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Prática de Ensino nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof. Dr. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco

Ensino de História e Geografia, Ciências Naturais e Meio Ambiente

• Introdução

• Ensino de Geografia

• Ensino de História

• Ciências Naturais

• Meio Ambiente

• Considerações Finais

· Organizar informações e produzir saberes que possibilitem a crítica e discussões na Disciplina Prática de ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com propostas pedagógicas voltadas ao ensino de História e Geografia, Ciências Naturais e Meio Ambiente, a partir das observações em campo de estágio.

OBJETIVO DE APRENDIZADO

Caro(a) aluno(a),

Nesta Unidade discutiremos sobre a prática de ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a partir de suas observações em três focos: ensino de História e Geografia; ensino de Ciências Naturais; prevenção e meio ambiente.

Leia com atenção o conteúdo disponibilizado na Unidade e o Material complementar sugerido. Não se esqueça, a leitura é um momento oportuno para formular suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao tutor.

Após suas leituras e reflexões, participe da Atividade de aprofundamento proposta nesta Unidade, um momento de interação com seus colegas e seu tutor, aprimorando sua aprendizagem, com discussões necessárias à sua formação.

Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por isso, estude todos com atenção!

Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo. Portanto, aproveite ao máximo esta vivência digital!

ORIENTAÇÕES

Ensino de História e Geografi a, Ciências Naturais e Meio Ambiente

UNIDADE Ensino de História e Geografia, Ciências Naturais e Meio Ambiente

Contextualização

Figura 1

Fonte: Adaptado do iStock

Caro(a) aluno(a),

Que tipo de reflexão essa tirinha lhe proporcionou?

Você consegue relacionar essa charge aos temas e conteúdos de História, Geografia, Ciências Naturais e Meio Ambiente, assim como ao trabalho do professor nos anos iniciais do Ensino Fundamental?

Tente refletir sobre essas questões, escreva respostas e guarde suas opiniões. Em seguida, leia o conteúdo disponível nesta Unidade.

Vamos aos estudos?

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IntroduçãoÉ fundamental que o professor leve o aluno a buscar e adquirir conhecimentos

importantes a ponto de marcar a história de seus ancestrais e de seu país, refletindo sobre sua evolução.

Isso permite ao aluno tornar-se um cidadão ligado à responsabilidade e ao bem comum, vivenciando o contexto cultural, social, econômico e político de sua realidade.

O trabalho do professor deve ser organizado com a utilização de práticas pedagógicas que privilegiem as experiências anteriores discentes, no que diz respeito aos seus conhecimentos práticos na sua convivência social e ações do dia a dia de seu contexto social. Para isso, o professor pode explorar e orientar os alunos, dando-lhes a oportunidade de expressarem suas múltiplas linguagens, fazendo do momento da aprendizagem em espaço de descoberta, reflexão, troca de experiências, diálogos e novas ideias.

Assim, nesta Unidade você conhecerá alguns pontos importantes do trabalho do professor, no sentido de promover tais reflexões e descobertas discentes, focando no ensino de História e Geografia, Ciências Naturais e Meio Ambiente.

Ensino de Geografi aSegundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997a, p.

74), o trabalho com a Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve focar os estudos nas relações entre o processo histórico que regula a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem.

Com isso é possível, por meio do ensino de Geografia e das discussões que o professor promover em suas aulas, propiciar aos alunos o desenvolvimento da autonomia, a compreensão sobre a construção das espacialidades geográficas, as quais trazidas pelas potencialidades da Ciência e da tecnologia.

Segundo os PCN (BRASIL, 1997a), o aluno no Ensino Fundamental deve aprender a pensar na lógica das redes de relações, no movimento do pensamento complexo a fim de que, ao contextualizar espacialmente os fenômenos e ao conhecer o Planeta nas escalas locais, regionais, nacionais e internacionais, essa compreensão abra possibilidades de desenvolvimento de outras lógicas e uma nova ética: ambiental e social. Assim indicam os PCN no trabalho com Geografia:

Nessa abrangência, a Geografia contribui para que se compreenda como se estabelecem as relações locais com as universais, como o contexto mais próximo contém e está contido em um contexto mais amplo e quais as possibilidades e implicações que essas dimensões possuem (BRASIL, 1997a, p. 76).

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Percebe-se então que o professor deve levar o aluno não somente à repetição de conceitos ou definições e sim pensar em Geografia. De acordo com os PCN (BRASIL, 1997a), significa ter uma compreensão individual e subjetiva sobre, por exemplo, uma paisagem vista como um lugar, porque isto leva o aluno a atribuir um significado a tal paisagem, de tal forma que o mesmo se coloca como parte do processo de construção e representação do mundo e do espaço geográfico, o que se mostra como elemento importante para o saber geográfico.

Quando inicialmente mencionamos a formação do cidadão, percebemos que o ensino de Geografia propicia esta formação na medida em que pode levar os alunos à reflexão sobre a realidade onde vivem, descobrindo e rejeitando injustiças, discutindo sobre ações sociais, cultura e também ambientes e vários tipos de espaços.

Por esse motivo, o trabalho nos anos iniciais do Ensino Fundamental pede que o professor selecione com muito critério os conteúdos que serão abordados, levando os alunos, de forma clara e ética, ao relacionamento desses conteúdos com temas relevantes à sociedade.

Além disso, é preciso que o professor verifique quais conteúdos são mais adequados para se trabalhar em cada ano, de acordo com a vida dos estudantes, suas experiências, verificando cuidadosamente a forma como poderá evidenciar e desenvolver as habilidades individuais de cada um nas referidas etapas de vida (BRASIL, 1997a).

Você já percebeu que o processo de ensino de Geografia coloca o professor na posição de mediador central, cuja atuação é de principal norteador do desenvolvimento discente, podendo analisar e descrever ao aluno os principais currículos que atendam à sua necessidade intelectual.

No trabalho com Geografia nos anos iniciais, o professor pode direcionar a aprendizagem dos estudantes para a observação, representação do lugar onde vivem – mapas –, descrição de lugares – oralmente, por desenhos ou colagens –, identificação de diferentes manifestações da natureza, representações de mapas, entre outros suportes.

Ensino de HistóriaSegundo os PCN (BRASIL, 1997a), a proposta da História nos anos iniciais

do Ensino Fundamental foca o desenvolvimento da reflexão e debates sobre a importância dos conteúdos curriculares, a fim de que possa ser estimulado o conhecimento histórico.

Um dos principais focos do ensino da História na escola deve ser a construção da identidade social do aluno. Tal identidade seria construída a partir das relações entre identidades individuais, sociais e coletivas.

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Segundo os PCN (BRASIL, 1997a), na aplicação da História na escola existe uma relação com o saber histórico, compreendendo de modo amplo a delimitação de três conceitos fundamentais: fato histórico, sujeito histórico e tempo histórico.

Este documento assim define esses três importantes conceitos:

Os fatos históricos podem ser traduzidos, por exemplo, como sendo aqueles relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às ações de heróis nacionais, fatos esses apresentados de modo isolado do contexto histórico em que viveram os personagens e dos movimentos de que participaram. [...]

O sujeito histórico pode ser entendido, por sua vez, como sendo os agentes de ação social, que se tornam significativos para estudos históricos escolhidos com fins didáticos, sendo eles indivíduos, grupos ou classes sociais. Podem ser, assim, todos aqueles que, localizados em contextos históricos, exprimem suas especificidades e características, sendo líderes de lutas para transformações (ou permanências) mais amplas ou de situações mais cotidianas, que atuam em grupo ou isoladamente, e produzem para si ou para uma coletividade. Podem ser trabalhadores, patrões, escravos, reis, camponeses, políticos, prisioneiros, crianças, mulheres, religiosos, velhos, partidos políticos etc. [...]

O conceito de tempo histórico pode estar limitado ao estudo do tempo cronológico (calendários e datas), repercutindo em uma compreensão dos acontecimentos como sendo pontuais, uma data, organizados em uma longa e infinita linha numérica. Os acontecimentos, identificados pelas datas, assumem a idéia de uniformidade, de regularidade e, ao mesmo tempo, de sucessão crescente e acumulativa. A seqüenciação dos acontecimentos sugere ainda que toda a humanidade seguiu ou deveria seguir o mesmo percurso, criando assim a idéia de povos “atrasados” e “civilizados” e ainda limitando as ações humanas a uma ordem evolutiva, representando o tempo presente um estágio mais avançado da história da humanidade. O tempo histórico pode ser dimensionado diferentemente, considerado em toda sua complexidade, cuja dimensão o aluno apreende paulatinamente. O tempo pode ser apreendido a partir de vivências pessoais, pela intuição, como no caso do tempo biológico (crescimento, envelhecimento) e do tempo psicológico interno dos indivíduos (idéia de sucessão, de mudança). E precisa ser compreendido, também, como um objeto de cultura, um objeto social construído pelos povos, como no caso do tempo cronológico e astronômico (sucessão de dias e noites, de meses e séculos) (BRASIL, 1997a, p. 29-30).

Tais conceitos devem ser levados em conta pelo professor na elaboração de suas aulas e nas propostas de discussões em sala de aula, uma vez que os fatos históricos influenciam a formação do sujeito histórico e este pode transformar a história em um tempo diferente daquele em que vive, ou seja, melhorar o futuro da sociedade.

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Ainda segundo os PCN (BRASIL, 1997a, p. 33) são objetivos do ensino de História:

Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços;

Organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permitam localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações para algumas questões do presente e do passado;

Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles;

Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;

Questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre algumas de suas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política institucionais e organizações coletivas da sociedade civil;

Utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoros; valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia.

Nesse sentido, o ensino dessa disciplina pelo professor não poderá ser simplesmente o desenvolvimento de mais um conteúdo. Deve ser vista pelo docente como uma rica oportunidade de investigação e conhecimento de sua realidade e tudo que o rodeia, possibilitando uma aprendizagem mais efetiva, valorosa e significativa.

Atualmente, ensinar História e Geografia pede que se considere a importante participação discente na construção do próprio conhecimento. Portanto, o trabalho dessas disciplinas deve permitir, por parte dos alunos, a interação entre vivência, experiências anteriores, o cotidiano e fatos históricos, em um processo de construção da aprendizagem que leve em conta noções de diferenças e semelhanças, continuidade e permanência, comparando acontecimentos no tempo e espaço.

Ciências NaturaisOs PCN assim definem o papel das Ciências Naturais no Ensino Fundamental:

A formação de um cidadão crítico exige sua inserção numa sociedade em que o conhecimento científico e tecnológico é cada vez mais valorizado.

Neste contexto, o papel das Ciências Naturais é o de colaborar para a compreensão do mundo e suas transformações, situando o homem como indivíduo participativo e parte integrante do Universo.

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Os conceitos e procedimentos desta área contribuem para a ampliação das explicações sobre os fenômenos da natureza, para o entendimento e o questionamento dos diferentes modos de nela intervir e, ainda, para a compreensão das mais variadas formas de utilizar os recursos naturais (BRASIL, 1997d, p. 15).

É comum vermos as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental empolgadas com as aulas de Ciências. Isso pode ser explicado pelo grande apelo à valorização do ambiente e à volta de hábitos de vida mais simples e naturais.

Por isso, o trabalho com Ciências exige motivação para mudança, tanto da parte dos estudantes e principalmente da parte do professor, quem deve estar comprometido com as mudanças necessárias, assim como estar atualizado quanto às informações necessárias para tal mudança, como nos mostram as orientações dos PCN:

Durante os últimos séculos, o ser humano foi considerado o centro do Universo. O homem acreditou que a natureza estava à sua disposição. Apropriou-se de seus processos, alterou seus ciclos, redefiniu seus espaços. Hoje, quando se depara com uma crise ambiental que coloca em risco a vida do Planeta, inclusive a humana, o ensino de Ciências Naturais pode contribuir para uma reconstrução da relação homem-natureza em outros termos. O conhecimento sobre como a natureza se comporta e a vida se processa contribui para o aluno se posicionar com fundamentos acerca de questões bastante polêmicas e orientar suas ações de forma mais consciente. São exemplos dessas questões: a manipulação gênica, os desmatamentos, o acúmulo na atmosfera de produtos resultantes da combustão, o destino dado ao lixo industrial, hospitalar e doméstico, entre muitas outras (BRASIL, 1997d, p. 22).

A disciplina de Ciências nas séries iniciais pode ser muito instigadora para docentes e discentes, porque seus conteúdos podem estimular e atrair os alunos, uma vez que nessa idade todos se interessam por descobertas, experiências que são recursos importantes para o professor no desenvolvimento dessas aulas.

É importante também que o professor distancie seu ensino em sala de aula da nossa realidade e da realidade dos alunos, a fim de que suas aulas de Ciências Naturais sejam significativas, procurando sempre relacionar os conhecimentos prévios das crianças com o trabalho realizado.

A sua prática pedagógica deve possibilitar, além do diálogo, troca de informações e ideias relativas à realidade e vivência, igualmente às discussões teóricas sobre as causas dos fenômenos, os mecanismos dos processos, além de mostrar aos alunos em que momento estes conhecimentos poderão ser utilizados em suas vidas e a implicação destes para o coletivo, a sociedade.

No primeiro ciclo as crianças têm uma primeira aproximação das noções de ambiente, corpo humano e transformações de materiais do ambiente por meio de técnicas criadas pelo homem. Podem aprender procedimentos simples de observação, comparação, busca e registro de informações, e também desenvolver atitudes de responsabilidade para consigo, com o outro e com o ambiente (BRASIL, 1997d, p. 47).

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Não podemos esquecer também que o advento das tecnologias, influenciando significativamente o conhecimento científico e as relações sociais, trouxe um eixo de trabalho denominado Ciências, tecnologia e sociedade, o qual prevê essas relações importantes e por vezes conturbadas.

Numa sociedade em que se convive com a supervalorização do conhecimento científico e com a crescente intervenção da tecnologia no dia-a-dia, não é possível pensar na formação de um cidadão crítico à margem do saber científico.

Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino da área na Escola Fundamental. Apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, sociedade e tecnologia.

É importante que se supere a postura “cientificista” que levou durante muito tempo a considerar-se ensino de Ciências como sinônimo da descrição de seu instrumental teórico ou experimental, divorciado da reflexão sobre o significado ético dos conteúdos desenvolvidos no interior da Ciência e suas relações com o mundo do trabalho (BRASIL, 1997d, p. 21-22).

Percebe-se, portanto, que o ensino de Ciências deve fazer sentido para o aluno e ajudá-lo a não apenas compreender o mundo físico, mas a reconhecer seu papel como participante em decisões individuais e coletivas. Para isso, é necessário que os professores reconheçam que em suas salas de aula, além de trabalharem definições e conceitos, estão também ensinando procedimentos, atitudes e valores. Por esse motivo, o comprometimento docente com esse ensino e com seus alunos é primordial.

Meio AmbienteO tema meio ambiente foi introduzido na educação a partir da premissa da

formação para a cidadania, por meio de documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), orientando para o trabalho com temas transversais.

A educação para a cidadania requer, portanto, que questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos. A inclusão de questões sociais no currículo escolar não é uma preocupação inédita. Essas temáticas já têm sido discutidas e incorporadas às áreas ligadas às Ciências Sociais e Ciências Naturais, chegando mesmo, em algumas propostas, a constituir novas áreas, como no caso dos temas Meio Ambiente e Saúde. (BRASIL, 1997b, p. 25).

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Este documento mostra também que o conceito de meio ambiente vai além da ideia de aspectos físicos e biológicos desse ambiente:

A vida cresceu e se desenvolveu na Terra como uma trama, uma grande rede de seres interligados, interdependentes. Essa rede entrelaça de modo intenso e envolve conjuntos de seres vivos e elementos físicos. Para cada ser vivo que habita o Planeta existe um espaço ao seu redor com todos os outros elementos e seres vivos que com ele interagem, por meio de relações de troca de energia: esse conjunto de elementos, seres e relações constitui o seu meio ambiente. Explicado dessa forma, pode parecer que, ao se tratar de meio ambiente, se está falando somente de aspectos físicos e biológicos. Ao contrário, o ser humano faz parte do meio ambiente e as relações que são estabelecidas — relações sociais, econômicas e culturais — também fazem parte desse meio e, portanto, são objetos da área ambiental. Ao longo da história, o homem transformou-se pela modificação do meio ambiente, criou cultura, estabeleceu relações econômicas, modos de comunicação com a natureza e com os outros. Mas é preciso refletir sobre como devem ser essas relações socioeconômicas e ambientais, para se tomar decisões adequadas a cada passo, na direção das metas desejadas por todos: o crescimento cultural, a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental (BRASIL, 1997b, p. 27).

A Educação Ambiental é, portanto, fundamental para a formação de cidadãos conscientes da necessidade de preservação e colaboração na transformação do ambiente escolar, familiar e social.

Por isso, o trabalho com esse tema nos anos iniciais do Ensino Fundamental é muito importante para desenvolver nas crianças o sentimento de pertencimento ao mundo e à natureza. Isso permite a construção de importantes posturas em um ambiente sustentável.

A preocupação com o trabalho a partir da infância com os problemas relacionados ao meio ambiente e à saúde, assim como sua prevenção, está prevista no volume 1 dos PCN:

No contexto atual, a inserção no mundo do trabalho e do consumo, o cuidado com o próprio corpo e com a saúde, passando pela educação sexual, e a preservação do meio ambiente são temas que ganham um novo estatuto, num universo em que os referenciais tradicionais, a partir dos quais eram vistos como questões locais ou individuais, já não dão conta da dimensão nacional e até mesmo internacional que tais temas assumem, justificando, portanto, sua consideração. Nesse sentido, é papel preponderante da escola propiciar o domínio dos recursos capazes de levar à discussão dessas formas e sua utilização crítica na perspectiva da participação social e política (BRASIL, 1997e).

Nas escolas, normalmente esses temas são desenvolvidos paralelamente às demais disciplinas, na maioria das vezes na forma de projetos. Consideramos, porém, que o Ensino Fundamental é o momento adequado para iniciar esse

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trabalho, levando a discussões que desenvolvam nos estudantes a conscientização para a preservação do meio ambiente.

O respeito ao meio ambiente ocorre de como cada indivíduo necessita e reconhece a importância dele, onde a Educação Ambiental bem aplicada é o início para transformar a realidade do nosso país. Contudo, como pensar em uma educação ambiental ideal, quando a vivemos em uma sociedade onde muito se fala sobre o assunto, porém pouco se faz pelo meio ambiente. Percebe-se claramente que há uma dicotomia entre o desejo e a vontade e o indivíduo não percebe esta contradição em suas ações (BRASIL, 1997b, p. 25).

Percebe-se então que trabalhar com o meio ambiente e sua preservação permite promover valores, transformando o aluno e todos os envolvidos no processo educacional, além de fazer com que essa aprendizagem influencie em sua identidade e postura na sociedade.

O professor deve auxiliar na elaboração de uma cultura de preservação do meio ambiente, pois a sala de aula é um importante local de estudos e criação de consciência ambiental.

Nesse sentido, o trabalho com temas transversais – como meio ambiente e preservação – deve criar ações que multipliquem os conhecimentos para propiciar uma mudança social, dado que somente a partir do conhecimento das necessidades e da realidade atual o ser humano será capaz de mudar coletivamente o curso de sua história e cultura.

Percebe-se também que as questões do meio ambiente tendem a se relacionar com as ligadas à saúde. Isso se deve ao fato de que o uso incorreto do meio ambiente pode provocar doenças como, por exemplo, a falta de rede de esgotos, fazendo com que os dejetos sejam lançados nos rios e/ou a céu aberto, contaminando a água e transmitindo doenças.

Saiba mais sobre meio ambiente e saúde lendo os Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais. Disponíveis em: http://goo.gl/xefMJL

Expl

or

É evidente a necessidade de se trabalhar prevenção e meio ambiente, pois sabemos que os recursos naturais são finitos, daí a importância em conscientizarmos as crianças para essa questão.

Ao abordarmos com os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental as questões relativas às agressões que o meio ambiente vem sofrendo pelas mãos dos homens, podemos modificar posturas, por exemplo, em relação ao destino do lixo, saneamento, controle da poluição e demais providências que venham atenuar os impactos dessas ações no meio ambiente.

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Pode-se também promover discussões que levem à criação de ações alternativas por parte dos estudantes com relação à reciclagem, coleta seletiva, reaproveitamento de materiais, enfim, formas de obtenção de melhoria no ambiente em que vivem, como meio de promover e difundir a conscientização ambiental.

Conforme já citamos, para que isso ocorra é preciso o pleno envolvimento docente. A postura diferenciada desse profissional associada a práticas docentes adequadas certamente auxiliarão na formação de seus alunos como cidadãos conscientes, que cuidarão e respeitarão a natureza e o meio ambiente.

Considerações FinaisNesta Unidade foram desenvolvidos importantes temas para o trabalho do

professor nos anos iniciais do Ensino Fundamenta.

Vimos a importância do trabalho docente no ensino de História e Geografia, das Ciências Naturais e com o meio ambiente.

Os três focos aqui destacados devem contribuir para suas observações da prática pedagógica durante a realização do estágio, colaborando com sua formação.

No ensino de História e Geografia é importante ressaltar a necessidade de permitir que os mesmos tragam suas experiências e vivências no entendimento do tempo atual e fatos históricos, na construção do próprio conhecimento, levando em conta noções de diferenças e semelhanças, continuidade e permanência, comparando acontecimentos no tempo e espaço.

No ensino de Ciências Naturais deve-se auxiliar o estudante na compreensão de seu papel na sociedade, nas decisões individuais e coletivas. Por sua vez, o professor deve entender que esse trabalho não se restringe a definições e conceitos, mas também no ensino de procedimentos, atitudes e valores.

Por fim, o trabalho com meio ambiente, embora esteja relacionado nos PCN como tema transversal, é importante conteúdo a ser desenvolvido em aula, em um momento no qual a sociedade se mobiliza para preservar a natureza.

O professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental, profissional polivalente, deve estar em constante formação e aperfeiçoamento. Por esse motivo, você deve ir além das leituras e sugestões aqui deixadas. Busque o conhecimento que fará com que seu trabalho seja fonte de crescimento e aperfeiçoamento para si e de aprendizagem para seus alunos.

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Material ComplementarIndicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

SitesPara complementar seus conhecimentos sobre o assunto tratado nesta Unidade, leia as indicações de atividades e textos propostos pela revista Nova Escola para o trabalho com meio ambiente em sala de aula, ou até mesmo fora dessa. Tais indicações estão disponíveis em: http://revistaescola.abril.com.br/meio-ambiente

História e Geografia: uma visão crítica sobre o mundoFERREIRA, A. R. História e Geografia: uma visão crítica sobre o mundo. Nova Escola, n. 270, mar. 2014.Disponível em: http://goo.gl/RYaC9J

O que ensinar em CiênciasSANTOMAURO, B. O que ensinar em Ciências. Nova Escola, n. 219, jan./fev. 2009. Disponível em: http://goo.gl/Vt3D00

LeituraO Ensino de História nos Anos Iniciais: Apontamentos no Processo de Construção do Conhecimento HistóricoCANDOTI, E. A. O ensino de História nos anos iniciais: apontamentos no processo de construção do conhecimento histórico. História & Ensino, Londrina, PR, v. 19, n. 2, p. 285-301, jul./dez. 2013.Disponível em: http://goo.gl/rMZ0jM

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ReferênciasBRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História, Geografia. Brasília, DF, 1997a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf>. Acesso em: mar. 2016.

________. Parâmetros curriculares nacionais: Meio Ambiente, Saúde. Brasília, DF, 1997b. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf>. Acesso em: mar. 2016.

________. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, Ética. Brasília, DF, 1997c. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf>. Acesso em: mar. 2016.

________. Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais. Brasília, DF, 1997d. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf>. Acesso em: mar. 2016.

________. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF, 1997e. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: mar. 2016.

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