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Page 1: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer!” · escalçar as chuteiras, enxugar as lágrimas, despertar de um sonho e voltar à realidade. ... desenvolvimento dos anos 50, apesar
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“Quem sabe faz a hora não espera acontecer!”“Quem sabe faz a hora não espera acontecer!”Geraldo Vandré

escalçar as chuteiras, enxugar as lágrimas, despertar de um sonho e voltar à realidade. Diante do turbilhonamento por que passa o

mundo, principalmente, com os insistentes alardes da natureza, reclamando os desmandos e descasos da humanidade, pedimos perdão aos nossos leitores, nesse momento tristonho, por nossa ousadia, em acharmos que o desastre de nossa Seleção na Copa do Mundo foi, de certo modo, providencial.

DD

Um país que, apenas, começa suas atividades, de fato, no mês de março, após o Carnaval; que se faz recordista de feriados e pontos facultativos em seu calendário; que tem um povo “alegre”, mas sem consciência dos verdadeiros problemas que o rodeiam, pois, embora envolvido com os mesmos, por ser eleitor, na verdade, em quase sua totalidade, permanece descomprometido com o processo eleitoral; que recebe, mais uma vez, ao tropeçar em suas próprias pernas, a oportunidade (quem sabe, até, concedida pela Vontade Divina) de uma profunda reflexão!

A desclassificação de nossa Seleção nos desperta de um ilusório sonho, embalado ao som “Wonder World”, de Louis Armstrong, e nos chama para a realidade, convocando-nos a assumirmos nossas responsabilidades como cidadão. Maquiavelicamente, nossos governantes “coincidiram” as eleições presidenciais, de quatro em quatro anos, com o ano de Copa do Mundo, estratégia, que desvia os olhos já poucos aguçados e desinteressados do eleitor, no momento do pleito eleitoral, em que deveríamos estar mais atentos. Como torcedor, estamos tristes e sofremos com os 190 milhões de brasileiros, por termos provado a “azeda laranja holandesa”, mas, como eleitor, vemos que valeu como um despertar.

A mídia insiste em anunciar que existe um empate técnico nas intenções de voto entre Dilma e Serra, exercendo uma pressão subliminar nos eleitores, direcionando as atenções, apenas, para esses, como se não existissem outros candidatos em condições. Aproveita que muitos estão acostumados a decidir com a opinião que outros lhes impõem. Chega a chamar essa disputa eleitoral de “Voto de Sophia”, em relação a um fato acontecido nos campos de concentração nazista, conhecido como “A Escolha de Sophia”, quando uma mãe judia foi obrigada a escolher quem iria morrer, a filha ou o filho. Assim, quer obrigar-nos a pensar que, apenas, teremos que votar em um ou em outro.

Mas nem tudo está perdido! A aprovação do

Projeto Ficha Limpa, que não permite a eleição de políticos processados, passou pelo Supremo, e isso traduz a insatisfação do eleitor e o início de um “Basta”.

Por outro lado, alguns Irmãos reclamam que, atualmente, a Ordem Maçônica nada faz diante de tantos escândalos. Precisam conhecer melhor os bastidores de sua história, a fim de descobrirem que existiram, sim, valorosos Irmãos, isoladamente, ou, até mesmo, um pequeno grupo deles, que criaram Revoluções e derrubaram Bastilhas, e não a Ordem em si. Vemos até, que, como Ordem, a Maçonaria atual, embora muito pouco tenha feito do que se espera, tem sido mais atuante que outrora. A verdade é que a Maçonaria somos todos nós! Se quisermos que ela mude sua postura, temos que mudar a nossa e participarmos, de fato, como melhores cidadãos, pais, patrões, maridos, em resumo, como seres humanos.

Aproveitemos que o sonho do Hexa foi adiado para 2014 e volvamos nossas

atenções para o que, de fato, interessa: o exercício da cidadania!

Nosso povo sofre de “banzo”, com saudades dos grandes estadistas, como Juscelino e Getúlio. Estamos longe, politicamente falando, de

encontrarmos o remédio para esse mal. Contudo, a fim de induzirmos a uma

reavaliação da situação atual de nossa política, na coluna Destaques,

publicamos a matéria sobre Getúlio Vargas, de nosso Irmão Edivaldo Ribeiro, no mês em que, há 56 anos, o Brasil chorou sua obscura morte.

Há 30 anos, chegava ao Brasil a Ordem DeMolay e, através da matéria do Irmão Juliano Braga, Grande Mestre Estadual do Rio de Janeiro, prestamos nossa merecida homenagem, inaugurando a mais nova coluna de nossa Revista, “Ordens ParaMaçônicas”, visando a trazer à luz a origem, a chegada ao Brasil e o excelente trabalho dessas Ordens, em prol de um mundo melhor.

Convidamos a todos a lerem, refletidamente, a matéria “Origem dos Mistérios”, a fim de entenderem a excelsitude do trabalho da Divindade em prol da evolução humana.

Boa leitura! encontrar-nos-emos na próxima edição! ?a b

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CapaCapa – Ordem DeMolay – 30 anos de Brasil.................Capa – Ordem DeMolay – 30 anos de Brasil.................CapaEditorialEditorial.....................................................................................2.....................................................................................2DestaquesDestaques O Legado de Getúlio Vargas O Legado de Getúlio Vargas.....................................................................................................3.3 A Vontade para o Bem ou a Boa Vontade.....................5 A Vontade para o Bem ou a Boa Vontade.....................5Informe Cultural Informe Cultural – CPRS Cavaleiros do Santo Graal.........6– CPRS Cavaleiros do Santo Graal.........6

Os Grandes Iniciados Os Grandes Iniciados - A Origem dos Mistérios...............6- A Origem dos Mistérios...............6Trabalhos Trabalhos A Ordem dos Cavaleiros TeutônicosA Ordem dos Cavaleiros Teutônicos................................9................................9

A Corde de 81 Nós..............................................................11 A Corde de 81 Nós..............................................................11 Ordens ParaMaçônicas Ordens ParaMaçônicas Há 30 Anos Liderando o Caminho...................................12Há 30 Anos Liderando o Caminho...................................12 Reflexões Reflexões Aos Que Têm Medo de Errar.............................................13 Aos Que Têm Medo de Errar.............................................13 LançamentosLançamentos Da Perícia ao Perito / Palestra Maçônicas...............................14Da Perícia ao Perito / Palestra Maçônicas...............................14Boas DicasBoas Dicas............................................................................................15............................................................................................15Ficha TécnicaFicha Técnica.......................................................................................15.......................................................................................15

O Legado de Getúlio VargasO Legado de Getúlio Vargas

Edivaldo Ribeiro Revista Arte Real, comprometida com a construção de um mundo melhor e, em particular, com um Brasil justo e digno, palco da

manifestação do Avatara da Era de Aquarius, profetizado em Antigas Escrituras, jamais poderia, às vésperas de mais um pleito eleitoral, deixar de oferecer uma matéria com o objetivo de levar nossos leitores, em tão importante momento, a uma profunda reflexão. Socorremo-nos, portanto, do estudioso Irmão Edivaldo Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Eubiose, que nos brindou com esse belíssimo trabalho de sua lavra: “O Legado de Getúlio Vargas”.

AA

Usando uma abordagem inteligente e demonstrando enorme poder de síntese, o autor traduziu, em poucas linhas, a grande obra política de Vargas, de forma a nos chamar à razão quanto à importância de se bem escolher um estadista e, consequentemente, da imensa responsabilidade que nos recai aos ombros em outubro próximo.

Desfrutemos dessa elucidativa aula sobre um dos maiores estadistas que esse país já conheceu.

“Getúlio Vargas governou o Brasil em dois períodos: de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Sua longa permanência no poder tornou-o uma das personalidades mais marcantes da vida política nacional no século XX e permitiu que se falasse em uma "Era Vargas". O Estado Brasileiro passou a desempenhar um papel central, tanto no período de governo autoritário (de 1937 a 1945), quanto no período de democracia (de 1951 a 1954). Pode-se dizer que, em seu governo, o Estado cresceu em tamanho, em poder e se tornou o principal responsável pelo processo de modernização do Brasil. Abriu caminho à ocupação do

território, e estabeleceu a infraestrutura para o desenvolvimento industrial. Criou as leis trabalhistas e começou a redimir o povo brasileiro da servidão às oligarquias, a que vinha sendo submetido.

Seus herdeiros políticos mais diretos foram João Goulart, Leonel Brizola e o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro (não confundir com o atual PTB), que falaram em seu nome após sua morte; citemos, também, vinculados ao seu legado, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves.

Entre 1937 e 1945, duração do Estado Novo, Getúlio Vargas deu continuidade à estruturação do Estado, orientando-se cada vez mais para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico. Em linhas gerais, o regime propunha a criação das condições consideradas necessárias para a modernização da nação: um Estado forte, centralizador, interventor, agente fundamental da produção e do desenvolvimento econômicos.

Seguindo essa linha de pensamento nacionalista, Getúlio Vargas desenvolveu um sólido projeto para o Brasil, em cujo período foram criados vários órgãos e empresas, dentre os quais destacamos: Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale do Rio Doce, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade do Brasil (transformou-se depois na UFRJ), Programa "Hora do Brasil", Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Usina de Volta Redonda, Hidrelétrica de Paulo Afonso e a Petrobrás. Nesse período, a expressão maior foi a luta para a implantação do monopólio estatal sobre o petróleo, com a criação da Petrobras, e sob o lema “O Petróleo é nosso”.

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O governo de Vargas sofreu muitos obstáculos para criar e implementar reformas no país, pois enfrentou oposição cerrada por parte dos políticos do antigo partido UDN e da maioria da Imprensa. A UDN defendia o pensamento Liberal e congregava a elite brasileira, as oligarquias, parte da classe média urbana e a maioria da imprensa. A oposição udenista, encabeçada por Carlos Lacerda para combater o Presidente Getúlio Vargas, era sustentada pela maioria da imprensa brasileira. Coube à UDN provocar as mais graves crises institucionais, toda vez que Getúlio Vargas pretendia instituir reformas na sociedade.

O estopim da crise, que levaria ao fim de Getúlio, começou quando seu Ministro do Trabalho, João Goulart (Jango), propôs aumento de 100% para o salário mínimo. A UDN se agitou. A pressão foi tanta, que Jango perdeu o cargo. Assim, alguns meses depois, sofrendo forte pressão durante reunião ministerial, realizada na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954, Vargas se viu confrontado com a eminência da renúncia, ou, então, ser deposto. Diante de situação tão conflitante, suicidou-se com um tiro no coração, deixando uma Carta-Testamento, documento histórico, onde acusa os inimigos da Nação, como os responsáveis por seu suicídio. Esse trágico acontecimento concorreu para adiar, por 10 anos, um golpe em curso, sob a liderança da UDN. Também, foi graças a seu gesto que Juscelino Kubitschek pôde eleger-se, assumir a Presidência e nos proporcionar o grande salto de desenvolvimento dos anos 50, apesar das constantes ameaças de golpe por parte da UDN.

Muitos anos depois, durante a década de 90, parte do legado de Getúlio foi destruído pelas medidas neoliberais, implantadas, principalmente, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Quando tomou posse pela primeira vez, em janeiro de 1995, FHC pronunciou um discurso dizendo que sua missão seria “acabar com a Era Vargas”. Seguindo a cartilha do Neoliberalismo, o governo FHC (1995 a 2002), juntamente com alguns governos estaduais da época, privatizou empresas estatais brasileiras, muitas delas altamente lucrativas. A maioria foi vendida para grupos estrangeiros. O desmonte do Estado foi o que se viu, assim como procurou dar abertura plena ao capital internacional, por exemplo, através da quebra do monopólio do petróleo, criado na “Era Vargas”. A doutrina liberal da UDN tinha

como uma de suas pautas ser favorável ao capital estrangeiro e à iniciativa privada. Assim, essa doutrina foi, literalmente, colocada em prática pelos partidos PSDB e PFL, durante o governo FHC, através das políticas neoliberais.

Entretanto, o que restou da herança governamental de Getúlio Vargas permitiu que, no presente momento, o Brasil saísse da crise financeira internacional, iniciada em 2008. O Ministério da Fazenda soube aproveitar, com muita habilidade, esses instrumentos de Estado, deixados pela Era Vargas (empresas e bancos estatais, principalmente, o BNDES e a Petrobrás), para reverter a crise, mover e recuperar a economia brasileira. Hoje, o Brasil é respeitado pelo cenário internacional por esse sucesso econômico.

O projeto de desenvolvimento, implantado no Brasil pelo Presidente Getúlio Vargas, é Nacionalista e bem nosso! Getúlio lançou as bases para uma forma de Governo de que o Brasil precisava e, ainda, precisa, é só aperfeiçoá-la e adequá-la aos tempos modernos. Getúlio abriu o caminho a

ser seguido e deu o impulso inicial para o desenvolvimento de um modelo, genuinamente, brasileiro.

É importante analisar a concepção da forma de governo de Getúlio à luz do modelo Keynesiano, teoria econômica, consolidada pelo matemático e economista inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, em 1936. O Keynesianismo consiste numa organização político-

econômica, oposta às concepções liberalistas e neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego e bem-estar social.

Foi esse modelo que inspirou o nosso Irmão Maçom Franklin Delano Roosevelt a criar o programa de recuperação econômica dos EUA, chamado “New Deal” ou Novo Ajuste, após a depressão econômica dos EUA, iniciada em 1929, com a quebra da Bolsa de Valores. Roosevelt governou os EUA de 1933 a 1945. No Brasil, Getúlio Vargas adotou um modelo semelhante ao criar o Estado Novo. Toda a política econômica de Vargas, com concepção do papel do Estado na economia, foi keynesiana, apesar de o seu modelo ter sido criado antes de Keynes publicar seu trabalho. As políticas de Getúlio Vargas tinham muito em comum com as de Roosevelt. Ambos colocaram o Estado no centro da vida econômica de seus respectivos países.”. ?

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...Meu sacrifício ficará para sempre em sua..Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma (povo) e meu sangue terá o preço doalma (povo) e meu sangue terá o preço do meu resgate. Lutei contra a espoliação domeu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo.Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, asTenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meuinfâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida, agora,ânimo. Eu vos dei a minha vida, agora, ofereço a minha morte. Nada receio.ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente, dou o primeiro passo noSerenamente, dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida paracaminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.entrar na história.

Getúlio Vargas (Carta-Testamento)Getúlio Vargas (Carta-Testamento)

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A Vontade para o Bem ou a Boa VontadeA Vontade para o Bem ou a Boa Vontade

Marcos José Santos da Silva* ser humano é sempre responsável pelo seu destino. Sendo adulto e com saúde física e mental, deve direcionar sua vida para o bem se desejar

encontrar a felicidade.OO

Existem duas condições a que estamos sujeitos ao longo da nossa vida: uma delas é o nosso próprio destino; a outra, a nossa predestinação. O destino, que nos está reservado, vai depender da nossa vontade humana ou do nosso raciocínio lógico e analítico, enquanto a nossa predestinação, a que estamos sujeitos antes mesmo do nosso nascimento, é ditada pela Vontade de Deus, O Supremo Arquiteto (Criador) do Universo.

A predestinação traz, com ela, a herança de toda a carga cármica dos nossos antepassados dos dois ramos da nossa família e de nossas próprias vidas passadas, que fornece à raça humana, a que pertencemos, o local onde nasceremos, a família a que pertenceremos, as doenças a que estaremos sujeitos ao longo da nossa vida e outros fatores cujo controle não nos pertence.

Já o nosso destino depende inteiramente de nós porque nossa vontade humana vai interagir com a nossa predestinação, conduzindo-nos para a felicidade ou para a infelicidade, que pode ser na riqueza ou na pobreza, dependendo de onde a providência Divina nos colocou.

A vontade humana é a manifestação da nossa liberdade de agir no plano psicológico, sendo conhecida como Livre Arbítrio, que, por sua vez, é a nossa faculdade de julgar e resolver problemas ou, ainda, de decidir o que devemos ou não devemos fazer. É através dele que vamos decidir como será a nossa vida, como levar uma vida virtuosa, evitando todos os tipos de vícios e de maus costumes de uma vida tortuosa. Isso deve ser observado, porque, mesmo reafirmando o livre arbítrio ou a liberdade psicológica, o ser humano vai tornando-se escravo dos vícios e dos maus costumes, perdendo, consequentemente, a sua liberdade moral.

Existe, ainda, o aspecto do comportamento em relação às pessoas com quem nos relacionamos, porque o nosso livre arbítrio pode fazer com que nos comportemos egoisticamente, não nos importando com o bem-estar alheio, ou agindo com avareza, vaidade, desprezo, discriminação, preconceitos e excesso de apego a bens e coisas materiais.

O livre arbítrio exige do ser humano um esforço contínuo de luta contra forças conhecidas e desconhecidas, dando-nos dá a glória de optar pela virtude e pelo bem voluntariamente, agindo no dia-a-dia com altruísmo e boa vontade em todas as circunstâncias, mas, também, dá-nos o tremendo poder de optar pelo mal e pelo vício, que, invariavelmente, conduz o ser humano para a desgraça e para a infelicidade. É preciso, pois, ouvirmos a voz da nossa consciência, o sentimento ou percepção do que se passa em nós, ou a voz secreta da alma, aprovando ou reprovando as nossas ações.

O livre arbítrio é, portanto, o meio para atingirmos a liberdade moral, conduzindo-nos a um destino de paz e harmonia. Para que a nossa vontade para o bem se manifeste continuamente, devemos, pois, procurar alcançar, sempre, a liberdade moral, eliminando todos os obstáculos que nos impeçam de manifestar, plenamente, os impulsos da virtude nos nossos atos cotidianos.

A Liberdade Moral é um dos fins supremos da Ordem Maçônica, juntamente com a Igualdade e a Fraternidade,

porque entendemos que o homem livre e de bons costumes é imune a qualquer coerção psicológica ou social que o impeça de tender, através dos seus atos, à materialização do bem e à concretização, cada vez mais aperfeiçoada, da sua natureza humana, constatando que todos os seres humanos são iguais, procurando, por esse motivo, concretizar que a Fraternidade Universal se estabeleça

na face da terra, transformando em paraíso esse mundo infeliz e caótico em que estamos vivendo.

No Ensinamento “Concretização da Verdade”, o Líder Espiritual Messiânico, Meishu-Sama, assim se expressou:

“... Deus concedeu ao homem a liberdade infinita. Eis a Verdade. As outras criaturas, como os animais e os vegetais, gozam de liberdade limitada. Aqui se percebe a superioridade do homem. Falar da sua liberdade é dizer que ele ocupa o ponto médio entre os dois extremos – o animal e o Divino.

Quando ele se eleva, torna-se Divino; quando se corrompe, equipara-se ao animal. Se desenvolvermos esse princípio, veremos que basta ao homem querer para que o mundo se converta em Paraíso. Caso contrário, ele faz do mundo um inferno. Essa é a Verdade...”. ?*O autor é membro fundador da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes.

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Fundação do Consistório Cavaleiros do Santo GraalFundação do Consistório Cavaleiros do Santo GraalFrancisco Feitosa

Sul de Minas, que, nos últimos anos, vem respirando novos ares, no que se refere aos Graus Filosóficos, com o soerguimento dos Altos Corpos, fundação de outros e a consequente criação da 14ª Inspetoria Litúrgica, jurisdicionada ao Supremo Conselho do Grau 33º do

R∴E∴A∴A∴ da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, tem mais um excelente motivo para se encontrar em festa. No dia 22 de abril, próximo passado, um grupo de Irmãos reuniu-se e fundou o Consistório de Príncipes do Real Segredo, que recebeu o nome de “Cavaleiros do Santo Graal” e que funcionará no Oriente de São Lourenço, MG, sob a presidência do nosso querido Irmão João Geraldo de Freitas Camanho, 33º.

OOA Instalação e Posse desse mais novo Alto Corpo se deu de forma memorável no dia 17 de julho, quando, na

oportunidade, foi realizada uma Iniciação do Grau 31º. A histórica Sessão foi prestigiada por vários Irmãos da Região Sul-Mineira e de Belo Horizonte. Ressalta-se, também, a presença de uma Comitiva do Rio de Janeiro, composta por Irmãos da

Loja Maçônica Perfeita União 8 nº 70, Loja-Mãe do Presidente do Consistório, que fizeram questão de prestigiar sua posse.

Como Grande Inspetor Litúrgico dessa Região, fico muitíssimo orgulhoso de vê-la, a cada dia, mais pujante, fruto do trabalho coletivo e dedicação de valorosos Irmãos Grandes Inspetores Gerais da Ordem, conscientes de suas atribuições e predispostos a trabalhar com denodo, para que outros Irmãos possam ascender aos degraus dos excelsos ensinamentos do R∴E∴A∴A∴, e, hoje, contemplemos esse imenso sucesso, além de fazer valer, na prática, os versos de nosso Irmão e poeta lusitano Fernando Pessoa:

“Tudo vale a pena / se a Alma não é pequena!”Que o Senhor dos Mundos continue, sempre, abençoando nossa Região! ?

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A Origem dos Mistérios*A Origem dos Mistérios*

erde-se, na noite dos tempos, a existência da Doutrina Esotérica. Conheciam-na todos os grandes povos da antiguidade, tanto na Ásia como na África, Europa,

América e Oceania, segundo demonstra a universalidade de seus símbolos, gravados em caracteres indeléveis, nos respectivos templos. E quem houver penetrado nas profundezas dessa Ciência, lerá sempre as mesmas verdades, tanto nos muros de Palenque, como nos de Luxor; nos pagodes lavrados na entranha das rochas, na Índia, como nos restos ciclópicos de toda a região mediterrânea, e nos colossos da existência de raças e continentes submersos.

PP

Os brâmanes da Índia, do mesmo modo que os Ioguis do mesmo País; os hierofantes do Egito, os profetas de Israel, os essênios cabalistas, os gnósticos, os druidas, os cristãos, como ainda, todos os filósofos e pensadores, possuíram Doutrinas

Esotéricas, ou melhor, a mesma Sabedoria Infinita das Idades. O Livro dos Mortos do antigo Egito contém a Doutrina

Esotérica do Egito; a Filosofia Yoga, o Esoterismo da Índia; a Cabala, a dos hebreus. E assim por diante.

Pela tradição, tem Ela vindo até os nossos dias, embora com certas lacunas e erros, devido a falsas interpretações, pois, como já dizia o Mestre Jesus, "por baixo da letra que mata, deve ser descoberto o Espírito, que vivifica".

Os ensinamentos da Doutrina Arcaica, por sua vez, dizia Blavatsky, têm uma origem divina, que se perde na noite dos tempos. E "origem divina" não quer dizer uma revelação, feita por um Deus antropomorfo, em cima de uma montanha, cercado de raios e trovões, mas, segundo o compreendemos, uma linguagem e sistema de ciência, comunicado à humanidade primitiva por outra tão adiantada, que parecia divina aos olhos daquela.

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Diz-se que, no começo, não havia necessidade de Mistérios Iniciáticos. O conhecimento (Vidya) era propriedade de todos e predominou universalmente durante a Idade de Ouro ou Satya-Yuga. Segundo o comentário, "os homens não haviam, ainda, praticado o mal, naqueles dias de felicidade e pureza, por serem justamente de natureza mais divina do que terrena. Porém, ao se multiplicarem rapidamente, múltiplas foram, também, as idiossincrasias do corpo e da mente. E o espírito encarnado manifestou-se em debilidade. Nas mentes menos cultivadas e sãs, enraizaram-se certos exageros contrários à natureza e consequentes superstições. Dos desejos e paixões, até então desconhecidos, nasceu o egoísmo, pelo qual abusaram os homens de seu poder e sabedoria, até que, finalmente, foi preciso limitar o número dos conhecedores". Assim, teve lugar a Iniciação e seus Mistérios.

Cada povo adotou um sistema religioso de acordo com a sua capacidade intelectual e necessidades espirituais. Porém, como os sábios prescindissem do culto e das simples formas, restringiram a bem poucos o verdadeiro conhecimento ("Muitos serão chamados e poucos os escolhidos"). A necessidade de encobrir a Verdade (donde o termo "Ísis velada"), para resguardá-la de possíveis profanações, fez-se sentir, cada vez mais, em cada geração, e, assim, converteu-se em Mistério.

Foi Ele, então, adotado entre todos os povos e países, procurando-se, ao mesmo tempo, evitar discussão a respeito, permitindo, entretanto, que, nas massas profanas (os "impúberes-psíquicos"), fossem introduzidas crenças religiosas esotéricas inofensivas, adaptadas, no começo, às inteligências vulgares - como "róseos contos infantis" - sem receio de que a fé popular prejudicasse as filosóficas e transcendentais verdades, ensinadas nos Santuários Iniciáticos, mesmo porque não devem cair, no domínio público ("Margaritas ante porcos" ou "Não atireis pérolas aos porcos"), as observações lógicas e científicas dos fenômenos naturais (tidos como milagres pelos ignorantes), condutoras do homem ao conhecimento das Eternas Verdades, destinadas a aproximá-lo dos umbrais da observação, livre de prejuízos, mais capaz, por isso mesmo, de melhor distinguir as coisas, não com os olhos físicos, mas, sim, com os espirituais.

O grande místico hindu Sri Aurobindo teve ocasião de dizer, em seu maravilhoso livro “Aperçu et Pensées”, o seguinte: "Cada religião ajudou a Humanidade. O

paganismo aumentou, no homem, a luz da beleza, a largura e a altura da vida, a tendência para uma perfeição multiforme. O Cristianismo deu-lhe uma visão de Caridade e Amor Divinos. O Budismo mostrou-lhe um nobre meio de ser mais Sábio, mais doce, mais puro. O Judaísmo e o Islamismo, como ser religiosamente fiel em ação, e zeloso na sua devoção por Deus. O Hinduísmo abriu-lhe as mais vastas e as mais profundas possibilidades espirituais. Seria uma grande coisa se todas essas visões de Deus se pudessem abraçar (a Frente Única Espiritualista, pela qual vem batalhando a Sociedade Brasileira de Eubiose desde o seu início) e se fundir uma na outra; porém, o dogma intelectual e o egoísmo cultural barram o caminho. Sim, todas as religiões salvaram um grande número de almas, mas nenhuma foi, ainda, capaz de espiritualizar a Humanidade. Para isso, não é o culto e a crença o necessário, englobando tudo que seja de desenvolvimento espiritual

próprio". Blavatsky, por sua

vez, corroborou as nossas palavras: "O Teósofo não crê em milagres divinos ou diabólicos, nem em bruxos, nem em profetas, nem em augúrios, mas, tão somente, em Adeptos (Iniciados), capazes de realizar fatos de caráter fenomênico a quem julgar "por palavras ou atos" (isto é, aos que se fizerem dignos de tamanha honra...).

E é a razão porque, para os não-iniciados nos referidos Mistérios, tais fenômenos não são mais do que "extravagâncias e fantasias". Mas, em verdade, "fatos estranhos" para os que, com eles, jamais se preocuparam. Não se deve, pois, negar, seja o que for, sem conhecimento de causa... Ou melhor, sem investigação própria.

São, ainda, de Blavatsky, as seguintes palavras: "O estudante de Ocultismo (ou Teosofia) não deve professar religião alguma, embora deva respeitar qualquer opinião ou crença para chegar a ser um Adepto".

Seu único dogma, como "livre pensador" é o da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de crença, sexo, casta, cor, etc. Seu único e Supremo Mestre, o Eu-Interno ou Divino, o Espírito, cuja voz é da Consciência emancipada.

Quanto à Ciência oficial, tudo quanto julga como seu - do mesmo modo que as religiões, filosofias, línguas, seja o que for - já pertenceu à Teosofia (ou Ocultismo). Mas, infelizmente - como foi dito em outros lugares - acha-se completamente adulterado. Desse modo, a Teosofia começa onde a Ciência oficial termina.

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E é assim que a Astronomia de hoje é a Astrologia de outrora; a Química, a Alquimia; a Medicina, a Magia Teúrgica, etc., etc.

Em resumo: se, no grego, tal Sabedoria tem o nome de Teosofia, no sânscrito, possui ela outros muitos; chama-se Sanatama-Dhârma, Gupta-Vidya, Brahmâ-Vidya, respectivamente, Sabedoria da Lei, Ciência Secreta, Sabedoria Divina, ou ainda, Iluminação, Conhecimento, etc. O mesmo termo Gnose não quer dizer outra coisa senão Iluminação, Conhecimento Perfeito, donde, Gnósticos, Iluminados, Sábios, etc.

Teósofos ou Neoplatônicos, ecléticos ou harmonistas, eram chamados os filósofos alexandrinos, que, com Amônio Sacas, quiseram deduzir, da Gnose, o estudo comparado das religiões, normas científicas de conduta.

O mesmo Amônio Sacas não conseguiu religião alguma concreta, e seus sucessores, embora de campos opostos, como Porfírio (o Mosaísmo), Jâmblico (a Teurgia Egípcia), Proclo (o Ocidentalismo), Plotino (Gnose Cristã), etc., foram chamados "Filaléteos" ou "amantes da Verdade", sem véu religioso.

"Ecléticos ou Sincretistas", por seu espírito de crítica; "Harmonistas", por buscarem a Suprema Síntese Filosófica; "Analogistas", por aplicarem a chave hermética de que "o que está em baixo é como o que está em cima"; e Teósofos, enfim, por buscarem para o homem vulgar a Suprema Ciência da “Superação”, que há de fazer dele um rebelde, um Titã, um Prometeu, um Herói, um super-homem, enfim, como diria o vulgo, mas, em verdade, um Iluminado.

Os termos Buda e Cristo não pertencem a nenhum indivíduo, mas representam categorias a que podem chegar os homens, porquanto Buda provém do Bodi sânscrito, que quer dizer Sábio, Iluminado, etc. Do mesmo modo que o Bod tibetano, com o mesmíssimo significado; como prova, o Tibete, chamado Bod-Yul, ou "País do Conhecimento, da Sabedoria Perfeita", etc. Quanto ao termo Cristo, provém do Krestus grego, que quer dizer Ungido, Iluminado.

Só o desconhecimento dessa mesma Sabedoria Eterna pode levar os prosélitos das várias religiões existentes a se digladiarem mútua e estupidamente, como se todas elas não fossem "pálidos raios seus". Ou como disse o grande Teósofo espanhol, Mario Roso de Luna, "embaciados espelhos onde a mesma (Sabedoria Eterna) se reflete".

Amônio Sacas foi um grande e eminente filósofo, que viveu em Alexandria, entre o segundo e terceiro séculos de nossa era. Foi o fundador da "Escola Neoplatônica" dos Filaléteos ou "Amantes da Verdade",

como foi dito anteriormente. Nasceu de pais cristãos e era pobre. Possuía, entretanto, uma bondade tão grande, que o cognominaram, desde logo, "Theodidactus" ou "ensinado (guiado) por Deus", etc. Venerou a tudo quanto de bom existia no Cristianismo, porém rompeu com o mesmo e com suas Igrejas, ainda jovem, por não ter encontrado, em seu seio, coisa alguma superior às antigas religiões, mas, apenas, cópias e adulterações suas. Seus Mestres foram Pitágoras e Platão.

Ensinou ele que "a religião das multidões correu sempre “paripassu” com a filosofia e, com esta, foi corrompendo-se gradualmente, por vícios de conceitos, mentiras e superstições puramente humanos. Era necessário, portanto, restituí-la à sua original pureza, por isso mesmo, expurgando-a da escória e interpretando-a filosoficamente, pois o propósito de Jesus foi restabelecer, à sua prístina integridade, a Sabedoria da Antiguidade; reduzir o domínio da superstição que prevalecia no mundo, corrigir os erros introduzidos nas diversas religiões e tudo quanto pudesse servir de obstáculo à rápida evolução do homem, na sua marcha para o divino". Pelo que se vê, era um verdadeiro Teósofo, sem deixar, por isso, de ser um cristão, budista, etc.

Blavatsky, por sua vez, ensinou "que o Teósofo não deve sujeitar-se às opiniões alheias, formando ele as suas próprias convicções, de acordo com as regras de evidência, que lhe proporciona a ciência a que se dedica, sem atender a encômios de fanáticos sonhadores e a dogmatismos teológicos. Jesus pregou uma doutrina secreta, e ”secretos“ (tanto naquele tempo como hoje) quer dizer “Mistérios da Iniciação".

Voltaire caracterizou, em poucas palavras, os benefícios dos Mistérios, ao dizer que, "entre o caos das superstições populares, existia uma Instituição que evitou, sempre, a queda do homem na mais degradante animalidade: a dos ”Mistérios“.

E, justamente, por ser "Mistério", não pode chegar ao domínio de todos, mas de uma elite (ou de "eleitos", na razão, repetimos, de "muitos serão chamados, e poucos os escolhidos") capaz de conduzir a maioria pelo Caminho do Dever, da Honra, do Amor e da Justiça, até que não seja mais necessária a referida seleção, isto é, quando a Humanidade inteira (utopia para os pessimistas de todas as épocas) estiver equilibrada por tão elevados princípios, que, a bem dizer, representam os "eubióticos princípios", com que a mesma Humanidade, queira ou não, terá que se regular, sob pena de continuar por muitos séculos, ainda, sacudida pelos terríveis vendavais, que, há tanto tempo, servem de obstáculo à sua marcha evolucional para o Divino. Tais "vendavais" estão muito bem simbolizados nos Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Domínio, Guerra, Fome e Peste. ?

*Publicado no site www.vidya.virtual.com a b

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A Ordem dos Cavaleiros TeutônicosA Ordem dos Cavaleiros Teutônicos

Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, ou Ordo Domus Hospitile Sanctae Mariae Teutonicorum, foi fundada em 1190 para cuidar de cruzados

feridos ou de necessitados de algum tipo de assistência. Oito anos depois, seguindo o exemplo de outras organizações de cruzados, como os Templários e os Hospitalários, foi transformada numa Ordem de Cavalaria e subordinada, diretamente, ao Papa. Nos anos seguintes, cresceu rapidamente e, por volta de 1300, possuía cerca de 300 comendas, devidas a cruzados piedosos que lhe doavam dinheiro, terras, igrejas, mosteiros, conventos e hospitais.

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O Grão-Mestre nomeava Comendadores Locais, chamados Landmeister (Mestres Provinciais) em algumas províncias. O Mestre Provincial para a Alemanha recebeu, mais tarde, o título de DeutschMeister (Mestre Teutônico). Inicialmente, eram divididos em Cavaleiros, que precisavam demonstrar pertencer a antigas famílias nobres, e sacerdotes, que não tinham essa obrigação, cuja função era administrar os sacramentos aos Cavaleiros e aos doentes nos hospitais. Mais tarde, foi acrescentada a classe dos Irmãos Servidores ou Sargentos, que usavam uma cruz de, apenas, três ramos para mostrar que não eram membros plenos da Ordem.

Os principais cargos, abaixo do Grão-Mestre, eram o de Grande Comendador (seu imediato), Grande Marechal (Comandante dos Cavaleiros e das tropas ordinárias), Grande Hospitalário (encarregado dos doentes e dos pobres), Drapier (responsável pelas construções e vestimentas) e Tesoureiro (administrador das propriedades). Os Cavaleiros eram recrutados, principalmente, na Westphalia.

Em 1211, o rei André da Hungria convidou-os a se estabelecerem na fronteira da Transilvânia. Os belicosos cumanos eram uma ameaça constante, e os húngaros esperavam que os Cavaleiros oferecessem proteção contra seus ataques. O rei dispôs-se a dar-lhes considerável autonomia sobre as terras que capturassem, com a missão de cristianizar seus habitantes, mas não aceitou sua exigência de total independência e, em 1215, ordenou-lhes

que saíssem.A Ordem foi, porém, particularmente, favorecida

pelo Sacro Império. Em 1214, os Grão-Mestres passaram a ser membros da corte imperial. Em 1217, o Papa Honório III proclamou uma Cruzada contra os pagãos da Prússia, e, em 1225, o Duque Conrado da Masóvia, invadido pelos prussianos, pediu a assistência dos Cavaleiros Teutônicos, prometendo ao Grão-Mestre Culm, Dobrzin e todos os territórios que os Cavaleiros viessem a conquistar.

Em 1226, o Imperador da Alemanha lhes ofereceu a soberania sobre as terras que conquistassem, como feudos

imediatos do Império, e a participação do Grão-Mestre na Dieta Imperial, na qualidade de príncipe. Em 1237, os Cavaleiros Teutônicos absorveram a Ordem dos Cavaleiros da Espada, uma irmandade menor, mas poderosa, que controlava a Livônia e a Estônia, contudo havia sido enfraquecida por uma séria derrota. Seu Mestre tornou-se Mestre Provincial da Livônia e, mais tarde, recebeu, também, a distinção de Príncipe da Dieta Imperial, junto com o Mestre Teutônico. Em 50 anos, os Cavaleiros conquistaram toda a Prússia; em 160 anos, consolidaram seu poder sobre todo o noroeste da Europa, incluindo as atuais Estônia e Letônia.

Em 1262, foram autorizados pelo Papa a conservar suas propriedades hereditárias e participar do comércio,

virtualmente, abandonando os votos de pobreza e, no ano seguinte, ganhando o monopólio do comércio de grãos na Prússia. Os Cavaleiros, também, podiam escravizar os pagãos capturados; quanto aos convertidos, eram dominados como servos feudais e podiam ser convocados a ajudá-los como tropas auxiliares, sujeitas aos maiores perigos. Os Cavaleiros enfrentavam frequentes revoltas e, geralmente, passavam, apenas, alguns anos prestando serviço no Leste da Europa, antes de irem para as propriedades na Alemanha ou para a Palestina.

Em 1291, com a derrota dos Cruzados, em Acre, e sua expulsão total da Palestina, os Teutônicos retiraram-se para Chipre, e, depois para Veneza. Em 1300, o Papa permitiu que se dedicassem, exclusivamente, à luta contra os pagãos do Báltico.

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Em 1309, sua sede foi transferida para Marienburg, na Prússia. Entretanto, o rei cristão da Polônia, temendo o poder dos Cavaleiros, aliou-se de 1325 a 1343, com o Grão-Duque pagão da Lituânia, interrompendo as conquistas da Ordem.

Em 1370, a Lituânia sofreu uma grande derrota nas mãos dos Cavaleiros, mas, em 1386, seu Grão-Duque casou-se com a herdeira do trono da Polônia e converteu-se ao cristianismo, tomando o nome de Vladislau. Com a Lituânia cristianizada e unida à Polônia, a Ordem Teutônica perdeu sua principal razão de existir e começou a perder o apoio da Igreja e dos príncipes europeus. O próprio Papa lhe ordenou que chegasse a um acordo com o novo reino da Polônia-Lituânia. Mesmo assim, as disputas cresceram, e, logo, os Cavaleiros Teutônicos estavam em guerra, também, com dois outros reinos cristãos, Dinamarca e Suécia.

A Ordem, então, com 83 mil homens em armas, era um estado rico e poderoso, mas enfrentava o ressentimento de seus 2.140.000 súditos nativos e a desconfiança de seus vizinhos. Em 1410, a Polônia-Lituânia, aliada a duques alemães do Mecklemburg e da Pomerânia, reuniu um exército de 160 mil homens e os derrotou. Os Cavaleiros conseguiram defender sua fortaleza em Marienburg e negociar um tratado de paz, endossado pelo Papa, que preservava suas fronteiras, mas seu poder ficou enfraquecido. Em 1466, tendo de enfrentar seus súditos e os poloneses ao mesmo tempo, perderam outra guerra e, com ela, a metade ocidental de suas terras e, também, sua soberania; o Grão-Mestre teve de reconhecer o rei da Polônia como seu suserano.

Em 1498, porém, a Ordem elegeu Grão-Mestre um membro de uma poderosa família principesca alemã – o príncipe Frederico da Saxônia, terceiro filho do Duque da Saxônia. Com o respaldo da dieta do Sacro Império, recuperou terras perdidas e recusou-se a prestar vassalagem aos reis da Polônia até sua morte, em 1510. A Polônia, enfraquecida por problemas internos, não reagiu.

Convencidos de que estavam no rumo certo, em 1511, os Cavaleiros decidiram, novamente, escolher um poderoso nobre alemão como seu líder: o Margrave Alberto, da família Hohenzollern, Senhora do Brandemburgo. Como seu antecessor, recusou-se a prestar

homenagem ao rei da Polônia, mas sua posição foi enfraquecida pela postura do Imperador Maximiliano, que, em 1515, assinou um tratado com a Polônia e exigiu que a Ordem recuasse às suas posições de 1467. O Grão-Mestre, porém, não obedeceu. Em vez disso, assinou um tratado com a Rússia e vendeu terras ao Brandemburgo para assegurar o apoio de sua família.

A escalada do conflito chegou ao clímax em 1523, quando Martinho Lutero escreveu aos Cavaleiros convidando-os a quebrar seus votos e se casarem. O Bispo de Sambia, que era, também, governador da Prússia, em nome da Ordem, aderiu ao protestantismo e exortou os Cavaleiros a segui-lo. Em 1524, o próprio Grão-Mestre decidiu abandonar seus votos, casar-se e converter a Prússia num ducado secular luterano, feudo do reino da Polônia, cujo rei, em troca, reconheceu a mudança e o direito do novo duque de fundar sua dinastia.

Parte da Ordem permaneceu fiel à Igreja Católica, na Livônia e no sul da Alemanha, estabelecendo uma nova sede em Mergentheim, no Wurtemberg, e, em 1530, o Imperador deu-lhes soberania formal sobre a Prússia, desafiando os Hohenzollern. Ao longo das guerras que se seguiram, os protestantes do norte da Alemanha, valendo-se da rivalidade entre os reis católicos – os burbons da França e os habsburgos da Espanha e Áustria – foram, inicialmente, vitoriosos.

Em 1590, porém, o Papa e os reis católicos conseguiram unir-se numa Santa Aliança contra os protestantes e os sebastianistas luso-brasileiros, em troca da promessa de partilha de suas riquezas e colônias. Os príncipes do norte da Alemanha acabaram sendo inteiramente derrotados. O Brandemburgo foi transformado num ducado da casa da Áustria, como muitos outros principados do norte da Alemanha, que haviam aderido ao luteranismo. A Prússia foi reconquistada e voltou a ser administrada pela Ordem, mas, agora, relativamente enfraquecida e sob o firme controle de um Império Alemão, firmemente, centralizado sob o domínio dos habsburgos. ?

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A Corda 81 NósA Corda 81 NósNicola Aslan

Corda com Nós tem ligação direta com a Orla Dentada, o Pavimento Mosaico, a Cadeia de União e as Romãs, colocadas no topo das colunas B∴ e

J∴. Todos eles são símbolos equivalentes que a Corda com Nós sintetiza e complementa. Eis o significado desses símbolos na interpretação do exegeta Plantagenet: “Cada um desses símbolos nos lembra que todos os Maçons, espalhados na superfície do globo, formam, entre eles, uma única família de Irmãos. Conviria, entretanto, ressaltar que essa fraternidade não implica uma necessária identidade entre os inúmeros elos da cadeia. É o que faz o Pavimento Mosaico que – segundo os velhos rituais – tem por significado a união estreita reinante entre os Iir∴MM∴, ligados entre si pela verdade” (Edouard E. Plantagenet – “Causeries Initiatiques pour le Travail en Loge d’Apprentis”, p. 140).

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A Corda de 81 Nós percorre o friso do Templo da Loja, formando, de distância em distância, nós, chamados “laços de amor”. Fazem-se formando um anel (fêmea) no qual é introduzida a extremidade (macho) da corda. Trata-se de um dos símbolos mais antigos da humanidade. “Esquematicamente, esse símbolo figura a lemniscata, curva em formato de oito deitado que representa o infinito em matemática; o sentido da corrente volta após uma dupla inversão ao seu sentido primitivo, e a figura central ou laço perfaz uma cruz dupla. Esse nó não foi escolhido arbitrariamente, por certo, entre todas as formas possíveis de nós.” (Jules Boucher – “La Symbolique Maçonnique”, p. 172.)

As extremidades da Corda têm uma borla e alcançam, respectivamente, as duas colunas. Outras vezes, pendem nos quatro pontos extremos da Loja e lembram quatro Virtudes: Temperança, Justiça, Coragem e Prudência. Segundo Leadbeater, as borlas podem, também, representar os quatro elementos: terra, água, ar e fogo.

O mais certo, todavia, seria representar, nos Painéis, somente a “Corda com Nós”, sem a Orla Dentada. Três “laços de amor” no grau de Aprendiz e cinco no grau de Companheiro, relembrando a idade simbólica desses graus.

“Deve-se notar que o laço de amor é um atributo assim definido em heráldica: cordão entrelaçado cujas pontas atravessam o centro, saindo por baixo à destra e à sinistra”. O cordão de seda preta e branca, com que as viúvas circundam o seu escudo, é feito de laços de amor; da mesma forma, os brasões dos cardeais, dos bispos e dos abades comportam, por baixo de um chapéu, o cordel formado por laços de amor e terminado por borlas.” (Jules Boucher – “La Symbolique Maçonnique”, pp. 172 e 173.)

É de se notar, porém, que o número de borlas é proporcional à dignidade. Esses nós simbólicos figuram, também, no cordel dos franciscanos e dos capuchinhos, relembrando três votos: Castidade, Pobreza e Obediência.

Segundo Octaviano de Menezes Bastos, a Corda com Nós significa União e tem o mesmo significado da Cadeia de União. A Corda com 81 Nós deve ser, evidentemente, um símbolo maçônico relativamente moderno e, portanto, desconhecido nos primórdios da Maçonaria Especulativa. Deve datar, como tantos outros, da segunda metade do

século XVIII e ser originário da França. Em princípios desse século, os Maçons reuniam-se em tavernas ou cervejarias, onde realizavam as sessões maçônicas. Dava-se ao local designado um caráter particular, ainda que passageiro. Qualquer local podia ser transformado em Loja. Terminados os trabalhos, todos os traços da sessão maçônica eram apagados.

“Traçou-se, de início, sobre o solo, com giz, um paralelogramo, dentro do qual todos os assistentes tomavam lugar. Figurou-se, a seguir, no meio desse paralelogramo, um quadrilátero menor, em volta do qual se alinhavam os Irmãos; dentro dele, os instrumentos de arquitetura eram traçados sobre a areia ou desenhados com giz no soalho.

As figuras traçadas dentro do pequeno paralelogramo representavam duas colunas, B∴e J∴, que se erigiam, outrora, no vestíbulo do Templo de Salomão, o Pavimento Mosaico, a Orla Dentada, o Esquadro, a Régua, o Compasso, o Prumo, a Prancheta, a Estrela Flamejante, etc. Supunha-se que a Loja possuía três janelas: uma no leste, uma no sul e uma no oeste. Era iluminado por três velas colocadas sobre altos candelabros.

O Mestre da Loja estava sentado no Oriente sobre uma poltrona, atrás de uma mesa sobre a qual estavam colocados uma Bíblia e o Malhete, do qual se servia para bater, sobre a mesa, as pancadas regulamentares. Os Irmãos alinhavam-se sobre duas “colunas” ao longo do tapete: os Aprendizes do lado de J∴, os Companheiros do lado de B∴. Na extremidade das duas fileiras, fazendo face ao Mestre, estavam colocados os dois Vigilantes.” (R. Le Forestier – “L’Occultisme et la Franc-Maçonnerie Ècossaise”; p. 152.)

Esses fatos são confirmados por Leadbeater: “Diz-se-nos que, no começo do século dezoito, marcavam-se, no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e esse diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas; era, por isso, chamada “borla dentada”, posteriormente, corrompida em “borda marchetada”. Os franceses a chamam “la houppe dentelée” e a descreveram como sendo “uma corda com lindos nós que rodeia o quadro de traçar” (C. W. Leadbeater – “A Vida Oculta na Maçonaria” p. 69).

O pequeno paralelogramo, traçado no chão da sala onde se reunia a Loja, foi, posteriormente, substituído por um tapete pintado, sobre o qual eram desenhados os símbolos do Aprendiz e do Companheiro, desenrolado por ocasião das reuniões. Vimos um tapete semelhante na Loja Concórdia et Humanitas, do Rito de Schröeder, da Grande Loja da Guanabara.

O tapete foi, por sua vez, substituído pelo painel das Lojas. Nesse painel, no grau de Aprendiz, existia uma corda com três “laços de amor”, que subiam a cinco no grau de Companheiro, circundando o painel.

Essas cordas com “laços de amor” eram desenhadas primitivamente no pequeno paralelogramo, traçado no chão com giz, e circundavam o painel que continha os símbolos dos graus de Aprendiz e Companheiro: “Pode-se, portanto, razoavelmente, pensar que os primeiros Maçons especulativos, tendo substituído o “cordel” operativo por um cordão ornamental, deram, muito naturalmente, a esse cordão nós, figurando, nos brasões, o Painel ou Tapete da Loja, que enfeixa os símbolos essenciais da Maçonaria; pode ser considerado como o Armorial Maçônico” (Jules Boucher – “La Symbolique Maçonnique”, p. 173). ?

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Há 30 Anos Liderando o CaminhoHá 30 Anos Liderando o Caminho

Juliano Coelho Braga*ertas iniciativas de nossas vidas podem não só mudar nossa história, como também influenciar toda a humanidade. Tal pensamento, talvez, não

tenha passado pela cabeça do Ilustre Maçom Frank Sherman Land, a quem, carinhosamente, chamamos de “Dad”, quando, no intuito de acolher jovens de sua comunidade e trazê-los para o convívio maçônico, juntamente, com mais nove jovens, fundou a Ordem DeMolay.

CC

Fundada em 18 de Março de 1919, portanto, há 91 anos, nos Estados Unidos da América, rapidamente, espalhou-se por outros países como: Canadá, Austrália, Brasil, Alemanha, Itália, Filipinas, Japão, Panamá, Bolívia, Uruguai, etc... Hoje, sendo considerada internacionalmente como a maior Organização Fraternal de Jovens do Mundo.

Quis o Pai Celestial que, em 16 de Agosto de 1980, tão prestigiosa Instituição chegasse ao nosso país, por iniciativa de maçons valorosos do Supremo Conselho do Grau 33º do Rio Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, tendo, na época, como Soberano Grande Comendador, o Poderoso Irmão Alberto Mansur, 33º, lançando, em solo brasileiro, a primeira semente, o Capítulo “Rio de Janeiro” nº 001, considerado o “Mater” da América do Sul, localizado no bairro de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, sob o patrocínio do Supremo Conselho do Grau 33º do REAA da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. Nesses 30 anos de Brasil, a Ordem DeMolay está estabelecida em todas as unidades da Federação, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, com cerca de 800 Capítulos e mais de 80.000 jovens iniciados em nossas fileiras.

Não possuindo caráter religioso, político e sem fins lucrativos, a Ordem DeMolay congrega jovens do sexo masculino na idade de 12 a 21 anos, que visam a

aperfeiçoar sua personalidade e seu caráter, através da prática de “Sete Virtudes Cardeais”: Amor Filial, Reverência pelas Coisas Sagradas, Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo. Dessa forma, deseja formar líderes sérios e dinâmicos, preparados para assumir posições de importância em todos os setores da sociedade. Nos Capítulos DeMolays, além de suas reuniões ordinárias, realizam-se eventos culturais, esportivos, sociais e, principalmente, filantrópicos. Os Capítulos, no contexto de suas comunidades, tornam-se clubes de serviço, realizando campanhas de arrecadação de alimentos, agasalhos, remédios; visitando e auxiliando, voluntariamente, asilos, creches, orfanatos e escolas públicas. Sem sombra de dúvida, tudo isso contribui, sobremaneira, para a construção do caráter do jovem.

Em nossos 30 anos de história, não podemos deixar de agradecer o apoio e o patrocínio da Maçonaria, em especial do Órgão Patrocinador, que proporcionou a vinda desse sonho ao Brasil, o Supremo Conselho do Grau 33º do REAA para a República Federativa do Brasil, conosco em todos esses anos, seja nos momentos de alegria, que são muitos, graças ao Pai Celestial, e, essencialmente, nos de

tristeza, que, também, graças a Ele, têm sido poucos. Agradecer, também, a todos os Maçons, que foram e são de nossos Conselhos Consultivos, pela participação em nossas reuniões aos sábados e em outras atividades importantes, como nossos orientadores e verdadeiros amigos.

Para os leitores desse artigo, especialmente, os Maçons, fica clara a importância da Ordem Maçônica, atuando na condição de patrocinadora da Ordem DeMolay. Uma parceria que já dura 91 anos e que vem dando muitos frutos à sociedade. Lembro aos Irmãos que os Jovens seguem exemplos, e vocês são um grande exemplo a ser seguido. Por isso, friso que é “indispensável” o apoio e a orientação dos Maçons em todas as nossas atividades.

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É bom ressaltar que a Ordem Maçônica vem ganhando e, muito, com esse apoio que nos oferece, pois centenas e centenas de Seniores DeMolays (os jovens de nossa Ordem que atingem a idade de 21 anos) já ingressaram em tão nobre Instituição e compõem as Colunas de muitas Lojas em todo o Brasil e em todo o mundo. Nos Estados Unidos, berço da Ordem DeMolay, essa situação é mais do que evidente: das 50 Grandes Lojas Americanas, pelo menos, 36 Seniores DeMolays ocupam a cadeira do Grão-Mestrado, e, também, ambos os Soberanos Grandes Comendadores do REAA, Jurisdições Norte e Sul daquele país, foram DeMolays em sua adolescência, e, onde viajam ou se apresentam, falam da importância dos ensinamentos da Ordem DeMolay em suas vidas.

Fechando o ciclo da “Família”, é óbvia a importância da participação de nossas queridas Mães em todas as nossas atividades. Elas atuam junto aos Clubes de Mães, em nossas festividades, filantropias, ações sociais, ágapes e outros eventos, auxiliando e vivenciando a importância da Instituição, visando ao engrandecimento dos jovens e de seus filhos.

Para terminar, lembro aos Irmãos e amigos que a Ordem DeMolay, jamais, pretende tomar o lugar do Lar, da Religião e da Escola dos jovens, muito pelo contrário, ela serve como complemento, dando a eles a oportunidade de desenvolver, nesses três outros espaços importantes de sua vida, tudo aquilo que aprendem dentro de um Capítulo. Por isso, nós, jovens DeMolays, temos como lema: “Por Deus, pela Pátria, Pela Família e Pela Causa da Ordem DeMolay!”

Graças ao apoio de uns e a participação de outros, hoje, podemos orgulhar-nos de grandes feitos de milhares de Líderes e Cidadãos, que, em nossas fileiras, formamos. Com o amor e a dedicação de jovens e maçons brasileiros, em, apenas, 30 anos de história, recebemos o reconhecimento do DeMolay Internacional, através do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil, sendo considerado modelo de administração e expansão da Ordem, ganhando voz e voto nas decisões internacionais, através de três representantes, devidamente, empossados pelo Irmão Greg Kimberling, Past Grão-Mestre

Internacional, em nosso Congresso Nacional em Brasília, realizado em 03 de julho de 2010, condecorando-os com o título de Membros Honorários, os Past Grandes Mestre Nacionais Sandro Romero Toledo Pedrosa, Guilherme Augusto Aguiar e o nosso atual Grande Mestre Nacional Carlos Eduardo Braga Farias.

Finalizando, reforço uma mensagem já conhecida pelos amados DeMolays: “Irmãos,

provemos a todos os homens que nossas cerimônias não são fórmulas vazias...”. Contamos com o comprometimento de cada um de vocês para levar essa história de sucesso a muitos outros jovens, que, infelizmente, ainda, não tiveram a oportunidade de conhecer nossas 7 Virtudes. Quem sabe, assim, tenhamos iniciativas como a de nosso Dad Land, que, ao tentar tornar melhor a vida do seu próximo, mudou o destino de milhões de pessoas. ?*O autor é DeMolay Senior, iniciado no Capítulo Rio de Janeiro nº 001 e atual Grande Mestre Estadual do Rio de Janeiro, do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil.

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Aos Que Têm Medo de ErrarAos Que Têm Medo de Errar

“O verdadeiro homem é aquele que não fica radicado nas mesmas ideias!” “O verdadeiro homem é aquele que não fica radicado nas mesmas ideias!” Professor Henrique José de Souza

Autor ignoradoontam que, certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente, assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo,

mas, como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou. Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz, e, por isso, continuou a se debater... a se debater... a se debater por tanto tempo, que, aos poucos, o leite, ao seu redor, com toda aquela agitação, foi transformando-se e formou um pequeno nódulo de

CC manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar vôo para algum lugar seguro. Durante anos, ouvi esta primeira parte da história como um elogio à persistência, sem dúvida, um hábito que nos leva ao sucesso, no entanto...

Tempos depois, novamente, a mosca tenaz, por descuido ou acidente, caiu em um copo d’água. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, salvar-se-ia. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: "Tem um canudo ali, nade até lá e suba por ele".

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A mosca tenaz não lhe deu ouvidos; baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, continuou a se debater e a se debater, até que, exausta, afundou no copo cheio de água.

Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos esforçando-nos para alcançar os resultados esperados, até que afundamos na nossa própria falta de visão?

Criamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências. Ficamos presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir.

É por isso que os japoneses dizem que na garupa do sucesso vem sempre o fracasso. Os dois estão tão próximos que a arrogância pelo sucesso pode levar à displicência que conduz ao fracasso.

Os donos do futuro sabem reconhecer essas transformações e fazer as mudanças necessárias para acompanhar a nova situação.

Se a única ferramenta que você conhece é o martelo, todo problema que aparece você pensa que é prego.

Fazemos isso quando não conseguimos ouvir aquilo que quem está fora da situação nos aponta como solução mais eficaz. Assim, perdemos a oportunidade de "reenquadrar" nossa experiência e ficamos paralisados, presos aos velhos hábitos, com medo de errar. "Reenquadrar" é permitir-se olhar a situação atual como se ela fosse inteiramente diferente de

tudo que já vivemos. "Reenquadrar" é buscar ver através de novos ângulos, de forma a perceber que, fracasso ou sucesso, tudo pode ser encarado como aprendizagem. Dessa forma, todo o medo se extingue, e toda experiência é como uma nova porta que nos pode levar à energia de que precisamos, à motivação de continuar buscando o que queremos, à autoestima que nos sustenta. Dizem que este artigo é dedicado a todos que têm medo de errar e fracassar, portanto, a todos nós. Não acho que seja dedicado a todos que têm medo de errar, mas a todos que querem vencer... ?

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O autor é Desembargador Titular da Quarta Câmara Cível do TJRJ, Professor de Direito e Conferencista em cursos especializados em Perícias Judiciais, Presidente da Banca de Monografia na Escola de Magistratura – RJ e Membro da Academia de Letras, Ciências e Artes Ana Amélia – ALCAN-RJ.

“A Obra, como esclarece o próprio autor, está dividida em quatro partes, de forma a permitir abordagem abrangente, sistêmica, prática e detalhada sobre o tema. Por sua praticidade, clareza e objetividade, conjugadas ao seu ilustre valor didático e jurídico, a obra não poderia ser mais oportuna. Com ela o seu ilustre autor preenche uma lacuna que existia no tema enfrentado, coloca nas mãos dos operadores do Direito um valioso instrumento profissional e presta mais um relevante serviço à Justiça”. ?

Sérgio Cavalieri Filho Desembargador do TJ/RJ

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O autor é nosso Confrade na Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de Janeiro, Mestre Instalado da ARLS Igualdade nº 93, Grande Inspetor Geral da Ordem, ex-Presidente dos Altos Corpos, palestrante e profundo pesquisador maçônico.Parceiro em várias empreitadas culturais, lança sua mais nova Obra, que, com certeza, servirá de “livro de cabeceira” para o leitor ávido por conhecimento. Tive a honra e o privilégio de prefaciar tão bela Obra e a recomendo, com empenho, aos nossos leitores. ?

Page 15: “Quem sabe faz a hora não espera acontecer!” · escalçar as chuteiras, enxugar as lágrimas, despertar de um sonho e voltar à realidade. ... desenvolvimento dos anos 50, apesar

a FilmeFilme bConheça, através de um pequeno vídeo, disponibilizado no You Tube, a História da Ordem DeMolay, que completa

30 anos de sua chegada ao Brasil, neste mês de agosto. Clique em http://www.youtube.com/watch?v=7ssplOZLGUc

a LivroLivro bIndico, como livro de cabeceira, o livro “Palestras Maçônicas Para Loja de Estudos”, de autoria do meu querido

Confrade Denizart Silveira, 33º, editado pela Editora A Trolha, o qual, tive o privilégio e a honra de prefaciá-lo.

a Portal MaçônicoPortal Maçônico bO Portal Maçônico ENTRE IRMÃOS www.entreirmaos.net foi, totalmente, reformulado. Durante os próximos dias

estaremos apresentando várias novidades. Nele, você poderá encontrar nossa Revista Arte Real, para download, com todas as edições já publicadas, Livros Virtuais, etc.

Paulatinamente, estaremos promovendo enquete com temas de interesse maçônico, assim como divulgando eventos maçônicos de cunho cultural, links maçônicos e assuntos de interesse da Ordem. Acesse e desfrute do Portal, especialmente, criado para a Família Maçônica.

O Portal tem espaço exclusivo para divulgação de empresas/produtos/serviços dos Irmãos e seus familiares. Basta entrar em contato conosco, através do e-mail [email protected] que teremos o prazer de orientar como você poderá divulgar sua marca para todo universo da Internet.

Acesse nosso Portal deixando seu comentário e nos ajude a chegar a excelência desse trabalho!

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rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo

distribuída, diretamente, via Internet, para 15.357 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

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Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33º

Revisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ - 33º

Colaboradores nesta edição: Edivaldo Ribeiro – Juliano Coelho Braga – Marcos José Santos da Silva – Nicola Aslan.

Empresas dos Irmãos Patrocinadores:Adalberto Domingues Advocacia - Arte Real Software – Bisotto Imóveis - CFC Objetiva Auto Escola – CONCIV – Corrêa de Souza Advocacia - Decisão Gestão Empresarial – Drogaria Americana - Gerson Muneron Advocacia – Igor Multimarcas - López y López Advogados – Olheiros.com – Ótica Santa Clara - Perícias & Avaliações - Pousada Mantega - Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Reinaldo Pinto (livro) – Restaurante Oca dos Tapuias - Santana Pneus – Studio Allegro.Seja você, também, nosso Parceiro Cultural!

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Temos um encontro marcado na próxima edição. Tenham todos uma boa leitura!a b