato e pro‐cede‐se a uma entrevista individual para obter‐se um perfil de cada participante do prog

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desempenho esperado. Esta fase proporciona os dados para elaboração de proje‐tos de treinamento e desenvolvimento para ampliar as competências desejáveis. É o mad nto d cias internas.  cha o mapeame e competên

Perfil de competências da Bosch 

Todas as unidades da Bosch no Brasil assumem o seguinte perfil de três compet estão.  ências básicas: as estratégicas, as técnicas e as de g

 1 vilegiadas pela Bosch são: As 0 competências pri

1. Visão do negócio:  • s e focadas no negócio; acompanha mudanças e tendências ampla• ientes; está atualizado sobre mercado e cl• conhece os produtos que fornece; • domina missão, objetivos e recursos internos e externos existen‐

tes; • tecta oportunidades com foco no cliente. pesquisa e de

2. Profit Oriented: • administra por resultados efetivos  dono do negócio ; • faz  planejamento  estratégico,  avaliando  e  redirecionando  perio‐

dicamente; • divulga e operacionaliza amplamente seus objetivos; • decide  por  meio  de  análise  do  que  agrega  valor  e  relação  cus‐

to/benefício; 

m os resultados obtidos. • aprende e melhora co

3. Espírito empreendedor: • possui clareza de propósito e de meios; • mia ; tem iniciativa própria com parcerias  autono• zes de solução; cria alternativas novas e efica• ente; age proativa e rapidam

s. • corre e assume risco

4. Gerador de mudanças: 

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tratégico ao operacional;  • compartilha informações e idéias em todos os níveis; 

• issionário ; influencia a organização/pessoas com suas idéias  m• conhecidos; provoca novas reflexões sobre assuntos • persiste na concretização de mudanças; • s; enfrenta a dúvidas e erros decorrentes de novos desafio

a gmas e experimenta soluções inovadoras. • rompe par di

5. Líder coaching:  • s éticos e de confiança para a equipe; é modelo de princípio• escala o melhor time; • desenvolve a equipe para os desafios  treina, orienta, prepara, in‐

forma ; • raproveita o melho  de cada pessoa; • atinge  resultados  com  a  equipe  num  clima  de  motivação  e  de 

etimento.   comprom

6. Facilitador: • eqmodera e apóia os processos/atividades da  uipe; • fornece constantemente retroação  feedback  à equipe  positivo 

ou negativo ; • descentraliza objetivos, decisões e tarefas; • prio; assume os resultados da equipe como sendo dele pró

i e coopera em equipes multidisciplinares. • contribu

7. Motivador: • é automotivado e entusiasta; • cionais; coloca desafios à equipe perante os objetivos organiza• oferece oportunidades de crescimento/aprendizado; • cuida  do  ambiente  e  das  necessidades  tanto  profissionais  como 

pessoais; • reconhece e

8. Com

 recompensa explicitamente e com justiça. 

unicador: • mantém a equipe atualizada e envolvida com os negócios, do es‐

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• utiliza‐se  de  transparência,  credibilidade  e  rapidez  na  troca  de dados e informações em geral; 

grau de compreensão ao interlocutor. • confere o 

9. Negociador: • ar o poder institucional; utiliza seu poder pessoal para influenci• é assertivo e convincente, mas flexível; • usa a diversidade de estilos/opiniões a favor dos objetivos orga‐

nizacionais; • sua intuição; desenvolve • sabe ouvir. 

10. Objetivo e veloz: • organiza e agiliza as informações; • utiliza metodologias específicas de análise de problemas e toma‐

da de decisões; • apresenta com clareza, simplicidade e poder de síntese seus pon‐

tos de vista; • nte os de outrem; administra bem seu tempo e conseqüenteme

s atividades com dinamismo. • encaminha sua

Projeto de sucessão Bosch 

Está fundamentado no banco de talentos, a fim de desenvolver potenciais e  suprir  eventuais  necessidades  de  promoções,  remanejamentos  e  atender  ao crescimento da organização. Trata‐se de um investimento que se fundamenta em 12 competências  como bússola , que constituem o foco dos programas de trei‐nament e do  esenvolvimento, a saber: 

1. Capacidade empreendedora; 

trabalhar sob pressão; 2. Capacidade de 

; 3. Comunicação

4. Criatividade; 

lidade; 5. Cultura de qua

6. Flexibilidade; 

Page 29: Recursos humanos

  29

7. Liderança; 

8. Negociação; 

9. Planejamento; 

rpessoal; 10. Relacionamento inte

ão; 11. Tomada de decis

12. Visão sistêmica. 

O próximo passo será utilizar o banco de talentos na implantação da re‐muneração variável por competência.  

Page 30: Recursos humanos

AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Sem pessoas e sem organizações certamente não haveria a ARH. Este ca‐pítulo trata do estreito relacionamento entre pessoas e organizações. Seus prin‐cipais it s en são: 

1. Reciprocidade  entre  pessoas  e  organização.  As  relações  de  inter‐câmbio. 

2.  e de contribuições. Conceito de incentivos

3. Clima organizacional. 

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Procur

  30

a‐se um gerente com perfil de diretor1 

Esqueça aquele executivo que vivia repassando a cobrança do diretor pa‐ra a equipe, preocupado demais com o dia‐a‐dia do seu departamento e que não se perdia em divagações estratégicas. O médio e o alto gerentes dos sonhos das organizações já vêm com estampa de diretor. O mercado em geral – especialmente as empresas de  telecomunicações,  informática  e o  setor  financeiro –,  recuperou  o fôlego das contratações com a estabilidade da economia. Consultorias como Sti‐ebler e Arthur D. Little viram sua demanda aumentar de 30% a 50% no ano, en‐

                                                               MADUREIRA, Daniele. Procura‐se gerente com perfil de diretor. Gazeta Mercantil, 5 set. 2000. p. C‐2. 

1

 

Page 31: Recursos humanos

  31

quanto  triplicou o número de gerentes contratados pela Fesa,  especializada no mercado financeiro. Até a francesa Michael Page, líder no recrutamento gerenci‐al na Europa, desembarcou no país impressionada com o mercado nacional. 

Havia uma demanda reprimida, que só agora está sendo observada, diz o sócio da Fesa. Esta empresa – que  tem como maiores clientes os bancos Chase Manhattan, BankBoston e BBVA – percebeu que a procura pelo médio e alto ge‐rente aumentou mais de 200% no último ano. Além da sólida formação acadêmi‐ca e  a  fluência em mais de uma  língua estrangeira, o MBA – de preferência no exterior – é  essencial para o profissional do  setor  financeiro. Quem entra para concorrer no mercado de hoje com um MBA brasileiro já está em desvantagem, diz ele. 

Depois de passada a onda mais forte das fusões e aquisições, que degolou vários níveis gerenciais dentro das empresas na segunda metade da década pas‐sada, as organizações voltaram ao mercado para recrutar profissionais que este‐jam preparados para mudanças contínuas, sejam capazes de tomar iniciativas e assumir  riscos,  sem medo de  testar  a  capacidade  empreendedora,  além de  ter uma visão global do negócio da empresa. Ele pode até pensar que  trabalha em uma empresa  local, mas na verdade seu desempenho pode refletir na multina‐cional como um todo, afirma o presidente da Arthur D. Little. 

Na Gessy Lever, esta prática é tomada ao pé da letra. Principalmente na área de marketing, queremos executivos dispostos a explorar novos mercados e correr riscos, diz o diretor de RH. Nos últimos três anos, a empresa adotou um sistema global de competências, para avaliar os candidatos aos cargos gerenci‐ais.  Entre  os  destaques,  está  a  capacidade  empreendedora  do  executivo,  que também precisa confiar na própria intuição. O MBA, neste caso, cai até para se‐gundo plano. Se o profissional passou por outras grandes companhias, ele  já a‐gregou experiências relevantes ao seu currículo. A multinacional conta com 600 gerentes de nível médio e alto: 70% vieram do programa de trainees ou conquis‐taram o cargo galgando posições internas; outros 20% foram captados no mer‐cado, e 10% são expatriados  vindos do exterior . 

 

 

 

Page 32: Recursos humanos

O perfil do gerente ideal 

•  anos Idade entre 28 e 35• MBA no exterior • ngeira, além do inglês Domínio de uma segunda língua estra• Exposição internacional no currículo • Conhecimento básico de informática, para vislumbrar novos negócios 

no comércio virtual •  Mobilizar pessoas e liderar pelo exemplo• Saber identificar parceiros e envolvê‐los • Ter  competência para  “vender”  a  própria  empresa:  ao  governo,  aos 

apitais parceiros e ao mercado de c•

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Disposição para mudanças • Estar pronto para assumir riscos e explorar novos mercados 

A  possibilidade  de  fazer  com que  um profissional  conquiste  a  gerência dentro da própria empresa é bem vista pelo mercado, desde que o plano de car‐reiras não seja fechado. O Bradesco, por exemplo, que sempre manteve uma cul‐tura de promoções internas, já está partindo para o mercado, em busca de novas contratações. Valorizar a prata da casa é importante para garantir um bom clima organizacional. Mas nem sempre a empresa pode se dar ao luxo de treinar pes‐soal  próprio  –  o  que  demanda  tempo  –,  e  os  gerentes  recrutados  no mercado podem agregar ainda mais valor à organização, por trazer novas experiências e idéias. 

Na Vésper, que conta com 250 gerentes, mais 50 profissionais devem ser contratados até o  final do ano. A empresa valoriza principalmente o  relaciona‐mento interpessoal. O gerente precisa ser um bom negociador, manter uma co‐municação fluente com todas as divisões da empresa para garantir que a tomada de decisões seja rápida, como o mercado exige, diz o diretor de RH da empresa, que  também  aponta  a  disposição  em  entender  profundamente  do  negócio  da empresa como fator fundamental para a seleção do executivo. 

No Chase Manhattan, o foco nas atividades principais do banco também é levado em conta. Muitos candidatos não têm em mente, de maneira clara, que a 

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companhia é um banco de atacado de investimento, que não vai concorrer dire‐tamente com instituições como BankBoston ou Citibank. Parece óbvio, mas nem todos trazem esta qualidade e dispensam energia em áreas que não nos interes‐sam, diz o diretor de RH e comunicação corporativa. Por se  tratar de uma em‐presa que tem poucos níveis hierárquicos, o gerente também é incentivado a ser um empreendedor. 

Este requisito já faz parte de uma exigência global, segundo o diretor re‐gional da Michael Page, gigante francesa de recrutamento de executivos, que tem mais de 2,5 mil consultores em todo o mundo. Com faturamento global de US$ 800 milhões, a empresa decidiu vir para o Brasil, acompanhando os grandes cli‐entes  já  instalados no país  –  como Renault,  Coca‐Cola,  IBM  e Carrefour  –  para quem a Michael Page recruta, só na França, entre 100 a 200 gerentes a cada ano. No  Brasil,  a  empresa  já  conquistou  empresas  de  porte  de  Cartier,  VisaNet  e ClubMed. Outra  condição do mercado nacional  é  a  experiência  em  sistemas de 

mo Oracle e SAP. É um requisito solicitado por 90% dos clientes. gestão, co

CASOS  

O HP Way2  

Desde  que  iniciaram  sua  empresa  em  uma  pequena  garagem,  William Hewlett e David Packard definiram os valores corporativos que deveriam guiar o comportamento da Hewlett‐Packard  HP  e que até hoje orientam o comporta‐mento da organização. O HP Way pode ter várias  interpretações, mas pode ser sumarizado da seguinte maneira: 

• Temos profundo respeito e confiança nas pessoas. • Focamos um alto nível de desempenho e de contribuição das pessoas. • issada. Conduzimos nossos negócios com integridade descomprom• meio de equipes. Alcançamos nossos objetivos comuns por • Encorajamos a flexibilidade e a inovação.  

 2   WIND, Jerry Yoram; MAIN, Jeremy. Driving change: how the best companies are pre‐

paring for  the 21st century. New York: The Free Press, 1998. p. 103‐104. 

Page 34: Recursos humanos

  34

Na HP, os valores acima são fundamentais para seu sucesso. O presiden‐te, Lewis Platt, diz que passa a maior parte de seu tempo falando mais sobre va‐lores da companhia do que sobre estratégias de negócios. 

 

Page 35: Recursos humanos

PARTE II 

O SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 

A Parte II é dedicada aos fundamentos básicos da ARH. Trata dos diver‐sos  recursos  organizacionais  e  dos  estilos  de  administração  das  organizações humanas e está constituída de um capítulo: 

 

 

PARTE II

O sistema deadministração

de RH

Capítulo 4

A Administraçãode

Recursos Humanos

Os recursos organizacionais. Estilos de administração de recursos humanos. Teoria X, Y e Z. Abordagem sistêmica e contingencial de ARH. ARH como responsabilidade de linha e função de . ARH como processo. Políticas e objetivos da ARH. Dificuldades básicas da ARH.

staff

 

 

 

 

 

 

 

 

  35

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A ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

A ARH é uma área relativamente nova e que está passando por mudanças incrívei Es  principais itens são: s.  te capítulo trata das linhas básicas da ARH. Seus

1. O caráter multivariado e contingencial da ARH. 

a e função de staff. 2. A ARH como responsabilidade de linh

ico. 3. A ARH como um processo dinâm

4. Políticas de recursos humanos. 

5. Objetivos da ARH e dificuldades básicas da ARH.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Os desafios da ARH 

Para enfrentar os novos desafios impostos pelo mundo dos negócios nes‐ta virada do milênio,  as  empresas precisam gerar novas  capacidades organiza‐cionais. Estas devem ser decorrentes da redefinição e redistribuição das práticas e funções de RH. Gerentes de linha e profissionais de RH precisam, juntos, criar essas novas capacidades. Perfeita sintonia entre responsabilidade de linha e fun‐ção de staff. 

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Para que isso aconteça, os gerentes de linha devem focalizar as seguintes metas:1 

• Compreender a capacidade organizacional como uma fonte fundamen‐tal de competitividade. 

• eti‐Participar ativamente do processo de conceber organizações comptivas. 

• . Perceber as implicações organizacionais dos desafios competitivos• Dedicar tempo e energia à melhoria da capacidade organizacional. 

Por seu lado, os profissionais de RH precisam alcançar as seguintes metas: 

•  Focar  as  questões  de  RH  como  parte  de  uma  equação  da  empresacompetitiva. 

• an‐Articular em termos empresariais o motivo pelo qual o RH é importte, começando pelo valor empresarial. 

• Entender como os desafios competitivos ditam as atividades de RH. 

Assim, se as estratégias futuras para a criação de valor devem provir da função de RH, novos papéis  terão de ser definidos para os profissionais de RH. Nos últimos anos, tais papéis dos profissionais de RH eram encarados em termos de transição, como:2 

• do operacional para o estratégico; • ; do qualitativo para o quantitativo• do policiamento para a parceria;  • do curto prazo para o longo prazo; • do administrativo para o consultivo; • do foco na função para o foco no negócio; • terno concentrado no cliente; do foco interno para o foco ex• do reativo para o preventivo; • do foco na atividade para o foco nas soluções. 

                                                             1 um Business 

   ULRICH,  Dave.  H an  resource  champions.  Cambridge,    Mass.:  Harvard School Press, 1997. p. 38.

2   WALKER, James W. Human resource strategy. New York: McGraw‐Hill, 1992. 

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Mais recentemente, o  tipo de transição “do... para...” passou a ser consi‐derado simplista e reducionista, pois os papéis assumidos pelos profissionais de RH são múltiplos  e não  singulares. Eles devem desempenhar  simultaneamente papéis  operacionais  e  ao  mesmo  tempo  papéis  estratégicos.  Precisam  ser  ao mesmo tempo polícia e parceiros. Assumir a responsabilidade por metas qualita‐tivas como quantitativas no curto e no longo prazo. Para os profissionais de RH adicionarem valor para empresas cada vez mais complexas, precisam desempe‐nhar papéis cada vez mais complexos e, às vezes, até mesmo paradoxais. O que você acha disso tudo? 

A área de RH resiste às inovações da administração3  

Enquanto as empresas discutem formas mais modernas de gestão, os de‐partamentos de recursos humanos ainda continuam limitados ao recrutamento, ao treinamento e à remuneração de pessoas. Recrutar, treinar e remunerar. Apa‐rentemente, essas três funções têm sido a base do departamento de RH de qual‐quer empresa e permanecem imutáveis ao longo do tempo. Um modelo que tem resistido a todas as tendências da administração moderna e que está muito longe de atender às necessidades dos novos sistemas de gestão por competências e de formação e desenvolvimento de equipes, que a maioria das empresas brasileiras pretende  implantar dentro dos próximos  anos.  Essas  são  as  constatações mais surpreendentes da pesquisa sobre Práticas e Desempenho de RH, realizado pela empresa de consultoria Symnetics Business Transformation, em conjunto com a H2R Pesquisas Avançadas, no início de 2000, com 40 empresas no Brasil. Os re‐sultados da pesquisa mostram que o setor parece alheio à modernização. 

A Symnetics conversou com profissionais de 40 empresas, a maioria bra‐sileiras, de porte médio e grande, para tentar  identificar e conhecer as práticas adotadas pelos gestores de RH e descobrir como os outros setores das empresas avaliam  seu  desempenho.  Os  consultores  se  surpreenderam  com  a  pouca  ou quase nenhuma utilização de instrumentos capazes de medir o desempenho do setor de RH e sua real contribuição para os resultados e metas das empresas. “Os departamentos de RH sempre foram essencialmente operacionais e desliga‐dos  das  estratégias  das  empresas.  Aparentemente,  continuam  sendo”,  afirma Mathias Mangels, diretor da Symnetics. “Os próprios profissionais da área reco‐nhecem essa situação”, acrescenta o consultor. A dificuldade dos gestores de RH em med lor aos negócios das empresas é, segundo ir sua capacidade de agregar va

 3   PENNA, Maysa S. Área de RH resiste às inovações da administração. Gazeta Mercanti , 

Empresas & Carreiras, 12 set. 2000, p. 1 e C‐2. l

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o estudo, um dos principais entraves à transformação da atividade em uma área estratégica.  E  acrescenta:  “a  quase  totalidade  dos  entrevistados  afirma  desco‐nhecer instrumentos que possam medir esse desempenho, embora as ferramen‐tas existam e sejam eficientes”. Essa situação pode explicar, em parte, a diferença de expectativas e de avaliação da atividade entre os clientes internos das empre‐sas e os próprios profissionais da área. 

De fato, segundo a pesquisa, os clientes internos do RH não chegam a ig‐norar a importância do setor dentro das empresas, mas acreditam que o impacto de suas atividades na motivação das equipes profissionais seja moderado, espe‐cialmente no que se refere à avaliação do desempenho, aparentemente uma das áreas de  atuação do RH que mais  carece de  ferramentas  adequadas  aos novos modelos de gestão. As atividades de recrutamento, seleção e treinamento são as que têm sua importância mais facilmente reconhecidas pelos demais setores das empresas. Ainda na avaliação dos clientes internos das empresas, as verbas alo‐cadas para treinamento são perfeitamente adequadas e os profissionais escolhi‐dos para participarem desses programas e os  temas escolhidos servem bem às necessidades da empresa. Os resultados obtidos por esses treinamentos, porém, têm atendido apenas parcialmente às expectativas das diferentes áreas. 

“Quando o RH tem uma visão ampla do negócio da empresa, começa a fa‐lar a mesma língua que o cliente interno e torna‐se capaz de oferecer os resulta‐dos esperados por ele”, diz a consultora de RH da Ticket Serviços. “Só que con‐quistar essa visão é um processo que demanda muito tempo. Os gestores de RH devem tomar a iniciativa de conquistar um espaço maior dentro das empresas e devem procurar diretores‐padrinhos que facilitem o processo”, diz ela. Depois de participar do estudo da Symnetics, a Ticket decidiu realizar uma pesquisa inter‐na para avaliar detalhadamente sua situação e determinar os passos que devem ser dados para aumentar a importância estratégica de sua área de RH.  

Na verdade, não existe consenso sobre o real papel dos gestores de RH: enquanto  75%  dos  clientes  internos  enxergam  a  atividade  como  estratégica, cerca  de  75% dos profissionais  de RH  acreditam que desempenham um papel meramente operacional. “Como se vê, a distância entre expectativa e prática ain‐da é enorme”, destaca Mangels. Ainda assim, a tendência de adoção do sistema de gestão por competências parece irreversível. Três em cada quatro empresas participantes da pesquisa afirmam que adotarão o sistema de gestão por compe‐tência  nos  próximos  anos.  “Empresas  de  telecomunicações  e  de  serviços  têm liderado o processo de mudança, mas nos  setores mais  tradicionais,  apesar da disposição de renovação, não deverá haver grandes mudanças dentro dos pró‐ximos  cinco  a  dez  anos”,  acredita  uma  consultora  da  Symnetics.  Sua  avaliação 

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tem  por  base  a  situação  encontrada  dentro  das  empresas:  apenas  23%  delas afirmam ter concluído o processo de mapeamento da estrutura interna; 18% já fizeram o  inventário das competências requeridas de acordo com suas metas e estratégias  de  negócios;  8%  já  implantaram  projetos  de  desenvolvimento  de pessoal;  15%  estão  preparadas  para  avaliar  o  desempenho  dos  profissionais; 15% dominam o processo de recrutamento e seleção adequado aos novos siste‐mas, e apenas 8% já desenharam um novo sistema de remuneração por compe‐tência que substitua o tradicional método de remuneração por cargos hierárqui‐cos. 

“Esse quadro demonstra que ainda são pequenos os avanços reais reali‐zados  na  direção  de  um  sistema  de  gestão  por  competências  eficaz”,  afirma  a consultora. Na análise da estrutura organizacional das empresas pesquisadas, o estudo descobriu que 64% delas ainda estão organizadas no velho formato hie‐rárquico e  funcional, enquanto em apenas 10% a estrutura está orientada para os processos. Em 61% das empresas, os profissionais têm sido alocados para as atividades das diferentes áreas, de acordo com os  cargos que ocupam, embora 33% das organizações pesquisadas já considere o leque de competências para a alocação das pessoas às várias atividades desenvolvidas. Mas nem tudo é desa‐nimador:  “em  72%  das  empresas  pesquisadas,  os  recursos  humanos  têm  sido recrutados para atividades não rotineiras de acordo com as competências reque‐ridas, o que indica uma disposição real de migração para o novo modelo”.  

Ainda assim, o estudo detecta certa  indefinição por parte das empresas do  que  sejam  competências.  O  conceito  ainda  é muito  amplo,  não  sabemos  ao certo do que se trata, o que dificulta muito a sua aplicação. Nesse sentido, a pes‐uisa é até otimista. q

 

 

Page 42: Recursos humanos

 

                                                            

42

residente sênior de RH e deu 

CASOS 

A Função de RH na General Electric4  

A  General  Electric  GE   fez  um  formidável  esforço  de  transformação  a partir da década de 80, sob a batuta de Jack Welch. A fase inicial dessa transfor‐mação foi concentrada na reestruturação das unidades, incluindo tanto a compra como a venda de empresas, o que reduziu fortemente a força de trabalho. Uma década mais tarde e a GE estava estrategicamente forte, com 13 unidades princi‐pais,  todas  enxutas, mundialmente posicionadas  e  ocupando o primeiro  ou  se‐gundo lugar em participação do mercado.  

Na segunda fase, a GE concentrou‐se em uma mudança mais fundamental de cultura. O lema: agilização. Uma série de iniciativas envolveu os funcionários no desmantelamento de burocracias, aceleração do processo de tomada de deci‐sões, agilização no atendimento aos clientes e eliminação do trabalho desneces‐sário. Os funcionários passaram a trabalhar mais estreitamente com os gerentes para identificar e eliminar trabalho desnecessário e utilizavam assembléias nos locais de suas filiais para trocas de idéias. Com isso, a GE passou a incorporar a sua cultura organizacional os valores de agilidade, simplicidade e autoconfiança. À  medida  que esses valores se firmavam, os processos de trabalho precisavam ser modificados. Um grupo de desenvolvimento  comercial  identificou  seis pro‐cessos  críticos:  preenchimento  de  pedidos,  introdução  de  novos  produtos,  in‐formações rápidas sobre o mercado, produtividade, globalização e gerenciamen‐to dos  fornecedores. Em cada uma das unidades da GE,  esses processos  foram auditados para descobrir áreas a serem melhoradas. As reformas desses proces‐sos  resultaram em melhoria do  fluxo de  caixa,  atendimento  ao  cliente  e moral dos funcionários. 

Em todas essas mudanças, a  função de RH desempenhou um papel  fun‐damental. Quando o programa de Agilização foi disseminado em toda a organi‐zação, os profissionais de RH se tornaram facilitadores e exemplos da nova cul‐tura. À medida que os processos comerciais eram aprimorados, os profissionais de  RH  identificavam  processos  de  RH  –  como  contratação,  remuneração,  trei‐namento e comunicação – que precisavam ser modificados para  implementar os processos comerciais aprimorados. A partir de 1994, William Conaty tornou‐se vice‐p continuidade às mudanças. Percebeu que 

 4   Extraído de: Ulrich, Dave. Human  resourc s  champions.  Cambridge, Mass.: Harvard 

Business School Press, 1997. p. 191‐193. e

Page 43: Recursos humanos

os funcionários de RH necessitavam de uma nova visão que os ajudasse a manter o compromisso de mudança. A função de RH definiu uma declaração de intenção: “ser um parceiro empresarial confiável, visível e adicionar valor aos negócios”. A artir daí, Conaty formulou quatro papéis para os profissionais de RH da GE: p

 

Os quatro papéis da função de RH na GE 

Para o vice‐presidente de RH da GE, o principal, do ponto de vista de RH, é antecipar as necessidades da empresa e tentar definir e gerar aquilo que real‐mente adiciona valor ao desempenho da empresa. 

Administraçãoestratégica

de RH

Divisões da ARHFunções

(o que a ARH faz)Adição de valor

(o que a ARH obtém)

• Diagnostica a organização• Projeta a organização• Prioriza iniciativas de RH

Administração dainfra-estrutura

da empresa

Administração dacontribuição dos

funcionários

Administração datransformação e

da mudança

• Redefine processos de RH• Fornece apoio e suporte• Garante eficiência de RH

• Constitui a voz dos funcionários• Defende necessidades dos funcionários• Fornece recursos aos funcionários

• Gerencia os processos• Facilita a mudança• Age

• Concretiza as iniciativas

• Aumenta o atendimento• Melhora a qualidade• Reduz custos

• Assegura que os funcionários sejam dedicados

• Faz as iniciativas acontecerem

  43

Page 44: Recursos humanos

  44

Credicard S.A.5   

A Credicard S.A. é uma empresa que representa no país quatro diferentes bandeiras  de  cartões  de  crédito  Mastercad,  Visa,  Diners  e  Redeshop   e  conta com 5.500 funcionários. Em 1996, alcançou a ISO 9002 na área de atendimento a clientes. A área de RH da Credicard tem como missão prover a empresa com re‐cursos  capazes de prestar o melhor  serviço ao  cliente  e  agregar valor  ao busi‐ness. A estrutura de RH tem como objetivo focar os clientes internos, no sentido de  identificar  suas  necessidades,  ajudar,  estar  junto,  propor  ações  e mudanças alinhadas com a estratégia de cada negócio. 

                                                             5   Baseado  em:  ORLICKAS,  Elizenda.  Consultoria  interna  de  recursos  h manos.  São 

Paulo: Makron Books, 1998. p. 85‐87. u

Page 45: Recursos humanos

A área

  45

 de RH da Credicard A responsabilidade do consultor interno de RH é de ficar com as “antenas 

ligadas” em relação ao cliente, saber o que está acontecendo com o negócio e que tipos de ações de RH podem contribuir para o alcance dos objetivos de cada área cliente interno . A carreira em RH é iniciada por Analista Júnior, percorrendo o nível Pleno e o Sênior, passando então a Consultor 1, 2 e 3, até Superintendente. Os consultores internos passam por job rotation para conhecerem as diversida‐des de RH e do negócio. O novo modelo de estrutura de RH requer um aprendi‐zado  tanto  dos  clientes  internos  como  dos  profissionais  de  RH,  que  precisam estabelecer uma relação de parceria do tipo consultor/colaborador. Para tanto, a área de RH dispõe de tecnologia que facilita o acesso a informações, de maneira que  o  c m  diagnósticos,  análise  e planeja

Vice-presidência

de RH

Áreas técnicas formadaspor especialistas que

atendem às demandasidentificadas pelos

representantes de RH

Áreas formadas porrepresentantes de RHe responsáveis pela

interface/ atendimentoaos clientes internos

onsultor  interno  possa  investir  mais  tempo  emento.  

As quatro prioridades de RH na Credicard são: 

Page 46: Recursos humanos

1. Identificar e trazer as melhores pessoas para a organização. 

2. Recompensar e reconhecer de forma diferenciada e individualizada. 

3. Proporcionar um ambiente propício ao desenvolvimento e à satisfa‐ção das pessoas. 

4. Manter um time de RH preparado para poder apoiar toda a estraté‐z ção.  gia da organi a

Ford Motor Company6 

As  condições  de mudanças  tecnológicas,  econômicas,  sociais  e  políticas estão exigindo que as empresas modifiquem estrategicamente sua forma de atu‐ação, para que se tornem mais eficientes e empreendedoras de um lado e, simul‐taneamente, mais  receptivas às pressões  institucionais para uma conduta mais ética e justa, por outro lado.  

No final do século XX, a globalização aumentou dramaticamente a rivali‐dade e impulsionou as empresas a tornarem‐se mais eficientes – buscando ma‐neiras  de  reduzir  custos,  aumentar  receitas  e  ampliar  a  produtividade  –  para melhor enfrentar a concorrência – procurando reduzir preços e melhorar 

qualidade.  Contudo,  o  incentivo  à  produtividade  exige  sistemas  radicalmente Pressões sobre as

empresaspara melhorar

Setoresambientais

  46

                                                             6   Baseado em: FOMBRUN, Charles J.; HARRIS, Drew. Gestão estratégica de RH. In: CO‐

HEN,  Allan  R. MBA:  curso  prático  de  administração.  3.  ed.  Rio  de  Janeiro:  Campus, 1999. 

Econômico

Tecnológico

Social

Político

Eficiência

Espíritoempreendedor

Eqüidade

Ética

GESTÃO

ESTRATÉGICA

DE

PESSOAS

Page 47: Recursos humanos

  47

ternas a fim de reconquistar sua fama e confiança dos consumidores. 

Atingir esses objetivos exigia uma alteração fundamental da histórica re‐lação da empresa com seus empregados.   A mudança  interna da Ford começou sob a bandeira do empowerment, isto é, do envolvimento dos empregados  EE . A Ford procurou romper barreiras internas nas fileiras dos gerentes e engenhei‐

diferentes  para  monitorar  e  recompensar  as  contribuições  das  pessoas  –  um desafio organizacional que os gerentes da Ford lutam para vencer. Além disso, é difícil  manter  a  eficiência  e  reduzir  custos  para  manter  lucros  durante  muito tempo. A pressão para  reagir  à  rivalidade  crescente  força os  gerentes  a  cuidar mais da capacidade de inovação e exploração de novas idéias. Mas a vantagem de ser  o  primeiro  a  inovar  exige  que  se  ignorem  os  velhos  sistemas  hierárquicos tradicionais que durante tanto tempo frustraram a criatividade.  

A Ford enfrentou um período de alarmantes prejuízos na década de 80. Nessa ocasião, a cúpula da empresa resolveu envolver‐se em um amplo progra‐ma de mudanças, que durou mais de vinte anos. O desafio? Interromper a maré de  resultados  vermelhos  no  balanço  e  sustar  a  erosão  de  sua  participação  no mercado. Nos anos de 1980 a 1982, a Ford teve prejuízos de US$ 3 bilhões e sua participação no mercado caiu de 23% para 16%. O sonho? Transformar o velho projeto pioneiro dos tempos de Henry Ford em uma montadora de classe mun‐dial e de altíssima qualidade.  

Embora tivesse sido em seus primeiros anos uma pioneira em muitos as‐pectos  da  produção,  da  tecnologia  e  dos  recursos  humanos,  a  Ford  tornara‐se estagnada e voltada para si própria. Para os empregados da Ford, a vida empre‐sarial  havia‐se  tornado  uma  luta  interna  por  recursos  e  posições mais  do  que uma busca de inovação. Eficiência significava planos de curto prazo para cortar despesas  a  qualquer  custo  e  envolvendo  freqüentemente  ações  pouco  éticas. Sindicatos dos trabalhadores optaram por brigar com a empresa quanto à distri‐buição eqüitativa das receitas declinantes, sem considerar que os custos  traba‐lhistas da Ford excediam os dos concorrentes no mercado global. Assim, ao defi‐nir objetivos de  forma  limitada como eficiência e eqüidade dentro da empresa, ao reprimir a criatividade com burocracia e controles de custos arbitrários e ao ignorar preocupações  éticas,  a  Ford perdeu o  contato  com a América.  Fazia‐se necessá a uri ma mudança revolucionária para: 

1. Envolver‐se mais com seus fornecedores, clientes e concorrentes. 

2. Fazer melhorias no sentido de aumentar a eficiência e a capacidade empresarial internas, simultaneamente. 

3. Desenvolver e implementar novas normas de eqüidade e de ética ex‐ 

Page 48: Recursos humanos

  48

ros,  criando equipes  interfuncionais que partilhavam as recompensas pelos re‐sultados da equipe. A empresa aumentou seus investimentos em treinamento e desenvolvimento,  especialmente  em  formação  de  equipes  e  outras  habilidades necessárias  à melhoria da eficiência e  capacidade empresarial. O ponto  central do esforço de mudança foi o plano de participação nos lucros para todos os em‐pregados. A participação nos  lucros  incentivou a  identificação organizacional  e reduziu  a  tendência  à  tomada  de  decisões  improvisada.  Os  gerentes  da  Ford também  reformularam  suas  relações  com  o  sindicato  dos  trabalhadores  para desenvolver uma relação mais cooperativa, focada no objetivo comum de manter empregos por meio da melhoria da competitividade.  

Para decolar o EE, os gerentes de fábrica e executivos passaram a defen‐der‐se da constante pressão organizacional para avaliar o desempenho. Ao pro‐teger os empregados das pressões imediatas por resultados concretos, a empre‐sa viu que sugestões esporádicas  transformavam‐se em uma torrente de  idéias para a melhoria da eficiência e da capacidade empresarial. O  foco nos compro‐missos de longo prazo permitiu o desenvolvimento de alianças entre trabalhado‐res  e  empregados  sindicalizados:  todos  participavam  na  criação  de  uma  nova cultura e de um ambiente em que a distribuição das recompensas fosse valoriza‐da  e  as  decisões  éticas  respeitadas.  À  medida  que  os  esforços  eram  bem‐sucedidos, os efeitos funcionavam como um auto‐reforço.  

A Ford colheu muitos benefícios de tal estratégia. Em 1986, os lucros da Ford excediam os da General Motors, a maior montadora do mundo. Em 1987 e 1988, a Ford registrava lucros recordes na indústria automobilística. Vários dos carros projetados pelo sistema EE da Ford venceram prêmios nacionais de qua‐lidade  e  excelência  nos  Estados  Unidos.  Em  1992,  o  Taurus,  carro  totalmente construído sob o regime de EE, concorreu com o Honda Accord na categoria do carro mais vendido na América, e ganhou.  

Essas vantagens  se  concretizaram porque os  executivos da Ford enten‐deram  o  poder  dos  sistemas  de  gestão  de  pessoas  para  influenciar  comporta‐mentos, seja no sentido de inibir, incentivar ou reforçar uma mudança estratégi‐ca. E é aí que se encontra a essência da gestão de pessoas: o uso de políticas e práticas  centradas  nos  empregados  para  reforçar  os  objetivos  estratégicos  da empresa. A Ford moveu‐se de uma postura de fortaleza inexpugnável para uma postura federativa e adaptativa. 

Page 49: Recursos humanos

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Definições‐chave na formulação da ARH 

A estratégia de RH serve para definir o destino ao qual se dirige a função de RH. A organização de RH deve  fornecer os subsídios adequados para poder concretizar seus objetivos. A organização de RH deve basear‐se em um diagnós‐tico organizacional, a fim de tornar‐se um parceiro estratégico. As questões prin‐cipais para a formação de um ponto de vista de RH são:7 

                                                             7   ULRICH,  Dave.  Human  r source  champions.  Cambridge,  Mass.:  Harvard  Business 

School Press, 1997. p. 247. e

Page 50: Recursos humanos

ResultadoQuestão-chaveDefiniçãoConceito

Missão

Visão

Afirmação da razãode ser da empresae de como o RH

pode adicionar valor

O que o RH estátentando realizarenquanto função

Postura principal:RH como parceiroRH como parte da

solução

Afirmação breve do que RH realiza

para adicionar valorà empresa

O que o RH podefazer para adicionar

valor e garantiratendimento aos

clientes

Resultados almejados:vantagem competitiva,

capacidade paramudar

ValoresAfirmação daquilo que é importante

para RH

O que o RH acreditaser sua função?

Princípios nos quaiso RH se fundamenta

EnvolvidosAfirmação sobre

quem o RH atendeQuais os elementosatendidos pelo RH?

Clientes e expectativas (gerentes,

funcionários)

Iniciativas Quais os programase serviços oferecidos

Sistemas e práticaspara adicionar valor

Diagnósticoorganizacional

PrioridadesQuais as prioridadesque a ARH abordará

Quais os sistemas epráticas para criar

valor?

Objetivos organizacionais e

onde alocar recursos

Ações Plano de ação paraimplementação

Sistemas e práticasque a ARH irá

conceber e executar

Plano de ação de RH

Medidas Afirmação sobreaquilo por que oRH é responsável

Quais os parâmetrosde avaliação autilizar como

identificador desucesso?

Benchmarkinge identificador de

desempenho

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Page 51: Recursos humanos

PARTE III 

SUBSISTEMA DE PROVISÃO DE  RECURSOS HUMANOS 

A Parte III trata do provisionamento de recursos humanos e sua localiza‐ção e busca no mercado. Envolve o ambiente organizacional  mercado de traba‐lho e mercado de candidatos , rotatividade de pessoal  diagnóstico das causas e determinação de  seu  custo ,  absenteísmo  diagnóstico  das  causas  e  cálculo  do índice de absenteísmo , bem como a redução da rotatividade e do absenteísmo por meio de ações sistêmicas e eficazes.  

A Parte III está constituída de dois capítulos: 

 

 

 

Parte III

Subsistemade provisão

de RH

Mercado de trabalho e mercado de RH. Rotatividade e absenteísmo.Pesquisa interna e externa.Processo de recrutamento.Meios de recrutamento.

Capítulo 5

Recrutamentode pessoas

Capítulo 6

Seleçãode pessoal

Conceito de seleção. Bases da seleção de pessoas.Entrevista e provas ou testes de conhecimentos ou capacidade.Processo seletivo. A nova responsabilidade de linha.

  51

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  52

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 53: Recursos humanos

  53

RECRUTAMENTO DE PESSOAS 

VISÃO T GERAL DO CAPÍ ULO 

Conquistar  talentos  é  uma  das  características  das  organizações  bem‐sucedidas. Este capítulo é dedicado à localização e busca de candidatos para po‐sições n ora  ganização. Seus principais itens são: 

e pessoal.  1. Pesquisa interna de candidatos. Planejamento d

2. Pesquisa externa. O processo de recrutamento. 

3. Meios de recrutamento. Recrutamento interno, externo e misto. Re‐crutamento on‐line.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Andersen premia quem à casa retorna1  

No  começo  de  2001,  a  Andersen  Consulting  enviou  cartas  a  1.100  ex‐funcionários, oferecendo prêmios para os que voltassem à firma de consultoria. Imediatamente, 108 atenderam ao chamado. Mas quem também está batendo às portas da Andersen Consulting são funcionários da Arthur Andersen, a empresa de auditoria. As duas co‐irmãs estão‐se separando aos tapas e pedradas e os fun‐cionários da segunda, cujo forte é a auditoria de balanços, querem pular para o barco mais incrementado da consultoria. A Consulting garante que não está ali‐ciando  a en.  É  a  disputa  por  pessoas  competentes   tripulação  da  Arthur Anders

                                                             1   Extraído de Wall Street  Journal/O Estado de S. Paulo, Caderno de Economia, 13 set. 

2000, p. B‐13. 

Page 54: Recursos humanos

que está por trás dessa briga. Afinal, pessoas competentes constituem a principal ia. fonte de riqueza e competitividade de uma empresa de consultor

Anúncio de recrutamento da PriceWaterhouseCoopers  

No dia 19 de novembro de 2000, a PriceWaterhouseCoopers publicou o seguinte anúncio no jornal O Estado de S. Paulo: 

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Participe do nosso programa de  os talentos 

A PriceWaterhouseCoopers  é  a maior  empresa de  serviços  profis‐sionais do mundo, com mais de 150.000 colaboradores em 150 países. Aju‐damos  nossos  clientes  a  resolver  problemas  complexos  de  negócios,  ao mesmo  tempo em que aprimoramos  sua  capacidade de agregar valor  aos seus acionistas,  de  administrar  riscos  e de melhorar  seu desempenho em um mun

nov

do influenciado pela Internet. 

Descobrir  e  valorizar  talentos  são  características  da  PriceWate‐rhouseCoopers – sempre investindo no desenvolvimento de seus profissio‐nais –, este é um dos seus diferenciais. 

Nosso Programa de Recrutamento de Trainees e Estagiários poderá alavancar sua carreira em nossa organização, orientando e levando você a atingir  o  sucesso.  Participando  desse  programa,  você  estará  em  contato com os mais modernos  conceitos de Auditoria, Consultoria Empresarial  e Assessoria Tributária. 

Estamos contratando, nesta etapa do Programa, Assistentes T aine‐es e Estagi s áreas de: 

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• Auditoria externa • Auditoria interna • Auditoria de sistemas • Consultoria em gerenciamento de riscos operacionais, estratégi‐

cos, tecnológicos, segurança e controles em ERP – Enterprise Re‐source Planning 

 

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Os candidatos deverão estar cursando os 2 últimos anos ou forma‐dos há até 2 anos em Ciências Contábeis, Ciências Atuariais, Administração de Empresas, Economia e cursos relacionados à área de informática. É re‐querido conhecimento  intermediário do  idioma  inglês e em aplicativos de back‐office  Word, Excell e PowerPoint . 

Oferecemos grandes oportunidades: • Programa de educação permanente,  exigido para a qualificação 

profissional • Planejamento progressivo de carreira • s mais altos níveis da firma Promoções por mérito, até o• Participação nos resultados • Reembolso da mensalidade escolar • Remuneração adicional aos que comprovarem domínio do  idio‐

ma inglês • Assistência  médica  e  odontológica,  seguro  de  vida  e  tíquete‐

refeição.   

Além  dos  benefícios  citados,  os  estagiários  recebem  13o

  55

  e  bolsa‐auxílio  ire rie têm d ito a fé as. 

Enviar curriculum via e‐mail para  [email protected]

PriceWaterhouseCoopers  –  Join  us.  Together  we  can  change  the world. 

Fonte: O Estad de S. Paulo, Caderno de Empregos, 19 nov. 2000, p. Ce‐1. o 

Menos Emprego, Mais Trabalho2  

Segundo dados do IBGE  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , de cada 100 brasileiros que estão trabalhando hoje, apenas 40 têm carteira assi‐nada, FGTS e Previdência Social. Trata‐se de uma relação preocupante que ten‐de  a piorar.  Em 12 meses  foram criados 822 mil  empregos nas  seis  principais regiões   mil com carteira, isto é, 7,5% do total. metropolitanas, mas apenas 62

                                                             2   Extraído de: Menos emprego, mais trabalho. O Estad  de S. Paulo, 9 julho 2000,        p. 

A‐3. o  

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A explicação simples ou simplória para essa informalidade crescente po‐deria ser atribuída a fraudes: maus patrões que não registram seus empregados para sonegar os  impostos  pesados  que incidem sobre a folha de pagamentos. Para as lideranças sindicais e seus associados políticos, é necessária uma severa fiscalização, inclusive para reduzir o déficit do INSS. Para as lideranças empresa‐riais, bastaria apenas reduzir os impostos.  

Todavia, essas teses simplistas estão erradas – baseiam‐se em uma veri‐ficação parcialmente correta:  realmente existem  fraudes e os  impostos sobre a folha  são  excessivos –,  pois  cometem o equívoco de generalizar  e  ignorar uma realidade mais complexa, que são as relações de trabalho nas áreas mais novas e dinâmicas da  economia. Neste  campo,  existe de  tudo:  trabalho  casual,  intermi‐tente,  em  tempo  parcial,  subcontratado,  terceirizado,  realizado  em  grupo,  em cooperativas, por conta própria, por tarefa, por projeto etc. Neste grupo, existem profissionais  recentes,  como  o  personal  trainer,  o  criador  de  home  pages  e  o consultor de Internet, mas também tradicionais, como médicos e advogados em regime  de  cooperativa.  Em  resumo,  os  tempos  da  globalização  encolheram  o mundo do emprego e expandiram o mundo do trabalho. 

O que se vê é o mercado funcionando e criando a flexibilidade necessária a uma nova realidade econômica. O problema é que a legislação trabalhista trata apenas  do  emprego  tradicional,  considerando  as  demais  formas  como  simples exceções ou como irregularidades. E, assim, a maior parte dos trabalhadores cai na informalidade, com prejuízo para eles próprios e para a sociedade. Para esses trabalhadores,  não  há  qualquer  tipo  de  proteção:  não  há  lei,  contrato  coletivo nem sindicato. Para a sociedade, esses  trabalhadores não contribuem nem têm acesso à rede de seguridade social.  

A  Constituição  de  1988,  cega  às mudanças  econômicas  em  andamento, ampliou  os  direitos  sociais  dos  trabalhadores,  mas  vinculando‐os  ao  emprego formal e tentando impor essa modalidade a todo o país. O resultado foi o que se poderia  esperar:  a  crescente  informalização  e  aparente  “ilegalidade”  de  várias formas de trabalho  não emprego  modernas. É assim, até que a realidade impo‐nha a adaptação da lei. É o ponto a que estamos chegando: quando a maioria está fora da lei, é a lei que está fora da realidade. 

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presa e aguardar na sala de espera.   

Uma enorme variedade de empresas utiliza a Internet. As consultorias e agências de recrutamento e seleção de pessoas, na frente. Algumas agências vir‐tuais funcionam como bancos de dados de currículos e cobram taxas para geren‐ciar os candidatos na Web, que variam desde pequenos débitos mensais, poden‐do chegar a parcelas da remuneração inicial da pessoa que vier a ser contratada por indicação da agência. Outras agências nada cobram do candidato pela manu‐tenção dos currículos na rede, mas da empresa interessada em contatar as pes‐soas cadastradas. Nos sites dessas agências, o candidato encontra informações e dicas  sobre  como montar um currículo,  comportar‐se na entrevista de  seleção, fazer os  testes e negociar uma boa contratação. Além disso, os serviços de em‐prego na Web também servem para investigar como está indo o mercado de tra‐balho. Para tanto, basta consultar as vagas que se encaixam em seu perfil e envi‐ar o curriculum vitae e o e‐mail e esperar para ver os resultados. A Internet cons‐titui uma valiosa  ferramenta para as empresas e para os candidatos se aproxi‐marem,  embora  distantes  fisicamente.  Os  serviços  on‐line  de  recrutamento  a‐brem  as  portas  e  janelas  de muitas  empresas  e  permitem  eliminar  etapas  dos 

CASOS 

Recrutamento On‐line 

Os tempos estão mudando e a Internet está‐se revelando um importante canal de contato entre organizações e candidatos. Os sites de procura e oferta de emprego  na  Internet  estão‐se multiplicando  a  cada  dia.  As  organizações  estão apostando na Internet para recrutar talentos e reduzir os custos de seus onero‐sos processos de provisão de pessoas, ao mesmo em que aumentam os horizon‐tes  do  recrutamento  e  facilitam  a  vida  dos  candidatos.  A  Internet  proporciona velocidade de  informação e  facilidade em trabalhar grandes volumes de dados. Ela permite agilidade, comodidade e economia. A empresa pode oferecer opor‐tunidades pelos quatro cantos do mundo e o candidato pode concorrer a várias oportunidades no mercado ou no mundo, mesmo estando em sua casa.  

No recrutamento virtual, o espaço principal do site destina‐se geralmen‐te ao cadastramento de currículos. O curriculum vitae constitui a embalagem que diferencia um candidato do outro. Os usuários digitam suas  experiências,  apti‐dões, preferências, conhecimentos e pretensões para as empresas que procuram candidatos.  Ao  acessar  esses  sites,  o  internauta  encontra  informações  sobre  a empresa, oportunidades de trabalho, desenvolvimento de carreira etc. Seu único trabalho é digitar os dados solicitados e aguardar os resultados, sem ter que  ir até a em

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sistemas de provisão de RH. Além do mais, permitem a montagem de bancos de talentos capazes de guardar currículos de candidatos internos  os próprios fun‐cionários  e externos. É a tecnologia da informação a serviço da ARH. 

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  59

SELEÇÃO DE PESSOAL 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

A escolha de bons profissionais é um aspecto primordial no sucesso or‐ganizacional.  A  seleção  de  pessoas  constitui  um  investimento  em  tempo  e  di‐nheiro que proporciona excelentes resultados a curto e a longo prazo. Este capí‐tulo env lveo  os seguintes itens: 

1. Conceito de seleção de pessoas. Seleção como um processo de com‐paração e de decisão. 

2. Bases  para  a  seleção  de  pessoas.  Colheita  de  informações  sobre  o cargo. Escolha das técnicas de seleção. 

3. Entrevista de seleção. Etapas e cuidados. 

4. Provas  ou  testes  de  conhecimento  ou  de  capacidade.  Testes  psico‐sonalidade. Técnicas de simulação. métricos. Testes de per

5. O processo de seleção. 

6. A nova responsabilidade de linha. 

7. Avaliação e controle dos resultados da seleção. 

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  60

 a terceiros. A direção da carr

TEMAS PARA REFLEXÃO 

As preocupações das pessoas quanto ao futuro1  

Talento era o nome dado ao peso e moeda corrente na Antigüidade grega e  romana.  Denota  alguém  que  sabe  fazer  bem  certa  atividade  com  habilidade, engenho e sucesso. O talento está  intimamente relacionado com a empregabili‐dade. A globalização da  economia,  os  ventos da  competitividade,  o desenvolvi‐mento  tecnológico  e  os  intensos  programas  de  produtividade  e  de  qualidade estão modificando o papel das pessoas nas empresas. E, em contrapartida, estão alterando profundamente o perfil profissional dos funcionários, trazendo consi‐go uma verdadeira seleção natural das espécies profissionais. Quem não se ajus‐ta a esse perfil está fadado a perder o emprego para outro candidato mais ade‐quado às novas demandas e expectativas do mercado. A empregabilidade signifi‐ca o conjunto de  competências e habilidades necessário para uma pessoa man‐ter‐se colocada em uma empresa. Significa a capacidade de conquistar e de man‐ter um emprego de maneira sempre firme e valiosa. E como a natureza do em‐prego está mudando rapidamente, essa capacidade deve necessariamente incluir flexibilidade e inovação da pessoa para acompanhar essa mudança irresistível. O emprego está‐se tornando temporário, parcial, fugidio e passageiro. Mais do que isso: multifuncional, flexível e mutável.  

Além disso, a  tecnologia vai queimando velhas ocupações e criando no‐vos empregos. O importante agora não é mais somente conseguir um emprego, mas assegurar a empregabilidade: tornar‐se e manter‐se empregável ao longo do tempo, apesar das mudanças na natureza do emprego. Conseguir manter‐se sur‐fando  na  crista  das  ondas  que  aparecem  e  se  alternam  continuamente  neste tempestuoso mar de mudanças. Estamos vivendo na era da empregabilidade.  

Na verdade, o emprego está‐se  tornando um artigo escasso nos  tempos de hoje. A carteira assinada é um documento que está rareando na praça. As em‐presas estão fazendo um intenso regime de recursos e suas estruturas organiza‐cionais estão emagrecendo dia a dia, reduzindo níveis e cortando pessoas. 

 Nessas  condições, os gerentes que  restam não  têm condições de dar atenção à carreira  de  sua  equipe.  A  carreira  tornou‐se  um  bem muito  precioso  para  ser relegado eira foi devolvida a cada executivo ou fun‐

                                                             1   CHIAVENATO, Idalberto. Talento e empregabilidade. Revista Decidir, no 48, jul. 1998, 

p. 6‐11. 

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cionário. Quem tem de cuidar da carreira é cada um. As empresas também aban‐donaram a postura paternalista de garantia de emprego eterno que predominou durante décadas a  fio. Antes, a  carreira exigia dedicação,  lealdade e garra para galgar os patamares da hierarquia da empresa. Em troca, a empresa oferecia um emprego vitalício até a aposentadoria e cuidava da carreira do empregado como se ele fosse seu dependente. Com a nova visão do mercado e do trabalho, houve uma profunda mudança no contrato de trabalho e, em conseqüência, a quebra do vínculo trabalhista, desestabilizando a relação entre empresa e empregado. Ago‐ra, a peteca está nas mãos de cada funcionário. Depende de cada um a adminis‐tração de sua carreira e das condições pessoais de sobrevivência e crescimento nessa luta incessante. É o autogerenciamento de carreira. Com a necessidade de funcionar com estruturas enxutas e simples, mas com o mesmo nível de qualida‐de e de produtividade, o emprego tende a reduzir‐se cada vez mais e as pessoas que nele permanecerem terão suas funções e atividades modificadas para acom‐panhar a evolução do mercado. A competitividade está exigindo de cada pessoa um incessante investimento em sua carreira e em sua preparação e qualificação 

al: é a atenção voltada para seu próprio capital intelectual. profission

CASOS 

Quanto custa substituir pessoas?   

Você já se deu conta de quanto custa substituir pessoas em uma organi‐zação? Toda vez que um alto  funcionário  sai da  empresa,  ela perde uma parte daquilo  que  representa  o maior  diferencial  competitivo  para  qualquer  compa‐nhia que pretenda durar no mercado. Perde talento, perde conhecimento, perde cérebro  e  perde  parte  de  seu  impulso  para  a  ação  e  inovação.  Perde  também tudo o que foi investido no funcionário, desde o processo de provisão, manuten‐ção e desenvolvimento  T&D . Essa perda é dobrada quando se precisa formar e preparar outras pessoas para substituir aquelas que saíram. Temos nos referido aos custos primários, secundários e terciários da reposição de        funcionários, sejam eles custos diretos ou indiretos.2  Está claro que certa dose de rotativida‐de  de  pessoal  até  pode  ser  salutar,  uma  vez  que  novas  aquisições  de  talentos humanos  injetam  sangue novo  e  idéias novas na  empresa  e  balançam o  status quo  existente. Mas,  quando  os  índices  de  rotatividade  se  elevam,  os  custos  de substituição podem multiplicar‐se. 

                                                           2   CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição compacta. 6 ed. São Paulo: Atlas, 

2000. 

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Segundo estimativas da Hay Consultoria,3 a perda provocada pela saída de um funcionário de nível médio pode se situar entre R$ 300.000 e R$ 600.000. Com um executivo de primeira linha, a conta alcança 1 milhão de reais para cima. Os cálculos são simples. Para a contratação do substituto, os headhunters levam de 30% a 35% da remuneração anual do executivo. Acrescente‐se a esse valor o tempo gasto para  formar e ambientar um novo profissional, que se estende de um a  três  anos. Além disso,  existem os  ativos  intangíveis  que o  executivo  leva junto  quando  vai  embora:  clientes,  fornecedores,  contatos,  parcerias,  projetos etc. Mas o último e o pior dos prejuízos é o fato de que, ao deixar a empresa, o executivo em geral vai fortalecer o lado do concorrente. E é quase sempre para ali que eles se dirigem. Por essas razões, as empresas inteligentes não estão dis‐postas  a  perder  capital  humano  em  uma  era  em  que  ele  se  torna  crucial  para seus  negócios  e  para  seu  sucesso.  É  por  estas  e  outras,  que  as  empresas mais bem‐sucedidas investem pesadamente em seus funcionários. Algumas delas dei‐xaram de investir diretamente no cliente – em termos de promoção, propaganda, comunicação com o cliente etc. – para investirem nos funcionários que atendem ao cliente. Parece que nenhuma delas se arrependeu disso. E os clientes ficaram mais  satisfeitos.  Quando  o  cliente  é  bem  atendido  e  se  encanta  com  o  serviço proporc fi eito.   

r áionado pelo funcionário, não é só ele que  ca mais satisf O funcioná‐

rio também se regozija. E é sobretudo a emp esa que est  ganhando. Como  você  montaria  um  esquema  para  saber  quanto  custa  substituir 

a em sua organização? uma pesso

Kodak4  

O  conceito  fundamental  do planejamento de RH da Eastman Kodak  é  a “competência  organizacional”,  ou  seja,  a  capacidade  para  agir  e mudar  para  o alcance  da  vantagem  competitiva.  A  companhia  utiliza  um  processo  de  quatro etapas para desenvolver uma estratégia de RH que apóie sua estratégia organi‐zacional, a saber: 

Passo 1: Defina as competências organizacionais gerais Os executivos de linha e os gerentes de RH definem as competências or‐

ganizacionais  requeridas para  implementar  a  estratégia de negócios da Kodak. Os executivos acreditam que a competência organizacional é uma função de no‐ve competências específicas: 

 3   BERNARDI, Maria Amalia. O capital humano. Exame, no  647, p. 122‐131, 22 out. 19 74   SMITH, Brian J.; BOROSKI, John W.; DAVIS, George E. Human resource planning. Hu‐

man Resource Management, 31, n

9 . 

os 1 e 2, p. 81‐83, Spring/Summer 1992.  

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  63

1. j dResponsabilidade: a u ar indivíduos, equipes e departamentos a se‐rem responsáve s e eus trabalhos. 

 p   ai m s

ç2. Orientação ara a a ão: reduzir o ciclo de tempo para todas  s ativi‐dades. 

 3. Aprendizagem contínua: melhorar  constantemente o modo  como otrabalho é feito e a gerar novas idéias. 

4. Foco no cliente: abordar tudo sob o ponto de vista do cliente  inter‐no e externo . 

Diversidade:5.  valorizar diferenças e encorajar novas maneiras de tra‐balhar com os outros. 

erme6. Empow nt: encorajar decisões nos níveis apropriados pelos fun‐cionários com autonomia e competência. 

Globalizaç ‐dores  m

7. ão: examinar linhas de produtos, fornecedores e consumie  um contexto global. 

8. Integração: reconhecer como as peças da organização trabalham juntas. 9. Liderança:  assegurar  que  os  funcionários  de  desempenho  superior 

ões‐chavestejam em posiç es. 

Passo 2: Defina um conjunto de práticas de RH para cada competência Após identificar as competências, os gerentes da Kodak devem identificar 

como as práticas de RH – provisão, treinamento, avaliação e recompensas – po‐dem ser usadas para habilitar seu desenvolvimento. Uma equipe de gerentes de linha e profissionais de RH são colocados  juntos para  construir uma matriz de práticas de RH e competências  ver figura a seguir . Os gerentes discutem e de‐batem quais as práticas adequadas de RH para a matriz e tentam integrar e con‐solidar práticas de RH entre as competências. 

Passo 3: Integrar as competências A fim de integrar as competências, os gerentes da Kodak devem eliminar 

as redundâncias, estabelecer prioridades entre as práticas de RH e desenvolver program s b  nos seguintes critérios:  a aseados

1. impacto  2. viabilidade  cas 3. sinergia com crenças bási

4. “linkagem” com o cliente 

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  64

5. vacusto/

lor do benefício 6. riscos 

7. mensurabilidade  8. recursos necessários.

Passo 4: Desenhar os planos de implementação Os planos de ação são desenhados para estabelecer programas, resulta‐

dos, papéis e responsabilidades dos gerentes de linha e de RH. A seguir, define‐se uma estratégia de implementação integrada, bem como os indicadores de eficá‐cia. O processo requer que os gerentes de  linha e os especialistas de RH traba‐lhem lado a lado no planejamento de RH. 

Competências onais: Organizaci

Ambiente  e trabalho 

Provisão T & D Avaliação Recom‐pensas

Comuni‐cação

Organi‐    zação

Responsabilidade

Orientação para a ação

Aprendizagem contínua

Foco no cliente

Diversidade

Empowerment

Globalização

Integração

Liderança

 

Page 65: Recursos humanos

PARTE IV 

SUBSISTEMA DE APLICAÇÃO DE          RECURSOS HUMANOS 

A  Parte  IV  trata  da  integração  das  pessoas  no  esquema  organizacional por meio da socialização organizacional das pessoas como passo inicial. A Parte IV está constituída de três capítulos: 

 

 

Parte IV

Subsistema de aplicação

de RH

Socialização organizacional.Cargo e desenho de cargo.Modelos de desenho de cargo.Equipes de trabalho.Qualidade de vida no trabalho.

Capítulo 7

Desenho decargos

Capítulo 8

Descrição eanálise de cargos

Capítulo 9

Avaliação dodesempenho

Descrição de cargos.Análise de cargos.Métodos de descrição e análisede cargos: fases e objetivos.

Conceito de avaliação.Responsabilidades e objetivos.Benefícios.Métodos tradicionais.Entrevista de avaliação.Autogerenciamento da carreira.

 

 

  65

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  66

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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  67

DESENHO DE CARGOS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

A organização do trabalho humano é condição básica para sua eficiência, eficácia  so guintes itens:  e, bretudo, satisfação. Este capítulo envolve os se

1. Conceituação de cargo e de desenho de cargos. 

2. Modelos de desenho de cargos. Modelo clássico ou  tradicional. Mo‐delo humanístico ou de relações humanas. Modelo contingen‐ cial. 

3. Abordagem motivacional ao desenho de cargos. Enriquecimento de cargos. Equipes de trabalho. 

4. Qualidade de vida no trabalho por meio do desenho de cargos.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Cargos es  x equip

A revista Fortune já trombeteava em 1994 que “o emprego como forma de organização do trabalho... é um instrumento social que tem sobrevivido à sua utilidade”.  Se as organizações pretendem alcançar o  sucesso,  elas precisam “se livrar dos empregos” e  “reorganizar‐se para obter o máximo de seus  trabalha‐dores sem o emprego”.1 Se estes já não podem contar com o emprego, podem, ao menos, manter um cargo? Infelizmente, não. Os cargos “são muito fixos”. Pa‐péis, então? Nada disso. São muito unitários e individuais. Habilidades e compe‐t n a sim,  como uma ê cias? Adivinhe: elas vão  tornar‐se  rapid mente obsoletas. As

                                                             1   BRIDGES, William. The end of the job. Fortune, p. 62‐68, Sept. 1994.  

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cartomante,  a  Fortune  afirmava  que  os  trabalhadores  da  era  do  pós‐emprego serão autônomos contratados para trabalhos em equipes ou em projetos especí‐ficos. As pessoas se envolverão em 6 a 10 projetos de cada vez, provavelmente para  diferentes  patrões.  Alguns  até  prevêem  empregados  e  patrões  virtuais.2 Então, que tal um desempenho virtual, com remuneração virtual para combinar com essa organização virtual?  

Apesar do evidente modismo, a premissa da Fortune serve para lembrar que está havendo uma revolução na maneira pela qual o trabalho é organizado e realizado.  O  velho  conceito  de  trabalho  está‐se  desintegrando.  Já  não  existem empregados estáveis; eles estão  tornando‐se  fluidos para adaptarem‐se às mu‐danças. As organizações estão‐se reestruturando e reduzindo níveis em sua es‐trutura. A  transformação na  forma como o  trabalho é organizado é um  fato da vida contemporânea. E o processo continua a todo vapor. A General Motors, no passado, organizava seu trabalho em tarefas tão específicas como instalador de bancos dianteiros, instalador de bancos traseiros, instalador de tapeçaria, insta‐lador de painéis de portas etc. Um instalador de bancos dianteiros não instalaria os  bancos  traseiros.  Hoje,  essas  definições  de  tarefas  tão  restritas  foram  total‐mente descartadas para aumentar a flexibilidade dos operários. 

O trabalho tem sido cada vez mais repensado para incluir o foco sobre o cliente externo.3 Como resultado, clientes e até fornecedores têm sido incluídos nas equipes de projeto. Para enfrentar a apertada concorrência da Airbus, a Boe‐ing pediu a seus clientes e fornecedores que participassem das equipes de proje‐to e engenharia de um novo modelo de avião comercial que proporcionasse ma‐nutenção mais barata, corredores mais largos, teto mais alto, fabricação simplifi‐cada e assentos adaptáveis. 4 

 

 

Boa parte das mudanças na maneira  como o  trabalho é organizado de‐corre  das  novas  tecnologias  e  da  acirrada  competição  que  não  dá  margem  à complacência. A natureza da organização e a forma como o trabalho é organiza‐do influenciam os tipos de ação de RH que têm sentido para a empresa. 

                                                             2 J.;  CR N  F cution:  the    WALLACE  JR., Marc  A DALL, N. redric. Winning  in  the  age  of  exe

central role of work‐force effectiveness. ACA Journal, p. 30‐47, Winter 1992. 3   DRUCKER, Peter F. Post‐capitalist society. New York: HarperCollins, 1993.    LEBLANC, Peter. Pay for work: reviving an old idea for the new customer focus. Com‐pensation and Benefits Review, p. 5‐10, July/Aug. 1994. 

4

 

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CASOS 

Semco5  

O empowerment é um desses conceitos progressivos do gerenciamento do qual muito se fala, mas pouco se pratica. Muito discurso e pouca ação. É que se  trata de um conceito potencialmente perigoso e desestabilizante para as or‐ganizações tradicionais. Seu objetivo é muito simples: utilizar a energia criativa e intelectual de todos os funcionários, e não apenas da elite diretiva. A idéia básica do  empowerment  é  transmitir  responsabilidade  e  recursos  para  todos  da  em‐presa, de modo que as pessoas possam realçar a verdadeira liderança dentro de suas  esferas  de  competência,  ao mesmo  tempo  em que  ajudam  a  enfrentar  os desafios globais da empresa. Contudo, dar simplesmente poder aos funcionários da  linha de  frente para  resolverem problemas para os quais  não  têm  recursos financeiros, treinamento ou autoridade real pode tornar‐se uma fraude moral e intelectual. Uma receita de suicídio corporativo. É o mesmo que outorgar pleno poder a uma pessoa para lutar contra o Mike Tyson. O resultado é perfeitamente previsível: chumbo na certa. 

Contudo, duas megatendências estreitamente relacionadas entre si deve‐rão impulsionar o empowerment com maior rapidez nos países desenvolvidos: a horizontalização das hierarquias e a difusão das novas tecnologias de comunica‐ção. Elas prometem criar um tipo novo de organização corporativa: uma empre‐sa “conectada”, onde os funcionários têm acesso eletrônico e pessoal aos execu‐tivos de topo de forma jamais vista e onde têm autonomia quanto às informações necessárias  para  tomar  as  decisões  necessárias,  instanta‐neamente.  Empresas sem essas qualidades se  tornarão  incapazes de enfrentar a  constante mudança de competitividade do século XXI.  

A Semco é uma empresa brasileira, sediada em São Paulo, que foi além da teoria e transformou o empowerment de funcionários tanto em fonte de conhe‐cimento  de  valor,  quanto  de  vantagem  competitiva.  Ela  desenvolve,  produz  e exporta desde lavadoras de louça a fábricas de bolachas, difusores de combustí‐vel de foguete para satélites até serviços de consultoria ambiental. A história da Semco mostra uma empresa de propriedade familiar que começou a ser gerenci‐ada de maneira autocrática e hierárquica e passou a ser gerenciada democrati‐camente mbora continue de pro‐priedade familiar.  pelos próprios funcionários, e

 5   Baseado em: KIERNAN, Matthew J. The eleven commandments of 21 st century man‐

agement. Englewood Cliffs: Prentice‐Hall, 1996. p. 132‐135. 

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uanto cada m ganha, quais s                                                            

A história é relatada por Ricardo Semler,6 que se refere à empresa como um la‐boratório para práticas incomuns de trabalho e de administração. Os doze níveis da hierarquia gerencial foram reduzidos para apenas três, pois a estrutura cria a hierarquia e esta, por sua vez, cria a restrição e a separação.  

O  primeiro  dos  valores  essenciais  da  empresa  coloca  a  participação  do funcionário no epicentro da estratégia e das operações da empresa. Os funcioná‐rios decidem seu horário, níveis de salário e planos de viagens, podendo avaliar e, se necessário, demitir seus “chefes”. Os funcionários assumem a responsabili‐dade  por  quase  tudo:  estabelecer  quotas  de  produção,  desenvolver  planos  de marketing e  reprojetar processos e produtos. Semler entende que não se pode dar autonomia aos  funcionários  sem  lhes  fornecer experiência e  conhecimento para exercerem seu poder de modo responsável e eficaz. Os trabalhadores rece‐bem  treinamento  intensivo  e  todos,  inclusive  o  pessoal  da  limpeza  e  os  boys, aprendem a ler os balancetes e fluxos de caixa. Semler diz apenas que tem o capi‐tal, mas não a empresa. A responsabilidade pelo sucesso da empresa é dividida por todos. As decisões de maior importância, como aquisições, são tomadas por meio do voto de todos os funcionários. O voto de Semler tem a mesma importân‐cia que o do porteiro. Seis executivos se alternam a cada seis meses na função da presidência.  Os  funcionários  estipulam  seus  próprios  salários.  O  desempenho financeiro é um problema de todos. Ninguém pode relaxar. Os funcionários po‐dem tornar‐se empresários ou “satélites”, trabalhando sob a proteção da empre‐sa, no próprio local, usando seu equipamento e know‐how e até mesmo compe‐tindo contra a Semco. O resultado é um gasto menor com salários e uma parte do empreendimento bem‐sucedido dos satélites. A empresa está tão satisfeita com o sistema, que pretende tornar toda a empresa um “satélite”. Isso significa criar a empresa sem a empresa.  

O segundo valor essencial da Semco para dar autonomia aos funcionários é a participação nos lucros. Estipulada inicialmente em 24%, a participação au‐mentou para 39% durante a crise econômica, quando os funcionários concorda‐ram com uma redução de 30% na remuneração para evitar dispensas massivas. Essa partilha da riqueza fomentou a  fidelidade dos funcionários. Além disso, as vendas por funcionário cresceram de 10.800 dólares para 135 mil dólares. 

O  terceiro dos princípios básicos da Semco é a absoluta necessidade de compartilhar as  informações da empresa – todas elas – com todos da empresa. Isso significa total transparência. Os funcionários sabem quem está trabalhando no quê, q ão os custos e os lucros da empresa etc. A  u

 6   SEMLER, Ricardo. Maverick. New York: Warner Books, 1993. 

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idéia é que a criatividade e produtividade somente podem emergir em um ambi‐ente de total clareza e abertura.  

A convicção de Semler é que o empowerment não pode existir pela me‐tade, da mesma forma como uma mulher não pode ficar mais ou menos grávida. Ou  tudo ou nada. O objetivo é  criar um meio onde  todas as pessoas  tomem as decisões.   

Chrysler Corporation7   

Falar  de  empowerment  em  empresas  do  ramo  automobilístico  parece uma piada de humor negro. Em geral, elas são muito tradicionais e conservado‐ras.  Contudo,  o  recente  sucesso  da  Chrysler  foi  devido  ao  empowerment,  um estilo totalmente desconhecido na empresa há pouco mais de oito anos.  

A história da Chrysler é uma longa sucessão de altos e baixos. Lee Iacocca tirou‐a de uma profunda crise, com seu espírito empreendedor e duro. Mas essa recuperação durou pouco. No final da década de 80, os lucros estavam declinan‐do novamente. Para sua sobrevivência, a empresa ainda dependia de suas mini‐vans e dos  jipes que havia herdado da American Motors, em 1987. O segmento principal de mercado da Chrysler era formado por americanos da classe média, devotos de Iacocca. Mas eram poucos. Depois de tentativas para diversificar  pa‐ra tornar‐se um conglomerado tecnológico e aeroespacial, sem sucesso  e globa‐lizar por meio de uma  fusão  que não chegou a persuadir a Fiat  italiana , a C‐hrysler  decidiu  cortar  um  terço  de  sua  capacidade  e,  na  mesma  proporção,  o pessoal de colarinho branco. Em 1991, teve prejuízo de 538 milhões de dólares e deixou de ser um concorrente sério na indústria automobilística.  

Quando Iacocca se demitiu em 1992 do cargo de presidente da Chrysler, seu  estilo  gerencial  régio  e  autocrático  foi‐se  embora  com  ele.  É  que  Iacocca sempre dizia que o seu mentor era o ex‐chefe Henry Ford II, um autocrata corpo‐rativo à moda antiga. O novo presidente da companhia, Robert Eaton, veio da GM da Europa com uma mentalidade completamente diferente. Seu objetivo é criar uma empresa onde o trabalho em equipe e o empowerment fossem mais do que simples modismos. Eaton é uma espécie de treinador e ouvinte capaz de favore‐cer a construção do consenso na organização.  

Eaton  analisou os movimentos ondulatórios da  empresa desde  sua  for‐mação e  va acontecendo em sua organização. Para procurou entender o que esta

 7   Baseado em: KIERNAN, Matthew J. The eleven commandments of 21st c tury man‐

agement. Englewood Cliffs: Prentice‐Hall, 1996. p. 138‐141. en

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apoiar  os  esforços  dos  gerentes,  Eaton  criou  dois  novos  cargos  de  vice‐presidência:  um para  a  satisfação do  cliente  e  outro para  a melhoria  contínua. Procurou dar aos gerentes as ferramentas e a autoridade para alavancar e levar a empresa para a frente. Formou uma equipe de sistemas de produção na qual os participantes viajavam pelo mundo para estudar meios de aperfeiçoar a manufa‐tura.  Implementou uma “equipe de comportamento da gerência sê‐nior”, desti‐nada a ensinar os dirigentes a serem mais acessíveis, encorajando os subordina‐dos a falar, a ouvir quando esses falassem e, até mesmo olhar seus subordinados diretamente nos olhos. Isso era uma tremenda novidade. O apoio vindo de cima permitiu  que  os  gerentes  acelerassem  seus  esforços  de mudança.  Surgiram  as “equipes de plataforma com autonomia”, um novo conceito baseado em equipe multifuncional que já existia no Japão. A técnica consistia em reunir todos, desde marketing  a manufatura,  para  eliminar  falhas potenciais  de projeto,  acelerar  o desenvolvimento  de  produto  e  reduzir  os  custos.  Cada  equipe  é  composta  de todas  as  pessoas  e  habilidades  necessárias  para  transformar  o  veículo  de  um simples conceito para o mercado. Projetistas, engenheiros, fabricantes, especia‐listas de compra e abastecimento, comerciantes, financistas e fornecedores. To‐dos  juntos.  Essa  abordagem de  equipe  forçou uma  total mudança na  forma de desenvolver os produtos, diferentemente do que se fazia antes. Na abordagem de plataforma,  há  um desenvolvimento  simultâneo  de  todas  as  partes  do  veículo. Cada equipe é gerenciada como uma pequena empresa automobilística ou uma equipe de Fórmula 1, bem enxuta e informal. Todos os membros da equipe con‐centram‐se não só nas peças, mas no veículo inteiro. Os fluxos de comunicações são simultâneos e bilaterais, não seqüenciais e unilaterais. Os líderes e membros têm  autonomia  para  tomar  decisões  e  são  responsáveis  pelos  propósitos  dos objetivos da empresa. 

Um dos primeiros resultados das equipes autônomas foi o Chrysler Neon. Em seus primeiros estágios de desenvolvimento, os líderes pediram ajuda a alia‐dos não  tradicionais,  como  fornecedores  e  sindicatos. Os  funcionários de  linha contribuíram com mais de quatro mil propostas de mudança no projeto. Os re‐sultados  ultrapassaram  todas  as  expectativas.  Os  japoneses  se  deram  conta.  A Toyota fez um tanji kai, ou seja, a desmontagem total do Neon: centenas de en‐genheiros e fornecedores desmontaram o carro peça por peça, para analisar mi‐nuciosamente sua construção de baixo custo. O último enorme exercício de des‐montagem fora feito pela Toyota com modelos da Mercedes Benz quando ela se preparava para lançar seu primeiro modelo de luxo, o Lexus. Onde a Toyota e a Nissan tinham cinco peças para formar um componente, o Neon tem apenas três. Isso significa um elogio japonês.  

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O presidente da Chrysler Corporation, Robert Lutz, explica a condição do empowerment: “devemos continuar apagando aquela velha linha divisória entre as  pessoas  que  inovam  e  as  pessoas  que  implementam,  as  que  criam e  as  que mantêm. É nossa obrigação fazer com que todos tenham liberdade para inovar e inventar e, sobretudo, fazer as coisas acontecerem”. 

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DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE CARGOS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Saber o que é feito, como é feito e por quem é feito é o primeiro passo pa‐ra  se  fazer melhor  o  recrutamento  e  seleção,  o  treinamento,  a  remuneração,  a avaliaçã  do e capítulo envolve os seguintes itens: o  desempenho etc. Est

s. 1. Descrição de cargo

2. Análise de cargos.  

3. Métodos de descrição e análise de cargos. Observação direta. Questi‐onário. Entrevista. Métodos mistos. 

4. Fases da análise de cargos. Planejamento. Preparação. Execução. Re‐sultados. 

5. Objetivos da descrição e análise de cargos.   

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Qual o futuro dos cargos tradicionais? 

Estamos vivendo em um mundo de mudanças e transformações rápidas e urgentes. E ele nos traz uma época de incríveis desafios e paradoxos. As organi‐zações estão‐se  flexibilizando e  flexionando seus músculos para exercitar  rápi‐das mudanças e transformações compatíveis com aquilo que ocorre no dinâmico e mutável ambiente de negócios. O permanente e definitivo está virando efêmero e mutável. O velho modelo burocrático, rígido, centralizado, verticalizado e hie‐rarquizado de organização, baseado na divisão do trabalho e na especialização, 

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está sendo substituído por novos modelos organizacionais flexíveis, ágeis, mutá‐veis e integrados. Se os velhos departamentos e divisões feitos para durar para sempre estão  cedendo  lugar para equipes multifuncionais,  a pergunta é:  o que está acontecendo com os cargos? Enquanto a espe‐cialização departamental de‐saparece do mapa para permitir o surgimento da organização por redes de equi‐pes  integradas  e  multidisciplinares,  também  o  conceito  de  cargo  está  sendo submetido  a  uma  profunda  reavaliação.  É  que  desde  a  era  da  industrialização clássica, os cargos eram decorrentes de um processo intenso de divisão do traba‐lho  e  de  especialização minuciosa.  E  o  individualismo  solitário  foi  uma  conse‐qüência direta disso, por que cada cargo era uma unidade de trabalho isolada e separada  das  demais.  As  pessoas  trabalhavam  fisicamente  juntas,  mas  social‐mente distantes. Hoje, a atividade humana dentro das organizações é eminente‐mente social e integradora. O trabalho é feito em equipe. Equipes, equipes e mais equipes.  O  trabalho  solitário  e  individual  está  sendo  substituído  pelo  trabalho solidário e social. A especialização estreita está sendo substituída pela multifun‐cionalidade e pela polivalência abertas; o comando autocrático dos gerentes ba‐seado na fiscalização e no controle está cedendo lugar à liderança participativa e incentivadora das pessoas; as ordens e instruções, pela orientação e impulso em função  da missão  e  da  visão  organizacional.  Tudo  está mudando  rapidamente dentro  das  organizações  para  fazer  frente  às  novas  demandas  do  mundo  dos negócios  e  da  globalização.  A  competitividade  está  por  trás  disso  tudo. A ARH está agora focada no futuro e no destino, e não mais no passado que já se foi e não volta nunca mais. Pois o futuro será completamente diferente do momento atual e do passado. Precisamos nos preparar urgentemente para o que virá pela frente. É o que as organizações bem‐sucedidas estão fazendo.  E o que fazer com a descrição e análise de cargos? Jogá‐la no lixo ou utilizá‐la de maneira diferente do passado? A resposta é: transformá‐la em eficaz ferramenta para fazer mudan‐ças dos cargos tradicionais em trabalhos conjuntos que envolvam grupos de pes‐soas em contínua interação. É por aí que começa uma revolução silenciosa e que não se percebe, a não ser na maneira pela qual as pessoas se comportam e traba‐lham: da ênfase na execução de tarefas individualizadas para a ênfase nos resul‐tados grupais a serem alcançados a curto, médio e longo prazos. Tudo, sem ne‐nhum barulho ou confusão.  

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CASOS 

Enriquecimento de cargos no Citibank1  

Depois de uma pesquisa juntos a seus clientes, o Citibank passou a mudar significativamente a maneira pela qual os funcionários realizavam seu trabalho. A pesquisa mostrava que o Citi alcançava avaliações muito baixas em “serviços aos clientes”. Após examinar as causas do problema, a direção do banco chegou à conclusão de que seus funcionários não se sentiam importantes. Sentiam‐se in‐satisfeitos  com  seus  cargos  bastante  triviais  criados  pela  decisão  do  banco  de introduzir caixas automáticos. 

Com base na  idéia de que todo mundo pretende sentir‐se  importante, o banco dedicou‐se a realizar mudanças significativas desenhadas para reconhecer a  individualidade  dos  funcionários  e  dos  clientes.  As  principais mudanças  im‐plantad  foas ram: 

1. Fomentar as comunicações entre os departamentos funcionais: ope‐rações, comercialização e serviços. 

2. Descentralizar  as  operações,  para  que  uma  mesma  pessoa  possa manejar uma transação  inteira, desde o momento em que o cliente entra até o momento em que sai do banco. 

3. Pôr os funcionários que realizam as tarefas em contato direto com os clientes e com os computadores. 

4. Perguntar às pessoas que realizam o trabalho o que as aborrecia ou era problemático antes da automatização. 

5. Empreender um considerável programa de capacitação e de educa‐ção para toda a força de trabalho. 

Essas mudanças no desenho dos cargos foram realizadas no período de um ano e acompanhadas de  intensas seções de capacitação para ensinar novas habilidades. Também foi necessário desenvolver novas atitudes entre o pessoal gerencial,  incluindo  a  atitude  de  que  as  opiniões  dos  funcionários  constituem aportes valiosos e desejáveis para a tomada de decisões.  

                                                             1   WALTERS, Roy W. The Citibank project: improving productivity through work design. 

In: KIRKPATRICK,  Donald L.  Ed. . How to manage change effectively. São Francisco: Jossey‐Bass, 1985. p. 195. 

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AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Tudo o que se mede é aquilo que se faz. Avaliar o desempenho é funda‐mental para a melhoria do trabalho, da organização e das pessoas. Este capítulo envolve s s o eguintes itens: 

1. O que é avaliação do desempenho. 

2. Responsabilidade pela  avaliação do  desempenho:  o  gerente,  a  pró‐pria pessoa, a pessoa e o gerente  APO , a equipe de trabalho, o ór‐

valiação 360o.  gão de ARH, a comissão de avaliação, a a

3. Objetivos da avaliação do desempenho. 

4. Benefícios da avaliação do desempenho. 

5. Métodos tradicionais de avaliação do desempenho. Escalas gráficas. Escolha forçada. Pesquisa de campo. Incidentes críticos. Comparação aos pares. Frases descritivas.  

penho. 6. Novas tendências em avaliação do desem

penho. 7. Entrevista de avaliação do desem

8. Autogerenciamento da carreira.  

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TEMAS PARA REFLEXÃO 

O papel das competências1  

Um dos  temas  empresariais mais  importantes  do momento  tem  sido  o crescimento das  receitas das organizações.  Sem esse  crescimento da  receita as organizações são incapazes de investir no futuro e não têm condições de criá‐lo. O crescimento interno vigoroso é o caminho certo. Ele deverá fundamentar‐se na criação de valor. A criação de valor constituirá o critério de avaliação do desem‐penho dos gerentes nas próximas décadas e poderá ser alcançada por três meios distinto a sabs,  er: 

1. Gerenciamento da  defasagem do desempenho:  as  empresas  devem ser avaliadas pela proficiência com que melhoram continuamente o desempenho  em  ampla  variedade  de  dimensões,  como  qualidade, custos,  redução  dos  ciclos  operacionais,  produtividade  e  rentabili‐dade. 

2. Gerenciamento da defasagem na adaptabilidade: as empresas devem ser  avaliadas  pela  maneira  como  se  antecipam  às  mudanças  seto‐riais e iniciam e gerenciam as transformações no setor. Esse proces‐so é totalmente diferente do gerenciamento orientado para a melho‐ria do desempenho em um setor existente ou para ser o melhor do mercado em determinado segmento setorial. 

3. Gerenciamento  da  defasagem  nas  oportunidades:  as  empresas  de‐vem ser avaliadas pela proficiência com que criam novos negócios, desbravam novos mercados, discernem e transmitem novas diretri‐zes  estratégicas.  O  desafio  das  empresas  que  aspiram  à  liderança global é a capacidade de  identificar, criar e explorar oportunidades de  negócios  fundamentalmente  novas,  oportunidades  inexistentes no setor atualmente.  

                                                             1   Baseado em: PRAHALAD, C.K.; FAHEY, Liam; RANDALL, Robert M. Estratégia para o 

crescimento:  o  papel  das  competências  essenciais  na  corporação.  In:  FAHEY,  Liam; RANDALL, Robert M. MBA: Curso prático de estratégia. Rio de Janeiro: Campus, 1999. p. 275‐276. 

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Como as organizações identificam quais são as competências essenciais e quais são aquelas que necessitam de desenvolvimento? Três conjuntos de ques‐tões rev am

QualidadeCustosRedução de ciclosLogísticaQuadro de pessoalProdutividadeSistemas administrativos

Defasagem dedesempenho

Defasagem deadaptabilidade

Defasagem deoportunidades

Reestruturação Reformulação Revitalização

Criação de valor

Seleção do portfóliode produtos

CanaisPreço-desempenhoModelo para novos negócios

Mix

CrescimentoDesenvolvimento de novos negóciosDesenvolvimento de novos mercadosMudança estratégicaAlavancagem de recursos

el  as principais características das competências essenciais: 

1. A competência é uma fonte significativa de diferenciação competiti‐va?  A  competência  gera  valores  e  benefícios  diferenciados  para  os clientes? As competências essenciais manifestam‐se para os clientes por meio dos produtos e seus respectivos atributos? 

2. A competência transcende um único negócio? Ela abrange uma gama de negócios, tanto tradicionais como novos? As competências essen‐ciais  devem  proporcionar  acesso  a  uma  variedade  de  mercados  e produtos? 

3. A  competência  é  de  difícil  imitação  pelos  concorrentes?  É  difícil  o 

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aprendizado de como a empresa faz o que faz? 

Os exemplos das competências essenciais que passam por essas questões abrangem: a miniaturização na Sony, a gestão em rede na AT&T, a amistosidade com o usuário na Apple, a fabricação em grandes volumes na Matsushita.  

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Afinal, o que é competência? Pode‐se formular o conceito de competência do seguinte modo:   

COMPETÊNCIA    TECNOLOGIA × PROCESSO DE GOVERNANÇA × APRENDIZADO COLETIVO  

O  processo  de  competência  refere‐se  à  qualidade  dos  relacionamentos entre pessoas e  funções em uma unidade de negócios ou entre as unidades de negócios de uma organização.    

Fontes de desempenho ineficaz 

Veja a lista de possíveis fontes que provocam ineficiência e ineficácia no desemp que você achar necessárias. enho das pessoas. Faça as inclusões 

Políticas e práticas organizacionais: 

• nte. Socialização organizacional ineficie• Insuficiente treinamento no cargo. • Práticas de recrutamento e seleção inadequadas. • sempenho. Permissividade na aplicação de padrões sobre de• Falta de atenção às necessidades do funcionário. •  Comunicação inadequada dentro da organização.

as quanto à subordinação. • Relações pouco clar

Problemas pessoais:   

• ncionário. Problemas familiares do fu• Preocupações financeiras. • . Problemas emocionais  depressão, ansiedade, medo, estresse• andas do trabalho e demandas da família. Conflito entre dem• Limitações físicas. • io. Falta de esforço do funcionár

Imaturidade do funcionário. •

 

 

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centrais da Kodak: 

Problemas relacionados com o cargo: 

• u pouco claros a respeito do cargo. Requisitos mutáveis o• Monotonia do cargo. • e crescimento. Falta de oportunidades d• Problemas com colegas. • o. Conflitos entre gerência e subordinad• Condições de trabalho inadequadas. • adequado. Equipamento ou material de trabalho in• ar o cargo. Inabilidade para desempenh• Excessiva carga de trabalho. 

des para o cargo. • Falta de habilida

Fatores externos: 

• o da empresa. Competição intensa ou declíni• Restrições legais ou sindicais. • andas do cargo. Conflito entre padrões éticos e dem• Conflito entre empresa e sindicato. 

 

CASOS 

A Eastman Kodak Co.2   

Quando  assumiu  a  presidência  da Eastman Kodak  em 1994, George  Fi‐sher decidiu não somente mudar o desempenho, mas a própria cultura da em‐presa. Fez uma revisão em seu portfólio, vendeu unidades operacionais descen‐tralizadas e adaptou a cultura organizacional para integrar plenamente os cinco valores 

                                                             2   ULRICH,  Dave.  Human  resource  champions.  Cambridge,  Mass.:  Harvard  Business 

School Press, 1997. p. 218‐219. 

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1. Respeito pelo indivíduo. 

 intransigente. 2. Integridade

3. Confiança. 

4. Credibilidade. 

5. Aperfeiçoamento constante e renovação pessoal. 

O esforço para mudar a cultura da empresa voltou‐se também para a de‐finição da estratégia pessoal com a qual todos os gerentes da Kodak se compro‐meteriam  e  pela  qual  se  responsabilizariam.  O  vice‐presidente  sênior  de  RH, Michael Morley, desenvolveu uma estratégia de RH para  toda a  empresa, utili‐zando os seis focos seguintes: 

1. Cultura motivada pelo desempenho: a Kodak será uma empresa na qual os padrões de desempenho e a responsabilidade por seu cum‐primento atravessarão todas as ações e na qual os funcionários esta‐rão sujeitos a conseqüências diferenciadas determinadas por seu de‐se hmpen o. 

2. Competitividade  de  mercado:  a  Kodak  será  líder  não  somente  em produtos e  serviços, mas  também em atração,  retenção,  remunera‐ção e motivação dos funcionários. 

3. Valorização das diferenças:  a Kodak  reconhece a diversidade como imperativo comercial. Todos os funcionários aprenderão não somen‐te a  levar em conta, mas  também a valorizar diferenças de gênero, raça, cultura e outras; em particular, a população dos  fun‐cionários da Kodak refletirá o mercado mundial no qual a empresa opera e as co s  sediadmunidades na quais estão  as suas instalações.  

4. Aprendizado e desenvolvimento constantes:  a Kodak  fornecerá aos funcionários oportunidades para formação e crescimento, um míni‐mo de 40 horas de treinamento por ano por funcionário, e, em troca, ele p ha os se em en rã  no aprendizado e formação constantes. 

5. Liderança de classe mundial: a Kodak ficará conhecida por líderes de classe  mundial  capazes  de  competir  nos  mercados  mundiais  em tra mnsfor ação. 

6. Ambiente: a Kodak continuará a criar um ambiente de trabalho se‐guro e saudável. 

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Esses seis pontos constituíram a base para o trabalho de RH estratégico na Kodak em todos os níveis. Foram definidos e assumidos por todos os executi‐vos da empresa, começando pelo presidente, que  tinha seus próprios objetivos 

r m cada uma dessas áreas.  pessoais para trabalha  e

Johnson & Johnson3  

A  fim  de  proporcionar  uma  perspectiva mais  ampla  à  avaliação  do  de‐sempenho e encorajar o desenvolvimento dos funcionários, a Johnson & Johnson J&J  instituiu um novo sistema de retroação 360o, inicialmente em seu laborató‐rio de tecnologia avançada. O novo sistema incentiva os funcionários a comparar suas  próprias  percepções  com  as  de  outras  pessoas,  como  superiores,  colegas, subordinados e clientes externos. O aspecto mais importante na implementação do sistema foi a escolha das pessoas certas para servirem como avaliadores. Para constituir o grupo de avaliação, os funcionários fazem uma listagem dos princi‐pais clientes internos e externos com quem eles interagem e recomendam de 5 a 10 pessoas para servir como avaliadores. Cada supervisor tem a responsabilida‐de final pela avaliação e deve assegurar boa seleção dos avaliadores. Isso ajuda a prevenir avaliações escamoteadas. 

Após a decisão sobre quem fará a avaliação, os critérios de avaliação pre‐cisam ser claros. O sistema de avaliação 360o da J&J inclui itens que constituem as seguintes responsabilidades de cada funcionário: 

• po normal? Acompanha os problemas, toma decisões e requer um tem• ativas? Comunica claramente suas necessidades e expect• rmação com as outras pessoas? Compartilha info• Ouve os outros? •  suprir suas necessidades futuras? Estabelece planos para• Segue programações? 

 

 

 3   Extraído de: MILIMAN, John F.; ZAWACKI, Robert A.; NORMAN, Carol; POWELL Lyn‐

da;  KIRKSEY,  Jay.  Companies  evaluate  employees  from  all  perspectives.  New  York: Personnel Journal, p. 99‐103, Nov. 1994.  

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Os  avaliadores medem  esses  itens  em  uma  escala  que  varia  desde  um requer melhoria  até cinco  excepcional  e escrevem comentários. O supervisor do funcionário é o responsável por sumarizar os dados e determinar a avaliação final.  Isso  representa  uma  combinação  de  comentários  e  avaliações  dos  vários avaliadores e a própria retroação do supervisor sobre a avaliação do desempe‐nho do  subordinado. Em geral,  os gerentes  incluem um valor médio para  cada item.  

A experiência da companhia mostra que a retroação não é sempre  feita na base de valores numéricos. Toma‐se muito cuidado quando uma avaliação é altamente positiva ou negativa e solicita‐se maior retroação para dirimir ques‐tões ou ambigüidades. Após sumarizar os dados, o supervisor conduz a entrevis‐ta formal de avaliação com o avaliado. Para assegurar imparcialidade, os avalia‐dores  têm  a  opção  de  serem  anônimos  sem  revelar  a  identidade   ou  abertos identificando cada retroação .  

Na realidade, a avaliação 360o representa menos uma ferramenta de ava‐liação e muito mais um sistema compreensivo para melhorar a comunicação e o desempenho e facilitar o autodesenvolvimento das pessoas. 

 

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PARTE V 

SUBSISTEMA DE MANUTENÇÃO DE          RECURSOS HUMANOS 

 A  Parte  V  aborda  os meios  pelos  quais  a  organização mantém  e  retém seus talentos. Certamente, envolve recompensas e punições. A Parte V está cons‐tituída de quatro capítulos: 

Parte V

Subsistema demanutenção

de RH

Recompensas e punições.Administração de salários.Avaliação e classificação de cargos: métodos e fases.Pesquisa salarial. Política salarial. Remuneração variável.

Capítulo 10

Compensação(Administração

de salários)

Capítulo 11

Planos debenefícios sociais

Capítulo 12

Higiene e segurançado trabalho

Capítulo 13

Relaçõestrabalhistas

Origens e tipos de benefícios.Benefícios flexíveis.Custos dos planos de benefícios.Critérios de planejamento.Objetivos dos benefícios sociais.

Higiene do trabalho.Condições ambientais.Segurança do trabalho.Prevenção de acidentes.Estatísticas de acidentes.

Políticas de relações trabalhistas.Sindicalismo.Meios de ação sindical.Meios de ação patronal.Conflitos trabalhistas.Convenção e negociação coletiva.

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COMPENSAÇÃO  ADMINISTRAÇÃO DE SALÁRIOS  

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Remunerar é recompensar e estimular as pessoas por sua contribuição à organiz ãoaç . Este capítulo envolve os seguintes itens: 

1. O caráter multivariado do salário. O salário para as pessoas. O salário para as organizações. O composto salarial. 

2. Conceito de administração de salários. A busca do equilíbrio interno e externo. 

3. Avaliação e classificação de cargos.  

4. Os métodos de avaliação de cargos: escalonamento, categorias prede‐ de fatores e avaliação por pontos. terminadas, comparação

5. Classificação de cargos. 

6. Pesquisa  salarial.  Seleção  dos  cargos  e  das  empresas  participantes. dos dados. Colheita de dados. Tabulação e tratamento 

7. Política salarial. Decorrências dos salários. 

8. Novas abordagens em remuneração. Organizações sem cargos defini‐tivos. Remuneração variável.  

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TEMAS PARA REFLEXÃO 

Reter gente boa vira uma questão de honra1  

Não perder bons funcionários é tarefa importante para qualquer negócio. Mas nos Estados Unidos isso tem ficado mais difícil por causa do baixo nível de desemprego – e  já surgem no país as estrelas da retenção de funcionários. Uma delas é  John Sullivan, ex‐professor de gestão de recursos humanos da Universi‐dade de São Francisco e hoje diretor de talentos da Agilent Technologies. Ele fi‐cou famoso por técnicas inovadoras – como oferecer um bônus para empregados que informam à chefia as ofertas de emprego que receberam. O consultor Beverly Kaye estima que hoje uma em cada dez grandes empresas no país tem uma pes‐soa  dedicada  exclusivamente  à  retenção  de  talentos.  A  razão  é  muito  simples: 

anda tempo. substituir um excelente funcionário custa caro e dem

As mudanças nos sistemas de remuneração   

Os sistemas de remuneração estão passando por mudanças incríveis. Com os  novos modelos  de  organização  do  trabalho  e  estruturas  organizacionais,  as formas tradicionais de remuneração estão tornando‐se anacrônicas e ultrapassa‐das. As velhas e rígidas estruturas tradicionais estão sendo substituídas por tipos mais flexíveis e enxutos de organizações nos quais está aumentando a autonomia das pessoas e equipes. Os cargos  individuais estão sendo substituídos por equi‐pes multifuncionais e autônomas; o trabalho em linha de montagem, por células integradas de produção. Nessa nova situação, o envolvimento e a motivação das pessoas constituem fatores críticos de sucesso.  

O  sistema  de  remuneração  precisa  necessariamente  estar  relacionado com as mudanças organizacionais para manter o princípio de coerência com os novos tempos. Se não houver certo padrão de coerência entre as mudanças orga‐nizacionais e o sistema de recompensas utilizado pela empresa, este pode trans‐formar‐se em sério entrave às mudanças e criar barreiras a sua efetivação. O sis‐tema de remuneração precisa levar em conta vários fatores internos e exter‐nos, entre os quais estão as pressões originadas pelo mercado  condições compe‐titivas,  principalmente   e mudanças na  estrutura organizacional  em  função de 

                                                             1   Extraído  de:  Wall  Street  Journal/O  Estado  de  S.  Paulo,  São  Paulo,  13  set.  2000, 

Caderno de Economia, p. B‐13. 

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reestruturação  e  mudanças  na  organização  do  trabalho,  downsizing  ou  cresci‐mento e fusões e aquisições .  

Modelo de estrutura organizacional e modelo de remuneração decor‐rente 

Para manter‐se viável, o  sistema de remuneração precisa ser constante‐mente atualizado e adaptado às novas circunstâncias. Para tanto, a mudança do sistema precisa concent m q

MODELO DEESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Alternativas como:

• Remuneração variável• Salário indireto• Participação nos lucros• Planos de incentivos

MODELO DE REMUNERAÇÃO

Burocracia rígida e hierárquica Classes salariais hierárquicas

R$

Pontos

Redes orgânicas Remuneração flexível

rar‐se e uatro aspectos principais: 

1. Descrição de cargos tradicional para descrição de cargos modificada: a descrição deve ser acompanhada de uma revisão do cargo para a‐justá‐lo à missão da  função e proporcionar‐lhe  identidade,  foco nos pr s i ame m  fo   n t s v

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oce sos,  relac on nto  co rnecedor e  clie te  in erno ,  alor agregado, produtos e serviços oferecidos.  

2. Avaliação de cargos tradicional para redução do número de cargos: a avaliação de cargos deve servir como diretriz geral de trabalho para 

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ob   pl  e x e  o n ro  a  ter sim icidade  fle ibilidade  reduzir  úme de c rgos pelascategorias de cargos mais genéricas e amplas. 

3. Faixas salariais estreitas para faixas salariais mais amplas: com a re‐dução dos níveis hierárquicos, a  tendência é reduzir as categorias e ampliar  as  faixas  salariais.  As  antigas  amplitudes  ao  redor  de  40% pa mpl s gad   e  150% ar    ssam  para  a itude   alar as  entre  80 ,  p a  propor‐cionar flexibilidade. 

4. Política salarial genérica para política salarial por equipes: os  tradi‐cionais  aumentos  salariais  relacionados  com  a  avaliação  do  desem‐penho individual passam a vincular‐se a equipes e em relação ao al‐cance de metas previamente negociadas. O aumento é dado ao grupo equipe,  área  ou  fábrica   para  premiar  o  esforço  coletivo.  O  grupo pode  definir  percentuais  diferenciados  entre  seus  participantes,  de 

 pessoais.    acordo com suas contribuições

Quais os objetivos da remuneração?  

Cada empresa estabelece seus próprios objetivos para seu sistema de re‐muneração. Veja a comparação entre duas estrelas americanas: a Astra‐Merck e a Hewlett‐Packard. 

Astra‐Merck Hewlett‐Packard

–   Compartilhar  compromisso e  responsa‐bilidade entre as pessoas e incrementar espírito de equipe

–  Ajudar a HP a  continuar a atrair pes‐soas criativas e entusiásticas que con‐tribuam para o seu sucesso

–  Balancear objetivos imediatos e egicos

straté‐ –  Remunerar entre os líderes do mercado

–  Celebrar o desempenho excelente  – Refletir a contribuição sustentada para  própria HPa unidade, divisão e para a

–  Promover justiça e equilíbrio –  Ser aberta e compreensível –  Alcançar simplicidade –  Assegurar tratamento justo às pessoas –    Ser  competitiva  no  mercado:  pagar  ao 

nível do percentil 75 dos concorrentes va  –  Ser  inovadora, competitiva e eqüitati‐

Fonte: MILKOVITCH,  George  T.;  NEWMAN,  Jerry M.  Compensation.  Chicago:  Richard D. Irwin, 1996. 

Page 91: Recursos humanos

  91

Pesquisa salarial  

O jornal O Estado de S. Paulo publica todo domingo no Caderno Classifi‐cados e Empregos o resultado de uma ampla pesquisa salarial com dados coleta‐dos mensalmente pela Arthur Andersen em 100 empresas. Veja a seguir, parte da tabela publicada no jornal, com a  s médias em R$:

Porte da E esa mpr

GeralCargos  Grande Médio Pequeno 

Administrativo:   Diretor Administrativo   Gerente Administrativo 

 Métodos o Materiais 

  Gerente de Organização estraçãais 

  Gerente de Admini  Chefe de Serviços Ger

   Chefe de Compras   Analista O&M Sênior  A sta O  P  nali &M leno

  12.149     5.237      4.366      6.998      2.794      3.956     3.807    2.872

     5.641      7.171      7.386      3.226      4.406     3.950    2.872

   5.575     6.805    2.053    3.631 

     10.907        1.519     3.044      

Recursos Humanos:   Diretor de Recursos Humanos   Gerente de Recursos Humanos 

efí‐  Gerente Administração Salários e Bencios 

istração de Pessoal olvimento 

  Gerente de Admin  Gerente Treinamento e Desenv  Chefe de Pessoal   Chefe Recrutamento e Seleção   Chefe de Treinamento   Analista de Cargos e Salários Sênior 

no ior 

  Analista de Cargos e Salários Ple

   Analista de Cargos e Salários Jún

to Sêniorto Pleno 

  Analista de Treinamenn  Analista de Treiname

  Analista de RH Sênior Analista de RH Pleno A a  RH Jú i r      nalist  de n o Financeiro/Contábil: Di ceiro 

ivo‐Financeiro    retor Finan  Diretor Administrat  Controller 

anceiro   Gerente Financeiro   Gerente Administrativo‐Fin

ento    Gerente Planejam Financeiro/Orçamentário 

stos  Gerente Contábil 

de de Cubrança 

  Gerente de Contabilida  Gerente de Crédito e Co  Gerente de Tesouraria 

  13.313     6.665    

 

   5.813 

   5.532 

     6.091      3.415      3.305      4.005      3.238      2.153      1.381      3.807      2.475      2.935      2.092     1.507

    

   13.630    13.634      9.184      7.010      5.592      7.920      6.654      6.075     5.608    6.881    7.144

  15.542     7.789    

 

   6.492 

   6.545 

     6.576      3.731      3.588      4.100      3.261      2.339      1.410 

      2.525      2.875      2.112     1.443

    

   13.633   13.583     9.330   

   

     8.044      7.222      6.618     5.943    7.906    7.918

   5.989        

3.201       

   2.701    2.926    1.992   1.492

     

 13.410     6.816    5.391  8.372  5.548      

 

      5.879  

        

4.539 

      1.999     

      2.252          

      9.094     

      5.996     

Page 92: Recursos humanos

  92

Continuação  

rna    Gerente de Auditoria Inte

to    Chefe de PlanejamenFinanceiro/Orçamentário 

esouraria rédito e Cobrança 

  Chefe de Thefe de C  C

  Contador 

      Comercial/Marketing  Diretor Comercial   Diretor de Marketing   Gerente Comercial 

das  

  Gerente Nacional de Ven  Gerente de Assistência Técnica  Gerente de Distribuição 

r rtação 

  Gerente de Comércio Exteriotação/Impo

ndas   Gerente de Expor  Gerente Regional de Ve  Gerente de Filial   Gerente de Marketing   Gerente de Produtos 

 Mercado ortação 

  Gerente de Pesquisa de  Chefe de Exportação/Imp  Supervisor de Vendas Supervisor de Marketing Chefe de Rede e Serviços       

mações Sistemas   Diretor de Sistemas de Infor  Gerente de Informática   Gerente de Suporte Técnico Coordenador de Projetos 

c      Chefe de Telepro essamento 

    4.733

   4.516     3.299      3.319      3.644      5.086     3.188

 

     

14.670    16.162       8.375      7.516      8.622      7.250      8.187       6.724      6.411      5.173      7.613      5.745      5.382      3.223      3.009      3.574     3.707

          14.641  

     7.528      6.712     5.087

   4.760     4.143      3.958      4.063 5.176 4.340 

               16.612

 17.016  

       8.473       8.640      7.717      9.371      7.081      6.775      5.101      7.813      5.924      5.727      2.981    3.312    3.332               8.363      6.911     5.776

  4.189   2.685    2.862  3.337 3.434 

         13.723   9.865  6.891          6.213     5.607   7.742  5.396        2.472  3.729             6.983 

 

     

   3.110       2.981      3.306

        

 

  

10.901  

      5.787          

      4.472  

      3.295      3.393

       

       7.375 

Fonte:  O  ESTADO  DE  S.  PAULO,  São  Paulo,  19  nov.  2000,  Caderno  de  Classificados/ pregos, p. Ce‐3. Em

CASOS 

Southern California Edison2 

A Southern California Edison  SCE  passou por uma das maiores mudan‐ças de  sua história quando o governo da Califórnia decidiu que  iria desregula‐mentar   do Estado. O maior desafio da SCE foi au‐me a d s

os serviços de energia elétricantar sua competitividade. Infelizmente, o program e compen ação da com‐

                                                             2   Extraído de: A utility aligns pay with corporate change. Personnel Journal: New York,  

v. 75, no 7, p. 61, July 1996. 

Page 93: Recursos humanos

  93

panhia era adequado para uma situação de monopólio e não para uma organiza‐ção que operasse em um ambiente competitivo. O gerente de remuneração cons‐tatou que  todo o programa de  compensação, benefícios  e  todos os demais pro‐gramas  de  RH  foram  desenhados  para  uma  velha  companhia.  A  SCE  deveria transformar‐se  rapidamente em  termos de estrutura de negócios e  sistemas de apoio para enfrentar as mudanças. O sistema de remuneração deveria apoiar os novos objetivos que a organização deveria alcançar. 

A primeira mudança feita em 1996 foi a introdução do Programa de Inte‐gração de Compensação  PIC . Parte do PIC foi a eliminação do tradicional siste‐ma de classes e de faixas salariais, com 3.200 títulos de cargos. Em seu lugar fo‐ram recolocados somente 170 títulos de cargos organizados em bandas salariais alargadas com grande  flexibilidade. A amplitude de cada banda passou a ser de 250%. 

Outra estratégia de compensação foi o início do programa de gainsharing, denominado Results Sharing. Foi reservado 5% da folha de pagamento para que os empregados pudessem ganhar mais de 10% de seus salários anuais em função de reduções de custos ou economias efetuadas. No primeiro ano, o programa de Results Sharing gerou 96 milhões de dólares de economia contra um pagamento 

i nários.  ao redor de 60 milhões de incentivos aos func o

Medidas de satisfação do cliente  MSC 3 

Uma das principais medidas do sucesso organizacional reside na satisfa‐ção do consumidor. Está havendo um crescente interesse na utilização de medi‐das de  satisfação do  cliente  MSC   como base para avaliação do desempenho e recompensas  salariais  aos  funcionários.  A  Walker  Information  fez  um  estudo sobre seis vencedores do Malcolm Baldrige National Quality Award que envolvia a Federal Express, Xerox, American Telephone and Telegraph  AT&T ,   Network Systems, Granite Rock,  IBM Rochester e AT&T Universal Card. Todas essas em‐presas utilizam o processo de CSM como base para a remuneração de seu pessoal devido aos seguintes aspectos: 

 

 

 

                                                             3   Adaptado de: YAKOVAC, Michelle A. Paying for satisfaction. HRFocus. San Francisco, v. 

73, no 3, p. 10‐11, June 1996.  

Page 94: Recursos humanos

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1. Para demonstrar um profundo compromisso com o cliente. 

mpromissados com o cliente. 2. Para tornar os funcionários co

3. Para incrementar a mudança. 

Provavelmente, a principal razão para estabelecer o MSC é o foco dos fun‐cionários sobre o mais importante objetivo de todos, que é o de dar total atenção a  toda e qualquer  interação com o cliente. Enquanto as organizações utilizam o CSM como sistema de  recompensa em uma variedade de meios, o processo ge‐ralmente segue o seguinte formato: 

• A organização coleta e pesquisa dados que identificam os principais fa‐tores  relacionados  com a  satisfação do  cliente.  Ela  conduz  a  pesquisa entre os clientes para quantificar os níveis de desempenho atual da or‐ganização naquelas áreas. 

• A organização estabelece objetivos futuros para o CSM. Esses objetivos identificam as áreas de melhoria, os níveis de melhoria esperados e o período de tempo para o alcance do objetivo. As metas são determina‐das – por exemplo, melhorar o índice de qualidade do produto percebi‐da pelo cliente em dois pontos de percentagem ao ano ou então estabe‐lecer melhorias contínuas para cada trimestre. 

• Os  objetivos  de  CSM  são  vinculados  ao  pagamento  de  incentivo,  com base entre 10 e 100% do bônus potencial total de um empregado pelo alcance dos objetivos. 

• A  organização  comunica  os  objetivos  aos  empregados  e  desenvolve planos de ação de suporte e apoio. Esses planos determinam como os participantes deverão alcançar os objetivos. 

• Ao fim de cada período, a organização pesquisa os clientes para reava‐liar seu desempenho nas áreas de objetivos. Ela então incorpora os re‐sultados às avaliações de desempenho, dando aos funcionários uma vi‐são objetiva de como seu trabalho afeta os clientes. O benefício de um programa de CSM é reposicionar o processo tradicionalmente “soft” u‐sado para a medida da satisfação do cliente com resultados quantifica‐dos. O ciclo continua com a determinação de novos objetivos de CSM. 

Page 95: Recursos humanos

  95

PLANOS DE BENEFÍCIOS SOCIAIS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Os benefícios fazem parte da remuneração indireta que a organização o‐ferece a seus participantes e visam facilitar a vida das pessoas e da organização. Este cap uloít  envolve os seguintes itens: 

ícios sociais. 1. Origens dos planos de benef

ociais. 2. Tipos de benefícios s

3. Benefícios flexíveis. 

4. Custos dos planos de benefícios. 

 benefícios e serviços sociais. 5. Critérios para o planejamento dos

6. Objetivos do plano de benefícios. 

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Como selecionar as melhores opções de benefícios? 

Algumas empresas são agressivas e preferem oferecer opções e vantagens maximizadas  a  seus  funcionários.  São  as  empresas  “amigáveis”  em  termos  de benefícios e serviços sociais. Outras não podem conceder tudo para seus funcio‐nários, mas podem dar alguma coisa que seja razoável. O importante é saber an‐tecipadamente qual o custo dos benefícios e mantê‐los sobre controle em termos de orçamentos de despesas.  

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Para substituir um antigo e tradicional plano de seguridade social de be‐nefícios definidos para seus funcionários por algo novo, a empresa precisa abor‐dar questões como: 

• Qual a percentagem do salário que os funcionários querem investir: 3, fica  ente?4, 5, 6 ou 7%? Quanto isso signi em moeda corr  

• Com  quanto  pode  a  empresa  contribuir  para  o  plano?  50%,  100%, 200% das contribuições dos  funcionários? Quanto  isso representa em moeda corrente? 

• Como poderia ser o mix de investimentos? Somente títulos públicos ou ações ou alguma combinação de alternativas de investimentos? 

•  Qual a freqüência das contribuições dos funcionários? Mensal ou anual?• Em caso de possíveis mudanças, quem deve assumir os custos? Os fun‐cionários ou a empresa? 

Que outras considerações básicas você incluiria para compor um plano de s? benefício

CASOS 

Comet RSVP investe para reter seus cérebros1  

Imagine uma empresa em que os empregados não precisam cumprir ho‐rário, mas as metas estabelecidas, que oferece ações a sociedade a preços de ba‐nana  aos  funcionários  e  que,  para  completar,  põe  à  disposição  deles  toda  uma estrutura  de  lazer  que  pode  ser  usada  a  qualquer  hora  do  dia  ou  da  noite,  em qualquer dia da semana, sempre que alguém achar que precisa relaxar das ten‐sões de uma agenda mais apertada. Você pode achar que esse perfil é algo real só nas empresas do vale do Silício, meca  tecnológica norte‐americana,  em que um grupo seleto de geniozinhos é coberto de mordomias para elocubrar com o má‐ximo de  conforto  sobre  os detalhes  de  algum projeto que  vai  resultar  em mais alguns bilhões de dólares para os cofres do investidor de plantão.  

 1   Extraído de: PASTOR, Luiza. Comet RSVP investe para reter cérebros. O Estado de S

Paulo, São Paulo, 2 maio 2000, Seção Economia, p. B‐6.    . 

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ária, assídua usuária da área de lazer.  

Entretanto, não é só de piscina e soneca que se  faz a diferença. A Comet RSVP assegura vantagens financeiras aos funcionários,  inspirada no exemplo de Steve Jobs, o lendário criador da Apple Computers, que paga os piores salários do setor, mas  oferece  uma qualidade de  vida  que muitos  não  largam por  dinheiro 

Na prática,  essa  descrição  é  exatamente  a  de  uma  empresa  brasileira,  a Comet RSVP, especializada em e‐transformation. O negócio da Comet RSVP – esse tal de e‐transformation – consiste em pegar empresas da economia tradi‐cional e transformá‐las em “ponto.com”. A nova economia, grande paixão do mundo dos negócios nos últimos  tempos, exige  toda uma revisão dos sistemas e da  lingua‐gem  tradicionais,  nem  sempre  bem‐sucedida.  “Muita  gente  acredita  que,  para virar ponto.com, só precisa encomendar um site para sua agência de propaganda, criar uma home‐page bonitinha e esperar pelas vendas”, diz o presidente da Co‐met RSVP.  Só que não  é  tão  simples  assim, pois  esse  é um meio  cada  vez mais disputado e, por isso, exige uma solução completa, integrada, na qual se conside‐re o tripé estratégia, tecnologia e marketing simultaneamente. Com essa consta‐tação, a Comet associou‐se à RSVP, especializada em marketing direto. A estrutu‐ra atual alia a rigidez necessária dos técnicos à criatividade dos marqueteiros. Só faltava mesmo descobrir  como  garantir  que  seus  cérebros  não  voassem para  a concorrência bem no meio de um projeto. E foi aí que o presidente resolveu en‐louquecer seu pessoal de RH com a teoria da liberdade com responsabilidade. 

Somente uma empresa do “e‐universo” poderia conceber esse conceito – e  ele  só  vale para  uma parte dos  funcionários que  trabalha diretamente  com o desenvolvimento de soluções e criação, sem incluir o pessoal das áreas adminis‐trativas. É difícil lidar com a legislação trabalhista, que exige horário fixo, com um grupo só. “Com a explosão da demanda por soluções para Internet, nosso merca‐do está superaquecido e precisamos sempre criar vantagens que façam o funcio‐nário querer ficar quando é sondado por outra empresa”, diz ele. Por outro lado, ele admite que seria impossível gerir uma empresa na qual a telefonista e o mo‐torista resolvessem fazer seus próprios horários. Foi devido ao constante assédio do mercado  aos  funcionários  desse  batalhão  de  “e‐elite”  que  resolveu  adotar  o modelo já freqüente entre os prestadores de serviço do chamado Primeiro Mun‐do. Ainda mais depois que a Comet tornou‐se parceira da norte‐americana Mach‐FIRST,  maior  empresa  mundial  de  e‐transformation,  que  já  trabalha  com  esse conceito  em outros países.  “Incentivamos o  intercâmbio entre nossos  funcioná‐rios e os dos demais países”, conta ele. Agora, é comum encontrar um grupo de funcionários desfrutando a piscina da empresa às 11 horas de uma quinta‐feira e retornar ao trabalho. “Eu sinto que meu trabalho rende mais, sabendo que posso parar, dar um mergulho, ou descansar depois do almoço, sem que me cobrem o tempo perdido”, diz uma funcion

Page 98: Recursos humanos

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nenhum. Foi da Microsoft, porém, que a Comet RSVP tirou o modelo que adotou. Quando o funcionário ingressa na empresa, recebe a opção de daí a um ano com‐prar ações pelo valor da data de admissão. A cada ano, o número de ações aumen‐ta. Se ele quiser vender suas ações a qualquer momento, pode fazê‐lo e, depois, adquirir volume equivalente ao vendido pelo valor do dia dessa  recompra.  Isso incentiva a permanência dos membros da equipe. “Creio que se a empresa tiver os  resultados  esperados,  vai  acontecer  como  na Microsoft,  onde  o  funcionário, mesmo com uma boa oferta de emprego, acaba preferindo ficar ao fazer as contas de quan dto vai  eixar de poder comprar a preço de ocasião”, diz o presidente.  

Nossa  legislação  trabalhista  até  permite  certa  flexibilidade  de  horários. Um acordo desse  tipo exige  certos  cuidados da empresa.  Embora a  lei  defina o número  de  horas  trabalhadas  a  jornada   para  as  diferentes  atividades  profis‐sionais,  pode‐se  negociar  a  forma  como  elas  serão  cumpridas.  A  flexibilização deve ser explícita, constando no contrato qual é a jornada e que ela será cumpri‐da em regime flexível, sem horário fixo. 

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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

As organizações precisam oferecer certas condições ambientais de traba‐lho para que as pessoas possam sentir‐se seguras e produtivas. Este capítulo en‐volve os eg s uintes itens: 

1. Higiene do trabalho. Objetivos e fundamentos. 

í2. Condições ambientais de trabalho. Iluminação. Ru do. Temperatura. 

3. Segurança  do  trabalho.  Prevenção  de  acidentes.  Estatísticas  de  aci‐dentes. Identificação das causas dos acidentes. Custo direto e indireto 

de roubos e de incêndios. dos acidentes. Prevenção 

4. Administração de riscos.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Graus de invalidez: quanto vale cada parte de seu corpo? 

Há uma tabela  internacional sobre a questão de acidentes com invalidez permanente total e invalidez permanente parcial e que é válida também para os seguros de acidentes pessoais. Veja a seguir: 

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Invalidez Permanente Total% sobre a           

importância segu‐rada: 

Perda total:   da visão de ambos os olhos  100 do uso de ambos os membros superiores 100 do uso de ambos os membros inferiores 100 do uso de ambas as mãos  100 do uso de um membro s pu erior e um inferior 100 do uso de uma das mãos e um dos pés 100 do uso de ambos os   pés  100 alienação mental total incurável 100 

Membros superiores:     perda total do uso de um dos membros superiores 70 perda total do uso de uma das mãos 60 fratura não consolidada de um dos úmeros 50 fratura não consolidada de um dos segmentos rádio‐ulnares 30 anquilose total de um dos ombros 25 anquilose total de um dos cotovelos 25 anquilose total de um dos punhos 20 perda total do uso de um dos polegares, inclusive o metacarpiano 25 perda total do uso de um dos polegares, exclusive o metacarpiano 18 perda total do uso da falange distal do polegar 9 perda total do uso de um dos dedos indicadores 15 perda total do uso de um dos dedos mínimos ou um dos dedos médios 12 perda total do uso de um dos dedos anulares 9 perda total do uso de qualquer falange, excluídas as do polegar: indenização  equivalente a 1/3 do valor do respectivo dedo

 

Membros inferiores:   perda total do uso de um dos membros inferiores 70 perda total do uso de um dos pés 50 fratura não consolidada de um fêmur 50 fratura não consolidada de um dos segmentos tíbio‐peroneiros 25 fratura não consolidada da rótula 20 fratura não consolidada de um pé 20 anquilose total de um dos joelhos 20 anquilose total de um dos tornozelos 20 anquilose total d  um qe uadril  20 perda parcial de um dos pés, isto é, perda de todos os dedos e de uma parte do mesmo pé  25 amputação do 1o  dedo  10 amputação de qualquer outro dedo 3 perda total do uso de uma falange do 1o de

te a 1/3 do respedo: indenização equivalente a 1/2 e dos ctivo dedodemais dedos, equivalen

 

En mbros inferiores:curtamento de um dos me  de 5 centímetros ou mais  15 de 4 centímetros  10 de 3 ce sntímetro   6 menos de 3 centímetros: sem indenização  

Diversas:     perda total da visão de um olho 30 perda total da visão de um olho quando o segurado já não tiver a outra vista  70 surdez total incurável de ambos os ouvidos 40 surdez total incurável de um dos ouvidos 20 mudez incurável  50 fratura não consolidada do maxilar inferior 20 imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral 20 imobilidade do segmento tóraco‐lombo‐sacro da coluna vertebral 25 

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Dicas p raa  implantar um programa de bem‐estar na empresa1 

 1. Conduza um levantamento de riscos de saúde dos funcionários.

2. Determine onde se gasta mais dinheiro com cuidados médicos. 

3. Inclua membros da família e aposentados no programa de instrução sobre saúde. 

4. Proporcione assessoria nutricial por meio de uma dietista profissio‐nal. 

5. Inclua opções de baixa caloria e nutrientes adequados entre as ofer‐s automáticas. tas nos restaurantes, quiosques e máquina

6. Elimine o fumar do ambiente de trabalho. 

7. Negocie descontos  em clubes de  atletismo e  fitness  centers para os funcionários. 

8. Implante um jornal ou semanário sobre saúde e bem‐estar físico. 

9. Focalize a redução de um ou mais fatores de alto risco de saúde entre os funcionários. 

Dicas para reduzir o estresse no trabalho2 

Ao avaliar o nível de estresse no  trabalho, a Northwestern National Life Insuran  pace ssou a dar as seguintes dicas às empresas: 

1. Permitir que todos os empregados conversem livremente. Os empre‐gados prosperam em um ambiente em que possam consultar os cole‐gas sobre assuntos de trabalho e aliviar as tensões com humor. 

2. Reduzir os conflitos pessoais no trabalho. Os empregados devem re‐solver seus conflitos por comunicação aberta, negociações e respeito mútuo.  Duas  questões  básicas:  tratar  os  empregados  com  justiça  e definir com clareza as expectativas da função.  

3. Delegar aos empregados um controle adequado sobre suas  funções. Os empregados  têm mais orgulho, são mais produtivos e  lidam me‐

                                                             1 P i lth p oti rogram     Adaptado de: WITTING,  ámela.  Start ng a hea   rom on p . Occupational

Health Hazards, New York, 58, no 4, p. 53, Apr. 1996.2   MILKOVICH,  George  T.;  BOUDREAU,  John  W.  Human resource  management.  New 

York: Richard D. Irwin, 1994. p. 729. 

  

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u tro linhas buscam proteger os funcionários de acidentes ocupacionais.                                                             

lhor com as  tensões, se possuírem algum controle e  flexibilidade na realização de suas atividades. 

4. Assegurar um quadro de pessoal adequado e um orçamento de des‐pesas  apropriado.  Muitas  empresas  estão  enfrentando  a  realidade econômica de orçamentos menores, mas um novo projeto pode não ser bem‐sucedido, se não houver pessoal e recursos suficientes. 

5. Falar abertamente com os empregados. A administração deve mantê‐los  informados sobre as boas e as más notícias e deve dar  aos  em‐pregados a oportunidade de manifestar suas opiniões e idéias. 

6. Apoiar os esforços dos empregados. Perguntando regularmente pelo andamento de seu  trabalho, escutando suas  idéias e enfrentando as questões que surgem reduz‐se significativamente o nível de estresse. 

7. Oferecer benefícios competitivos. Os empregados que têm tempo pa‐ra relaxar e se refazer depois de um trabalho duro têm menos proba‐bilidade de desenvolver doenças relacionadas com estresse. 

8. Manter os níveis atuais de benefícios aos empregados. Os cortes nas pensões, assistência médica, férias remuneradas e licenças de saúde levam  o  empregado  ao  estresse.  Os  empregadores  precisam  fazer uma análise de custo/benefício dessas economias. 

9. Reduzir a burocracia. Os empregadores podem diminuir o perigo do estresse  assegurando  que  seus  empregados  não  estão  perdendo tempo com burocracia e procedimentos desnecessários. 

10. Reconhecer o mérito e recompensar os empregados. Um tapinha nas costas, um elogio em público, um aumento salarial ou um bônus por uma realização ou contribuição pode render grandes dividendos em 

 e maior produtividade.  moral mais alto do empregado

Faltou alguma coisa? Pense nisso. 

O programa de quatro pontos de saúde e segurança para pequenas empresas3 

O Programa de Ambiente de Trabalho de Quatro Pontos da Occupational Safety  and  Health  Administration  OSHA   é  baseado  em  linhas  básicas  para  a adminis a  do  trabalho.  Embora  voluntárias,  essas q a

tração  da  higiene  e  seguranç

 3   OSHA – Occupational Safety and Health Administration, USA Department of Labor. 

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Ponto 1: obter compromisso da administração e envolvimento dos funcionários  

As  atitudes  dos  dirigentes  e  gerentes  quanto  à  higiene  e  segurança  no trabalho refletem‐se no comportamento dos funcionários. Demonstrar a firmeza de compromisso da empresa ajuda o envolvimento dos funcionários em todos os esf e rorços d  segu ança. 

Ponto 2: fazer análise do local de trabalho 

A análise do local de trabalho combina um grupo de processos que ajuda os gerentes a conhecer o que é necessário para assegurar higiene e segurança no trabalho.  

Ponto 3: proceder à prevenção e controle de acidentes 

Estabelecer procedimentos e políticas de trabalho seguro e baseadas nas análises  dos  acidentes  previamente  identificados.  Rapidez  nas  providências  re‐força as regras para trabalho seguro por meio de uma compreensão clara e justa do sistema de disciplina. 

Ponto 4: treinar gerentes, supervisores e funcionários 

Para que um dirigente ou gerente possa assegurar que todos os funcioná‐rios conheçam os equipamentos e materiais perigosos com que trabalham e sai‐bam como controlar acidentes. Um programa de prevenção de acidentes requer desempenho de cada pessoa em seu local de trabalho. 

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 Cisco, porém, é conduzida p                                                            

CASOS 

Você já  a as4ouviu falar de e.org? A Cisco é um  del  

Segundo  a  pesquisa  anual  da  revista  Fortune,  a  Cisco  Systems  Inc.  é  a quarta empresa mais admirada nos Estados Unidos e a terceira melhor empresa para trabalhar naquele país. É uma das organizações mais valiosas do mundo. Seu fabuloso crescimento é realizado por meio de uma forte estratégia de aquisição de outras empresas. Todavia, mais do que isso, a Cisco é o perfeito paradigma de uma e.org. Em uma época de e‐businesses, e‐commerce, e‐service estão surgindo as e‐organizations. A Cisco faz atualmente mais negócios on‐line do que qualquer outra empresa do mundo, com uma média de vendas eletrônicas ao redor de US$ 20 milhões por dia. É a líder do mercado de equipamentos de redes de negócios‐para‐negócios  business‐business networks  e representa o estágio mais avança‐do de empresa em formato de rede virtual. Ela segue um modelo de negócio em que as soluções são providas por um ecossistema de parceiros pela Internet. Qual a razão? Devido à velocidade requerida pelos mercados, não se pode mais  ficar escolhendo a tecnologia e atrasar as soluções. O tempo é um fator valioso. E como fun u  Bast er como funciona a Cisco. ciona  ma e.org? a v

Estrutura organizacional 

A Cisco mantém uma forte e imensa cadeia de parceiros estratégicos e sis‐temas de integração com fornecedores, contratantes e montadores. Essa rede de alianças proporciona uma estrutura flexível e e‐estendida que lhe permite apro‐veitar rapidamente novas oportunidades de mercado e seguir na  frente das ou‐tras empresas. Ela utiliza suas  funções externas e  terceirizadas,  incluindo parte de sua manufatura, para impulsionar seus inovadores recursos humanos e depar‐tamentos de tecnologia da informação, como serviços compartilhados para o be‐nef todas as suas unidades de negócios.  ício de 

Liderança 

John Chambers, o presidente da empresa, mostra ser um líder forte e visi‐onário. A or mais do que uma simples pessoa. Ela é 

 4   Apoiado em: NEILSON, Gary L.; PASTERNACK, Bruce A.; VISCIO, Albert  J. Up  the  E  

Organization!:  a  seven‐dimensional  model  for  the  centerless  enterprise.  Strategy  & Business, New York, First Quarter 2000, Issue 18, p. 52‐61. 

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uma liderança de lideranças. A companhia fez mais de 40 aquisições em sua curta história  e  muitas  empresas  adquiridas  funcionam  como  unidades  de  negócios autônomas. Ela não  impõe uma nova  liderança para aquelas unidades de negó‐cios: os gerentes das companhias compradas têm total independência para tocar suas  próprias  unidades  de  negócios.  A  alta  direção  é  constituída  de  executivos vindos  de  companhias  adquiridas.  São  administradores  empreendedores,  cujas hab ança são valorizadas em todos os níveis. ilidades de lider

Pessoas & Cultura 

A  cultura  organizacional  da  Cisco  é  típica  de  uma  e.org  e  impulsiona  a busca de talento de todas as maneiras possíveis. O empowerment é fundamental. A Cisco recruta pessoas que a companhia chama de job seekers “passivos” – pes‐soas  que  não  estão  procurando  ativamente  um  novo  emprego.  A  companhia  é uma recrutadora que  inova no competitivo mercado do vale do Silício. Sua web page é capaz de conectar um candidato potencial com o funcionário que trabalha no mesmo tipo de posição na empresa. Esse  funcionário voluntário  “amigo” – e não um recrutador treinado e especializado –  fala sobre sua vida na empresa, e essa visão interna da companhia é uma importante ferramenta de recrutamento, que  também dá aos  funcionários voz no contínuo crescimento da companhia. A habilidade dos Recursos Humanos da Cisco estende‐se à cultura eminentemente participativa da organização e a sua capacidade de reter talentos. O resultado? A rotatividade é baixa, 6,7% anualmente, em comparação com a média da indústria, que é de 18%. E a rotatividade do pessoal das companhias adquiridas também é baixa  –  justamente  2,1%,  quando  comparada  com  a média  de mais  de  20%.  A Cisco tem 16.144 funcionários nos Estados Unidos e mais 4.233 fora desse país. Produtividade? Elevadíssima! 

Coerência 

A Cisco é quase religiosa no que tange ao foco no cliente, e esse foco vai bater diretamente no topo da empresa. Seus dirigentes  têm seus bônus relacio‐nados com os índices de satisfação dos clientes, e a companhia não poupa dinhei‐ro no desenvolvimento de seus serviços on‐line e modelos de apoio para propor‐cionar aos clientes ampla gama de produtos de hardware, bem como software e serviços relacionados. O  foco no cliente permeia  toda a organização – mesmo o departamento de engenharia, um setor tradicionalmente pouco ligado com a ori‐entação para o cliente. 

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Gestão do conhecimento 

A média de horas dedicadas anualmente ao treinamento é de 80, além de proporcionar incríveis soluções por meio do e‐learning. A Cisco alavanca a Inter‐net para otimizar todos os passos de sua cadeia de valor, desde as vendas ao pro‐cessamento do pedido do cliente até a manufatura. A maneira como ela interliga todos os seus parceiros de negócios com o conhecimento compartilhado é basea‐da  em  sistemas na Web,  que permitem que os  fornecedores  falem diretamente com a manufatura, e sistemas de despacho com acesso em tempo real à informa‐ção logística do produto e ao fluxo do pedido. A empresa compartilha previsões de demanda, capital  intelectual,  ferramentas de comunicação eletrônica e metas de volume. O resultado? Os processos de produção dos fornecedores são dinami‐camente  sintonizados  com  as  demandas  dos  clientes.  O  compartilhamento  do conhecimento  vai muito mais  além,  proporcionando  serviço  e  apoio  on‐line  ao cliente  final.  70%  do  apoio  técnico  é  oferecido  eletronicamente,  gerando  uma média  de  serviço  ao  cliente  de  4   em uma  escala  de  5.  Ela  economizou muito dinheiro  com  essa migração  on‐line  –  uma  estimativa  de US$  500 milhões  por ano  na  melhoria  dos  canais  de  suprimento,  apoio  técnico  on‐line,  software  de distribuição via downloads e outros processos proporcionados pela Internet.  

Alianças 

Não é apenas  conhecimento que a Cisco distribui eletronicamente a  sua rede de parceiros. A aliança com os parceiros é um componente integral da capa‐cidade  da  companhia  em  servir  os  clientes,  e  a  Cisco  os  trata  como parte  inte‐grante da empresa. Metade dos pedidos dos clientes vem por site na Web e é ele‐tronicamente  dirigido para  o  fornecedor,  que  os  despacha diretamente  ao  con‐sumidor. 

Direção 

A capacidade de crescer, ao mesmo tempo que permite que a administra‐ção das unidades de negócios seja autônoma, proporcionando uma estreita alian‐ça com parceiros, constitui o resultado das políticas internas e externas da dire‐ção. Esse aspecto é ilustrado pela capacidade da Cisco de adquirir outras empre‐sas. A  companhia  é  conhecida por  seu  rápido processo de aquisições  e por  sua habilidade em integrar suas aquisições rapidamente na família Cisco. A equipe de integração conduz o processo de aquisição como se fora uma verdadeira ciência.  

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Enfim, a Cisco oferece soluções de negócios como uma empresa totalmen‐te baseada n t, a partir de coisas como: 

r

a Interne

• meE‐com ce; •  care;Customer  • n Management; 

ionSupply Chai

• timization; 

Workforce Op• Web Fo tunda

g• E‐Learnin ; 

Ela  constitui  um  perfeito  exemplo  de  e.org.  Faça  uma  visita  ao www.cisco.com e tire suas próprias conclusões.      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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RELAÇÕES TRABALHISTAS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Um bom ambiente de trabalho requer um adequado programa de relacio‐namento entre a organização e seus membros, bem como com os representantes de seus em m bros. Este capítulo inclui: 

1. Políticas  de  relações  trabalhistas.  Política  paternalista,  autocrática, de reciprocidade e participativa. 

2. O sindicalismo. Meios de ação sindical. Greve. Formas ilícitas de pres‐são sindical. 

3. Meios de ação patronal. Locaute e lista negra. 

4. Representação dos trabalhadores na organização. 

5. Conflitos  trabalhistas.  Condições  que  predispõem  ao  conflito  e  que nflito. desencadeiam o conflito. Resultados do co

6. Convenção coletiva. Negociação coletiva.  

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TEMAS PARA REFLEXÃO 

Projetando organizações eficazes1  

À medida que ocorre a diferenciação de atividades em uma organização, mais necessários se tornam os mecanismos de integração para coordenar as dife‐rentes atividades. Cada situação exige uma solução adequada a suas característi‐cas  e  circunstâncias.  Quatro  etapas  são  necessárias  para  a  escolha  do  modelo mais adequado: 

1. Identificar  as  atividades‐chaves  da  empresa,  suas  diferenças  e  suas interdependências. Isso implica examinar os principais fatores de su‐cesso, o ambiente externo, a tecnologia e a estratégia da organização. Quais são as características importantes das atividades e as interde‐pendências? O que é crucial para o sucesso futuro? Como essas variá‐veis mudam ao longo do tempo? Tal análise profunda consome tem‐po, mas o projeto de uma organização que não considerar essas vari‐áveis pode levar a que o novo projeto não se ajuste à futura situação competitiva. 

2. Examinar  o  quadro  de  pessoal  atual,  suas  características  e  seus  ar‐ranjos formais e informais. Lembre‐se: comportamentos e interações que não estão definidos no organograma da organização sempre apa‐recem. Como os gerentes têm que trabalhar com as interações, ativi‐dades  e  atitudes  tanto  existentes  quanto  emergentes,  é  importante reconhecer essas características e estar preparado para lidar com e‐las. 

3. Avalie os elementos formais  estrutura, aferições, retribuições, recru‐tamento e desenvolvimento  e  como eles  se encaixam nos negócios da empresa  ou unidade . Sua avaliação do grau de ajustamento en‐tre esses componentes o ajudará a analisar as causas dos problemas organizacionais e suas possíveis soluções. Lembre‐se de que proble‐mas organizacionais podem ser o resultado de quaisquer desajustes que venham a ocorrer. 

 1   Extraído  de:  SCHLESINGER,  Phyllis  F.;  SCHLESINGER,  Leonard  A.  Projetando 

organizações eficazes. In: COHEN, Allan R. MBA: curso prático de administração. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. p. 221‐222. 

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4. Finalmente,  identifique arranjos alternativos que possam solucionar os  problemas  identificados  na  etapa  anterior  para  desenvolver  o maior número possível de arranjos alternativos e avaliar os níveis de ajustamento em seus novos projetos. Essa etapa exige uma profunda análise da organização  formal  e  informal  que possa  resultar de  seu novo projeto. É  crucial que  se  avalie o ajustamento antes de  imple‐mentar quaisquer  alterações.  Embora  essa  etapa  exija  tempo e  seja difícil, ela permite escolher o projeto que melhor se encaixa na situa‐ção.  

Você sabe o que é endomarketing? 

O marketing está orientado para o cliente externo, aquele que compra os produtos ou serviços da empresa, no sentido de fazer sua cabeça. Não foi muito difícil alguém imaginar: e por que não utilizar os princípios e práticas de marke‐ting  para  fazer  a  cabeça  dos  funcionários?  Assim  surgiu  o  endomarketing  ou marketing  interno. O  funcionário  como um cliente  interno. Não  apenas,  porém, para  comprar  os  produtos  ou  serviços,  mas,  principalmente,  para  melhorar  a imagem da companhia, prestar informações sobre as ações e filosofias da empre‐sa,  motivar  os  funcionários,  aumentar  a  colaboração,  enfim,  melhorar  e  incre‐mentar o relacionamento entre a organização e seus membros. Por que eles po‐dem ajudar a transmitir uma imagem melhor da organização na comunidade on‐de vivem? Com o endomarketing, o funcionário passa a ser o foco principal. Como 

saria em desenvolver ações de endomarketing em sua empresa? você pen

CASOS 

Xerox do Brasil2 e 3 

A Xerox do Brasil é uma subsidiária da Xerox Corporation. Possui 6.500 empregados distribuídos em 55 filiais e escritórios regionais, quatro fábricas e 

                                                             2 a te de

id e

   Extraído  de:  ORLICKAS,  Elizend .  Consultoria  in rna    recursos  humanos.  São Paulo: Makron Books, 1998. p. 112‐114. 

3   MOURA,  José  A.  Marcondes  de.  Os  frutos  da  qual ad :  a  experiência  da  Xerox  do Brasil. São Paulo: Makron Books, 1994. 

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3. A ética, o respeito, a confiança e a respon

4. Utilizamos ao máximo nossos talentos. 

um centro de desenvolvimento de software. Em 1993, recebeu o Prêmio Nacional de Qualidade  PNQ  e o Prêmio da Associação Brasileira de Recursos Humanos ABRH  como a melhor empresa do ano.  

A Xerox é uma companhia de qualidade. Qualidade é o princípio de negó‐cio  para  a  Xerox. Qualidade  significa  servir  nossos  clientes  internos  e  externos com produtos e serviços inovadores que satisfaçam inteiramente a seus requeri‐mentos  . Melhoria de qualidade é tarefa de todos os empregados da          Xerox. 

A  área de RH  tem um RH Corporativo que  é  constituído por  centros de competência de RH, cada qual com seus produtos, serviços e soluções e que são considerados como core business de RH e que oferecem indicativos para toda a empresa: 

• na. Educação, Seleção e Comunicação Inter• Satisfação e Motivação de Empregado. • Relações Trabalhistas e Previdência Privada. 

Existem 15 profissionais de RH que atuam como consultores internos de maneira multifuncional e estratégica. Seu foco é o cliente interno. O estilo de atu‐ação da ero er:  X x visa assegurar seis valores básicos, a sab

1. Nosso sucesso vem de clientes satisfeitos. 

2. Nossa aspiração é fornecer qualidade e excelência em tudo o que fa‐zemos. 

3. Produzimos a rentabilidade esperada por nossos acionistas. 

erança no mercado. 4. Utilizamos a tecnologia para assegurar a lid

5. Cada um de nós é importante e valorizado. 

6. Assumimos nossas responsabilidades sociais. 

Para tanto, a Xerox constrói uma relação de parceria com seus emprega‐dos, fundamentada no atendimento de expectativas mútuas. Para que isso acon‐teça, alg ns u pontos são fundamentais: 

1. Nosso  relacionamento  é  fundamentado no  alcance dos objetivos do rofissional de cada um. negócio e dos objetivos de vida p

2. Temos a mesma visão de futuro. 

sabilidade são primordiais. 

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5. O  desenvolvimento  de  competências  profissionais  é  vital  para  uma relação duradoura. 

A cultura Xerox, amplamente disseminada por todos seus colaboradores, é a de que “construiremos juntos a empresa mais criativa, mais inovadora e mais competitiva  do  mercado  brasileiro”.  Assim,  o  empregado  Xerox  é  uma  pessoa responsável pelos negócios da empresa e plenamente integrado a seus objetivos. 

A  Xerox  fez  profundas  mudanças  em  sua  política  de  pessoal,  adotando programas de incentivos, além de experiências bem‐sucedidas com programas de treinamento e desenvolvimento, que culminaram com uma universidade interna. O órgão de RH foi reestruturado no sentido de ter um foco mais operacional para instrumentalizar os gerentes na aplicação das políticas de RH por meio de consul‐tores  internos  de  RH.  Os  gerentes  de  linha  são  os  responsáveis  pela  gestão  de seus  colaboradores.  Com  a  implantação  da  Estratégia  de  Liderança  através  da Qualidade,  em  que  projetos  internos  são  divulgados  e  premiados,  o modelo  de consultoria  interna  ampliou  sua  atuação,  passando  a  funcionar  dentro  de  um modelo  de  atendimento mais  presente  no  business,  que  privilegiasse  o  cliente interno. Para a Xerox, a consultoria é um processo que visa, em parceria com o cliente,  identificar  as  necessidades  e  oportunidades  estratégicas  no desenvolvi‐mento de competências. O papel do consultor interno passou a ter 10 dimensões, a saber: 

1. Visão. 

2. Sintonia com o cliente. 

 estratégica. 3. Competência técnica e

4. Liderança educadora. 

ação/energização. 5. Motiv

6. Ação. 

7. Negociação. 

8. Valores pessoais/crenças/atitudes. 

retrizes e valores organizacionais. 9. Sintonia com os objetivos, di

10. Orientação para resultados. 

O forte da atuação do RH é a comunicação interna e pesquisas de clima e satisfação de empregados. A Xerox é uma das melhores empresas para se traba‐lhar,  segundo  a  revista  Exame,  por  apresentar  excelentes  resultados  quanto  à 

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os, a diluição da hierarquia, co

satisfação  geral  de  seus  funcionários,  alta  produtividade  e  comprometimento pessoal. 

DuPont – A vida em uma grande fábrica4 

A DuPont mantém em Belle, na Virgínia Ocidental, um dos mais pobres es‐tados norte‐americanos, desde 1926, uma enorme fábrica de produtos químicos. Três gerações de habitantes da cidade  tiveram de conviver com a desagradável vista dos grandes tanques de produtos químicos e com o odor acre que costuma acompanhar esse tipo de produção. Também viveram os dilemas de aproveitar as oportunidades  de  trabalho  proporcionadas  pela  fábrica,  temendo  ao  mesmo tempo o impacto causado ao ambiente. 

Por volta de 1987,  a  tensão entre a  indústria e a população estava num ponto  crítico. A própria  fábrica  estava  em um estado de decadência  física,  com urgente necessidade de  renovar os  equipamentos. O pessoal,  abatido psicologi‐camente, exigia a solução de conflitos trabalhistas. Os acidentes de trabalho au‐mentavam. Os  administradores  não  assumiam nenhum papel  na  comunidade  e eram completamente alheios a qualquer tipo de mudança econômica e social.  

Quando Dick Knowles chegou a Belle em 1987 para assumir a direção da fábrica, sabia que estava diante de um grande desafio e de tempos difíceis. Ele era um veterano da DuPont e seu pai também fora administrador de fábricas, e con‐tava com muitos anos de trabalho duro, em que fora obrigado a mostrar‐se rude, autoritário e a controlar o serviço com mão de ferro. Com um físico avantajado, uma expressão severa e uma voz intimidadora, Dick fazia bem o tipo de adminis‐trador ao velho estilo. No entanto, duas circunstâncias de sua vida o fizeram mu‐dar: ele divorciara‐se e apaixonara‐se por uma moça que trabalhava no setor de relações humanas da mesma fábrica da DuPont, em Niagara Falls. Foi o suficiente para que o par fosse reprovado pela direção do estabelecimento, que não via com bons olhos romances entre os empregados. O casal foi removido para a fábrica da Virgínia Ocidental. Sob a influência de Claire, o rude Dick foi‐se humanizando e nos oito anos seguintes conseguiu 

transformar ao mesmo tempo sua vida pessoal e profissional. Gradualmente, ele desenvolveu em Belle o estilo de administração preconizado pela ciência da com‐plexidade: a valorização das pessoas pelo que são, a atenção dada a seus relacio‐nament m a  inclusão de cada empregado em uma r de e de fluida informação. 

                                                             4   LEWIN, Roger; REGINE, Birute. Soul at work: listen, respond, let go. New York: Simon 

& Schuster, 2000. 

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É ele próprio que conta sua experiência: 

“Mesmo antes de  chegar  a Belle  eu  sabia que  ia  enfrentar uma  situação muito  difícil.  Por  isso,  resolvi  usar  meu  instrumento  básico  de  administração: sola de sapato. Isto é: decidi que meu primeiro objetivo seria encontrar as pesso‐as na  fábrica,  falar  com cada uma elas,  ouvir  seus problemas.  Foi  o que  fiz  nas primeiras  semanas,  durante  cinco horas  diárias.  E  continuei  a  fazer  durante  os oito anos que se seguiram.  

Abordei de maneira decidida o problema dos acidentes de trabalho,  for‐mei equipes para discuti‐los e tive de enfrentar uma grande hostilidade de parte dos operários – justamente porque eles eram controlados ferreamente pelos ca‐patazes. Uma vez, numa reunião com 40 operários, quando perguntei se alguém queria saber alguma coisa, vi todos os 40 se levantarem, virarem as cadeiras e se sentarem  de  costas  para  mim.  Isso  ocorreu  porque  os  odiados  capatazes  lhes haviam dito que fossem cordatos. 

Levei alguns anos para melhorar a situação, mas o principal é que fui o‐brigado  a  me  tornar  uma  pessoa  diferente  e  um  chefe  diferente  nessa  expe‐riência de trabalho conjunto com os empregados. Eu simplesmente não os obri‐gava a fazer tarefas. Eles me ensinaram muito. Eu estivera sempre tentando com‐binar o que aprendia na igreja sobre valores humanos e o que acontecia no meu trabalho.  Sentia  grande  insatisfação  comigo  mesmo,  até  descobrir  que  a  nova forma  de  trabalho  coletivo  representava  mudar  o  mundo  para  melhor.  Nestes oito anos pude aplicar, sem saber, alguns dos princípios da ciência da complexi‐dade. Com a minha equipe, visitei outras unidades da DuPont, onde este tipo de trabalho já era realizado há 10 anos. Resolvemos juntos em Belle que a diretoria faria uma lista de princípios e que depois pediríamos a todos da fábrica que nos ajudassem a cumpri‐la. Esta foi a lista: 

1. Os trabalhadores querem ter trabalho interessante e que os obrigue a utilizar bem as suas capacidades. 

2. Querem ter oportunidades de crescimento e de aprendizado. 

3. Eles podem ser treinados para realizar muitos trabalhos diferentes. 

4. Querem  ter oportunidades  iguais de progresso e de  realizar  tarefas diferentes. 

5. Querem assumir responsabilidade no trabalho e um certo grau de li‐berdade de decisão. 

6. Querem participar de decisões que lhes dizem respeito. 

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7. Esperam que os dirigentes não abdiquem da sua capacidade de lide‐rá‐los nas áreas em que eles não possuem conhecimento, recursos ou orientação. 

8. Esperam que uma equipe de  liderança  seja  coerente  e  comporte‐se de maneira previsível. 

9. Querem fazer parte de uma equipe vencedora. 

10. Querem saber o que está acontecendo em Belle, no seu departamento e na Companhia. 

11. Querem  ser  informados  sobre  os  negócios  e  ter  logo  retorno  sobre seu desempenho. 

12. Querem uma remuneração justa e saber como o sistema de pagamen‐to funciona. 

13. Têm necessidade de relacionar‐se uns com os outros, no trabalho. 

14. Querem ter regras racionais e um mínimo de estatutos. Querem po‐der opinar quanto a essas regras.  

15. Querem ser  tratados  como pessoas  –  e  as pessoas  têm necessidade do ego. 

No final do meu período como diretor de Belle, a mudança no desempe‐nho da fábrica mostrava os seguintes resultados: 

  ho.   95%   de redução nos acidentes de trabal

tal.   87%   de redução na poluição ambien

  45%   de aumento na produtividade. 

  300%   de aumento nos salários dos empregados. 

Os oitos anos que passei  em Belle  se  transformaram numa  jornada sem precedentes. Foi uma realização espiritual, um trabalho solitário e extremamente difícil. Muitas noites rezei antes de dormir, pedindo forças no dia seguinte para sair da cama e continuar com o projeto. Sem contar com o apoio de Claire e de todas as pessoas da comunidade, não teria conseguido continuá‐lo. Nesse tipo de trabalho,  a  concentração  tem de  ser  grande para não  recair nos erros do velho estilo. Não se pode dizer que toda essa história da complexidade é realmente sexy e pura. Na realidade, não sabemos como funciona. Ou talvez isso seja aceitável de dizer no começo, mas há muito mais coisas envolvidas, e eu acho que agora sei do 

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que se trata. Não é uma coisa que possa ser transmitida intelectualmente. E não é um esporte para espectadores: você tem realmente de entrar nele!”  

 

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PARTE VI 

SUBSISTEMA DE DESENVOLVIMENTO DE          RECURSOS HUMANOS 

O sucesso de uma organização depende das pessoas que nela trabalham. E as pessoas são dotadas de incrível capacidade de desenvolvimento profissional e  intelectual.    A  aprendizagem é  a base disso.  Esta Parte VI  está  constituída de dois capítulos: 

 

 

Parte VI

Subsistemade

desenvolvimentode RH

Aprendizagem e educação.Ciclo do treinamento:levantamento, programação,execução e avaliação.Ensino a distância.Educação corporativa.Competências básicas.Gestão do conhecimento.

Capítulo 14

Treinamento edesenvolvimento

de pessoal

Características do DO.Processo do DO.Técnicas de intervenção.Modelos de DO.Objetivos do DO.

Capítulo 15

Desenvolvimentoorganizacional

 

 

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TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Treinar e desenvolver pessoas é um imperativo para o sucesso organiza‐cional constante e sustentado. Na Era da Informação, o conhecimento tornou‐se a moeda  is lo inclui os seguintes itens: ma  valiosa do mercado. Este capítu

1. Conceitos e tipos de educação. 

a2. Trein mento. Conceito e processo. 

3. Ciclo  do  treinamento.  Levantamento  de  necessidades.  Programação valiação dos resultados. de treinamento. Execução de treinamento. A

4. Ensino a distância e educação corporativa. 

5. As competências básicas e a gestão do conhecimento. 

 

 

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TEMAS PARA REFLEXÃO 

Internet amplia horizontes do ensino a distância1 

Uma jornalista brasileira vive há três anos no Japão. Isso, porém, não im‐pediu que ela continuasse seus estudos em São Paulo. Como outros 175 estudan‐tes,  ela  é  aluna  do  curso  virtual  de  especialização  em moda  e  comunicação  da Universidade Anhembi‐Morumbi, uma das 10 instituições que integram a Univer‐sidade Virtual do Brasil, a UVB. Como ela, outra educadora quer melhorar a quali‐ficação profissional e aplicar, na escola que dirige, o que está aprendendo em um curso de psicopedagogia. Ela é aluna da Univir, no Rio de Janeiro. 

Histórias como essas tendem a tornar‐se cada vez mais comuns, se for le‐vado em conta o ritmo de expansão dos cursos a distância via Internet no Brasil. Em três meses, foram anunciados investimentos de pelo menos R$ 75 milhões em sete novos projetos. São, na maioria, cursos livres, para profissionais que preten‐dem desenvolver competências específicas. As áreas são as mais diversas: admi‐nistração, línguas, informática e recursos humanos. 

Os  responsáveis pelos projetos são educadores de escolas de  renome. A Faculdade de Economia e Administração  FEA  da USP está lançando o programa IBM a Distância, resultado de um acordo com a multinacional. A Bolsa de Merca‐dorias e Futuros está  colocando em seu  site  ferramentas para aulas virtuais de economia e finanças. 

O governo federal também está atento à revolução em curso e apóia a U‐niversidade Virtual Pública do Brasil  Unirede , um pool de 63 instituições,  lan‐çado há pouco tempo. Os avanços, porém, esbarram em uma série de limitações estruturais  e  culturais.  A  perspectiva  é  de melhora,  mas  o  número  de  acessos ainda é pequeno e a velocidade de acesso ainda é baixa.  

Além das limitações já conhecidas – só 5% dos 160 milhões de habitantes do Brasil têm acesso à rede, boa parte deles localizados no Sul e no Sudeste –, a 

                                                                AVANCINI,  Marta.  Internet  amplia  horizontes  do  ensino  a  distância.  O  Estado  de  S. Paulo, 3 set. de 2000, p. A‐17 e A‐22. 

1

 

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expansão  da  Internet  como  ferramenta  educacional  esbarra  em  um  problema fundamental: a criação de material didático adaptado ao veículo. 

Noventa e cinco por cento do que está sendo apresentado como material educativo  é  transposição  de  páginas  de  livro  para  páginas  em HTML  formato adaptado  à  Internet ,  diz  um membro  da  Associação  Brasileira  de  Educação  a Distância  Abed . Por isso, deixa‐se de lado uma das vantagens da rede de com‐putadores  como  ferramenta  educacional:  a  combinação  de  diversas  linguagens audiovisuais  vídeo, áudio e texto  que, juntas, estimulam o processo de aprendi‐zagem  independente,  característica  essencial  das  propostas  bem‐sucedidas  de educação via Internet.  

Os especialistas arriscam algumas explicações. Para fazer frente à concor‐rência, muitos empreendedores apressam‐se em colocar  cursos e  conteúdos no ar, antes de desenvolverem uma linguagem apropriada. A competição ultrapassa os limites territoriais. Instituições como a Southern University e a American Uni‐versity of Technology, dos Estados Unidos, mantêm em seus catálogos cursos em língua portuguesa, formulados para brasileiros. 

Como identificar um bom curso a distância 

• Conheça a infra‐estrutura e o tipo de material adotado. O ideal é que se‐jam combinados recursos de som, imagem e texto. 

• Saiba como a Internet será usada. Ela deve ser mais do que um instru‐mento de comunicação entre aluno e professor  e‐mail  e acesso a con‐teúdos, mas deve estimular a troca de idéias por meio de chats e grupos de discussão. 

• É importante que o aluno conheça o professor. Algum tipo de atividade presencial é  fundamental para estabelecer um vínculo entre os partici‐pantes de um curso. 

• A avaliação presencial é o ideal. • O aluno deve ser estimulado a buscar informações dentro da própria re‐

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de e fora dela. • Se o objetivo  for obter um diploma, procure saber se o curso está cre‐

denciado. Em caso de instituições estrangeiras, tenha certeza de que e‐xiste um acordo com uma universidade nacional para revalidar o diplo‐ma. 

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 isso, os professores acabam sendo muito solicitados.  

Se ao professor cabe ser criativo, é essencial que o aluno seja disciplinado para que um curso virtual  seja bem‐sucedido. Embora ele  tenha  liberdade para estudar onde e quando tiver vontade, é preciso criar certa rotina. O aluno pode 

Outro aspecto que restringe a difusão da educação via Internet é o fato de 

essa ser uma mídia nova, com mais de 30 anos, que começou a ser difundida ma‐ciçamente  há menos  de  uma  década.  Assim,  a  linguagem própria  para  veicular conteúdos e informações educativos por meio da rede ainda está sendo gradual‐mente  criada. A maior dificuldade é  encontrar autores para produzir  conteúdo, diz o diretor‐presidente da Univir. Além de dominar o conteúdo de determinada área, quem produz material didático para a Internet tem de ser capaz de estimu‐lar a interatividade do aluno com o meio.  

A educação pela Internet implica mudança radical no relacionamento en‐tre professor e aluno. Em resumo, quem se propõe a fazer um curso virtual tem de ser disciplinado, deve  ter uma atitude proativa e  independente. O professor, por  sua  vez,  deve  abandonar  a  atitude  de  transmissor  do  conhecimento,  assu‐mindo a função de mediador e orientador. 

O lado técnico, o do desenvolvimento de ferramentas, é importante, mas não pode ser pensado  isoladamente do pedagógico. O  fundamental  é garantir  a interatividade e a independência do aluno.  

Na prática, isso significa criar estratégias para que a classe virtual funcio‐ne  como  uma  comunidade,  trocando  idéias  em  chats  e  fóruns  de  discussão.  O professor deve ainda estimular o aluno a caminhar sozinho, buscando na própria rede e fora dela as informações de que necessita para construir o conhecimento. Torna‐se necessário explorar os recursos hipertextuais e audiovisuais que a  In‐ternet  oferece. Uma  aula presencial  pode  ter  imagens,  som e  animações, mas  é quase impossível administrar tantos recursos simultaneamente.  

O professor precisa também de formação específica para aproveitar me‐lhor os recursos disponíveis. Por isso, as propostas de educação a distância enfa‐tizam a qualificação do profissional. Essa foi a estratégia do Projeto Virtus, criado em 1996 pela Universidade Federal de Pernambuco  UFPE . Periodicamente, ela oferece cursos de capacitação e nenhum docente da universidade pode utilizar a Internet em suas aulas sem passar pelo treinamento.  

E diferentemente do que parece à primeira vista, o trabalho pode ser mais cansativo do que em uma sala de aula convencional. O e‐mail facilita a comunica‐ção; por

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estudar nas horas vagas e nos fins‐de‐semana, verificando em cada início de se‐mana quais os tópicos da aula,  imprimir o conteúdo e arquivá‐lo em uma pasta. Todos os dias ler um pouco, participar de chats e fóruns de discussão, para trocar idéias com os companheiros de turma e tirar dúvidas com o professor. Há quem não goste da ausência dos colegas e classe e do professor ao vivo e em cores.  

Se as características desses novos cursos a distância favorecem a apren‐dizagem de  alguns,  os  educadores  acreditam que  elas  não  têm  o mesmo  efeito para todos. Uma restrição é a faixa etária. No caso das crianças e jovens que fre‐qüentam  o  ensino  fundamental  e  médio,  a  Internet  deve  ser  usada  como  um complemento  das  aulas  convencionais.  Nessa  idade,  o  convívio  social  é  muito importante. Assim, a  Internet deve ser usada como um complemento da  forma‐ção e das atividades da sala de aula. 

A expansão da Internet trouxe um problema para os governantes: o que fazer para os que não têm acesso a essa nova ferramenta e correm o risco de ficar defasados? O governo federal criou o Programa Nacional de Informática na Edu‐cação, voltado para as escolas públicas de  todo o Brasil. A meta é distribuir até 2002 cerca de 100 mil computadores e promover o ensino da informática a um custo de cerca de R$ 150 por aluno. No  total, 7,5 milhões de alunos de seis mil escolas serão beneficiados pelo programa do Ministério da Educação. O problema é  que  não  existem  ainda  instrutores  devidamente  preparados  para  repassar  o conhecimento  a  essa  massa  de  estudantes.  A  capacitação  dos  professores  está sendo feita. 

Em São Paulo, outro programa quer transformar duas mil escolas do en‐sino médio em verdadeiros laboratórios com conexão rápida à Internet. O convê‐

retaria Estadual de Educação e o Grupo Telefônica.  nio foi firmado entre a Sec

Competências básicas 

Fala‐se muito em competências básicas. E o que significam? As competên‐cias básicas – seja na  forma de conhecimentos, habilidades, atitudes,  interesses, traços, valor ou qualquer outro aspecto pessoal – são as características individu‐ais essenciais para o desempenho da atividade e que diferenciam enormemente o desempenho das pessoas. Todo funcionário precisa possuir um conjunto de com‐petências  básicas  para  desenvolver  suas  atividades  na  empresa. Quando  o  fun‐cionário possui um elevado perfil de competências, ele apresenta as qualidades requeridas  para  levar  adiante  determinadas  missões.  As  competências  básicas podem ser observadas no cotidiano de trabalho ou em situações de teste. Contu‐do,  o  importante  é  adquirir  e  agregar  constantemente novas  competências que 

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sejam fundamentais para o sucesso do negócio da empresa, sob pena de investir em trei to  s enamen sem retorno para a  n cessidades reais da organização.  

Daí, a gestão por competências: um programa sistematizado e desenvol‐vido no sentido de definir perfis profissionais que proporcionem maior produti‐vidade e adequação ao negócio, identificando os pontos de excelência e os pontos de carência, suprir lacunas e agregar conhecimento, tendo por base certos crité‐rios objetivamente mensuráveis. Na verdade, a gestão por competência procura substituir  o  tradicional  levantamento de necessidades de  treinamento por uma visão  das  necessidades  do  negócio  e  como  as  pessoas  poderão  aportar  valor  à empresa.  Isso representa uma colossal mudança na abordagem: a visão do pre‐sente  ou do passado pela  visão do  futuro;  a  correção das  carências  atuais  pelo destino da organização. 

Quais são, porém, essas competências? Elas mudam com o passar do tem‐po e focalizam as necessidades do negócio. 

As novas competências exigidas pelas empresas nos novos ambientes de negócio sãs  o as seguintes:2  

1. Aprender a aprender: as pessoas devem contribuir construtivamente em  tudo  e,  para  tanto,  devem  ter  condições  de  aprender  continua‐mente. O importante é que aprendam a aprender. Isso significa forço‐samente desaprender coisas antigas e sem proveito para a organiza‐ção para aprender coisas novas e necessárias. Em outros termos, fle‐xib pr s  ilidade, a een ão e inovação. 

2. Comunicação  e  colaboração:  antes,  o  bom  desempenho  significava executar um conjunto de  tarefas repetitivas e  isoladas e a qualifica‐ção de cada pessoa era restrita a cada tarefa em particular. Hoje, com a adoção de equipes, a eficiência do indivíduo está cada vez mais vin‐culada a suas habilidades de comunicação e colaboração com os ou‐tros. Em outros termos, o trabalho solitário e individual cede lugar ao tra solid u abalho  ário e gr p l. 

3. Raciocínio criativo e resolução de problemas: no passado, a adminis‐tração  paternalista  assumia  a  responsabilidade  de  solucionar  pro‐blemas para aumentar a produtividade do trabalhador. Hoje, espera‐se que os  funcionários descubram por  si mesmos  como melhorar  e 

io trabalho. Para tanto, eles precisam analisar situ‐agilizar seu própr

 2   MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das 

universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999.  

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tal intelectual   

O capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma or‐ganização. Capital humano significa talentos que precisam ser mantidos e desen‐volvidos. Mais do que isso, capital humano significa capital intelectual. Um capital invisível composto de ativos intangíveis.  

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ações, pensar criativamente e solucionar problemas, fazer perguntas e esclarecer o que não compreendem para poderem sugerir melhori‐as a n de m neira consta te e contínua. 

4. Conhecimento  tecnológico:  no  passado,  conhecer  tecnologia  signifi‐cava saber como operar máquinas para fazer o trabalho ou lidar com computadores para processar  textos ou análises  financeiras. Hoje, a ênfase está em usar o equipamento de  informação para conectar‐se com os membros da equipe ao redor do mundo, além de realizar ta‐refas, comunicar‐se com pessoas em todo o mundo, compartilhando idéias e melhorias nos processos de trabalho. O conhecimento tecno‐lóg  es o   eq  e ãico tá a serviç da uipe  n o do indivíduo isolado. 

5. Conhecimento de negócios globais: antigamente, a visão das pessoas era  restrita  ao  local  de  trabalho. Hoje,  predomina  a  necessidade de pessoas treinadas em um conjunto de habilidades que levem em con‐ta o ambiente competitivo global, mutável e volátil dos negócios da organização.  A  globalização  está  ampliando  as  fronteiras  do  conhe‐cim n das p soe to  es as. 

6. Desenvolvimento da liderança: o novo imperativo é a identificação e o desenvolvimento de pessoas capazes de conduzir a empresa para o século ΧΧΙ. Em vez de programas externos de educação para execu‐tivos,  as  empresas  estão  elaborando  programas  personalizados  de aprendizagem que assegurem a capacitação das pessoas em  termos de  espírito  empreendedor  e  de  liderança.  Na  verdade,  as  organiza‐ções bem‐sucedidas são constituídas de lideranças de lideranças. 

7. Autogerenciamento  da  carreira:  como  as  qualificações  necessárias evoluem e mudam incessantemente, as pessoas precisam assumir o compromisso de assegurar que possuem as qualificações, o conheci‐mento e as competências exigidas tanto na atividade atual, como nas futuras. Muitas  universidades  corporativas  dispõem de  centros  vir‐tuais de desenvolvimento de carreira para ajudar as pessoas a identi‐

icas que precisam aprender. ficar as técn

O capi

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A  contabilidade  tradicional  –  preocupada  unicamente  com  ativos  tangí‐veis e físicos –, está às voltas com um fenômeno inesperado: o valor de mercado das organizações não depende mais apenas de seu valor patrimonial  físico, mas principalmente de seu capital intelectual. Na Era da Informação, o conhecimento está‐se transformando no recurso organizacional mais importante das empresas. Uma riqueza muito mais importante e crucial do que o dinheiro. Gradativamente, o capital financeiro – que predominou na Era Industrial – está cedendo lugar para o  capital  intelectual,  como a base  fundamental das operações empresariais. Em um mundo onde os tradicionais fatores de produção – natureza, capital e traba‐lho –  já esgotaram e exauriram sua contribuição para os negócios, as empresas estão investindo pesadamente no capital intelectual para aumentar sua vantagem competitiva. Gerar criatividade e inovação através de idéias. E as idéias decorrem do  conhecimento.  E  o  conhecimento  está  na  cabeça  das  pessoas.  As  empresas bem‐sucedidas estão‐se transformando em organizações educadoras e em orga‐nizações do conhecimento, onde a aprendizagem organizacional é incrementada e  desenvolvida por meio  de processos  inteligentes  de  gestão  do  conhecimento. Nessas empresas, a ARH está totalmente comprometida em incrementar o capital intelectual e aplicá‐lo cada vez mais. O sucesso empresarial reside nesse filão. 

Assim, o capital intelectual está‐se tornando um conceito fundamental pa‐ra as organizações que miram o futuro. Para Sveiby,3 o capital intelectual é com‐posto dos seguintes ativos intangíveis: 

Classificação dos Ativos Intangíveis 

 3   SVEIBY,  Karl  Erik.  A  nova  riqueza  das  organizações:  gerenciando  e  avaliando 

patrimônios de conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 

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Devido a essa gradativa  importância, está havendo dentro das organiza‐

ções um  

Nossaorganização

Estruturainterna

* Sistemas administrativos* Conceitos* Valores organizacionais* Cultura, missão e visão* Patentes* Sistemas computacionais

Capitalintelectual

Nossosclientes

Estruturaexterna

Nossaspessoas

Competênciasindividuais

* Relações com clientes* Relações com fornecedores* Marcas* Reputação* Imagem

* Habilidades das pessoas em agir em várias situações* Educação* Experiências pessoais* Valores e habilidades sociais* Envolvimento das pessoas* Conhecimento

a verdadeira migração dos ativos tangíveis e físicos para os ativos intan‐gíveis e abstratos. 

As  empresas  estão  preocupadas  em  identificar  indicadores  adequados para mensurar seus ativos intangíveis, como o capital humano  talentos e habili‐dades de seus funcionários  e o capital estrutural interno  sistemas administrati‐vos internos  e externo  apoio e interesse de seus clientes e idoneidade e rapidez de seus fornecedores . Nesse quadro, as pessoas passam a ser a prioridade fun‐damental das empresas na busca de seu sucesso. Essa nova perspectiva do capital intelect l m aua ostr  que: 

1. para reter e desenvolver o conhecimento, as organizações precisam 

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oferecer  um  trabalho  desafiante  que  agregue  continuamente  novas experiências e novos conhecimentos às pessoas. 

2. O  conhecimento  proporcionado  pelos  funcionários  e  incrementado pelas empresas constitui a riqueza mais importante das organi‐   za‐ções. 

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3. As organizações precisam desenvolver estratégias claras de RH para poderem  conquistar,  reter  e  motivar  seus  talentos.  Sobretudo,  de‐senvolvê‐los e aplicá‐los adequadamente. 

4. Os funcionários que detêm o conhecimento são os principais contri‐buintes  para  o  sucesso  da  organização.  O  êxito  da  organização  de‐pende deles. 

5. As  organizações  estão‐se  transformando  rapidamente  em  organiza‐ções  de  aprendizagem  para  poderem  aplicar  adequadamente  o  co‐nhecimento, rentabilizá‐lo e obter retornos. 

6. Para serem bem‐sucedidas na Era da Informação, as organizações es‐tão adotando a perspectiva do conhecimento e investindo fortemente no conhecimento. É uma questão de sobrevivência e de competitivi‐dade. 

Na verdade,  é o  capital  intelectual  e não mais o  capital  financeiro quem a o valor de mercado de uma organização. O que você acha disso? determin

CASOS 

O ensin ao   distância na Xerox 

Da  mesma  forma  como  estão  surgindo  organizações  virtuais,  trabalho remoto, home office, comércio eletrônico, serviços eletrônicos, negócios virtuais e coisas assim, também o ensino está‐se tornando cada vez mais virtual. O ensino a distância está‐se expandindo, por duas razões fundamentais: a tremenda evolu‐ção da tecnologia da informação e o uso cada vez mais intenso da Internet e das Intranets. As empresas e as universidades estão intensificando o ensino a distân‐cia em detrimento das aulas presenciais que exigem um local físico. Por meio da Web, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode fazer um curso sem sair de casa  mp saou da e re .  

Cursos on‐line, MBA’s e treinamentos virtuais permitem capacitar e reci‐clar funcionários com baixíssimos custos. Sem giz, quadro‐negro, professores em tempo  integral  ou  horários  rígidos,  o  ensino  on‐line  está  caminhando  a  passos rápidos. A rede corporativa ganhou peso nos processos de treinamento e desen‐volvimento  T&D ,  incorporando  serviços, material  de  consulta,  material  de  a‐poio e suporte,  formulários de  inscrição etc. Estão proliferando os chamados edusites,  páginas  dedicadas  a  estruturar  o  intercâmbio  de  conhecimento  entre 

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as tornaram‐se excelentes no 

comunidades de  interesses dentro da empresa. A Embratel – a ex‐estatal  agora controlada pela MCI –, com oito mil funcionários espalhados por todo o país, teve de  buscar  outras  alternativas  ao  treinamento  convencional.  Ela  utiliza  o  vídeo para desenvolver cursos técnicos e a TV Executiva que interliga 56 pontos distan‐tes por meio de circuito fechado, e está expandindo esse esquema pela Internet. No site educacional, os cursos são ministrados por coordenadores de ensino que cuidam  dos  aspectos  formais,  como  inscrições,  freqüência  e  rendimento,  e  por dinamizadores, que são professores que conduzem chats, respondem mensagens em fóruns e por e‐mail, além de preparar trabalhos e provas. A idéia é estimular a interação cada vez maior entre os alunos. A escola virtual está transbordando os muros da organização. A tarefa do educador é despertar interesse, conduzir tur‐mas heterogêneas e administrar mapas de educação cada vez mais complexos.  

A Xerox do Brasil encontrou na Intranet o espaço ideal para construir um centro de treinamento nacional. Sua rede corporativa tem cursos – alguns tutori‐ais de programas e tour pela empresa sem mediação de instrutores – para forne‐cer  informações  e  certificação  a  parceiros  comerciais.  A  idéia  é  trabalhar  com ensino on‐line e com o conceito de compartilhamento de conhecimento para en‐volver os seis mil funcionários da empresa. Os ambientes do site educacional da Xerox em funcionamento são Sala de Estudo, Olimpíada Pessoal e o Laboratório de  Conhecimentos.  Na  Sala  de  Estudo,  o  funcionário  encontra  informações  de todas  as  áreas  da  empresa  e  pode  fazer matrículas,  cursos  internos  e  interagir por e‐mail ou chats com outros alunos. A Olimpíada Pessoal é uma ferramenta de gerenciamento de carreira, onde estão disponíveis as ava‐liações de desempenho e de perfil e as dicas para o funcionário adquirir novas competências na empresa. O  Laboratório  de  Conhecimentos  abre  espaço  para  cada  pessoa  estruturar  e compartilhar informações de sua bagagem pessoal com outros funcionários e até mesmo montar um programa de treinamento. Além disso, a Xerox tem uma rádio na Intranet, com palestras e perguntas por e‐mail.4 

Texas  str e s  en rIn um nt − v cedo a do Prêmio Baldrige de Qualidade 

O Prêmio Baldrige  de Qualidade  é  a mais  alta  distinção  a  uma  empresa concedida  anualmente  pelo  governo  norte‐americano.  Seu  principal  objetivo  é eminentemente  pedagógico:  ensinar  às  demais  empresas  como  as  empresas premiad que fazem. Pode‐se aprender muito com o 

                                                             4   AISENBERG, Daniel. A educação bate à porta das empresas.  Internet Business, p. 47‐

52, out. 1999. 

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a ganhar o Prêmio Baldrige nos Estados Unidos.  Os executivos da empresa perceberam que os critérios do Baldrige pode‐

riam servir como padrões ou templates para ajudar a desenhar seus processos de qualidade e  focalizar neles  toda a atividade da empresa. Em outras palavras, os critérios do Prêmio poderiam funcionar como um balizamento ou catecismo para toda  a  organização.  Durante  o  ano  de  1988,  assistiram  aos  seminários  sobre  o Baldrige  e  procuraram  aprender  seus  critérios,  envolvendo  nesse mergulho  os demais  executivos‐chaves  da  empresa.  Quando  perceberam  que  já  haviam  a‐prendido o sistema, iniciaram a instalação dos templates do Baldrige. Em 1989, o Vice‐Presidente  de  Qualidade  Assegurada, Mike  Cooney,  escolheu  os  principais executivos  de  cada  função  organizacional  da  empresa  que  deve‐riam  redigir  o que chamava de “miniaplicação” dos critérios do Baldrige no âmbito específico de sua respectiva área. Todas as áreas da empresa − Produção, Engenharia, Recur‐sos Humanos, Contabilidade, Contratação e todas as funções de suporte – fizeram um  esquema  específico  de  miniaplicação  dos  critérios  do  Baldrige.  Com  essas miniaplicações − que funcionaram como uma espécie de interpretação interna do template – e com a gradativa aprendizagem do processo, cada uma das áreas pas‐sou a elaborar seus próprios relatórios de avaliação e retroação e a desenvolver os planos de ação para incrementar seus planos individuais de melhoria da qua‐lidade. Ao avaliar os resultados dessas miniaplicações, a empresa sentiu que es‐tava pronta para competir e, em 1990, fez sua primeira inscrição formal no Bal‐drige. O relatório de avaliação e retroação dos examinadores concordava com a auto‐avaliação interna feita pela empresa. Em muitos aspectos, porém, o relatório 

exemplo dado pelas empresas que conquistaram o Baldrige. Trata‐se de um exer‐cício de revisão e correção de aspectos e condições de empresas brasileiras que pode ser  feito a partir da análise do que  fizeram as empresas norte‐americanas que concorreram e conseguiram ganhar o Prêmio Baldrige.

Muitas  empresas  concorreram  ao  famoso  prêmio  e  não  foram  bem‐sucedidas em suas tentativas. No entanto, as que souberam atender às recomen‐dações   dos examinadores conseguiram chegar lá. É o caso da unidade de negó‐cios da Texas Instruments, responsável pela criação e produção de sistemas sofis‐ticados de defesa  e de  tecnologia  eletrônica. Quem assistiu pela TV à Operação Tempestade no Deserto das  forças norte‐americanas  contra o  Iraque de Sadam Hussein talvez não tenha percebido que 65% de todas as armas  inteligentes do tipo ar‐terra ali utilizadas  foram produzidas pela Texas  Instruments  Incorpora‐ted’s Defense Systems & Electronics Group  DSEG , a ganhadora do Malcolm Bal‐drige National Quality Award do ano de 1992, na categoria de empresa de manu‐fatura.  Com  15.000  funcionários  espalhados  em  10  instalações  localizadas  no estado  do  Texas,  o  DSEG  foi  o  primeiro  negócio  unicamente  dedicado  à  defesa militar 

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.

abriu  os  olhos  para  as  áreas  que  careciam de um esforço mais  concentrado de melhoria. A empresa havia perdido a parada. 

A  partir  desse  primeiro  relatório  de  avaliação  e  retroação,  a  Equipe  de Melhoria  de  Qualidade  composta  pelo  Presidente  Hank  Hayes  e  seu  staff  de‐senvolveu os cinco impulsos norteadores – os chamados cinco empurrões – que deveria  gu a de qualidade da empresa, a saber:  m iar e acelerar a jornad

1. Satisfação do cliente.  

Objetivos estendidos.  2.

3. Benchmarking.  erment   4. Trabalho em equipe e empow

5. Integração da Qualidade Total. 

A empresa percebeu que devia continuar inscrevendo‐se no Prêmio, pois ele funciona como um impulso energético e proporciona uma avaliação e retroa‐ção  fundamental para os  caminhos da mudança. Nada  substitui  o ques‐tionário formal de 75 páginas do Baldrige, que faz uma avaliação profunda e detalhada da organiz ão oaç  p r meio de uma equipe de examinadores impar‐ ciais.  

O DSEG inscreveu‐se pela segunda vez em 1991 e a avaliação e retroação dos examinadores confirmou que os cinco empurrões de melhorias estavam co‐locando  a  empresa  no  caminho  certo. No  entanto,  a  velocidade  e  os  resultados ainda eram insuficientes. E havia áreas que requeriam melhorias. Novamente, a empresa  tornou a voltar‐se para si mesma. Após  trabalhar para melhorar essas áreas,  inscreveu‐se no Baldrige pela terceira vez em 1992. Dessa vez, com força total. E  ri . Vo resto é histó a amos aprender com ela. 

A direção do DSEG da Texas utilizou os cinco empurrões para guiar e ori‐entar  sua  jornada  de  melhoria  contínua.  Essa  jornada  sofreu  várias  mudanças com o tempo, devido aos resultados dos relatórios de avaliação e retroação dos examinadores do Baldrige. A  intuição baseada na experiência e no  treinamento de  ui  Os cinco empurrões de qualidade da empresa são: seus líderes valeu m to.

1. Satisfação do Cliente 

Uma das lições mais importantes que a empresa aprendeu com os relató‐rios de avaliação e  retroação dos examinadores do Baldrige  foi  a  tremenda  im‐portância  dada  aos  processos  empresariais.  A  avaliação  contínua  e  a  aplicação prática dos critérios do Baldrige fez com que todas as pessoas da empresa com‐

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b.  Melhorar o ciclo de tempo À medida que o Grupo analisava os processos empresariais para localizar 

e compreender fontes de erros ou defeitos, havia sempre a oportunidade de eli‐minar etapas que não adicionavam valor e, assim, reduzir a extensão do ciclo de 

preendessem perfeitamente que ela necessita de processos realmente excelentes para po r: de

1. Compreender os interesses e necessidades dos clientes. 

2. Avaliar  e  obter  retroação  que  indique  a  tendência  dos  interesses  e necessidades dos clientes. 

3. Avaliar o quanto os clientes estão satisfeitos e identificar as áreas de insatisfação dos clientes. 

O DSEG passou a fazer pesquisas sobre os clientes e uma equipe de traba‐lho  voltada  para  a  satisfação  do  cliente  passou  a  funcionar  como  uma  terceira parte a fim de desenvolver uma pesquisa aprofundada sobre suas necessidades e interesses. A retroação obtida a partir dessa pesquisa  que passou a ser feita du‐as vezes ao ano  serve de base para a melhoria gradativa de todos os processos de    liserviços ao c ente mantidos pela organização. 

2. O vbjeti os Estendidos    

Uma das  fraquezas percebidas pelos examinadores do Baldrige  foi a ne‐cessidade  obje  po co relacionad ab ido : 

de objetivos mais  amplos. Os  tivos  eram muito  restritos  e uos entre si. Para tanto, o DSEG est eleceu dois objetivos estend s

a.  A g r qtin i ualidade seis sigmas para ambos: produtos e serviços  O Seis Sigmas é um nível de variação de um processo medido em desvio 

padrão  da  média  e  é  definido  como  99,9997%  de  isenção  de  defeitos.  Isso        significa  alcançar  um  volume  de  defeito menor  que  3,4  unidades  ou  peças  em cada um milhão delas. Quando o grupo estabeleceu os Seis Sigmas como um obje‐tivo básico em 1992, a equipe da alta administração foi pessoalmente à Motorola, onde o conceito de Seis Sigmas havia sido desenvolvido originalmente, e partici‐pou de cada seminário onde o tema era debatido. Quando retornaram, todos os 15.000  funcionários  do  Grupo  também  receberam  treinamento  sobre  os  Seis Sigmas.  O DSEG  obteve  licença  dos materiais  de  treinamento  da Motorola  e  os gerentes desta foram convidados a vir a suas fábricas para ajudar a implementar o processo funcionários foram intensamente treinados para o alca . 

 de treinamento. Todos os nce coletivo desse objetivo

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tegração da Qualidade Total 

O propósito do empurrão para a qualidade total foi ajustar gradativamen‐te a empresa aos critérios do Baldrige, colocá‐la no mapa da estrada da qualidade e  estender  essa  preocupação  para  toda  a  organização.  O  segredo  foi  envolver todos os funcionários da empresa na busca da qualidade, em todos os níveis, em todas  as  áreas  e  em  todos  os momentos.  No  entanto,  o  DSEG  queria melhorar cada vez mais rapidamente do que seus concorrentes. Passou então a utilizar os critérios do Baldrige para uma avaliação anual de como estava indo o progresso 

tempo. A redução do ciclo de tempo passou a ser uma preocupação constante de tod ios da organização. os os funcionár

3. Benchmarking 

A equipe de qualidade do DSEG foi até a Xerox para aprender sua clássica abordagem de benchmarking. Nessa ocasião, o DSEG  já  tinha uma rede de ben‐chmarking ativa capaz de tornar a empresa um verdadeiro campeão de          ben‐chmarking. O DSEG pratica o benchmarking em 80 diferentes processos       com outras  companhias  do  mercado  e,  em  contrapartida,  é  continuamente               benchmarcado  por  um  grande  número  de  companhias,  como  a  3‐M,  Corning, Quaker Oats, Motorola  etc. O objetivo básico do processo do Prêmio Baldrige  é ajudar a compartilhar e aprender o que pode ser aprendido com as demais em‐presas ou concorrentes diretos. Isso estimulou o impulso para o benchmarking e o tornou bem‐sucedido na organização. 

4. Trabalho em Equipe e Empowerment 

Um dos principais elementos do Total Quality Management  TQM  é en‐volver todas as pessoas na atividade empresarial. O principal meio para implan‐tar essa política acima e abaixo da organização é mediante o trabalho em equipe. Com  isso,  o  DSEG  deslocou‐se  do  organograma  tradicional  de  organização  hie‐rárquica  para  uma  extensa  rede  de  equipes  interligadas.  Essa  rede  de  equipes começa do topo, onde o Presidente Hank Hayes lidera uma Equipe de Melhoria da Qualidade no nível de toda a empresa. Cinco membros dessa equipe atuam como líderes  para  cada uma das  cinco  equipes  de melhoria  relacionadas  com os  em‐purrões de qualidade. Cerca de 1.900 equipes de gerentes e de funcionários atu‐am dentro da empresa. O trabalho deixou de ser individualizado e confinado para tor cial de intercâmbio de idéias e experiências. nar‐se um verdadeiro exercício so

5. In

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da empresa e sua posição no mapa da estrada. Mesmo depois de ganho o Prêmio, a empresa de av l com os critérios do Baldrige. 

 manteve firme esse tipo  aliação anua  base n

m a iObtendo o máximo do processo do Prê io B ldr ge  Desde sua primeira tentativa para ganhar o Baldrige, o DSEG utilizou mui‐

tas pessoas para obter e divulgar as informações, cujo conteúdo mudava através dos anos. A empresa estabeleceu que cada um dos sete membros da Equipe de Melhoria  da  Qualidade  teria  a  responsabilidade  de  acompanhar  e  avaliar  cada uma da ete  de critérios do Prêmio Baldrige na empresa, a saber: s s  categorias

1. Liderança. 

2. Informação e Análise. 

3. Planejamento Estratégico da Qualidade. 

sos Humanos. 4. Administração e Desenvolvimento de Recur

e. 5. Administração dos Processos de Qualidad

6. Resultados Operacionais e de Qualidade. 

7. Focalização no Consumidor e em sua Satisfação. 

O Presidente Hayes assumiu pessoalmente a responsabilidade pela cate‐goria um – Liderança – enquanto cada um dos outros executivos de cúpula assu‐mia a responsabilidade pelas outras seis categorias. Havia uma equipe móvel de quatro a cinco pessoas que trabalhava com cada um dos executivos para redigir suas  respectivas partes da aplicação. Mike Cooney e Borden  funcionaram como observadores externos e integradores do processo dentro da organização. E mais de 100 pessoas  foram envolvidas na redação da aplicação e  implementação das ações d e oe m lh ria.  

O DSEG obteve  resultados positivos desde que começou a usar os  crité‐rios do Baldrige em todas as suas atividades. Foi capaz de cortar os custos opera‐cionais  do  míssil  Harm  pela  metade,  transferindo  os  benefícios  para  o  cliente. Outro grande sucesso foram as melhorias gradativas no ciclo de tempo. A empre‐sa  entregou  cerca  de  15.000 mísseis  nos  últimos  anos  e  nunca  perdeu  sequer uma entrega. A confiabilidade desse míssil é de 400 a 500% acima das especifica‐ções fornecidas pelo cliente e continua a melhorar a cada ano que passa. Os resul‐tados no progresso da companhia são avaliados como exce‐  lentes. 

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Treinamento: um  ves i ento em qualidade Foi com a disputa do Baldrige que o DSEG ganhou uma nova idéia a res‐

peito da importância do treinamento de seus empregados. Anteriormente, o trei‐namento  era  visualizado  como  algo  salutar, mas  considerado  como um  custo  e entendido como uma despesa. Hoje, devido aos cinco empurrões e ao forte inte‐resse na melhoria contínua, a empresa vê o treinamento como um investimento de elevado grau de retorno. E isso inclui o treinamento voltado para a qualidade, como o Seis Sigmas, a redução do ciclo de tempo e a administração dos processos empresariais, bem como o  treinamento em habilidades e atitudes do pessoal. A cada an

in t m

o, a companhia quer investir mais e mais em treinamento. 

Quando o DSEG começou seu treinamento em programas de qualidade, a direção de cúpula entrou em contato direto com especialistas de renome, como Phil Crosby e Joseph Juran. Após os seminários recebidos no topo, o treinamento veio  como cascata  abaixo para os demais outros níveis.  Isso mudou dramatica‐mente o perfil da empresa. O DSEG focaliza o treinamento em equipe por meio de grupos de pessoas. Ao longo de toda a empresa, as equipes, juntamente com for‐necedores  e  clientes,  recebem  o  mesmo  treinamento  simultaneamente.  Todo treinamento é feito  internamente por organizações próprias de treinamento. Os funcionários também recebem treinamento mediante enriquecimento de cargos, incluindo  teoria  e  desenvolvimento  de  habilidades  básicas.  Para  obter  eficácia nos programas de treinamento, os executivos fazem uma avaliação das carências de cada área e dos cargos envolvidos. Isso é seguido por uma avaliação das habi‐lidades de  cada  funcionário  e  qual  é  o  gap de  conhecimento  diferença  entre  o conhecimento que o funcionário necessita para executar seu trabalho eficazmen‐te e o nível de conhecimento real de que ele atualmente dispõe . À medida que os gaps são detetados, cada gerente define consensualmente com seus subordinados os program bre qualidade e habilidades, passando a adminis‐trá‐los em

as de treinamento so conjunto.  

Pôr a mão na massa  As empresas que utilizam os critérios do Baldrige para melhorar suas o‐

perações  e  processos  de  qualidade  precisam  saber  fazer  uma  profunda  auto‐avaliação interna baseada nesses critérios. Somente a partir daí é que elas podem tomar a decisão de participar ou não do Prêmio. É fácil colocar as balizas e falar sobre o quanto a empresa é excelente, mas o único meio de prová‐lo é ir para o meio do  campo e disputar o  jogo. As  empresas podem utilizar uma consultoria externa para redigir sua aplicação. No entanto,  fazer  isso por meio de uma con‐sultoria, diz Borden, é simplesmente perder uma porção de excelentes oportuni‐dades para aprender efetivamente na prática. Acrescenta ele:  tenha sempre em 

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os do First Chicago Bank agira

mente que os critérios do Baldrige são aplicáveis universalmente. Quando a em‐presa compreende que esses critérios são aplicáveis a qualquer tipo de organiza‐ção – seja de serviços ou qualquer outra atividade –,   ela pode realmente traba‐lhar com os critérios e integrá‐los em sua dinâmica, tal como foi feito no DSEG.  

A experiência dessa unidade de negócios da Texas Instruments pela dis‐puta  pelo  Prêmio  Baldrige  constitui  um  relato  pedagogicamente  interessante  e que  pode  ser  aproveitado  por  qualquer  empresa  em  qualquer  país  do  mundo frente a qualquer  tipo de premiação, seja Baldrige, Deming, Prêmio Europeu de Qualidade,  Prêmio  Nacional  de  Qualidade  do  Brasil  etc.  Saber  utilizar  a  expe‐riência alheia,  conhecer os erros de outras empresas, os  caminhos  trilhados,  as bolas furadas, seus acertos e descobertas, tudo isso compõe a árdua e longa pe‐

r  trilhar o caminho da qualidade.   dagogia necessária pa a

First Chicago Bank5  

O First Chicago Bank passava por um inferno astral. A concorrência cada vez mais acirrada com novos tipos de instituições financeiras e as pressões para competir com grandes bancos multinacionais de todo o mundo eram crescentes. Os  custos  com  assistência  médica  e  de  previdência  social  representavam  uma obrigação de milhões de dólares com tendência a crescer de 20% a 30% ao 

 

ano.  As  deficiências  no  aprendizado  de  linguagem  e  matemática  entre  os  fun‐cionários administrativos e operacionais estavam aumentando, tornando difícil a colocação  de  pessoal  em  posições‐chaves.  Os  custos  de  recrutamento  estavam crescendo. 

O novo presidente, Barry Sullivan, definiu uma nova estratégia: “colocar a empresa  no  topo  da  lista  das  grandes  instituições  financeiras  dos  Estados Uni‐dos”. Como os executivos de RH poderiam,  trabalhando ao  lado de seus colegas de outros setores, ajudar o banco a alcançar seus objetivos estratégicos e enfren‐tar  os  novos  desafios?  Tratava‐se  de  vincular  as  decisões  de  RH  com  as metas negociais da empresa. Além disso, as decisões precisavam ser mutuamente com‐plementares: a forma como as pessoas são treinadas deve ser um complemento à maneira  como  são  selecionadas  e  remuneradas.  Finalmente,  os  resultados  das atividades  devem  ser  comparados  com  os  objetivos  traçados.  Então,  como  os executiv m? 

 5   MILKOVICH,  George  T.;  BOUDREAU,  John  W.  Human  r source  management.  New 

York: Richard D. Irwin, 1994. p. 208‐209. e

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Em primeiro  lugar,  traduziram as  tendências  e  implicações para  a ARH. Identificaram  as  tendências  de  aumento  nos  custos  com  assistência  médica  e previdência social, o aumento da distância entre o talento necessário e o disponí‐vel para os empregados das áreas administrativas e operacionais. O processo de levantamento foi chamado de Diagnóstico Estratégico e é continuamente atuali‐zado à medida que as condições ambientais e organizacionais se modificam. 

Em segundo lugar, analisaram as condições da organização. Identificaram a necessidade do banco  ser mais  competitivo em relação a  custos,  a parcela de despesas relacionada com assistência médica e previdência social e a necessidade de flexibilidade para responder às mudanças na legislação e no mercado. 

Em terceiro lugar, examinaram as condições do quadro de pessoal, inclu‐indo os talentos atuais e futuros, o desempenho dos funcionários e a compreen‐são e o comprometimento destes com os objetivos estratégicos do banco. 

Em quarto lugar, os profissionais de RH buscaram opções para solucionar todas  essas  questões.  Os  funcionários  poderiam  desembolsar  uma  parcela  de seus planos médicos? Quais outras alternativas poderiam existir para cortar cus‐tos sem penalizar os funcionários? Um aumento salarial seria capaz de atrair fun‐cionários mais bem qualificados? Nesse caso, o aumento da folha de pagamento valeria  a  pena?  Haveria  outra  maneira  menos  onerosa  de  atrair  pessoal  mais preparado? Valeria a pena realizar um amplo programa de treinamento para me‐lhorar as habilidades dos empregados atuais?  

Finalmente, os executivos definiram o que fazer para resolver esses pro‐blemas. Os custos com os planos médicos seriam gerenciados com o uso de pro‐gramas  que  emulassem  os mais  bem‐sucedidos  da  concorrência.  Um  sistema  e informação disponibilizaria os dados sobre os custos dos programas de saúde e serviria para avaliar a eficácia de cada programa específico. Para enfrentar a es‐cassez de talentos, criou‐se o Banco Móvel, que visitava escolas de segundo grau para mostrar o funcionamento de um banco, identificando alunos promissores e oferecendo a eles uma oportunidade de  treinamento e experiência no  trabalho. Uma unidade do banco  foi  criada para  consolidar  as  atividades de  treinamento para mais de 50.000 participantes. Esses programas incluíam linguagem no tra‐balho e desenvolvimento para a excelência por meio da comunicação. O recruta‐mento foi retirado das agências de emprego e feito diretamente pelo banco, ten‐do como alvo as empresas concorrentes que empregavam pessoas com o perfil de que o banco precisava. Recrutar e contratar pessoas ficou mais fácil e menos cus‐toso. Um serviço automático de  informações chamado “RH 24 Horas”  foi  criado para atender por telefone a mais de 100 questões de pessoal, como férias, licen‐ças médicas,  oportunidades  de  trabalho  e  treinamento.  Dessa  forma,  os  profis‐

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sionais de RH  liberaram seu  tempo para concentrar‐se nos assuntos mais  com‐plexos e importantes. 

Essas decisões funcionaram? O banco avaliou os resultados comparando suas ações e custos com os concorrentes. A consolidação dos programas de trei‐namento gerou uma economia de 1,7 milhão de dólares/ano por reduzir os cus‐tos  da  repetição  das mesmas  atividades  em  vários  locais  diferentes.  Obteve‐se uma economia anual de dois milhões de dólares somente com as despesas com saúde, utilizando‐se vários fornecedores de planos médicos. O mais importante é que o banco está chegando aonde almejava chegar. 

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DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL 

VISÃO P GERAL DO CA ÍTULO 

Os  novos  tempos  exigem mudanças  organizacionais  e mudanças  indivi‐duais constantes e contínuas. O DO constitui a solução para tais mudanças. Este capítulo nv e olve: 

o desenvolvimento organizacional. 1. Pressupostos básicos d

 DO. 2. Características do

3. Processo do DO.  

rvenção em DO. 4. Técnicas de inte

5. Modelos de DO. 

6. Objetivos do DO.   

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Qual é o valor de mercado de uma empresa? 

Você já pensou no quanto vale realmente sua empresa? Qual é o valor que ela alcança no mercado de capitais? Se ela vale apenas o valor patrimonial que o contador  atribui  aos  ativos  tangíveis  –  como prédios, máquinas,  equipamentos, instalações, matérias‐primas, estoques etc. –, então sua empresa nada mais é do que um punhado de coisas  físicas e materiais, uma simples soma de peças e de coisas usadas. Se for assim, você deve concluir que nada se acrescentou ao capital financeiro investido. Tudo o que foi feito ao longo do tempo não conseguiu agre‐gar valor, nem sequer alterar o investimento inicial. Pelo contrário, se o contador 

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contabilizou  o  desgaste  das máquinas  e  equipamentos  ou depreciou  as  instala‐ções  e mobiliários,  então a  situação  fica pior: houve uma  redução do  capital  fi‐nanceiro inicial. Você está frente a uma empresa que perde a cada dia que passa e que  reduz  gradativamente  seu  valor  até  chegar  ao  ponto  zero,  em  que  ela  não vale nada. É o velho problema da entropia. 

É que os recursos físicos  como máquinas, equipamentos, prédios, maté‐rias‐primas,  tecnologias  etc.   e  financeiros  capital  inicial  e  capital de  giro   são inertes e estáticos. Eles não fazem nada por conta própria, pois requerem a ação do homem para sua aplicação e busca de rentabilidade. São sujeitos passivos que dependem de sujeitos ativos. Além disso, estão sujeitos ao desgaste, à deprecia‐ção e à entropia, problemas inerentes aos sistemas físicos e concretos. E quando a  empresa os  focaliza  como prioridade e  como  foco  fundamental,  o  resultado é geralmente  decepcionante.  Hoje,  as  empresas  que  aplicam  exclusivamente  em recursos físicos e financeiros estão deixando de ser um bom negócio. É que o ca‐pital  financeiro está cedendo  lugar para o capital  intelectual. O conhecimento – muito mais do que o dinheiro – está se tornando o recurso mais valioso na Era da Informação, a nova moeda da Era da Informação. O conhecimento não ocupa lu‐gar, não é finito  nem pode ser roubado. É o único recurso ilimitado e o único ativo que  aumenta  com o uso e  com a divulgação,  ao  contrário dos demais  ativos que sofrem desgaste e perdas. É ele o principal combustível da era digital. Investir em conhecimento significa criar condições para o sucesso da empresa. Uma questão de interesse financeiro, afinal de contas. 

Como vai o QI de sua empresa?1  

Você já ouviu falar de QI  quociente intelectual ? É um conceito que pode ser aplicado não somente a pessoas, como também a organizações para definir seu nível de inteligência. E, por falar nisso, como vai o QI de sua empresa?  

Cada  vez mais,  o  conhecimento  está  sendo  a  vantagem  competitiva  que leva  as  organizações  rumo  ao  sucesso.  Cada  vez mais,  cada  produto  ou  serviço embute em si um volume maior de conhecimento. No entanto, onde está o conhe‐cimento? Sem dúvida, na cabeça das pessoas. Ele entra e sai da empresa confor‐me as p ssoas entram e saem dela. Faça uma reflexão: suponha que sua e

 

                                                             1   Extraído de MILITELLO, Kátia. Está a salvo o QI da empresa? Info Exame, p.120‐124, jul. 

1998. 

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empresa tenha diretores atuando em cada uma de suas principais áreas de ativi‐dade e que um deles  ou todos eles  resolva subitamente deixar a companhia. O que ele leva consigo? Provavelmente, muito conhecimento estratégico da empre‐sa. Catástrofe total? Sim, e por que não? Daí, surge a pergunta: como proteger e disponibilizar  o  conhecimento  existente  na  empresa?  Por  meio  do  knowledge management, ou gestão do conhecimento  GC . Trata‐se de um novo conceito de gestão baseado na tecnologia para permitir que a informação que circula desor‐denadamente dentro da cabeça de cada um dos executivos das corporações seja armazenada e explorada de  forma organizada por mais pes‐soas. Com os dados na tela do computador, diretores e gerentes podem cruzar fatos, entender melhor o que deseja o cliente e tomar decisões mais adequadas. Com a GC, o conhecimen‐to deixa de ser propriedade exclusiva de alguns privilegiados e transforma‐se em ferramenta  de  negócios  comum  a  todas  as  pessoas  da  empresa.  Essa  é  a  razão pela qual o mercado mundial de software para business intelligence está estima‐do em 70 bilhões de dólares pelo Palo Alto Management Institute. É também por essa razão que muitas empresas e consultorias como Xerox, GE, Ford, McKinsey e Gemini  já  têm seu Chief Knowledge Officer  CKO , algo como um diretor de co‐nhe ontra do para administrar o capital intelectual.  cimento c ta

O que faz um CKO? 

Ele é um missionário, um evangelista da GC dentro da empresa. Ele preci‐sa  provar  a  todos  começando  pelo  presidente   a  importância  de  armazenar  a informação para a tomada de decisões. Isso se consegue com a estratégia de re‐sultados práticos para convencer as pessoas a utilizar o Lótus Notes, softwares de data mining  que vasculham os dados à procura de respostas para todas as ques‐tões  imagináveis   e  groupware  ou  navegar  pela  Intranet  em  busca  de  dados: mostrando resultados concretos. Ele é uma espécie de designer e implementador da infra‐estrutura necessária à GC, o que inclui computadores, programas de data warehousing  o  grande  armazém  onde  ficam  guardadas  todas  as  informações importantes , bibliotecas, pessoal especializado e redes neurais. Contudo, apenas formação  técnica  não  é  suficiente,  pois  esse  novo  cargo  exige  o  conhecimento profundo do negócio, do mercado e da empresa.   

O capital intelectual sempre foi um fator estratégico no mundo dos negó‐cios. Dois aspectos catapultaram sua  importância. Primeiro, porque a hipercon‐corrência, a globalização e os consumidores cada vez mais exigentes estão levan‐do as empresas a perceberem que a inteligência acumulada pode‐se tornar uma vantagem  estratégica,  o  que  exige  reunir  em  grandes  bases  de  dados  todas  as informações que antes estavam espalhadas. A GC constitui a forma de domar essa 

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complexidade, permitindo que os executivos possam extrair informações decisi‐vas entre as centenas de milhões de bites armazenados. Seria pura perda de tem‐po navegar por um mar de dados sem um software inteligente para obter respos‐tas precisas para perguntas  importantes. Segundo, porque as empresas querem transformar  o  conhecimento  em  algo  superprotegido  e  explorado  por meio  da tecnologia da informação. As ferramentas que permitem elevar o QI corporativo estão cada vez mais acessíveis e amigáveis. Além disso, estão chegando sistemas para simulação de situações de mercado, análises de risco e groupware. Para que os dados gerados por essa parafernália cibernética estejam à mão dos executivos que tomam as decisões, as companhias escolheram as Intranets para conectar a maioria  dos  funcionários.  Com  as  redes  internas,  pode‐se  aproveitar  melhor  a inteligência da empresa, permitindo que os usuários criem, acessem e difundam informações com enorme facilidade e baixo custo. É o caso da consultoria Ander‐sen Consulting, cuja Intranet mundial, batizada de Knowledge Exchange e apeli‐dada  de  KX,  reúne  800  bases  de  informações  que  podem  ser  consultadas  por mais de 50.000 funcionários em 60 países. Todo o conhecimento adquirido pela consultoria está na rede. Se um consultor tem dúvidas sobre qual a melhor forma de começar um projeto de implantação do programa SAP R/3 em uma indústria, ele  consulta  as  bases  de  dados  sobre  softwares  de  gestão  e  encontra  projetos prontos que  lhe servem de benchmarking. Companhias como Andersen Consul‐ting, Ernst Young e Arthur D. Little têm uma boa razão para sair na frente nesse campo: afinal, elas vendem conhecimento e, quanto mais estruturadas as formas de arma  zenar esse capital intelectual, maior a eficiência alcançada e o sucesso donegócio.  

Nas empresas brasileiras, há muito que mudar em termos de cultura cor‐porativa. O  telefone ainda é o  instrumento mais utilizado pelo  executivo, não o computador.  Além  disso,  há  uma  barreira  cultural  a  ser  quebrada:  informação 

inguém está disposto a repartir seu poder.  ainda é sinônimo de poder e n

Gestão do conhecimento 

Do  ponto  de  vista  individual,  o  conhecimento  é  uma  mistura  da  expe‐riência  condensada,  dos  valores,  das  informações  contextuais  e  do  insight  dis‐cernimento  de uma pessoa e proporciona estrutura para a avaliação e incorpo‐ração de novas experiências e informações.2 O conhecimento está na mente das pessoas. As pessoas transformam continuamente a informação em conhecimento, fazendo comparações, analisando as conseqüências, buscando as conexões e con‐

 2   DAVENPORT,  Thomas  H.;  PRUSAK,  Laurence.  Conhecimento  empresarial:  como  as 

organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 

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1. Socialização: é a base para a aquisição do conhecimento tácito  refe‐

re‐se  ao  conhecimento  pessoal,  cuja  natureza  nem  sempre  permite que seja formalizado e comunicado , é a experiência, a aprendizagem 

versando com outras pessoas sobre as informações recebidas, refazendo idéias e convicç .ões   

Do  ponto  de  vista  das  organizações,  o  conhecimento  está  embutido  em documentos,  rotinas,  processos,  práticas  e  normas  organizacionais.  Acima  de tudo, o conhecimento conduz à ação, isto é, ao desenvolvimento de novos produ‐tos ou serviços, à tomada de decisões acertadas em relação aos clientes, à formu‐lação de estratégias para enfrentar os concorrentes, à logística a ser adotada etc. Quando o conhecimento deixa de evoluir, ele transforma‐se em uma opinião ou, o que é pior, em um dogma. Devido a sua importância, o conhecimento está sendo considerado um ativo corporativo e as empresas bem‐sucedidas perceberam que é  necessário  geri‐lo  e  cercá‐lo  do mesmo  cuidado  que  se  dedica  à  obtenção  de valor a partir de outros ativos que são tangíveis. Quanto mais as empresas domi‐nam o conhecimento, tanto maior sua vantagem competitiva. E por que o conhe‐cimento é vital? Porque todos os aspectos intangíveis que agregam valor à maio‐ria dos produtos e serviços são baseados em conhecimento: know‐how técnico, projeto de produto,  estratégias de marketing,  entendimento do cliente,  criativi‐dade pe oa  e ss l inovação. A inteligência humana está por trás disso tudo.  

A  gestão  do  conhecimento  refere‐se  à  criação,  identificação,  integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhecimento dentro da empre‐sa. A gestão do conhecimento está voltada para a criação e organização de fluxos de informação dentro e entre os vários níveis organizacionais, no sentido de ge‐rar, incrementar, desenvolver e partilhar o conhecimento dentro da organização, sobretudo para incentivar trocas espontâneas de conhecimento entre as pessoas. Ao contrário do que acontecia antigamente – quando as empresas guardavam e escondiam o conhecimento a sete chaves por meio da confiden‐cialidade – a ges‐tão do conhecimento  knowledge management  procura orientar a empresa  in‐teira para produzir o conhecimento, aproveitá‐lo, combiná‐lo, disseminá‐lo, apli‐cá‐lo e lucrar com ele. Cada pessoa precisa agregar valor aos processos e produ‐tos  da  empresa.  E  esse  valor  é  alcançado mediante  o  compartilhamento  do  co‐nhecimento  e  representa  a  essência  da  inovação.  O  segredo  não mais  está  em deter o conhecimento nas mãos de poucos, mas divulgá‐lo em toda a organização. Distribuir e não reter o conhecimento.  

A criação, o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento nas organi‐zações se fazem por meio de quatro maneiras: 

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i‐

a partir da observação, a iniciação e a prática. O conhecimento tácito é eminentemente intuitivo. Essa forma de aprendizagem não tem ne‐nhuma relação com a linguagem. 

2. Combinação: refere‐se aos processos sociais e mecanismos de inter‐câmbio  individual  que  combinam  o  conhecimento  adquirido  por m reeio de  lações sociais e interpessoais. 

3. Externalização:  é  a  conversão  do  conhecimento  tácito  em  conheci‐mento  explícito  ou  codificado  e  que  se  refere  ao  conhecimento transmissível mediante a linguagem formal e sistemática . A externa‐lização permite a comunicação do conhecimento por meio das  rela‐çõ  soci is es a e interpessoais. 

4. Internalização: é a mudança do conhecimento explícito em conheci‐mento tácito, relacionada com a noção tradicional de aprendizagem. O conhecimento internalizado transforma‐se em conhecimento tácito à medida que é incorporado ao comportamento da pessoa. 

As interações sociais começam com o indivíduo e permitem intercambiar e expandir o conhecimento dentro da organização. Contudo, o conhecimento or‐ganizacional  é  muito  mais  dinâmico  que  o  conhecimento  individual  devido  ao impulso que recebe das mais variadas forças. A criação do conhecimento organi‐zacional ocorre em um processo em que a organização  facilita e amplifica o co‐nhecimento  criado  pelos  indivíduos  e  o  cristaliza  como  parte  de  uma  rede  de conhecimentos da organização. Isso é primordial em uma era de incerteza e mu‐dança em que todas as pessoas devem‐se reeducar continuamente,  inclusive es‐quecendo  algo  que  aprenderam,  mas  sempre  ampliando  seu  nível  de  conheci‐mento para 

 terem condições de sustentarem‐se em seus empregos. 

A gestão do conhecimento impõe o conceito de organizações de aprendzagem.3 

Uma organização de aprendizagem é a que facilita o aprendizado de todos os  seus membros e  transforma‐se  continuamente.4 O núcleo da organização do aprendizado  é  composto  de  cinco  “disciplinas”  que  constituem  programas  de longo prazo de desenvolvimento, aprendizado e prática organizacional, a saber: 

                                                             3 tice of  ing  ni   SENGE, Peter. The fifth discipline: the art and prac learn orga zation. New 

York: Currency Doubleday, 1990. 4   PEDLER, Mike; BURGOYNE,  Jonh; BOYDELL, Tom. The  learning company. New York: 

McGraw‐Hill, 1991. 

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1. Maestria pessoal: é o aumento da capacidade de desenvolvimento in‐dividual. Começa com aprender a aprender para deslanchar a capaci‐dade de aprendizagem. 

2. Modelos mentais: são os insights da pessoa que funcionam como re‐ferência p  eara ações  decisões no ambiente de trabalho.  

3. Visão compartilhada: significa a criação de compromisso com objeti‐vos comuns da equipe de  trabalho e voltados para a missão e visão da empresa.  

4. Aprendizado em equipe: é a capacidade de desenvolver conhecimen‐tos e habilidades coletivas de colaboração. Habilidades sociais e  ca‐pa d amcidade  e relacion ento interpessoal são importantes. 

5. Pensamento sistêmico: como uma ferramenta mental para lidar com os  processos  de mudança.  Ver  a  floresta  e  não  cada  árvore.  Pensar globalmente. Ver a totalidade.  

Essas  cinco disciplinas  constituem a  essência da organização que evolui permanentemente, que se adapta a seu ambiente competitivo e  traz novas con‐tribuições ao cliente e a seus membros. O aprendizado permanente constitui um ciclo de eterna mudança, envolvendo sensibilidade e consciência em relação ao ambiente em que a organização opera  visão estratégica , evolução permanente de atitudes e crenças  cultura organizacional  e desenvolvimento de habilidades e conhecimentos  gestão do conhecimento .  

As empresas do novo século estão‐se transformando em organizações de aprendizagem comprometidas com a educação e o desenvolvimento dos funcio‐nários. Muitas empresas estão criando universidades corporativas para consoli‐dar uma infra‐estrutura de aprendizagem corporativa, a fim de desenvolver mei‐os de alavancar o conhecimento e conduzir a novas oportunidades de negócios, entrar em novos mercados globais, criar relacionamentos mais profundos 

com os clientes e impulsionar a empresa para um novo futuro. As universidades corporativas  estão  deixando  de  ser  meros  locais  físicos  –  como  o  tradicional campus universitário –  para tornarem‐se cada vez mais um processo contínuo de aprendizagem como universidades virtuais. A preocupação está em geren‐ciar e avaliar o conhecimento e estabelecer estratégias orientadas para o conhecimen‐to.

Assim, a gestão do conhecimento é um processo que permite ampliar, di‐vulgar, alargar e justificar o conhecimento individual dentro da organização. Esse processo pode ser resumido em cinco conceitos básicos: 

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1. Alargamento do conhecimento individual dentro da organização: re‐fere‐se ao acúmulo de conhecimento tácito mediante o manuseio da experiência. É influenciado por dois fatores: a variedade da experiên‐cia  individual e o conhecimento pessoal decorrente dessa experiên‐cia.  

2. Compartilhamento do conhecimento tácito: o conhecimento e a expe‐riência individuais permitem criar uma perspectiva pessoal do mun‐do até que sejam articulados e ampliados por meio da interação soci‐al. 

3. Conceptualização e  cristalização:  a  conceptualização decorre princi‐palmente  das  relações  sociais  entre  as  pessoas.  O modo dominante de conversão do conhecimento é a externalização, por meio da qual as  perspectivas  pessoais  são  convertidas  em  conceitos  explícitos  e podem  ser  compartilhadas  em  cada  equipe.  A  comunicação  entre pessoas é o processo que constrói conceitos em cooperação com os outros. A cristalização é o processo mediante o qual vários departa‐mentos dentro da organização  testam a realidade e a aplicabilidade do conceito por meio do trabalho das equipes, passando a integrá‐lo e i á u  a a .  ncorpor ‐lo em s as tivid des

4. Justificação e qualidade do conhecimento: a justificação é o processo de convergência  final e visão completa que determina a medida em que o conhecimento criado dentro da organização é adequado para a organização e para a sociedade. É a preocupação com a qualidade do co h enn ecim to gerado. 

5. Rede de conhecimento: durante o estágio da criação do conhecimen‐to organizacional, o conceito é criado, cristalizado e justificado na or‐ganização  baseada  no  conhecimento  como  uma  rede  global  de  co‐nhecimento organizacional.  

No entanto, as coisas nem sempre são  fáceis. Os  três principais desafios da gestão do onh n c ecime to são: 

1. Criar uma infra‐estrutura administrativa do conhecimento: esta tare‐fa envolve a construção de redes, bancos de dados, estações de traba‐lho etc. Muitas organizações desenvolvem centros de aprendizado ou universidades corporativas para essa finalidade. Outras definem um executivo de alto nível –   como um gerente do conhecimento – para tocar e desenvolver o assunto. 

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2. Construir  uma  cultura  do  conhecimento:  derrubar  barreiras  e  criar mecanismos para o desenvolvimento e manutenção do conhecimento nos vários departamentos da organização. Isso envolve uma mudan‐ça  da  cultura  organizacional  para  incrementar  o  valor  do  conheci‐mento. Isso está trazendo uma nova concepção do treinamento – e do aprendizado – como um processo de comunicação do conhecimento. Nessa  perspectiva,  os  profissionais  de  RH  tornam‐se  agentes  de  a‐prendizado e consultores em desempenho. 

3. Administrar resultados: para saber qual é a melhor forma de gestão do conhecimento que ajuda a  fazer ou economizar dinheiro e docu‐

onômico.  mentar o impacto ec

Educação corporativa 

Atualmente,  o  conceito  predominante  é  que  o  Treinamento  e Desenvol‐vimento  T&D  deve ser um processo contínuo e não um simples evento que o‐corre  isoladamente  ou  apenas uma  vez  na  vida.  Para que  isso possa  acontecer, algumas empresas estão partindo para a instituição de universidades corporati‐vas. Algumas são virtuais. Boa parte delas se estende além das fronteiras da em‐presa, envolvendo também fornecedores e clientes nas duas pontas e utilizando metodologias de ensino a distância e a tecnologia da informação.  

O conceito de educação corporativa constitui um processo e não necessa‐riamente  um  local,  onde  todos  os  funcionários,  clientes  e  fornecedores  partici‐pam de  uma  variedade  de  experiências  de  aprendizagem necessárias  para me‐lhorar seu desempenho no trabalho e incrementar seu impacto nos negócios. Em muitos casos, a função tradicional de T&D está convertendo‐se em uma universi‐dade corporativa. Em outros casos, a empresa cria uma universidade corporativa com o intuito de enfrentar desafios e promover mudanças.5 

Na verdade, muitas empresas estão transformando‐se em verdadeiras or‐ganizações  educadoras  e  desenvolvendo  educação  corporativa  devido  aos  se‐guintes tor fa es:6  

xível. 1. Emergência da organização não hierárquica, enxuta e fle

 economia do conhecimento. 2. Advento a                                                            

 e consolidação d 

5 HRD  W   PHILLIPS,  Jack  J.  Trends  orldwide:  shared  solutions  to  compete  in  a  global economy. Houston: Gulf, 1999.  

6   MEISTER, Jeanne C. Educação corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron Books, 1999. 

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can ando o nível de qualid d                                                            

3. Redução gradativa do prazo de validade do conhecimento. 

4. Novo foco na capacidade de empregabilidade/ocupacionalidade para  a vida toda. a vida toda em lugar do velho conceito de emprego para

5. Mudança fundamental no mercado da educação global. 

Várias  empresas  –  como Motorola, McDonald’s,  Grupo Accor,  Coca‐Cola, Algar  e  Brahma  –  têm  universidades  corporativas,  algumas  delas  virtuais.  A Brahma desenvolveu um MBA próprio,  o Master  in Brahma Administration,  no qual investe 800.000 reais anualmente. As aulas e treinamentos são ministrados por  altos  executivos  da  empresa  e  por  alguns  consultores  convidados. O Bank‐Boston criou a Boston School que ministra aulas sobre mercado financeiro, con‐tabilidade  e  desenvolvimento de  competências. O Grupo Accor  inventou  a Aca‐demia Accor que forma e desenvolve funcionários de todos os níveis. E, se neces‐sário,  leva a escola até os alunos em qualquer canto do país. A Universidade do Hambúrguer da McDonald’s representa um investimento de 7 milhões de dólares e  tem auditório,  laboratório, biblioteca,  videoteca,  cozinha para  testes e  sala de edição de vídeo. Recebe pessoal de nível gerencial e empresários do sistema de franquia da organização, além de alunos do Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia e Chile. A Caterpillar tem um Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos que  cobre  uma  área  de  3.100  metros  quadrados,  um  complexo  equipado  com estúdios  multimídia  e  softwares  especialmente  criados  para  o  autodesenvolvi‐mento dos funcionários. São essas empresas que se colocam acima da média das 

ostrando as últimas tendências no desenvolvimento de seu pessoal.  demais, m

CASOS 

Motorola: A máquina de aprendizagem7  

A  gestão  do  conhecimento  é  um  assunto  atual  e  crítico.  A  diretoria‐executiva de educação da Motorola afirma enfaticamente: como empresa, acredi‐tamos que,  para  competir  em um mercado  global,  nossa  tecnologia  é  essencial, mas não é  suficiente. As pessoas é que  farão a diferença. E as pessoas somente poderão contribuir enquanto estiverem aprendendo. A Motorola percebeu que a dinâmica da hipercompetitividade global está transformando rapidamente a qua‐lidade dos  produtos  em uma mera  característica  comum. Os  rivais  da  empresa estão al da Motorola, o que reduz  sua força compe‐ç a e 

 7   Baseado  em: KIERNAN, Matthew  J.  The  eleven  commandments  o 21st  century ma‐

nagement. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1996. p. 200‐203. f 

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Como  toda organização que aprende  rapidamente, a Motorola aprendeu 

com  seus  erros.  Procurou  uma  reinvenção  de  si  mesma,  usando  sua  infra‐estrutura de treinamento como o carro‐chefe da mudança organizacional. Passou a  focalizar  o  meio  ambiente  competitivo  externo.  Um  módulo  de  treinamento padronizado  de  16  horas  sobre  “consciência  competitiva”  foi  repassado  para mais de 2.500 gerentes, para mostrar o benchmarking de algumas das melhores práticas  de  desempenho  do  mundo  em  outras  empresas.  Dois  aspectos  foram realçados na aprendizagem organizacional da Motorola. O primeiro é o forte vín‐culo entre o conteúdo e o estilo de seus programas de treinamento e as estraté‐gias empresariais da empresa. Os executivos articulam um novo objetivo estraté‐gico  como redução do ciclo de  tempo, aperfeiçoamento do  trabalho em equipe ou integração maior com os clientes  e passam a desenvolver pacotes de treina‐mento sob medida, para apoiar as iniciativas estratégicas diretamente. A intimi‐dade entre a educação e a estratégia empresarial é maior na Motorola do que em qualquer outra empresa. O segundo aspecto da aprendizagem organizacional na Motorola é o modo como ela se estende por toda a cadeia de valores da empresa. 

titiva. Nessas condições, a vantagem competitiva precisa ser substituída por res‐ponsividade, adaptabilidade e criatividade, ao mesmo tempo em que a capacida‐de  de  aprendizagem  organizacional  está  tornando‐se  o  maior  diferencial  para manter a distância dos concorrentes. E a Motorola pretende ficar à frente disso. O presidente Gary  Tooker  diz  que  se  o  conhecimento  está    tornando‐se  cada  vez mais antiquado, não existe outra escolha a não ser investir em educação. E isso é a arma competitiva da companhia. 

A Motorola adotou a aprendizagem organizacional com toda força. A em‐presa gasta quase quatro vezes a média da indústria norte‐americana em treina‐mento e pretende quadruplicar esse valor. Ela possui uma das forças de trabalho mais  bem  treinadas  no mundo.  Embora  jogue  toneladas  de  dinheiro  no  treina‐mento de seu pessoal, é a qualidade estratégica do investimento da empresa em aprender que realmente conta. E não apenas a quantidade.  

Foi na década de 80 que iniciou a epifania da Motorola em aprendizagem organizacional.  A  empresa  já  vinha  travando  uma  verdadeira  jihad  corporativa pela qualidade: uma guerra santa contra os defeitos de fabricação, para alcançar o  pretendido  nível  de  qualidade  chamado  “Seis  Sigmas”.  Em  1988,  a  Motorola ganhou o Prêmio da Qualidade Malcom Baldridge, o equivalente ao Prêmio Nobel na física. No entanto, pagou caro por ele. A empresa se tornara tão obcecada pela qualidade  de  produção  e  tão  concentrada  internamente,  que  perdeu  de  vista  o cliente  e  suas  necessidades  de  mudança.  Essa  focalização  defeituosa  provocou resultados negativos na satisfação dos clientes. Daí para a baixa lucratividade foi apenas um pulo.  

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A empresa quebrou as barreiras corporativas de todos os tipos, que existiam en‐tre  seus departamentos  ou  entre  a  empresa  e  seus  clientes  e  fornecedores.  Ela ministra cursos especiais para seus clientes e fornecedores e até para seus futu‐ros funcionários. Preocupada com a qualidade de sua futura força de trabalho, a Motorola  está  trabalhando  ativamente  nas  escolas  públicas  de  alguns  estados norte‐americanos.  

A  espinha  dorsal  da  infra‐estrutura  de  aprendizagem  organizacional  da empresa  é  sua  famosa Universidade Motorola  UM . Com 14  campi  espalhados pelo mundo e um orçamento anual de 120 milhões de dólares,  a UM é negócio melhor do que um comando simbólico na gestão do treinamento e da educação e ensina muito mais do que simples detalhes práticos. Ela constitui uma “cola” cul‐tural  corporativa e  envolve  todos os  executivos  e  até o presidente da  empresa. Ela investe não apenas dinheiro, mas também o próprio tempo dos executivos. E a aprendizagem não se  limita apenas à  sala de aula. Por essa razão, a Motorola transformou‐se em uma verdadeira máquina de aprendizagem por trás da fabu‐losa máquina de fazer dinheiro.     

 

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PARTE VII 

SUBSISTEMA DE MONITORAMENTO DE          RECURSOS HUMANOS 

Saber o que está acontecendo é  fundamental para a ARH. O processo de controle constitui a base para avaliar ações, processos e resultados. Esta Parte VII está constituída de dois capítulos: 

 

 

Parte VII

Subsistemade

monitoramentode RH

Processo de controle.Dados e informação.Banco de dados de RH.Sistemas de informações gerenciais.Aplicações do SIG de RH.

Capítulo 16

Banco de dadose sistema deinformações

Padrões de avaliação e controle de RH.Ação de auditoria: amplitude e profundidade.Agente de auditoria de RH.Contabilidade de RH e Balanço Social.Responsabilidade social.

Capítulo 17

Auditoriade RH

 

 

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BANCO DE DADOS E  SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

Banco de dados e  sistemas de  informações gerenciais  constituem o  fun‐damento do processo de comunicação e de gerenciamento do conhecimento den‐tro das  ga seguintes itens: or nizações. Este capítulo envolve os 

rmações. 1. Conceito de dados e info

2. Banco de dados em RH.  

3. Sistema de  informações  gerenciais  de RH.  Planejamento  de  um  sis‐formações.tema de in  

4. Principais  aplicações  do  sistema de  informações  de RH.  Jornada  de trabalho. Lazer. Disciplina.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Capital intelectual: o novo recurso crítico1  

Em geral, as empresas bem‐sucedidas podem ser consideradas empresas inteligentes, pois sabem converter recursos intelectuais em uma cadeia de servi‐ços, integrando‐os na forma mais conveniente para satisfazer aos clientes, como a seguir: 

                                                             1   QUINN, James Brian. Construindo a empresa inteligente: alavancando os recursos, os 

serviços e a tecnologia. In: FAHEY, Liam; RANDALL, Robert M. MBA: curso prático de estratégia. Rio de  Janeiro: Campus, 1999. p. 244‐248. 

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Gerenciamento de marketing, vendas e distribuição. • Coordenação de sistemas integrados  materiais, processos e pessoas . 

• Focalizam as atividades baseadas no conhecimento e não os produtos. • Desenvolvem as melhores capacidades do mundo em algumas ativida‐des escolhidas. 

• Aprimoram constantemente essas capacidades, para que continuem as melhores do mundo. 

• Fazem o benchmark de outras atividades: consideram a terceirização, a não ser quanto ao melhor e ao estratégico. 

• Concentram‐se nos clientes, nos empregados e nos acionistas. • Ajustam as mensurações e as recompensas para refletir o foco. • Desenvolvem uma cultura de aprendizado nos níveis pessoal, grupal e empresarial. 

• Alavancam o intelecto, por meio do treinamento, dos bancos de dados, das redes e da motivação. 

• Desagregam as organizações e as reestruturam em torno das tarefas. • Utilizam recursos de âmbito mundial, que sejam os melhores da cate‐goria. 

As  empresas  que  oferecem produtos  e  serviços  nas  áreas  de  advocacia, contabilidade, serviços financeiros, pesquisa aplicada, assistência médica e entre‐tenimento basicamente vendem as aptidões e o intelecto de profissionais de im‐portância crítica para o negócio. Também nas atividades de fabricação, a maioria dos  processos  que  agregam  valor  a materiais  diversos  deriva  de  atividades  de serviços b omo: aseadas no conhecimento, c

• Pesquisa básica e aplicada. • Projeto de produtos e processos. • tware. Desenvolvimento e gerenciamento de sof• e informação. Gerenciamento de sistemas d• Gerenciamento da logística. • Gerenciamento da produção e da qualidade. • s sobre os mercados e a concorrência. Levantamento de informaçõe• Gerenciamento da inovação. •

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• Recrutamento, treinamento e desenvolvimento de pessoal. • Serviços profissionais nas áreas jurídica, contábil, de relações públicas, médica e financeira. 

Para  ser  eficaz,  cada  atividade  deve  transpassar  vários  dos  tradicionais grupamentos funcionais. A idéia é juntar e não separar. 

Antigamente, os investidores davam preferência para ativos sólidos. Hoje, os capitalistas de risco reconhecem que os  investimentos em tijolo e argamassa garantem apenas as mesmas taxas de retorno da caderneta de poupança ou hipo‐tecas. Eles estão ganhando dinheiro  1   investindo nas aptidões e  intelectos es‐peciais que apenas as pessoas altamente motivadas e dotadas de conhecimento e perspicácia são capazes de oferecer e  2  alavancando esses intelectos nos mer‐cados, por meio de alguns sistemas internos que são os melhores do mundo e da gestão  integrada de muitas atividades  terceirizadas. Praticamente,  todas as em‐presas novatas na área de tecnologia adotam essa abordagem. São as  idéias e o intelecto, e não os ativos tangíveis, que constroem as grandes empresas. Os prin‐cipais recu s que a empresa é capaz de alavancar são: rsos intelectuais crítico

• Recursos tecnológicos. •  e clientes. Bancos de dados sobre processos• . Sistemas de projetos e inovação• Sistemas e práticas gerenciais.  • Sistemas de logística e redes de informação. • vos participantes. Redes de contato especializado e acesso a no• Sistemas de resposta organizacional rápida. • Sistemas motivacionais e cultura corporativa. 

À medida  que  as  empresas  bem‐sucedidas  se  transformam  em  grandes empresas, elas procuram manter o foco em um conjunto selecionado de aptidões em serviços, que se alavancam em múltiplos produtos, para o alcance de posições dominantes  nos mercados.  Essas  empresas    indagam‐se  freqüentemente  sobre seus recursos intelectuais:  

• Quais  são  os  recursos  intelectuais  críticos  da  empresa  hoje?  Eles  são compatíveis  com  as  necessidades  futuras? Quanto  tempo  demorará  o desenvolvimento dos recursos necessários? 

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• Como os  analistas  avaliarão os  recursos  intelectuais das  empresas ou mensurarão as tendências nesses ativos baseados em conhecimento? 

• Como o valor dos recursos intelectuais de uma empresa se comparam com o dos seus recursos físicos? 

• Como a empresa será capaz de agregar valor aos seus recursos físicos ou aos seus recursos intelectuais? 

• alavQue conjunto de recursos é mais  ancável? E mais durável? • Quais  são  os  elementos  críticos  para  a  compatibilização  dos  recursos intelectuais? Como eles diferem do gerenciamento dos recursos físicos? 

CASOS 

Bayer do Brasil S.A.2  

A Bayer é uma indústria químico‐farmacêutica que está no Brasil há 103 anos, com faturamento anual em torno de US$ 600 milhões. Obteve a certificação ISO 9000 em 1996 para todas as suas unidades. No final de 1989, a empresa pas‐sou a questionar o papel de RH e decidiu preparar a empresa para uma profunda mudança. A estrutura de RH era composta de 110 funcionários e atuava de forma centralizada, cartorial, controladora e fazedora de normas. Até então, o paterna‐lismo era muito forte. Para minimizar as resistências internas, foram feitas pales‐tras de conscientização. 

O processo de mudança deveria ser feito de dentro para fora, eliminar os dificultadores e maximizar as funções facilitadoras. Para tanto, foram abolidas as funções‐meio e as que não contribuíam para as relações de trabalho. Tomou‐se o cuidado de não repassá‐las aos gerentes de linha e, sim, de extingui‐las definiti‐vamente. As  funções burocráticas exigidas pelo Ministério do Trabalho, Tribu‐nal Superior do Trabalho e demais órgãos governamentais foram totalmente in‐formatizadas. A nova  tecnologia da  informação  foi desenvolvida para  facilitar o processo  de  administração  do  pessoal  e  consiste  num  sistema  de  informações descentralizado que contém todos os dados para gerenciar o pessoal, implantado em módulos  rotinas trabalhistas, recrutamento e seleção, treinamento etc. , com a ajuda de uma consultoria de sistemas.  

                                                             2   Baseado em ORLICKAS, Elizenda. Consultoria interna de recursos humanos. São Paulo: 

Makron  Books, 1998. p. 79‐81. 

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s anos seguintes a sua implantação.  

Atualmente, o RH da Bayer constitui uma unidade de negócio e conta com 23 funcionários, sendo nove na função de consultores internos. Sua responsabili‐dade consiste na retroalimentação dos dados, no planejamento de novas estraté‐gias, no  fornecimento de diretrizes e no dimensionamento dos recursos da em‐

As informações de rotina de pessoal – como freqüência, crédito de horas extras,  desconto  de  atrasos,  descansos  entre  jornadas,  admissão,  promoção  e demissão – são inseridas a todo momento pelos líderes, por meio de uma senha. As demais são retroalimentadas pelo RH. Já não existe papel, somente o contrato de trabalho. Foram eliminados: 

• Folha de pagamento tradicional. Atualmente, o sistema facilita a inser‐ção de dados pelos líderes e o acesso das informações pelos funcioná‐rios. O pagamento é on‐line, via banco. 

• Atualização manual da carteira de trabalho. Foi substituída por um sis‐tema informatizado que reproduz todos os dados, quando acionado pe‐lo funcionário por meio de uma senha. Apenas o registro de admissão e demissão são anotados. 

• Controles de  freqüência e apontamento de 3.400 cartões de ponto. Os líderes passaram a administrar a assiduidade dos seus funcionários. 

• Controle de férias. Quando um funcionário deseja sair de férias, insere os dados, seu líder recebe e negocia as datas, se for o caso. Se, dentro do prazo estipulado, ninguém contestar, a informação é processada e o va‐lor é creditado no banco. Tudo on‐line.  

• Movimentação de pessoal. Para admitir ou demitir um funcionário, o lí‐der entra no sistema, digita as informações e o software faz o cálculo e processa.  

Os  funcionários  têm acesso a  todos os seus dados particulares por meio de sua senha, a qualquer momento. Podem saber o saldo de FGTS, férias a vencer, horas extras a receber, transporte da empresa, refeitório, emissão de demonstra‐tivo de pagamento etc. A informação está totalmente disponível.  

Esse sistema obrigou as pessoas ao autogerenciamento, bem como os  lí‐deres e chefias a gerir as informações. Todos são, em determinado grau, gestores de pessoas. 

A Bayer do Brasil foi a primeira empresa do grupo mundial a utilizar re‐cursos de multimídia em RH. O investimento total, incluindo banco de dados e o treinamento, foi de US$ 200 mil e gerou uma economia de US$ 6 milhões ao longo dos doi

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presa.  Acima  de  tudo,  o  RH  funciona  como  o  captador  de  futuras  dificuldades para  a  empresa,  preparando‐a  para  enfrentá‐las  adequadamente.  O  relaciona‐mento entre o RH e os demais funcionários é transparente, ágil e dinâmico, pois o RH está mais próximo do cliente.  

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AUDITORIA DE RECURSOS HUMANOS 

VISÃO GERAL DO CAPÍTULO 

A auditoria de RH está relacionada com a monitoração e avaliação das a‐tividades relacionadas com as pessoas. Quanto maior a descentralização das prá‐ticas de RH, tanto maior a necessidade de avaliação do sistema. Este capítulo en‐volve: 

1. Padrões de avaliação e controle em RH. Fontes de informação. 

2. Amplitude e profundidade de ação da auditoria. O agente de audito‐ria em RH. 

3. Contabilidade de RH e Balanço Social. Classificação das  contas  soci‐ais. 

4. Responsabilidade social das organizações.  

TEMAS PARA REFLEXÃO 

Investimento em cidadania1 

Há uma forte tendência no empresariado brasileiro: a conscientização da responsabilidade  social  do  setor  e  o  descobrimento  de  que  apoiar  programas sociais proporciona retorno positivo para a imagem de empresas e instituições. 

 

                                                             1   ESTEVES, Regina. Investimento em cidadania. Gazeta Mercantil, 5 set. 2000, p. 2. 

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As empresas estão cada vez mais se envolvendo no processo de erradicação do  analfabetismo  no  país.  Prova  disso  é  a  crescente  participação  empresarial  no Programa  de  Alfabetização  Solidária,  que  já  soma  investimentos  de  R$  85 mi‐lhões ao longo de três anos. O Programa é uma organização não governamental ONG  criada com base no Conselho da Comunidade Solidária presidido pela es‐posa do Presidente da República que teve início em 1997, com 11 empresas par‐ceiras. Hoje, conta com 87 empresas. 

Essas parcerias possibilitarão ao Programa de Alfabetização Solidária a‐tender  a  cerca  de  1,5 milhão  de  alunos  em mais  de  1.200 municípios.  A maior parte dos atendimentos está nas regiões Norte e Nordeste, além das áreas metro‐politanas de São Paulo, Rio de  Janeiro e Distrito Federal. Além do comprometi‐mento  cada  vez  maior  do  setor  empresarial  com  o  combate  ao  analfabetismo, existe também uma forte consciência social das empresas parceiras, muitas delas financiando o atendimento de estudantes em outras regiões do país.  

As empresas perceberam que o investimento social sério gera retorno pa‐ra a marca. A logomarca das empresas parceiras aparece no site do Programa, em eventos e publicações de Alfabetização. Além disso, o selo de empresa ou institui‐ção solidária pode ser usado em embalagens, home pages e campanhas  institu‐cionais  da  empresa.  O  empresariado  sabe  que  cada  vez  mais  a  divulgação  de compromisso  social  assumido por empresas  representa  fator de escolha de de‐terminado produto pelo consumidor. É a “empresa‐cidadã”          atuando na soci‐edade. Todavia, não é só no empresariado que devem estar apoiados os projetos sociais. Para o sucesso dessas  iniciativas,  também devem participar universida‐des, instituições, municípios, pessoas físicas e os Governos Federal e Estaduais.  

O Programa de Alfabetização Solidária reúne a participação de todos es‐ses segmentos. Por exemplo, quando se trata do financiamento do custo do aluno, as empresas contam com parceria do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação e Cultura  MEC . As empresas dividem com o MEC o custo de apenas R$ 34,00 por aluno/mês, durante seis meses. Assim, cada parte contribui com R$ 17,00 por aluno/mês. No caso do MEC, esse valor corresponde ao  fornecimento de material didático. Já as universidades garantem a qualidade dos projetos edu‐cacionais e coordenam as atividades. Os municípios proporcionam a continuida‐de  do  ensino,  por meio  de  cursos  supletivos.  E  pessoas  físicas  também  podem contribuir,  adotando  um  aluno,  nos mesmos moldes  das  empresas.  É  cada  um fazendo sua parte. Estamos convencidos de que esse é um modelo concreto dos benefícios da conjugação de esforços. É o velho conceito de sinergia. 

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aptável às mudanças do mund

Afinal, o que é gestão estratégica de pessoas?2  

As  práticas modernas  de  Gestão  Estratégica  de  Pessoas  envolvem,  pelo menos,  atro dqu  ativi ades genéricas, a saber: 

1. Práticas de  seleção:  atividades empresariais que  se  referem ao mo‐vimento de pessoas entre posições, seja por meio de promoções, seja po i tr me o de con ratação externa. 

2. Práticas de avaliação: sistemas de retroação que examinam e aferem os e d difer ntes tipos  e desempenho das pessoas dentro da empresa. 

3. Práticas de recompensa: sistemas pelos quais os empregados são re‐co i  c pen anhec dos e om s dos por um bom trabalho. 

4. Práticas de desenvolvimento: atividades variadas com a finalidade de melhorar  o  ajustamento  entre  as  habilidades  dos  empregados  e  as exigências de seus cargos. 

A criação de coerências entre todas essas práticas é fundamental para que elas possam reforçar‐se mutuamente, aumentando a eficácia de cada uma, dentro de uma filosofia abrangente e de uma visão estratégica. A coerência pode assumir várias formas. À medida que os gerentes escolhem a melhor forma de lidar com as pessoas de suas empresas – a melhor forma de selecionar, avaliar, desenvolver e recompensar seus empregados –, suas escolhas específicas começam a dar for‐ma a perfis culturais relativamente únicos.  

Algumas empresas que adotam a prática de  “contratar os melhores”  re‐crutam agressivamente e  tendem a pagar  salários  iniciais maiores e a  financiar planos de treinamento e desenvolvimento intensivos para os recém‐contratados. Essas empresas ancoram suas práticas de RH em torno de promoções internas e tendem a  criar uma  força de  trabalho mais  comprometida  com uma  longa per‐manência na empresa. Raramente, colocam pessoal externo em posições‐chaves. Para o observador externo, essas empresas se assemelham a fortalezas fortemen‐te  guardadas  e  inexpugnáveis.  Verdadeiros  baluartes  que  constroem muralhas para proteger das forças externas. É o caso de empresas como a IBM, Microsoft, McDonald’s, Procter & Gamble, AT&T e GM. 

Por outro lado, há empresas que adotam uma estratégia de RH mais flexí‐vel e ad o moderno e que se apóia menos na quan‐

                                                             2   Baseado  em:  FOMBRUN,  Charles  J.;  HARRIS,  Drew.  Gestão  estratégica  dos  RH.  In: 

COHEN, Allan R. MBA:  curso prático de administração. 3.  ed. Rio de  Janeiro: Campus, 1999. p. 240‐252.   

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tidade e mais na qualidade, menos na padronização dos produtos e mais no aten‐dimento às necessidades específicas do cliente; menos na diversificação dos ris‐cos e mais na construção de sinergias; menos na rivalidade franca e mais em ali‐anças cooperativas com rivais. Internamente, essa mudança na postura estratégi‐ca traduz‐se em uma revolução na maneira como os empregados se relacionam com as empresas, um deslocamento das rígidas hierarquias em direção a um tra‐balho em equipe mais  igualitário; em um afastamento do carreirismo para uma visão dos empregados como participantes temporários de redes de trabalho inte‐rempresas  que  levam  habilidades,  conhecimento  e  informação  para  diferentes indústrias. O resultado? Enquanto as empresas saem de seu status quo como for‐talezas  inexpugnáveis  para  uma  postura  estratégica  federativa,  elas  provocam uma transformação na maneira como os ativos humanos são considerados e ad‐ministrados. 

Os perfis das empresas com a tradicional postura de fortaleza inexpugná‐vel  contra  forças  externas  e  com a mais  recente  postura  federativa  e  integrada estão alinhados a seguir:    

Postura de Fortaleza:

Orientada para a quantidade

• Hierárquica

• Padronizada

• Especializada

• Focada nas finanças

• Construtora de portfólios

• Faz tudo na empresa

• Constrói muros

Postura Federativa:

Orientada para a qualidade

• Igualitária

• Individualizada

• Orientada para equipes

• Focada no produto

• Criadora de sinergias

• Forja alianças

• Rompe fronteiras

••

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A gestão estratégica de pessoas constitui a  tentativa sistemática de  ligar as práticas de RH da empresa a suas estratégicas competitivas, a fim de ajudar os gerentes a garantir uma vantagem relativa sobre empresas rivais e, a partir disso, 

a. melhorar o desempenho da empres

Gestão estratégica de pessoas 

Cada aspecto estratégico implica um perfil cultural distinto e uma estra‐

tégia de RH distinta. O desafio hoje enfrentado pelos gerentes não é o de apenas adequar as práticas de seleção, avaliação, desenvolvimento e retribuição dos em‐pregados à postura competitiva vigente, mas também o de fazer com que os tra‐dicionais  sistemas  de  RH  típicos  das  antigas  empresas‐fortalezas  adotem  uma postura federativa mais vigorosa e mais adequada ao ambiente global em rápida mutação.  

Posturacompetitivada empresa

Competênciadistintiva

Práticas deavaliação

Práticas de seleção

Práticas dedesenvolvimento

Práticas derecompensas

  163

Page 164: Recursos humanos

Estratégias genéricas de RH 

P

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Em  geral,  as  práticas  de  RH  apresentam  enorme  conteúdo  operacional, 

pois oferecem orientação pormenorizada sobre como analisar cargos, selecionar candidatos,  avaliar  desempenho,  estabelecer  planos  de  compensação  e  progra‐mas de treinamento dentro e  fora da empresa. Em ambientes mutáveis, a preo‐cupação crítica é como usar de forma mais estratégica as práticas de RH, com o objetivo de capitalizar o potencial latente dos ativos humanos da empresa. Assim, mudanças na postura estratégica exigem novos  tipos de habilidades, novas ma‐

ntratos psicológicos.  neiras de motivar os empregados e novos co

Como sobreviver na nova economia?  

A resposta é simples: detectando, admitindo, respeitando e praticando as regras do jogo dela. Regras do jogo? Mas qual é o jogo? Futebol, basquete, xadrez, sinuca, peteca, xadrez, golfe ou webgame? O novo jogo ainda não tem formato e nem conteúdo. A primeira regra poderia ser: não há regras. A segunda regra: nin‐guém sabe ainda como se faz a coisa certa. No entanto, cresce rapidamente o nú‐

ostura de Fortaleza:

Recrutamento e seleção internosSeleção explícita e estruturadaVoltadas para o longo prazo

Postura Federativa:

Recrutamento e seleção externosSeleção flexível e informalVoltadas para o curto prazo

Estratégias de Seleção

Medem comportamentoFocadas no indivíduoBaseadas na supervisão

Medem resultadosFocadas na equipeParticipativas

Estratégias de Avaliação

De longo prazoFocadas no crescimento do empregadoSistemáticasDirigidas às necessidades da empresa

De curto prazoFocadas na realização de tarefasEspontâneasIniciadas pelos empregados

Baseadas no comportamentoIncentivam a eqüidade internaProporcionam segurança e regalias

Baseadas nos resultadosDão ênfase à eqüidade externaProporcionam incentivos monetários

Estratégias de Desenvolvimento

Estratégias de Recompensas

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mero de empresas, profissionais e até de governos que  já  sabem como se  faz a coisa errada. Isso é um bom começo.  

Para Joelmir Beting,3 na Nova Economia ainda estamos no começo do iní‐cio do princípio da fase preliminar antes da decolagem. Deu para sacar, entretan‐to,  que  já  penetramos  no  olho  do  furacão  de mudanças  rápidas  e  profundas  – como nunca antes na história da humanidade. E o que é pior: tais mudanças pro‐cessam  a rês fundamentos do Universo:‐se o largo ou acima dos t

4    

1. Tempo  velocidade . 

2. Espaço  conectividade . 

3. Massa  intangibilidade . 

O que mais fascina e assusta, tanto quanto a profundidade das mudanças, é a velocidade delas. A bordo da explosão das tecnologias da informação, estamos tentando responder ao desafio das quatro velocidades para a  sobrevivência e a prosper adid e na nova economia: 

1. Velocidade de percepção das transformações. 

ido. 2. Velocidade de decisão sobre aquilo que é perceb

ido. 3. Velocidade de execução daquilo que é decid

4. Velocidade de aferição do que é executado. 

Voltando agora à pergunta inicial sobre qual seria a regra primeira da no‐va  economia,  Beting  apontaria  exatamente  para  esse  paradigma  da  velocidade. Por uma simples e boa razão: não é mais o grande que engole o pequeno. Dora‐vante,  é  o  veloz que destrói o  lerdo.  Isso vale para empresas, profissionais,  go‐vernos e nações.  

No  jogo ainda sem regras do mercado, um veloz pequeno pode expulsar de campo, na maca, um lerdo grande. Eis o efeito dinossauro que está acabando com todos os monopólios estatais em todo o mundo. Não é maquinação do neoli‐beralismo. O mesmo efeito que inviabilizou todas as economias de comando, com a URSS à frente – o urso que virou bode. Por definição e vocação, os monopólios estatais  são  fisicamente  grandes  e  politicamente  lerdos.  Não  sobrará  um único exemplar da fauna nos próximos anos. 

                                                             3 a lo, 26 jul. 2000.    BETING, Joelmir. As quatro velocid des. O Estado de S. Paulo, São Pau

Seção Economia, p. B‐2. 4   DAVIS, Stan; MEYER, Christopher. Blur. Rio de Janeiro:  Campus, 1998. 

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CASOS 

A Amoco5  

A Amoco é uma das maiores empresas petrolíferas do mundo que opera em três áreas básicas totalmente integradas com operações no mundo todo: ati‐vidades de exploração e produção de petróleo e gás, atividades de refino, distri‐buição, comercialização e atividades químicas  produtos derivados do petróleo , cada qual com pessoal próprio. A  função de RH da Amoco era  tradicionalmente dividida em três partes:  

1. RH da empresa toda: que cuidava das políticas de RH, disseminação da filosofia e da prática gerenciais de toda a organização e suprimen‐to de serviços centralizados. 

2. RH de cada subsidiária: que criava práticas e definia propostas para a subsidiária específica e supervisionava a  implementação de  iniciati‐va H d esa. s do R   a empr

3. RH de cada unidade operacional: que implementava políticas, apoia‐va estratégias da unidade operacional e  fornecia os serviços corres‐pondentes para a unidade. 

O presidente Larry Fuller e o vice‐presidente sênior de RH, Wayne Ander‐son, perceberam que a empresa precisava mudar sua cultura e mentalidade tra‐dicionais, para tornar‐se mais competitiva. Juntamente com outros executivos de linha, engajaram‐se em um processo de renovação total da empresa, que come‐çou com um seminário de gerenciamento de quatro dias sobre questões de pes‐soal. Os participantes concordaram que a otimização da produtividade e criativi‐dade do pessoal da Amoco era crucial para o sucesso da competitividade de longo prazo  da  empresa.  Em  decorrência  desse  seminário,  instituiu‐se  uma  série  de iniciativas de RH, a saber: 

• Redefinição do sistema atual de avaliação do desempenho e adoção da Gestão do Desempenho da Amoco  GDA , um processo mais abrangen‐te para  fixar padrões,  estabelecer  atividades de  desenvolvimento,  dar retorno e alocar recompensas com base no desempenho. 

                                                             5   ULRICH,  Dave.  Human  resource  champions.  Cambridge,  Mass.:  Harvard  Business 

School Press, 1997. p. 266‐277. 

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ia.  

Um novo Encontro  Internacional  de Gerenciamento da Amoco  focalizou as  discussões  na meta  de  tornar‐se  uma  empresa  estrategicamente  gerenciada, significando que ela desejava descobrir formas de sinergia do trabalho em toda a empresa. O Comitê de Planejamento Estratégico propôs uma grande reorganiza‐ção da Amoco, e as três subsidiárias foram substituídas por uma organização que distribuía responsabilidade operacional para 17 grupos. Foi criada a Amoco Sha‐red Services Corporation, uma organização que reuniria os serviços comuns dis‐persos e combinava grupos de pessoal das três subsidiárias e 14 departamentos da empresa em uma função que atuava como parceira, fornecendo pessoal espe‐cializado para cada uma das unidades operacionais. Essa nova organização tinha sete mil funcionários e um orçamento operacional anual de um bilhão de dólares. Os 14 departamentos sofreram um downsizing e  transformaram‐se em equipes com responsabilidades  focadas mais na estratégia e política da empresa do que no fornecimento de apoio de serviços para as unidades operacionais. Essas mu‐danças estruturais  foram acompanhadas por uma  forte guinada de uma cultura 

• Desenvolvimento  de  um  processo  de  reconhecimento  e  recompensa que destacasse e premiasse funcionários e equipes por desempenho ex‐traordinário. 

• Reengenharia do processo de recrutamento para concentrar a seleção em  uma  combinação  entre  habilidades  definidas  e  valores  comporta‐mentais. 

• Desenvolvimento de pesquisas  com os  funcionários, para monitorar e avaliar opiniões  sobre os valores, desempenho e  eficácia da organiza‐ção. 

A intenção de investir nessas iniciativas era criar uma organização Amoco que pudesse antecipar e responder às alterações nas condições do setor e bater a concorrência. A partir daí, articulou‐se a missão, visão, valores, estratégias e me‐tas da empresa. A missão, visão e valores tinham a intenção de entrelaçar numa mesma estrutura as  iniciativas comerciais e organizacionais para renovar a em‐presa. Incluía‐se entre as metas um foco na criação de uma forte capacidade or‐ganizacional. Além de uma grande comunicação sobre a missão, visão e valores, investiu‐se pesado em aprendizado e desenvolvimento, plano de carreiras e re‐muneração. Os gerentes passaram a freqüentar o novo Centro de Aprendizado da Amoco em busca de práticas e conceitos de gestão básica e avançada. O processo de gestão de carreira enfatizava a responsabilidade de cada funcionário no con‐trole de sua própria carreira. E, por fim, a empresa instituía uma filosofia de re‐muneração que incorporava práticas de pagamento de incentivos e participação acionár

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centralizada e controlada para uma cultura descentralizada e, com isso, o foco da atividade passou da empresa para os grupos das unidades, apoiados por Shared Services e unidades da empresa. Para apoiar essas mudanças,  foi desenvolvida, articulada e disseminada uma filosofia de liderança, pedindo aumento da respon‐sabilidade, aperfeiçoamento constante e  treinamento. Os  líderes bem‐sucedidos reforçariam o trabalho de equipe, flexibilidade, confiança e colaboração. Segundo essa  filosofia,  cada  funcionário  iria  tornar‐se  um  líder.  Além  disso,  uma  força‐tarefa composta por gerentes de RH e de linha empenhou‐se em desenvolver um conjunto de estratégias de pessoal, como: 

• Incluir um processo de avaliação da capacidade organizacional no pro‐ cesso de planejamento estratégico para todas as unidades operacionais.

• Desenvolver planos de ação específicos para formar e manter as capa‐cidades  organizacionais  requeridas,  inclusive  as  competências  indivi‐duais. 

• Implementar uma estrutura de estratégia de RH. • Reexaminar  políticas  de  RH  para  dar maior  flexibilidade  às  unidades operacionais e maximizar o coeficiente custo/valor. 

• Desenvolver e comunicar uma visão global, avaliar capacidades organi‐zacionais  necessárias  e  desenvolver  capacidades  essenciais  para  tor‐nar‐se mais global. 

• Desenvolver e comunicar uma filosofia empregatícia. 

Em suma, a Amoco criou uma estratégia de RH para complementar suas estratégias e operações globais. O processo de avaliação da capacidade  da orga‐nização gerou uma metodologia para a definição de prioridades de RH baseadas na estra gia  tativas principais para a área de RH: té global. Daí, as quatro expec

esa. 1. Conhecimento da empr

2. Conhecimento dos RH. 

3. Capacidade para liderar processos de mudança. 

4. Capacidade de liderança para influenciar toda a organização. 

A partir daí, a função de RH passou a desempenhar um papel essencial em ajudar  a  empresa  a  desenvolver  sua  capacidade  e  administração  estratégica.  O resultado final é uma função de RH que adiciona valor à empresa.   

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O Balanço social da Odebrecht6  

O Balanço Social dirigido aos acionistas e às sociedades dos países em que a Organização Odebrecht atua revela como foi cumprida sua principal responsa‐bilidade,  que  é  a  prestação  de  bons  serviços  e  o  fornecimento  de  produtos  de qualidade aos clientes, atendendo à  legislação, sem gerar desperdícios e respei‐tando o meio ambiente. Revela  também como estão sendo criadas as condições para continuar a fazê‐lo no futuro, promovendo a geração de novas oportunida‐des de trabalho, o autodesenvolvimento de seus integrantes, o progresso tecno‐lógico e o desenvolvimento das comunidades. Em 1997, os 45 mil integrantes da Organização Odebrecht atuaram em países da América do Sul, América do Norte, África e Europa, sendo 30 mil no Brasil e 15 mil em outros países. Maiores infor‐mações em: www.odebrecht.com.br. 

Áreas de Negócios: 1.  Engenharia e Construção:  • ento e cons‐Prestação de serviços integrados de engenharia  projeto, suprim

trução  • erto Odebrecht S/A  CNO  Empresa‐líder: Construtora Norb

onários • Integrantes: 34.490 funci2.  Química e Petroquímica: • s especialidades e produção integrada Produção de resinas poliolefínicas e sua

de PVC com cloro‐soda e EDC • ica S/A Empresa‐líder: Odebrecht Quím• Integrantes: 7.326 funcionários 3.   Infra‐Estrutura e Serviços Públicos: • Prestação de serviços públicos mediante concessão • ços de Infra‐Estrutura Ltda.  OSI  Empresa‐líder: Odebrecht Servi

• Integrantes: 2.160 funcionários

4.  Empreendimento em Celulose: • Participação em empreendimento de celulose, compreendendo a implantação 

de florestas de eucaliptos e de fábrica no sul da Bahia • racel Celulose S/A  50% Odebrecht – 50% Stora  Empresa‐líder: Ve• Integrantes: 285 

                                                              6   IstoÉ, no 1504, p. 72‐73, 29 jul. 1998. 

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Principais Indicadores Econômico‐financeiros:  em R$ milhões  

iquR eza Econômica Gerada            5.579   Remuneração a Terceiros  Fornecedores de Bens e  Serviços 4.030    Remuneração do Trabalho  Integrantes da Odebrecht        930   Remuneração a Governos  Impostos, taxas e contribuições      548      Remuneração do Capital                 71  

 

Receita Bruta:                5.579       Por áreas de negócios:        

        3.209   Engenharia e Construção     Química e Petroquímica            2.370   Por distribuição geográfica:   Brasil                3.702 

Outros países              1.877  

 

 Patrimônio Líquido:              3.171  Lucro Líquido                   74   EBITDA                            580 

        7.871   Ativos Totais     

Qualidade, Produtividade e Inovações 

A prática da Tecnologia Empresarial Odebrecht  TEO  assegura a quali‐dade total, requisito básico para o desempenho competitivo dos Integrantes. Os desafios  para  servir melhor  aos  clientes  estimulam  a  conquista  e  a  difusão  de soluções tecnológicas inovadoras e eficazes, gerando benefícios técnicos e ambi‐entais. 

coeficiência Principais Indicadores de E

Engenharia e Construção: • Tratamento à flora e à fauna na construção da Usina Hidrelétrica de Ita, conside‐

rado como exemplo pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento  BID . • Coleta e  reciclagem de  lixo nas obras da  ferrovia La Loma – Santa Marta, na 

ucação ambiental da comunidade.  Colômbia, mediante ed

Química e Petroquímica: • Implantação do novo sistema de incineração de gases e líquidos na unidade de 

cloro‐soda, em Alagoas, para eliminação das emissões de organoclorados. 

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• ras de 

Prê

Implantação de coleta seletiva de resíduos industriais nas unidades produto‐polietilenos e polipropileno. 

mios: • Prêmio concedido pelo USA Army Corps of Engineers à Construtora Norberto 

Odebrecht  CNO , por  ter apresentado, na construção da barragem de Seven Oaks, na Califórnia, o maior grau de segurança no trabalho entre as empresas contratadas. 

• Prêmio Sindicato das Indústrias da Construção  Sinduscon  de reconhecimen‐to ao Programa de Prevenção de Acidentes nas obras de ampliação do Aero‐porto Internacional do Rio de Janeiro concedido à CNO. 

• Top  Ser  Humano  1997,  concedido  pela  ABRH/RS  à  OPP  Petroquímica  S/A, pelas  ações  voltadas  ao  desenvolvimento  das  pessoas  no  contexto  organiza‐cional. 

• Top de Ecologia, concedido pela ADVB à OPP Petroquímica S/A, pelo modelo ometido com o futuro. 

de postura e ação empresarial compr

Compromisso com a educação e cultura 

Internamente, o desenvolvimento das pessoas é propiciado pela existên‐cia de um ambiente educacional voltado a transformar a tarefa cotidiana de ser‐vir aos clientes em oportunidade de aprendizagem. Externamente, o compromis‐so com a educação é intensificado por meio dos programas sociais da Fundação 

s. Odebrecht e pelo patrocínio de iniciativas culturai

Educação – Formação de Empresários‐Parceiros: 

úmero de Empresários‐Parcei o s de n os:   N r s responsáveis por unidade egóci

No Brasil    Outros       países  Total 

    1987       12          92    104 

    1992       43          88    131 

  1997       78        131    209  

 

iár os e  ees: Programas de Estag i Trains:   Participante   307 

  Efetivados:    142 

Parcerias com Centros de Formação e Pesquisa 

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Foram  estabelecidas  parcerias  com  33  centros  de  formação  e  pesquisa  no Brasil, na Colômbia e no Equador, nos Estados Unidos, no Peru e em Portu‐gal. 

Prep paração  ara o Pós‐carreira: 

26.998  integrantes  participam  dos  planos  de  previdência  privada  da  Ode‐brecht no Brasil  Odeprev – Odebrecht Previdência  e de terceiros nos Esta‐

nglaterra. dos Unidos, em Portugal e I

Saúde e Segurança no Trabalho • As palestras e campanhas realizadas sobre educação para a saúde envolveram 

179 mil participantes, entre Integrantes da Odebrecht, seus  familiares e pes‐soas da comunidade. 

• 227 pessoas  trabalham em programas de saúde e  segurança na Organização  Odebrecht. 

Promoção da Educação Básica • 1.418 integrantes participam dos programas de complementação da educação 

básica, no Brasil. 

Fundação Odebrecht • Criada em 1965, a Fundação Odebrecht promove a educação de jovens para a 

vida. • As  ações  promovidas  pela  Fundação Odebrecht  beneficiaram 47.183  adoles‐

centes e 2.252 educadores de vários estados brasileiros no decorrer do ano. • Foi criado, em Salvador, o  Instituto de Hospitalidade,  instituição sem fins  lu‐

crativos, à qual  se  reuniram mais 29 entidades, visando ao desenvolvimento de programas de educação e cultura voltados para o aprimoramento do setor de turismo. 

A Divisão de Educação da IBM7  

Durante a recente reorganização da  IBM no sentido de reconquistar sua posição no mercado mundial, a decisão que a companhia tomou a respeito de sua função de educação  foi perfeitamente adequada à estratégia organizacional glo‐bal. A Divisão de Educação da  IBM é, por si mesma, uma admirada organização 

                                                             7   PHILLIPS,  Jack  J.  HRD  trends  worldwide:  shared  solutions  to  compete  in  a  global 

economy. Houston: Gulf, 1999. p. 212. 

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que  gasta  cerca  de  2  bilhões  de  dólares  por  ano no  treinamento  em  amplitude mundial. A IBM decidiu: 

1. Dividir a Divisão de Educação em duas subsidiárias separadas: Skill Dynamics  e Workforce  Solutions.  São  duas  organizações  com  orça‐mentos próprios e que submetem seus relatórios de lucros e perdas à direção da IBM da mesma forma como o fazem todas as demais uni‐dades operacionais. 

2. Ambas as novas organizações não podem impor seus produtos e ser‐viços de treinamento para dentro da corporação, mas apenas ofere‐cê‐los na forma de assessoria ou treinamento em pacotes.  

3. Ambas as organizações podem vender e comercializar seus produtos e serviços de treinamento para dentro ou  fora da corporação, como qualquer outro tipo de negócio.  

As mudanças significativas na corporação conduziram a uma nova manei‐ra de visualizar o treinamento, fazendo com que a IBM tacitamente abandonasse sua tradicional abordagem de educação e desenvolvimento para uma nova espé‐cie de organização que ela pretende ser no futuro.