pesquisa sobre prática de atividades físicas na fraga maia
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RELATORIO DA PESQUISA DE CAMPO
ADJAILSON DE ARAUJO SILVA
DAVID ANTÔNIO FEITOZA DE TORRES
JADES CERQUEIRA DO NASCIMENTO
SARA SANTANA SILVA DIAS
UILLAS MASCARENHAS SILVA
FEIRA DE SANTANA - BA
2013
ADJAILSON DE ARAÚJO SILVA
DAVID ANTÔNIO FEITOZA DE TORRES
JADES CERQUEIRA DO NASCIMENTO
SARA SANTANA SILVA DIAS
UILLAS MASCARENHAS SILVA
AVENIDA FRAGA MAIA: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO
PROFISSIONAL
Trabalho apresentado à Professora Me. Amanda
Leite Novaes da disciplina Pratica Curricular I da
turma 2013.1 do Curso de Licenciatura em
Educação Física.
UEFS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
FEIRA DE SANTANA - BA
2013
“O corpo e saúde, objetos por excelência do
poder sobre a vida desde a modernidade, tem
ocupado um lugar privilegiado como principio
ético, político e estético no exercício do governo
de si e dos outros”.
(Bagrichevsky, 2003, pg.7)
Resumo
O relatório foi elaborado visando identificar as práticas esportivas realizadas na Avenida Fraga Maia e as possibilidades de intervenção pelo profissional de Educação física.
Durante a visita, entrevistamos algumas pessoas para colher informações e saber através de dados concretos, qual a modalidade mais praticada e o que mais se buscava nas praticas.
Contudo, os conceitos sobre as finalidades em forma de beneficio a ser alcançados pelos praticantes de atividades físicas se mostraram de forma distorcida, principalmente as concepções de saúde e qualidade de vida.
Contextualizando sobre outra perspectiva evidenciada, é o grande potencial de atuação em que o profissional de educação física pode explorar, utilizando a via como base para realizar diversas atividades, entretanto o município de Feira de Santana encontra-se carente quanto as políticas públicas direcionadas a saúde coletiva da população por meio da intervenção do profissional de educação física, fator que pode justificar o baixíssimo número de profissionais encontrado na Avenida Fraga Maia.
Sumário
1. Introdução............................................................................................... 6
1.1.Objetivo...................................................................................... 6
1.2 Metodologia ............................................................................... 6
1.3 Justificativa ................................................................................ 7
2. Fundamentação Teórica ....................................................................... 8
2.1 Saúde ........................................................................................ 8
2.2 Qualidade de Vida ..................................................................... 9
2.3 Prática de atividades físicas ...................................................... 10
2.4 Atividades físicas ao ar livre ...................................................... 11
3. Relatório Final......................................................................................... 13
4. Considerações Finais............................................................................. 17
5. Referências Bibliográficas ..................................................................... 18
6. Apêndice ............................................................................................... 19
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Introdução:
O presente trabalho se refere a uma atividade avaliativa do componente Prática
Curricular I, do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual de Feira
de Santana (UEFS), o qual se propõe através de um trabalho de visita de campo, observar
como vem sendo realizada essas praticas esportivas, motivações dos praticantes e
profissionais envolvidos com as mesmas, bem como reconhecer as peculiaridades e
importância deste espaço para comunidade e moradores da cidade de Feira de Santana. A
disciplina tem como objetivo apresentar aos estudantes de Educação Física os campos de
atuação profissional e proporcionar atividades de visitas a espaços diversos, proporcionando
assim experiências significativas para a formação dos mesmos.
Dentro dos espaços urbanos existe uma concentração de equipamentos que
possibilitam a pratica de diversas atividades físicas destinadas aos mais variados objetivos
(saúde, esporte, lazer), e/ou ambientes específicos como, hospitais, clínicas, ginásios,
estádios, teatro, cinema, etc. Partindo dos estudos realizados na disciplina Prática Curricular I
buscamos concentrar nossos estudos e observações na Avenida Fraga Maia por tratar-se de
um espaço democrático e com grande potencial de comercialização tendo em vista que o
mesmo já é considerado como o principal ponto destinado a prática de atividade física ao ar
livre em Feira de Santana.
A Avenida Fraga Maia corresponde ao prolongamento da Avenida Maria Quitéria, que é
uma das mais movimentadas da cidade de Feira de Santana. Esse prolongamento foi realizado
com o intuito de solucionar problemas referentes ao transito. A estrutura física desta avenida
possibilita diversas práticas de atividades físicas, pois tem um largo canteiro central, com uma
ciclovia e estruturas que simulam uma academia.
1.1 Objetivo:
Identificar as práticas corporais que circulam e se expressam na Avenida Fraga Maia,
buscando também detectar possibilidades de intervenção profissional na área de educação
física, percebendo a razão pela qual os indivíduos realizam a prática de atividades físicas na
mesma via.
1.2 Metodologia:
Foram realizadas observações na Avenida Fraga Maia acerca das atividades que se
expressam na via, a fim de identificar as práticas corporais existentes, bem como, o importante
papel da atividade física, do profissional de Educação Física para promoção da qualidade de
vida. Para tanto, realizamos visitas ao espaço em dias e horários diferentes para localizar
aqueles em que a via é mais requisitada, o que nos permitiu conhecer o funcionamento e/ou
rotina da Avenida Fraga Maia quanto à prática de atividades físicas. Ao percebermos sua
dinâmica, nos organizamos no espaço em dia (s) e horário (s) que houve maior participação da
comunidade e nos posicionamos em pontos estratégicos da avenida para abordar praticantes
de atividades físicas e profissionais da área de Educação Física, convidando-os a colaborar
com o presente trabalho. Feito isso, realizamos uma entrevista com os profissionais da área e
um questionário para os praticantes de atividade física tendo como suporte um roteiro
elaborado pelo grupo, no intuito de coletar as informações necessárias.
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1.3 Justificativa:
Buscamos a escolha do campo através da constatação de que o espaço constitui-se
em via publica, com grande fluxo de pessoas o que torna o local de grande potencial para a
prática de atividades físicas, implantação de empresas ligadas a área e de programas
originados de políticas publicas de atenção à Saúde Coletiva.
Outro aspecto importante que serviu como motivação, foi o fato da pratica de atividades
físicas ao ar livre ter sido potencializado em decorrência da busca pela qualidade de vida e
saúde e que de certa forma é relacionada com essas práticas, embora, na maioria das vezes,
essa relação é feita de forma equivocada.
Em 07 de abril de 2011, o Ministério da Saúde criou através da portaria nº 719, o
Programa Academia da Saúde, que no intuito de contribuir com a promoção da saúde, estimula
a construção de locais com infraestrutura, equipamentos e profissionais para a orientação de
praticas de atividades físicas e de lazer.
Percebe-se que a Avenida Fraga Maia dispõe de equipamentos que podem ser utilizados para
a prática de atividade física, embora muito longe do ideal, mas carece de profissionais que
oriente uma correta utilização dos mesmos.
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2. Fundamentação Teórica
A Educação Física é um campo de características multidisciplinar, o que permite que
ela transite em diferentes áreas. Mesmo sendo um campo muito relacionado com a área de
saúde, esse reconhecimento, de forma legal, só passa a acontecer em 1997.
A Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) n.º 218, de 6 de março de
1997 diz que:
O reconhecimento da imprescindibilidade das ações realizadas pelos diferentes profissionais de nível superior constitui um avanço no que tange à concepção de saúde e à integralidade da atenção.
Resolve: I - Reconhecer como profissionais de saúde de nível superior as seguintes categorias:
1. Assistentes Sociais; 2. Biólogos; 3. Profissionais de Educação Física; 4. Enfermeiros; 5. Farmacêuticos: 6. Fisioterapeutas: 7. Fonoaudiólogos: 8. Médicos; 9. Médicos Veterinários: 10. Nutricionistas; 11. Odontólogos; 12. Psicólogos; e 13. Terapeutas Ocupacionais.
Pensar a Educação Física por diferentes óticas foi um legado deixado pelos grandes estudiosos dos anos 80, que através de seus pensamentos e comprovações, permitiu que esta área se expandisse e fosse além do âmbito escolar.
Hoje em dia, esta área, mesmo que pelo senso comum, é mais explorada pensando em saúde e qualidade de vida. Cabe a nós profissionais, a disseminação dos conhecimentos para um adequado aproveitamento do que nos proporciona a Educação Física.
Pelo fato de estar incluída como parte da área da saúde, a Educação Física tem que
entender os temas “Saúde” e “Qualidade de vida” de forma a encontrar-se como ferramenta de
proporcionalização das mesmas. E para que tenhamos um correto entendimento devemos
procurar saber os conceitos de cada tema citado.
2.1 Saúde
A da Constituição Federal diz que:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou
jurídica de direito privado.
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O conceito de saúde difere no meio da sociedade. Alguns acreditam que Saúde é
apenas a ausência da doença enquanto outros amplificam mais o conceito. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), “Saúde é o estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a ausência de doença”. Essa concepção é adotada por diversos
seguimentos, pois representa o ideal a ser buscado; uma harmonia entre o meio, o indivíduo e
seu interior. A VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, adotou como conceito
de saúde que ter saúde não é apenas estar livre de doenças e sofrimentos físicos e psíquicos,
mas ser assistido pelos direitos fundamentais, o que nos possibilita uma maior dignidade.
Observando essas variações dentro deste conceito pode-se notar que mesmo livre de
doenças, o ser humano nunca será completamente saudável se os demais direitos
fundamentais não forem atendidos. Para alcançar este ideal precisa-se de politicas publicas
que proporcione à população a obtenção de tais direitos.
Fonseca (2007), diz que Saúde Pública é a aplicação de conhecimentos (médicos ou
não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores
condicionantes e determinantes do processo saúde-doença [...] através de ações de vigilância
e intervenções governamentais.
Atualmente no Brasil a politica pública de atenção à saúde é o Sistema Único de Saúde
(SUS). Este sistema institui as equipes multidisciplinares para atendimento em diversos locais
como centros de saúde, postos de saúde e hospitais. Os programas e ações estratégicas do
SUS são subsidiados por princípios de Atenção Básica na perspectiva da Saúde Coletiva. Mas
o que seria Saúde Coletiva?
A Saúde Coletiva propõe um novo modo de organização
do processo de trabalho em saúde que enfatiza a
promoção da saúde, a prevenção de riscos e agravos, a
reorientação da assistência a doentes, e a melhoria da
qualidade de vida, privilegiando mudanças nos modos de
vida e nas relações entre os sujeitos sociais envolvidos no
cuidado à saúde da população.
(Instituto de Saúde Coletiva – UFBA)
2.2 Qualidade de vida
O conceito mais recente de saúde confunde-se com o conceito de qualidade de vida.
Quando dizemos que “Saúde não é apenas a ausência da doença”, mas sim a consequência
de quando temos o gozo dos nossos direitos fundamentais, estamos dizendo que para que
nossa vida tenha qualidade, devemos ter saúde, pois a qualidade de vida também engloba
todos os aspectos que a saúde engloba.
Diferentemente de Estilo de Vida, o termo “Qualidade de
Vida” envolve o bem estar físico, mental, psicológico e
emocional, além de relacionamentos sociais, como família
e amigos, e também a saúde, educação, poder de compra
e outras circunstâncias da vida.
(PORTES, 2011, Pg. 8)
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A partir desta citação observamos que a sensação de bem estar nas esferas física,
mental, psicológica, emocional e social é que define a qualidade de vida e a partir disso
compreendemos que a relação com a saúde é estreita.
Outro aspecto importante a ser observado é o “estilo de vida”. O estilo de vida é
definido pela forma de se alimentar, pela prática regular ou não de atividades físicas, pelo
habito de fumar ou fazer uso de substâncias ilícitas ou não dentre outros. Estudos comprovam
que a manutenção do estilo de vida saudável interfere na qualidade de vida, e este deve ser
adaptável, ou seja, deve se adequar as condições sociais, físicas e psicológicas de cada
indivíduo.
A relação entre saúde e qualidade de vida depende da cultura da sociedade em que está inserido o sujeito, além de ações pessoais (esfera subjetiva) e programas públicos ligados à melhoria da condição de vida da população (esfera objetiva). O estado de saúde é um indicador das possibilidades de ação do sujeito em seu grupo, se apresentando como um facilitador para a percepção de um bem-estar positivo ou negativo. É influenciado pelo ambiente, pelo estilo de vida, pela biologia humana e pela organização do sistema de atenção à saúde em que o sujeito está inserido.
(ALMEIDA, 2012, Pg.40)
. A associação da qualidade de vida à prática de atividades físicas, na maioria das vezes, é feita pelo senso comum. Muitos acreditam até que o simples fato de realizar atividades que desprendam muito esforço físico já é o suficiente. No entanto, “[...] O ideal, para um estilo de vida tido como saudável, seria a adoção de práticas de atividade física sistematizada, considerando toda a condição de vida e saúde do sujeito”. (ALMEIDA, 2012, Pg.46)
2.3 Prática de atividades físicas
Detentores, agora, dos conceitos sobre “Saúde” e “Qualidade de Vida”, surge uma
indagação pertinente entre os profissionais da Educação Física: Como intervir nessa área?
Esse questionamento “martela” as nossas mentes, após leituras que apontam a reconstrução
do conceito de Educação Física e a desmascaração das “falsas verdades”, como diria
CARVALHO (2004), que permeiam esse assunto.
Sabemos que a Educação Física por si só, não denota saúde, mas sabemos também
que através de estudos recentes, comprovou-se que a prática regular de atividades físicas, e
de forma correta, contribui para a obtenção e manutenção da saúde. A partir deste momento é
que nota-se a importância do profissional de Educação Física, como detentor de
conhecimentos essenciais para incentivar e contribuir no desenvolvimento de práticas
saudáveis. Neste sentido, este profissional, deve informar à população que atividade física não
é vacina e deve ser praticado continuamente.
Segundo Mira (2003), em seu artigo “Exercício físico e saúde na crítica prudente”, traz
o debate sobre conceitos e fundamentos de uma afirmativa corriqueira de que Exercício físico
proporciona ao indivíduo que o pratica, saúde e previne doenças. Também faz uma
observação transformações culturais que estão acontecendo atualmente. Veremos ainda que o
autor não desconsiderando as argumentações já existentes, afirma que apenas a pratica de
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atividade física não leva a saúde, e que neste sentido existem inter-relações que apontam a
reciprocidade deste viés.
Em uma apresentação prévia o autor deixa claro a não negação de que o sedentarismo
seja um grande problema atual e que o exercício físico possa intervir ou melhorar este quadro,
o que o mesmo deseja alcançar no seu trabalho é o “possível papel que o exercício
desempenharia no incremento da saúde e na proteção de certos tipos de doença, em
indivíduos previamente saudáveis e normalmente ativos” (MIRA, 2003, Pg.170). Benefícios
característicos do exercício físico sistemático que não se obteria o mesmo resultado com
qualquer atividade física ou recreativa.
Segundo Daisson (2010, pg.?), “A falta de atividade física, mais conhecida como
sedentarismo, que tem sido frequentemente verificada em grande parcela da população nos
dias atuais, constitui-se em fator de risco para o aumento da incidência de doenças
cardiovasculares, em especial a aterosclerose (placas de gordura nos vasos sanguíneos),
hipertensão arterial e diabetes. O ato de caminhar funciona como efeito preventivo para vários
problemas cardiovasculares”. Essa afirmação está baseada no fato de que a prática desse tipo
de atividade estimula o aumento de HDL-colesterol (bom colesterol) na corrente sanguínea,
que age na retira de placas de gordura que se depositam nas paredes dos vasos sanguíneos e
uma diminuição de LDL-colesterol (mau colesterol) que são responsáveis pelo deposito de
placas de gordura nos vasos sanguíneos. Ele afirma ainda que “Caminhar constitui uma das
mais naturais atividades físicas. É um método simples, facilmente controlável, sem a
necessidade de equipamentos especiais e pode ser praticado pela grande maioria das
pessoas. Caminhar, correr, nadar, andar de bicicleta e dançar, são atividades que
proporcionam benefícios ao sistema cardiovascular. A caminhada em si, é considerada uma
atividade de intensidade leve, mas o aumento da intensidade traz muitos benefícios a saúde e
ao bem-estar”.
MIRA (2003) cita o fato de que na área científica é forte a associação de benefícios da
atividade física à saúde, em condições de frequência, volume e intensidade, principalmente
para doenças coronarianas. O autor classifica efeitos dos exercícios em dois: Agudos – efeitos
diretos e favoráveis à fisiologia e Crônicos – benéfico pelas adaptações fisiológicas provocadas
pelo treinamento. Segue-se ainda evidenciando que o exercício físico provoca respostas e
adaptações saudáveis e que os parâmetros fisiológicos determinam o estado de saúde.
Como dito anteriormente, a pratica de atividade física não deve ser encarada como
única responsável pela promoção da saúde e sim, como parte de um conjunto de ações e
aspectos de cunho social, emocional e físico, ou seja, a saúde só é alcançada quando o
indivíduo esta em pleno gozo dos direitos fundamentais estabelecido pela DUDH.
2.4 Atividades Físicas ao ar livre
A prática de atividade física ao ar livre é a solução para quem tem o desejo de se
exercitar, mas não gosta da ideia de fazê-lo em ambientes fechados como, por exemplo,
academias.
Quando optamos em realizar essas atividades em ambientes abertos, temos como
benefícios, o fato de estarmos em contato com a natureza, em local onde a circulação de ar é
mais constante, variação de paisagens dentre outros. Em locais fechados como academia, em
determinados horários onde há grande concentração de pessoas, o ar fica mais “carregado”,
há um forte odor de suor, varias pessoas “competindo” por um mesmo aparelho, o que faz com
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que a sua rotina de exercícios às vezes seja interrompida e provoca a sensação de monotonia,
pois não há variações de ambiente. São essas características presentes no espaço aberto que
propicia um melhor aproveitamento na execução dos exercícios físicos.
A pesar dos benefícios citados, a atividade em ambientes fechados nos traz uma maior
sensação de segurança, em virtude da deterioração das vias públicas e do alto índice de
violência que de forma assustadora assola a nossa sociedade. A falta de intervenção por parte
de politicas publica visando melhorias nos ambientes disponíveis para este tipo de atividade faz
com que este se torne perigoso. Falta de condições adequadas, sinalização e descaso com a
segurança são aspectos que exemplificam essa deficiência.
É pelos motivos citados a cima, que se torna necessário a implantação de politicas
publica em atenção a Saúde Coletiva, visando garantir uma melhor utilização dos espaços
públicos na prática de atividade física. Pensando desta forma é que os profissionais de
Educação Física devem identificar e compreender as práticas e as formas de intervenções
possíveis nesses espaços.
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3. Relatório Final
No decorrer das aulas de Pratica Curricular l foram discutidos em sala de aula diversos
conteúdos que nos proporcionou uma bagagem a respeito dos eixos Educação, Saúde,
Esporte e Lazer bem como o amplo campo de atuação em que o profissional de Educação
Física pode estar inserido.
No momento em que a Professora Amanda Leite Novais da disciplina de Prática
Curricular l do Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Estadual de Feira
da Santana - UEFS iniciou sua última atividade avaliativa da disciplina e deixou a critério dos
próprios grupos a escolha de um campo de atuação para realizar o trabalho de pesquisa de
campo, nosso grupo se mostrou interessado em várias possibilidades de campo de atuação,
porém um chamou mais a atenção, a Avenida Fraga Maia, por se caracterizar um via pública,
de prática de atividade física ao ar livre que se expressam várias modalidades esportivas, e
atualmente em Feira de Santana se caracteriza como ambiente de maior interação da
sociedade feirense com a prática de atividade física.
Como tínhamos imaginado em sala, constatamos nas visitas a Avenida as diversas
práticas esportivas que se expressam na mesma, como caminhada, corrida, ciclismo, ginástica
e musculação. Sabemos que toda pesquisa envolvendo seres humanos estão sujeita a risco
quanto a seu desenvolvimento e com a nossa não foi diferente, ao realizar a visita a Avenida
Fraga Maia, no intuito de fazer observações das atividades físicas que se mostram na via e
aplicar um questionário para os praticantes, percebemos dificuldades em aplicar o questionário,
pois algumas pessoas se sentiram constrangidas de alguma forma em contribuir
voluntariamente com a pesquisa, seja ignorando os pesquisadores não atendendo o nosso
pedido. Outros praticantes de atividades físicas do local gostaram da iniciativa e resolveram
contribuir, porém não quiseram realizar uma pausa em sua prática de atividade física, então o
questionário foi aplicado de forma interativa com a atividade desempenhada pelo praticante. Já
alguns colaboradores foram totalmente cordiais e se dispuseram a ajudar no preenchimento do
questionário fazendo uma breve interrupção em sua prática para nos dar uma maior atenção,
lembrando que todas as contribuições dos sujeitos da pesquisa foram feitas de forma
voluntária, sem nenhuma forma de manipulação.
Na noite do dia 04/07/2013 o grupo executou a visita ao campo de atuação. Na medida
em que aplicávamos os questionários os sujeitos se sentiam livres ao dialogo e foi percebido
por nós alunos os porquês que a Avenida Fraga Maia se tornou a maior via pública de prática
de atividade física ao ar livre com grande atuação popular. O interessante é que a via se
constitui como um espaço popularizado, onde todos tem acesso, já que é uma via pública e ao
realizar o estudo dos questionários foi visto que até pessoas que moram em outras cidades e
estão passando alguns dias na cidade procuram a Avenida Fraga Maia para realizar a
atividade física, outro colaborador expôs que a academia em que ele freqüentava já não o
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satisfazia, pois o número de usuário da mesma só aumentava e seu espaço físico não
acompanhava essa crescente, o clima no interior da academia cada dia mais quente, abafado,
os rodízios para utilização dos aparelhos cada vez maiores. O fato de não terem
acompanhamento profissional ideal, foi um dos pontos cruciais para que o colaborador saísse
da academia para realizar sua pratica de atividade física na Avenida Fraga Maia, além de ser
mais econômico. Outro fator é a maior possibilidade de interação com pessoas diferentes, pois
o fluxo de pessoas no local é grande.
No mesmo dia foi possível presenciar um movimento organizado pelo MTB Clube FSA
que é a junção das lideranças de mais de 13 grupos de ciclistas de Feira de Santana em prol
da “2ª Bicicletada”, manifestação de ciclistas que busca a implantação de ciclovias e ciclofaixas
na Avenida Fraga Maia e demais vias feirenses, a manifestação ocorre mensalmente onde a
“1ª Bicicletada” contou com mais ou menos 450 ciclistas. O grupo MTB Clube FSA realizou um
levantamento e construiu um projeto de implantação de ciclovias e ciclofaixas, porém no
momento as lideranças políticas de Feira de Santana apesar de terem ciência do movimento
não se manifestaram a respeito dessa pauta.
Através de um questionário elaborado pelo grupo, entrevistamos vinte e uma (21)
pessoas e pudemos obter diversas informações que serão expostas abaixo através de gráficos.
A partir destes dados concluímos que a faixa etária mais ativa é a dos 18-25 anos com
10 praticantes, seguida de perto pela faixa etária dos 36-45 anos com 9 participantes e o
surpreendente é que não são as pessoas com idade mais avançada que estão na ultima
colocação, passaram em número de praticantes a faixa etária dos 26-35 deixando-os para trás
com somente 4 praticantes. Sendo a caminha a atividade física mais realizada, ou seja, 11
pessoas a praticam e a de menor realização é a ginástica com uma pessoa.
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Abaixo é possível visualizar que as faixas de idade que tem maior participação quanto
à realização da atividade física com freqüência são a dos 18-25 e acima de 45 anos, porém a
que mais sobressai é a frequência de 3 vezes semanais com 7 praticantes e a que menos
sobressai é frequência de 2 vezes semanais com 2 praticantes.
Quanto ao Gênero, o masculino se apresenta como maior número de praticantes com
14 homens, já as mulheres apresentam apenas 7 praticantes.
O universo de pessoas que circulam na Avenida Fraga Maia é muito grande, porém
sente-se falta de uma maior participação de políticas públicas que amparem a prática de
atividade física ao ar livre visando à saúde coletiva da comunidade. Visto que 15 pessoas
representando 71,42% dos colaboradores não dispõem de acompanhamento profissional que
lhe auxilie corretamente na prática de atividade física, enquanto somente 6 indivíduos
representando 28,58% dos sujeitos da pesquisa se manifestaram de forma positiva, tendo um
acompanhamento profissional.
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Um campo do questionário condizia com a seguinte questão: Qual o objetivo a ser
alcançando com a prática da atividade? As respostas foram variadas, porém o principal
objetivo elencado pelos praticantes foi a Saúde com 30,64%, seguido por Qualidade de Vida
com 22,58%, Estética e Desempenho representando 14,51% cada, Lazer aparece com
12,90%, e Outras obtêm 4,83%.
Foi perguntado também: Por que você escolheu realizar a prática de atividades físicas
aqui na Avenida Fraga Maia? Por morarem nas Proximidades da Avenida 27,58% dos
participantes assinalaram essa opção, 24,13% dos colaboradores da pesquisa escolheram a
Avenida Fraga Maia por ser um local de Prática de Atividade Física ao Ar Livre, 20,68%
corresponde ao Custo Baixo em realizar a prática de atividade física na Avenida, já que se
caracteriza como via pública, 10,34% foram motivados por Todas e Outras cada, e apenas
6,89% estão Complementando seu Programa de Treinamento.
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Durante a visita, observamos a ausência significativa de profissionais de Educação
Física, fato que justifica alguns dos dados mostrados acima. Este aspecto caracteriza o campo
como espaço aberto à exploração profissional em práticas de atividades físicas ao ar livre.
Apesar de encontrarmos grupos organizados, notamos que estes atuam de forma
autônoma no que diz respeito à orientação profissional, o que leva, muitas vezes, à prática
incorreta e perigosa das atividades.
Segundo informações colhidas junto ao único profissional encontrado, a escolha pela
Avenida Fraga Maia para suas intervenções deu-se, por esta avenida ser a mais adequada, em
Feira de Santana, para a prática de atividades físicas ao ar livre e baixo investimento para
iniciação profissional.
A ausência de outros profissionais culminou na falta de dados para o cruzamento de
informações para se chegar a um resultado satisfatório no que diz respeito ao objetivo da
nossa pesquisa.
4. Considerações Finais
Diante do estudo realizado no decorrer dessa pesquisa, podemos constatar a
importância desse espaço público para a prática de atividades físicas. Faz-se necessário,
contudo, a intervenção do profissional de Educação Física tanto na Avenida Fraga Maia como
também junto à administração do município de Feira de Santana, elaborando e implantando
programas de atenção à Saúde Coletiva, incentivando a prática de atividades físicas, que
venham a beneficiar os praticantes dessas atividades ao ar livre. Embora a avenida apresente-
se como um espaço considerável para a prática de atividades físicas, ela não foi projetada com
esta finalidade. É importante pensar em melhorias estruturais que viabilizem um melhor
aproveitamento desta avenida para tal atividade.
Os grupos de atividades físicas como corrida, ciclismo e até musculação encontram-se
em pontos estratégicos ao longo da avenida. São grupos que apresentam uma característica
alarmante e que é historicamente compreensível, eles iniciam suas atividades de uma maneira
espontânea sem o acompanhamento de um profissional da área ou de um acompanhamento
médico ou nutricional, reflexos de uma sociedade vitimada pela exploração do capital.
Desconstruir o pensamento equivocado em relação à Educação Física e Saúde é uma
das funções do profissional desta área. Temos, então, o compromisso de disseminar
informações que ajudem no esclarecimento do verdadeiro objetivo da Educação Física.
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5. Referências Bibliográficas
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http://www.notisul.com.br/n/colunas/caminhada_prevencao_em_forma_de_exercicio-25196. Acesso em: 19/07/2013.
CARVALHO, Yara Maria de. O “Mito” da Atividade Física/Saúde. 3ª Edição –São Paulo: Hucitec, 2004.
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comunitário de saúde. Rio de Janeiro: EPSJV / Fiocruz, 2007.
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INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA – ISC/UFBA. O campo da saúde coletiva.
Disponível em: http://www.isc.ufba.br/isc.php?externa=3 Acesso em:
19/07/2013.
ALMEIDA, Marco Antonio; GUTIERREZ, Gustavo; MARQUES, Renato. QUALIDADE DE VIDA: DEFINIÇÃO, CONCEITOS E INTERFACES COM OUTRAS ÁREAS DE PESQUISA. EACH/USP, 2012.SP.
ORTES, LA. Estilo de Vida e Qualidade de Vida: semelhanças e diferenças entre os conceitos. Lifestyle J, 2011;1(1):8-10. Disponível em: http://acta.nisled.org/index.php/LifestyleJournal/article/view/3. Acesso em: 19/07/2013.
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http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/Relatorios/relatorio_8.pdf.
Acesso em: 20/07/2013.
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6. Apêndice
Questionários utilizados na visita ao campo de atuação.
Pesquisa de Campo (Praticantes)
Faixa etária: ( )18 –25 ( ) 26– 35 ( ) 36 – 45 ( ) acima de 45 Sexo: M( )
F( )
Por que você escolheu realizar a prática de atividades físicas aqui na Avenida Fraga
Maia?
( ) Por estar próximo a sua residência ( ) Custo baixo
( ) Complemento ao programa exercícios ( ) Outras Alternativas----------------------
( ) Preferência por prática ao ar livre ( ) Todas Alternativas
Quais atividades você realiza aqui na Avenida?
( ) Caminhada ( ) Corrida ( ) Ciclismo
( ) Ginástica ( ) Outros----------------------------
Com qual frequênciavocê realiza a atividade física?
( ) Uma vez na semana ( ) Duas vezes na semana ( ) Três vezes na semana
( ) Todos os Dias ( ) Outros----------------------------
Você tem acompanhamento profissional que planeja e orienta seu programa de treino
ou pratica por conta própria?
( ) Sim ( ) Não
Qual o objetivo a ser alcançando com a prática da atividade?
( ) Saúde ( ) Qualidade de vida ( ) Lazer
( ) Estética ( ) Desempenho esportivo ( ) Todos ( ) Outros---------------------
20
Pesquisa de Campo (Profissionais)
Formação: Tempo de atuação: Sexo: M( ) F( )
Por que você escolheu esse local para atuar profissionalmente?
Quais atividades profissionais você desenvolve aqui na Avenida?
Como você elabora o planejamento, programa de treino para os grupos e/ou
sujeitos praticantes? O que mais é levado em consideração nesta elaboração?
Relacionando ao objetivo dos alunos qual a maior motivação na busca pela prática
de atividade física?
( ) Saúde ( ) Qualidade de vida ( ) Lazer
( ) Estética ( ) Desempenho esportivo ( ) Todos ( ) Outros --------------------
Você acha que a Avenida, ainda pode ser considerada como grande potencial
comercial para a cidade de Feira de Santana em relação a atuação dos(as)
profissionais ligados a área de educação física?