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PROPOSTA METODOLÓGICA PARA DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL: UMA ABORDAGEM SISTÊMICA E INTEGRADA DO ESPAÇO
AGRÁRIO
Sibeli Fernandes Universidade Federal de Pelotas - UFPEL
Giancarla Salamoni Universidade Federal de Pelotas – UFPEL
Resumo O trabalho consiste em propor uma metodologia para estudos relacionados a organização do espaço agrário, a qual está ancorada no pensamento sistêmico. Na subárea disciplinar da Geografia Agrária, o método sistêmico propõe tratar conceitos e princípios passíveis de serem aplicados em diferentes campos de estudos, ou seja, a partir de uma visão interdisciplinar da realidade. Para tanto, na elaboração de diagnósticos a abordagem sistêmica auxilia o pesquisador na coleta de informações, sistematização e análise dos resultados de campo, relacionando os elementos sociais, culturais, econômicos e ambientais. Finalmente, a utilização da metodologia dos sistemas agrários em pesquisas geográficas permite caracterizar a agricultura na sua organização espacial, com vistas ao planejamento, no contexto das políticas públicas voltadas para o rural. Palavras- chaves: Pensamento Sistêmico. Sistemas Agrários. Geografia Agrária. Planejamento Rural.
Introdução
Este artigo tem como objetivo resgatar as contribuições de cunho teórico-metodológico
em torno dos estudos sobre a teoria sistêmica e trazer uma proposta para a elaboração de
diagnósticos socioeconômicos e ambientais, em diferentes escalas de análise. A
evolução do pensamento científico levou ao aprofundamento das especializações,
fazendo com que as áreas disciplinares abarcassem algumas subdivisões e temas
específicos sobre os diferentes fenômenos da realidade.
Assim, os pesquisadores deixaram de estabelecer ligações entre as áreas do
conhecimento, o que em um período posterior, levou a um consenso de que a ciência
poderia estar em crise por não apresentar uma leitura multi, inter e transdisciplinar do
mundo.
Na ciência geográfica, pode-se dizer que vários caminhos emergiram como possíveis
soluções para a crise epistemológica, e um deles foi à adesão de alguns geógrafos a
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abordagem sistêmica. Esta abordagem propunha uma análise a partir do todo e uma
interrelação dos elementos que constituem a sua totalidade.
Este artigo propõe um modelo analítico para estudos relacionados à Geografia Agrária,
ancorado em uma perspectiva sistêmica. Em relação a contribuições para a utilização da
metodologia sistêmica são utilizados autores como Diniz (1984), Christofoletti (1979 e
1999), Ferreira (2002), Silva Neto e Basso (2005) e Alves e Silveira (2008). E, autores
como Guidugli (1980), Lima et al (1995) e Dufumier (2007) como contribuição para a
elaboração da proposta do diagnóstico socioeconômico e ambiental.
Propor uma metodologia relacionada ao pensamento sistêmico serve para articular
idéias/teorias e práticas/técnicas que nortearão futuras pesquisas. Assim, esta deve ser
construída de tal modo que se possam explicar todos os elementos selecionados,
observados e interpretados. A partir disso, se propõe um referencial teórico
metodológico para estudo dos sistemas agrários, aplicados a elaboração de diagnóstico
socioeconômico e ambiental.
O modelo analítico básico orientará a apreensão da realidade concreta, partindo de uma
visão integrada dos elementos como análise de mapas físicos e de elementos humanos,
o qual inclui a seleção, sistematização, processamento a análise de dados e informações
primárias e secundárias.
A proposta está dividida em três momentos. No primeiro, é explicado com mais
profundidade as diferentes contextualizações do paradigma dominante da ciência, para
que se entenda a segunda parte do trabalho, que é a inserção da abordagem sistêmica
nos estudos geográficos. No terceiro e último momento, direciona-se para a análise
geográfica dos sistemas, com vistas à apresentação da proposta metodológica para
análise de sistemas agrários em diagnóstico socioeconômico e ambiental.
Contextualização histórica sobre a teoria sistêmica
A noção de universo orgânico, vivo e espiritual, que os pesquisadores tinham nos
séculos XVI e XVII, foi substituída pela noção do mundo como uma máquina e tornou-
se a metáfora dominante na sociedade moderna. Essas importantes transformações no
pensamento científico são consequências da Revolução Científica, associada às novas
descobertas em astronomia, física e matemática.
Ao analisarmos o quadro 1, percebe-se que a teoria sistêmica tem suas origens na física
quântica, pois a partir da mudança na visão de mundo, o paradigma científico passou da
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concepção linear-mecanicista de Descartes, Galileu e Newton para uma visão holística e
ecológica. As primeiras características do pensamento sistêmico surgem na década de
20 do século passado e seus precursores foram biólogos, que tinham a concepção dos
organismos vivos como uma totalidade integrada, dessa forma, a ideia central do novo
paradigma referia-se à natureza da vida.
A abordagem sistêmica foi preconizada por Ludwig Von Bertalanffy e R. Defay por
volta dos anos de 1930, com aplicações na biologia e na termodinâmica. Estes autores
são considerados os “pais” da teoria dos sistemas, apesar de existirem, anteriormente a
eles, os trabalhos de Bogdanov e Leduc, que praticamente não são citados ou lembrados
(CAPRA, 1996).
Quadro 1. Sistematização das principais correntes do pensamento científico
Período Principal Pensador
Pensamento Características teórico- metodológicas
Século XVI
Rene Descartes
Analítico Concepção da natureza na divisão da mente e o da matéria, dois domínios independentes e separados, que consiste em analisar qualquer fenômeno complexo em etapas, para compreender o comportamento do todo a partir do estudo de suas partes.
Século XVII
Newton Cartesiano mecanicista
Fragmentação do pensamento e a uma atitude generalizada de reducionismo na ciência, assim, os modelos mecânicos simplistas de organismos vivos foram gradativamente desaparecendo, porém, a essência da ideia cartesiana mecanicista se manteve
Kant Romântico Preocupados com um entendimento qualitativo de padrões e enfatizavam as explicações das propriedades básicas da vida
Século XIX
Evolucionista Todas as propriedades e funções dos organismos vivos seriam explicados em torno das leis da física e da química, assim, o organismo definitivamente deixa de ser visto com um todo.
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Biologia organística
Se opõe a redução da biologia ligada a física e à química. Aprimoraram muitas das ideias desenvolvidas por Aristóteles, Kant e Cuvier. Algumas das principais características do pensamento sistêmico surgiram das reflexões desta escola
Século XX Paul Weiss Sistêmico Defendeu o conceito que “em todo o sistema complexo o comportamento do todo pode ser entendido inteiramente a partir das propriedades de suas partes”
Fonte: Organizada pelas autoras, 2012.
Diante da necessidade de reorientar a ciência, em décadas passadas, os termos sistema e
pensamento sistêmico foram utilizados por diversos cientistas de diferentes áreas do
conhecimento. As ideias apresentadas por Bertalanffy, de uma Teoria Geral dos
Sistemas, mostraram que o pensamento sistêmico era uma nova forma de pensar
comprovando que seus conceitos e princípios poderiam ser aplicados em diferentes
campos de estudos, explicou ele, “a teoria geral dos sistemas deveria ser um meio
importante para controlar e estimular a transparência de princípios de um campo para
outro”. (BERTALANFFY, 2008, p.151)
Os primeiros enunciados da teoria sistêmica datam de 1925-1926, porém seus estudos
concentraram-se entre os anos 1950 e 1968, essa concepção foi reforçada e utilizada no
pós II Guerra Mundial, onde as equipes de técnicos das diversas áreas do conhecimento,
que trabalhavam nos processos de reconstrução, passaram a atuar de forma
interdisciplinar. Porém, a teoria dos sistemas não surgiu por causa dos esforços feitos
para a guerra, mas sim pelos
esforços que já haviam sido feitos antes.
Com este novo conceito, Bertalanffy (2008) propunha uma “episteme” complexa, mas
buscava uma linguagem científica única, capaz de englobar todos os campos do
conhecimento. Para uma melhor compreensão desta abordagem e da abordagem não-
sistêmica de análise, a Figura 1 e a Figura 2 apresentam as suas principais
características.
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Figura 1– Abordagem não-sistêmica de análise
Fonte: ALVES E SILVEIRA, 2008, p. 127 Figura 2 – Abordagem sistêmica ou enfoque sistêmico de análise.
Fonte: ALVES E SILVEIRA, 2008, p. 129.
Na figura 1, pode-se observar que os campos de conhecimento estão separados, assim, é
perceptível entender que : a) os elementos representados estão isolados; b) os elementos
não estão integrados; c) a análise realizada nas partes é de forma analítica, e d) a
unidade de análise é homogênea.
Por outro lado, na figura 2, Alves e Silva (2008) mostram a organização do pensamento
científico com a inserção do enfoque sistêmico, contendo as seguintes características: a)
os elementos são analisados a partir do todo; b) os elementos estão em constante
transformação; c) as unidades de análise são heterogêneas, existindo subsistemas em
cada unidade; d) inter-relações entre os elementos, direta ou indiretamente, e) noção de
unidade, multiplicidade, totalidade, diversidade, organização e complexidade.
Essa nova maneira de pensar não surge com o intuito de destituir tudo o que existia a
respeito de métodos de investigação da ciência, mas para buscar uma melhor
compreensão da realidade. A Teoria Geral dos Sistemas emergiu como uma ferramenta
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adequada para lidar com a complexidade dos fenômenos (naturais e sociais) e com as
ideias comuns às diversas áreas do conhecimento.
Nesse contexto, ocorre a modificação na forma de pensar o mundo, ou seja, alargando a
visão do todo, no entanto, a sociedade precisava entender as conexões existentes entre
os elementos e os fatores, ocorrendo uma integração entre as partes. A análise sistêmica
baseia-se no processo de organização e não no número de elementos, não sendo uma
simples soma das partes.
Ao formular uma nova teoria sobre “sistemas abertos”, Bertalanffy (2008) afirmava que
todos os organismos vivos eram essencialmente um sistema aberto e que sofrem
interações com o ambiente onde estão inseridos. Buscava, assim, uma linguagem
científica única, capaz de englobar todos os campos do conhecimento. Conforme
explica: Seu objetivo é a formulação de princípios válidos para os “sistemas” em geral, qualquer que seja a natureza dos elementos que os compõem e as relações existentes entre eles. A Teoria Geral dos Sistemas, portanto, é uma ciência da “totalidade”, que até agora era considerado um conceito vago, nebuloso e semimetafísico. (BERTALANFFY, 2008, p. 62)
Bertalanffy (2008) relaciona alguns motivos que o levaram a formular a Teoria Geral
dos Sistemas, a saber: a) necessidade de generalização dos conceitos científicos e
modelos; b) introdução de novas categorias no pensamento e na pesquisa científicas; c)
os problemas da complexidade organizada, que são agora notados na ciência, exigem
novos instrumentos conceituais; d) pelo fato de não existirem instrumentos conceituais
apropriados que sirvam para a explicação e a previsão na biologia; e) introdução de
novos modelos conceituais na ciência; f) interdisciplinaridade: a qual resulta do
isomorfismo dos modelos, dos princípios gerais e mesmo das leis especiais que
aparecem em vários campos.
A abordagem sistêmica só veio a se consolidar e expandir sua aplicação no final do
século XX. Porém, ainda encontra certa resistência e críticas (principalmente nas
ciências ditas sociais) como é o caso da ciência geográfica.
Abordagem Sistêmica Aplicada aos Estudos Geográficos
Na ciência geográfica, a abordagem sistêmica dinamizou o desenvolvimento da
chamada “Nova Geografia ou Teorético Quantitativa”, servindo para uma melhor
focalização das suas pesquisas e para delinear com maior exatidão os seus estudos,
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permitindo também reconsiderações de seus conceitos e uma revitalização de várias
subáreas, com destaque para a Geografia Física. (CHRISTOFOLETTI, 1979)
O surgimento de novas perspectivas para os estudos geográficos está relacionado às
transformações provocadas pela Segunda Guerra Mundial nos segmentos científico,
tecnológico, social e econômico das áreas atingidas direta e indiretamente pela guerra.
Este conjunto de transformações, abrangendo o aspecto filosófico e metodológico, foi
denominado de "revolução quantitativa e teorética da Geografia" e iniciou nos Estados
Unidos, Suécia, Reino Unido e depois se difundindo no mundo todo. Christofoletti
(1979) explica essa denominação:
A primeira expressa à aplicação intensiva das técnicas estatísticas e matemáticas nas análises geográficas e o processo quantitativo pode ser considerado características básicas da Nova Geografia. A segunda salienta os aspectos teórico e metodológico, subentendendo como imprescindível toda a analise quantificativa e engloba os processos de abstração necessários às etapas da metodologia científica e da explicação. (CHRISTOFOLETTI, 1979, p. 71).
A utilização dos princípios e critérios da metodologia científica baseada no positivismo
lógico, visava integrar a ciência geográfica sob os mesmos procedimentos
metodológicos da ciência em geral. Essa revolução dava surgimento às preocupações e
abordagens nomotéticas, e foi ao mesmo tempo, filosófica, conceitual e metodológica.
Paviani (1979) diz que “essa abordagem emergiu da insatisfação de tratar fatos únicos
(velhos paradigmas), de ‘fenômenos’ e localizações sem preocupação em procurar
padrões, teorias, leis ou generalizações.” (PAVIANI, 1979, p. 84).
O pensamento sistêmico foi, então, incorporado pela Nova Geografia, para ser utilizado
como instrumento conceitual que facilita tratar dos conjuntos complexos, como a
organização espacial. A preocupação em focalizar as questões geográficas, sob a
perspectiva sistêmica, representou a principal característica que favoreceu e dinamizou
o desenvolvimento da Nova Geografia, no entanto, a aplicação da teoria dos sistemas
aos estudos geográficos serviu para definir o objeto de estudo desta ciência, além de
propiciar oportunidade para considerações críticas de muitos dos seus conceitos.
A utilização da abordagem sistêmica nas análises geográficas tornou-se um instrumento
conceitual satisfatório. Nessa perspectiva, Reis Junior (1999) apresenta uma
justificativa, elaborada por Christofoletti, dedicada à teoria sistêmica:
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[...] a novidade reside na maneira de abordagem, na concepção teórica envolvida e na linguagem utilizada. A abordagem reside na análise sistêmica, a teoria implícita é a do equilíbrio dinâmico e a linguagem, como é óbvio, emprega o vocábulo específico de tais concepções. Ela realiza aquilo que sempre se procurou fazer, mas cujas deficiências técnicas e teóricas não permitiam. (CHRISTOFOLETT apud REIS JUNIOR, 1999, p.11).
No mesmo sentido, Christofoletti (1984) apresenta três distintos momentos da aplicação
da teoria geral dos sistemas na Geografia: a) fase introdutória: assinalou as vantagens e
assegurou que a abordagem sistêmica era a metodologia mais apropriada para uma
Geografia científica; b) fase produtiva: procurou identificar as propriedades sistêmicas
dos objetos e eventos do mundo real e utilizar tais propriedades na formulação e solução
de problemas de pesquisa e c) fase da utilização: surgimento de livros e cursos que
difundem os conceitos fundamentais da análise de sistemas.
A aplicação da teoria geral dos sistemas favoreceu as pesquisas em Geografia, as
primeiras pesquisas realizadas com essa abordagem foram feitas por geógrafos físicos,
com destaque aos estudos ligados a geomorfologia. Foi introduzida por Strahler, em
1950, onde o autor trabalhou com sistemas de drenagem, considerando-o como um
sistema aberto. Após Strahler figuram também Culling (1957), Hack (1960), Chorley
(1962), Howard (1965), Chorley e Kennedy (1971), trabalhos estes voltados para a área
de Geomorfologia, sendo que o último, figura como a contribuição de maior interesse
para a Geografia Física, a qual passa a pesquisar de modo integrado.
(CHRISTOFOLETTI, 1979).
Na subárea disciplinar da Geografia Agrária, o método sistêmico também foi
amplamente utilizado, principalmente entre os autores alinhados a Escola Teorético-
Quantitativa. Pensar o espaço rural, para a Geografia, promoveu o desenvolvimento de
várias técnicas e métodos de abordagem, entretanto, alcançou papel de destaque no
contexto contemporâneo ao impulsionar o desenvolvimento da geografia científica do
século XIX e início do século XX. As transformações que ocorreram na sociedade
proporcionaram a geografia uma aproximação com as outras ciências, que enfocavam
suas temáticas de maneiras distintas, porém, sempre atrelado aos movimentos de
transformação da sociedade. Ferreira (2002) que pesquisou sobre a produção em
Geografia Agrária até o início da década de 1990, explica:
A história do pensamento geográfico retratou o próprio surgimento dos campos de interesse, à medida que os novos paradigmas ou escolas tendiam a adequar-se às necessidades de interpretação impostas pelas transformações da sociedade. (FERREIRA, 2002, p.25).
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Definir um conceito único de Geografia Agrária, para os pesquisadores da época, não
foi tarefa fácil, pois um dos entraves principais esteve no fato de a Geografia Agrária ter
como objetivo uma atividade estudada também por outras áreas do conhecimento.
Evidencia-se que o estudo da agricultura não é exclusivo do geógrafo agrário.
Inicialmente a Geografia Agrária era desenvolvida como parte da Geografia Econômica
e seu foco principal era os estudos na agricultura. A complexidade de relações que se
estabeleceram, a partir da década de 1950, levou a definição de novos campos e a
agricultura passou a ser um sistema econômico constituído por elementos e partes. Por
consequência, surgiram novos campos de conhecimento e por esse motivo foi
necessário à definição exata de cada campo de estudo.
Dentro da lógica de analisar a construção do conceito adequado de Geografia Agrária
cabe destacar as contribuições de autores clássicos como Orlando Valverde (1964), Max
Derruau (1977), Léo Waibel (1979) e Alexandre F. Diniz (1984). Em seus estudos,
Alves (2009) cita os trabalhos do pesquisador Valverde (1964) o qual se preocupava em
definir claramente quais seriam os caminhos a serem trilhados pela Geografia Agrária:
[...] não deve restringir-se a uma simples classificação de sistemas agrícolas. Deve ir além, e tratar de todos os elementos culturais que repercutem na paisagem agrícola. Não tentamos, pois, invadir os domínios da Geografia Humana strictu sensu. A dificuldade de demarcar os diversos ramos da Geografia resulta da própria unidade desta ciência. A Geografia Agrária é, em ultima análise, a interpretação dos vestígios que o homem do campo deixa na paisagem, na luta pela vida, quotidiana e silenciosa. (ALVES, 1964 apud VALVERDE, 2010 p. 170).
Nessa perspectiva, Derruau (1977) entende a Geografia Agrária como sendo
essencialmente sintética:
[...]Não perde de vista o conjunto agrário, aquilo que poderia designar por sistema agrário, quer dizer o enquadramento espacial (formas dos campos, divisão das propriedades) e temporal (sucessão de culturas ou permanência de uma dada cultura num mesmo campo) e suas relações com técnicas e práticas sociais (estrutura da propriedade, costumes e tradições das comunidades). (DERRUAU, 1977, p. 255).
Por outro lado, Waibel (1979) sistematiza a Geografia Agrária em três campos
(estatístico, ecológico e fisionômico) e classifica a Geografia Agrária como:
Denominação dada a uma disciplina preocupada com a diferenciação espacial da agricultura. Considerada como um fenômeno da paisagem, são vários os métodos e pontos de vista que advêm daí. Agricultura é um importante
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fenômeno da superfície da terra e é sua atribuição tentar descrever a sua diferenciação espacial, procurando ao mesmo tempo esclarecer as forças atuantes. (WAIBEL, 1979, p.30)
E ,ainda, Diniz (1984) define a concepção de Geografia Agrária como:
A Geografia Agrária ou da Agricultura, sempre se preocupou com a caracterização dos lugares em função de atributos agrícolas. O seu caráter espacial está assentado há muito tempo e, embora as definições variem, todas coincidem neste ponto. [...] Deve-se deixar claro que a Geografia Agrária seja essencialmente espacial, não pode ser restringida apenas à distribuição de produtos e rebanhos. É claro que as variações espaciais são fundamentais para nós, mas também nos preocupamos com as unidades de produção e os resultados agrícolas, em suma, com sistemas mais complexos. (DINIZ, 1984, p. 30).
Então, a partir dos conceitos apresentados, acredita-se que o geógrafo agrário, deve
levar em conta, em seus estudos, os elementos naturais (solo, vegetação, geomorfologia
e sistema hídrico), as condições econômicas e sociais, associadas aos processos
histórico-culturais, as tradições agrícolas dos agricultores e as transformações que
ocorrem na paisagem rural. Com estes instrumentos básicos, o pesquisador poderá
iniciar a análise dos processos histórico-espaciais, para assim compreender a
organização atual do espaço agrário. Em resumo, o geógrafo agrário deve contar com
uma grande quantidade de informações, capaz de descrever a complexidade dos
fenômenos.
No Brasil, José Felizola Diniz é um dos geógrafos agrários que mais se destacam e que
adotaram esse método nos seus trabalhos, foi o primeiro a pensar a agricultura na forma
de sistemas para diagnosticar a realidade agrária e entender as dinâmicas presentes no
espaço agrário, através de tipologias sobre o Sistema da Agricultura.
Seu principal trabalho - Geografia da Agricultura- discute um momento específico que
marcou a mudança metodológica da Geografia Tradicional para a Geografia
Quantitativa. A partir disso, o conhecimento científico sobre a agricultura torna-se cada
vez mais importante. Entretanto, pensar o que é agricultura, é pensar longe a respeito do
seu funcionamento e, somado a isso, pensar nos campos interdisciplinares da ciência,
não só no campo geográfico, pressupõe ao geógrafo agrário contar com uma grande
quantidade de informações, capaz de descrever a complexidade dos fenômenos.
Segundo Diniz (1984):
A ciência geográfica tem muito a contribuir com os estudos da agricultura. Há muito tempo a geografia vem estudando a agricultura e hoje a análise
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continua, com técnicas capazes de ajudar a responder às nossas exigências e complexas questões. (DINIZ, 1984, p.33).
A abordagem sistêmica permite uma explicação dos fenômenos da agricultura, em
termos das relações entre os elementos e do seu dinamismo. Silva Neto e Basso (2005)
definem o sistema agrário como:
Geograficamente, um sistema agrário não possui uma dimensão fixa, pois esta depende do grau de abrangência da análise efetuada, a qual, por sua vez, é definida pelos objetos específicos do estudo. Um sistema agrário é determinado a partir de um conjunto de critérios, ligados aos seus diferentes componentes ou subsistemas. (SILVA NETO E BASSO, 2005, p. 18).
A Figura 3 representa o sistema da agricultura, o qual é composto por uma divisão de
três subsistemas internos e quatro subsistemas externos.
Figura 3: Sistema da Agricultura: subsistemas internos e externos
Subsistemasocial
Subsistema político
Subsistema demográfico - cultural
Subsistema
econômico
Subsistema
ecológico
Subsistemafuncional
SubsistemaDe produção
Agricultura
Fonte: DINIZ, 1984, p. 58
Cabe explicar que o sistema da agricultura é composto por uma divisão de três
subsistemas internos da agricultura, onde: o subsistema social permite a caracterização
do produtor; o subsistema funcional engloba os elementos técnicos e o último,
subsistema de produção trata de caracterizar o output do sistema da agricultura. Em
torno disso estão quatro subsistemas externos: o econômico (o desenvolvimento dos
mercados e a busca da especialização conduzem as zonas rurais a uma dependência
cada vez maior dos centros urbanos, dos transportes, da infraestrutura industrial e do
capital), o ecológico (relatividade e rigor das condições naturais, a distribuição do
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tempo de trabalho aplicado na elaboração de uma produção agrícola subordina-se a
ciclos biológicos e climáticos, e as condições naturais impõem limites geográficos às
diversas categorias de produção agrícola), o demográfico-cultural (englobam as
tradições e os padrões de cultura das populações agrícolas, e indicadores demográficos
puramente – taxa de masculinidade, composição etária, potencial migratório) e o
político (este tipo de atuação procura disciplinar e corrigir as distorções de certos
setores – política de controle e proteção dessa atividade), que fornecem as condições em
que se desenvolvem os tipos de agricultura. Este conjunto de subsistemas permite o
estabelecimento de relações entre os elementos da organização sócio-produtiva
existente no espaço agrário. (DINIZ, 1984).
A metodologia apresentada por Diniz (1984) não é a única na Geografia brasileira que
busca compreender as realidades agrárias. Atualmente, alguns autores retomaram a
abordagem sistêmica combinada com outros métodos de análise. Com a utilização desta
metodologia é possível caracterizar a agricultura na sua organização sócioespacial, com
vistas ao planejamento rural.
O estudo dos sistemas agrários na elaboração de diagnósticos e as relações com o planejamento rural Na Geografia a valorização do tempo e do espaço é fundamental para qualquer estudo,
pois os geógrafos tratam com objetos em movimento, em processo e com suas
mudanças. A partir disso, a utilização da metodologia dos sistemas agrários, em
pesquisas geográficas, permite caracterizar a agricultura na sua organização
sócioespacial, com vistas ao planejamento rural.
Nessa perspectiva a inserção da abordagem sistêmica nos estudos geográficos foi de
grande importância para alguns geógrafos que a incorporaram em suas pesquisas. Esta
propunha uma análise a partir do todo e a interrelação dos elementos que constituem
essa totalidade. Assim, os geógrafos agrários optam pela abordagem sistêmica como
sendo a metodologia mais adequada para estudos da problemática agrária. De acordo
com Silva Neto e Basso (2005)
Entende-se que a abordagem em termos de sistemas agrários é adequada na medida em que: (a) leva em consideração a dinâmica histórica que tornou efetivos os sistemas praticados e (b) permite visualizar as potencialidades e os limites de cada tipo de sistema em função do valor agregado que gera e da modalidade de sua apropriação por parte dos agentes sociais envolvidos ao longo do processo de produção. (SILVA NETO; BASSO, 2005, p.111).
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Pesquisar a respeito da abordagem sistêmica significa responder as indagações
prementes em um dado momento e é em busca dessas respostas que a ciência geográfica
se desenvolve. Entretanto, para que se possa entender ou redefinir a realidade de hoje é
necessário considerar como ela se configurou em tempos passados. A metodologia dos
sistemas agrários permite uma melhor explicação do fenômeno agrícola, em termos das
relações entre os elementos e do seu dinamismo.
O sistema agrário é um instrumento intelectual que permite apreender a complexidade
de cada forma de agricultura e de perceber, em grandes linhas, as transformações
históricas e a diferenciação geográfica das agriculturas humanas. (MAZOYER, 2010)
Por outro lado, quanto ao planejamento, embora haja inúmeras definições, entende-se
que se trata da formulação sistemática de um conjunto de decisões, portanto, é um
processo dinâmico. Planejar é uma ação humana, ou seja, um pensamento que têm em
vista o futuro é pensar de forma interdisciplinar onde muitos podem contribuir.
Geografia agrária e planejamento rural possuem uma relação e ambas preocupam-se
com o uso do espaço e com sua classificação além da preocupação com os processos
sociais e produtivos. Somente como uma visão integrada dos elementos de pesquisa é
que o investigador terá caminhos que o conduzam à uma prática e significativa solução
dos problemas humanos.
O planejamento rural deve iniciar com uma breve leitura do território rural, observando
suas particularidades, necessidades e funções, por exemplo, a forma de usar e ocupar o
solo. Nesta perspectiva, é proposta uma metodologia sistêmica que abarque desde
questões socioculturais, econômicas e ambientais.
O diagnóstico de sistemas agrários é uma ferramenta que auxilia na coleta de
informações, sistematização e análise dos resultados de pesquisas de campo e de
pesquisas documentais, seu principal objetivo é a elaboração de estratégias de
desenvolvimento tendo como foco principal o planejamento rural. Este deve dar conta
da complexidade e caracterizar a realidade agrícola. Dufumier (2007) completa
explicando que:
A análise-diagnóstico das realidades agrárias tem por objetivo principal identificar e classificar hierarquicamente os elementos de toda natureza (agroecológicos, técnicos, socioeconômicos...) que mais condicionam a evolução dos sistemas de produção e compreender como eles interferem concretamente nas transformações da agricultura. (DUFUMIER, 2007, p.58).
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A utilização de diagnósticos dos sistemas agrários permite compreender o contexto
local, dos pontos de vista ambiental, econômico e social e identificar as características
dos grupos sociais e do meio natural no qual estão inseridas. Concretamente um
diagnóstico de sistemas agrários deve permitir: a) fazer um levantamento das
características socioeconômicas e ambientais da área a ser pesquisada; b) identificar e
caracterizar os principais sistemas de produção adotados pelos agricultores, as suas
práticas sociais, técnicas e econômicas e os seus principais problemas; c) identificar e
explicar os principais elementos - ecológicos, sociais, técnicos, culturais, econômicos,
políticos, que combinados representam a realidade do recorte territorial em questão e, d)
sugerir políticas, programas e projetos de desenvolvimento.
Além disso, o diagnóstico deve ser rápido e operacional, para que tenha aplicabilidade
no planejamento rural. Mas deve ter rigor científico, não apenas descrevendo a
realidade, mas, sobretudo, explicando-a.
O importante é prever futuras transformações nas realidades rurais, e a elaboração do
diagnóstico é capaz de esclarecer as perspectivas para o futuro. O diagnóstico não deve
apenas basear-se em dados estatísticos, é necessário, principalmente, observar as
diferenças manifestadas diretamente pela realidade, bem como, explicar as causas mais
relevantes. Pode-se ainda, recorrer a elaboração de classificações e tipificações,
tentando destacar os fatores de diferenciação entre os agricultores e/ou as suas
agriculturas.
O modelo analítico, elaborado com base na abordagem sistêmica, permite avaliar as
relações entre as características socioeconômicas e ambientais. A figura 4 apresenta a
esquematização do modelo analítico básico que orienta a apreensão da realidade
concreta, a partir de uma visão integrada dos elementos, como análise de mapas físicos
e de características humanas, o qual inclui a seleção, sistematização, processamento a
análise de dados e informações primárias e secundárias.
Assim, trata-se de elaborar uma caracterização dos agricultores, a partir da combinação
do combinação do Sistema Ambiental (análise de mapas físicos e sistema hídrico), e
Sistema Socioeconômico (sistema da agricultura e sistema histórico-cultural). Somando
a isso, aproprio-me das ideias expostas por Fernandes e Salamoni (2011) ao explicarem
sobre a futura coleta de dados:
[...] podem ser utilizadas para a coleta de dados e informações primárias, entrevistas baseadas em roteiros estruturados e semiestruturados, levantamento fotográfico, georreferenciamento dos dados físicos e diário de
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campo. Ainda, os dados e informações secundárias poderão ser obtidos sobrepondo cartas topográficas, mapas temáticos de mesma escala (solos, geomorfológico, vegetação, entre outros). (FERNANDES; SALAMONI, 2011, p.11).
Figura 4: Modelo analítico para Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental
Fonte: Desenvolvido pelas autoras, 2012.
No sistema ambiental será feito uma sistematização e análise através de mapas físicos
de mesma escala, o objetivo é fazer rapidamente uma sobreposição de mapas, onde
pode ser possível identificar as limitações e potencialidades das diversas formas e
práticas de utilização do solo e exploração da natureza. Além disso, será analisado o
subsistema hídrico, ou seja, a utilização da água, no uso doméstico e no uso agrícola,
para assim caracterizar a maneira que este recurso é utilizado no espaço rural. Ao passo
que a água é um bem tão importante, ela também pode se tornar perigosa à medida que
as ações do homem alterem suas características naturais.
Nos últimos séculos, o homem passou a utilizar os recursos ambientais de uma forma
indiscriminada, apenas visando atender questões relacionadas aos interesses do modelo
de produção vigente, em busca de obtenção do lucro capitalista, onde a produção de
mercadorias não respeita nem tem a mínima preocupação com a disponibilidade de bens
naturais e com a capacidade de regeneração dos mesmos, tornando a pressão antrópica
sobre os recursos naturais insustentável.
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Aliada à caracterização do Sistema Ambiental, no Sistema Socioeconômico prioriza-se
o sistema da agricultura, o qual serve para uma compreensão sistêmica das diferentes
realidades agrárias.
A metodologia proposta busca atingir um grau de explicação da realidade, a qual resulta
da interação humana, que utiliza e organiza os elementos naturais, com os
condicionantes da natureza para atingir determinados objetivos. Assim, a compreensão
das formações dos sistemas agrários e a compreensão das formações geofísicas originais
são, no entanto, indispensáveis para melhor entender a organização socioespacial da
agricultura em diferentes escalas. (SILVA NETO e BASSO, 2005)
Para se estudar e analisar os sistemas torna-se necessário delimitar as “fronteiras” do
que é definido como um sistema nesta pesquisa. Considera-se que a propriedade rural
pode ser entendida como um sistema básico de análise, entretanto, diverso e dotado de
relações/interações, endógenas e exógenas, onde o produtor, sua unidade de produção e
sua família constituem as partes centrais da investigação. Valendo-se de racionalidades
socioeconômicas distintas, os produtores fazem escolhas diferentes no que se refere ao
trabalho, a organização produtiva, as práticas agrícolas e as técnicas utilizadas.
Por fim, cabe ressaltar, a importância de se considerar nesse referencial teoórico-
metodológico um conceito amplo de sistema agrário, que engloba tanto o patrimônio
natural (paisagens), quanto o patrimônio cultural (memória) das áreas de estudo.
Considerações Finais Finalizando, ressalta-se que a abordagem sistêmica e integrada das relações entre o
sistema socioeconômico e ambiental permite entender a organização do espaço e, a
partir daí, elaborar diagnósticos/porgnósticos que possam subsidiar ações voltadas ao
planejamento rural visando o desenvolvimento.
Considera-se, ainda, que o pensamento sistêmico pela sua importância e contribuição
nos estudos da ciência geográfica, possibilita uma compreensão das diferentes
realidades agrárias. As contribuições desta abordagem trouxeram uma nova maneira de
observar o todo e permite que o pesquisador defina os principais elementos e variáveis a
serem estudadas de acordo com os objetivos pretendidos na pesquisa. Ressalta-se que o
pensamento sistêmico surgiu como um método adequado para relacionar diversas
temáticas e várias áreas do conhecimento, valorizando as relações que as ciências
possuem. Para tanto, pode-se começar a investigação por algumas questões
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consideradas como parte dos elementos internos do sistema da agricultura: “quem é o
produtor rural?”; “como é produzido?”; e “quanto, o que, para quem é produzido?”. Não
se deve esquecer que, em torno dessas questões, existem elementos, que fornecem
condições de desenvolvimento e reprodução da produção e do produtor rural (elementos
econômicos, ecológicos, demográfico-culturais e políticos).
Conclui-se, assim, que a metodologia sistêmica é um dos caminhos a ser seguido
assim como as demais metodologias existentes. A partir do esquema proposto, o modelo
analítico básico orienta a apreensão da realidade concreta, a partir de uma visão
integrada dos elementos como análise de mapas físicos e de elementos humanos, o qual
inclui a seleção, sistematização, processamento a análise de dados e informações
primárias e secundárias. A partir das concepções apresentadas, pode-se perceber que a
teoria sistêmica é entendida como um conjunto de elementos interrelacionados com um
objetivo comum, ou seja, todas as áreas do conhecimento possuem sistemas, assim
permitem ao pesquisador definir os elementos a serem estudados, de acordo com os
objetivos de pesquisa.
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