preg a cao e preg adores

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A construção do futuro que Deus imagina para a nossa nação e para o mundo ex ige compromisso e at i tude. Dê o próx imo passo nesta di reção part ic ipando do The Global Leadership Summit 2013 no Brasi l . São mais de 170 mi l l íderes que já decidi ram não f icar de fora da maior conferência mundia l sobre l iderança.

The Global Leadership Summit é uma conferência ex ib ida em v ídeo de ú l t ima geração c o m p r e l e t o r e s d e r e n o m e i n t e r n a c i o n a l . V i s i t e o s s i t e s w w w. s u m m i t b r a s i l . o r g ewww.wi l lowcreek.org.br para mais informações sobre pre letores, datas, locais e inscr ições.

A relação de preletores desta publicidadeé do Summit Chicago 2013. Alguns poderão não entrar na seleção para o Brasil.A lista defi nitiva será divulgada no sitewww.summitbrasil.org no fi nal de agosto.

Bi l l Hybels estará em Manaus no dia 29 de outubro, no Rio de Janeiro no dia 1 de novembro e em São Paulo no dia 2 de novembro.

Realização: Apoio:

rádio trans mundial

PREPARANDO LÍDERESPARA CONSTRUIR O FUTURO

BILL HYBELS

DRA. BRENÉBROWN

GEN. COLINPOWELL

DR. HENRY CLOUD

BOBGOFF

ANDYSTANLEY

LIZWISEMAN

JOSEPHGRENNY

CHRISBROWN

OSCARMURIU

MARKBURNETT

PATRICKLENCIONI

VIJAYGOVINDARAJAN

BILL HYBELS AO VIVO NO SUMMIT BRASIL 2013MANAUS

28 e 29 de outubroRIO DE JANE IRO1 e 2 de novembro

SÃO PAULO 1 e 2 de novembro

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2 Setembro de 2013 | Pregação & Pregadores

A Revista de quem deseja pregar com excelência a Palavra de Deus | Edição Especial Missionária | Setembro de 2013SU

RIO

Revista editada pela

Rua José Higino, 416Tijuca - 20510-412

Rio de Janeiro -RJ – Brasil

Presidente Estevam Fernandes de Oliveira

Diretor ExecutivoAugusto Carvalho Rodrigues

EditorLécio Dornas

RevisãoAdalberto Alves de Sousa

Projeto GráficoGSW l www.gsw.net.br

Diagramação e CapaOliverartelucas

Redatores desta ediçãoMarize Gomes Garcia

Tiago Pinheiro MonteiroAna Luiza Menezes

Colaboradores desta edição

Fernando Brandão

Delton Nunes Pereira

Sérgio Ney e Marizângela de Souza

Jaqueline de C. A. da H. Santos

Rubens C. Monteiro

Silvio Servin

Matheus Guimarães Guerra Gama

Rogério Vieira

Cioli Prickes Rodrigues

David Baeta

Cirino Refosco

L. Roberto Silvado

Pr. Fabrício Freitas

Tiragem12000 exemplares

Pregação&Pregadores é uma publicação da OPBB sendo que as matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores,

não representando necessariamente a posição da OPBB. Reprodução permitida

mediante citação da fonte.

Assinaturas e [email protected]

www.opbb.org.br

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ISSN 2236-7624

Carta aos LeitoresGratidão e Esperança

Boas VindasPregar importa

EntrevistaA Agenda do Espírito Santo é a Evangelização

Ponto de VistaMinistros para a Glória de Deus

Homilética– Visão da Igreja Multiplicadora– Avança, Brasil– Ação Social– Etnias do Brasil– Em Busca da Nova Geração– Fundamentos do Sermão Missionário– Missionário Fazedor de Tendas

Recursos – Viver o Cristo– Viver para a Glória de Deus, Nossa Causa, Nossa Missão– Vivo para a Glória de Deus– Vivo para a Glória de Deus– Formando um Missionário

EstanteEvangelização Via Relacionamentos - Mais que um Método, Um Estilo de Vida!

Ref lexãoVivo para a Glória de Deus

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Minha primeira palavra nesta pequena sauda-ção aos colegas pastores assinantes de Pregação & Pregadores será focada no exercício da gratidão. Em primeiro lugar, em nome da Ordem dos Pasto-res Batistas do Brasil, na condição de seu atual presi-dente, nossa gratidão sincera ao querido colega pas-tor Lécio Dornas, pelo seu excelente trabalho como editor desta revista. Sob a sua coordenação editorial a revista cresceu em número de assinantes e em es-paço de influência, como um importante veículo de reflexão da prática e da prédica pastoral no mundo contemporâneo. Ao pastor Lécio nossa gratidão em nome do OPBB por sua vida, seu compromis-so com o ministério batista brasileiro e seu espíri-to de servo, e que o bom Deus o retribua por sua valiosa contribuição aos pastores batistas da Brasil. Por questões de logística operacional, uma vez que o pastor Lécio fixou residência e ministério pasto-ral nos Estados Unidos da América, o nosso novo editor será o pastor Luis Sayão, mui digno diretor geral do Seminário Teológico Batista do Sul, no Rio de Janeiro, e por todos conhecido por sua densida-de teológica, vocação literária e envolvimento com o ministério batista no Brasil. Ao pastor Sayão, nossa gratidão por ter aceito o convite, mesmo com tan-tos outros compromissos já assumidos com o Reino. Nossa profunda gratidão também à Junta de Mis-sões Nacionais – JMN, na pessoa do seu diretor exe-

cutivo, pastor Fernando Brandão, homem guerreiro e inspirador, pela parceria com a nossa Ordem, o que tornou viável esta edição. Aliás, sempre contamos com o apoio de nossas juntas missionárias. Que o senhor Deus continue derramando bênçãos sobre o querido pastor Fernando Brandão, toda a sua equipe de colaboradores e sobre toda a nossa JMN, orgulho santo da nossa denominação.

Quero também agradecer à nossa Junta de Mis-sões Mundiais, na pessoa do seu diretor geral, pastor Marcos, pela parceria tão abençoadora com a OPBB, sem a qual muitos dos nossos eventos e projetos não seriam viabilizados. Nós, pastores batistas do Brasil, nos orgulhamos não somente da força missionária da nossa denominação, representada por suas duas jun-tas nesta área, Missões Mundiais e Missões Nacio-nais, como também pelo espírito de colaboração que elas têm entre si e com os programas da denomina-ção em geral. A obra de missões é uma das principais fontes inspiradoras da prática e da pregação pastoral. Por fim, e não menos importante, nossa gratidão especial ao pastor Augusto Rodrigues, diretor execu-tivo da nossa OPBB. O pastor Augusto tem feito um trabalho incansável para o bem da nossa Ordem, e tem sido um parceiro exemplar, colaborando com o presidente na gestão das macrodemandas da Ordem. Parabenizo-o pelo exitoso Congresso da Família Pas-toral realizado em Gramado, RS, em junho deste ano. Todos fomos ricamente abençoados naquele evento. Minha oração é para que o Senhor da seara, o mes-mo que nos chamou para esse tão singular ministé-rio, nos faça, Ele mesmo, pastores e pregadores se-gundo o seu coração, para este tempo tão desafiador.

Pr. Estevam Fernandes de OliveiraPresidente - OPBB

Gratidão e Esperança!

carta ao leitor

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4 Setembro de 2013 | Pregação & Pregadores

Pregar importa!A pregação da Palavra de Deus é tarefa das

mais nobres e gratifi cantes!O pregador é uma pessoa privilegiada, pre-

senteada por Deus com o dom da palavra.Poucos têm oportunidade similar à do pregador de infl uenciar vidas com a exposição fi el e sistemá-tica das Escrituras Sagradas.

Eu preguei o meu primeiro sermão na Igreja Batista do Conforto, em Volta Redonda-RJ, nos idos de 1980, com 16 anos. Era o Dia do Ado-lescente Batista e eu preguei sobre oração: “De-vemos caminhar de joelhos!”. Desde então, não parei mais de pregar. Considero-me muito aben-çoado por Deus com oportunidades maravi-lhosas no campo da exposição bíblica. Nesses 33 anos eu pude pregar em todos os estados do Brasil, em 15 outros países, incluindo os EUA, onde eu preguei já em 14 estados. Eu agrade-ço muito a Deus por estar usando a minha vida para anunciar a sua Palavra em tantos lugares.

Dois sonhos Deus plantou no meu coração: Editar uma revista que signifi casse formação continuada na arte de pregar e escrever um livro sobre prega-ção. Este último, tenho recolhido material já por 20 anos e pretendo escerver em breve. Quanto ao primeiro, Pregação & Pregadores, lançada em 2011, representa a sua realização. Louvado seja Deus.

Assim, com esta 10ª edição (das quais 8 eu tive o privilégio de editar), eu encerro a minha parti-cipação como Editor de Pregação & Pregadores. Residindo nos EUA e visceralmente envolvido com a Causa da Bíblia em Português na América, vai fi cando cada dia mais difícil para eu desenvol-ver este trabalho com a qualidade que ele requer.

Agradeço ao Pr. Juracy Carlos Bahia pela visão e coragem no início da jornada, aos presidentes Éber Silva e Estêvam Fernandes de Oliveira, bem como ao pastor Augusto Carvalho, pelo apoio e confi ança neste tempo. Agradeço também aos inúmeros colaboradores e milhares de leitores que ajudaram a fazer da revista o que ela é hoje. Que Deus ilumine e abençoe a OPBB no comando de Pregação & Pregadores doravante.

Confi ra, nesta edição, o conteúdo voltado para a ênfase missionária, desta feita, em cooperação com Missões Nacionais.

Boa leitura.LécioDornasEditor

boas vindas

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5Pregação & Pregadores | Setembro de 2013

“A AGENDA DO ESPÍRITO SANTO É A EVANGELIZAÇÃO”

entrevista

os últimos anos temos visto muitos líderes abraçando a visão de multi-plicação de igrejas como estratégia para o alcance de cidades inteiras para Cristo. O Espírito Santo tem soprado

nestes corações, mostrando que a missão é urgente e, ao mesmo tempo, simples. O maior desafio parece ser começar, romper com antigos paradigmas para que a agenda da igreja passe a ser a agenda de Deus.

O pastor Assis Xavier Borges, da Primeira Igreja Batista de Araruama, estado do Rio de Janeiro, fala sobre o importante momento de semeadura vivido em sua comunidade. Uma igreja em que antes havia pouco mais de 400 membros, após a implantação de uma cultura de plantação de igreja, passou a registrar em seu rol de membros mais de 900 pessoas, além de cinco outras igrejas organizadas, duas congregações e dois pontos de pregação. Tal feito vem da estratégia Uma Igreja em cada Bairro, projeto que dá vasão ao desejo de alcançar todo município de Araruama e, por que não, além.

Como surgiu essa visão do projeto Uma Igreja em cada Bairro?

A.X.B. – O projeto surgiu num momento muito especial em nossa igreja, em que ela estava num pro-cesso interessante de crescimento. Entretanto, vinha orando muito sobre como conquistar a cidade e, por-tanto, eu entendo que fica muito difícil uma igreja es-perar que todos venham ao centro da cidade para par-ticipar do culto. Se a igreja quiser realmente alcançar a cidade, ela precisa ir à cidade. Por isso começamos a orar e Deus nos orientou.

Por outro lado, fica difícil pastorear igrejas muito grandes, todo mundo centralizado num lugar só. En-

tendo que fica mais fácil se multiplicarmos o número de portas abertas e enviar os pastores para os bairros, permitindo que os membros da igreja que estão nos bairros fiquem lá. A igreja aceitou o desafio e deu to-tal liberdade para que preparássemos essa estratégia. Então escrevemos o projeto e começamos a trabalhar.

Explique como ele acontece na prática?

A.X.B. – Ele tem quatro fases importantes. Come-çamos com um núcleo no bairro e se estiver dando certo, vamos para a segunda fase, que é abrir uma mis-são batista. Esta pode ser numa casa, numa tenda ou numa loja. A terceira fase é a da congregação, quando temos cerca de 20 membros no bairro que assumam o compromisso de ficar ali e organizar a igreja. Nes-sa etapa providenciamos a propriedade, terreno e a construção do templo. Com essa infraestrutura e com pelo menos 50 membros, organizamos a igreja.

Quantas igrejas vocês já conseguiram plantar em Araruama?

A.X.B. – Quando começamos o projeto e con-versei com a liderança, alguém disse: “Pastor, você vai dividir a igreja porque uma igreja no Centro é com-posta basicamente de crentes que moram nos bairros periféricos e se deslocam para o centro”. Mas eu disse para eles que Deus não trabalhava com divisão, mas com multiplicação. Então, quando começamos, pen-samos em seis bairros de maior densidade demográ-fica. Porém, atualmente estamos pensando em doze bairros. Desses doze, já organizamos cinco igrejas prósperas, que estão crescendo.

No bairro Vila Capri, uma igreja que começou com 97 membros, já está com mais de 400 e é uma

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Inevitavelmente, ser líder de uma igreja que deseja plantar igreja dá mais trabalho e precisa orar mais. Enfim,como tem sido o seu ministério como pastor líder de uma comunidade plantadora de igrejas?

A.X.B. – Quando nos voltamos para a agenda de Deus fica mais fácil pastorear. Às vezes eu, com 34 anos de ministério, me senti preso numa agenda eclesi-ástica de comemoração de datas, eventos e programas que tomam todo o tempo. Só que aos poucos fui des-cobrindo que a agenda da igreja é a agenda do Espírito Santo e a agenda do Espírito Santo é a evangelização do mundo. Então,desde quando comecei a desenvolver discipulado e evangelização, está sendo mais fácil.

Quando nos envolvemos e deixamos Deus realizar a vontade d’Ele, fica mais fácil. Confesso que eu ainda não me sinto realizado porque há muito a fazer. Para se ter uma ideia, as igrejas estão se unindo agora para que juntas possamos sair da cidade, levando o evange-lho a outros municípios. Esperamos que a JMN nos oriente quanto a essas outras cidades.

Qual é o sonho do pastor Assis?

A.X.B. – O Projeto Igreja em cada Bairro é apenas um item. Nós estamos com um trabalho preparado de discipulado e vamos começar a entrar em todos os lares da cidade por meio do testemunho pessoal. Antes de começar este projeto, pensei: “se queremos evangelizar esta cidade, precisamos de mais portas abertas e por isso demos esse passo [de plantar novas igrejas]”. Na verdade, o meu sonho mesmo é começar o trabalho de evangelismo e discipulado maciço para que as pessoas evangelizadas encontrem apoio e te-nham onde serem pastoreadas. Penso em duplas, indo de casa em casa... acredito que vai ser um trabalho fácil, porque está embasado na Bíblia.

igreja que tem apenas quatro anos. Além das cinco igrejas, estamos com duas congregações e duas mis-sões. Duas já têm condições de serem organizadas.

Que ref lexos essa cultura de plantação de igrejas trouxe à PIBA? Houve redução do número de membros ou queda financeira por conta dos investimentos?

A.X.B. – Mesmo que a igreja tenha investido, com-prado terrenos e construído templos, a experiência com missões diz que quanto mais nos envolvemos, mais crescemos. Quando começamos o projeto, tí-nhamos 408 membros, hoje temos cinco igrejas orga-nizadas e chegamos a mais de 900 membros na sede. Jesus comparou a evangelização à pescaria. Então, se vamos pescar e, no nosso caso, criar peixes, precisa-mos de aquários. Por isso, vamos construir templos e preparar os aquários porque quem promove o cresci-mento da igreja é Ele.

E as pessoas que dirigem essas missões, congregações e igrejas. Onde o irmão tem buscado esses líderes?

A.X.B. – Na verdade são pessoas que se identifi-cam com os bairros. Podem ser leigos, diáconos, pas-tores auxiliares... Temos, graças a Deus, uma turma que realiza um excelente trabalho, que facilita o meu ministério. Quando a igreja se envolve, Deus levan-ta líderes também. Certa vez, sentimos a necessidade de músicos e tínhamos apenas dois que colocavam o teclado numa moto e percorriam todas as missões. Hoje temos uma escola de música com mais de 150 alunos sendo preparados. O aluno que manifesta o desejo de estudar para atuar na congregação, recebe um desconto de 50% na mensalidade, ou seja, a igreja investe nele. Hoje temos bandas tocando em todas as congregações, músicos preparados na sede.

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ponto de vista

MINISTROS PARA A GLÓRIA DE DEUS

Pr. Fernando Brandão

eus, na sua bonda-de e misericórdia, chama, vocaciona e comissiona líde-res para conduzir

a expansão do seu reino aqui na ter-ra. Na verdade é uma grande honra servir como líder na igreja do Se-nhor Jesus. Na minha opinião, ser pastor do rebanho do Senhor é a maior e mais nobre função que uma pessoa possa desempenhar na vida. Alguém que atende ao chamado e é fi el à vocação, com certeza tem so-bre os seus ombros uma tremenda responsabilidade, pois precisa ter a visão de Deus para o seu ministé-rio, corresponder com as expecta-tivas daquele que o chamou e não viver mais para si mesmo, mas vi-ver para a glória daquele que vive e reina eternamente. Essa era a maior preocupação do apóstolo Paulo em Atos 20.24, ser fi el à chamada e cor-responder com a missão recebida do seu Senhor e Mestre. A vocação não é uma profi ssão. Não estamos no ministério para sobreviver dele. Fomos chamados para transformar o mundo, vivendo para a glória de Deus em tudo que fi zermos. Nos-sa missão é muito maior do que as vezes imaginamos. Ser ministro

do Senhor aqui na terra signifi ca estar imbuído de uma atribuição que visa mudar o curso da vida das pes-soas. É uma questão de vida ou mor-te. A proclamação do evangelho da gra-ça de Deus é parte central des-se ministério. Levar a Palavra da verdade a todos os homens e mu-lheres é missão exclusiva da igreja que fomos chamados para liderar. Não tem como nos eximirmos da responsabilidade missionária que está sob nossa liderança. O ministro de Cristo é missionário por vocação. Seu ministério deve contribuir diretamente para que a obra missionária avance. A igreja do Senhor Jesus é missionária na sua essência. Ser igreja é ser missio-nária. Ser ministro do evangelho é ser missionário.

O Brasil é um país de oportu-nidades. A nossa geração talvez esteja vivendo a época das maio-res oportunidades que já tivemos, especialmente para a igreja local. O gigante verde-amarelo oferece terras abertas e prontas para a se-

meadura e também campos pron-tos para a colheita. Cidades que crescem, bairros que surgem rapi-damente são oportunidades ímpa-res para iniciarmos novas frentes de trabalho da igreja do Senhor. Mas é preciso trabalhar, empreen-der, avançar, investir, orar, evan-gelizar, discipular, plantar igrejas, manter o foco e perseverar na conquista da pátria para Cristo. As igrejas precisam estar no campo de trabalho todos os dias para apro-veitar bem cada oportunidade que o Senhor está nos dando. Se não aproveitarmos, outros aproveita-rão. Não podemos ter uma visão pequena e desanimada. Os líderes das igrejas, ministros de Cristo, precisam ter uma visão de fé, per-severança, determinação e paixão pela obra missionária. O Brasil não tem desafi os, tem oportuni-

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dades. Não vejo a obra missionária no Brasil como um grande desafio. Na verdade, considerando que o Senhor está conosco e nos enviou, os cenários e a receptividade das pessoas, penso que o que temos são muitas e muitas oportunidades para realizarmos uma grande obra. Talvez os mais pessimistas não concordem, pois todo pessimista enxerga somente as dificuldades, falhas, limitações e problemas. Mas os líderes da igreja do Senhor Jesus não são pessimistas, pois o nosso Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que pedi-mos ou pensamos (Efésios 3.20).

Nossa geração precisa aproveitar o momento para avançar na evange-lização e discipulado do país. Para tanto algumas áreas estratégicas devem ser priorizadas, tais como evangelização de crianças e univer-sitários, plantação de igrejas multi-plicadoras, formação e capacitação de líderes, oração e projetos espe-cíficos de evangelização discipula-dora. Eu sonho que um dia o Brasil será totalmente evangelizado e dis-cipulado. Isso só depende da visão e comprometimento dos líderes da igreja do Senhor Jesus. Se todos se dedicarem aos objetivos definidos pelo Senhor Jesus em sua Palavra, não tenho dúvida, seremos verda-

deiramente cristãos. É tempo de avançar e trabalharna seara,na total dependência do Espírito Santo, para fazer o maior número de discípulos até a volta do Senhor Jesus.

A campanha de Missões Naci-onais deste ano tem como tema: vivo para a glória de Deus. Esse tema é desafiador e também moti-vador. Desafiador porque nos co-loca numa posição de submissão e obediência aos princípios bíblicos e aos planos do Senhor; motivador porque vivendo para a glória de Deus seremos instrumentos para impactar e transformar vidas. A sociedade brasileira precisa ouvir a mensagem falada do evangelho, mas também precisa conhecer o testemunho real de vida daqueles que anunciam o poder transfor-mador do evangelho. Viver para a glória de Deus é ser missionário das Boas-Novas e de um estilo de vida dirigido pelo fruto do Espírito Santo. Ser crente de verdade. Não ter medo de contrariar a sociedade e ser fiel à Palavra de Deus. Viver como exemplo de integridade, éti-ca, verdade, humildade e submissão à vontade de Deus. O ministro de Cristo deve ser exemplo do evange-lho que prega.

A visão missionária dos batis-tas brasileiros é um dos principais

patrimônios da nossa denomina-ção. Essa visão foi construída ao longo de mais de cem anos. Ho-mens e mulheres dedicaram a vida e família para que essa visão fosse construída. Irmãos e irmãs que se dedicaram incansavelmente para plantar igrejas, evangelizar e disci-pular pessoas. Nós não podemos perder essa visão nem nos acomo-dar diante das dificuldades. É nos-so dever manter o foco e trabalhar dedicadamente para que essa visão continue crescendo e seja transmi-tida às novas gerações. Os méto-dos e estratégias missionários po-dem mudar ao longo dos anos, isso é normal pois as mudanças acon-tecem naturalmente, mas a visão da causa não pode mudar. Muito me preocupo quando igrejas não realizam as campanhas missioná-rias. Porque é nas campanhas que os princípios, conceitos e valores missionários são transmitidos. No período da campanha as igrejas têm oportunidade de orar, refle-tir sobre os temas missionários, renovar compromissos, despertar vocações, investir financeiramente na obra e ouvir testemunhos da-quilo que o Senhor está realizando nos campos. Conhecemos igrejas em alguns países que no passado foram exemplos de missões, hoje já não são mais relevantes porque perderam a visão pouco a pouco. Negligenciaram a manutenção e transmissão da visão para as ge-rações seguintes. Isso tem um custo muito alto. Não pagaremos esse custo, pois vamos continuar avançando e proclamando às novas gerações e vivendo para a glória de Deus. Vamos perseverar e realizar grandes campanhas mis-sionárias todos os anos para que a visão não se perca e o evangelho chegue até os confins da terra.

Pr. Fernando Brandão, Diretor Executivo da JMN

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homilética

Visão Igreja

Multiplicadoraos últimos anos Missões Nacionais vem difundindo a visão Igreja Mul-tiplicadora em todo o Brasil, e esta visão tem sido aprimorada a cada dia, tornando-se mais compreen-

sível e mais fácil de aplicar não apenas nos campos missionários, mas também nas igrejas de todo o país.

Um dos conceitos que estão sendo trabalhados é o de Evangelização Discipuladora. Um concei-to que visa dar a compreensão correta da Grande Comissão, enfatizando que evangelizar não é só proclamar o nome de Jesus, mas fazer discípulos. Sendo assim a evangelização discipuladora propõe que fazer discípulos é uma ação completa que vai desde o anunciar (compartilhar Jesus com alguém), aprofundar relacionamento discipulador, agregar a pessoa na igreja e levá-la à maturidade espiritual (o aperfeiçoamento dos santos de que a Bíblia fala).

“Nosso maior desafio hoje é a compreensão que o fazer discípulos é algo muito além do que entre-gar um folheto, é muito além de fazer um culto na praça”, enfatiza o pastor Fabrício Freitas, gerente executivo de evangelismo de Missões Nacionais. Dentro da proposta da evangelização discipulado-ra estão os pequenos grupos multiplicadores – um aperfeiçoamento do Núcleo de Estudo Bíblico (NEB)usado no passado, que tem como objetivo a evangelização a partir das casas como a igreja pri-mitiva fazia: reunindo no templo e de casa em casa. Este ambiente de pequenos grupos permite também

que sejam formados líderes para toda a igreja, inclu-sive para a área de missões.

Confira a experiência de alguns missionários na aplicação prática da visão igreja multiplicadora.

APLICANDO A VISÃO NO CAMPOPr. DeltonNunes Pereira

Na plantação de igrejas nos estados do sul do Brasil, é imprescindível investirmos tempo na ORAÇÃO, porque é por meio dela que poderemos visualizar o campo da maneira como o Senhor vê. O que temos recebido de Deus em resposta às ora-ções são oportunidades para relacionamentos com pessoas da comunidade e aproveitamos para com-partilhar o evangelho fazendo uma SEMEADURA ABUNDANTE, ou seja, usamos o máximo de es-tratégias possíveis para desenvolver relacionamen-tos intencionais, que vão gerar certa curiosidade e confiança nas pessoas, que são nossos alvos para compartilhar o evangelho. Ninguém se sente segu-ro com relacionamentos repentinos e superficiais e sim longos e constantes. E acontecendo isso, tor-na-se mais fácil o DISCIPULADO intencional, que é aplicável de forma natural e sem pressão; dando maior resultado, porque está embutido o amor ex-presso de maneira real e especial por intermédio de AÇÕES DE COMPAIXÃO. Qualquer pessoa, por mais difícil que seja, dará atenção e espaço em seu coração, quando for suprida em alguma necessida-

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de básica. O relacionamento torna-se progressivo e cada vez mais promissor.

Conduzimos o não alcançado a um encontro ín-timo e pessoal com Cristo, ocasião em que ele inicia uma nova caminhada pautada na Palavra que purifica e restaura diariamente. Enquanto dão os primeiros passos nessa nova vida aplicando as novidades apren-didas, passam a ter desejo de também compartilhar o que lhes tem feito bem (Salmo 13.6); tornando-se NOVOS LÍDERES, capacitados ao longo do cami-nho porque Jesus disse: “eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça…” ( João 15.16) .Uma das mais eficazes estratégias que Deus está proporcionando e que consideramos ser o principal valor para que esta prática seja ensinada e vivenciada são os pequenos grupos. Não podemos ter uma linguagem templista, se a igreja são pessoas, organismo vivo, e estas podem se reunir em qualquer lugar. Por isso investimos para que os grupos sejam multiplicadores dos princípios desta visão que permeiam uma vida cristã autêntica. A MULTIPLICAÇÃO acontece naturalmente por-que tudo é passado de maneira natural e sólida. Precisamos crer que tudo isso começou no momen-to em que nossos joelhos foram dobrados para pre-parar o caminho que haveríamos de percorrer. Por isso, orar é projetar o que desejamos para o futuro da

nossa pátria. Dessa maneira iremos avançar de forma sobrenatural, porque isso é o que o nosso Deus quer que façamos incessantemente (1Ts 5.17).

Pr. DeltonNunes PereiraMissionário em Passo Fundo (RS)

AJUSTANDO-SE À VISÃO Pr. Sérgio Ney e Marizângela de Souza

A visão de igreja multiplicadora surgiu depois que já estávamos no campo. Como já havíamos dado iní-cio ao trabalho, o que fizemos foi apenas rever alguns conceitos e aprimorar outros. Evangelizávamos mui-to com impactos, visitas de voluntários, conferências evangelísticas, trabalhos infantis, mas estas pessoas não firmavam na igreja porque o nosso discipulado era muito fraco. Gostamos de orar e evangelizar. Oramos muito e temos várias ações de oração: vigí-lias, caminhadas de oração, relógios de oração e cul-tos de oração. Porém, mesmo assim o nosso disci-pulado era muito fraco e, com isso, não era possível formar líderes e nos multiplicar.

Foi então que decidimos parar e rever o nosso discipulado. Separamos alguns líderes e caminhamos juntos, discipulando-os com encontros regulares e pessoais. Após o período de seis meses, iniciamos os

Vigílias de oração realizadas semanalmente

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11Pregação & Pregadores | Setembro de 2013

a ser mais que um grupo de pessoas que apenas um lugar para encontro religioso.

Aqui no Floresta Park, nestes cinco anos, traba-lhamos para que nossa igreja seja relevante na vida da comunidade local. Temos o projeto Águias, que aten-de, todos os sábados, por meio do futebol, meninos do bairro, que recebem a Palavra de Deus. Estes me-ninos são futuros missionários, pastores, empresários e até governantes de nossa nação.

O problema das drogas em nossa nação é muito grande. Então temos que fazer um trabalho preven-tivo, evangelizando as crianças, adolescentes e jovens do Brasil. Hoje, estamos presentes em duas escolas do bairro, na Fundação Casa e com o Geração Futu-ro (todo sábado à tarde na Missão).

Não podemos parar nem podemos nos aquietar. Não podemos nos anestesiar, pois é nossa a tarefa de levar o amor de Cristo às pessoas. A você, que tem es-tado conosco nesta caminhada, orando, semeando, vi-sitando os campos missionários, muito obrigado! Que Deus abençoe você cada dia mais e que o seu coração não se perca nesta caminhada. Para nós, missionários, é muito importante saber que você está conosco.

Pr. Sérgio Ney e Marizângela de SouzaMissionários em São José do Rio Preto (SP)

pequenos grupos, em que estes novos líderes evange-lizam e fazem o discipulado dos novos crentes. Com isso, ganhamos mais maturidade como igreja e a car-ga que estava ficando pesada sobre nós foi comparti-lhada com estes líderes.

Começamos com três pequenos grupos e hoje já somos sete, pois a visão de multiplicação tem sido aplicada dentro deles. Sendo assim, cada crente gera um crente e um discípulo. Pensamos que o trabalho de evangelismo iria diminuir ou a equipe seria menor, mas com a aplicação da visão igreja multiplicadora, novos líderes nasceram. Eram novos discípulos dis-postos a crescer no conhecimento e na graça de Jesus.

Hoje, oramos, evangelizamos nas escolas, ruas e presídios. Discipulamos nos pequenos grupos, for-mamos líderes e caminhamos para a multiplicação. Exercemos compaixão uns pelos outros e consequen-temente os que vão chegando se sentem amados e acolhidos. A visão igreja multiplicadora é bíblica. O que fazemos é só obedecer à Palavra de Deus.

A obra missionária em nossa nação avança a cada dia. Mesmo assim, existem muitos lugares que ain-da precisam ser alcançados pelo evangelho de Jesus Cristo. É necessário que a igreja de Cristo chegue nestes lugares e seja relevante, seja presente de forma

Ações evangelísticas nas ruas IM

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ão é de hoje que o esporte vem sendo usado como ferramenta evangelís-tica nos campos missionários, espe-cialmente de crianças, adolescentes e jovens. Aliado a esta realidade e à

realização de eventos esportivos de grande porte no Brasil nos próximos anos, a Junta de Missões Nacio-nais desenvolveu seu programa esportivo missionário denominado AVANÇA, BRASIL - Igreja, Esporte e Missões.

O programa tem dois focos de ação: evangeli-zar brasileiros e estrangeiros nos grandes eventos esportivos, capacitar e mobilizar as igrejas para a evangelização por intermédio do ministério esporti-vo. Nos próximos anos, o Brasil receberá a Copa do Mundo em 2014, as Olimpíadas e as Paralimpíadas em 2016. Nessas ocasiões, representantes de nações fechadas ao evangelho estarão em nosso território e será uma grande oportunidade de plantar a semente do evangelho em seus corações a fim de que eles voltem aos seus países levando esta semente e fa-zendo com que ela cresça e se multiplique entre os

seus. Ainda neste foco da evangelização nos even-tos esportivos, durante a Trans Copa, realizada por ocasião da Copa das Confederações, houve pastores que entenderam que podem usar esta estratégia ao longo do ano, nos eventos esportivos locais, uma vez que suas igrejas estão próximas a estádios, gi-násios, etc.

Já no foco da capacitação e mobilização para que as igrejas usem o esporte como ferramenta de evan-gelização, nos campos, tanto de plantação de igrejas quanto no Ministério Cristolândia, a ferramenta tem sido eficaz. Primeiro porque aproxima a população local e também é uma forma preventiva que ocupa crianças, adolescentes e jovens, reduzindo as chances de ficarem ociosos e cair nas mãos do inimigo. No caso das Cristolândias, os esportes são também parte do processo terapêutico e facilitam a ressocialização. Além da atividade física, os missionários vão plan-tando os valores e princípios cristãos que nortearão a vida daqueles que frequentam as atividades. Confira a experiência de alguns dos missionários que têm usa-do o esporte para a evangelização.

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JESUS TRANSFORMA Na cidade de Olho d Á́gua dos Borges, oeste po-

tiguar que sofre com idolatria, falta de emprego e de chuvas, crianças e adolescentes vivem um cenário devastador, envolvidos com prostituição, alcoolismo, além de serem filhos de presidiários e de mães que usam drogas.

Após dias e dias rogando ao Senhorpor milagres na cidade, os missionários já têm uma escola bíblica infantil. Enquanto os adultos costumam ser mais re-sistentes a seguir Jesus, as crianças ouvem com aten-ção , desejam mudança de vida e são as que interce-dem pelos pais e apresentam a Deus as necessidades delas. Porém os pais as proibiam de estar com os missionários. A saída encontrada, para não perder as crianças, foi iniciar um trabalho com esporte na cida-de e com ele tem feito a diferença.

O objetivo do projeto é atender crianças, ado-lescentes e jovens com atividades esportivas, devo-cionais e de lazer, tratando também nas áreas emo-cional, espiritual e socioeducativa. Familiares dos que jogam futebol têm percebido mudanças em seus filhos e com isso têm aberto o coração para receber os missionários e ouvir de Jesus. “Há famíliasque nos procuraram para agradecer pelo cuidado com o seu filho que era muito problemático. Outras pedem aju-da para os filhos. Deus tem mostrado a saída para tanta frieza espiritual”, compartilhou a missionária Graça Tomaz.

Pr. Luzinaldo Santos Tomaz também conta que um dos adolescentes propôs que comemorassem o Dia das Mães com um torneio de futsal. Assim re-alizaram o torneio (dedicado às mães) no ginásio da cidade, quando ofereceram café da manhã para as mães, peça de teatro, louvor e brindes. “Nossos me-ninos, em clima de alegria e satisfação diziam: ‘vou fazer um GOL PARA MINHA MÃE!’”

FUTSAL EVANGELÍSTICOEm Planalto, PR, onde atuam os missionários

Robson e Valdira Olah, o uso do esporte foi ini-ciado por sugestão de um jovem de 19 anos da congregação. Jogando quase todos os dias, o ra-paz incentivou o missionário a marcar um horário no ginásio da cidade para que a igreja jogasse. Pr. Robson prontamente propôs que usassem estes jogos para evangelização. O rapaz chamaria os amigos e antes de cada jogo o grupo iria orar, meditar na Palavra de Deus e fazer uma dinâmi-ca sobre o texto ensinado. O rapaz concordou e todas as sextas-feiras à noite o grupo de jovens e adolescentes tem o encontro marcado. Atual-mente os pré-adolescentes também jogam em ou-tro dia e horário, reunindo semanalmente cerca de 30 meninos.

“Estávamos orando para que o Espírito Santo nos mostrasse onde ele queria nos usar e temos en-tão esta atividade esportiva como evangelismo”, afirmou Pr. Robson, que enfatiza que com o rela-cionamento semanal com os meninos, muitos re-jeitados pela família, uma forte amizade foi sendo construída, onde há liberdade para falar do amor de Cristo. “Vários já atenderam ao convite de par-ticipar do culto na igreja, na célula, depois que co-meçamos a andar mais juntos e a realizar estudos bíblicos”.

Entre os meninos, o pastor tem trabalhado e orado com três que têm o vício da droga, mas gra-ças a Deus quatro outros (inclusive o que levou a ideia do jogo) já venceram as drogas e hoje teste-munham o que Cristo fez na vida de cada um.

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AÇÃO SOCIAL

o longo de sua existência, Missões Nacionais desenvolveu um jeito es-pecial de amparar os necessitados, demonstrando compaixão por meio da missão integral da igreja. São

mais de 100 anos de análise das mazelas sociais do povo brasileiro e de ações que não apenas amenizam estes problemas, mas transformam vidas marcadas pelo abandono.

O programa de ação social da JMN promove a res-socialização em vários âmbitos: assiste menores em situação de vulnerabilidade social, marginalizados, presidiários e seus familiares, apoia grupos minori-tários como surdos e ciganos; entre outras ações rea-lizadas por meio de frentes missionárias espalhadas pelo país. Atualmente, projetos que visam recuperar dependentes químicos, retirando-os das ruas e dando uma nova perspectiva de vida, estão em evidência. A

Momento de culto em Pádua

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seguir você conhecerá três unidades que funcionam no estado do Rio de Janeiro. Elas são destaques nesta campanha missionária.

FORMANDO NOVAS CRIATURASÉ preciso não apenas retirar das ruas, mas

acompanhar o processo de restauração de vidas da-queles que tomam a decisão de sair do mundo das drogas. Pensando nisso, Missões Nacionais criou os Centros de Formação Cristã, que visam cumprir um programa terapêutico que não envolve apenas o aspecto da adicção, mas de maneira especial o discipulado de ex-dependentes químicos.

O CFC Pádua surgiu em agosto de 2012, sen-do destinado ao atendimento de usuários do sexo masculino. Os que lá chegam já passaram por tria-gens em uma Missão Batista Cristolândia ou em

Missionárias e algumas das mães

igrejas batistas que buscam ajuda para famílias que enfrentam o problema das drogas.

Atualmente, são 22 homens em fase de trata-mento. O processo de recuperação é rigoroso, mas a vontade de recuperação dos alunos (como são chamados os internos) torna tudo mais fácil e prazeroso. No dia a dia do CFC estão inclusos momentos devocionais – pelo menos três ao dia, discipulado pessoal e atividades terapêuticas como cuidar da horta, animais e a prática de atividades esportivas.

Assim como outras unidades do Ministério Cristolândia, o CFC Pádua recebe o apoio de igre-jas parceiras da região norte-fluminense. São doa-ções de alimentos, roupas, encaminhamentos a es-pecialistas da área de saúde, entre outras necessida-des. A 1ª IB de Pádua, igreja que está bem próxima

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mim e hoje, para a glória de Deus, estou cuidando de pessoas. Posso comunicar a Palavra do Senhor. Eu estava em trevas e hoje estou na luz”.

Hoje, muitas mulheres que passaram pela Co-munidade Terapêutica Élcia Barreto Soares estão estudando, formando famílias ou retornando aos seus lares. Mas o trabalho continua com novos de-safios: “O nosso desafio é ter um novo espaço para melhor atender as recém-chegadas, ou seja, as que estão na primeira fase do processo terapêutico”, comenta a missionária Rosângela Maria das Dores.

SONHO DE MÃEO Centro de Formação Cristã Sonho de Mãe

realiza um trabalho único no Brasil: atua na res-socialização de mães em fase final de recuperação ao tempo em que cuidam de seus filhos. O projeto, implantado no município de Italva, proporciona um ambiente que oportuniza o desenvolvimento de atividades terapêuticas que englobam toda a fa-mília.

O Sonho de Mãe é dividido em três fases de tratamento, nas quais a formação espiritual é parte constante e crescente em todo o processo. São en-fatizados o diagnóstico psicossocial e regularização civil; a educação e profissionalização; e o fortaleci-mento dos vínculos familiares, em especial, mãe e filhos, e a consequente reinserção social. No que diz respeito à vida espiritual, semanalmente as alunas realizam estudos sobre doutrinas batistas e assuntos voltados à restauração de caráter. Paralelamente, é feito o acompanhamento de cada criança. As que es-tão em fase escolar também fazem aulas de música, natação e são acompanhadas pelo discipulado in-fantil. “Tivemos a alegria de batizar a Maria Lúcia, uma de nossas alunas, durante a Assembleia da Con-venção Batista Brasileira em Aracaju (SE); também em poder ver a Karina retornar aos seus estudos por intermédio do EJA (Educação de Jovens e Adultos). É também um grande motivo de alegria ver a Lu-cimar confeccionando e comercializando suas pri-meiras peças que tem pintado”, conta a missionária Adriana Dias, coordenadora do projeto.

Para que o Sonho de Mãe atenda a mais mulhe-res que se encaixem em seu perfil de atuação, há o desafio de ampliar o espaço do projeto. Além disso, Missões Nacionais deseja avançar na capacitação das internas, no fortalecimento de seus vínculos familiares e na reinserção dessas mães no mercado de trabalho, em suas famílias e consequentemente na sociedade.

do Centro de Formação Cristã, é um dos exemplos de igrejas que realizam um importante trabalho de parceria. Semanalmente, membros da igreja visi-tam os alunos, fazendo questão de incluí-los em suas atividades eclesiásticas. “De maneira muito boa temos visto a integração desses internos. Já são ligados aos nossos jovens, sendo conhecidos pelos nomes e isso tem sido muito bom. Para a nossa igreja, tem sido algo de profundo crescimento”, co-mentou o pastor da igreja,Marcos Vieira.

A Comunidade Terapêutica Élcia Barreto Soa-res já tem uma boa caminhada na estrada da recu-peração de mulheres que desejam deixar o uso das drogas. Inaugurada em novembro de 2009, realiza inúmeras atividades (cursos, apoio psicológico, es-tudos bíblicos, palestras em escolas, etc) que re-presentam profundidade e abrangência do serviço prestado em Campos dos Goytacazes. Uma dessas atividades é o coral feminino, que vem cativando as igrejas por onde passa. Este “canto de vitória” é uma verdadeira lição aos que desistiram de acredi-tar nos milagres de transformação de vidas.

Atualmente, são 24 internas recebendo os cui-dados da instituição. Todas ansiando pela liberda-de das drogas. Há as que desejam mais que isso: se-guir a carreira ministerial, aceitando o chamado de Deus para sua vida. É o caso de Mônica Machado de Araújo, 34 anos, que após o tratamento viu em missões um futuro cheio de desafios, mas repleto de vitórias que glorificam a Deus. Entre as vitórias alcançadas nessa nova etapa de sua vida, está o cur-so universitário de Serviço Social, conhecimento que pretende dedicar ao crescimento do Reino. So-bre o futuro que se descortina à sua frente, Mônica declara: “Eu vivia em um mundo que, para mim, isso não existia mais. Antes eu não cuidava nem de

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ETNIAS NO BRASIL

visão do projeto Etnias no Brasil é ser o movimento que reconhece a importância das mais de 220 etnias aqui representadas e oferece apoio integral nas áreas de compaixão e

justiça, com a missão de alcançar estas nações a partir de nossa pátria, demonstrando, por meio do evange-lho, acolhimento e assistência que promova integra-ção social e reconciliação com Deus. Cada estrangei-ro alcançado torna-se um potencial evangelizador de seu próprio povo e não se pode perder esta oportuni-dade, principalmente quando se trata de nações que são fechadas ao evangelho. Com esta visão, temos já implantados trabalhos com ciganos, chineses, árabes, hispânicos, japoneses e africanos. Conheça um pou-co mais sobre estes dois últimos trabalhos.

MISSÃO BATISTA ASSAHY É nesta cidade do norte

do Paraná que o casal missio-nário Alexandre Takao Kata-yama e Alécia Nomura está desde 2010 anunciando as Boas-Novas, principalmente aos japoneses e seus descen-dentes. Ambos descendentes de japoneses foram para o Japão em busca de trabalho, ainda solteiros. Lá aprende-ram a língua, se conheceram, casaram-se, conheceram Je-sus por intermédio de irmãos batistas que viviam no país, tiveram seus filhos e após 14 anos, voltaram ao Brasil.

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Irmãos da igreja japonesa

Chegando ao Brasil não demorou para que fos-sem desafiados a anunciar a mensagem de salvação na cidade de Assaí. Sem conhecer nenhuma pessoa na cidade, o casal começou a construir relaciona-mentos, fazendo reuniões nos lares. Hoje está com um templo construído (pelo crescimento do núme-ro de pessoas e também pela cosmovisão dos japo-neses), continua realizando visitas nos lares, estudos bíblicos, evangelizando o grupo-alvo, sem menos-prezar a cultura do povo. Atualmente a frequência nos cultos semanais é de 15 pessoas entre nikkeis e brasileiros.

Embora os missionários tenham feito o caminho contrário – foram ao Japão e lá conheceram Jesus, voltando para continuar anunciando Sua mensagem no Brasil, o trabalho com etnias vê na presença de muitas nações em nosso território a grande oportu-nidade para alcançá-los e enviá-los para seus países

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de origem para que testemunhem de Jesus entre seu próprio povo em sua língua e cultura.

“Este sonho já começa a se tornar realidade em nossa missão. Temos já vários irmãos convertidos na Missão que já estão no Japão trabalhando na obra”, afirmou o pastor Katayama, citando o exemplo do irmão Takahiro Kureishi. Ele se converteu a Cristo e hoje está pregando na 1ª IB de Kakamigahara em Gifu-ken no Japão. Há também um professor de ja-ponês, Sr. Fukuda Takeshi, que veio ao Brasil e os missionários tiveram a oportunidade de evangelizá--lo. “Converteu-se, regressou ao Japão e pretende ser batizado , bem como a caso do Dioji Kazuma. De-mos o estudo bíblico, recebeu Cristo como seu Salva-dor e hoje está em Nagahama em Gifu-ken pregando a Palavra aos japoneses e nikkeis”.

Para o próximo ano, os missionários têm a meta de atingir novas cidades com concentração de nik-keis. Londrina, por exemplo, tem aproximadamente 30 mil nikkeis sem nenhum trabalho batista voltado para essa população. Somadas as outras cidades no Paraná, chegamos ao número de 143.588 nikkeis, re-presentando um grande campo missionário.

“São muitos avanços, e nossa alegria é a sua ale-gria também, pois a obra não se faz só, mas sim com pessoas que diante do chamado respondem com fé e obediência. Pedimos ao Senhor da seara que você continue a sustentar esta obra, continue a segurar a corda, pois ainda temos muitas vidas a serem resga-tadas. Que a chama missionária nunca se apague de nosso coração.Louvado seja o Senhor. Toda a glória a Ele”, finalizou o missionário.

IGREJA AFRICANA NO BRASILAté pouco tempo, os africanos estavam à margem

da agenda de evangelização da igreja brasileira. Mas em 2009, a Junta de Missões Nacionais ousou iniciar um trabalho específico, que desse a esta etnia a opor-tunidade de conhecer o evangelho transformador de Cristo. Esse projeto tornou-se viável com o comissio-namento do casal pastor Manuel e Irene Ramos. Os missionários têm origem cabo-verdiana e aceitaram o chamado após 15 anos no ministério pastoral.

O trabalho deu os primeiros passos em Santo André (SP), com os cabo-verdianos. Porém, recente-mente, surgiu a oportunidade de iniciar reuniões com africanos de outros países na Igreja Batista Unida do Brás, na capital. Esta nova frente conta com o apoio do africano Hideraldo Pussicklaval, ex-usuário de crack que foi alcançado pela Cristolândia.

Aproveitando todas as oportunidades de evan-gelização, o pastor Manuel e Irene desejam ainda a

organização de uma missão para africanos de língua francesa. “Estamos orando para que a porta do salão de cultos no centro de São Paulo se concretize, pois nós temos grupos distintos de africanos: os que mo-ram no bairro do Brás e são de língua portuguesa; e os que ficam no Centro, que são de língua inglesa e francesa”, explicou o missionário, que se anima ao afirmar que os africanos do centro da cidade de São Paulo estão cheios de expectativas quanto ao início das reuniões em francês.

A experiência dos missionários mostra que um bom relacionamento com a etnia e muita oração são elementos essenciais para o sucesso do projeto. “No começo eles ficavam desconfiados e pensavam que éramos policiais. Mas, quando falávamos de assuntos comuns ao Cabo Verde, nossa terra nativa, família... começamos a ter mais liberdade e a desenvolver ami-zades. Porque fizemos amizades, temos acesso livre, entregamos folhetos e falamos do evangelho. (...) Te-mos orado e vamos orar mais ainda porque sabemos que a oração é a chave para alcançar nosso povo. Ora-ção e entrega. Então, estamos disponíveis para traba-lharmos a fim de ganharmos esse povo para Jesus ”.

Para a missionária Irene, trabalhar com seu pró-prio povo é um sonho tornando-se realidade. Emo-cionada, ela diz que poder fazer isso é estar no centro da vontade de Deus. Há alguns anos, quando chega-ram ao Brasil, não tinham noção do que Deus estava preparando para sua vida, mas “descobrimos tantos cabo-verdianos e tantos africanos... então nossa res-ponsabilidade é imensa e o sonho aumenta cada vez mais de ver cada um deles aos pés de Jesus”, conclui a obreira.

Hideraldo tem auxiliado no trabalho com os africanos

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EM BUSCA DA NOVA GERAÇÃO

ensar em evan-gelizar crianças é pensar numa es-tratégia eficaz de levantar uma nova

geração que ame e honre ao Senhor em todos os seus caminhos.Temos vivido tempos difíceis com relação aos muitos ataques à família e as crianças são as mais atingidas.

Alguns dados estatísticos obtidos a partir de agências de notícias apon-tam para esta necessidade de avan-çarmos na evangelização das crian-ças. No Brasil, elas ainda são motivo de preocupação, o que traz para nós a responsabilidade e a urgência da pro-clamação das Boas-Novas do Evan-gelho de Cristo Jesus.• 33 milhões de crianças até 9

anos de idade e 21 milhões en-tre 12 e 17 anos. Significa que 54 milhões de pessoas estão entre 0-17 anos de idade. Ao considerarmos que a população brasileira é de 190 milhões de habitantes, percebemos a res-ponsabilidade que temos em alcançar a Nova Geração;

• 18 mil casos por dia de violên-cia contra a criança, 80% dos casos cometidos por parentes próximos;

• Na década de 90 a iniciação no tráfico de drogas era aos 15 anos, em 2000 caiu para 12 anos. Apesar de não termos

números confirmados, nota-se que a partir de 2010 a iniciação no consumo e tráfico de drogas caiu para 10 anos, em média;

• Em 75 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes foram identificadas 24 mil crianças nas ruas. Os estados campeões nes-tes números são Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Paraná;

• Existem milhares de crianças analfabetas ou semianalfabetas, sem acesso à instrução que lhes possa abrir portas para um de-senvolvimento intelectual.

• Há um número grande de crianças enredadas nas malhas

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das religiões e seitas, nas quais a Salvação depende das boas obras e do esforço pessoal, ou em que o ocultismo, a feitiçaria e a superstição estão presentes.

Diante do exposto, entende-se a necessidade da mobilização do Corpo de Cristo para evangelizar e discipular a Nova Geração, empre-gando talentos, tempo e recursos.

Missões Nacionais tem trabalha-do em muitas frentes para que nos-sas crianças sejam alcançadas pelo evangelho transformador. Além de capacitar as igrejas para este traba-lho com o programa Crianças para

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Jesus, há décadas vem trabalhando também com os lares batistas. Os PEPE’s são outra frente de traba-lho para alcançar os pequeninos e nos campos, nossos missionários também estão sempre atentos às oportunidades de anunciar as Boas--Novas a este grupo tão expressivo.

É PRECISO SONHAR Ligado ao ministério Cristolân-

dia, o projeto Novos Sonhos tem dado oportunidade de sonhar a crianças de comunidades carentes. Por meio deste, meninos e meninas praticam diversas atividades, ocupan-do o tempo ocioso e desenvolvendo talentos e outras potencialidades.

A missionária Joana Machado, que coordena o projeto em São Paulo, afirmou que o Novos Sonhos é uma ação preventiva que visa dar um novo caminho a crianças que fatalmente teriam um futuro ligado ao universo das drogas e do crime. Geralmente são filhos de usuários de drogas, alco-ólatras, enfim, famílias desestrutura-das. Assim, as famílias são visitadas e apoiadas integralmente.

Por intermédio do Novos So-nhos, crianças e adolescentes têm acesso a aulas de reforço escolar, balé, Jiu-Jítsu, música e, é claro, estudos bí-blicos. As aulas são ministradas por voluntários, que dedicam parte de suas vidas às ações de compaixão. Jo-ana comentou que “a visão é plantar a semente. Nosso desejo é passar na região da cracolândia e não ver mais ninguém ali. Quero entrar nas casas e ver que há crianças com sonhos sen-do realizados, com famílias felizes e Cristo nestas casas”.

CIDADANIA E FÉFoi pensando em alcançar a

nova geração que o casal Jefferson e Simone Mendes, que atua na plan-tação de igrejas multiplicadoras em Dionísio Cerqueira (SC), decidiu elaborar um projeto que desenvol-

“Nosso desejo é passar na região da cracolândia e não ver mais ninguém ali. Quero entrar nas casas e ver que há crianças com sonhos sendo realizados, com famílias felizes e Cristo nestas casas

vesse valores morais e cristãos em crianças de escolas da região.

O Projeto Resgate – nome rece-bido por conta da ênfase no resgate de valores – acontece desde 2011 e a cada ano reforça um princípio moral específico. A oportunidade veio com um convite da direção da Escola Municipal Luiz Polleto, que encontrou no trabalho missionário uma valiosa parceria.

Na agenda pedagógica do pro-jeto, assuntos como paz e respeito ao próximo são abordados durante dois bimestres. Além da melhora no comportamento, é emocionante ou-vir canções da boca de crianças que nunca tinham entrado em uma igre-ja, louvores que exaltam o nome de Deus ou representam histórias bíbli-cas. “Eles precisam realmente aplicar esses valores em sua vida para que sejam cidadãos melhores, para que a vida deles seja realmente diferente. Então, muitos alunos com problemas de brigas têm encontrado mudanças e isso nos alegra também porque este trabalho tem efeitos positivos na vida dessas crianças”, disse o pastor Jeffer-son, feliz com resultados dos investi-mentos na nova geração.

MENORES INFRATORESPor meio do trabalho de missio-

nários dedicados ao resgate da nova geração, temos visto verdadeiros milagres. Podemos apontar como relevante a estratégia que tem sido desenvolvida em São José do Rio Preto (SP) para o alcance de me-nores infratores da Fundação Casa. Segundo o missionário local, Sérgio Ney de Souza, as reuniões de evan-gelização e discipulado acontecem todas as terças-feiras à noite. Como fruto desse projeto, dezenove me-ninos já estão se preparando para passarem pelas águas batismais.

O missionário conta com o im-portante apoio do voluntário Rafael Luiz. Ele tem sido o evangelista res-

ponsável pelo acompanhamento dos internos, bem como pela realização de cultos e estudos bíblicos. “A nos-sa parte é basicamente espiritual. Então, a gente chega para promover cultos que renovam a vida desses meninos. Muitos nos agradecem por estes momentos que tivemos. Vemos muitas mudanças nos menores, e os diretores têm nos agradecido pelo trabalho feito lá”, comenta Rafael, que já sonha com a expansão dessa estratégia, ou seja, um ambiente que acolherá aqueles que cumprirem o período de internato, preparando-os para o retorno à sociedade por meio de cursos profissionalizantes e disci-pulado cristão.

Terminamos deixando o texto do Salmo 78.1-8, que nos adver-te sobre a necessidade de ensinar crianças a amar ao Senhor e ser fiéis em seus caminhos.

Que o próprio Deus nos ajude a avançarmos na evangelização da Nova Geração.

Jaqueline de C. A. da H. Santos - Missionaria coordenadora do Programa de Evangelização de Crianças da JMNColaboração de Tiago Monteiro – Redação de Missões Nacionais

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FUNDAMENTOS DO SERMÃO MISSIONÁRIO

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Por Rubens C. Monteiro*

ordem dada por Jesus aos seus discí-pulos foi clara: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). Este mandamento ecoa até o dia de hoje, e encontra seus

pilares nos ensinos de Jesus e no gigantesco desafio que é o mundo, que já ultrapassa 7 bilhões de pessoas. Uma grande seara, um permanente chamado.

Já disse Jay Kesler que existem dois tipos de re-sultado para uma mensagem: “Que interessante!” e “Vamos marchar!”. Assim o sermão missionário tem o objetivo de tirar pessoas da zona de conforto, levá-las para mais próximo de Cristo e colocá-las diante de um desafio que as fará marchar para adiante, obede-cendo ao Ide de Cristo.

Desta forma, o tema proposto pela JMN neste ano: “Vivo para a glória de Deus” (2 Coríntios 5.15), cai como uma luva no entendimento da elaboração de um sermão missionário, pois ressalta tanto a parte da ação pessoal quanto o objetivo proposto.

Seguem fundamentos essenciais numa mensagem que promova missões:

Ela é Prática: “Viver” é, em todos os sentidos, co-locar as mãos no arado, não apenas em palavras, mas sobretudo em ações. Creio que todos os crentes foram convocados para a Grande Comissão, mas é preciso ação e reação. Ou seja, uma reflexão que fique na teo-ria, apresentando quadros irreais e situações puramen-te filosóficas não moverá as pessoas. Hoje, mais do que em qualquer outra época, é preciso prescrever a cura, e não apenas apresentar o diagnóstico.

Requer Paixão: Nem todo pregador é missioná-rio, mas todo crente deve amar missões. Não imagi-no Paulo escrevendo esta parte da Carta aos Coríntios sem um enorme entusiasmo por Cristo, pela igreja e pelo desafio de colocar a glória de Deus em primeiro lugar. Nossas palavras devem mover os corações, pois Cristo mexeu primeiro com o nosso. Ninguém pede socorro timidamente e a nossa mensagem é urgente e necessária.

Tem um alvo: Mensagem sem objetivo é como uma orientação de autoajuda, apenas se diz algo que faça cócegas na consciência. Ao pregar sobre Mis-sões, que fique bem claro aonde se quer chegar. A glória de Deus é o resultado último de todo missio-nário e todo cristão, pois busca aqueles “comprome-tidos até a alma” para viver por Cristo e levar o maior

número possível de pessoas a viverem com Ele. Deve despertar os adormecidos e inflamar os que já estão acordados, pois não são movidos por dinheiro, ou instituições, mas pela visão clara da eternidade.

É profunda, mas acessível: O Sermão do Mon-te pode ser lido em menos de 8 minutos, mas foi entendido por todos que ali estavam com Cristo. É preciso entender o contexto da igreja em Corinto, da perspectiva de Paulo quanto a cada membro daque-le grupo, saber dos sofrimentos pelos quais passou e ainda passará em nome do evangelho, analisar cada ponto de 2 Coríntios 5. 11-17, observando o zelo do Apóstolo dos Gentios. E depois disso tudo tornar as lições tão simples e tão claras que crianças possam aceitar o chamado e que o doutor na congregação se levante junto com um analfabeto aceitando o desafio.

Deixa marcas: Como toda mensagem deve ter início, meio e fim, mas em especial, neste caso, deve deixar marcas na congregação para que durante toda a semana, e esperamos, por toda a vida, haja mar-cas profundas e lembranças do dia em que Cristo o chamou, e quando deixou de viver para si, para viver todos os dias por Cristo.

Eu creio na mensagem missionária, pois creio em missões. É evidente que de-vemos equilibrar a temática em nossos púlpitos, mas o foco no Ide deve estar em nossos calendários, em nos-sas mesas e em nossas igre-jas e que tudo seja para a glória d’Ele.

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Rubens C. Monteiro - Pastor-adjunto da Igreja Memorial Batista, em Brasília

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24 Setembro de 2013 | Pregação & Pregadores

o mundo contemporâneo, de con-texto sociopolítico-econômico pre-ocupante, cada vez mais afastado dos valores morais e éticos em que acreditamos, tem sido um desafio

ser missionário fazedor de tendas. É, entretanto, um ministério de bivocacionados que tem sido bem acei-to e até estimulado nas nossas comunidades cristãs. Mesmo sendo citado na Bíblia e tendo como princi-pal exemplo o apóstolo Paulo, temos discutido am-plamente este tema atualmente.

Entendemos o trabalho de missões como fazedor de tendas como desafio devido às pressões que todos nós recebemos no nosso dia a dia, pois ainda estamos inseridos no mercado de trabalho secular. Afinal, somos o tempo todo requisitados para sermos mais bem capacitados profissionalmente, o que é correto, porém demanda mais tempo em dedicação para aten-der as nossas necessidades para tal. Assim, temos que estar constantemente buscando a face do Senhor para não nos desviarmos dos propósitos dele para nossa vida. Seja na propagação do evangelho, seja no uso das nossas profissões. Mas para fazermos tudo com excelência, também devemos procurar meios de nos especializarmos mais e atendermos melhor à popula-ção à qual nos dirigimos.

O fazedor de tendas tem a vantagem de não ser “pesado” para sua igreja, podendo oferecer ajuda espi-ritual e nos aspectos da sua capacitação profissional a diversas comunidades carentes. É o que temos tentado realizar em nossas viagens chamadas missionárias.

Têm sido experiências marcantes na vida princi-palmente daqueles que viajam, que consideramos os maiores abençoados, se assim podemos dizer. É que

homilética

Prof. Dr. Silvio Servin

No fato de nos colocarmos à disposição do nosso Deus e devolvermos a Ele um pouco do que dele recebe-mos, ou seja, tempo, dinheiro e conhecimento, é re-almente um privilégio.

Com essa visão que Deus tem nos dado, temos sido felizes nas organizações de viagens missionárias com o objetivo de levar atendimento de saúde física e espiri-tual, por meio de profissionais de diversas áreas como da Saúde, Logística, Pedagogia, Assistência Social e Espiritual (com pastores, missionários, evangelistas e intercessores). As viagens têm duração variável de um fim de semana a quinze dias e são feitas em qualquer época do ano. A decisão do destino e da programação é cuidadosamente feita sob oração e reuniões com pes-soas fixas da equipe e também de acordo com convites que recebemos. Além dessas pessoas, temos outras que participam dessas excursões algumas vezes e em ou-tras acompanham o nosso trabalho em oração e ajuda como coleta de medicamentos, roupas, sapatos e ou-tros objetos e utensílios.

Em julho de 2012, passamos quinze dias em Ma-rajó, no Pará, com uma equipe de vinte pessoas, re-alizando atendimento médico, odontológico, de en-fermagem e assistência social e levando a Palavra de Deus em cultos e por meio de atividades evangelís-ticas para adultos e crianças em várias comunidades ribeirinhas. Tivemos o apoio de vários irmãos das igrejas batistas de Campinas e região, assim como da Sociedade Bíblica, que nos recebeu em seu Barco Luz na Amazônia III.

Nos feriados de outubro e novembro estivemos na cidade do Rio de Janeiro, onde fizemos um tra-balho específico no Morro da Mangueira e prédio do IBGE, com apoio dos missionários locais. Ali

MISSIONÁRIO FAZEDOR DE TENDAS

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já fomos mais de cinquenta pessoas participando dessa missão.

Na última viagem ao Rio, num culto no Projeto Sinimbu Mangueira, tivemos um ponto alto em nos-sa experiência: uma das profissionais da Saúde que viajavam sempre conosco mas ainda não era cristã aceitou a Jesus como seu Salvador e Senhor. Foi uma cena inesquecível para todos nós. Ela primeiramente se entregou para Missões, que já era um desejo do seu coração, e então fez menção de receber publicamente Jesus.

Durante o trabalho de ação social e evangelismo, temos também a oportunidade de testemunhar para pessoas mais próximas, que estão viajando conosco, que dispuseram seu tempo para um trabalho até en-tão meramente de impacto sociocultural. Antes das viagens, fazemos reuniões em que detalhamos nossos planos de atuação em cada atividade proposta. Ob-servamos que aí também Deus opera, pois os partici-pantes veem a liberalidade dos nossos corações, dos servos do Senhor. Muitos nos locais de trabalho dos participantes fazem perguntas como: o que vocês es-tão ganhando com isso? Quanto estão pagando para vocês por este trabalho?

Neste ano, já fomos a Blumenau, Coqueiral (MG) e numa aldeia indígena no Pico do Jaraguá, em São Paulo.

Nesses momentos da vida cristã, conseguimos enxergar de forma mais clara o chamado do Senhor para cada um de nós. Não somos apenas convocados para ficarmos isolados do mundo na proteção de qua-tro paredes, mas para impactar vidas com a mensa-

gem das Boas-Novas com palavras e ações. Atitudes que realmente vão fazer diferença na vida das pessoas que ouvem falar do amor de Deus. Assim vemos a necessidade de cada um, com sua profissão, em seu trabalho diário, ser uma testemunha do evangelho, carta viva de Cristo.

Uma grande bênção que recebemos de Deus ao nos envolvermos cada vez mais com Missões é o engaja-mento de toda a família. Nossas filhas, adolescentes, não só participam, como também estimulam e incenti-vam o nosso trabalho como missionários voluntários. Vê-las ativas na obra de Deus, sentindo o amor e a misericórdia pelo próximo, falando de Jesus e tendo a satisfação em seus corações em ajudar com seus dons e talentos aqueles menos favorecidos não tem preço. Não há nada mais recompensador como família. A nossa filha mais nova, agora com treze anos, já decla-rou diversas vezes seu desejo de ser missionária em tempo integral. O mais interessante é que às vezes em que disse foi depois de períodos de oração e quebran-tamento na presença de Deus. A outra mais velha tam-bém quer participar da obra missionária como bivoca-cionada, tendo uma profissão à qual quer se dedicar.

Temos a convicção também de que Deus, que está à frente deste trabalho, também nos dirige e ao mes-mo tempo nos acompanha, abençoando-nos e aos outros por nosso intermédio. Pois tudo é dele, por Ele e para Ele. A Ele somente seja toda a glória!

Dr. Silvio, ao centro, durante viagem missionária

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Prof. Dr. Silvio Servin - Cirurgião Plástico, Campinas/SP

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recursos

VIVER O CRISTO

Pr. Matheus Guimarães Guerra Gama

Texto bíblico: Gálatas 2.20 “Fui crucifi cado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no cor-po, vivo-a pela fé no fi lho de Deus, que

me amou e se entregou por mim”.

m Cristo Jesus somos sepultados para o pecado; morremos para a cobiça do mun-

do e sua infl uência maligna, sendo ressuscitados para uma nova vida em Cristo Jesus. O próprio apóstolo Paulo afi rma que: “se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas”. (2Coríntios 5.17).

Diante desta premissa, surge uma importante questão: qual tem sido a qualidade desta nova vida?

É preciso entender que a salva-ção necessita ser constante men-te desenvolvida. Depois de ser justi-fi cado pela graça, median- te a fé, é imperioso que se viva uma vida re-generada. Uma vida transformada. Enfi m, uma vida santifi cada.

E tal qualidade de vida é a que põe a salvação em prática.

Em um mundo manchado por tantas e recorrentes crises éticas, precisamos de discípulos verdadei-ros de Cristo que vivam uma vida santa. Que se esforcem para isto. E que cumpram a sua missão como proclamadores da transformação

por intermédio do evangelho: que vivam para a glória de Deus!

No nosso texto-base, Paulo des-taca sua experiência particular com a pessoa de Cristo. E neste pequeno escrito encontramos grandes verda-des para a nossa vida:

1. VIVER O CRISTO É ESTAR CRUCIFICADO COM ELE

A primeira afi rmação feita pelo apóstolo é a de que ele está cruci-fi cado com Cristo. Esta descrição emblemática é a forma encontrada para dizer que o efeito da crucifi -cação de Jesus reverbera na sua ex-periência existencial. O que Paulo está dizendo é “Morri com Cristo e para o mundo”.

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Pr. Matheus Guimarães Guerra Gama - Bacharel em Teologia pelo STBNB e Mestre em Ciências da Religião pela PUC-Goiás. Pastor Titular da Igreja Batista da Pituba (Salvador/BA).

Você também pode afi rmar isto? O processo de santifi cação inicia-se com a fi rme decisão de morrer para o mundo. Em 1João 2.15, lemos: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”.

Estar crucifi cado com Cristo é atender às exigências do discipu-lado (cf. Lucas 9.23,24). É também rejeitar o padrão deste mundo (cf. Rm 12.1,2). É ainda obedecer aos mandamentos de Cristo, sendo padrão na palavra, no procedi-mento, no amor, na fé e na pu-reza (cf. 1Tm 4.12). É, fi nalmente, anunciar as grandezas d’Aquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (cf. 1Pedro 2.9).

2. VIVER O CRISTO É AGIR PARA SER COMO ELE

Na sequência das suas afi rma-tivas, Paulo garante a presença do Cristo em sua própria vida. Uma vez crucifi cados com Cristo, rege-nerados pelo seu ato na cruz, Ele passa a fazer em nós habitação, por meio do seu Santo Espírito.

É preciso, entretanto, que se tome cuidado com o que pode ser identifi cado como antinomismo moderno. O que é isto? Ora, se Cristo habita em mim, se ele vive em mim, já não preciso preocupar--me com mais nada. Posso viver a vida como bem entender, pois, em todo caso, quem a está vivendo por mim é Cristo. Não preciso me submeter a qualquer lei de Deus nem esforçar-me em nenhuma me-dida para prosseguir no processo de santifi cação. Anátema!

O fato de declarar que “Cristo vive em mim” não retira a neces-sidade de buscar-se a cada dia o aperfeiçoamento em Cristo Jesus, andando conforme a vontade dele, e de acordo com a sua Palavra. A santidade ocorre por intermédio do esforço pessoal.

O conhecido pregador inglês John Charles Ryle, no seu livro “Santidade”, refuta, já na sua in-trodução, o que chama de doutri-na antinomiana, ou doutrina do “Cristo em nós”. “Nomos”, do gre-go, Lei. Os antinomianos ou anti-nomistas eram aqueles que rejeita-vam qualquer adesão à lei, uma vez que “Cristo já vive” neles. Ryle nos alerta que os antinomianos “che-garam à cômoda conclusão de que os crentes não são responsáveis pelo que quer que façam! Suposta-mente, os crentes estariam mortos e sepultados; somente Cristo vive-ria neles, fazendo tudo por eles! A consequência fi nal foi que alguns deles pensaram poder prosseguir seguramente em sua carnalidade, sem qualquer responsabilidade pessoal, podendo cometer qual-quer pecado sem o menor receio!”. É por esta razão que ele constrói a célebre frase: “Não há santidade sem luta”.

Ao afi rmar “Cristo vive em mim” devemos ter a consciência de que Ele está em nós por seu Es-pírito. 1João 3.24: “Os que obedecem aos seus mandamentos nele permanecem, e ele neles. Do seguinte modo sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu”.

É evidente que Cristo está em nós. Mas não é Ele quem age em nossas ações e escolhas. É o seu Espírito que nos orienta, caso es-tejamos ativos no processo de san-tifi cação. O próprio Apóstolo aos Gentios nos admoesta em 2Corín-tios 7.1: “Amados, visto que temos essas promessas, purifi quemo-nos de tudo o que nos contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus”.

Viver para a glória de Deus é, pois, uma escolha cotidiana nossa. Empenhar a vida no cumprimento da missão que temos como igreja, também. Tais dinâmicas compre-

endem a vida de santidade que o Senhor espera de nós!

3. VIVER O CRISTO É RECO-NHECER DIARIAMENTE O SACRIFÍCIO FEITO POR ELE

Estamos vivendo à altura do sa-crifício de Cristo na cruz? Viver à altura deste sacrifício é reconhecer diariamente a expiação de Jesus em nosso favor, à qual Ele não se deu pelos nossos merecimentos, pela nossa capacidade ou por nossa von-tade. Cristo entregou-se por amor. Foi o amor que fez Deus entregar Jesus, seu único fi lho. Foi o amor que fez Jesus submeter-se à cruz e se entregar. Jesus fez por nós na cruz aquilo que nenhum de nós po-deria ter feito por si mesmo.

A possibilidade de viver uma vida regenerada e de cumprir a nos-sa missão não ocorre por nossos próprios esforços, apenas median-te a graça de Deus. Pela graça so-mos alcançados e, ao professarmos nossa fé em Cristo Jesus, somos constantemente desafi ados a viver a vida e ensinamentos dele a fi m de que por nosso intermédio outros também sejam transformados pelo poder de Jesus.

Este é o desafi o: viver o Cristo em nossas decisões, no que pensa-mos, sentimos e nos nossos relacio-namentos. Sempre na perspectiva de que fomos crucifi cados com ele, de que seu Espírito habita em nós para que por Ele vivamos, e na es-perança de que o sacrifício dele seja constantemente atualizado em nos-sa caminhada. Que esta seja a nossa oração: vivo o Cristo! Vivo para a glória de Deus!

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recursos

VIVER PARA A GLÓRIA DE DEUS,

NOSSA CAUSA, NOSSA MISSÃO

“O homem que não está disposto a mor-rer por uma causa não é digno de viver”.

Pr. Martin Luther King, Jr. I. A VIDA COMEÇA QUANDO DESCOBRIMOS NELA NOSSA MISSÃO

“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério

que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de

Deus.” – Atos 20.24

biologia molecu-lar, a embriologia médica e a genéti-ca garantem hoje que a vida começa

com a fusão do espermatozoide e o óvulo. Sartre, um filosofo que viveu entre (1905-1980) na França, apesar de não conhecer a graça salvadora, afirmava que a existência precede a essência. Isto é, se nasci existo, mas a minha essência será formada à me-dida que tomo consciência de quem

Pr. Rogério Vieira

sou eu e para que estou aqui. Contu-do eu prefiro a afirmação do apóstolo Paulo.... “aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça” (Gl 1.15) Se cada discípulo de Jesus compre-ender que existe para a glória do Mestre, seu precioso nome será di-vulgado com urgência e entusiasmo. Pois nada glorifica mais o nome do Senhor que almas sendo resgatadas pelo seu sangue. Um pastor motiva-do, uma igreja motivada, gente mo-tivada, tudo isso redundará em ardor missionário. Viver para a glória de Deus começa com o morrer para o egoísmo, a gratidão é a resposta, o reconhecimento pelo sacrifício na Cruz é o disparador motivacional para eu falar de Jesus. “E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.15). Isso me faz crescer como gente e como servo. Viver para a glória de Deus é a nossa missão e a nossa

grande causa da existência. “Se não for pra te adorar, para que nasci, se não for pra te servir, por que estou aqui?” II.A VIDA GANHA SENTIDO QUANDO EXERCEMOS NOSSA MISSÃO“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque

na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9.10).

Aristóteles defendia a ideia de que o homem como único ser ca-paz de raciocinar, é quem pode mu-dar o mundo ao seu redor. De fato, como cristãos sabemos que não podemos por nós mesmos trans-formar ninguém, mas conhecemos aquele que pode e a nossa missão é levar a sua glória a todos os ho-mens, em todos os lugares com a máxima urgência e sem timidez, como disse Paulo: “Pois não me envergonho do Evangelho; porque

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ponsabilidade. “Eu plantei, Apo-lo regou, mas Deus é quem fazia crescer” (1Co 3.6) .Vamos fazer a parte que nos cabe e deixar Deus agir nos resultados. No fim isso resultará em glória, e o Senhor da vida dirá de nós: “Deu o melhor de si, viveu para minha glória, esforçou-se, cumpriu sua missão”. “A Nossa recompensa está no esforço, não no resulta-do. Um esforço total é uma vitória completa” (Gandhi). “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2T 4.7).

CONCLUSÃOOs crentes que veem na glória

de Deus sua missão exercem e res-peitam essa missão até o fim de suas vidas. No céu se dirá deles: “Ve-nham, benditos de meu Pai! Re-cebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo” (Mt 25.34). E na terra tanto seus afetos quanto desafetos hão de dizer: “Viveu para a glória de Deus.

Pr. Rogério Vieira - 1ª IB de Campos dos Goytacazes, RJ

ele é poder de Deus para a salva-ção de todo aquele que crê: primei-ro do judeu, e depois do grego” (Rm 1.16). Nenhum ser humano encontrara o sentido da sua exis-tência até que sua alma seja ferida de uma profunda convicção de que expandir a glória de Deus é a razão e explicação de ele estar de pé e que sua preciosa vida não pode ser des-perdiçada pois em todos os nossos gestos a glória de Deus é anuncia-da aos homens. “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a gló-ria de Deus” (1Co10.31).

Isso é ter sentido para existir! Um oficial militar consegue safar--se da emboscada do inimigo e diz à sua tropa: “Ainda estou vivo! Pro-va definitiva de que ainda não cum-pri toda a minha missão. Vamos em frente”. É, se você está lendo agora é porque você está vivo e se está vivo, independentemente de qual-quer circunstância, é para a glória de Deus.

III. A VIDA TERÁ SIDO SIGNIFICANTE SE FORMOS ATÉ O FIM DA NOSSA MISSÃO

“Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. Ir para a cama à noite dizendo que fiz alguma coisa excelente é o que importa para mim” (Bill Gates).

A história de cada geração é escrita pelos seus filhos, tanto na vida secular quanto eclesiástica. A ênfase nessa minha afirmação é que a igreja de nosso tempo tem a nossa cara e que a geração de nos-sos filhos olhará para nós e terá orgulho de nós ou não. As nossas marcas vão pouco a pouco sendo gravadas nas pessoas com quem nos relacionamos no dia a dia e todos que nos conhecem precisam saber que embora limitados pelas nossas fraquezas,vivemos para a glória de Deus.

Repito: nenhum de nós tem poder para transformar o outro, mas semear é de nossa inteira res-

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VIVO PARA A GLÓRIA DE DEUS

fascinante ideia de uma vida di-ferente, fora dos padrões assimila-dos, das heranças

e contextos sociais não encanta mais o imaginário das pessoas. A monotonia de uma vida sem senti-do, a rotina pesada, as pressões do dia a dia, os problemas fi nanceiros, familiares, fazem as pessoas pen-

Pr. Cioli Prickes Rodrigues

sar se realmente tudo o que fazem ou como fazem está certo ou vale a pena. Percebemos a desilusão, o desânimo do viver do século XXI. Conversando recentemente com um morador da cidade de São Pau-lo, fi quei impressionado com a mas-sacrante rotina diária de 4 horas de trânsito em média por dia, e não digo isto por ser São Paulo, ou por não enfrentar esta rotina. Todas as

cidades no Brasil enfrentam sérios problemas de trânsito, sem mencio-nar a crescente violência na maior parte das pequenas e estáveis cida-des médias do nosso Brasil. Como se isso não bastasse, convivemos com a impregnação das drogas como estilo de vida nos variados setores sociais, mudando a paz das famílias em inferno, ceifando a vida e sonhos de milhares de jovens.

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Os problemas são globais, não são mais privilégio dos grandes centros. Como resolver o problema do trân-sito? Da violência? Da drogadição? Da família em conflito? O indiví-duo, prisioneiro de si mesmo, refém de circunstâncias aparentemente imutáveis, já não sonha mais. Dis-tantes do mundo ideal e dos sonhos caíram em profunda crise. Não há sonhos. Não afirmo isto por não sa-ber o que fazer, mas justamente por saber que Deus quer e o quer fazer, e por saber que Deus possui uma glória, e quer fazê-la manifesta por intermédio dos crentes, é que me pergunto: como a glória de Deus será manifesta nestes cenários?

1 – A EVIDÊNCIA DO TESTEMUNHO.

Se não sabemos mais o que fa-zer, do ponto de vista da resposta e da esperança aos desesperançados, esfriamos. Se enfrentamos a ten-dência de enfraquecimento de nos-sa missão pessoal, ou não a vemos como prioritária, temos assumido uma posição de neutralidade. Neu-tralidade é produto de insensibili-dade, de desamor, de falta de visão da glória de Deus. A glória de Deus perdida torna-nos descomprome-tidos com o testemunho pessoal. Isaías, no Antigo Testamento, não se viu capaz e gritou em desespe-ro: Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Is 6.5). Em outras palavras, Isaías perguntava: que testemunho darei? Impuro, sujo? Que falarei com tantos comprome-timentos pessoais? Pergunto agora ao irmão: Se Jesus Cristo, o filho de Deus salvou você, por que você ainda não está empenhado na sua missão pessoal? O que fazer para o fortalecimento da missão pesso-

al? Quando digo missão pessoal, percebo que há cristãos que ainda a desconhecem, ou pensam que a missão pessoal é exclusivamente a carreira profissional, a aquisição de bens, a aposentadoria, ou conquis-tas passageiras. Vivem para “gló-rias passageiras”. Paulo destaca :“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si. (2Co 5.15a). Como fazer a glória de Deus manifesta, numa geração que deixou de sonhar? Desfazendo fal-sos prazeres. Renunciando a falsas benesses. Convergindo tudo o que temos, que somos para a manifes-tação da glória de Deus, por meio de um testemunho que represente envolvimento, comprometimen-to total com a santidade e com os padrões excelentes de Deus. Assim os povos verão. Assim o Brasil verá que também poderão viver para a Glória de Deus. E a pergunta retó-rica é: como fazer a glória de Deus manifesta, numa geração que dei-xou de sonhar?

2 – GUIANDO-OS À VERDADE.

O testemunho cristão tem um poder muito grande. Nada se equi-para a uma mensagem viva. Não desconsiderando uma viva mensa-gem logicamente, cheia do poder do Espírito Santo. Certamente o tes-temunho aliado à Palavra de Deus impacta e impressiona. Faz com que os que não sonham, vejam que há um sonho de vida. Uma vida plena e abundante com Jesus Cristo, o Filho de Deus. Guiamos quando somos guiados pela Palavra, mostramos o caminho quando entramos e fica-mos no caminho a que a Bíblia con-duz. Felizmente há esperança para o Brasil quando passamos a viver para a glória de Deus. Fato é que não vi-vemos mais para nós mesmos, mas para a promoção da glória de Deus pela propagação de uma mensagem

Cioli Frickes Rodrigues, Pastor da Igreja Batista em Bom Retiro Ipatinga, MG

transformadora. Vidas transforma-das, anunciando uma mensagem que transforma. Viver para a glória de Deus é seguir a jornada da vida, em contínuas reformas, de cons-tante obediência à Palavra de Deus. Percebe-se que algumas situações de neutralidade, de apatia são resultado de um evangelho racional, repleto de capacidades e habilidades humanas. Cheio de verdades explicadas mas sem as virtudes de Deus, do Espírito Santo, que são manifestas em uma vida humilde e submissa à Palavra e vontade de Deus. Fico pensando na tarefa de modelagem que somos capazes de fazer. Deus em Cristo quer que sejamos modeladores dos desmantelados e desiludidos deste mundo. Hoje, ao escrever esta refle-xão penso na quantidade de feridos e desesperançados nas ruas de nossas cidades, nos lares que não se enten-dem e muitos de nós perdidos em algumas de nossas meias verdades. Um autor desconhecido afirmou: “Cuidado com as meias verdades, você pode ter ficado com o lado er-rado”. Quando o cristão encontra a plena verdade, ele passa a viver para a glória de Deus e não se preocupa com as meias verdades. Ele a tem por inteiro.

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.15) . Viver para aquele que por mim morreu e ressuscitou é ter a Palavra de Deus como guia pesso-al, é ter assumido um novo estilo de vida. Quando somos guiados pelo Espírito e pela Palavra, consegui-mos testemunhar e guiar pelos que estão perdidos. Isso é viver para a glória de Deus. Para qual glória você vive? Para a sua? Ou para a glória de Deus?

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VIVO PARA A GLÓRIA DE DEUS

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

(2Co 5.15)

iver para a glória de Deus é tema predominante nas cartas de Paulo, e tudo começa com

a sua experiência de conversão, passando pelo amadurecimento da fé e o compartilhamento daquilo

Pr. David Baeta

que ele entendia ser o melhor para os cristãos.

As experiências pelas quais pas-sou levaram-no à conclusão de que a sua principal meta de vida deve-ria ser esta: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl 6.14). Paulo passara por uma conversão genuína. Durante seu ministério viveu situações que poderiam levá-

-lo desde a desistência da fé até ao mau uso dela, ou seja, tirar proveito pessoal. Imagino que ele era mui-to pressionado pela vaidade, pe-las lembranças de seus privilégios como, por exemplo, ser portador da cidadania romana. Paulo chama isto de viver segundo a carne. Ele vivia entre dois polos: gloriar-se em si mesmo ou viver para a gló-ria de Deus. Como sua experiência com Cristo foi algo genuíno ele op-tou pela melhor parte; viver para a

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Pr. David Baeta - Primeira Igreja Batista de Moça Bonita, Rio de Janeiro, RJ

glória de Deus mesmo que isso lhe custasse um “espinho na carne”.

Diante do resumo acima e de modo que o texto áureo desta ma-téria fique bem claro à luz dos seus propósitos, acompanhe a explana-ção na forma a seguir:

O Fato Principal: “Ele morreu por todos” – Este é o fato incon-testável que não pode ficar ausen-te da nossa vida e pregação: Cristo morreu por todos. Isto nos unifica e nos coloca no mesmo patamar diante de Deus e das pessoas. An-tes estávamos mortos em nossas ofensas e pecados, “mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo” (Ef 2.4-6). Não é privilégio de alguns; não é algo para um seleto grupo (como os judeus). Todos nós, letrados ou iletrados, estávamos mortos nos nossos pecados. Mas Deus, rico em misericórdia, nos deu gratuita-mente o Filho do seu amor, para que todo aquele que nele crê não pereça. O fato vital que mudou a nossa condição humana foi a morte de Jesus. Antes vivíamos no reino da morte, onde predomina o peca-do sob o comando do diabo. O rei Davi disse que enquanto manteve oculto o seu pecado de adultério-os seus ossos eram como que cor-roídos, como se tomados por uma doença óssea progressivamente de-generativa (Salmo 32.3). A morte faz isto conosco. Ela nos corrói a alma. Eu sofro de câncer hepático e há cinco anos (ao tempo em que escrevo esta matéria), tenho lutado contra a doença me submetendo a várias cirurgias e tratamentos de quimioterapia. Entretanto, há ca-sos em que a doença vai corroen-do a pessoa silenciosamente. Esta imagem última em especial serve para ilustrar o que estou dizendo.

Como um câncer silencioso o pe-cado vai corroendo a alma humana e, como sabemos, não é uma do-ença de alguns, mas de todos, pois todos pecaram. Deus, entretanto, tem o remédio e a cura imediata. Uma dosagem, uma aplicação, um ato cirúrgico. Apenas um; apenas um gesto de amor e com ele vem a mudança de toda a nossa condição de pecadores corroídos e condena-dos para filhos de Deus saudáveis e livres por intermédio de Cristo. Se eu não tiver esta certeza é vã a minha fé, pregação e serviço. Se na minha pregação faltar a procla-mação do poder da ressurreição de Jesus ela é esvaziada em seu signifi-cado e propósito. Jesus morreu por todos; este é o fato irrefutável.

O Posicionamento Ideal: “Não viver para si mesmo”– A expres-são “para que os que vivem não vivam para si” nos coloca diante de pelo menos duas situações: (a) Viver Para Mim Mesmo, ou (b) Viver Para Deus. Confesso que não me acostumo com a idéia de pregadores e cantores que cobram absurdos por uma “apresentação”, fazendo do evangelho um mercan-tilismo. Diga-se a bem da verdade que a Bíblia valoriza aqueles que vivem do evangelho. Paulo fala que o obreiro aplicado e que ma-neja bem a Palavra da verdade é digno de bom sustento (1Tm 5.17). Não é destes que estou falando, mas dos exploradores da fé que to-mados pela vaidade e pela ganân-cia fazem do ministério uma fonte de enriquecimento. Eu diria que estes fazem parte do grupo que se gloria na sua própria aparência: “Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damos-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração” (2 Co 5.12). Pau-lo exortava os cristãos de Corinto

a se manterem alerta contra esse tipo de gente: “Mas o que eu faço o farei, para cortar ocasião aos que buscam ocasião, a fim de que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. Porque tais falsos apóstolos são obrei-ros fraudulentos, transfigurando--se em apóstolos de Cristo” (2Co 11.12 e 13).

A Decisão Correta: Vivo Para a Glória de Deus – Em 1Coríntios 10.31 o santo apóstolo assevera:“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”. Esta é a decisão correta para todos os cristãos: Fazer tudo para a glória de Deus. Isto é o mesmo que viver para aquele que por todos morreu e ressuscitou. É o deixar-se crucificar com Cristo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

Louvo a Deus pela JMN, que tem resgatado a meta de viver para a glória de Deus. Desde os seus dirigentes, passando pelos plane-jamentos e indo até àqueles que os executam, aqueles que estão nos campos verdejantes e prontos para a colheita, a meta e a inspiração é viver para a glória de Deus. Tal decisão tem contagiado as igrejas e outros líderes de modo que mis-sões tem feito pulsar forte o cora-ção das igrejas. Quando isto acon-tece, ou seja, quando uma decisão como esta se dá no nível subjetivo da fé, os resultados são vistos de modo objetivo. O nível subjetivo da fé influencia determinantemen-te o seu nível objetivo, ou seja, os seus resultados. Continuem assim; sigam em frente. Influenciem vidas. Vivam e nos motivem a viver para a glória de Deus.

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recursos

LUCAS 8. 26 – 39

ra comum nos tem-pos de Jesus encon-trar pessoas posses-sas. Eram homens completamente do-

minados pelos demônios, possuídos mesmo e se tornavam uma ameaça para todos que passavam por esses lu-gares. Os endemoninhados atacavam as pessoas; eram violentos. O texto lido refere-se a um desses episódios.

Pr. Cirino Refosco

Depois de um dia intenso de atividades, Jesus convidou seus discípulos para atravessar o lago e durante o percurso enfrenta-ram uma tremenda tempestade, enquanto Jesus, cansado, dormia. O vento e a fúria das ondas eram tão grandes que as águas entra-vam no barco, e os discípulos ficaram apavorados, e, gritando, acordaram o Mestre, que repreen-deu o vento e as ondas, e houve bonança. Também exortou os dis-

FORMANDO UM MISSIONÁRIO

cípulos para que tivessem mais fé (Lc 8.23-25).

Como sempre, os discípulos fica-ram maravilhados com o poder de Jesus sobre a natureza e perguntavam uns aos outros: “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”. E na continuação da viagem chegaram a Gadara, quando lhe saiu ao encon-tro um homem possesso, que andava entre os sepulcros da região.

O evangelho, tem sido, nesses dois milênios, a única mensagem

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que proporciona, de fato, a inclusão de pessoas à sociedade (não apenas os endemoninhados, leprosos...). Não se trata de protestos ou teoria apenas, mas milhares de pessoas, que tiveram uma experiência de salvação, podem testemunhar desse evangelho e de seu poder (Cristolân-dias...). A igreja pode contribuir mui-to com a inclusão social, basta que pregue o evangelho de Jesus Cristo – o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

O GADARENO É SÍMBOLO DO HOMEM SEM DEUS

Não podemos fechar os olhos para a real situação de nossa socie-dade. Não podemos fazer de con-ta que tudo está bem, enquanto as forças destruidoras de Satanás avançam sobre o mundo. O após-tolo João tinha consciência dessa realidade quando escreveu: “Nós sabemos que somos filhos de Deus e que o resto do mundo todo ao nosso redor está sob o poder e o domínio de Satanás” (1Jo 5.19). E Pedro, também consciente da ação de Satanás, disse: “O dia-bo, nosso adversário, anda em derredor uivando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8). Satanás está dominando quase todos os setores da sociedade, fazendo das pessoas seus súditos. Milhares e milhares de pessoas estão se colocando gra-tuitamente a serviço dele. A mídia tem prestado grande contribuição para a depravação da humanida-de (novelas que propagam a inde-cência e a imoralidade...). Um dos principais trabalhos de Satanás está descrito por Paulo, em sua segunda carta aos coríntios “O deus deste sé-culo, cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho de Jesus Cristo” (2 Co 4.4).

Satanás é inimigo de Deus e fará tudo o que estiver ao seu alcance para destruir o plano de Deus para a salvação das pessoas. O mundo

foi criado bom e perfeito, e assim o foi até que Satanás entrou em cena; não havia dor, sofrimento, morte, e toda esta destruição que encontra-mos em nossos dias.

No caso do gadareno, lemos: “E, quando viu a Jesus, prostrou-se dian-te dele, exclamando e dizendo com grande voz: “Que tenho eu contigo, Jesus, filho do Deus altíssimo? Peço-te que não me ator-mentes” (v.28). Até a voz do homem havia sido dominada por Satanás, que conhece e sabe dos efeitos do evangelho na vida dos que creem em Jesus, e por isso, sempre se opo-rá à pregação do evangelho de Jesus Cristo. Satanás estava dominando aquele homem a muito tempo “Pois já havia muito tempo que o arrebatava. “E guardavam-no preso com grilhões e ca-deias; mas quebrando as prisões, era im-pelido pelos demônios ao deserto” (v.29).

Tendo dúvidas quanto ao traba-lho de Satanás, basta visitar as ca-deias públicas e veremos o que ele tem feito com milhares de jovens; ou acompanhar as notícias e vere-mos o que está acontecendo todos os dias nas ruas das cidades; é só ir aos orfanatos ou casas lares e veremos o que Satanás está fazen-do com as famílias; ou ir aos cen-tros de tratamento de dependentes químicos e veremos o que Satanás tem feito com as pessoas; o Brasil é campeão mundial em morte de jo-vens, e a maioria está partindo para a eternidade sem Jesus. Satanás não está brincando, ele está destruindo vidas e levando-as para o inferno.

No fim de 2009, em uma repor-tagem da Rede Globo, vimos os ga-ris de Porto Alegre recolhendo, em apenas um sábado de manhã, 8 mil quilos de galinhas pretas, que ha-viam sido sacrificadas a Satanás na sexta-feira à noite. Vários meninos de 7 anos de idade desapareceram no sul do Brasil na década de 90, e tudo indica que foram sacrificados a Satanás.

Fomos criados para glorificar a Deus, para experimentar em nossa vida realização, paz, certeza de sal-vação, segurança quanto à eternida-de. Mas em que estado terrível se encontram as pessoas!

A TRANSFORMAÇÃO DO GADARENO MOSTRA O VALOR DA OBRA REDENTORA DE CRISTO

“E saíram todos a ver o que tinha acontecido, e vieram ter com Jesus. E acharam então o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido e em perfeito juízo, sentado aos pés de Jesus, e temeram. E os que viram contavam como fora salvo aquele endemoniado” (35, 36). A trans-formação do gadareno deve ter sido manchete por alguns dias naquela região.

Com sua libertação espiritual, foi salvo por Jesus e reintegrado à socie-dade, e ninguém mais precisava fu-gir daquele homem, ninguém preci-sava ter medo dele. Tornara-se uma nova criatura e podia testemunhar da transformação que havia acon-tecido em sua vida. E as pessoas da região, que o conheciam muito bem, estavam profundamente admira-das e perguntavam umas às outras:

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“Quem é este homem que até os demônios se lhe submetem?”. É Jesus, o filho do Deus Altíssimo, como reconheciam os demônios. “Que queres conosco, Je-sus, filho do Deus Altíssimo?”

Satanás está fazendo um estra-go jamais visto em meio ao povo, e Jesus o apresentou como ladrão e mentiroso, e que não vem, senão para roubar, matar e destruir. En-quanto Jesus veio para dar a vida e dar com abundância. “Eu sou o bom pastor, e dou a minha vida pelas ovelhas. E dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da mi-nha mão” ( Jo 10.27 e 28).

JESUS FEZ DO GADARENO UM MISSIONÁRIO

Era natural que o gadareno qui-sesse andar com Jesus, seguir Jesus; como os outros discípulos estavam fazendo. Um homem que vivera opresso, escravo de Satanás por anos seguidos, estava colocando sua vida no altar, queria se envolver com Deus e dar testemunho de Seu poder, queria ir de cidade em cida-de, vila em vila, levando as Boas--Novas àqueles que ainda careciam da Graça Divina. Era uma forma de gratidão a Deus por tantos be-nefícios recebidos.

Com a salvação, havia enten-dido a necessidade de envolver-se com o trabalho. De fato, a tarefa de pregar o evangelho é para pes-soas transformadas pelo próprio evangelho, que é o poder de Deus. Jesus o mandou para seu primeiro campo missionário – sua própria família. “Volta para tua casa e conta para os teus as grandes coisas que Deus fez em sua vida” (v.39). Você precisa testemunhar as Boas-Novas aos seus parentes, vizinhos e amigos. Sua casa deve ser uma igreja, sua rua e seu bairro devem ser um cam-po missionário, e você deve ser um missionário.

CADA PESSOA SALVA DEVE SER UM MISSIONÁRIO

Todo crente precisa pregar o evangelho para as pessoas com quem tem algum tipo de relacio-namento. 85% das pessoas que se convertem a Cristo, o fazem por intermédio de pessoas de seu rela-cionamento; precisamos aproveitar isso para evangelizar nossa pátria. Quando o carcereiro exclamou, so-bre como poderia ser salvo, Paulo e Silas o aconselharam: “Crê no Se-nhor Jesus Cristo e serás salvo; tu e tua casa”(At 16.31).

Pr. Cirino Refosco - Gerente de Estratégias Missionárias.

Um dos grandes segredos na multiplicação de discípulos é a incorporação imediata dos no-vos crentes à vida e ministério da igreja. Os novos crentes devem se tornar imediatamente missioná-rios. Ouvi a história de um senhor com mais de 80 anos de idade que morava em uma região da Índia, que no primeiro ano de sua con-versão plantou 42 igrejas.

Se o gadareno pôde ser en-volvido imediatamente, após sua conversão, na obra missionária, toda pessoa salva deveria estar envolvida com o testemunhodo evangelho. E o desafio para todos que se encontram aqui nesta hora é o envolvimento imediato no mi-nistério da evangelização, do tes-temunho pessoal. Deus o salvou, para que você se tornasse um dis-cípulo de Jesus, com todas as ca-racterísticas dos discípulos primi-tivos. Precisamos ter o senso de urgência na busca dos perdidos. Almas preciosas estão indo para o inferno todos os dias, e é nossa a responsabilidade. Convido você agora, para tomar uma posição de atalaia e ser um missionário. “Por-que justamente pregar o evangelho não é nenhum mérito especial para mim – eu não poderia deixar de pregá-lo mesmo que o quisesse. Eu seria completamen-te infeliz. Ai de mim se não o fizer!” (1Co 9.16).

Todo salvo foi salvo com um propósito, para ser um missioná-rio. Devemos nos levantar e as-sumir nosso lugar como servos e servas de Deus. Há várias cate-gorias de missionários, interces-sores, sustentadores e os que vão para campos distantes, mas todos devem testemunhar de Cristo onde estão e fazer discípulos.

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uerido pastor, a Junta de Mis-sões Nacionais traz para você mais uma ferra-menta da Visão

Igreja Multiplicadora: EVR – Evan-gelização Via Relacionamentos. Lançado no primeiro trimestre de 2013, o livro do Dr. David Bledsoe, missionário da International Mis-sion Board da Convenção Batista do Sul (EUA), que atua no Brasil desde 1998, tem sido um grande instrumento motivador para avan-çarmos ainda mais na Conquista da nossa Pátria para Cristo.

Dr. David Bledsoe expõe de maneira clara e didática como você e sua igreja local podem praticar a evangelização, principalmente por relacionamentos. Por isso, o livro tem como título Evangelização Via Relacionamentos (EVR). O livro trata de dois conceitos, primeira-mente, a evangelização para que entendamos corretamente o signi-fi cado bíblico e, então, o motivo de se incluir nela o meio relacional.

Por que relacionamentos? Nos-so Senhor nos criou à sua imagem, como homens e mulheres, para nos relacionarmos com Ele e uns com os outros. Para exemplifi car, quando

Q

estante

Jesus apontou os dois maiores man-damentos da lei, Ele acabou resu-mindo tudo em relacionamentos – amar primeiramente o Senhor Deus com todo seu ser e esforço e amar seu próximo como a si mesmo. Uma das principais coisas que a igreja lo-cal pode oferecer às pessoas é um relacionamento com Deus e com os irmãos numa comunidade cristã.

Podemos observar, em diversas passagens bíblicas e em nossos dias, o quanto a infl uência relacional fa-vorece a evangelização. Assim, a EVR motiva a equipe de semeado-res a aproveitar essa providência de Deus enquanto leva o evangelho a outros que fazem parte de suas vi-das. Quando o Senhor colocar uma pessoa ou família nos círculos de

Evangelização Via Relacionamentos – Mais do que um método, um estilo de vida!

infl uência da igreja, os semeadores se relacionam com ela, conquistan-do sua confi ança, mostrando-lhe o amor de Deus por ela e abençoan-do-a com o evangelho de Cristo. Tudo por meio de relacionamentos!

Evitamos chamar a EVR de mé-todo. Embora estratégias e métodos sejam úteis e a EVR se aproveite de alguns, eles são secundários. A mis-são evangelística da igreja é espiritual, logo, os da igreja local devem se orien-tar pelos recursos espirituais concedi-dos pelo Senhor para se cumprir essa missão. São pelo menos seis elementos essenciais. Quanto mais um grupo de cristãos concentra seus esforços evan-gelísticos neles, mais efi caz e infl uente se torna esse grupo. Além disso, os seus esforços deixam de se restringir a uma minoria da membresia para al-cançar a maioria do corpo.

Se você deseja conhecer mais sobre Evangelização Via Relaci-onamentos você pode acessar o site: www.evrelacionamentos.com que oferece suporte para que os pastores possam conhecer mais so-bre a abordagem do livro e fazer o download de alguns suplementos que poderão ser aplicados na igreja.

Pr. Fabrício Freitas

Pr. Fabrício Freitas - Gerente Executivo de Evangelismo da JMN

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39Pregação & Pregadores | Setembro de 2013 39Pregação & Pregadores | Setembro de 2013

“E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e

ressuscitou.” 2 Coríntios 5.15

Muitos anos atrás uma tribo primitiva tinha o cos-tume de eleger um rei por 7 anos. Durante o seu rei-nado ele teria autoridade para fazer tudo o que dese-jasse. Mas ao fi m dos 7 anos o rei era morto para que um novo rei fosse escolhido. Não sei se você pode acreditar nisso, mas muitos homens estavam dispos-tos a trocar a vida por 7 anos de poder e boa-vida.

Você está surpreso? Por incrível que pareça, hoje em dia muitas pessoas são ainda mais tolas. Elas são capa-zes de trocar sua alma eterna pelos prazeres passageiros

ref lexão

Pr. L. Roberto Silvado

deste mundo. Alguns cultivam um pecado por muitos anos e não desejam abandoná-lo. Embora o Senhor lhes ofereça vida eterna pela fé eles estão dispostos a perder a vida eterna e a alegria da salvação por causa de algum pecado aqui da terra. Que escolha ruim!

Viver apenas para ganhar alguma coisa nesta vida é a garantia de perder muito na eternidade.

Mais uma campanha missionária inicia e os batis-tas brasileiros irão afi rmar: Eu e você podemos dizer VIVO PARA A GLÓRIA DE DEUS, porque dese-jamos proclamar para todo o nosso Brasil que “… Ele morreu por todos…” (2Co 5.15a).

Quando Jesus estava pendurado na cruz muitos diziam que ele deveria descer. Muitos dos presentes

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insistiam em que se Jesus descesse da cruz, aí sim cre-riam nele! Você já se perguntou por que Jesus não des-ceu da cruz? “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53.7) Ainda bem que Jesus não desceu da cruz, mas escolheu completar a obra para a nossa salvação!

É precisamente porque Jesus não desceu da cruz que nós cremos nele e esta grande demonstração de amor faz com que “… os que vivem não vivam mais para si…” (2 Co 5.15b). Que desafio, olhar o próximo com os olhos de Cristo. Este é um dos maiores desa-fios para qualquer pessoa que vive na nossa socieda-de, que estimula o egocentrismo. Uma história muito interessante aconteceu em uma escola de enferma-

gem. O professor aplicou uma prova e os alunos res-ponderam rapidamente a todas as questões até chegar à última, que era: “Qual o primeiro nome da mulher que faz a limpeza da escola?” Isso parecia uma piada. Sobre esta pergunta uma das alunas disse:

– Eu já tinha visto a tal mulher várias vezes. Ela era alta, cabelo escuro, lá pelos seus 50 anos, mas como eu ia saber o primeiro nome dela?

Ela entregou o teste deixando essa questão em branco e um pouco antes de a aula terminar, outro aluno perguntou se a última pergunta do teste ia con-tar na nota. “Absolutamente”, respondeu o professor. “Na sua carreira, você encontrará muitas pessoas. To-das têm seu grau de importância. Elas merecem sua atenção mesmo que seja com um simples sorriso ou um simples ‘alô’”. A mesma aluna relatou depois:

– Eu nunca mais esqueci essa lição e também acabei aprendendo que o primeiro nome dela era Dorotéia.

Quando vivemos para a glória de Deus aprende-mos a chegar ao coração das pessoas com o amor de Cristo. Nosso desafio é ir por todo o Brasil para levar a mensagem de que Jesus é “…aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Co 5.15b). Somos desa-fiados por Deus a fazer isto no nosso trabalho, na escola e na universidade e com os nossos parentes e vizinhos. Eu e você seremos muito bem-sucedidos se o princípio bíblico for aplicado: “Portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Quem vive assim poderá dizer com alegria no cora-ção VIVO PARA A GLÓRIA DE DEUS!

Pr. L. Roberto Silvado - Presidente da CBB

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