portifólio rondinelle

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1 Por: RONDINELLE DE OLIVEIRA BATISTA. Orientadora: CLÁUDIA REGINA TEIXEIRA DE SOUZA Alagoinhas, fevereiro de 2011 ESTÁGIO SUPERVISIONADO II LICENCIATURA EM BIOLOGIA. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ALAGOINHAS BAHIA

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Page 1: Portifólio rondinelle

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Por:

RONDINELLE DE OLIVEIRA BATISTA.

Orientadora:

CLÁUDIA REGINA TEIXEIRA DE SOUZA

Alagoinhas,

fevereiro de 2011

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

LICENCIATURA EM BIOLOGIA.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

ALAGOINHAS BAHIA

Page 2: Portifólio rondinelle

2

APRESENTAÇÃO

Inerente a formação profissional de todo professor existe uma

natureza pedagógica, isto é, a acumulação de um conjunto de

experiências e teorias que objetiva o domínio de processos educativos

de formação humana e metodologias que permitem a apropriação e a

transmissão de conhecimentos.

Etapa insubstituível na formação para a docência, o estágio é o

momento de transição entre o docente em formação e o profissional da

educação. O estágio é na verdade a versão prática do curso de

licenciatura onde o aluno/professor está em transição e ao mesmo

tempo em interação com o ambiente escolar. É uma oportunidade para

conhecer as responsabilidades e as exigências da carreira, mas

também é o momento de se descobrir em todas as suas

potencialidades, de trilhar metas a serem alcançadas e de iniciar uma

longa jornada pedagógica.

Assim, este portfólio é fruto das atividades desenvolvidas no

Componente Curricular Estágio Supervisionado II, do Curso de

Licenciatura em Ciências Biológicas, da Universidade do Estado da

Bahia.

Page 3: Portifólio rondinelle

3

MENSAGEM AO LEITOR

"Quem ensina aprende ao

ensinar, e quem aprende

ensina ao aprender".

Paulo Freire.

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4

SUMÁRIO

Apresentação

Mensagem ao leitor

Sumário

O Estágio 5

A Escola 8

A Turma 9

A Professora 10

Recursos Didáticos 11

Experimentando a Docência 12

Percepção dos Alunos 23

Reflexão sobre o papel e os significados do estágio 25

Referências 27

Page 5: Portifólio rondinelle

5

O ESTÁGIO

O estágio é o campo de conhecimento e eixo curricular central

nos cursos de formação de professores, pois possibilita que sejam

trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos

saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente

(PIMENTA & LIMA, 2006).

Pode ser compreendido também como o lócus onde a identidade

profissional é gerada, construída e referida; voltando-se para o

desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica

(BURIOLLA, 1999 apud PIMENTA & LIMA, 2006).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Resolução

CNE/CP nº 1 e 2, regulamentam os Estágios Curriculares

Supervisionados, instituindo a duração e a carga horária do curso de

Licenciatura em nível Superior para atuar na Educação Básica.

O estágio ocorreu entre os meses de setembro a dezembro de

2010 na turma de 1° ano 1TEV 2 do curso Técnico em Enfermagem, na

modalidade Ensino Médio Integrado à Educação Profissional.

Durante este período o estágio foi dividido em duas etapas

consecutivas: a primeira de observação e a segunda de regência.

A etapa de observação consistiu em acompanhar o

desenvolvimento das aulas ministradas pela professora regente da

turma, Carmem Gonçalves, além de conhecer e descrever o ambiente

escolar quanto a sua estrutura física e disponibilidade de recursos a

serem utilizados nas aulas, como livros, atlas, maquetes, vídeo e TV,

entre outros. O período de regência consistiu em assumir todas as

atividades inerentes à rotina do professor, sendo responsável pela

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6

elaboração e desenvolvimento das aulas, aplicação de testes, provas e

controle da turma com a caderneta de sala.

Assim, este estágio consistiu na integração do estagiário ao

ambiente escolar, bem como, a apropriação de conhecimentos e

experiências educacionais que vão ser úteis na vida profissional como

professor de ciências e biologia. Destacando-se os seguintes objetivos

específicos: 1) Criar, planejar, realizar e gerir situações didáticas

voltadas para a aprendizagem e desenvolvimento dos alunos,

utilizando o conhecimento das áreas a serem ensinadas; 2)

Experimentar novas maneiras de interagir em sala de aula; 3) Decidir

com coerência sobre quais orientações metodológicas utilizar em sala

de aula considerando seus pressupostos metodológicos; 4)

Experimentar uma situação de gestão de sala de aula buscando

compreender a importância de: a) Estabelecer uma relação de

autoridade e confiança com os alunos; Considerar e respeitar suas

características pessoais; b) Agrupar os alunos como forma de

potencializar sua aprendizagem; c) Analisar diferentes materiais e

recursos para a utilização didática; d) Afirmar a minha opção

profissional; e) Construir ou tomar consciência do meu estilo pessoal

como professor.

Na etapa de regência, foi adotada como estratégia metodológica

a elaboração de planos semanais contendo seqüências didáticas que

buscassem potencializar as relações interativas em sala de aula,

acompanhadas, ainda, de proposta de avaliação que fosse viável a

realidade dos estudantes.

Para mim, o estágio supervisionado II foi um momento de

reflexão sobre o papel do professor enquanto agente transformador da

sociedade; um ser que consciente da missão que tem a cumprir –

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7

educar – reconhece a necessidade constante que tem de aprender.

Afinal, antes de disseminar conhecimentos, o professor precisa

aprendê-los.

Nesta etapa percebi também que quando o professor torna-se

acomodado demais e se esquece de aprender, ele também se torna

incapaz de promover uma educação de qualidade.

Enquanto permaneci na escola pude estar em contato com vários

professores de diversas áreas, aprendi a ouvi-los e compreendi a

importância de se relacionar com outros professores, compartilhando

dificuldades, expectativas, experiências e sonhos.

É certo que a educação é um dos maiores desafios na atual

conjuntura da sociedade brasileira, por tanto, não está na competência

de uma única pessoa resolvê-lo. Sendo uma questão social, a sua

solução exige que todos estejam unidos em torno de um objetivo

comum: superar as barreiras das desigualdades de acesso a uma

educação formadora de cidadãos aptos à vida em sociedade.

Page 8: Portifólio rondinelle

8

A ESCOLA

O estágio foi realizado no colégio Centro Territorial de Educação

Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte (CETEP), criado

pela portaria 8.677 de 17 de abril de 2009 e ocupa as instalações do

antigo Colégio Estadual Luiz Navarro de Brito, no município de

Alagoinhas, Bahia. Nesta instituição são oferecidos os cursos de

Técnico em Informática (modalidades Proeja e Ensino Médio

Integrado à Educação Profissional); Técnico em Enfermagem, Técnico

em Meio Ambiente e Técnico em Segurança do Trabalho (modalidades

subseqüente e Ensino Médio Integrado à Educação Profissional) e o

curso de Técnico em Comércio (modalidade Proeja).

O colégio possui bastante espaço, conta com 35 salas de aula de

tamanho suficiente para a quantidade de alunos recebidos (35 em

média por turma), são bem ventiladas; possui ainda uma espaçosa

biblioteca, uma quadra poliesportiva, uma sala de professores e uma

secretaria.

Na minha percepção, a escola enquanto ambiente

privilegiadamente voltado ao desenvolvimento da educação, deve

articular alunos, professores e diretores com o mesmo objetivo:

promover as condições reais e necessárias ao processo de ensino

aprendizagem.

Entretanto, ao contrário disso, muitos alunos não se sentem bem

na escola, isso explica as faltas constantes, a desistência e a pressa

que os alunos demonstram para terminar logo as aulas e irem pra

casa. É papel dos professores e diretores desfazerem essa imagem que

a escola ocupa na mente dos nossos jovens. Os alunos precisam se

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9

sentir a vontade no ambiente escolar; devem, ainda, buscar a escola

conscientes de que estão, ao mesmo tempo, buscando a sua cidadania,

o seu futuro.

Uma escola com esta aparência é atrativa e motiva os alunos,

professores, diretores, enfim, todos os atores envolvidos no processo de

ensino aprendizagem. A escola é o primeiro caminho a percorrer na

busca pela realização dos nossos sonhos e projetos de vida.

A TURMA

A turma 1TEV 2 era composta de 18 alunos, sendo 14 do sexo

feminino e apenas quatro do sexo masculino; a faixa etária da turma

era variada, com alunos de 14 a 37 anos de idade (FIGURA 1).

Figura 1: Turma 1 TEV 2 do curso de Enfermagem.

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10

Nesta turma os alunos mim receberam muito bem desde o

primeiro momento, isto foi fundamental para a forma como desenvolvi

o estágio com eles, afinal, como diz o ditado: a primeira impressão é a

que fica.

A primeira impressão foi ótima, mas o melhor foi poder

confirmar, ao longo do período do estágio, que não foi só impressão. Os

alunos me respeitavam sempre, estavam abertos ao diálogo,

mostraram interesse e participação nas aulas, embora as dificuldades

também tenham ocorrido – e sempre haverá alguma.

Considero a experiência de lecionar para esta turma muito

proveitosa pra mim e para os alunos, com os quais mantenho contato,

respeito e carinho até hoje.

A PROFESSORA

Carmem Gonçalves é graduada em Licenciatura Plena em

Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia, atuando a

mais de 10 anos no ensino público. É uma professora pontual, com boa

freqüência na escola e bom relacionamento com o restante do corpo

docente.

Page 11: Portifólio rondinelle

11

No momento das aulas se preocupa em saber o que os alunos

conhecem sobre o assunto do qual iram estudar – as aulas começam

sempre com uma pergunta problematizadora sobre o tema; além disso,

ela demonstra um bom relacionamento com a classe.

Essa postura da professora Carmem, para mim, é fundamental,

pois o tratamento contextualizado do conhecimento é o recurso que o

professor tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo.

Se bem trabalhado permite que, ao longo da prática educativa, o

conteúdo do ensino provoque aprendizagens significativas, mobilize o

aluno e estabeleça entre ele e o objeto do conhecimento uma relação de

reciprocidade.

A contextualização evoca, por isso, áreas, âmbitos ou dimensões

presentes na vida pessoal, social e cultural, e mobiliza competências

cognitivas já adquiridas (PCN, 2000).

RECURSOS DIDÁTICOS

O livro didático é um instrumento indispensável ao

direcionamento do processo de ensino-aprendizagem entre professores

e alunos (TOFFLER, 1980; TAVARES, 1993). Porém, o livro didático

por si só não basta às finalidades desse processo, é necessário a

criatividade, a capacidade de inovar na busca constante por novos

recursos didático-pedagógicos (FREITAG, 1989).

Sendo assim, durante as aulas, busquei diversificar ao máximo

os conteúdos a serem trabalhados, pesquisando também na internet e

em outros livros didáticos que não estavam disponíveis na escola.

Além disso, sempre que possível implementei o conteúdo abordado no

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livro da turma mediante a apresentação de slides em TV pen drive,

cuja aceitação por parte da turma foi muito boa.

Para a turma de 1º ano o livro didático adotado pela escola foi:

PAULINO, W. R. Biologia: citologia/ histologia. Vol. 1 – 1 ed. – São

Paulo - Editora Ática, 2005. (FIGURA 2)

Figura 2: Livro de biologia da turma 1TEV2.

Com relação ao livro didático adotado pela escola para a turma,

pude notar que o mesmo deixou a desejar quanto à profundidade com

que trata os assuntos. Temas complexos como histologia animal e

vegetal são tratados em poucas páginas que não exploram as inúmeras

possibilidades que esses temas abarcam. Da forma como são tratados,

tornam-se pouco atraentes aos alunos, sobretudo pela grande

quantidade de termos técnicos.

Senti falta também de uma layout mais prazeroso, com figuras,

sugestão de sites, ou textos de acontecimentos recentes que

motivassem uma discussão e a curiosidade dos alunos. Por todos estes

fatos, busquei outros livros e recursos para implementar as minhas

aulas. Além de que, sempre disponibilizava os Slides das aulas por um

e-mail criado especialmente para a turma. Cabe ressaltar que os

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13

próprios alunos pediam que eu fizesse isso, pois achavam melhor

estudar pelas minhas apresentações do que pelo livro.

EXPERIMENTANDO A DOCÊNCIA

A partir deste ponto serão narrados alguns momentos referentes

às aulas que foram ministradas para a turma 1 TVE 2, referente ao

componente curricular de Biologia.

Segundo Zabala (1998), a prática pedagógica do professor passa

a ser construída e reconstruída concomitantemente com as

necessidades que se fazem presentes nos processos de ensino-

aprendizagem, pois educar quer dizer formar cidadãos e cidadãs, que

não estão parcelados em compartimentos estanques, em capacidades

isoladas.

Com base nesta perspectiva, as aulas tiveram como pressuposto

a interação e o diálogo com a turma, buscando compreender as suas

necessidades, dificuldades e expectativas, pois acredito que só é

possível ensinar, quando há alguém interessado em aprender.

Esses momentos foram essenciais para traçar o perfil da turma,

conhecer melhor cada aluno e planejar a melhor forma de se adaptar

pedagogicamente a esta realidade, permitindo que eu lecionasse,

executasse atividades e administra-se o conteúdo com o apoio da

turma.

Desta forma, o ponto chave para a realização de todas as

atividades do estágio foi a necessidade de se estabelecer uma relação

harmônica, respeitosa e de confiança com os alunos (ANTÚNEZ apud

BINI & PABIS, 2008), criando assim, as condições propícias para o

diálogo, a criatividade e a construção de conhecimentos.

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1° SEMANA

Neste plano foram explorados os temas "A diversidade Biológica"

e "Histologia Animal".

Os recursos utilizados foram Slides, TV pen drive e quadro para

pilot.

Poucos alunos estavam presentes nestas aulas (11 alunos).

Estes, entretanto mantiveram-se atentos e bastante participativos. A

relação que se estabeleceu em sala demonstrou confiança, respeito

mútuo e aprendizagem que superaram as minhas expectativas para o

primeiro contato com a turma.

Nesta primeira aula me senti a vontade com a turma, a qual foi

muito receptiva e contribui bastante para que eu me sentisse dessa

forma. Neste momento, ao conversar com os alunos esqueci um pouco

a ansiedade que sentia antes de entrar na sala.

Senti que os alunos gostaram bastante dessas primeiras aulas,

pois participaram bastante com perguntas e curiosidades. Acredito

que o fato de eu ter utilizado a TV pen drive e a forma dialógica como

conduzi as aulas expliquem bem este comportamento da turma.

2° SEMANA

Neste plano foram explorados os temas “Epitélios de

revestimentos; Epitélios glandulares e A pele humana".

Os assuntos foram introduzidos buscando sempre uma ligação

com o conhecimento prévio da turma. Essa postura revela a

preocupação em promover uma educação significativa aos

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15

educando, não-mecânica e obrigatória (MOREIRA & MASINI,

2006).

Os alunos mantiveram-se participativos e envolvidos com a aula

e o plano pode ser concluído como planejado. Como nas aulas

anteriores, manteve-se um clima ameno e respeitoso entre professor e

alunos.

Em uma conversa após a aula procurei sondar o que os alunos

estavam achando das aulas, ocasião em que foi relatada a dificuldade

que eles tiveram em compreender este último assunto. Senti que esta

dificuldade pode realmente existir, porém, percebi também uma falta

de empenho dos alunos em querer aprender, uma vez que nenhum

deles teve a curiosidade de ler o assunto com antecedência, mesmo

com a grande quantidade de conteúdo com termos novos para eles.

Todavia, espera-se que essas dificuldades sejam sanadas pela

produção do álbum seriado, uma atividade extraclasse e paralela ás

aulas em que os alunos devem apresentar uma considerável

capacidade de leitura e síntese desses conteúdos.

3° SEMANA

Neste plano foram explorados os temas “Características

estruturais e funcionais dos tecidos conjuntivos; e Os diferentes

tipos de tecidos conjuntivos dos animais".

Foi solicitada à turma a elaboração de um Álbum Seriado com o

tema Histologia Animal.

Segundo Hady (1997), o álbum seriado é um recurso didático

utilizado para auxiliar em aulas, palestras, demonstrações, reuniões,

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16

etc. Pode conter fotografias, mapas, gráficos, organogramas, cartazes,

letreiros ou qualquer material útil na exposição de um

tema e é organizado por páginas em seqüência lógica.

As dificuldades na execução deste plano se deram em função do

recesso no dia 01.11.2010 nos colégios que participaram das eleições

presidenciais, de modo que este plano foi aplicado no dia 26.10.2010 e

03.11.2010. Além disso, foram necessárias três aulas para concluir

este plano, ao contrário das duas aulas que haviam sido planejadas

inicialmente, isso devido à dificuldade da turma em compreender os

termos novos o que me obrigou a diminuir o ritmo das aulas e a propor

a elaboração de um glossário para a turma.

Dessa forma, uma das maiores dificuldades que tive na

realização deste estágio foi com o tempo. Precisei agendar aulas em

horários vagos visando sanar as que foram perdidas e minimizar o

prejuízo para a turma.

4° SEMANA

Neste plano foram explorados os temas “Características

estruturais e funcionais dos tecidos vegetais; e os diferentes

tipos de tecidos vegetais".

Os recursos didáticos utilizados nestas aulas foram os slides,

Notebook e quadro para pilot.

De acordo com Sampaio e Leite apud Leite (2003), os recursos

didáticos, enquanto tecnologias da educação "Servem de instrumento

aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho

pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e

aplicação das tecnologias presentes na sociedade".

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17

Nestas aulas os alunos se mostraram bastante envolvidos e

participativos, embora, muitas vezes a conversa paralela entre grupos

tenha dificultado o andamento da aula, já que neste dia a sala acabou

não estando organizada em fila, pois foi necessário agrupá-los ao redor

de um notebook para acompanharem a apresentação dos slides, já que

a TV pen drive apresentou mal funcionamento neste dia.

A entrega das atividades sobre sistemática e histologia animal,

também foi outro fator a ser considerado, já que causou bastante

algazarra por boa parte da turma, os quais não trouxeram as

atividades conforme combinado. Neste momento foi necessário

estabelecer os limites e os deveres/compromissos que os alunos devem

ter para o bom andamento da disciplina por meio de uma conversa

com os mesmos. Por fim, ficou estabelecido um novo prazo para

entrega dos álbuns seriados sobre histologia animal para aqueles

alunos que por algum motivo não concluíram a atividade ou, ainda,

para aqueles que desejassem melhorar o trabalho.

Este acontecimento reforçou a postura desinteressada da turma

já verificada ao longo das aulas. Pois, embora, os alunos sejam

comportados, assistam às aulas participando com perguntas e achem

interessante os assuntos, poucos se preocupam em realizar as

atividades propostas, segundo os próprios alunos “porque já é fim de

ano e já estamos passados ou perdidos”.

5° SEMANA

Neste plano foram explorados os temas "Tecidos vegetais

permanentes; e estrutura e função dos tecidos permanentes".

Page 18: Portifólio rondinelle

18

Após a exposição oral participativa teve início a resolução e

discussão das atividades do livro didático.

Segundo Moysés apud Garcia (2005), as atividades voltadas

para que os estudantes apresentem sua compreensão acerca dos

conceitos científicos estudados podem potencializar a internalização

dos mesmos.

Nestas aulas os alunos mantiveram o mesmo comportamento

das aulas anteriores, participando da aula, questionando e

contextualizando as informações com o conhecimento prévio que

tinham. Além disso, a turma teve a visita da professora orientadora

Cláudia Regina Teixeira de Souza, mas isso não trouxe implicações ao

andamento da aula, pois tanto pra mim quanto para os alunos a aula

seguiu tranquilamente.

Ao contrário do que pensei não me senti nervoso com a presença

da professora Cláudia, provavelmente por que sempre procuro estar

bem seguro quanto aos assuntos e atividades a serem desenvolvidas

em sala; além de que mim preparo sempre com atividades extras e

estou ciente de que imprevistos acontecem.

Assim, nesta aula a TV pen drive não funcionou, porém agrupei

os alunos em torno de um Notebook onde foram apresentados os

slides, alternado com exposições no quadro.

6° SEMANA

Movimento em prol do Dia da Consciência Negra.

O evento consistiu em um projeto de valorização e

reconhecimento da cultura afro brasileira que envolveu toda a

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escola na produção de apresentações, desfiles e palestras (Figura

3).

Figura 3: Movimento em prol da Consciência Negra realizada no

CETEPA/LN.

O plano semanal que eu havia elaborado, pois neste dia o colégio

estava mobilizado em torno de um evento em comemoração ao Dia da

Consciência Negra.

Page 20: Portifólio rondinelle

20

Como não fui informado com antecedência não pude programar

nada para utilizar com a turma e tive que improvisar ao na hora.

Decidi então entrevistar alguns professores e organizadores do evento.

Segundo Rege, vice-diretor e um dos organizadores do evento

com quem conversei, o evento consiste em um projeto de valorização e

reconhecimento da cultura afro brasileira. Parte do projeto foi

executada junto à comemoração de 07 setembro, com os desfiles na

rua, para hoje estava organizada na escola uma exposição de cartazes

preparados pelos alunos, um desfile com alunas da escola

caracterizadas com vestimentas da cultura africana, além de recitais

de poemas por professores e alunos, todos com tema centrado na

cultura afro brasileira.

O evento ocorreu num dos pátios da escola, local bastante

ventilado e claro, onde se reuniram professores e alunos. Foi muito

prazeroso observar como ambos se mostraram bastante envolvidos,

aplaudindo cada professor e colega nas apresentações e desfile. O

clima foi o mais descontraído possível, não perdendo, todavia, o

caráter educativo.

Entretanto, um ponto que merece ser destacado é que neste

evento estavam envolvidos apenas professores de história, sociologia e

outros ligados á área das Ciências Humanas, desconsiderando, assim,

não havia, por exemplo, um professor de biologia envolvido.

Essa postura revela o despreparo do corpo docente desta

instituição para trabalhar de forma interdisciplinar. No caso de

biologia poderia ser explorada uma abordagem mais ampla e

significativa enfocando aspectos tais como a origem e evolução

biológica do homem, que remonta ao próprio continente africano, ou

uma discussão embasada pela genética capaz de questionar o conceito

Page 21: Portifólio rondinelle

21

de raças humanas, culminando na compreensão de que a humanidade

guarda entre si mais semelhanças do que diferenças.

7° SEMANA

Verificação de aprendizagem.

Para Luckesi (1995), o ato de avaliar implica na coleta, análise e

síntese de dados que configuram o objeto da avaliação acrescido de

uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da

comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado

padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de

objeto. O valor ou qualidade atribuído ao objeto conduzem a uma

tomada de posição a seu valor ou contra ele.

Quanto à aplicação da avaliação, não houve nenhum

acontecimento que mereça destaque quanto a irregularidades no

comportamento dos alunos, como “pescas” ou conversas com outros

alunos. Entretanto, me chamou atenção o fato de que todos os alunos

reclamarem porque metade da prova era composta de questões

abertas. Estes alegaram não estar acostumados com esse tipo de

avaliação e, de fato, boa parte da turma se quer respondeu a estas

questões da prova. Isso revela o despreparo da turma quando se trata

de questões subjetivas que envolvem relacionar os conhecimentos

aprendidos com a realidade vivencial e transmitir essas idéias em

forma de texto.

Todavia, mesmo nas questões objetivas houve muitos erros,

demonstrando que boa parte da turma não se preparou para a

avaliação. Mais uma vez, a principal justificativa dos alunos foi a de

que já estavam passados ou perdidos de ano, embora houvesse aqueles

Page 22: Portifólio rondinelle

22

que admitiram estar passando por momentos difíceis, retomando um

discurso difundido entre os educadores, de que a vida pessoal não está

dissociada da escola e deve ser levada em consideração nos métodos

avaliativos.

Para mim, a avaliação estava ocorrendo o tempo todo, não

somente na hora da prova, visto que vários fatores podem interferir no

desempenho do aluno frente a uma avaliação. O fato é que o simples

ato de se anunciar em sala que a turma passará por uma avaliação em

determinada data, já causa apreensão à maioria dos alunos,

dificultando a sua concentração e aprendizado.

É certo que a avaliação tradicional tem o seu papel, mas não

acho que seja o de reprovar um aluno caso ele não se saia bem. Não

podemos questionar o conhecimento dos alunos com base no

desempenho deles em um único momento, a prova. Todo professor têm

um perfil mental dos seus alunos e sabe que quando um aluno que ele

considera bom não se sai bem numa prova, isso não é critério pra dizer

que ele não sabe nada, e muito menos que merece repetir de ano.

Além disso, outro ponto que nós professores devemos ter em

mente é que se um aluno é reprovado, isso também reprova o

professor. Ou seja, fica subentendido que o professor não foi capaz de

perceber que os seus alunos não estavam indo bem, e/ou que não foi

capaz de prover os meios adequados para o desenvolvimento dos

educandos.

Page 23: Portifólio rondinelle

23

PERCEPÇÃO DOS EDUCANDOS

Um questionário de sondagem com os alunos foi aplicado ao fim

do período de estágio para permitir-lhes um espaço para expressar

suas percepções sobre esta etapa. Confira os resultados!

1. Qual a avaliação que você faz do estagiário?

2. Qual a auto-avaliação que você faz do seu

comportamento frente ao estagiário?

6,67%20%

40%

60%

53,33%

20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Pergunta 1 Pergunta 2

Excelente

Bom

Regular

Ruim

Page 24: Portifólio rondinelle

24

3. Como você avalia o período em que esteve sob a regência

do estagiário? Justifique?

4. O que você achou das aulas ministradas pelo estagiário, e

quais as suas sugestões ou críticas?

5. Como você avalia o seu desempenho nesta unidade e a

que você atribui este resultado?

Resposta do Aluno A pergunta 3 – foi bom, pois aprendi bastante

com as aulas dele, ele ensina muito bem”.

Resposta do Aluno B à pergunta 4 – Foram muito boas, ele

sempre usa a TV pen drive e explica com muita calma. Continue

assim.

Resposta do Aluno C à pergunta 5 – Acho que melhorei bastante

e minha nota poderia ter sido melhor se não tivesse perdido

algumas aulas.

Ao examinar todas as repostas dos alunos a este questionário

confesso que me senti muito satisfeito, com a sensação de trabalho

cumprido. Sei que meu rendimento no estágio poderia ter sido muito

maior do que o obtido, se tivesse tido mais tempo e se não houvesse

outros assuntos de ordem pessoal exigindo muito a minha atenção.

Porém, me esforcei ao máximo dentro das minhas limitações

para oferecer o melhor à turma, à professora regente e a minha

orientadora.

Page 25: Portifólio rondinelle

25

Por isso, observar a percepção dos alunos e ver que todos

estiveram satisfeitos com o período do estágio e reconheceram o meu

esforço, foi o momento mais gratificante para mim.

REFLEXÃO SOBRE O PAPEL E OS SIGNIFICADOS DO

ESTÁGIO

Durante o período do estágio pude observar e compreender a

dinâmica que permeia a atividade docente no ensino médio,

dificuldades e fragilidades, mas também suas perspectivas. A

possibilidade de estar contribuindo para a formação do outro é sem

dúvida a melhor das perspectivas, um dos momentos de máxima

expressão da cidadania.

A integração ao ambiente escolar foi outro aprendizado valioso,

pois agora pude ver a sala de aula não como aluno, mas em uma

posição mais próxima da visão do educador.

Por outro lado, pode-se afirmar que o período do estágio foi

muito proveitoso para a turma. Em um questionário de sondagem

aplicado ao final do estágio os alunos expressarão sua satisfação em

relação ao período em que estiveram sobre a minha regência,

apontando uma melhora nas suas notas e desempenho em relação à

unidade anterior, o que pode ser reflexo, segundo eles, da relação

harmônica que mantive com a turma, da diversidade de atividades

avaliativas e da utilização da TV pen drive como recurso didático.

Todos esses pontos refletem-se diretamente no processo

educacional, aliado ainda à prática pedagógica que exerci, segundo a

qual o professor é entendido como responsável por fazer a mediação

das relações educativas, e, desta forma, está habilitado a transformar

a realidade escolar e/ou social do ambiente em que esta inserido.

Nesta perspectiva, Freire (2007) destaca que ensinar não é transferir

Page 26: Portifólio rondinelle

26

conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a

sua construção, e nas condições de verdadeira aprendizagem os

educando vão se transformando em reais sujeitos da construção e da

reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente

sujeito do processo.

Por fim, considero os conhecimentos e experiências vivenciadas

junto com as professoras Cláudia Regina Teixeira de Souza, Carmem

Gonçalves, bem como, os alunos e demais profissionais da educação, de

extrema relevância para a minha futura atuação como educador.

Page 27: Portifólio rondinelle

27

REFERÊNCIAS

BINI, L.R & PABIS, N. Motivação ou interesse do aluno em sala de

aula e a relação com atitudes consideradas indisciplinares. Revista

Eletrônica Lato, 2008. Disponível em [http://www. unice ntro.

Br].Acesso em 17.12.2010.

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Terra, 2007.

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