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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 PROCESSO CUSTOMIZADO DE PRIORIZAÇÃO APLICADO NA SELEÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESTRATÉGICAS DE GESTÃO ALINHADAS À GESTÃO PARA RESULTADO GOVERNAMENTAL Marcelo Torres Pinheiro

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013

PROCESSO CUSTOMIZADO DE PRIORIZAÇÃO APLICADO NA SELEÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESTRATÉGICAS

DE GESTÃO ALINHADAS À GESTÃO PARA RESULTADO GOVERNAMENTAL

Marcelo Torres Pinheiro

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Painel 55/212 Escritório de projetos estratégicos: priorização e monitoramento

PROCESSO CUSTOMIZADO DE PRIORIZAÇÃO APLICADO NA

SELEÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS ESTRATÉGICAS DE GESTÃO ALINHADAS À GESTÃO PARA RESULTADO GOVERNAMENTAL

Marcelo Torres Pinheiro

RESUMO O período de uma gestão de governo é relativamente curto, face às inúmeras demandas. A construção democrática do Plano Plurianual (PPA) suscita inúmeras propostas. Soma-se a estas a visão do gestor, consolidada também perante necessidades recorrentes da sociedade. Filtrar e refinar um conjunto grande de propostas é uma tarefa relativamente complexa. O Governo do Tocantins que aderiu a uma gestão mais gerencialista, buscou a priorização de ações como recurso possível para um melhor modelamento dos fatores de implementação, dada as restrições orçamentárias e necessidades específicas. O Mapa Estratégico do Governo apresenta cinco áreas estratégicas que agrupam os setores econômicos, sociais, meio-ambiente, conhecimento e gestão. Nestas áreas estão 23 objetivos de gestão. O PPA reuniu 1200 proposições, que depois de trabalhadas com o emprego dos métodos Scoring e Analytic Hierarchy Process se reduziram a 42. Estas iniciativas transformadoras concentram os projetos que mais impactam nos objetivos do governo e assim contribuem para os resultados de gestão. O processo de priorização empregado é descrito e analisado em sua aplicabilidade na administração pública.

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INTRODUÇÃO

O atual governo do Estado do Tocantins (2011-2014), ainda no processo

transitório, se imbuiu do propósito de implantar um moderno modelo de gestão. Para

tanto buscou conhecer as inovações implementadas por outros governos estaduais,

com ênfase ao de Minas Gerais. Assim, foram concebidos alguns pontos

referenciais para que este intento se transformasse num divisor de águas, da velha e

“viciada” gestão para uma nova, democrática e transparente forma de formular,

implementar e avaliar as escolhas – políticas públicas – de governo. Este modelo,

dito contemporâneo, parte para um viés conceitualmente mais gerencialista, que

minimiza as descontinuidades e que promova assunção de responsabilidades de

todos os envolvidos: gestores, técnicos e administrativos. Outro importante pilar é o

da entrega de valor público à sociedade, com uso eficiente dos recursos, ao mesmo

tempo em que proporcione reconhecimento do benefício por parte do cidadão.

Outro ponto que se destaca é a transparência. Esta foi uma questão

precípua, desde a construção do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, que se deu

num amplo processo de consultas públicas, contando com a participação direta de

cidadãos e representantes (lideranças comunitárias, políticos, gestores, técnicos,

estudantes, etc.) de mais de 95% dos municípios tocantinenses. O projeto,

denominado Agenda Tocantins, realizado em parceria com uma importante rede de

comunicação, proporcionou um alcance até então não conseguido unicamente pelos

esforços do governo. Deste, foram extraídas 1200 propostas para compor o PPA,

nas diversas áreas de atuação do governo, assim como, demandas recorrentes,

novas ou de ação continuada.

Esta gama de sugestões e propostas conduziu a 481 iniciativas que reúne

o conjunto de demandas da sociedade e abrange amplamente todas as áreas de

atuação do governo. Para a apuração destas iniciativas propostas foram realizadas

reuniões presenciais com os representantes de cada Secretaria do Estado, sendo

que muitas vezes, contou-se com a presença dos próprios gestores. Os técnicos do

governo, especificamente da diretoria de planejamento e gestão de políticas públicas

da Secretaria de Estado do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública

(SEPLAN), contou-se também com o apoio da consultoria da empresa Symnetics,

indicada pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), através do Programa:

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Modernizando a Gestão Pública. Uma análise contendo os critérios: impacto na

estratégia do governo, relevância e agregado político foi realizada para qualificar as

iniciativas, excluindo primordialmente as ações de rotina, ou seja, políticas de

atenção, serviço ou que já estão integradas às funções dos órgãos do governo.

Para filtrar as iniciativas que proporcionassem maior impacto nos

objetivos estratégicos da gestão governamental foram utilizados dois métodos

conjugados, primeiramente o Scoring, que visa alinhar o portfólio ao plano

estratégico governamental e, na sequencia, o Analytic Hierarchy Process (AHP) para

priorizar e hierarquizar as iniciativas analisadas através de um conjunto pré-definido

de critérios ponderados. A seleção resultante foi validade por um comitê formado por

secretários de governo, a fim de proferir legalidade ao se ratificar as 42 iniciativas

tidas como as mais transformadoras para a gestão governamental.

Este artigo relata o processo de aplicação dos métodos citados e os

ajustamentos que se fizeram necessários para filtrar e conceber as iniciativas que

mais se demonstraram estratégicas, onde complexidade e incertezas foram

analisadas conjuntamente num primeiro momento, e em seguida, uma matriz

ponderada de 10 critérios mais diversificados foi aplicada, com base nas áreas de

resultados do Mapa Estratégico do Governo. A contribuição destes procedimentos

foi o de observar que é possível aplicar critérios consistentes e alinhados às

estratégias de gestão quadrienal de um governo.

Apesar de pouca literatura específica para o setor público, observa-se que

as ferramentas que são empregadas na iniciativa privada, metodológica e

conceitualmente, podem e devem ser aplicadas para compor um portfólio de

iniciativas transformadoras, mesmo quando originalmente advindas da coleta

popular de propostas realizadas nas audiências públicas que corroboraram para a

construção democrática do Plano Plurianual.

OBJETIVOS

O estudo objetiva analisar os elementos que sustentam o processo de

priorização de políticas públicas de gestão a partir da aplicação customizada de

ferramentas de seleção baseadas em critérios pré-definidos.

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Secundariamente, busca verificar a aplicabilidade na administração

pública das técnicas citadas, usualmente empregadas pela iniciativa privada para a

seleção de projetos para compor um portfólio estratégico.

REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA

Quanto à parte metodológica da investigação, esta se classifica como

qualitativa, pois utiliza da técnica da pesquisa-ação. Grundy e Kemmis (1982)

colocam que a pesquisa-ação se caracteriza pela identificação de estratégias

planejadas de ação que são implementadas e submetidas à observação, reflexão e,

posterior mudança, se assim for necessário. Para O’Brian (2001), sinteticamente, a

pesquisa-ação se define como “aprender fazendo”, onde se tem a oportunidade de

integrar uma equipe que participa na identificação e resolução de um problema.

Um projeto de desenvolvimento, que não seja essencialmente finalístico,

ou uma política pública isoladamente, dificilmente possuem a capacidade de

transformar uma realidade, ou seja, de prover efetividade de resultados. Logo, o

processo de seleção de propostas é de relevante importância, dada a existência de

condicionantes que terão que ser consideradas ao longo do ciclo de vida do projeto,

principalmente nas fases de planejamento e execução. O Project Management

Institute (PMI) define cinco fases distintas por que passa um projeto: inicialização,

planejamento, execução, monitoria & avaliação e encerramento.

Rocha e Negreiros (2009) enfatizam que o alcance isolado de sucesso

em projetos esporádicos, quer nos parâmetros escopo, prazo, orçamento e

qualidade, não se traduz em eficácia na estratégia organizacional. A gestão

integrada e sinérgica do portfólio de projetos é que proporcionará o alcance dos

desafios estratégicos, capazes de promover mudanças e conduzir a organização

para os níveis aludidos em sua visão (PMI, 2008).

Sendo na iniciativa privada ou no setor público é importante realizar o

alinhamento de ações propostas com o planejamento estratégico. O primeiro passo

é prover a seleção dos projetos que comporão o portfólio, com clara orientação para

a estratégia organizacional. Esta etapa apontada pelo PMI (2009) é composta por:

identificação, categorização, avaliação e seleção dos componentes; identificação e

análise do risco do portfólio; e, priorização dos componentes.

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O gerenciamento ou gestão de portfólio é uma expressão que se insere

num ciclo contínuo, indo desde a seleção dos projetos que compõe o portfólio,

passando pelo balanceamento e monitoramento do desempenho implementativo dos

projetos, até os procedimentos de reavaliação estratégica devido a possíveis

mudanças na estratégia organizacional. Sabbag (2003) coloca a importância de se

seguir alguns critérios para a gestão do portfólio de projetos, como: identificar

oportunidades; alinhar as oportunidades às estratégias da organização; avaliar

investimentos, recursos e capacidades requeridas; desenvolver e refinar o portfólio;

e a gestão, propriamente dita, do portfólio.

Shtub et al (1994) observam que carteiras de projetos ou portfólio

estratégico se justificam quando vários projetos concorrerem por um mesmo recurso.

Sendo os recursos escassos por natureza, os projetos públicos se ajustam nessa

configuração, onde a questão orçamentária é um item relevante tanto no

planejamento quanto na condição de sua implementação.

Um método de priorização de projetos deve considerar: 1) a estratégia

competitiva da organização; 2) a importância de cada projeto selecionado deve ser

explicitada; 3) flexibilidade na priorização, visto que mudanças estratégicas fazem

parte do dinamismo do posicionamento competitivo; 4) o processo de priorização

deve ser de fácil entendimento e célere; 5) deve permitir ao gestor executivo

priorizar seus projetos independentes da avaliação técnica de seus fornecedores

internos e externos; 6) considerar as sinergias positivas ou negativas entre projetos

da carteira. (CARVALHO, 2003)

Caiuby (2011) observa a importância de avaliar o quanto cada ação,

projeto ou programa proposto impacta na estratégia. Sugere o emprego de uma

matriz de correlação que cruze iniciativas estratégicas (transformadoras, como

denominadas no caso em estudo) e os objetivos estratégicos do Mapa Estratégico.

Sendo que na vertical deve se posicionar os objetivos estratégicos das perspectivas

de Processos Internos e Aprendizado e Crescimento e na horizontal as ações,

projetos ou programas. A análise deverá ser feita da vertical para a horizontal.

Ao promover o cruzamento das proposições com os objetivos estratégicos

pré-definidos para a gestão surgem questionamentos. Para Caiuby (2011) é de

suma importância fazer esta análise suplementar e propõe os seguintes

questionamentos: Os projetos propostos cobrem todos os objetivos estratégicos?

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Este portfólio de projetos é suficiente para alcançar as metas estabelecidas? Novos

projetos são necessários? Existem projetos que não causam impacto em algum

objetivo? Existem projetos co-dependentes? É possível agrupar alguns projetos?

Existem objetivos que são cobertos por vários projetos? É necessário proceder a

uma priorização?

Vários autores relacionam critérios diversos para um processo de

priorização de portfólio, considerando itens como: complexidade, orçamento, prazo

de execução, riscos, alinhamento estratégico e satisfação dos stakeholders (MC

FARLAN, 1981; WIT, 1988; HARKEMA, 2003; PADOVANI et al, 2008).

Critérios técnicos e políticos podem harmonizar sem conflitos, visto que

em boa parte são complementares. Caiuby (2011) sugere prioritariamente em

gestões governamentais o arranjo entre relevância estratégica e complexidade de

execução. Outra combinação de priorizações poderá ser: Relevância Estratégica X

Temporização dos Resultados; Relevância Estratégica X Recursos Necessários; ou

Relevância Estratégica X Risco.

Quanto à aplicação de metodologia de priorização, um método

amplamente divulgado é o Scoring ou de Pontuação. Este utiliza critérios

explícitos, claros e objetivos, pois a compreensão do conceito do critério é

imprescindível. Estes podem ser utilizados com ou sem ponderação de pesos.

Após a análise e aplicação das pontuações, os projetos recebem uma

classificação. O PMI (2009) considera que os métodos de pontuação devem

considerar pesos (como: 1, 3 ou 5) ou percepções (baixo, médio ou alto) conforme

a importância relativa do critério na estratégia.

O Analytic Hierarchy Procedure (AHP) utiliza de julgamento subjetivo,

como a percepção dos gestores quanto ao grau de importância dos projetos e

também quantitativos, conforme a disponibilidade de informações. Os projetos

passam por comparações entre si para cada critério avaliativo. O método foi

desenvolvido por Thomas L. Saaty na década de 1970 e, segundo Bhushan e Rai

(2004) apud Vargas (2010), o AHP é atualmente aplicado para a tomada de decisão

em cenários complexos, envolvendo equipes e suas percepções, julgamentos e

possíveis consequências em avaliações de longo prazo.

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À medida que todas as comparações são efetuadas e os pesos relativos

entre os critérios a serem avaliados for estabelecidos, obtém-se um ranqueamento.

Este determina quão significativo é o projeto perante os parâmetros analisados.

Poderão ser calculadas probabilidades conforme a capacidade do projetos em

atingir os objetivos propostos. Normalmente se utiliza de um software específico

para calcular números significantes de projetos e critérios.

Ambos os métodos podem ser empregados isoladamente. Neste estudo

veremos a aplicação dos dois métodos de forma complementar, primeiramente o

Scoring e depois o AHP, que foi customizado para se adequar às análises.

CASO PRÁTICO: O PROCESSO DE PRIORIZAÇÃO DAS INICIATIVAS TRANSFORMADORAS

Partimos inicialmente do Mapa Estratégico do governo estadual, que teve

dois momentos distintos, o da construção e em seguida o da validação.

O Mapa Estratégico, construído com base na metodologia do Balanced

Scorecard, passou pelas fases de entrevistas com gestores, coleta de informações e

dados históricos e a análise do plano de governo apresentado em ocasião da

campanha eleitoral. Ao considerar todo o material recolhido, as principais questões

estruturantes foram discutidas juntamente com um comitê formado por alguns

secretários de governo, especificamente escolhidos pelo governador. Dentre as

deliberações está a de organizá-lo em três perspectivas: de base, composta por

objetivos relacionados à gestão governamental; perspectiva de meio composta pelas

áreas: economia, social, meio ambiente e conhecimento; e perspectiva de

resultados, composto por três macros objetivos desafiadores de gestão.

A Figura 1 ilustra o Mapa Estratégico do Governo do Tocantins, gestão

2011-2014.

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Figura 1_ Ilustração do Mapa Estratégico do Governo do Tocantins, gestão 2011-2014, com as três perspectivas (base, meio e resultados) e a visão de futuro. Fonte: Secretaria do Planejamento e da Modernização da Gestão (Seplan) – Governo do Tocantins.

São cinco as áreas de resultados, distribuídas nas perspectivas de base e

de meio, que agrupam todas as secretarias, fundações e autarquias estaduais. Cada

área de resultado possui um conjunto de objetivos, sendo que cada objetivo, num

total de vinte e três, carrega consigo um ou dois indicadores.

Na área de resultado “Modernizar e Implantar a Gestão para Resultados”,

que está na perspectiva de base, são cinco os objetivos: desconcentrar a

administração pública do estado; melhorar a qualidade dos serviços públicos

prestados ao cidadão; ampliar a capacidade de execução dos programas temáticos

com integração e transversalidade; otimizar o perfil do gasto e da relação custo-

benefício na gestão pública; e melhorar a eficiência da arrecadação fiscal.

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Na área de resultados “Desenvolver Conhecimento”, que se encontra na

perspectiva de meio, são quatro os objetivos: desenvolver o conhecimento científico

e tecnológico e incorporar novas tecnologias ao sistema produtivo local; melhorar a

qualidade da educação básica; ampliar a oferta de ensino profissionalizante e

superior com foco no desenvolvimento produtivo local; e garantir à população o

acesso à cultura e promover a cultura local.

Na área de resultados “Valorizar o Meio Ambiente”, que se encontra na

perspectiva de meio, são três os objetivos: buscar o equilíbrio entre as atividades

produtivas e o meio ambiente; garantir o monitoramento e controle dos recursos

naturais e incorporar novas tecnologias ao sistema de gestão ambiental; e

desenvolver a cultura do uso racional dos recursos naturais.

Na área de resultados “Cuidar das Pessoas”, que se encontra na

perspectiva de meio, são quatro os objetivos: facilitar o acesso ao mercado de

trabalho e promover a geração de renda; reestruturar e modernizar a saúde pública,

garantindo acesso às ações e serviços com qualidade; tornar o estado seguro, com

redução dos acidentes de trânsito, da criminalidade, do tráfico de drogas e da

prostituição; e reduzir o contingente da população em vulnerabilidade social.

Na área de resultados “Desenvolver a Economia”, que também está na

perspectiva de meio, são sete objetivos: incentivar o agronegócios e a agroindústria

à exportação; desconcentrar as ações de desenvolvimento, fomentando cadeias

produtivas regionais; expandir a infraestrutura urbana, logística, energética e hídrica;

atrair investimentos produtivos, que preferencialmente agregam valor aos produtos

locais; fortalecer a agricultura familiar; desenvolver o potencial turístico do estado; e

transformar o estado num polo logístico nacional.

Na perspectiva de resultados estão os seguintes objetivos: aumentar a

participação do Tocantins no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, assegurando a

desconcentração regional; promover a inclusão social, cuidando das pessoas,

reduzindo a pobreza e a desigualdade; e garantir o desenvolvimento sustentável.

Tendo como referência o Mapa Estratégico do estado e os 23 objetivos de

base e de meio para se alcançar os 3 objetivos de resultados, partiu-se para o

processo de análise das diversas contribuições e propostas oriundas da elaboração

do Plano Plurianual.

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O resultado das audiências públicas que coletaram propostas para o

Plano Plurianual gerou 1200 ações, que após a análise de teor que separou ações

de rotina de ações com perfil de projetos, foram reduzidas para 481, tidas como

iniciativas capazes de contribuir para os objetivos de resultados do governo. Mas, o

número foi considerado demasiado alto, requerendo uma seleção e priorização.

Discutiu-se com o comitê de secretários sobre quais deveriam ser os critérios iniciais

para se aplicar uma metodologia de refinamento. Os critérios definidos foram:

impacto na estratégia, relevância e agregado político.

Assim foram construídos os critérios, considerando que:

Impacto na Estratégia representa o grau de impacto nos objetivos do

Mapa Estratégico, com a seguinte pontuação, ou ponderações de

intensidade que receberam pontos (pesos): 5 (cinco) pontos para forte

impacto direto no objetivo estratégico, ou seja, sem esta iniciativa o

objetivo não será atingido; 3 (três) pontos para impacto direto no

objetivo estratégico, sendo que sem esta iniciativa o atingimento do

objetivo pode ser prejudicado; 1(um) ponto para impacto tangencial ou

indireto no objetivo estratégico; e 0 (zero) pontos quanto não houver

impacto significativo no objetivo.

Relevância, que confere grau de importância comparativa de uma

iniciativa perante as demais numa mesma área de resultados. Sendo a

pontuação ponderada: 5 (cinco) pontos quando representa uma das 2

iniciativas mais relevantes do tema relacionado; 3 (três) pontos quando

é uma iniciativa com média importância; e 1(um) ponto, quando a

iniciativa possui importância baixa em relação as demais.

Agregado Político representa a qualidade de inserção prévia na

agenda política (Plano de Governo / Campanha e demanda da

Agenda Colaborativa – Agenda Tocantins), ou ainda, questões de

reconhecida recorrência política, com a seguinte pontuação: 5 (cinco)

pontos para quando a iniciativa aparece no programa de

governo/campanha com destaque, e foi um assunto recorrente na

Agenda Tocantins; 3 (três) pontos caso esta iniciativa tenha sido

citada no programa de governo e apareceu em algumas discussões

do Agenda Tocantins; e 1(um) ponto se é uma iniciativa que não

apareceu com a mesma intensidade das demais.

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Os critérios Relevância e Agregado Político tiveram suas pontuações

somadas e aparecem apresentados a seguir no eixo Y da matriz. O critério Impacto

na Estratégia teve suas pontuações somadas e são apresentados no eixo X da

matriz. O Gráfico 1 apresenta a Matriz de Impacto no PPA.

Gráfico 1_ Representação da distribuição das iniciativas analisadas conforme a pontuação recebida com base nos três critérios iniciais. Fonte: Symnetics, PMGP (2012).

Uma equipe formada por técnicos da área de planejamento e gestão de

políticas públicas juntamente com técnicos das áreas setoriais, sob a supervisão de

dois consultores do Programa Modernizando a Gestão Pública, analisaram as 481

propostas selecionadas. Após um período de tempo e diversas reuniões por área de

resultados, onde se atribuiu pontuações para cada iniciativa proposta, foram

identificadas 143 iniciativas, com tipificação de projeto, alinhadas às estratégias de

gestão e potencialmente impactantes. Contudo, as iniciativas estavam com caráter

pouco transformador, segundo uma análise do comitê de secretários, ressaltou-se:

Que ainda existe uma mistura entre iniciativas e ações, o que dificulta a

análise, assim como o entendimento das principais linhas de atuação

de transformação;

Uma condição ainda de baixa transversalidade, tomando por base os

grandes objetivos a serem alcançados, reforçando a visão setorizada;

Impacto na estratégia do governo

Relevância + Agregado Político

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Uma possível melhora na probabilidade de maior alinhamento interno

de resultados a serem alcançados, necessitando de uma reflexão mais

qualificada de quais seriam as principais iniciativas transformadoras

necessárias.

Optou-se por realizar mais 5 reuniões, uma para cada área de resultados

do Mapa Estratégico, com os secretários e os principais técnicos dos órgãos para

identificar as grandes linhas de transformação do Estado.

Um quadro contendo 10 critérios de análises foi aprovado para submeter

as 143 iniciativas pré-selecionadas. A Matriz de 10 critérios está apresentada

abaixo, trazendo a pontuação (5, 3 ou 1) e as respectivas análises. Os pesos foram

estabelecidos consensualmente pela equipe da diretoria de planejamento e gestão

de políticas públicas:

CRITÉRIOS PESO

1. Abrangência (maior número potencial de beneficiados diretos e indiretos)

5 – Ampla, multirregional;

3 – Intermediária, duas ou mais regiões;

1 – Focal, uma região.

2

2. Relevância no atendimento (Agenda Tocantins e/ou Plano de Governo - PG)

e recorrência política

5 – Relevância ampla e direta (compromisso de campanha, recorrência no Agenda

Tocantins);

3 – Relevância intermediária (citação no PG/campanha, intermitente no Agenda

Tocantins);

1 – Relevância fraca (não aparece no PG e nem no Agenda Tocantins).

3

3. Relação custo/beneficio e custo/efetividade

5 – Ótima relação;

3 – Boa relação;

1 – Relação indefinida (ou incerta).

1

4. Suficiência da iniciativa para promover a transformação

5 – Plenamente suficiente e exequível;

3 – Suficiência boa, mas com condicionantes de recursos e articulações;

1 – Suficiência e exequibilidade duvidosa.

2

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5. Prazo necessário para sua implementação

5 – Prazo até 2,5 anos (julho de 2014);

3 – Prazo até final de 2015;

1 – Prazo superior a 2015.

2

6. Domínio dos fatores transformadores (ações e recursos)

5 – Domínio total (recursos, competências e meios);

3 – Domínio parcial (terão de ser trabalhados e providenciados ao longo da

implementação);

1 – Domínio duvidoso (requererá ampla organização dos fatores de implementação).

3

7. Nível de risco (possibilidades que concorrem para inviabilizar a iniciativa)

5 - Baixo_ ótimo;

3 - Médio_ gerenciável? mitigável?;

1 - Alto_ descartar (condicionante determinística).

1

8. Montante do Investimento

5 – Baixo ou assimilável pelo orçamento / recurso de financiamento externo;

3 – Médio, assimilável pelo orçamento com sacrifícios;

1 – Alto, requererá alavancagem de recursos externos ou grandes cortes

orçamentários.

1

9. Custeio futuro

5 – Baixo, assimilável sem maiores problemas;

3 – Médio, assimilável com remanejamento orçamentário;

1 – Alto, comprometerá outros custeios.

2

10. Existe linhas de financiamento externo para a iniciativa/ação

5 – Sim e são facilmente acessíveis;

3 – Sim e demandarão certo empenho governamental;

1 – Não, ou são dificilmente acessíveis.

2

Quadro 1_ Matriz de 10 Critérios. Fonte: Seplan-TO.

O primeiro critério considerou a abrangência em relação ao alcance da

política pública, quanto ao número potencial de beneficiados diretos e indiretos.

Tendo as amplitudes: multiregionalidade – considerando uma abrangência total ou

quase total no estado; intermediária, se atinge a duas ou mais regiões; ou focal, se

em apenas uma região.

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O segundo critério observou a relevância no atendimento da política

pública, ou seja, se esta se mostrou presente no Agenda Tocantins e/ou no Plano de

Governo (PG), ou ainda, se é uma proposta recorrente. O peso maior reside se a

relevância é ampla e direta, ou seja, se aparece no compromisso de campanha ou

teve reforçada solicitação durante as audiências do Agenda Tocantins. Pode

também aparecer como de relevância intermediária (citação no PG/campanha e

intermitente no Agenda Tocantins) ou então fraca (não aparece no PG e nem no

Agenda Tocantins).

O terceiro critério é quanto à relação custo/beneficio

e custo/efetividade. Apesar de não se ter utilizado de cálculos específicos para

uma avaliação mais consistente, optou-se por utilizá-la a partir de interpretações

subjetivas do grupo de análise. As opções de análise foram: ótima relação; boa

relação; ou relação indefinida (ou incerta).

O quarto critério foi o de suficiência. Onde se analisou a capacidade da

iniciativa (individualmente) de promover a transformação necessária em favor dos

beneficiários diretos e/ou indiretos. As opções analisadas foram: se plenamente

suficiente e exequível; suficiência boa, mas com condicionantes de recursos e

articulações; e suficiência e exequibilidade duvidosa.

O quinto critério se relaciona ao prazo necessário para sua

implementação. Se possível em até 2,5 anos (julho de 2014); com prazo até final do

ano de 2015; ou se superior ao ano de 2015.

O sexto critério diz respeito ao domínio dos fatores transformadores,

ou seja, as ações descritas na proposta e os recursos necessários a ela

relacionados. As opções de análise foram: domínio total dos recursos, competências

e meios; domínio parcial, onde os mesmos terão de ser trabalhados e

providenciados ao longo da implementação; ou domínio duvidoso (requererá ampla

organização dos fatores de implementação).

O sétimo critério buscou analisar o nível de risco, como possibilidades

que podem concorrer para inviabilizar a iniciativa. As opções de análise foram: caso

sejam baixo, é um ótimo sinal; se médio, questionou se o mesmo poderá ser

gerenciável ou mitigável; e se o risco for alto, a opção é a de descartar a proposta,

pois é uma condicionante determinística.

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O oitavo critério é quanto ao montante do investimento. Se baixo ou

assimilável pelo orçamento, ou ainda se provém de recurso de financiamento

externo; se médio, com possibilidade de ser assimilável pelo orçamento, mas com

certos sacrifícios; ou se alto, requerendo alavancagem de recursos externos ou

grandes cortes orçamentários.

O nono critério buscou analisar o custeio futuro. Se de baixo custeio ou

com possibilidades de ser assimilável pelo governo sem maiores problemas; com

custeio médio ou intermediário, ou seja, poderá ser assimilável com remanejamento

orçamentário; ou se encontra na condição de custeio futuro, relativamente alto, com

sérias possibilidades de comprometer outros custeios já existentes.

O décimo e último critério da matriz é se existem linhas de

financiamento externo para a iniciativa/ação. As análises se restringiram a: existe e

são facilmente acessíveis; existem, mas demandarão certo empenho

governamental; e não existem ou são dificilmente acessíveis.

Ao lançar num gráfico é possível visualizar o comportamento adquirido

pelas iniciativas. A análise sobre estes critérios gerou “Impacto Político e Social”

que na matriz formou o eixo Y e no eixo X, impacto da iniciativa transformadora nos

“Objetivos Estratégicos”. O Gráfico 2 apresenta a concentração observada.

Gráfico 2_ Representação da distribuição das iniciativas analisadas conforme a pontuação recebida com a aplicação da Matriz de 10 critérios. Fonte: Symnetics, PMGP (2012).

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Este diagnóstico apresentou por resultante a seleção de 77 iniciativas

transformadoras, distribuídas da seguinte maneira nas áreas de resultado do Mapa

Estratégico:

Modernizar e implantar a gestão para resultados:

5 Objetivos Estratégicos – 12 Iniciativas Transformadoras;

Desenvolver Conhecimento

4 Objetivos Estratégicos – 11 Iniciativas Transformadoras;

Valorizar o Meio Ambiente

3 Objetivos Estratégicos – 10 Iniciativas Transformadoras;

Cuidar das Pessoas

4 Objetivos Estratégicos –18 Iniciativas Transformadoras;

Desenvolver a Economia

7 Objetivos Estratégicos – 26 Iniciativas Transformadoras;

Por quadrante do gráfico (2), ficou assim distribuído:

Quadrante A: 13 Iniciativas

Quadrante B: 11 iniciativas

Quadrante C: 30 iniciativas

Quadrante D: 23 iniciativas

Considerou os quadrantes A, B e C, e inicialmente descartou-se o

quadrante D. Neste ponto, foi solicitada uma ressalva de que não deveria nenhum

órgão de governo ficar sem pelo menos uma iniciativa. Logo, chegou-se ao número

de 54 + 3 (57 iniciativas transformadoras - sendo as três que foram somadas,

oriundas do quadrante D). Aplicou-se então o método AHP, comparando dentro de

uma mesma área de resultados as iniciativas duas a duas, em relação a

determinado objetivo de resultado.

Uma reunião específica com o comitê de secretários juntamente com

técnicos da Seplan e da consultoria do PMGP/MBC. Esta dinâmica resultou na

seleção de 36 iniciativas, com a participação e defesa direta do gestor do órgão

envolvido ou dos gestores envolvidos, quando a iniciativa possuía caráter

transversal. Ao final, algumas sofreram uma divisão, com desdobramento, o que

resultou na seleção de 42 Iniciativas Transformadoras.

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Em ordem de ranqueamento de pontos, estão listadas abaixo as 42 Iniciativas Transformadoras:

Área de Resultados: Desenvolver a Economia

Fortalecer a cadeia produtiva do agronegócio;

Implementar políticas de incentivo à exportação;

Promover a regularização fundiária;

Promover a regularização ambiental da propriedade rural com a

execução do Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos 139 municípios;

Incentivar o aumento da produção agropecuária;

Fortalecer os serviços de ATER (Assistência Técnica e Extensão

Rural);

Fortalecer as cadeias produtivas do agronegócio, de acordo com a

PNATER, com foco na produção leiteira e hortifrutigranjeira;

Criar o marco regulatório da Política Estadual de Irrigação;

Implementar o Plano Estadual de Recursos Hídricos;

Estruturar os produtos turísticos do Estado;

Fortalecer o Trade Turístico (gastronomia e hospedagem);

Implantar e revitalizar os distritos empresariais;

Implementar programas de certificação dos produtos locais (ambiental,

sanitária, metrológica, qualidade, adequação da conformidade etc.);

Implantar o sistema de comunicação de alta capacidade em todo o

Estado;

Elaborar e implantar o Plano Estadual de Logística alinhado com o

Plano Federal;

Incentivar à implantação de empreendimentos estratégicos;

Implantar infraestrutura de transporte;

Área de Resultados: Cuidar das Pessoas

Fortalecer as ações de políticas públicas de segurança alimentar e

nutricional;

Incentivar o empreendedorismo;

Articular e alinhar as ações para formação e capacitação das pessoas

(fortalecer, ampliar, fomentar e integrar);

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Fortalecer e modernizar as ações e os serviços das vigilâncias em

saúde;

Ampliar o acesso dos usuários às ações e serviços de saúde da

atenção primária, priorizando-se a promoção da saúde e a redução da

mortalidade infantil;

Fortalecer, modernizar e ampliar as ações e serviços da média e alta

complexidade de atenção à saúde;

Enfrentar o consumo do álcool e outras drogas;

Fomentar as ações para trânsito seguro (educação, municipalização e

fiscalização);

Atuar na prevenção à criminalidade de forma geral (fortalecimento da

segurança pública e proteção social);

Reduzir o déficit habitacional.

Área de Resultados: Valorizar o Meio Ambiente

Garantir a integralidade dos serviços públicos de saneamento;

Prover o desenvolvimento de organização e método no sistema

ambiental do Estado (OEMA) e implantar um sistema transparente via

web para a agilização do licenciamento ambiental e do monitoramento

efetivo das atividades licenciadas;

Elaborar e executar um mecanismo para a comercialização de

commodities ambientais, valorando os ativos ambientais e incluindo-os

no patrimônio do Estado para aumentar a capacidade de

endividamento do Tocantins;

Área de Resultados: Desenvolver Conhecimento

Criar programas de formação com foco nas demandas locais;

Modernizar e promover a educação profissional no sistema estadual,

visando à inserção dos educandos nas cadeias produtivas do Estado;

Promover a gestão e difusão do conhecimento científico e tecnológico

por meio da oferta de cursos de graduação e pós-graduação de forma

presencial e à distância;

Implantar a educação integral na rede estadual de ensino;

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Implantar o programa de disseminação do conhecimento, novas

tecnologias e informação;

Implantar espaços multifuncionais;

Implementar atividades de geração, validação e difusão tecnológica;

Implantar o Programa de Incubadoras e Parque Tecnológico de

Inovação.

Área de Resultados: Modernizar e Implantar a Gestão para Resultados

Implementar a Gestão para Resultados;

Modernizar os serviços de controle das operações;

Implementar o Sistema de Custos; e

Implantar as Regiões Administrativas.

CONCLUSÃO

Inúmeras são as demandas públicas em todas as áreas de gestão, o

que caracteriza uma grande complexidade. Estas demandas possuem níveis

diferentes de complexidade, algumas são mais simples e envolve poucas variáveis

com resultados previamente esperados, outras reúnem diversas variáveis de níveis

diferentes de incertezas (técnicas, políticas, econômicas, etc.), acarretando

decisões em vários níveis e certa insegurança quanto ao impacto e efetividade de

seus resultados.

O Governo do Tocantins, com baixos recursos orçamentários, se

apresenta como um estado em formação, que carece de consolidação em vários

níveis, tanto institucionais, quanto de infraestrutura.

A opção de adesão ao modelo de orientação para resultados

proporcionou no primeiro momento, ajustes no formato da formulação de suas

políticas públicas, assim como um nivelamento das instituições que compõem o

governo. Neste sentido, observou a composição de arenas que ao reunir os órgãos

com ações correlatas e complementares, facilitou a compreensão da necessária

transversalidade, condição que favorece o atingimento dos objetivos de resultados

em uma mesma área de gestão. As cinco áreas de resultados do Mapa Estratégico

do Governo proporcionou tal agrupamento e enriqueceu as discussões de como

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abordar certos problemas relacionados à formulação e implementação das políticas

públicas, visto que um dos maiores entendimentos que se consolidou foi a

compreensão de que os resultados almejadas são de governo e não de determinada

pasta em separado.

O processo de priorização conseguiu reduzir de 481 proposições

(programas ou projetos) para 42 iniciativas transformadoras, através de sistemática

aplicação de modelos técnicos, que não deixou de considerar os aspectos políticos e

de viabilidade institucional para o período da gestão. Estas iniciativas selecionadas,

uma vez implementadas, proporcionarão o atingimento dos objetivos intermediários

de gestão, o que impactará positivamente nos objetivos de resultados do governo.

O aprendizado de expor e negociar as propostas num fórum democrático

com gestores e técnicos facilitou a compreensão da dimensão que estava implícita

em cada alternativa, suas possibilidades de êxito e o direcionamento e contribuição

dos resultados intermediários aos objetivos pré-determinados do Governo.

O portfólio de iniciativas estratégicas oriundo deste processo demonstrou

que é possível, justificável e sustentável aplicar metodologias de priorização que

consideram os aspectos situacionais mais relevantes. A validação pelo comitê de

secretários, além de endossar a legitimidade do processo, proporcionou consolidar

um comprometimento conjunto para com as iniciativas transformadoras

selecionadas, que terão suas ações como objeto de contratualização de resultados

(Compromisso de Resultados – Lei 2.663 de 13 de dezembro de 2012) entre o

governo central e os órgãos setoriais.

O processo de priorização proporcionou ajustar as muitas demandas da

sociedade e traduzir as proposições em programas ou projetos que impactem os

objetivos do Mapa Estratégico e assim viabilizar com mais assertividade os

resultados pretendidos pelo governo.

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AUTORIA

Marcelo Torres Pinheiro – Secretaria de Estado do Planejamento e da Modernização da Gestão Pública do Governo do Tocantins / Faculdade Serra do Carmo

Endereço eletrônico: [email protected] / [email protected]