portifÓlio de educaÇÃo fÍsica 2º perÍodo - 2016

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Campos dos Goytacazes 2016 ALÁDIA ELISA MARTINS RODRIGUES FÁBIO RENATO DA SILVA AGUIAR GUSTAVO RANGEL DE CARVALHO JOÃO LUÍS CUSTÓDIO LUCIANO MANDOTTI DE SOUZA LUZIANE CÂNDIDO DE OLIVEIRA SISTEMA DE ENSINO SEMIPRESENCIAL LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA FORMAÇÃO DOCENTE: Desafios da diversidade na escola.

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Campos dos Goytacazes 2016

ALÁDIA ELISA MARTINS RODRIGUES FÁBIO RENATO DA SILVA AGUIAR GUSTAVO RANGEL DE CARVALHO

JOÃO LUÍS CUSTÓDIO LUCIANO MANDOTTI DE SOUZA LUZIANE CÂNDIDO DE OLIVEIRA

SISTEMA DE ENSINO SEMIPRESENCIAL LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

FORMAÇÃO DOCENTE: Desafios da diversidade na escola.

Campos dos Goytacazes

2016

FORMAÇÃO DOCENTE: Desafios da diversidade na escola.

Trabalho do 2º Período apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Licenciatura em Educação Física. Orientador: Professores, Mari Clair Moro Nascimento, Renata de Souza França Bastos de Almeida, Diógenes Magri da Silva, Juliana Chueire Lyra, Leandro César Leocádio.

ALÁDIA ELISA MARTINS RODRIGUES FÁBIO RENATO DA SILVA AGUIAR GUSTAVO RANGEL DE CARVALHO

JOÃO LUÍS CUSTÓDIO LUCIANO MANDOTTI DE SOUZA LUZIANE CÂNDIDO DE OLIVEIRA

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter nos dado a grande oportunidade e missão de adquirir conhecimentos para fazer mudanças na vida de outras pessoas, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor.

À Tutora de Sala Glória Mariana Barreto Teixeira, pessoa a quem

temos que nos espelhar pelo seu profissionalismo, dedicação e servidão aos alunos.

Ao meu grande amigo Heber Gonçalves, que nos momentos de

aprimoramento aos detalhes, sempre está presente para a minha melhor formação.

Educar é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que pensamos para nos transformar no que somos.

Augusto Cury

SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................... 3

Desenvolvimento ......................................................................................................... 4

1 Desafios da Diversidade na Escola ...................................................................... 6

1.1 Diversidade, Educação e Escola .................................................................... 7

1.2 O processo educativo entre o ensinar e o aprender ...................................... 8

1.3 Do aprender a aprender: aprendizagem e diferença ...................................... 9

2 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica .................... 10

2.1 As diretrizes curriculares preservam a autonomia dos professores? ........... 10

2.2 Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar

preconceitos ........................................................................................................... 10

2.3 Legislação e normas relacionadas à educação, à igualdade de gênero e ao

reconhecimento da diversidade sexual .................................................................. 11

3 Formação de Profissionais da Educação para a Cidadania e Diversidade Sexual

12

3.1 Educar na Adversidade – Material de Formação Docente ........................... 12

3.2 Estratégia de ensino que promove a formação docente e a inclusão .......... 13

4 Utilização de estratégias variadas na formação docente. ................................... 15

4.1 Técnicas de simulação. ................................................................................ 15

4.2 Estratégias de aprendizagem cooperativa. .................................................. 15

5 Avaliação ............................................................................................................ 16

6 O professor(a) - pesquisador de sua prática ....................................................... 17

Conclusão ................................................................................................................. 18

Referências ............................................................................................................... 19

3

INTRODUÇÃO

Na busca de mais informações e conhecimentos sobre o assunto

abordado neste portfólio, podemos aprender mais com relação a nossa realidade e o

que podemos fazer para mudar para melhor nossa educação.

Ainda lutamos contra um paradigma formado por nossa sociedade

que pode até ter uma boa intenção de forma teórica, mas pelas pesquisas realizadas

chegamos a conclusão que muita coisa ainda tem que ser modificada e posto em

prática de forma urgente, pois a cada ano que deixamos para trás, são formados

novos profissionais que tende a obedecer e seguir esses paradigmas que contradiz

com seu real objetivo.

Abordamos assuntos como melhorar a forma de educar e os meios

de fazer isso acontecer. Atentamos para qualidades fundamentais de um docente e

como eles podem formar melhor seus discentes para prepararmos uma sociedade

crítica, autônoma e de sucesso em todas as áreas.

4

DESENVOLVIMENTO

Parte – A Caracterização do Professor.

MARIA FIDELINA CUSTÓDIO – Alfabetizou muitas crianças que hoje já adultos

exerce papel importante em várias áreas da cidade onde reside. Sempre utilizou sua

experiência de forma democrática a orientar e educar os seus discentes.

a) Idade = 66 anos.

b) Formação = Magistério e Pedagogia.

c) Tempo de atuação no ensino = 28 anos.

d) Jornada de trabalho semanal = 20 horas.

e) Nível de atuação = Ensino fundamental.

Parte – B Visão do professor sobre a diversidade na escola.

a) O que é diversidade? = É algo diferente com qualidades variadas, multiplicidade,

pluralidade, caracteriza tudo o que é diverso, que se diferencia entre si.

Na minha escola, CIEP Joaquim Maia Brandão as diversidades em evidências são:

Diversidade Social – para melhor formar os alunos deve-se ter interação entre os

mesmos e o professor.

O docente tem que ter base na história de vida de cada discente para que possa

projetar um conteúdo programático ao alcance de todos, enriquecendo o “saber” dos

que estão na escola e também do público alvo.

Diversidade Cultural – devemos respeitar o conhecimento de todos, questionando

e sugerindo opiniões. Que através do debate iremos ampliar cada vez mais a

aprendizagem.

Diversidade Econômica – é muito discutida, porque nos dias de hoje ainda existe

uma rivalidade entre o ensino público e o privado, por ter no particular, materiais

melhores.

5

Mas nós como professores comprometidos com uma melhor

educação estamos sempre pesquisando e buscando melhores condições de

trabalho para equiparar a qualquer modalidade de ensino. Usamos a habilidade e

colocamos em prática a reciclagem, a sustentabilidade e a arte, confeccionando

material riquíssimo para o aprendizado de nossos alunos e assim sendo, criamos

recursos imprescindíveis a nossa economia, além de descobrir novos talentos, sem

perder a qualidade do ensino.

6

1 DESAFIOS DA DIVERSIDADE NA ESCOLA

Após o estudo de todo o material indicado e a conversa informal com

a professora experiente, chegamos a uma opinião em comum.

“A importância do processo educativo, é a relação professor-aluno”.

É necessário recuperar e ensinar às crianças o respeito mútuo entre

diferentes, tanto como é preciso fazer ver ao professor as introjeções da sociedade

em sua percepção de mundo e, com isso, resgatar a verdadeira história.

Como conviver com as diferenças e estabelecer relações solidárias

e de equidade entre sujeitos diferentes?

Estes são os desafios permanentes da educação e da escola.

Nós somos responsáveis por fazer essa diferença de forma positiva

e formar uma sociedade com uma diversidade melhor aceita e com quebras de

paradigmas que ainda exercem influência entre nós.

O desafio da escola e dos projetos educativos que orientam nossa

prática está no fato de que, para compreender a cultura de um grupo ou de um

indivíduo que dela faz parte, é necessário olhar a sociedade onde o grupo ou o

indivíduo estão e vivem. É aqui que as diferenças ganham sentido e expressão

como realidade definem o papel da alteridade nas relações sociais entre os homens.

A escola tem sido o veículo de projeção de padrões e modelos que

impedem o verdadeiro conhecimento, privilegiando um conhecimento dado e

assimilado pela ordem institucional, nem sempre percebido pelos agentes sociais

que conduzem o processo educativo.

O desafio que permanece é, então, compreender a educação

enquanto processo de aprendizagem, baseado na comunicação e na troca

permanente entre diferentes.

Usar toda a nossa experiência como material importante para o

ensino e formação, é necessário para melhorar as pessoas que estão sendo

formadas por nós e consequentemente melhorar a nossa sociedade.

Temos que desenvolver mais amor pela profissão escolhida e atuar

com prazer e satisfação encarando o nosso trabalho como algo que não seja

trabalho, pois assim, não nos sentiremos na obrigação de fazer somente o que nos é

obrigado a fazer, gerando um desprazer pela forma imposta pelo sistema.

7

Nós como preparadores de melhores pessoas temos que ter

estratégias para atuar com as várias diferenças existentes em um pequeno lugar

(escola) e muitas das vezes sem condições de facilitar a nossa função.

É importante que sempre busquemos mais informações e novidades

referentes as novas atualidades do momento para estar em sintonia com os

discentes e poder debater com eles uma realidade que seja melhor para todos.

Manuela Carneiro da Cunha, afirmar que " ... ainda

são as diferenças o que move as sociedades desse

planeta." (1998, p.80).

Marcos Terena, da nação indígena Terena:

Chegou a sentir vergonha de ser índio.

Durante muito tempo na minha vida, eu comecei a ter

vergonha de mim mesmo, de minha origem, das minhas

tradições, do meu povo, até mesmo de meus pais.

Então eu peço, que aos educadores, que eles

contribuam com a formação do respeito mútuo desde as

crianças. As crianças brasileiras, elas têm uma sede

muito grande de conhecer o índio mas, muitas vezes os

professores erram ao afirmar que os índios são

selvagens ou são preguiçosos, criando um preconceito

estabelecido no próprio aprendizado do professor, na

formação do professor.(Terena, 1996).

São os considerados "outros", ou seja, os diferentes porque índio e

negro, diferentes do modelo socialmente instituído por um país que se pensa

branco, de origem europeia, mesmo que não seja essa a nossa realidade. É verdade

que reconhecemos a presença do índio e do africano em nossa formação, mas

quando contamos a nossa história, ficam eles esmaecidos ou ausentes, dada a

magnitude do branco.

No entanto, o que é dito não se reduz apenas a esses fatos. Tais

histórias nos revelam aspectos mais complexos que nos envolvem. Assim, falam de

como se dá o processo de formação de imagens no contexto social e histórico em

que vivemos: o índio como selvagem ou preguiçoso; o negro como indolente e bom

de samba; a mulata como sensual; a criança como pureza, etc.

1.1 DIVERSIDADE, EDUCAÇÃO E ESCOLA

Nos planos econômicos, social, político e das relações

pessoais, "diferença" tem significado, em nosso país,

8

quase sempre de "desigualdade"; ou mais exatamente:

as diferenças étnicas,' culturais, fenotípicas, serviram de

marcas entre desiguais sociais. No plano da cultura,

porém, a aplicação dessa equivalência

(diferença=desigualdade), confunde os partidários da

"democracia", levando-os a postular o fim das diferenças

como garantia de igualdade. Eis o que pensaria um

"democrata" bem intencionado: "nossos alunos serão

iguais a nós quando não forem diferentes". (Santos,

1989, p.26).

Portanto, não é a diferença que pertence ao domínio da

desigualdade, mas, ao contrário, é porque pensamos pelo domínio da semelhança e

da identidade que hierarquizamos o diferente e o tratamos como desigual.

Educar é, então, um desafio, posto que se processa no

interior de um embate entre "interesses, dominação,

exploração revelando a existência do poder e seu

exercício sobre os indivíduos, grupos ou sociedades

tidos como diferentes. Educar tem sido o meio pelo qual

o diferente deve ser transformado em igual para que se

possa submeter, dominar e explorar em nome de um

modelo cultural que se acredita natural, universal e

humano." (Gusmão, op. cit. :43).

Exemplar é a reação de professores e dirigentes de escola quando

indagados sobre as diferenças do alunado. É frequente se ouvir que naquela escola

"todos são iguais" e que aos olhos do educador não há diferença. No entanto, todos

sabemos que essa igualdade não é real. Os alunos que ali estão têm as mais

diferentes origens, são portadores de diferentes histórias de vida, as quais informam

seu modo de ser e suas possibilidades de aprender. Por que, então, os dizemos

iguais? Porque todos são vistos a partir do lugar que ocupam no interior da escola.

1.2 O PROCESSO EDUCATIVO ENTRE O ENSINAR E O APRENDER

A escola é, antes de mais nada, um espaço sociocultural.

Analisar a escola como espaço sociocultural significa

compreendê-la na ótica da cultura, sob um olhar mais

denso, que leva em conta a dimensão do dinamismo, do

fazer cotidiano, levado a efeito por homens e mulheres,

trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos

e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres

humanos concretos, sujeitos sociais e históricos,

presentes na história, atores da história....... o.(Dayrell,

op. cit., p. 136-137).

9

A pluralidade cultural de grupos étnicos, sociais ou culturais

necessita ser pensada como matéria-prima da aprendizagem, porém nunca como

conteúdo de dias especiais, datas comemorativas ou momentos determinados em

sala de aula. Fazer isso é "congelar" a cultura, retificá-la, transformá-la em recurso

de folclorização e como tal acentuar as diferença.

É preciso compreender que o "ensino é repetir, criando

uma subordinação; a aprendizagem é descobrir, criando

uma relação de comunicação." (lturra, 1990, p. 31).

1.3 DO APRENDER A APRENDER: APRENDIZAGEM E DIFERENÇA

O que se vê é que a criança ou o jovem na condição de

aluno sabe e percebe o que o rodeia, sabe também o

que quer para si e porquê. No entanto, o processo de

ensino não estabelece um diálogo entre o conhecimento

ensinado e a cultura de origem dos alunos, deixando de

considerar as diferenças de sexo, idade, origem social e

outras, para pensá-los homogeneamente, como se,

enquanto alunos, aí estejam somente para aprender

conteúdos para fazer provas e passar de ano (DayreIL,

op. cit., p. 155).

Os problemas pedagógicos postos pelas diferenças apontam,

portanto, para uma dupla face: a das referências culturais múltiplas e a dos status

socioeconômico de crianças e jovens que chegam à escola pública com sede de

conhecer e que com ela se decepcionam, tornando-se candidatos potenciais ao

insucesso escolar.

Temos que estabelecer uma educação voltada para o respeito pela

diversidade. O que se busca é a tolerância social e política.

A diversidade social e cultural, a pluralidade étnica e racial são hoje

o desafio daqueles que não querem ser apenas pessoas que ensinam, mas querem

também educar.

10

2 DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO

BÁSICA

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) são normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Elas são discutidas, concebidas e fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

Atualmente, existem diretrizes gerais para a Educação Básica. Cada etapa e modalidade da dela (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) também apresentam diretrizes curriculares próprias. A mais recente é a do Ensino Médio.

As diretrizes buscam promover a equidade de aprendizagem, garantindo que conteúdos básicos sejam ensinados para todos os alunos, sem deixar de levar em consideração os diversos contextos nos quais eles estão inseridos.

No tocante à Educação Básica, é relevante destacar que, entre as

incumbências prescritas pela LDB aos Estados e ao Distrito Federal, está assegurar

o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio a todos que o

demandarem. E ao Distrito Federal e aos Municípios cabe oferecer a Educação

Infantil em Creches e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental.

2.1 AS DIRETRIZES CURRICULARES PRESERVAM A AUTONOMIA DOS

PROFESSORES?

As diretrizes curriculares visam preservar a questão da autonomia

da escola e da proposta pedagógica, incentivando as instituições a montar seu

currículo, recortando, dentro das áreas de conhecimento, os conteúdos que lhe

convêm para a formação daquelas competências explícitas nas DCNs.

Desse modo, as escolas devem trabalhar os conteúdos básicos nos

contextos que lhe parecerem necessários, considerando o perfil dos alunos que

atendem a região em que estão inseridas e outros aspectos locais relevantes.

2.2 GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA ESCOLA: RECONHECER

DIFERENÇAS E SUPERAR PRECONCEITOS

Os temas abordados compreendem as questões da diversidade –

étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, geracionais, regionais e culturais,

bem como os direitos humanos e a educação ambiental. São analisados do ponto de

11

vista da sustentabilidade e da inclusão social por meio de uma educação que seja

efetivamente para todos, de qualidade e ao longo de toda a vida.

O grau de envolvimento dos movimentos sociais nessas temáticas é

intenso e, em muitos casos, bastante especializado, tendo em vista que o

enfrentamento da discriminação, racismo, sexismo, homofobia, miséria, fome e das

diversas formas de violência presentes na sociedade brasileira foi protagonizado, por

muito tempo, por tais movimentos. Assim, o Estado, ao assumir sua

responsabilidade em relação ao resgate das imensas dívidas sociais, dentre elas a

educacional, precisa dialogar e desenvolver políticas públicas efetivas e duradouras.

2.3 LEGISLAÇÃO E NORMAS RELACIONADAS À EDUCAÇÃO, À IGUALDADE DE

GÊNERO E AO RECONHECIMENTO DA DIVERSIDADE SEXUAL

No Brasil, a educação inclusiva está amparada na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), que assegura o direito à escola a

todas as pessoas (brasileiras ou estrangeiras residentes no País), sem discriminar

negativamente singularidades ou características específicas de indivíduos ou grupos

humanos.

Os princípios constitucionais de liberdade e solidariedade podem ser

estendidos para a igualdade de gênero. A necessidade de superação das

discriminações relativas às construções histórico-culturais das diferenças de sexo,

presentes nas relações escolares, assim como nas questões que permeiam algumas

decisões a serem tomadas no âmbito da legislação educacional permanece velada e

o não detalhamento das definições e derivações destes princípios sob a ótica das

relações de gênero pode também gerar mais discriminação25. Na área da

educação, a implementação de ações com vistas à promoção da equidade de

gênero, identidade de gênero e orientação sexual e ao enfrentamento ao sexismo e

à homofobia encontra respaldo nas propostas de ações governamentais relativas à

educação, conscientização e mobilização contidas no Programa Nacional de Direitos

Humanos II (de 2002), no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (2004), no

Programa Brasil sem Homofobia (2004) e no Plano Nacional de Educação em

Direitos Humanos (2006) gestados a partir de lutas e transformações que receberam

maior impulso desde a promulgação da Constituição Federal de 1988.

O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2006),

assinado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Especial de Direitos

Humanos, parte da concepção de que a educação em direitos humanos se faz

paralelamente à educação para a valorização da diversidade. Elaborado pelo Comitê

Nacional de Educação e Direitos Humanos por meio de diversas estratégias, entre

elas consulta à sociedade civil, o Plano define como uma de suas ações

programáticas para a Educação Básica.

12

3 FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA E

DIVERSIDADE SEXUAL

É um dos objetivos, capacitar e formar profissionais da educação

das redes públicas de ensino para promover a cidadania, o respeito à diversidade

sexual, o enfrentamento da homofobia no ambiente escolar e prevenir a violência e a

discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis e

transexuais (LGBT).

Em um cenário nacional de graves violações de direitos e violência

contra lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, travestis e transexuais (LGBT),

inclusive na escola, a educação tem um papel de indiscutível relevância a cumprir.

É preciso, portanto, formular políticas e empreender ações concretas para o

reconhecimento da diversidade sexual, consolidando políticas nacionais de

formação de profissionais da educação e estudantes acerca das temáticas de

gênero, identidade de gênero e da diversidade de orientação afetivo-sexual.

Na medida em que a própria escola é elemento fundamental na

construção de uma sociedade democrática e pluralista, é imprescindível promover a

formação e a capacitação de profissionais da educação para a cidadania e a

diversidade, pelo reconhecimento do direito à livre expressão afetivo-sexual e à livre

identidade de gênero de cada cidadão e cidadã. Afinal, o problema não está nas

diversas possibilidades de orientação sexual e de identidade de gênero. O problema

reside no modo negativo como se lida com elas, culpando-as, discriminando e

excluindo seus sujeitos do campo dos direitos, inclusive do direito à educação.

A diversidade é um recurso social dotado de alta potencialidade transformadora e

libertadora. A valorização da diversidade é um fator central para o desenvolvimento

de uma sociedade que tem a ganhar com a inclusão de todas/os e com o

reconhecimento de suas diferenças, de modo a assegurar que cada cidadão, de

maneira livre e criativa, desenvolva seus talentos, usufruindo igualdade de

oportunidade e as mesmas possibilidades de expressar suas ideias, valores, sonhos,

afetos e desejos. Deste modo, a valorização e o respeito pela livre expressão

afetivo-sexual e de identidade de gênero constitui-se um benefício para toda a

coletividade.

3.1 EDUCAR NA ADVERSIDADE – MATERIAL DE FORMAÇÃO DOCENTE

As reformas educacionais e a resposta à diversidade das

necessidades educacionais dos alunos e alunas brasileiros exigem novas aptidões

em termos de formação docente. Hoje todos os países têm ações dirigidas à

formação e atualização de professores e professoras, porém, estudos demonstram

13

certo consenso quanto ao fato de, em geral, ainda serem poucas as mudanças nas

práticas de ensino que podem ser consideradas significativas assim como não houve

melhoria relevante na qualidade da aprendizagem para a maioria dos estudantes.

Algumas razões podem explicar tal situação, tais como, o fato de que as ações de

formação tendem a ter caráter pontual, acontecem em períodos muito curtos, não

considera as necessidades dos docentes e, na maioria das vezes, está desvinculada

das práticas educacionais em escolas reais. Isto significa que a formação docente

ainda é pensada como um processo ‘externo’ ao trabalho dos professores(a) e não

se fundamenta na recuperação ou análise da prática pedagógica dos educadores.

A maioria dos docentes formou-se e continua sendo formada com

base em uma perspectiva tradicional homogeneizadora da ação docente que se

centra na transmissão de conhecimentos teóricos e fragmentados entre si, os quais

tendem a não apresentar relevância social tanto para a escola como para o

estudante. Da mesma forma, a formação inicial e continuada de professores(a) se

caracteriza por uma relação pobre com os problemas e as situações enfrentadas

pelos docentes nas suas práticas de sala de aula ou na vida escolar. Uma formação

com tais características, portanto, não cria as bases para o desenvolvimento

profissional contínuo dos docentes no que tange ao seu papel e função de educador

e nem se articula com o aperfeiçoamento de práticas de ensino pedagogicamente

mais efetivas e inclusivas. Ensinar constitui a atividade principal na profissão do

docente e por isso deve ser compreendida como uma ‘arte’ que envolve

aprendizagem contínua e envolvimento pessoal no processo de construção

permanente de novos conhecimentos e experiências educacionais, as quais

preparam o docente para resolver novas situações ou problemas emergentes no dia

a dia da escola e da sala de aula. Devemos considerar o docente como “eterno

aprendiz”.

3.2 ESTRATÉGIA DE ENSINO QUE PROMOVE A FORMAÇÃO DOCENTE E A

INCLUSÃO

Algumas estratégias que estão em consonância com os princípios

orientadores da prática inclusiva e que apoiam o multiplicador nas oficinas de

formação ou o docente nas salas de aula a implementar mudanças que tornam o

processo estratégico de ensino que promovem a inclusão educacional muito mais

agradável, participativo e efetivo.

3.2.1 Conhecimento do grupo

Na formação de professores as atividades nas oficinas devem ser

planejadas após proceder-se a uma abordagem inicial dos participantes, a partir da

14

qual é possível identificar seus conhecimentos prévios e ideias, necessidades e

expectativas quanto às atividades propostas.

3.2.2 Ajuste de expectativas e negociação de objetivos.

A abordagem inclusiva é essencialmente participativa e, portanto,

considera as perspectivas individuais em qualquer processo de aprendizagem.

Assim, tanto para um multiplicador das práticas de ensino inclusivas como um

professores(a) que utiliza estas práticas na sala de aula com seus aluno(a)s é

importante negociar com o grupo todo o plano de trabalho ou de aula elaborado.

3.2.3 Criação de um ambiente agradável para a aprendizagem.

Um aspecto fundamental para a aprendizagem é a existência de um

clima acolhedor e prazeroso na sala de aula. Pesquisas têm demonstrado que os

alunos e alunas aprendem melhor em um ambiente positivo, no qual as relações de

apoio e cooperação, a valorização do outro, a confiança mútua e autoestima,

constituem fatores essenciais à aprendizagem efetiva.

15

4 UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS VARIADAS NA FORMAÇÃO DOCENTE.

Atender às diferentes necessidades educacionais, aos interesses e

estilos de aprendizagem de cada aluno(a), exige necessariamente a utilização de

ampla gama de estratégias de ensino e aprendizagem que os docentes devem

experimentar em seus próprios processos de aprendizagem durante as oficinas de

formação. A vivência dessas estratégias oferece ao docente a segurança necessária

para aplicá-la na classe.

4.1 TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO.

Nas técnicas de simulação as situações do cotidiano da escola são

refletidas de forma hipotética. A simulação de eventos oferece a vantagem de não

tratar diretamente dos problemas e conflitos reais existentes na escola ou na sala e

aula, o que permite que os participantes mantenham certo distanciamento. Além

disso, estas técnicas têm um caráter lúdico, e são particularmente motivadoras para

aqueles estudantes que enfrentam barreiras para aprender o conteúdo curricular (ex.

com dificuldade de aprendizagem) ou para participar das atividades.

4.2 ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM COOPERATIVA.

Diversos estudos têm mostrado que a aprendizagem cooperativa

provoca repercussões importantes não apenas nas relações interpessoais, mas

também na aprendizagem de conteúdos ou resultado escolar.

16

5 AVALIAÇÃO

A reflexão sobre a prática constitui uma componente fundamental

na formação docente. Refletir sobre a prática é um meio para a identificação dos

fatores que dificultam a aprendizagem e a participação dos estudantes nas

atividades de sala de aula. A reflexão sobre a prática também tem um papel

fundamental no processo de mudança das metodologias de ensino na sala de aula e

que leva ao aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem. A avaliação

oferece informações valiosas para a análise dos processos de ensino e

aprendizagem e sua efetividade e, também para o processo de tomada de decisões.

Uma boa avaliação proporciona dados relevantes sobre a situação em que os

educadores(a) estão, como se chegou a este estágio e o que pode ser feito para

otimizar os processos de ensino e aprendizagem.

17

6 O PROFESSOR(A) - PESQUISADOR DE SUA PRÁTICA

A avaliação pode também ser entendida como uma pesquisa que

permite aperfeiçoar os processos de ensino e aprendizagem. Neste caso, a

avaliação exige um planejamento que contemple as seguintes indagações:

• Que desejo saber e por quê?

• Como posso averiguá-lo?

• Como analisar e interpretar a informação?

• A que conclusões chego e que posso fazer a partir de agora?

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CONCLUSÃO

Nós, novos profissionais da área da educação, precisamos fazer a

diferença para termos futuras pessoas diferentes em nossa sociedade e uma

sociedade diferente. Temos a certeza de que alguma coisa precisa mudar, por isso

não podemos mais ficar na teoria, temos que agir e nos prepararmos

profissionalmente, para influenciar de maneira incentivadora e positiva os órgãos

responsáveis e as escolas.

A educação é, e sempre será um meio de preparação de novos

seres humanos, sem preconceitos e diferenças, portanto vamos fazer parte desse

novo paradigma de mudanças e de preparação de uma nova sociedade.

Se vivemos em uma sociedade na qual estamos acostumados com

os erros na educação e na inclusão, podemos acostumar a viver em uma sociedade

com mudanças nessas áreas, só dependem de nós, da nossa vontade, da nossa

preparação, qualificação e dedicação.

Para que aconteça algo diferente, temos que nos adaptarmos as

diferenças, tirar delas as mesmas lições que gostaríamos de passar para os

discentes sob nossa responsabilidade.

Portanto, vamos nos atualizar, nos aprimorar constantemente, nos

adaptar diariamente e oferecer o nosso melhor para uma formação melhor.

19

REFERÊNCIAS

GOMES, Nilma Lino. Educação e diversidade cultural, refletindo sobre as diferentes – presenças na escola. Revista Mediações, Londrina, v.5, n.2, p.9-28 jul/dez, 2000. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/9158 Acesso em 19 out. 2016. GUSMÃO, Neusa Maria Mendes. Desafios da diversidade na escola. Disponível em: ttp://file:///C:/Users/User/Downloads/9158-33720-1-PB%20(1).pdf Acesso em: 19 out. 2016. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica: diversidade e inclusão Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17212-diretrizes-curriculares-nacionais-para-educacao-basica-diversidade-e-inclusao-2013&category_slug=marco-2015-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 19 out. 2016. http://www.todospelaeducacao.org.br Educar Na Adversidade – Material De Formação Docente – 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/content/192-secretarias-112877938/seesp-esducacao-especial-2091755988/12652-educar-na-diversidade-material-de-formacao-docente-2006?Itemid=860 Acessado em: 19 out. 2016.