ragga #38 - nostalgia

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revistaragga.com.br revista MAIO.2010 #37 MAIO . 2010 . ANO 5 não tem preço NOSTALGIA ATLETAS TOPAM O DESAFIO DO CARRINHO DE ROLIMÃ SKATE LEGEND: ENTREVISTA EXCLUSIVA COM TONY ALVA 1994: O ANO MARCOU O ROCK, OU O ROCK MARCOU O ANO? O rapper Renegado

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Lembra do Meu Primeiro Gradiente?

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revista

MAIO.2010#37

MAI

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NOSTALGIA ATLETAS TOPAM O DESAFIO DO CARRINHO DE ROLIMÃ

SKATE LEGEND: ENTREVISTA

EXCLUSIVA COM TONY ALVA

1994: O ANO MARCOU O ROCK, OU O ROCK MARCOU O ANO?

O rapper Renegado

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Se você tem entre 18 e 65 anos e pesa mais que 50kg, procure a Hemominas e saiba como se tornar um doador: www.hemominas.mg.gov.br

Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest

A Ragga é uma revista revolucionária. Com sua presença no Estado de Minas e com o Ragga Drops, ela foi além e elevou o nível da discussão de temas importantes para a juventude. É muito importante chamar a atenção para a doação de sangue. Um monte de gente legal, essa mineirada esperta, participa da campanha Ragga Sangue Bom, e fiquei muito feliz por também ter sido convidado. E essa é só uma das campanhas que podemos e vamos fazer juntos.

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www.raggawake.com

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www.raggawake.com

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NO PORCÃO BH,

ANIVERSARIANTE

NÃO PAGA RODÍZIO*

RESERVAS: 31 3293 8787

O SEU ANIVERSÁRIO NO PONTO CERTO.

PROMOÇÃO VÁLIDA NO DIA DO ANIVERSÁRIO,

PARA O RODÍZIO DO ANIVERSARIANTE.

INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DO RG

E MÍNIMO DE UM ADULTO PAGANTE.

ORIGINAL DA SERRA DO CURRAL - MG

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NO PORCÃO BH,

ANIVERSARIANTE

NÃO PAGA RODÍZIO*

RESERVAS: 31 3293 8787

O SEU ANIVERSÁRIO NO PONTO CERTO.

PROMOÇÃO VÁLIDA NO DIA DO ANIVERSÁRIO,

PARA O RODÍZIO DO ANIVERSARIANTE.

INDISPENSÁVEL A APRESENTAÇÃO DO RG

E MÍNIMO DE UM ADULTO PAGANTE.

ORIGINAL DA SERRA DO CURRAL - MG

*NÃO

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cartas expediente

DIRETOR GERAL lucas fonda [[email protected]]DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING bruno dib [[email protected]]DIRETOR FINANCEIRO josé a. toledo [[email protected]]ASSISTENTE FINANCEIROnathalia wenchenck [[email protected]]GERENTE DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETINGalessandra costa [[email protected]]EXECUTIVO DE CONTAS daniel pinheiro [[email protected]]PROMOÇÃO E EVENTOScláudia latorre [[email protected]] EDITORA sabrina abreu [[email protected]]SUBEDITOR bruno mateus [[email protected]]REPÓRTER bernardo biagioni [[email protected]]JORNALISTA RESPONSÁVEL luigi zampetti - 5255/mgDESIGNERS anne pattrice [[email protected]]marina teixeira [[email protected]]isabela daguer [[email protected]]luiz romaniello [[email protected]]FOTOGRAFIA bruno senna [[email protected]]carlos hauck [[email protected]]dudua´s profeta [[email protected]]ILUSTRADOR CONVIDADO rafael maia [rafael-maia.com]ESTAGIÁRIOS DE REDAÇÃOdaniel ottoni [[email protected]]izabella figueiredo [[email protected]]lucas oliveira [[email protected]]ARTICULISTA lucas machado COLUNISTAS alex capella. cristiana guerra. rafinha bastos. kiko ferreira glauson mendes COLABORADORES jana vieras. fernanda lassi. rodrigo moreiraPÍLULA POP [www.pilulapop.com.br]RAGGA GIRL flávia armond FOTO jana vieras PRODUÇÃO michelle capriss MAQUIAGEM fabiano vieira CAPA carlos hauck REVISÃO DE TEXTO vigilantes do textoIMPRESSÃO rona editoraREVISTA DIGITAL [www.revistaragga.com.br]REDAÇÃO rua do ouro, 136/ 7º andar :: serra :: cep 30220-000 belo horizonte :: mg . [55 31 3225-4400]

SAIBA ONDE PEGAR A SUA: WWW.REVISTARAGGA.COM.BR

Os textos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não expressam necessariamente a opinião da Ragga, assim como o conteúdo e fotos publicitárias.

TIRAGEM: 10.000 EXEMPLARES // AUDITADO POR:

O conteúdo digital da Ragga você confere no portal Uai:FALA COM A GENTE! @revistaragga

[email protected]

FOI MAL! Na última Ragga publicamos um tweet com o nome da pessoa que o enviou errado. O certo teria sido Luiza Márcia (@luhmalt). #Desculpa_aí.

STEPhAN DOITSChINOffGuilherme Salvador// por e-mailE aí galera da Ragga,A matéria com o artista plástico Stephan ficou bacana. A capa ficou do car... Pi-rei nos desenhos, ele é muito talentoso. Sempre gosto de ver matérias sobre cultura na revista.Abraços, Guilherme

fOICE Priscila Gomes // por e-mailMuito boas as fotos das últimas refeições dos presos [ensaio fotográfico ‘A última ceia’, Ragga 36]. Impressionante.

MAIS CINEMAfabiane faustino// por e-mailPego minha revista Ragga de todo santo mês. Parabéns pela publicação, sempre muito divertida, jovem e inovadora. Ado-ro! Quero sugerir que façam mais ma-térias sobre cinema, gwostei da última assinada pela Izabella Figueiredo [‘Chi-co Xavier’, Ragga 36]. No mais, grande abraço aos que fazem desta a mais deli-ciosa revista de se ler do nosso estado!Bj, Faby,*eu sou Ragga Sangue Bom!

PORRADA! // VIA TWITTER@gadigobh @revistaragga parabéns pela matéria sobre o MMA! Isso só mos-tra que BH está no caminho certo para a evolução do esporte! Show de bola!

Disney na Pampulha// via Twitter

@thiago1403 Acabei de ler na revista Ragga de abril a matéria ‘Trânsito e de-lírio até a Disney’ [On the Road, Ragga 36] kkkkkk. Mto legal!

@jessicanewman_ A matéria do desfile da Disney ficou massa mesmo. Ri muito aqui.

@saldanhatiim @b_biagioni muiiiito le-gal a matéria da Disney ...;)

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O homem que inventava guerras

por Lucas Machado

J.C.

Manifestações: [email protected] | Twitter: @lucasmachado1 | Comunidade do Orkut: Destrinchando

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‘’faço não ficção em um país que numa eleição fictícia elegeu um presidente fictício que nos mandou para uma guerra fictícia. Tenha vergonha, Mr. Bush.”

Michael Moore, ao receber o Oscar de melhor documentário por ‘Tiros em Columbine’

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Dar uma missão humanitária para um genocida, não dá

Caro leitor, costumo colecionar notícias que leio, escuto e vejo, ao longo dos anos, e essa realmente foi “nonsense”. O presidente norte-americano, Barack Obama, se reuniu na Casa Branca com Bill Clinton e George W. Bush para analisar a crise no Haiti devido ao terremoto que matou milhares de pessoas no país. Segundo o atual presidente dos EUA, será criado um fundo entre os ex-presidentes para angariar capital de empresas privadas para a reconstrução e ajuda humanitária aos haitianos.

O terremoto de magnitude 7 na escala Richter teve o seu epicentro a 15 quilômetros da capital, Porto Príncipe, e foi considerado por especialistas o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos. A pergunta é a seguinte: você acredita que o ex-presidente W. Bush é digno de ser convidado para uma missão de paz? Pelo seu histórico, isso é, no mínimo, muito suspeito, pois nos últimos anos seu nome tem sido sinônimo de guerras, mortes e favorecimento ao desentendimento entre nações e continentes.

Pergunto-me várias vezes como uma superpotência como os EUA têm esco-lhido presidentes tão pequenos nas últi-mas eleições. Voltando ao time escalado por Obama, os dois como políticos tiveram várias coisas em comum, porém Bill Clinton era mais ‘cool’ em suas ações, vamos dizer que seus erros foram mais amenos. Entre eles: despejo de produtos perigosos em países pobres, explora-ção da mão de obra infantil em países do Terceiro Mundo e escândalos de assédio sexual com suas estagiárias no Salão Oval. Agora, seu parceiro, o ‘Georginho’, esse carece de al-gumas ressalvas.

Então, quem é George W. Bush? Um tirano inseguro, que se apresentou para a humanidade com uma pose grotesca de cowboy texano. Tem uma expressão verbal confusa, ig-norância colossal, foi alcoólatra e fanático religioso. Na sua juventude, ainda estudante, foi preso três vezes, sendo que em uma delas estava completamente embriagado e portava drogas ilícitas. Sua família, muito poderosa e endinheirada, aliviou suas prisões, assim como aliviaram seus erros pri-

mários nas empresas de petróleo e indústrias bélicas da fa-mília, que ele ajudou a quebrar.

Como político, deixou as piores marcas de todos os tempos. Roubou nas urnas e criou leis para se beneficiar nas eleições. Adepto da ideologia dos “neocons” (neoconservadores), que por meio das ideias do alemão Leo Strauss, veem os Estados Unidos como uma nação dominante, em que um dirigente político pode mentir para o público em nome da razão e do Estado. Resistiu à pressão internacional durante sete anos, passou por cima de tudo e de todos, inclusive da ONU. Invadiu o Afeganistão, alegando à BBC de Londres que estava “cumprindo uma ordem divina”.

No Iraque, sua manobra estratégica foi promover uma suposta devolução da soberania aos iraquianos. Colocou em prática o plano cujo objetivo era empossar um governo fan-toche, elegendo o primeiro-ministro Iyad Alawi, com vínculos com a CIA, para promover a “Guerra Suja” contra a resistência

anti-imperialista, devidamente apoiado pelas tropas de ocupação.

E, por fim, mostrou sua debilidade em lidar com o terrorismo, quando após o atentado de 11 de setembro, para não

burlar as leis do Tio Sam, fez da base naval americana de Guantánamo, em Cuba, o cárcere de supostos terroristas acusados do atentado das Torres Gêmeas. Prendeu inocen-tes, promoveu detenções extra-judiciais e empregou táticas abusivas de tortura.

Obama, também acredito na recuperação de dependentes químicos e acho que devemos sempre dar novas oportunidades. Mas dar uma missão humanitária para um genocida, não dá, my man. Você deveria assistir mais documentários de Michael Moore. Imagina o Mr. Bush pagando de missionário da paz. É melhor deixá-lo em seu rancho no Texas enchendo a cara, ou na casa do seu amigo secreto, o Bin Laden, tomando sol. Minha maior preocupação é que se realmente essa onda pegar, os irmãozinhos do Haiti não poderão nem colocar a toalha na cabeça depois do banho, pois vão acabar enchendo eles de porrada.

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RAJA RAm é O cARA

hExA A contagem regressiva para a abertura da Ragga Casa da Copa, que, em parceria com o Artesanato do Japa e com patrocínio da Skol, funcionará no trevo das Seis Pistas, Rodovia MG-30, Km 2, em frente ao Artesanato do Japa, já começou. Quando a bola rolar no primeiro jogo da competição, dia 11 de junho, começa a programação da Casa, que só termina depois do apito final na última partida, dia 11 de julho. Quem comprar o pacote para assistir a primeira fase do mundial ganha uma camiseta exclusiva. Por lá, a comemoração promete ser garantida, independentemente do placar final.

cOLABORADORES

CORRA!Com o apoio da Subway, a Ragga promoverá uma corrida noturna como BH nunca viu. E a data está marcada. Dia 31 de julho, das 19h às 21h, vai ser realizada a Ragga Night Run, com chegada e saída na Praça da Liberdade, passando por diferentes bairros da Região Sul da cidade. Só falta você decidir o quanto vai correr: 5km ou 10km. Haverá dois circuitos com essas distâncias.

PROmOÇÃOVV*Todas as frases enviadas podem ser usadas na revista, assim como o nome dos remetentes.

Rodrigo Moreira é formado em publicidade pela UFMG e design gráfico pela UEMG. Trabalha com criação, pesquisa e produção de conteúdos on e offline. No tempo livre, investe em experimenta-ções que fundem artes, design e tecnologia, como as mostradas no ensaio ‘Momentos congelados’.rodrigomoreira.com.br rodrigomoreira.wordpress.com

NOSSA CAPANo mesmo dia em que seguiu viagem para Cuba, o rapper Renegado posou para a capa desta edição com uma das principais relíquias encontra-das no baú da redação: Meu Primeiro Gradiente, da estagi-ária de design, Bella Daguer. Sempre vale a pena acompa-nhar os passos do Renegado, no site: arebeldia.com.br. Yo!

A Ragga continua a dar uma assinatura se-mestral para quem der a melhor resposta para a pergunta: “Quem é o cara mais Ragga da história da humanidade?”. Pode ser do esporte, da música, da televisão, literatura ou ciência. Não importa, pode ser até aque-le maluco que mora perto da sua casa. Para sua resposta ser considerada a melhor pela redação, vale mandar uma defesa para [email protected] em forma de texto, foto, ilustração, escultura, bricolagem, mosaico, maquete de vulcão, feijão plantado no algodão com água, imagem de objetos produzidos a partir do lixo, feitas de dentro de um helicóptero (estilo Vik Muniz). O autor da melhor resposta leva uma assinatura se-mestral da Ragga. Não se esqueça do colo-car o telefone de contato.

revista

revistaragga.com.br DEZEMBRO.2009#32

FAMÍLIA

E mais: José JuniorMoto GP Natiruts na AustráliaAlmanacãode férias

Flordelis Os Schürmann Dinastias da Lucha LibreDesaparecidos políticos

revista

revistaragga.com.br

NOVE

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NOVEMBRO.2009#31

No meio do matoConheça a Universidade do Meio Ambiente, em Curitiba

Não é utopia A Ragga faz um convite para você construir um mundo melhor

Paulo Lima, empresário“Quem ainda acredita que o dinheiro é a solução precisa urgentemente repensar isso”

SANGUE BOM

revistaragga.com.br

revista

JANEIRO.2010#33

VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS

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Marina Tavares de Almeida nos convenceu de que o mais Ragga é o dj de música eletrônica Raja Ram. “Para começar, o cara tem mais de 65 anos e presença de palco maior que de qualquer dj jovem. Está sempre renovando seu estilo musical, toca desde psy trance até chill out. E é responsável por um dos maiores festivais do mundo, o Tip World. Foi o primeiro live que ouvi na vida. Como amante de música eletrônica, digo: ele é o mestre.”

Formada em publicidade e marketing, Jana Vieras se realizou, mesmo, por meio da fotografia. Sua experiência passa por books pessoais, editoriais de moda e fotojornalismo. Aqui, ela usou sua sensibi-lidade no ensaio da Ragga Girl. janavieras.com.br

fernanda Lassi é jornalista convicta e fashionista assumida, que estudou design de moda e jornalis-mo. A moda se tornou sua paixão e o jornalismo seu ganha-pão. Belo-horizontina de nascimento e carioca por escolha, sempre que pode vai para o Rio. Atualmente, cursa produção em jornalismo para TV na capital carioca e se divide entre as duas cidades. Nesta Ragga, ela entrevistou o Jonathan, aquele da “nova geração”. Lembra [email protected]

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Rafael Maia [rafael-maia.com] [rafael-maia.blogspot.com]

Fui um grande colecionador de canetinhas coloridas. Meus carrinhos andavam por estradas planejadas, e nunca me convenci de que os carta-zes de cartolina eram suficientes.

O vermelho, as rosas e a gargalhada são da minha avó. A disciplina e a auto-crítica são da mi-nha mãe e do meu pai, respectivamente.

Me formei na Escola de Design, desenvolvi projetos em parceria com F.Nazca, AlmapBB-DO e Two Points.net, em Barcelona. Ilustrei para a revista lisboeta Nothing Last Forever, Creative Review, Helsinki Design Lab, Carpaccio Magazine, Design Report, Nike, HSBC e também para pre-encher folhas de alguns dos meus cadernos.

Neoconcretismo, textura dos tecidos, música para dançar, Hélio Oiticica, pessoas interessantes. Projetos novos me deixam radiante. Superfícies inusitadas me refrescam.

Quer rabiscar a Ragga? Mande seu portfólio para [email protected]!

ILUSTRADOR CONVIDADO

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fale com ele:[email protected]

>>

>> REFLEXÕES REFLEXIVAS DO TWITTER > rafinha bastos > é jornalista, ator de comédia stand-up e apresentador do programa ‘CQC’ (Custe o Que Custar)

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ãoDo professor pasquale a ChiCo Xavier,passanDo por riCky Martin

:: ENCONTREI O PROF. PASQUALE NO AEROPORTO E DISSE: “EU E MINHA MULHER SEMOS SEU FÔ. ELE TEVE UM DERRAME E MORREU.

:: Opa, estou sendo estuprado aqui... Tem a ver c/ esta pulseira q eu ganhei da minha mulher?

:: O FILME DO CHICO XAVIER JÁ TÁ NO CAMELô. A PI-RATARIA É MAIS RÁPIDA Q A PSICOGRAFIA.

:: O 1º passo p/ acabar c/ a pedofilia é trocar a deco-ração da igreja. Sai o anjinho nu e entra o pôster de borracharia.

:: UFA...POSSO VOLTAR A COMER O RICKY MARTIN SEM CULPA.

:: Handebol tá nas Olimpíadas? E eu achando q o es-porte era uma invenção do meu professor de ed. fí-sica da 4ª série.

:: LI QUE HOJE O SARNEY VAI TIRAR UM TUMOR DO LÁ-BIO. TORÇO P/ Q ELE FIQUE BEM. FORÇA TUMOR!

:: Para você que deseja assassinar c/ estilo, o canal 28 tá leiloando um faqueiro lindo.

:: A MAQUIAGEM USADA EM APENAS UM PROGRAMA DO AMAURY JR. É SUFICIENTE P/ TAPAR UM VAZAMENTO DA USINA DE ITAIPU.

:: Ouvi na Record agora: “com esta condenação, as pessoas q planejam matar a sogra vão pensar 2x”. #ficaadica

:: INCRÍVEL...DESDE Q COMECEI NO ‘PROTESTE JÁ’ [QUADRO DO CQC] (HÁ 2 ANOS E 1/2), NUNCA MAIS PE-GUEI FILA EM RESTAURANTE E DENTISTA.

:: Malhação de Judas parece nome de novela teen da Rede Vida

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>> PROVADOR > cris guerra > 39 anos, é redatora publicitária, ex-consumidora compulsiva, ex-viúva, mãe (parafrancisco.blogspot.com) e modelo do seu próprio blogue de moda (hojevouassim.blogspot.com).

fale com ela:[email protected]>>

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passar um e-mail “muito interessante”. O repassador de powerpoint ainda não entendeu para

que serve a internet. Mas é um especialista nesse moderno software. E é capaz até de criar os próprios arquivos.

O repassador de powerpoint tem pressa. Tem fúria. Quer estar presente no mundo, mostrar a que veio, ocupar a ca-beça, a tela e o processador das pessoas, dos trabalhadores, do mundo.

O repassador de powerpoint talvez precise cultivar no-vos hábitos, ir a um psiquiatra, fazer amigos novos, mas não. O repassador de powerpoint não tem problemas. E quando

tem, há sempre um arquivo de powerpoint para resolvê-los.

O repassador de powerpoint quer re-passar. Que nem gripe. E é capaz de fazer ameaças. Mas é tão covarde, que faz sua vítima apontar uma arma para si mesma: será ela a responsável por sua própria má

sorte. Sádico, o repassador de powerpoint sequer esconde os nomes de suas vítimas. Ele os exibe numa lista suja, cheia de cores, setas, avisos e forwards.

O pior de tudo: o repassador faz tudo isso docemente, sem tirar do rosto o sorriso cândido. Não há como ter coragem de repudiá-lo de forma direta. Ele é um criminoso cuja suavida-de não perdoa ninguém. Como combater uma agressão com trilha sonora, perfume de rosas e corações?

Cuidado. Da próxima vez que abrir seu e-mail, fique de olhos bem abertos. E, de preferência, feche todos os outros aplicativos.

[***] Não jogue este papel em via pública. Transforme-o num arquivo de powerpoint e repasse-o.

O repassador de powerpoint quer falar. Compulsivamen-te, sobre tudo e para todos, sem critério e com muitos efeitos especiais. Ele quer falar para o mundo, não importa o quê. Quer espalhar arquivos feito confete, papel picado, isopor ou qualquer outra coisa que se dissipe rapidamente.

O repassador de powerpoint faz do seu computador um ventilador virtual, que dissemina por toda parte qualquer informação prolixa que comunique de preferência pouco ou quase nada, que irrite de preferência muito ou irremediavel-mente, que acenda de preferência todas ou as mais reluzen-tes luzinhas, que demande de preferência toda ou quase toda a memória do computador. Quanto mais duvidosa a autoria, melhor. E enquanto Clarice Lispector e Shakespeare reme-xem em seus túmulos, Veríssimo e Arnal-do Jabor se desequilibram em suas cadei-ras ergonômicas diante da tela.

O repassador de powerpoint quer re-passar. Indiscriminadamente. Recebe, mal lê, conta as páginas — seu prazer é proporcional ao número delas. E se tiver musiquinha, pirotecnia, desenhos de estrelas e fogos de artifício, flores, cores e frases-clichê que surjam letra a letra, o repassador de powerpoint dá gemidinhos de alegria. Como quem carrega a sua arma cuidadosamente, o repas-sador cuida para escolher a dedo os arquivos que vai enviar: os que sejam executados bem-de-va-ga-ri-nho; os que te-nham moral no final; os que causem constrangimento em quem assiste.

E repassa. Para quantas pessoas for possível, quer ele as conheça, que não. Omaisrápidopossível! Zum! Mais um.

O repassador de powerpoint coleciona e-mails. Ao se en-contrar com alguém que não vê há muito tempo, já abre o caderninho e solicita gentilmente seu endereço eletrônico. E pede que a pessoa abra sua caixa logo mais, pois ele vai lhe

O repassador de powerpoint não tem problemas. E quando tem, há sempre um arquivo de powerpoint para resolvê-los

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>> É-DUCA!: EDUCAÇÃO E PROPÓSITO > glauson mendes > é líder educador, empresário, e vê na educação a base do novo mundo. @glausonmm.

>>

Quando você era criança, o que respondia para a célebre frase: “O que vai ser quando crescer?” Médico, advogado, dentista, psicólogo, comerciante, jogador de futebol... São inú-meras as profissões com as quais sonhamos, para as quais temos uma vocação natural ou herdamos de nossa família.

Após a escolha da profissão, e com mais maturidade, existe a opção de empregar-se ou empreender. Você pode (sonhar/querer/escolher) trabalhar para uma empresa, ser bem-sucedido, ter um bom cargo e salário, benefícios e pla-no de carreira. Sob outra perspectiva, pode optar por em-preender, criar um negócio próprio, dar continuidade na em-presa da família ou reunir-se com amigos e gerar inovações. Evoluir é o fluxo natural da vida.

Mas como seria uma empresa ideal para trabalhar? Quais características ela deveria ter? O que não poderia faltar? E se você fosse abrir uma empresa, como ela seria liderada?

Na “era do conhecimento”, independentemente da pro-fissão e opção de atuação, individual ou coletiva, cultivar um ambiente que propicia a geração de ideias tornou-se impres-cindível. A riqueza está no capital intelectual e as pessoas que têm ideias e possibilidade de desenvolvê-las influenciam

o rumo dos acontecimentos.Uma arquitetura social ágil, adaptativa e que favoreça o

aprendizado e a geração de capital intelectual em comuni-dade será a chave da riqueza segundo Peter Senge, em seu clássico ‘A 5ª. Disciplina’. Pessoas desenvolvem o ambiente e o ambiente desenvolve as pessoas, e isso você carrega para toda a vida. Então, se liga!

Qual a vibe da empresa em que você atua ou pretende atuar? Existe abertura para sugerir, dar ideias e opiniões? Os líderes incentivam a participação e mantêm todos informa-dos? O erro é percebido como parte do aprendizado ou deto-na os funcionários quando eles erram? Trocar ideias sobre o que realmente gera resultados é normal? E você, exerce sua responsabilidade quando tem a oportunidade de se expandir, ou é um tremendo vacilão que só sabe reclamar sem procu-rar melhorar?

Lembre-se sempre que pessoas desenvolvem o ambien-te e o ambiente desenvolve as pessoas.

Ainda dá tempo de responder: Como vai ser, agora, que você cresceu?

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Lembre-se sempre que pessoas desenvolvem o ambiente e o ambiente desenvolve as pessoas

fale com ele: [email protected]

as eMpresas, os líDeres e os DiaMantes

“Criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros e se divertir”

Mary Lou Cook

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POR TRÁS DAS CâMERAS

O encontro dos fotógrafos Corey Rich e nosso

Bruno Senna

por Bruno Senna

ESPORTE

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por Bruno Senna

Corey: mais de 20 anos na estrada

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Tudo começou com uma ideia. Neste caso, com um e-mail. Ao saber que o fotógrafo internacional de aventura Corey Rich estaria em Belo Horizonte por alguns dias, logo pensei em organizar uma palestra com fotos, vídeos e his-tórias de seus mais de 20 anos de estrada. Para a minha — e nossa — sorte, Corey foi muito receptivo e, em alguns dias, planejamos uma apresentação, com o apoio da Sandisk e da coordenadoria de jornalismo do Uni-BH.

Para quem ainda não sabe, ele é famoso pelas fotos mais aclamadas da nata da escalada e de outros esportes de aventura. Em seu portfólio, estão fotos para clientes como Apple, Nikon, National Geographic, Red Bull, Microsoft, Sandisk, Climbing Magazine e a lista de peso continua.

A história de Rich com a fotografia e a escalada, sua segunda paixão, iniciou-se aos 13 anos. Após ganhar uma competição de barras e quebrar o recorde da escola, foi apresentado ao esporte e logo sentiu o desejo de mostrar aos amigos o que vivia nos fins de semana. A fotografia foi a solução encontrada. De cara, ele saiu em busca de tudo relacionado ao assunto: livros, aulas, visitas — mas o fotó-grafo admite que, se fosse hoje, largaria as outras fontes e aprenderia somente por meio da internet.

Como na maioria das histórias, o começo foi difícil, tra-balhou em um jornal local, fotografando assuntos do mo-mento, como “o bichinho de estimação da semana”. Sua técnica para sobreviver criativamente foi elaborar projetos paralelos dentro de suas pautas. O seu preferido é o de fo-tos de pessoas aleatórias cutucando o nariz.

Sobre como define seu estilo, ele diz que uma resposta simples para essa questão não é fácil. Mas lembra que a busca por algo novo é uma constante em seu trabalho. “Sou meu maior crítico”, admite, revelando que escolhe cuida-dosamente o que vai mostrar ao mundo. “Nunca tirei uma foto perfeita, sempre existe algo que pode ser melhorado, alguma coisa que faria diferente. Nunca estou feliz com as minhas fotos.”

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A maior lenda viva da escalada, Chris Sharma

no boulder Best of the West V16

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J.C.

por Lucas Machado fotos Bruno Senna

CLÓVISCESÁRIO

Clóvis usa: blusa Vide Bula, jeans Empório Armani, relógio Diesel e tênis Osklen

Nascido em Campinas, Clóvis Cesário, o Clovinho, administrador e gestor em negócios da moda, começou sua carreira ainda jovem. “Depois de sete anos e vários prêmios na Santista, multinacional especializada em jeans, na qual atendia a todas as contas do Grupo Mineiro de Moda, fui chamado para comandar a equipe de vendas da Vide Bula, em 1993”. Por lá, formatou as vendas de varejo e atacado nacional. Em 1999, o resultado foi a passarela. “Participamos durante cinco anos do SPFW, só deixamos a semana de moda em 2007, por uma estratégia da marca”, conta.

A novidade é que a Vide Bula, uma das maiores marcas mineiras de todos os tempos, volta com tudo para o cenário nacional em 2010. O responsável é, de novo, Clóvis, que trabalhou por 15 anos na marca, até que resolveu vendê-la, em 2009. “Adoro desafios e vender a marca que você trabalha é muito foda, cara”, comemora.

Ele é daqueles caras que acorda mais cedo que o padeiro e adora ficar em casa com a esposa e os filhos. Considera ser pai uma das maiores conquistas. Com relação à musica, é bem eclético. Sobre a nova fase da marca, dispara: “A Vide Bula, desde o início, era punk e contestadora. Veio a ‘Jr’ — subdivisão da marca voltada para o público adolescente e infantil — com o código da molecada. Sempre tivemos a característica de inovar. Agora lançamos a Casa de Moda e Cultura Vide Bula, vamos ter um calendário cultural, para estudantes e estilistas”. No final da entrevista, ele gritou: “Lukinha, não esquece de falar que eu sou Galo Doido”.

Kit SobrevivênciaTroféu Santista Têxtil — 1993 iPhone Grafitado Calça Jeans Vide Bula 1982 Aromatizador Vide Bula by Clóvis Cesário Cristal Coleção Caneca Alexandre Herchcovitch

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Clóvis usa: blusa Vide Bula, jeans Empório Armani, relógio Diesel e tênis Osklen

Kit SobrevivênciaTroféu Santista Têxtil — 1993 iPhone Grafitado Calça Jeans Vide Bula 1982 Aromatizador Vide Bula by Clóvis Cesário Cristal Coleção Caneca Alexandre Herchcovitch

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Nossa redação revirou os armários, enfrentou a rinite e encontrou estas relíquias da infância

NAFTALINAfotos Carlos hauck

NOSTALGIA

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quemé RAGGA fotos Dudua’s Profeta

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A heineken está presente em algumas das casas mais badaladas de BH e, nos próximos meses, você confere aqui as melhores dicas para curtir seus dias e noites na capital mineira. Restaurantes, bares e boates. São opções para todosos gostos!

Com dezenas de filiais mundo afora, o T.G.I. friday’s faz sucesso

também no Brasil, em capitais como São Paulo, Rioe Brasília. A casa abriu as portas em BH, há seis anos. Desde então, é o

lugar certo para comemorar o aniversário, aproveitar o fim de semana ou o fim do dia de

trabalho. O clima é sempre descontraído, os atendentes são

simpáticos e o cardápio é bem eclético, com grelhados e saladas, hambúrgueres, comida mexicana

e mais. Vale experimentar e voltar sempre.

SERVIÇO

Endereço: Av do Contorno, 6061loja 201 — Savassi

Tel.: (31) 3282.1492 / 3288.3921

Capacidade: 190 pessoas

formas de Pagamento: Visa, Mastercard, Amex,

Visa Eletron, Visa Vale, TR, VR, Cheque Cardápio e Sodexo

Possui: música ambiente

funcionamento: Domingo a quinta

(12h — 23h) Sexta e sábado

(12h — 1h)

Na Internet: fridays.com.brtwitter.com/TGIFridaysBR

DICA HEINEKENDe segunda a sexta-feira, o happy hour, entre 18h e 21h, fica mais animado com a promoção: quem compra um chope Heineken ganha outro.

Baby back ribs é uma das opções do cardápio que mais fazem sucesso. Uma porção serve duas pessoas.

VALE APENA!

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T.G.I. FRIDAY’S

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BEBA COM MODERAÇÃO.

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CLICK

1. André e Pedro Lobo2. Henrique Rocha e Gustavo Bacha3. Fabiana Diniz e Gustavo Quintão

4. Talita Valente, Tiago Novaes e Diane Montinho5. Manoela Lo Bueno e Júlia Maia

6. Débora Villela, Denise Andrade e Júlia Vaz7. Os Bartenders da casa: Franço Ceará, Diego Ferreira, Marina Tampieri e Bodão

8. Douglas Dias9. Bruna Silveira e Renata Pimentel

10. Juliana Rizzi e Alex Guanda

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fotos Carlos Hauck

NO PASSAPORTE POR AÍ HEINEKEN, ENCARTADO NA ÚLTIMA RAGGA, NAS PÁGINAS REFERENTES AO T.G.I. FRIDAY’S E AO NAFTA PUB, O CERTO TERIA SIDO DIZER QUE A 3ª HEINEKEN É POR CONTA DA CASA (NA EMBALAGEM QUE

ESTIVER SENDO CONSUMIDA) E NÃO “3 POR CONTA DA CASA”, COMO FOI ERRONEAMENTE DIVULGADO.

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fotos Jana Vierasmodelo flávia Armond

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SE TODAS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ...por Bruno Mateus

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Flávia Armond nasceu em Belo Ho-rizonte. Aos 7 anos, mudou-se para a histórica Mariana, onde se acostumou, durante a infância, a brincar solta pe-las ladeiras da cidade, sem ter que se preocupar com o tempo, a solidão das capitais ou com a capacidade de ar-mazenamento de seu iPod, aparelho que, naquela época, era tão real quanto vacas voadoras. “Lembro das brinca-deiras de rua. Depois da escola, a gen-te jogava queimada, pique-pega. Era gostoso demais, uma época muito boa. Me vem à cabeça as festinhas, dança da vassoura”, recorda-se.

Ela trabalha como dentista especia-lizada em ortodontia em Mariana, e tam-

bém atende em Ouro Preto. Pela aparência que nega sua real idade — que não serei eu a contar —, a bela admite que algu-mas pessoas mostram certa desconfiança: “A cara de menina, às vezes, até atrapalha na profissão. Quando chegam, se as-sustam e pensam: ‘Essa é a dentista?’”. Com uma profissional assim, o estridente barulho do motorzinho torna-se mais pra-zeroso que as canções dos Beatles gravadas em Abbey Road.

Hoje, ela fala com indisfarçável encantamento sobre a pai-xão que ainda guarda pela dança, arte que a fazia sonhar dan-çando, num momento lúdico capaz de inspirar os poetas. “Fiz jazz, ballet, sapateado e dança contemporânea. Já fiz aula de canto também, mas minha paixão era a dança”, diz. Mesmo por telefone, vejo que os olhos de Flávia brilham e seu coração sorri quando ela relembra aqueles dias.

Se eu pudesse viver minha vida novamente, queria estar nas ruas de Mariana brincando com Flávia, sem preocupar-me com as arbitrariedades do tempo.

SE TODAS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ...

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MODELO Flávia Armond

fOTO Jana VierasPRODUÇÃO

Michelle CaprissMAQUIAGEM

Fabiano Vieira

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EM 1 HORA DE ACADEMIA,VOCÊ PERDE UMAS CALORIASE QUEIMA TODO O STRESS DO DIA.

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EUQUERO!

por Sabrina Abreu

“haja hoje para tanto ontem”. foi Paulo Leminski quem escreveu o verso que faz tanto sentido diante das ondas vintage e releituras de diferentes épocas na moda e na cultura. há quem diga que “antigamente é que era bom”. Mas as mulheres obrigadas a usar saias longas e espartilhos justíssimos deveriam discordar disso. E será que homens que passavam a vida dentro de camisas de manga comprida, com punho e colarinho bem fechado, não dariam de tudo para adotar o visual relax de hoje em dia? Já que não existe túnel do tempo para averiguarmos, o melhor é aproveitar o agora. E, dos muitos ontens, de décadas e séculos passados, pinçar as melhores peças. Umas para vestir, outras para lembrar a infância. Revisitar o passado só vale a pena se for divertido.

(DE NOVO)

Hoje, quase todo mundo já ouviu falar da Lomo, que inau-gurou, ano passado, sua primeira loja no Brasil. Mas, em 1992, foi preciso que dois estudantes austríacos descobrissem e apostassem nesse tipo de máquina fotográfica para não dei-xar o equipamento digital matar o rolo de filme. As pequenas imperfeições analógicas e a falta de controle sobre o que está sendo fotografado — só é possível conferir a imagem captura-da após revelar as fotos — são os principais atrativos do que ficou conhecido como “Movimento Lomográfico”. Cult e aces-sível, as máquinas atraem fãs e colecionadores de seus diver-sos modelos. Você já tem uma? LO

MO

Colorsplash Câmera R$ 168

Com 12 filtros coloridos para

o flash

Diana R$ 224 (acessórios não incluídos) Uma das mais famosas lomos. Médio formato, 120mm e captura fotos panorâmicas

ActionSampler Chrome

R$ 84Tira uma série de quatro

imagens e um quadro de 35mm

LC-A+ R$ 700A fábrica, atualmente na China, é fiel à lente Minitar-1 32/2.8 russa. As fotos são escuras, como as tiradas com a máquina pinhole

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Para quê equipamentos ultramodernos quando você pode voltar a se divertir com um autêntico carrinho de rolimã? E nem é preciso entrar na máquina do tempo para voltar a descer as ladeiras, como nos velhos tempos. Basta falar com o Toninho (ele fez os carrinhos da matéria “Rolimã só para loucos”, pág. 24)! Toniarte Indústria de Móveis Ltda.Rua Marcos Coelho Neto, 465A — Palmeiras, em Bh(31) 3312.1055

Tudo o que vai volta: a máxima popular serve, com certeza, para o pinguim de ge-ladeira. Após longo período de hibernação, o adorno kitsh se consolidou como queri-dinho dos apreciadores de design e coisas divertidas em geral. Este é da Tok&Stok.R$ 25tok&stok.com.br

Nada como a emoção de encontrar a figu-rinha tão esperada num pacotinho, ou a frus-tração de descobrir que ficou faltando só uma para completar o álbum. Esses sentimentos são potencializados com o Álbum Oficial da Copa do Mundo da FIFA — África do Sul 2010. Quem não concluir o objetivo de escalar (ou colar) todos os jogadores terá que esperar quatro anos para tentar de novo (talvez, já jun-to dos filhos). Não é à toa que ele atrai torce-dores/colecionadores de 8, 18, 28, 38 anos...R$ 2,90 (preço médio)

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Houve um tempo em que usar abotoaduras — gravata, colete, chapéu — era obrigatório. Hoje, o uso do acessório é opcional e costuma ser restrito aos mais estilosos. Este par é da Montblanc, em prata 925. R$ 1.093Montblac — Pátio Savassi(31) 3284-2262CI

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Do século 16 para cá, o corset mudou muito. Já não faz sangrar o nariz das mulheres (o que acontecia na época em que seu objetivo era de-finir a cintura à força) e deixou de ser apenas uma peça íntima. A linha La Passion Fatale Velvet, da Fruit de La Passion, traz releituras da peça. Está mais confortável, mas continua sexy. R$ 307fruit de la Passion — Bh Shopping (31) 3228.4420 lojasfruit.com.br

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HISTÓRIA

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O ano era o de 1994. Além do tetra da Seleção Brasilei-ra, você deve se lembrar das rádios populares sendo toma-das pela música sertaneja, do romantismo dos pagodeiros invadindo a TV nas tardes de domingo e do axé baiano que, querendo ou não, sabia cantar de cor. Mas se você não curtia muito tudo isso, outras lembranças devem vir à mente quan-do falamos desse ano.

Bem longe do cenário musical sertanejo-pagode-axé, a Nação Zumbi mixava suas guitarras sujas com a percussão nordestina, enquanto Chico Science e Fred Zero Quatro idealizavam o movimento Manguebeat. Marcelo D2 defendia a legalização da maconha com o Planet Hemp. Falcão havia sido selecionado em anúncio de jornal para formar O Rappa com a banda que acompanhou a turnê do jamaicano Papa Winnie pelo Brasil, no ano anterior. O Raimundos explodia seu hardcore irreverente e boca suja. Além disso, Tony Garrido assumia os vocais do Cidade Negra, enquanto o público cantava ‘É proibido fumar’ com o Skank, e Gabriel O Pensador começava sua carreira, tirando sarro de loira burra.

“Passei o ano inteiro no estúdio, foi um ano em que as coi-sas começaram a mudar no Brasil”, recorda o produtor musi-cal Miranda, que só em 1994 lançou Raimundos, Mundo Livre S/A, Little Quail e Maskavo Roots pelo selo Banguela. Foi uma época de transformação nos padrões de consumo, como lem-bra B Negão. “Houve uma reviravolta no mercado fonográfico. Os caras de todas as gravadoras estavam procurando alguém que fizesse um som pesado, agressivo, e tivesse carga de no-vidade e desobediência social”, explica o músico se referindo ao rock polêmico do Planet. Fred Zero Quatro, vocalista do Mundo Livre S/A, conta que 1994 foi tempo de aberturas em todo o Brasil. “Havia a demanda natural pelo surgimento de um pop com identidade brasileira. Até então só se repetiam fórmulas importadas”.

Visto hoje com nostalgia, 1994 representou uma ruptu-ra oficial com o estrangeiro e a valorização do que é nosso, como ocorreu anteriormente com o Rock Brasil dos anos 1980, a Tropicália, nos anos 1960, e, de certa forma, Jovem Guarda — que, apesar de ter traduções de músicas gringas entre muitos de seus hits, contribuiu para que a música na-cional tocasse no rádio, ganhando das estrangeiras em nú-mero de execução.

“Demos coragem para as bandas cantarem em português de novo”, lembra Digão, que na década de 1990 era guitarrista e hoje divide os vocais do Raimundos com Tico Santa Cruz. Foi nesse mesmo ano que as letras sacaneadas do grupo ganha-ram consistência e as lojas de todo o país com o primeiro ál-bum homônimo. Ainda como uma promessa, o Planet Hemp conquistava adeptos em seus conhecidos shows enfumaça-dos, com guitarras ensurdecedoras, muita psicodelia e um rap que reclamava a liberação da maconha.

Rap, rock‘n’roll, psicodelia, hardcore e ragga. Do

mangue ao hemp, passando pelo selim da bicicletapor Lucas Oliveira ilustração Rafael Maia

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A uns muitos quilômetros do eixo centro-sul e com a defesa de um discurso territorial enga-jado, Chico Science e Nação Zumbi promoviam a mistura de maracatu e música pop. ‘Da Lama ao Caos’ foi o CD de lançamento do grupo, emplacado também em 1994. “A ideia era fresca até para nós mesmos e tentamos deixar o mais original possí-vel. Conseguimos”, revive Lúcio Maia, guitarrista da Nação, mais conhecido como Jackson Bandeira.

Segundo Fred Zero Quatro, “aquela foi uma década que ajudou a consolidar e mostrar que nem tudo acontece no âmbito das gravadoras, no eixo Sudeste; e foi aí que muita das coisas mais legais surgiram”.

UMA JAM hISTÓRICA

Os participantes não se lembram se foi em 1993 ou 1994, mas uma jam session permitiu um encontro memorável, certa noite, no Rio de Janeiro. B Negão, Marcelo D2, Black Alien e Speed Freaks foram curtir uma festa promovida pelo produtor musical Maurício Valladares (hoje apresentador do ‘Ronca Ronca’, na Oi FM). No bar em frente onde estavam, os quatro amigos notaram a presença da Nação Zumbi. Eles trocaram algumas ideias e em pouco tempo já passavam um som juntos. “A gente fez uma jam na frente do bar, e Chico Science con-vidou a gente para ir à festa com eles”, revive B Ne-gão. O show da Nação rolou e, em seguida, o mú-sico e seus companheiros foram convidados para outra apresentação. “Desde então a amizade per-maneceu sólida como uma rocha, e a Nação virou a banda preferida para nós e para nossa geração”.

São muitos os motivos que nos mantêm ligados a 1994. Um ano intensamente revisto na televisão e gravado em nós, não só pelo pênalti que o italiano Roberto Baggio mandou pra fora, em Los Angeles. A trilha sonora daqueles dias teve inesquecíveis refrões irreverentes. Cantados em português. E como disse B Negão, “o resto é história”.

comente! [email protected]

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Gabriel O Pensador, lembranças de um ano

bom para o rock. Acima, D2 mandando suas rimas

no Planet e a formação original do Rappa, com

Yuka nas baquetas. Abaixo, Raimundos

(ainda com Rodolfo) e Chico Science e Nação

Zumbi passando um som ao ar livre

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1°Pintar cabelo com papel crepom _ Não vale falar que você nunca fez esse experimento. Seja para imitar os cabelos de Kurt Cobain ou para afirmar re-beldia e assustar seus pais.

2°Falar gírias e expressões de antanho_ Usar um keds transado, tomar uma birinaite e azarar nas madrugadas era de lei, sempre dizendo gírias como “estribado” e “bonado”.

3° Desembolar fita K7 com caneta_Quando aque-la K7 da Legião Urbana dava pau, a solução era enfiar a caneta e desembolar a fita. Admirável mundo novo!

4°Gravar Elifoot 98 no MS-DOS_ O famoso jogo português Elifoot, no qual você era o técnico do seu time de futebol, fez sucesso em meados dos anos 1990. Entre uma partida e outra, o “ponto de encontro” era o ICQ.

5°Pintar mochila com Liquid Paper_ Quem nun-ca pichou ou rabiscou uma Samsonite ou mochila da Company com corretivo que atire a primeira pedra.

6°Usar roupas da Sputinik, Company, Triton e Divina Decadência_ Para impressionar aquela meni-na ou se dar bem com a galera, essas marcas faziam sucesso.

7°Fixar adesivos e fotos com clips coloridos na agenda_Qual garota nunca encheu a agenda com fotos do Fábio Assunção, Johnny Depp ou dos caras do New Kids on the Block?

8°Alinhar “Hoje não!” com o dedo mindinho_ A cada sinal do colégio, meninos saltavam das cartei-ras e procuravam os “inimigos”. Ou você bradava “hoje não!” a plenos pulmões ou tomava umas porradas.

9°Amarrar o cadarço do Kichute na canela_Para jogar uma pelada ou simplesmente ir à escola, o legal era amarrar o cadarço do tênis-chuteira na ca-nela e sair por aí...

10°Limpar o cabeçote do videocassete_ O atendente da locadora sempre vinha com esse papo. Tinha até histórias de formigas traiçoeiras e venenosas que invadiam o aparelho para um rolé pelo cabeçote.

Na edição de abril, pedimos licença à morte e enumeramos algumas personalidades que têm o dom da imortalidade, de dar um chega pra lá na foice e capa preta, para serem eternas. Se-gundo nossos leitores, os highlanders do último Top 10 são:

1) ELVIS/MIChAEL JACKSON/JIM MORRISON — 32.22%2) ChE GUEVARA/fIDEL CASTRO/KARL MARx — 22.22%3) SíLVIO SANTOS — 16.67%

O trio do universo pop ocupa nosso primeiro lugar no pó-dio. Jim Morrison, em 1971, Elvis, em 1977, e Michael, no ano passado, foram desta para uma melhor só nos noticiários. Na nossa enquete, a trinca de reis — do rock, do pop e o rei-lagar-to — ganham, com folga, o direito à eternidade.

Em segundo lugar, outro poderoso tripé, desta vez da po-lítica, das revoluções e das lutas de classes. O argentino Che, o cubano Fidel e o alemão Marx resistiram à Guerra Fria, à queda do Muro de Berlim e à ascensão do capitalismo e da era do consumo. Com esse histórico, eles não poderiam passar por meros mortais.

Entrando na rabeira no hall dos eternos, mas nem por isso menos merecido, o apresentador Sílvio Santos dá as caras, chegando com a risadinha e os trejeitos que lhe são tradicio-nais. Ele já foi camelô, candidato a presidente e cantor de mar-chinha de Carnaval. Ajudou Nero a tocar fogo em Roma, ainda vai apresentar um telejornal no SBT e agora — como não? — é nosso último imortal.

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Imortais

A sensação de saudade de um tempo vivido sempre nos vêm à cabeça. Músicas, roupas, cheiros e cores mexem com nossos sentidos e percepções, fazendo-nos lembrar de momentos, bons ou ruins, que fizeram parte de nossa vida — ou não, estavam apenas insta-ladas no nosso subconsciente. Ser nostálgico é legal, mas na medida certa. O importante é não se esque-cer de que o novo sempre vem. Para relembrar com carinho os tempos de outrora, o Top 10 desta edição quer saber: quais atitudes abaixo melhor traduzem a palavra nostalgia?

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JÁ INVENTARAm

Noites repletas de estrelas são cada vez mais raras nas grandes cidades. As luzes artificiais das metrópoles causam a chamada fotopoluição, deixando carentes os amantes de um belo céu estrela-do. Mas este aparelho transforma qualquer espaço da sua casa em uma verdadeira constelação. As imagens podem ser projetadas em cinco velocidades diferentes e hora ou outra um meteoro pode cruzar sua atmosfera particular.thumbsupuk.com por £ 99.99

Um céu para chamar de seu

Espalhadas pelos fliperamas do mundo, as máquinas de dança já fazem sucesso há um bom tempo. Se você é uma pessoa normal e tem vergonha de se aventurar em uma geringonça daquelas, o reló-gio despertador que miniaturiza essas máquinas é uma boa opção. O esquema é o mesmo: pressionar as teclas à medida em que elas vão se acendendo, mas ao invés dos pés, uma coreografia com os dedos é formada. Só na gringa por £ 9.99 em thumbsupuk.com

Dedadas sincrônicasÉ hora de aposentar aquela colcha que já está encardida de tanto ser arrastada para a sala! Feito de tecido muito macio e aconchegante, o Snug Rug é uma espécie de saco de dormir felpudo, extra-grande e com mangas (afinal a mão tem que estar livre para o manuseio do controle remoto ou para alcançar a bacia de pipoca). E o mais incrível: a peça pesa pouco mais de um quilo, fazendo com que o item possa ser levado até em viagens. Encomende on-line (eles entregam no Brasil) em snug-rug.co.uk US$ 30.36

O máximo do aconchego

por Izabella figueiredo

Rolo ricoGostaria de ser rico o suficiente para jogar dinheiro privada abaixo? Quer pagar de milionário e fazer uma loucura mesmo que seja de brincadeira? Sempre quis mostrar à sociedade que dinheiro não é tudo na vida? Agora, tudo isso é possível, graças ao auxílio do rolo de papel higiênico estampado com ricas no-tas de 200 euros. Lembrando que a reprodução foi autorizada pelo Banco Central Europeu, uma vez que a estampa rola apenas de um lado do rolo e as notas não estão em seu tamanho real. Só lá fora em onsalenow.ie por € 7.60

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TOPO GIGIOO simpático ratinho de personalidade infantil surgiu na Itália nos anos 1960 e fez tanto sucesso por lá que emissoras de vários países compraram os direitos de exibirem seu próprio Topo Gigio. No Brasil, ele tinha sotaque italiano e chegou a aparecer em três emissoras diferentes, entre os anos 1960 e 1980, sempre com dancinhas simpáticas e bons conselhos para as crianças. A última notícia que se tem do simpático roedor é que em meados dos anos 2000 a Rede Globo tentou trazê-lo de volta no programa humorístico [cof, cof] Zorra Total, mas desistiu pelos altíssimos custos de direito cobrados pela empresa italiana. Se souber do paradeiro dele, conta pra [email protected]

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Para matar as saudades: http://migre.me/yIp7http://migre.me/yIqA

Se lembrar de mais alguém que um dia foi reconhecido pelas ruas, mas hoje inexiste no imaginário popular, nos avise.

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Classe média baixa recordspor Rodrigo Ortega

pelo menos para a minha geração, raiz era guitarra distorcida e questão social era o preço do refri na cantina do colégio. Foi com fé nos riffs e nas histórias sobre a tragédia de ser um cara sem nenhuma tragédia que eles conquistaram uma pequena massa de adoradores em ‘Superguidis’ (2006) e ‘A Amarga Sinfonia do Superstar’ (2007).

Numa das músicas mais legais deles, ‘O Banana’, de 2006, o vocalista Andrio Maquenzi cantava: “Que banana que eu sou / um completo bundão”. Fast foward para 2010: “Não sou esse idiota que você pensa que eu sou / Faz tempo que eu deixei de ser tão besta”, canta Andrio em ‘Casablanca’, do recém-lançado terceiro disco deles. Os garotos estranhos cresceram. Os anos 1990, tocando Pavement no fone de ouvido, e os 2000, tocando músicas próprias em inferninhos, já passaram.

Agora, eles devem ter mais grana pra investir na produ-ção do álbum, o que significa conseguir distorcer ao máximo as guitarras sem perder a linha melódica. É bom de ouvir, mas não é isso que separa o barulho dos Superguidis no fes-tival de outras bandas similares. Unir o esquisito ao familiar, nos riffs e nas letras, é a especialidade deles, alcançada com louvor nas faixas de abertura, ‘Roger Waters’ e ‘Não fosse o bom humor’ e de encerramento, ‘Aos meus amigos’. No re-cheio, uma contradição: a banda mais segura de si perde um pouco do seu charme. Mas nada que momentos inspirados como ‘Casablanca’ e ‘Fã-clube Adolescente’ não compense.

Os gaúchos do Superguidis estão para a maior parte das outras bandas nacionais assim como o cinema argentino está para o cinema brasileiro. Sem se subtrair em questões sociais nem se afundar no resgate de raízes, o quarteto usa uma linguagem incomum de tão comum e canta o drama da vida privada sem vergonha de pertencer ao elenco da “clas-se média baixa records”, como diriam os também gaúchos dos Walverdes.

Talvez essa proximidade com as músicas dos Superguidis seja ainda maior para mim, que passei a adolescência ouvindo o som do Nirvana que eles gostam de emular. Mas sempre truco quem diz que nasceu numa roda de samba:

Kate Nash não é uma estrela. Gordinha, ansiosa e falante, ela tem uma vida como a nossa, cheia de problemas. Só que Kate tem talento para transformar isso em canções. Uma delas, o hit ‘Foundations’, mudou a vida da jovem inglesa, junto com o apressado disco ‘Made of bricks’ (2007).

Agora, ela lança ‘My best friend is you’. O sucesso não a deixou satisfeita. Kate Nash continua fazendo reclamações em categorias variadas.

Mimimi dançante :: “You never listen to me / me, me, me”. O refrão da primeira música, ‘Paris’, já dá o tom da maior parte do disco. Kate Nash sofre, mas com uma trilha sessentista e dançante. ‘Do-Wah-Doo’ é o primeiro single, bom para animar festinhas. Assim como ‘Early Christmas present’, em que ela canta sobre traição ao som de teclados e palminhas.

Mimimi raivoso :: Pouca gente sabe, mas Kate tem um projeto paralelo com a banda punk The Receeders. Faz sentido. Ser uma Riot Girl combina com ela. O novo disco tem momentos mais pesados, como ‘I just love you more’, em que ela encarna uma Kim Gordon (Sonic Youth) mirim.

Mimimi poético :: Esse tipo de mimimi costuma ser o mais perigoso. Pior que uma garota reclamona, é uma garota reclamona fazendo poesia. Por isso o início de ‘Mansion song’

é de corar o rosto: um minuto e meio de rimas declamadas. Pelo menos, ela parece mais inocente do que pedante.

Mimimi apaixonado :: Nash namora Ryan Jarman, vocalista da banda inglesa The Cribs. Declarações como as de ‘Take me to a higher plane’ têm cara de autobiográficas. Na última música, ‘I hate seagulls’, ela começa fazendo uma lista de coisas que ela odeia (de gaivotas a queimar o dedo na torradeira). Mas da metade para frente, começa a falar das coisas que gosta: dormir e dar as mãos para o seu “melhor amigo”. É assim que ela encontra sua paz, o contraponto para tanto mimimi.

A rainha do #mimimi por Rodrigo Ortega

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CASAPRATA da\\ CHEVETTE HATCHNostalgia dançante. É dessa forma que pode ser resumida a intenção da banda Chevette Hatch, criada em 2005 e que conta com Marcelo Lima, nos teclados, Jorge Sereno, no baixo, Adriano Gaguinho, na bateria, Júlio Kappa, na guitarra e Mário Mello e Mamélia, nos vocais.

No repertório, músicas de Kid Abelha, Balão Mágico, Xuxa e muito mais. “Fizemos uma seleção de várias bandas dos anos 1980 com uma pegada mais dançante”, conta Mário. “Até essa época, tudo que era dançante era internacional. Com a chegada dessas bandas, houve uma mudança muito grande”, lembra. “Na década de 1980, houve um boom das bandas dos anos 1960 e 1970, como 14 Bis, Zé Ramalho e Clube da Esquina. Agora rola um boom do que foi criado na nossa juventude”, mostra o vocalista. Bandas e festas com este tipo de perfil já rolam e fazem sucesso em outras capitais, com Rio e São Paulo. Mário garante que a receptividade do público é positiva. “Fazemos cerca de 15 shows por mês”, analisa.

Para escolher o nome da banda, era obrigatório que fosse uma referência direta com a década homenageada. “Quando ouvi o nome, gostei na hora. Soou bem demais”, comemora.

O grupo tem dois projetos fixos em BH. Um rola às quartas no Vinnil e outro aos domingos no Lord Pub. Público que conhece e tem vontade de escutar os grandes sucessos da década de 1980 não falta. E a galera se joga, literalmente.

por Daniel Ottoni

Saia da garagem! Convença-nos de que vale a pena gastar papel e tinta com sua banda. Envie um e-mail para [email protected] com fotos, músicas em MP3 e a sua história.

Vai lá: chevettehatch.com.br

Na Rede — Curtas no Vimeopor Daniel Oliveira

Jornalista, crítico de cinema (cine-mascopio.com.br) e um dos principais curtametragistas do país, o recifense Kleber Mendonça Filho é um nome reconhecido em festivais de cinema brasileiros e internacionais. Para sorte dos (muitos) que não frequentam esse circuito restrito, recentemente, ele dis-ponibilizou seus curtas em um canal do Vimeo. A gente linka os 5 melhores:

A menina do algodão (2003)tinyurl.com/pilulakleberalgodao

Lenda urbana do Recife que aterro-rizava crianças em banheiros escolares nos anos 1970. O curta acompanha uma... mijada... que vai bem até o aparecimento da tal Samara pernambucana. Fãs de ‘O chamado’ vão adorar. Você nunca mais vai ver um mictório da mesma forma.

Vinil Verde (2004)tinyurl.com/pilulaklebervinil

Garota desobedece as ordens da mãe e escuta um vinil verde toda vez

que sai para o trabalho. Cada vez que o disco é tocado, a mãe volta sem um dos membros. Todo feito em animação com fotografias, o curta é quase uma fábula medieval de terror. Você nunca mais vai ver luvas de limpeza da mesma forma.

Eletrodoméstica (2005)tinyurl.com/pilulaklebereletro

Dona de casa de meados dos anos 1990 lida com as agruras do cotidia-no – filhos, limpeza, compras – mas se permite encerrar o dia com um pouco de... prazer. Retrato incisivo e hilário do sonho da classe média pós-plano Real. Você nunca mais vai ver máquinas de lavar da mesma forma.

Noite de Sexta, manhã de sábado (2006) tinyurl.com/pilulaklebernoite

Casal vive um amor a distância. Ele em Recife, ela em algum país remoto. Os dois conversam por celular no perí-odo do título, até dividirem um momento

físico-geográfico único. Você nunca mais vai ver o sol nascer da mesma forma.

Luz industrial mágica (2008)tinyurl.com/pilulakleberluz

Trocadilho com a famosa empresa de efeitos especiais de George Lucas (Industrial Light & Magic), o curta ex-plora a ideia de que hoje todos têm uma câmera, um celular ou aparelho para gravar e produzir imagens. Mas o que elas veem? O que é a imagem, o cinema e o olhar? Você nunca mais vai ver uma câmera digital da mesma forma.

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funk é do bem e merece respeito”, desabafa Jonathan. A carreira de cantor segue firme, mas de segunda a sexta

Jonathan não leva mais esporro na escola. Ele cursa o se-gundo ano do ensino médio e pretende estudar direito, para “servir às pessoas que precisam de ajuda”. Pelo visto, no que depender do jovem cantor, apresentador e futuro advogado, nós ainda vamos ouvir falar muito dele.

Quem não se lembra de um garotinho de seis anos que no início dos anos 2000 apareceu cantando “De segunda à sexta esporro da escola. Saba-sábado e domingo eu solto pipa e jogo bola”, funk que virou hit e fez todo mundo cantar? Ele é Jonathan Costa e a música ‘Eu sou Jonathan da nova gera-ção’ foi o sucesso que deu a ele o título de “príncipe do funk”.

Mas não poderia ser diferente. Jonathan é filho dos fun-dadores do movimento funk carioca, Verônica Costa, a “mãe loira do funk” e dona da A Glamourosa, equipe de som que agita os bailes funk carioca, e Rômulo Costa, dono da Fura-cão 2000, produtora e gravadora carioca. E antes mesmo de ser conhecido já cantava e dançava nos palcos dos bailes. Foi cantando um funk que Jonathan acabou fazendo, de pura brincadeira, a versão da música que o tornou famoso. “Ficava inventando a letra da música de bobeira, meu pai achou legal e resolveu gravar. Ela estourou. Foi um susto”, lembra o can-tor, que chegou a vender 500 mil cópias do seu primeiro CD.

Alguém pode pensar que ele anda sumido, mas, hoje, aos 16 anos, Jonathan é considerado o representante teen do funk carioca e referência para o público jovem. Suas músicas de trabalho, ‘No batuque, no balanço’ e ‘Rebola de frente, Rebola de costas’ já ganharam as pistas, mas é só ele pisar no palco para os jovens pedirem seu primeiro grande sucesso, o que deixa o cantor amarradão. Ele também apre-senta um programa de funk na TV, com sua mãe, além de se empenhar em projetos voltados para combater a discrimina-ção que ainda existe com o funk. “Assim como alguns estilos musicais foram um dia, o funk ainda é mal visto e cabe a nós músicos reciclar essa imagem e mostrar para todos que o

por fernanda Lassi

Jonathan Costa: o prínCipe Do funk

Por que pratica? Sempre gostei de surf e encontrei no skate longboard uma forma de surfar as ladeiras de BH. O Skate speed então seria como surfar ondas gigantes. A adrenalina que sinto descendo a mais de 100km/h é inexplicável, ainda mais apos-tando corrida com meus amigos.

Esporte: SkateModalidade: Speed downhillCidade: Belo Horizonte, MGIdade: 22 anos Altura: 1,85mPeso: 80kgNaturalidade: Belo Horizonte

Compete desde: 2007, tanto de longboard quanto speedMetas para 2010: Me dar bem no circuito mundial (5 etapas que acontecerão em 5 países da Europa), fora a etapa brasileira no RS.Melhores resultados em competições: 1° lugar no Ladeiras Eternas, que aconte-ceu na Praça do Papa, em 2007; 1° lugar Campeonato de Slalom do Alphaville, em 2008; 6° lugar no Mundial em 2009 (ladeira mais rápida do mundo, atingindo velocida-des impressionantes de até 120km/h).Contato: [email protected] (31) 9926.2825

Atenção, atleta em busca de patrocínio, cadastre-se na seção Adote um Atleta no portal Ragga (ragga.com.br), ou escreva para: [email protected]

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Para entender a importância de Tony Alva na história do skate, é preciso di-vidir a sua vida em dois momentos. De um lado, em 1974, tem-se um moleque californiano de ascendência mexicana ir-reverente e destemido já aos 17 anos de idade. De todos os membros da equipe Z-Boys, era o primeiro a encarar um pico novo, desafiar surfistas veteranos e a se destacar no meio de uma legião de ska-tistas que estava nascendo nos arredores de Venice, um distrito à oeste de Los An-geles, de onde o skate ganhou o mundo. Sempre gostou de ser a estrela, o centro das atenções, o melhor. Ao contrário dos amigos Jay Adams e Stacy Peralta, que estavam apenas se divertindo, queria le-var o esporte a um estágio seguinte, que-ria competir, e queria vencer.

Do outro lado, já no século 21, é pos-sível esbarrar nas praias da Califórnia com um Tony Alva sereno, seguro de si, e com uma aparência não mais abenço-

ada como nos idos dos anos de 1970. Esse cidadão americano é surfista, skatista profissional, tem uma marca de shapes com o próprio nome, viaja o mundo como Embaixador da marca Vans, toca baixo em uma banda punk e ainda se apresenta como DJ em alguns campeonatos e inferninhos da costa oeste dos Esta-dos Unidos. Agora, é mais feliz, não há dúvidas. Dá para sentir isso na sua voz quando conta: “Quando criança, o grande objeti-vo era competir e ser o melhor. Hoje, me sinto confortável com o lugar em que estou no mundo do skate. Não é uma competi-ção, sabe? É uma maneira de se divertir”.

O Tony Alva menino, com o mundo sob seus pés, inventou à sua maneira como se devia andar de skate. Foi o primeiro skatista do mundo a estampar páginas e páginas de jornais e revistas espalhados de diferentes continentes com títulos, tro-féus e patrocínios invejáveis, ampliando e promulgando o es-porte muito além das piscinas de Dogtown, da Califórnia, da América. Se Jay Adams colocou estilo e rebeldia no esporte, Tony assinou “Alva” por cima, folgado e agressivo, exatamente como era nas pistas. É dele a primeira manobra aérea que se tem gravada na história, um simples frontside air. Graças a ele, existe a imagem de que o skatista pode ser rico, famoso e pres-tigiado no mundo das celebridades.

Quase quatro décadas depois, aos 52 anos, Tony Alva, hoje,

TONY ALVA HOJE

Ele colocou estilo, irreverência e fama no skate. Tem uma marca com o seu nome, surfa, viaja pelo mundo

e toca baixo em uma banda. Agora, o Z-Boy mais famoso da história

parece, finalmente, feliz onde está

por Bernardo Biagioni

PERFIL

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é a personificação de um sonho antigo, quase adormecido mesmo no peito de Jay Adams: viver do skate. Sua história — e dos amigos — foi parar no cinema pelo menos três vezes: ‘Skateboard: The movie’, de 1978; o documentário ‘Dogtown and Z-Boys’, de 2005, dirigido pelo companheiro Stacy Peralta; e o controverso filme/documentário ‘Os Reis de Dogtown’, da mesma diretora de ‘Aos treze’, Catherine Hardwicke. “Se você quer que sua história seja contada, é preciso fazer alguns sacrifícios”, pontua. Ou avisa.

Esse é o Tony Alva desta entrevista, realizada pelo telefone, enquanto o ame-ricano estava em São Paulo para cumprir agenda com a Vans. Não é o menino in-dolente de 1974, mas, sim, um dos pou-cos homens que conseguiram sobreviver em cima das quatro rodinhas. Não é o filho de mexicanos que nasceu em Santa Mônica, mas, sim, um homem do mun-do. É o Tony Alva vencedor — exatamente como sempre gostou de ser anunciado.

Você anda de skate todos os dias?Na verdade, depende. Normalmen-

te estou acordando bem cedo — moro na California — e vou logo para a praia. Costumo surfar antes de andar de skate. Com meu trabalho como Embaixador do Skate pela Vans, fica um pouco compli-cado andar todos os dias. Mas todas as vezes que eles querem que eu ande, vou lá e faço.

Ando algumas vezes pela manhã, principalmente quando o mar não está muito bom para o surfe. Mas normal-mente é pela tarde, daí faço uma série de coisas antes de subir no skate, como alongamento, ioga etc. Quando você vai ficando mais velho, um bom preparo físi-co se torna muito mais importante para ser um skatista profissional.

E dá para sentir o mesmo prazer de antes?

Sim, definitivamente. Penso que, à medida que vou ficando velho, minha técnica vai se aperfeiçoando. Hoje, pro-vavelmente aproveito mais o skate do que quando tinha lá os meus 30, 40 anos. Agora, meu entusiasmo não é somente desenhar e andar nos skates que dese-nho com alguns amigos colaborando, mas também pelo fato de que... Quan-do era criança, o grande objetivo era competir e ser o melhor. Hoje me sinto confortável com o lugar em que estou no mundo do skate. Não é uma competição,

sabe? É só uma maneira de se divertir.

como é ser uma lenda do skate? Há certa responsabilidade por trás disso, não?

Existe uma responsabilidade, sim, mas também é muito importante ser como um embaixador do esporte e poder dividir a sua experiência. Uso a maior parte da minha experiência para, basicamente, dar às crianças uma dire-ção, dividir isso com os jovens e deixar eles sabendo que há esperança e futuro no skate. E também quero contar qual o caminho não seguir, uma vez que eu mesmo fiz algumas decisões erradas ao longo da minha vida.

Em que você acha que mais colaborou para o esporte?

Diria que contribui muito para a ati-tude e, também, para o estilo. Meu estilo provém da raiz do surfe, a fundação do esporte. O surfe foi, e é, uma parte mui-

Tony Alva, aos 52 anos, continua com o skate no pé.

“À medida que vou ficando velho,

minha técnica vai se aperfeiçoando”

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to importante do meu aperfeiçoamento para andar de skate. Sem ele, não teria nem um pouco do estilo que incorporei em cima das rodinhas. É um dom natural, uma habilidade que nasci com ela, o que eu só tenho a agradecer. Não falo isso tudo por questão de ego, nem me permi-tiria isso nessa altura da minha vida. Mas gosto de agradecer por ter nascido com essas qualidades. É algo muito maior do que eu mesmo.

Assistindo ao filme ‘Os Reis de Dogtown’, fica uma sensação de que você “se vendeu” para a indústria. Por outro lado, Jay Adams é o personagem verdadeiro, o moleque que criou o “es-pírito” do skate. Essa é a verdade?

Você não se vende para a indústria. O que acontece é que você faz acordos e, muitas vezes, os acordos que fiz... Bom, a Catherine [Hardwicke] é diretora e amiga minha, que, acredito, tinha como objetivo divertir as pessoas. E a parte de diversão que existe no filme é justamente quando ela se utiliza de senso de humor para con-tar a história. Muitas das coisas do filme

não são retratadas como no documentá-rio [‘Dogtown and Z-Boys’], que ficou bem próximo da história verdadeira do que aconteceu quando éramos crianças. ‘Os Reis de Dogtown’ é um filme apenas para deixar as crianças interessadas na nossa história e diverti-las. E é isso que ele faz. Se você quer que sua história seja conta-da, é preciso fazer alguns sacrifícios.

Esse filme deve ter trago mais crian-ças para o skate do que o documentário ou qualquer outro filme que eu já tenha feito. E ganhei muitos fãs por conta dele, muitos jovens e velhos skatistas. Mas mais crianças, porque crianças gostam de histórias, entende? E, no final, as coi-sas mudaram um pouco para ficar diver-tido, como se faz em Hollywood.

No final, os três se encontram no-vamente depois de uma grande turnê solo de cada um, então eles perdem um amigo, e aí a vida continua para cada um dos três personagens principais — no caso: Jay Adams, Stacy Peralta e eu. Entende? É um filme bom não só para quem anda de skate. Ele tem músicas bacanas e emoções.

Nos tempos de Dogtown, Tony Alva foi o primeiro a sair da piscina, em um memorável frontside air

Os skatistas, hoje, a maioria está se divertindo. E o prazer não está na competição, ou no destino, mas sim na jornada. E a jornada, para a maioria dessas pessoas, é acordar e já se animar com o que aquele dia pode oferecer

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Você ainda conversa com o Jay?Sim, uma vez ou outra. Jay e eu, sabe...

Nos encontramos ocasionalmente, mas não nos comunicamos com regularidade. Mas continuamos bons amigos, ainda temos muito em comum, principalmente no caso do surfe, que nós dois amamos.

E o Peralta?Sim. Stacy é um surfista, vejo-o sem-

pre na água. Mesmo na área em que crescemos quando éramos crianças, ele continua lá surfando pela manhã. As ve-zes é o mesmo lugar que estou.

como você vê o skate hoje? Acha que as pessoas têm o mesmo sentimento que você tinha quando começou a andar?

Estava em um skate Park ontem, em São Bernardo, com muitos skatistas brasileiros, e eles estavam se divertindo tanto quanto nós quando éramos crian-ças. Ás vezes, é até mais fácil para essas crianças. No Brasil, as ruas são muito boas para o esporte. Em outros países, ainda existe o desafio de encontrar luga-

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res onde se pode andar. E ainda tem que tomar cuidado para não ser preso.

E outra coisa é que a maioria dos skatistas, hoje, está se di-vertindo. E o prazer não está na competição, ou no destino, mas sim na jornada. E a jornada, para a maioria dessas pessoas, é acordar e já se animar com o que aquele dia pode oferecer. Normalmente se escolhe alguma coisa que esteja ligado ao es-tilo de vida do skate, porque, para quem anda, sabe que isso é muito mais do que simplesmente estar sobre uma prancha.

Você tem algum ídolo nessa nova geração do skate?Vi o Ryan Sheckler [20 anos, Califórnia] recentemente e

ele está indo muito bem. Ele me parece bem feliz, ainda está se divertindo, e tem muitas recompensas que outros skatistas adorariam ter. Ryan já fez algum dinheiro e a vida parece muito boa para ele. E ainda tem uma lista de crianças que são pro-fissionais, que estão fazendo alguma grana andando de skate. Isso tudo era muito complicado pra gente quando começamos. Era muito difícil de viver do skate.

E essa história que você tem uma banda?Sou o baixista. O baterista Amery Smith fez parte da for-

mação do Suicidal Tendecies e já tocou com os Beastie Boys na época que o grupo era mais hardcore. O vocalista é um grande amigo meu, o Crazy Tom. O nome da banda é GFP, que significa Generation for Peace. A gente toca um reggae um pouco hardcore, muito semelhante a The Clash e Bad Brains. Músicas bem originais.

Você precisa fazer um show no Brasil!Eu adoraria! E os caras da minha banda ficariam bem

animados. Amery já fez shows ao redor de todo o mundo en-

quanto tocava nas duas bandas. Mas, agora, ele está tocando apenas com a gente. É muito bacana, porque nós testamos 4 ou 5 bateristas antes dele chegar.

Estou sempre aprendendo a tocar baixo melhor. Prova-velmente não sou o melhor baixista do mundo, mas estou, definitivamente, me divertindo bastante e sempre ficando melhor. Nossa música é muito boa não só para os jovens, mas também para os skatistas old school, porque nossas influências são do punk rock, heavy metal e temos vários ele-mentos de heavy-funk-reggae.

Diante disso tudo – música, desenho, skate e surfe — quem é o Tony Alva hoje?

Basicamente, sou um embaixador da Vans, empreende-dor, músico, artista, surfista. E, mais do que qualquer coisa, acho que sou um cara, no meio do ramo do skate, que tem esperanças e que está lutando para levar o esporte para o próximo passo. Muita gente achava que você não poderia ser um profissional do skate depois dos 30, dos 40 anos, e, agora, sou o único skatista profissional no mundo a continuar ativo em dois séculos diferentes da história. Então, para eu sair e andar de skate, surfar, tocar em uma banda, tocar como DJ e fazer todas as coisas que faço, as coisas que amo — uma loja, uma galeria de arte, patrocinando crianças — isso tudo é a minha vida. A minha vida é baseada no lifestyle que envolve todas as coisas criativas do mundo que são excitantes e di-vertidas para mim.

A coisa mais importante é se divertir. Não leve muito a sé-rio o dinheiro, o ego, as competições. Tento me focar em ficar no momento, agradecer aos dons que Deus me deu, e seguir um passo de cada vez, um dia depois do outro, e uma hora de-pois da outra. Sempre na mesma direção: o progresso.

Os Reis de Dogtown é um filme apenas para deixar as crianças interessadas na nossa história e diverti-las. E é issoque ele faz

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Tony Alva com o velho amigo Stacy Peralta, diretor do documentário ‘Dogtown and Z-Boys’

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por Alex Capella

* A coluna Scrap S/A foi fechada no dia 20 de abril. Sugestões e informações para a edição de junho, entre em contato pelo e-mail da coluna.

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VAI DE VANS A Vans, marca californiana fundada em 1966, chegou ao mercado brasileiro, por meio de licença concedida à empresa 4 Branding. Para marcar a ativação da gri-fe por aqui, o filho do fundador da con-fecção, Steve Van Doren, e os legendá-rios skatistas Tony Alva e John Cardiel, estiveram em São Paulo, onde passaram por diversas lojas de skate, participaram de skate sessions em pistas locais e de uma festa no Inferno Club com show das bandas Anjos do Beco, Medellín e Grinders — a primeira banda de skate hardcore do Brasil. A marca acompa-nha e participa ativamente da história do skate desde os seus primórdios.

Até o fim do ano, a rede Viena Express levantará oito novas bandeiras em Belo Horizonte e em capitais como Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília. Para esses investimentos, serão necessários R$ 150 milhões. Há mais de 30 anos no mercado, com 63 unidades, quase dois mil funcionários e cerca de um milhão de atendimentos por mês, o Viena é um dos mais tradicionais grupos de restaurantes de São Paulo e do Rio de Janeiro. Desde outubro de 2007, integra um grupo internacional, que reúne ainda o Grupo RA, no Brasil, e a rede La Mansion (México e Republica Dominicana).

CAfé ExPRESS

ROCK E SURfE A Billabong elegeu o surfe e o rock como carros-chefes de sua nova estratégia de marketing no mercado brasileiro. A mar-ca fechou uma parceria com a Confede-ração Brasileira de Surfe e vai patrocinar a etapa nacional do World Tour, maior competição mundial desse esporte. A gri-fe também dará sequência a suas parce-rias com bandas de rock. Metallica e Foo Fighters já assinaram bermudas da grife, que recentemente ganharam também uma versão da banda Sepultura. Além dos eventos esportivos, a grife vai trazer para o Brasil o projeto beneficente Design For Humanity, que já rolou na Inglaterra, nos EUA e na Austrália.

A Forno de Minas, localizada em Contagem, hoje controlada pela MK Empreendimen-tos e Participações, pretende entrar no mercado de salgados congelados. A empre-sa, que inventou o pão de queijo congelado e industrializado no Brasil, oferecerá ao mercado, ainda este ano, uma linha de empadas, coxinhas e folhados. Inicialmente, a produção será voltada para lanchonetes e padarias. Além dos salgados, a empresa também começará a distribuição de pães de batata recheados e massas prontas con-geladas. Para isso, a empresa investiu R$ 20 milhões. A MK também é sócia de seis shoppings centers, um resort, um centro de logística, uma rede de estacionamentos presente em seis municípios brasileiros, além do Laticínios Condessa.

MÃO NA MASSA

DESAfIO GELADO

Sediada em Pouso Alegre, no Sul de Mi-nas, a Ice Bom conta hoje com 900 pon-tos de venda na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Até o final do ano, a em-presa espera ver a sua participação no mercado mineiro crescer 20%, mesmo sofrendo a concorrência dos gigantes do setor. A empresa é líder de mercado no Sul do Estado, no Vale do Aço e vem am-pliando também sua participação em ci-dades do Rio de Janeiro e de São Paulo. A fabricação de picolés, casquinhas, cones e sorvete a granel chega a 11 toneladas por dia.

Considerada a maior feira do agronegó-cio da cachaça no Brasil, a Expocachaça chega neste ano a sua 13° edição. De 28 de maio a 1° de junho, o evento acontece no Expominas, como âncora da 6° Supe-ragro Minas. A expectativa é que o núme-ro de quase 100 mil pessoas, alcançado em edições anteriores, seja ultrapassa-do nos cinco dias de evento. Além da ca-chaça, a feira vai abrigar também vários expositores de cervejas artesanais.

CERVEJA COM CAChAÇA

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