plantas ornamentais usadas em paisagismo
TRANSCRIPT
_______________________ 1. Engenheiro(a) Agrônomo(a), Doutorando(a) em Fitotecnia DAG/UFLA. 2. Professora Adjunta, Floricultura e Paisagismo, Departamento de Agricultura, UFLA. 3. Professor titular, Botânica Estrutural, Departamento de Biologia, UFLA
4. Engenheiro Agrônomo, mestre em Fitotecnia 5. Professor Adjunto, Fisiologia Vegetal, Departamento Biologia, UFLA.
PLANTAS ORNAMENTAIS UTILIZADAS EM
PAISAGISMO
Fernanda Cristiane Simões1
Patrícia Duarte de Oliveira Paiva2
Manuel Losada Gavilanes3
Paulo Correa Landgraf1
Guilherme José Oliveira Neri4
Renato Paiva5
1. INTRODUÇÃO
Para a execução de um projeto paisagístico, é fundamental que se
tenha conhecimento das plantas. É importante saber tipo, porte, folhagem,
época de floração, local de melhor adaptação, entre outras características.
As plantas ornamentais podem ser divididas em grupos conforme seu
aspecto morfológico, hábito de crescimento ou mesmo usos mais freqüentes.
Essa classificação é bastante variável, mas basicamente podem ser divididas
em forrações, arbustos, árvores, palmeiras, trepadeiras e plantas
entoucerantes.
Estruturou-se este texto em tabelas com informações relevantes de
cada espécie. Muitas destas informações correspondem a observações do
comportamento das espécies, podendo variar em função das diferentes
regiões onde estiverem sendo cultivadas.
6
2. GRUPO DE PLANTAS
Do ponto de vista paisagístico/ornamental, as plantas, podem ser
divididas em forrações, arbustos, árvores, palmeiras, trepadeiras, plantas
entoucerantes, plantas aquáticas, gramas, bromélias e suculentas.
2.1 Forrações Forrações constituem um grupo de plantas herbáceas de pequeno
porte e que são utilizadas em paisagismo com as seguintes finalidades:
- Fazer o acabamento nos jardins, em composição com espécies de
porte maior;
- Revestir o solo, evitando a ocorrência de áreas nuas, as quais
podem sofrer com erosão ou ainda serem motivo de poeira ou lama;
-Quebrar a monotonia dos gramados quando são utilizadas
intercaladas a esses;
- Recobrir o solo, em locais onde há a impossibilidade de uso de
gramas;
- Manter a umidade do solo;
- Evitar a incidência de plantas invasoras (plantas daninhas).
O hábito de crescimento pode ser horizontal ou vertical, dependendo
da espécie.
As forrações não suportam o pisoteio como os gramados. Nesse
grupo, incluem-se as floríferas e aquelas que ornamentam pela folhagem. As
forrações podem ser adaptadas a locais com incidência de sol pleno, meia
sombra, sombra e até obscuridade.
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
2.2 Arbustos
Arbustos são espécies vegetais lenhosas, com ramificação desde a
base, e altura média de até 4 m de altura. Quanto à luminosidade, existem
arbustos de pleno sol, meia-sombra e sombra.
De modo geral, são plantas que aceitam poda, o que harmoniza a sua
condução, permitindo obter um formato ajustado ao jardim onde estão
inseridos ou ainda a formação de figuras, denominadas topiarias.
Os arbustos, em função do porte, podem ser utilizados em diversas
áreas e com diferentes finalidades no jardim. Podem ser utilizados como
elemento dominante em determinada área, na formação de cercas vivas, com
a finalidade de delimitar uma linha de vista, orientar a circulação, podendo
ainda ser utilizados isolados, em pequenos grupos, ou associados a forrações
ou outros tipos de vegetação.
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
2.3 Árvores
Constitui toda espécie vegetal lenhosa, geralmente sem bifurcações
na base do caule, com portes variados e diferentes formas de copas. Quanto
ao porte, este pode ser dividido em pequeno (até 5,0 m), médio (5,0 a 8,0 m)
e grande (acima de 8,0 m). Quanto à forma da copa, as árvores podem ser
colunar, cônica, globosa, pendente, umbeliforme.
Principais funções:
• Proteger contra ventos fortes
• Proteger contra ruídos
• Dar privacidade a determinado local
• Fornecer sombra
• Contribuir para aspectos estéticos da paisagem.
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
2.4 Palmeiras
As palmeiras pertencem à família Arecaceae (Palmae) e são espécies
de grande uso nos jardins. Apresentam a desvantagem de crescimento lento,
além da ocorrência de desprendimento das folhas quando envelhecem.
Existem quatro exemplos de modelos de arquitetura de palmeiras:
- Palmeiras monocárpicas não ramificadas;
- Palmeiras policárpicas não ramificadas;
- Palmeiras ramificadas;
- Palmeiras de caules solitários com ramificação dicotômica.
As palmeiras têm grande importância em projetos paisagísticos,
principalmente em função de sua forma e rusticidade. Podem ser cultivadas
isoladamente ou em grupos, sempre em posições dominantes no jardim.
Existe um grande número de palmeiras nativas e diversas outras
exóticas, mas bastante adaptadas ao nosso ambiente. A escolha deve
depender das características do projeto em harmonia com as características
de cada espécie.
48
49
50
51
52
53
54
55
56
2.5 Trepadeiras
Corresponde a toda espécie vegetal de caule semilenhoso ou mesmo
herbáceo, que necessita de um suporte para se desenvolver. Como seu
crescimento pode ser conduzido, as trepadeiras geralmente são utilizadas na
formação de cercas-vivas, separação de ambientes, revestimento de muros
ou paredes, formação de pérgolas, arcos e treliças.
Elas podem ser:
- Volúveis: quando se enrolam em aspiral no suporte, não possuem
outro tipo de fixação, portanto, não conseguem subir em paredes ou muros
por si só, necessitando de suportes adequados;
- Sarmentosas: Quando possuem estruturas de fixação como
gavinhas, espinhos curvos, raízes adventícias, etc. Conseguem subir em
quase todo tipo de suporte
- Cipós: Não possuem qualquer tipo de órgão de fixação e nem são
volúveis. Possuem caules rígidos, que conseguem subir vários metros sem
apoio, até que se vergam pelo próprio peso sobre algum suporte.
- Escandentes: São plantas mais arbustivas, que em locais abertos
formam arbustos, quando plantadas junto a um suporte, seus ramos se
apoiam neste e atingem vários metros de altura.
57
58
59
60
61
62
63
64
65
2.6 PLANTAS ENTOUCERANTES
Plantas entoucerantes são aquelas que se desenvolvem formando
diversos caules, com crescimento indefinido, em forma de touceira. A
propagação é geralmente feita através de divisão de mudas que são emitidas
na base da touceira.
Existem diversos exemplos de plantas pertencentes a este grupo,
com grande importância nos projetos de paisagismo.
66
67
68
69
70
71
2.7 Plantas Aquáticas
As plantas aquáticas, em função da posição em que se desenvolvem
na água, podem ser classificadas em flutuantes, emergentes e submersas.
a) Flutuantes
Não necessitam de nenhuma fixação em solo. Desenvolvem-se na
superfície da água, da qual extraem todos os nutrientes que necessitam. Os
melhores locais são os de águas calmas como lagoas, tanques, represas.
b) Emergentes
Estas plantas fixam suas raízes no solo e as folhas e caules iniciam o
desenvolvimento submersos, mas emergem para superfície, onde também
ocorre a floração.
c) Submersas
Desenvolvem-se fixas no solo, sem emergirem à superfície da água.
Na água realizam fotossíntese liberando oxigênio para os peixes.
d) Palustres
São plantas recomendadas para cultivo em solos encharcados.
72
73
74
75
2.8 Gramas
Os gramados representam quase sempre de 60 a 80% da área
ajardinada. Em geral, as espécies de grama necessitam de sol pleno ou meia-
luz para se desenvolverem bem.
Existem algumas espécies de grama disponíveis para formação de
gramado e a escolha deve ser em função do clima da região, da finalidade de
uso, da luminosidade da área, da manutenção que será destinada à área, do
sistema de irrigação disponível, do tipo de vegetação que circunda o
gramado (existem espécies mais nobres e outras menos).
76
77
2.9 Outros Grupos De Plantas
Existem algumas plantas que não se enquadram nos grupos citados
anteriormente, apesar de serem de grande importância nos projetos de
paisagismo, como, por exemplo, as BROMÉLIAS e SUCULENTAS,
constituindo então grupos especiais.
78
79
80
81
82
83
3. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRANDÃO, M. ; BRANDÃO, H. As trepadeiras e suas potencialidades. Santa Rita do Sapucaí: Ed. Dos Autores, 1996. 132p. CORREA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e exóticas cultivadas. 6v., Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura, 1026- 1975. CRAVO, A.B. Trepadeiras e cipós. São Paulo: Tecnoprint, 1980. 94p.
FERRI, M.G. Vegetação brasileira. São Paulo:Ed. Itatiaia/EDUSP, 1980. 157p. HOEHNE, F.C. Plantas aquáticas. São Paulo: Instituto de Botânica, 1948, 168p. LORENZI, H. Árvores brasileiras. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1992. 352p. LORENZI, H. Árvores brasileiras. v. 2. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1998. 352p.
LORENZI, H.; MELLO FILHO, L.E. de As plantas tropicais de Burle Max. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2001. 448 p.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. Plantas ornamentais no Brasil:arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 2 ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1999. 1088 p.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M.; MEDEIROS-COSTA, J.T.; CERQUEIRA, L.S.C.; BEHR, N.V. Palmeiras no Brasil – nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1996. 303p.
RIZZINI, C.T. Árvores e madeiras úteis do Brasil. São Paulo: Edgard Blucher, 1971. 296p
RIZZINI, C.T.; MORS, W. B. Botânica econômica brasileira. São Paulo: EPU/EDUSP, 1976. 207p