poesia popular portuguesa

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POESIA POPULAR Portuguesa ______________________________________________ Letras de poemas populares que na boca do povo se transformam em ritmos musicados e bailados nas aldeias e romarias. Alma Lusa

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Coletânea de poemas populares musicados e cantados pelo povo nas romarias e aldeias.

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Page 1: Poesia Popular Portuguesa

POESIA POPULAR

Portuguesa

______________________________________________ Letras de poemas populares que na boca do povo se transformam em ritmos musicados e bailados nas aldeias e romarias.

Alma Lusa

Page 2: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 2

Poesia popular

Portuguesa

Traje típico de Viana do Castelo

Page 3: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 3

Na rama do Alecrim

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa

Quando o rouxinol padece Uma ave tão pequena, Que fará meu coração Coberto de tanta pena.

Já lá vem rompendo a aurora:

Os campos são um jardim, Os passarinhos cantando

Na rama do alecrim.

Na rama do alecrim Ouvi eu há meia hora

Os passarinhos dizendo: Já lá vem rompendo a aurora.

Page 4: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 4

Outras Terras

Letra e música: Popular (Trás-os-Montes) Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos

Chamaste-me trigueirinha Eu não sou da Terra Quente

Outra aldeia é a minha Outra a terra, outra gente

Ai, meu amor

Como dói amar-te assim Este silêncio que morde

Esta dor que não tem fim

Ai, saudade Não mates o meu bem

Deixa-me viver com ele Se não morro eu também

Inda hão-de nascer os sábios

P'ra nos dizer a razão Que um beijo dos nossos lábios

Se sente no coração

Ai, meu amor Como dói amar-te assim Este silêncio que morde

Esta dor que não tem fim

Ai, saudade Não mates o meu bem

Deixa-me viver com ele Se não morro eu também

Page 5: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 5

Saudadinha

Letra e música: Popular (Açores)

Intérprete: José Afonso

Ó Tirana saudade

Ó Tirana saudade

Ó Tirana saudade

Saudade, ó minha saudadinha

Foste nada no Faial

Foste nada no Faial

Foste nada no Faial

No Faial, baptizada na Achadinha

Saudade, onde tu fores

Saudade, onde tu fores

Saudade, onde tu fores

Saudade, leva-me, podendo ser

Que eu quero ir acabar

Que eu quero ir acabar

Que eu quero ir acabar

Saudade, onde tu foras morrer

A saudade é um luto

A saudade é um luto

A saudade é um luto

Um amor, um amor, uma paixão

É um cortinado roxo

É um cortinado roxo

É um cortinado roxo

Que me morde, que me morde o coração

Page 6: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 6

Resineiro Engraçado

Letra e música: Popular (Beira Alta)

Intérprete: José Afonso

Resineiro engraçado

Engraçado no falare

Ó i ó ai, eu hei-d'ir à terra dele

Ó i ó ai, se ele me lá quiser levare

Já tenho papel e tinta,

Caneta e mata-borrão

Ó i ó ai, p’ra escrever ao resineiro

Ó i ó ai, que trago no coração

Resineiro é casado

É casado e tem mulhere

Ó i ó ai, vou escrever ao resineiro

Ó i ó ai, quantas vezes eu quisere

Resineiro engraçado

Engraçado no falare

Ó i ó ai, eu hei-d'ir à terra dele

Ó i ó ai, se ele me lá quiser levare

Page 7: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 7

Milho Verde

Letra e música: Popular (Beira Baixa)

Intérprete: José Afonso

Milho verde, milho verde

Ai, milho verde, milho verde

Ai, milho verde, maçaroca

À sombra do milho verde

Ai, à sombra do milho verde

Ai, namorei uma cachopa

Milho verde, milho verde

Ai, milho verde, milho verde

Ai, milho verde miudinho

À sombra do milho verde

Ai, à sombra do milho verde

Ai, namorei um rapazinho

Milho verde, milho verde

Ai, milho verde, milho verde

Ai, milho verde, folha larga

À sombra do milho verde

Ai, à sombra do milho verde

Ai, namorei uma casada

Mondadeiras do meu milho

Ai, mondadeiras do meu milho

Ai, mondai o meu milho bem

Não olheis para o caminho

Ai, não olheis para o caminho

Ai, que a merenda já lá vem

Page 8: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 8

Senhora do Almortão

Letra e música: Popular (Beira Baixa)

Intérprete: José Afonso

Senhora do Almortão,

Ó minha linda raiana,

Virai costas a Castela,

Não queirais ser castelhana!

Senhora do Almortão,

A vossa capela cheira,

Cheira a cravos, cheira a rosas,

Cheira a flor de laranjeira.

Senhora do Almortão,

Eu p'ró ano não prometo,

Que me morreu o amor,

Ando vestida de preto.

Page 9: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 9

Moda do Ladrão

Letra e música: Popular (Vale do Sado, Alentejo)

Intérprete: Vozes femininas de Alcácer do Sal

À ponte da linha Eu ia a chegar

Parece que ouvia O Grades cantar

E a fala dele Até retinia

O Grades cantar Parece que ouvia

Que é das mulheres velhas

Ali da Aroca? Que é das mulheres velhas

Ali da Aroca?

O Grades faz tudo: Canta, bailha e toca O Grades faz tudo: Canta, bailha e toca

Page 10: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 10

Água do Céu Cais Pura

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e Etnográfico Os Camponeses de Pias

Ó água que vais correndo Mansamente, vagarosa, Passa lá ao meu jardim, Rega-me lá uma rosa!

Rega-me lá uma rosa,

Ó água que vais correndo, Ó água que vais correndo Mansamente, vagarosa!

Oh água do céu cais pura, Já não vais a ter ao mar,

Ficas presa nas barragens Que temos em Portugal.

Que temos em Portugal

P'ra regar toda a verdura; Já não vais a ter ao mar,

Oh água do céu cais pura.

Page 11: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Castro, Terra de Amores

Letra e música: Popular (Castro Verde, Baixo Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e Etnográfico As Camponesas de Castro Verde

Castro, terra de amores Quando de ti me apartei Duma das tuas roseiras

(Oh meu lindo amor) Uma rosa desfolhei

Não são ricas mas singelas Tuas paredes branquinhas

São floridas às janelas (Oh meu lindo amor)

As tuas casas velhinhas

No quarto onde eu me deito Andam penas avoando

As penas trago-as comigo (Oh meu lindo amor)

Só as desfaço cantando

Page 12: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 12

Salsa Verde

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa

Fui dispor a salsa verde Lá fora dos olivais

Para ver se te esquecia, Cada vez me lembras mais.

Alecrim, salsa verde aos molhos

Oh tirana! Por amor de ti choram os meus olhos,

Tricana.

Page 13: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Ao Romper da Bela Aurora

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Vitorino e Janita Salomé

Lá por sermos redondeiros De modo algum é defeito;

É alentejana a alma Que trago dentro do peito.

Ao romper da bela aurora Sai o pastor da choupana;

Vem gritando em altas vozes: Muito padece quem ama.

Muito padece quem ama, Mais padece quem namora;

Sai o pastor da choupana Ao romper da bela aurora.

Page 14: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 14

Floripíadas

Letra e música: Popular (Trás-os-Montes) Intérprete: Diabo a sete

Eu m'arrogo p'rá batalha porque tenho valentia Já vai pelejar para o campo Farrabrás de Alexandria

Eu m'arrogo p'rá batalha porque tenho valentia

Já vai pelejar para o campo Farrabrás de Alexandria Ó doze pares de França, vós já perdesteis o brio

Parece que estais tremendo com este meu desafio

Estou aqui neste campo, estou aqui a pé quedo Vinde vós, ó doze pares, pois nenhum me mete medo

Eu m'arrogo p'rá batalha porque tenho valentia Já vai pelejar para o campo Farrabrás de Alexandria

Eu m'arrogo p'rá batalha porque tenho valentia

Já vai pelejar para o campo Farrabrás de Alexandria Ó doze pares de França, vós já perdesteis o brio

Parece que estais tremendo com este meu desafio

Page 15: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Nossa Senhora do Carmo

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Voz popular

Nossa Senhora do Carmo Que está no seu altar;

Todos lá vamos ajoelhar E a cantar, a cantar

Vamos rezar.

Pedimos a uma voz: Nossa Senhora, rogai por nós!

Nossa Senhora do Carmo

Que está no seu altar; Todos lá vamos ajoelhar

E a cantar, a cantar Vamos rezar.

Senhora, do vosso altar

Lançai benigno o vosso olhar!

Nossa Senhora do Carmo Que está no seu altar;

Todos lá vamos ajoelhar E a cantar, a cantar

Vamos rezar.

Page 16: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Rouxinol Repenica o Cante

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Castro & Bárius

Rouxinol repenica o cante Ao passar da Passadeira;

Nunca mais tornas a Beja, oh ai Sem passares à Vidigueira.

Sem passares à Vidigueira, Sem ires beber ao Falcante;

Ao passar da passadeira, oh ai Rouxinol repenica o cante.

Muito gosto eu de ouvir

Cantar a quem aprendeu; Se houvera quem me ensinara, oh ai

Quem aprendia era eu.

Rouxinol repenica o cante Ao passar da passadeira;

Nunca mais tornas a Beja, oh ai Sem passares à Vidigueira.

Sem passares à Vidigueira, Sem ires beber ao Falcante;

Ao passar da passadeira, oh ai Rouxinol repenica o cante.

Page 17: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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No meu jardim há uma roseira (cante do baldão)

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Castro & Bárius

No meu jardim há uma roseira Com o cheiro perfumado

Foi o melhor que apareceu Que eu posso ter a meu lado

Até à data, foi o melhor

Que me aconteceu a mim Com o cheiro perfumado Tenho lá no meu jardim

A serra é florida

No tempo da Primavera Vós podeis ver as flores Aquelas que não tiveres

Quem de tanta flor trata

Trata de uma partida No tempo da Primavera

A serra é florida

Tenho uma roseira velhinha Com um cravo florido

Se a Natureza não quer Temos o jardim perdido

Tenho um jardim que eu cá bem trato

Ao lado da minha casinha Com um cravo florido

Tenho uma roseira velhinha

Tenho lá uma roseira Já outra rosinha deu

P'ra mim foi grande alegria Quando a rosinha nasceu

Já outra rosinha deu Tenho lá uma roseira

Page 18: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 18

Oh, que bem baila la moura!

Letra e música: Popular (Trás-os-Montes) Intérprete: Lúcia Moniz - Realejo

Oh, que bem baila la moura! E eu bem na vi bailar,

Com o seu cabelo negro, E eu bem na vi bailar.

Oh, que bem baila la moura!

E eu bem na vi bailar. Baila bem cabelo,

E eu bem na vi bailar.

Oh, que bem baila la moura! E eu bem na vi bailar.

Com o seu cabelo entrançado, E eu bem na vi bailar.

Oh, que bem baila la moura!

E eu bem na vi bailar, Com o seu amor pelo dedo,

E eu bem a vi bailar.

Oh, que bem baila la moura! E eu bem na vi bailar.

Com o seu cabelo entrançado, E eu bem na vi baila

Oh, que bem baila!

Page 19: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Deus te Salve, ó Rosa

Letra e música: Popular (Aljezur, Algarve) Intérprete: Realejo

– Deus te salve, ó Rosa, Claro serafim,

Pastora formosa, Que fazes aqui?

– Estou guardando o meu gado, Que anda por aí.

– Deixai vosso gado, Que eu o guardarei;

Quero ser vosso criado, Linda flor, meu bem.

– Não quero criados

De meias de seda; Não quero que as "arrompa"

Cá por estas estevas.

– Sapato e meia, Tudo "arromperei",

P'ra ser vosso criado, Linda flor, meu bem.

Page 20: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 20

Deus te Salve, ó Rosa (romance pastoril)

Letra e música: Popular (Aljezur, Algarve)

Intérprete: Realejo

— Deus te salve, ó Rosa, Claro serafim,

Pastora formosa, Que fazes aqui?

— 'stou guardando o meu gado, Que eu aqui "deixi".

— Deixai vosso gado, Que eu o guardarei;

Quero ser vosso criado, Linda flor, meu bem. — Não quero criados

De meias de seda; Não quero que as "arrompa"

Cá por estas estevas. — Sapato e meia,

Tudo "arromperei", Para ser vosso criado, Linda flor, meu bem. — Vá-se já embora,

Não me dê mais penas, Que daqui a nada vem meu amo

Trazer-me a merenda. — Se ele cá vier,

É mesmo isso que nós qu'remos, Para ele saber

Que nós que palremos. Se ele perguntar

No que se ocupou:

Page 21: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Foi um dilúvio de água Que por aqui passou.

— Se ele perguntar No que eu me ocupei,

Eu direi-lhe a verdade, Que eu mentir não sei.

Vá-se já embora, Não me dê mais tormentos,

Que eu já o não posso ver Nem por pensamentos. — Menina tão ingrata, Menina tão rigorosa, Ficai-vos com Deus,

Pastora fermosa, Que eu cá vou-me chorando

Por esta serra fora. — Venha cá, senhor, Venha cá correndo, Que o amor é louco, Já me vai vencendo. — Venha cá, menina, Não é com má tenção, É p'ra falar um pouco

Como seu irmão. — Se eras meu irmão,

Eu cá não o sabia, Perdoai-me tudo

Quanto te eu dizia. Aqui dou um grito,

Além dou um brado; Senhora da Penha,

Guardai-me este gado, Que a aposta que eu fiz

Já me está ganhado.

Page 22: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

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Já Cá Vai Roubado

Letra e música: Popular (Algarve) Intérprete: Moçoilas

Roubaram, roubaram, quem a roubaria? Foi uma pequena chamada Maria

Chamada Maria, Maria da Conceição Quem não roubou par fica paspalhão

Já cá vai roubado Já cá vai na mão Já cá vai ao lado Do meu coração

Roubaram, roubaram, roubaram depressinha

Foi uma pequena chamada Teresinha Chamada Teresinha, d'Aldeia de Palheiros

Quem não roubou par vai ficar solteiro

Já cá vai roubado Já cá vai na mão Já lá vai roubado Já lá vai na mão Já cá vai ao lado Do meu coração Já lá vai ao lado Do teu coração

Page 23: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 23

Roubaram, roubaram, venha cá, senhor guarda Foi uma pequena chamada Eduarda Chamada Eduarda, menina do Norte

Quem não roubou par nunca mais tem sorte

Já cá vai roubado Já cá vai na mão Já lá vai roubado Já lá vai na mão Já cá vai ao lado Do meu coração Já lá vai ao lado Do teu coração

Roubaram, roubaram, roubaram de fugida

Foi uma pequena chamada Margarida Chamada Margarida, das Terras de Loulé Quem não roubou par vai p'ra casa a pé

Já cá vai roubado Já cá vai na mão Já lá vai roubado Já lá vai na mão Já cá vai ao lado Do meu coração Já lá vai ao lado Do teu coração

Roubaram, roubaram, roubaram com certeza

Foi uma pequena chamada Teresa Chamara Teresa, lá de Moçambique

Quem não roubou par vai ter um chilique

Já cá vai roubado Já cá vai na mão Já lá vai roubado Já lá vai na mão Já cá vai ao lado Do meu coração Já lá vai ao lado Do teu coração

Page 24: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 24

Viuvinha

Letra e música: Popular (Camacha, Madeira) Intérprete: Encontros da Eira

Tu sabes que eu sou viúva, não me venhas atentar;

eu já sei o que é um homem, não quero mais me casar.

Minha viuvinha da banda d'além,

quero-me casar, não tenho com quem; ai contigo sim, mas contigo não, minha viuvinha do meu coração, minha viuvinha da minha paixão.

Eu juro sim, por minha alma,

pela minha salvação: a mais ninguém neste mundo

darei o meu coração.

Minha viuvinha da banda d'além, quero-me casar, não tenho com quem;

ai contigo sim, mas contigo não, minha viuvinha do meu coração, minha viuvinha da minha paixão.

Viuvinha, viuvinha, viuvinha...

minha viuvinha, minha viuvinha, minha viuvinha...

Page 25: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 25

Quero Ir para o Altinho

Letra e Música: Popular (Baixo Alentejo) Intérprete: Ronda dos quatro caminhos

Quero ir para o altinho Que eu daqui não vejo bem; Quero ir ver do meu amor Se ele adora mais alguém.

Se ele adora mais alguém

Ou se ele ama a mim sozinho; Que eu daqui não vejo bem,

Quero ir para o altinho.

A alegria de uma vida É amar só o nosso bem; Nasce a dor e fica a vida

Sem sentido e sem ninguém.

Fica a vida sem sentido E só a morte é companheira;

Ai de mim, o que farei Agora com a vida inteira?!

Page 26: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 26

Meu Alentejo Querido

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e etnográfico Os Ganhões de Castro Verde

Quando eu oiço os cascavéis Lembra-me a minha parelha

Quando eu era ganhão (Meu lindo Alentejo)

Lavrando terra vermelha

Meu Alentejo querido Cheio de sol e calor

És meu torrão preferido (Meu lindo Alentejo)

És para mim encantador

És para mim encantador Embora vivas esquecido

Cheio de sol e calor (Meu lindo Alentejo) Meu Alentejo querido

Quando me ponho a pensar

Fico de alma amargurada Fico triste quando vejo (Meu lindo Alentejo)

Tanta terra abandonada

Meu Alentejo querido Cheio de sol e calor

És meu torrão preferido (Meu lindo Alentejo)

És para mim encantador

És para mim encantador Embora viva esquecido

Cheio de sol e calor (Meu lindo Alentejo) Meu Alentejo querido

Page 27: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 27

Castro, Terra de Amores

Letra e música: Popular (Castro Verde, Baixo Alentejo) Intérprete: Grupo Coral e Etnográfico As Camponesas de Castro Verde

Oh Castro, terra de amores Quando de ti me apartei Duma das tuas roseiras

(Oh meu lindo amor) Uma rosa desfolhei

Não são ricas mas singelas Tuas paredes branquinhas

São floridas às janelas (Oh meu lindo amor)

As tuas casas velhinhas

No quarto onde eu me deito Andam penas avoando

As penas trago-as comigo (Oh meu lindo amor)

Só as desfaço cantando

Page 28: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 28

Fui à Torre da Gadanha

Letra e Música: Popular (Baixo Alentejo) Intérprete: Pedro Mestre

Fui à Torre da Gadanha Para ver o meu rapaz;

A saudade era tamanha Que me fez voltar atrás.

Para trás, para trás...

A saudade era tamanha; Para ver o meu rapaz

Fui à Torre da Gadanha.

Page 29: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 29

Baile do Pezinho

Letra e música: Popular (Baixo Alentejo) Intérprete: Pedro Mestre

Ponha aqui o seu pezinho, Ponha aqui ao pé do meu!

Tire lá o seu pezinho Que é para eu pôr o meu!

Ora agora viras tu, Ora agora viro eu; Ora agora viras tu, Viras tu mais eu.

Ponha aqui o seu pezinho, Ponha aqui ao pé do meu!

Tire lá o seu pezinho Que é para eu pôr o meu!

Ora agora viras tu, Ora agora viro eu; Ora agora viras tu, Viras tu mais eu.

Page 30: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 30

Que Rapariga é Esta?

Letra e música: Popular (Baixo Alentejo) Intérprete: Pedro Mestre

Meus senhores, que rapariga é esta? Toda a noite me namorou;

Eu queria falar com ela, O pai quis e a mãe não deixou.

O pai quis e a mãe não deixou, O pai quis e a mãe não deixava;

Meus senhores, que rapariga é esta? Toda a noite me namorava.

Os teus olhos é que são

A causa de te eu querer bem, Que me não deixam tomar Amizade a mais ninguém.

Meus senhores, que rapariga é esta?

Toda a noite me namorou; Eu queria falar com ela,

O pai quis e a mãe não deixou.

O pai quis e a mãe não deixou, O pai quis e a mãe não deixava;

Meus senhoras que rapariga é esta? Toda a noite me namorava.

Page 31: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 31

Vem à Janela

Letra e música: Popular (Baixo Alentejo)

Intérprete: Manuel Bento

Vem à janela, vem à janela, Vem ouvir-me ao postigo! Tua mãe pôs-me na rua,

Essa culpa não é tua, Eu quero é falar contigo.

Eu quero é falar contigo,

Não me importa saber dela. Tua mãe pôs-me na rua,

Essa culpa não é tua, Falo contigo à janela.

Abalei da minha aldeia,

Olhei para trás chorando: – Adeus, terra da minh'alma,

Que tão longe vais ficando!

Page 32: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 32

É um Ar que Lhe Dá

Letra e música: Popular (Beira Litoral)

Intérprete: Toques do Caramulo

Eu no mar e tu no mar Ai, andamos ambos perdidos Eu no mar desses teus olhos

Ai, tu no mar dos meus sentidos

É um ar que lhe dá É um ar que lhe deu

Ai, é um ar que lhe dá Quem vira sou eu

Quem me fora linho fino

Ai, ou retrós de qualquer cor Para andar no teu peitinho

Ai, a servir de apertador

É um ar que lhe dá É um ar que lhe deu

Ai, é um ar que lhe dá Quem vira sou eu

Julgavas que eu te queria

Ai, olha o engano do mundo É que os meus olhos já navegam Ai, noutro pocinho mais fundo

Page 33: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 33

É um ar que lhe dá

É um ar que lhe deu Ai, é um ar que lhe dá

Quem vira sou eu

As noras gemem coitadas Ai, quando lhes falta a corrente

Também eu gemo e suspiro Ai, quando tenho um amor ausente

É um ar que lhe dá

É um ar que lhe deu Ai, é um ar que lhe dá

Quem vira sou eu

Page 34: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 34

Laranjinha

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

Toma lá esta Laranja Não digas que eu que ta dei Eu não tenho um laranjal

Dizem que eu que a roubei

Dizem que eu que a roubei E acredita o povo todo

A laranja foi criada No laranjal do meu sogro

No laranjal do meu sogro No quintal da minha avó O laranjal do meu sogro

Deu esta laranja só

Page 35: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 35

Duas Libras

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do caramulo

Duas libras, ó que duas belas São amarelas, são de cavalinho

São lindas, são amarelas São leais ao seu benzinho

São leais ao seu benzinho

Inda o volto a dizer São lindas, são amarelas

São amarelas, que se podem ver

Duas libras, ó que duas belas São amarelas, são de cavalinho

São lindas, são amarelas São leais ao seu benzinho

Rua abaixo, rua acima

Toda a gente me quer bem Só o homem do meu amor Não sei que raiva me tem

Page 36: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 36

Pedrinhas da Fonte

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

Pedrinhas da fonte cheiram a limão Eu tenho na sina de amar o João

Sim, sim, Mariquinhas, sim Não, não, Mariquinhas, não

Deixa amar quem ama Não tenhas paixão

Pedrinhas da fonte cheiram a café Eu tenho na sina de amar o José

Sim, sim, Mariquinhas, sim Não, não, Mariquinhas, não

Deixa amar quem ama Não tenhas paixão

Page 37: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 37

Olha para a Água

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

Olha para a água Ri-te para mim

Põe o pé na areia Faz assim, assim

Meu amor não anda

Nada satisfeito Põe o pé na areia Faz assim a eito

Olha para a água Ri-te para mim

Põe o pé na areia Faz assim, assim

Page 38: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 38

A Água do Rio Leva

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

A água do rio leva Violetas ao comprido;

Ainda ontem me disseram Que não casavas comigo.

Que não casavas comigo,

Que me andavas a enganar; Não hei-de casar contigo, Nem se a morte me levar.

Eu casar contigo sim,

Mas por ora ainda não; Amanhã por esta hora

Te darei o sim ou o não.

Amor, se queres que eu t'escreva Dá-me a tua direcção;

Sou dali, de Óis da Ribeira, Maria da Conceição.

Page 39: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 39

Já Vou Chegando à Serra

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai!

Já vou chegando à serra,

Já vou vendo os moradores, (ó ai, ó laré) Já vou dando vista aos olhos,

Alegria aos meus amores. (ó ai, ó laré)

O mundo fala de mim, ó meu bem! O mundo que tem comigo, minha mãe?

Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai!

O mundo fala de mim, ó meu bem!

O mundo que tem comigo, minha mãe?

Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai!

Tu dizes, serra a serra:

A serra também dá pão; (ó ai, ó laré) Na serra também se criam

Amores à minha afeição. (ó ai, ó laré)

O mundo fala de mim, ó meu bem! O mundo que tem comigo, minha mãe?

Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai! Vai p'ró Nosso Senhor, vai, vai!

Page 40: Poesia Popular Portuguesa

● Círculo do Graal

http://circulodograal.com Página 40

Trigueirinha

Letra e música: Popular (Beira Litoral) Intérprete: Toques do Caramulo

Ó trigueirinha, trigueirinha engraçada Ó trigueirinha, só tu és a minha amada

Ó trigueirinha, trigueirinha do calor Ó trigueirinha, só tu és o meu amor

Chamaste-me trigueirinha Trigueirinha é o pó da eira Hás-de me ver ao domingo

Como a rosa na roseira

Ó trigueirinha, trigueirinha engraçada Ó trigueirinha, só tu és a minha amada

Ó trigueirinha, trigueirinha do calor Ó trigueirinha, só tu és o meu amor

Trigueirinha engraçada Todo o mundo a cobiça

Como domingo na igreja Quem a vê não ouve a missa

Ó trigueirinha, trigueirinha engraçada Ó trigueirinha, só tu és a minha amada

Ó trigueirinha, trigueirinha do calor Ó trigueirinha, só tu és o meu amor

Page 41: Poesia Popular Portuguesa

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Trigueirinha, trigueirinha

Assim me chama meu Pedro Não sou linda de espantar Nem feia que meta medo

Ó trigueirinha, trigueirinha engraçada Ó trigueirinha, só tu és a minha amada

Ó trigueirinha, trigueirinha do calor Ó trigueirinha, só tu és o meu amor

Chamaste-me trigueirinha Trigueirinha do pó da eira Hás-de me ver ao domingo

Como a rosa na roseira

Page 42: Poesia Popular Portuguesa

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Manazinha

Letra e música: Popular (Alentejo) Intérprete: 4uatro ao Sul

Muito gosto eu de ouvir Uma bonita conversa. Ó minha manazinha,

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

Inda que eu vagar não tenha,

Logo se me acaba a pressa. Ó minha manazinha,

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

O tempo da mocidade Nunca devia acabar. Ó minha manazinha,

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

É um tempo tão bonito, Todos o querem deixar.

Ó minha manazinha, O nosso amor já morreu;

Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

Page 43: Poesia Popular Portuguesa

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Ai, eu agora quando eu tinha

Dezasseis anos de idade. Ó minha manazinha,

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

Ai, toda vida chorarei Nossa bela mocidade. Ó minha manazinha

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha Quem to diz sou eu.

Ó minha manazinha,

O nosso amor já morreu; Ó minha manazinha, Quem to diz sou eu.

Page 44: Poesia Popular Portuguesa

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Manhãzinha de São João

Letra e música: Popular (Trás-os-Montes) Intérprete: Dazkarieh

Manhãzinha de São João Pela manhã da alvorada

Jesus Cristo se passeia Ao redor da fonte clara

A água fica benzida A fonte fica sagrada

Bendita da donzela Que à fonte for buscar água

Page 45: Poesia Popular Portuguesa

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Esses Olhos

Letra e música: Popular (Douro Litoral) Intérprete: Andarilhos

E não os prendas ao chão, Antes os prendas nos meus, Que os guardo no coração, Que os guardo no coração.

Ó lai ó larilolela.

E não os prendas ao chão, Levanta-me esses teus olhos

E não os prendas ao chão, Antes os prendas nos meus, Que os guardo no coração. Que os guardo no coração,

Ó lai ó larilolela.

É o São Bartolomeu... A 24 de Agosto

É o São Bartolomeu!

É o São Bartolomeu! Menina fuja a seu pai,

Que eu também fujo ao meu. Que eu também fujo ao meu,

Ó lai ó larilolela.

Page 46: Poesia Popular Portuguesa

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Eu me enamoro a bailar...

O vira dá suas voltas, Eu me enamoro a bailar.

Levanta-me esses teus olhos, P'ra que eu os possa cantar. P'ra que eu os possa cantar,

Ó lai ó larilolela.

O vira volta a terreiro... Entre toadas e chulas, O vira volta a terreiro.

O vira volta a terreiro... E que eu seja o teu par,

Nem que leve um dia inteiro. Nem que leve um dia inteiro,

Ó lai ó larilolela, Ó lai ó lai ó larela.

O vira volta a terreiro... Ó lai ó larilolela.

Page 47: Poesia Popular Portuguesa

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Portugal é rico em património folclórico, de norte a sul, nas ilhas atlânticas, e por todo o mundo onde as comunidades portuguesas labutam e não esquecem as raízes. Trajes, poemas, música e o povo baila e canta mantendo a alma lusitana e a portugalidade no mundo. Uma referência radiofónica da música popular é o programa Lugar ao Sul de Rafael Correia na RTP 1. Alma Lusa

FIM