pinturas de caravaggio

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo

FINALIDADE DESTA OBRA

Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos, nem lhe gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro são unicamente para cobrir despesas com produção, transporte, impostos e revendedores. Sua satisfação consiste em contribuir para o bem da educação, uma melhor qualidade de vida para todos os homens e seres vivos, e para glorificar o único Deus Todo-Poderoso.

AUTORIZAÇÃO

O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer meios, usado e traduzido por qualquer entidade religiosa, educacional ou cultural sem prévia autorização do autor. Todos os meus livros são de domínio público.

AUTOR: Escriba de Cristo é licenciado em Ciências Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos; possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de CristoSantos; é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembleias de Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP e dois diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas Paulinas e Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo Senac de Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de eventos, evitando convívio social.

CONTATO: https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/

https://www.facebook.com/escribade.cristo

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SOLICITAÇÃO AOS LEITORES: Se você encontrar erros gramaticais ou se você fala outro idioma e puder colaborar traduzindo esta obra, em qualquer dos casos entre em contato com o autor pelo facebook.

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo

Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)

CENTRO DE EVANGELISMO UNIVERSAL

-CGC 66.504.093/0001-08

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M543 Escriba de Cristo, 1969 – Pinturas de Caravaggio Itabaiana/SE, Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2017 112 p. ; 21 cm

ISBN-13: 978-1976119095

ISBN-10: 197611909X

1. Arte 2. pinturas 3. Barroco

4. Cristianismo 4. Simbologia I - Titulo

CDD 750 CDU 75

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 – MEDUSA

2 - MADALENA ARREPENDIDA

3 - JUDITE E HOLOFERNES

4 - JOÃO BATISTA NO DESERTO

5 - GRÃO MESTRE DA ORDEM DE MALTA

6 - FRANCISCO EM EXTASE

7 – FLAGELAÇÃO

8 - ECCE HOMO

9 - DECAPITAÇÃO DE JOÃO BATISTA

10 - DAVI E GOLIAS

11 - DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS

12 – CUPIDO

13 - CRUCIFICAÇÃO DE PEDRO

14 - CONVERSÃO DE PAULO

15 - CONVERSÃO DE PAULO

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16 - CONFORMAÇÃO DE TOMÉ

17 - CIGANA LENDO A SORTE

18 - CESTO DE FRUTOS

19 - CEIA DE EMAÚS

20 - A INSPIRAÇÃO DE MATEUS

21 - OS TRAPAÇEIROS

22 - JOÃO BATISTA

23 - MARTÍRIO DE MATEUS

24 - MARTA E MARIA

25 - MADONA PELEGRINI

26 - MADONA DO ROSÁRIO

27 - MADONA COM A SERPENTE

28 - JOVEM COM CESTO DE FLORES

29 - CAPTURA DE CRISTO

30 - CABEÇA DE JOÃO BATISTA

31 – BACCO

32 – ANUNCIAÇÃO

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo

33 - ANJO ENSINANDO PEDRO A ESCREVER

34 - JOÃO BATISTA

35 - VOCAÇÃO DE MATEUS

36 - TOCADOR DE ALAÚDE

37 - O SACRIFÍCIO DE ISAQUE

38 - SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA

39 - SÃO LOURENÇO

40 - SETE ATOS DE PIEDADE

41 - SEPULTAMENTO DE CRISTO

42 - SÃO JERONIMO

43 - SÃO FRANCISCO

44 - REPOUSO NA FUGA DO EGITO

45 - OTTAVIO LEONI CARAVAGGIO

46 - OS MÚSICOS

47 – NARCISO

48 - MORTE DA VIRGEM

49 - CUPIDO DORMINDO

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo

INTRODUÇÃO

Não sou um entendido em artes, apenas um leigo. Nada entendo de estilos e detalhes como aqueles que se dedicam a apreciar obras de arte. Todavia tive o atrevimento de escrever sobre as pinturas de Caravaggio porque muitas das pinturas giravam em torno de um assunto que muito me interessa. A vida de Cristo, dos apóstolos e da Bíblia em geral. Além do tema das suas pinturas, Caravaggio também conseguiu transmitir por suas obras uma sensação estranha da luta do bem contra o mal, da luz contra as trevas, da vida contra a morte. Caravaggio era perturbado, e não tinha uma vida regrada pelos princípios cristãos, mesmo assim Caravaggio conseguiu em muitas das suas obras impactar o espectador que as contempla. A boca, os olhos, os gestos dos personagens retratados nas pinturas são chocantes, parecem que estão vivos.

Caravaggio é um expoente do estilo tenebrismo, não somente pelas cores que emprega nas suas obras de arte, abusando das sombras, mas Caravaggio tem uma fixação pela morte. Vários dos seus quadros representam o momento da morte. Isto talvez fosse algo perturbador em sua consciência.

Outra tendência que percebo nos quadros de Caravaggio é homens com feição feminina, e figuras feminina com Medusa com o rosto do próprio Caravaggio.

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Acho que ele tinha experiências homossexuais, e provavelmente com o dignitário da Igreja Católica que o sustentava.

BIOGRAFIA

Artista barroco italiano, Michelangelo adotou o nome de Caravaggio graças à região em que nasceu, a pequena aldeia lombarda de Caravaggio. Foi inscrito pelo seu pai no ateliê de Simone Peterzano, um discípulo de Ticiano. Envolvido sempre em discussões, se tornou um pintor fascinante:

"Não sou um pintor valentão como me chamam, mas sim um pintor valente. Sei pintar e imitar bem as coisas naturais." - Caravaggio

Michelangelo Merisi, mais conhecido por Caravaggio (Caravaggio, Lombardia,28 de setembro de 1573 – Porto Ercole, 1610)

Pintor italiano identificado com o período final do Renascimento e com o barroco. Sua obra, tão original quanto realista, despreza a busca da beleza ideal para retratar tipos populares. Michelangelo Merisi nasce em Caravaggio, região da Lombardia, o que origina seu

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apelido. Órfão aos 11 anos, aprende a pintar em Milão com Simone Petrazano, discípulo de Ticiano.

Transfere-se para Roma em 1593 e trabalha como assistente de diversos pintores menos experientes. Seus trabalhos chamam a atenção do cardeal Francesco del Monte, mais tarde seu principal patrocinador. Aos 24 anos pinta a igreja de San Luigi dei Franchesi e, na Capela de Contarelli, cria três cenas da vida de São Mateus, usando contrastes dramáticos de luz e sombra.

Suas obras incluem diversas peças de altar e pinturas como São Mateus, Cristo em Emmaus (1602-1603) e Morte da Virgem (1605-1606). De temperamento violento, foi preso diversas vezes. Em 1606, acusado de assassinato, foge para a Sicília e depois vai para Nápoles, onde passa a executar pinturas escuras que refletem seu estado mental.

Por volta de 1608 vai para Malta, fugido por mais dois anos. As pinturas dessa época estão entre as melhores de sua carreira. Morre na praia de Porto Ercole, na Toscana de uma febre contraída em mais um período na prisão. (21).

Dono de uma personalidade propensa ao conflito, Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) continua a provocar controvérsias mais de quatro séculos após a sua morte. De acordo com a versão mais recente sobre o seu falecimento, apresentada pelo pesquisador Vincenzo

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Pacelli, o pintor teria sido assassinado e o seu corpo, lançado ao mar por membros da Ordem de Malta, organização católica fundada nas Cruzadas. A prova estaria registrada em um documento dos arquivos secretos do Vaticano, o qual aprovara a execução do pintor italiano. O crime seria uma revanche.

Essa descoberta adiciona mais uma possível causa à morte do pintor: já se falou de malária a infecção intestinal. Ela reforça a tendência de analisar a arte de Caravaggio conforme a sua trajetória conturbada. É como se os efeitos das suas pinceladas ficassem mais claros à interpretação depois de um exame cuidadoso do seu comportamento devasso e, por vezes, criminoso. “Ele foi o perfeito outsider”, definiu Keith Christiansen, curador responsável desde 1977 pela coleção de pinturas dos velhos mestres europeus do Metropolitan Museum of Art (Nova York). (22)

1 - MEDUSA

Este quadro mostra a figura mitológica da Medusa, na gravura ela esta com a cabeça cortada. Nos detalhes podemos vê as serpentes na sua cabeça ainda vivas, e a expressão de pavor da Medusa. Este ser mitológico é do sexo feminino. As serpentes estão fazendo o papel dos cabelos.

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Esta obra foi dividida em duas versões. A primeira ficou conhecida como Murtula em homenagem ao poeta que escreveu sobre a obra Gaspare Murtola. A segunda versão é a conhecida até hoje, porém não está assinada com o nome de Caravaggio. Foi finalizada em 1597.

"Caravaggio recria a figura de Medusa, besta mitológica transformada em escoria por ofender à divindade Atena (na mitologia grega, é considerada a deusa da sabedoria, da estratégia e da guerra justa). É uma teia (estrutura laminar flexível), em forma de disco.

O quadro CABEÇA DE MEDUSA mostra uma cabeça de mulher com os cabelos arrepiados, sangue brotando do pescoço. Muitos críticos de arte foram duramente feridos em sua sensibilidade por esta obra, a que é considerada a mais sangrenta de Caravaggio.

"A obra é o escudo espelhado, côncavo, no qual Medusa vê a sua própria imagem; é arte direta, despida de adereços, adornos,

anexos e redundâncias. A obra é o escudo espelhado que reflete Medusa observando a própria morte no exato instante da sua ocorrência. O que ela vê é o próprio olhar horrorizado ao contemplar-se a si mesma, ao ver-se petrificar. Vê, tal como nós, o seu estertor de morte; a sua cabeça solta esguichando sangue ao golpe da espada de Perseu.

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A imagem da própria cabeça é a imagem cristalizada do momento da própria morte na superfície côncava do escudo (é, à sua maneira, uma fotografia com tudo o que de morte a fotografia encerra, pois capta um momento único e irrepetível no espaço e no tempo"

Pode-se perceber a genialidade no jogo psicológico deste objeto-pintura que reside num fator perturbante – a representação do reflexo de Medusa no escudo é um autorretrato de Caravaggio travestido de Medusa. A representação que o artista nos dá a ver de si próprio é a representação máxima do horror, da definitiva e absoluta vertigem do momento da morte. Representou no espelho, no escudo côncavo de Perseu, a imagem que viu de si no espelho real imaginando-se a morrer como Medusa. Esta obra é, por isso, um duplo espelho, real e mitológico. Esta duplicidade atravessa, aliás, toda a obra do artista que sempre usou para as suas composições pictóricas pessoas comuns, o “homem da rua” como modelo das personagens bíblicas e mitológicas." (4)

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2 - MADALENA ARREPENDIDA

36 E rogou-lhe um dos fariseus que comesse com ele; e, entrando em casa do fariseu, assentou-se à mesa. 37 E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; 38 E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento.(Lucas 7.36-38)

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Caravaggio entrou para a história da arte como um artista que expressa as pinturas religiosas, principalmente as cenas bíblicas. Nas pinturas. Caravaggio faz salientar que o arrependimento de Madalena se caracterizou por ela abandonar o uso de joias e enfeites. Madalena arrependida também não usa mais maquiagem para atrair e seduzir os homens.

«...uma mulher da cidade, pecadora...» A cidade não é identificada, e se têm feito muitas conjecturas a respeito. Alguns têm pensado em Jerusalém, porém, é mais provável que Lucas tivesse Cafarnaum em mente. A palavra «pecadora», neste caso, é o termo comum, que indica alguém entregue ao pecado, praticante do pecado ou de algum vício, palavra essa que pode ser do gênero masculino ou feminino. Mui provavelmente, o sentido aqui tencionado é que a mulher era uma prostituta. Pela história, ficamos sabendo que uma refeição particular, na Palestina, podia assumir a aparência de um entretenimento público, não sendo extraordinário a presença de hóspedes não convidados. Assim sendo, os hóspedes não convidados podiam movimentar-se em torno da mesa do banquete, e isso não excitaria qualquer comentário e nem era julgado como algo incomum. (Ver Luc. 14:2 e Marc. 2:16). Muito se tem escrito com respeito à identidade dessa mulher. Geralmente se acredita que a mulher era Maria Madalena, o que fica demonstrado no termo popular, «madalenas», para indicar as prostitutas

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penitentes. Em realidade, não há qualquer confirmação bíblica que 0 comprove. Os primeiros pais da igreja fizeram silêncio quanto à sua identificação. Orígenes discutiu a possibilidade de ter sido Maria Madalena, e a rejeitou. Ambrôsio, Jerônimo e Agostinho mostram-se duvidosos quanto a essa identificação, e realmente não dão apoio sólido à idéia. Mas a identificação de Maria Madalena com a prostituta desta história evidentemente ganhou autoridade e aceitação por meio da autoridade de Gregário o Grande (Papa, 600 D.C.). A seleção desta narrativa, para a festa de St1 Maria Madalena, deu-lhe a sanção da igreja ocidental. Essa festa foi eliminaria do calendário do Livro de Orações, em 1552 (na igreja anglicana), o que mostra que os reformadores hesitaram em sancionar tal identificação, ainda que não a tivessem rejeitado de todo. Pela passagem de Luc. 8:3 sabemos que Maria Madalena fora possuída por demônios, tendo recebido a ministração especial de Jesus; e nesse trecho ela parece ser apresentada como uma nora personagem, na narrativa dos evangelhos. Isso contribuiria contra a sua identificação com a mulher deste capítulo. Não obstante, a possessão demoníaca seria coerente com a prostituição (20)

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3 - JUDITE E HOLOFERNES

Caravaggio retrata neste quadro um episódio da história de Israel, em que Judite mata Holofernes. Destaca-se a coragem de uma mulher de matar um homem para defender a nação de Israel de seu inimigo. Caravaggio mostra nesta imagem a Judite agindo friamente.

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"Judite e Holofernes",1600. É precisamente este último quadro que aqui surge. É um óleo sobre tela, tem 145x195, e nele Caravaggio retrata um tema que também foi abordado por outros pintores nomeadamente Artemisia Gentileschi e Cristofano Allori.Neste dramático quadro, Caravaggio mostra Judite perpetrando o terrível feito que libertou o seu povo dos torcionários. Segundo reza a história, Judite foi convidada para a tenda de Holofernes e encorajou-o a beber até à embriaguez, durante uma refeição. Cortou-lhe então a cabeça com a sua própria espada e levou-a para a cidade, onde a exibiu ao seu povo. Na versão de Caravaggio, Judite aparece de surpresa à direita do quadro, acompanhada pela sua aia e então decapita o inimigo; a luz destaca os pormenores macabros. A magnífica cortina escarlate que cai sobre essa cena simboliza quer a natureza sangrenta da morte, quer o triunfo da heroína. As figuras de Judite e da velha criada são muito realistas. .A cara de Judite e as mãos estão queimadas pelo trabalho ao sol, enquanto a pele do seu corpo, ativo e muito poderoso, é pálido. Os traços e as mãos gastas da velha aia são impressionantes. Ela segura um saco onde Judite colocará a cabeça de Holofenes, O rosto de ambas revela determinação, havendo um ligeiro asco no rosto de Judite. Por sua vez Holofernes apanhado na surpresa da morte esboça um último grito. O sangue que espirra sobra a cama é impressionante, como impressionante é todo essa obra

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magnifica, que pode ser vista na Galleria Nazionale d'Arte Antica em Roma. (11)

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4 - JOÃO BATISTA NO DESERTO

4 E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre. (Mateus 3.4)

Nesta gravura de João Batista acho que Caravaggio não expressou bem. Primeiro as roupas de João são descritas como pelo de camelo e não estas longas roupas de púrpura. Em segundo lugar o povo judaico e do Oriente Médio usavam barbas naturais e não raspavam como se vê na gravura.

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5 - GRÃO MESTRE DA ORDEM DE MALTA

Alof de Wignacourt, de 1608. Retrato do Grão-Mestre da Ordem de Malta, está hoje no Museu do Louvre, em Paris (Foto: Reprodução/VEJA)

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6 - FRANCISCO EM EXTASE

São Francisco de Assis em Êxtase (ou O Êxtase de São Francisco) é um pintura do mestre do barroco italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio. Encontra-se no Wadsworth Atheneum em Hartford, Connecticut.

A pintura foi a primeira das telas de Caravaggio com tema religioso, e acredita-se que seja de 1595, época em que o artista havia recentemente entrado para a casa do cardeal Francesco Maria Del Monte. Presume-se que foi pintada a mando de Del Monte, e que é uma das primeiras telas feitas por Caravaggio como um "pintor de Del Monte", como, acredita-se, ele intitulou a si mesmo durante os próximos anos em que viveu no Palazzo Madama. A pintura mostra São Francisco de Assis no momento de receber os sinais dos estigmas, as feridas deixadas no corpo de Cristo pela crucificação. A história é contada por um dos discípulos de Francisco, Irmão Leo. Em 1224, Francisco retirou-se para o deserto com um pequeno número de seus seguidores para contemplar Deus. Na encosta da montanha, durante a noite, o irmão Leo viu um serafim de seis asas (uma das ordens de anjos mais elevadas) descer até Francisco em resposta à oração dele para que ele pudesse sentir tanto o sofrimento de Cristo quanto seu amor:

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De repente havia uma luz deslumbrante. Era como se os céus estivessem explodindo e espalhando adiante toda sua glória em milhões de cachoeiras de cores e estrelas. E no centro desse turbilhão estava um núcleo de luz ofuscante que brilhava das profundezas do céu com uma velocidade aterrorizante até que subitamente parou, imóvel e sagrada, acima de uma rocha pontiaguda na frente de Francisco. Era uma figura de fogo com asas, pregada a uma cruz de fogo. Duas asas flamejantes erguiam-se à frente, duas outras abriam horizontalmente, e mais duas cobriam a figura. E as feridas nas mãos e nos pés e no coração eram raios de sangue resplandecentes. As características cintilante do Ser tinham uma expressão de beleza sobrenatural e tristeza. Era a face de Jesus, e Jesus falou. Então, de repente correntes de fogo e sangue lançaram-se de Suas feridas e perfuraram as mãos e pés de Francisco com pregos e seu coração com o golpe de uma lança. Conforme Francisco soltou um poderoso grito de alegria e de dor, a imagem de fogo gravou a Si mesma em seu corpo, como um reflexo espelhado de Si, com todo Seu amor, Sua beleza, e Sua tristeza. E desapareceu dentro dele. Outro grito rasgou o ar. Então, com pregos e feridas por todo seu corpo, e com sua alma e espírito em chamas, Francisco caiu, inconsciente, em seu sangue.

A pintura de Caravaggio é menos dramática que o relato dado por Leo — o serafim de seis asas é

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substituído por um anjo de duas asas, e não há nenhum confronto violento descrito por Leo — sem correntes de fogo, sem poças de sangue, sem gritos ou imagens flamejantes de Cristo. Apenas o anjo de aparência suave, parecendo muito maior que o santo inconsciente, e os companheiros de Francisco a média distância, quase invisíveis na escuridão.

Este tem sido um tema popular desde o século XIII: Giotto di Bondone o retratou por volta de 1290, e Giovanni Bellini pintou uma famosa versão por volta de 1480-85. A versão de Caravaggio é muito mais intimista e marca uma mudança brusca: o santo, que tem as características de Del Monte, parece deixar-se cair para trás nos braços de um rapaz (que tem uma semelhança marcante com o rapaz da pintura “Rapaz Descascando Fruta” e com o “Cupido alado” e em “Os Músicos”, e ainda mais com o rapaz sendo enganado em “Os Trapaceiros”. Há muito pouco para indicar o tema além do hábito franciscano do santo — nenhum sinal dos estigmas, do sangue ou do serafim terrível. No entanto, a atmosfera permanece genuinamente espiritual, as duas figuras iluminadas por um esplendor sublime sobrenatural na escura paisagem noturna onde vislumbres estranhos cintilam no horizonte. A cena é, ao mesmo tempo, real e irreal. Del Monte manteve a pintura consigo até o fim de sua vida, e muitas cópias entraram em circulação e foram grandemente valorizadas. (12)

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7 - FLAGELAÇÃO

26 Então soltou-lhes Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado. 27 E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda a corte. 28 E, despindo-o, o cobriram com uma capa de escarlate; 29 E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mão direita uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus. 30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça. (Mateu 27.26-30)

Nesta grauvra vemos Cristo sendo torturado pelos seus algozes. A tonalidade escura é uma caracteristica das pinturas de Caravaggio. Perceba o jogo de luzes nas pinturas de Caravaggio. Todos os rostos só estão visíveis a metade, a outra é uma face oculta.

O que mais me encanta em suas telas é a maneira como ele trabalha a luz e a sombra, o visível e o oculto. A tela "Flagelação", obra encomendada para a Capela de San Domenico Maggiore, é um dos mais belos exemplos de sua técnica. Observe que o corpo de Cristo está no centro, bem iluminado. Seus verdugos, nas lateais, recebem menos luz; são fortes; tem semblante pesado. Na mais completa escuridão trabalham suas mãos. Não sabemos o que causam o sofrimento do

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Cristo. O corpo visível é castigado por mãos que trabalham em oculto. Magnífico! (16)

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8 - ECCE HOMO

Nesta gravura vemos um homem barbudo, parece um príncipe do povo judeu (mas é Pôncio Pilatos) apresentando Jesus como um rei flagelado, com uma túnica púrpura sendo colocado nos seus lombos, uma coroa de espinho na cabeça e um cetro de cana em sua mão.

Este é provavelmente um quadro mencionado por Giambattista Cardi, o sobrinho do pintor florentino Cigoli, que relatou como o Cardeal Massimi encomendou versões de Ecce Homo de três pintores diferentes, Caravaggio, Cigoli e Passignano. Ele aparentemente não informou nenhum dos artistas que eles estavam participando de uma competição não declarada. Cardi também relatou que Massimi gostou da pintura de Cigoli. A manipulação mais frouxa da imagem de Caravaggio é típica do seu período romano tardio e é particularmente expressiva no caso das mãos de Pilatos. A aparência inacabada das orelhas é também uma característica que se torna mais pronunciada no trabalho de Caravaggio a partir desta época. A interpretação de Caravaggio sobre o assunto está próxima da história contada em João capítulo 19, mas ele elidiu dois incidentes separados, Cristo despido, que imediatamente seguiu a coroação com espinhos, e a cena ligeiramente posterior quando Pilatos mostrou Cristo à multidão com a Palavras famosas

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"Eis o homem!" A pungência da situação é, assim, acentuada pela presença do soldado desdenhoso e sádico - a figura frágil mas obstinada de Jesus traída por uma aliança de força bruta e prevaricação intelectual. A contemporaneidade da imagem é enfatizada pelo traje padrão oficial ou acadêmico usado por Pilatos e pelo fato de que a cena é decretada em uma varanda. (13)

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9 - DECAPITAÇÃO DE JOÃO BATISTA

Outro detalhe que observo nas pinturas de Caravaggio é que muitos dos seus personagens estão semi-nus. Tudo em Caravaggio é pela metade, talvés revelando sua personalidade, parte dela dedicada a luz e parte a sombra.

A Decapitação de João Batista ou Decapitação de São João Batista é uma pintura a óleo do pintor italiano Caravaggio, realizada em 1608. A pintura, criada quando Caravaggio estava sob a proteção dos Cavaleiros de Malta, é considerada a obra-prima do pintor e "uma das obras mais importantes da pintura ocidental".[1]

A obra retrata a execução de João Batista, onde próximo a ele se encontra Salomé com a bandeja de ouro que se prepara para receber a sua cabeça. Outra mulher, que foi identificada como sendo Herodias ou apenas um assistente que ali entende o erro da execução,[2][3] encontra-se em estado de choque, enquanto um carcereiro comente o ato e o carrasco inflige com a sua adaga o pescoço da vítima terminando por decapitá-la. A cena, bastante popular dos artístas italianos assim como do próprio Caravaggio, não foi inspirada directamente da Bíblia, mas antes de um conto relacionado com a Lenda Dourada.[4]

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Trata-se da única obra de Caravaggio por ele assinada, cuja subscrição foi colocada no sangue derramado da garganta de Batista.[5] Existe um considerável espaço vazio na imagem, e pelas grandes dimensões da tela, as figuras configurma um tamanho próximo ao natural.[6]

De acordo com John Varriano em Caravaggio: the Art of Realism (2006), Caravaggio desenhou o fundo da sua obra com base na representação de uma prisão alicercada no código penal dos Cavaleiros de Malta. (5)

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10 - DAVI E GOLIAS

A cena de Davi decapitando Golias, de João Batista sendo decapitado, Judite degolando Holofernes, tudo isso pode indicar que o artista tinha uma fixação pela morte.

"Davi e Golias" óleo sobre tela, 1599-600, 110x91 cm. Museo del Prado, Madrid

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11 - DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS

Davi é representando como um rapaz tão jovem que nem barba ainda possuia. Como era costume dos judeus. Os olhos aberto de uma pessoa morta, sempre causa um terror ao espectador.

A imagem representa o clímax da luta bíblica entre Davi, um pastor israelita, e Golias, um gigante filisteu. Davi matou Golias com uma funda e cortou sua cabeça com a espada do próprio gigante.

O uso dramático da luz e da sombra na pintura impressiona e Caravaggio usa uma técnica conhecida como Claro-escuro, na qual a luz brilhante cria um forte contraste com a sombra escura, causando um efeito teatral na cena.

O pastor parece ter avançado para a luz de um holofote que também ilumina uma parte da cabeça cortada do gigante e reluz na lâmina da espada. As áreas muito iluminadas destacam os rostos das figuras e aumentam o aspecto humano do relato bíblico.

O jovem Davi tem as feições de um jovem das ruas de Nápoles, já que Caravaggio preferia que seus personagens parecessem reais. Já a cabeça de Golias é um autorretrato. O pintor queria obter o perdão papal após ter matado um homem em uma briga e a pintura tem sido

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interpretada como um oferecimento de sua cabeça pintada no lugar da real.

2 DETALHES DE DAVI COM A CABEÇA DE GOLIAS SE DESTACAM:

1. DAVI:

Um dos lados do rosto do jovem pastor é iluminado sob uma fonte de luz brilhante, e o outro lado está em profunda escuridão. A luz revela no rosto de Davi uma expressão pungente. Ele parece mais resignado que jubiloso.

2. GOLIAS:

Embora a cabeça do gigante tenha sido cortada e esteja escorrendo sangue, como num filme de terror, ainda parece viva. A testa está franzida, representando dor, e Golias parece arquejar enquanto seu olho esquero olha diretamente para o observador. (17)

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12 - CUPIDO

Uma visão mitológica de Caravaggio sobre um deus pagão que podia levar as pessoas a se apaixonarem. As flechas na mão são os dardos da paixão. Um anjo nu e com orgãos sexuais masculino. Não condiz com a visão bíblica sobre anjos do bem, mas sim com demônios que enfeitiçam as pessoas com paixões cegas que as levam a ruína.

Esta obra-prima mitológica barroco intitulada, Amor vitorioso é feita pelo pintor famoso, Caravaggio usando o óleo em canvas em 1602.

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13 - CRUCIFICAÇÃO DE PEDRO

Pedro foi morto crucificado de cabeça para baixo, segundo o livro História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia. Este fato teria ocorrido em Roma. Coencidentemente Pedro e Paulo morreram em Roma, os dois maiores apóstolos do cristianismo, só perdendo em importância no Novo Testamento para a figura do próprio salvador.

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14 - CONVERSÃO DE PAULO

O texto bíblico de Atos nove que trata da conversão de Paulo, nada se refere que Paulo tenha caido do cavalo. Mas supunha-se que esta viagem até Damasco tenha sido realizado na montaria de um equino.

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15 - CONVERSÃO DE PAULO

Nesta pintura o apóstolo Paulo aparece mais velho do que na gravura anterior. Maisuma vez Caravaggio abusa do nudismo dos personagens.

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16 - CONFORMAÇÃO DE TOMÉ

Tomé não acreditou quando os demais apóstolos testemunharam da ressurreição de Jesus. Segundo as Escrituras, quando Jesus apareceu a todos os apóstolos, o Senhor fez questão de mostrar os sinais na sua carne da crucificação. A gravura de Caravaggio é forte, Jesus pega a mão de Tomé e a guia até a ferida da lança na costela.

25 Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. 26 E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. 27 Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. 28 E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. (João 20.25-29)

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17 - CIGANA LENDO A SORTE

Pintura finalizada em 1594. Retrata uma cigana lendo a mão de um jovem bem vestido. Mas, se olhar com mais detalhe, o anel usado por ele é roubado pela mulher enquanto ambos se olham e conversam. A Fortune Teller, a Leitora da Fortuna, por Caravaggio (1594-1595; Louvre), descrevendo uma leitura da palma da mão.

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18 - CESTO DE FRUTOS

Esta é uma das poucas pinturas de Caravaggio que não tinha cunho religioso. "Cesta de frutas" óleo sobre tela, c 1596, 46x64 cm Biblioteca Ambrosiana, Milão.

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19 - CEIA DE EMAÚS

Nesta pintura vejo dois erros de conceito. Primeiro Jesus sem barba, não fazia sentido retratar Jesus sem barba, contrariando a tradição judaica, e até o conceito divino que Deus fez o homem com barba. Segundo, um dos discípulos está com um zipar na cabeça. Costume que só foi adotado pelos judeus depois do sexto século.

A pintura é também o expoente da técnica por Caravaggio concebida, o tenebrismo, a qual consiste na aplicação de um fundo escuro, muitas vezes completamente negro, e incidência de focos de luz sobre os detalhes, normalmente nos rostos.[1]

A cena desenrola-se numa modesta casa em Emaús, onde se encontram os discípulos. Reflete o instante no qual Jesus abençoa a refeição,[1] revelando-se aos seus interlocutores e que retribuem com expressões de espanto ou choque. Embora Jesus conste no centro da ação ,alvo da atenção é espanto dos três companheiros (18)

13 E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.

14 E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.

15 E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo16 Mas os olhos deles estavam como que fechados, para

que o não conhecessem.

17 E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?

18 E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?

19 E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;

20 E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram.

21 E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.

22 É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro;

23 E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive.

24 E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram.

25 E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!

26 Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo27 E, começando por Moisés, e por todos os profetas,

explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.

28 E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.

29 E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.

30 E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.

31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes. (Lucas 24.13-31)

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20 - A INSPIRAÇÃO DE MATEUS

Nesta pintura de Caravaggio, vemos um ser em forma de um jovem falando algo ao apóstolo Mateus, induzindo-o na elaboração do livro biográfico sobre Jesus. Outro erro na gravura é que Mateus está escrevendo em uma espécie de livro ou caderno, quando naquela época não havia códex assim.

As duas versões de Mateus e o Anjo. A primeira versão foi recusada pela representação do apóstolo e do anjo ser considerada muito vulgar, fora do decoro teológico, pois os personagens se apresentam muito reais, e a cena sugere que Mateus é um homem rústico e iletrado, como se o anjo guiasse a escrita do texto revelado ao simplório homem. A obra original foi destruída em 1945, na queda de Berlim, quando da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial. Anteriormente estava no Kaiser-Friedrich-Museum, Gemäldegalerie. Há apenas registros desta obra em fotografias em livros do início do século XX. Na segunda versão, o anjo recuou e, em lugar de segurar familiarmente na mão do apóstolo para guiá-la, apenas gesticula. Mateus, por sua vez, é representado com traços mais gentis, é dotado de certa nobreza, e até mesmo ganha uma auréola, signo de sua santidade. Contudo Caravaggio foi ainda criticado por "não saber" representar anjos a voar e por pintá-los como "acrobatas" (19)

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21 - OS TRAPAÇEIROS

Caravaggio tinha um vida desregrada. Apesar de ser um pintor com inspiração para temas religiosos, sua vida era de boêmio, e frequentava tabernas onde se bebia, se prostituia e se jogava.

Pode-se observar na obra a técnica característica de Caravaggio, que envolve fazer fundos escuros e usar a luminosidade nos personagens centrais da pintura. No caso, são dois jogadores de cartas, observados por um homem mais velho que incentiva o jogador da esquerda a trapacear no jogo, pois ele está tirando uma carta do cinto.

No canto esquerdo da pintura está uma pilha de moedas. Logo, o intuito da obra é condenar as pessoas viciadas em jogos, que estão dispostas a fazer qualquer coisa para ganhar o prêmio. A obra é extremamente detalhada, sendo que Caravaggio dedicou o seu tempo desde a mesa dos jogadores até as suas roupas.

Os Jogadores é uma pintura de dimensões 99 cm x 107 cm, feita por Caravaggio em 1594. A técnica utilizada foi o óleo sobre tela. (23)

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22 - JOÃO BATISTA

Não sei porquê de Caravaggio gostava de pintar homens com feiçoes delicadas e sem barba, quando deveria saber que este não era o perfil dos judeus nos tempos bíiblicos. Carvaggio explora muito o nu masculino. Isso leva a supor até que ele tivesse tendências homossexuais. Essa admiração exagerada ao nu masculino é suspeitíssima.

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23 - MARTÍRIO DE MATEUS

Como já falei outras vezes, a personalidade de Caravaggio era muito conturbada. Ele abusa de cenas de martírio e morte. Desta vez ele retrata a morte do apóstolo Mateus. Este episódio não é bíblico, porque não consta nas Escrituras sobre a morte de Pedro, mas é uma história descrita no livro do historiador e bispo de Cesareia, Eusébio, na famosa obra “História Eclesiástica”.

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24 - MARTA E MARIA

Uma delas está olhando para cima, como se interessando por coisas do alto. Enquanto a outra esta olhando para baixo, usando uma blusa com decotes, com o braço apoiado em um espelho e um pente a sua frente. Uma buscando o mudo espiritual. A outra focada nas vaidades deste mundo.

38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;

39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.

40 Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.

41 E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;

42 E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10. 38-42)

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25 - MADONA PELEGRINI

Na imagem de Maria podemos vê uma auréola e sua cabeça. Símbolo ou sinal de santidade. Todavia não vemos o mesmo em Jesus... estranho... A doutrina católica tem como personagem central Maria. É como se um presidente do país fosse renegado a segundo plano, enquanto a mídia e os meios de comunicação apenas se importassem em falar sobre a proeza da mãe dele por tê-lo gerado...

Madona de Loreto ou Madona dos Peregrinos é uma famosa pintura do mestre barroco italiano Caravaggio (1604-6) abrigada atualmente na Capela Cavalletti da igreja de Sant'Agostino, perto da Piazza Navona, em Roma[1]. Nela, a Virgem Maria descalça e uma criança nua aparecem a dois mendigos em peregrinação; ou, como defendem alguns, seria uma representação de uma importante estátua da Virgem.

História

Em 1603, os herdeiros do marquês Ermete Cavalletti, que havia morrido em 21 de julho de 1602, encomendou para a decoração da capela uma pintura com o tema de Nossa Senhora de Loreto. Para atender um pedido no testamento do marquês, os Cavaletti

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compraram, em 4 de setembro de 1603, uma capela na igreja de Sant'Agostino em Roma.

Giovanni Baglione, outro competidor pela encomenda de menor talento, conseguiu que Caravaggio fosse preso durante um julgamento de difamação, afirmou que quando a pintura foi revelada, "fez com que o povo comum fizesse um grande burburinho ('schiamazzo') sobre ela". O furor era de se esperar. A Virgem Maria, assim como os peregrinos que a admiravam, estavam descalços. A porta ou o nicho não é uma gloriosa nuvem, mas parte de uma parede caindo aos pedaços. Apenas uma simples auréola santifica Maria e o bebê, que está nu. Apesar de bela, Maria poderia ser qualquer mulher saindo das sombras. Como muitas das pinturas de Caravaggio em Roma, como a "Conversão no Caminho para Damasco" ou "Chamado de Mateus", a cena é um momento da vida de um homem ou mulher comum na qual se encontra o divino, cuja aparição também não é diferente do homem ou da mulher comum. A mulher que modelou Maria parece ser a mesma que está na tela na Galleria Borghese, Madona e o Menino com Santa Ana (Dei Palafrenieri) (1605). (2)

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26 - MADONA DO ROSÁRIO

Mais uma vez a fantasia católica que fomentava a mariolatria nos dias de Caravaggio, como ainda vemos até os nossos dias. Maria é o centro desta

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pintura e Jesus é apenas um figurante, um boneco no colo de Maria...

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27 - MADONA COM A SERPENTE

A doutrina herética da Igreja Católica ensina que Maria pisou na cabeça da serpente, como vemos na cena retratada por Caravaggio. Mas em Gênesis 3.15 a Bíblia diz que quem iria pisar na cabeça de Satanás seria a semente de Eva,

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28 - JOVEM COM CESTO DE FLORES

Mais uma vez Caravaggio retrata um homem com traços delicados, femininos. Isso gera suspeita sobre a masculinidade do pintor. É sabido que na história da igreja, muitos padres adotavam coroinhas ou jovens para serem por eles “instruídos”, e que na verdade era para serem abusados sexualmente. Para serem mesmos a “mulher do padre.” Ou em muitos casos, os padres eram quem faziam o papel de mulher e parece que Caravaggio era o homem do seu mantenedor que provavelmente encomendava estes quadros recomendando estes detalhes na gravura... Mais uma figura masculina com traços femininos.

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29 - CAPTURA DE CRISTO

Mais uma vez, Caravaggio retrata os tempos de Cristo com elementos contemporâneo a ele. É o caso destes soldados com elmos e armaduras, indumentárias da Idade Média.

Esta pintura foi finalizada em 1602 e retrata o momento da prisão de Cristo pelos guardas na hora em que Judas, seu discípulo, o trai com um beijo. No quadro há sete pessoas: João, Jesus, Judas, dois soldados, um autorretrato de Caravaggio e mais um soldado.

47 E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela, e chegou-se a Jesus para o beijar.

48 E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?

49 E, vendo os que estavam com ele o que ia suceder, disseram-lhe: SENHOR, feriremos à espada?

50 E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita.

51 E, respondendo Jesus, disse: Deixai-os; basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou.

52 E disse Jesus aos principais dos sacerdotes, e capitães do templo, e anciãos, que tinham ido contra ele: Saístes, como a um salteador, com espadas e varapaus?

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo53 Tenho estado todos os dias convosco no templo, e não

estendestes as mãos contra mim, mas esta é a vossa hora e o poder das trevas.

54 Então, prendendo-o, o levaram, e o puseram em casa do sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe. (Lucas 22.47-54)

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30 - CABEÇA DE JOÃO BATISTA

Na pintura da cabeça de João Batista em um prato vemos três figuras. O executor com uma mão na espada e a outra segurando a cabeça de João. A filha de Herodias que segura a bandeja para entregar a sua mãe. Caravaggio a retrata com o rosto virado, evitando ver a cena horripilante. Atrás dela, sua mãe, a verdadeira autora do pedido para que João fosse decapitado.

6 Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes.

7 Por isso prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse;

8 E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João o Batista.

9 E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento, e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse.

10 E mandou degolar João no cárcere.

11 E a sua cabeça foi trazida num prato, e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. (Mateus 14.6-11)

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31 - BACCO

Concluída em 1610, esta obra retrata um jovem rodeado de folhas e frutas. Foi pintada logo após Caravaggio ter se afiliado à casa de seu patrono, o cardeal Del Monte. Segundo alguns ela reflete os interesses humanistas de instrução do cardeal. Mas para mim tem algo de homossexual. O que eu acho mesmo é que Caravaggio devia ser o amante sexual do cardeal. Muitos padres na história pegavam um “menino para cuidar”, e na verdade era para satisfaze-los sexualmente. Acho que Caravaggio se prestou a isso.

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32 - ANUNCIAÇÃO

Pintura de Caravaggio que retrata a visita do arcanjo Gabriel a Maria anunciando que ela seria a mãe do Salvador do mundo, que Deus e manifestaria entre os homens nascido do corpo de uma mulher. Esta mulher foi Maria.

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo26 E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a

uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28 E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. 29 E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. 30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. 31 E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. 32 Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. 34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? 35 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. 36 E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; 37 Porque para Deus nada é impossível. 38 Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela. (Lucas 1.26-38)

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33 - ANJO ENSINANDO PEDRO A ESCREVER

Nesta pintura Pedro é apresentando como um homem rústico como de fato a Bíblia assim o apresenta. Pedro é representado com um corpo atlético não devido a frequentar academia, mas pelo dia a dia no trabalho pesado. As mãos de Pedro são orientadas pelo anjo para escrever suas cartas apostólicas. Não há referência bíblica ou histórica que isto tenha ocorrido.

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34 - JOÃO BATISTA

Nesta pintura de Caravaggio chamada Juventude, o menino é geralmente referido como sendo João Batista. Mas a dificuldade é que este jovem não é aceitável como uma figura cristã sagrada. Ele não é andrógino, como o Baco, mas é quase tão desafiador e ainda mais abertamente erótico. Basta imaginar que substituir o carneiro por um homem idoso para tomar consciência da indecência potencial da imagem. Este quadro é homossexual, representa para mim Caravaggio com o Cardeal del Monte. Mas o carneiro também pode simbolizar a lascívia, e a pose extraordinária do menino, meio reclinada com as pernas espalhadas à espera de suas atenções, sua expressão facial discretamente velada na sombra mas sorridente, as carícias dadas a seu corpo tão amorosamente pela luz Este quadro pode ter sido aceito como João Batista, mas é uma pequena provocação pagã, não contaminada pelo sentimento cristão. Quando Caravaggio pintou a tela definitivamente não estava pensando em João Batista, mas em uma cena promíscua de homossexualismo. (14)

24 Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; 25 Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. 26 Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.

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Pinturas de Caravaggio – Escriba de Cristo27 E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;

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35 - VOCAÇÃO DE MATEUS

Concluída por volta de 1600, esta obra foi feita para a Capela Contarelli, em Roma. A pintura encena o Evangelho de Mateus (9:9) - "Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu."

A Vocação de Mateus, também conhecida como O Chamado de Mateus é uma pintura a óleo sobre tela feita pelo pintor italiano Michelangelo Merisi, conhecido no mundo inteiro como Caravaggio, em torno ao ano de 1599.

A obra faz parte de um grupo de três pinturas do mesmo autor para a capela do Cardeal Matteo Contarelli na Igreja de São Luís dos Franceses (em italiano San Luigi dei Francesi), localizada em Roma.

A pintura representa o episódio evangélico (Mateus 9:9-13, Marcos 2:13-17 e Lucas 5:27-28) e retrata o primeiro encontro entre Jesus e Mateus, um coletor de impostos que abandona o emprego para seguir Jesus.

A cena se passa em local pouco iluminado, onde a luz fraca é proveniente de uma janela. Mateus está sentado em uma mesa com outros quatro coletores de impostos que estão a contar o dinheiro. Todos estão

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vestidos com roupas modernas, como aquelas em uso na época de Caravaggio; é uma das primeiras vezes que foi representado um evento sagrado no presente e com grande realismo.

Detalhe Jesus e Pedro

À direita duas figuras interrompem a cena: elas são Cristo e Pedro. Um feixe de luz ilumina os rostos, mãos e partes do vestuário, deixando o resto na escuridão. Jesus, com um gesto imperioso da mão estendida, mostra Mateus, o qual com o dedo apontado para si mesmo, surpreso parece perguntar a Cristo: "Estais me chamando? Eu mesmo?"

Reparem como a mão estendida de Cristo lembra muito a mão feita por Michelangelo na Capela Sistina. Certamente Caravaggio teve muitas oportunidades de ver e estudar a obra de Michelangelo.

Os dois mais jovens, também coletores de impostos, se voltam para Cristo, mas parecem não compreender a magnitude do evento. Outros nem sequer levantam a cabeça e continuam a contar o dinheiro.

A Vocação de Mateus marca um ponto de virada na forma como Caravaggio ilumina suas obras: nos quadros anteriores, a sua pintura ainda é "clara", as imagens são nítidas, sem contrastes, a luz é mais generalizada.

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A partir deste momento, a iluminação da cena torna-se direcional: a luz perfura a escuridão a partir de diferentes ângulos com uma violenta intensidade dramática. A obra ganha vida e movimento por causa da luz e os personagens se movimentam como se fossem atores em cima de um palco.

A luz, na Vocação de Mateus é o símbolo da Graça Divina que afeta todos os homens: Mateus, no entanto, é o único a atender o chamado de Jesus. Ele é a transposição pictórica do conceito do livre-arbítrio: Cada homem pode optar por seguir ou não o caminho da salvação. A obra foi restaurada em 1939 e depois em 1965. As radiografias feitas durante a restauração revelam que a figura de Pedro foi adicionado em uma data posterior. (10)

Esta gravura de fato me deixa extasiado. Um homem sendo chamado por Deus para realizar sua obra na terra.

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36 - TOCADOR DE ALAÚDE

Nesta pintura de Caravaggio vejo mais elementos feminilizados, um homem com traços femininos, enfeite na cabeça, lábios avermelhados, flores etc.

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37 - O SACRIFÍCIO DE ISAQUE

Ao lado de Michelangelo, Caravaggio foi o maior pintor da história. O italiano que nasceu em Milano e morreu jovem, aos trinta e nove anos, também na Itália, foi um dos definidores do estilo barroco, suas obras evocam a escurão e as imagens mais focadas com feixes de luzes. O Sacrifício de Isaac é na realidade dividido em duas partes, uma intitulada Abraão e o Sacrifício de Seu Filho Isaac foi realizada em 1598, mostra um lado mais sombrio da história de fé que Abraão teve que provar à Deus (sacrificando seu filho Isaac), aqui apenas o rosto do anjo é mostrado. Outra parte, ou mais precisamente outra pintura de um mesmo tema, chamada apenas Sacrifício de Isaac (e a considerada nesta lista) enfatiza mais os rostos de todos os envolvidos, seja Abraão claramente desorientado no ato, assim como o anjo que guia e segura a mão do pai em seu sacrifício, e Isaac aqui se demonstra desesperado em enxergar sua morte, mas Caravaggio representa o filho como um outro anjo em cena. O pintor também deixa um animal em cena para explicitar a troca de papeis nesta questão, assim como o anjo que aponta para uma direção contrária ao de Isaac. A obra foi feita para o cardeal Maffeo Barberini que depois se tornaria o Papa Urbano VIII, cardeal este que foi o grande incentivador para que Caravaggio terminasse a obra e principalmente realizasse uma segunda versão de sua obra (que é claramente superior ao original), pagando

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ao pintor durante seus oito meses de trabalho (de maio de 1603 até janeiro do ano seguinte). O pintor italiano pintaria outras grandes obras bíblicas, como Cúpido e Emmaus, mas nenhuma com o poder transmitido por Sacrifício de Isaac. (15)

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38 - SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA

Esta tela foi encomendada a Caravaggio pelo cardeal Del Monte. E com ela o pintor inaugura o estilo chamado de tenebrismo, quando começa a potencializar os tons escuros. A personagem domina quase toda a composição, sendo que os objetos presentes possuem um peso menor e são todos alusivos a ela, o que reforça a sua presença.

Para fazer Santa Catarina de Alexandria, Caravaggio tomou como modelo a bela cortesã Fillide Melandroni, à época uma das mulheres mais populares de Roma, que frequentava ambientes ricos sendo muito requisitada. O talento do pintor aliado à personalidade da modelo conferiu à santa um ar de modernidade e vigor.

Santa Catarina é frequentemente representada na arte, especialmente no final da Idade Média. Aqui, ela não se apresenta como uma mulher madura, mas como uma jovenzinha doce e calma. Está ricamente vestida, com tecidos de veludo e damasco bordados, de acordo com sua posição de princesa, de joelhos sobre uma almofada vermelha, cuja tom é ressaltado pelos tons roxos e azuis das vestes da santa. Sobre a almofada também se encontra uma folha seca de palmeira.

A roda de madeira, equipada com lâminas cortantes e ferros pontiagudos, onde Santa Catarina

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encontra-se apoiada, assim como os pregos e a espada, são os instrumentos usados no seu martírio, e contrastam com a suntuosidade de suas vestes.

De uma maneira irreal, um facho de luz coloca em destaque a cena, tornando brilhante a pele e a blusa de Santa Catarina, incusive deixando luzes salpicadas em sua indumentária. Brilhantes também são a espada e os pregos na parte superior da roda, como se a a tocha de luz estivesse vindo da direita. No entanto, ali está uma imensa escuridão, sem nenhum filete de luz.

A santa tem os cabelos dourados, jogados para trás e, acima da cabeça encontra-se o halo que simboliza a sua santidade. Seu rosto dirige-se ao observador, com um olhar interrogativo. Tem entre as mãos delgadas a espada (símbolo de seu martírio), cujo metal cintila sob a luz. Ela se encontra bela e solene. (25)

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39 - SÃO LOURENÇO

Quando o imperador Romano impôs a Lourenço entregar-lhe os tesouros dos quais tinha ouvido falar, ele reuniu diante de Valeriano um grupo de indigentes exclamando: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte”.

A esta aguda e sábia resposta fazem eco as últimas palavras do mártir, que colocado sobre um braseiro ardente e já vermelho como um tição de fogo, teria encontrado coragem de fazer uma piada: “Vira-me, dizia ao carrasco, que já estou bem assado deste lado”. O heroico testemunho de fé prestado pelo mártir foi eficazmente relembrado pelo bispo Dâmaso: “chicotes, algozes, as chamas, os tormentos, as correntes nada puderam contra a fé de Lourenço”. O diácono Lourenço sofreu o martírio a 10 de agosto de 258.

Foi Lourenço o tema desta pintura, quando este foi arremessado ao fogo. Vemos assim que temas religiosos foi o cerne das pinturas de Caravaggio. Suas pinturas eram encomendadas e se tornaram patrimônio da história do cristianismo.

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40 - SETE ATOS DE PIEDADE

Caravaggio (Michelangelo Merisi) - óleo sobre tela, Petróleo – 1607. Os sete Atos de misericórdia (Italiano: sette opere di misericordiais), também conhecido como os sete Atos de misericórdia, é uma pintura a óleo pelo italiano pintor Caravaggio, por volta de 1607. Esta alojada na igreja de Pio Monte della Misericordia em Nápoles. Originalmente ele era para ser exposta em sete painéis à volta de igreja, no entanto, Caravaggio produziu sua maior obra prima combinando tudo nas “Sete Misericórdias” em uma composição. João Espigão nota que o anjo no centro do quadro de Caravaggio transmite a graça que inspira a humanidade para ser misericordiosa. (6)

As obras de misericórdia, segundo o Catecismo de São Pio X, são aquelas com as quais se socorre os necessitados. No total, são 4 obras, sendo 7 corporais e 7 espirituais. Caravaggio escolheu reunir as 7 obras de misericórdia corporais em um único quadro, utilizando contrastes de sombra e luz para destacar os personagens principais.

No canto direito da pintura, uma mulher amamenta um homem aparentemente preso. Esse é um retrato de uma antiga passagem da história romana, onde um prisioneiro foi condenado a morrer de fome e sua filha o amamenta para livrá-lo do sofrimento.

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Os anjos no canto superior da obra inspiram a humanidade a praticar a misericórdia. A obra tem como dimensões 2m x 3.75m, feitas com óleo sobre tela. A pintura está exposta na Igreja de Pio Monte Della Misericórdia, na Itália. (24)

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41 - SEPULTAMENTO DE CRISTO

No quadro é encenada a deposição do corpo de Jesus Cristo em um túmulo após sua morte. É um quadro expressivo e dramático onde pode ser observados elementos do estilo barroco:

- Luz e Sombra:

Podemos observar que há um jogo de luz e sombra, onde o corpo de Jesus é o foco, está mais iluminado, representando o Sagrado, o santo.

- Intensidade Dramática:

A cena retratada em si já é dramática: a morte de jesus Cristo. Podemos obsevar o drama nas expressões faciais de Jesus, daqueles que o carregam, das duas mulheres de cabeça baixa aos prantos e da mulher com os braços erguidos. Essa mulher demostra além do sofrimentoi, um louvor aos céus, como se tivesse uma certeza de que Jesus morreu para salva-los. (27)

A Bíblia não descreve quantas pessoas estavam na cena do sepultamento de Cristo, mas Caravaggio com seu talento consegue retratar com detalhes a tristeza, dor e louvor das pessoas envolvidas em recolher o corpo de Jesus a sepultura.

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42 - SÃO JERONIMO

Em 1606 Caravaggio matou um jovem durante uma briga e foge de Roma com a cabeça a prêmio. A caveira no quadro São Jerônimo é um símbolo da morte. Segundo o curador italiano Giorgio Leone o crânio é uma espécie de espelhamento do rosto do santo que está inacabado. "Creio que ele não conseguiu terminar a face porque teve que fugir de Roma

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43 - SÃO FRANCISCO

O lado sombrio de Caravaggio se revela a toda hora, tanto na pintura de São Jerônimo como nesta de São Francisco. Para que tanta caveira na cena retratada? Muita gente tem este lado sinistro mesmo de fixação pela morte. Era o caso de Caravaggio. Esta fixação nem sempre é admiração, mas também pode significar temor.

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44 - REPOUSO NA FUGA DO EGITO

Descanso na fuga para o Egito 1597 do mestre Michelangelo Merisi de Caravaggio se encontra na galeria romana de Doria Panphili. O quadro retrata um anjo que toca um violino para a Sagrada Familia em sua fuga para o Egito A cena baseia-se na narraçao Biblica, mas também em um corpo de contos e lendas desenvolvidos desde a Idade Média sobre essa historia de que quando avisados por um anjo das intenções de Herodes, o Grande que pretendia assassinar Jesus. De acordo com esses 'contos' José e Maria interromperam sua fuga em um oasis,ou bosque, e o menino Jesus ordenou que as arvores se curvassem pra José apanhar dos frutos destas e em seguida ordenou as raizes que jorrassem uma fonte de agua para saciar a sede deles. Essa história é basicamente tipica dos contos Apócrifos, adquiriu muitos detalhes extras ao longo dos séculos. A data da pintura é um pouco controversa. De acordo com Giulio Mancini, contemporâneo de Caravaggio, essa obra juntamente com a 'Madalena Penitente' foi feita quando Merisi vivia em casa de Monsenhor Fantino Petrignani logo depois de haver deixado a Botega de Giuseppe Cesari em Janeiro de 1594 (7)

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45 - OTTAVIO LEONI CARAVAGGIO

Ottavio Leoni (1578 - 1630) foi um pintor italiano do começo do Barroco, que trabalhou principalmente em Roma. Nasceu em Roma, onde estudou com seu pai, Lodovico Leoni. Pintou altares para Igrejas em Roma, tais como a Anunciação para Sant'Eustachio, Virgem e Menino com São Jacinto para a Santa Maria sopra Minerva e São Carlos, Francisco e Nicolau para a Sant'Urbano. Tornou-se membro e depois presidente da Academia de São Lucas, além de Cavaleiro da Ordem de Cristo. Morreu em Roma. Ottavio Leoni também realizou vários retratos de pintores. Seu retrato de Caravaggio é o único retrato documentado do pintor por outro artista. (9)

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46 - OS MÚSICOS

Neste The Musicians do pintor Caravaggio (1573-1610) as duas figuras vistas de frente são indubitavelmente retratos, o que limita uma análise convencional da cena no âmbito nobre e clássico da composição, centrada entre a figura do tocador de alaúde e a figura recuada. O rosto entre ambos é de Caravaggio e a figura da esquerda é de uma composição anterior (8)

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47 - NARCISO

Nesta obra, Caravaggio retrata um personagem da mitologia grega: Narciso. Obra que foi concluída em 1596. Narciso era um herói famoso pela sua beleza e pelo seu orgulho. Segundo a mitologia, Narciso só teria vida longa caso não se contemplasse.

A composição denominada Narciso, obra do pintor barroco italiano Caravaggio, tem como tema a mitologia grega. Dentre as pinturas feitas por inúmeros artistas, sobre tal temática, esta é, sem dúvida, uma das mais inquietadoras, por tratar-se de uma composição inteligente, que retira o belo Narciso da Antiguidade clássica, para retratá-lo com um jovem da época do pintor.

Caravaggio divide sua tela em duas partes horizontais que formam dois retângulos. Na primeira delas está o formoso Narciso debruçado sobre a água. Na segunda está a fonte com o reflexo do jovem. No ambiente não há nada a não ser a figura de Narciso e seu reflexo. O fundo escuro tem como objetivo dar centralidade à cena em que o rapaz ainda não havia descoberto que se tratava de seu reflexo.

A luz, ao atingir os braços, parte do rosto e do pescoço de Narciso, assim como sua camisa branca, forma um arco. No centro desse mesmo arco encontra-se

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o joelho iluminado do jovem. O seu reflexo aparece mais escurecido na água, perdendo sua luminosidade, o que dá à obra um caráter bem realista.

Na sua pintura, Caravaggio alude apenas ao estritamente necessário no que se refere ao mito grego, de modo que o observador não encontra meios para divagação, centrando-se apenas no ponto mais importante. O que fortalece ainda mais a noção de amor por si mesmo, por parte de Narciso.

O jovem vaidoso encontra-se de boca aberta, encabulado com a beleza vista, debruçado sobre a fonte, escorado nos dois braços, com as mãos espalmadas, estando a esquerda a tocar a água. As mangas de sua camisa foram levantadas para não serem molhadas. Seu olhar dirige-se para a água escura da fonte. As pequenas e delicadas bolhas brancas, que separam os dois retângulos, parecem ter sido pintadas por Caravaggio com a finalidade de separara o mundo real do fictício.

Esta pintura já foi atribuida a outros artistas como Spadarino, Nicholas Tornioli e Orazio Gentileschi, até que o renomado historiador de arte, Roberto Longhi, atribui-a definitivamente a Caravaggio. (1)

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48 - MORTE DA VIRGEM

Caravaggio mistura o sacro e o profano com uma intensidade que chega a ser macabro. Esta história da origem do quadro sobre a MORTE DA VIRGEM revela algo até diabólico, como diz o autor do site Artrianon:

“Esse aspecto da vida pessoal do artista é importante ao realizar a análise da obra “A Morte da Virgem”, pois a obra está imbuída de significados sociais e aspectos da visão do artista sobre a religião e a sociedade de sua época. Caravaggio não apenas dividia seus momentos de lazer em companhia de ladrões, assassinos, prostitutas (homens e mulheres), camponeses, como também os trazia para dentro de suas obras. E esse é o motivo pelo qual “A Morte da Virgem” foi uma das obras mais polêmicas e impactantes do artista e de todo o movimento Barroco ao qual artista e obra pertenciam. O modelo utilizado para a criação da obra foi o cadáver de uma prostituta que havia se afogado dias antes do artista solicitar que a levassem para seu atelier.

Obviamente, a obra foi recusada, pois causou revolta e escandalizou os fiéis e os membros do clero. A obra havia sido encomendada pelo advogado papal, Laerzio Alberti Cherubini, e iria para sua capela na igreja das Carmelitas em Roma. Diversas alegações foram feitas: a primeira pelo fato de ter sido utilizado o cadáver de uma cortesã para a composição da obra. Um segundo

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relato também famoso diz que a obra foi recusada pela falta de decoro com que o artista representou a morte de Maria, deixando suas pernas à mostra. O caso é que esta obra pertenceu a várias famílias e hoje se encontra no Museu do Louvre em Paris.”

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49 - CUPIDO DORMINDO

O sono de Cupido é uma pintura a óleo de Michelangelo Merisi da Caravaggio, datada de 1608. O trabalho foi iniciado e concluído em Malta e encomendado por Francesco Dell’ Antella, Grande Cavaleiro da Ordem de Malta. O tema de um Cupido a dormir, segurando uma flecha na mão e o arco posto de lado, significa o abandono dos prazeres mundanos e Dell’Antella pode tê-lo encomendado como para mostrar o cumprimento do seu voto de castidade.

Num fundo escuro, marca distintiva do pintor, um feixe de luz quente e intenso revela o Cupido deitado nu e a dormir, num forte contraste de luz e sombra. Um realismo extremo revela a tez manchada da personagem, provavelmente por causa de uma doença infantil que Caravaggio retratou a partir da observação de uma criança doente. (3)

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CONCLUSÃO

As telas de Caravaggio estão cheias de símbolos e mensagens secretas, cada gesto, cada personagem, cada cenário, cada contraste esconde uma mensagem. Gostaria de ter me aprofundado mais nas observações das telas de Caravaggio, sei que não esquadrinhei quase nada do que está escondido nestas pinturas. Por que a luz e as trevas? o santo e o profano? Personagens bíblicos e mitológicos? Por que a Igreja designou um artista como este para retratar a vida de Jesus e dos santos da igreja? Sua carreira foi cheia de percalços e por fim teve uma morte misteriosa e trágica com requintes de roteiro de suspense. Ora Caravaggio parece inspirado por Deus, ora parece estar claramente possuído por demônios. Em Caravaggio e suas obras eu reconheço que esta a representação do mundo, no dualismo da luta do bem contra o mal, enquanto Deus permitir que as coisas sigam assim. Uma das coisas que me chama a atenção são os olhares dos seus personagens. Parece que as figuras tem alma.

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REFERÊNCIAS

1 - http://virusdaarte.net/caravaggio-narciso/

2 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Madona_de_Loreto_(Caravaggio)

3 - http://www.isleep.pt/o-sono-de-cupido-de-caravaggio/

4 - http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/06/cabeca-de-medusa-michelangelo-merisi.html

5 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Decapita%C3%A7%C3%A3o_de_Jo%C3%A3o_Batista_(Caravaggio)

6 - http://pt.wahooart.com/@@/5ZKBUH-Caravaggio-(Michelangelo-Merisi)-o-sete-atos-dos-MISERIC%C3%93RDIA-

7 - http://ribeiroegreggio.blogspot.com.br/2013/09/caravaggio-descanso-na-fuga-para-o-egito.html

8 - https://abrancoalmeida.com/2009/11/02/os-musicos-de-caravaggio/

9 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ottavio_Leoni

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10 - http://www.noticiasdabota.com/2016/01/a-vocacao-de-sao-mateus-de-caravaggio.html

11 – http://artesteves.blogspot.com.br/2010/06/caravaggio-judite-e-holofernes.html

12 - https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Francisco_de_Assis_em_%C3%8Axtase_(Caravaggio)

13 - http://www.caravaggio.org/ecce-homo.jsp

14 - http://www.caravaggio.org/youth-with-a-ram.jsp

15 - http://www.templodeatena.com/View/Arte/Melhores/Default.cshtml/3

16 - http://numinosumteologia.blogspot.com.br/2012/01/flagelacao-de-caravaggio-merisi.html

17 http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia /2012/06/05/940390/conheca-davi-com-cabeca-golias-caravaggio.html

18 - https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Ceia_em_Ema %C3%BAs_(Caravaggio)

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19 - https://revistacontemporartes.blogspot.com.br/2012/08/a-arte-do-tenebrismo-caravaggio-e-seus.html

20 – Champlin, Russel Norman, Novo Testamento Comentado versículo por versículo, Arghos, 2002.

21 – Disponível no site: Arte e humor de mulher, acesso em 05/05/2017.

22 – Disponível no site Carta Capital, por Francisco Quinteiro Pires — publicado 18/05/2012 11h23,, acesso em 05/05/2017.

23 - Disponível no site universia.net, acesso em 04/04/2017.

24 – Disponível no site universira.net, publicado em 24/05\\\\|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\|||||||||||||\\\\\\|/2013.

25 - http://virusdaarte.net/caravaggio-santa-catarina-de-alexandria/

26 - https://www.paulus.com.br/portal/santo/sao-lourenco-diacono-e-martir#.WWwN1vkrLIU

27 http://pt-br.mouse.wikia.com/wiki/A_Deposi%C3%A7%C3%A3o_de_Cristo_-_Caravaggio

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28 - https://artrianon.com/2016/10/11/obra-de-arte-da-semana-a-morte-da-virgem-de-caravaggio/

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LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR:

CIÊNCIAS

Biologia, O mito da Evolução

Baleias, maravilhas de Deus

Formigas, maravilhas de Deus

Pôr do sol, maravilha de Deus

Abelha sem ferrão, maravilha de Deus

101 maravilhas de Deus, Volume I

101 maravilhas de Deus, Volume II

101 maravilhas de Deus, Volume III

101 maravilhas de Deus, Volume IV

101 maravilhas de Deus, Volume V

Sexologia cristã

Botânica Bíblica

TEOLOGIA

Juízo Final

Parapsicologia Bíblica

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O Fim do Mundo

Compêndio teológico sobre o véu

Guia de Estudo Bíblico

Dogmatologia

Primeira Carta aos Coríntios comentada

Apocalipse comentado

Entenda a CCB – Volume I

Entenda a CCB – Volume II

Javé, o Deus da Bíblia

Como fundar uma Igreja

O Diabo está ao seu lado

Os quatro livros biográficos de Jesus

HISTÓRIA

Introdução a Arqueologia

História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia

História do Universo comentada

O que é Igreja Católica Romana?

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O anjo de quatro patas

HAGIOGRAFIA

Vida de Antão com comentários

Clemente de Roma

POLÍTICA

Memorial criminoso do PT – Volume I

Memorial criminoso do PT – Volume II

PT X Cristianismo

Todos os telefones do presidente Lula

Os amigos de Lula

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

DIREITO

Escrivão de Polícia é cargo técnico científico

Código Hamurabi e a Lei de Moisés

O instituto divino da Pena de Morte

ÉTICA

Bebida alcoólica não é pecado

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Como se vestem os santos

ARTES

Pinturas de Caravaggio

EM OUTROS IDIOMAS

Archéologie Biblique (Francês)

Juicio Final (Espanhol)

Biology, the myth of Evolution (Inglês)

The Four-legged Angel (Inglês)

Last Judgment (inglês)

Indossare il velo (Italiano)

生物学 – 進化の神話 (Japonês)

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