poemas a dedo

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Page 1: Poemas a dedo
Page 2: Poemas a dedo

POEMAS DEDOa

DENNIS RADÜNZFERNANDO JOSÉ KARLPRISCILA LOPESRODRIGO GARCIA LOPESTELMA SCHERER

VINÍCIUS ALVES

Page 3: Poemas a dedo

DENNIS RADÜNZ

Page 4: Poemas a dedo

Ninfografia

mínimos lábios elíseos

lâmina a língua eólia

lá,a lábia baila

ali,a lua é líbia

além,as duas etiópias

intumescidas

Extraído de Livro de mercúrio, Letradágua Editora, 2001

Page 5: Poemas a dedo

Foto Lucas Bernardi

Page 6: Poemas a dedo
Page 7: Poemas a dedo

FERNANDO JOSÉ KARL

Page 8: Poemas a dedo

A pedra e a mãe morta

A mãe morta é bela porque é a delicadezase dissolvendo.

Com machado de ferro quebra-se a pedra.Clareza fixa e rústica, a pedra,

se cortada em duas,são duas pedras mais belas que a mãe morta,

porque pedras não morrem,mantêm a delicadeza.

Extraído de Desenhos mínimos de rios, Secretaria da Cultura, Paraná, 1997

Page 9: Poemas a dedo

Xilogravura Chico Marinho

Page 10: Poemas a dedo
Page 11: Poemas a dedo

PRISCILA LOPES

Page 12: Poemas a dedo

The Nigth Café

Contemplo as escadas de van Gogh.

Consulto o relógio da parede.A cinco passos está o meu cliente. Neleme debruço se me vejo. Nelehabita o clima, o verde

da mesa de sinuca que me convida a sersó. Um casal ao longe não cabe em mim.Um bêbado sentado também sou eu.Por inúmeros motivos me condenoa manter-me em pé, entre parênteses.Creio que haja vida após a mortee que os olhos são ouvidos

das minhas paredes. Porém,me detenho no pensamentoque mede o tamanho do meu taco– e se confio ou não, é mais embaixoo buraco que procuram minhas mãos.

Extraído de Almenara da Palavra, blog de Romulo Schmidt, 2012

Page 13: Poemas a dedo

Foto Annete Owatari

Page 14: Poemas a dedo
Page 15: Poemas a dedo

RODRIGO GARCIA LOPES

Page 16: Poemas a dedo

você me tocacomo quem trocade roupa

você me provocae troçadessa minha docedistração

pra quê tanta pressavocêmulher na multidão?

Extraído de Solarium, Iluminuras, 1994

Page 17: Poemas a dedo

Foto Annete Owatari

Page 18: Poemas a dedo
Page 19: Poemas a dedo

TELMA SCHERER

Page 20: Poemas a dedo

O sol nos põe nus demais. O sol nos põe sérios. Na morte, o sol finca pedras. Põe epitáfios e, no entanto, é no fundo do oceano o germe, lá onde raio nenhum penetrou. No fundo do lodo do fundo, brilha a alga que vê no escuro. Enxerga claro, vê aos poucos. Não abrupto. O sol nos põe nus demais, nos põe sérios. Quer saber o que nem Deus entende. Nosso medo, ele não sente.

Extraído de Depois da água, Nave Editora, 2014

Page 21: Poemas a dedo

Foto Lucas Bernardi

Page 22: Poemas a dedo
Page 23: Poemas a dedo

VINÍCIUS ALVES

Page 24: Poemas a dedo

não tenho só uma caraa cara que tenho é só uma caramas não é uma cara só

aquilo que a minha cara parecenão é a minha caraé só porque a minha cara aparece

o que você vê é só a minha caramas você não vê a minha cara minha cara

a minha cara ninguém vêporque ninguém sacao que tá na cara

Extraído de Olho & Fôlego, Bernúncia Editora, 2008

Page 25: Poemas a dedo

Xilogravura Chico Marinho

Page 26: Poemas a dedo

AVIRTUAL, 2015

Editores: Jayro Schmidt & Lucas Bernardi

Projeto gráfico Lucas Bernardi

Detalhe Capa Caravaggio

Fonte corpo Courier New | Títulos Capa Calibri [email protected]

Page 27: Poemas a dedo

AVIRTUALAA