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Page 1: Propedêutica Cirúrgica - ccfmuc09.files.wordpress.com  · Web viewTumores benignos e malignos. Semiologia dos órgão genitais masculinos e femininos (Aula 20) Órgãos genitais

Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I e II

A - Objectivos Pedagógicos

B - Programa: Temas da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica

C - Conteúdo Programático 1) Aulas teóricas

2) Aulas práticas

3) Actividades de aprendizagem auto-dirigida

D - Avaliação dos conhecimentos

E - Bibliografia:

Propedêutica Cirúrgica I

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A - Objectivos Pedagógicos

1 – Conhecimentos:a) compreender a linguagem e a terminologia cirúrgica;b) conhecer as grandes síndromes cirúrgicas e respectiva etiopatogenia e semiologia;c) reconhecer as situações clínicas mais frequentes que podem justificar a necessidade de tratamento cirúrgico electivo ou urgente;

2 – Aptidões:a) recolher correctamente a anamnese e realizar um exame objectivo metódico e completo;b) conhecer e executar os gestos e manobras semiológicas em relação a cada capítulo da semiologia especial;c) avaliar o estado nutricional e o risco cirúrgico de um doente;d) elaborar um relatório em que valorizem e hierarquizem os dados obtidos na história clínica e se justifiquem as hipóteses de diagnóstico clínico e os exames complementares necessários para o esclarecimento das dúvidas.e) realizar as manobras de reanimação em suporte básico de vida e de entubação oro-traqueal no manequim, bem como de outros gestos de diagnóstico e terapêuticos descriminados nas aptidões a adquirir nas aulas práticas.

3 – Atitudesa) respeitar os doentes, seus familiares, os colegas e outros profissionais da saúde e reconhecer os direitos dos doentes, em particular no que se refere à confidencialidade ao consentimento informado;b) promover o desenvolvimento de qualidades pessoais adequadas à actividade médica, nomeadamente ser íntegro, apresentar-se com dignidade perante os doentes, ser responsável e interessado na sua valorização profissional, particularmente através da aprendizagem auto-dirigida;c) reconhecer a necessidade da educação médica permanente, como forma de poder vir a prestar cuidados médicos qualificados, de natureza preventiva ou curativa, em relação ao indivíduo doente ou à comunidade;d) reconhecer que a actividade médica se relaciona com vários aspectos éticos, humanos e sociais.

B - Programa: Temas da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I:1 - História Clínica – Tema integrado

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(Relação Médico – Doente, abordagem integrada)(Abordagem em Medicina Hospitalar e em Medicina Comunitária)(Abordagem nas doenças médicas)Abordagem geral e nas doenças cirúrgicas

2 - Ventre AgudoEtiologia, patogenia e clínicaApendicite agudaOclusão intestinalColecistite aguda e colangitePancreatite aguda

3 - Semiologia do doente politraumatizadoSemiologia dos traumatismos craneanos e maxilofaciaisSemiologia dos traumatismos torácicosSemiologia dos traumatismos abdominais

4 - Semiologia da cabeça e pescoço (glândula tiróide) e semiologia da mama

5 - Choque, líquidos e electrólitos e avaliação do estado nutricional e do risco cirúrgico

Fisiopatologia da agressão cirúrgicaChoqueEquilíbrio hidro-electrolíticoEquilíbrio ácido-básicoAvaliação do estado nutricional e do risco cirúrgicoInfecção do local cirúrgico

C - Conteúdo Programático da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I: 1) Aulas teóricas O relatório clínico em Cirurgia. (Aula 1) Estrutura geral e apresentação do plano orientador. A importância do interrogatório e do exame físico na formulação do diagnóstico clínico ou das diversas hipóteses de diagnóstico dependentes da lista de problemas clínicos encontrados.A solicitação de exames complementares para esclarecimento das dúvidas e tentativa de se encontrar o diagnóstico definitivo.

Dor em cirurgia. (Aula 2) Fisiopatologia – Definição da dor; mecanismos periféricos e central; modulação da dor; dor neuropática; inervação visceral e somática da cavidade e órgãos abdominais.História da dor – localização, modo de começo, intensidade, tipo de dor, progressão, factores calmantes ou de agravamento. Irradiação da dor, dor referida e migração da dor.

Ventre agudo. (Aula 3, 4, 5, 6, 7)

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Etiologia da dor abdominal.Classificação de ventre agudo.Sintomas e exame e exame físico abdominal.Falso ventre agudo.Exames complementares laboratoriais e imagiológicos.

Apendicite aguda FisiopatologiaDiagnóstico: a) sintomas e b) exame físico.Apendicite aguda no velho e na criança.Diagnóstico diferencial.Plastron apendicular.As doenças ginecológicas e o problema do diagnóstico diferencial.Exames complementares.Os fundamentos técnicos da apendicectomia.

Colecistite aguda, cólica biliar e colangite aguda a) Colecistite aguda -Etiopatogenia.Anatomia da vesícula e vias biliares.História clínica: interrogatório e sintomas mais frequentes.Exame físico geral e abdominal.Diagnóstico diferencialExames complementaresb) Cólica biliar -Sintomas e exame físico que caracteriza este quadro clínico.História natural da litíase biliarc) Colangite aguda -Fisiopatologia e tríade de Charcot e pêntade de Reynolds.Sintomas e exame físico.Diagnóstico diferencial e exames complementares.

Ventre agudo: perfuração de úlcera péptica e pancreatite aguda a) Perfuração de úlcera péptica -Fisiopatologia.Interrogatório e exame físico.Perfuração de ulcera gástrica versus úlcera duodenal.Perfuração de úlcera coberta.Exames complementaresb) Pancreatite aguda -EtiopatogeniaHistória e exame físico geral e abdominal.Diagnóstico diferencial.Exames complementares

Oclusão intestinal Definições.Fisiopatologia.Etiologia: oclusão do delgado e do cólon.Sintomas e exame físico.Pseudo-oclusão intestinal (Síndrome de Ogilvie)Exames complementares.

O doente politraumatizado (Aula 8, 9)Prioridades e triagem.a) Choque hipovolémico: definição , fisiopatologia e clínica.b) Traumatismos craneanos e faciais (noções gerais)c) Traumatismos cervicais.d) Traumatismos torácicos –Incidência e fisiopatologia.

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Sintomas.Exame físico dependente do tipo de lesões.Fractura de costelas sem lesões pulmonares.Fractura do esterno com ou sem estabilidade respiratória.Hemotórax. Pneumotórax e hemopneumotórax. Pneumotórax tensional. Pneumotórax com ferida aberta do tórax.Sequelas traumáticas cardíacas e tríade de Beck.Lesões diafragmáticas e problemas de diagnóstico.

Semiologia dos Traumatismos Abdominais Incidência.Trauma abdominal aberto e fechado.Tipos de lesões e órgãos mais vulneráveis.História e exame físico.Exames complementares.Conceito do damage controlSíndrome do compartimento abdominal: diagnóstico e consequências fisiopatológicas.

Semiologia da parede abdominal – Hérnias (Aula 10, 11)Definição.Incidência.Tipos de hérnias e sua constituição.Anatomia da região inguinal e crural.Classificação das hérnias.História e exame físico.

Diferenças entre hérnia inguinal e crural.Características do estrangulamento herniário.Variedades de hérnias inguinais.Hérnia inguinal na criança.Diagnóstico diferencial de hérnia inguinal e crural.Hérnia umbilical.Hérnia epigástrica.Eventração da pareda abdominalTratamento cirúrgico – evolução do tratamento cirúrgico e seus princípios gerais.

Semiologia da cabeça e pescoço (Aula 12, 13, 14)Cabeça.Lesões cutâneas frequentes; lesões traumáticas; lesões das pálpebras.Pavilhão auricular e gânglios pré e retro auriculares.Glândulas salivares e patologias mais frequentes.Lesões mais frequentes da boca.Tipos de facies características.Pescoço.Gânglios cervicais e patologias mais frequentes.Quisto branquial, paraganglioma e divertículo da faringe.

Tiróide - anatomia e fisiologiaHistória, exame físico e exames complementares.Hipotiroidismo – tipos e manifestações clínicas.Hipotiroidismo após tiroidectomia total – clínica e sinal de Trousseau e de Chevostek.Tiroidite – tipos e clínica.Hipertiroidismo – manifestações clínicas nas doenças associadas – doença de Graves, bócio multinodular tóxico e nódulo tóxico de Plummer.Bócio mergulhante e manifestações clínicas.

Carcinoma da tiróide. Aspectos clínicos nos tumores bem diferenciados (papilar e folicular), no carcinoma medular (esporádico e familiar) e no anaplástico.

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Quisto do tiroglosso – manifestações clínicas.Hiperparatiroidismo – diagnóstico clínico e laboratorial.Noções gerais do tratamento cirúrgico.

Semiologia da mama (Aula 15, 16)Anatomia e fisiologia.Anomalias do desenvolvimentoDoença fibroquística – caracterização clínica.Tipos de dor mamária.Interrogatório e exame físico – noções gerais e exemplos em patologia benigna e maligna.Imagiologia mamária: mamografia, ecografia, TC e RM.Noções gerais sobre rastreio do cancro da mama – mamografia.Doenças benignas da mama – aspectos clínicos sugestivos de quisto mamário, fibroadenoma, ectasia ductal mamária, mastite e necrose gorda.

Factores de risco de cancro da mama.Cancro da mama – tipos histopatológicos: invasivo, não invasivo e formas raras.Apresentação clínica: assintomáticos e com manifestações clínicas sugestivas.Estadiamento clínico e patológico (classificação TNM).Evolução dos fundamentos do tratamento cirúrgico: mastectomia radical de Halsted, modificada de Patey e de Maden.Cirurgia conservadora da mama.Quimioterapia e terapêutica hormonal adjuvante – noções gerais.

Fisiopatologia da agressão cirúrgica (Aula 17)Estímulo do reflexo neuroendócrino – factores comtributivos.Mediação neurohormonal e humoral da agressão cirúrgiga.Resposta metabólica após a cirurgia e o trauma.Alterações hidro-electrolíticas após a cirurgia.

Avaliação nutricional e do risco cirúrgico (Aula 18)Tipos de malnutrição.Avaliação clínica do grau de nutrição.Avaliação nutricional do doente cirúrgico.Conceito de risco cirúrgico e factores que o influenciam.

Alterações no equilíbrio hidro-electrolítico e ácido-base (Aula 19)Líquidos e electrólitos extracelularesRegulação do equilíbrio ácido-baseDescrição dos 4 paradigmasHiponatrémiaHipernatrémiaAlterações no cálcio e magnésio

Síndrome da resposta inflamatória sistémica (Aula 20)Noções gerais sobre:SépsisSépsis severaChoque sépticoChoque cardiogénico.

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Conteúdo Programático da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I: 2) Aulas práticas

A - Aulas práticas – Conhecimentos e aptidões adicionais

1 – O relatório clínico em cirurgia (complemento da aula teórica e exemplificação)(conhecimento)

2 – Processo clínico do doente internadoOrganização e métodos de consulta.Gráfico de registo de parâmetros vitais: TA, pulso, temperatura, diurese,

peso corporal, frequência respiratória e perímetro abdominal. Folhas de registo na UCIP: balanços dos líquidos administrados e eliminados,

monitorização dos parâmetros vitais, saturação de O2, ECG e PVC.

3 – Material cirúrgico básico (conhecimentos e aptidões)Material de diérese, de dissecção, de hemostase e afastamento: regras gerais da sua utilização. (1 – vê fazer)Material de suturas: tipos propriedades e indicações. Normas gerais de disposição do material cirúrgico nas mesas.

4 – Aula no laboratório de aptidões médico-cirúrgicas (Aptidões) Realização de suturas cutâneas. (3 - faz)Acesso ao sistema venoso superficial e profundo. (3 - faz)Acesso arterial para realização de gasometria. Suporte básico de vida no manequim (massagem cardíaca e ventilação boa a boca). (3 - faz)Exame físico de nódulo mamário. (3 - faz)Toque rectal no manequim. (3 - faz)Algaliação no homem e na mulher. (3 - faz)

5 – Regras elementares na execução de pensos (1 - vê fazer)Material utilizado e soluções antissépticas. Limpeza das feridas. Pensos fechados e abertos. Ligaduras e sua exemplificação.

6 – Administração de oxigénio por sonda e por máscara. (3 - faz)Indicações, material e desobstrução das vias aéreas superiores no manequim.

7 – Intubação nasogástrica no manequim. (3 - faz)Indicações, materiais e técnica. Lavagem gástrica.

B - Aulas práticas – Observação de casos clínicos

No primeiro semestre deverão ser observados casos clínicos, preferencialmente com as patologias apresentadas nesse semestre, nomeadamente:situações de ventre agudo: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda, oclusão intestinal; traumatismos torácicos, politraumatizados, nódulos da tiróide, bócios e hérnias parietais.

Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I: 3) Actividades de aprendizagem auto-dirigida

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a) O aluno deverá registar na sua caderneta os casos clínicos observado e os actos médicos (toque rectal, toque vaginal, punção venosa, pensos, sonda naso-gástria...) que observou ou executou de forma tutelada.

b) Deverá ter uma permanências de 6 horas no Serviço de Urgência de acordo com escala organizado pelo seu docente.

c) Deverá ter uma permanências de 6 horas na Enfermaria e Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos.

d) Deverá registar as intervenções cirúrgicas a que assistiu ou ajudou no Bloco Operatório Central ou Periférico e consultas externas a que tenha assistido.

e) Deverá elaborar dois Relatórios Clínicos (Histórias Clínicas) no 1º semestre sobre os casos clínicos apresentados nesse semestre.

Disciplina de Propedêutica Cirúrgica I:D - Avaliação dos conhecimentosHaverá uma avaliação (com nota) da aptidão do aluno na realização das histórias clínicas para identificação das áreas que necessitam de correcção. Avaliação contínua com valorização de 30% da nota prática.

Existirá um exame prático final, durante as duas últimas semanas de aulas práticas, sempre que possível com o Regente e o respectivo Assistente. O exame prático deverá ser realizado no modelo Mini-Cex (mini clinical examination)

a - caso clínico (doente) – discussão dos sintomas.b - Uma estação no manequim (toque rectal, toque vaginal, palpação nódulo na mama, ventilação boca a boca, massagem cardíaca, canulação de veia periférica).

Valorização de 70% da nota prática (terá 50% da nota final).

Exame final teórico (teste de escolha múltipla) com valorização de 50% da nota final. Esta prova será eliminatória se o aluno não atingir 50% de acerto nas respostas (correspondente a 9,5 valores)

E - Bibliografia recomendada:

- Browse’s Introduction to the Symptoms and signs of surgical disease. 4th Edition. 2005. Norman Browse, J. Black, K.G. Burnand, W.E.G. Thomas. Hodder Arnold.

- Hamilton Bailey’ Physical signs in clinical surgery. 14 Edition. Wright Bristol. 1967

- Essential Surgery: Problems, diagnosis and management. Edition. 2002. H. Burkit, C. Quick, D. Gatt. Churchill Livingstone.

- Sabiston Textbook of Surgery. 18th Edition. 2008. Townsend, Beauchamp, Evers, Mattox. Elseviers Saunders.

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- Harrison’s Principles of Internal Medicine. 17th Edition. 2008. Kasper, Braunwald, Fauci, Hausser, Longo, Jameson. McGraw-Hill.

(- Semiologia Médica – Princípios, métodos e interpretação. 1ª Edição. 2007. Ducla Soares. Lidel.)

- Schwartz’ Principles of Surgery. 9ª Edition. 2010. Brunicardi et al. MaGrawHill

10/9/2011Julio Soares Leite

Propedêutica Cirúrgica II

A - Objectivos Pedagógicos

1 – Conhecimentos:a) compreender a linguagem e a terminologia cirúrgica;b) conhecer as grandes síndromes cirúrgicas e respectiva etiopatogenia e semiologia;c) reconhecer as situações clínicas mais frequentes que podem justificar a necessidade de tratamento cirúrgico electivo ou urgente;

2 – Aptidões:

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a) recolher correctamente a anamnese e realizar um exame objectivo metódico e completo;b) conhecer e executar os gestos e manobras semiológicas em relação a cada capítulo da semiologia especial;c) avaliar o estado nutricional e o risco cirúrgico de um doente;d) elaborar um relatório em que valorizem e hierarquizem os dados obtidos na história clínica e se justifiquem as hipóteses de diagnóstico clínico e os exames complementares necessários para o esclarecimento das dúvidas.e) realizar as manobras de reanimação em suporte básico de vida e de entubação oro-traqueal no manequim, bem como de outros gestos de diagnóstico e terapêuticos descriminados nas aptidões a adquirir nas aulas práticas.

3 – Atitudesa) respeitar os doentes, seus familiares, os colegas e outros profissionais da saúde e reconhecer os direitos dos doentes, em particular no que se refere à confidencialidade ao consentimento informado;b) promover o desenvolvimento de qualidades pessoais adequadas à actividade médica, nomeadamente ser íntegro, apresentar-se com dignidade perante os doentes, ser responsável e interessado na sua valorização profissional, particularmente através da aprendizagem auto-dirigida;c) reconhecer a necessidade da educação médica permanente, como forma de poder vir a prestar cuidados médicos qualificados, de natureza preventiva ou curativa, em relação ao indivíduo doente ou à comunidade;d) reconhecer que a actividade médica se relaciona com vários aspectos éticos, humanos e sociais.

B - Programa: Temas da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica II

1 - Semiologia das doenças digestivas (1)Semiologia do esófagoSemiologia do estômago e duodenoSemiologia do delgado e doença inflamatória intestinalSemiologia colo-rectalSemiologia ano-rectal

2 - Semiologia das doenças digestivas (2)Semiologia do fígado, vesícula e vias biliaresIcteríciasSemiologia do pâncreasSemiologia do baçoHemorragias digestivas altas e baixas

3 - Semiologia dos membrosSemiologia das doenças arteriaisSemiologia das doenças venosas e linfáticas

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(Semiologia do sistema músculo-esquelético)

4 - Semiologia do aparelho urinário e sexual masculino e feminino.

C - Conteúdo Programático da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica II: 1) Aulas teóricas Semiologia do esófago (Aula 1, 2, 3)Anatomia e fisiologia.Semiologia – disfagia com suas diversas características e dor.Situações clínicas associadas a “dor torácica de causa não cardíaca” (DTNC).Anéis e membranas esofáficas e síndrome de Plummer-Vinson.Doenças da motilidade esofágica: disfagia orofaríngea, acalásia e espasmo esofágico difuso. Diagnóstico clínico e exames complementares – trânsitoesofágico, manometria e esofagoscopia.Divertículos esofágicos.Esofagite cáustica.Perfuração esofágica – etiologia, sintomas e exame físico. Exames complementares.Tumores esofágicos benignos.

Carcinoma do esófago.Factores de risco. Manifestações clínicas.Exames complementares de diagnóstico.Carcinoma do cárdia e da hipofaringe – aspectos clínicos.Tratamento cirúrgico – noções gerais.Tipos de ressecções cirúrgicas e reconstrução após esofegectomia.Fundamentos do tratamento neoadjuvante e adjuvante.Tratamento paliativo.

Hérnia do hiato e doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)Fisiopatologia.Tipo de hérnias.Sintomas e exame físico.Exames complementares.Tratamento – linhas gerais do tratamento médico e cirúrgico.Hérnias paraesofágicas de tipo II e III: fisiopatologia, clínica, exames e tratamento.

Semiologia gástrica (Aula 4, 5)Anatomia e fisiologia.Mecanismos da secreção gástrica, factores defensivos e agressivos da mucosa gástrica.Úlcera péptica:Epidemiologia, patogenia e manifestações clínicas na úlcera gástrica e na duodenal.Complicações: perfuração, hemorragia e obstrução.Síndrome de Zollinger-Ellison: clínica e exames de diagnósticoExames complementares – endoscopia digestiva alta, trânsito esófago-gastro-duodenal, gastrinémia, e pesquisa de H. pylori.Tratamento: médico e cirúrgico.

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Intervenções cirúrgicas: vagotomia troncular com piloroplastia, vagotomia superselectiva, vagotomia troncular e antrectomia, gastrectomia subtotal.Tratamento cirúrgico das complicações da úlcera péptica.Gastrite erosiva: Fisiopatologia, clínica, diagnóstico endoscópico e tratamento.

Carcinoma gástrico:Epidiomiologia e factores de risco.Tipos histopatológicos.Sintomas e exame físico.Diagnóstico e estadiamento.Tratamento cirúrgico – princípios gerais.Linfoma gástrico:Sintomas, histopatologia, estadiamento e tratamento.Sarcoma gástrico, gastrite hipertrófica e lesão gástrica de Dieulafoy: aspectos clínicos e patológicos.

Semiologia do intestino delgado (Aula 6, 7)Anatomia, embriologia e fisiologia.Doença inflamatória intestinal (doença de Crohn):Etiologia e histopatologia.Manifestações clínicas.Complicações: oclusão, perfuração, megacólon, degenerescência maligna.Doença perianal.Manifestações extraintestinais.Exames complementares.Diagnóstico diferencial.Tratamento médico e cirúrgico – noções gerais

Neoplasias do delgado – factores de risco e clínica.Exames complementares de diagnóstico.Neoplasias benignas (lipomas, leiomiomas, GIST, hamartomas)Neoplasias malignas (adenocarcinoma, GIST maligno, linfoma, metástases)Carcinóide – etiopatogenia, síndrome clínico e tratamento.Outras doenças: enterite radica, síndrome do intestino curto, compressão vascular do duodeno.

Semiologia do cólon e do recto (Aula 8, 9, 10)Anatomia e fisiologia.Doença diverticular e diverticuliteDoença inflamatória intestinal do cólon (Colite ulcerosa e doença de Crohn)Colite ulcerosa:Etiopatogenia e patogénese. Histopatologia.Manifestações clínicas.Diagnóstico endoscópico e biópsia.Diagnóstico diferencial.Risco de degenerescência maligna.Indicações para tratamento cirúrgico.Doença de Crohn do cólon:Manifestações clínicas, diagnóstico e indicações cirúrgicas.Colite isquémica – manifestações clínicas.

Cancro colo-rectal – esporádico e hereditário.Teoria da sequência adenoma-carcinoma.Pólipos colo-rectais.Síndrome de Peutz-Jeghers e polipose familiar juvenil.Polipose adenomatosa familiar – manifestações clínicas intestinais e extra-intestinais, rastreio e cirurgia profiláctica. Síndrome de Lynch – diagnóstico através da história familiar;

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Critérios de Amesterdão e de Bethesda. Rastreio e tratamento cirúrgico.

Cancro do cólon:Manifestações clínicas, diagnóstico e estadiamento.Tratamento cirúrgico e tratamento adjuvante – fundamentos e tipos de intervenções.

Cancro do recto:Manifestações clínicas, diagnóstico e estadiamento.Tratamento cirúrgico, tratamento neoadjuvante e tratamento adjuvante – fundamentos e tipos de intervenções.

Rastreio do cancro colo-rectal – seus fundamentos e como o realizar.

Doenças do pavimento pélvico: prolapso rectal, rectocelo e síndrome da obstrução defecatória.Obstipação – definição e estudos fisiológicos e imagiológicos para a sua caracterização.

Semiologia perianal (Aula 11)Anatomia e fisiologia do canal anal.Sintomas dominantes e alterações no exame físico e endoscópico (anuscopia e rectoscopia).Incontinência anal – definição e etiologia.Doenças ano-rectais benignas (manifestações clínicas e exame físico):HemorróidasFissura analFístula perianal e supuração anal (abcesso).

Outras doenças menos frequentes (fístula recto-vaginal, condiloma acuminado, hidradenite supurativa e Crohn anal).Neoplasias do canal anal.

Semiologia do fígado (Aula 12)Anatomia e fisiologia. Avaliação da função hepática.Abcesso hepático piogénico – patogenia, clínica e diagnóstico diferencial.Abcesso amibiano - patogenia, clínica.Quisto hidático – patogenia e clínica.Neoplasias benignas sólidas: adenoma, hiperplasia nodular focal e hemangioma hepático; aspectos clínicos e imagiológicos.Quisto biliar.Neoplasias malignas: hepatocarcinoma, colangiocarcinoma e metástases hepáticas; aspectos clínicos e imagiológicos.Cirrose e hipertensão portal – etiopatogenia, clínica e exames complementares.

Semiologia da vesícula e vias biliares (Aula 13)Anatomia e fisiologia.Coledocolitíase / litíase de via biliar principal – clínica e exames complementares.Colangite esclerosante primária – clínica e exames de diagnóstico.Quisto do colédoco.Carcinoma da vesícula – clínica, diagnóstico e estadiamento.Colangiocarcinoma – factores de risco, clínica, diagnóstico e estadiamento.

Semiologia do pâncreas (Aula 14)Anatomia e fisiologia.Pancreatite crónica – etiopatogenia, sintomas, exame físico e imagiologia.Tumores quísticos do pâncreas.Carcinoma do pâncreas – incidência e patogenia. Clínica, exames complementares e estadiamento. Linhas gerais do tratamento cirúrgico.

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Semiologia da icterícia (Aula 15)Quadro clínico e biológico.Hiperbilirrubinémia indirecta e directa – etiologia.Diagnóstico diferencial entre icterícia “médica” e “cirúrgica”: interrogatório, exame físico e exames complementares.

Semiologia das doenças arteriais, venosas e linfáticas dos membros (Aula 16, 17)Aterosclerose: etiopatogeniaAvaliação clínica e exames complementares.Patologia arterial: estenosante e aneurismática.Sintomas e sinais de isquémia arterial aguda e crónica.Patologia venosa: varizes e trombose venosa superficial e profunda.Sintomas, sinais e manobras para estudo de varizes e da trombose venosa profunda.Semiologia das doenças linfáticas: linfedema.

Hemorragia digestiva aguda (Aula 18)Avaliação inicial e orientação terapêutica.Hemorragia digestiva alta – etiologia e critérios de gravidade clínicos e endoscópicos.Hemorragia digestiva baixa – etiologia e exames de diagnóstico.Hemorragia digestiva de causa oculta – etiologia.

Lesões elementares do revestimento cutâneo (Aula 19) Histologia.Descrição das lesões cutâneas.TraumaInfecções.Tumores benignos e malignos.

Semiologia dos órgão genitais masculinos e femininos (Aula 20)Órgãos genitais masculinos: Anatomia.Alterações comuns no pénis.Exame testicular e alterações comuns.Toque rectal.Órgãos genitais femininos:Anatomia. Toque vaginal e bimanual.Semiologia das alterações mais frequentes: bartholinite, carcinoma da vulva, carcinoma do colo, fibromioma uterino e quisto do ovário.

Conteúdo Programático da Disciplina de Propedêutica Cirúrgica II: 2) Aulas práticas

A - Aulas práticas – Conhecimentos e aptidões adicionais

1 – Aula no laboratório de aptidões médico-cirúrgicas Realização de suturas cutâneas. (3 - faz)Acesso ao sistema venoso superficial e profundo. (3 - faz)Acesso arterial para realização de gasometria. Suporte básico de vida no manequim (massagem cardíaca e ventilação boa a boca). (3 - faz)

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Exame físico de nódulo mamário. (3 - faz)Toque rectal no manequim. (3 - faz)Algaliação no homem e na mulher. (3 - faz)

2 – Fístulas digestivas e trajectos fistulosos (conhecimentos) Definição, repercussões fisiopatológicas, e métodos de diagnóstico imagiológico.

3 – O doente estomizado (colostomia e ileostomia, lateral ou terminal) (conhecimentos)Conceito, classificação e localização das estomias. Aparelhos de colostomia, ileostomia e urostomia. Normas da correcta aplicação e complicações mais frequentes. Apoio técnico e psicológico.

4 – Colheita de produtos biológicos para análise (1 – vê fazer)Colheitas de urina, sangue, expectoração e produtos sépticos. Punção de quistos e de tumores sólidos para estudos citológicos. Condições de envio ao laboratório.

5 – Administração parentérica de medicamentosMaterial e vias de administração: subcutânea, intramuscular e intravenosa. Indicações técnicas e complicações. Execução no Laboratório de aptidões médico-cirúrgicas (3 – faz)e nos pacientes sob controlo do assistente. (2 – mostra como faz)

6 – Soluções para hidratação e para nutrição enteral e parenteral (conhecimentos)Necessidades basais para o pós-operatório. Avaliação nutricional do doente cirúrgico e situações em que há necessidade de nutrição artificial. Necessidade calóricas, proteicas e lipídicas basais e após o trauma cirúrgico. Soluções para nutrição parenteral e enteral. Vias de administração de soluções isotónicas e hiper-osmolares.

7 – Toracocentese e paracentese abdominal (1 – vê fazer)Referências anatómicas, indicações e técnicas.Toracocentese no manequim (3 – faz)

8 – O doente imobilizado (conhecimento)Posicionamento, Prevenção de escaras, trombose venosa, estase brônquica e atrofias musculares.

9 – Atitude comportamental para com o doente crónico, idoso e em fase terminalImportância do apoio psicológico. Exemplos práticos (conhecimento)

B - Aulas práticas – Observação de casos clínicos

No segundo semestre deverão ser observados casos clínicos, preferencialmente com as patologias apresentadas nesse semestre, nomeadamente:nódulos da mama, patologia do esófago, estômago, do intestino delgado, do cólon, recto e ânus, icterícias, patologia do pâncreas, da vesícula e das vias biliares

Disciplina de Propedêutica Cirúrgica II:

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3) Actividades de aprendizagem auto-dirigidaa) O aluno deverá registar na sua caderneta os casos clínicos observado e os actos médicos (toque rectal, toque vaginal, punção venosa, pensos, sonda naso-gástria...) que observou ou executou de forma tutelada.

b) Deverá ter uma permanência de 6 horas no Serviço de Urgência de acordo com escala organizado pelo seu docente.

c) Deverá ter uma permanência de 6 horas na Enfermaria e Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos.

d) Deverá registar as intervenções cirúrgicas a que assistiu ou ajudou no Bloco Operatório Central ou Periférico e consultas externas a que tenha assistido.

e) Deverá elaborar dois Relatórios Clínicos (Histórias Clínicas) no 2º semestre, orientadas para as patologias apresentadas nesse semestre.

Disciplina de Propedêutica Cirúrgica II:D - Avaliação dos conhecimentosHaverá uma avaliação (com nota) da aptidão do aluno na realização das histórias clínicas para identificação das áreas que necessitam de correcção. Avaliação contínua com valorização de 30% da nota prática (até 3 valores).

Existirá um exame prático final, durante as duas últimas semanas de aulas práticas, sempre que possível com o Regente e o respectivo Assistente. O exame prático deverá ser realizado no modelo tipo Mini-Cex (mini clinical examination:

a - caso clínico (doente) – discussão dos sintomas.b - caso clínico (doente) – exame físico de uma zona anatómica (tiróide, gânglios do pescoço, axilares, inguinais ... ver 13 competências no exame físico sugeridas anteriormente).c - Uma estação no manequim (toque rectal, toque vaginal, palpação nódulo na mama, ventilação boca a boca, massagem cardíaca, canulação de veia periférica).

Valorização de 70% da nota prática (terá 50% da nota final)

Exame final teórico (teste de escolha múltipla) com valorização de 50% da nota final. Esta prova será eliminatória se o aluno não atingir 50% de acerto nas respostas (correspondente a 9,5 valores)

F - Bibliografia:

- Browse’s Introduction to the Symptoms and signs of surgical disease. 4th Edition. 2005. Norman Browse, J. Black, K.G. Burnand, W.E.G. Thomas. Hodder Arnold.

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- Hamilton Bailey’ Physical signs in clinical surgery. 14 Edition. Wright Bristol. 1967

- Essential Surgery: Problems, diagnosis and management. Edition. 2002. H. Burkit, C. Quick, D. Gatt. Churchill Livingstone.

- Sabiston Textbook of Surgery. 18th Edition. 2008. Townsend, Beauchamp, Evers, Mattox. Elseviers Saunders.

- Harrison’s Principles of Internal Medicine. 17th Edition. 2008. Kasper, Braunwald, Fauci, Hausser, Longo, Jameson. McGraw-Hill.

(- Semiologia Médica – Princípios, métodos e interpretação. 1ª Edição. 2007. Ducla Soares. Lidel.)

- Schwartz’ Principles of Surgery. 9ª Edition. 2010. Brunicardi et al. MaGrawHill

Equipa Docente

Regente – Prof. Doutor Júlio Soares Leite

Assistentes Convidados:Licº Mário Sérgio SantosLicº Hamilton Neves BatistaLicº António MansoLicº António Jorge Correia de Pinho Licº Henrique Miguel AlexandrinoLicº Ana Bento

Júlio Leite10/9/2011

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