ray c. stedman - igreja corpo vivo de cristo

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IGREJA IGREJA CORPO VIVO DE CRISTO CORPO VIVO DE CRISTO Ray C. Stedman Digitalizado por: Karmitta Revisado por : Levita Digital

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IGREJA

CORPO VIVO DE CRISTORay C. StedmanDigitalizado por: KarmittaRevisado por : Levita Digital

Sumrio

2PREFCIO

2SOMOS UM

5Nota do Editor

5Captulo Um - A MAIS PODEROSA FORCA SOBRE A FACE DA TERRA

10Captulo Dois PRIORIDADE MXIMA

19Captulo Trs UNIO, NO UNIDADE!

30Captulo Quatro NADA DE EXCEES

40Captulo Cinco COMPREENDENDO O SEU DOM

46Captulo Seis DE ACORDO COM O PODER

52Captulo Sete COMO FUNCIONA O CORPO

61Captulo Oito PONDO OS SANTOS EM FORMA

70Captulo Nove A OBRA DO MINISTRIO

79Captulo Dez CUIDANDO DA SADE DO CORPO

86Captulo Onze A META A MATURIDADE

96Captulo Doze IMPACTO

107ALGUNS PROBLEMAS ENCONTRADOS

PREFCIOFala-se muito, hoje em dia, sobre a pequena importncia dada igreja. Grande nmero de observadores do cenrio religioso de opinio que a igreja se tornou como que o "bode expiatrio" para a maioria dos males que h no mundo.Tudo depende, naturalmente, da definio de "Igreja". Em "A Igreja Corpo Vivo de Cristo", Ray C. Stedman usa a prpria fora propulsora da Palavra de Deus para no trazer de volta ao real sentido da igreja e de sua misso. Com argumentos fortes e convincentes, ele revela os pontos' fracos da igreja institucional, chamando claramente a nossa ateno para a fora inerente ao corpo de Cristo a verdadeira Igreja.Este livro no s teoria e semntica. No dcimo - segundo captulo, o autor relata como a sua interpretao da Igreja superou a prova de fogo, que a experincia prtica. Ele nos convence de que a definio neotestamentria da Igreja um resultado da atuao de Cristo Jesus atravs do seu Corpo coletivo.A igreja em que ele trabalha, a "Pennsula Bible Church" (Igreja Bblica da Pennsula), comeou com apenas cinco leigos, que sentiram a necessidade de um testemunho cristo mais rico de significado e efeito, alm de uma "koinonia" mais completa do que aquilo a que, antes, estavam acostumados. Essas cinco pessoas, convencidas de que a igreja se acomodava com demasiada freqncia entre as suas paredes, levaram essa mesma igreja a trabalhar efetivamente em favor do povo do seu bairro, com sinceridade, dedicao e eficincia. Hoje, ela se constitui num dos grupos mais dinmicos de evanglicos do litoral oeste dos Estados Unidos.Ray C. Stedman, ansioso por compartilhar as bnos da "Pennsula Bible Church" com outros grupos, escreveu-nos "A Igreja Corpo Vivo de Cristo", um livro que mostra como a igreja pode se relacionar com a vida de sua cidade, de um modo ricamente significativo, completo e redentivo.BILLY GRAHAMSOMOS UMNoite de domingo.Alguns minutos antes das sete.Uma jovem, trajando calas compridas verdes, blusa branca e sandlias marrons, pra o seu Volkswagen na rea de estacionamento j quase lotada da "Pennsula Bible Church", em Paio Alto, Califrnia, nos Estados Unidos. Ela pega a sua Bblia e se dirige para o edifcio de linhas sbrias da igreja, onde o culto chamado do "Corpo Vivo", est prestes a se iniciar.Um jovem soldado, de farda, entra com o seu jipe no espao ao lado do "Volkswagen". No pra-choque est escrito: "Se voc ama a Jesus buzine!". Ouvem-se vrias buzinas. Ele salta do carro e acena enquanto anda em direo igreja.Uma mulher grisalha estaciona cuidadosamente o seu "Cadillac", tranca-o, e caminha com elegncia em direo ao templo.Alguma coisa atrai para esse culto pessoas de todos os tipos. Mais de novecentas pessoas de todas as procedncias afluem para a Pennsula Bible Church (PBC), a fim de participar do Culto do Corpo Vivo. entrada, um jovem recepcionista d mulher grisalha uma folha de papel contendo "Necessidades do Corpo Vivo Pedidos de Oraes" Ela toma lugar ao lado de um estudante de barba e cabelos longos e volta os olhos para a folha onde l: "Uma moa precisa de conduo para a cidade de So Jos. Um rapaz pede oraes pelo pai. Outra pessoa oferece mveis, doando-os a quem precisar, etc..."L na frente, um rapaz comea a tocar violo e cantar: "Jesus Pastor Amado, juntos eis-nos aqui. Concede que sejamos um Corpo s em Ti..." As novecentas pessoas do auditrio erguem juntas as suas vozes. Um sentimento de unidade e comunho permeia o ambiente.Depois dos cnticos de mais alguns hinos, um dos cinco pastores da igreja dirige um breve estudo bblico. O soldado enche de anotaes em vermelho as margens de algumas pginas da sua Bblia.Chega, ento, a hora de compartilhar. Qualquer pessoa da famlia pode levantar-se e mencionar uma necessidade sua ou pedir oraes. a mesma "koinonia" da igreja primitiva, quando os cristos se reuniam com uma famlia, para compartilhar os fardos uns dos outros, e animar-se mutuamente na f.A mulher grisalha se levanta. Um rapaz lhe traz um microfone. Ela tosse, limpando a garganta: "Meu filho", ela diz, "Meu filho est de volta, depois de oito anos longe de casa. Ele voltou viciado em drogas e homossexual. Ns o levamos aos mdicos psiquiatras e j tentamos de tudo! Agora, queremos entregar esse assunto a Deus."Ela se assenta, enquanto um murmrio de interesse pelo seu caso se faz ouvir por toda a famlia."Algum quer fazer a orao pelo filho dessa senhora?" pergunta o dirigente. Um jovem, que antes fora viciado em herona, faz uma orao em palavras muito simples em favor do filho daquela mulher.Em seguida, o microfone vai para um homem de meia idade, que conta, como algumas pessoas da PBC o foram encontrar em seu apartamento no bairro de Los Altos. "Ca numa bebedeira durante dezesseis dias, e por causa disso, perdi o emprego. Foi quando esses dois jovens entraram e disseram-me que calasse os sapatos para irmos igreja. A princpio, recusei-me, mas, no fundo, eu sabia que aquela era a minha ltima oportunidade. No caminho para a igreja, aceitei a Jesus como meu salvador pessoal, e desde ento, senti-me liberto do alcoolismo."Murmrios de apoio e algumas exclamaes discretas de "Louvado seja Deus!" ouvem-se pela igreja.Em seguida, uma missionria de Hong Kong, de visita igreja, faz um breve relatrio do seu trabalho. "Quero agradecer a todos vocs", diz ela, "por toda a ajuda e pelo dinheiro que nos tm enviado. Nosso trabalho de educao crist vai indo bem."Logo que a missionria se assenta, todos cantam o hino "Maravilhosa Graa de Jesus". Toda a famlia sente que o culto est sendo dirigido por outras mos que no as humanas., ento, anunciada a coleta. "D a sua oferta em proporo s bnos recebidas. Ou, se precisar de dinheiro, retire-o da salva quando ela passar por voc. Se precisar de mais de dez dlares, venha ao escritrio da igreja para ser atendido."Trs estagirios se dirigem, ento, para a frente. Esto prestes a deixar a PBC. (Os estagirios so jovens crentes de grau universitrio que vm para a PBC oriundos de ambientes e lugares os mais diferentes, a fim de serem treinados para o ministrio cristo prtico. Eles aprendem a confiar no poder da Ressurreio, o poder de um Cristo ressurreto que neles se manifesta, no s para aprender os dons espirituais que operam no Corpo de Cristo bem como para reconhecer a relao que deve existir entre a igreja e a sociedade ao seu redor, cheia de necessidades.Os trs estagirios ajoelham-se. Um deles ser pastor no Canad. Outro desempenhar o seu ministrio numa universidade. O terceiro, voltar para o seminrio.O culto termina suavemente. O povo sai com calma pelas alas entre os bancos. Algumas pessoas permanecem no recinto compartilhando suas experincias.A jovem de calas compridas verdes, dobra a sua Folha de Necessidades e Oraes e volta para o seu Volkswagen. O soldado, j sentado no jipe, medita sobre o culto recm-terminado. Sente-se confortado e encorajado. No consegue definir, mas ele sente que algo estranho est se passando no seu ntimo. Janice, sua irm caula, insistiu com ele para que fosse ao culto. E quando a gente constata com os prprios olhos a transformao da irm, bom procurar conhecer a causa!Trs mocinhas atravessam a rua conversando: "No foi maravilhoso?", exclama a primeira, uma ginasiana. "Pois , diz a outra, l estvamos ns naquela cidadezinha, para falar sobre Jesus!""Bem, melhor nos apressarmos", acrescenta a terceira, "pois a mame j deve estar preocupada, esperando."A PBC mantm um ministrio ativo exercido pelos jovens que vo s reas rurais do norte da Califrnia. Literalmente, centenas de estudantes de ginsio e de colgio dessas pequenas comunidades descobrem o Senhor Jesus, como resultado do ministrio pessoal dos jovens da PBC.Numa poca em que muitas igrejas se preocupam com o nmero de membros, que cada vez menor, a PBC continua crescendo. Este corpo de crentes est vivo, porque o poder do Senhor ressurreto se evidencia ali. A experincia feita pela PBC revela que, neste sculo XX, qualquer igreja pode se avivar e se encher de entusiasmo.JOYCE DUEKER Paio Alto, CalifrniaNota do EditorJoyce Dueker associou-se h pouco tempo ao corpo de crentes da PBC. A pedido do editor, escreveu esta viso introdutria de A Igreja Corpo Vivo de Cristo, a fim de nos transmitir aquilo que ela observou e experimentou na comunho desta igreja de Paio Alto.Captulo UmA MAIS PODEROSA FORCA SOBRE A FACE DA TERRAEste livro trata da Igreja. No da igreja como ela freqentemente conhecida, mas como originalmente foi e pode ser sim, tem que ser novamente. A palavra "igreja" traz tona imagens muito diferentes. Para alguns, a igreja no nada mais que um esnobe clube de campo religioso, com rituais tradicionais to sagrados como os de uma tradicional caa raposa. Para outros, a igreja um grupo de ao poltica, um bloco de presso de fazedores do bem, batalhando contra os males da sociedade. Alguns vem a igreja como uma espcie de sala de espera, no-segregada racialmente, destinada a pessoas que esto esperando o prximo nibus para o cu. Alguns a vem como um tipo de sobremesa especial para regime, para aqueles que desejam algo de bonitinho, que no prejudique a sua imagem junto ao pblico. Outros pensam dela como se fosse uma reunio comum de fanticos religiosos, gozando seu transe de fim-de-semana. Para muitos a igreja uma espcie de tbua de salvao no jogo da vida ou uma democracia religiosa, que quer legislar sobre moral para o resto do mundo.Sejamos bem honestos em admitir que a igreja tem sido todas estas coisas, em muitos lugares e ocasies. Tem justificado amplamente todas as amargas acusaes contra ela levantadas. Apesar de suas numerosas fraquezas e de seus trgicos pecados, a igreja tem sido atravs de todos os sculos, desde c seu incio, a mais poderosa fora em prol do bem sobre a face da terra. Tem sido uma luz no meio da escurido to densa, que pode ser sentida. Ela tem sido sal dentro da sociedade, retardando o alastramento da corrupo moral e dando tempero e sabor vida humana.Como pode ser isto? Como que a mesma instituio pode ser, a uma s vez, uma fonte de mgoas, desiluso e desespero para muitos, e uma fonte de alegria, vida e conforto sem fim para tantos outros? A resposta que a Bblia nos d que aquilo que chamamos de igreja, na realidade, so duas igrejas. Ambas so religiosas, mas uma egosta, vida de poder, cruel e diablica. A outra forte e divina, que ama e perdoa. Uma fomentou o dio e levou a sociedade a conflitos sangrentos contnuos, tudo em nome de Deus e da religio. A outra tem curado males humanos, quebrado barreiras raciais e de classes e livrado homens e mulheres, em todos os lugares, do medo, da culpa, da vergonha e da ignorncia. A ltima a igreja verdadeira, iniciada por Jesus Cristo; ela que manifesta um cristianismo autntico. A outra uma igreja falsa, uma organizao satnica, um simulacro de cristianismo.Foi o prprio Jesus que predisse esse estado de coisas. Em Mateus 13, numa srie impressionante de parbolas em que descreveu as condies que prevaleceriam no perodo entre sua primeira e segunda vindas (a poca em que vivemos), ele conta uma, que freqentemente chamada de parbola do trigo e do joio. Ali ele diz que, sendo o Filho do Homem, semearia trigo (cristos verdadeiros, que chamou de filhos do reino) no campo do mundo. Mas enquanto os homens no se dessem conta, o diabo viria, a semear o joio (falsos cristos, chamados de filhos do maligno) no meio do trigo. Ambos cresceriam juntos, sem que se os pudesse distinguir, de incio. Mas logo os homens notariam a incongruncia do joio com o trigo e viriam a perguntar se no deveriam arrancar o joio. Sua resposta foi clara e simplesmente: No! Se se tentasse isso, explicou ele, o trigo seria destrudo junto com o joio. "Deixai-os crescer juntos at a colheita" (Mateus 13:30).A colheita, continuou explicando, seria no fim da era, em que ele enviaria seus anjos (no homens) para o campo, a fim de separar o joio do trigo. O joio seria queimado no juzo, mas o trigo seria recolhido no celeiro de seu pai. O trigo, ou os filhos do reino, so aqueles que experimentaram aquilo que a Bblia chama de novo nascimento. Em outra passagem, Jesus diz claramente: Se algum no nascer de novo, no pode ver o reino de Deus (Joo 3:3).O apstolo Pedro mais tarde descreve a esses como sendo regenerados, no de semente corruptvel, mas de incorruptvel, mediante a palavra de Deus, a qual vive e permanente (I Pedro 1:23). Os filhos do maligno so os falsos cristos, jamais nascidos de novo pelo poder do Esprito Santo atravs da f na Palavra de Deus, mas que pensam ser cristos porque passaram por um certo ritual, associaram-se igreja local ou se fiam em conduta moral exterior ou numa intensa preocupao social, para sua aceitao diante de Deus. Para eles mesmos e para muitos de fora da igreja, eles no se distinguem dos cristos verdadeiros.No de admirar, pois, que a igreja apresente ao mundo uma imagem to confusa. No deveria causar estranheza se ela se parece, s vezes, com o mdico, e outras vezes, com o monstro da conhecida histria. (*) Quando a ilustrao bblica esquecida (como tantas vezes acontece), a igreja confunde at aqueles que a amam e procuram defend-la. Hoje em dia a igreja parece ter perdido o seu sentido de identidade. Como algum que estivesse sofrendo de amnsia, ela est se perguntando: "Quem sou eu, e para que que estou aqui?" A tentativa de ver duas entidades completamente contraditrias como uma s igreja, produziu uma espcie de esquizofrenia eclesistica, que est deixando muitas pessoas confusas e aturdidas.Esse carter duplo da igreja tem sido freqentemente sentido por muitos e, atravs dos sculos, tem-se tentado separar a igreja verdadeira da igreja falsa. Mas todas as tentativas falharam, porque se empreendeu a separao com base em fatores externos. Pureza de doutrina, conduta moral, prtica ritual e nacionalidade tm sido alguns dos critrios pelos quais a verdadeira igreja foi procurada e reivindicada! Os catlicos romanos insistem em serem a igreja verdadeira; os batistas tm refutado tal reivindicao, declarando que eles teriam o padro correto, ao passo que outros tm dito: "Fora com aqueles dois! Ns outros que somos a igreja verdadeira". Assim as faces vm se debatendo atravs dos sculos.A verdade , naturalmente, que nenhuma denominao ou organizao religiosa ou pode ser a igreja verdadeira. A linha divisria no bem definida. O cristianismo verdadeiro no pode ser distinguido tendo como base, grupos ou conjuntos de grupos. A separao no pode ser feita nem mesmo de indivduo para indivduo. A posio bblica que, falsos cristos s podem manifestar um cristianismo falsificado, mas, cristos verdadeiros podem apresentar tanto o cristianismo verdadeiro como o falso, se bem que no ao mesmo tempo. Sempre que cristos verdadeiros, por ignorncia ou desobedincia arbitrria, mostram um cristianismo falso e simulado em suas vidas, eles provocam tantos danos ao mundo ao seu redor como se fossem pagos irreligiosos, vivendo num extremo egosmo e desinteresse pelos outros.A triste e trgica verdade, porm, que perfeitamente possvel ser um cristo verdadeiro sem manifestar verdadeiro cristianismo. A iluso de ser-se um cristo sem viver uma vida crist, acontece facilmente. A ironia disso est em que esse tipo de vivncia crist ainda , alm disso, apagado, estril e mortal. Mas igualmente fcil, no que diz respeito s atividades, levar uma vida verdadeiramente crist, que sempre ativa, empolgante e atuante.O objetivo deste livro procurar nas Escrituras a natureza e o funcionamento do verdadeiro cristianismo, recuperando assim a qualidade dinmica do cristianismo primitivo. Ainda que a vida de hoje em dia parea terrivelmente complicada, se a compararmos com a daquela poca, no h razo para que a igreja do sculo vinte no seja o que era no sculo primeiro. O verdadeiro cristianismo agora opera exatamente nas mesmas bases em que ento operava. O mesmo impacto dinmico, descrito no livro de Atos, possvel ainda hoje.O principal fator que impede que isso acontea a ignorncia. A maioria dos cristos infelizmente no conhece o padro bblico para o funcionamento da igreja. At os cristos verdadeiros ainda tentam em vo fazer aquilo que seu Mestre lhes proibiu (Mateus 13:24-30): separar o joio do trigo, no sentido fsico. Parece que eles no compreendem que cristianismo falso e verdadeiro podem estar mesclados na mesma pessoa. Neste caso, a separao fsica no possvel. A destruio de um significaria a destruio do outro, como Jesus advertiu. No modelo bblico, o trigo (cristianismo verdadeiro) deveria tornar-se to saudvel e forte, que ele sobrepujaria e enfraqueceria o joio, a tal ponto que este virtualmente perderia sua capacidade de executar sua inteno maligna.Jesus declarou que ele edificaria a sua igreja sobre uma rocha, um fundamento inabalvel. Esta rocha era o fato de sua messianidade e divindade, como o confessou, o apstolo Pedro (Mateus 16:16). Posteriormente, no dia de Pentecoste, essa igreja surgiu pelo poder do Esprito de Deus. No comeo no havia sinal algum da presena de um falso cristianismo. A verdadeira vida crist, como se mostrava, abalou toda a cidade de Jerusalm, espalhando-se logo para outras cidades e vilas. Ento, como predisse Jesus, as falsas sementes da semeadura do diabo criaram razes e comearam a aparecer, no apenas na forma de membros batizados, porm, no regenerados, mas tambm na forma do mal presente nas vidas dos verdadeiros membros da igreja (Atos 8, Simo o mgico; Atos 5, Ananias e Safira).Surgiu ento a tarefa dos apstolos de instruir os cristos em como reconhecer a falsa vivncia, que existia dentro deles ao lado da verdadeira; como repudiar a primeira, atravs do poder de um Senhor crucificado, e como entregar-se inteiramente a Cristo atravs da f, de modo que pudessem apresentar a vida igualada do Senhor ressurreto e triunfante. Os apstolos receberam a misso de desenvolver em detalhes o modelo de operao mencionado pelo Senhor para o seu corpo, a igreja. Esse modelo, quando fielmente seguido, faria da igreja a mais poderosa fora na terra, em qualquer poca.O admirvel fato que as Escrituras afirmam claramente, mas que milhares de cristos no observaram, que Deus destinou sua igreja a ser uma espcie de governo na terra, que sustentasse os governos visveis. Isso possibilitaria um clima de legalidade ordem benevolentes, ura regime de justia e paz, e refrearia as foras indmitas da tirania, da anarquia e do derramamento de sangue. (Veja Mateus 5:13-14; Filipenses 2:14-15; I Timteo 2:1-2). Todas as vezes que a igreja se aproximou desse modelo bblico, condies justas comearam a prevalecer. E quando ela se desviou desse padro divino, para confiar em foras secundrias, ou se tornou orgulhosa, rica e tirnica, ou mundana, fraca e desprezada por todos.O que ns essencialmente precisamos , ento, redescobrir o modelo bblico. Como diz um dito moderno: Quando falham todas as outras coisas, siga as instrues! Quando nos voltamos para as Escrituras, estamos nos voltando para a realidade. Ali deparamos com o ponto central de qualquer questo, com a verdade bsica subjacente, a partir "da qual podemos nos desembaraar, aplicando em qualquer rea da vida os princpios aprendidos.Se bem que todos os apstolos que escreveram o Novo Testamento nos do a verdade sobre a igreja; foi principalmente o apstolo Paulo quem escreveu a esse respeito. Ele dedica toda uma carta (Efsios) quase que exclusivamente Igreja, suas origens, sua natureza, sua funo e sua relao essencial com seu Senhor. Vamos olhar agora para essa carta, tratando especialmente dos primeiros dezesseis versculos do captulo quatro. Este trecho ser o nosso guia no caminho para a verdade sobre a igreja.Captulo DoisPRIORIDADE MXIMAEstamos numa era revolucionria. A ventania tempestuosa da transformao est soprando por todos os cantos O problema racial provoca inquietao e revolta desordenada. As naes se defrontam com problemas estonteantes de injustia social, corrupo moral e crueldade humana. Que devem fazer os cristos, numa hora dessas? Que posio a igreja deve tomar, diante de problemas to complicados e profundos? Estas so perguntas que muitos esto fazendo hojeQuando Paulo escreveu aos cristos na cidade de feso, na provncia romana da sia, eles estavam se defrontando com problemas surpreendentemente idnticos. Metade da populao do Imprio era composta de escravos, rebaixados a uma servido to completa, que eram negociados e vendidos como se fossem gado. Com exceo de uma pequena classe de aristocratas e patrcios ricos, a outra metade da populao consistia de comerciantes e trabalhadores que, a muito custo, levavam uma vida precria, no muito longe da pobreza. A corrupo moral de feso era legendria. L estava o centro do culto deusa do sexo, a Diana dos Efsios. E quanto crueldade, as legies romanas estavam prontas para marchar a qualquer lugar, a fim de suprimir, sem d nem piedade, qualquer sinal de revolta contra a autoridade do imperador. E este imperador era Nero, cuja vida srdida e selvagem j constitua assunto de conversa em todo o imprio.Ao escrever, Paulo se encontrava em Roma, como prisioneiro de Csar, esperando a hora de ser apresentado aNero. Tinha permisso de viver em sua prpria casa alugada, mas no podia andar livremente pela cidade. Dia e noite, ele estava acorrentado a um soldado. Vendo ao seu redor a vida decadente da cidade, e sabendo das condies que prevaleciam na distante feso, que que o apstolo, ao lhes escrever, haveria de aconselhar aos cristos? A resposta surpreendente e oportuna:Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocao a que fostes chamados, com toda humildade e mansido, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforando-vos diligentemente por preservar a unidade do Esprito no vnculo da paz (Efsios 4:1-3).O que diz o apstolo igreja em feso, em face das desesperadas exigncias criadas pela necessidade humana? Qual a sua resposta aos cidados oprimidos, que clamam por justia e conforto, a quem ele escreve? Simplesmente isso: .Cumpri a vossa vocao! No vos desvieis da estratgia divina. Obedecei s ordens que tendes recebido. Segui o vosso Cabea!Nesta admoestao, o apstolo reconhece claramente a verdadeira natureza e funo da igreja. Ela no uma instituio-humana. No deve projetar a sua prpria estratgia e estabelecer suas prprias metas. No uma organizao independente, que existe pela fora de seus nmeros. Ela , isto sim, um corpo chamado para um relacionamento todo especial com Deus. Nesta carta aos Efsios, o apstola usa uma srie de figuras, que descrevem este relacionamento. A igreja, diz ele, um corpo sob a direo de sua cabea. Que tragdia no seria, se esse corpo se negasse a seguir as instrues de sua cabea! A igreja tambm um templo destinado habitao e uso exclusivo de uma Pessoa que mora dentro dele e tem o direito de fazer o que quiser com esse templo. A igreja um exrcito sob o comando de um rei. Um exrcito que no obedece a seu chefe, no serve como fora de combate. Por isso, diz Paulo igreja, obedecei s ordens e segui vosso Cabea.O prprio Paulo um exemplo para eles. Depois de ficar definhando por dois anos como prisioneiro na Palestina (Cesaria), ele foi mandado para Roma numa viagem martima muito perigosa, que acabou em naufrgio na ilha de Malta. Mas, afinal, ele chegou a Roma. Foi prisioneiro pessoal de Nero, mas nenhuma vez em sua carta ele faz referncia a si mesmo como sendo "o prisioneiro de Csar". Ele sempre diz, como aqui, "um prisioneiro no Senhor", ou "o prisioneiro do Senhor". Ele no se lamenta por estar na priso, acorrentado e confinado. Leia sua carta aos Filipenses, escrita tambm nesta priso, e ach-la- cheia de alegria, triunfo e de confiana em que tudo est bem. Para Paulo, atrs de Csar est Cristo. Ele no se considera um prisioneiro de Csar, porque, alm das correntes, do guarda e dos processos imperiais de justia, v a mo de Jesus, dirigindo.Em sua carta aos Corntios, Paulo diz: "no atentando ns nas cousas que se vem, mas nas que se no vem" (II Corntios 4:18). Por qu? que l se acham as respostas ltimas. L se acha a verdade ltima e o poder ltimo. O prprio Jesus refletiu esta atitude, ao ser colocado perante Pncio Pilatos. Este lhe disse: "No sabes que tenho autoridade... para te crucificar?" Jesus replicou de imediato: "Nenhuma autoridade teria sobre mim, se de cima no te fosse dada" (Joo 19:10-11).Boa parte da explicao para a confuso to difundida na igreja de hoje, o fato de que os cristos tm olhado para as coisas visveis, em vez de olharem para as que no podem ser vistas. Vemos um mundo que sofre, com necessidades humanas bvias em toda parte. dio e fanatismo abundam; a injustia predomina, e a misria est presente para onde quer que nos voltemos. A soluo bvia parece se coordenar todos os recursos humanos a fim de enfrentar estas necessidades, Vamos trabalhar e fazer alguma coisa e logo! Parece to lgico, to conseqente e prtico. Mas isto porque nosso pensamento humano limitado e superficial. Somente vemos as coisas visveis. Nossa preocupao superficial com aspectos externos nos leva a tratar sintomas, e no causas. Aplicamos remdios via externa, que s funcionam no momento, se que funcionam, e depois a situao pior que antes.Precisamos hoje, desesperadamente, dessa admoestao prtica do apstolo: "Andai de modo digno da vocao a que fostes chamados" (Efsios 4:1). Aquele que nos chamou, v a vida de modo muito mais claro do que ns Preparou uma estratgia, que de fato remover a causa das trevas e misria humanas. No perde seu tempo, tratando cncer com esparadrapo. Vai direto raiz. Quando a igreja se mantm fiel sua vocao, ela se torna um fator teraputico na sociedade, capaz de levantar toda uma nao ou imprio a um nvel superior da vida sadia. Em sua monumental histria do mundo, A Histria da Civilizao, Will Durant compara as influncias de Csar e de Cristo. Diz ele, de Jesus:"A revoluo que Ele procurou foi uma muito mais profunda, sem a qual as reformas s poderiam ser superficiais e transitrias. Se Ele pudesse limpar o corao humano do desejo egosta, da crueldade e da luxria, a utopia viria por si mesma, e todas aquelas instituies que provm da ambio e violncia humanas alm de conseqente necessidade de leis, desapareceriam. J que isto seria a mais profunda de todas as revolues ao lado da qual todas as outras seriam meros golpes de estado, de uma classe desalojando a outra e explorando-a por seu turno, Cristo foi, neste sentido espiritual, o maior revolucionrio da histria." lA verdadeira igreja est aqui, para levar a efeito aquela revoluo; a falsa igreja est aqui, para se lhe opor. Mas, cristos verdadeiros esto de fato promovendo a causa do cristianismo falso, quando por ignorncia ou zelo equivocado, se desviam da estratgia de Deus e no obedecem sua vocao divina. Ns, simples seres humanos, no podemos aperfeioar o programa divino. E ns tambm no fomos entregues dvida quanto natureza dessa vocao. Os primeiros trs captulos de Efsios so dedicados sua descrio; e ela se encontra em muitas outras passagens do Novo Testamento. Se os cristos querem obedecer com inteligncia ao seu Senhor, devem colocar a prioridade mxima em compreender o que que Ele quer que sejam e faam. Esta vocao divina est baseada sobre realidades fundamentais e ltimas.Esta a glria do cristianismo: mostrar as coisas como realmente so. A caracterstica das epstolas neotestamentrias que elas comeam com a verdade, que o que ns chamamos de doutrina. Ento, baseando-se no fundamento subjacente da verdade, o escritor prossegue, sugerindo certas aplicaes prticas. Quo tolo comear com outra coisa, a no ser com a verdade! H uma certa gente hoje em dia nos dizendo que deveramos comear com algum tipo de sonho ou esperana idealizada. Construindo sobre essa iluso, elaboraramos solues prticas para nossos problemas. Mas os apstolos nunca fazem isso. Cada um comea seu escrito com a verdade, a verdade como realmente , com as coisas como de fato se apresentam. Estes escritores nos chamam de volta realidade.Nos captulos iniciais de Efsios, Paulo faz uma srie de afirmaes sobre o propsito da igreja: no apenas o seu propsito para a eternidade algum dia, mas o seu propsito para o tempo presente. J que os cristos tm em Cristo muito mais do que tinham em sua condio anterior, sob as trevas e as frustraes do reino de Satans, de bom augrio saber para que finalidade e sentido tudo isso est designado. Observemos algumas dessas afirmaes acerca da natureza e sentido da igreja:Ele nos escolheu nele [Cristo] antes da fundao do mundo [a igreja no fruto de nenhuma reflexo posterior de Deus. Ela foi planejada muito antes de o mundo ser criado], para sermos santos e irrepreensveis perante Ele (Efsios 1:4).A primeira preocupao de Deus no o que a igreja faz, mas sim o que ela . O ser sempre precede o fazer, pois o que fazemos sempre ser determinado por aquilo que somos. Compreender o carter moral do povo de Deus um ponto essencial, a fim de entendermos a natureza da igreja. Como cristos, devemos ser um exemplo moral para o mundo, refletindo o carter de Jesus Cristo.Recentemente, estive lendo sobre dois americanos que estavam andando de trem, na Inglaterra. (Os trens ingleses tm compartimentos em que se podem sentar at seis pessoas.) No mesmo compartimento destes dois homens, estava sentado um senhor de aspecto muito distinto. Em voz baixa, os dois americanos estavam discutindo acerca deste senhor. Um deles disse bem baixinho: "Quanto quer apostar que ele o Arcebispo de Canturia?"Replicou o outro: "Pois eu acho que no. Eu topo a parada."O primeiro se dirigiu ao cavalheiro e disse: "Com licena, o senhor se importaria em nos dizer se o Arcebispo de Canturia?"O homem respondeu imediatamente: "V cuidar de sua prpria vida. Que que vocs tm a ver com isso?"Ento um dos americanos se voltou para o outro e disse: "Acabou-se a aposta! No h jeito de descobrir!"Essa estria apenas quer sugerir que os cristos deveriam ser facilmente identificveis pelo seu modo de falar e de viver, de agir e reagir. Ns, cristos, somos chamados a ser "santos e irrepreensveis perante ele". Este um dos propsitos da igreja.Paulo nos d uma outra finalidade da igreja, no primeiro captulo de Efsios:Em amor nos predestinou para ele, para a adoo de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplcito de sua vontade, para louvor da glria de sua graa (V. 4-6a).Ns, os que de antemo esperamos em Cristo, somos para louvor da sua glria (V. 12).Pense nisso, um pouco! "Ns, que de antemo esperamos em Cristo", significa: ns, que somos cristos, como sendo destinados e designados (aqui est novamente a nossa vocao) a viver para o louvor de sua glria. A primeira tarefa da igreja no o bem-estar dos homens, por mais importante que isto seja, e mesmo considerando que este ponto decididamente entre no quadro. Mas no a primeira tarefa da igreja. O primeiro objetivo viver para o louvor e a glria de Deus. Como o declara uma outra traduo: "Ns deveramos fazer com que sua glria fosse louvada".Que a glria de Deus? o prprio Deus, a revelao do que Deus e faz. O problema deste mundo que ele no conhece Deus. No tem compreenso alguma d'Ele. Em todas as suas procuras e suas divagaes, em seus esforos por descobrir a verdade, ele no sabe nada de Deus. Mas a glria de Deus revelar-se a si mesmo, mostrar-se como . Encontramos outro auxlio para compreender isso em II Corntios:Porque Deus que disse: De trevas resplandecer luz , ele mesmo resplandeceu em nossos coraes, para iluminao do conhecimento da glria de Deus na face de Cristo (II Corntios 4:6).Os homens podem ver a glria de Deus na face de Cristo, em seu carter, em seu ser. E essa glria se acha, como diz Paulo, em "nossos coraes". A vocao da igreja revelar ao mundo a glria do carter de Deus, como se acha na face de Jesus Cristo. Isto se encontra novamente no primeiro captulo de Efsios:E ps toda as cousas debaixo dos seus ps e, para ser o cabea sobre todas as cousas, o deu igreja, a qual o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as cousas (Efsios 1:22-23).Esta uma tremenda afirmao. Declara que tudo que Jesus Cristo (sua plenitude) pode ser visto em seu corpo, que a igreja. O segredo da igreja que Cristo vive nela, e a mensagem da igreja para o mundo declar-lo, falar de Jesus Cristo. Paulo descreve este segredo da igreja verdadeira, novamente, no segundo captulo.Assim j no sois estrangeiros e peregrinos, mas concidados dos santos, e sois da famlia de Deus; edificados sobre o fundamento dos apstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifcio, bem ajustado, cresce para santurio dedicado ao Senhor, no qual tambm vs juntamente estais sendo edificados para habitao de Deus no Esprito (Efsios 2:19-22).A est o mistrio sagrado da igreja: ela a morada de Deus. Ele vive em seu povo. Esta a grande vocao da igreja: tornar visvel o Cristo invisvel. Paulo, como um cristo-modelo, descreve seu prprio ministrio nos seguintes termos:Manifestar qual seja a dispensao do mistrio, desde os sculos oculto em Deus, que criou todas as cousas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida agora dos principados e potestades nos lugares celestiais (Efsios 3:9-10).A est, de modo bem claro: a tarefa da igreja "tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus", torn-la conhecida no somente aos homens, mas tambm aos anjos, que esto observando a igreja. Estes so "os principados e potestades nos lugares celestiais". H outros, alm dos homens, que esto observando a igreja e com ela aprendendo.Sem dvida os versos acima so suficientes para deixar uma coisa perfeitamente clara: a vocao da igreja est em declarar pela palavra e demonstrar em atitude e ao o carter de Jesus Cristo, que vive dentro de seu povo. Devemos declarar a realidade de um encontro que muda a vida de um cristo e demonstrar esta mudana atravs de uma vida altrusta e cheia de amor. At que o tenhamos feito, no h nada que possamos fazer, que possa ser benfico. Esta a vocao da igreja, qual Paulo se refere ao dizer: Rogo-vos que andeis de modo digno da vocao a que fostes chamados.Observe como o prprio Senhor Jesus confirma isso, no captulo de abertura do livro de Atos. Logo antes de ascender para o seu Pai, Ele disse a seus discpulos:"Recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm, como em toda a Judia e Somaria, e at aos confins da terra" (Atos 1:8).A vocao por excelncia da igreja ser testemunha de Cristo. Uma testemunha algum que declara e demonstra. O apstolo Pedro diz uma palavra magnfica sobre isso, em sua primeira carta:"Vs sois raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (I Pedro 2:9).Observe o esquema "Vs sois... a fim de". Essa a tarefa primordial do cristo. Jesus mora nele, a fim de que possa demonstrar a vida e o carter do que vive dentro dele. Todo cristo verdadeiro tem a responsabilidade de realizar esta vocao da igreja. Todos so chamados; em todos habita o Esprito Santo, e se espera de todos que realizem sua vocao diante do mundo. Esta a nota clara que o apstolo faz soar atravs de toda a carta aos Efsios. A expresso do testemunho da igreja, s vezes, pode ter um carter global, mas a responsabilidade de o fazer sempre individual.Mas, aqui, surge novamente o problema de uma possvel falsificao. fcil para a igreja (ou para o cristo, individualmente) falar sobre a demonstrao do carter de Cristo e ter grandes pretenses de faz-lo. No entanto como o sabe todo pago inteligente, que tem observado cristos de perto a imagem que realmente transparece no sempre a mesma do Jesus dos Evangelhos. Este o motivo pelo qual o apstolo Paulo muito meticuloso ao descrever esse carter em termos mais especficos....Com toda humildade e mansido, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforando-vos diligentemente por preservar o unidade do Esprito no vinculo da paz (Efsios 4:2-3).Humildade, pacincia, amor, unidade e paz estas so as caractersticas reais de Jesus. Cristos no devem testemunhar com arrogncia e rudeza, nem com presuno de "sou-mais-santo-que-voc", nem com a soberba de um santarro, e com certeza, tambm no sobre o fundo de torpes brigas de igreja nem de asperezas entre si. A igreja no deve falar sobre si mesma. Ela deve ter uma mentalidade modesta, no se gabando orgulhosamente de seu poder ou procurando aumentar o seu prestgio. A igreja no pode salvar o mundo; mas o Senhor da igreja, pode. No pela igreja que os cristos devem trabalhar e empenhar suas vidas, mas pelo Senhor desta igreja. A igreja no pode exaltar seu Senhor,, procurando exaltar-se a si mesma. A verdadeira igreja no procura ganhar poder aos olhos do mundo. Ela j tem todo o poder de que precisa, do Senhor que nela mora.Ainda mais, a igreja deve ser paciente e indulgente, sabendo que as sementes da verdade levam tempo para germinar, crescer e amadurecer. A igreja no deve fazer exigncias estridentes sociedade, de mudanas repentinas e violentas de estruturas sociais, que se estabeleceram h muito tempo. Antes, a igreja deve evitar decididamente a prtica de males sociais em- seu prprio meio, implantando assim na sociedade sementes de verdade que, em ltima instncia, ho de germinar.Um dos livros mais famosos de todos os tempos O Declnio e Queda do Imprio Romano, de Edward Gibbon. Ele mostra o que aconteceu quele poderoso imprio e como ele se desintegrou, primeiro, internamente. No livro h uma passagem que Sir Winston Churchill decorou, porque a considerou admiravelmente caracterstica e acurada. Ela fala da igreja dentro do imprio:"Enquanto o enorme Imprio romano foi invadido pela violncia aberta e minado por uma lenta decadncia, uma religio pura e modesta se insinuou gentilmente nas mentes dos homens, cresceu obscura e silenciosamente, extraiu da oposio sofrida um novo vigor, erigindo finalmente a bandeira triunfante da Cruz sobre as runas do Capitlio."

O maior sinal da vida de Jesus Cristo, dentro do cristo, naturalmente, o amor. Amor, que aceita os outros como eles so; que compassivo, que perdoa, e procura evitar que mal-entendidos e diferenas de opinio dividam os cristos entre si. Jesus disse: Nisto conhecero todos que sois meus discpulos, se tiverdes amor uns aos outros. (Joo 13:35). O amor nunca se manifesta pela rivalidade, ambio, ostentao, indiferena ou preconceitos. Ele exatamente o oposto de insultos, calnias e divises, devido a pontos de vista inflexveis. O amor se preocupa em manter a unidade, no em cri-la. A igreja nunca pode criar unidade, mas pode mant-la. Examinaremos esse assunto mais de perto, no prximo captulo.Mas tudo isso no nos ajuda a responder grande questo: Com que finalidade a igreja est aqui no mundo? Onde que vamos comear com a tarefa de influenciar e mudar o mundo? Onde devemos colocar nossa principal nfase? O Novo Testamento fala muito pouco sobre a participao do crente na poltica; sobre problemas de habitao; sobre direitos civis, ou sobre disputas entre empregados e empregadores. Isto no significa que os cristos devam ignorar essas questes. bvio que no podemos ter um corao cheio de amor por seres humanos, nossos irmos, sem nos preocuparmos com essas coisas. Mas o Novo Testamento diz relativamente pouco sobre elas, porque Deus sabe que o nico modo de enfrentar esses problemas a introduo de uma nova dinmica na vida humana, a dinmica da vida de Jesus Cristo. disso que os homens precisam. A correo do mal se seguir inevitavelmente introduo dessa vida. Certamente precisamos comear l, porque esta a vocao a que a igreja chamada.A "nova esquerda", e os assim chamados cristos radicais, evidentemente no compreendem o radicalismo espiritual do Novo Testamento. O evangelho germinou num ambiente social, sob vrios aspectos, muito semelhante ao nosso. Os primeiros cristos se defrontaram com uma instituio que estava lutando por sua sobrevivncia. Injustia, opresso e discriminao eram amplamente difundidas.Mas aqueles que procuram textos bsicos, que justifiquem passeatas,, greves ou boicotes, tm problemas. Estes tentam solucionar os males da sociedade, lavando o copo pelo lado de fora, como disse Jesus. Uma verdadeira revoluo crist transforma as pessoas internamente. a que tantas igrejas se perdem. Cristo disse que, somente quando as pessoas so transformadas, recebem um novo corao, um novo esprito e uma nova orientao, haver uma nova sociedade. necessrio que morram o ego e o egosmo; que haja uma radical mudana de direo, e um novo nascimento ou uma ressurreio. A palavra que o Senhor dirige a essas pessoas : Abenoai aos que vos perseguem. ... Tende o mesmo sentimento uns para com os outros. ... No torneis a ningum mal por mal. ... No te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. (Romanos 12:14-21).A igreja dever, nesta hora turbulenta da histria, abandonar a mais notvel mensagem revolucionria de que o mundo j ouviu falar, uma mensagem que lhe foi especificamente confiada? Ela dever, em vez disso, contentar-se em fazer algo que qualquer organizao mundana pode fazer? Ela dever tornar-se nada mais do que outro grupo de ao poltica? Ela dever sucumbir diante do sofisma de que a mudana, qualquer tipo de mudana, signifique progresso? O que o apstolo Paulo deseja que atendamos ao nosso chamado de nos tornar responsveis em contar A sociedade, essa boa nova sobre Jesus Cristo, que radical, \J revolucionria e capaz de transformar vidas. A igreja precisa invadir novamente a vida comercial e industrial, a educao e o aprendizado, as artes e a vida da famlia, a moral e o governo com essa mensagem tremenda e inigualvel. Um Senhor Jesus Cristo ressurreto est disposio dos homens em todas as partes, para plantar dentro deles sua prpria vida, transformando-os assim em pessoas que amam, se interessam pelos outros e nelas confiam, pessoas capazes de enfrentar quaisquer problemas que a vida lhes possa apresentar. Esta a vocao da igreja.Captulo TrsUNIO, NO UNIDADE!Em nossos dias h um grupo de vozes que dizem: "Voc est bem certo acerca da necessidade da igreja, de cumprir a sua vocao. Mas, fundamental para essa vocao, a unio de todos os cristos. Dificilmente podemos esperar que consigamos atingir o mundo, enquanto os cristos estiverem to fragmentados, to divididos. Em nossa desunio, real-mente nada temos a dizer ao mundo; e, por essa razo, a igreja vive sem poder, e desprezada pela sociedade. Por isso, precisamos, antes de tudo, unir-nos. Nos nmeros h poder, e, se conseguirmos reunir um nmero suficiente de cristos, poderemos influenciar a sociedade conforme a igreja estava destinada a faz-lo."Esta filosofia fez surgir o movimento ecumnico da ltima parte do sculo vinte. Ecumnico quer dizer "universal", e a esperana e o sonho de muitos, hoje em dia, apagar as diferenas entre os cristos, representados nas variadas denominaes, a fim de se conseguir uma igreja realmente ecumnica ou universal. Certos homens se devotaram tanto a esse ideal, que tm sido chamados de "ecumanacos", enquanto que outros desdenhosamente sugerem que o problema da igreja que ela est passando por sua "idade crtica"As palavras do apstolo Paulo, que estamos examinando, de fato parecem enfatizar a necessidade de unidade entre os cristos. Ele exorta os cristos de feso a esforar-se diligentemente por preservar a unidade do Esprito no vnculo da paz (Efsios 3:4). H outras escrituras que sublinham a necessidade de um acordo cristo. Os ecumenistas dizem que quando as igrejas se unirem em uma nica organizao, cumprir-se- a orao de Jesus: A fim de que todos sejam um; e como s tu, Pai, em mim e eu em ti, tambm sejam eles em ns; para que o mundo creia que tu me enviaste (Joo 17:21). Eles dizem: "Por que no apoiar estes recentes esforos em prol dessa unidade? Com certeza, a unio de todos os cristos s poder fortalecer e ajudar a causa de Cristo!"Que faremos, dessa exortao de Paulo unidade? Uma coisa nela est bem evidente: ela reconhece a existncia de atritos entre os cristos. Ele no instaria junto aos cristos, que mantivessem a unidade do Esprito, se no existissem dissenses entre eles. Aqui na igreja primitiva, obviamente, havia foras agindo no sentido de dividir o corpo cristo; entre eles havia presses, que ameaavam cindi-lo em grupos menores. Em reao a essas presses, o apstolo insiste em que eles procurem manter a unidade. A palavra "procurar" um pouco fraca, aqui. Procurar implica apenas numa disposio, mas a palavra original no grego significa disposio da vontade e atividade portanto, fazer alguma coisa.No h dvida de que irreal fazer de conta que no h divergncias entre eles. No h no mundo outro grupo to gloriosamente heterogneo como a igreja. notvel o fato que ela se compe de diferentes tipos de pessoas. Na verdadeira igreja de Cristo, ricos e pobres se renem em p de igualdade, sem distino e certamente sem favoritismo algum. Judeus ou gentios, homens ou mulheres, negros, vermelhos, brancos ou amarelos no faz diferena. verdade que esta no tem sido sempre a caracterstica da igreja, mas esta era a inteno original e ela pode ser assim. A igreja atravessa todas as linhas divisrias erigidas pelos homens, bem como todas as distines naturais, reunindo todos os povos, sem exceo, em um s corpo. No h outro corpo no mundo que tente unir pessoas de origens e procedncias to amplamente variadas.Mas no fcil ignorar essas linhas divisrias. Atritos surgem freqentemente, por causa delas. A existncia de atritos nas comunidades crists do primeiro sculo, se evidencia em diversas passagens da Escritura. Havia grande divergncia em torno da relao dos gentios com os judeus uma questo que levou ao grande concilio descrito em Atos 15. Na carta de Paulo aos Filipenses, so mencionadas duas senhoras que tinham dificuldade em se entender. Seus nomes eram Evdia e Sntique. Pontos de vista divergentes e personalidades diferentes so algumas das mesmas causas de atrito existentes igualmente na igreja do sculo vinte.L em cima vivamos, com santos que amamos,Isto sim que glria.Mas embaixo vivemos, com santos que vemos;Bem, outra estria!Alm das diferenas de pontos de vista e de personalidades, h as diferenas de talento dentro do corpo de Cristo. Todo cristo tem a tendncia de depreciar os talentos dos outros e de exaltar os prprios. Todos achamos que a nossa contribuio muito mais importante e valiosa do que aquilo que outros esto fazendo. (I Corntios 3 revela a diviso da igreja de Corinto devido tendncia humana de se identificar com um mestre, opondo-se a um outro.) Deste modo se v que o cho frtil, para atritos que surgem a partir de divergncias e distines dentro da igreja.Mas um segundo fato tambm visvel na exortao do apstolo. Sob todas as diferenas entre os primeiros cristos, est tambm o fato de uma unidade bsica. O apstolo no manda esses cristos se esforarem em produzir unidade, mas em conservar aquilo que j existe. Nunca se manda igreja que criou unidade. Uma unidade j existe, por fora da pura e simples existncia da igreja. No h necessidade de cri-la; para dizer a verdade, os homens so incapazes de produzir a unidade, que essencial para a vida da igreja. Ela s pode ser produzida pelo Esprito de Deus; mas uma vez produzida, responsabilidade dos cristos preserv-la.Este o problema do moderno movimento ecumnico. Aqueles que procuram alcanar a unio dos cristos, esto ignorando a unidade que j existe, tentando criar uma outra. Para que ningum entenda mal a natureza da unidade a que o apstolo se refere, ele prossegue, descrevendo-a claramente:H somente um corpo e um Esprito, como tambm fostes chamados numa s esperana da vossa vocao; h um s Senhor, uma s f, um s batismo; um s Deus e Pai de todos, o qual sobre todos, age por meio de todos e est em todos (Efsios 4:4-6).Aqui est a verdadeira unidade do corpo de Cristo. Observe que ela gira em torno das trs Pessoas da Trindade: Esprito, Filho e Pai. Ela um corpo habitado pelo Deus Trino. Isto claramente a resposta orao de Jesus: A fim de que todos sejam um; e como s tu, Pai, em mim e eu em ti, tambm sejam eles em ns (Joo 17:21). A igreja no deve ser um conglomerado de indivduos que por acaso concordam em certas idias. Ela est ligada como um organismo numa unidade corporal. verdade que um corpo uma organizao, mas muito mais que uma organizao. A essncia de um corpo est em que ele consiste de milhares de clulas, que compartilham mutuamente de uma vida...Ao contrrio do que diz o conto popular, no se produz um corpo ajuntando-se componentes anatmicos, o osso do dedo ao osso do tornozelo, este ao do p, e o osso do p ao osso do joelho etc. Um corpo formado pela extenso de uma clula original que cresce at se tornar um corpo maduro, em que cada clula faz parte da vida original. Este o segredo de um corpo: todas as suas partes compartilham da mesma vida. o compartilhar da vida que diferencia um corpo de uma organizao. Uma organizao deriva seu poder da associao de indivduos, mas um corpo deriva seu poder compartilhando a vida. Diz o Dr. Bernard Ramm:"Quando os modernistas negam... uma conexo sobrenatural de todos os crentes atravs da unio mstica do Esprito Santo, destrem a compreenso crist histrica e ortodoxa da Igreja... A Igreja se torna uma sociedade, uma comunidade religiosa natural, humana e no sobrenatural. Ela est ligada por laos puramente naturais, tais como uma herana em comum na Bblia, uma crena em comum numa espcie de exclusividade de Jesus, uma crena em comum na continuidade histrica dos cristos e uma tica de amor em comum. Agora a igreja uma sociedade. Mas isso secundrio, diante do fato de ela ser o corpo sobrenatural de Cristo."

Qualquer um que teve o privilgio de entrar em contato com cristos, em algum lugar distante ao redor da terra, logo reconhece essa unidade fundamental, que j existe. Apesar das diferenas denominacionais e das posies teolgicas amplamente variveis em muitos pontos, sempre que houver uma vida em comum em Cristo isso logo se torna evidente. H um sentimento de se pertencer um ao outro. Essa unidade reconhecvel, at quando ela oficialmente negada.Faz alguns anos eu me encontrei com um bispo catlico-romano no Mxico, e passei uma ou duas horas conversando com ele sobre Cristo. Eu era protestante; ele, catlico, e se ns tivssemos entrado em questes doutrinrias, teramos nos deparado com muitas diferenas de perspectiva. Mas, particularmente com esse bispo, eu senti logo uma unidade da qual tomvamos parte em Cristo. Como eu, ele conhecia a realidade de um Senhor vivo. Conversamos sobre Ele. Nossas organizaes no eram uma, mas ns ramos um, porque experimentramos a unidade do Esprito.Isso nos leva ao prximo elemento, na descrio que Paulo faz da igreja: um Esprito. Este a grande, eterna e invisvel Pessoa, que o verdadeiro poder da igreja. A fora da igreja nunca provm de seus nmeros. Os ecumenistas procuram criar uma unidade da carne, uma unidade organizacional, que deduz seu poder do nmero de corpos que podem ser ajuntados, bem parte de convices e concordncia espiritual. Algum descreveu tal unio, como uma tentativa de enterrar todos os cadveres em um s cemitrio, preparando-os assim para a ressurreio. Mas isso no vai funcionar. O propsito da igreja ser um instrumento para a vida, e ajuntar corpos mortos no produz vida. O poder da igreja em influenciar a sociedade no est em se ajuntar um numero suficiente de cristos, a fim de se conquistar votos suficientes para controlar uma legislatura.O profeta Zacarias se viu uma vez confrontado com uma enorme montanha, da qual Deus disse que se tornaria uma campina. Quando Zacarias comeou a olhar em volta para ver como isso se daria, de onde viria o poder para aplainar aquela montanha e fazer dela uma campina, a palavra do Senhor veio a ele, dizendo: No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o Senhor dos Exrcitos. (Zacarias 4:6). Tarefas sobre-humanas requerem poder sobre-humano. J que o cumprimento do papel da igreja est muito alm dos poderes do homem, torna-se essencial que ela confie no nico poder adequado que lhe acessvel. O Esprito o verdadeiro poder da igreja. S h um Esprito. Ele o mesmo em toda parte, tanto faz onde a igreja esteja: em todos os lugares e em todas as pocas. O Esprito no muda, e por isso que a verdade permanece imutvel o passar dos tempos no a afeta. Este tambm o motivo pelo qual a igreja no depende de muitos ou de poucos, ou da sabedoria de seus membros. Ela deve depender apenas de uma coisa: do Esprito de Deus. medida em que nos aprofundamos nas palavras do apstolo, aprendemos mais sobre o funcionamento desse poder surpreendente.Paulo associa com o Esprito aquela uma s esperana da vossa vocao (Efsios 4:4). Estes trs primeiros fatores esto associados (um corpo, um Esprito, uma esperana), porque o Esprito que forma o corpo para sua meta final e ltima. Que esperana essa? Ela expressa dezenas de vezes atravs das Escrituras. Trata-se da esperana da volta de Jesus Cristo terra e suas conseqncias sobre a igreja e o mundo. Sua expresso mais curta talvez se ache em Colossenses: Cristo em vs, a esperana da glria (Colossenses 1:27). Glria a esperana da igreja. Como o formula Joo, sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de v-lo como ele . E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperana, assim como ele puro (I Joo 3:2-3).Por onde quer que eu tenha viajado no mundo, sempre observei que esta era a esperana dos cristos. Seja qual for sua denominao, sua origem, sua raa ou sua cor, a esperana sempre esta: que algum dia eles sero como Cristo. H muitas diferenas na compreenso de como isso se dar. Alguns so pr-milenistas (que crem que Jesus vir antes do milnio, que o reinado de mil anos de Cristo na terra); outros so ps-milenistas (que dizem que Cristo voltar aps o milnio), ao passo que outros no acreditam em milnio algum. Mas h somente uma expectativa final dos cristos, em toda parte: a de que eles tero parte na, glria de Cristo. Em seguida, o apstolo Paulo rene outros trs elementos de unidade, em torno da segunda Pessoa da Trindade: o Senhor nico. Ele no diz um Salvador, mas, em toda a Escritura, somente quando as pessoas reconhecem Jesus como Senhor, que Ele se torna seu Salvador. O tema fundamental em que Paulo se concentra que Jesus Cristo . Senhor. Ao escrever aos corntios, ele diz que ningum pode dizer "Jesus Senhor", a no ser pelo Esprito Santo."Senhor" significa autoridade mxima. Chamar Jesus de Senhor quer dizer reconhecer que Ele a pessoa suprema em todo o universo. No h e nunca haver outro Senhor. Pedro declara-o, sem rodeios, em Atos 4:12: ...abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. por isso que os primeiros cristos no podiam dizer "Csar Senhor", como seus perseguidores queriam for-los a dizer. por isso que cristos modernos no podem dizer "Buda Senhor" ou que qualquer outra pessoa seja Senhor, seno Jesus. O mistrio e a maravilha de sua pessoa que o homem Jesus Cristo, que viveu, andou, amou, trabalhou e morreu entre os homens, cuja vida nos relatada nos Evangelhos, tambm Senhor do universo, o Ente Supremo, Senhor de todas as coisas, o Deus-homem. O apstolo Joo, em sua primeira carta, diz que todo aquele que nega isso no um cristo, mas tem o esprito do anticristo (I Joo 2:22). E Paulo declara: Pelo que tambm Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que est acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos cus, na terra e debaixo da terra, e toda lngua confesse que Jesus Cristo Senhor, para glria de Deus Pai (Filipenses 2:9-11). Associado a este est o prximo elemento, uma f Isto um pouco mais difcil, mas parece claro que Paulo no se refere f de um modo geral, isto , a capacidade de crer, pois todos os homens a tm. s vezes, as pessoas dizem: "No posso acreditar." Mas isso claramente no verdade, pois os homens esto acreditando o tempo todo. Toda ao vem de uma crena. Um ateu age a partir de uma crena, da mesma maneira que um cristo. Ambos acreditam em alguma coisa e agem de acordo com ela.Paulo tambm no quer dizer o ato de converso, quando uma pessoa se declara de fora a fora para Cristo, que o passo inicial de acreditar e confiar nele, conhecido nos livros como "f salvadora". Mas, aqui, Paulo no est falando desses tipos de f. Ele tem em vista aquilo que crido, isto , o corpo da verdade de que foi revelado. S h uma f. A ela, Judas se refere em sua carta ao exortai1 os cristos a batalharem diligentemente pela f que uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas 1:3).Esta uma f est associada com Jesus, o Senhor. Ela a verdade sobre Ele. Novamente pode haver divergncias quanto aos detalhes e ao significado entre os cristos, mas em toda parte h concordncia plena entre os verdadeiros cristos, em torno da afirmao de que s h um corpo da verdade sobre Jesus Cristo. Somente h um conjunto de fatos, uma f. Este corpo da verdade a Escritura. No h uma f para os judeus e um outro conjunto de fatos para os gentios; h apenas uma f para todos os homens, em toda parte. Deus falou atravs dos videntes, dos profetas e dos apstolos, mas tudo forma um quadro total, que se articula e explica a si mesmo. No h, por isso, um Deus do Velho Testamento contra um Deus do Novo Testamento, como s vezes ouvimos. No podemos dizer, tambm, como alguns o fazem: "Bem, eu tenho o meu Cristo e voc tem o seu." No; h somente um Cristo. H apenas um Jesus histrico. S h uma f. O elemento seguinte de unidade um batismo. Unidade em torno do batismo? Nada poderia parecer "mais distante da realidade. Os diversos grupos de batistas dizem: "Esse um batismo certamente se refere ao batismo pela gua, que s por imerso." Os presbiterianos dizem: "No, os batistas so todos uns ensopados; a asperso a nica maneira certa." Outros grupos insistem em que o batismo apenas para crianas, enquanto que outros dizem que ele deve ser ministrado apenas a adultos responsveis. Parece haver tudo, menos unidade em torno da questo do batismo.Mas, apesar dessa divergncia bvia sobre o smbolo, h um batismo reconhecido em toda parte e aceito pela igreja. Trata-se do batismo do Esprito, o batismo real, do qual o batismo com gua um smbolo. Atravs dele, todo verdadeiro crente em Jesus Cristo includo em seu corpo vivo, a igreja (I Corntios 12:13). Esse batismo aqui est ligado a Jesus" Cristo, o Senhor, porque um batismo de incluso em seu corpo. Romanos 6:3, coloca-o da seguinte maneira: todos... fomos batizados na sua morte. A idia central de que cada crente, individualmente, feito um com Jesus Cristo, unido a ele em todo o valor de sua morte e ressurreio.O apstolo nos d agora o ltimo dos sete elementos da unidade: Um s Deus e Pai de todos, o qual sobre todos, age por meio de todos e est em todos (Efsios 4:6). Aqui est o alvo de todos os outros. Todo o restante existe, na formulao de Pedro, para conduzir-vos a Deus (I Pedro 3:18). Ele a meta e o objetivo.O sinal de que o achamos que o reconhecemos como Pai, e sentimos seu corao de Pai. Conhecemos a declarao de Paulo em Romanos 8: Recebestes o esprito de adoo, baseados no qual clamamos: Aba, Pai (Romanos 8:15). Em sua primeira carta, Joo escreve que a caracterstica infalvel do recm-nascido na famlia de Deus que ele imediatamente conhece seu pai e o chama de Pai (I Joo 2:13).Isto bem diferente dos conceitos de Deus que andam hoje por a. Ele chamado de Fundamento do Ser, a ltima Causa, A Mente Infinita etc. verdade que Deus todas essas coisas. Elas no esto erradas, mas so muito inadequadas. Paulo tambm concorda em que Deus tudo em todos (Colossenses 3:11). Ele o fim e o comeo; ele o comeo e o fim. Todas as coisas existem por sua causa, e todas as coisas tendem para Ele. Linguagem maravilhosa essa, e tudo verdade. Mas quando de fato se O conhece, s se pode cham-lo adequadamente de Pai. Nenhum outro nome poder expressar a unio ntima que um verdadeiro cristo sente em relao a Deus. por isso que Jesus ensinou a seus discpulos a dizer: "Pai nosso, que est no cu."Nestes sete elementos se acha a natureza da unidade crist. No uma unio a ser alcanada, mas urna unidade que j existe. Eles no so, por isso, artigos de concordncia teolgica. Eles nunca deveriam ser includos num credo, como se a sua aceitao por parte de uma pessoa, fizesse dela um cristo. No, o tornar-se cristo que leva a pessoa aceitao desses pontos. Eles so reas de experincia em comum. Eles so verdade experimentada, que se apropria de ns, e no verdades das quais devemos nos apropriar. Eles no podem ser debatidos. Se algum os pe em dvida ou deles discorda, est simplesmente manifestando o fato de que ainda no um cristo. Quando se tornar um cristo, sentir e por isso compreender essas coisas. Ele talvez no seja capaz de formul-las claramente, mas as reconhecer quando forem descritas, pois elas so uma experincia imediata de todos os que esto em Cristo. Por isso, a maneira de criar unidade simplesmente essa: levar homens e mulheres a Cristo, e a unidade do Espirito neles se produzir atravs do prprio Esprito. impossvel conseguir-se qualquer unio significativa e que faa sentido, parte dessa unidade produzida pelo Esprito. Em outras palavras, existem dois tipos de unidade:juma unidade externa, sem concordncia interior, e uma unidade interna que ocasionalmente manifesta um desacordo externo. Ao primeiro, estamos chamando de unio. Por sua prpria natureza, controle e direo, na cpula desse tipo de grupo repousa um pequeno nmero de pessoas. Seu poder se mede pelo sucesso com que esto conseguindo fazer-se acompanhar pelo conglomerado.Lembro-me perfeitamente da primeira vez que eu me defrontei com o segundo tipo de unidade, a interior. Quando menino, eu tinha dois amigos que eram irmos, havendo entre eles, apenas um ano de diferena. Um dia, estvamos brincando ao ar livre, quando os dois comearam a brigar. Achei que um deles foi um pouco sarcstico e desleal, de modo que intervim em favor do prejudicado. Para minha surpresa, este no gostou de minha ajuda e voltou-se contra mim; seu irmo se associou a ele, e ambos pularam para cima de mim. Descobri que tinha feito um julgamento muito superficial. Eu achava que as divergncias que estavam manifestando, representavam um desacordo fundamental entre eles, mas me enganei! Sob a superfcie, havia uma unidade fundamental; e, no momento em que eu ataquei um deles, ela se manifestou, e os dois se voltaram contra mim. Isso ilustra a unidade da igreja: uma unidade interna, acompanhada de um eventual desacordo exterior.Agora, h certas concluses prticas, que derivam de uma passagem como Efsios 4:4-6. Ao aplicarmos essa grande verdade central da unidade crist s reas externas de nossas vidas, especialmente no confronto dos problemas da existncia moderna, h certas coisas que logo se tornam evidentes. Em primeiro lugar, est claro que os cristos devem dirigir seus esforos no no sentido de alcanar uma unio exterior, mas de manter a paz dentro do corpo. isso que Paulo diz claramente: esforando-vos diligentemente por preservar a unidade do Esprito no vnculo da paz (Efsios 4:3). extremamente importante que os cristos parem com as contendas, brigas, concorrncia mtua, alm do forte ressentimento e do dio. Uma igreja em que existem tais atitudes um corpo totalmente ineficaz dentro de sua comunidade. Uma igreja em que existe esse tipo de agitao, no pode dizer coisa alguma que desperte a ateno do mundo. importante que, quando os cristos se renem, reconheam que so chamados a se entenderem mutuamente. Devem tolerar-se reciprocamente, orar uns pelos outros, perdoar-se mutuamente, ser benevolentes e de bom corao, sem guardar rancor, amargura, ressentimento ou dio entre si. Este o alvo do Esprito, quando ele entra em nosso meio. Ele age no sentido de sanar antigos rancores, profundos ressentimentos e speras hostilidades.Os cristos precisam fazer aquilo que o apstolo diz: manter a unidade do Esprito. A unidade j existe, ela s precisa fazer-se evidente. Precisamos entrar sob a superfcie, atrs das diferenas por demais visveis, e ento a unidade fundamental se tornar evidente. Se que houve atuao da graa, a maravilhosa unidade fundamental subjacente despontar, deixando de lado todas as divergncias, expressando-se pelo Esprito de Jesus Cristo, no amor concedido at aos que no so amveis.Uma segunda concluso a que nos leva essa passagem a de que no podemos classificar os cristos segundo organizaes. No podemos dizer que todos os catlicos so cristos ou que todos os batistas o sejam. No podemos sustentar que todos os que pertencem s Igrejas Fundamentalistas Independentes so cristos, enquanto que aqueles que fazem parte do Conselho Mundial de Igrejas no o so. O Esprito de Deus sempre ultrapassar divises humanas. A unidade do Esprito ser encontrada em pessoas de muitos grupos diferentes, e ns temos que aceitar esse fato. Encontraremos verdadeiros cristos por toda parte, e nossa responsabilidade manter a unidade do Esprito com eles no vnculo da paz, onde quer que estejam. Como o diz Paulo, em Romanos 14: Acolhei ao que dbil na f, no, porm, para discutir opinies (Romanos 14:1). No devemos expuls-lo, mas receb-lo. Receb-lo, mesmo que ele no enxergue to bem como ns, e talvez no tenha se formado na escola correta. Apesar disso, vamos receb-lo. Vamos reconhec-lo como irmo, se ele manifesta amor por Jesus Cristo, seja qual for o seu rtulo.Uma terceira concluso prtica desse estudo a de que os cristos verdadeiros podem usar o fato da unidade interna bsica, para determinar a rea e o tipo de cooperao em que podem entrar com outros, sejam cristos ou no-cristos. Afinal de contas, mesmo se no formos um com todos os outros, como membros do corpo de Cristo, somos um, compartilhando da vida humana. Podemos nos associar a qualquer um, na assistncia ao sofrimento humano; no estabelecimento de um governo forte e justo; no trabalho da educao, e em muitos outros empreendimentos da vida. No devemos nos fechar a outros seres humanos, s porque eles no tm parte na mesma vida em Cristo.Mas h uma arearem que podemos cooperar com alguns cristos que compartilham da vida de Jesus Cristo, mas em que no nos podemos juntar a outros. Esta rea a proclamao da grande e transformadora mensagem da igreja, ao evangelizar o mundo. A razo disso que muitos que se consideram cristos compreendem o evangelho de maneira bem diferente da nossa. Aquilo que eles esto tentando fazer entre os homens completamente diferente daquilo que procuramos realizar. Seguimos direes opostas. impossvel, claro, montar em dois cavalos que vo em direes opostas seria sobrecarregar nossa anatomia. Essa mesma verdade foi ensinada aos antigos israelitas, com a determinao de no juntar boi e jumento sob o mesmo jugo (Deuteronmio 22:10). Por que no? Porque eles andam em velocidades diferentes e tem altura diferente. Eles apenas se esfolariam mutuamente o tempo todo. Junt-los seria uma crueldade. Esta a maneira simblica pela qual Deus ensina que h diferenas fundamentais de passo e de direo entre as pessoas, e que dois no podem andar juntos, se no estiverem de acordo (Amos 3:3).Mas, algum poderia perguntar: "Podemos ns cultuar junto com outros, que no tm parte na vida em Jesus Cristo?" A resposta da Bblia clara: Sim. Deus manda que todos os homens em toda parte lhe prestem culto (Salmo 65:2; Filipenses 2:10-11). Onde quer que haja algum prestando culto a Deus como supremo, e no com algum conceito inferior d'Ele (como um dolo), os cristos podem associar-se a esse culto. O caminho mais elementar para a aproximao de algum a Deus apontado em Hebreus 11:6: ... necessrio que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. Cornlio, o centurio romano de Atos 10, um exemplo.Aps dizer estas coisas, no nos esqueamos do apelo que o apstolo faz igreja, de permanecer fiel a sua vocao. A igreja no tem o direito de delinear seu prprio curso. Seu propsito e seu objetivo j foram traados, e at sua funo j foi determinada por seu Senhor. No prximo trecho de Efsios 4, o apstolo se volta para uma descrio detalhada do equipamento providenciado pelo Senhor, para que seu corpo funcione no mundo conforme a sua inteno.Captulo QuatroNADA DE EXCEESO programa que Deus fez para alcanar e transformar um mundo despedaado, sempre envolveu a encarnao. Quando Deus resolveu visitar esta terra para mostrar humanidade o novo tipo de vida que Ele estava oferecendo, f-lo atravs de sua encarnao. Deus se fez carne e habitou entre ns. Jesus Cristo foi a encarnao de Deus: Deus em carne humana, aparecendo aos homens. Mas, este foi apenas o incio do processo de encarnao. Cometeramos um grande engano, se pensssemos que a encarnao terminou com a vida terrena de Jesus. A encarnao ainda continua. A vida de Jesus continua manifesta entre os homens', mas agora no mais atravs de um corpo fsico individual limitado a um lugar na terra, mas atravs de um corpo complexo e orgnico, chamado a igreja.Abra-se o livro de Atos no Novo Testamento e se ver que o Dr. Lucas, seu autor, diz a um certo moo, chamado Tefilo, que ele tinha anotado em seu primeiro relato (o Evangelho segundo Lucas) "todas as cousas que Jesus comeou a fazer e a ensinar". Em seu segundo relato (o livro de Atos), o Dr. Lucas continua a descrever a atuao de Jesus entre a humanidade, mas desta vez atravs de seu novo corpo, a igreja. Por isso, quando a igreja vive em e atravs do Esprito, ela no deve ser nada mais nada menos do que a extenso da vida de Jesus a todo o mundo, em qualquer poca.Esta uma concepo de enorme importncia. Aquilo que aconteceu em pequena escala na Judia e na Galilia, mil e novecentos anos atrs, est designado a acontecer hoje, em larga escala, em todo o mundo, permeando todos os nveis da sociedade e todos os aspectos da vida humana. Na medida em que os cristos descobrem que isso uma possibilidade real, hoje, suas vidas se tornam interessantes e poderosamente eficazes. provocante e estimulante a redescoberta do esquema delineado por Deus, pelo qual sua igreja deveria influenciar o mundo. Por outro lado, no h nada mais pattico e ilusrio do que uma igreja que no compreende este fascinante programa, em que opera o corpo de Cristo, substituindo-o por mtodos de trabalho, processos organizacionais e presso poltica como meios de influenciar a sociedade.Vejamos ento este interessante esquema de operao, descrito pelo apstolo Paulo, como a maneira pela qual o corpo de Jesus Cristo toca e transforma o mundo. Paulo agora deixa a descrio da natureza da igreja, para se voltar providncia tomada pelo Esprito Santo para a sua operao. Ele diz: E a graa foi concedida a cada um de ns segundo a proporo do dom de Cristo (Efsios 4:7).Esta frase to curta faz referncia a duas coisas tremendas: o dom do Esprito Santo para o ministrio, concedido a todo cristo verdadeiro, sem exceo e o novo e notvel poder atravs do qual esse dom pode ser posto em prtica. Precisamos observar cuidadosamente ambas as coisas' na devida ordem, mas comecemos com o dom do Esprito, que Paulo aqui chama uma "graa".A palavra em sua lngua original charis, da qual derivado o adjetivo "carismtico", no portugus. Esta "graa" uma capacidade de servir dada a todo verdadeiro cristo sem exceo e que ningum possui antes de se tornar cristo. O prprio Paulo, no captulo 3, versculo 8 desta mesma carta, faz referncia a um dos dons que ele possua: A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graa. Que graa era esta? A de pregar aos gentios o evangelho das insondveis riquezas de Cristo. Um dos seus dons era claramente o de pregao, ou como chamado em outras passagens, o dom da profecia. Quando Paulo escreve a seu jovem filho na f, Timteo, ele usa uma palavra muito semelhante, ao dizer-lhe: Por esta razo, pois, te admoesto que reavives o dom (charisma) de Deus que h em ti (II Timteo 1:6).Parece que h pouca dvida que era aqui onde a igreja primitiva comeava com novos convertidos. Sempre que algum, atravs da f em Jesus Cristo, passava do reino e do poder de Satans para o reino do amor de Deus, ele era ensinado imediatamente que o Esprito Santo de Deus no s lhe tinha comunicado a vida de Jesus Cristo, mas tambm o dotara com um dom ou dons espirituais, os quais ele tinha a responsabilidade de descobrir e pr em prtica. O apstolo Pedro escreve da seguinte maneira a certos cristos (I Pedro 4:10): Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graa de Deus. Em I Corntios 12:7 Paulo tambm escreve: A manifestao do Esprito concedida a cada um, visando um fim proveitoso. muito significativo que em todas as passagens que descrevem os dons do Esprito, a nfase colocada sobre o fato de que cada cristo tem pelo menos um dom. Este pode estar adormecido, incipiente ou fora de uso. Ele talvez seja desconhecido, mas est a; pois o Esprito Santo no faz excees quanto a esse equipamento bsico de todo crente. essencial que se descubra o dom ou os dons que se possui, pois o valor da vida de um cristo determinado pelo uso que ele faz daquilo que Deus lhe deu.A passagem que fala mais detalhadamente dos dons do Esprito I Corntios 12. H uma outra lista mais resumida em Romanos 12 e outra ainda mais breve em I Pedro 4. Nestas passagens alguns dons tm mais de um nome. Comparando-as, parece evidente que h dezesseis ou dezessete dons bsicos e que estes podem ser encontrados em variadas combinaes dentro do mesmo indivduo, sendo que todo conjunto de dons abre uma porta para um ministrio amplo e variado.Talvez a melhor maneira de se ficar conhecendo esses dons seja deixarmos o apstolo Paulo nos ensin-los, a partir da grande explicao que ele d igreja em Corinto:Ora, os dons so diversos, mas o Esprito o mesmo. E tambm h diversidade nos servios, mas o Senhor o mesmo. E h diversidade nas realizaes, mas o mesmo Deus quem opera tudo em todos (I Corntios 12:4-6).Observe as trs divises do tema dos dons espirituais. H os dons, os ministrios (chamados aqui de "servios") e as realizaes (ou atuaes). Os dons esto ligados ao Esprito, os ministrios ao Senhor Jesus, e as realizaes esto ligadas a Deus, o Pai. Assim, em Efsios 4, Deus visto morando dentro de seu corpo, a igreja, com o fim especfico de ministrar a um mundo despedaado (Efsios 4:3-6).O dom, como ns j observamos, uma capacidade ou funo especfica. O ministrio a esfera em que um dom exercido, dentro de um certo grupo de pessoas ou numa certa rea geogrfica. uma prerrogativa do Senhor Jesus designar uma esfera de servio para cada membro de seu corpo. Pode-se v-lo exercendo esse direito no captulo 21 do Evangelho de Joo. Aps sua ressurreio, ele aparece a Pedro e lhe ordena trs vezes: "Apascente as minhas ovelhas." Este devia ser o ministrio de Pedro. Ele devia ser um pastor (ou ancio) que alimentasse o rebanho de Deus. (Pedro faz referncia a si mesmo nessa capacidade, no quinto captulo de sua primeira carta.) Quando Pedro expressa curiosidade sobre o que o Senhor mandaria Joo fazer, o Senhor lhe respondeu: Que te importa? Quanto a ti, segue-me! (Joo 21:15-23). O Senhor ainda est exercendo esse direito hoje. A alguns ele d a tarefa de ensinar aos cristos, outros ele envia para ministrar aos pagos. A alguns ele d a tarefa de treinar jovens, a outros o ministrio junto aos velhos. Alguns trabalham com mulheres, outros com homens; uns se dirigem aos judeus, outros aos gentios. Pedro foi enviado aos circuncisos (os judeus), ao passo que Paulo foi enviado aos incircuncisos (os gentios).Ambos tinham o mesmo dom, mas seu ministrio era diferente.H ento as realizaes, ou atuaes. Estas so da responsabilidade do Pai. O termo se refere ao grau de poder em que um dom se manifesta ou ministrado numa ocasio especfica. H diversidade nas realizaes, mas o mesmo Deus quem opera tudo em todos (I Corntios 12:6). Toda prtica de um dom espiritual no produz o mesmo resultado de cada vez. A mesma mensagem dada em circunstncias diferentes no produzir o mesmo efeito. Qual a diferena? A escolha de Deus. Ele no tenciona produzir os mesmos resultados de cada vez. Ele poderia, mas ele nem sempre deseja faz-lo. Ele quem determina o quanto se consegue em cada ministrio de um dom. As Escrituras observam que Joo Batista no fez milagre algum em todo o curso de seu ministrio. Mesmo assim, foi um grande profeta de Deus, e Jesus dele afirmou que dentre os nascidos de mulher no apareceu homem algum maior que ele (Mateus 11:11). Existem hoje aqueles que sugerem que se no conseguimos fazer milagres, isso um sinal de fraqueza de f e de baixo poder espiritual. Mas Joo no fez milagres. Por que no? Porque existe diversidade de realizaes e no aprouve ao Pai agir desta maneira por intermdio de Joo.Em I Corntios 12, chegamos lista de dons espirituais especficos:A um dada, mediante o Esprito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Esprito, a palavra do conhecimento... (V. 8).Aqui temos um par de dons: os dons da sabedoria e do conhecimento. Eles freqentemente aparecem juntos no mesmo indivduo, pois eles esto relacionados com a mesma funo, ou seja a manifestao, ou como est no original, a palavra. A ddiva da sabedoria a capacidade de perceber e sistematizar os grandes fatos que Deus encerra em sua palavra. Uma pessoa que pratica esse dom capaz de reconhecer, como um resultado de investigao, a chave e os fatos importantes da Escritura. O dom da sabedoria, por sua vez a capacidade de aplicar essas concluses a uma situao especfica. a sabedoria que capaz de pr o conhecimento a funcionar. Repare no que acontece numa reunio em que discutido um problema, que no parece ter soluo ningum parece saber o que fazer ou qual seja a resposta. . Ento esta a ddiva da sabedoria sendo aplicada.Este dons gmeos de sabedoria e conhecimento tambm esto relacionados ao dom de ensinar, mencionado no fim do captulo 12. O ensino lida com a comunicao. a habilidade de transmitir fatos e concluses descobertos pelos dons da sabedoria e do conhecimento, de pass-los adiante para outros numa forma assimilvel. O homem ou mulher que possuir todos esses trs dons uma pessoa realmente de grande valor para uma comunidade.Paulo ento menciona o dom da F . Essa f novamente diferente daquilo que discutimos no terceiro captulo. O que Paulo quer dizer aqui em essncia o que chamamos de viso. a capacidade de ver algo que precisa ser feito e crer que Deus , o far , mesmo se parecer impossvel. Confiando nesse tipo de f, uma pessoa que tem esse dom se pe em ao e realiza o que necessrio em nome de Deus. Todo grande empreendimento cristo foi iniciado por um homem ou uma mulher que possua o dom da f. Faz alguns anos na ilha de Taiwan, conheci uma mulher notvel chamada Lilian Dickson. Ela tem clara e indiscultivelmente o dom da f. Ao ver uma necessidade, ela v ou no um suprimento adequado de fundos ou recursos. Interessou-se por certos meninos pobres nas ruas de Taip, que no tinham casas. Eles so rfos ou largados ao lu por suas famlias. Seu corao se condoeu deles, por causa das circunstancias que os foram a uma vida criminosa. Porque ela tinha o dom da f , fez algo por eles. Comeou uma organizao de socorro a esses meninos, e pessoas de todo o mundo lhe enviam dinheiro para esse e outros projetos que ela supervisiona. Este o dom da f em ao.O apstolo menciona ento "dons de curar", concedidos pelo mesmo Esprito. No original grego a palavra se acha no plural: "curas". Eu entendo isso como cura em todos os nveis da necessidade humana: corpo, emoes e esprito. Na igreja primitiva havia alguns que a praticavam no nvel corporal. No registro da histria da igreja surgem ocasionalmente alguns que tinham o dom de curar fisicamente; mas hoje este um dom raro, dificilmente concedido. Eu pessoalmente nunca encontrei algum que tivesse hoje. improvvel que alguma das assim chamadas "curas pela f" de hoje provenham de tal dom. Minhas investigaes neste campo mostram isto claramente. Eles no tm a capacidade de impor as mos sobre as pessoas e cur-las.'(Eles registram os casos em que aparentemente houve uma ajuda, mas no anotam os milhares que so despedidos sem qualquer melhora, desiludidos.Se algum pergunta: "Por que que esse dom to raramente concedido hoje em dia?", a resposta dada no versculo 11 de I Corntios 12: Um s e o mesmo Esprito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente. O dom espiritual da cura fsica no visto com tanta freqncia hoje, porque no da vontade do Esprito conced-lo agora to amplamente como acontecia na igreja primitiva. O dom de curar, entretanto, freqentemente concedido hoje nos planos emocional e espiritual. Muitos cristos, tanto leigos como ministros profissionais, so equipados pelo Esprito para ajudar pessoas com problemas emocionais ou espirituais, que esto doentes ou perturbadas nessas reas. Eles so excelentes conselheiros, porque so capazes de praticar a pacincia e a compaixo necessrias para ajudar essas almas feridas.Nessa mesma linha se encontra o dom de milagres. Este consta da habilidade de se atalhar os processos da natureza atravs de uma atividade sobrenatural, como o fez o Senhor ao transformar gua em vinho ou ao multiplicar pes e peixes. Alguns talvez ainda tenham esse dom hoje. No duvido que ele possa ser dado; mas, mais uma vez, nunca encontrei ningum que tivesse o dom de milagres, se bem que talvez alguns o tenham praticado s vezes na histria da igreja.Os dons da cura fsica, de milagres e lnguas so dados para a edificao inicial da f, como uma ponte que conduza os cristos da dependncia de coisas que eles podem ver,-para uma f em um Deus que pode agir e realizar muitas coisas quando nada parece estar acontecendo. A histria das misses pode evidenciar isso. Deus quer que andemos por f, no por vista.O apstolo continua mencionando o dom da profecia. Este o maior de todos os dons, como o demonstra Paulo ao dedicar todo um captulo (I Corntios 14) para a exaltao desse dom. Ns examinaremos o dom da profecia mais detalhadamente quando voltarmos a Efsios 4 e ao ministrio do profeta. Mas aqui no versculo 3 de I Corntios 14 o apstolo diz desta ddiva: Mas o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando. Este o efeito da ddiva da profecia. Quando um homem ou uma mulher tem este dom, ele edifica, estimula e encoraja aos outros. Este no um dom dos pregadores apenas. Todos os dons so concedidos sem que importe a formao da pessoa. Muitos leigos tm o dom da profecia e o deviam estar praticando.H ento o dom do discernimento de espritos. Esta a capacidade de distinguir entre o esprito do erro e o esprito da verdade, antes que a diferena seja manifesta a todos atravs dos resultados. Trata-se da habilidade de reconhecer um mentiroso antes que a sua mentira se torne evidente. Quando Ananias e Safira vieram a Pedro, trazendo aquilo que eles diziam ser o preo integral de uma terra que tinham vendido, mas realmente reservaram uma parte para si mesmos, Pedro exerceu o dom do discernimento ao dizer: Por que entrastes em acordo para tentar o Esprito do Senhor? No mentiste aos homens, mas a Deus. (Atos 5:9 e 4). Aqueles que tm esse dom podem ler um livro e perceber nele a sutileza de um erro ou ouvir uma mensagem e apontar para aquilo que nela pode estar errado. de grande valor exercer este dom dentro da igreja.Outro par de dons est relacionado em seguida: lnguas e sua interpretao. Hoje h muitos que anunciam que este dom est sendo amplamente concedido, mas a pergunta que sempre precisa ser levantada ao investigarmos tais pretenses se o fenmeno observado o mesmo que o dom de falar em lnguas do Novo Testamento. At hoje alguns garantem que se trata do mesmo dom, sem procurar comparar esse fenmeno atual com o dom bblico.O dom bblico tinha quatro sinais caractersticos, claramente descritos no Novo Testamento. Em primeiro lugar tratava-se de uma lngua conhecida, falada em algum lugar na terra. A formulao "lngua desconhecida" apresentada pela verso inglesa "King James" no tem apoio no texto original. As lnguas do Novo Testamento no so uma torrente de slabas ao acaso, mas tm estrutura e sintaxe, como qualquer lngua terrena.Em segundo lugar o dom bblico constava de louvor e agradecimento dirigidos a Deus. Paulo diz: Quem fala em outra lngua, no fala a homens, seno a Deus (I Corntios 14:2). O dom das lnguas geralmente no um meio de pregar o evangelho ou de transmitir mensagens a grupos ou a indivduos; como no dia de Pentecoste, ele , isto sim, um meio de louvar a Deus por seus feitos magnficos.A terceira caracterstica de que este dom era exercido publicamente e no se destinava para o uso particular. -nos dito que todos os dons do Esprito so para o bem comum, e no para o benefcio pessoal. Todas as ocasies com que as lnguas estavam relacionadas no Novo Testamento eram reunies pblicas. Isto essencial em vista do fim especial para o qual era concedido o dom de lnguas, o qual constitui a quarta caracterstica desse dom.Esta era de que o dom das lnguas servia como sinal para os descrentes e no se destinava de maneira alguma aos crentes. Paulo muito preciso nesse ponto. Ele cita o profeta Isaas como tendo predito a finalidade das lnguas: Na lei est escrito: "Falarei a este povo por homens de outras lnguas e por lbios de outros povos, e nem assim me ouviro, diz o Senhor." De sorte que as lnguas constituem um sinal, no para os crentes, mas para os incrdulos; mas a profecia no para os incrdulos, e, sim, para os que crem (I Corntios 14:21-22). O surgimento dessa ddiva marcava o fato de que Deus estava julgando a nao de Israel e deixando-a para se voltar aos gentios. Este o motivo pelo qual Pedro disse aos judeus no dia de Pentecoste: Pois para vs outros a promessa, para vossos filhos (judeus), e para todos os que ainda esto longe (gentios), isto , para quantos o Senhor nosso Deus chamar (Atos 2:39).Uma vez que o dom de lnguas era tencionado como um sinal para os descrentes, ele no era concedido para ser praticado dentro da igreja. Paulo no probe o seu uso aqui, pois, numa reunio de igreja, descrentes podem muito bem estar presentes, mas ele o regula rigorosamente e insiste em que ele no tem valor na igreja enquanto no for interpretado. J que o dom das lnguas o mais fcil de se imitar, ele tambm o foi, por muitas vezes atravs dos sculos. A autenticidade dessas manifestaes s pode ser verificada se as conferirmos com as caractersticas bblicas.No final de I Corntios 12 h outra lista de dons espirituais, alguns dos quais so repeties dos j discutidos:A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de lnguas (v. 28).Ns consideraremos os apstolos, profetas e mestres num captulo posterior, pois estes tm um tipo especial de dom. Os dons de milagres e de curas, j examinamos; mas um dom mencionado aqui pela primeira vez. Trata-se do dom de socorros. De um certo modo este um dos maiores dons, e certamente o mais difundido. a capacidade de se ajudar sempre que h necessidade, mas de tal maneira que fortalea e encoraje os outros espiritualmente. Na igreja ele freqentemente se manifesta naqueles que servem como atendentes porta da igreja, como tesoureiros, naqueles que preparam a mesa para a Santa Ceia, fazem o arranjo das flores ou servem o jantar. A maior parte das pessoas talvez no note isso, mas o exerccio desse dom que possibilita o ministrio de outros dons, mais evidentes. Toda igreja tem uma grande dvida para com aqueles que exercem o dom da ajuda.O captulo 12 de Romanos contm outro tratamento parcial dos dons espirituais, nos versculos 6-8:Tendo, porm, diferentes dons segundo a graa que nos foi dada; se profecia, seja segundo a proporo da f; se ministrio, dediquemo-nos ao ministrio; ou o que ensina, esmere-se no faz-lo; ou o que exorta, faa-o com dedicao; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligncia; quem exerce misericrdia, com alegria.J nos referimos brevemente ao dom da profecia e continuaremos a estud-lo quando voltarmos a Efsios 4. O dom do ministrio parece ser idntico com o de socorros, que acabamos de examinar. A palavra grega para "ministrio" aquela donde deriva o termo "dicono". Um dicono ento seria qualquer um que usa seu dom de ajuda para executar um servio em prol ou em nome da igreja.O dom dos mestres, de ensinar, j consideramos como relacionado com a comunicao da verdade. O prximo dom nesta lista o da exortao. Esta uma palavra que quer dizer encorajar ou dar conforto aos outros. Sua raiz grega significa "chamar para o lado" e nos d a imagem de algum chamando o outro para vir para o lado, a fim de fortalec-lo e restabelecer sua confiana. a mesma raiz da qual se deriva um nome do Esprito Santo: o Consolador, ou conforme a "Revised Standard Version" inglesa, o Conselheiro. Aqueles que possuem esse dom so capazes de inspirar outros ao, despertar novo interesse espiritual ou reafirmar os que esto em dvida ou desgraa.Outro dom mencionado aqui pela primeira vez o de contribuir ou doar. Fundamentalmente o que visado aqui o dinheiro, e por isso a exortao vai no sentido de que se d com generosidade. Pode ser surpreendente saber que o Esprito Santo concede um dom como este, mas muitos cristos o possuem, tanto ricos como pobres. Trata-se da habilidade de ganhar dinheiro e d-lo para a promoo do trabalho de Deus, e isso com tal sabedoria e alegria, que os recebedores se vejam imensamente fortalecidos e abenoados pela transao. Tenho encontrado homens agraciados com esse dom, que vieram ao meu encontro e se ofereceram para financiar um ministrio que lhes custou bastante. Os resultados obtidos obviamente lhes do alegria e satisfao.O