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quero um lugar onde a beleza não me incomode com seus rostos bonitos seus corpos perfeitos quero um lugar onde aprecie os defeitos onde possam os sujeitos cantarem e rodopiarem por todas as praças e campos despidos completamente nus onde os excessos sejam adorados os certos estejam errados o pudor seja execrado o mal desmascarado e os fúteis renegados vamos para o mundo onde todo Clarismundo não importa se sugismundo nos abrace e faça um brinde onde os sábios escrevam errado e o esquecido seja lembrado chega de ser deturpado que se crie outro lado Entrevista com a banda Krias de Kafka e com Panda, baterista da Oligarquia Textos, contos e muito mais Panda Reis (oligarquia) O fanzine Reboco Caído é defecado por O fanzine Reboco Caído é defecado por O fanzine Reboco Caído é defecado por O fanzine Reboco Caído é defecado por O fanzine Reboco Caído é defecado por Fabio da Silva Barbosa Fabio da Silva Barbosa Fabio da Silva Barbosa Fabio da Silva Barbosa Fabio da Silva Barbosa

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quero um lugaronde a beleza não me incomodecom seus rostos bonitosseus corpos perfeitosquero um lugar onde aprecie os defeitosonde possam os sujeitoscantarem e rodopiarempor todas as praças e camposdespidos completamente nusonde os excessos sejam adoradosos certos estejam erradose haja um cultos aos depravados

o pudor seja execradoo mal desmascaradoe os fúteis renegadosvamos para o mundoonde todo Clarismundonão importa se sugismundonos abrace e faça um brindeonde os sábios escrevam erradoe o esquecido seja lembradochega de ser deturpadoque se crie outro lado

e não se tenha mais cuidadoEntrevista com a banda Krias de Kafka e com Panda, baterista da Oligarquia

Textos, contos e muito mais

Panda Reis(oligarquia)

O fanzine Reboco Caído é defecado porO fanzine Reboco Caído é defecado porO fanzine Reboco Caído é defecado porO fanzine Reboco Caído é defecado porO fanzine Reboco Caído é defecado por

Fabio da Silva BarbosaFabio da Silva BarbosaFabio da Silva BarbosaFabio da Silva BarbosaFabio da Silva Barbosa

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Alexandre

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Aperiódico

DEZ/2010

Editorial

REBOCO CAÍDO

BALADA 2Por: Fabio da Silva Barbosa

FALTA DE ARPor: Alexandre Mendes

www.rebococaido.blogspot.com [email protected] CX POSTAL: 100050, Niterói, RJ, Brasil, CEP 24020-971

Contatos:

Andando por aívejo prédios e paredes encardidasEm becos e vielas me percocomo em um mundo sem rumoA vida se refugia em um universo paraleloNão queremos ser apenas mais um elonessa corrente soturnaTenho muito para dizerNão vou gastar meu tempo com refrãoDentes podres e pernas feridasEsta é apenas mais uma vidaa dizer adeus.

Você me sufoca

puta que pariu

fortes dores de cabeça

stressssss

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

ME DEIXA EM

PAZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Neste número temos duas entrevistas,minha loucura em forma de letras,espaços e formatos, a loucura deamigos que também têm muito o quedizer e todo o desconforto para osacomodados. Loucura? Sim, loucura. Sesão, é o que as outras pessoasinterpretam em seu cotidiano, prefiroser enfermo. Bem melhor

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AperiódicoREBOCO CAÍDO

N° 2

- E aí, muleque?- Fala, Jorginho...- Fala Jorginho é o caralho... Ô filho daputa...- Que isso Jorginho?- Que isso é o caralho! Tirou as fraudasontem e já qué dá volta na boca? Por issoque o pessoal diz que a vida do crime nãotem espaço pra aposentadoria. Porque temuns comédia igual a você. - Pera aí Jorginho... Vamos conversar...- Você acha que mandei a rapaziada te trazeraté aqui pra conversá? Seu tempo deconversa já passou.- Mas somos irmãos, porra. Temos omesmo sangue. Lembra quando papaimorreu? Ele tinha pedido para você tomarconta de mim...- Que se foda... Aquele filho da puta... –Jorginho andou de um lado para outro.Parou na frente do irmão e olhou bem nosolhos dele. – Você tem até a noite pralevantar esse dinheiro. - Mas...- E nada de vender pó malhado na minhaárea. Se assaltá aqui na favela, tá ligadoque não vai passá bem na minha mão. - Mas...- Se tentá fugi é melhó rezá pra nunca maiste encontrar.- Mas...- Agora vai! Vai, antes que me arrependa ete passe agora. Anda muleque! Rala! Juca desceu as vielas apressado. Tinhade levantar o dinheiro. Passou na casa deOrtaleistro.- Fala, Orta. Tô precisando de ajuda. - O pessoal tava te procurando aí.- Já encontrei. Olha só... Tô precisandolevantar uma grana até a noite.

- Tá fazendo merda, né?- Fiz umas burrices, aí... Acabei devendo umdinheiro...- Não me envolve nos problemas com seuirmão.- Não tem problema. Fica frio. Só preciso do38 emprestado.- Olha lá. Não vai me trazer problema..................................................................................................................................................- Entra!- Sou de menor. Você não pode me colocarjunto...- Cala boca. Isso a gente vê depois.Juca entrou com um empurrão. Os presos selevantaram e cercaram o menino. Ele se virou,procurando o policial que efetuou a prisão,mas este já tinha trancado a porta e sumido. - E aí? - Tentei roubar a lotérica e me fudi.- É de menor mermo?- Sô.- Meio cumprido.- Eu sei. Uma merda isso.- Pera aí... Conheço esse moleque. É o irmãodo Jorginho.- Aaaaaaaaaaaaaa éééeéé... Quer dizer quevocê é o irmão daquele vacilão?Juca engoliu em seco. Viu algo brilhandopassar pelas mãos dos detentos. Sentiu umpano envolver seu pescoço. Quando tentouse mexer, foi rapidamente imobilizado. Umpedaço pontiagudo de metal entrou em suabarriga. O sangue escorreu. Juca caiu semvida. No morro, Jorginho esperava por seuirmão.- Deixa aquele porra aparecer por aqui só paraver um negócio. ffffffffffffffffffuuuuuuuuuuuuuuuuuunnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnngggggggaaaaaaaaaaaaa

Se correr... Se ficar...

Por: Fabio da Silva Barbosa

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Por: Fabio da SilvaBarbosa

DEZ/2010

REBOCO CAÍDO Aperiódico

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Entrevista Krias de kafka

O que é o Krias de Kafka?É uma fenda no espaço-tempo, onde cincocaras representam o encontro fictícioentre Iggy Pop e Carlos Drummond deAndrade.

Durante o processo de criação, existealgum caminho que vocês buscam seguir? Buscamos identidade no sentidoaclássico da palavra. Bom/ruim,feio/bonito, certo/errado são con-ceitos que não nos interessam. Es-tamos além das sete notas e nossoinimigo é o tédio.

O que foi determinante para a banda sercomo é? Orgulho e malcriação. A principal importância do cenário inde-pendente e o que aconteceria se a falta deapoio derrubasse de vez este movimento? Apoio? Não consigo nos imaginar commenos apoio do que já temos. Por issonão sentimos que podemos ser derruba-

dos. Se o cenário não tiver condições deexistir por si só é que algo está muito er-rado com ele. É porque deixou de serartístico e se tornou uma estrutura sócio-cultural corrompida. Além da persistência, o que uma bandainiciante deve ter para garantir sualongevidade? Depende do tipo de longevidade que vocêquer. Em nosso caso, deve ser o desesperoque nos leva adiante. Nada nunca parecepronto aos nossos olhos. O negócio é tentarse manter fiel a idéia inicial que você teve,até quando seu juízo aguentar. Qual o principal canal para quem tem um gostodiferenciado e quer algo a mais do que éoferecido pela mídia convencional? Hoje em dia, tanto na mídia convencionalquanto na mídia não-convencional, vocêprecisa de bom senso pra achar esse algo amais. Precisa confiar na sua percepção e nãoficar intelectualizando ou premeditando oque você consome.As coisas são.

André Linardi e MateusNovaes, da banda Kriasde Kafka, de SantoAndré (SP), falam sobresom, vida e atitude.Se você ainda não curtiuessa bagaça, dá umaolhadinha no myspacedos caras (www.mys p a c e . c o m / k r i a sdekafka).Vale a pena conferir

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REBOCO CAÍDO

N° 2

Aperiódico

Melhores sons do momento? ”The Eternal”, último disco do SonicYouth. Esse álbum é do ano passado, mastá valendo. Eles conseguiram chegar aquase 30 anos de banda fazendo seumelhor cd. E ainda acho que fizeram depropósito. Já devia estar combinadodesde 80 e pouco. Não se pode duvidarda visão desses caras. Sons eternosAquilo que cada um de nós ouviu lá pelos13, 14 anos. Muito stooges-joydivision-nirvana. Livros, filmes e arte de uma forma geral Tudo que insiste em ser inconveniente.Arte não é lugar de conforto. O ser humano Bicho complicado. A sociedadeColeção de bichos complicados. A sociedade ideal Sem bichos complicados.

hahahhauuuuaaaahahahaPor: Fabio da Silva Barbosa

andando pela madrugadaescorro pela escuridão

completamente a vontadelivre de qualquer certeza

ou convicção

as ruas me caem bemapreciando do concreto ao valão

despido de conceitos inúteisque acorrentam o fraco

e ficam mais fortes a cada geração

a vida não é nadaparecido com o que pensam

não passa perto do que dizemque pregam ou impõem

essas pessoas sem imaginação

o corpo não é santoe a vida também não

fazemos por fazerpor prazer

não esperarmos sua compreensão

Por Fabio da Silva Barbosa

Mais Uma vez me iludique a felicidade poderia abrir suas asassobre nós.Parece que por mais que o tempo passea esperança sempre consegue segar,nos deixando por fimencolhidos como aberraçõesem um canto imundocom as palmas estendidas para o ar.Sigo nessa luta inglória,sem esperar por nenhuma vitória.Combatendo o pseudo intelectualismoe a terrível ditadura do correto.

Qualquer coisa

Desprezo total pelo que você diz que ébelo.O instinto e a intuição,esse é o elo.Conceitos ultrapassadosVidas dedicadas a ser como os outrosFrustraçãoEssa é a sua colheita malditaCada vez me fecho mais em mime vou me matando pouco a poucoSó quando me tornar inteligívele sem sentido para todosconseguirei erguer meu troféu de lata denovo

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REBOCO CAÍDO Aperiódico

Índios sendo massacrados peloBrasil a fora, desabrigados das chuvasque aconteceram em Niterói continuamsem solução para seus problemas, a vio-lência se impõe através do medo e damorte, a maior parte da população estáprivada dos seus direitos básicos, desi-gualdade e abuso em toda parte, guerras,torturas, desrespeito... São diversas maze-las passadas pelas pessoas, não só noBrasil, mas em todo o mundo. Enquantoisso, um culto a ignorância, ao fútil, aboçalidade e a alienação anestesia a ju-ventude e demais poderes modificadoresque sempre trouxeram grandes contribui-ções para o mundo. O egoísmo e a corru-pção anulam ferramentas que deveriampossibilitar melhorias para todos. Traba-lhadores e artistas estão cada vez maisdesamparados e desmobilizados. Tudodescendo pelo ralo.

Muitos ainda não sabem como re-verter esta situação, mas poderíamoscomeçar exercitando um novo olhar sobreo mundo. Assim, uma nova concepçãoseria criada. É fato que em ferramentascomo o youtube, vídeos idiotas, que não

acrescentam ou modificam nada, têm muitomais visualização que os esclarecedores e deconteúdo reflexivo. Os números estão lá. Émuito fácil constatar. Compare qualquerbesteirol com produções como “Ilha dasFlores”, “Ponto de Mutação”, “A História dasCoisas.”, “A Carne é Fraca”, “História de umaGuerra Particular”, “Ocupation” e tantosoutros que deveriam ser vistos por pessoasque se julguem dispostas a pensar. Qualqueridiotice tem seus números crescendo muitomais rápido do que os chamados de formapejorativa como filmes cabeça. Por que colabo-rar com o processo de emburrecimento que jános é empurrado garganta abaixo por ondequer que passemos?

Dê um passeio pela banca de jornal eanalise as primeiras páginas dos periódicosque você poderá constatar o nível das informa-ções que nos são oferecidas. E a Tv? Puts...Só besteirol. A realidade está gritando. Atéquem não quer ver, não tem como continuarvivendo em seu mundo de faz de conta. O tem-po está passando e a cada minuto a mais quepassamos jogando nossa vida na privada, tor-namos a situação mais crítica. A responsabi-lidade é nossa. Um novo olhar sobre o mundoé preciso. Não percamos mais tempo.

Um novo olhar é preciso

quero um lugaronde a beleza não me incomodecom seus rostos bonitosseus corpos perfeitosquero um lugar onde aprecie os defeitosonde possam os sujeitoscantarem e rodopiarempor todas as praças e camposdespidos completamente nusonde os excessos sejam adoradosos certos estejam erradose haja um cultos aos depravados

o pudor seja execradoo mal desmascaradoe os fúteis renegadosvamos para o mundoonde todo Clarismundonão importa se sugismundonos abrace e faça um brindeonde os sábios escrevam erradoe o esquecido seja lembradochega de ser deturpadoque se crie outro ladoe não se tenha mais cuidado

Por: Fabio da Silva Barbosa

Rebocão Por: Fabio da Silva Barbosa

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REBOCO CAÍDO Aperiódico

.Panelas voadorase crises de chorodesfechamo rompimento com o vínculo criadorcom a perversidade do nosso senhorNem escravoNem patrãoNem circoNem pãoAlimento para alma e menteNocivo tudo éRazãodepende de quem vêe de que lado estáDe que lado você está?Em estado de sítioou completamente sem compaixãoCompletamente sem paixãoeu nunca quero estarExtasiadopelos ecos das vozesque teimam em berrarapesar de todo discursoe toda teoriaque insiste em nos manter

no mesmo lugar

um certo caráter em você, porque todocaráter é uma bela cela de uma prisão. Elenão está dando a você um certo caminhopara viver. Ao invés disso, ele está lhedando coragem para seguir a sua próprianatureza. Ele quer que você seja corajosoo bastante para ouvir o seu própriocoração e seguir, de acordo com ele.”

...Por: Murilo Pereira Dias (Murilouco)

IIIIIIIIIIIII

DESENCORPORADA FICA BRANDA AALMA

CONFLITOS DE CONTRASTES TORNA-SE A ORIGEM DA

HARMONIA E O INICIO DO FIMO REAL TRANSTORNO E

DESEQUILIBRIONÃO HAVERÁ MAIS TREVASE MUITOS NÃO PODERÃO RESISTIR A

ISSOOU NEM SEI

QUEm PODERIA ESTAR FALANDOSEI QUE

VEJO APENAS AS TECLASAFUNDANDO SEM que EU queira

MANIPULAR O BRILHO BRANCO

ILUMINADO OFUSCANDO AS IDEIASSEM SAÍDA!!!!!!OS CANTOS VASCULHADOS

AS SAÍDAS NÃOENCONTRADAS NESSE

MOMENTO...DEVEM ESTAR DE VOLTAMAIS TARDEELAS SEMPRE VOLTAM

....Bhagwan Shree Rajneesh / Osho“Esta é uma das mais belas declarações:‘Olhe para seu coração. Siga a sua natureza’.Buda não está dizendo, siga as escrituras.Ele não está dizendo, siga-me. Ele não estádizendo, siga certas regras de conduta. Elenão está ensinando a você qualquermoralidade. Ele não está tentando criar

N° 2

Por: Fabio da Silva Barbosa

NEM

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Por: Fabio da Silva Barbosa

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REBOCO CAÍDO Aperiódico

Entrevista Panda Reis

O som entrando em sua vida.Chegou, praticamente, junto com a minhavida, pois sou filho e neto de músicos e,graças a isso, sempre se ouviu música emcasa. Convivi com musicas de vários tipos.Nasci na periferia de São Paulo, onde se es-cuta música o tempo todo. Sempre tinha umaBrasília velha rolando a trilha sonora daspeladas nas ruas de terra. No barraco aolado, sempre tinha uma caixa CCE rolandoas novidades. Com o tempo, aprendi a pe-neirar os vinis do meu Pai e a encontrarcoisas que me agradavam. Passava as tardesfingindo tocar aquelas músicas. Depois, agente vai buscar fora o som, entrando assim,os amigos e conhecidos. É impressionantecomo certas coisas são determinantes.Lembro da primeira festa que fui na casa deum amigo da escola. Estava perdido nocanto do quintal e rolava aquele rocknacional do começo dos anos 80... Até quealgum filho da puta solta um Sex Pistols, umRamones... Aí fudeu tudo !! (rs)

Fale sobre suas bandas. Passado, presentee futuro.No momento, estou apenas com três bandas.Sempre gostei de trabalhar com váriasbandas, de estilos diferentes. Sou hiperativo.Desde moleque, nunca consegui ficar quieto,conformado apenas com uma situação.Quando comecei a tocar, foi natural meenvolver em mais de uma banda. O foda, éque com a idade vem a limitação física, afalta de saco pra passar tanto tempo emestúdio, estrada, família, filhos... Aí sediminui o ritmo. Hoje estou com a Oli-garquia, que é a principal, saca !? Estoucom a Heresia, que já tem uns 10 anos,lançou algumas coisas na Europa e USA(Estamos preparando disco novo e estamos

tocando aqui, pelo sudeste). Tem umnovo projeto com uns amigos, o Funk´sNot Dead. Cada um tem uma ca-racterística diferente e estilos bemdefinidos e heterogêneos entre si. AOligarquia é death metal raiz, old schoolmesmo, sem espaço para experimentaçõese está lançando o cd novo (no final doano ou começo de 2011); o Heresia 666é hard core com fortes influências d-beate o Funk´s Not Dead é um projeto comamigos que tocam soul music , Blackmusic , rap , funk (nem preciso explicarque me refiro ao funk de verdade, né !??)e resolvemos tocar uma mescla dessesestilos que ouvia quando era criança,no final dos anos 70, começo dos 80 (Ver-sões diferentes, adaptações, criandoalgumas musicas, mesclando essasinfluências e ainda jogando um poucode rock e hard core no molho). Tem sidomuito divertido e nem sei se um dia iremosgravar alguma coisa. A idéia é deses-tressar, tocar durante a semana, a noite,tomar uma gelada, conversar com osamigos e fazer uma fumaça. Eu escrevo ecomponho demais. Sempre estou pen-sando em letras , musicas , melodias ...Mesmo estando de saco cheio da cenamusical, ainda não consegui parar decriar. Quando conseguir parar de criare compor, tenho certeza que sairei dacena.

De todas as formações do Oligarquia,qual a melhor fase e por quê?Aí depende de cada um. Estou nessabanda desde o início. Criei a banda,chamei os caras para tocarem e aindaestou nela, passados mais de 18 anos!!!!Lembro do primeiro ensaio, do começode tudo. Cada sensação, cada desânimo

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REBOCO CAÍDO

N° 2

Aperiódico

e decepção. Cada conquista e alegria... Ti-vemos vários momentos legais, mas amelhor fase eu diria que é agora, nessemomento... Porque estamos vivos. Apesarde tudo, estamos aqui, criando, prestes alançar um novo cd... Para estar aqui,depois de tanto tempo, tem de ser a melhorfase. Se não, não estaria dando estaentrevista (rs). Do ponto de vista musical,e não ideológico ou metafísico, temos omelhor vocal que a banda já teve e omelhor guitarrista que já passou pelabanda. Os caras tocam mesmo. São maisjovens e tem uma visão mais moderna eevolutiva da música, o que nos mantémvivos.Se dependesse dos dois dinossauros,a banda tava fudida !!! hahahahaha!!! Amelhor fase é agora.

Vocês estão em ritmo de show. Me contaisso.Estamos tocando bastante esse ano. Nemqueria tocar tanto, antes do cd sair. Foirolando, acontecendo... Ainda é muitodivertido tocar, viajar e se divertir comesses caras. Começamos a tocar no finalde 2008, quando mudamos a formação.Como iríamos gravar disco novo, era ne-cessário que a banda estivesse entrosada,não somente em estúdio, mas no palco, queé o nosso lugar. Então, caímos na estrada.Aos poucos fomos colocando sons novosno set, o que transformou esses shows emshows do novo cd. Vai ser engraçadoquando o cd sair, pois não teremos músicas“novas” para tocar. hahaha!!! Acho quejá tá na hora de começar a compor um novodisco, antes mesmo de sair esse. Temos da-tas marcadas até o fim de novembro, quan-do encerramos o ano com um show aqui,na capital de São Paulo.

Qual a maior responsabilidade em ter umabanda e poder difundir um pensamento?

A responsabilidade existe, mas a grandemaioria não se dá conta disso e a outraparte que tem noção disso não tem noçãoampla do que é o nosso mundo, nossa civi-lização e humanidade. Perdem muitotempo se apegando a dogmas e ideologiasmassificadas ao criticar algum assunto.Não fazem de uma maneira racionalmen-te contundente. Vejamos o exemplo das crí-ticas a regimes ultrapassados e ideologi-camente massificados, como a religião. Seapossam do discurso satanista ou agnós-tico para esse ataque, mas porra ... É amesma merda !!! Cultuar o Diabo é prati-camente aceitar a existência de Deus.Alguns o fazem apenas por saber que oscristãos abominam, morrem de medo, dolado negro do Deus deles. Não seria maisinteligente negar tudo que venha da SantaIgreja e seu Santo Papa?? Não seria maiscoerente negar a cristandade por inteiro(Negar seus santos e demônios)?? A mes-ma falha ocorre com as bandas de cunhopolítico. Ofendem, criticam, mas semfundamento histórico. Apenas criticam,repetindo formulas antigas. Não estamosmais na guerra fria, não estamos mais noséculo XX... Hoje, o imperialismo é dife-rente do que era quando as primeirasbandas começaram a criticá-lo. A res-ponsabilidade em difundir um pensamentoexiste se você realmente compactua comesse pensamento e se você realmente o co-loca em prática. É muito fácil falar emmatar o presidente, sendo que você nuncafaria isso se tivesse oportunidade. São ra-ras as pessoas que pegaram a música co-mo ferramenta de protesto e conscienti-zação. É preciso daquela velha utopia dequerer mudança, pois só isso faz o mole-que ler e tentar interpretar com sua cabe-ça, mesmo que influenciado por idéias vi-ciadas de décadas atrás. Hoje, quem fazuma banda quer tudo, menos ter responsa-

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REBOCO CAÍDO Aperiódico

bilidade com algo que não seja o prazer.A razão perdeu a razão, meu parceiro...

O Metal vai além da música?Para alguns, sim!!! Mas, para a grandemaioria, vai até o bar da esquina.Hahahaha!! Isso é uma pena, pois pode-ríamos formar gerações pensantes.Lembro-me que ficava irritado, quandopassava pela galeria ou por shows e viaaquela massa acéfala, sem produzir nadarealmente relevante para o mundo!! Aprova maior disso foi quando eu e vocêtentamos conscientizar o pessoal do queestava acontecendo à população indí-gena. Quem apoiou?? Quem pegou um dospanfletos e levou para casa e discutiu comparentes e amigos?? Quem chegou e bus-cou maiores informações?? Não sei se to-do Metal vai além da música, mas para agrande maioria não passa disso. Apenasmúsica... Não vejo isso como de todo ruim.Existe espaço para todos. Apenas nãoentendo por que o foco deles ainda não éa realidade em que vivemos. Tem até genteexaltando o NS ou culturas Nórdicas eEscandinavas. Chega a ser engraçado verum latino americano declarar amor aOdin!!! Hahaha!! É espiritualidade muitoparecida, na verdade ancestral, aojudaico-cristianismo. Os povos do Nortetêm motivos sociais, culturais e políticospara lembrar de seus antigos deuses ances-trais. Mesmo assim, me parece perda detempo para eles que tem motivos maiscoerentes para lembrar e exaltar sua an-tiga cultura. Imagina para nós.

O mundo hoje:É exatamente o que construímos. Estáexatamente no lugar onde o trouxemos.Durante séculos, fomos criando condiçõessociais, políticas, culturais e religiosaspara a humanidade estar exatamente as-sim. Os neoliberais chamam de evolução...

Acho que é uma extensão do feudalismo.Se você não for capitalista, nem comunista,é uma aberração. O mundo, hoje, é se en-quadrar na globalização. Sair disso é in-concebível do ponto de vista mundial, as-sim como no passado estava preso a temá-tica mercantilista e antes presos ao feuda-lismo... Uma versão moderna do passado.

Como mudar?Revolução. Mas, dessa vez, não teria nadaa ver com a revolução Russa, Cubana,Mexicana, ou seja, lá qual for. Seria averdadeira revolução. Aquela que deveriater sido feita lá na França, no século XIX.Certa vez, um amigo, professor de HistóriaModerna e Contemporânea, me disse queaquela revolução (1870 - Revol. Francesa)não teria acabado... Essa revolução ain-da se encontra no campo das idéias. Al-guns intelectuais são contrários a essafarsa de esquerda e direita, a essaescravidão que se chama globalização euniversalização de um padrão mundial ecultural, que foi constituída para mantero equilíbrio do sistema (como Deus eLucifer foram criados para manter oequilíbrio do cristianismo). As massas nãoconseguem ver sobre o manto chamado“Civilização Humana”.

Um símbolo de resistência:Os índios Guaicurus foram um exemplo deresistência em seu tempo. Maio de 68 éoutro exemplo de resistência... Atualmente,todos traíram, mudaram de lado, abriramconcessões... Um símbolo de resistência,hoje em dia, é muito difícil de achar. Aresistência agora é individual.

CONTATOS: www.oligarquiadeath.com.brwww.myspace.com/oligarquiadeathwww.twitter.com/[email protected]@oligarquiadeath.com.br

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REBOCO CAÍDO

N° 2

Aperiódico

A BIZARRA FAUNA HUMANA – 2ª partePor: Fabio da Silva Barbosa

Para quem acompanha nosso blog e apreciou a primeira parte desse impressionante estudo,meus pêsames, pois ainda há muitas modalidades do asqueroso ser para serem analisadas.Sei que você deve estar se tremendo todo. Os arrepios de nojo devem estar subindo pelassuas costas. Mas, não temam. Um pesquisador tem de ter estômago forte e nervos de aço.Vamos respirar fundo, colocar algo bem leve na vitrola e fazer essa leitura em jejum paranão darmos um nó nas tripas logo de arrancada. Preparados? Então vamos.

- Conformistas:O grupo dos conformistas é composto por um tipo muito peculiar de ser humano. Ele achaque tudo é assim mesmo. Presa fácil para qualquer outro grupo humano que tenha omínimo de inteligência e disposição.Doutrina: “O que posso fazer? Tenho de aceitar.”Vida em grupo: Estudo ainda em andamento.

- Egocêntricos:Esse está entre os mais asquerosos tipos de humanos. Ninguém pode com ele. Ninguémfaz, o que ele faz, tão bem quanto ele. O cara é o máximo... Ou, pelo menos, é assim que ele“pensa”.Doutrina: “Eu sou o cara!”Vida em grupo: Seu grupo é formado por ele mesmo e por quem quiser puxar seu saco. Aprimeira vista pode parecer impossível ter alguma criatura que aprecie viver como capacho,mas tem. É nosso próximo grupo estudado.

- Baba Ovo:Adoram dar uma puxada no saco e viver na submissão. Assim como o peixe piloto serelaciona com o tubarão, o Baba Ovo se relaciona com outros tipos de seres humanos.Todo egocêntrico de respeito tem de ter um ao seu lado.Doutrina: “Você é o cara!”Vida em grupo: Normalmente não gostam de viver em grandes grupos, pois existe certadisputa entre eles para ser o mais submisso diante de seu ícone.

- Modistas:Esse grupo é da pesada. Não perde uma. Se a moda é peitinho entra na faca e diminui ospeitos, mas se a moda é peitão, silicone nele... Desde a cueca (ou a calcinha) até o corte decabelo, o negócio é estar igual ao ídolo do momento. E vamos que vamos.Doutrina: “A TV é meu pastor e nada me faltará!”Vida em grupo: Passeios por lojas e centros de consumo são o auge da vida em grupo.Costumam acasalar e praticar as demais atividades só entre eles. É um subgrupo derivadodos Alienados e dos Egocêntricos, misturados com os Competidores e Acumuladores. Emsuma: Merda para mais de balde

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UM ANO DE BERRO 365 dias de fúria

A SAGA DOJORNALISMO LIVRE

E S C R I T O S D E S O R G A N I Z A D O S Para adquirir o seu exemplar, bastaacessar o site da Editora Independente:

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LIVROS - LIVROS - LIVROS - LIVROS - LIVROS - LIVROS -

CristinePor: Fabio da Silva Barbosa

dizer que não se importa é mais fácil que lutartrancar-se na própria jaula não vai aliviarmesmo quando as grades são de ouroestamos presosas barras estão cada vez mais pesadasindependente do seu esforço para não ajudar em nadaolhar para trás traz sempre confortoa ilusão é sempre a pior aliadatantas mentes atrasadastransformando esse mundo em um mar de nadao oposto anda sempre entrelaçadoassim como o acaso da vida e um simples acasoafirmar incertezas também pode ser um grande antídotomas quando vem a ressacavocê sente que não é nada daquiloquanto piolho e lêndea nessa cabeça carecaquantas voltas e piruetas se estabelecem como metaaté lugar nenhumnunca maisfim

CistitePor: Fabio da Silva Barbosa

LevantarTrabalharObedecerDeitar

LevantarTrabalharObedecerDeitar

LevantarTrabalharObedecerDeitar

LevantarTrabalharObedecerDeitar

BICHO PAPÃO FICOU OBSOLETOPor Winter BastosHoje vi uma cena curiosa.Uma criança sentada na calçada faziapirraça.A mãe, ao ver um carro estacionar, disse

para o filho:“Olha a polícia chegando aí”.O menininho - mais que depressa p a r o ua birra, levantou-se e seguiu a mãeassustado.