profetas menores livro iii - ageu, zacarias, malaquias

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Profetas Menores Livro III Ageu, Zacarias e Malaquias Silvio Dutra DEZ/2015

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Page 1: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

Profetas Menores Livro III

Ageu, Zacarias e Malaquias

Silvio Dutra

DEZ/2015

Page 2: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

2

474 Alves, Silvio Dutra Profetas menores III./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2015. 132p.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Messias. 3. Zacarias 4.Malaquias. 5. Ageu. 6. Comentário Bíblico I. Título.

CDD 230.224

Page 3: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

3

Sumário

AGEU

Ageu 1......................................................... 5

Ageu 2......................................................... 12

ZACARIAS

Zacarias 1................................................... 21

Zacarias 2................................................... 28

Zacarias 3................................................... 31

Zacarias 4................................................... 35

Zacarias 5................................................... 39

Zacarias 6................................................... 43

Zacarias 7................................................... 47

Zacarias 8................................................... 51

Zacarias 9................................................... 56

Zacarias 10................................................. 60

Zacarias 11................................................. 71

Zacarias 12................................................. 80

Zacarias 13................................................. 88

Zacarias 14................................................. 94

MALAQUIAS

Malaquias 1................................................ 107

Malaquias 2................................................ 115

Malaquias 3................................................ 121

Malaquias 4................................................ 127

Page 4: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

4

AGEU

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5

Ageu 1

Buscar Primeiro o Reino de Deus

Quase tudo na Palavra de Deus aponta para a

grande verdade que a Sua vontade nunca deve ser

negligenciada ou postergada, em prol da realização

de qualquer outra coisa que seja do nosso próprio

interesse.

Importa que o reino de Deus e a Sua justiça sejam

sempre buscados prioritariamente em tudo o que

fizermos.

Na verdade, importa buscar em primeiro lugar o

próprio Senhor, porque senão o nosso trabalho será

em vão.

Os judeus estavam aprendendo esta lição na prática,

depois que haviam retornado do cativeiro em

Babilônia, porque em vez de priorizarem as coisas

relativas ao culto do Senhor, com a reconstrução do

templo, a par de toda a oposição que pudessem estar

sofrendo, arrumaram a desculpa que não era ainda

o tempo de se edificar a casa do Senhor, porque

estavam dando prioridade à reconstrução de suas

próprias casas.

Eles julgavam que não era ainda tempo para se

dedicarem aos interesses do Senhor.

Do mesmo modo, um bom número de

cristãos gastam quase todo o tempo de suas vidas

com os seus próprios interesses, e deixam o Senhor

ficar esperando que eles se voltem para Ele.

Page 6: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

6

Com que dificuldade conseguem separar míseros

dez minutos para orarem por dia, ou para fazerem o

que se refira à obra de Deus.

Todavia, acham tempo para tudo o mais.

Quando fazemos isto, seja até mesmo em relação às

coisas mínimas, nós invertemos a ordem de

prioridades.

Os cristãos são ensinados pelo Senhor a serem

dependentes dEle para tudo.

Está edificada sobre a areia e não tem telhado a casa

na qual o Senhor não recebe a devida atenção dos

seus membros, na devoção que Lhe é devida, e

na busca de auxílio nEle e da Sua presença, em tudo

o que se pretenda fazer.

Assim, os judeus que haviam retornado de

Babilônia, pretendiam ser prósperos no que faziam,

negligenciando a pessoa de Deus e a Sua vontade.

Por isso nós lemos no primeiro capítulo de

Ageu que eles foram admoestados pelo profeta

quanto ao grave erro que estavam cometendo, e que

estava sendo a causa de não estarem sendo bem

sucedidos.

“Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis,

mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais;

vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe

salário, recebe-o para o meter num saco furado.”

(Ageu 1.6)

Por isso, tanto no verso anterior a este (v.5), quanto

no posterior (v.7), o Senhor chamou os israelitas a

considerarem os caminhos deles; para que

pudessem verificar na própria realidade das suas

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7

vidas, que por mais que se empenhassem em seus

próprios interesses, não estavam sendo bem

sucedidos, porque lhes faltava a Sua aprovação e

bênção.

Se o Senhor não governar nossas vidas e casas,

quem prevalecerá será o Inimigo, tal como estava

ocorrendo com Judá.

A atitude de considerar o nosso caminho não é para

ficarmos lamentando a nossa triste condição, por

esta ausência de Deus e da Sua bênção na nossa

vida, mas para nos levantarmos e ativarmos a

devoção que Lhe é devida, quanto aos interesses da

Sua casa, que é a Igreja.

Isto deve vir primeiro.

Esta regra se aplica às grandes e às pequenas tarefas

do viver diário.

É preciso gastar tempo na presença do Senhor antes

de nos lançarmos à execução de nossas tarefas, e

continuarmos na Sua presença enquanto as

executamos.

Então, depois de ter ordenado que os judeus, se

aplicassem de modo prático às coisas necessárias,

para a reconstrução do templo, no verso 8, o Senhor

enumerou alguns dos Seus juízos sobre a

negligência dos judeus, para que fossem

despertados para o seu dever.

Então foi dito aos judeus que procedia dEle as

coisas que são referidas nos versos 9 a 11:

“9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco;

e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o

dissipei com um assopro. Por que causa? diz o

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8

Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que

está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à

sua própria casa.

10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho,

e a terra retém os seus frutos.

11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as

colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre

tudo o que a terra produz; como também sobre os

homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho.”

O governador Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué

foram encarregados de dizerem as palavras de Deus,

por meio de Ageu, ao povo.

E eles o fizeram, e o povo se reanimou a reconstruir,

em face de terem reconhecido que ao povo que

pertence ao Senhor não resta nenhuma outra

alternativa, senão a de viverem para Ele e para

fazerem a Sua vontade.

No entanto, é dito que tanto o governador, o sumo

sacerdote e todo povo foram incitados em seus

espíritos pelo próprio Deus, a fazerem Sua obra.

Disto aprendemos, que é somente quando nos

dispomos a obedecer ao Senhor, que Ele move os

nossos espíritos, pelo poder do Espírito Santo, para

que sejamos encorajados e capacitados a fazer tudo

o que Ele nos tem ordenado.

Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá,

por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano

começaram a reconstruir o templo de Jerusalém,

que havia sido destruído por Nabucodonozor.

Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos,

que foram rejeitados por eles quanto à participação

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9

na reedificação do templo, ficando a obra paralisada

por cerca de 16 anos.

As obras de reconstrução do templo foram

reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos

profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído

4 anos depois em 516 a.C.

A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do

rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de

17 anos após o retorno dos judeus à Palestina.

Como se afirma no primeiro versículo de Zacarias,

ele começou seu ministério junto aos judeus no

oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que o

profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a

saber, no sexto mês do segundo ano de Dario, como

se vê neste primeiro versículo do seu livro.

“1 No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no

primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, por

intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel,

governador de Judá, filho de Sealtiel, e a Josué, o

sumo sacerdote, filho de Jeozadaque, dizendo:

2 Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este

povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se

edificar a casa do Senhor.

3 Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do

profeta Ageu, dizendo:

4 Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas

forradas, enquanto esta casa fica desolada?

5 Ora pois, assim diz o Senhor dos exércitos:

Considerai os vossos caminhos.

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10

6 Tendes semeado muito, e recolhido pouco;

comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos

saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que

recebe salário, recebe-o para o meter num saco

furado.

7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os

vossos caminhos.

8 Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa;

e dela me deleitarei, e serei glorificado, diz o

Senhor.

9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco;

e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o

dissipei com um assopro. Por que causa? diz o

Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que

está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à

sua própria casa.

10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho,

e a terra retém os seus frutos.

11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as

colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre

tudo o que a terra produz; como também sobre os

homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho.

12 Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo

sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, juntamente

com todo o resto do povo, obedeceram a voz do

Senhor seu Deus, e as palavras do profeta Ageu,

como o Senhor seu Deus o tinha enviado; e temeu o

povo diante do Senhor.

13 Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao

povo, conforme a mensagem do Senhor, dizendo:

Eu sou convosco, diz o Senhor.

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11

14 E o Senhor suscitou o espírito do governador de

Judá Zorobabel, filho de Sealtiel, e o espírito do

sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o

espírito de todo o resto do povo; e eles vieram, e

começaram a trabalhar na casa do Senhor dos

exércitos, seu Deus,

15 ao vigésimo quarto dia do sexto mês.”

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12

Ageu 2

Primeiro Santificação Depois a Obra

Como os judeus haviam sido exortados pela

profecia de Ageu, que lhes fora dada por meio do

governador Zorobabel, e do sumo-sacerdote Josué

(Ageu 1.1), no primeiro dia do sexto mês, e se

dispuseram a tomarem as medidas necessárias para

a reconstrução do templo no vigésimo quarto dia do

referido mês (1.15), então, nesta segunda exortação

do profeta Ageu, constante deste segundo capítulo,

o Senhor ordenou ao profeta, que não falasse

agora, somente a Zorobabel e a Josué, como

também a todo o povo, no vigésimo primeiro dia do

segundo mês (2.1-9), ou seja cerca de quase um mês

depois de lhes ter falado pela primeira vez através

de Ageu.

E voltaria a lhes falar através do profeta em duas

outras ocasiões (2.10-19 e 2.20-23), no mesmo

vigésimo quarto dia do nono mês; ou seja, cerca de

dois meses depois de lhes ter falado o que lemos em

2.1-9.

O povo estava então trabalhando na reconstrução do

templo cerca de um mês quando o Senhor lhes

animou a prosseguirem na obra, com palavras

encorajadoras, dizendo que apesar de estarem

julgando que o templo, que estavam construindo,

em nada tinha da glória do templo anterior, que

havia sido destruído, e que fora erigido por

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13

Salomão, teria uma glória maior do que a do

primeiro.

Certamente, Deus não estava falando em termos de

glória terrena, porque para Ele por maior que seja a

glória da carne, ela é passageira como a flor da erva.

Então não é neste tipo de glória mundana que se

encontra concentrada a Sua atenção, mas na glória

espiritual.

Os serviços de culto que seriam realizados no

templo que eles estavam construindo, ajudaria na

manutenção da devoção dos judeus ao Senhor, até

que o Messias se manifestasse a eles.

Por isso é dito no verso 4 que todos deveriam se

esforçar, principalmente os líderes, e trabalharem,

porque o Senhor era com eles.

Ele seria fiel ao pacto que havia feito com os

israelitas, desde que haviam saído do Egito, e não

deveriam portanto, temer, porque o Espírito Santo

habitava em seu meio (v. 5).

Sem a presença do Espírito Santo é impossível

trabalhar para Deus, porque toda obra do Senhor é

dirigida e realizada pelo próprio Espírito, pela

instrumentalidade dos Seus servos.

O povo de Judá estava trabalhando cerca de três

meses na obra de reconstrução do templo quando

lhes veio de novo a Palavra do Senhor, no vigésimo

quarto dia do nono mês, porque apesar de todo o seu

empenho na obra que estavam fazendo, alguns não

estavam dando a devida consideração, que todo

trabalho que é feito para Deus exige que estejamos

com nossas vidas santificadas.

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14

Porque, caso contrário, todo o nosso trabalho será

considerado como imundo por Ele, ou seja,

inaceitável.

Daí o arrazoamento que o profeta Ageu fez

primeiramente com os sacerdotes, quanto às

exigências da lei, para a apresentação de ofertas no

templo, as quais, não poderiam ser apresentadas por

pessoas que estivessem impuras, por se

encontrarem em algumas das situações descritas na

lei cerimonial, quanto à condição de ser considerado

imundo perante o Senhor, como por exemplo, o

contato da carne ofertada no templo, daqueles

sacrifícios que era permitido que fossem

consumidos em casa, no máximo até três dias, e que

não podiam ter contato com outros alimentos

comuns, isto é, que não haviam sido consagrados a

Deus no templo, na presença do sacerdote (v. 10).

E também o caso de alguém que tivesse tido contato

com o corpo de uma pessoa morta, e que viesse a

tocar em alguma coisa consagrada, e que a tornaria

imunda (v. 13).

Depois deste arrazoamento veio a afirmação do

Senhor de que toda a obra das mãos dos que

trabalhavam na reconstrução do templo, e tudo o

que estava sendo oferecido, era imundo (v. 14),

porque não estavam dando a devida atenção às

exigências da Lei de Moisés.

No caso da Igreja de Cristo, em que não há mais

distinção entre coisas puras e imundas, segundo a

Lei cerimonial, no entanto, aquilo que a Lei

ensinava em figura, é que não se pode ter a

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15

aprovação e aceitação de Deus, nas obras que

fazemos para Ele e na Sua casa, quando vivemos na

impureza.

Os judeus, foram portanto, convocados a se

lembrarem uma vez mais, da condição de insucesso

em que estavam vivendo antes de prosseguirem

lançando mãos à obra de reconstrução; e do quanto

estavam cuidando apenas dos seus próprios

interesses (v. 15 a 17).

Eles se dispuseram a trabalhar, e isto era louvável,

mas não se podia louvar o fato de não estarem dando

a devida atenção às exigências da Palavra do

Senhor; porque a obra de Deus deve ser realizada

em conformidade com as condições que Ele

estabeleceu em Sua Palavra.

Se eles levassem em consideração esta exortação, e

se aplicassem a agirem do modo correto, o Senhor

prometeu que lhes abençoaria desde aquele dia em

que lhes dirigiu tal palavra, a saber, no vigésimo

quarto dia do nono mês (v. 19).

Então, trabalhar para Deus traz bênçãos para nossas

próprias vidas, somente quando o fazemos estando

santificados.

Ainda naquele mesmo vigésimo quarto dia, do nono

mês, o Senhor voltou a falar, como vemos nos

versos 20 a 23, especificamente a Zorobabel,

governador de Judá, para lhe dizer que Ele abalaria

os céus e a terra, e derrubaria o trono dos reinos, e

destruiria a força dos reinos das nações; mas,

naquele dia distante, ainda por vir, o Senhor

prometeu a Zorobabel, seu servo, que o tomaria e

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faria dele um anel de selar, porque lhe havia

escolhido (v. 23).

Os decretos de um rei eram firmados e reconhecidos

e obedecidos por todos, por causa da marca do seu

anel de selar que era fixado nos documentos que

continham as suas determinações.

O Senhor disse a Zorobabel, que a Sua autoridade

seria reconhecida por outros, por meio da vida do

próprio Zorobabel.

Babilônia havia sido subvertida, a Pérsia e a Média

também viriam a ser subvertidas, e todos os

impérios que se levantassem depois deles na terra,

mas os eleitos do Senhor, como Zorobabel, serão o

Seu anel de selar na terra, ou seja, reinarão

juntamente com Cristo, depois da Sua segunda

vinda, e regerão sobre as nações da terra, na

autoridade do Senhor.

Então, esta profecia dirigida a Zorobabel, tinha o

propósito de encorajá-lo a fazer a obra do Senhor,

não pensando propriamente na recompensa presente

que teria pelo seu trabalho, mas na recompensa

eterna e futura, que está reservada para todos os que

servem fielmente a Deus; e é contemplando esta

recompensa futura que devem se empenhar em tudo

o que fizerem para Ele enquanto estiverem aqui na

terra.

“1 No segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao

vigésimo primeiro do mês, veio a palavra do Senhor

por intermédio do profeta Ageu, dizendo:

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17

2 Fala agora ao governador de Judá, Zorobabel,

filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de

Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo:

3 Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu

esta casa na sua primeira glória? Em que estado a

vedes agora? Não é como nada em vossos olhos?

4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e

esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de

Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz

o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz

o Senhor dos exércitos,

5 segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes

do Egito, e o meu Espírito habita no meio de vós;

não temais.

6 Pois assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma

vez, daqui a pouco, e abalarei os céus e a terra, o

mar e a terra seca.

7 Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de

todas as nações virão, e encherei de glória esta casa,

diz o Senhor dos exércitos.

8 Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos

exércitos.

9 A glória desta última casa será maior do que a da

primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar

darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.

10 Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo

ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta

Ageu, dizendo:

11 Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta

agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo:

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18

12 Se alguém levar na aba de suas vestes carne

santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado,

ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro

mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes

responderam: Não.

13 Então perguntou Ageu: Se alguém, que for

contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar

nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os

sacerdotes responderam: Ficará imunda.

14 Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este

povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o

Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o

que ali oferecem imundo é.

15 Agora considerai o que acontece desde aquele

dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no

templo do Senhor,

16 quando alguém vinha a um montão de trigo de

vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao

lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.

17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com

saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não

houve entre vós quem voltasse para mim, diz o

Senhor.

18 Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em

diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono,

desde o dia em que se lançaram os alicerces do

templo do Senhor, sim, considerai essas coisas.

19 Está ainda semente no celeiro? A videira, a

figueira, a romeira, e a oliveira ainda não dão os

seus frutos? Desde este dia hei de vos abençoar.

Page 19: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

19

20 Veio pela segunda vez a palavra do Senhor a

Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo:

21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo:

Abalarei os céus e a terra;

22 e derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a

força dos reinos das nações; destruirei o carro e os

que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros

cairão, cada um pela espada do seu irmão.

23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-

te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz

o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque

te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.”

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20

ZACARIAS

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21

Zacarias 1

Falsa Paz e Segurança

Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá,

por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano

começaram a reconstruir o templo de Jerusalém,

que havia sido destruído por Nabucodonozor.

Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos,

que foram rejeitados por eles quanto à participação

na reedificação do templo, ficando a obra paralisada

por cerca de 16 anos.

As obras de reconstrução do templo foram

reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos

profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído

4 anos depois em 516 a.C.

A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do

rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de

17 anos após o retorno dos judeus à Palestina.

Como se afirma no primeiro versículo de seu livro,

Zacarias começou seu ministério junto aos judeus

no oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que

o profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a

saber, no sexto mês do segundo ano de Dario, como

se vê em Ageu 1.1.

Os judeus estavam em grande perplexidade, porque

o Senhor havia prometido lhes dar descanso quando

se completassem os setenta anos de cativeiro em

Babilônia, e estavam, depois de cumprido aquele

prazo, ainda debaixo das aflições de seus inimigos.

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22

No entanto, o Senhor lhes falou através do profeta

Zacarias, que eles haviam se afastado dEle, e que

deveriam se converter para que Ele voltasse a tornar

para eles (Zac 1.3), e que deveriam aprender do que

havia acontecido aos seus pais, para que não

andassem nos mesmos caminhos deles, porque

haviam despertado grandemente a ira do Senhor,

porque não se arrependeram de suas más obras,

quando o Senhor os exortou pelos profetas (Zac 1.2,

4).

Eles foram exortados do mesmo modo, pelo profeta

Ageu, a se converterem ao Senhor, e a se

santificarem, conforme podemos ver no livro do

referido profeta.

Então, não foi pela falta de poder ou interesse de

Deus, que eles se encontravam ainda debaixo da

opressão dos povos inimigos, mas, por causa da sua

própria infidelidade, que é descrita em Ageu, por

estarem principalmente, dando prioridade aos seus

próprios interesses e negócios, e não à casa do

Senhor e à Sua vontade.

Cerca de três meses depois, no décimo primeiro

mês, do segundo ano, do reinado de Dario, a palavra

do Senhor veio novamente a Zacarias (v. 7), numa

visão, na qual viu “um homem montado num cavalo

vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se

achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos

vermelhos, baios e brancos.” (v. 8).

Zacarias pediu a Deus o significado da visão, e um

anjo lhe respondeu que eram aqueles que o Senhor

havia enviado para percorrerem a terra (v. 9, 10).

Page 23: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

23

E aqueles cavaleiros responderam ao anjo, que

estava parado entre as murtas, que estavam

percorrendo a terra e que toda ela estava tranquila e

em descanso (v. 11).

Nós vemos em I Tes 5.3, que quando o Senhor

voltar para julgar toda a terra, os seus habitantes

estarão dizendo “paz e segurança”, a par de toda a

iniquidade em que estiverem vivendo.

Há fomes, pestes, assassinatos, e toda sorte de

calamidades na terra, e ainda assim, seus habitantes

têm este falso sentimento de paz e segurança.

Nas palavras desta profecia de Zacarias, estão

tranquilos e em descanso, enquanto o povo de Deus

é duramente oprimido e perseguido pelos seus

inimigos.

São rejeitados por aqueles que não conhecem ao

Senhor.

São desprezados e oprimidos, tal como os judeus,

em seus dias.

Então o próprio anjo da visão de Zacarias clamou

ao Senhor, em face de tal quadro:

“Ó Senhor dos exércitos, até quando não terás

compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá,

contra as quais estiveste indignado estes setenta

anos?” (v. 12).

Certamente, por ter o povo de Judá se arrependido

pelas repreensões que vinham recebendo desde o

sexto mês, por Ageu, e do oitavo, por Zacarias, veio

então, neste décimo primeiro mês, da parte do

Senhor para eles, palavras boas, palavras

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24

consoladoras (v. 13), por meio do anjo que falava

com Zacarias.

Deus prometeu dar descanso ao Seu povo, contra

aqueles que estavam lhes oprimindo, e que se

encontravam em descanso, isto é, sem estarem

debaixo de Seus juízos, tal como estava fazendo

com o Seu próprio povo.

Então para confirmar a obra de juízo que faria

contra as nações inimigas de Judá, que estavam se

lhe opondo, Deus deu a Zacarias a visão de quatro

chifres, que simbolizavam os poderes daquelas

nações, sendo amedrontados e derrubados por

quatro ferreiros, e assim seriam dispersados pelo

Senhor (v. 18 a 21).

Disto aprendemos, para a Igreja de Cristo, que

quando estamos empenhados numa obra de Deus,

para a qual Ele nos chamou, e se somos paralisados

pelas forças do Inimigo, não devemos buscar a

causa da nossa falha não em outros, senão em nós

mesmos, para nos humilharmos e nos

arrependermos, de maneira que o Senhor disperse

as forças do Inimigo e nos fortaleça a cumprir a

obrar que Ele havia designado para ser feita por nós.

“1 No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a

palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de

Berequias, filho de Ido, dizendo:

2 O Senhor se irou fortemente contra vossos pais.

3 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos

exércitos: Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos

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25

exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor

dos exércitos.

4 Não sejais como vossos pais, aos quais clamavam

os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor

dos exércitos: Convertei-vos agora dos vossos maus

caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram,

nem me atenderam, diz o Senhor.

5 Vossos pais, onde estão eles? E os profetas,

viverão eles para sempre?

6 Contudo as minhas palavras e os meus estatutos,

que eu ordenei pelos profetas, meus servos, acaso

não alcançaram a vossos pais? E eles se

arrependeram, e disseram: Assim como o Senhor

dos exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os

nossos caminhos, e segundo as nossas obras, assim

ele nos tratou.

7 Aos vinte e quatro dias do mês undécimo, que é o

mês de sebate, no segundo ano de Dario, veio a

palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de

Berequias, filho de Ido, dizendo:

8 Olhei de noite, e vi um homem montado num

cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas

que se achavam no vale; e atrás dele estavam

cavalos vermelhos, baios e brancos.

9 Então perguntei: Meu Senhor, quem são estes?

Respondeu-me o anjo que falava comigo: Eu te

mostrarei o que estes são.

10 Respondeu, pois, o homem que estava parado

entre as murtas, e disse: Estes são os que o Senhor

tem enviado para percorrerem a terra.

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26

11 E eles responderam ao anjo do Senhor, que

estava parado entre as murtas, e disseram: Nós

temos percorrido a terra, e eis que a terra toda está

tranquila e em descanso.

12 Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó

Senhor dos exércitos, até quando não terás

compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá,

contra as quais estiveste indignado estes setenta

anos?

13 Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo,

com palavras boas, palavras consoladoras.

14 O anjo, pois, que falava comigo, disse-me:

Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos:

Com grande zelo estou zelando por Jerusalém e por

Sião.

15 E estou grandemente indignado contra as nações

em descanso; porque eu estava um pouco

indignado, mas eles agravaram o mal.

16 Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me, agora,

para Jerusalém com misericórdia; nela será

edificada a minha casa, diz o Senhor dos exércitos,

e o cordel será estendido sobre Jerusalém.

17 Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor

dos exércitos: As minhas cidades ainda se

transbordarão de bens; e o Senhor ainda consolará a

Sião, e ainda escolherá a Jerusalém.

18 Levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro

chifres.

19 Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que é

isto? Ele me respondeu: Estes são os chifres que

dispersaram a Judá, a Israel e a Jerusalém.

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27

20 O Senhor mostrou-me também quatro ferreiros.

21 Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele

respondeu, dizendo: Estes são os chifres que

dispersaram Judá, de maneira que ninguém

levantou a cabeça; mas estes vieram para os

amedrontarem, para derrubarem os chifres das

nações que levantaram os seus chifres contra a terra

de Judá, a fim de a espalharem.” (Zacarias 1.1-21)

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28

Zacarias 2

O Poderoso Braço do Senhor

Zacarias teve a visão de um varão com um cordel

de medir em sua mão, saindo para medir as

dimensões de Jerusalém (Zac 2.1,2).

Ora, isto significava que Jerusalém seria

reconstruída pela intervenção de poderes celestiais.

Deus agiria em favor do Seu povo e eles

reconstruiriam, principalmente o templo, que se

encontrava apenas nos alicerces, que haviam

lançado a dezessete anos atrás.

Para confirmar o trabalho que seria feito pelo

Senhor, um outro anjo saiu ao encontro do que

falava com Zacarias pedindo para dizer ao profeta

as palavras consoladoras e animadoras, em relação

a Judá, que são citadas nos versos 4 a 13.

Foi prometido que Jerusalém seria habitada (Zac

2.4), e o Senhor mesmo lhe seria como um muro de

fogo ao seu redor, e no meio dela, e seria a sua glória

(v. 5).

Aos judeus, que ainda se encontravam em

Babilônia, por terem se acomodado à terra do

cativeiro, foi ordenado que fugissem agora de lá,

porque tinham sido espalhados pelo Seu próprio

braço, e que escapassem para Sião, porque aquele

que tocasse neles em sua própria terra, tocaria na

menina do olho de Deus (v. 6 a 8).

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29

Haveria segurança para Judá, mas não para os povos

opressores, que dominavam sobre a terra, porque

todos eles cairiam pelo desígnio do Senhor, como

de fato caíram, uns após os outros (Assíria,

Babilônia, Pérsia e Média, Grécia e Roma).

Com isto Judá saberia quem é o Senhor dos

exércitos, e Ele viria e habitaria no meio do Seu

povo, o que seria para eles motivo de exultação e

alegria (v. 9, 10).

Deus se levantaria da sua santa morada para exercer

juízos sobre a terra, e reinaria em Jerusalém, que

tem sido oprimida e desprezada pelas nações.

Esta profecia dos versos 11 a 13 certamente se

referem ao estabelecimento do reino de Jesus em

Jerusalém, depois da Sua segunda vinda.

“1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um

homem que tinha na mão um cordel de medir.

2 Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu-

me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a

sua largura e qual o seu comprimento.

3 E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro

anjo lhe saiu ao encontro,

4 e lhe disse: Corre, fala a este mancebo, dizendo:

Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros,

por causa da multidão, nela, dos homens e dos

animais.

5 Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um muro de fogo

em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória.

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30

6 Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor,

porque vos espalhei como os quatro ventos do céu,

diz o Senhor.

7 Ah! Escapai para Sião, vós que habitais com a

filha de Babilônia.

8 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Para obter

a glória ele me enviou às nações que vos

despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na

menina do seu olho.

9 Porque eis aí levantarei a minha mão contra eles,

e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram;

assim sabereis vós que o Senhor dos exércitos me

enviou.

10 Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião; pois eis que

venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor.

11 E naquele dia muitas nações se ajuntarão ao

Senhor, e serão o meu povo; e habitarei no meio de

ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou

a ti.

12 Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção

na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém.

13 Cale-se, toda a carne, diante do Senhor; porque

ele se levantou da sua santa morada.” (Zacarias 2.1-

13)

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Zacarias 3

Tições Tirados do Fogo

Todos os cristãos são tições que foram tirados do

fogo.

Tição é um pedaço de madeira que se encontrava

queimando e cujo fogo foi apagado, mas que traz

em si as marcas da fuligem da queima que havia

sofrido.

Isto porque todos se encontravam debaixo da ira e

da condenação de Deus, por causa do pecado, e sob

o domínio do príncipe do inferno, que é Satanás, e

que é citado neste capítulo de Zacarias, tentando se

opor ao sumo sacerdote Josué, para que este não

cumprisse o seu ministério nos dias de Zorobabel,

quando os judeus haviam retornado de Babilônia.

Zacarias era contemporâneo do sacerdote Josué, e

portanto, a visão tinha o propósito de encorajá-lo a

se santificar e a realizar o seu ministério no templo,

que seria reconstruído, e ser portanto, um dos

principais interessados na reconstrução da casa do

Senhor.

Josué estava realmente com trajes sujos, e por isso

Satanás tentava se lhe opor e prevalecer contra ele.

Os trajes sujos da justiça própria.

Da incredulidade e da falta de andar nos caminhos

do Senhor, e em observar as Suas ordenanças.

Por isso foi ordenado pelo Senhor que suas vestes

fossem trocadas por outras limpas.

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32

Ele seria vestido com a justiça de Cristo, que é o

único traje que não pode ser sujado.

Todavia, o Senhor mandou dizer a Josué as palavras

de Zac 3.7 a 10, pelas quais foi exortado a andar nos

Seus caminhos e a observar os Seus mandamentos,

porque se o fizesse, então julgaria a Sua casa e

guardaria os Seus átrios no templo, lhe investindo

no seu cargo (v. 7).

Disto aprendemos que não basta sermos justificados

pela graça, mediante a fé, com a justiça de Cristo,

porque a eficácia desta graça só poderá ser vista na

nossa vida, caso andemos nos caminhos de Deus,

guardando os Seus mandamentos, isto é,

santificando as nossas vidas.

A Josué e aos demais sacerdotes e líderes, que se

encontravam com ele, foi feita também a promessa

da vinda do Renovo, da pedra que foi colocada

diante de Josué, a única pedra de esquina que possui

sete olhos (onisciência), e que sendo divina, seria

por meio dela que seria tirada a iniquidade da terra

num só dia (v. 9).

Esta profecia é uma afirmação direta sobre a

divindade de Cristo, e como sendo Aquele que nos

é dado pelo Pai, sobre o qual devemos realizar todas

as Suas obras, porque é o único fundamento que nos

foi dado pelo Pai.

A iniquidade que seria retirada num só dia, significa

o trabalho perfeito de redenção de Jesus Cristo, por

um só ato de justiça, quando morreu uma única vez,

para remover a iniquidade de todos os que nEle

creem, em toda a terra, naquele memorável dia da

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33

Páscoa judaica, que celebramos na Igreja com

regularidade, para rememorar aquele dia da Sua

morte, porque é por ela que somos lavados de todos

os nossos pecados.

“1 Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual

estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à

sua mão direita, para se lhe opor.

2 Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o

Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que

escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um

tição tirado do fogo?

3 Ora Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé

diante do anjo.

4 Então falando este, ordenou aos que estavam

diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a

Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti

a tua iniquidade, e te vestirei de trajes festivos.

5 Também disse eu: Ponham-lhe sobre a cabeça

uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça

uma mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor

estava ali de pe.

6 E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo:

7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos

meus caminhos, e se observares as minhas

ordenanças, também tu julgarás a minha casa, e

também guardarás os meus átrios, e te darei lugar

entre os que estão aqui.

8 Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus

companheiros que se assentam diante de ti, porque

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34

são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu

servo, o Renovo.

9 Pois eis aqui a pedra que pus diante de Josué;

sobre esta pedra única estão sete olhos. Eis que eu

esculpirei a sua escultura, diz o Senhor dos

exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só

dia.

10 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cada um

de vós convidará o seu vizinho para debaixo da

videira e para debaixo da figueira.” (Zacarias 3.1-

10)

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35

Zacarias 4

As Duas Testemunhas do Apocalipse

No quarto capítulo de Zacarias, os dois ramos de

oliveira que estão junto do candelabro de ouro, que

verte azeite dourado, são as duas testemunhas que

pregarão o evangelho no período da Grande

Tribulação, conforme se vê em Apo 11.3-12.

Elas se encontram ao lado do castiçal, porque ele

representa a luz de Cristo, que dá vida ao mundo.

Este castiçal esteve na Igreja antes de ser arrebatada,

porque eram os cristãos, a luz do mundo.

O castiçal vertia o azeite (óleo) do Espírito Santo, e

isto está sendo feito e será feito pela Igreja enquanto

cumprir o seu ministério na terra, até que Cristo

volte para arrebatá-la.

Mas tendo a Igreja sido arrebatada, Deus continuará

fazendo a Sua obra de salvação, sempre pelo poder

do Espírito, e não por força ou por violência, através

da proclamação do evangelho pela boca destes dois

ungidos, a saber das duas testemunhas, que falarão

no poder do Espírito nos dias do Anticristo.

“3 E concederei às minhas duas testemunhas que,

vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e

sessenta dias.

4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros

que estão diante do Senhor da terra.” (Apo 11.3,4).

Esta visão foi dada a Zacarias para ser passada ao

governador Zorobabel, para que Ele soubesse que o

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36

próprio Senhor faria a Sua obra, pelo poder do

Espírito.

A profecia aponta para cumprimentos que se dariam

ainda num tempo distante, mas que estavam

associados ao trabalho que o sumo sacerdote Josué,

e Zorobabel estavam fazendo em Jerusalém, com a

reconstrução do templo e com o ensino da Palavra

de Deus ao povo de Judá.

A pedra de esquina (Jesus) viria através dos judeus,

e o Espírito Santo seria derramado em razão da obra

que seria realizada por Cristo.

Assim, importava que Zorobabel se empenhasse no

trabalho de governar o povo nos caminhos do

Senhor, e permanecer firme diante das oposições

dos inimigos, porque no final, quem prevaleceria

seria o Senhor, conforme fará no tempo do fim,

quando os inimigos de Israel se levantassem contra

eles para destruí-los.

Portanto, ninguém deveria desprezar aqueles

humildes começos da obra do Senhor nos dias de

Zorobabel, especialmente em razão de Judá estar

destruída, o templo ainda no alicerce, e que depois

de construído não teria em suas estruturas a mesma

glória que havia no templo de Salomão, que

Nabucodonozor havia destruído, porque maior

ainda era a obra que o Senhor tinha a realizar não

apenas em Israel, mas em toda a terra.

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37

“1 Ora o anjo que falava comigo voltou, e me

despertou, como a um homem que é despertado do

seu sono;

2 e me perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis

um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em

cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se

unem às lâmpadas que estão em cima dele;

3 e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do

vaso de azeite, e outra à sua esquerda.

4 Então perguntei ao anjo que falava comigo: Meu

senhor, que é isso?

5 Respondeu-me o anjo que falava comigo, e me

disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não,

meu senhor.

6 Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do

Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem

por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos

exércitos.

7 Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel

tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra

angular com aclamações: Graça, graça a ela.

8 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo:

9 As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces

desta casa; também as suas mãos a acabarão; e

saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a vós.

10 Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas?

pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão

de Zorobabel. São estes os sete olhos do Senhor, que

discorrem por toda a terra.

11 Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas

oliveiras à direita e à esquerda do castiçal?

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38

12 Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são

aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos

dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite

dourado?

13 Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é

isso? E eu disse: Não, meu senhor.

14 Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que

assistem junto ao Senhor de toda a terra.” (Zacarias

4.1-14)

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39

Zacarias 5

A Impiedade Tem Seu Próprio Lugar

Logo depois da visão do candelabro e dos dois

ramos de oliveira, Zacarias teve a visão de um rolo

esvoaçante, registrado no quinto capítulo do seu

livro, tendo dez metros de comprimento, por cinco

de largura. Exatamente as medidas do santuário do

tabernáculo, correspondente ao Lugar Santo e ao

Santo dos Santos.

Isto indica que aquele rolo era procedente do

santuário celestial de Deus.

Aquele rolo representava a Lei de Deus, mais

particularmente a maldição da lei, conforme o anjo

falou a Zacarias, que viria sobre todos os

transgressores da Lei do Senhor, em toda a terra.

São descritas portanto, especialmente maldições

contra aqueles que transgridem os dez

mandamentos, como são citados, por exemplo, o ato

de furtar e jurar falsamente (v. 3 e 4), a cujos

praticantes, foi dito que seriam desarraigados da

terra.

Depois desta, Zacarias teve outra visão de um efa,

com uma tampa de chumbo, e quando foi retirada a

tampa, havia uma mulher sentada no meio do efa.

O anjo disse que o efa era a iniquidade em toda a

terra de Judá, e a mulher, a impiedade.

O anjo lançou a mulher dentro do efa e o fechou

com a tampa de chumbo (v. 5 a 8).

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40

A iniquidade se multiplica na terra por causa da

prática da impiedade pelas que não têm uma vida

santificada diante de Deus.

Zacarias viu em seguida duas mulheres que tinham

asas como as da cegonha, e que levantaram o efa

entre a terra e o céu, e quando Zacarias perguntou

ao anjo para onde elas levariam o efa, este

respondeu que iriam preparar um casa na terra de

Sinar, na qual o efa seria colocado (v. 9 a 11).

Esta visão significa que a iniquidade de Judá seria

removida pela destruição da vida de impiedade em

que eles vinham vivendo, e seria arrancada da sua

terra, e seria lançada fora em outras regiões

distantes da terra, representadas na profecia pela

terra de Sinar, onde seria bem acolhida nas casas

dos amantes da impiedade, representados nas duas

mulheres com asas, que construiriam uma casa para

o efa da iniquidade.

Não deve haver impiedade e iniquidade no meio do

povo de Deus, porque o lugar próprio para a

iniquidade é no meio daqueles que não temem e que

não amam ao Senhor.

Por isso se diz no final desta profecia, que o efa seria

colocado no seu lugar, ou seja, no lugar onde lhe é

apropriado para estar, e não no meio do povo de

Deus.

“1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um

rolo voante.

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41

2 Perguntou-me o anjo: Que vês? Eu respondi: Vejo

um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido

e dez côvados de largo.

3 Então disse-me ele: Esta é a maldição que sairá

pela face de toda a terra: porque daqui, conforme a

maldição, será desarraigado todo o que furtar; assim

como daqui será desarraigado conforme a maldição

todo o que jurar falsamente.

4 Mandá-la-ei, diz o Senhor dos exércitos, e a farei

entrar na casa do ladrão, e na casa do que jurar

falsamente pelo meu nome; e permanecerá no meio

da sua casa, e a consumirá juntamente com a sua

madeira e com as suas pedras.

5 Então saiu o anjo, que falava comigo, e me disse:

levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai.

6 Eu perguntei: Que é isto? Respondeu ele: Isto é

uma efa que sai. E disse mais: Esta é a iniquidade

em toda a terra.

7 E eis que foi levantada a tampa de chumbo, e uma

mulher estava sentada no meio da efa.

8 Prosseguiu o anjo: Esta é a impiedade. E ele a

lançou dentro da efa, e pôs sobre a boca desta o peso

de chumbo.

9 Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que

vinham avançando duas mulheres com o vento nas

suas asas, pois tinham asas como as da cegonha; e

levantaram a efa entre a terra e o céu.

10 Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde

levam elas a efa?

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42

11 Respondeu-me ele: Para lhe edificarem uma casa

na terra de Sinar; e, quando a casa for preparada, a

efa será colocada ali no seu lugar.”

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Zacarias 6

Rei, Sacerdote e Profeta

Nesta sua sétima visão, no sexto capítulo, Zacarias

viu carruagens com cavalos de cores diferentes,

saindo pelos quatro cantos da terra, a partir de dois

montes de bronze.

Os montes de bronze representam os decretos

eternos de Deus, que não podem ser removidos,

porque eram de bronze as bases do tabernáculo, e o

bronze, tal como a prata e o ouro, é um metal que

não se desfaz pela oxidação como o ferro e outros

metais.

Os carros com os cavalos de cores diferentes,

representam os poderes de Deus, especialmente os

que são operados pelos anjos, pelos quais, realiza a

Sua multiforme graça e providência divinas, em

relação a todos os habitantes da terra.

É dito que estes poderes saem por toda a terra,

depois de terem se apresentado diante de Deus.

Estes cavalos não são poderes destrutivos e não

saem para destruir, conforme a visão dos quatro

cavalos e seus cavaleiros, em Apocalipse, porque se

diz que suas operações, tinham em vista fazer

repousar o Espírito do Senhor na terra do norte (Zac

6.8).

Livrar os que haviam sido levados em cativeiro (v.

10).

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44

Para fazerem coroas e colocarem-nas sobre a cabeça

do sumo sacerdote Josué (v. 11).

E é dito também nos versos 12 e 13 que: “o homem

cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e

edificará o templo do Senhor. Ele mesmo edificará

o templo do Senhor; receberá a honra real, assentar-

se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote,

ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho

de paz.”

Josué era portanto um tipo do Sumo Sacerdócio

eterno de Jesus, e por isso se ordenou que se fizesse

coroas para ele, porque Josué não era rei, mas

apenas sacerdote, mas Jesus é tanto Profeta, Sumo

Sacerdote e Rei.

O serviço de Josué era portanto, para este grande

Sumo Sacerdote que é colocado sobre a casa de

Deus, e por isso se diz que haveria entre Jesus e

Josué um conselho de paz (v. 13 b).

Por isso as coroas ficariam como memorial no

templo do Senhor, indicando que haveria uma união

futura do ofício sacerdotal com o do reinado (v. 14).

É dito que os que estavam longe viriam para ajudar

a edificar o templo do Senhor, e eles saberiam em

Judá, que Zacarias lhes havia falado estas coisas da

parte de Deus, e tudo isto sucederia se eles

obedecessem diligentemente à voz do Senhor (v.

15).

Esta profecia tinha portanto, o grande objetivo de

encorajar e incentivar os judeus à tarefa de

reconstrução do templo e a se santificarem para que

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45

o Senhor cumprisse todas as boas promessas que

lhes havia feito.

Nosso Senhor reina nos corações dos que nele

creem, há cerca de dois mil anos. E tem intercedido

como Sumo-Sacerdote à direita de Deus Pai, em

favor destes que lhe amam. E lhes tem instruído

com a Palavra que procede da Sua boca, registrada

na Bíblia, porque é Ele o Grande e Eterno Profeta,

que ensina ao Seu povo a Verdade.

“1 De novo levantei os meus olhos, e olhei, e eis

quatro carros que saíam dentre dois montes, e estes

montes eram montes de bronze.

2 No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no

segundo carro cavalos pretos,

3 no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto

carro cavalos baios com malhas.

4 Então, dirigindo-me ao anjo que falava comigo,

perguntei: Que são estes, meu senhor?

5 Respondeu-me o anjo: Estes estão saindo aos

quatro ventos do céu, depois de se apresentarem

perante o Senhor de toda a terra.

6 O carro em que estão os cavalos pretos sai para a

terra do norte, os brancos são para o oeste, e os

malhados para a terra do sul;

7 e os cavalos baios saíam, e procuravam ir por

diante, para percorrerem a terra. E ele disse: Ide,

percorrei a terra. E eles a percorriam.

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8 Então clamou para mim, dizendo: Eis que aqueles

que saíram para a terra do norte fazem repousar na

terra do norte o meu Espírito.

9 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo:

10 Recebe dos que foram levados cativos, a saber,

de Heldai, de Tobias, e de Jedaías, e vem tu no

mesmo dia, e entra na casa de Josias, filho de

Sofonias, para a qual vieram de Babilônia;

11 recebe, digo, prata e ouro, e faze coroas, e põe-

nas na cabeça do sumo sacerdote Josué, filho de

Jeozadaque;

12 e fala-lhe, dizendo: Assim diz o Senhor dos

exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo;

ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do

Senhor.

13 Ele mesmo edificará o templo do Senhor;

receberá a honra real, assentar-se-á no seu trono, e

dominará. E Josué, o sacerdote, ficará à sua direita;

e haverá entre os dois o conselho de paz.

14 Essas coroas servirão a Helem, e a Tobias, e a

Jedaías, e a Hem, filho de Sofonias, de memorial no

templo do Senhor.

15 E aqueles que estão longe virão, e ajudarão a

edificar o templo do Senhor; e vós sabereis que o

Senhor dos exércitos me tem enviado a vós; e isso

sucederá, se diligentemente obedecerdes a voz do

Senhor vosso Deus.” (Zacarias 6.1-15)

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47

Zacarias 7

Jejum e Oração Egoístas

A profecia do sétimo capítulo foi dada a Zacarias,

exatos dois anos passados desde a primeira, narrada

no seu livro, porque aqui se afirma que a Palavra do

Senhor lhe veio no quarto dia, do nono mês, do

quarto ano, do reinado de Dario (v. 1).

A amargura estava instalada no coração de muitos

judeus, especialmente dos que eram de Betel,

porque estavam protestando que haviam suplicado

o favor do Senhor, jejuando e chorando, por tantos

anos, e as coisas não haviam mudado para melhor

(Zac 7.2,3).

Mas o Senhor mandou lhes dizer que não foi para

Ele que haviam jejuado e pranteado nos setenta

anos, em que estiveram no cativeiro em Babilônia

(v. 4,5).

Eles haviam procedido da mesma maneira que os

seus pais, quando ainda se encontravam em Judá,

antes do cativeiro, e que não haviam dado ouvido

aos profetas, que lhes haviam exortado a deixarem

a iniquidade, e a praticarem o jejum que é agradável

ao Senhor, como por exemplo o fizera o profeta

Isaías, que lhes havia alertado e admoestado (Is 58)

quanto ao fato de buscarem ao Senhor apenas para

serem atendidos os próprios interesses deles, e não

os do Senhor (v 6, 7).

Page 48: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

48

Aquela geração que havia vindo do cativeiro foi

também repreendida por Deus, através de Zacarias,

quanto ao mesmo erro, que havia sido cometido

pelos seus antepassados, indagando-lhes o seguinte:

“quando comeis e quando bebeis, não é para vós

mesmos que comeis e bebeis?” (v. 6).

O ímpio come e bebe para si, mas o crente deve

comer e beber para Deus, ou seja, para ter saúde e

vida para poder servir-Lhe.

Então foram descritos nos versos 8 a 14, as

repreensões e admoestações que o Senhor havia

dirigido aos seus antepassados, pelos profetas

antigos, conforme podemos ver por exemplo no

texto de Isaías 58; para que soubessem qual era o

motivo de seus jejuns, prantos e orações não

estarem sendo ouvidos pelo Senhor; e não somente

isto, por tê-los espalhado pelas nações, em face da

falta de arrependimento, embora tivessem sido

repreendidos por Deus, por meio dos Seus profetas.

Se nossa devoção se mostra ineficaz, quanto à

produção de um viver abençoado diante do Senhor,

o motivo desta ineficácia sempre será achado em

nós mesmos, e nunca na falta de desejo de Deus em

nos abençoar.

Atos externos de religião que não sejam

acompanhados por uma sincera santificação de

coração, de quem se empenha na prática da justiça

evangélica, jamais nos trarão um viver abençoado,

ao contrário, nos tornarão sujeitos aos juízos e

correções de Deus.

Page 49: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

49

“1 Aconteceu no ano quarto do rei Dario, que a

palavra do Senhor veio a Zacarias, no dia quarto do

nono mês, que é quisleu:

2 Ora, o povo de Betel tinha enviado Sarezer, e

Regem-Meleque, e os seus homens, para suplicarem

o favor do Senhor,

3 e para dizerem aos sacerdotes, que estavam na

casa do Senhor dos exércitos, e aos profetas:

Chorarei eu no quinto mês, com jejum, como o

tenho feito por tantos anos?

4 Então a palavra do Senhor dos exércitos veio a

mim, dizendo:

5 Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes,

dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto

e no sétimo mês, durante estes setenta anos, acaso

foi mesmo para mim que jejuastes?

6 Ou quando comeis e quando bebeis, não é para

vós mesmos que comeis e bebeis?

7 Não eram estas as palavras que o Senhor proferiu

por intermédio dos profetas antigos, quando

Jerusalém estava habitada e próspera, juntamente

com as suas cidades ao redor dela, e quando o Sul e

a campina eram habitados?

8 E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo:

9 Assim falou o Senhor dos exércitos: Executai

juízo verdadeiro, mostrai bondade e compaixão

cada um para com o seu irmão;

10 e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o

estrangeiro, nem o pobre; e nenhum de vós intente

no seu coração o mal contra o seu irmão.

Page 50: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

50

11 Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram

o ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não

ouvissem.

12 Sim, fizeram duro como diamante o seu coração,

para não ouvirem a lei, nem as palavras que o

Senhor dos exércitos enviara pelo seu Espírito

mediante os profetas antigos; por isso veio a grande

ira do Senhor dos exércitos.

13 Assim como eu clamei, e eles não ouviram,

assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o

Senhor dos exércitos;

14 mas os espalhei com um turbilhão por entre todas

as nações, que eles não conheceram. Assim, pois, a

terra foi assolada atrás deles, de sorte que ninguém

passava por ela, nem voltava; porquanto fizeram da

terra desejada uma desolação.” (Zacarias 7.1-14)

Page 51: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

51

Zacarias 8

Boas Promessas Para Um Povo Infiel

A infidelidade dos judeus descrita no capítulo

anterior, não poderia anular a fidelidade de Deus,

que é afirmada por Ele neste capítulo oitavo de

Zacarias.

Ele havia determinado fazer bem a Judá e a

Jerusalém, e o faria, por causa do Seu grande zelo

(Zac 8.2).

De desolada que se encontrava, ainda com seus

muros destruídos, e as portas da cidade queimadas,

e com o templo em fase de reconstrução, Deus

prometeu tornar a engrandecer Jerusalém, e isto

seria feito, como sabemos, nos dias de Esdras e de

Neemias; que viriam para Judá, respectivamente,

em 458 e 444 a. C., ou seja, cerca de 60 anos após

Zacarias.

Jerusalém é descrita repleta de anciãos sentados nas

praças da cidade, e com meninos e meninas

brincando em suas ruas (v. 3 a 5).

Deus o faria pela força do Seu braço, trazendo o seu

povo de volta das terras para onde haviam sido

espalhados.

Vale lembrar que nos dias de Esdras, subiram com

ele a Jerusalém 1.496 cabeças de várias famílias de

Israel, do sexo masculino, sem contar o número de

mulheres e crianças.

Page 52: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

52

Então aqueles que já se encontravam em Judá nos

dias de Zacarias, e que haviam subido a Jerusalém

com Zorobabel, e que haviam lançado os alicerces

do templo, foram exortados pelo Senhor a fazerem

fortes as suas mãos, para reiniciaram a obra de

reconstrução (v. 9).

Nos anos passados, eles estiveram impedidos de

trabalharem porque não havia salário (recompensa),

nem paz para os que trabalhavam, por causa do

inimigo que o Senhor havia incitado contra eles (v.

10).

Mas agora, Deus estava prometendo paz e

prosperidade ao Seu povo (v. 11, 12), de modo que

não seriam mais considerados uma maldição pelas

nações, mas uma bênção (v. 13); porque o Senhor

voltaria a usar de misericórdia para com eles e faria

o bem a Jerusalém e a Judá, pelo que não deveriam

temer o mal (v. 14, 15).

Apesar de fazer todas estas coisas, pela Sua graça, a

bênção do Senhor sempre está condicionada a um

andar condigno na Sua presença.

Então, para desfrutarem das bênçãos prometidas,

deveriam se exercitar na prática do bem, da justiça

e da verdade (v. 16, 17).

Então os jejuns que faziam se tornariam um motivo

de regozijo, alegria e festas alegres, por isso

deveriam amar a verdade e a paz (v. 18, 19).

De repudiada e desprezada que era, pela sua

condição de ruína, Jerusalém ainda viria a ser

procurada por muitos povos e pelos habitantes de

Page 53: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

53

muitas cidades, para virem buscar o Senhor dos

exércitos, e o Seu favor e bênção (v. 20 a 22).

Assim, os judeus ganhariam prestígio entre as

nações e muitos lhes procurariam por saberem que

o favor de Deus se encontrava com eles (v. 23).

“1 Depois veio a mim a palavra do Senhor dos

exércitos, dizendo:

2 Assim diz o Senhor dos exércitos: Zelo por Sião

com grande zelo; e, com grande indignação, por ela

estou zelando.

3 Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião, e habitarei

no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a

cidade da verdade, e o monte do Senhor dos

exércitos o monte santo.

4 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda nas

praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas,

levando cada um na mão o seu cajado, por causa da

sua muita idade.

5 E as ruas da cidade se encherão de meninos e

meninas, que nelas brincarão.

6 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se isto for

maravilhoso aos olhos do resto deste povo naqueles

dias, acaso será também maravilhoso aos meus

olhos? diz o Senhor dos exércitos.

7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que salvarei

o meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra

do ocidente;

Page 54: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

54

8 e os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém;

eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em

verdade e em justiça.

9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes as

vossas mãos, ó vós, que nestes dias ouvistes estas

palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia

em que foi posto o fundamento da casa do Senhor

dos exércitos, a fim de que o templo fosse edificado.

10 Pois antes daqueles dias não havia salário para

os homens, nem lhes davam ganho os animais; nem

havia paz para o que saia nem para o que entrava,

por causa do inimigo; porque eu incitei a todos os

homens, cada um contra o seu próximo.

11 Mas agora não me haverei para com o resto deste

povo como nos dias passados, diz o Senhor dos

exércitos;

12 porquanto haverá a sementeira de paz; a vide

dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os

céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste

povo herde todas essas coisas.

13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel,

que, assim como éreis uma maldição entre as

nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não

temais, mas sejam fortes as vossas mãos.

14 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Como

intentei fazer-vos o mal, quando vossos pais me

provocaram a ira, diz o Senhor dos exércitos, e não

me compadeci,

15 assim tornei a intentar nestes dias fazer o bem a

Jerusalém e à casa de Judá; não temais.

Page 55: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

55

16 Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade

cada um com o seu próximo; executai juízo de

verdade e de paz nas vossas portas;

17 e nenhum de vós intente no seu coração o mal

contra o seu próximo; nem ame o juramento falso;

porque todas estas são coisas que eu aborreço, diz o

senhor.

18 De novo me veio a palavra do Senhor dos

exércitos, dizendo:

19 Assim diz o Senhor dos exércitos: O jejum do

quarto mês, bem como o do quinto, o do sétimo, e o

do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em

regozijo, alegria, e festas alegres; amai, pois, a

verdade e a paz.

20 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda

sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas

cidades;

21 e os habitantes de uma cidade irão à outra,

dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do

Senhor, e buscar o Senhor dos exércitos; eu também

irei.

22 Assim virão muitos povos, e poderosas nações,

buscar em Jerusalém o Senhor dos exércitos, e

suplicar a bênção do Senhor.

23 Assim diz o Senhor dos exércitos: Naquele dia

sucederá que dez homens, de nações de todas as

línguas, pegarão na orla das vestes de um judeu,

dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido

que Deus está convosco.” (Zacarias 8.1-23)

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56

Zacarias 9

Os Presos de Esperança

Judá havia sido encurvada pelo braço forte do

Senhor, que a havia disciplinado.

No entanto, não seria das nações pagãs que

procederia a salvação do Senhor para todo o mundo,

mas de Judá.

Não seria de Tiro, nem de Sidom, nem das cidades

confederadas dos filisteus citadas nos versos 5 a 7,

de Zacarias 9, contra as quais o Senhor ainda

entraria em juízo.

Damasco, Arã e estas cidades citadas, que haviam

juntado muito ouro, e que estavam confiantes em

suas riquezas, viriam a ser despojadas por Deus.

Nos versos 9 e 10 há uma profecia que revela que o

Rei Justo e Salvador de Judá, é humilde, e viria a

Jerusalém montado num jumento, um jumentinho,

filho de jumenta.

E a Sua entrada triunfal em Jerusalém geraria

exultação e alegria, como de fato gerou porque

gritaram “Hosana! Bendito aquele que vem em

nome do Senhor”, a ponto de os fariseus terem

pedido a Jesus que repreendesse os Seus discípulos

para não gritarem tão alto, mas Jesus lhes disse, que

caso não o fizessem, as pedras clamariam, uma vez

que isto estava profetizado neste texto de Zacarias 9

(v. 9).

Page 57: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

57

Israel e Judá não prevaleceriam pela força de carros

e de cavalos e de arcos de guerra, porque o reino

deste Rei Justo e Salvador é um reino de paz para

todas as nações, e o Seu domínio se estenderia de

mar a mar, até as extremidades da terra (v. 10).

E por causa da nova aliança, que seria inaugurada

no sangue deste Rei Justo e Salvador, seriam

libertados os presos da cova em que não havia água

(v. 11). Esta é a condição de todo homem sem

Cristo. Ele está preso na cova do pecado, e

desprovido da água viva do Espírito Santo.

Os presos são chamados a virem para a fortaleza que

é o Senhor. E são chamados de presos de esperança.

Ou seja, aqueles que suspiram pela salvação de

Deus, e que têm a certeza de que têm em Cristo um

libertador.

Para estes é prometida uma recompensa dupla,

porque o Senhor traz consigo o Seu galardão para

recompensar aqueles que O buscam (v. 12).

Deus tomaria vingança contra os inimigos do Seu

povo, mas deles faria o que está prometido no que

se afirma nos versos 16 e 17:

“16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará,

como o rebanho do seu povo; porque eles serão

como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra

dele.

17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande

é a sua formosura! o trigo fará florescer os

mancebos e o mosto as donzelas.”

Page 58: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

58

“1 A palavra do Senhor está contra a terra de

Hadraque, e repousará sobre Damasco, pois ao

Senhor pertencem as cidades de Arã, e todas as

tribos de Israel.

2 E também Hamate que confina com ela, e Tiro e

Sidom, ainda que sejam mui sábias.

3 Ora Tiro edificou para si fortalezas, e amontoou

prata como o pó, e ouro como a lama das ruas.

4 Eis que o Senhor a despojará, e ferirá o seu poder

no mar; e ela será consumida pelo fogo.

5 Asquelom o verá, e temerá; também Gaza, e terá

grande dor; igualmente Ecrom, porque a sua

esperança será iludida; e de Gaza perecerá o rei, e

Asquelom não será habitada.

6 Povo mestiço habitará em Asdode; e exterminarei

a soberba dos filisteus.

7 E da sua boca tirarei o sangue, e dentre os seus

dentes as abominações; e ele também ficará como

um resto para o nosso Deus; e será como chefe em

Judá, e Ecrom como um jebuseu.

8 Ao redor da minha casa acamparei contra o

exército, para que ninguém passe, nem volte; e não

passará mais por eles o opressor; pois agora vi com

os meus olhos.

9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de

Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e

traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre

um jumento, sobre um jumentinho, filho de

jumenta.

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59

10 De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém

os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele

anunciará paz às nações; e o seu domínio se

estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as

extremidades da terra.

11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu

pacto, libertei os teus presos da cova em que não

havia água.

12 Voltai à fortaleza, ó presos de esperança;

também hoje anuncio que te recompensarei em

dobro.

13 Pois curvei Judá por meu arco, pus-lhe Efraim

por seta; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os

teus filhos, ó Grécia; e te farei a ti, ó Sião, como a

espada de um valente.

14 Por cima deles será visto o Senhor; e a sua flecha

sairá como o relâmpago; e o Senhor Deus fará soar

a trombeta, e irá com redemoinhos do sul.

15 O Senhor dos exércitos os protegerá; e eles

devorarão, e pisarão os fundibulários; também

beberão o sangue deles como ao vinho; e encher-se-

ão como bacias de sacrifício, como os cantos do

altar.

16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará,

como o rebanho do seu povo; porque eles serão

como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra

dele.

17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande

é a sua formosura! o trigo fará florescer os

mancebos e o mosto as donzelas.” (Zacarias 9.1-17)

Page 60: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

60

Zacarias 10

Vitórias e Vitórias

No verso 7 do décimo capítulo de Zacarias Deus

prometeu que a Igreja teria o Seu poder e a

Sua alegria. E no verso 12 se diz que o povo do

Senhor andará em Seu nome, porque Ele o

fortalecerá.

E a consequência de tal promessa é que o povo do

Senhor será um povo alegre nesta Sua força.

Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no

Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e

cumprido de fortalecimento, salvação, proteção e

crescimento da Igreja são motivo de grande alegria

para o Seu povo, conforme se vê nos versos 7 e

8 deste capítulo 10 de Zacarias.

É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a

nossa própria alegria, que é a nossa força.

Fiel é o que fez a promessa.

Não contemplemos portanto aquilo que há no

nosso próprio coração, porque não será ali que

acharemos esta força e alegria.

Olhemos para o alto.

Olhemos para Cristo e Ele nos dará força,

graça e alegria, pelo poder do Espírito Santo.

Mas quando a Bíblia diz que a alegria do Senhor é

a nossa força (Ne 8.10), e que devemos nos

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61

regozijar sempre no Senhor (Fp 4.4), a

quê tipo de alegria ela está se referindo?

Nós veremos que é sobretudo alegria no fato de

termos sido salvos e de termos o Senhor, e não

propriamente uma atitude permanente de ter um

sorriso no rosto, e não se sentir nunca entristecido

por qualquer aflição.

Esta alegria é uma exultação interior, um regozijo

no Espírito, por sabermos que somos do Senhor, e

que podemos contar com a Sua graça, ainda

que estejamos contristados por muitas provações.

O fator determinante desta alegria cristã nas

provações é a habitação do Espírito Santo, e o fato

de não entristecermos o Espírito, por causa do

pecado, que é a única coisa que pode apagar a Sua

atuação em nosso espírito.

Por isso, antes de falar em alegria e força espiritual

neste capítulo de Zacarias, Deus ordenou a Seu

povo que lhe pedisse chuva no tempo da chuva

serôdia.

O que ocorrerá caso não chova na época apropriada

sobre a lavoura? Poderá haver colheita?

De igual modo, caso não ocorra o derramar da

chuva do Espírito no tempo apropriado, não poderá

haver colheita de almas e a manifestação do poder

de Deus entre nós.

A Igreja é incentivada a pedir, a clamar ao Senhor

para que faça chover o Espírito onde temos semeado

a Palavra do evangelho.

Se o Espírito Santo não regar a lavoura de Deus, não

haverá colheita.

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62

E se o povo de Deus não orar para que Deus derrame

o Espírito, Ele não será derramado.

A palavra da promessa divina é que Ele derramará

chuvas abundantes (v.1) caso o Seu povo ore lhe

pedindo que derrame a chuva necessária, na época

apropriada.

Quando o profeta Zacarias realizou o seu ministério,

a terra de Judá, apesar do retorno do povo de

Babilônia, ainda estava desolada e queimada,

conforme podemos ver no livro de Neemias, cujo

ministério foi bem posterior ao tempo de Zacarias.

Mas em tempos de desolação, quando parece que os

inimigos espirituais da Igreja conseguiram

prevalecer contra ela, por estarem seus membros

enfraquecidos, e de pouco se ver da glória, poder e

alegria do Espírito no meio do Seu povo, e quando

as conversões escasseiam, o Senhor se levanta e fixa

diante de nós a promessa de que derramará a chuva

do Espírito no tempo apropriado, caso oremos a Ele

pedindo tal derramamento.

As promessas de bênçãos, que são feitas a esta

Igreja desolada que ora, são proferidas nos versos 5

a 12:

- Serão poderosos na batalha esmagando o inimigo

no lodo das ruas, porque o Senhor estará com a Sua

igreja (v. 5).

- Ele fortalecerá o Seu povo e trará salvação

trazendo de volta aqueles que haviam sido

espalhados, porque terá misericórdia deles e os

ouvirá (v.6).

Page 63: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

63

- A Igreja terá o poder do Senhor e a Sua alegria, e

os que se converterem pelo seu testemunho,

também se alegrarão no regozijo do Senhor (v.7).

- As conversões se multiplicarão tal como ocorriam

na Igreja Primitiva (v. 8).

- Assim como Israel foi reunido pelo Senhor em sua

própria terra, depois de tê-los espalhado pelas

nações, de igual modo o Senhor será lembrado pelos

seus eleitos, que estiverem em todas as nações, os

quais se converterão a Ele, e serão tantos, que não

se achará lugar bastante para eles, tal como ocorre

ainda hoje com Israel em suas disputas por terras

com os palestinos, depois de terem sido trazidos

pelo Senhor de todas as nações (v. 9,10).

- Os inimigos da Igreja não poderão prevalecer

contra ela, porque o Senhor derrubará a soberba e o

domínio deles (v.11).

- O povo do Senhor andará em Seu nome, porque

Ele o fortalecerá (v.12).

Todas estas bênçãos virão sobre o povo do Senhor

porque eles terão abandonado os seus ídolos, e toda

a forma falsa de religião, na qual haviam sido

enganados, porque não foram conduzidos por

pastores fiéis à verdade (v.2).

Mas a ira do Senhor se acende contra estes pastores

infiéis, e aqueles que dentre eles forem falsos

pastores, por não conhecerem ao Senhor, Ele os

castigará.

Ele mesmo visitará o Seu rebanho e fará dele como

um majestoso cavalo de guerra (v. 3).

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64

Tudo isto o Senhor fará se o Seu povo lhe pedir que

faça chover no tempo apropriado.

E se diz que este tempo é o da chuva serôdia.

Esta chuva era a última que caía em Israel e que

fazia o grão engordar na espiga, de maneira que

pudesse haver colheita.

É portanto, uma referência ao derramar do Espírito,

nos últimos dias, para a grande colheita de almas, o

que se dá através da oração da Igreja, pedindo que

isto ocorra.

As primeiras chuvas em Israel caíam na primavera

entre março e maio, e era suficiente apenas para

fazer brotar a lavoura e dar crescimento às plantas,

mas não para encher as espigas de grãos, e como

raramente chove em Israel nos meses de junho e

julho, a chuva posterior (serôdia) era necessária

para que houvesse colheita.

De igual modo, se Deus não fizer cair a chuva do

Espírito, não pode haver colheita espiritual.

Os líderes de Israel haviam falhado em apascentar o

povo do Senhor. Ao contrário, eles fizeram as

ovelhas se desviarem do Seu caminho.

Mas Deus tornaria a reunir o Seu povo num só

rebanho, e o apascentaria, e tem feito isto através do

Espírito e do ministério de pastores fiéis, que são

segundo o Seu coração, e não como os ladrões e

salteadores, que haviam explorado e destruído as

ovelhas, antes que Jesus se manifestasse.

“7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em

verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.

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65

8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e

salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” (Jo

10.7,8).

Deus é quem salva e fortalece a casa de Judá e de

José, isto é, todo o verdadeiro Israel, a saber a

Igreja.

Ele trabalha pela nossa felicidade enquanto

cumprimos o nosso dever para com Ele.

Deste modo, somos capacitados a sermos diligentes

com a força que Deus nos dá.

Deus é nossa força, e assim se torna nossa canção e

nossa salvação.

Os que forem remidos no sangue de Jesus seriam

multiplicados por Deus (v. 8).

Esta é uma profecia clara quanto à multiplicação da

Igreja.

“Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a

dia cresciam em número.” (Atos 16.8).

A vocação da Igreja verdadeira é crescer e se

multiplicar na terra.

Não podemos portanto pensar em portas fechadas

enquanto permanecemos fiéis ao Senhor, porque

Ele tem prometido multiplicar, fazer crescer e

fortalecer e não dividir e enfraquecer.

É a glória do Seu próprio nome que está em jogo no

progresso e força da Igreja, por isso Ele mesmo se

tornou a nossa força e salvação.

E a consequência de tal promessa é que o povo do

Senhor será um povo alegre nesta Sua força.

Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no

Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e

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66

cumprido, de fortalecimento, salvação, proteção e

crescimento da Igreja são motivo de grande alegria

para o Seu povo, conforme se vê no verso 8.

Não importa portanto, quais sejam as circunstâncias

em que estejamos vivendo.

Se há dificuldades que não são ocasionadas pelo

fato de estarmos vivendo em pecado, que é a única

razão para nos entristecermos, estejamos sempre

alegres no Senhor, especialmente nos serviços da

Sua casa.

Louvemos o Seu santo nome por tão grande graça e

bondade, que tem demonstrado para conosco em

Cristo Jesus.

E que sejam cânticos de alegria que exaltem o Seu

santo nome.

O nosso coração se alegrará, diz a promessa.

Então o Senhor quer que estejamos alegres e gratos

em toda e qualquer circunstância, porque isto traz

grande glória ao Seu nome e dá cumprimento à Sua

palavra.

Levantemos portanto de todo e qualquer abatimento

de espírito, pela fé na Sua promessa, e o Espírito nos

fortalecerá, para que estejamos alegres na presença

de Deus.

Satanás não pode prevalecer contra um coração que

se alegra no Senhor, porque um coração assim está

revestido com graça, e ele tem que bater em retirada.

Importa que esta alegria seja do Espírito, produzida

pela força do Senhor, porque se for da carne, se for

nossa própria alegria, nossa resistência será fraca e

cairemos nas tentações de Satanás.

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67

É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a

nossa própria alegria que é a nossa força.

Quando os filhos virem seus pais com tal alegria,

eles se animarão em também servirem ao Senhor.

É portanto, fundamental que haja esta alegria de

Deus em nossas vidas e em nossos lares.

Fiel é o que fez a promessa.

Não contemplemos portanto, aquilo que há no nosso

próprio coração, porque não será ali que acharemos

esta força e alegria.

Olhemos para o alto. Olhemos para Cristo e Ele nos

dará força, graça e alegria pelo poder do Espírito

Santo.

Quando as pessoas virem a alegria de um povo

santo.

Quando elas virem este poder maravilhoso

operando em nossas vidas, elas também se sentirão

atraídas pelo evangelho.

Importa portanto, estarmos contentes em toda e

qualquer situação, tal como o apóstolo Paulo havia

aprendido, e este era o grande segredo de ter ganho

tantos para Cristo.

Foi por causa desta força do Senhor, que vem da Sua

alegria em nós, que o apóstolo pôde fazer tantas

coisas para Deus, andando para cima e para baixo,

vencendo todas as oposições.

Ele nos deixou um exemplo para ser seguido, e por

isso nos pede que sejamos seus imitadores, porque

esta é a maneira certa de se viver para Deus.

Page 68: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

68

A vida Cristã exige que tenhamos força e nos

movimentemos de maneira industriosa para Deus,

em nosso serviço de ganhar e edificar almas.

Porque Deus ama ao homem que criou e não lhe

agrada nem um pouco ver, mesmo ímpios, serem

destruídos por causa do pecado.

Mas tudo o que fizermos tem que ser em nome do

Senhor Jesus Cristo e debaixo do Seu governo e

autorização, em completa dependência do Seu

Espírito, para que Ele receba toda a glória.

“E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras,

fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele

graças a Deus Pai.” (Col 3.17).

É por isso que tanto se exige que os cristãos não se

entreguem a pensamentos vãos e deprimentes, a

pensamentos de derrota, mas a aprenderem como

Paulo a poderem todas as coisas em Cristo, porque

Ele nos fortalece.

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro,

tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que

é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa

fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor,

nisso pensai.”(Fp 4.8).

Se fizermos isto, qual é o resultado prometido?

É dito que o Deus de paz será conosco, se agirmos

e pensarmos tal como Paulo fazia (Fp 4.9).

Queiramos uma vida vitoriosa como esta, não para

o nosso próprio interesse, mas para podermos de

fato exaltar e glorificar o nome do Senhor. Ele

merece isto depois de tudo o que fez e tem feito por

nós.

Page 69: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

69

Há toda uma multidão de testemunhas aguardando

todos os dias pela nossa vitória, quer pessoas na

terra, quer os anjos nos céus.

“Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva

serôdia, sim, ao SENHOR que faz relâmpagos; e

lhes dará chuvas abundantes, e a cada um erva no

campo.

2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os

adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos

falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o

seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque

não há pastor.

3 Contra os pastores se acendeu a minha ira, e

castigarei os bodes; mas o SENHOR dos Exércitos

visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará

como o seu majestoso cavalo na peleja.

4 Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele

o arco de guerra, dele juntamente sairá todo o

opressor.

5 E serão como poderosos que na batalha esmagam

ao inimigo no lodo das ruas; porque o SENHOR

estará com eles; e confundirão os que andam

montados em cavalos.

6 E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de

José, e fá-los-ei voltar, porque me compadeci deles;

e serão como se eu não os tivera rejeitado, porque

eu sou o SENHOR seu Deus, e os ouvirei.

7 E os de Efraim serão como um poderoso, e o seu

coração se alegrará como pelo vinho; e seus filhos

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70

o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará

no SENHOR.

8 Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque eu os

tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se

tinham multiplicado.

9 Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se

lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão

com seus filhos, e voltarão.

10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os

congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de

Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante

para eles.

11 E ele passará pelo mar da angústia, e ferirá as

ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo se

secarão; então será derrubada a soberba da Assíria,

e o cetro do Egito se retirará.

12 E eu os fortalecerei no SENHOR, e andarão no

seu nome, diz o SENHOR.”. (Zacarias 10.1-12)

Page 71: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

71

Zacarias 11

O Pastor e as Ovelhas

Os versos 12 e 13 da profecia de Zacarias 11 citam

detalhes da traição de Jesus por Judas.

Isto comprova que o conteúdo de toda esta profecia

não pode ser limitado ao povo de Israel na Antiga

Aliança, depois do retorno deles de Babilônia.

Certamente, o propósito de Deus foi o de

demonstrar as Suas ações relativas especialmente

aos pastores infiéis e inúteis, para o cumprimento

dos Seus santos propósitos.

Há aqui uma declaração de guerra, da parte do

Senhor, contra estes pastores.

A par da ação destes muitos pastores infiéis, Deus

fará a Igreja prosperar e florescer, porque até

mesmo a traição do Messias pelo preço ajustado de

trinta moedas de prata, daria cumprimento ao plano

de Deus para resgatar as Suas ovelhas, em todas

nações do mundo, porque aquela traição precipitaria

todos os eventos que culminariam com a morte de

Jesus por nós, na cruz.

Além dos falsos pastores e todos aqueles que

viessem a rejeitar a Cristo, porque são inimigos do

rebanho de Deus, serão juntamente destruídos e

totalmente abandonados à completa ruína.

O Senhor buscará e reunirá as Suas ovelhas

desgarradas mas julgará a estes que a profecia

Page 72: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

72

chama de bodes, porque estes nada têm a ver com

ovelhas.

São parecidos mas de natureza e hábitos bastante

diferentes.

Um pastor fiel para o povo do Senhor deve amar o

rebanho e dar a sua vida pela Igreja, conduzindo as

ovelhas a viverem no aprisco de Deus, que é o

abrigo da Sua Palavra.

No entanto, foi exatamente o contrário disto que

fizeram os líderes de Israel, mesmo depois de o

Senhor ter restaurado a nação depois de tê-los

trazido de Babilônia.

Estes líderes gananciosos e interesseiros haviam se

enriquecido às custas do rebanho do Senhor, e não

tinham misericórdia do povo colocado debaixo do

seu cuidado.

Eram homens ricos e elevados em sua própria

estima.

Mas o Senhor os derrubaria em um só mês, quando

trouxe os romanos para destruírem o templo e todas

as residências de Israel, matando a muitos e

espalhando os demais por todas as nações da terra.

Este mesmo juízo aguarda por todo falso líder

elevado, que se enriquece às custas daqueles que

eles deveriam pastorear e conduzir à verdade.

Se o Senhor cortou e derrubou aqueles sacerdotes

e escribas de Israel; se não mostrou nenhuma

consideração para com eles, quanto mais não

poderiam estar certos do Seu juízo todo o restante

do povo, mesmo os pobres da terra!

Page 73: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

73

Ninguém se iluda portanto, com a suntuosidade de

templos, e a aparente glória de muitos pastores e

daqueles que se intitulam a si mesmos apóstolos e

não são, quanto a que escaparão do justo juízo de

Deus, caso em vez de apascentarem o rebanho do

Senhor na verdade com humildade, acham ocasião

para engordarem a si mesmos explorando as

ovelhas do Senhor.

A queda dos grandes é um alerta do Senhor a todos.

Se Ele derrubou os carvalhos, quanto mais os

arbustos de espinheiros frágeis não seriam também

derrubados por Ele.

Aqueles que uivavam nos dias dos seus triunfos

haverão de uivar no dia dos seus horrores (v.3),

quando o Senhor trouxer sobre eles os Seus juízos.

O dever dos pastores é proteger o rebanho da ação

do Inimigo, e não agirem eles próprios como lobos,

ainda que em pele de ovelha.

Aqueles que abusam orgulhosamente do poder que

lhes foi dado, agindo como leõezinhos que uivam,

em vez de serem pastores, podem esperar

certamente, que Deus abaterá o seu orgulho (v.3).

Assim como o Senhor julgou aqueles líderes

religiosos de Israel, que exploravam as ovelhas,

oprimindo pela usura e vendendo seus próprios

irmãos israelitas como escravos, de igual modo Ele

julgará aqueles que têm feito da Sua Igreja ocasião

de negócio.

É uma grande responsabilidade ser pastor, porque a

conta terá que ser prestada diretamente a Deus, e Ele

fará certamente esta prestação de contas, com todos

Page 74: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

74

aqueles que chamou para apascentar as suas

ovelhas, no Dia do Juízo.

Parte uma ordem do Senhor desde os céus para que

as ovelhas sejam apascentadas, porque aqueles que

as matam não se têm culpados por isto; ao contrário,

eles louvam ao Senhor pelo fato de terem

enriquecido (v. 4, 5).

Eles estavam atribuindo a Deus o mérito pelo

enriquecimento deles, como se Ele fosse sócio das

suas maldades e iniquidades.

É somente por aquilo que nós adquirimos

honestamente, que podemos dar graças a Deus.

Entretanto, como é comum vermos em nossos dias,

tantos tributando a Deus a causa da prosperidade

que alcançaram ilicitamente, ou para fazerem dela

um uso egoísta e ímpio!

Como pode o Deus santo e justo se agradar destas

coisas?

Por isso Jesus se manifestou a Israel para ser Ele

próprio o Pastor das ovelhas, que estavam sendo

mortas, espiritualmente, por estes falsos pastores

interesseiros (v.7).

O Senhor destruiu os três pastores de Israel num só

mês porque a Sua longanimidade havia se esgotado

para com eles, e assim como eles haviam se

enfastiado do Senhor e dos Seus mandamentos, Ele

também havia se enfastiado deles (v. 8).

Estes três pastores eram os governantes, os juízes e

os sacerdotes de Israel.

Page 75: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

75

Todos eles haviam se corrompido na sua função de

conduzirem o povo do Senhor, em justiça e debaixo

do Seu temor.

Estes líderes pensavam somente nos seus próprios

interesses egoístas, e de igual modo, há muitos

pastores na Igreja, que não demonstram nenhuma

misericórdia ou ternura pelas almas preciosas, que

eles devem apascentar.

E estará doente a Igreja em que o pastor não olhar

com compaixão ao ignorante, ao tolo, ao fraco e até

mesmo ao mau, porque se exige que seja longânimo

para com todos (I Tes 5.14).

O judeus haviam rejeitado a Cristo dizendo que não

reconheciam a nenhum outro rei, senão somente a

César, e tiveram o salário que lhes foi pago pelo

Império Romano, sob as mãos de Tibério César em

70 d.C, que os destruiu e expulsou de Israel .

Muitos erram, ainda hoje, na Igreja, por rejeitarem

o governo de Cristo, para se amoldarem e se

sujeitarem aos ditames deste mundo.

E não aprendem da história do que ocorreu aos

judeus no passado, por terem rejeitado o senhorio

de Cristo.

Como o quadro de infidelidade ao Senhor em Israel

havia se agravado muito, Ele pronunciou o juízo de

quebrar a Antiga Aliança (v. 10), assim como havia

profetizado antes, através de Jeremias, que faria

uma Nova Aliança, diferente da antiga (Jer 31.31-

34).

A graça que havia sido manifestada a Israel,

mantendo-o em seu território como povo da aliança,

Page 76: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

76

seria quebrada, e Deus revogaria o compromisso

que vinha tendo com eles, para manter a aliança que

havia feito através de Moisés.

Ele promulgaria uma Nova Aliança, através da

mediação de Cristo, para que houvesse maior

efetividade na ação daqueles que apascentam o Seu

rebanho, e na vida das próprias ovelhas que são

apascentadas.

Jesus não foi dado portanto, à Igreja, para dar às

ovelhas um oceano de facilidades, mas para que

fossem apascentadas na verdade.

Foi por isso que ordenou a Pedro que apascentasse

as Suas ovelhas, como a melhor prova do Seu amor

devotado a Ele.

A Igreja não é portanto, um grupo de pessoas

reunidas, para se divertirem como um clube, nem

para outros fins, senão para cumprirem a missão de

ganhar almas e edificá-las na verdade.

A Igreja deve andar nas pegadas do Seu Senhor e

Mestre, porque Jesus andou curando e pregando o

evangelho a todos, e nunca excluiu qualquer pessoa

da possibilidade de ser curada, liberta, salva,

inclusive os mais pecadores, até mesmo dentre os

pobres e desfavorecidos.

Ele não veio devorar as ovelhas, mas para lhes dar

vida abundante.

No verso 17 há uma maldição proferida contra os

pastores inúteis, que abandonam o rebanho, quando

a maioria das pessoas necessita dos seus cuidados.

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77

Afirma-se que a espada do juízo de Deus cairá sobre

o braço e o olho direito deles, e que o braço se secará

e o olho escurecerá completamente.

O braço direito é o principal braço, e sendo secado

isto significa que aqueles aos quais é dirigida a

maldição ficarão inúteis para ajudar os seus amigos

quando forem solicitados.

E o fato de o olho direito ficar totalmente cego,

significa que não poderá discernir o perigo que vier

sobre o seu rebanho, e nem saberá o que fazer para

achar alívio.

Esta maldição se cumpriu completamente nos

fariseus, a quem o Senhor chamou de guias cegos

(João 9.39-41).

“1 Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo

consuma os teus cedros.

2 Geme, ó cipreste, porque o cedro caiu, porque os

mais poderosos são destruídos; gemei, ó carvalhos

de Basã, porque o bosque forte é derrubado.

3 Voz de uivo dos pastores! porque a sua glória é

destruída; voz de bramido dos filhos de leões,

porque foi destruída a soberba do Jordão.

4 Assim diz o SENHOR meu Deus: Apascenta as

ovelhas da matança,

5 Cujos possuidores as matam, e não se têm por

culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja

o SENHOR, porque tenho enriquecido; e os seus

pastores não têm piedade delas.

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6 Certamente não terei mais piedade dos moradores

desta terra, diz o SENHOR; mas, eis que entregarei

os homens cada um na mão do seu próximo e na

mão do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os

livrarei da sua mão.

7 Eu, pois, apascentei as ovelhas da matança, as

pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas

varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União;

e apascentei as ovelhas.

8 E destruí os três pastores num mês; porque a

minha alma se impacientou deles, e também a alma

deles se enfastiou de mim.

9 E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que

morrer, morra; e o que for destruído, seja destruído;

e as que restarem comam cada uma a carne da outra.

10 E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para

desfazer a minha aliança, que tinha estabelecido

com todos estes povos.

11 E foi desfeito naquele dia; e assim conheceram

os pobres do rebanho, que me respeitavam, que isto

era palavra do SENHOR.

12 Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos

olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E

pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.

13 O SENHOR, pois, disse-me: Arroja isso ao

oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles.

E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao

oleiro, na casa do SENHOR.

14 Então quebrei a minha segunda vara União, para

romper a irmandade entre Judá e Israel.

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79

15 E o SENHOR disse-me: Toma ainda para ti o

instrumento de um pastor insensato.

16 Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que

não cuidará das que estão perecendo, não buscará a

pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a

sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará

as unhas.

17 Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A

espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho

direito; e o seu braço completamente se secará, e o

seu olho direito completamente se escurecerá.”.

(Zacarias 11.1-17)

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80

Zacarias 12

O Derramar do Espírito Santo

A expressão “carga da Palavra do Senhor”

aparece em outras passagens bíblicas como por

exemplo Jer 33.38 e Mal 1.1.

A palavra carga vem do hebraico massau, que

significa peso.

Em outras passagens do Antigo Testamento é usada

com o sentido da carga que era carregada pelos

animais; e deste modo, significa fardo.

Quando vinha como Palavra do Senhor, era

geralmente na forma de profecia, daí ser traduzida

em algumas versões como profecia, ou sentença, em

vez de carga.

Em Jeremias 23.33, 34, 36, 38, nós vemos o Senhor

repreendendo o povo por chamar de carga a Sua

vontade revelada pela Palavra.

E isto estava associado ao fato de que sendo um

Deus misericordioso, que demonstraria o Seu amor

ao Seu povo, dando o Seu próprio Filho unigênito

para morrer pelos pecadores, jamais poderia ser

visto como quem coloca fardos sobre os outros,

porque Ele mesmo é quem carrega os nossos fardos.

Por isso, no mesmo contexto da profecia de

Jeremias 23 é feito menção a Jesus como sendo

dado para justificar o povo do Senhor (v. 5,6), e

seria por causa dEle, que haveria pastores fiéis para

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apascentarem o Seu rebanho (v.4), que agiriam de

modo muito diferente daqueles que estavam

destruindo e dispersando as ovelhas (v.1).

Jesus havia repreendido os fariseus por atarem

fardos pesados às costas do povo (Mt 23.4), porque

o ministério dos homens de Deus não é o de colocar

fardos sobre as pessoas, mas de aliviar os seus

fardos.

Devemos lembrar que Jesus carrega as ovelhas

perdidas em Seu próprio ombro, porque na verdade,

as tem carregado em Seu coração.

Como pois pode ser carga a Palavra de Deus?

Ela será uma carga somente para aqueles que

resistem à vontade do Senhor, por serem rebeldes.

E é para estes que a Palavra desta profecia seria uma

carga.

Para todos que se opõem ao sucesso de Jerusalém.

Deus tem colocado Jerusalém para ser objeto de

louvor na terra.

Na profecia, esta cidade tem um simbolismo

espiritual de representar a Igreja do Senhor, porque

seria nela que a Igreja seria iniciada com aquele

primeiro grupo de 120 discípulos, que estavam

reunidos no dia em que o Espírito Santo foi

derramado.

É por isso que se faz a promessa do derramar do

Espírito, nesta profecia de Zacarias (v. 10).

Mas para aqueles que gracejam da Palavra do

Senhor, e que brincam com as coisas sagradas,

Jerusalém seria uma pedra pesada, uma carga.

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82

Jerusalém será uma pedra pesada para as nações,

porque os exércitos coligados do Anticristo que

vierem sobre ela serão destruídos pelo Senhor, na

Sua segunda vinda (v. 2,3).

Jesus é a pedra angular do edifício da Igreja, e

muitos judeus o rejeitaram e o têm rejeitado, assim

como muitas pessoas em todas as nações do mundo,

mas Ele diz que sobre quem esta pedra cair será

despedaçado e reduzido a pó (Mt 21.44).

Importava que o evangelho começasse a ser

pregado primeiro em Jerusalém e em Judá, para dar

cumprimento à profecia do verso 7 deste 12º

capítulo de Zacarias.

Nos capítulos anteriores se vê que apesar de a Igreja

(Jerusalém) ser um peso para os inimigos de Deus

de todas as nações, estes se oporiam duramente a ela

(final do verso 3).

Mas o Senhor pronunciou uma sentença sobre eles

de feri-los de espanto e de loucura (v. 4).

Os inimigos de Deus tentarão apagar o fogo do

Espírito, mas os líderes fiéis da Igreja, designados

na profecia por governadores de Judá, serão como

um braseiro ardente e um facho de fogo (v. 6).

Deus prometeu enfraquecer a coragem e a força dos

inimigos da Igreja (v. 4).

Assim, a Igreja deve cumprir a Sua missão com

coragem, sem temor, sem assombro e sem se deixar

intimidar por qualquer tipo de inimigo, porque o

Senhor tem feito a promessa de protegê-la e de

fortalecer o mais fraco dos seus membros, a ponto

de compará-lo com Davi, que foi um grande

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83

guerreiro de Deus, e a casa de Davi (uma referência

à Igreja reunida) como sendo como o próprio Deus,

como o anjo do Senhor diante dela (v. 8).

O Senhor mesmo destruirá todas as nações

(ajuntamentos de pessoas ou povos) que tentarem

vir contra Jerusalém (a Igreja), para destruí-la (v. 9).

Diante de tão grande promessa que tem sido

cumprida fielmente pelo Senhor, nestes dois mil

anos de pregação do evangelho, como

enfraqueceremos na fé e deixaremos de prosseguir

adiante com a realização da Sua obra através de

nós?

Foi por se firmar nestas promessas que os apóstolos

puderam enfrentar toda oposição que se levantou

contra eles, e prevaleceram.

Veja a palavra que o Senhor dirigiu a Paulo quanto

às perseguições que havia sofrido em Corinto:

“9 E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não

temas, mas fala e não te cales;

10 porque eu estou contigo e ninguém te acometerá

para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta

cidade.” (At 18.9,10).

Assim, portanto, incentivemo-nos mutuamente

dizendo: “Adiante! Adiante!”. Adiante com a

adoração, com o louvor, com a pregação, com o

ensino, com as orações, com a comunhão, com a

santificação, com a evangelização, com o

testemunho.

Adiante! Adiante!

Não olhemos para trás conforme o Inimigo quer que

façamos.

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84

Sejamos corajosos e não temamos o mal, porque fiel

é O que fez a promessa de proteger a Sua igreja!

O Espírito Santo é derramado como Espírito de

graça e de súplicas, e o Seu trabalho é

principalmente o de convencer do pecado, da justiça

e do juízo, por se olhar o Cristo crucificado pelos

nossos pecados e que conduz todos os que são da

casa de Davi, os habitantes de Jerusalém (duas

formas de se referir à Igreja que está em todo o

mundo) a chorarem amargamente pela morte do

Senhor na cruz, porque entenderão não apenas o

quanto Ele sofreu por amor de nós, mas porque

aquela morte é a nossa própria morte, que Ele

morreu em nosso lugar (v.10).

Por isso este choro não é apenas um pranto da Igreja

reunida, como o povo de Israel chorou pela morte

do piedoso rei Josias, no vale de Megido, mas um

pranto em cada família, e nos membros individuais

destas famílias (v. 12-14). E é exatamente isto o que

tem ocorrido em todo o mundo, desde que Cristo

morreu na cruz.

O choro do arrependimento tem operado conversões

em muitos corações, porque Ele morreu para este

propósito mesmo.

A promessa do derramar do Espírito é feita em

conexão com a morte de Cristo na profecia do verso

10, porque foi por causa da morte do Senhor que a

promessa do derramar do Espírito foi cumprida, e

porque o Espírito é verdadeiramente derramado

somente quando a cruz é pregada.

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É pela pregação do evangelho da cruz, e por se viver

crucificado com Cristo, que o Espírito de graça e de

súplicas é derramado em nossos corações.

É dito que é Espírito de graça, porque a salvação é

pela graça, somente por se olhar com os olhos

espirituais da fé para Cristo, para o Cristo

traspassado pelos nossos pecados.

E é Espírito de súplicas porque é Ele quem intercede

pelos santos, porque não sabemos como orar e nem

como convém orar (Rom 8.26).

Então em toda verdadeira oração é Ele que intercede

através de nós.

Devemos aprender a descansar nestas promessas e

a ter completa fé nesta Palavra que Deus tem

proferido acerca da vitória da Sua igreja, para que

nos empenhemos na obra de Deus, com paz e

alegria nos nossos corações, a par de toda oposição

do inferno que possamos sofrer.

“1 Carga da palavra do SENHOR sobre Israel: Fala

o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a

terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.

2 Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor

para todos os povos em redor, e também para Judá,

durante o cerco contra Jerusalém.

3 E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém

uma pedra pesada para todos os povos; todos os que

a carregarem certamente serão despedaçados; e

ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra.

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86

4 Naquele dia, diz o SENHOR, ferirei de espanto a

todos os cavalos, e de loucura os que montam neles;

mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e

ferirei de cegueira a todos os cavalos dos povos.

5 Então os governadores de Judá dirão no seu

coração: Os habitantes de Jerusalém são a minha

força no SENHOR dos Exércitos, seu Deus.

6 Naquele dia porei os governadores de Judá como

um braseiro ardente no meio da lenha, e como um

facho de fogo entre gavelas; e à direita e à esquerda

consumirão a todos os povos em redor, e Jerusalém

será habitada outra vez no seu lugar, em Jerusalém;

7 E o SENHOR salvará primeiramente as tendas de

Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória

dos habitantes de Jerusalém não seja exaltada sobre

Judá.

8 Naquele dia o SENHOR protegerá os habitantes

de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles naquele dia

será como Davi, e a casa de Davi será como Deus,

como o anjo do SENHOR diante deles.

9 E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir

todas as nações que vierem contra Jerusalém;

10 Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes

de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de

súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram;

e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo

filho unigênito; e chorarão amargamente por ele,

como se chora amargamente pelo primogênito.

11 Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém,

como o pranto de Hadade-Rimom no vale de

Megido.

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87

12 E a terra pranteará, cada família à parte: a família

da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; e a

família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à

parte;

13 A família da casa de Levi à parte, e suas

mulheres à parte; a família de Simei à parte, e suas

mulheres à parte.

14 Todas as mais famílias remanescentes, cada

família à parte, e suas mulheres à parte.”. (Zacarias

12.1-14)

Page 88: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

88

Zacarias 13

O Fogo Purificador de Deus

O 13º capítulo de Zacarias revela claramente, que

com a manifestação de Jesus em carne, para a

purificação dos nossos pecados, o ministério dos

profetas do Antigo Testamento seria fechado,

porque Ele daria pleno cumprimento a todas as

profecias com a manifestação da Sua vinda.

Até mesmo o dom de profecia, que foi manifestado

pelo Espírito Santo nos dias de produção do Novo

Testamento, e que tem continuado na Igreja,

também cessará com a manifestação da Sua

segunda vinda, porque O conheceremos como

somos por Ele conhecidos, e por isso se diz que

“havendo profecias, cessarão” e não somente elas

como todos os demais dons sobrenaturais

extraordinários do Espírito Santo, que operam ainda

hoje na Igreja.

A fonte aberta pelo Senhor, para remover o pecado

e a impureza da casa de Davi, e dos habitantes de

Jerusalém, isto é, daqueles que comporiam a Igreja,

é o evangelho de Cristo manifestado na dispensação

da graça, a qual é chamada nesta profecia de

“naquele dia”, assim com é designada na profecia

de Isaías como “ano aceitável do Senhor” (Is 61.2);

e de “últimos dias” em várias passagens proféticas,

como por exemplo em Atos 2.17; Is 2.2; Os 3.5;

Mq 4.1.

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89

Aqueles que são da casa de Davi, a saber, os que

creem em Cristo, seriam purificados por Ele quando

entrassem em aliança com o Senhor, através do

sangue da Nova Aliança, feita através dAquele que

teve suas mãos feridas e o seu lado transpassado (v.

6,7).

Estes convertidos abandonariam os seus ídolos por

causa do trabalho de purificação do Espírito Santo

em suas vidas, preparando-os para aquele grande

dia de glória, quando estarão com o Cordeiro no

monte Sião, ocasião em que já não haverá mais

ídolos, falsos profetas e espírito de impureza sobre

a terra, porque Deus os terá cortado para sempre.

Chegará o tempo em que não haverá mais espíritos

imundos, a saber, Satanás e os demônios, para

tentarem as pessoas que estiverem sobre a terra, e

este tempo começara a partir do dia da volta do

Senhor.

Este trabalho será feito por causa dAquele que fez

uma Nova Aliança conosco no Seu sangue, e não

poderia ser realizado por qualquer outro.

Chegará o dia em que o Senhor prevalecerá

completamente sobre os falsos profetas, que estão a

serviço destes espíritos imundos.

E somente a Palavra da verdade permanecerá,

quando todas estas mentiras, erro e falsidade forem

removidos por Deus da terra.

Tal será o amor pela verdade nos corações dos

cristãos aliançados com Deus, por meio da fé em

Cristo, que o amor deles pela Sua Palavra será maior

do que o seu afeto natural pelos seus próprios

Page 90: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

90

filhos, porque os pais piedosos se levantarão contra

eles, a terem que testemunhar o desvario deles

profetizando mentiras em nome do Senhor (v.3).

A verdade está destinada a triunfar tão

completamente na terra, que chegará o dia em que

os falsos profetas sentirão vergonha das suas visões

falsas e não mais se disfarçarão de profetas, para

enganarem, porque a verdade mostrará de maneira

muito contundente o erro deles (v. 4).

A grande e principal verdade a ser narrada é que a

espada da justiça brandiu contra Cristo, o

companheiro de Deus, que sendo Deus e igual a

Deus não teve por usurpação ser igual a Ele, mas

que se esvaziou a Si mesmo, para ser transpassado

em Sua morte, para poder perdoar os nossos

pecados e remover a nossa culpa diante de Deus.

A ordem da Sua morte partiu do próprio Pai, para

que a Sua justiça em relação ao perdão do pecado

pudesse ser satisfeita com o Seu sacrifício

compensatório.

O Justo morreria pelos injustos, para que eles

pudessem ser justificados por Deus.

“Ó espada, ergue-te contra o meu pastor, e contra o

varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos

exércitos; fere ao pastor, e espalhar-se-ão as

ovelhas; mas volverei a minha mão para os

pequenos.” (Zac 13.7).

Quando o Supremo pastor do rebanho de Deus foi

ferido na cruz, as ovelhas se dispersaram,

demonstrando a fragilidade da natureza humana.

Isto ficou muito claro no procedimento de Pedro.

Page 91: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

91

Mas Jesus veio para apascentar estes pequeninos, e

assim, volveria a sua mão abençoadora para eles.

Jesus se referiu a este texto da profecia de Zacarias,

na noite em que Ele foi traído, e quando os

discípulos fugiriam atemorizados.

“Então Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos

escandalizareis de mim; pois está escrito: Ferirei o

pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão.” (Mt

26.31).

Agora, quanto à profecia do verso 8, esta pode ter

vários significados, como por exemplo:

- a destruição de dois terços de toda a humanidade;

e apenas um terço dela teria o privilégio de

permanecer na terra no milênio;

- a destruição da parte hipócrita da Igreja, ficando

apenas a verdadeira Igreja invisível, constituída de

um terço do número global de cristãos. Apenas estes

herdariam a terra conforme a promessa de Cristo

nas Bem-Aventuranças.

O grande fato é que no verso 9 é dito que esta

terceira parte, que herdará a terra será passada por

Deus pelo fogo purificador, e será provada como se

prova o ouro, e estes invocarão o nome do Senhor,

e Ele os ouvirá, e dirá deles que é o Seu povo, e eles

dirão que o Senhor é o seu Deus.

Não resta portanto, nenhuma dúvida que estes que

serão achados dignos de herdar a terra e de estarem

para sempre com Deus, são aqueles que têm sido

santificados, por serem purificados e provados.

Page 92: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

92

Através desta provação da sua fé, são aperfeiçoados

na perseverança e são amadurecidos

espiritualmente.

São somente estes que fazem valer o grande valor

do sangue purificador de Cristo em Suas vidas, por

se consagrarem a Ele, para que sejam efetivamente

purificados dos seus pecados.

Afinal, foi para este propósito que Cristo morreu

por eles na cruz do Calvário.

“1 Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa

de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para

remover o pecado e a impureza.

2 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cortarei

da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá

mais memória; e também farei sair da terra os

profetas e o espírito da impureza.

3 E se alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe,

que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque falas

mentiras em o nome do Senhor; e seu pai e sua mãe,

que o geraram, o traspassarão quando profetizar.

4 Naquele dia os profetas se sentirão

envergonhados, cada um da sua visão, quando

profetizarem; nem mais se vestirão de manto de

pelos, para enganarem,

5 mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra;

porque tenho sido escravo desde a minha mocidade.

6 E se alguém lhe disser: Que feridas são essas entre

as tuas mãos? Dirá ele: São as feridas com que fui

ferido em casa dos meus amigos.

Page 93: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

93

7 Ó espada, ergue-te contra o meu pastor, e contra o

varão que é o meu companheiro, diz o Senhor dos

exércitos; fere ao pastor, e espalhar-se-ão as

ovelhas; mas volverei a minha mão para os

pequenos.

8 Em toda a terra, diz o Senhor, as duas partes dela

serão exterminadas, e expirarão; mas a terceira parte

restará nela.

9 E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a

purificarei, como se purifica a prata, e a provarei,

como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e

eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor

é meu Deus.”. (Zacarias 13.1-9)

Page 94: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

94

Zacarias 14

Profecias Relativas ao Tempo do Fim

O 14º capítulo de Zacarias se refere ao dia da volta

de Jesus, e revela qual será a condição da glória de

Jerusalém, diante de todas as nações, a partir

daquele dia, em que o Senhor voltará com poder e

grande glória, para julgar a terra e estabelecer o Seu

reino em Jerusalém.

A situação referida particularmente no verso 2 desta

profecia de Zacarias foi citada por Jesus no texto de

Lucas 21.20-24. Compare estas palavras de Jesus

com a profecia de Zacarias:

“Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja

contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas

serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade

da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do

povo não será extirpado da cidade.” (Zac 14.2).

Veja que os exércitos de todas as nações que se

ajuntarão para pelejarem contra Jerusalém, serão

levantados pela deliberação do próprio Deus, e não

pelo Anticristo, conforme se costuma afirmar.

O Anticristo estará encabeçando esta coligação de

nações mas ele nada poderia fazer caso isto não

tivesse sido planejado nos conselhos eternos do

Senhor.

O pobre miserável Anticristo terá caído nas redes da

Soberania do Deus Altíssimo para sofrer os juízos

Page 95: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

95

que estão determinados contra ele e os seus

seguidores.

A quem pertence verdadeiramente o poder?

Ao insolente Anticristo, que se levanta contra o

Deus Criador e tudo que é santo?

Satanás que deu o seu poder à Besta?

O poder pertence ao Senhor, e isto será visto

claramente pela manifestação da Sua segunda

vinda.

Veja que a profecia de Zacarias cita que as mulheres

de Jerusalém seriam forçadas quando a cidade fosse

assolada por esta coligação de exércitos, e Jesus o

confirmou citando a aflição que viria sobre as

mulheres grávidas e as que estivessem

amamentando, porque seria mais difícil para elas

fugirem da cidade, naqueles dias de grande

tribulação (Lc 21.23).

Cabe ressaltar que tanto a profecia de Zacarias

quanto a de Jesus, no texto de Lucas 21.20-24,

tiveram um primeiro cumprimento quando

Jerusalém foi assolada pelos romanos em 70 d.C.

tendo um grande número de judeus sido espalhados

pelas nações da terra.

Para quem pensa que há um exagero ou crueldade

na profecia que afirma as assolações que ocorrerão

nos dias do Anticristo, basta lembrar que foi

permitido a Hitler, pelo Senhor, que exterminasse

cerca de 6 milhões de judeus.

Assim, haverá um segundo e grande cumprimento

destas predições nos dias do Anticristo, quando

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96

Jesus se manifestará com poder e grande glória, para

destruir o trono da Besta.

Deus permitirá que a joia dos judeus, Jerusalém,

seja saqueada e espoliada pelos seus inimigos.

A avareza receberá o seu justo castigo com o fato de

serem saqueadas as riquezas deste mundo, que os

judeus juntaram e que tanto apreciam.

Por isso a profecia diz que as casas serão saqueadas.

Eles recusaram o Messias, porque lhes falou de

riquezas espirituais e celestiais, que eles

desprezaram, porque apreciaram e amaram as

riquezas materiais e terrenas, e agora eles

receberiam mais uma vez uma grande juízo divino

para saberem que estas riquezas terrenas não podem

livrar e socorrer o homem no dia da aflição.

Eles rejeitaram o Deus do céu por causa do deus

Mamom e teriam mais uma vez a oportunidade de

reconhecer que Mamom nada pode contra o Deus

Altíssimo, quando a Sua mão julgadora é estendida.

Entretanto, Deus fez promessas de misericórdia em

relação a Jerusalém e de que a colocaria por objeto

de glória em toda a terra.

Então Ele misturará a misericórdia com o juízo, e

enviará livramento juntamente com o julgamento.

Muitos dos judeus que forem expulsos da cidade

pelo Anticristo, retornarão a Jerusalém convertidos

por Cristo, que veio em socorro do povo de Deus, e

então terão abrigo e segurança para sempre debaixo

do governo eterno do Messias.

Um remanescente de Israel mais uma vez será

poupado pelo Senhor, no tempo do fim, e será salvo.

Page 97: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

97

E as nações que forem usadas por Deus, para

servirem de açoite para o povo de Israel, serão

também submetidas aos Seus juízos, por causa da

própria maldade delas.

O Senhor pelejará contra eles e destruirá a muitos

ímpios destas nações.

Ele fará com que eles bebam do mesmo cálice da ira

que eles haviam dado a beber ao povo de Israel.

Foi do monte das Oliveiras que Jesus ascendeu ao

céu, depois da Sua ressurreição (At 1.12).

Ali foi o último lugar sobre o qual Ele colocou os

seus pés, enquanto esteve em carne neste mundo.

E será justamente ali onde Ele descerá por ocasião

da Sua segunda vinda (v.4).

Tão grande será a glória do Senhor na Sua segunda

vinda, que é dito que neste dia não haverá nem a luz

do dia, nem as trevas da noite, tal o refulgir da glória

do Senhor em toda a terra.

A volta do Senhor precipitará vários cataclismas

sobre a face da terra e até mesmo no universo,

porque é dito que os fundamentos do céu e da terra

serão abalados.

Isto está de acordo com as pragas descritas no livro

de Apocalipse, que serão derramadas sobre a terra.

Aqui no texto de Zacarias é dito que o monte das

Oliveiras será fendido ao meio quando o Senhor

pisar sobre Ele, e se transformará num vale muito

grande (v. 4), e que todas as terras ao redor de

Jerusalém serão transformadas em planície (v. 10).

Isto será uma clara indicação de que Deus começará

um trabalho de restauração de toda a terra, que

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98

culminará com a criação de um novo céu e de uma

nova terra.

Um novo e vivo caminho seria aberto em Jerusalém,

e dela sairiam águas vivas (v. 8), e dali procederá a

palavra de governo do Senhor que reinará sobre

todas as nações da terra no milênio (v. 9).

Jerusalém se tornou a fonte de águas vivas para o

mundo, desde que o Espírito Santo foi derramado

pela primeira vez no dia de Pentecostes, nesta

cidade.

E estas águas vivas seriam espalhadas por todo o

mundo, tanto o Ocidental, quanto o Oriental.

Deus não faria nenhuma distinção entre os povos,

porque o evangelho é para toda criatura debaixo do

céu.

Nem a seca do verão, nem o gelo do inverno

poderão deter o derramar do Espírito em todo o

mundo, porque a boca do Senhor o tem prometido

(v. 8).

“Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao

monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que

nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas

veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a

palavra do Senhor.” (Is 2.3).

O final do verso 5 da profecia de Zacarias diz:

“Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos

contigo.”.

Agora compare estas palavras de Zacarias com as

que foram proferidas por Jesus em Mc 8.38:

“Porquanto, qualquer que, entre esta geração

adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das

Page 99: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

99

minhas palavras, também dele se envergonhará o

Filho do homem quando vier na glória de seu Pai

com os santos anjos.”.

Depois da volta do Senhor Jerusalém nunca mais

será destruída e os seus moradores estarão em

completa segurança nela (v. 11).

E todos os povos que guerrearam contra Jerusalém,

juntamente com o Anticristo serão feridos com uma

praga do Senhor, que fará com que a carne deles

apodreça estando ainda de pé, especialmente os seus

olhos e línguas.

Aquelas línguas que infamaram o Senhor e o Seu

povo juntamente com o Anticristo serão

apodrecidas (v. 12).

Estes exércitos se destruirão mutuamente.

Haverá uma desavença entre eles, e isto procederá

do Senhor para humilhar a tentativa do Anticristo de

formar uma unidade de governo em toda a terra (v.

13).

O despojo destas nações vencidas será muito

grande, e Jerusalém de desprezada e rejeitada que

era, terá que ser agora honrada por todas as nações,

que serão tributárias de Cristo e da Igreja em

Jerusalém (v. 14).

Anualmente, todas as nações terão que subir a

Jerusalém para adorar o Rei de toda a terra, o Senhor

Jesus, e para celebrarem a festa dos tabernáculos (v.

16).

A promessa feita por Cristo aos mansos, de que

herdariam a terra terá sido finalmente cumprida

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100

quando estiverem reinando juntamente com Ele em

Jerusalém (Mt 5.5).

Nenhuma das nações da terra poderá se recusar a

subir a Jerusalém para adorar o Senhor, sob a

ameaça de que Ele reterá a chuva sobre elas; isto é,

Ele reterá as suas bênçãos e os ferirá com Suas

pragas (v. 17 a 19).

É feita menção à festa dos tabernáculos, porque o

teor desta festa era de louvor e de alegria.

Esta festa celebrava a comunhão do povo do Senhor

com Ele.

E este será um tempo para pura alegria e louvor;

quando Cristo estiver reinando sobre toda a terra; e

quando os ímpios tiverem sido desarraigados dela.

Os que restaram da grande destruição do juízo da

Sua segunda vinda terão um grande motivo para

celebrar a Sua grande misericórdia para com eles.

Neste tempo se tornará muito claro o dever da

adoração exigido pelo evangelho.

Deus busca adoradores porque é dever de todo

homem adorá-lO.

Não é nenhum favor que eles fazem a Ele quando O

adoram, mas a justa obediência que é devida ao

Criador de todas as coisas e Salvador e Senhor dos

pecadores.

E para que nunca se esqueçam que este dever de

adoração deve ser em espírito e em verdade, isto é,

em verdadeira santificação, até mesmo nas

campainhas dos cavalos será gravado

SANTIDADE AO SENHOR (v. 20).

Page 101: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

101

Já não haverá mais joio na Igreja, e os verdadeiros

salvos não adorarão ao lado daqueles que não

conhecem ao Senhor (cananeus).

Somente os verdadeiros israelitas, a saber, os que

foram lavados no sangue de Jesus, prestar-Lhe-ão

culto de adoração (v. 21).

A profecia aponta para as atitudes que prevalecerão

no futuro, para que nós as tenhamos no presente,

isto é, nós devemos viver desde agora aquilo que

seremos no futuro.

Por isso se diz em II Pe 3.10-14:

“10 Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual

os céus passarão com grande estrondo, e os

elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as

obras que nela há, serão descobertas.

11 Ora, uma vez que todas estas coisas hão de ser

assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em

santidade e piedade,

12 aguardando, e desejando ardentemente a vinda

do dia de Deus, em que os céus, em fogo se

dissolverão, e os elementos, ardendo, se fundirão?

13 Nós, porém, segundo a sua promessa,

aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais

habita a justiça.

14 Pelo que, amados, como estais aguardando estas

coisas, procurai diligentemente ser achados por ele

em paz, imaculados e irrepreensíveis,”.

O cristão deve se santificar com um olho no futuro.

Ele deve suportar sofrimentos olhando para a

recompensa futura prometida.

Page 102: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

102

Ele deve contemplar em espírito aquele dia em que

o Senhor voltará para restaurar todas as coisas (At

3.21), e deve pautar a sua vida em conformidade

com a perfeição de santidade, que será manifestada

na volta do Senhor.

É para isto que todo cristão foi chamado por Deus,

e é para isto que Ele deve viver, e por isso o Senhor

nos tem falado pela palavra profética, que brilha

como um farol, apontando-nos o porto seguro da

Sua santa vontade para conosco em Cristo Jesus.

“E temos ainda mais firme a palavra profética à qual

bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia

que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça

e a estrela da alva surja em vossos corações;” (II Pe

1.19).

“1 Eis que vem o dia do SENHOR, em que teus

despojos se repartirão no meio de ti.

2 Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja

contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas

serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade

da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do

povo não será extirpado da cidade.

3 E o SENHOR sairá, e pelejará contra estas nações,

como pelejou, sim, no dia da batalha.

4 E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte

das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o

oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo

meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um

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103

vale muito grande; e metade do monte se apartará

para o norte, e a outra metade dele para o sul.

5 E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale

dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como

fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias,

rei de Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e

todos os santos contigo.

6 E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa

luz, nem espessa escuridão.

7 Mas será um dia conhecido do SENHOR; nem dia

nem noite será; mas acontecerá que ao cair da tarde

haverá luz.

8 Naquele dia também acontecerá que sairão de

Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar

oriental, e metade delas para o mar ocidental; no

verão e no inverno sucederá isto.

9 E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele

dia um será o SENHOR, e um será o seu nome.

10 Toda a terra em redor se tornará em planície,

desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela

será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta

de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à

porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos

lagares do rei.

11 E habitarão nela, e não haverá mais destruição,

porque Jerusalém habitará segura.

12 E esta será a praga com que o SENHOR ferirá a

todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a

sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes

apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua

lhes apodrecerá na sua boca.

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104

13 Naquele dia também acontecerá que haverá da

parte do SENHOR uma grande perturbação entre

eles; porque cada um pegará na mão do seu

próximo, e cada um levantará a mão contra o seu

próximo.

14 E também Judá pelejará em Jerusalém, e as

riquezas de todos os gentios serão ajuntadas ao

redor, ouro e prata e roupas em grande abundância.

15 Assim será também a praga dos cavalos, dos

mulos, dos camelos e dos jumentos e de todos os

animais que estiverem naqueles arraiais, como foi

esta praga.

16 E acontecerá que, todos os que restarem de todas

as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de

ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos

Exércitos, e para celebrarem a festa dos

tabernáculos.

17 E acontecerá que, se alguma das famílias da terra

não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o

SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.

18 E, se a família dos egípcios não subir, nem vier,

não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga

com que o SENHOR ferirá os gentios que não

subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.

19 Este será o castigo do pecado dos egípcios e o

castigo do pecado de todas as nações que não

subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.

20 Naquele dia será gravado sobre as campainhas

dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR; e as

panelas na casa do SENHOR serão como as bacias

diante do altar.

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105

21 E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão

consagradas ao SENHOR dos Exércitos, e todos os

que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas

cozerão. E, naquele dia não haverá mais cananeu na

casa do SENHOR dos Exércitos.”. (Zacarias 14.1-

21)

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106

MALAQUIAS

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107

Malaquias 1

No original hebraico, encontramos para o início do

primeiro versículo de Malaquias “massau dabar

Jeová”, que significa literalmente, “fardo da Palavra

de Jeová”.

A palavra massau no hebraico significa peso, fardo,

carga.

Apesar de omitida na nossa versão, consta na maior

parte das versões bíblicas. E é importante que seja

considerada porque a Palavra do Senhor para Israel

não era como a dos falsos profetas, que era como

palha, mas algo que tinha peso, consistência, como

o grão, porque não tinha em vista tornar as coisas

fáceis para o seu povo, ou fazer comichões em seus

ouvidos, senão expor-lhes toda a verdade, tanto a

relativa a Deus, quanto à deles, especialmente,

quanto aos seus pecados.

A profecia escrita do Velho Testamento seria

fechada com Malaquias, e não seria portanto de se

esperar que a sua mensagem não contivesse o

mesmo vigor dos profetas que lhe haviam

antecedido e que protestaram veementemente

contra as apostasias de Israel.

Os profetas eram levantados por Deus

especialmente nos tempos de crise, e especialmente

quando Israel dava as costas para Ele.

Não podemos esquecer que Malaquias profetizou

muito tempo depois de Ageu e Zacarias, que haviam

Page 108: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

108

sido levantados por Deus nos dias de Zorobabel,

quando os judeus haviam retornado do cativeiro em

Babilônia, para a Palestina.

Por meio de Malaquias, Deus reafirmaria a

promessa do envio do Messias, mas, para tanto,

Israel deveria guardar a Lei que havia recebido

desde os dias de Moisés, e andar nos Seus caminhos.

Como a profecia de Malaquias tinha em vista

especialmente este caráter de confirmar os judeus

na esperança messiânica, então o teor de sua

profecia é eminentemente judaico, porque eles

ficariam sem novas revelações da parte de Deus, por

seus profetas, por cerca de 400 anos – chamado

período interbíblico.

Não é portanto para nos surpreendermos que ainda

nos dias de Malaquias fossem reafirmadas muitas

das ordenanças típicas da Antiga aliança, para

serem guardadas pelos judeus, porque importava

que aquela aliança vigorasse até que Jesus viesse.

Assim, apesar de ter passado muito tempo desde

Ageu e Zacarias, a vontade de Deus não havia

mudado em um só til em tudo o que havia ordenado

ao povo através de Moisés.

Na verdade, a Sua vontade jamais mudará, e Jesus

deixou isto registrado de modo muito claro quando

disse que nem um só jota ou til passarão da Lei até

que tudo se cumpra. O que Ele quis afirmar com

isto, senão a vontade imutável de Deus?

Erram portanto, aqueles que consideram a Bíblia

uma teologia ultrapassada, e tentam criar uma nova

doutrina, que esteja ajustada à mentalidade do

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109

homem moderno. A mensagem do evangelho

jamais mudará, porque são palavras de vida, e vida

eterna.

Isto aprendemos em Malaquias, que estando há

mais de mil anos depois de Moisés, protestou contra

o povo de Israel, da parte de Deus, nos mesmos

termos que Moisés havia feito, e todos os profetas

que haviam sido levantados depois dele.

A Palavra que Deus tem proferido para vigorar em

cada dispensação jamais será revogada por Ele, e

faríamos bem, portanto, em dar-lhe a devida

atenção e consideração, para o bem de nossas

próprias almas.

As prescrições cerimoniais para o culto de adoração

no Velho Testamento foram removidas por Deus,

pela Sua própria autoridade, desde que institui uma

nova aliança por meio de Jesus Cristo, mas ele

manteve todos os deveres morais prescritos na Lei,

cujo cumprimento pelos cristãos fazem também

parte da adoração que é requerida por Ele.

As ordenanças de adoração de caráter cerimonial do

Velho Testamento duraram até a vinda de Cristo, e

por isso é dito que o fim da lei é Cristo em Rom

10.4.

Aquelas ordenanças ensinavam em figura tudo

aquilo que se cumpriu em nosso Senhor Jesus

Cristo, pois que haviam sido estabelecidas para este

fim mesmo.

Então, especialmente neste sentido “a lei nos serviu

de aio para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos

Page 110: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

110

justificados pela fé. Mas, depois que veio a fé, já

não estamos debaixo de aio." Gál 3.24,25.

Deus é o Grande e Eterno Legislador de todo o

universo. No entanto, fala ao Seu povo, não como

um juiz togado, que Ele é para os ímpios, mas como

um pai de amor.

Por isso lembrou Israel, através de Malaquias, que

lhes havia amado desde que os escolhera na pessoa

de Jacó, a quem havia amado e separado para

formar o seu povo a partir dele.

Eles poderiam entender isto quanto ao modo

diferenciado que havia tratado Israel em relação aos

edomitas (descendentes de Esaú, irmão de Jacó).

Quando rejeitou a Esaú, havia rejeitado aos

edomitas, e lhes deu por herança aos chacais do

deserto, fazendo dos seus montes uma desolação,

porque Esaú e sua descendência lhe haviam

desprezado, conforme Ele havia conhecido em sua

Presciência.

Na ocasião do proferimento desta profecia por

Malaquias, o povo de Edom já havia sido destruído

pelos babilônios, mas os israelitas permaneciam

como povo em sua própria terra, como sendo um

sinal do amor providente e cuidadoso de Deus por

eles.

Ainda que os remanescentes de Edom se

dispusessem a se reerguerem de sua ruína, o Senhor

afirmou por meio de Malaquias, que caso

edificassem Ele demoliria, para demonstrar a Sua

ira eterna contra eles.

Page 111: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

111

Um grande amor como o que o Senhor tem pelo Seu

povo é digno de ser plenamente correspondido.

Todavia, o que estava fazendo Israel?

Estavam Lhe honrando como Pai, assim como um

filho honra a seu pai? Estavam Lhe dando a honra

de Senhor, assim como um servo teme ao seu amo?

Não. E tal repreensão se aplica principalmente ao

sacerdotes de Israel que haviam desprezado o nome

do Senhor (v. 6)

Eles julgavam ser um ato de reverência, o simples

fato de não pronunciarem o nome sagrado YWHW,

cuja pronúncia se perdeu, e que chamamos de

JEOVÁ, numa tentativa incerta de nos

aproximarmos da pronúncia original.

Ensinados pelos sacerdotes, através dos séculos, os

israelitas liam, conforme fazem até hoje, o nome

YWHW (Jeová) como Adonai, que significa

Senhor, no hebraico.

Mas Deus protestou pelo profeta que a honra do Seu

nome é muito mais do que isto. Não tomar o seu

nome em vão, não é uma simples omissão de

pronúncia, mas um viver obediente à Sua vontade,

demonstrada sobretudo na guarda dos Seus

mandamentos.

Portanto, para ilustrar este ponto, protestou contra

os sacerdotes que pensavam não estarem

desprezando o Seu nome, que eles o faziam, quando

deixavam de apresentar as ofertas, na forma como

estava prescrita na Lei de Moisés.

Não, pelo mero cumprimento cerimonial e

ritualístico, mas pela compreensão do significado

Page 112: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

112

daqueles atos, que apontavam para a santidade de

vida exigida por Deus, e pela consagração do

melhor que temos para Ele.

Para lhes convencer da irreverência e da maldade

das suas ações, o Senhor fez uma comparação,

dizendo se porventura apresentavam o pior que

possuíam aos seus governantes terrenos?

Eles tinham temor para com os homens (o que se

deve ter, dando honra a quem é devido honra), mas

não tinham nenhum temor para com Deus.

Quando a intenção é a de apresentar uma oferta de

maneira inaceitável, as nossas próprias pessoas não

são aceitas por Deus, tal como não são aceitas pelos

próprios homens, que estão constituídos como

líderes sobre nós.

Como Israel poderia ser aceito por Deus, e achar o

Seu favor com a apresentação de ofertas

inaceitáveis, que não eram dadas conforme o que

estava prescrito na Lei, e sem qualquer temor no

coração?

O Senhor lamentou não ter achado um só entre eles

que fechasse as portas por um reto procedimento, de

forma que o fogo do altar não fosse acendido em

vão. Deus tinha perdido o prazer no Seu povo, por

causa disso, e nem aceitaria tais ofertas de animais

com defeitos que eles vinham apresentando (v. 10 -

14).

Enquanto durasse o Velho Testamento, eles

estavam obrigados ao exato cumprimento de todas

aquelas prescrições cerimoniais que lhes haviam

sido dadas através da mediação de Moisés.

Page 113: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

113

“1 A palavra do Senhor a Israel, por intermédio de

Malaquias.

2 Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis:

Em que nos tens amado? Acaso não era Esaú irmão

de Jacó? diz o Senhor; todavia amei a Jacó,

3 e aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma

desolação, e dei a sua herança aos chacais do

deserto.

4 Ainda que Edom diga: Arruinados estamos,

porém tornaremos e edificaremos as ruínas; assim

diz o Senhor dos exércitos: Eles edificarão, eu,

porém, demolirei; e lhes chamarão: Termo de

impiedade, e povo contra quem o Senhor está irado

para sempre.

5 E os vossos olhos o verão, e direis: Engrandecido

é o Senhor ainda além dos termos de Israel.

6 O filho honra o pai, e o servo ao seu amo; se eu,

pois, sou pai, onde está a minha honra? e se eu sou

amo, onde está o temor de mim? diz o Senhor dos

exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o meu

nome. E vós dizeis: Em que temos nós desprezado

o teu nome?

7 Ofereceis sobre o meu altar pão profano, e dizeis:

Em que te havemos profanado? Nisto que pensais,

que a mesa do Senhor é desprezível.

8 Pois quando ofereceis em sacrifício um animal

cego, isso não é mau? E quando ofereceis o coxo ou

o doente, isso não é mau? Ora apresenta-o ao teu

Page 114: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

114

governador; terá ele agrado em ti? ou aceitará ele a

tua pessoa? diz o Senhor dos exércitos.

9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, para que se

compadeça de nós. Com tal oferta da vossa mão,

aceitará ele a vossa pessoa? diz o Senhor dos

exércitos.

10 Quem dera, que entre vós houvesse até um que

fechasse as portas para que não acendesse debalde

o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós,

diz o Senhor dos exércitos, nem aceitarei oferta da

vossa mão.

11 Mas desde o nascente do sol até o poente é

grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar

se oferece ao meu nome incenso, e uma oblação

pura; porque o meu nome é grande entre as nações,

diz o Senhor dos exércitos.

12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do

Senhor é profana, e o seu produto, isto é, a sua

comida, é desprezível.

13 Dizeis também: Eis aqui, que canseira! e o

lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos exércitos; e

tendes trazido o que foi roubado, e o coxo e o

doente; assim trazeis a oferta. Aceitaria eu isso de

vossa mão? diz o Senhor.

14 Mas seja maldito o enganador que, tendo animal

macho no seu rebanho, o vota, e sacrifica ao Senhor

o que tem mácula; porque eu sou grande Rei, diz o

Senhor dos exércitos, e o meu nome é temível entre

as nações.”

Page 115: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

115

Malaquias 2

De todas as doze tribos de Israel, Deus havia

separado a tribo de Levi para o exercício do

sacerdócio; para o serviço do santuário e para o

ensino da lei em todo Israel; de sorte que a Levi não

foi designado um território específico como herança

em Canaã, senão cidades em todas as tribos.

Neste capítulo de Malaquias, Deus protesta contra a

violação do pacto que havia feito com Levi, de ser

Ele próprio, a herança deles, para que conduzissem

Israel no conhecimento e na obediência da Sua

vontade.

Mas os levitas, especialmente os sacerdotes, dentre

eles, haviam falhado na missão que lhes havia sido

dada.

Enquanto os sacerdotes não se dispusessem em seus

corações a darem honra ao nome do Senhor, não

poderiam, de modo algum, cumprir o que lhes havia

sido designado.

De modo, que foram ameaçados com maldições

pelo Senhor caso continuassem endurecidos (v. 2).

A posteridade deles seria reprovada e Deus

espalharia sobre os rostos deles o esterco dos

sacrifícios que Lhe apresentavam, e com ele seriam

levados para fora, a saber, seriam expulsos do seu

ofício (v. 3 - isto ocorreu nos dias de Antíoco

Epifânio, e principalmente quando os israelitas

foram expulsos por todo o mundo pelos romanos).

Page 116: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

116

O pacto que o Senhor fizera com Levi não fora no

entanto, para a morte e para a destruição, senão para

a vida e para a paz de Seu povo, porque cabia à

referida tribo ensinar às demais, o temor devido ao

Senhor, e os lábios do sacerdote deveriam guardar

o conhecimento de Deus, e da sua boca os homens

deveriam procurar a instrução, porque foram

levantados para serem os mensageiros do Senhor (v.

4 a 7).

Contudo, os levitas, e dentre eles os sacerdotes,

haviam se desviado do caminho e fizeram com que

muitos tropeçassem na Lei, corrompendo o pacto

que o Senhor havia feito com eles (v. 8).

Deus tinha portanto, um juízo com eles, e lhes

tornaria desprezíveis e indignos diante de todo o

povo de Israel, porque não guardaram os Seus

caminhos, antes, fizeram acepção de pessoas na lei

(v. 9).

O sacerdócio em Israel era altamente honrado, mas

como haviam desonrado ao Senhor, Ele faria com

que também fossem desonrados.

O mesmo sucede aos ministros do evangelho, que

são levantados por Deus e não lhe dão a devida

honra. Eles são expostos aos olhos do povo cristão

em desonra, pelo próprio Deus.

A partir do verso 10 a profecia se dirige a todos os

israelitas, e não apenas aos levitas e sacerdotes.

Deus protestou contra a profanação do Seu

santuário, não propriamente por causa do pecado de

sacrilégio (contra as coisas sagradas do templo),

mas por causa da religiosidade superficial, externa

Page 117: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

117

e falsa. A verdadeira religião é do coração, e por

uma sincera guarda dos mandamentos de Deus.

Nesta passagem de Malaquias, o Senhor protestou

contra a falsa religiosidade, dizendo que não levava

em conta as lágrimas, os choros e os gemidos com

que o povo cobria o Seu altar, porque não olhava

mais para a oferta deles e nem a aceitava mais com

prazer (v. 13) porque não estavam dando a devida

honra à instituição do matrimônio (v. 14 a 16).

O Senhor declarou expressamente pelo profeta que

não aceitava a deslealdade do marido para com sua

esposa, porque tinha feito uma aliança com ela e

com Ele.

A infidelidade conjugal foi claramente reprovada

(v. 15) e Deus declarou no verso 16 que Ele detesta

o divórcio e a violência.

Deus estava enfadado com as palavras de Israel que

denotavam que Ele não julga o mal, e que aquele

que praticava o mal passava por bom aos olhos do

Senhor, e que era desses, segundo eles, que Ele se

agradava.

Eles julgavam errado, por desconhecerem a

longanimidade de Deus, que abrevia, mas que não

suspende o juízo. Ele é tardio em se irar, e por isso

pode parecer a muitos que não está julgando a

ninguém e nenhum mal que é praticado na terra.

Os que perguntam ironicamente como os israelitas

dos dias de Malaquias: “onde está o Deus do

juízo?”, haverão de encontrá-lO no dia do grande

juízo final em que prestarão contas não somente de

Page 118: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

118

seus atos como de toda palavra ociosa que

proferiram.

“1 Agora, ó sacerdotes, este mandamento é para

vós.

2 Se não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso

coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos

exércitos, enviarei a maldição contra vós, e

amaldiçoarei as vossas bênçãos; e já as tenho

amaldiçoado, porque não aplicais a isso o vosso

coração.

3 Eis que vos reprovarei a posteridade, e espalharei

sobre os vossos rostos o esterco, sim, o esterco dos

vossos sacrifícios; e juntamente com este sereis

levados para fora.

4 Então sabereis que eu vos enviei este

mandamento, para que o meu pacto fosse com Levi,

diz o Senhor dos exércitos.

5 Meu pacto com ele foi de vida e de paz; e eu lhas

dei para que me temesse; e ele me temeu, e

assombrou-se por causa do meu nome.

6 A lei da verdade esteve na sua boca, e a impiedade

não se achou nos seus lábios; ele andou comigo em

paz e em retidão, e da iniquidade apartou a muitos.

7 Pois os lábios do sacerdote devem guardar o

conhecimento, e da sua boca devem os homens

procurar a instrução, porque ele é o mensageiro do

Senhor dos exércitos.

Page 119: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

119

8 Mas vós vos desviastes do caminho; a muitos

fizestes tropeçar na lei; corrompestes o pacto de

Levi, diz o Senhor dos exércitos.

9 Por isso também eu vos fiz desprezíveis, e

indignos diante de todo o povo, visto que não

guardastes os meus caminhos, mas fizestes acepção

de pessoas na lei.

10 Não temos nós todos um mesmo Pai? não nos

criou um mesmo Deus? por que nos havemos

aleivosamente uns para com outros, profanando o

pacto de nossos pais?

11 Judá se tem havido aleivosamente, e abominação

se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá

profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se

casou com a filha de deus estranho.

12 O Senhor extirpará das tendas de Jacó o homem

que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que

oferece dons ao Senhor dos exércitos.

13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de

lágrimas, de choros e de gemidos, porque ele não

olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer

da vossa mão.

14 Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor

tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua

mocidade, para com a qual procedeste deslealmente

sendo ela a tua companheira e a mulher da tua

aliança.

15 E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava

espírito? E por que somente um? Não é que buscava

descendência piedosa? Portanto guardai-vos em

Page 120: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

120

vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a

mulher da sua mocidade.

16 Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de

Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido;

portanto cuidai de vós mesmos, diz o Senhor dos

exércitos; e não sejais infiéis.

17 Tendes enfadado ao Senhor com vossas

palavras; e ainda dizeis: Em que o havemos

enfadado? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal

passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que

ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?”

Page 121: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

121

Malaquias 3

Ainda que Israel estivesse sendo infiel à aliança

que o Senhor havia feito com eles, no entanto, Ele

permaneceria fiel e cumpriria tudo o que havia

prometido em relação a eles.

O Messias viria ao Seu templo para restaurar todas

as coisas, e a Sua vinda seria repentina, mas seria

precedida por um mensageiro que lhe prepararia o

Seu caminho (João Batista).

Ele, Jesus era o Anjo da aliança que havia guiado os

israelitas no deserto, o qual eles desejavam ver de

novo nos dias de Malaquias.

Ele viria, mas não do modo que os israelitas

esperavam, porque viria para santificar o Seu povo,

como um fogo de ourives que separa a escória do

ouro, como um sabão dos lavandeiros, que limpa a

sujeira.

Deus requer ofertas em justiça, e para tanto, os

ofertantes devem ser justificados e purificados. Este

trabalho é feito pelo Messias através do fogo e do

lavar do Espírito Santo, que Ele dá a todo aquele

que nEle crê.

Aqueles que em Judá e Jerusalém fossem

purificados pelo Messias, seriam aceitos pelo

Senhor, e tanto eles quanto as suas ofertas Lhe

seriam de novo agradáveis, como no princípio, nos

dias antigos, quando o povo andou em

conformidade com a vontade de Deus, tal como nos

dias de Josué.

Page 122: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

122

Deus seria uma bênção para os justificados e

purificados pelo Messias, mas seria um juízo contra

os feiticeiros, os adúlteros, os que juram falsamente,

contra os que defraudam o trabalhador em seu

salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito

do estrangeiro, e que não O temiam (v. 5).

Na verdade, todos de Israel não eram consumidos,

não por causa do próprio mérito e justiça deles, mas

porque o Senhor é imutável em Sua fidelidade e

misericórdia em cumprir as boas promessas que fez

para o Seu povo (v. 6).

Porque o povo sempre andou errado para com Ele,

desde os dias dos patriarcas, e se desviou dos seus

estatutos e não os cumpriram (v. 7).

Contudo, mesmo a um povo infiel o Senhor

permanece fiel, chamando-o ao arrependimento (v.

7).

E o modo de retornar para Deus é declarado por Ele

a partir do verso 8:

Não Lhe roubando nos dízimos e nas ofertas

alçadas.

Ambos eram determinações específicas da Lei de

Moisés, que a propósito enumerava diversos tipos

de ofertas e o modo da sua apresentação,

especialmente para a manutenção do ministério e do

serviço do santuário. O dízimo para o sustento dos

levitas e dos sacerdotes, e as ofertas alçadas, para a

manutenção dos serviços da casa de Deus.

Os israelitas sempre se desviavam do cumprimento

desta ordenança, e este havia sido um dos motivos

Page 123: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

123

de os levitas não cumprirem fielmente o dever deles

em Israel.

Nós vemos mesmo nos dias de Neemias quando ele

havia restaurado o serviço do templo, que os levitas

voltaram para suas possessões porque o povo estava

sendo infiel nos dízimos e nas ofertas, de modo que

os levitas não podiam ser sustentados vivendo

somente dos serviços da casa de Deus.

Por isso há uma promessa de bênção feita através do

profeta Malaquias, para eles, associada ao ato de

obediência a estes dois mandamentos da Lei.

Em vez de serem amaldiçoados, como estava

acontecendo, Israel seria abençoado caso cumprisse

a ordenança relativa aos dízimos e às ofertas, para

que o serviço do templo e do ensino da Lei em

Israel, não sofresse pela falta de recursos.

Certamente, isto não é tudo, porque os sacerdotes e

escribas dos dias de Jesus viviam em grande

abastança, resultado da exploração do povo e de um

serviço religioso corrompido. Não era de

modo nenhum pela falta de bens que eram infiéis

no serviço que deveriam prestar para Deus.

No entanto, a carência total de recursos, pode

paralisar qualquer ministério.

A falta de piedade de todo o povo de Israel nos dias

de Malaquias levava-os a considerarem que servir a

Deus era perda de tempo e de recursos. Afinal, as

nações ímpias, com seus falsos deuses prosperavam

e não sofriam juízos conforme o que eles

próprios, israelitas, haviam experimentado ao

longo da sua história como nação.

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124

Contudo, Deus chamou tal atitude de palavras

agressivas dirigidas contra Ele.

E lhes falou acerca do juízo vindouro, no qual se

verá a diferença entre o justo e o ímpio, entre aquele

que serve a Deus, e o que não O serve; porque

aqueles que são do Senhor, ainda que sofram

injustiças neste mundo, serão poupados por Ele no

juízo final, porque são o seu tesouro particular, e são

como filhos, que são poupados pelo pai ao qual eles

servem (v. 16 a 18).

“1 Eis que eu envio o meu mensageiro, e ele há de

preparar o caminho diante de mim; e de repente virá

ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, e o

anjo do pacto, a quem vós desejais; eis que ele vem,

diz o Senhor dos exércitos.

2 Mas quem suportará o dia da sua vinda? e quem

subsistirá, quando ele aparecer? Pois ele será como

o fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros;

3 assentar-se-á como fundidor e purificador de

prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará

como ouro e como prata, até que tragam ao Senhor

ofertas em justiça.

4 Então a oferta de Judá e de Jerusalém será

agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como

nos primeiros anos.

5 E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma

testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os

adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os

que defraudam o trabalhador em seu salário, a

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125

viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do

estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos

exércitos.

6 Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos

de Jacó, não sois consumidos.

7 Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos

meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para

mim, e eu tornarei para vós diz o Senhor dos

exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de

tornar?

8 Roubará o homem a Deus? Todavia vós me

roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos

e nas ofertas alçadas.

9 Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a

mim me roubais, sim, vós, esta nação toda.

10 Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para

que haja mantimento na minha casa, e depois fazei

prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não

vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós

tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança.

11 Também por amor de vós reprovarei o

devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa

terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto

antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos.

12 E todas as nações vos chamarão bem-

aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa,

diz o Senhor dos Exércitos.

13 As vossas palavras foram agressivas para mim,

diz o Senhor. Mas vós dizeis: Que temos falado

contra ti?

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126

14 Vós tendes dito: inútil é servir a Deus. Que nos

aproveita termos cuidado em guardar os seus

preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos

exércitos?

15 Ora pois, nós reputamos por bem-aventurados os

soberbos; também os que cometem impiedade

prosperam; sim, eles tentam a Deus, e escapam.

16 Então aqueles que temiam ao Senhor falaram uns

aos outros; e o Senhor atentou e ouviu, e um

memorial foi escrito diante dele, para os que temiam

ao Senhor, e para os que se lembravam do seu nome.

17 E eles serão meus, diz o Senhor dos exércitos,

minha possessão particular naquele dia que

prepararei; poupá-los-ei, como um homem poupa a

seu filho, que o serve.

18 Então vereis outra vez a diferença entre o justo e

o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não

serve.”

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127

Malaquias 4

Este capítulo é uma continuação do final do

anterior.

Naquele nós vimos Deus proferindo que não era

correta a ideia que o Seu povo tinha acerca dos

soberbos e das nações ímpias que prosperavam,

enquanto eles, o povo da aliança, sofriam.

O Senhor declarou deles, daqueles que O serviam,

serem o seu particular tesouro que Ele pouparia no

dia do Juízo.

E nada foi declarado quanto aos injustos e que não

O servem no capítulo anterior, senão que se veria

outra vez a grande diferença que há entre eles, e

aqueles que são justos e que O servem.

Mas aqui, é declarado deles, logo no início deste

capítulo, que, no dia do juízo “que vem ardendo

como uma fornalha, todos os soberbos, e todos os

que cometem impiedade, serão como restolho; e o

dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos

exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz

nem ramo” (v. 1).

E mais uma vez, se declara promessas de bênçãos

para os justos que temem o nome do Senhor, para

os quais é proferido que “nascerá o sol da justiça,

trazendo curas nas suas asas; e vós saireis e saltareis

como bezerros da estrebaria.” (v. 2).

O sol da justiça prometido é Cristo, que cura o povo

do Senhor das suas enfermidades, especialmente do

pecado, e isto é para eles motivo de alegria, tal como

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128

os bezerros que saem saltando quando são livrados

da estrebaria.

E aqueles ímpios que os israelitas invejam na

prosperidade deles aqui neste mundo, seriam

pisados pelos santos no dia do juízo, e seriam feitos

como cinza debaixo das plantas dos seus pés (v. 3).

Isto significa que o mal será subjugado pelo bem no

dia do grande juízo de Deus.

Então Israel foi incentivado pelo profeta à

perseverança, porque há grande diferença entre o

destino daqueles que servem e dos que não servem

a Deus.

Como Israel foi vocacionado para ser uma nação

santa, conforme a Sua eleição declarada no primeiro

capítulo desta profecia, pela escolha de Jacó, em

contraposição à rejeição de Esaú, deveriam

portanto, lembrar-se continuamente da lei de

Moisés, e de todos os seus estatutos e ordenanças

(v. 4).

O grande e terrível dia do juízo do Senhor, que fora

predito anteriormente, seria no entanto, precedido

pela vinda do profeta Elias, a saber, João Batista,

que viria no mesmo ministério de Elias, conforme

está claramente explicitado no Novo Testamento.

Ele viria conforme prometido, para que houvesse

conversão real em Israel, demonstrada na harmonia

de coração entre pais e filhos, de modo que a terra

de Israel não fosse amaldiçoada por Deus, por causa

da sua permanência no pecado.

Page 129: Profetas menores   livro iii - ageu, zacarias, malaquias

129

Este seria mais um sinal relativo à vinda do Messias,

a saber, Ele seria precedido por um mensageiro que

lhe prepararia o caminho.

Quanto à referência ao profeta Elias como sendo

João, cabe uma análise mais detalhada, quanto ao

que encontramos relativamente à mesma, no

primeiro capítulo do evangelho de João.

João 1.19 a 28

“19 E este é o testemunho de João, quando os judeus

mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para

que lhe perguntassem: Quem és tu?

20 E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou

o Cristo.

21 E perguntaram-lhe: Então quem? És tu Elias? E

disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.

22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos

resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti

mesmo?

23 Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto:

Endireitai o caminho do Senhor, como disse o

profeta Isaías.

24 E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.

25 E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que

batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem

o profeta?

26 João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com

água; mas no meio de vós está um a quem vós não

conheceis.

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27 Este é aquele que vem após mim, que é antes de

mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia

da alparca.

28 Estas coisas aconteceram em Betânia, do outro

lado do Jordão, onde João estava batizando.”

Nos versos 15 a 18 nós vemos o testemunho geral

que João dava de Jesus, e aqui nestes versos 19 a 28

nós temos registrado o testemunho que ele deu em

certa ocasião quando os judeus lhe enviarem

sacerdotes e levitas de Jerusalém para lhe

perguntarem quem ele era (v. 19).

João confessou que não era o Cristo. Que ele não

era o grande profeta prometido desde Moisés (Dt

18.18). E também disse que não era o profeta Elias,

que eles pensavam que voltaria à terra por causa da

profecia de Malaquias 4.5, que era de fato uma

referência a João Batista sob o codinome de Elias

(Mt 17.10-13), mas isto não significava que João

fosse de fato Elias.

Ele viria no mesmo tipo de espírito e poder do

profeta Elias, conforme o anjo preanunciou o

nascimento de João a seu pai Zacarias (Lc 1.17).

João disse aos sacerdotes e levitas que ele era aquele

do qual havia falado o profeta Isaías. A voz que

clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor.

Ele mostrou a eles que o seu ministério estava

apoiado nas Escrituras.

Aqueles sacerdotes e levitas que eram fariseus não

retrucaram a resposta que João lhes dera, mas

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questionaram ainda por que ele batizava, já que não

era o Cristo, nem Elias e nem o profeta.

João lhes respondeu que ele batizava com água, mas

já se encontrava entre os judeus Alguém que eles

não conheciam, e que viria após ele, apesar de ser

antes dele (até mesmo de Abraão e de tudo e de

todos) do qual ele disse humildemente não ser digno

sequer de lhe desatar a correia da sua sandália,

serviço este que era prestado pelos escravos de mais

baixa categoria aos seus senhores. Deste modo João

testificou a respeito da dignidade dAquele que veio

anunciando, a saber, nosso Senhor Jesus Cristo.

“1 Pois eis que aquele dia vem ardendo como

fornalha; todos os soberbos, e todos os que

cometem impiedade, serão como restolho; e o dia

que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos

exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz

nem ramo.

2 Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá

o sol da justiça, trazendo curas nas suas asas; e vós

saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.

3 E pisareis os ímpios, porque se farão cinza

debaixo das plantas de vossos pés naquele dia que

prepararei, diz o Senhor dos exércitos.

4 Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual

lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber,

estatutos e ordenanças.

5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que

venha o grande e terrível dia do Senhor;

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6 e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o

coração dos filhos a seus pais; para que eu não

venha, e fira a terra com maldição.”